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RBRH – Revista Brasileira de Recursos Hídricos (aceito)

Gerenciamento da Drenagem Urbana


Carlos E. M. Tucci
Instituto de Pesquisas Hidráulicas
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Av. Bento Gonçalves, 9500 PORTO ALEGRE, RS Tucci@if.ufrgs.br

RESUMO: O desenvolvimento urbano brasileiro tem produzindo um impacto significativo na infra-


estrutura de recursos hídricos. Um dos principais impactos tem ocorrido na drenagem urbana, na forma de
aumento da freqüência e magnitude das inundações e deterioração ambiental.
Para o controle deste impacto é necessário desenvolver uma série de ações ordenadas de forma a buscar
equilibrar o desenvolvimento com as condições ambientais das cidades. Este mecanismo é o Plano Diretor de
Drenagem integrado com os outros planos de esgotamento sanitário, resíduo sólido e principalmente o de
desenvolvimento urbano.
Neste artigo são apresentados os elementos básicos para a política do Plano Diretor de Drenagem e a sua
compatibilidade dentro da realidade brasileira, destacando-se: princípios básicos de controle; estrutura do
Plano, estratégias, interfaces com os outros planos e mecanismos de financiamento.
Estes elementos foram apresentados para o Plano da cidade de Porto Alegre, concluída a sua primeira eta-
pa e como propostas para os Planos da Região Metropolitana de Curitiba e Belo Horizonte.

IMPACTOS DO DESENVOLVIMENTO nas RM (Regiões Metropolitanas) estão se


URBANO BRASILEIRO reproduzindo nestas cidades de médio porte.

O crescimento da população urbana Tabela 1 Crescimento da população brasileira


tem sido acelerado nas últimas décadas no e a taxa de urbanização (IBGE, 1998)
Brasil (tabela 1). Este crescimento gerou Ano População Parcela da popula-
grandes metrópoles na capital de cada Estado Milhões de ção urbana
brasileiro. Estas regiões metropolitanas pos- habitantes %
suem um núcleo principal e várias cidades 1970 93,1 55,9
circunvizinhas, resultado da expansão deste 1980 118,0 68,2
crescimento. 1991 146,8 75,6
A tendência dos últimos anos tem sido 1996 157,1 78,4
a seguinte: (a) redução das taxas de cresci- 20001 169,0 81,1
mento populacional do país; (b) taxa pequena 1 – valor recente publicado pelo IBGE
de crescimento na cidade núcleo da região
metropolitana (RM) (tabela 2) e aumento da Este crescimento urbano tem sido caracte-
taxa de crescimento na sua periferia; e (c) rizado por expansão irregular de periferia
aumento da população em cidades que são com pouca obediência da regulamentação
pólos regionais de crescimento. urbana relacionada com o Plano Diretor e
Cidades acima de 1 milhão crescem a normas específicas de loteamentos, além da
uma taxa média de 0,9 % anual, enquanto os ocupação irregular de áreas publicas por
núcleos regionais como cidades entre 100 e população de baixa renda. Esta tendência
500 mil, crescem a taxa de 4,8%. Portanto, dificulta o ordenamento das ações não-
todos os processos inadequados de urbaniza- estruturais do controle ambiental urbano.
ção e impacto ambiental que se observaram Um dos graves problemas neste pro-
cesso de desenvolvimento urbano resulta da
expansão, geralmente irregular, que ocorre lação de baixa renda por convite dos pro-
sobre as áreas de mananciais de abasteci- prietários, como um meio de negociar com
mento humano, comprometendo a sustenta- o poder público.
bilidade hídrica das cidades
Observa-se assim uma cidade legal e uma
Tabela 2 População e Crescimento de algu- cidade ilegal que necessita de ordenamento,
mas cidades brasileiras (IBGE, 1998) controle e de políticas mais realistas quanto
Cidade Popula- Aumento Aumento às áreas de mananciais e de riscos de inunda-
ção em do núcleo da perife- ção.
1996 entre 91 e ria entre
Mi- 96 91 e 96 IMPACTOS DO GERENCIAMENTO DA
lhões % % ÁGUA NO MEIO URBANO
S. Paulo 16,667 2 16,3
R. deJaneiro 10,532 1,3 7,1 Limitações dos serviços de saneamento
B. Horizonte 3,829 3,5 20,9
P. Alegre 3,292 2,0 9,4 O acesso à água e ao saneamento reduz,
Recife 3,258 3,7 7,4 em média, 55% da mortalidade infantil (WRI,
Salvador 2,776 6,6 18,1 1992). O desenvolvimento adequado da in-
Fortaleza 2,639 11,1 14,7 fra-estrutura de abastecimento e saneamento
Curitiba 2,349 12,3 28,2 é essencial para um adequado desenvolvi-
Belém 1,629 -8,1 157,9 mento urbano. O abastecimento de água no
Brasil tem evoluído satisfatoriamente nos
últimos anos (tabela 4). Os problemas resi-
Algumas das causas são as seguintes:
dem principalmente na falta de coleta e tra-
tamento dos esgotos cloacais, como na maio-
• pequena renda econômica de parte im-
ria dos países em desenvolvimento.
portante da sociedade, agravada nos perí-
Wright (1997) avaliou os procedimentos
odos de crise econômica e desemprego si-
utilizados em países em desenvolvimento
gnificativo;
para abastecimento de água e saneamento e
• falta de planejamento e investimento pú-
suas principais conclusões foram:
blico no direcionamento da expansão ur-
bana: Como o preço da infra-estrutura
• O planejamento e a construção do siste-
exigida para o lote é inferior ou próximo
mas são baseadas em práticas de países
do valor de mercado do próprio lote (em-
desenvolvidos que não consideram as re-
preendimentos de baixa renda), a mesma
ais necessidades locais, resultando em
não é realizada ficando para o poder pú-
investimentos com baixo retorno. Por
blico o ônus da regularização e imple-
exemplo, em Acra, Ghana, após 20 anos
mentação futura da infra-estrutura;
apenas 130 ligações foram realizadas ao
• medidas restritivas incompatíveis com a
sistema de esgoto, previsto para 2000 li-
realidade brasileira. A proteção de ma-
gações.
nanciais gerou legislações restritivas que
• Falta de gerenciamento: dificuldades em
condicionaram a desobediência. Estas leis
financiamento, pouco contato com os cli-
impedem o uso das áreas de mananciais
entes e centralização;
sem que o poder público compre a propri-
• Grandes projetos: projetos com grandes
edade. O proprietário é penalizado por
possuir esta área, já que na maioria das custos no qual o pagamento dificilmente
pode ser realizado pela população pobre;
vezes deve continuar pagando imposto e
ainda preservar a área quase intacta. A • Desempenho ruim da operação e manu-
desobediência acaba ocorrendo devido ao tenção dos sistemas
aumento do valor econômico das áreas
circunvizinhas. Observou-se em algumas O referido autor sugere a ampliação de
cidades a invasão destas áreas por popu- opções quanto a tecnologias, avaliação do
desejo dos consumidores quanto ao paga-
mento dos serviços e necessidades; melhoria penas previstas para a poluição gerada?
da eficiência da cobertura com menor custo, Será novamente a população?
inovações institucionais e financeiras, educa- • Existe atualmente um impasse sobre a
ção em diferentes níveis e participação públi- concessão dos serviços de água e esgoto
ca. que tem imobilizado o financiamento e a
O desenvolvimento da cidade tem sido privatização do setor. A constituição fede-
realizado com baixa cobertura de redes de ral previu que a concessão dos serviços de
coleta de esgoto, além da quase total falta de água e esgoto pertence aos municípios,
tratamento de esgoto. Inicialmente, quando a enquanto que as empresas de água e sa-
cidade tem pequena densidade, é geralmente neamento geralmente são estaduais.
utilizada a fossa séptica para disposição do Como as mesmas não detêm a concessão o
esgoto. A medida que a cidade cresce e o seu valor econômico fica reduzido no
poder público não investe no sistema, a saída mercado de privatização. Recentemente o
do esgoto das propriedades são ligadas a governo federal noticiou o envio de pro-
rede de esgotamento pluvial sem nenhum jeto de lei ao Congresso Nacional sobre a
tratamento. Este escoamento converge para matéria, reacendendo a polêmica que de-
os rios urbanos e o sistema fluvial de jusante corre de enormes conflitos de interesse.
gerando os conhecidos impactos na qualida-
de da água. Doenças de Veiculação hídrica
Nos últimos anos, as empresas de sanea-
mento têm investido em redes de coleta de As doenças de veiculação hídrica podem
esgoto e estações de tratamento, mas a par- ocorrer devido: (a) a falta de água segura de
cela do volume gerado pelas cidades que abastecimento da população, que envolve o
efetivamente é tratado antes de chegar ao rio abastecimento de água. Neste caso a diarréia
é ainda muito pequena. Algumas das ques- é a doença mais freqüente (veja tabela 3); (b)
tões são as seguintes: as doenças que dependem da higiene das
pessoas, relacionado com a sua educação; (c)
• Quando as redes de esgoto são imple- as doenças relacionadas com o ambiente e a
mentadas ou projetadas não tem sido pre- disposição da água, como a malária, dengue
vista a ligação da saída das habitações ou e esquistossomose, entre outros; (d) doenças
condomínios às redes. Desta forma as re- relacionadas com as inundações como a lep-
des não coletam o esgoto projetado e as tospirose, que é a contaminação da urina do
estações não recebem o esgoto para o qual rato na água de inundação.
têm a capacidade. Neste caso, ou o projeto Na tabela 3 são apresentados valores de
foi elaborado de forma inadequada ou não mortalidade do Brasil em dois períodos e por
foi executado como deveria. Como o es- faixa etária. Na tabela 4 são apresentadas as
goto continua escoando pelo sistema plu- alterações dos serviços de água e esgoto,
vial para os rios, o impacto ambiental mostrando a correspondência de redução dos
continua alto. A conclusão é que os inves- indicadores com o aumento da cobertura dos
timentos públicos são realizados de forma serviços, apesar do aumento da população no
inadequada, atendendo apenas as empre- período. Observa-se na tabela 4 que a cober-
sas de engenharia (obras) e não a socie- tura aumenta com a classe de renda da po-
dade que aporta os recursos; pulação, um indicativo que a população mais
• Como uma parte importante das empresas pobre possui um índice de cobertura ainda
de saneamento cobra pelo serviço de co- menor que a média do país.
leta e tratamento, mesmo sem que o tra-
tamento seja realizado, qual será o interes- Impactos devido ao resíduos sólidos
se das mesmas em completar a cobertura
de coleta e tratamento do esgoto? No desenvolvimento urbano são observa-
• Quando for implementado o sistema de dos alguns estágios distintos da produção de
cobrança pela poluição quem irá pagar as material sólido na drenagem urbana, que são
os seguintes:
de algumas áreas de construção ou sem
Tabela 3 Mortalidade devido a doenças de cobertura consolidada.
veiculação hídrica no Brasil (Mota e Rezende,
1999) Neste último caso, os sólidos totais que
Idade Infecção Outras(*) chegam a drenagem são devido ao seguinte:
Intestinal
1981 1989 1981 1989 • Freqüência e cobertura da coleta de
< 1 ano 28.606 13.508 87 19 lixo;
1 e 14 3.908 1.963 44 21 • Freqüência da limpeza das ruas;
anos • Forma de disposição do lixo pela po-
> 14 anos 2.439 3.330 793 608 pulação;
*cólera, febre tifóide, poliomielite, dissentiria, • Freqüência da precipitação.
esquistossomose, etc
A produção de lixo coletada no Brasil é
Tabela 4 Proporção da cobertura de serviços, da ordem de 0,5 a 0,8 kg/pessoa/dia, mas
por grupos de renda do Brasil em % (Mota e não existem informações sobre a quantidade de
Rezende, 1999) lixo que fica retida na drenagem. Mesmo a nível
Domicí- Água Coleta Tratamento internacional as informações são reduzidas.
lios tratada de esgoto de Esgoto Em San José, Califórnia o lixo que chega na
SM drenagem foi estimado em 4 lb /pessoa/ano.
1981 1989 1981 1989 1981 1989 Após a limpeza das ruas resultam 1,8
0 -2 59,3 76,0 15 24,2 0,6 4,7 lb/pessoa/ano na rede (Larger et al, 1977).
2–5 76,3 87,8 29,7 39,7 1,3 8,2 Para o Brasil este volume deve ser maior,
>5 90,7 95,2 54,8 61,2 2,5 13,1 considerando que muitas vezes a drenagem é
Todos 78,4 89,4 36,7 47,8 1,6 10,1 utilizada como destino final de resíduos sóli-
SM = salário mínimo dos.
Na última década houve um visível in-
• No estágio inicial quando ocorre modifica- cremento de lixo urbano devido as embala-
ção da cobertura da bacia pela retirada da gens plásticas que possuem baixa reciclagem.
sua proteção natural, o solo fica desprote- Os rios e todo o sistema de drenagem ficam
gido e a erosão aumenta no período chu- cheios de garrafas tipo pet, além das embala-
voso, aumentando também a produção de gens de plásticos de todo o tipo.
sedimentos. Exemplos desta situação são:
enquanto um loteamento é implementado Impactos devido ao escoamento pluvial
o solo fica desprotegido; da mesma forma
na construção de grandes áreas ou quan- O escoamento pluvial pode produzir
do o loteamento os lotes são construídos inundações e impactos nas áreas urbanas
ocorre também grande movimentação de devido a dois processos, que ocorrem isola-
terra, que é transportada pelo escoamento damente ou combinados:
superficial. Nesta fase existe predominân-
cia do sedimentos e pequena produção de • Inundações de áreas ribeirinhas: os rios
lixo; geralmente possuem dois leitos, o leito
• No estágio intermediário: parte da popula- menor onde a água escoa na maioria do
ção está estabelecida, ainda existe impor- tempo e o leito maior, que é inundado
tante movimentação de terra devido a no- com risco geralmente entre 1,5 e 2 anos
vas construções e a produção de lixo da (Tucci e Genz, 1994, obtiveram um valor
população se soma ao processo de produ- médio de 1,87 anos para os rios do Alto
ção de sedimentos. Paraguai). O impacto devido a inundação
• No estágio final: nesta fase praticamente ocorre quando a população ocupa o leito
todas as superfícies urbanas estão conso- maior do rio, ficando sujeita a inundação;
lidadas e apenas resulta produção de lixo
urbano, com menor parcela de sedimentos
• Inundações devido à urbanização: as en- pública para gastar. Como a maioria das
chentes aumentam a sua freqüência e soluções sustentáveis passam por medidas
magnitude devido a impermeabilização não-estruturais que envolvem restrições a
ocupação do solo e a construção da rede população, dificilmente um prefeito buscará
de condutos pluviais. O desenvolvimento este tipo de solução porque geralmente a
urbano pode também produzir obstruções população espera por uma obra. Enquanto
ao escoamento, como aterros e pontes, que, para implementar as medidas não-
drenagens inadequadas e obstruções ao estruturais, ele teria que interferir em interes-
escoamento junto a condutos e assorea- ses de proprietários de áreas de risco, que
mento. politicamente é complexo a nível local.
Para buscar modificar este cenário é ne-
Inundações ribeirinhas: Estas enchentes cessário um programa a nível estadual volta-
ocorrem, principalmente, pelo processo natu- do à educação da população, além de atuação
ral no qual o rio escoa pelo seu leito maior. junto aos bancos que financiam obras em
Este tipo de enchente é decorrência de processo áreas de risco.
natural do ciclo hidrológico. Quando a popula-
ção ocupação o leito maior, que são áreas de Inundações devido a urbanização: A medida
risco, os impactos são freqüentes. Essas con- que a cidade se urbaniza, em geral, ocorrem
dições ocorrem, em geral, devido às seguintes os seguintes impactos:
ações:
• aumento das vazões máximas (em até 7
• como, no Plano Diretor Urbano da quase vezes, figura 2) e da sua freqüência (figu-
totalidade das cidades brasileiras, não ras 1 e 2) devido ao aumento da capacida-
existe nenhuma restrição quanto ao lote- de de escoamento através de condutos e
amento de áreas de risco de inundação, a canais e impermeabilização das superfí-
seqüência de anos sem enchentes é razão cies;
suficiente para que empresários loteiem
áreas inadequadas; 3000 25
população
• invasão de áreas ribeirinhas, que perten-

