ATUALIDADES

TÓPICOS RELACIONADOS: políticos, favorecimento de informações privilegiadas

Fonte para enriquecimento de grupos políticos e
Frigoríficos do Brasil empresários, nepotismo, desvio de verbas, evasão
de divisas, tráfico de influencia, passando também
"Ainda não foi mostrado nem 1% do que foi pelo escândalo da reeleição do ex-presidente
descoberto pela PF", diz delator da Carne Fraca Fernando Henrique Cardoso com a compra de votos,
entre tantas outras informações tão esperadas.
OPERAÇÃO LAVA JATO DA POLÍCIA FEDERAL Fonte: GOIS, Ancelmo. Termos da Delação Premiada de Pedro Corrêa estão
Embora criticada pesadamente por cerca de prontos. O Globo. Gois de Papel. 12/01/2016
100 advogados criminalistas de renome, na sua
maioria defensores de políticos e empreiteiras
acusadas de participação do esquema de cartel e OPERAÇÃO CARNE FRACA DA POLÍCIA
propinas instalado na Petrobrás entre os anos de FEDERAL
2004 e 2014, a operação Lava Jato da Polícia
Federal (deflagrada em 2014) vem recebendo o
apoio de grande parte da população brasileira que
vem acompanhando o desenrolar das investigações
não somente pelas mídias oficiais, mas também
pelas redes alternativas de comunicação, que hoje
possuem especialistas não tão conhecidos
nacionalmente, mas que demonstram profundo
conhecimento das áreas jurídicas e afins, ajudando a
população a compreender melhor as entranhas e as
complexas maracutaias do poder no país.
A Operação Lava Jato está ainda em curso e
já alcançou dimensões antes não imaginadas, com
941 procedimentos instaurados, 75 condenados,
cerca de R$ 2 bilhões recuperados e outros R$ 4
bilhões para serem repatriados para os cofres
públicos e 85 pedidos de assistência jurídica
internacional, dando uma outra cara e sentimento
sobre o Judiciário brasileiro, que até então sempre
havia fechado os olhos para as questões de grande
magnitude ou que atingissem políticos e empresários
do alto escalão... e ao que parece, ainda é o começo
dessa grande colcha de retalhos!
Fonte: MACEDO, Fausto. Carta dos advogados ataca indistintamente, sem
especificação de fato, afirmam procuradores. Estadão. 17/01/2016.

DELAÇÃO DE PEDRO CORRÊA E A REELEIÇÃO

DE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Uma estranha operação da Polícia Federal

do Paraná, coordenada pelo delegado Maurício
Moscardi Grillo, congestionou as diversas mídias
tradicionais e redes sociais do país no final de
semana do dia 20 de março de 2017, logo após a
maior mobilização popular contra s reformas da
previdência impostas pelo governo Temer e também,
bem no dia em que milhares de pessoas
acompanharam o ex-presidente Lula na inauguração
da Transposição do Rio São Francisco, em um claro
apoio à candidatura e retorno do ex-presidente Lula
O ex-deputado pernambucano e conhecido em 2018.
frequentador de escândalos de corrupção em
diversos governos, Pedro Corrêa, foi preso em
Curitiba em janeiro de 2016 e aceitou os termos da
delação premiada.
O ex-deputado diz que desde que entrou
para a política ainda em 1978, pela Arena, há
falcatruas nos diversos governos, desde distribuição
de veículos de comunicação de forma a beneficiar
correligionários em detrimento de opositores

