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Ponto nº 13 - Da prisão temporária

Quadro sinótico: 1. Previsão legal. 2. Conceito e


finalidade. 3. Cabimento. 4. Procedimento para decretação.
5. A apresentação do preso e outras providências. 6.
Recurso. 7. Prazos de custódia.

1. Previsão legal.

A prisão temporária, espécie do gênero prisão provisória (ou prisão


processual) foi criada no final do Governo Sarney, precisamente pela
Medida Provisória nº 111, de 24.11.89, posteriormente convertida na Lei nº
7.960, de 21 de dezembro de 1989.

Nestor Távora e Rosmar Antonni criticam a criação do instituto em


estudo originalmente por medida provisória:

“[...] A temporária está disciplinada na Lei 7.960/1989, que


substituiu a Medida Provisória nº 111/1989. Aí está a primeira mácula do
instituto. A temporária ingressou no ordenamento por iniciativa do
executivo, dissociada não só do fator relevância e urgência, essencial às
medidas provisórias, e o pior, institui-se restrição a um direito
fundamental – liberdade ambulatorial –, sem lei no sentido estrito, como
ato inerente ao Poder Legislativo. Em que pese a conversão posterior da
medida provisória na lei infante, é de se ressaltar que a mácula não se
convalida, e a inconstitucionalidade perpetua até os dias atuais, apesar de
os nossos tribunais não a reconhecerem, tendo o STF na ADIN 162/DF
rejeitado a liminar que poderia sepultar o instituto.” (TÁVORA, Nestor;
ANTONNI, Rosmar. Curso de Direito Processual Penal. 3. ed. Salvador
(BA): JusPodivm, 2009. p. 487).

Como se percebe, a tese dos autores é isolada.

Registre-se, ainda, que o artigo 1º da lei em tela apresenta redação


imprecisa, gerando interpretações divergentes quanto aos requisitos da
prisão temporária, como será exposto no item 3 do presente ponto.

2. Conceito e finalidade.
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2.1. Conceito. A prisão temporária pode ser conceituada como a


espécie de prisão provisória passível de decretação na fase de inquérito
policial, para proporcionar a apuração da verdade real nos casos de crimes
graves, quando a liberdade do investigado representar perigo ou prejuízo às
investigações.
Proporcionada nos crimes graves para evitar
prejuízos a investigação(IP).

Julio Fabbrini Mirabete apresentou o seguinte conceito de prisão


temporária:

“Trata-se de medida acauteladora, de restrição da liberdade de


locomoção, por tempo determinado, destinada a possibilitar as
investigações a respeito de crimes graves durante o inquérito policial”
(MIRABETE, Julio Fabbrini. Processo Penal. 18. ed. São Paulo: Atlas,
2006. p. 398). .é por tempo determinado.

2.2. A finalidade da prisão temporária é colaborar com as


investigações policiais, com vistas à apuração do fato criminoso e
respectiva autoria, assegurando, ainda, a aplicação da lei penal.
.finalidade – assegurar apuração de fato criminoso

Por outras palavras, a prisão temporária atende os interesses da


investigação policial, em relação a qual a liberdade do investigado
representa perigo.

Confira-se a seguinte lição de Antonio Alberto Machado:

“A finalidade da custódia temporária é tão-somente a de


proporcionar meios e condições necessários para a realização de algum
ato de investigação que não seria possível sem a detenção do indiciado.
Ou seja, somente se justifica a prisão temporária, segundo a própria lei, se
ela for absolutamente indispensável para a prática de alguma diligência
investigatória que ficaria prejudicada se o autor do crime estivesse solto.
.qdo apuração somente poderá se realizar com a
prisão do acusado

Para alguns autores, esse tipo de prisão provisória fora introduzido


em nossa processualística com o objetivo de legalizar as chamadas
‘prisões para averiguações’, ou seja, aquelas prisões momentâneas, sem
mandado judicial e sem flagrante, que a polícia realizava sobretudo nos
anos de autoritarismo do regime militar. Trata-se, sem dúvida nenhuma,
de medida polêmica, destinada a aumentar o poderio repressivo do
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Estado, por isso o seu viés talvez autoritário, cuja crítica faremos mais à
frente.”
(MACHADO, Antônio Alberto. Curso de Processo Penal. 2. ed. São
Paulo: Atlas, 2009. p. 527-528).
.prisão provisória = antiga prisão para averiguações