inundação
inundações 20
cem ao poder público, pela população de 2000
baixa renda; 15
• ocupação de áreas de médio risco, que são
10
atingidas com freqüência menor, mas que 1000
quando o são, sofrem prejuízos significa- 5
tivos.
0 0
Os principais impactos sobre a população 1920 1940 1960 1980 2000 2020 2040
são:
anos
• prejuízos de perdas materiais e humanas;
• interrupção da atividade econômica das Figura 1 Evolução urbana e ocorrência de
áreas inundadas; inundações (adaptado de Ramos, 1998)
• contaminação por doenças de veiculação
hídrica como leptospirose, cólera, entre • aumento da produção de sedimentos
outras; devido à desproteção das superfícies e à
• contaminação da água pela inundação de produção de resíduos sólidos (lixo);
depósitos de material tóxico, estações de • e a deterioração da qualidade da água
tratamentos entre outros.. superficial e subterrânea, devido a lava-
gem das ruas, transporte de material sóli-
O gerenciamento atual não incentiva a do e às ligações clandestinas de esgoto
prevenção destes problemas, já que a medida cloacal e pluvial e contaminação de aqüí-
que ocorre a inundação o município declara feros;
calamidade pública e recebe recursos a fundo
perdido e não necessita realizar concorrência
radiação térmica de volta para o ambiente,
gerando o calor. O aumento de temperatura
também cria condições de movimento de ar
ascendente que pode gerar aumento de pre-
cipitação. Silveira (1999) mostra que a parte
central de Porto Alegre apresenta maior índi-
ce pluviométrico que a sua periferia, atribu-
indo essa tendência à urbanização. Como na
área urbana as precipitações críticas são as
mais intensas e com baixa duração, estas
condições contribuem para agravar as en-
chentes urbanas.

