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JOSÉ NE ALMADA NEGREIROS

A INVENÇÁO DO
DIA CLARO

Escrita de uma só maneir a paratodas as espécies de


orgulho,
seguida das démarches para a Invençáo
e

acomPanhada das confidências mais íntimas e gerais'

àr,

da pintura
Ensaios para ainiciaçáo de portugueses na revelaçâo

èJ'

Com um retrato do autor por ele-próprio


T
Guimaráes
ÍxnicE

A reinvençáo da ingenuidade, por Jerónimo Pizarro

O livro zj
r PARTE - ANDATMBs e vÉspnRes 29

A conferência improvisada j r
As palavras 3 4
Parábola . 38

Confidências 44
rr IARTE - A vIAGEM ou o euE NÁo sn poDE IREVER 49

Paris e eu tr
Liberdade t 3
I

Confidências j,
Retrato da estrela que guiou o filho
pródigo na volta à casa paterna . 5B

Confidências 6t
rII rARTE - o REGRESSo ou o HoMEM sENTADo 63

Aflor . 65
A minha vez . 69

lJma frase que sobejou 7o

A verdade 7 r
THE INVENTION OF THE BRIGHT DAY . 73
PART I- SCAFFOLDINGS AND DÂys BEFORE . 77
The impromptu lecture . 7g
Confidences A REINVENÇÁO DA INGENUIDADE
Bz

II PART _ THE VOYAGE _ OR


.w}IAÏ
CANNOT BE FORESEEN 85
Parisandl .87 Porque eu sou do tamanho do que vejo
Liberry . 89 E náo do tamanho da minha altura...
Confidences 9r
Alberto Caeiro,
Portrait of the star which guided the prodigal
son O Guardador de Rebanhot w
in his rerurn to his father,s house .
94