Por oportuno, Hélio Tornaghi tece as seguintes considerações sobre o


instituto na Itália:

“Na Itália, a permissão de reter (fermare) o investigado ‘em casos


excepcionais de necessidade e de urgência’ é concedida às ‘autoridades de
segurança pública’ pela própria Constituição (art. 13). Após firmar a
regra de que a restrição da liberdade só é admitida mercê de ato motivado
do poder judiciário, a Carta Magna daquele país permite às autoridades
de segurança tomar providências cautelares, entre as quais a do fermo,
isto é, da retenção do investigado. Nas quarenta e oito horas seguintes, a
Polícia pede ao judiciário a convalidação do ato. Observa Cordero
(Procedura penale, p. 33) que, sem essa permissão, haveria um
retardamento perigoso para os fins do processo, frustrando-se o objetivo
da medida. Daí a criação do contraste judicial a posteriori. .na italia é
medida cautelar ,confirmada em 48 horas pelo judiciario

O novo Codice de Procedura Penale, no art. 382, 2 e 3, a exemplo


do que já fazia o anterior no art. 238, disciplina o instituto.” (TORNAGHI,
Hélio. Curso de Processo Penal. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 1990. v. 2. p.
80).

3. Cabimento (requisitos - art.1º da lei em estudo)

Da análise do artigo 1º da Lei n° 7.960/89 é possível extrair os


requisitos necessários a decretação da prisão temporária, quais
sejam:

1º) A existência de inquérito policial ou investigação policial em curso.

A prisão temporária somente tem cabimento no curso do inquérito


policial, não podendo ser decretada na fase processual. Confira-se:
. so na fase policial(IP)
. ate a denuncia , momento que acaba investigação

“A prisão temporária não pode ser decretada ou mantida após o


recebimento da denúncia pelo juízo competente? Não. Isso porque, como
já dissemos, visa essa forma de custódia, primordialmente, a assegurar o
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êxito das investigações que antecedem ao ajuizamento da ação penal.


Trata-se, enfim, de prisão cuja finalidade é tutelar as investigações do
inquérito policial, consoante se extrai do art. 1º, I, da Lei 7.960/1989 no
que cumpriria a função de instrumentalidade, daí porque não se pode
pensar na sua aplicação quando já instaurada a ação penal. Nesse
sentido: ‘Uma vez recebida a denúncia não mais subsiste o decreto de
prisão temporária, que visa resguardar, tão-somente, a integridade das
investigações’ (STJ, HC 44.987/BA, 5ª Turma, DJ 13.03.2006).” (AVENA,
Norberto. Processo Penal Esquematizado. São Paulo: Método, 2009. p.
816).

Também não se concebe a decretação da prisão em estudo se não


estiver em curso uma investigação criminal. Nunca é demais lembrar que
nosso ordenamento jurídico não contempla a denominada “prisão para
averiguações”. . não se admite prisão provisória sem
investigação (prisão para averiguação)

2º) Que o crime investigado seja um dos previstos no rol do inciso III
do artigo 1º da lei.

E o crime investigado deve estar no rol do inciso III do artigo 1º da


lei. Assim, não pode ser decretada a prisão temporária em qualquer delito.
.é taxativo os casos admitidos..