Aumento de Sedimentos e Material Sólido:


As principais conseqüências ambientais da
produção de sedimentos são as seguintes:
Figura 2 As curvas fornecem o valor de R,
aumento da vazão média de inundação (mé- • assoreamento das seções dde canaliza-
dia das vazões máximas anuais) em função ções da drenagem, com redução da capa-
da proporção de área impermeável e da ca- cidade de escoamento de condutos, rios e
nalização do sistema de drenagem , em % lagos urbanos. A lagoa da Pampulha (em
(Leopold, 1968) Belo Horizonte) é um exemplo de um lago
urbano que tem sido assoreado. O arroio
• devido à forma desorganizada como a Dilúvio em Porto Alegre, devido a sua
infra-estrutura urbana é implantada, tais largura e pequena profundidade, durante
como: (a) pontes e taludes de estradas que as estiagens, tem depositado no canal a
obstruem o escoamento; (b) redução de produção de sedimentos da bacia e criado
seção do escoamento por aterros de pon- vegetação, reduzindo a capacidade de es-
tes e para construções em geral; (c) depo- coamento durante as enchentes. Na tabela
sição e obstrução de rios, canais e condu- 5 são apresentados alguns valores de pro-
tos por lixos e sedimentos; (d) projetos e dução de sedimentos de cidades brasilei-
obras de drenagem inadequadas, com ras;
diâmetros que diminuem para jusante,
drenagem sem esgotamento, entre outros. • transporte de poluente agregado ao sedi-
mento, que contaminam as águas pluviais.
Alguns dos principais impactos ambi- Qualidade da Água Pluvial : A quantidade de
entais produzidos pela urbanização são des- material suspenso na drenagem pluvial apre-
tacados a seguir: senta uma carga muito alta considerando a
vazão envolvida. Esse volume é mais signifi-
Aumento da Temperatura: As superfícies im- cativo no início das enchentes. Os primeiros
permeáveis absorvem parte da energia solar 25 mm de escoamento superficial geralmente
aumentando a temperatura ambiente, produ- transportam grande parte da carga poluente
zindo ilhas de calor na parte central dos cen- de origem pluvial (Schueller, 1987). Na ta-
tros urbanos, onde predomina o concreto e o bela 6 são apresentados alguns valores de
asfalto. O asfalto, devido a sua cor, absorve concentração da literatura. Schueller (1987)
mais energia da radiação solar do que as su- cita que a concentração média dos eventos
perfícies naturais e o concreto. A medida que não se altera em função do volume do evento
as superfícies de concreto envelhecem ten- e é característico de cada área.
dem a escurecer e a aumentar a absorção de
radiação solar.
O aumento da absorção de radiação solar Os esgotos podem ser combinados (cloa-
por parte da superfície aumenta a emissão de cal e pluvial num mesmo conduto) ou sepa-
rados ( rede pluvial e cloacal separadas). A uma solução inadequada à medida que esse
legislação estabelece o sistema separador, esgoto não é tratado. Quando o sistema cloa-
mas na prática isto não ocorre devido às liga- cal é implementado a grande dificuldade
ções clandestinas e à falta de rede cloacal. envolve a retirada das ligações existentes da
Devido à falta de capacidade financeira para rede pluvial, o que na prática resultam em
ampliação da rede de cloacal, algumas pre- dois sistemas misturados com diferentes ní-
feituras têm permitido o uso da rede pluvial veis de carga.
para transporte do cloacal, o que pode ser

Tabela 5: Estimativa dos sedimentos depositados na drenagem urbana de algumas cidades


brasileiras (Collischonn e Tucci, 1998)
Rio e cidade Características da Volume Referência
fonte de sedimentos m /km .ano
3 2

Rio Tietê em São Sedimento de dra- 393 Nakae e Brighetti (1993)


Paulo gado
Tributários do rio Sedimentos de fun- 1400 Lloret Ramos et al. (1993)
Tietê em São Paulo do
Lago da Pampulha Sedimentos de 1957 2436 Oliveira e Baptista (1997)
em Belo Horizonte to 1994
Arroio Dilúvio em Sedimentos dragado 750 DEP (1993)
Porto Alegre

Tabela 6 Valores médios de parâmetros de qualidade da água de pluviais em mg/l para algumas
cidades
Parâmetro Durham (1) Cincinatti (2) Tulsa (3) P. Alegre (4) APWA (5)
Mínimo máximo
DBO 19 11,8 31,8 1 700
Sólidos totais 1440 545 1523 450 14.600
PH 7,5 7,4 7,2
Coliformes 23.000 18.000 1 , 5 x 10
7
55 11, 2 x 10
7

(NMP/100ml)
Ferro 12 30,3
Chumbo 0,46 0,19
Amônia 0,4 1,0
1 - Colson (1974); 2 - Weibel et al. (1964); 3 - AVCO (1970); 4 - Ide (1984); 5 - APWA (1969)

As vantagens e desvantagens dos dois quando os extravasamentos forem freqüen-


sistemas têm gerado longas discussões sobre tes.
o assunto em todo o mundo. Considerando a As cidades, que de outro lado priorizaram
inter-relação com a drenagem, o sistema unitário a rede de esgotamento sanitário e não consi-
geralmente amplia o custo do controle quantitati- deraram os pluviais sofrem freqüentes inun-
vo da drenagem pluvial a medida que exige que dações com o aumento da urbanização, como
as detenções sejam no sub-solo. Este tipo de tem acontecido em Santiago e Montevideo.
construção tem um custo unitário 7 vezes Não existem soluções únicas e milagro-
superior à detenção aberta (IPH, 2000). As sas, mas soluções adequadas e racionais para
outras desvantagens são: na estiagem, nas cada realidade.
áreas urbanas o odor pode ser significativo; O ideal é buscar conciliar a coleta e trata-
durante as inundações, quando ocorre extra- mento do esgotamento sanitário somado a
vasamento, existe maior potencial de prolife- retenção e tratamento do escoamento pluvial
ração de doenças. Este cenário é mais grave dentro de uma visão integrada de tal forma
que tanto os aspectos higiênicos como ambi- da drenagem urbana. Neste último caso, foi
entais sejam atendidos. priorizado o controle através de medidas
A qualidade da água da rede pluvial de- não-estruturais que obrigam a população a
pende de vários fatores: da limpeza urbana e controlar na fonte os impactos devido a ur-
sua freqüência, da intensidade da precipita- banização. O principal problema nos países
ção e sua distribuição temporal e espacial, da desenvolvidos é o controle da poluição difusa
época do ano e do tipo de uso da área urbana. devido as águas pluviais.
Os principais indicadores da qualidade da De outro lado o controle nos países em
água são os parâmetros que caracterizam a desenvolvimento ainda está no estágio do
poluição orgânica e a quantidade de metais.. tratamento de esgoto. Em alguns países,
como o Brasil, o abastecimento de água que
Contaminação de aqüíferos : As principais con- poderia estar resolvido, devido à grande co-
dições de contaminação dos aqüíferos urba- bertura de abastecimento, volta a ser um
nos são devidas ao seguinte: problema devido a forte contaminação dos
mananciais. Este problema é decorrência da
• Aterros sanitários contaminam as águas baixa cobertura de esgoto tratado. Na reali-
subterrâneas pelo processo natural de dade existem muitas redes e estações de tra-
precipitação e infiltração. Deve-se evitar tamento, mas a parcela de esgoto sem trata-
que sejam construídos aterros sanitários mento ainda é muito grande. Devido ao ciclo
em áreas de recarga e deve-se procurar es- de contaminação produzido pelo aumento
colher as áreas com baixa permeabilidade. do volume de esgoto não tratado para a
Os efeitos da contaminação nas águas mesma capacidade de diluição, os objetivos
subterrâneas devem ser examinados também são de saúde pública, pois a popula-
quando da escolha do local do aterro; ção passa ser contaminada pelo conjunto do
esgoto produzido pela cidade no que cha-
• Grande parte das cidades brasileiras utili-
mamos aqui de ciclo de contaminação urbana
zam fossas sépticas como destino final do
(figura 3).
esgoto. Esse conjunto tende a contaminar
O controle quantitativo da drenagem ur-
a parte superior do aqüífero. Esta conta-
bana ainda é limitado nos países em desen-
minação pode comprometer o abasteci-
volvimento. O estágio do controle da quali-
mento de água urbana quando existe co-
dade da água resultante da drenagem está
municação entre diferentes camadas dos
ainda mais distante nestes países.
aqüíferos através de percolação e de per-
furação inadequada dos poços artesianos;
POLÍTICAS DE CONTROLE
• A rede de drenagem pluvial pode conta-
minar o solo através de perdas de volume O cenário atual
no seu transporte e até por entupimento
de trechos da rede que pressionam a água Atualmente um dos principais, se não o
contaminada para fora do sistema de con- principal, problema de recursos hídricos no
dutos. país é o impacto resultante do desenvolvi-
mento urbano, tanto a nível interno dos mu-
Comparação entre países desenvolvidos e nicípios como a nível externo, exportando
em desenvolvimento poluição e inundações para jusante.
Este cenário tende a gerar um retorno a
A Tabela 7 apresenta uma comparação
condições sanitárias que produzem novos
dos cenários de desenvolvimento dos aspec-
tipos de endemias. As algas tóxicas produzi-
tos da água no meio urbano entre países des-
das pela proliferação devido ao aumento de
envolvidos e países em desenvolvimento.
nutrientes em lagos é um exemplo recente
Pode-se observar que nos países desen-
deste problema.
volvidos grande parte dos problemas foram
As regiões metropolitanas deixaram de
resolvidos quanto ao abastecimento de água,
crescer no seu núcleo, mas se expandem na
tratamento de esgoto e controle quantitativo
periferia (veja item anterior), justamente onde
se concentram os mananciais, agravando este • Quando existem, as redes de tratamento
problema. A tendência é de que as cidades não coletam esgoto suficiente, da mesma
continuem buscando novos mananciais sem- forma, as estações de tratamento conti-
pre mais distante e com alto custo. A inefici- nuam funcionando abaixo da sua capaci-
ência pública é observada no seguinte: dade instalada;

• A grande perda de água tratada nas re- • A rede de pluviais apresenta dois pro-
des de distribuição urbana. Não é com- blemas: (a) além de transportar o esgoto
preensível que se busquem novos ma- que não é coletado e tratado, também
nanciais quando as perdas continuam em transporta a contaminação do escoa-
níveis tão altos. As perdas podem ser de mento pluvial (carga orgânica, tóxicos e
faturamento e físicas, as primeiras devido metais); (b) a construção excessiva de ca-
estão relacionadas com a medição co- nais e condutos que apenas transferem as
brança e a segunda devido a vazamento inundações de um local para outro den-
na rede. O valor médio nacional é de 39,6 tro da cidade, a custos insustentáveis
% (MPO-SEPURB-IPEA, 1998); para os municípios.