ATUALIDADES 3
O PRESIDENTE DA FENNAPEF CRITICA
OPERAÇÃO
O presidente da Fenapef (Federação
Nacional dos Policiais Federais) Luís Bourdens,
criticou, em nota, a postura dos agentes que
participaram da Operação Carne Fraca. Defendeu o
que chamou de "atuação irrepreensível" dos
policiais.
O presidente da Fenapef destaca que os
agentes que trabalham nas investigações não
participaram nem da divulgação nem da
comunicação após o fim das operações — "prática,
muitas vezes, com caráter somente midiático, que
vem sendo adotada apenas pelos delegados
federais".
Também criticou o delegado que
desencadeou a espalhafatosa operação "Maurício
Moscardi, dizendo que não tem a menor condição de
ser apresentado como coordenador de qualquer
operação. Seu tempo na PF por si só já justifica sua
inexperiência para tratar de assuntos delicados como
o eventual abalo econômico advindo de uma grande
operação como a Carne Fraca", observa.
Bourdens defendeu a importância da
operação no combate à corrupção, mas ponderou
que "o trabalho técnico investigativo não pode ser
maculado por eventual interpretação dissociada da
verdade dos fatos".
KATIA ABREU DENUNCIA A PRESSÃO POLÍTICA
DO GOERNO TEMER PARA MANTER FISCAL
CORRUPTO
O fiscal corrupto Daniel Gonçalves que foi
preso na operação Carne Fraca havia sido indicado,
segundo Kátia Abreu, “insistentemente” por Osmar
ATUALIDADES
Serraglio e Sérgio Souza, ambos do PMDB do
Paraná.
Kátia disse ainda que, quando soube de
irregularidades cometidas pelo fiscal e resolveu
demiti-lo, nunca viu “uma pressão tão forte para não
tirar esse bandido de lá”.
“Tenho que ser sincera, porque são dois
deputados do meu partido. Insistiram para que
a lei não fosse cumprida ao ponto de eu ter
que ligar para a presidente Dilma e dizer-lhe
da minha decisão de demitir e que as
consequências políticas eu ia arcar. Ela,
imediatamente, disse: ‘Demita já!’”.
Kátia Abreu também fez duras criticas da
forma como a Operação Carne Fraca foi conduzida e
alertou: “nós vamos perder as nossas exportações,
mas o mais grave: nós vamos perder emprego em
uma hora terrível, quando temos tantos
desempregados, pois grande parte desses
frigoríficos são exportadores. Vão todos para a rua”.
“Essa também é uma culpa que vocês, esse
pequeno grupo da Polícia Federal, vão carregar em
suas consciências. Tentaram, com uma ação
medíocre, infantil e baixa, destruir um dos setores
mais importantes deste país e vão arcar com essas
consequências”
OPERAÇÃO CARNE FRACA DA POLÍCIA
FEDERAL
A Policia Federal desencadeou uma
operação denominada de Carne Fraca em março de
2017 denunciando que grandes empresas
produtoras de carnes no Brasil estavam
comercializando produtos com papelão moído com
embutidos, químicos altamente cancerígenos e carne
vencida para o consumo geral da população, o que
não foi para menos, alarmou e enraiveceu os
brasileiros, como também colocou dúvidas sobre
esse importante setor de exportações preocupando
os países importadores da carne brasileira.
Investigações e fiscalizações realizadas pela
Polícia Federal e outros órgãos são de grande
importância, sem dúvida, e essas ações devem ser
apoiadas pela população que só tem a ganhar com
isso. Contudo, diversos críticos tanto brasileiros
como de outros países estão analisando com certo
4
cuidado a forma como as investigações e acusações
foram vulgarizadas.
O Brasil é um dos grandes produtores de
carnes e derivados do mundo, exportando para mais
de 150 países e as acusações feitas pela Policia
Federal deram conotação da desconfiança da
totalidade das industrias de carnes, mas que na
realidade, após uma maior pesquisa a respeito,
envolvem não as quase 5 mil empresas do setor,
mas sim cerca de 20 empresas, prejudicando todo o
setor tanto em nível nacional como internacional.
Técnicos e profissionais da área foram
procurados e se pronunciaram a respeito, afirmando
que as irregularidades levantadas pelas
investigações da Polícia Federal não são pratica
comum na ampla maioria das indústrias do setor.
Segundo a Polícia Federal, as investigações
estavam acontecendo já a dois anos e das quase 5
mil fabricas (4.837 fabricas) apenas 21 foram
autuadas, ou seja, quase 0,5% dos frigoríficos ou
ainda, menos de 2% da produção nacional de
carnes.
Os produtos suspeitos de fraude não são a
carne in natura (peito de frango, pernil, etc.) mas
sim em alguns embutidos como linguiças e salsicha
além do uso de substancias químicas como o “Acido
Ascórbico” que, segundo os especialistas, trata-se de
vitamina C usada pela indústria internacional de
alimentos como conservantes e também como
realçador de sabor, ou seja, o alarde revelou-se um
fiasco internacional e expôs a fragilidade ou
descontrole da investigação.
Ao que parece, houve uma má interpretação
do uso de “papelão” que não estava sendo utilizado
para a confecção de embutidos ou como mistura nas
massas, mas sim, apenas para embalá-las.
Foram 33 fiscais os apontados como
facilitadores de irregularidades nos 21 frigoríficos
investigados, mas a forma como a notícia foi
vulgarizada levou ao descrédito do trabalho de cerca
de 11.000 fiscais do Ministério da Agricultura.
Mídias alarmistas
ATUALIDADES
Diversa mídias ilustraram a operação da
Polícia Federal mostrando imagens de carcaças de
carne in natura como sendo aquelas que estavam
sendo o “alvo” das investigações, o que contribuiu
para a clássica desinformação e ainda mais
descrédito pelo já abalado setor midiático.
O Brasil produz e exporta para mais de 150
países e até o momento, nenhum dos importadores
relatou problemas de contaminação, ou seja,
atualmente o brasileiro possui elevada qualidade do
produto oferecido no mercado interno, assim como
os consumidores no mercado internacional, contudo,
após a desastrosa divulgação pela Polícia Federal,
diversos países cortaram a importação do produto
como a China, Europa, Chile e Coréia do Sul,
causando um prejuízo ao setor de diversos bilhões
de reais.
CARNE DE CAVALO EM LASANHA CONGELADA
NA ALEMANHA.
Recentemente a Alemanha teve um caso
irregular de uso de carne de cavalos em alguns
produtos como lasanha congelada, que estava sendo
vendida como carne bovina, embutidos e assim que
a denuncia foi feita, providencias foram tomadas e os
culpados foram punidos.
Segundo as investigações, a marca de
lasanhas TIP estava vendendo na rede de
supermercados REAL, carne irregular e retirou o
produto das prateleiras assim que ficou sabendo das
denúncias.
O Comissário de Saúde europeu Toni Borg
organizou, como resposta imediata, fiscalizações em
diversos mercados da Europa e pediu que os testes
durassem pelo menos 3 meses e que fosse
analisadas mais de 6 mil amostras de carne. Além
de tentar identificar o tipo correspondente de carne
anunciada na embalagem, também Borg exigiu a
identificação química do produto Fenilbutazona, que
é um anti-inflamatório que é proibido para o consumo
humano, mas que é utilizado em equinos.
A mesma seriedade na condução das
investigações e na resolução do problema deveria
ocorrer no Brasil, com uma apuração técnica dos
fatos, uma cobertura midiática responsável e
comprometida com a ética da informação.
Por lá os culpados foram punidos e o setor de
mercado foi protegido, mas e aqui? A quem interessa
tal exposição catastrófica de tal operação
escandalosa e aparvalhada pela Polícia Federal,
5
destroçando a credibilidade do setor no mercado
nacional e internacional?
O BRASIL E A COMPETIVIDADE
INTERNACIONAL
O Brasil veio abrindo espaço entre gigantes
de diversos setores e ganhando mercado pela
qualidade dos produtos oferecidos, entre eles o setor
de construções com empreiteiras como a Odebrecht,
indústrias de embutidos (presuntos, linguiças,
salsichas, etc) e Petróleo.
As empresas brasileiras ao ganharem
espaço no mercado internacional, estavam
marcando presença como multinacionais com garra
para abrir mercados ainda maiores, operando na
América Latina, África, Estados Unidos e Ásia.
Curiosamente a partir de 2015 diversas
operações da Policia Federal, repletas de vazamento
de informações precipitadas, prisões e posterior
liberações sob contrato de delação, passaram a
desacreditar as empresas brasileiras no mercado
nacional e internacional por certos setores da Polícia
Federal, o que levou tanto a brasileiros como
estrangeiros a questionar as reais intensões das
ações da PF.
Após as denúncias divulgadas aos trancos e
barrancos, A China e a Europa cortaram a
importação de carnes de frango brasileiros,
causando um prejuízo de U$ 15 bilhões de dólares
em exportações, que serão tomadas por outro país
exportador.
CHINA É O MAIOR IMPORTADOR DA CARNE
BRASILEIRA
Países como a Coréia do Sul, União
Europeia e a China suspenderam a importação das
carnes brasileiras depois que a Polícia Federal
divulgou, sem maiores explicações, que os
frigoríficos brasileiros “compram fiscais” para que
possam vender carnes podres e também, frango com
papelão, para merendas escolares, alarmando e
enojando a população;
O desastroso delegado responsável é Moscardi
Grillo, curiosamente o mesmo que investigou o ex-
presidente Lula e havia dito que a Lava Jato havia:
“perdido o timing para prender Lula”.
Após dois anos de investigação, ao que parece, a
Polícia Federal somente analisou produtos de uma
só empresa...
O PIB BRASILEIRO E O AGRONEGÓCIO
ATUALIDADES
O agronegócio é que vem mantendo o PIB
brasileiro positivo, tal é o tamanho desse setor no
país e que após a desastrosa operação Carne Fraca,
poderá afetar com gravidade as exportações desse
setor impactando fortemente na balança comercial
do país.
BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA
http://www.abagrp.org.br/agronegocioNumerosAgro.p
hp
Dois anos de investigação de açougues e um
estardalhaço de que a operação era a “maior da
história” ao se verificar os fatos e os detalhes da
investigação, percebe-se que foi de uma
irresponsabilidade tamanha, que causou um prejuízo
de credibilidade que irá demorar para ser recuperado
e quem pagará por tal prejuízo será o pecuarista.
“Eles usam ácidos, outros ingredientes químicos, em
quantidades muito superiores à permitida por lei pra
poder maquiar o aspecto físico do alimento
estragado ou com mau cheiro”, explicou o delegado
da PF responsável pela investigação, Maurício
Moscardi Grillo, em entrevista coletiva na sexta-feira.
O delegado Grillo explicou os problemas
encontrados na carne das empresas investigadas
pela operação – que iam desde mudar a data de
vencimento e a embalagem de carnes estragadas,
que eram usadas como matéria-prima para
embutidos, até injetar água em frangos para alterar
seu peso e mascarar a deterioração de carnes com o
uso de ácido ascórbico.
“São dois anos de análise de fatos, desde utilização
de papelão por essas empresas – até essas que já
citei de grande porte (JBS e BRF) – para colocar
esse tipo de situação em comidas, pra fazer
enlatados, e outras coisas que podem prejudicar a
saúde humana. (…) Tudo isso mostra que o que
interessa para esse grupo é o capitalismo, é o
mercado, independente da saúde pública”, disse.
“Determinados produtos, cancerígenos até, em
alguns casos, eram usados pra poder maquiar as
características de um produto estragado ou com
cheiro.”
Na realidade a operação Carne Fraca coordenada
pelo delegado Moscardi, mostrou-se o maior fiasco
da história da Polícia Federal por ter focos pontuais e
não na dimensão irresponsável alardeada.
6
Além do mais, a Polícia Federal não encontrou em
nenhum local qualquer sinal de carne podre nem
carne com papelão junto... ué, e então??? Que
palhaçada foi essa??
Fonte: BBC Brasil. Alemanha descobre carne de
cavalo em lasanha congelada. 14 fev 2013
Fonte: CECCANTINI, Marcio. Especialista do setor
de carnes.
Presidente Temer em churrascaria com carnes
não nacionais
Para tentar contornar o escândalo, o
presidente Michel Temer convidou diversos
empresários para um jantar em uma churrascaria
próximo do Palácio, mas verificou-se que o local não
servia cortes brasileiros mas sim, argentinos,
uruguaios e australianos... um vexame.
CRÍTICAS E ELOGIOS AO MODELO NEOLIBERAL
TÓPICOS RELACIONADOS:
RECESSÃO NA CHINA, ELOGIOS E CRÍTICAS AO
MODELO NEOLIBERAL, UTOPIA, CONTEXTO,
CONFLITOS NO MUNDO, PRIMEIRA GUERRA,
SEGUNDA GUERRA, IMPERIALISMO.
CHINA REDUZ CRESCIMENTO ECONOMICO E
ABALA PRINCIPAIS BOLSAS DE VALORES.
Previsão de crescimento do PIB da China para
2015
Os mercados internacionais demonstraram-
se apreensivos novamente com a queda de 8% da
bolsa de Xangai o que provocou uma fuga de ativos
ATUALIDADES
(dinheiro, aplicações financeiras, investimentos)
considerados mais arriscados, derrubando as bolsas
de valores em diversos países do mundo.
A bolsa de Xangai apresentou em agosto de
2015 a maior queda diária desde o início da crise
econômica global, que teve início nos EUA em 2007
e atingiu a Europa em 2008.
Desconfia-se que a crise que está atingindo
a China é bem maior do que se está anunciando e
que a desaceleração afetará as projeções para o
PIB, com graves consequências para as economias
globalizadas.
Também a própria ação do governo chinês
de tentar socorrer à bolsa chinesa (interferência do
Estado na economia) acabou por afastar poupadores
aumentando a especulação, agravado pelo fato de o
Banco Central chinês atuar na desvalorização da
moeda (iuan) gerando uma insegurança de que tal
atitude pudesse contaminar a economia de outros
países.
Segundo a evolução da economia no gráfico
econômico da China, o país chegou a crescer 13%
em 2007 e logo apresentou queda assim que a crise
iniciada nos EUA foi anunciada em 2006, mas teve
recuperação em 2010, apontando crescimento
10,4% do PIB.
O ritmo de crescimento veio se mantendo
elevado frente a outras economias globalizadas até o
ano de 2014, quando as perspectivas de que a
China continuasse a crescer no mínimo 7% ao ano,
mas teve queda, mantendo-se abaixo das previsões,
taxa essa que é a menor em 25 anos.
Após vários anos de crescimento robusto, o
país mostra que a bolha de crescimento está
estourando e a desaceleração da economia pode ser
progressiva e se ocorrer, afetará a economia global
com graves consequências.
AS ALTERAÇÕES DO PERFIL DA ECONOMIA
CHINESA
O governo da China está mudando o perfil
da sua economia, que até então era exportadora,
para um modelo voltado para o consumo interno
(fato garantido pois tem uma população de mais de
um bilhão de habitantes) mas para isso terá que
qualificar o salário dessas pessoas para que possam
absorver a produção interna.
Pirâmide etária da China para 2050
7
 O Banco Central da China está se voltando
para a orientação do crescimento sustentável da
economia do país e poderá, segundo os analistas,
cada vez mais limitar investimentos do exterior no
país.
As exportações começaram a cair devido a
crise internacional e o governo chinês resolveu
desvalorizar o iuan para que seus produtos
continuem tornando-se “mais competitivas” no
mercado internacional, o que foi interpretado pelos
analistas do FMI como um “ajuste” e não
propriamente uma crise.
CONSEQUENCIAS DE UMA DIMINUIÇÃO DO
CRESCIMENTO CHINÊS.
O pé no freio do governo chinês na
economia implica que irá reduzir a importação de
commodities e impactará diretamente nos países
fornecedores, entre eles o Brasil e os demais países
do BRICS.
Automaticamente houve uma grande procura
por dólares por parte dos investidores europeus e de
outros países o que elevou o preço da moeda para
R$ 3,58 sendo o mais alto nível nos últimos 10 anos.
Com a queda da China e consequentemente
dos países do BRICS pode haver uma retração nos
investimentos nos países emergentes devido a
desconfiança do cenário econômico por parte dos
investidores.
Há um cenário preocupante para os
analistas, que dizem que se a China mantiver a
política interna de crescimento economico com
redução de importação, grande parte do que é
produzido no país depende de matéria prima externa
e esse caminho tomado pelo governo pode gerar
inflação, o que poderá resultar em um tiro pela
culatra.
Também a desvalorização da moeda chinesa
para tornar seus produtos mais competitivos poderá
gerar uma “guerra cambial” com outros países
também emergentes praticando também a estoques de gêneros agrícolas como o algodão e
desvalorização de suas moedas para poderem
competir com a China, com redução do lucro e baixo
custeio da produção, não sendo esse um cenário lá
muito positivo.
A queda das importações da China
tracionaram negativamente o preço das commodities
atingindo a empresa de mineração Vale (ex-Vale do
Rio Doce) cujas exportações de ferro tiveram queda
de 4% e também o petróleo, com uma nova mínima
no ano, quase tornando desaconselhável as
perfurações e extrações do petróleo do Pré-Sal.
Os contratos com a exportação do café
também recuaram, acompanhando a queda também
do açúcar bruto.
Se o quadro economico não der uma reviravolta, um
cenário não tão positivo se avizinha para os
próximos meses também no Brasil.
Fonte: ALVARENGA, Darlan. Entenda o que está acontecendo na China e os
reflexos nos mercados. Globo G1. Economia. Mercados 24/08/2015
ATUALIDADES
NEOLIBERALISMO - CRITICAS E ELOGIOS AO
MODELO.
As ideias neoliberais tornaram-se
hegemônicas a partir da década de 70, sendo
implantada no Brasil com a equipe econômica do ex-
presidente Color de Mello entre os anos de 1990 e
1992 quando veio a renunciar ao cargo sob
acusações de corrupção.
Após 40 anos de analises os resultados em
nível economico global ficaram muito abaixo do que
era prometido, gerando menos crescimento, mais
desemprego, maior endividamento dos Estados,
maior concentração de renda e desigualdade social e
graves crises econômicas globais como a que
assolou os EUA em 2006 e na União Europeia em
2008 e que se arrasta até hoje. Afinal, o que é que
aconteceu?
CONTEXTO HISTÓRICO DO NEOLIBERALISMO
O século XX foi conturbado por várias e
graves crises econômicas como a queda da bolsa de
valores de Nova Iorque em 1929 e por duas guerras
que envolveram dezenas de países diretamente nos
conflitos.
A CRISE DE 29 E AS AÇÕES DE ROOSEVELT
Para sair da crise de 1929 o presidente
Franklin Roosevelt criou o NeW Deal (Novo Acordo)
entre os anos de 1933 a 1937.
Entre os diversos programas desenvolvidos pela
equipe econômica estava o investimento maciço em
obras publicas por parte do governo como usinas
hidrelétricas, barragens, pontes, hospitais, escolas,
aeroportos, obras essas que geraram milhares de
empregos mas o projeto não tinha apoio de uma
parcela dos economistas que tinham ceveras criticas
ao modelo defendido por Roosevelt e seus
economistas.
O New Deal previa também a destruição dos
milho, para justamente conter a queda dos preços.
O governo de Roosevelt passou a controlar os
preços e também a produção para evitar a
superprodução de gêneros e assim, manter o
controle e a recuperação da economia.
Roosevelt propôs algo inusitado para a época,
que foi a redução da carga horária de trabalho para
abrir novos postos de emprego, fixando o salário
mínimo, criando também o seguro-desemprego e o
seguro idoso ou velhice.
Logo que houve a lenta recuperação dos
EUA a Europa entrou novamente em colapso com a
Segunda Guerra Mundial e que envolveu direta ou
indiretamente diversos países, atrelados ou
dependentes da economia capitalista.
Após a Segunda Guerra e vários anos para
se recuperarem das ondas de depressões
econômicas, o capitalismo pareceu “organizar-se” de
forma a conciliar democracia com crescimento
econômico, daí esse período ser chamado por
alguns como “capitalismo organizado”.
8
TRANSFORMAÇÕES ESTRUTURAIS
Uma das importantes transformações
estruturais do modelo capitalista foi uma vigorosa
pressão pela democracia proveniente da população
dos países que foram destroçados economicamente
pela crença cega no equilíbrio da “mão invisível dos
mercados” de Adam Smith e também por povos que
passaram a exigir a independência frente ao modelo
neocolonizador imperialista das “nações civilizatórias
ocidentais”, que enriqueceram sobremaneira sobre o
empobrecimento dos países africanos e asiáticos.
Houve diversas reações populares contrárias
ao imperialismo e à ditaduras nazistas e fascistas no
mundo, através de formas de luta de emancipação
dos países e de expansão da cidadania e direitos
sociais, que na Rússia foi liderada por movimentos
anticapitalistas e quando não tornaram-se revoluções
socialistas, exerceram pressão para que o
capitalismo sofresse reformas.
A época da confiança cega em uma auto
regulação (Adam Smith) do mercado ficou
desacreditada com as duas guerras e a crise de 29 e
os países foram, através de intensas pressões
populares, direcionados à uma política que pudesse
criar empregos, com salários acima da inflação ou
seja, ganhos reais, o que catapultou as economias,
com planos de fomentar o bem estar das populações
dos países desenvolvidos.
O curioso é que a busca pelo direito do bem
estar ficou restrita aos países desenvolvidos
economicamente, ao passo que para conseguirem
matéria prima barata, o modelo buscou investir em
industrialização nos subdesenvolvidos, com vultosos
benefícios de impostos unilaterais, forçando aos
governos locais que permitissem a evasão de
divisas, utilizando mão de obra barata, tudo com o
conhecimento dos governos dos países
subdesenvolvidos (governos fracos e submissos)
que vendiam-se e lucravam sobre a sua própria
população ludibriada.
A segunda grande transformação do sistema
capitalista foi na forma em que as economias globais
se integravam, relações que em parte foram
destruídas ou abaladas com a Segunda Guerra
mundial.
Os EUA surgiram no pós-guerra como a
maior potencia econômica do planeta, sendo o
credor internacional e se metendo em tudo o que era
problema ou então, criando ou explorando problemas
para que pudesse enviar soldados sob a alegação de
proteger a democracia local, passando assim a
influenciar diretamente ou indiretamente através de
grandes somas de dinheiro a política local.
Ao que parece, tanto as pressões
democráticas e melhoria de vida, bem como o
crescimento e expansão capitalista sob hegemonia
dos EUA conviveram, embora com rumos opostos,
relativamente bem até a década de 70.
Pode-se constatar com isso que as duas
décadas do pós Segunda Guerra foram a “Era
Dourada” do capitalismo, com mercados se
integrando em grande velocidade, crescimento
ATUALIDADES
exponencial da tecnologia que caiu na grassa do
consumo de massa, gerando trilhões de dólares de
lucros, com plena geração de empregos, rendas
elevadas, bem estar social (claro, tudo isso para o
primeiro mundo.
Fuga de capitais
Um dos problemas era a “fuga de capitais”
que poderia reproduzir as crises que assolaram as
economias no passado, daí as pressões
democráticas limitarem o movimento livre de capitais
e de certa forma controlaram o ritmo.
As harmonias se esfacelaram a partir da
década de 70 e o equilíbrio e convivência pacífica
até aí reinante se chocaram quando a economia se
desacelerou e a inflação tornou a se mostrar
nervosa, necessitando de urgente mecanismos de
regulação.
A saída pela Direita era a do modelo
Neoliberal que afirmava que a estagflação1 era
devido às incompatíveis irracionalidades econômicas
da democracia e como apoio, diversos discursos que
transferiam a culpa da crise: “os salários estão muito
altos”, “não há como todo mundo viver bem”, “os
pobres tem que viver com pouco”, “se todos
quiserem ter tudo não haverá lugar para ninguém”,
“altos salários elevam o custo de vida”.
Algumas saídas pela Esquerda afirmavam
que a saída da contradição da social democracia
seria a expansão dos investimentos sociais (gastos
sociais) com a criação de impostos sobre as
fortunas.
Para os intelectuais democráticos a
sobrecarga democrática era a raiz dos desequilíbrios
da economia, assim como a sobrecarga dos serviços
públicos (acima da capacidade de poupar própria do
capitalismo) e os elevados salários e benefícios
sociais (acima da produtividade do trabalho) - claro
que a baixa produtividade do empresário, o seu
elevado custo de vida e o apego às trivialidades com
requinte, não faizm parte da conta no prato da
balança.
O bode expiatório encontrado foi o excesso
de proteção sobre os trabalhadores e empresas que
acarretavam a diminuição da competitividade e o
aumento dos custos era a raiz do baixo crescimento
e da improdutividade.
Para que o sistema funcionasse, o “outro”,
por mais que saiba e tenha excelentes qualificações,
precisa ganhar o mínimo para poder compensar
economicamente o investimento.
O fato é que a crise se abateu violentamente
sobre os diversos países do mundo e não foi
diferente com o Brasil nas décadas de 70 e 80, com
falências, planos econômicos mirabolantes, inflação
de 2.500% ao ano e desespero.
Os sindicalistas no mundo apoiavam as
ideias Keynesianas, com intervenção do Estado
para a manutenção do pleno emprego, contrário aos
Neoliberais que afirmavam que a redistribuição
1
Estagflação: é um momento de recessão econômica
com diminuição das atividades econômicas e aumento de
desemprego.
9
deveria ser contida em favor da acumulação e da
poupança, distante da intervenção publica, ou seja,
favorável ao Estado Mínimo.
Visão Neoliberal para solucionar as crises
econômicas no mundo e no Brasil.
1. Redução dos impostos sobre os lucros,
salário e dividendos dos empresários, assim
ocorrendo poupança e acumulação de forma
que o empresário possa ter dinheiro para
investir no aumento da produção e
consequentemente de mais empregos, que
acabam retornando com o benefício dos
salários para a população e na forma de
arrecadação para o Estado.
2. Redução do Estado ao seu mínimo com o
fim de qualquer regulação e orientação do
gasto da iniciativa privada pelo governo
3. Todos os bens que são controlados,
administrados ou dirigidos pelo Estado como
Universidades Federais e Estaduais,
Hospitais Universitários federais e todos os
demais centros de saúde publica, devem ser
passados para a iniciativa privada,
assim como os bancos públicos (BB, CEF,
BC) e todas as empresas estatais, além da
liberalização internacional de fluxos de
capitais (evasão de divisas)
4. Cabe ao Estado apenas prover segurança
(exercito?) e garantia de direitos civis e
contratos, mantendo apenas algumas
escolas, universidades e centros de
pesquisa, orientando a economia para a
acumulação capitalista, reduzindo assim os
gastos do Estado
5. O Estado deve ser administrado por
indivíduos econômicos e racionais, que
administrariam a riqueza da melhor maneira
possível sem interferência na política.
6. Quebrar a reserva nacional contra a
concorrência internacional (abrir fronteiras).
7. Generalizar a concorrência e estimular o
esforço e a eficiência das empresas.
8. Por fim à iniciativas de proteção social
universal e de empresas, com isso
impedindo o acomodamento de cidadãos
indolentes, ações que seriam conseguidas
com projetos disciplinares.
9. Fim das políticas sociais de universalização
de bens e serviços (hospitais, vacinação,
etc) devido ao custo desses serviços que
recaem sobre os empresários.
10. Os serviços sociais devem ser mínimos e
focados apenas nos menos favorecidos,
ATUALIDADES
camada essa formada por indivíduos sem
sorte e principalmente sem mérito.
11. Banco Central Independente.
Como o projeto neoliberal ganhou espaço?
O discurso Neoliberal ganhou simpatia da
população de diversos países em parte por
desconhecimento político ou falta de
acesso/interesse à maiores informações, mas em
grande parte as pessoas foram convencidas através
das diversas mídias que se limitaram às noticias e
informes que abordavam apenas os aspectos
positivos do projeto Neoliberal, sem discutir as suas
contradições, assim a maioria da população
escolheu candidatos e demais líderes políticos
alinhados ao projeto Neoliberal.
Com uma poderosa mídia de massa com acesso
a mais de 95% das residências, os votos então são
de certa forma democraticamente induzidos? Claro
que não! Ou sim?
Como foi feito para quebrar a força sindical dos
países?
Taxa de juros dos EUA 1979
Era um grande desafio para os políticos
interessados em implantar o modelo Neoliberal na
Europa e o movimento sindical iria se organizar e
esclarecer a população sobre as vantagens e
desvantagens do modelo, o que geraria com certeza
movimentos pelas ruas tanto de apoio como de
protestos.
Para fragilizar a força dos movimentos
sindicais nos diversos países do mundo era
necessário esperar e aproveitar um momento ideal
ou esperar/provocar uma crise.
O momento surgiu e foi bem aproveitado
quando o governo dos EUA elevou em 1979 os juros
de sua economia, o que provocou uma recessão
internacional que foi prolongada por longos quatro
anos, desequilibrando as economias do mundo todo
e levou à insustentabilidade de diversos governos do
mundo, inclusive do governo militar no Brasil, que já
tinha “mordido a isca” desde 1964, aceitando
empréstimos e cada vez mais se atrelando à
dependência internacional, contraindo empréstimos
gigantes com o FMI, fazendo obras de infra
estrutura, mas com um cenário político que já ia
preparando terreno para as privatizações que viriam
pela frente.
10
 Bastava só encontrar políticos que caíssem
na graça do povo, mas com formação ideológica
voltada para os interesses dos EUA.
A grande massa dos países
subdesenvolvidos não compreende muito bem o
funcionamento da política, não sabe o que faz um
vereador, prefeito, deputado estadual ou federal ou
senador, pois a formação política ou as leis
constitucionais não fazem parte do currículo escolar,
assim desconhecem quase por completo os seus
direitos ou o funcionamento da administração do
país.
Essa fragilidade populacional é sempre
explorada e maciçamente trabalhada por uma mídia
ostensivamente presente, encarregada de conquistar
a confiança da população, divulgar e encantar os
eleitores induzindo ao voto, assim, os candidatos
conseguem chegar ao poder de forma democrática
através do voto “livre” e “consciente”.
FERNANDO COLOR DE MELLO
O primeiro político a implantar o modelo
Neoliberal pós governo militar no Brasil foi o ex-
presidente Fernando Color de Mello e sua equipe
econômica.
Quem deu continuidade ao modelo foi o ex-
presidente Fernando Henrique Cardoso, com o
ministro do Planejamento José Serra, com o maior
programa de venda das estatais da história do Brasil.
A explicação para tal procedimento foi a de
que a venda serviria para cobrir a dívida realizada
nos governos anteriores.
Tanto no Brasil como na Inglaterra de
Margareth Thatcher (com apoio do então presidente
Ronald Reagan nos EUA) a crise internacional
abalou as economias, elevando o desemprego,
perda do valor salarial com a inflação, sem contar a
fuga de capitais para paraísos fiscais.
As mídias dos países ajudaram a enfraquecer os
sindicatos e a desconstruir a imagem de líderes
populares, fazendo denuncias e desacreditando
tanto os movimentos sociais, dizendo serem
formados por baderneiros que só agravam a situação
do país com quebra-quebras e violência, obrigando a
polícia a agir de forma repressora.
As mídias também convergem na desconstrução das
instituições do Estado, utilizando-se dos gastos
públicos como o motivo das dificuldades vividas
pelos países sendo necessário, para sair da divida e
da crise, vender o patrimônio.
O mesmo discurso foi utilizado no Brasil e
largamente explorado pelas maiores mídias do país
durante a Era das privatizações.
A grave crise enfrentada pela Europa
quebrou a resistência dos Sindicatos e a Política do
Dólar Forte aniquilou os países que buscavam se
industrializar com dinheiro externo e que agora
tinham dificuldades para honrar os compromissos da
dívida. Era necessário apresentar pacotes
econômicos de reforma da economia.
A solução apresentada foi a alta dos juros
para controlar a inflação, trazendo com essas
ATUALIDADES
medidas a classe média alta em apoio aos projetos
neoliberais.
A mídia trabalhava a favor das medidas e
ajudou a manter enfraquecidos os movimentos
populares e sindicais, desestimulando reações ao
novo modelo econômico que foi implantado a partir
da década de 80 .
Nos países de centro europeu, ocorreu a
privatização dos serviços públicos e das empresas,
incorrendo na redução dos chamados “gastos
sociais” e abertura do país para a entrada livre de
capitais (União Europeia).
Já os países periféricos do centro econômico
o Neoliberalismo foi imposto desde o início da
década de 90 e a forma de quitar as dividas era
através da venda do patrimônio do país.
Para implantar o Neoliberalismo no Chile a
estratégia foi patrocinar o líder e ditador Pinochet,
atendendo aos interesses da burguesia e das elites
políticas locais. Já em outros países houve a
promessa de controle da economia e crescimento do
país através de colaboração financeira que
restauraria o crescimento econômico do país. (FMI e
Banco Mundial na Era Fernando Henrique Cardoso e
a venda das estatais)
Relembre as Crises do petróleo
Primeira fase
Em 1956 depois que o presidente do Egito na época
Gamal Nasser nacionalizou o Canal de Suez até
então propriedade de uma empresa Anglo-Francesa.
O canal é uma importante passagem para
exportação de produtos da região para países
ocidentais, pelo que em virtude dessa crise, o
abastecimento foi interrompido, com o bloqueio do
Canal, levando a um aumento súbito do preço do
petróleo.
Segunda fase
Aconteceu em 1973 em protesto pelo apoio prestado
pelos Estados Unidos a Israel durante a Guerra do
Yom Kippur, tendo os países árabes organizados na
OPEP aumentando o preço do petróleo em mais de
400%.
Terceira fase
Ocorreu em 1979 durante a crise política no Irã e a
consequente deposição de Xá Reza Pahlevi o que
desorganizou todo o setor de produção no Irã, onde
os preços aumentaram em mais de 1000%. Na
sequência da Revolução iraniana, travou-se a Guerra
Irã-Iraque, na qual foram mortos mais de um milhão
de soldados de ambos os países, tendo o preço
disparado em face da súbita diminuição da produção
de dois dos principais produtores mundiais.
Quarta fase
Foi a Guerra do Golfo em 1991, depois que o Iraque
governado por Saddam Hussein ter invadido o país
vizinho Kuwait, um dos maiores produtores de
petróleo do mundo. Com a invasão das forças
militares dos EUA e dos países aliados, os
iraquianos foram expulsos do Kuwait. Contudo
11
incendiaram alguns poços de petróleo do emirado 5. Partido da Liberdade (Holanda)A extrema-
provocando uma crise econômica e ecológica.. direita holandesa é conhecida pelo seu
criticismo feroz ao Islão. O líder, Geert
Wilders, é conhecido por dizer "Eu não odeio
os muçulmanos, eu odeio o Islão" e luta pelo
repatriamento de todos os muçulmanos
Quinta fase: atualmente no país. Mantém quatro lugares
Atual crise quando se sabe que o petróleo tem prazo no PE.
para acabar e os preços já começam a subir, com 6. Movimento por
disputas por áreas produtoras no Oriente Médio uma Hungria Melhor (Hungria)Um dos
pelos EUA mais óbvios partidos neo-nazis no
BASTOS, Pedro Paulo. A utopia neoliberal.: o capitalismo contra a democracia. Parlamento Europeu, manteve o resultado e
Economia. Carta Maior. 8/5/2015 os seus três assentos. Defende que os
residentes judeus assinem um registo
Crescem os partidos de extrema direita especial, classificando-os como um "risco
contrários ao modelo Neoliberal na Europa. para a segurança nacional".
7. Partido da Liberdade da Áustria (Áustria)
O partido de extrema-direita duplicou, para
quatro, o número de representantes, com a
bandeira da anti-imigração, em particular a
muçulmana. O líder, Heinz-Christian Strache,
no entanto, diz que não é racista porque
"come kebabs".
8. Liga Norte (Itália) "A África não tem
produzido grandes génios, como se pode ver
na enciclopédia do Rato Mickey", é a visão
de um dos antigos eurodeputados do partido,
que cresceu 6% nos votos.

