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Samuel Cardeal
II - A Revel
III - A jorna
IV - Após a
V - Sá, a Fad
VI - Na Toc
VII - O Fan
Capítulo Fin
I - O Escolhido...................................................................................9
II - A Revelação............................................................................... 15
VI - Na Toca do Coelho................................................................ 55
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da faxina a chegou até ele e, após exibir um sorriso brilhante de dentes tão
vam o vai-e- belos quanto os de um cachorro, finalmente se pronunciou:
l-pirofágico- — Boas tardes, jovem e pequeno cabaço! — disse
efusivamente.
o estranhava Joselito nada disse, encontrava-se tão estremecido pela
entualmente estranheza daquele estranho estrangeiro, que os pensamentos
caminhando pensantes não pensavam como o pensador que normalmente
é que peruca era quando pensava pensativo.
— O tigre de bengala comeu vossa língua, infame infante?
artara, e os — É... — o menino tentou articular uma fala, mas a
rcimoniosos conversa não era seu forte, já que vivia entre as meretrizes, e
o fim do seu não compreendia a maioria das obscenidades que elas diziam.
se houvesse — Quem é o senhor? — perguntou, enfim.
i. — Oh, que indelicadeza de minha parte — o homem tirou
iar adentrou o chapéu e fez uma reverência bem estranha, tanto que Joselito
ogo chamou se perguntou se o sujeito estava com distúrbios intestinais. —
, ostentando Meu nome Aldebaran Pirocoptero Metiê.
ndas. Trajava — Meteu? — indagou a criança, achando aquele nome no
negra ornada mínimo muito estranho.
e reluzentes — Metiê! — repetiu vagarosamente Aldebaran. — M – e –
steiro sorria t – i – ê. Com circunflexo no “ê”.
mo um par de — O que é circunfessonuê?
— Não seja burro, pequeno cabaço! E isso não é importante.
passos lentos O importante é que estou aqui para lhe fazer grandes revelações.
uma gelatina Me diga, pequeno Joselito...
m a gelatina — Como sabe meu nome, moço?
tirava poeira — Oh, pequeno indeflorado, eu sei mais coisas que pode
ompeu suas imaginar. Eu vivo nesse mundo há muito tempo, um tempo
ca antes vira mais longo que a serpente libertina que vive entre as pernas de
m de cartola vosso pai. Mas vamos ao que interessa. Não deseja saber o que
z-tudo sentia tenho a contar? Não está curioso?
a. Depois de — Hmmmm... Num sei!
ar, o homem — Ora, bolas! Como pode não saber se está curioso ou
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não. Mas... Que seja! Direi assim mesmo, meu bom cabacinho. — Pera
Vim de muito longe para encontrá-lo, pequeno. Percorri escolhido. E
desertos escaldantes, mares úmidos e molhados, enfrentei — Claro
bandidos no caminho e deflorei fêmeas virgens apenas para apropriado p
obter informações, até que, enfim, encontrei-o, caro Joselito. minha carru
Porque você é um garoto especial! toda a discriç
— Eu? Especial? Joselito
— Sim, muito especial. O vigésimo sétimo de 88 filhos. de vestes estr
Virgem, ainda que trabalhando em uma casa de prazeres lascivos. pipocava em
Nunca teve uma ereção, mesmo sendo filho do homem mais do sexo tântr
viril e bem dotado de toda a região. Por acaso o infante jamais nas calças m
sentiu que era diferente das outras crianças? sentimento i
— Mas o pai falou que sou assim porque ele me cutucou roupas excên
sem querer com sua vara de fazer neném! de determin
— Oh, como pode o energúmeno ter dito tamanho meretriz a of
absurdo? Não é nada disso, pequeno. Você é diferente porque boa mamade
é especial! Você, pobre diabo sem malícia e desconhecedor dos pertenceu.
deleites do coito, é o escolhido! — Eu v
Joselito perdeu a fala, perdeu o ar, perdeu a cor. Perdeu, Aldebar
simultaneamente, a fala, o ar e a cor. Joselito perdeu tudo. brancura clar
Depois, seu coração começou a bater como pandeiro de mulata — Entã
na hora do melhor da festa, quase triturando suas costelas E assim
mirradas sob a pele ressecada e de pouca carne. carruagem d
— E... E... Escolhido? e revelações.
— Sim, pequeno Joselito. Você tem grandes feitos a realizar,
e estou aqui para lhe conduzir a essa maravilhosa jornada.