O aludido rol é taxativo e não se admite ampliação. Assim, se o


crime não estiver previsto na enumeração do inciso III a prisão temporária
não poderá ser decretada. Confira-se o rol:

- Homicídio doloso (CP, art. 121, caput, e seu § 2º);


- Seqüestro ou cárcere privado (CP, art. 148, caput, e seus §§ 1º e
2º);
- Roubo (CP, art. 157, caput, e seus §§ 1º, 2º e 3º);
- Extorsão (CP, art. 158, caput, e seus §§ 1º e 2º);
- Extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1º, 2º e 3º);
- Estupro (CP, art. 213, caput, e sua c.c. art. 223, caput e parágrafo
único);
- Atentado violento ao pudor (CP, art. 214, caput, e sua c.c. art. 223,
caput e parágrafo único); Revogado.
- Epidemia com resultado morte (CP, art. 267 § 1º);
- Envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou
medicinal qualificado pela morte (CP, art. 270, caput, c.c. art. 285);
- Quadrilha ou bando (CP, art. 288);
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- Genocídio (Lei 2.889/1956, arts. 1º, 2º e 3º);


- Tráfico de drogas (art. 33 da Lei 11.343/2006);
- Crimes contra o sistema financeiro (Lei 7.492/86).

Percebe-se que o legislador destinou a medida excepcional de prisão


temporária para autores de crimes graves, e não qualquer infração penal.
.Rol de crimes graves = p.prov.

Importa registrar que a Lei nº 12.015/09 alterou os crimes contra os


costumes, com reflexos no rol acima. Contudo, o legislador não alterou a
Lei nº 7.960/89.

3º) Que a prisão se mostre imprescindível para as investigações do


inquérito ou que o indiciado não tenha residência fixa ou não indique
elementos para sua identificação (incisos I e II do artigo citado).

É preciso, ainda, que a prisão se apresente como indispensável para


as investigações policiais, ou que o investigado não tenha residência.
.Ser indispensável ou sem residência fixa = inciso III que
valida o I ,II

Assim é preciso identificar, no caso concreto, a incidência dos


incisos I e III ou II e III. Por outras palavras, não cabe a prisão temporária
se incidir no caso apenas uma das situações apontadas nos incisos,
isoladamente.

Esta é a posição de Damasio e de Tourinho. Ou seja, o requisito do


inciso III é indispensável, devendo ser com este conjugado o inciso I ou o
inciso II.

Confiram-se:

“É imprescindível que se trate de um dos crimes referidos no inc. III.


O rol é taxativo e não pode ser ampliado. Não é necessário, entretanto,
que as condições dos três incisos coexistam. Assim, sendo a medida
imprescindível para a investigação do crime (inc. I) e havendo fundadas
razões concretas da prática de um dos delitos mencionados (inc. III), não é
preciso que o autor não tenha residência fixa ou que não forneça
elementos de identificação pessoal (inc. II).” (JESUS, Damásio Evangelista
de. Código de Processo Penal Anotado. 21. ed. São Paulo: Saraiva, 2004. p.
684).
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“A doutrina e o direito pretoriano deixaram de lado a interpretação


gramatical do texto legal, e restringiram a medida odiosa apenas àqueles
crimes enumerados no inc. III supracitado. Em face dessa interpretação,
temos: 1) a prisão temporária deverá ficar contida no círculo restrito
daquelas infrações elencadas no inc. III do art. 1º do citado diploma; 2) o
Juiz somente poderá decretá-la, mercê de uma representação da
Autoridade Policial ou de um requerimento do Ministério Público, quando
houver fundadas razões pertinentes à autoria ou participação; 3) é preciso
se demonstre seja a medida imprescindível às investigações policiais, ou 4)
não tenha o indiciado residência fixa ou, ainda que possua domicílio certo,
não forneça elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade; 5)
a medida odiosa poderá ser decretada no máximo até 5 dias, prazo esse
prorrogável por mais 5, a não ser que se trate de crime hediondo, quando,
então, o prazo será de 30 com prorrogação por igual período, nos termos
do art. 2º, § 3º, da Lei 8.072/90.” (TOURINHO FILHO, Fernando da
Costa. Processo Penal. 30. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. v. 3. p. 501).
.interpretação:1) é restrito ao III, 2)representação
Autoridade ou requerimento MP,3)ser indispensável,4) sem
residência fixa ou identidade obscura,5) até 5 por mais 5
dias; se hediondo é 30 por mais 30 dias

Sobre os diferentes posicionamentos existentes, confira-se a lição de


Norberto Avena:

“A despeito da aparente objetividade do dispositivo citado, existem


divergências doutrinárias e jurisprudenciais sobre o cabimento da prisão
temporária. Assim:
......
1ª posição: Pode ser decretada desde que se faça
presente uma das três hipóteses mencionadas no art. 1º da
Lei 7.960/1989, indistintamente.