Questões:

1. Partido Nacional Democrático EXERCÍCIOS SOBRE NEOLIBERALISMO

(Alemanha)O neo-nazi PND faz campanha
baseado na ideia de travar a imigração, com 01-Analise as alternativas abaixo e marque com V
slogans como "o barco está cheio" e para Verdadeiro ou F para falso:
insistindo que a Europa "é um continente de
brancos". I. ( ) o neoliberalismo tornou-se hegemônico
2. Aurora Dourada (Grécia)O partido ultra- como teoria econômica nos países de
nacionalista grego, cujo líder tem uma cruz economia capitalista a partir da década de
suástica tatuada, conquistou os seus 1970.
primeiros lugares no Parlamento Europeu. II. ( ) o modelo economico neoliberal foi
Tem vários dos seus membros na prisão por implantado no Brasil durante o governo do
fazerem parte de uma organização ex-presidente Fernando Color de Mello em
criminosa. O partido insiste que não é nem 1990.
criminoso nem neo-nazi e agora o terceiro III. ( ) os críticos do sistema neoliberal alegam
mais votado na Grécia. que após 40 anos da implantação do modelo
3. Partido dos Finlandeses Neoliberal o resultado ficou muito abaixo do
(Finlândia)Eurocético, antes conhecido prometido, com um quadro generalizado de
como o Partido dos Verdadeiros elevado índice de desempregos,
Finlandeses, tem surgido em várias endividamento crônico dos governos que
polémicas. Em 2011, um elemento foi adotaram esse modelo, grande concentração
multado por comentários que fez no seu de renda, crescimento dos bolsões de
blogue contra os muçulmanos, enquanto miséria e crescente desigualdade social.
outro recusou um convite para as IV. ( ) O modelo neoliberal foi implantado nos
celebrações do Dia da Independência EUA durante o governo de Ronald Reagan
porque não queria ver casais do mesmo V. ( ) o modelo neoliberal foi implantado na
sexo. Inglaterra durante o governo de Margareth
4. Partido do Povo Dinamarquês Thatcher.
(Dinamarca) Conquistou quase 27% dos
votos e duplicou o número de Assinale a alternativa correta:
eurodeputados, com o fundador do partido a a) F,F,F,F,F
defender que a Dinamarca não é um país b) F,V,F,V,F
onde a imigração é natural ou bemvinda. c) V,V,V,F,F
d) V,V,V,F,V

ATUALIDADES 12
 e) V,V,V,V,V TÓPICOS RELACIONADOS:

Resposta letra e Sugestão de filme para compreender a complexa

GLOBALIZAÇÃO
Ano: 2010 Banca: ESAF Órgão: CVM Prova:
Analista de TIC - Infraestrutura (+ provas)
02-A globalização dos mercados financeiros facilita:
a) o surgimento de operações diretas entre países.
b) a realização de operações envolvendo múltiplos
agentes.
c) o aparecimento de instituições financeiras
multinacionais.
d) a percepção da necessidade de regulação
sistêmica supranacional.
e) o aumento dos riscos inerentes ao sistema.
região do Oriente Médio e as teias culturais e
religiosas
As Cruzadas - A Primeira Cruzada
“Uma incrível história sobre as batalhas pela
conquista de Jerusalém, Cristãos e muçulmanos em
200 anos de uma guerra sem fim, excelente
documentário.
https://www.youtube.com/watch?v=kBol2p_S1F4
ESTADO ISLÂMICO
Mapa da região do Estado Islâmico entre o Iraque
e Síria.

Resposta d

Ano: 2006 Banca: CESPEÓrgão: SEDUC-PAProva: Professor - História

03-A globalização econômica dos dias atuais

a) é um processo sem raízes na história do

capitalismo.
b) inclui-se na evolução complexa das formas de
produzir e consumir que se desdobra da Terceira
Revolução Industrial.
c) não encontra apoio na nova ordem política
internacional em gestação.
d) está relacionada à ampla socialização e
distribuição eqüitativa dos bens da produção. O Estado Islâmico (EI ou ISIS) vem
ocupando importante espaço nos principais meios
Resposta B midiáticos no Brasil nos últimos meses, mas essa
organização não é recente como se parece crer, mas
Ano: 2015 Banca: IDECAN Órgão: PRODEB Prova: Assistente - Operação já vinha pleiteando sua existência desde o ano de
04-“Dois conceitos muito discutidos nos dias 1999, na Jordânia, país do Oriente Médio que faz
atuais: __________________ é um processo fronteira com o Iraque, Síria, Arábia Saudita e Israel.
econômico e social que estabelece uma
integração entre os países e as pessoas do
mundo todo, de modo que as pessoas, os
governos e as empresas trocam ideias, realizam
transações financeiras e comerciais e espalham
aspectos culturais pelos quatro cantos do
planeta; enquanto __________________ é um
conjunto de ideias políticas e econômicas
capitalistas que defendem a não participação do
estado na economia. De acordo com esta
doutrina, deve haver total liberdade de comércio
(livre mercado), pois este princípio garante o
crescimento econômico e o desenvolvimento
social de um país." Assinale a alternativa que
completa correta e sequencialmente a afirmativa
anterior.
a) neoliberalismo / globalização A organização e comando do Estado
b) globalização / neoliberalismo Islâmico quer implantar um novo país ocupando
c) socialismo / liberalismo econômico áreas do atual Iraque e da Síria, reacendendo nessa
d) liberalismo econômico / socialismo região a luta pela delimitação de fronteiras de países
que foram ocupações europeias num passado
resposta b
recente.