Tabela 7 Comparação dos aspectos da água no meio urbano


Infra-estrutura Países desenvolvidos Brasil
urbana
Abastecimento de Resolvido, cobertura total Grande parte atendida, tendência de
água redução da disponibilidade devido a
contaminação, grande quantidade de
perdas na rede
Saneamento Cobertura quase total Falta de rede e estações de tratamento; as
que existem não conseguem coletar es-
goto como projetado;
Drenagem Urbana Controlado os aspectos quantitati- Grandes inundações devido a ampliação
vos; de inundações;
Desenvolvimento de investimentos Controle que agrava as inundações atra-
para controle dos aspectos de Qua- vés de canalização;
lidade da água Aspectos de qualidade da água nem
mesmo foram identificados.
Inundações Ribei- Medidas de controle não-estruturais Grandes prejuízos por falta de política
rinhas como seguro e zoneamento de de controle
inundação

• abastecimento de água e saneamento;


Visão Integrada do controle • drenagem urbana e controle de inunda-
ções;
Os aspectos relacionados com a infra- • resíduo sólido;
estrutura de água têm sido planejados de • controle ambiental.
forma. Grande parte dos problemas citados
está relacionada com a forma setorial de
como são tratados. O desenvolvimento do O planejamento urbano deve considerar
planejamento das áreas urbanas envolve os aspectos relacionado com a água, no uso
principalmente: do solo e na definição das tendências dos
vetores de expansão da cidade.
• planejamento do desenvolvimento urba- Considerando os aspectos relacionados
no; com a água, existe uma forte inter-relação
• transporte; entre os mesmos. Quando vistos dentro de
cada uma suas disciplinas em planos setoriais representação do planejamento integrado dos
certamente resultarão em prejuízos para a setores essenciais relacionados com os água
sociedade. Na figura 4 pode-se observar a no meio urbano.

Ciclo de contaminação

Abastecimento de água

Esgoto doméstico e
industrial

Mananciais
Drenagem Urbana
Figura 3 Ciclo da água no ambiente urbano ou ciclo de contaminação da água urbana devido a falta
de tratamento de esgoto e o controle do esgoto pluvial na realidade brasileira.

cípios para enfrentar problemas tão comple-


Algumas destas inter-relações são as se- xos e interdisciplinares.
guintes:
Aspectos Institucionais
• o abastecimento de água é realizado á
partir de mananciais que podem ser con- A estrutura institucional é a base do ge-
taminados pelo esgoto cloacal, pluvial ou renciamento dos recursos hídricos urbanos e
por depósitos de resíduos sólidos; da sua política de controle. A definição ins-
• a solução do controle da drenagem urbana titucional depende dos espaços de atribuição
depende da existência de rede de esgoto da organização do país, sua inter-relação
cloacal e suas características; tanto legal como de gestão quanto a água,
• a limpeza das ruas, a coleta e disposição uso do solo e meio ambiente.
de resíduos sólidos interfere na quantida- Para estabelecer o mecanismo de gerenci-
de e na qualidade da água dos pluviais. amento destes elementos é necessário definir
os espaços geográficos relacionados com o
A maior dificuldade para a implementa- problema.
ção do planejamento integrado decorre da
limitada capacidade institucional dos muni-
(Best Management Practices). Recentemente
iniciou-se a segunda fase do programa para
cidades com população inferior à menciona-
Água e
da. (Roesner e Traina, 1994). As BMPs envol-
Saneamento
vem o controle da qualidade e quantidade
por parte do município através de medidas
estruturais e não-estruturais. O município
Drenagem deve demonstrar que está avançando e bus-
Resíduos urbana e
Sólidos car atingir estes objetivos através de um Pla-
Inundações
no. Este processo contribui para reduzir a
poluição difusa dos rios da vizinhança das
cidades. A penalidade que pode ser imposta
é a ação judicial da EPA contra o município.
Figura 4 Visão integrada do planejamento A experiência francesa envolve o ge-
dos aspectos da água no ambiente urbano renciamento dos impactos e controles através
do comitê de bacia, que é o Fórum básico
Espaço Geográfico de gerenciamento para a tomada de decisão. As metas no qual
os municípios e outros atores devem ser atin-
O impacto dos efluentes de esgotamento gidas são decididas no comitê.
sanitário e da drenagem urbana podem ser
analisados dentro de dois contextos espaci- Legislação Federal e Estadual
ais diferentes, discutidos a seguir:
As legislações que envolvem a drenagem
1. Impactos que extrapolam o município, am- urbana e a inundação ribeirinha estão relaci-
pliando as enchentes e contaminando a onadas com: recursos hídricos, uso do solo e
jusante os sistemas hídricos como rios, licenciamento ambiental.
lagos e reservatórios. Esta contaminação
é denominada poluição pontual e difusiva Quanto aos Recursos Hídricos: A constitui-
urbana.. Este tipo de impacto é a resul- ção Federal define o domínio dos rios e a
tante das ações dentro da cidade, que legislação de recursos hídricos a nível federal
são transferidas para o restante da bacia. e estabelece os princípios básicos da gestão
Para o seu controle podem ser estabele- através de bacias hidrográficas. As bacias
cidos padrões a serem atingidos e ge- podem ser de domínio estadual ou federal.
ralmente são regulados por legislação Algumas legislações estaduais de recur-
ambiental e de recursos hídricos federal sos hídricos estabelecem critérios para a ou-
ou estadual; torga do uso da água, mas não legislam sobre
2. impacto dentro das cidades: estes impactos a outorga relativa ao despejo de efluentes de
são disseminados dentro da cidade, que drenagem. A legislação ambiental estabelece
atingem a sua própria população. O normas e padrões de qualidade da água dos
controle neste caso é estabelecido através rios através de classes, mas não define restri-
de medidas desenvolvidas dentro do ções com relação aos efluentes urbanos lan-
município através de legislação munici- çados nos rios.
pal e ações estruturais específicas. Dentro deste contexto o escoamento plu-
vial resultante das cidades deve ser objeto de
Experiências outorga ou de controle a ser previsto nos
Planos de bacia. Como estes procedimentos
A experiência americana no processo ainda não estão sendo cobrados pelos Esta-
tem sido aplicado através de um programa dos, não existe no momento uma pressão
nacional desenvolvido pela EPA (Envi- direta para a redução dos impactos resultan-
ronmental Protection Agency) que obriga a tes da urbanização.
todas as cidades com mais de 100 mil habi-
tantes a estabelecer um programa de BMP
Quanto a uso do solo: Na constituição gem, regulado pela Lei 6938/81 e resolução
Federal, artigo 30, é definido que o uso do CONAMA n. 237/97. Da mesma forma, a
solo é municipal. Porém, os Estados e a resolução CONAMA 1/86 art 2o , VII esta-
União podem estabelecer normas para o belece a necessidade de licença ambiental
disciplinamento do uso do solo visando a para “obras hidráulicas para drenagem”.
proteção ambiental, controle da poluição,
saúde pública e da segurança. Desta forma, Gerenciamento de bacias urbanas comparti-
observa-se que no caso da drenagem urba- das: grande parte das cidades brasileiras
na que envolve o meio ambiente e o con- possuem bacia hidrográfica comum com
trole da poluição a matéria é de competên- outros municípios. Geralmente existem os
cia concorrente entre Município, Estado e seguintes cenários: (a) um município está a
Federação. A tendência é dos municípios montante de outro; (b) o rio divide os muni-
introduzirem diretrizes de macrozonea- cípios.
mento urbano nos Planos Diretores urba- No controle institucional da drenagem
nos, incentivados pelos Estados. que envolve mais de um município pode ser
Observa-se que no zoneamento relativo realizado pelo seguinte:
ao uso do solo não tem sido contemplado
pelos municípios os aspectos de drenagem e • através de legislação municipal adequada
inundações. O que tem sido observado são para cada município; ou
legislações restritivas quanto à proteção de • através de legislação estadual que esta-
mananciais e ocupação de áreas ambientais. beleça os padrões a serem mantidos nos
A legislação muito restritiva somente pro- municípios de tal forma a não serem
duz reações negativas e desobediência. transferidos os impactos;
Portanto, não atingem os objetivos de con- • uso dos dois procedimentos anteriores.
trole ambiental. Isto ocorre na forma de
invasão das áreas, loteamentos irregulares, Provavelmente a última hipótese deverá
entre outros. Um exemplo feliz foi o intro- ocorrer a longo prazo. A curto prazo é mais
duzido pelo município de Estrela que per- viável a primeira opção, até que o comitê da
mitiu a troca de áreas de inundação (proi- bacia e os Planos Estaduais desenvolvam a
bida para uso) por solo criado ou índice de regulamentação setorial. Portanto, quando
aproveitamento urbano acima do previsto forem desenvolvidos os Planos das bacias
no Plano Diretor nas áreas mais valorizadas que envolvam mais de um municípios deve-
da cidade. se buscar acordar ações conjuntas com estes
Ao introduzir restrições do uso do solo é municípios para se obter o planejamento de
necessário que a legislação dê alternativa toda a bacia.
econômica ao proprietário da terra ou o
município deve comprar a propriedade. Legislação Municipal
Numa sociedade democrática o impedi-
mento do uso do espaço privado para o Em cada município existe uma legislação
bem público deve ser compensado pelo específica definida pelo Plano Diretor Urbano
público beneficiado, caso contrário torna-se que geralmente introduz o uso do solo e as
um confisco. Atualmente as legislações do legislações ambientais, mas dificilmente
uso do solo se apropriam da propriedade aborda a drenagem urbana.
privada e ainda exigem o pagamento de Belo Horizonte foi precursora neste pro-
impostos pelo proprietário que não possui cesso e no seu Plano de Desenvolvimento
alternativa econômica. A conseqüência Urbano de 1996 previu que toda a área pre-
imediata na maioria das situações é a deso- vista como permeável poderia ser impermea-
bediência legal. bilizada, desde que compensada por uma
detenção de 30 l/m2 de área impermeabiliza-
Quanto ao licenciamento ambiental: este da (PMBH,1996). No entanto, a legislação
licenciamento estabelece os limites para previa uma exceção, ou seja que a construção
construção e operação de canais de drena- do mesmo dependeria de parecer de viabili-
dade de um engenheiro. Infelizmente, a Proposta de Política De Controle Da Drena-
exceção virou regra, pois geralmente as gem Urbana
empresas obtiveram o parecer e pratica-
mente nenhuma detenção foi construída. A política de controle da drenagem ur-
Em Porto Alegre o Plano Diretor foi de- bana envolve dois ambientes: externo a cida-
nominado de Desenvolvimento Urbano e de e o interno a cidade. Na figura 5, pode-se
Ambiental (PMPA, 2000) e se tornou lei no observar de forma esquemática a caracteriza-
início de 2000. Este Plano introduziu arti- ção institucional dos elementos que podem
gos relativos à drenagem urbana. O Plano permitir o gerenciamento dos controles da
especifica a necessidade de redução da va- drenagem urbana.
zão devido à urbanização para as áreas Existe uma grande inter-relação entre
críticas através de detenção e remete a re- os elementos de uso do solo, controle ambi-
gulamentação ao Departamento de Esgotos ental e recursos hídricos tanto internamente
Pluviais. O detalhamento desta regula- na cidade como no Plano da bacia Hidrográ-
mentação está em curso, mas todos os pro- fica. Como figurado, o gerenciamento da
jetos de novos empreendimentos (lotea- cidade é controlado monitorando o que a
mentos) são obrigados atualmente a manter cidade exporta para o restante da bacia, in-
as vazões pré-existentes. duzindo a mesma ao seu controle interno,
No final de 2000, no código de Obras de utilizando-se dos meios legais e financeiros.
Guarulhos (Guarulhos, 2000) foi introduzi- O processo interno dentro da(s) cida-
do um artigo que estabelece a obrigatorie- de(s) é uma atribuição essencialmente do
dade de detenção para controle de inunda- município ou de consórcios de municípios,
ções para áreas superiores a 1 ha. dependendo das características das bacias
Estas legislações já são resultado de vá- urbanas e seu desenvolvimento.
rias ações realizadas no meio técnico nos A seguir são destacados os elementos
últimos anos como: principais institucionais dos dois ambientes.