2ª posição: Se cabimento só é possível quando as


três situações mencionadas estiverem presentes,
cumulativamente.

3ª posição: Há a necessidade de coexistirem os


requisitos da preventiva para que seja ela decretada.

4ª posição: A prisão temporária é cabível apenas


quando se tratar de um dos crimes referidos no art. 1º, III, e
desde que concorra pelo menos uma das hipóteses citadas
nos incisos I e II, não se exigindo, outrossim, a coexistência
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dos requisitos da preventiva. Sustenta-se esta posição na


circunstância de que a prisão temporária é espécie de
prisão cautelar, e, como tal, exige para sua configuração a
existência dos requisitos de toda custódia cautelar, quais
sejam o fumus boni iuris e o periculum in mora. Trata-se
este do entendimento majoritário da doutrina e
jurisprudência.” (AVENA, Norberto. Processo Penal Esquematizado.
São Paulo: Método, 2009. p. 815).
.....
Segundo Antonio Alberto Machado:

“Num primeiro momento, entendeu-se que a prisão temporária


poderia ser decretada desde que se verificasse a ocorrência de apenas um
dos três pressupostos acima referidos. Ou seja, quando ela fosse
imprescindível para as investigações; ou nos casos de indiciado sem
residência fixa e que não fornecesse elementos para sua identificação,
pouco importando o tipo de crime por ele praticado; ou ainda nos crimes
elencados pelo art. 1º, III, da Lei nº 7.960/89.

Depois, ao argumento de que essa modalidade de prisão poderia ser


banalizada e imposta em qualquer caso, mesmo nas hipóteses de crimes
com pouca ou nenhuma gravidade, passou-se a entender que seria
necessário pelo menos dois requisitos para sua decretação. Assim, a
prisão temporária somente deve ser imposta para a apuração de um
daqueles crimes definidos na própria lei ou na Lei de Crimes Hediondos
juntamente com pelo menos um dos outros dois requisitos: (a) quando for
também imprescindível para as investigações; (b) ou nos casos em que o
investigado não tem residência fixa ou se recusa a fornecer elementos de
sua identificação.” (MACHADO, Antônio Alberto. Curso de Processo
Penal. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009. p. 530).
.P.P  há que ter mínimo junto com o roll ,outros dois
 ser indispensável ou sem residência/identificação
duvidosa.

4º) Representação da autoridade policial ou requerimento do


Ministério Público (art. 2º). Decisão judicial fundamentada.

Por fim, a prisão temporária só pode ser decretada pelo juiz se


houver representação da autoridade policial, ou requerimento do Ministério
Público.

Assim, não pode ser decretada de ofício pelo juiz de direito. É o que
se extrai do disposto no artigo 2º da Lei 7960/89.
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.Não sera decretada de oficio

De acordo com Eugênio Pacelli de Oliveira:

“A Lei 7.960/89 prevê que a prisão temporária, ao contrário da


prisão preventiva, dirige-se exclusivamente à tutela das investigações
policiais, daí porque não se pode pensar na sua aplicação quando já
instaurada a ação penal.

E porque se destina à proteção das investigações policiais, cujo


destinatário é o Ministério Público, o legislador lembrou-se de que a
nossa ordem constitucional de 1988 impõe um modelo processual de
feições acusatórias, na qual não se reserva ao magistrado o papel de
acusador e muito menos de investigador. Assim, corretamente, não
contemplou a possibilidade de decretação ex officio da prisão temporária,
somente permitindo-a ‘em face da representação da autoridade policial ou
de requerimento do Ministério Público’ (art. 2º).” (OLIVEIRA, Eugênio
Pacelli de. Curso de Processo Penal. 11. ed. Rio de Janeiro, Lumen Juris,
2009. p. 462).
.não pode ser de oficio a pp pois o destinatário é o MP
( IP)e não o juiz na fase de investigação.