O novo país pretendido tem o islamismo

sunita como religião oficial e essa organização

ATUALIDADES 13
política foi idealizada por Abu Musab al-Zarqawi
ainda em 1999.
Abu Musab al-Zarqawi
A organização político religiosa de Abu
Musab embora tenha sido fundada e iniciada na
Jordânia acabou conquistando apoiadores e se
desenvolvendo durante os combates contra os
soldados dos EUA e seus aliados, quando das
intervenções militares no Iraque desde 2001 (O
governo Bush acusou Osama Bin Laden de ser o
mandante dos ataques às torres gêmeas do World
Trade Center – WTC em 2001 e passou a perseguir
a organização Al Qaeda em diversos países do
Oriente Médio)
Osama Bin Laden
No ano de 2004 a organização de Abu
Musab se uniu às forças de Osama Bin Laden,
tornando-se um dos grupos mais ferozes no combate
contra os EUA e países apoiadores dos conflitos no
Oriente Médio.
ATUALIDADES
Governo manipulado (títere)
Abu Musab e seus apoiadores, assim como
Osama Bin Laden e seus correligionários da Al-
Qaeda eram contrários ao governo que assumira o
poder político do Iraque, governo esse considerado
como títere e totalmente dominado e subserviente
aos interesses dos EUA.
Os EUA haviam derrubado Saddam
Hussein (enforcado em 2006) e implantado uma
Autoridade Provisória da Coalisão, que não foi aceita
por uma parte da população, depois substituída em
junho 2004-2005 por Ghazi Mashal, e por Jalal
Talabani (2005-2014), Fuad Masun (2015- hoje)
Os revolucionários pretendiam derrubar o
governo imposto pelos estrangeiros, punir os
políticos e grupos que se venderam e colaboraram
com a intervenção estrangeira no país. Assim que se
estabelecessem no poder, buscariam derrotar as
forças xiitas e fundar um novo país islâmico e
sunita.
No ano de 2006 do enforcamento de
Saddam Hussein também o líder Abu Musab foi
morto (imagem abaixo), mas ao contrário do que as
forças ocidentais imaginavam, ao invés de
enfraquecer a organização, essa se uniu a outros
grupos sunitas e acabaram por formar o Estado
Islâmico do Iraque, implantando duras leis nas
áreas em que atuavam.
Uma reviravolta ocorreu com o passar dos meses,
quando líderes tribais sunitas se descontentaram
com as praticas ultraviolentas utilizadas pelo grupo
do Estado Islâmico do Iraque e essa discordância
enfraqueceu o movimento, criando atritos e
desavenças internas.
O ano de 2010 surgiu Abu Bakr Al-Baghadi
para liderar o Estado Islâmico e conseguiu apoio
simpatia para a sua causa quando o governo xiita de
Jalal Talabani (2005 -2015) passou a marginalizar
os sunitas no país, recrudescendo os conflitos
sectários.
Abu Bakr Al-BAghdadi
14

O novo líder Abu Bakr acabou por alastrar
no ano de 2013 o movimento para a Síria,
combatendo o governo de Bashar Al Assad.
Com forte atuação tanto na Síria como no
Iraque o novo líder Abu Bakr unificou os
movimentos e ampliou a organização para EIIL ou,
Estado Islâmico do Iraque e Levante (Síria), ou ISIS
na expressão em inglês.
Como avanço das forças de Abu Bakr e a
conquista de dezenas de cidades tanto no Iraque
como na Síria, no ano de 2014 o líder Abu Bakr
proclama a criação de um novo Califado (líder
político e religioso sucessor do profeta Maomé, líder
da comunidade (Umma) dos muçulmanos (Maomé
morto no ano de 632 dC).
Até o momento o Estado Islâmico ou o novo
Califado de Abu Bakr pode ser chamado um proto-
estado, ou seja, não é ainda um país. Embora tenha
sido proclamado, não se sabe quais serão os
desdobramentos dos próximos anos, mas já está
tentando se alicerçar como um novo país, com
cobrança de impostos e obedecendo rigidamente as
leis da Sharia. A área até o momento se equivale a
da Grã-Bretanha ou 210 mil km²
FINANCIAMENTO DO ESTADO ISLAMICO
Promover uma guerra e mantê-la não é uma
empreitada nada barata, envolvendo aí milhares de
dólares para fornecimento de armamento pesado,
munição em grandes quantidades (só esses dois
itens já deixam as indústrias bélicas muito felizes,
gerando empregos e com investimentos por parte de
bancos em alta, sem contar a bolsa de valores),
veículos terrestres e aéreos, uniformes, remédios,
logística de chegada e retirada de solados mortos e
feridos (precisa levar ao corpos para casa para os
rituais de entrega de bandeiras, caixões, desfile,
comoção, vaga na sepultura, todos valores
importantes para a movimentação da economia),
sem contar os anúncios na mídia de condecoração
de herói e participação de guerra, entre outros.
Antes do Estado Islâmico crescer e dominar
áreas do Iraque e Síria, quem custeava os
revolucionários, segundo especialistas do NOREF,
era a Arábia Saudita e outros países do Golfo
Persico, mas com o progresso das forças de Abu
Baker, o movimento tornou-se auto suficiente.
O Estado Islâmico consegue grandes
recursos do petróleo do Iraque, das fontes de
ATUALIDADES
energia que invade e passa a dominar com força de
armas, extraindo o petróleo e utilizando desse
recurso para financiar a sua expansão.
Uma das cidades detentoras de grande
produção de petróleo é Mosul, próximo ao rio Tigre,
que extrai por dia cerca de 2 milhões de barris ( o
Brasil extraiu em setembro de 2015 a marca de 2,2
milhões de barris por dia. Se contar a extração de
petróleo e gás o total só do Brasil foi de 2,88 milhões
de barris, mas se contado o total com outras
empresas internacionais que aqui atuam, o total foi
de cerca de 3,01 milhões). Ou seja, não falta
dinheiro para o financiamento dos combates do
Estado Islâmico.
Além de controlar uma parcela da produção
de petróleo, o Estado Islâmico também tomou posse
da central de gás de Shaar e também de Deir es-
Zour, na Síria.
Segundo os especialistas, calcula-se que o
Estado Islâmico ganhe por dia mais de um milhão de
dólares com a venda do petróleo e gás.
Enquanto o barril de petróleo esta custando
cerca de 100 dólares no mercado internacional, o
Estado Islâmico está operando em liquidação,
vendendo a 30 dólares no mercado internacional,
atiçando o interesse de grandes grupos políticos e
econômicos que estão comprando muito petróleo à
preços ínfimos, mantendo a guerra aquecida,
condenando países e populações próximas às áreas
dominadas pelo Estado Islâmico, sem muito
interesse que esse conflito tenha fim rápido, pois
muita gente está lucrando com os insurgentes.
EXTREMA VIOLÊNCIA E CRIMES DE GUERRA
Por vezes as mídias retratam graves
punições e assassinatos em massa perpetrados
pelos simpatizantes do Estado Islâmico, com
sequestros, fuzilamentos, enforcamentos,
crucificações, espancamentos, decapitação de
jornalistas internacionais, tudo feito em praça
publica, crimes esses que não foram aprovados por
líderes locais, que também passaram a ser
perseguidos e mortos.
O uso do terror como arma de guerra sempre
foi utilizado na história de conflitos, mas nada
justifica tamanha brutalidade, inclusive, fazendo com
que o movimento perca apoio internacional, mas a
tática de guerra do terror, cortando cabeças e
publicando na internet tem o seu efeito psicológico,
fazendo com que muitos soldados iraquianos e
também soldados de outros países deixem as áreas
de conflito pelo receio de serem capturados pelos
inimigos.
NOVOS ACONTECIMENTOS ALTERAM O RUMO
DA SÍRIA
No início do mês de outubro de 2015 a
Rússia entrou em atividade bélica no Oriente Médio,
bombardeando fortemente as forças do Estado
Islâmico, atingindo bases armadas, postos de
comando e equipamentos bélicos das forças do ISIS.
O grupo ultra-fundamentalista que já
controlava partes da Síria e Iraque se viu impotente
frente às forças russas.
15