Em Março de 1921, José de Almada Negreiros pronunciou


a conferência A Inuenção do Dia Claro, publi cada, nesse
mesmo ano, em Dezembro, pela empresa Olisipo ("Agentes,
Organizadores e EditoreS"), para a qual o próprio Almada
desenhou o logótipo. Entre ds projectos da Olisipo (I92L-
-1923), interessa aqui mencionar a publicaçáo de obras
notávçis da literatura mundial que seriam traduzidas para
português, tal como as peças dramáticas d"e Shakespeare,
por exemplo, ou para inglês, tal como A Inuenção do Dia
Claro de Almada. O plano editorial da Olisipo contemplava
a publicaçáo de cerca de 50 obras, mas só apareceram, para
além da. Inuençã0, outros quatro livros: ainda em 1921,
Engllsh Poems I-II e English Poems III, de Fernando Pessoa;
em 1922, Canções, de António Botto; e em L923, Sodoma
Diuinizada, de Raul Leal. A,Inuençãa dE Almada encetou
um curto empreendimento editorial que teria integrado os
nomes das grandes figuras
do primeiro modernismo portu-
guês (Pessoa, sá-carneiro, nova arte. Pessoa, que muito provavelmente visitou a expo-
Alrnada e LeaÌ) no cânone
da rite_ siçáo e assistiu à conferência, ter-se-á apercebido do carácter
rarura mundiar, intercarando-os
com os nomes de Ésquiro,
shakespeare, Safo, Edgar moderno de ambas, que náo eram nem "futuristas" nem
Alran poe e Aristóteies, enrre
outros. No elenco dos nomes "infantis", por dialogarem com as principais correntes artís-
porrugueses faltam, por assim
dizer,Alberto caeiro e fucardo ticas de princípios do século )O( e constituírem uma espécie
Reis, mas esra ausência tarvez
tenha uma explicaçáo muito de "manifesto poético da ingenuid.ade" (Luís Manuel Gaspar
simpres: a orisipo pretendia
chegar a um público anglo_po..,rguê, e Sara Afonso Ferreira, tn Dicionrírio de Fernando Pessoa e
. poro", que sempre do Modernismo Portugtêl Lisboa, Caminho, 2008: 513; cf
procurou (sef reconhecido como poeta
de ríngua inglesa em
Ing/aterra' (António Mega Ellen Sapega, Ficçoes Modernistas, Lïsboa, ICLB L992: 79).
Ferreira, Fazer pera vida,Lisboa,
Assírio & Alvim ,2005:72), Sobre a conferência, escreve Rui Mário Gonçalves: nlnicial-
terápreferido iniciarmenre
rever e reeditar os poemas - - mente, o público, habituado às provocaçóes de Almada, riu
ingleses, em vez d.etraduzir
conjunto de poemas porrugueses; um despropositadamente; mas, à medida que a leitura foi pros-
mas convém lembrar que
nos planos da olisipo figura seguindo, apercebeu-se da seriedade dos conceitos apresen-
o Árco de riiumpho, d,eÁr,r"ro
de Campos o único heteronimo tados: o valor da infância e da ingenuidade, a necessidade de
- com já publi_
cada (in orph7, ^h:_:;:,^obra
*, e que o ortónimo ultrapassar a sabedoria livresca, a força da evocaçáo da máe,
1915) (Fernando pes_
o"ï: dos heterónimoì (tucardo Reis) partitham
o sentido do sagrado, o encanto das imagens contempladas
:::Ì'
encargos" de rraduçáo. os como quem sonha, a obrigaçáo moral de saber estar pre-
No caso de A fnuençao sente..., (in Dicionrírio... 2008: 517). Entre os assistentes
do Dia C/aro,que pessoa
editou é possível imaginar Pessoa, cujo deslumbramento deve ter
e começou a traduzir com o títuro rh, Irìrrtion
of the Bri_ sido tal (mesmo que já conhecesse partes do texto) que, mal
ght Day, o tradutor seria o
próprio pessoa. A conferência,
prevista para o segundo semestre a Olisipo começou a funcionar, uns meses mais tarde, quis
de 1920,após o regresso
a Lisboa de Almada Negreiros, que o primeiro título da editora - no início pensada como
vindo de paris, só foi profe-
rida a 3 deMarço de 1921, uma biblioteca de ediçóes baratas de ciássicos - fosse, preci-
isto é,guase
realizada uma exposiçáo
com o mesmo nome ";;"o depois de samente, A Inuenção do Dia Claro.
(A Inuençao do
Dìa claro) no sarao Nobre Náo me referirei nesta nota introdutória aos testemunhos
do'reatro s. carros. A exposiçáo
foi extremamenre mar recebida manuscritos e dactilografados do texto da conferência de
e este facto terá determinado
da conferência, que prerendia Almada que permitiram editar criticamente algumas secçóes
,T.idiamen:o rornar menos da mesma (ver o livro Fernando Pessoa: o guardador de papéis,
srrenclosa.. a exposição
e defender os princípios de uma
Lisboa, Texto Editores, 2009), mas sim à trad,r-rçáo efectuada