Observações:

1ª Jurisprudência: Há corrente jurisprudencial no sentido de só ser


admitida a prisão temporária nos crimes previstos no inciso III e quando
houver real necessidade. STJ e outros.
.PP só admitida c/ Real necessidade + III

2ª Para Vicente Greco Filho deve, necessariamente, haver a combinação


dos três incisos, mais as hipóteses ensejadoras da prisão preventiva,
elencadas no artigo 312 do Código de Processo Penal. Assim:
.PP=real +III = 312

“[...]
Essas hipóteses parecem ser puramente alternativas e destituídas de
qualquer requisito. Todavia assim não podem ser interpretadas. Apesar de
instituírem uma presunção de necessidade da prisão, não teria cabimento
a sua decretação se a situação demonstrasse cabalmente o contrário. É
preciso, pois, combiná-las entre si e combiná-las com as hipóteses de
prisão preventiva, ainda que em sentido inverso, somente para excluir a
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decretação. Por exemplo, não teria cabimento que toda vez que o
indiciado não tivesse residência fixa ou que não fornecesse elementos
necessários ao esclarecimento de sua identidade a prisão fosse
automaticamente decretada. Pode ser decretada, mas sê-lo-á se for
imprescindível às investigações do inquérito ou necessária à ordem
pública ou à aplicação da lei penal.
.;há que combinar o caso concreto com os Incisos e
vice-versa

[...]
Aliás, a idéia da prisão temporária é exatamente a utilidade para as
investigações e a necessidade, imposta pela ordem pública, de imediata e
eficaz reação social ã prática de crimes repulsivos. Se inexistem essas
situações não há razão de sua decretação.

.PP tem que ser útil+ necessária reação social

A prisão processual obrigatória, além de incompatível com os


princípios do processo penal moderno, é inviável na prática e acabaria
ficando desmoralizada.

Assim se há fundada suspeita de autoria ou participação em um dos


crimes relacionados no inc. III, a prisão pode ser decretada porque se
presume a sua necessidade, mas não o será se não tiver nenhuma utilidade
para as investigações ou interesse de ordem pública. Pode-se dizer que a
prisão temporária é uma antecipação da prisão preventiva; tem requisitos
menos rigorosos que ela, mas não será decretada se manifestamente não
se decretaria aquela.” (GRECO FILHO, Vicente. Manual de Processo
Penal. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 1998. p. 272-273).
.assim o III tem que ser respaldado pela necessidade e
ordem publica

3ª O “periculum in mora” (ou “libertatis”) estaria em uma das situações


dos incisos I e II. É dizer, a prisão temporária seria “imprescindível para
as investigações do inquérito policial” (inciso I), ou imperiosa diante da
circunstância do indiciado não ter residência ou, tendo, não fornecer
elementos para sua identificação (inciso II).
.periculum im mora(PP) = I -> real necessidade
II - > falta
residência/indentificação
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4ª O “fumus boni juris”, de outra parte, está contido no requisito do inciso


III, que só permite a decretação da prisão temporária “quando houver
fundadas razões,..., de autoria ou participação do indiciado...” nos crimes
que especifica.
.fumus boni juris(PP) =III -> razões de autoria

Aliás, os demais incisos, implicitamente, tratam da fumaça do bom


direito, que no campo penal nada mais é do que os indícios de autoria e
prova da materialidade. Com efeito, o inciso I encerra o termo “inquérito
policial”, ao passo que o inciso II fala em “indiciado”. Ora, como sabido e
ressabido, a instauração do inquérito pressupõe a ocorrência de uma
infração penal, e só há indiciamento quando as provas apontar para a
pessoa como, no mínimo, a provável autora do delito.

4. Procedimento para decretação

Para a decretação da prisão temporária deverá ser observado o


seguinte procedimento:

4.1. Representação do Delegado de Polícia ou requerimento do


Ministério Público. Endereçamento.

Como analisado no item anterior poderá a Autoridade Policial, por


meio de representação, ou o Promotor de Justiça, através de requerimento,
buscar a decretação da prisão temporária.