As forças dos EUA que apoiam o Estado
Islâmico ficaram sem ação frente aos aviões e
sequencia de bombardeios russos.
Vladimir Putin afirmou que agiu de acordo
com a solicitação do próprio governo da Síria e
disse que as ações militares na região poderão durar
por três meses.
Após as ações dos aviões russos, o primeiro
ministro do Iraque se pronunciou dizendo que:
“ações militares dos russos no Iraque também
seriam bem-vindas”.
A China também afirmou que poderia prestar
ajuda na região, contra o Estado Islâmico.
Alguns Jornais dos EUA críticos às ações de
Obama e da cúpula militar do país publicaram
análises sobre as ações de intervenção do
Pentágono no Oriente Médio e, segundo o que
externaram, novamente as ações externas de
intervenção mostram-se catastróficas e caóticas para
as populações locais e para os países vizinhos, que
ao invés de reduzir os conflitos e normalizar as
questões políticas e econômica, destruíram a
economia, as relações sociais e desequilibraram a
geopolítica, recrudescendo a violência e a
paralisação econômica, falindo os países,
destroçando as cidades e provocando milhares de
emigrações de pessoas para outros países em busca
de segurança e uma nova vida.
Washington acreditou durante muito tempo
que poderia controlar os países do Oriente Médio,
fazendo intervenções políticas e militares,
manipulando os governos e mídias locais como
quisesse, utilizando as mesmas formulas de controle
e domínio nos países latino americanos, africanos e
asiáticos. Só que ao fazer intervenções no Iraque e
Síria, os resultados não provocaram nenhum efeito
positivo, muito pelo contrário.
Ao permitir que as monarquias do Golfo
Persico e Turquia financiassem os ultra-
fundamentalistas do Estado Islâmico, numa hipótese
de jogar uma etnia contra a outra, essa estratégia
tornou-se sanguinolenta, aflorando o ódio dos
extremistas e a perda de controle sobre a região.
As migrações que hoje buscam refúgio na
Europa, Brasil e dezenas de outros países são o
resultado da política equivocada dos EUA na região.
Fonte: AGUIRRE, Mariano. Instituto Norwegian Peacebuidling Resource Center.
Publicado pela BBC Brasil.
KARASIK, Theodore. Institute for Near East and Gulf Military Analisys (INEGMA).
MILLS, Robin. The Myth of the Oil Crisis.
CALIFADO SUNITA DO ESTADO ISLAMICO
Desde que em 2013 o líder Abu Baker
proclamou o califado do ISIS, os combates na região
se agravaram, aumentando o numero de fugitivos
das áreas de conflito em direção a outros países,
entre eles a Europa, Asia e América.
O líder Abu Baker quer implantar um califado
nas áreas dominadas da Síria e Iraque, pretendendo
ser um herdeiro e líder político e religioso
muçulmano do novo país.
ATUALIDADES
Ao anunciar o novo califado do Iraque e Levante
(EIIL 0 Estado Islâmico do Iraque e Levante), Abu
Baker pediu que todos os muçulmanos passassem a
jurar lealdade ao novo califa.
Califado quer dizer “sucessão”, ou seja, quando o
fundador do islamismo morreu no ano de 632 d.C
(profeta Maomé), para que todos os ensinamentos
do profeta e das áreas conquistadas pelo islamismo
não se perdessem, foi criada uma linha sucessória
ou um califado.
O califa, portanto, é visto como o sucessor
do profeta Maomé como chefe da nação muçulmana
e líder da comunidade dos muçulmanos, com
autoridade para aplicar a Sharia (lei islâmica).
A expressão Umma significa “comunidade
muçulmana” e o Califa é o líder da Umma.
Contudo não há um consenso entre os muçulmanos
sobre o califado, pois desde que Maomé morreu, há
divergências na compreensão sobre quem é que
deve suceder Maomé, se os descendentes de
sangue do profeta (ideia essa defendida pelos xiitas)
já os sunitas entendem que a sucessão não precisa
ser necessariamente dos descendentes de Maomé,
portanto, o califado pertence a compreensão sunita.
A expansão islâmica acompanha a expansão do
califado e o poderio turco otomano dominou em
sucessivas expansões o oriente médio e também o
norte do continente africano, além das regiões do
Causaso e de partes do leste europeu.
O califado perdurou, para os muçulmanos mais
conservadores, desde o momento em que foi criado
logo após a morte do profeta Maomé, até o final da
primeira Guerra Mundial (1918) quando o Império
Turco Otomano se fragmentou sob as forças
europeias na região, o que não é partilhado por
outros muçulmanos que afirmam que o verdadeiro
califato apenas durou durante os quatro primeiros
califas ortodoxos.
A expansão islâmica foi avassaladora sob a
bandeira dos:
• Omíadas (661-750)
• Abássidas ((750-1258)
• Otomanos (1453-1924)
O califado foi finalizado quando o presidente turco
Mustafá Kemal aboliu a instituição do califado.
16
TÓPICOS RELACIONADOS:
NOVO ESPAÇO ECONOMICO, CADEIAS
PRODUTIVAS GLOBAIS, GLOBALIZAÇÃO,
MÉXICO, COMÉRCIO INTERNACIONAL, BLOCOS
ECONOMICOS.
A CONFIGURAÇÃO DE UM NOVO ESPAÇO
ECONÔMICO, POLÍTICO E SOCIAL NO SÉCULO
XIX.
AS NOVAS “CADEIAS PRODUTIVAS GLOBAIS”.
A Globalização é um fenômeno que passou
a ser defendido e viabilizado a partir da década de
80 e atualmente conectou as economias dos
diversos países do planeta em diferentes graus de
desenvolvimento econômico. A promessa do
desenvolvimento dos países foi entendida e
comemorada quando os acordos passaram a ser
concretizados, mas após duas décadas de
negociações multilaterais, o mundo se vê em graves
crises internacionais e uma análise critica de faz
necessária para que correções possam ocorrer.
Tornou-se frequente nas grandes mídias de
massa a utilização da denominação “Cadeias
Produtivas Globais” e também a afirmação de que
o Brasil está “isolado” do mundo competitivo e
embora o Brasil faça acordos econômicos com
diversos países do mundo, nos cinco continentes, as
mídias tentam transparecer ou buscam induzir que o
país está fora da “cadeia produtiva global”? e
fabricando um alerta gerador proposital de pânico
direcionado aos investidores, produzindo
insegurança de um certo estrato populacional que
ainda lê de forma um tanto ingênua o pesado jogo de
interesses que há por trás do balcão de negociações.
Com tanta negatividade de “especialistas”
em economia, gurus e astrólogos, desestabiliza-se a
economia através da especulação de forma que
investidores pressionem politicamente para que se
compreenda que para o Brasil sair da crise, precisa
urgentemente e simplesmente afirmar acordos de
livre comércio com o Japão, EUA, União Europeia,
rompendo então com o confabulado “isolamento em
que se encontra”, sem olhar, ou procurando iludir os
leitores sobre a real crise internacional que se abateu
sobre as maiores economias do mundo.
Essa nova expressão: “Cadeias Produtivas
Globais” não significa nada mais do que a antiga
ATUALIDADES
expressão “Globalização”, que viralizou durante as
décadas de 1980 e 1990, quando o auge dos
ensinamentos e práticas de Margareth Thatcher
(1979-1990) na Inglaterra e Ronald Reagan (1981-
1989) nos EUA, buscavam influenciar as economias
do mundo sobre a necessidade da integração das
economias em escala planetária, ou o clássico
modelo neoliberal da Globalização.
Não foram fáceis as décadas de 1960 a 1980
no mundo motivadas pelas frequentes crises do
petróleo com a OPEP, com as poderosas tensões da
Guerra Fria, os atrelamentos econômicos de países
com o FMI, as dívidas publicas e inflação galopante
por desindustrialização e falências de empresas que
abalaram as principais economias do planeta.
Para sair da crise alguns grandes
economistas vislumbraram a solução para a crise
global e a palavra “globalização” tornou-se a magia
que iria solucionar todos os problemas e fazer com
que os países saíssem de suas crises e vivessem
épocas de prosperidade, pleno emprego, altos
salários, felicidade, etc, etc, etc.
As principais mídias de massa no Brasil
insistiam, durante as décadas de 80 e 90, na palavra
mágica que seria a garantia ou o “abracadabra” da
nossa expansão econômica.
As pressões foram globais e um
“terrorismozinho especulativo” vinha de brinde,
afirmando que se o Brasil não entrasse na onda da
globalização, “perderíamos o trem da história”... Uau!
A pressão política que se abateu sobre a
população foi atroz e as condições econômicas do
país realmente eram catastróficas, com inflação na
época do governo Sarney de 415% ao ano,
desemprego, desabastecimento, crise industrial, um
verdadeiro caos e para coroar a desgraça,
economistas de renome mergulhavam o país em
mais agonia com os miraculosos “planos e pacotes
econômicos”.
Foram épocas difíceis, com novas moedas,
corte de zeros, desabastecimento,
desindustrialização, desemprego, desesperança e
descrença política e principalmente nos economistas
da época ou suas ideias... que estão sendo
ressuscitadas novamente pelas mídias de massa.
A pressão política foi tamanha que diversos
países “em desenvolvimento” se renderam à onda da
Globalização e deixaram de lado os seus próprios
projetos de crescimento econômico que
possibilitariam o desenvolvimento de suas
economias, para participarem da nova onda
internacional.
Um dos exemplos de países emergentes que
sofreu pesada pressão política e econômica foi o
México, que resolveu aderir à NAFTA (Tratado de
Livre Comércio da América do Norte) em 1992 e
hoje, após duas décadas de “abracadabrices”,
encontra-se com grande desemprego, baixos
salários, favelização, violência, trafico de drogas em
escala alarmante... ué, o que houve com a promessa
de crescimento econômico e bem aventurança?
17
 O país que se encontra ao lado da maior
economia do mundo, por si só, deveria ser muito
rico, com bem estar social justamente pela
contaminação positiva da economia, e não o
contrário.
Quando o México assinou a participação no
Tratado de Livre Comércio, não assinou apenas
um livre comércio, mas sim, acordos de proteção
dos “direitos dos investidores” ou seja, qualquer
perda causada por políticas publicas, copias de
propriedade intelectual, piratarias ou outras
adversidades, penalizariam a população.
O México foi o país que mais se entregou à
onda da Globalizaçao, firmando 32 acordos de
Livre Comércio, ou seja, buscou com força a
participação das “Cadeias Produtivas Globais” na
esperança de erradicar a pobreza no país, com larga
industrialização, grande oferta de empregos de
qualidade salarial e tecnológica, investimentos na
educação e qualificação da população, investimentos
em infraestrutura interna do país, bem estar e
seguridade social, mas o que se vê é completamente
o oposto.
O México fez acordo inclusive com a União
Europeia e o Japão. O que aconteceu com o modelo
mágico que prometia melhorias?
O modelo implantado do liberalismo
econômico globalizante, se estivesse realmente
correto, teria como grande espelho o México, que
deveria mostrar para o mundo, com orgulho, os
melhores dados possíveis, com um grande
dinamismo e diversidade econômica.
O que os mexicanos queriam era evoluir
economicamente e deixar de ser um país exportador
de mão de obra para os EUA e sim, passar a
exportar produtos de bom ou alto valor agregado,
mas os resultados são decepcionantes.
MÉXICO APÓS 20 ANOS DE UNIÃO COM O
NAFTA.
Pouco se tem para comemorar pela maioria
da população mexicana após a entrada no bloco
NAFTA em 1992, acordo esse assinado pelo então
presidente George Bush e Carlos Salinas de Gortari,
que na época foi o maior o maior acordo comercial
do mundo no quesito “paridade de poder de compra”.
Em 1994 deu-se início a abertura de
fronteiras e a eliminação de barreiras protecionistas
de mercado entre os membros associados, sob um
poderoso discurso de que as economias dos tres
países seriam fortemente alavancadas pela livre
negociação e investimentos na criação de pleno
emprego, educação, salários, desenvolvimento e
qualidade de vida.
Ao se analisar os índices sociais e
econômicos do México, após 20 anos, a taxa de
pobreza da população que era 52% em 2012 não
mudou se comparada à registrada em 1994 quando
o NAFTA se concretizou. Atualmente o numero de
pessoas abaixo da linha de miséria no país
ultrapassa os 14,3 milhões de mexicanos em uma
população de 122 milhões de habitantes, ou
aproximadamente 12% da população.
ATUALIDADES
Os salários medidos em 2013 apresentavam
os mesmos valores de 1994.
O desemprego que era de 3% da população
atualmente é de cerca de 5%, com menor poder de
compra e com horário de trabalho de 10 horas
diárias com somente um dia de descanso semanal.
A abertura de fronteiras possibilitou que a
mecanização e modernização invadissem áreas
rurais, mas sem a contrapartida para o êxodo rural
massivo que agravou a urbanização desenfreada. As
cidades tiveram que absorver de uma hora para
outra cerca de 4,9 milhões de agricultores que se
dedicavam à agricultura familiar.
As culturas tradicionais e ainda
preservadoras dos grãos sem manipulação genética
como o milho e feijão associados à abobora, entre
outras culturas de subsistência foram substituídas
por extensas agriculturas voltadas para a exportação
como da cana de açúcar, cacau, algodão, café, que
não são base alimentar não gerando alimentos para
o próprio país, provocando inflação por
desabastecimento alimentar, inclusive ameaçando a
segurança alimentar do país em prol da exportação
de commodities pelo agronegócio, mas gerando
divisas para os índices econômicos mexicanos.
Com mão de obra barata os egressos do
campo passaram a disputar trabalhos temporários e
tendo que aceitar as novas regras da “livre
negociação salarial” entre patrão e empregado ou o
que no Brasil o governo Temer e seu novo ministro
da Fazenda Henrique Meireles vem chamando de
“flexibilização das leis trabalhistas”, além de também
tentarem aprovar as terceirizações generalizadas
para todos os setores trabalhistas do país, nos
moldes ocorridos no México.
Horário de trabalho no México
O salario pago no México é muito baixo
frente ao custo de vida imposto pela política do
governo e obriga que o trabalhador busque “horas
extras” para poder pagar suas contas. Embora a
legislação trabalhista seja parecida com a do Brasil
ela não é seguida na maioria do país, sendo a média
de trabalho registrada de 9horas e 54 minutos por
dia.
O salário mínimo no México pode ser
compreendido como sendo em média de 53 pesos
por dia, o que equivale a 5,27 dólares por dia em
uma jornada média de 10 horas de trabalho diários,
que se convertido em reais seria em torno de (dólar a
U$ 3,52 em abril de 2016) a 18 reais por dia, ou R$
2,31 a hora de trabalho.
Comparação salarial entre países
Valor
País Valor salarial
Anual
Estados US$ 7,25 por hora ou US$
Unidos R$ 25/hora 15.080
Entre C$ 10,30 e C$
US$
Canadá 12,50 por hora ou R$
19.776
36/hora
18
 52,3 pesos mexicanos
na Zona A (Baixa
Califórnia, no Distrito
Federal, Estado do
México, e grandes
cidades), 50,96 pesos
na Zona B (Sonora,
US$
México Nuevo León,
1.645
Tamaulipas, Veracruz,
e Jalisco), e 49,50
pesos na Zona C
(todos os outros
estados) ou US$ 5,27
por dia ou R$ 2,31 /
hora
R$ 880,00[1] por mês US$
Brasil
R$ 5/hora 2.889
Tempo de trabalho em outros países:
• México. Apesar de que os Mexicanos
tenham uma legislação trabalhista muito
parecida à nossa, inclusive estabelece que a
duração de uma jornada trabalhista deve ser
de no máximo oito horas; na realidade o
estudo da OCDE assinala que os mexicanos
trabalham em média nove horas 54 minutos
por dia. E o pior: recebem em torno de 1634
pesos mexicanos ao mês, aproximadamente
219 reais.
• Japão. Não é novidade para ninguém que
outro nome para japonês é trabalho, mas os
caras exageram e ocupam o segundo posto
da lista. Trabalham nove horas diárias em
média, por um salário de 800 ienes por hora,
mais ou menos 4.200 reais por mês.
• Portugal. Pois é, se pensa em ir morar na
Terrinha de além mar se prepare para
trabalhar em torno de oito horas e 48
minutos. No entanto o salário mínimo por lá
é quase o dobro do nosso: 485 euros ao
mês. Algo em torno de 1.107 reais.
• Canadá. No país da folha do bordo trabalha-
se em média oito horas e 37 minutos. O
salário mínimo vigente pode alcançar os 16,8
por hora trabalhada perfazendo um salário
mensal de mais ou menos 4.500 reais.
• Estônia. Neste país da Europa Oriental
trabalham oito horas e 35 minutos por dia e o
salário mínimo é de 278,06 euros por mês,
um total de 634 reais por mês.
• Áustria. Os austríacos trabalham oito horas e
36 minutos em média. O salário mínimo
vigente é um dos melhores da Europa: mil
euros por mês, isto é 2.282 reais ao mês.
• China. Na China os trabalhadores tem um
turno de oito horas e 29 minutos em média e
seu salário mínimo varia bastante de local
para local. Em Beijing o salário mínimo
mensal mês é de 960 yuans, 220 reais ao
mês.
• Nova Zelândia. Os neozelandeses gozam de
uma economia bastante estável. Lá as
ATUALIDADES
pessoas trabalham oito horas e 23 minutos
em média e seu salário mínimo vigente é de
127 reais por dia, mais de 3.800 reais por
mês.
• Estados Unidos. A maior nação do mundo
não para e apesar da crise financeira seus
trabalhadores têm um salário de 7,5 dólares
por hora ou pouco menos de 2.900 reais por
mês, para trabalhar em média oito horas e
21 minutos ao dia.
• Eslovênia. Os eslovenos trabalham em
média oito horas e 20 minutos e o salário
mínimo vigente é de 530 euros mensais
(1.211 reais).
A TERCEIRIZAÇÃO E AS PERSPECTIVAS
ECONOMICAS PARA OS PROXIMOS ANOS COM
O NOVO GOVERNO CONSERVADOR.
Há um curioso discurso afinado entre os
países mais industrializados do mundo, setores
bancários e uma parcela de políticos brasileiros
alinhados com a engenharia social sobre a
precarização dos direitos trabalhistas.
Parte de nossos parlamentares (como
Eduardo Cunha, atual presidente afastado dos
deputados) defende a implantação com rapidez da
regulamentação da reforma da terceirização”,
mesmo discurso esse do FMI que visa a obtenção
através da legalidade de que países possam
fornecer mão de obra barata, mesmo discurso
portanto da Comissão Européia que defende que: “É
preciso novas leis para despedimentos mais rápidos
dos trabalhadores” , ou ainda na voz dos grandes
dirigentes do FMI: é necessário uma “maior
flexibilização do mercado de trabalho”, ou seja, todos
os discursos estão voltados para a precarização dos
empregos e redução dos salários para que os países
possam se tornar “competitivos” no mercado
internacional.
Mas qual é o motivo para as pressões sobre
a terceirização no Brasil?
Desde o final do século XX (1991 com o fim
da URSS e da Guerra Fria) o trabalho e as conexões
internacionais mudaram muito.
Uma delas foi o aumento da mão de obra
produzindo para o mercado capitalista global com a
entrada da China e dos países da ex-URSS
disputando um espaço no mercado agora
globalizado. Também houve o crescimento da
participação da produção industrial da Índia, com
toda a sua mão de obra barata e sem esquecer os
Tigres Asiáticos.
19
 A China consegue hoje produzir quase de
tudo com valores muito baixos dos seus produtos
(baixo custo país) daí sendo “mais competitiva” no
mercado internacional, oferecendo produtos com
vantagens de lucros e quebrando no médio e longo
prazo os mercados dos países que não conseguem
reduzir os seus custos.
As baixas remunerações da China entre
outras “estratégias de mercado” lá utilizadas criou
uma pressão estrutural de desempregos
permanentes nas economias mais desenvolvidas,
realidade essa que já está atingindo a América
Latina.
O momento econômico vivido atualmente
pode ser chamado, de “expropriação salarial”,
processo esse que consiste na “ampliação da mais-
valia-absoluta”, ou seja, da exploração direta do
trabalho com transferência do valor dos salários para
o capital.
Segundo especialistas tal manobra trará
desequilíbrios cada vez maiores na balança
econômica mundial e seus resultados já estão sendo
sentidos em diversos países do mundo e tenderão a
se agravar.
Outro ponto que mudou foram as “reformas
estruturais” orquestradas pelo FMI que consistem na
redução direta do salário pagando menos para os
trabalhadores, para poder baratear os custos de
produção e assim, competir pelos mercados
internacionais. Por outro viés o FMI intenta manobrar
através do aumento da carga fiscal, aumento do
custo dos bens comuns como a educação, saúde,
escolas, transportes, alimento, entre outros, como o
ministro, Joaquim Levy fez com a implantação dos
“ajustes fiscais” seguindo a cartilha ortodoxa da
economia sob aplauso do FMI.
Além disso, é necessário que se retire
qualquer forma de reivindicação ou que se anule a
força de reivindicação dos trabalhadores, até sob
intensa repressão, como ocorreu no Paraná, durante
o segundo mandato do governador Beto Richa.
Os planos de implantar no país novas leis
de terceirização são um instrumento poderoso para
manter o índice de desemprego e ameaçar os
trabalhadores contratados, assim não há
reivindicações e as regras do mercado ficariam livres
para as chamadas “livres negociações” pressuposto
do sistema Neoliberal.
Renan Calheiros e Eduardo Cunha são os
cartolas defensores da Terceirização no país e a
implantação desse artifício desarticularia totalmente
a proteção coletiva que é dada pelo contrato ou pela
existência da força Sindical.
Segundo o que demonstrou a DIEESE e a
CUT, os terceirizados hoje trabalham três horas a
mais por semana e recebem um salário que em
média é 27% menor do que os trabalhadores não
terceirizados, com menos investimentos em
segurança do trabalho devido ao corte de gastos.
Segundo o DIEESE, de cada 5 óbitos no trabalho 4
estão no setor terceirizado além de total
vulnerabilidade frente ao poder patronal, mesmo
modelo que hoje existe no México e que foi
implantado a partir de 1994.
ATUALIDADES
A economia embasada na terceirização dos
serviços é menos produtiva, sem inovações e sem
competências, mas com certeza é geradora de
grande insegurança e instabilidade diária, estresse,
silencioso e totalmente disciplinado.
Fonte: Camara mantém terceirização de todas as atividades. Folha de São Paulo.
Marcado. Congresso Nacional. 22/04/2015
GLOBALIZAÇÃO
Atualmente vivemos numa época onde
predominam as relações econômicas
interdependentes entre os países, ou seja, ao
fenômeno econômico denominado de Globalização.
Há um livre comércio mundial possível entre
os países e um aumento da competitividade entre as
empresas, o que força a busca de melhores
investimentos e valores agregados aos produtos de
forma que sejam competitivos em nível internacional
e para isso, é necessário que as empresas reduzam
ao máximo os custos operacionais, baixando o
quanto podem os desperdícios ou o que assim pode
ser considerado, procurando reduzir ao máximo as
perdas.
Para que tais metas ocorram, normalmente,
a solução encontrada é o corte de gastos como os
benefícios aos trabalhadores, que passam a ser
vistos interessantemente como “gastos
desnecessários”.
Outros pontos que cada vez mais são
exigidos e levados em conta em nível global, mas
que encarecem o preço final dos produtos, são os
cuidados exigidos quanto aos impactos ambientais
causados em rios, morros, vegetação ciliar,
aquíferos, florestas, áreas de topo de morros,
semiáridos, litorais, manguezais, encostas e outros.
Para que uma empresa recupere meios degradados
precisa ter um forte capital excedente para realizar
tais empreendimentos, pesquisas e a reconstituição
do lugar, com profissionais especializados, valores
esses nem sempre possíveis para as empresas.
Na maioria das vezes essas operações são
refutadas ou maquiadas. Para que as mídias de
massa locais não divulguem os problemas
ambientais, as contribuições financeiras e doações
“culturais” ajudam a que as reportagens abordem
outros temas de “maior” importância.
No Brasil o grande exemplo é do rompimento da
Barreira de Rejeitos do Fundão da localidade de
Mariana, em Minas Gerais. Mais de 800 km do rio
Doce foi completamente exterminada e
absolutamente nada aconteceu com a empresa, nem
com os donos. O processo que ocorreu no México
está sendo implantado no Brasil a passos largos,
com o principal interesse nas reservas de
combustível fóssil.
LIVRE COMÉRCIO E A GLOBALIZAÇÃO
Embora o discurso internacional faça
referencia à Globalização como um LIVRE
COMÉRCIO, a realidade não é bem essa, pois os
custos desse tal livre comércio são proibitivos para
os países ou empresas com poucos recursos
financeiros.
20
 Os tratados de livre comércio foram
baseados nas decisões da Organização Mundial do
Comércio e do Nafta.
Os custos são visíveis na pressão sobre os
trabalhadores dos diversos setores da economia,
sobre o desgaste e destruição dos ecossistemas e
da progressiva redução dos direitos humanos. Mas é
claro que todos esses fatores são respeitados nas
belas frases escritas em papeis que aceitam
qualquer risco.