— É o quê?
— Vou levá-lo para que cumpra seu destino. Para que
cumpra o destino do escolhido. Pois és os escolhido, e teu
destino é o destino do escolhido.
— E pra onde o moço vai levar eu?
— Oh, Joselito, pequeno virginal jamais ereto. Levar-te-ei
a conhecer o mundo! Pois tu és o escolhido, e escolha não tens.
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o. Levar-te-ei
lha não tens.
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mesmo?
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oragem que ínfima abertura foi suficiente para que seu mirrado corpinho se
a vegetação, espremesse até o interior da construção.
m pequenos Da mesma forma que a construção era majestosa vista do
la. lado de fora, seu interior parecia uma taberna suja e fedida a
urina nos confins de Tortuga. Joselito começou a andar pelo
hara enorme enorme recinto, que quase não tinha mobiliário e cujas paredes
espaço além- pareciam terem sido construídas por alguém sem mãos e sem
gar. Por um pés. Ao fim do inimaginavelmente extenso salão, uma larga
seus dejetos escada, de degraus que superavam a altura do menino Joselito.
o. Mas logo Ele correu até a escada. Para vencer o primeiro degrau, o
umprir uma pequeno precisou de três tentativas, saltando para se agarrar à
o frágil fio de pedra áspera que compunha a rústica escadaria. Dali para frente,
r completo e a prática o fez mais hábil, e não demorou para que chegasse ao
ado corre do fim daquela difícil escalada.
No pavimento superior, Joselito pôde ouvir a respiração
uidado para ruidosa do gigante malvado que repousava em paz. O coração
iam em seu martelou-lhe as costelas finas e o ar sumiu de seus pulmões. O
fortaleza era infante só não liberou o líquido dourado porque sua bexiga já
respiração já se esvaziara anteriormente.
mões fossem Mas o jovem casto não podia desistir agora. E, ao se lembrar
das dificuldades que passou espremido em uma pequena cabana
o, o infante com quase uma centena de pessoas, além do pai desfilando e
am tão altas cutucando os filhos com seu membro agigantado, a coragem
maçaneta se fluiu em seu espírito como esgoto em dia de enchente.
o casto, mas, Joselito inflou o peito e avançou em uma marcha digna dos
oselito notou grandes generais, seguindo confiante em direção ao leito do
rcebeu, com terrível e cruel Avlis Cela. A cada passo, o ronco que escapava
das enormes narinas do ditador aumentava, e a coragem que
rta, mas era acometeu o pequeno cabaço ia minguando. Contudo, sua
r momento determinação perdurou, e ele avançou até ficar a um palmo de
de minutos distância do grande homem muito grande.
foi capaz de Olhando o dono da fortaleza de perto, Joselito não o achou
. Contudo, a tão assustador quanto Aldebaran lhe fizera acreditar. Apesar de
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sua dimensão agigantada, Cela era franzino, de dedos finos e tossiu alto,
rosto angular. Os cabelos pretos eram curtos, e davam sinais Valesca em
de uma futura calvície, e um projeto de barba sujava o rosto de cabeça, respi
feição cansada, contudo jovem. força e corag
Vestia uma calça jeans ocultando as pernas de sabiá e uma O jovem
camisa preta com a inscrição “Calypso” sobre a figura de uma coragens, me
égua trotadora. Apesar da respiração sonora, entre roncos e que tal viage
suspiros, o corpo do malvado ditador quase não se movia.
O pequeno fitou a criatura por algum tempo, até que se Escuridã
lembrou que a tarefa deveria ser cumprida logo, e quanto mais O interio
esperasse, mais perigoso seria. Então, Joselito decidiu não pensar Joselito caiu
muito naquilo e partir para a ação. Esgueirou-se, bordeando o infantil. O lu
corpo imenso do enorme gigante grande. que emanav
Quando chegou próximo ao umbigo do desprezível levantou, em
monstro gigante de tamanho agigantado, o menino escorregou serem os pe
em uma secreção viscosa e com um cheiro que conhecia repulsa, mas
do bordel, mas não sabia sua origem. Para não cair, Joselito mais degrada
apoiou as mãos na barriga de Avlis, e logo o gigante se moveu Prenden
bruscamente. Contudo, o tirano não despertou, apenas lhe acometia
murmurou impropérios que a criança nunca ouvira, nem mesmo seu redor em
quando assistiu ao programa Hermes e Renato na TV do bordel. instaurado. A
O futuro Menino Dragão se recompôs, enxugou o suor enorme, e Jo
que abundava da testa suada e prosseguiu com seu avanço. o que viera b
No momento em que, enfim, chegou à barra da calça do dono Os minu
da Fortaleza, o pequeno estremeceu. Ao pensar que teria que membro ado
deflorar as ceroulas da criatura, lembranças antigas assaltaram- o pequeno p
lhe a memória; sofreu ao recordar de todas as vezes que seu pai mãos.