10
11
por Pessoa, a quar acompanha esta
ediçáo da Guimaráes. capa da primeira ediçáo (1921), comum grafismo e tipos
Primeiro, é preciso indicar que pessoâ, ^
para quem uma rra_ de imprensa próprios; veja-se o auto-retraro do autor) com
duçáo devia ser um acto de "re-inspi
,^i^o,, (assim traduziu esses olhos gigantes e cândidos de menino. Estes elementos
Poe e Khayyam, por exempro),
denÀmina a sua transposição
e outros sintetizam bem, em termos plásticos, a ingenuidade
para o inglês uma (transcriçáo,
e náo uma ntraduçáou. Como
"transcritor" de Armada, pessoa "inventiva" do livro, em que as "letras" e as "imagens" se
apresenta uma versáo muito
literal do rexto, como se efectuasse sucedem: note-se que a Inuençao começa com uma reflexáo
uma traduçáo simultânea,
tentando manter-se o mais fier sobre o livro, enqì.Ìanto objecto de cultura, continua com a
possíver às paravras ,.ouvidas,,
(a leitura pode rer evocado recordaçáo de algumas oleografi^t (tf um trecho do Liuro do
.o.rf.rência). S.g,rrdo, a (rrans_ "É
crição> terá sido efectuada" em Desassossego; uma oleographia sem remedio"), prossegue
dois mo*.iro, d,iferentes,
sendo que, no urterior, pessoa com consideraçóes sobre as palavras e encerra (a I parte) com
terá sido mais sensíver à poé_
tica da ingenuidade almadiana, confid,ências, em que se lê:
rranscrevendo, por exempro,
<rapariga> já não por (maidenr,
mas por ugirlr, um termo
mais simples e informar. pessoa Máe! a oleografia está a enrornar o amarello do Deserto por
deixou 1.r"."Ë"da esra (rrans_
crição> (Tht Inuention of the cima da minha vida. O amarello do Deserto é mais comprido
Bright Dãy),tal como deixou
sem concluir outros inúmeros do que um dia todo! l...] Mae! eu quero ser as trez oleografias!
projectos que se acumulavam
nos seus planos e esquemas,
como se podem acumular os
livros que alguém tem para ler Esta conferên cía é também um poema, um ensaio, uma
na sua mesa-de-cabeceira.
contudo' esre exercício de traduçáo confissáo e um manifesto. tJm texto altamente plástico e
quase riterar de uma filosófico (mesmo que o autor confesse ter lido um livro
conferência poética é imporranre
para o estudo de pessoa
enquanto tradutor, e mais precisamenre, de filosofia e náo ter ganhado nada, como Caeiro...), r'r-
enquanto tradutor texto diftcil de classificar, de uma sabedoria premarura, que
no âmbito de uma empresa editoriar,
a orisipo,
Que preren- se oculta - como O Menino d'Olhos de Gigante - <<na forma
dia estabelecer uma nova bibrioteca
de autores nacionais e
estrangeiros. poética da tonteria popularr. É também um livro que fica
A Inuençao do Dia craro é, arém em aberto, anunciando outras ndémarches para a Invençáor,
de mais, um dos mais
importanres um dos textos de intervençáo menos provocatórios com o
resremunhos dos diálogos inter-artísticos
que qual Almada contribuiu para a <iniciaçáo, dos porrugueses
deram nova vida às divers", *".riãstações
modernisras. una revelaçao da pinturâD, e náo só.
Almada foi um autêntico poera-pintor,
e o rivro que pro-
duziu em colaboraçáo com pessoa
rem a sua marca. veja-se
Jerónimo Pizarro

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A INVENçA
d'' DIA CLAR
gscÍr,fe & um,a.et n4pneire Fila t lffi ag qS
segr.ida arF$8t#h:ffi' a &,,açeo
t*rporfoA &q^.3rn{.t*,rt wis iütt'
mâ3 e $pâê8.
Gussros r* l,,rTB%'&,r'*'$trezo ua
Crltr ìsrr ïdiato Joãw for elhï*Pni
Nous savons donner notre vie toute entière tous les
jours.
Bénnissons la vie!
Saluons Ia naissance du travail nouveau.
Le monde n'a pas d'âges, l'humanité se déplace toltt
simplement.
Je ne suis pas prisonnier de ma raison.
Dieu fait ma force et je loue dieu.
Splendeurs des villes.
Point de cantique - tenir toujours le pas gagné.

Rimbaud

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O LIVRO

Entrei numa livraria. Pus-me a contar os livros que há para


ler e os anos que terei de vida. Náo chegam, náo duro nem
para metade da livraria.
Deve certamente haver outras maneiras de se salvar uma
pessoa, senáo estotl perdido.
No entanto, aS peSSoaS que entravam na livraria estavam
todas muito bem vesddas de quem precisa salvar-se.

l.**

comprei um livro de filosofia. Filosofia é a ciência que


rrara da vida; era justamente do que eu necessitava - Pôr
ciência na minha vida.
Li o livro de fi.losofia, náo ganhei nada, Máe! náo ganhei
nada.
Disseram-me que era necessário estaÍ já iniciado' ora eu só
tenho uma iniciaçáo, é esta de ter sido posto neste mundo à
imagem e semelh anç de Deus. Náo basta?

*x*

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