Os tempos atuais que são rotulados de

Economia de Livre Comércio, está colapsando o
equilíbrio ecológico do planeta como nunca antes foi
percebido após o momento tido como revolução
A definição mais comum encontrada para o
industrial (1760- fonte energética era o carvão)
significado da expressão Globalização é “a crescente
“Para aquecer as economias, estamos
interdependência econômica entre os países”.
vivendo a ditadura das propagandas ou até uma
(VESENTINI, 1998).
globalização propagandística, onde profissionais
Com o desenvolvimento das diversas
dessa área, através de técnicas de persuasão, criam
tecnologias como a comunicação, transporte,
formas de desestabilizar a sensação de suficiência
armazenamento, rapidez, eficiência e segurança na
da população e através disso, implicar com a
entrega de produtos encomendados, a aparente
necessidade de maior consumo, aquisição, comprar,
possibilidade de personalização de produtos, dando
o status do novo, moderno, chique, em oposição ao
uma ilusão de despadronização, ampliação da
velho, ultrapassado, fora da moda e para que o
produtividade através da mecanização/automação
comércio funcione, escraviza-se os menos
industrial, é que está sendo possível a difusão em
resistentes ao empréstimo de dinheiro.
escala planetária do sistema econômico capitalista,
Cria-se através da moda diversas
ainda mais com a falência da experiência dita
alternativas para as pessoas que não podem
Socialista no mundo Asiático.
comprar o novo, utilizem o velho, misturando com o
Antes da 1ª Revolução industrial (1760), o
novo, ou então, que criem a sua própria moda, de
comércio restringia-se a uma pequena produtividade
toda a forma possível, com cores, penteados, o que
e uma curta abrangência espacial rápida, pois os
se chama de “retro” também está valendo, tudo para
meios de comunicação, transporte e circulação das
que a pessoa se sinta bem, na “sua” moda, utilizando
mercadorias eram limitados.
o que tem para poder sair, mostrar-se e a partir daí,
As longas jornadas em rotas sem
sentir-se confiante para que possa consumir,
infraestrutura e ausente de segurança ofereciam
consumir e consumir.
toda a sorte de dificuldades para se chegar ao
Já que muitas vezes o individuo não tem
destino, com risco de perda dos produtos. As
dinheiro em mãos ou já comprometeu os ganhos do
dificuldades tornavam os produtos com valores
mês, o jogo do mercado ativo se utiliza da estratégia
proibitivos aumentando os custos, dificultando o
de facilitar o acesso ao consumo através do cartão
processo de globalização.
de crédito, onde não se vê os valores fisicamente,
Com a descoberta de novas tecnologias
apenas virtualmente, mas as consequências serão
tanto de produção como de transportes e da indução
muito reais. O empréstimo de dinheiro ou a compra
de novas necessidades, a possibilidade de acesso
do dinheiro é algo muito caro em países como o
seguro a longas distancias com maior rapidez uniu
Brasil, daí ocorrendo as dividas e as falências
os diversos cantos do planeta através da
familiares”. (R Born 2010)
comunicação e em tempo quase real.
Os efeitos catastróficos estão sendo sentidos
Através de satélites pode-se entender o
no mundo inteiro, com a elevação da temperatura
mundo atual como uma ALDEIA GLOBAL, isso não
atmosférica, chuvas acidas poluição do subsolo e
por que as distanciais se reduziram, mas por que
lençóis freáticos, extermínio de animais e plantas
podem ser vencidas virtualmente e fisicamente em
que não interessam ao sistema econômico da oferta
tempos muito menores e a rapidez da internet foi o
e procura, enfim, o caos instaurado e visível nos rios
grande diferencial.
e mares poluídos, na água potável cada vez mais
cara e rara, no fim das áreas verdes, no adoecimento
Nunca se produziu tanta riqueza como na atualidade,
do corpo e da mente nas cidades e o medo devido à
mas também, tanta pobreza e exclusão social.
violência e desemprego em oposição à
modernização tecnológica, que não oferece outra
Para que o comércio se tornasse mais ágil e forte,
saída ao urbano que cada vez mais fica excluído.
empresas uniram os seus capitais, podendo agora
atravessar fronteiras e dominar mercados, não
OS PRINCIPAIS BLOCOS ECONÔMICOS
tendo concorrentes a altura dos seus capitais. Para
Mapa mundi
reduzir os custos e ampliar a eficiência, repercutindo
em um aumentar da produtividade, houve a

ATUALIDADES 21
qualificação através da mecanização e automação,
substituindo a mão de obra humana, o que veio a
colapsar a economia internacional, acarretando em
uma órbita crescente o desemprego estrutural,
provocando em todo o mundo, movimentos de
repúdio aos efeitos da ampliação em escala
planetária, da utilização da tecnologia, em detrimento
da empregabilidade. Tal critica também é vista em
filmes como “Eu, Robô”, entre outros.
01-GLOBALIZAÇÃO E A ANTIGLOBALIZAÇÃO
FINANCEIRA
A crise financeira de 2008 que abalou o
mundo economicamente desenvolvido e que
sacudiu vários cantos do planeta, alguns mais e
outros menos, está gerando diversos estudos sobre
tal tema e o importante é que estão tentando
identificar como e quando a crise se originou, seus
motivos e o mais importante, formas de que não
ocorra novamente, com mecanismos antecipados e
seguros de ação (como se os grandes banqueiros
não soubessem as origens da crise).
Alguns personagens renomados da
Economia mundial são contrários a globalização
financeira nos moldes que se apresentam, entre os
nomes está Dani Rodrik, da universidade de
Harvard, que afirma que: “até o momento a
globalização financeira é uma completa decepção”.
O que se percebe é que, até o momento,
quem se beneficiou muito com a Globalização
Financeira foram os países ricos economicamente,
mas também geraram possibilidades para setores
isolados dos países emergentes e dos países pobres
também.
Já para os países em desenvolvimento ou
que estão além ou mesmo aquém dessa condição, o
que emperra o crescimento econômico são diversos
fatores como por exemplo:
• A qualidade das instituições e dos produtos
em questão
• A instabilidade econômica e política do país
• Excesso de burocracia, corrupção de seus
governos
• População mal preparada devido aos baixos
salários que não possibilitam sobras para um
auto crescimento informacional.
• Pequena instrução e péssimo investimento
dos Estados nesse setor que é investimentos (Globalização Financeira) de 15% para
preponderante para que um país cresça
economicamente e socialmente.
Mas quando é que se consegue identificar a
origem da Globalização financeira?
A Globalização Financeira é diferente da
Globalização Econômica. A primeira faz parceria
com a Revolução Industrial de 1760 na Inglaterra,
com investimentos financeiros estrangeiros diretos já
era proeminente no século XIX (1860) e até mesmo
no século XX o Brasil, que era um país agrícola,
começou a receber investimentos internacionais,
participando da Globalização Financeira.
ATUALIDADES
Já a Globalização Econômica segundo
Jaggdish Bhagwatti já vem de muito longe no tempo,
e que para Ghagwatti, significa a “integração das
economias nacionais na economia internacional
através do comércio exterior, do investimento
estrangeiro direto e do fluxo de capitais, de
trabalhadores e de tecnologia”.
Com esse foco, pode-se retornar à Roma antiga, que
unindo outras regiões, desde o noroeste da Europa,
norte da África, Grécia, Turquia, Síria e Egito, criou
corredores de exportação de produtos, estradas,
mercados, moeda, leis, ou seja, unificou de uma
certa forma o comércio daquele imenso território.
Da mesma forma pode-se analisar as Rotas
da Seda, que cruzavam o sul asiático, passando
pelo deserto da China, índia, Paquistão, Afeganistão,
Oriente Médio, regiões Árabes, até o Mediterrâneo,
cruzando desertos, povoados, conectando culturas,
idiomas e compreensões diferentes, movendo a
economia local e em consequência, as distantes.
Dá para se dizer que Portugal foi quem
conseguiu criar a primeira Globalização Comercial,
conectando de forma rápida (para a época) , através
da navegação, a Europa, África, Ásia, Indonésia e
América.
Já a globalização financeira cresceu muito a
partir de 1980, quando houve o barateamento dos
custos das grandes movimentações de carga, além
do processo de amadurecimento das
regulamentações internacionais, com as tecnologias
das comunicações e informações.
O Brasil só veio a crescer com o
amadurecimento da sua economia e da relativa
solidez política e financeira, que ainda carece de
melhorias generalizadas e de limpeza nos
processos de velhacaria.
Com o tempo, companhias nacionais abriram
espaço no mercado internacional como a Vale,
Embraer, AmBev, Gerdau e outras.
O amadurecimento econômico de um país é
percebido também quando uma empresa consegue
financiar-se com seu próprio capital no estrangeiro e
com uma moeda reconhecida.
Durante a gestão de Henrique Meireles como
presidente do Banco Central do Brasil, o país viveu
uma relativa estabilidade econômica, recebendo
19% no período entre 2003 e 2009. Tais fluxos de
capital foram aplicados em investimentos e não no
consumo.
Não seria prudente ou lógico, segundo os
analistas econômicos, rejeitar a globalização
financeira pois iria deixar o Brasil completamente
isolado e desacreditado. Será?
A UNIÃO EUROPÉIA E AS SANÇÕES À CUBA
Em 2009 eram 27 países que faziam
oficialmente parte da União Européia e decidiram
acabar com as restrições que estavam firmadas
contra Cuba desde 2003.
Essa atitude veio em recompensa às medidas
econômicas que o novo líder cubano, Raul Castro
22
estava implantando desde que assumiu o governo
interino Cubano.
O BRASIL É UM PAÍS EM DESENVOLVIMENTO
OU EMERGENTE?
Um país que é classificado como “em
desenvolvimento”, quer justamente dizer que ele
não é ainda desenvolvido mas que tem condições de
melhorar essa condição.
O padrão de vida da maior parte da
população de um país em vias de desenvolvimento é
relativamente baixo, possui um parque industrial
ainda deficitário, mas que está recebendo
investimentos e possui o Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH) entre médio e elevado, ou seja, tal
classificação é dada aos países intermediários, ou,
aqueles que estão entre os desenvolvidos e os
menos desenvolvidos.
Três índices básicos auferidos possibilitam
uma visão mais realista da situação da pobreza ou
riqueza de um país e se é ou não desenvolvido:
educação, longevidade e a renda por pessoa ou per
capta.
Países como o BRICS, mais a Argentina e o
México estão entre os de médio IDH, ou seja,
possuem uma industrialização crescente e uma
economia que faz peso no cenário internacional, mas
há problemas nas questões pertinentes à educação,
com baixo rendimento educacional, com baixos
salários, o que impedem, dentro do processo
econômico capitalista democrático, que essas
pessoas consigam melhorar a sua situação de
moradia, alimentação, saúde, segurança e bem
estar.
PAÍSES EMEGENTES ECONOMICAMENTE E
PAÍSES EMERGENTES SOCIALMENTE.

Durante o período da Guerra Fria (1945 a Mapa que destaca os países de industrialização
1991) quando as chamadas superpotências (EUA e recente.
URSS) disputavam áreas de influencia no mundo, a
divisão comumente utilizada para diferenciar os
países era de primeiro, segundo e terceiro mundo,
mas que com a queda dos países soviéticos
socialistas e restando apenas Cuba, Coréia do Norte
e parcialmente a China como socialistas, a
expressão segundo mundo passou a não ser mais
tão utilizada. Os terceiros mundistas passaram a ser
comumente denominados de países pobres ou em
vias de desenvolvimento.
Também é comum se deparar com a
expressão “país emergente” que tem a mesma
conotação ou rotulação de um país em
desenvolvimento.
Os países que são chamados de emergentes
É dito emergente por que estavam entre os
economicamente são aqueles que se destacam na
países do terceiro mundo e que passaram a investir
referencia econômica, com índices que se
na sua produção econômica, dando mostras de
aproximam ou até mesmo passam de alguns países
melhoria social, continuando a se desenvolver.
desenvolvidos, como é o caso do Brasil, com um PIB
Dos países ditos EMERGENTES estão os
de mais de 5,3 trilhões de Reais (2015), com
que fazem parte da sigla BRIC (Brasil, Rússia, Índia,
indústrias de importância internacional e produtos de
China e a África do Sul).
qualidade participando do comércio mundial, fazendo
Mas além dos BRICS há outros países emergentes
a diferença na balança financeira, além de exportar
como a Argentina, México, Turquia e diversos
produtos industrializados de qualidade como
outros.
maquinas e também importando matéria-prima. Já os
países que são Emergentes Socialmente são os
IDH – INDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO.
que possuem a sua sociedade com aspecto de
A questão de como avaliar ou medir se um
primeiro mundo, com saúde, educação, saneamento
país é desenvolvido ou não sempre foi polemica.
básico de qualidade.
Até recentemente a comparação entre
riqueza e pobreza era feita através dos índices
G-7
monetários como o PIB per capta, mas essa forma
A origem da união de países de importância
de avaliação apresenta incorreções pois um país
econômica ocorre no ano de 1975, quando os
pode aparentemente evidenciar altas somas
solavancos econômicos eram provenientes da crise
financeiras, mas que pode estar concentrada na mão
do petróleo.
de apenas alguns grupos do país.
Como a economia da Europa estava em
Para melhor avaliar se um país é ou não
crise, decidiu-se por reunir os principais líderes das
desenvolvido, a ONU criou o Índice de
potencias financeiras da época, convidando para
Desenvolvimento Humano, que é uma avaliação
entrarem em sintonia com a finalidade de buscar
traduzida em números que variam entre 0 e 1, ou
rápidas soluções para as crises. Os países em
seja, quanto mais próximo de 1, o país é
princípio convidados pelo presidente da França
desenvolvido e quanto mais próximo a zero é
Valéry Giscard, foram os EUA, Alemanha, Japão,
justamente o oposto.