O pedido, juntamente com o inquérito policial ou cópias das


diligências realizadas, será, evidentemente, endereçado e encaminhado ao
Juiz de Direito, única autoridade competente para decretar a prisão em
estudo.
.pedido = ip + deligencias

Vale reiterar que o Juiz de Direito não pode, de ofício, decretar a


prisão temporária. A representação da autoridade policial ou o
requerimento do Promotor de Justiça constitui requisito da medida.
.juiz de oficio não pode PP

4.2. Oitiva do Ministério Público

Nos termos do art.2, §1, “Na hipótese de representação da


autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.”
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A não oitiva do MP, contudo, não invalida a prisão decretada pelo


juiz, resumindo-se em mera irregularidade.
.Qdo PP é do delegado o juiz ouve o MP , a falta é
mera irregularidade

4.3. Despacho fundamentado.

Recebido o pedido, caberá ao Juiz decretar ou não a prisão


temporária, devendo decidir no prazo de 24 horas, contados do recebimento
dos autos (art.2,§2). O prazo, na realidade, é fixado para a hipótese de
decretação da prisão.

A decisão deve ser fundamentada (art.2, §2).


. decisão em 24 horas e fundamentada(juiz)

5. A apresentação do preso e outras providências.

Se decretar a prisão, poderá o Juiz, “[...] de ofício, ou a


requerimento do Ministério Público e do Advogado, determinar que o
preso lhe seja apresentado, solicitar informações e esclarecimentos da
autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo de delito” (art.2, §3).

. se (+) juiz/MP = esclarecimentos do preso +


autoridade + corpo de delito

Decretada a prisão, “expedir-se-á mandado de prisão, em duas vias,


uma das quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa”.
(art.2, §4).

Por razões óbvias, a prisão somente poderá ser efetuada após a


expedição de mandado judicial (art.2, §5).

“Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos


direitos previstos no art.5 da Constituição Federal.” (art.2, §6).
.se (+)PP= ao preso =copia mandato + informar seu
direitos

6. Recurso

Se a prisão temporária for decretada, não caberá qualquer recurso por


parte do preso. Admite-se, porém, o “habeas corpus” se for constatada
coação ilegal.
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Não sendo decretada a prisão, poderá o Promotor de Justiça interpor


recurso em sentido estrito, por analogia à hipótese do inciso V, do art.581.
(RJDTACRIM-SP 11/227).
.recursos  Preso(HC) e MP(recurso em sentido
estrito)

7. Prazos de custódia

7.1. Regra geral. A prisão somente poderá ser decretada por 5


(cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e
comprovada necessidade.

Só poderá haver prorrogação uma única vez, exigindo-se nova e


fundamentada decisão judicial.

. 5 dias ,por mais 5 (uma vez só)

7.2. Exceção. Tratando-se de crimes previstos na Lei 8.072/90


(=crimes hediondos e outros), o prazo da prisão será de 30 (trinta) dias,
podendo ser prorrogado por igual período. (art.2, §4º, da Lei 8.072/90).

.30 dias, por mais 30(única vez)


Observações:

1ª Vencido o prazo da custódia, o preso deverá ser colocado em


liberdade, independentemente de ordem escrita da autoridade judicial,
salvo se já tiver sido decretada a sua prisão preventiva (art. 2°, §7).

. acabou o prazo= imediatamente em liberdade(abuso de


autoridade) salvo p.preventiva,

O não cumprimento da providência supra implicará em crime de


abuso de autoridade (art.4º, letra “i”, da Lei nº 4.898/65, acrescido pela lei
da prisão temporária).