• carta de Recife da ABRH (Associação Controle externo às áreas urbanas


Brasileira de Recursos Hídricos) de
1995; O mecanismo previsto na legislação bra-
• aumento significativo de artigos e pu- sileira para o gerenciamento externo das ci-
blicações, palestras sobre a nova con- dades é o Plano de Recursos Hídricos Bacia.
cepção em drenagem; No entanto, dificilmente no referido Plano
• o aumento da freqüência das inunda- será possível elaborar o Plano de Drenagem
ções urbanas; de cada cidade contida na bacia. O Plano
• mudança no curriculum das escolas de deveria estabelecer as metas que as cidades
engenharia (ainda que em poucas uni- devem atingir para que o rio principal e seus
versidades). afluentes atinjam níveis ambientalmente ade-
quados de qualidade da água. O Plano de
A grande dificuldade de implementar o Drenagem Urbana deve obedecer os contro-
controle na fonte da drenagem urbana resi- les estabelecidos no Plano da bacia no qual
de: estiver inserido.
Os mecanismos de indução básicos para
• na resistências de profissionais de- este processo são: (a) institucional e (b) eco-
satualizados; nômico financeiros.
• falta de capacidade técnica dos mu-
nicípios para atuar na fiscalização e A legislação: Atualmente a legislação prevê
a outorga para efluentes. Desta forma, pode-
controle, de forma efetiva;
riam ser estabelecidos dois mecanismos bási-
• a falta de tratamento de esgoto e de
cos:
um sistema eficiente de limpeza ur-
bana.
Plano Diretor AÇÃO INTERNA À
Urbano CIDADE

Meio
Uso do Ambiente GESTÃO
solo
MUNICIPAL

Esgoto cloacal,
drenagem
urbana e
resíduo sólido

LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

RIOS EXTERNOS AS CIDADES

Uso do Solo Meio


Ambiente

GESTÃO
ESTADUAL E
FEDERAL

Recursos
Hídricos
AÇÃO EXTERNA A
CIDADE

Figura 5 Política de Controle do ciclo da água das cidades


(a) definição de normas e critérios para seriam através das taxas municipais especí-
outorga de efluentes que alterem a ficas para esgotamento sanitário, resíduo
qualidade e quantidade de águas pro- sólido e drenagem urbana, este último ba-
venientes de áreas urbanas; seado na área impermeável das proprieda-
Por exemplo des. O Plano deveria induzir a transparên-
cia destes mecanismos dentro do município.
Art.(?) É de responsabilidade da (?) a defi-
nição de critérios e normas quanto a PLANO DIRETOR DE DRENAGEM
alterações na quantidade e qualidade URBANA
da água pluvial proveniente de áreas
urbanas. A estrutura básica do Plano é baseada
nos Fundamentos do Plano: Nos elementos
(a) o segundo componente se refere ao do seu desenvolvimento, Nos produtos que
mecanismo para atingir estes objetivos. serão gerados e Nos programas a curto e
Este mecanismo deve ser um Plano In- médio prazo.
tegrado de Esgotamento Sanitário,
Drenagem Urbana e Resíduo Sólido. Informações: O Plano de Drenagem Urbana
Não é possível imaginar um planeja- é desenvolvido com base num conjunto de
mento setorial já que os aspectos cita- informações relacionadas de acordo com o
dos estão intimamente ligados. Por seguinte (figura 6):
exemplo,
• Cadastro da rede pluvial, bacias hidro-
Art (?) A outorga dos esgotos cloacais, plu- gráficas, uso e tipo de solo das bacias,
viais e disposição dos resíduos sólidos entre outros dados físicos;
dos municípios deve ser precedido dos • Planos: Plano de Desenvolvimento urba-
Planos Integrados de Esgotamento no da cidade, Plano de Saneamento ou
Sanitário, Resíduos Sólidos e Drena- esgotamento sanitário, Plano de Controle
gem Urbana do município visando o dos Resíduos Sólidos e Plano Viário. São
atendimento das exigências do artigo Planos que apresentam interface impor-
(?) deste decreto.
tante com a Drenagem Urbana. Quando
os planos de Água e Saneamento e Resí-
Parágrafo 1O Para as cidades com mais de
duos sólidos são desenvolvidos de forma
200.000 ( s ser melhor definido) habi-
integradas as interfaces entre estes ele-
tantes o plano deverá ser concluído no
mentos devem ser destacadas;
máximo em 5 anos. Para as demais ci-
dades o plano deverá ser concluído em • Aspectos Institucionais: Legislação muni-
até 10 anos. cipal relacionada com o Plano Diretor Ur-
Parágrafo 2o O acompanhamento da imple- bano e meio ambiente; Legislação estadual
mentação dos Planos ficará a cargo do de recursos hídricos e Legislação federal;
comitê das bacias hidrográficas. Gestão da drenagem dentro do município;
• Dados hidrológicos: precipitação, vazão,
O texto acima não passou por uma revi- sedimentos e qualidade da água do siste-
são jurídica adequada e deve servir como ma de drenagem.
orientação apenas do conteúdo técnico.
O ideal é que este conjunto de infor-
Financiamento: Os elementos de indução mações esteja informatizado através de um
para os municípios seriam os seguintes: SIG (Sistema Geográfico de Informações) e
banco de dados.
• O comitê de bacia subsidiaria parte dos
recursos para elaboração dos Planos; Fundamentos: são elementos definidores do
• Criar um fundo econômico para financiar Plano, como os princípios, objetivos, estraté-
as ações do Plano previsto para as cida- gias, cenários e riscos; sub-divisão da cidade
des. O ressarcimento dos investimentos em sub-bacias e sua compatibilização com o
sistema de administração da mesma para a 2. O escoamento durante os eventos chuvo-
gestão da drenagem; e um diagnóstico do sos não pode ser ampliado pela ocupa-
conjunto da drenagem urbana da cidade e ção da bacia, tanto num simples lotea-
suas interfaces. mento, como nas obras de macrodrena-
gem existentes no ambiente urbano. Isto
Princípios: Os princípios a seguir caracteri- se aplica a um simples aterro urbano,
zados visam evitar os problemas descritos como à construção de pontes, rodovias, e
no capítulo anterior. Estes princípios são à impermeabilização dos espaços urba-
essenciais para o bom desenvolvimento de nos. O princípio é de que cada usuário urba-
um programa consistente de drenagem no não deve ampliar a cheia natural
urbana.
3. Plano de controle da drenagem urbana
1. Plano de Drenagem Urbana faz parte do deve contemplar as bacias hidrográficas
Plano de Desenvolvimento Urbano e Am- sobre as quais a urbanização se desenvol-
biental da cidade. A drenagem faz parte ve. As medidas não podem reduzir o im-
da infra-estrutura urbana, portanto deve pacto de uma área em detrimento de ou-
ser planejada em conjunto com os outros tra, ou seja, os impactos de quaisquer medidas
sistemas, principalmente o plano de con- não devem ser transferidos. Caso isso ocorra,
trole ambiental, esgotamento sanitário, deve-se prever medidas mitigadoras.
disposição de material sólido e tráfego;