ATUALIDADES 23
Italia, Reino Unido, sendo o último convidado que estejam abaixo das necessidades reais do país
entrou no ano seguinte, foi o Canadá, formando o G- membro.
7.
As decisões tomadas pela reunião do G-7 Membros do G-10
estavam centradas nas políticas econômicas, mas • Alemanha
que passou a englobar problemas sociais, saúde • Bélgica
global, investimentos em outros países buscando o • Canadá
desenvolvimento sustentável, entre outras diversas • EUA
questões, tornando-se as agendas cada vez mais • França
inchadas. • Itália
As reuniões do G-7 eram desburocratizadas para • Japão
poderem ser ágeis. Quem exerce a presidência da • Países Baixos (Holanda)
reunião é quem faz a pauta e decide a melhor forma • Reino Unido
de resolver os problemas. O país que está • Suécia
presidente durante o ano de trabalho é que sedia as • Suíça
reuniões e coordena os trabalhos de execução e
acompanha os resultados.
G-20 (Grupo dos 20)
G-8 O G-20 é um bloco que reúne os 20 maiores
O G-8 ou grupo dos 8 é o grupo formado pelos oito países emergentes do mundo e foi idealizado em
mais ricos países do mundo, detentores das maiores 2003. A união entre os 20 emergentes é fazer frente
tecnologias e industrias do planeta. Era à força econômica do bloco G-8 que reúne os 8
anteriormente formado por sete países, ficando 8 países mais ricos do planeta, buscando fortificar as
membros com a inclusão da Rússia oficialmente em suas economias e reivindicações nas mesas de
1997, mas que ainda não participa de todas as negociações internacionais.
reuniões do grupo. A Rússia foi tida como país
observador do G-7 desde o fim da URSS em 1991 e Mapa dos países do G-20
também por possuir numerosos arsenais nucleares.
O G-8 é acusado atualmente de ser um órgão
ineficiente para os tempos atuais. As economias
evoluíram desde que foi criado em 1975. Tentou se
adaptar mas não representa atualmente o poder
econômico global, com a China, por exemplo, que
compete hoje como a mais poderosa economia, fora
do G-8, alem dos países membros serem acusados
pela pobreza da África, pela regulação de mercados
a seu favor, pela excessiva poluição e lançamento de
gases tóxicos na atmosfera sem tomar providências,
pela forma como a
Globalização está sendo implantada, causando
riquezas mas bilhares de exclusões sociais e
aumento do desemprego planetário. fonte:
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e1/Newly_Industrialized_Countr
Formadores do G-7 mais a Rússia (desde 1997). y.png
1. EUA
2. Japão
3. Alemanha Atualmente são 24 países que participam do G-20:
4. Reino Unido
5. França • África: África do Sul , Nigéria, Tanzânia,
6. Itália Egito e Zimbábue
7. Canadá • Ásia: China, Filipinas, Índia, Indonésia,
8. RUSSIA Paquistão, Tailândia,
• Europa: Turquia, Republica Tcheca,
G-10 (Grupo dos 10) Hungria
O grupo denominado G-10 é formado na • América Latina: Argentina, Bolívia, Brasil,
realidade por onze países e os membros são os Chile, Cuba, Guatemala, México, Paraguai,
países mais ricos do planeta. Uruguai, Venezuela.
Essa união foi fundada já em 1964 e os membros
fazem parte do GAB ou General Arrangements to Os países que participam do G-20 são
Borrow ou (Acordo Geral para obtenção de países em desenvolvimento e essa organização foi
Empréstimos) que é um acordo para a obtenção de criada na V Conferencia Ministerial da OMC em
empréstimos suplementares, ou seja, esse grupo é Cancun em 2003.
acionado caso os recursos estimados pelo FMI

ATUALIDADES 24
 Esses países tem a agricultura como força
econômica e estratégica e os participantes estão
localizados em áreas de relevância no planeta.
Desde que esse bloco foi criado, recebeu
criticas e elogios, mas segue ainda firme na defesa
dos interesses dos membros na mesa de negociação
internacional, cujas decisões geralmente tendiam
para os países economicamente desenvolvidos.
• Os países membros dominam 26% das
exportações agrícolas mundiais.
• Os países membros representam 60% da
população mundial
• Os membros possuem 70% da população
rural do planeta.
O Grupo dos 20 ou apenas G-20 é um seleto
grupo de países que possui destaque como sendo as
melhores economias do planeta, participando desse
grupo alguns emergentes como o Brasil.
A reunião ocorre entre os ministros de
finanças e os presidentes dos bancos centrais das
maiores economias do mundo.
Durante a década de 90 diversas crises
econômicas abalaram o comércio mundial e para
melhor perceber e viabilizar soluções rápidas para as
crises financeiras, foi criado em 1999, buscando o
diálogo entre as maiores economias do mundo, cujo
peso econômico representa 80% do comércio
planetário e detém 90% do PIB mundial, além de
juntos possuírem 2/3 da população de consumidores
em potencial.
Nas reuniões discutem-se formas de manter
a estabilidade econômica internacional, envolvendo
na busca por estratégias políticas e comerciais, os
países ricos e emergentes.
Com o crescimento de novas economias
como o Brasil, o G-8 acabou perdendo força,
passando a ser o G-20 o Conselho Internacional de
Cooperação Econômica.
G-22
Esse grupo foi criado em 1997 pelos
membros do bloco econômico da Associação
Economia Ásia Pacífico (APEC)
O objetivo era que representantes desses
países elaborassem uma programação de reuniões,
ou seja, fazer a pauta para o encontro entre os
ministros das finanças e presidentes dos Banco
Centrais dos países membros, para discutir assuntos
pertinentes aos problemas econômicos.
Completavam o grupo de países desse bloco
a Malásia, Singapura, Polônia e Tailândia, tendo
mais membros do que o nome sugere.
G-33
O G-22 sofreu logo alteração tornando-se o G-33,
criado em 1999 mas que logo sofre novamente
alteração dos membros, originando o G-20.
OS PRINCIPAIS BLOCOS ECONOMICOS DO
PLANETA:
ATUALIDADES
BENELUX
O Benelux é um bloco econômico formado
pelos países Bélgica, Nederland e Luxemburgo, ou
seja, as iniciais dos países formadores.
Esse Bloco surgiu em 1944 nos momentos
finais da Segunda Guerra Mundial.
A sede desse bloco é em Bruxelas – Bélgica.
Os países participantes conseguiram
recuperar a sua economia, o que gerou reflexões
sobre prováveis possibilidades de unificação de mais
países. Pode-se dizer que foi o bloco precursor do
que hoje é a União Européia.
(Atualmente é uma subdivisão da União Européia.)
CECA – COMUNIDADE ECONOMICA DO CARVÃO
E DO AÇO.
Esse bloco econômico surgiu em 1952 com
sede em Luxemburgo. O objetivo foi manter um
mercado livre entre esses membros, sem tarifas
alfandegárias, para os produtos como o ferro, aço,
carvão e o coque, produtos esses de base que
incentivariam ao crescimento econômico e industrial.
UNIÃO EUROPEIA
Surgiu no ano de 1957 Através do Tratado de Roma.
No inicio era formada por apenas 6 países: Bélgica,
Nederland, Luxemburgo, Alemanha, Itália e França
A primeira denominação era de Mercado Comum
Europeu (MCE) e recebeu a adesão da Irlanda,
Grécia e da Dinamarca.
Com investimentos na economia dos países pobres
da Europa rica, Portugal, Espanha na década de 80,
passou a chamar-se de CEE ou Comunidade
Econômica Européia.
Atualmente fazem oficialmente parte da União
Européia 28 países.
A intensão é a progressiva entrada dos demais
países na arapuca da unificação monetária e na
subordinação total dos países ao Banco Central
Europeu, com leis econômicas únicas e controladas
pela Comunidade Europeia. Os planos é da
ampliação a 35 membros.
Países da União Européia:
Portugal, Espanha, França, Bélgica, Holanda (países
baixos), Reino Unido, Irlanda, Alemanha, Dinamarca,
Itália, Grécia, Finlândia, Áustria, Luxemburgo,
Suécia, Letônia, Estônia, Lituânia, Polônia, República
Checa, Eslováquia, Eslovênia, Hungria, Romênia e
Bulgária.
PIB DO BLOCO
Atualmente há 490 milhões de habitantes no bloco
(2007) e um PIB de 11,3 trilhões de euros e com 23
idiomas diferentes
Com o Tratado de MAASTRICHT foi acertado que a
moeda vigente entre os membros seria o EURO que
passou a circular a partir de Janeiro de 2001 e a
sede é em BRUXELAS.
Os objetivos da União Européia:
Unificação da moeda, fim das tarifas alfandegárias,
livre circulação de capitais e de mão de obra entre os
25
membros, unificação da legislação trabalhista, de
transito e civil.
O Euro:
O Euro está sendo utilizado por 13 países: Portugal,
Espanha, França, Alemanha, Holanda, Bélgica,
Irlanda, Luxemburgo, Áustria, Finlândia e Itália.
A SUÍÇA não utiliza o EURO, pois é um centro
financeiro neutro e recebe dinheiro de todas as
partes do mundo.
PACTO DE VISEGRAD
Participantes:
Polônia, Tcheco, Eslováquia e Hungria.
Já estão participando da União Européia.
São países que estão em Transição econômica para
o Capitalismo.
ALCA (Área de Livre Comércio das Américas)
Objetivos:
Integrar comercialmente os países da América, com
exceção de Cuba, que agora está sendo chefiada
por Raul Castro.
A criação da Alca foi proposta em 1990 pelo George
Bush, que é pai do ex-presidente George Walker
Bush, que no ano de 2009 deixou a presidência para
o primeiro presidente negro da história dos EUA,
Barak Obama.
Os participantes são 34 países: (Menos Cuba)
Canadá, Estados Unidos, México, Belize, Honduras,
Nicarágua, Costa Rica, El Salvador, Panamá,
República Dominicana, Haiti, Jamaica, Antigua e
Barbuda, Bahamas, Barbados, Dominica, Granada,
Santa Lúcia, Saint Kitts, Granadinas (mais de 600
ilhas no mar do Caribe) Guiana, Suriname, Trinidad e
Tobago, Colômbia, Venezuela, Equador, Peru,
Bolívia, Paraguai, Chile, Uruguai, Brasil,
Quais os objetivos da ALCA:
Os países terão preferência tarifária onde
progressivamente essas tarifas serão zeradas,
facilitando o fluxo de bens e produtos.
Mapa da ALCA
A data para que esse bloco se integre não está certa
ainda, pois o Brasil não vê pressa na realização da
integração pois está priorizando o fortalecimento do
Mercosul, sendo desfavorável a implantação da AlCA
nesse momento. Alem do mais, Brasil está buscando
outras parcerias com a União Européia e com os
blocos orientais.
O FMI impôs ao Brasil, durante o governo do ex
presidente Fernando Henrique Cardoso, a condição
politicamente restritiva de que os acordos monetários
deveriam estar vinculados a irrestrita entrada do
Brasil no ALCA o que descontentou parte do
empresariado nacional e chamou a atenção para
ATUALIDADES
uma maior análise por parte dos setores econômicos
que passaram a se opor a tal vinculação.
A ALCA almeja garantir a plena liberdade das
organizações para investir ou não, comprar, vender,
remeter e realizar transferências, sem empecilhos ou
qualquer impedimentos nacionais, eliminando
quaisquer mecanismos de origem nacional que
impeçam a livre negociação e vontade dos
investidores.
PACTO ANDINO
Surgiu em 1969 e tem como participantes a
Colômbia, Venezuela, Equador, Peru, Bolívia, Chile
(que se retirou em 1977)
É um bloco de pouca expressividade econômica e há
a intenção de fazer parte do Mercosul.
São países que vivem sérios problemas políticos e
econômicos, com grandes desigualdades sociais,
corrupção por parte do alto escalão dos governos,
baixo investimento em educação, saúde e criação de
empregos de qualidade, aliados ao forte tráfico de
drogas com influencias dentro das instituições
políticas e de segurança.
Mapa do Pacto Andino
MERCOSUL
O Mercosul surgiu em 26 de Março de 1991 com o
Tratado de Assunção assinado entre o Brasil,
Paraguai, Argentina e Uruguai.
Os objetivos do Mercosul são a integração
econômica e o estimulo mutuo para o
desenvolvimento tecnológico e cientifico.
Entre os membros ocorreria progressivamente a livre
circulação de bens e serviços, pondo fim às taxas e
tarifas alfandegárias.
Entre os membros prevalece uma Tarifa Externa
Comum.
O Chile não é um membro do Mercosul, embora
tenha dado sinais de querer entrar no bloco sul. O
Chile já participa da integração com o bloco dos EUA
e está negociando com os Tigres Asiáticos.
A Bolívia é membro do Pacto Andino e há uma
clausula no Mercosul que não permite que um país
seja membro de dois blocos econômicos.
O Uruguai está tentando nadar em meio a dois
grandes países em crise, Brasil e Argentina e está
tentado a fazer negócios com os EUA.
A Argentina busca sair do caos econômico em que
se encontra e as políticas direcionadas pelos
Kirchener não favoreceram o crescimento do país.
A Argentina estava propensa a fazer acordo com os
EUA o que instabiliza as relações políticas e
econômicas com o Bloco.
O Paraguai ainda continua firme com a proposta de
fortalecer o Mercosul e é o único que não deu
mostras de fazer acordo com outros blocos
econômicos.
26
NAFTA (North American Free Trading Agreement -
Acordo de Livre Comércio da América do Norte)
Países membros do Nafta
NAFTA é uma sigla que significa Acordo de Livre
Comércio da América do Norte
Participantes: Canadá, EUA e México.
Surgiu em 1993 e possui uma população de mais de
370 milhões de consumidores (com grandes
restrições para os mexicanos).
Objetivos do Nafta: apenas realizar acordos
financeiros, sem o intuito de integração como nos
demais blocos econômicos, ou seja, apenas o livre
fluxo de mercadorias e capitais no limite dos
membros.
Países membros do Nafta
ALADI – ASSOCIAÇÃO LATINO AMERICANA DE
INTEGRAÇÃO
É uma associação que possui a sua sede em
Montevidéu no Uruguai e que tem como objetivo
possibilitar a integração latino americana, buscando
desenvolver a economia e as relações sociais entre
os membros.
Essa associação ocorreu em 1980 e os
membros são a Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai,
Bolívia, Perú, Equador, Colômbia, Venezuela e Chile,
ou seja, excluindo as Guianas, todos os países da
América do Sul são participantes.
A Aladi substituiu a ALALC ( Associação Latino
Americana de Livre Comércio)
ASSOCIAÇAO DE COOPERAÇAO ECONOMICA
DA ASIA E DO PACIFICO (APEC)
1. Bloco econômico que abrange o sudeste e
leste da Ásia, Oceania e países banhados pelo
oceano Pacifico.
2. Membros fundadores: Japão, China, Coréia
do sul, Taiwan, Hong Kong, Cingapura, Brunei,
Malaísia, Indonésia, Filipinas, Austrália, nova
Zelândia e Tailândia.
3. O México e o Chile foram aceitos como
participantes, mas como futuros membros.
09-O que é G-8?
G-8 é uma sigla que significa os 8 países
mais ricos e influentes do mundo.
Antes era chamado de G-7, fazendo até então parte
os seguintes países:
1. EUA
2. Canadá
3. Alemanha
4. França
5. Itália
6. Reino Unido
7. Japão
A Rússia veio a fazer parte desse bloco dos grandes
sete países, tornando-se G-8 em 1998.
10-Quais são os objetivos do G-8 ?
ATUALIDADES
Como esses países são muito ricos e
possuem influencias no mercado mundial, podendo
mover economias ou desencadear grandes crises
dependendo da decisão que tomarem, cabe a eles,
ou assim se vêem, decidir quais caminhos, rumos ou
alterações de percurso o mundo deve tomar, pois
tem essa capacidade, tal é a responsabilidade desse
grupo. Mas será realmente que compreendem a
responsabilidade que tem? Da forma como andam
as questões sociais, ambientais, econômicas e de
paz no mundo, ao que parece, suas ações ficam
somente no discurso e no papel.
Esses países exercem força ou pressão em órgãos
como a ONU, FMI, OMC e outros diversos,
investindo ou não em qualquer parte do planeta que
o foco de interesse venha a despertar e proporcionar
lucros.
O que se discute nas reuniões do G-8?
As discussões e temas correntes tratam sobre a
abertura de novos mercados, sobre os rumos da
Globalização, sobre a poluição, auxilio financeiro
para países e empresas em crise e demais assuntos
desse tipo.
Quando surgiu o G-8?
G-8 que na sua origem ainda não formava um G-7,
mas que surgiu na França em 1975 próximo à Paris,
em um castelo chamado de Ramboullet.
Naquele momento, foi proposto aos países
mais expressivos economicamente do planeta,
reunião ainda essa informal, tendo participado em
princípio os EUA, França, Reino Unido, Itália e
Japão, para que periodicamente fosse feito reuniões
para que se discutisse assuntos tanto internacionais
como também, regionais.
No ano seguinte, em 1976 portanto, o Canadá veio a
se unir a esse grupo, ficando a partir daí sendo
chamado de G-7, tendo esse numero aumentado a
partir de 1998 com a chegada da Rússia.
Embora falem sobre Globalização, cada um desses
países tem bem claro formas e intenções de
protecionismo para as suas economias.
Atualmente, quando ocorre a reunião desses tais
“ricos” há diversas manifestações tanto de países
pobres como em desenvolvimento, chamando a
atenção para o crescimento do desemprego,
desigualdade cada vez maior, exclusão social, meio
ambiente e por aí vai.
As decisões tomadas pelo G-8 são decepcionantes
para a comunidade internacional.
Fonte: http://www.brasilescola.com/geografia/g8.htm
G-5
O G-5 é um bloco formado por países em
desenvolvimento como:
1. Brasil
2. México
3. África do Sul
4. Índia
5. China
G-10
27
 É uma organização internacional formada 4. Argentina
por onze países que tem grande influencia na 5. Austrália
economia mundial. 6. Brasil
Esse G-10 foi fundado em 1964, portanto, antes do 7. Canadá
próprio G-7 de 1975 8. China
Os participantes do G-10 são: 9. Coréia do Sul
1. EUA 10. Estados Unidos
2. Canadá 11. França
3. Alemanha 12. Índia
4. França 13. Indonésia
5. Itália 14. Itália
6. Reino Unido 15. Japão
7. Bélgica 16. México
8. Países baixos 17. Reino Unido
9. Suécia
10. Suíça EXERCICIOS GERAIS SOBRE GLOBALIZAÇÃO
11. Japão
01-Sobre a globalização, julgue as alternativas
ALBA – ALTERNATIVA BOLIVARIANA PARA AS abaixo:
AMÉRICAS. a) ( ) Globalização é um termo carente de
precisão que é compreendido como a mundialização
A Alternativa Bolivariana para as Américas é um da interdependência de todos os países e povos da
modelo de integração para os povos da America do superfície do planeta.
Sul e do Caribe, com inspiração em Simon Bolívar, b) ( ) A denominação de “Aldeia Global” traz
sendo uma alternativa à ALCA proposta pelos EUA. no seu bojo a impressão de que o planeta está
ficando menor, podendo ser alcançado em pouco
Os participantes são a Venezuela, Bolívia, tempo qualquer pessoa ou negócio, desde que
Nicarágua, Cuba e Dominica. esteja conectado à tecnologia vigente.
c) ( ) A televisão, transmissão via satélite,
Assim como os demais blocos econômicos que celulares, internet e outros meios de comunicação e
querem eliminar taxas alfandegárias entre os transporte de mercadorias e pessoas permitem unir
participantes, a ALBA quer alem disso, reduzir os pontos distantes do planeta em tempos cada vez
contrastes sociais entre os membros, pretendendo mais reduzidos.
que todos os países Latino Americanos participem, d) ( ) As economias na época da Globalização
possibilitando uma maior integração. estão se desnacionalizando.
e) ( ) A globalização implica em aumento e
Pretende-se criar fundos de apoio, para a redução da dependência da tecnologia de comunicação.
exclusão social e miséria que prevalece na America Resposta: todas Verdadeiras
Latina.
O inicio desse bloco ocorreu com a cooperação entre
Cuba e Venezuela, quando Cuba ofereceu auxilio
médico e a Venezuela socorreu o país que carecia OS GRUPOS DOS GRANDES
de petróleo.
G-7
Atualmente um provável candidato à esse bloco é o A origem da união de países de importância
Equador. econômica ocorre no ano de 1975, quando os
solavancos econômicos eram provenientes da crise
G-20 do petróleo.
O G-20 surgiu substituindo o G-33, que substituiu o Como a economia da Europa estava em crise,
G-22... decidiu-se por reunir os principais líderes das
O G-22 fora criado na cúpula do G-7, que agora é G- potencias financeiras da época, convidando para
8... : / em Junho de 1999 na cidade de Colônia. entrarem em sintonia com a finalidade de buscar
rápidas soluções para as crises. Os países em
Esse grupo foi criado com o objetivo de consulta princípio convidados pelo presidente da França
sobre o sistema financeiro mundial. AS idéias Valéry Giscard, foram os EUA, Alemanha, Japão,
vigentes são discutidas e propostas são feitas aos Italia, Reino Unido, sendo o último convidado que
países industriais e aos emergentes sobre a entrou no ano seguinte, foi o Canadá, formando o G-
estabilidade financeira internacional. Nessas 7.
reuniões os grandes bancos centrais mundiais estão As decisões tomadas pela reunião do G-7
presentes. estavam centradas nas políticas econômicas, mas
que passou a englobar problemas sociais, saúde
1. África do Sul global, investimentos em outros países buscando o
2. Alemanha desenvolvimento sustentável, entre outras diversas
3. Arábia Saudita