lhe castigara por acidentes causados pelo jeito desastrado de — Será
menino. Vavá lhe infligira punições degradantes, e o pequeno Joselito a
nunca esquecera todas as vezes que apanhara na cabeça por que, de fato
meio do instrumento petrificado e intumescido do pai. Excitado com
Os devaneios do pequeno infante se embaralharam e e agarrou-o
esvaneceram assim que o homem de proporções exageradas duas mãos e
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— Eu... É que...
sentindo os — Oh! Viestes roubar o Baú Sagrado das Tretas Milenares!
ando, enfim, O que significa que você é O Candidato.
nstro fazedor — Por favor, não me mate, oh grande ditador e perigoso
par de olhos gigante de sotaque cosmopolita.
zes do bordel — Matar? Estás perturbado, pequeno inseto humano?
Eu jamais mataria uma criatura tão inútil e indefesa quanto tu.
va felicidade Ainda mais sendo O Candidato.
mia como um — Candidato?
ro enrugado — Sim... Claro, claro. Devem ter dito O Escolhido. Mas
nário dentro dá na mesma. Você está tentando cumprir as 5 tarefas para se
te na bexiga tornar o Menino Dragão.
umedecendo — Como sabe disso? — o medo do Escolhido transmutou-
nutrido. se em curiosidade e espanto.
da fortaleza, — Faz tempo que não colocam O Baú entre as tarefas, mas
arado de sol não é a primeira vez.
— Então, se não vai me matar, posso levar O Baú?
oncatenar as — Claro, desde que me faça um pequeno favor.
tremedeira e — Favor?
se espalhava — Você só sabe perguntar, criança? Cale-se e ouça o que
nderem para preciso.
Joselito assentiu, aguardando calado e ansioso a fala de seu
polegar? gigantesco interlocutor.
— Pois bem. Eu vivo sozinho nessa fortaleza há incontáveis
iro de merda séculos. É raro receber visitas, então me sinto solitário. E um
macho tem suas necessidades, mesmo um quase deus como eu.
estava todo Vejo que é casto, não é mesmo, pequeno?
— Casto?
vasor? E por — Quanta ignorância. Vou explicar em termos que entenda.
Você jamais colocou sua manjubinha pra brincar no aquário de
fim, Joselito uma amiguinha.
O infante sacudiu a cabeça, negando veementemente
ntimidades? aquilo. Ainda que não tivesse entendido grande coisa.
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desferiu um golpe certeiro com sua nova cauda. O tronco partiu- virgens ninfo
se ao meio, e a copa desabou ruidosa sobre o solo, levantando E aquele
poeira e espalhando folhas ressequidas pelo ar. O menino
sorriu, pulou, bateu palmas como um cabeleireiro homossexual Quando
ao atender um cliente espadaúdo de dotes apetitosos. Aldebaran à
— Isso é incrível! — gritou o pequeno, que já não sentia janelas o peq
mais o orifício arder. Na verdade, tinha um novo orifício sob a escuridão.
cauda, escamoso e durinho, que podia ser usado para diversos A crianç
fins sem lhe infligir dor alguma. mirrado e a
— Que bom que gostou. Agora vamos entrar no veículo, densas que m
pois há um longo caminho pela frente. Ainda temos quatro Caminhou p
tarefas a cumprir, meu pequeno, e não há tempo a desperdiçar. tateando o so
Com um sorriso espontâneo e largo no rosto, Joselito pois alguns
enrolou seu novo membro ao redor da própria cintura e entrou que aparente
na carruagem, tão feliz quanto uma prostituta quando atende um — Ai! —
idoso sem sangue a bombear seu esquecido órgão reprodutor recém-forma
que só quer brincar com o par de seios redondos e gostosos da — Oh,
mulher trepadeira. Aldebaran.