INSTITUCIONAL: CADASTRO FÍSICO: DADOS


HIDROLÓGICOS:
Legislação: planos urbano, Rede de drenagem,
sanitário, resíduo sólido, bacias e uso do solo. precipitação, vazão,
entre outros; e sedimentos e qualidade
Gestão da drenagem da água

ENTRADA

Medidas
Princípios, Estruturais da Plano de Estudos
objetivos e sub-bacia: Ações adicionais
estratégias controle impacto
quanti-qualitativo

Sub-divisão da
Medidas não Legislação
cidade em
estruturais: municipal e Educação
macro-bacias legislação e atribuições
gestão

Diagnóstico da
drenagem da Viabilidade Manual de Monitoramento
cidade econômico- drenagem
financeira

FUNDAMENTOS DESENVOLVIMENTO PRODUTOS PROGRAMAS

Figura 6 Estrutura do Plano Diretor de Drenagem urbana


ções Municipal/Estadual e o Manual de Drena-
4. Plano deve prever a minimização do impacto gem. O primeiro estabelece as linhas prin-
ambiental devido ao escoamento pluvial atra- cipais, as legislações controlam e o Manual
vés da compatibilização com o planeja- orienta.
mento do saneamento ambiental, con-
trole do material sólido e a redução da 10. O controle permanente: o controle de
carga poluente nas águas pluviais que es- enchentes é um processo permanente; não
coam para o sistema fluvial externo a ci- basta que se estabeleçam regulamentos e
dade. que se construam obras de proteção; é ne-
5. Plano Diretor de Drenagem urbana, na sua cessário estar atento as potenciais viola-
regulamentação, deve contemplar o planeja- ções da legislação na expansão da ocupa-
mento das áreas a serem desenvolvidas e a den- ção do solo das áreas de risco. Portanto, re-
sificação das áreas atualmente loteadas. Depois comenda-se que:
que a bacia, ou parte dela, estiver ocupada,
dificilmente o poder público terá condições • nenhum espaço de risco seja desapropri-
de responsabilizar aqueles que estiverem ado se não houver uma imediata ocupa-
ampliando a cheia, portanto, se a ação pú- ção pública que evite a sua invasão;
blica não for realizada preventivamente • a comunidade tenha uma participação
através do gerenciamento, as conseqüênci- nos anseios, nos planos, na sua execução
as econômicas e sociais futuras serão muito e na contínua obediência das medidas de
maiores para todo o município. controle de enchentes.

6.O controle de enchentes é realizado através 11. A educação: a educação de engenheiros,


