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Crianças e adolescentes.
Agosto/2018
Simpósio Nacional de Fortalecimento do Sistema de Garantia de Direitos Humanos de
Crianças e adolescentes.
que, segundo os autores ‘todas as necessidades dos alunos são satisfeitas’”. Ainda
existem muitas necessidades a fim de esclarecer as questões referentes à educação
inclusiva, tal como o atendimento educacional especializado. Importante destacar que
pessoas com necessidades educacionais nem sempre são as que possuem deficiência. A
exclusão escolar não acontece somente pelo motivo de que alguns possuem deficiência,
ela vai além das deficiências físicas.
Por direitos humanos entendem-se aqueles inerentes à pessoa humana, que sem
os quais não se tem garantia de vida, tanto no contexto espacial mais próximo, quanto,
para compreender este conceito, numa dimensão mais ampla abrangendo todas as
pessoas. Já direitos fundamentais são aqueles reconhecidos e positivados na esfera do
direito constitucional, enquanto que os direitos humanos têm relação com os
documentos internacionais e se baseiam na evolução histórica dos povos e dos tempos.
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Diante disto, pensar em políticas para a pessoa com necessidades especiais tem
como objetivo criar condições para que a pessoa se desenvolva, para que adquira
recursos necessários para viver em sociedade. Sobretudo, parte de nos tornarmos seres
humanos socializados é relacionada ao princípio da dignidade humana, devendo estar
acima de qualquer figura jurídica. É preciso respeitar os valores não materiais, os
valores espirituais, as ideologias, as concepções. Deve ser respeitado a pessoa como um
todo.
Quando nos referimos tanto aos direitos da criança e do adolescente quanto aos
direitos humanos, o sentido dessas políticas está relacionado a uma sociedade justa e
igualitária, em que todas as pessoas possam ser reconhecidas como cidadãs com a
garantia de convívio comunitário (Brasil, 1990). O artigo 15 do Estatuto da Criança e do
Adolescente prevê que “a criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à
dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de
direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis”. No entanto,
como falar da diferença em um primeiro momento dentro de um contexto em que os
direitos são pensados para igualar sujeitos?
Para entendimento crítico, Carvalho (2004, p. 69) refere que, teoricamente são
excluídos os que não conseguem ingressar nas escolas e, também aqueles que, mesmo
matriculados, não exercitam seus direitos de cidadania de apropriação e construção de
conhecimentos. As estatísticas da educação brasileira permitem-nos conhecer os
números de alunos que ingressam no Ensino Fundamental e dos que vão para o Ensino
Médio. Ao compará-los evidenciam-se os elevados índices de exclusão que ocorrem,
ainda, em nossas escolas.
Percebe-se o quanto que parte da exclusão social é carregada de atribuições com
estereótipos e preconceitos - valorado como algo negativo a moral vigente. Para
Crochik (2006) o preconceito é olhar para o objeto (o outro) como forma de estereótipo,
é um ato de desamor, propagado pelas primeiras relações na socialização do sujeito. Em
muitos casos, alimentado pela crença de superioridade. Há ainda, a concepção do
preconceito se nutrir pela atribuição de um “bode expiatório”, culpabilizando
determinado grupo ou pessoa em que lógica maniqueísta prevalece.
Em consonância, estereótipo, para Bosi (2003, p.117), “é transmitido com tal
força e autoridade que pode parecer um fato biológico”. Olhar para alguém de modo
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e Antropologia tanto a criança como o adolescente são vistos como um ser incompleto e
inacabado – uma vez que a noção de idade é concebida de modo hierárquico
(Rosemberg e Mariano, 2010). De modo que, não possam representar integralmente a si
mesmos necessitando de um adulto (que, nesse caso, pode ser os seus pais, parentes ou
especialistas) que as represente (Decome-Poker, 2014). Esta condição, no modo como a
sua cidadania é concedida coloca este grupo em desvantagem em relação a outros –
posta a ausência de condições para a auto-representação pressuposta e união com seus
pares para reinvindicação e negociação da sua imagem social. Dada esta contradição, a
partir das políticas públicas atuais, o exogrupo, ou seja, os atribuídos representantes das
crianças tem como divisão o discurso da defesa á proteção ou da autonomia. ]
Para compreensão, a premissa sustentada no discurso de proteção, atende ao
establishment pelas teorias tradicionais da infância, tento sua redação com viés
universal, mais especificamente na Declaração dos Direitos da Criança de 1959: “a
criança, em razão de sua falta de maturidade física e intelectual, precisa de uma
proteção especial e de cuidados especiais, especialmente de proteção jurídica apropriada
antes e depois do nascimento”. Já o discurso da autonomia, é defendido com mais
solidez nos documentos oficiais, a partir da nova redação na convenção de 1989, sob
uma perspectiva mais liberacionista (autonomista), visa afirmar o direito de participação
da criança nos cenários sociais e o entendimento dela como ator/atriz social – pois sua
apropriação da realidade mobiliza os setores econômicos, culturais, educacionais e até
mesmo do trabalho.
Neste tipo de posicionamento político-filosófico, a criança ou adolescente
poderiam escolher como serem educadas, a necessidade de se ter um religião ou até
mesmo se tem interesse de viver com os pais/responsáveis. Do ponto de vista crítico, ou
seja, da admissão das contradições advinda de um processo de interação da infra-
estrutura e da super-estrutura, posso entender que ambos os discursos atuais sobre a
criança como sujeito de direitos são anamórficos. No entendimento de que falam uma
parte do objeto com certa binaridade, mas não entra em contato com a sua totalidade.
Proteger apenas reforça a ideologia de incompletude da criança, como um ser
desprovido e tábula rasa da sociedade – a criança é vista apenas como produto da
sociedade. Conceder unicamente a autonomia, em alguns casos, poderia colocar a
criança em uma crise e ausência de sentido, quanto ao respaldo que a sua comunidade
poderia lhe conferir – colocando-a somente como protagonista. Posto isso, ambas as
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Neste sentido, a igualdade aparece como uma guinada ideológica para igualar os
desiguais, no entendimento de uma sociedade constituída naquilo que Honneth (2011)
entende como a gramática moral dos conflitos sociais.
Sendo a inclusão um direito fundamental, não basta ser reconhecido
politicamente e socialmente, mas sim, colocado em prática àquilo que juridicamente, já
é uma realidade de modo a atender plenamente as esferas do reconhecimento e de uma
vida boa. Esta análise teve por objetivo refletir por que o direito fundamental à
educação inclusiva não está realmente efetivado na prática com aqueles que são
segregados de alguma forma. Diante do exposto, penso que há uma emergência por
ações na sociedade que mude esse imaginário coletivo de colocar a pessoa com
deficiência no campo de impossibilidade comparativamente com os atribuídos normais.
Essas intervenções para que, de fato, as leis sejam factíveis podem inicial desde os
meios de comunicação de massa como papel da literatura infanto-juvenil, filmes,
novelas, seriados até mesmo aos processos de formação continuada e capacitação de
profissionais do direito, da saúde e da educação que acabam por dimensiona-los(as) na
sua atuação às determinadas posições na sociedade.
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