— E para onde vamos agora, mestre? — indagou a criança, — Por q
alegremente e com uma expressão tão imbecil quanto a de um — Cheg
participante de um reality show apresentado por um jornalista — E nã
que acha que os participantes são inteligentes quando não são — Não!
inteligentes nem por decreto. pode nos en
— Agora, meu caro ex-cabaço, vamos visitar uma terra — Quem
onde o sol não bate e onde os passarinhos não piam. Vamos escuro que n
para o Mundo Sem Sol de Lano. — Não
— E qual será minha tarefa? Lá os rabos
— Tudo ao seu tempo, criança. Agora descanse para sua iluminam até
próxima tarefa, na hora certa saberá dos detalhes. voltar à carr
Tomado por uma esfuziante alegria infantil, Joselito apenas por aqui.
assentiu. Abraçou sua longa cauda como quem se agarra a Os dois
um pau de sebo cujo cume ostenta notas de 100 reais e logo na própria c
adormeceu como um homem que acaba de ser abusado por 70 plenamente
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carruagem, o mentor do futuro Menino Dragão cerrou as janelas mais que var
e acendeu um tímido lampião. Fez silêncio por alguns minutos, ventanias ve
enquanto o pequeno ex-virgem aguardava ansiosamente pelas leste do mun
explicações que ansiava. — Com
— Veja bem, pequena criança. Vou te contar tudo o que se parece! —
precisa saber, e espero que sua coragem não se esvaia após meu mais úmidos
relato. — Você
— Vou até o fim — afirmou o pequeno, como se fosse apontando p
grande coisa. não estava a
— Certo, então escute o que eu tenho a dizer, e não me qualquer tipo
interrompa ou sou capaz de fazer minhas necessidades nesse tomar todo o
seu rabo verde que não para de balançar. poderá acend
— Ok. — Com
— Lano é o último de uma dinastia muito antiga. Por as letras das
séculos viveu com seus irmãos do clã dos Kurumins da Tia chamado Joã
Carla. Contudo, aos poucos todos morreram, e apenas Lano — Eu ap
sobrou. Desde então, esta região, onde ele nasceu e sempre em linha reta
viveu, perdeu gradativamente toda e qualquer fonte de luz, alcançará a C
até se tornar escura como o orifício mais oculto no traseiro lamparina e s
de um gorila marchador. Com a perda da Família, Lano ficou — Com
amargurado, se tornando impiedoso e cruel. Para conservar sua — Bem,
juventude, se alimenta de viajantes incautos que, desavisados, o corpo de
atravessam por essas terras inférteis. churrasco be
“Mas Lano tem uma fraqueza: adora comer doce de chuchu. Eva não tin
Então, tudo o que deve fazer é persuadi-lo a lhe entregar sua abaixo dos o
espada de osso de lombo de smurf vermelho. Pegue isso — igualmente b
disse o homem, tirando um embrulho prateado do bolso. — É existem, deix
uma barra do mais puro e saboroso doce de chuchu de todo o mas que não
mundo. Mas não deixe que o Guerreiro de Petróleo lhe tome o pequeno des
doce sem antes ter a espada em mãos. Caso contrário, ele usará — E se
em ti a força dos círculos Kurumins, e nem mesmo se dispondo — Seja r
a ser sodomizado irá escapar da pujança viril de Lano.” lhe parta em
Joselito engoliu em seco, fitando o próprio rabo que tremia O peque
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rou as janelas mais que vara verde no vendaval do dia do vento na terra das
uns minutos, ventanias ventosas do outro lado do mundo a oeste do lado
amente pelas leste do mundo.
— Como vou encontrá-lo? Eu nem mesmo sei como ele
tudo o que se parece! — disse o menino, buscando coragem nos orifícios
aia após meu mais úmidos de sua intimidade espírito-emocional.
— Você deverá levar este lampião — disse Aldebaran,
mo se fosse apontando para o lampião acesso ao seu lado, mas que há pouco
não estava acesso, pois estava apagado, assim, não emitindo
er, e não me qualquer tipo de luz iluminadora que impedisse a escuridão de
idades nesse tomar todo o ambiente tornando-o escuro e sem luz. — Mas só
poderá acendê-lo quando alcançar a Clareira dos Quatro.
— Como? — Joselito entendeu tanto quanto você entende
antiga. Por as letras das músicas daquela banda liderada por um sujeito
mins da Tia chamado João e de sobrenome Gordo.
apenas Lano — Eu apontarei a direção, então andarás por 12 quilômetros
eu e sempre em linha reta, sem parar para descansar ou se alimentar. Só assim
onte de luz, alcançará a Clareira dos Quatro. Quando lá chegar, acenda a
o no traseiro lamparina e se aproxime confiante e cuidadoso de Lano.