de medidas estruturais e não-estruturais, arquitetos, agrônomos e geólogos, entre
que, dificilmente, estão dissociadas. As outros profissionais, da população e de
medidas estruturais envolvem grande administradores públicos é essencial para
quantidade de recursos e resolvem so- que as decisões públicas sejam tomadas consci-
mente problemas específicos e localizados. entemente por todos;
Isso não significa que esse tipo de medida
seja totalmente descartável. A política de 12. O custo da implantação das medidas
controle de enchentes, certamente, poderá estruturais e da operação e manutenção da
chegar a soluções estruturais para alguns drenagem urbana devem ser transferido
locais, mas dentro da visão de conjunto de aos proprietários dos lotes, proporcional-
toda a bacia, onde estas estão racional- mente a sua área impermeável, que é a ge-
mente integradas com outras medidas pre- radora de volume adicional, com relação as
ventivas (não-estruturais) e compatibiliza- condições naturais.
das com o esperado desenvolvimento ur-
bano. O controle deve ser realizado conside- 13. O conjunto destes princípios prioriza
rando a bacia como um todo e não trechos isola- o controle do escoamento urbano na fonte dis-
dos. tribuindo as medidas para aqueles que
produzem o aumento do escoamento e a
7.Valorização dos mecanismos naturais de esco- contaminação das águas pluviais.
amento na bacia hidrográfica, preservando,
quando possível os canais naturais; Objetivos: O Plano Diretor de Drenagem
Urbana tem o objetivo de criar os mecanis-
8. Integrar o planejamento setorial de drenagem mos de gestão da infra-estrutura urbana
urbana, esgotamento sanitário e resíduo relacionado com o escoamento das águas
sólido pluviais e dos rios na área urbana da cidade.
Este planejamento visa evitar perdas econômicas,
9. Os meios de implantação do controle de en- melhoria das condições de saúde e meio ambiente
chentes são o Plano Diretor Urbano, as Legisla- da cidade.
O Plano Diretor de Drenagem Urbana Na maioria das estimativas de vazão para
tem como meta buscar: um tempo de retorno (ou a probabilidade),
que caracterizam o risco, são obtidas com
• planejar a distribuição da água no tempo
base na precipitação que ocorre sobre a ba-
e no espaço, com base na tendência de
cia. O tempo de retorno, neste caso é o da
ocupação urbana compatibilizando esse
precipitação e não necessariamente da va-
desenvolvimento e a infra-estrutura para
zão. Portanto o risco final se refere a ocor-
evitar prejuízos econômicos e ambientais;
rência da precipitação associada as condi-
• controlar a ocupação de áreas de risco de
ções do modelo hidrológico utilizado.
inundação através de restrições na áreas
Na literatura (ASCE, 1992;Wilken, 1978)
de alto risco e;
existem vários manuais e livros que definem
• convivência com as enchentes nas áreas
os riscos adequados de acordo com o tipo de
de baixo risco. ocupação urbana, onde nitidamente os riscos
maiores (menor tempo de retorno, 2 a 5
Cenários de desenvolvimento : geralmente
anos) ficam para a microdrenagem e os ris-
os cenários variam em função dos seguintes
cos maiores (10 a 100 anos) para a macro-
componentes: (a) condições atuais; (b) Plano
drenagem. A definição do risco também
Diretor Urbano (PDDU) ; (c) tendencial; (d)
pode variar de acordo com a capacidade
máximo.
econômico financeira da comunidade, da
O atual permite identificar a situação
freqüência de ocorrência e magnitude dos
existente de ocupação. Caso forem obedeci-
eventos. Em regiões tropicais os eventos de
das as medidas não-estruturais, passaria a
intensidade de precipitação podem possuir
ser o cenário de projeto.
uma magnitude muito superior que outras
O PDDU Plano Diretor de Desenvolvi-
regiões (Tucci e Porto, 2000). Por exemplo a
mento Urbano em vigor na cidade estabelece
precipitação com 1 hora e 50 anos de tempo
diferentes condicionantes de ocupação ur-
de retorno em Porto Alegre é um pouco
bana para a cidade. Admitindo-se que será
superior a precipitação de 5 anos em Ma-
obedecido este seria o cenário máximo.
naus para a mesma duração.
Neste caso as medidas não- estruturais teri-
A escolha do risco está relacionada com:
am efeito mínimo sobre os futuros desen-
(a) avaliação econômica, ou seja o risco que
volvimentos.
melhor atende a relação entre os benefícios
O tendencial identifica o cenário urbano
do controle e o custo de implementá-lo; (b)
para o horizonte de projeto com base nas
definições de ordem de segurança; ou (c)
tendências existentes. Nos cenários anterio-
sociais.
res não é definido o horizonte de projeto (a
data para o qual o Plano foi realizado).
Estratégias As estratégias do Plano estão
A ocupação máxima: envolve a ocupação
relacionadas aos outros Planos ou infra-
máxima de acordo com o que vem sendo
estruturas existentes na cidade. A seguir são
observado em diferentes partes da cidade
apresentadas estratégias utilizadas no Plano
que se encontram neste estágio. Este cenário
Diretor de Drenagem Urbana de Porto Ale-
representa a situação que ocorrerá se o PDD
gre relacionadas as medidas de controle e ao
não for obedecido e as medidas não-
meio ambiente.
estruturais não forem implementadas.
Quanto ao Desenvolvimento do Plano : O Plano
Risco de projeto: as medidas estruturais são Diretor de Drenagem urbana foi desenvol-
planejadas para controle dos impactos do
vido segundo duas estratégias básicas:
cenário adotado nas diferentes bacias urba-
nas baseado num risco ou probabilidade
• Para as áreas não- ocupadas: desenvol-
relacionada com os eventos hidrológicos. A
vimento de medidas não-estruturais re-
definição do risco envolve um compromisso
lacionadas com a regulamentação da
entre segurança e custos das obras.
drenagem urbana e ocupação dos espa-
ços de riscos visando conter os impactos
de futuros desenvolvimentos. Estas me- representar grandes custos e não apresentam
didas buscam transferir o ônus do con- um benefício médio alto.
trole das alterações hidrológicas devido
a urbanização para quem efetivamente Quanto ao controle ambiental : Com relação ao
produz as alterações. controle ambiental, caracterizado pela quali-
dade da água do escoamento pluvial, mate-
• Para as áreas que estão ocupadas o Pla- rial sólido transportado pela drenagem e a
no desenvolveu estudos específicos por contaminação da água subterrânea, as es-
macro bacias urbanas visando planejar tratégias foram as seguintes:
as medidas necessárias para o controle
dos impactos dentro destas bacias, sem • Para as áreas onde não existe rede de es-
que as mesmas transfiram para jusante goto cloacal ou existe grande quantidade
os impactos já existentes. Neste plane- de ligações de efluentes cloacais na rede
jamento foram priorizados o uso de ar- pluvial, as medidas de controle prioriza-
mazenamento temporário através de ram o controle quantitativo. Este tipo de
detenções. medida utiliza a detenção apenas para o
volume excedente da capacidade de dre-
Quanto ao cenário e riscos dos Planos de bacia: nagem atual, evitando que o escoamento
No estudo do plano de medidas de controle em estiagem e o volume da primeira parte
em cada bacia é necessário definir o cenário do hidrograma contamine as detenções.
e o risco das precipitações de planejamento. Estas áreas de armazenamento são manti-
O cenário escolhido para planejamento das a seco durante o ano e somente nos
foi o PDDU (considerando as alterações já eventos com tempo de retorno acima de 2
existentes na bacia) com medidas estruturais anos são utilizadas.
devido ao seguinte: (a) O planejamento para • O Plano previu que após a rede cloacal
o cenário atual com as medidas não- estiver implementada é possível modificar
estruturais pressupõe que as mesmas pas- a distribuição da vazão junto as detenções,
sam a funcionar na data em que foram reali- retendo o início do escoamento superficial,
zados os levantamentos da bacia. O que não que transporta a maior carga poluente.
é verdade, já que haverá um tempo entre a Desta forma a detenção contribui para re-
finalização destes estudos e a aprovação da dução da carga para jusante do sistema de
regulamentação; (b) O cenário escolhido é o drenagem.
patamar superior de intervenções, pois pres-
supõe que as medidas de regulamentação Para o controle da contaminação dos
poderão demorar a serem adotadas; (c) aqüíferos e o controle de material sólido
quando a regulamentação proposta for deverão ser criados programas de médio
aprovada, as dimensões das alternativas prazo visando a redução desta contaminação
serão revistas a nível de projeto; (c) a folga através de medidas distribuídas pela cidade.
potencial neste caso, pode ser utilizada para
o controle ambiental.
Desenvolvimento: O Planejamento das me-
O risco de 10 anos de tempo de retorno
didas se baseia no seguinte:
foi escolhido para dimensionamento da ma-
crodrenagem com base numa avaliação qua-
Medidas Não – estruturais: através da legis-
litativa dos impactos econômico das medi-
lação ou da regulamentação da legislação
das de controle. Geralmente, os maiores
existente deve-se buscar introduzir os prin-
custos dos prejuízos das inundações encon-
cípios estabelecidos para o Plano. Estes ele-
tram-se nas inundações com alto risco (baixo
mentos legais são estabelecidos para os futu-
tempo de retorno), devido a sua grande fre-
ros desenvolvimentos na cidade. Os desen-
qüência de ocorrência. Desta forma o bene-
volvimentos podem ser:
fício de uso de medidas de controle para
riscos baixos (alto tempo de retorno) podem
• Densificação: que representa a constru- zonas de alto e baixo risco de ocupação, e
ção em lotes ou áreas anteriormente par- critérios de construção no código de obras
celadas na cidade. Neste caso, os im- da cidade.
pactos das áreas públicas já ocorreram e
controle passa a ser sobre a ocupação Avaliação econômica: possui dois compo-
dos lotes; nentes neste Plano: (a) avaliação econômica
• Parcelamentos ou loteamentos: quando das alternativas das medidas estruturais.
são propostos novos parcelamentos do Neste caso, é avaliado o custo das obras e
solo urbano para construção de residên- seus benefícios; (b) mecanismos de financi-
cias, áreas comerciais e industriais. amento das obras e da manutenção da rede
de drenagem.
Dentro do contexto destes desenvolvi- A distribuição dos custos do controle de
mento as principais medidas não-estruturais inundações devem ser definidos de acordo
são: com o tipo de inundação: (a) Para as áreas
ribeirinhas, a principal causa dos impactos se
• Limite da vazão da saída do novo em- deve a ocupação da população em áreas de
preendimento. Para o caso de lotes, riscos. Neste caso, o beneficiário e o agente
deve-se estabelecer um tamanho mínimo causador são os mesmos e o rateio dos cus-
para esta obediência ou deixar para a tos deve ser realizado entre os beneficiários;
Prefeitura a avaliação para lotes meno- (b)para inundação na drenagem urbana os
res (por exemplo, 600 m2) e para habita- beneficiários são os que sofrem a inundação
ção unifamiliar ; e se encontram nos trechos de jusante. No
• Estabelecer padrões de volume para entanto, os agentes causadores encontram-se
sistema de detenção para empreendi- em toda a bacia a montante da sub-bacia.
mentos de áreas menores (por exemplo Portanto, o rateio de custos deve ser distri-
< 100 ha). Este tipo de regulação permite buído pelos proprietários da bacia, de acor-
facilitar a implementação das medidas. do com a sua área impermeável.
• Definição clara da faixa de domínio das Na drenagem urbana os custos são devi-
áreas urbanas; do a:
• Para as áreas ribeirinhas o uso do solo é
definido com base em faixas de riscos • Implementação das obras de macrodrena-
definidos (Tucci, 1993). gem e outras medidas estruturais para
controle dos impactos existentes na ci-
Medidas Estruturais: em cada sub-bacia dade. Estes custos estão distribuídos
urbana são determinados os locais onde a pelas bacias hidrográficas, através do
drenagem não tem capacidade de escoa- Plano de cada bacia. Além disso, este
mento e produz inundações para o cenário e custo ocorre quando da sua implemen-
risco escolhido. O Plano deve apresentar tação;
solução para evitar que eventos deste tipo • Custos de operação do sistema de drena-
ocorram. As etapas usuais são as seguintes: gem existente da rede de pluvial, que
(a) avaliação da capacidade de drenagem envolve a limpeza, manutenção dos
existente; (b) a identificação dos locais críti- condutos e solução de problemas locali-
cos, onde ocorrem inundações para o cenário zados. Este custo deve ser distribuído
e riscos definidos; (c) o estudo de alternati- pelos usuários da rede de drenagem.
vas para controle destas inundações; (d)
avaliação econômica; (e) avaliação ambien- O princípio básico do financiamento das
tal. ações da drenagem urbana são o de distri-
buir os custos de acordo com as áreas im-
Para as áreas ribeirinhas não protegidas atu- permeáveis não controladas da propriedade.
almente poderá ser estabelecido o zonea- A distribuição dos custos da implantação da
mento de áreas de inundação, definindo-se drenagem propostos neste Plano são basea-
dos no seguinte:
amento gerado em cada superfície. O
Obras de controle: Para as obras de controle cálculo do custo de operação e manuten-
planejadas em cada bacia, os custos de sua ção deve ser calculado com base no
implantação devem ser distribuídos dentro custo de operação total da cidade, pois
de cada bacia planejada de acordo com a as diferenças geográficas não são signifi-
área impermeável de cada propriedade a cativas e a separação de custo operacio-
partir de um valor total cobrado pelo perío- nal por bacias é mais complexo.
do estimado de implantação da mesma ou
seu financiamento. A população das bacias Produtos: Os produtos do Plano são os se-
onde a impermeabilização é maior e, por- guintes:
tanto, com condições mais críticas de drena-
gem deverá pagar quantias maiores. • Legislação e/ou Regulamentação que
compõem as medidas não-estruturais;
Operação e manutenção: O custo referente a • Proposta de gestão da drenagem urbana
operação e manutenção da rede de drena- dentro da estrutura municipal de admi-
gem urbana. Este custo pode ser cobrado nistração;
através de: (a) como parte do orçamento • Mecanismo financeiro e econômico para
geral do município, sem uma cobrança espe- viabilizar as diferentes medidas;
cífica dos usuários; (b) através de uma taxa • Plano de controle das bacias hidrográfi-
fixa para cada propriedade, sem distinção de cas urbanas: os estudos necessários de
área impermeável; (c) baseada na área im- controle estrutural de cada sub-bacia da
permeável de cada propriedade. Esta última cidade;
alternativa é a mais justa sobre vários as- • O Plano de Ações é o conjunto de medi-
pectos, a medida que quem mais utiliza o das escalonadas no tempo de acordo
sistema deve pagar proporcionalmente ao com a viabilidade financeira;
volume que gera de escoamento. • Manual de Drenagem: o manual de dre-
A principal dificuldade no processo de nagem deve dar bases do Planos e todos
cobrança está na estimativa real da área im- os elementos e necessários ao preparo
permeável de cada propriedade. O seguinte dos projetos na cidade.
procedimento pode ser utilizado
Programas : Os programas são os estudos
• utilizar a área construída de cada pro- complementares de médio e longo prazo que
priedade projetada para o plano da área são recomendados no Plano visando melho-
do terreno como a área impermeável. rar as deficiências encontradas na elaboração
Este valor não é o real , pois o espaço do Plano desenvolvido.
impermeabilizado tende a ser maior em Alguns dos programas propostos nos
função dos pavimentos. Planos de Porto Alegre e Curitiba foram:
• Estabelecer um programa de avalia- Monitoramento: os programas de monito-
ção da área impermeável com base em ramento previstos foram:
imagem de satélite e verificação por
amostragem através de visita local. • Monitoramento de bacias representativas
da cidade
O rateio dos custos se baseia no seguinte: • Monitoramento de áreas impermeáveis
• Monitoramento de resíduos sólidos na
• Para cada bacia, no primeiro caso, e drenagem
para a cidade deve ser estimada a área • Revisão do Cadastro do sistema de drena-
total impermeabilizada na bacia, a área gem
total e o custo total da intervenção ou da
operação e manutenção; Estudos complementares: os estudos identi-
• No anexo A é apresentada a metodolo- ficados foram os seguintes:
gia de rateio de custo para as áreas não- • Avaliação econômica dos riscos;
controladas baseado no volume de esco-
• Revisão dos parâmetros hidrológicos; procura introduzir estes vários aspectos
• Metodologia para estimativa da qualida- dentro de uma visão de gerenciamento ins-
de da água pluvial; titucional, econômico e ambiental. Em artigo
• Dispositivos para retenção do material posterior são apresentados os elementos
sólido nas detenções; básicos de regulamentação de apoio às idéi-
• Verificação das condições de projeto dos as aqui apresentadas.
dispositivos de controle da fonte
Anexo A
Manutenção: Devido ao uso de dispositivos
de controle distribuídos pela cidade o pro- Rateio dos custos de operação e manuten-
grama de manutenção deverá ser eficiente ção da rede
para manter as condições de controle ao
longo do tempo. O custo unitário uniforme seria