2ª A prorrogação da prisão temporária deve ser provocada, não


podendo o magistrado determiná-la de ofício, assim como ocorre em
relação à sua decretação. Esse é o entendimento majoritário, todavia,
havendo aqueles que defendem a possibilidade de sua prorrogação ex
officio.
.prorrogação não é de oficio
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3ª “Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente,


separados dos demais detentos” (art.3°).
. sela separada

4ª O prazo da prisão temporária não interfere no prazo da conclusão do


inquérito policial.
.prazo diferentes do IP e da PP

No que tange aos reflexos do prazo de prisão temporária em relação


ao término da instrução, se incluso ou não no prazo para o término do
procedimento criminal, confira-se o posicionamento de Pacelli:
“[...]
A nosso aviso, a resposta negativa se impõe. Com efeito, a prisão
temporária somente se justifica para determinados crimes, mais
gravemente apenados, a demonstrar maior complexidade na apuração e
individualização das condutas e dos fatos. É por isso que o art. 2º, § 7º, da
Lei 7.960/89, estabelece que, decorrido o prazo de cinco dias de detenção,
o preso deverá ser posto imediatamente em liberdade, salvo se já tiver sido
decretada sua prisão preventiva.

Com isso, o prazo para encerramento do inquérito, de dez dias


estando preso o acusado (e de 15 dias, prorrogáveis, na Justiça Federal),
somente teria início a partir da decretação da preventiva, não incluindo,
portanto, o prazo da prisão temporária.

Se não fosse assim, uma vez decretada a prisão temporária e


encerrado o seu prazo, de cinco dias, acrescidos da prorrogação, teria
início a contagem daquele (prazo) para oferecimento da denúncia. Ora,
por semelhante raciocínio, o tratamento então destinado a crimes mais
graves seria idêntico àquele reservado à generalidade dos delitos (art. 10
c/c art. 46, ambos do CPP).” (OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de
Processo Penal. 11. ed. Rio de Janeiro, Lumen Juris, 2009. p. 464-465).

.p.provisoria não interfere no prazo do IP , mas assim que


virar p.preventiva é inicial para o encerramento do IP

Confira-se, ainda, a crítica tecida por MACHADO, Antônio Alberto.


Curso de Processo Penal. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009. p. 534-535.
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ANEXOS

LEI Nº 7.960, DE 21 DE DEZEMBRO DE 1989.

Dispõe sobre prisão temporária.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei:

Art. 1° Caberá prisão temporária:

I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;

II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao
esclarecimento de sua identidade;

III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação
penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:

a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);

b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);

c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);

d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);

e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);

f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);

g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e
parágrafo único);

h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único);

i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);

j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela


morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);

l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;

m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de sua


formas típicas;

n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976);

o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986).

Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade
policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável
por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.
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§ 1° Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o


Ministério Público.

§ 2° O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado e prolatado dentro
do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a partir do recebimento da representação ou do
requerimento.

§ 3° O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público e do Advogado,


determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações e esclarecimentos da
autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo de delito.

§ 4° Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em duas vias, uma das
quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa.

§ 5° A prisão somente poderá ser executada depois da expedição de mandado judicial.

§ 6° Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos previstos no art. 5°
da Constituição Federal.

§ 7° Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso deverá ser posto imediatamente em
liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisão preventiva.

Art. 3° Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente, separados dos demais


detentos.

Art. 4° O art. 4° da Lei n° 4.898, de 9 de dezembro de 1965, fica acrescido da alínea i, com a
seguinte redação:

"Art. 4° ...............................................................

i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando


de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade;"

Art. 5° Em todas as comarcas e seções judiciárias haverá um plantão permanente de vinte e


quatro horas do Poder Judiciário e do Ministério Público para apreciação dos pedidos de prisão
temporária.

Art. 6° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 21 de dezembro de 1989; 168° da Independência e 101° da República.


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LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990.

Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do


art. 5º, inciso XLIII, da Constituição Federal, e
determina outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte lei:

...

Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas


afins e o terrorismo são insuscetíveis de:

I - anistia, graça e indulto;

II - fiança e liberdade provisória.


§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida integralmente em regime
fechado.
§ 2º Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu
poderá apelar em liberdade.
§ 3º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989,
nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de trinta dias, prorrogável por igual período em
caso de extrema e comprovada necessidade.

II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime
fechado. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo,
dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5
(três quintos), se reincidente. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu


poderá apelar em liberdade. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de


1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por
igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. (Incluído pela Lei nº
11.464, de 2007).

......

Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da República.

FERNANDOCOLLOR
Bernardo

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