, Lano ficou — Como saberei que é ele?
onservar sua — Bem, Lano é um ser bem peculiar. Não usa roupas, tem
desavisados, o corpo de músculos definidos e torneados, pele negra como
churrasco bem passado e não tem aquilo que Adão tinha mas
ce de chuchu. Eva não tinha. Seu nariz se resume a orifícios pequeninos
entregar sua abaixo dos olhos, que são brancos como a neve, onde pupilas
egue isso — igualmente brancas como a neve dão a impressão de que não
o bolso. — É existem, deixando ver apenas dois globos brancos como a neve,
hu de todo o mas que não são de neve, e podem te enxergar muito bem,
o lhe tome o pequeno descabaçado.
rio, ele usará — E se ele tentar me matar? Se Lano não quiser me ouvir?
se dispondo — Seja rápido e mencione o doce de chuchu antes que ele
no.” lhe parta em dois com suas espadas sagradas de osso cortante.
o que tremia O pequeno engoliu em seco, como se algo desprovido de
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Ai modeuso,
Manda logo aí de riba, um caminhão de ripa na cacunda dela
Tomara que ela pegue tifo, pela vida sifu, e que quebre a espinhela;
Ai modeuso,
Manda logo esse castigo, ela brigou comigo, e não mais me quer eu
Tomara que a negócia dela encha de pereba, pra não dar pr’outros
homem o que anteonte era meu.
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chegou, vou anatomia. Parecia um striper sem órgão mictor. Ficou por alguns
uantas vezes minutos admirando o corpo de Lano, que era anatomicamente
perfeito, e sentiu um calor agradável na pélvis e sentiu sua
de hora e a cauda enrijecer e aquecer. Quando libertou-se de seus lascivos
ça. O cheiro devaneios juvenis, fitou a espada objeto de sua empreitada.
s de morte e Temendo que o perigoso guerreiro despertasse de seu sono
romântico e febril, retirou a lâmina calciosa da bainha de couro
o, enquanto de javali hermafrodita e deu as costas para o sensual vilão
xo na cauda. adormecido, pondo-se a correr como um queniano mal nutrido
mbrou-se das em uma Maratona de São Silvestre.
Conseguira seu objetivo, e tudo o que queria era provar de
ele durma. sua nova recompensa.
e e, tentando
u na música
como pôde e
r tratar-se de
unda dela
re a espinhela;
ais me quer eu
o dar pr’outros
ais romântica
Apesar da
sivo poderia
vado.
se do corpo
notar em sua
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Joselito
uma área ilum
a escuridão d
que se aprox
a carroça e A
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cedo. O pequ
Cerca de trinta minutos se passaram até que a criança cobrindo seu
sentisse algo acontecer. Começou com uma formigação, mas era humana
dessa vez por quase todo o corpo, do pescoço aos pés e dos e deitar-se s
pés ao pescoço. Depois, a pele esquentou, esquentou muito, orando aos
até Joselito sentir o corpo queimar de dentro para fora. Sentia- normalment
se como uma tilápia atirada ainda viva no óleo quente. Parecia
que seus órgãos internos liquefaziam-se, como se cada partícula Joselito
daquele projeto de homúnculo se reduzisse a leite de magnésia a carapaça
fervido num fogão à lenha de cimento vermelho. comichões e
De repente, o menino esqueceu-se da dor lancinante que lhe a doer, já que
tomava ao observar pequenas erupções por todo o seu corpo. Mas, co
Viu sua pele encardida ganhar uma tonalidade esverdeada e as sonhos, ond
erupções se organizarem. Aos poucos, a temperatura corporal sobrevoava a
baixou, até o infante sentir-se frio como uma pedra. Quando o seu suntuoso
frenesi do processo findou-se, Joselito pôde apreciar a plenitude lamber suas
daquela transformação. de dragão fl
Toda sua pele, do pescoço para baixa, havia se travesseiros
metamorfoseado em uma couraça escamosa, de um verde pequenas e l
vibrante e escuro. Era a mesma textura que revestia sua cauda sol matutino
articulada. O menino nada disse, mas sentia-se feliz como pinto De repe
no lixo. Mas sua euforia se fez em desalento quando James sumirem, se
anunciou que a refeição seria servida, e todos se juntariam para desengonçad
degustar os restos mortais do tatu atropelado. destino obitu
Joselito tentou se sentar, mas parecia estar revestido por uma vezes, até qu
armadura sem articulações. Sem conseguir conter a frustração, num pequen
a criança pôs-se a chorar como uma presidente do fã-clube do seus pulmõe
Justin Bieber. Quando Aldebaran viu aquela cena, quis rir, mas Joselito
achou de bom tom não fazê-lo. — Aco
— Acalme-se, pequeno ex-cabaço. As primeiras horas são menino com
assim mesmo. A couraça tem que se adaptar ao corpo. Vai ter a outra.
que comer em pé. Depois da refeição, James o ajudará a se Joselito
deitar, pela manhã seus movimentos voltarão ao normal. afogando. A
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dato.