Educação: a educação envolvem os seguin- Ct


Cu = (R$/m2) (1)
tes programas: Ab

• Atualização dos engenheiros de drena- onde Ab é a área da bacia em km2 e Ct, custo
gem urbana; total em R$ milhões
• Arquitetos e engenheiros que projetam A área da bacia pode ser sub-dividida em
obras na cidade;
• Gestores urbanos; 100 = Ap + Ai (2)
• Educação a população.
para Ap, parcela de áreas permeáveis (%);
CONCLUSÃO Ai, parcela de áreas impermeáveis (%).
Numa área urbana as áreas impermeá-
A avaliação dos impactos do desenvol- veis podem ser desdobradas na expressão
vimento urbano sobre a bacia hidrográfica e
sobre a própria população mostra a forma Ai = αi m + β.i l (3)
insustentável com vem ocorrendo este des-
envolvimento. onde α é a parcela da área com arruamentos
Caso não sejam realizadas mudanças e logradouros públicos, como parques e
substanciais na forma de gerenciar o espaço praças; im é a parcela impermeável desta
das cidades o prejuízo para população e para área (%); β é a parcela da área ocupada pe-
o ambiente podem se tornar irreversíveis. los lotes urbanos; il é a parcela de imperme-
Esta herança será transferida para as própri- abilização do lote. Neste caso, β = 1 − α . A
as gerações e seremos lembrados principal-
equação acima fica
mente pela nossa irresponsabilidade em não
conter este tipo de desenvolvimento.
Ai = α.i m + (1 − α)i l (4)
Este trabalho procura destacar os pro-
blemas, apresentar soluções que estão sendo
encaminhadas em duas metrópoles brasilei- O valor de α usualmente varia de 0,25 a
ras, Porto Alegre e Curitiba. No entanto, a 0,35 da área loteada. Considerando α = 0,25,
realidade brasileira necessita de mais profis- distribuindo 15% para ruas e 10% para pra-
sionais se conscientizem do problema e bus- ças, sendo que como as ruas possuem 100%
quem trabalhar para alterar esta realidade de áreas impermeáveis e as praças próximo
com elementos como os apresentados e de zero, resulta para
avancem na melhoria e nas suas alterações.
A ação coordenada entre os poderes pú- im = (0,15 x 100 + 0 x 0,10)/0,25 = 60%
blicos, estaduais, federais e municipais é
essencial para encontrar um caminho viável A equação 4 fica
legal institucional e econômico. Este trabalho
Ai = 15 + 0 ,75.i l (5) A
Tx = [Cu i A i + 0,158Cu i .(100 − A i )]
100
O princípio da taxa de cobrança da ope-
ração e manutenção da drenagem urbana é o A.Cu i
Tx = (15,8 + 0,842.A i ) (11)
da proporcionalidade com relação ao volu- 100
me de escoamento superficial gerado. Con-
siderando que as áreas impermeáveis possu- onde A é a área da propriedade em m2 e Ai é
em coeficiente de escoamento 0,95 e as áreas a área impermeável da área A em %. A ex-
permeáveis 0,15 (Cp=0,15 e Ci = 0,95), o vo- pressão de Ai pode ser obtida da equação 5,
lume gerado pelas áreas impermeáveis é 6,33 substituindo na equação 11 fica
superior ao das áreas permeáveis. Desta
forma o custo unitário de uma área permeá- A.Cu i
Tx = (28,43 + 0,632i1 ) (12)
vel é 100

Cup =
0,95
Cu i = 6,33Cu i (6) Para verificar a coerência desta equação,
0,15 considere uma bacia onde a área impermeá-
vel total é de 40%. Para que a área total da
onde o Cui é o custo unitário das áreas im- bacia tenha 40% de áreas impermeáveis, a
permeáveis área impermeável dos lotes terá i1 = 33,33 %
O custo total da operação e manutenção é e considerando A = Ab, utilizando as equa-
igual ções 11 e 12, deve-se obter Tx = Ct.
Para exemplificar, considere o custo de
Ab R$ 1.400,00/ha, numa bacia de 40% de área
Ct = [Cu p .A p + Cu i .A i ] (7) impermeável, o custo de manutenção de um
100
lote de 300 m2 é obtido utilizando inicial-
Utilizando as equações 2 e 6 na equação mente a equação 8,
7, resulta
100x0,14
Cui = = R$ 0,283/m2
Ab.Cu i 1x (15,8 + 0,842x 40)
Ct = (15,8 + 0,842.A i ) (8)
100
Cup = 0,283/6,33 = R$ 0,045/m2
O custo unitário das áreas impermeáveis
fica Na equação 11, resulta

100.Ct 300x 0,283


Cui = (9) Tx = (28,43 + 0,642i1 ) = 24,137 b +
Ab.(15,8 + 0,842.Ai) 100
+0,545.i1
onde, Cui em R$/m2, para Ct em milhões;
Ab em km2 . Conhecidos os valores de Ct, Na tabela 8 abaixo são apresentados os
Ab e Ai da bacia total. O valor de Cui é fixa- valores deste caso.
do para a bacia ou para área total em ques-
tão. Rateio dos custos para implementação das
O cálculo do custo a ser pago por propri- obras do Plano de Drenagem
edade fica
Neste caso, o rateio de custos é distribuí-
A do apenas para as áreas impermeabilizadas,
Tx = .(Cui. Ai+Cup.Ap) (10) que aumentaram a vazão acima das condi-
100
ções naturais. Neste caso, a equação 1 fica
e
Ctp.100
Cup i = (13)
A b .A i
retor. A área impermeável é de 40% e a área
onde Ctp é o custo total de implementação da bacia de 5 km2. A taxa a ser paga para
do Plano. um terreno de 300 m2 para implantação das
medidas na bacia é obtida por
Tabela 8 Exemplo do rateio de custo ba-
seado na área impermeável do lote 300x3
Txp = (15 + 0,75i1 ) = 67,5 + 3,375. i1
Área impermeável Taxa anual para 5x 40
um terreno de 300 (17)
% m2
R$ Na tabela abaixo são apresentados os
5 26,86 valores de acordo com a área impermeável
10 29,59 do lote.
20 35,04
30 40,49 Tabela 9 Taxa para implementação do Plano
40 45,94 Diretor da bacia para um lote de 300 m2
50 51,39 Área impermeável Tx
60 56,84 % R$
70 62,29 0 67,50
80 67,74 10 101,25
20 135,00
O custo para cada área de lote urbaniza- 30 168,75
do de i1 % é obtida pela expressão 40 202,50
50 236,25
Ai.Cupi .A 60 270,00
Txp = (14) 70 303,75
100
80 337,50
onde Ai é a distribuição das áreas imperme-
áveis em cada área, dada pela equação 5, o AGRADECIMENTOS
que resulta
A O conteúdo deste artigo é uma compila-
Txp = (15+0,75i1)Cupi (15) ção da experiência obtida em: no Plano
100
Diretor para a cidade de Porto Alegre elabo-
Substituindo a equação 13 resulta rado no Instituto de Pesquisas Hidráulicas
da UFRGS, de consultoria junto a empresa
A.Ctp.(15 + 0,75i1 ) CH2MHill do Brasil para o Plano Diretor da
Txp = (16) Região Metropolitana de Curitiba, da em-
A b .A i
presa Magna Engenharia para a primeira
fase do Plano Diretor de Drenagem Urbana
onde, como anteriormente, Ai é a área im- de Belo Horizonte e do projeto PRONEX de
permeável de toda a bacia em %; A é a área Avaliação dos Impactos do escoamento ur-
do terreno em m2; Ab é a área da bacia em bano em desenvolvimento no núcleo de
km2; Ctp é o custo total em R$ milhões; i1 é a Hidrologia Urbana do IPH/UFRGS.
área impermeável do lote em %. O autor agradece aos anônimos revisores
Para um lote sem área impermeável, a pela paciência e perseverança em corrigir
contribuição tarifária do proprietário se refe- este longo artigo e os seus vários erros origi-
re a parcela comum das ruas e fica nais. Somente a partir desta contribuição foi
possível obter um resultado final adequado.
15.A.Ctp
Txp = (17)
Ab.Ai REFERÊNCIAS

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