Na Toca do Coelho
Depois da aspiração do pó mágico, Aldebaran também
quedou entorpecido. Os dois, mentor e candidato, despertaram
inho, então praticamente juntos. O homem tinha a boca seca e os olhos
ex-cabaço. semi-selados por secreções oculares. Joselito, por sua vez,
s para dizer sentia-se revigorado. Já não lhe doía tanto o local da depilação
m seu corpo que quase lhe arrancou as hemorróidas ainda jovens.
m no mundo Desenrolando-se da cauda espessa que lhe envolvia o corpo
dracônico, o futuro Menino Dragão se espreguiçou, liberando
os gases estomacais comuns ao despertar matutino.
— Ainda não veio? — inquiriu o mentor.
— Não veio o quê? — respondeu perguntando o menino.
— A transformação, criança! Já passou da hora.
— Eu acabei de acordar.
— Bem, estamos quase chegando, espero que isso não
demore.
— E aonde vamos, agora?
— À toca!
— Que toca?
— A toca do Coelho Mago!
— E qual será minha tarefa com esse tal Coelho?
— Bem, acho que sua vida não correrá muito risco. O
Coelho Mago gosta de jogos e enigmas, provavelmente fará um
desafio de raciocínio... Pensando bem, talvez seja arriscado para
você. Mas tenha fé, pequeno infeliz, ore para os deuses e os
demônios para que consiga cumprir o desafio do Coelho.
— Duvido que seja pior do que passei com a Fada —
resmungou o garoto.
— O que disse?
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O fogo brilhante era refletido pelos globos oculares dracônicos, habitava sua
aquecendo corpo e alma. palavras sus
Porém, muito repentinamente, uma das árvores despencou, venerado Na
projetando um dos galhos na direção do Menino Dragão. O — Pai, n
fragmento ardia em chamas compridas e violentas e logo o fogo ... E mo
tomou também o corpo de Joselito. Foi tudo tão rápido que o
menino não teve tempo para evitar, logo o fogo consumia todo
o seu corpo. O dragão se debateu sobre o solo, chamando pela
mãe, pelos animais, pelos súditos. Mas ninguém apareceu.
A dor lhe consumia as entranhas e nem mesmo a grossa
e dura couraça era capaz de arrefecê-la. Aos poucos, Joselito
foi perdendo as forças, e os movimentos bruscos passaram
a ser débeis e tímidos. O fogo continuava torrando a carne,
carbonizando órgãos e derretendo as escamas. Contudo, agora
o Menino Dragão sentia frio, como se dormisse ao relento em
uma noite de inverno. O corpo ficou dormente, e logo parecia
não existir.
Joselito era apenas consciência.
Mas não por muito tempo, pois o fragmento de racionalidade
que restava foi se apagando como o resto do fogo que terminava
de carbonizar sua carcaça já sem nenhuma gota de vida.
Antes de perecer completamente, o menino lembrou-se
de tudo que vivera até ali. As aventuras, as tarefas; lembrou-se
também do bordel, das mulheres quase nuas e dos homens quase
eretos. Por último, recordou da família, de todos os irmãos que
agora se esquecera o número, da mãe sempre grávida, e do pai –
seu querido pai — a lustrar seu membro viril enquanto escutava
Amado Batista em seu velho rádio de pilha.
Agora que tudo chegava ao fim, começava a se arrepender
de ter abandonado os seus, pensou no quanto o pai devia
estar triste e percebeu que por trás da alegria de dragão, sentia
saudades de seu genitor. Sentia muita saudades.
Assim, Joselito reuniu o último sopro de vida que ainda
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acionalidade
ue terminava
vida.
lembrou-se
; lembrou-se
omens quase
s irmãos que
da, e do pai –
nto escutava
e arrepender
o pai devia
ragão, sentia
da que ainda
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