ATUALIDADES 28
questões, tornando-se as agendas cada vez mais
inchadas.
As reuniões do G-7 eram desburocratizadas para
poderem ser ágeis. Quem exerce a presidência da
reunião é quem faz a pauta e decide a melhor forma
de resolver os problemas. O país que está
presidente durante o ano de trabalho é que sedia as
reuniões e coordena os trabalhos de execução e
acompanha os resultados.
G-8
O G-8 ou grupo dos 8 é o grupo formado pelos oito
mais ricos países do mundo, detentores das maiores
tecnologias e industrias do planeta. Era
anteriormente formado por sete países, ficando 8
membros com a inclusão da Rússia oficialmente em
1997, mas que ainda não participa de todas as
reuniões do grupo. A Rússia foi tida como país
observador do G-7 desde o fim da URSS em 1991 e
também por possuir numerosos arsenais nucleares.
O G-8 é acusado atualmente de ser um órgão
ineficiente para os tempos atuais. As economias
evoluíram desde que foi criado em 1975. Tentou se
adaptar mas não representa atualmente o poder
econômico global, com a China, por exemplo, que
compete hoje como a mais poderosa economia, fora
do G-8, alem dos países membros serem acusados
pela pobreza da África, pela regulação de mercados
a seu favor, pela excessiva poluição e lançamento de
gases tóxicos na atmosfera sem tomar providências,
pela forma como a
Globalização está sendo implantada, causando
riquezas mas bilhares de exclusões sociais e
aumento do desemprego planetário.
Formadores do G-7 mais a Rússia (desde 1997).
9. EUA
10. Japão
11. Alemanha
12. Reino Unido
13. França
14. Itália
15. Canadá
16. RUSSIA
EXERCÍCIOS:
FMI, do pronto-socorro à política de saúde pública
proposta de um novo esquema de taxação dos
bancos é mais um sinal da crescente influencia do G-
20 nas principais instituições internacionais. (O
Estado de São Paulo, 28/042010, B4).
A Sigla G-20:
a) Uma ampliação dos Bric, incorporando
países da América Latina.
b) Substitui o bloco Opep que ficou desgastado
pela recente crise do petróleo
c) Indica o grupo de países que faz parte do
Conselho de Segurança da ONU
d) Congrega os países que foram
responsabilizados pela crise econômica de 2008/09
e) Reúne as maiores potencias desenvolvida e
em desenvolvimento.
ATUALIDADES
Resposta correta letra E
QUESTÕES SOBRE GLOBALIZAÇÃO
01-Sobre a Globalização e seus impactos na
economia, julgue as alternativas abaixo com V
para Verdadeiro e F para Falso:
( ) Em diversas mídias a expressão Globalização
vem sendo substituída pela expressão “Cadeias
Produtivas Globais”, mas que em si quer dizer a
mesma coisa.
( ) As grandes mídias de massa no Brasil divulgam,
por vezes seguidas, nos cadernos de economia, que
o Brasil está se “afastando das Cadeias Produtivas
Globais”, dando a entender que o Brasil vem se
isolando economicamente, dando a entender
subliminarmente ser esse o motivos da crise
econômica vivida nos últimos anos.
( ) para uma parcela dos economistas
conservadores, a saída econômica para a “crise
vivida pelo Brasil” seria contornada com políticas
econômicas voltadas para um “retorno de pactos
com as Cadeias Produtivas Globais”, bastando para
isso que o país afirme acordos de Livre Comércio
com os EUA, União Européia e Japão.
( ) Há uma grave crise econômica que se abateu
sobre as maiores economias do mundo iniciada com
a Crise do Subprime nos EUA no ano de 2006 e que
afetou toda a Cadeia de Produção Global, com
impactos também na economia do Brasil.
Assinale a alternativa correta:
a) V,V,F,F
b) V,F,V,F
c) F,F,F,F
d) V,F,F,V
e) V,V,V,V
Resposta letra E
02-Sobre a Globalização e seus impactos na
economia global, assinale a alternativa que
estiver correta:
a) As grandes mídias no Brasil analisam a crise
econômica que o Brasil vem passando como
sendo apenas local, não tendo referencias
ou ligação com a crise que se abateu sobre
as maiores economias do mundo desde o
ano de 2006, que vem apresentando uma
lenta, mas ainda insuficiente, recuperação
internacional.
b) A expressão Globalização tornou-se comum
nas maiores mídias e popularizou-se não só
no Brasil, mas no mundo a partir das
décadas de 1980 e 1990.
c) Os grandes defensores e implantadores da
Globalização foram personagens de peso
como Wintston Churchill, primeiro ministro da
Inglaterra e Jimmy Carter, presidente dos
EUA.
d) A Globalização prometia ser a saída para as
dificuldades econômicas vividas por diversos
países durante a década de 80 e grandes
líderes internacionais pregavam a
29
 necessidade da integração das economias
em escala planetária.
e) A Globalização é na realidade o modelo
neoliberal de integração das economias em
escala planetária.
Resposta incorreta letra C, pois Os grandes
defensores da Globalização foram personagens de
peso como Margareth Thatcher, primeira ministra da
Inglaterra e Ronald Reagan, presidente dos EUA.
03-Sobre as crises que se abateram nas
principais economias do mundo durante as
décadas de 1960, assinale a alternativa que não
condiz com a realidade:
a) AS décadas de 60 e 70 foram de grande
dificuldade econômica para os mais ricos
países da época. As sucessivas quedas
econômicas impactaram e afetaram
fortemente os países que dependiam direta
ou indiretamente de suas economias.
b) As crises do petróleo das décadas de 60 a
80, as tensões da Guerra Fria, as dividas
com o FMI e a desindustrialização foram
alguns dos fatores que arrastaram países e
governos para complexas recessões.
c) O Brasil viveu uma época de inflação
galopante não vista antes na sua história,
com valores superiores a 2.700% ao ano
impedindo qualquer tentativa de
planejamento ou orçamentos de longo prazo
d) As décadas de 60 a 80 foram de falências de
inúmeras empresas de porte nas maiores
economias do mundo, com impactos
multiplicados nas economias dos países do
terceiro mundo ou os países capitalistas
pobres da época.
e) A saída para as convulsões financeiras
mundiais das décadas de 80 e 90 vieram de
formulas econômicas divulgadas por
especialistas de renome, que defendiam o
isolamento ou a redução dos países aos
seus territórios e mercados internos.
Resposta incorreta letra E pois a solução para a crise
do petróleo provocada pelos países da OPEP, da
desindustrialização, da inflação galopante vivida por
diversos países, das tensões da Guerra Fria e o
medo internacional de um conflito nuclear, era a
integração das economias através da Globalização,
que prometia a retomada econômica, o pleno
emprego, lucros, altos salários e prosperidade.
04-Margareth Thatcher foi uma personalidade
notável na defesa da economia globalizada e
escreveu seu nome na história, exceto:
a) Governou como primeira ministra da
Inglaterra entre os anos de 1979 a 1990.
b) Margareth Thatcher era líder do partido de
esquerda da Inglaterra, onde coordenou
importantes movimentos de greve contra o
governo conservador e ditatorial da rainha
Isabel II
ATUALIDADES
c) Margareth Thatcher queria reverter a grave
crise que se abatera sobre o Reino Unido e
como primeira-ministra, centrou a sua
política na privatização das empresas
estatais, na desregulamentação do setor
financeiro e na flexibilização do mercado de
trabalho.
d) A popularidade de Margareth Thatcher teve
forte queda com a crise do petróleo de 1979
o que a deixou fragilizada no governo e teve
uma das mais altas taxas de rejeição de seu
governo.
e) Margareth Thatcher conseguiu reverter a
situação de rejeição e conquistando apoio da
maioria da população quando defendeu a
recuperação das ilhas Malvinas, invadidas
pelo general Galtiere da Argentina em
1982, que lhe rendeu renovação do mandato
de primeira-ministra em 1983.
Resposta incorreta letra B pois Margareth Thatcher
era a primeira ministra que ficou alcunhada de
“Dama de Ferro”, líder do partido conservador, sendo
a primeira mulher a liderar um dos maiores partidos
do país e tinha aprovação da rainha Isabel II
05-Sobre a OPEP, assinale as alternativas que
estiverem corretas:
01.A Organização dos Países Exportadores de
Petróleo (OPEP) é uma organização internacional
que foi criada no ano de 1960, na Conferência de
Bagdá.
02.A OPEP tem o objetivo de centralizar o controle
da coordenação dos países membros produtores e
exportadores de petróleo.
04.a OPEP busca reduzir o fluxo de petróleo
internacional fazendo com isso que os preços fiquem
elevados, preços que até então eram regulados
pelas Sete Irmãs.
08.a OPEP atua como o único Cartel legalizado no
mundo, unificando a política petrolífera dos países
membros, controlando o volume de produção e
exportação, pressionando os preços do petróleo no
mercado internacional.
16.A OPEP surgiu da necessidade dos países
produtores de controlar o produto que era comprado
em grande quantidade pelos EUA, Inglaterra e
Países Baixos, mas que forçavam a mínima
remuneração dos produtores, em um modelo de
exploração totalmente predatória e prejudicial para
as economias locais.
06-São membros da OPEP
a) Angola, Argélia, Líbia, Nigéria, Inglaterra.
b) Venezuela, Equador, Arábia Saudita,
Holanda.
c) Emirados Árabes, Arábia Saudita, Irã, Iraque,
Estados Unidos.
d) Irã, Iraque, Kwait, Catar, Brasil.
e) Angola, Venezuela, Arabia Saudita, Catar
Alternativa correta letra E
30

07-Diversas crises do petróleo levaram a alterações
sucessivas do preço desse produto, impactando
diretamente nas economias do mundo. Sobre as
crises do petróleo, analise as alternativas abaixo e
marque com V para verdadeiro e F para Falso
I. ( ) a primeira crise do petróleo ocorreu
quando o presidente do Egito, Gamal
Nasser nacionalizou o canal de Suez em
1956 e o petróleo que era destinado para a
Europa e outros países era transportado
através desse canal e com o transito
interrompido, gerou a falta do produto no
mundo, aumentando o preço do petróleo e
dos derivados e de tudo o que dependia do
transporte.
II. ( ) A segunda crise do petróleo ocorreu
quando os países árabes travaram a guerra
que ficou conhecida como a Guerra do Yom
Kippur, quando os EUA passou a apoiar
Israel em 1973, portanto, contra os povos
árabes produtores de petróleo, que queriam
acabar com o Estado de Israel, que era
apoiado pelos EUA. Em represália, os
membros da OPEP aumentaram o preço do
petróleo em 300%.
III. ( ) A terceira crise do petróleo ocorreu em
1979 com a crise política do Irã e a sequente
deposição do Xá Reza Pahlevi,
desorganizou a produção petrolífera do Irã,
gerando uma carência mundial de petróleo,
elevando os preço do combustível em
1000%.
IV. ( ) A quarta crise do petróleo ocorreu com a
guerra entre o Irã e o Iraque (1980 a 1988)
período esse logo sequente a deposição de
Reza Pahlevi em 1979, novamente parando
com a produção e exportação de petróleo
para o mundo, elevando os preços, pois os
dois países em guerra eram os principais
produtores do planeta.
V. ( ) A quinta crise do petróleo ocorreu quando
o ditador Saddam Hussein invadiu o Kwait
em 1991. Os EUA entram no conflito sob
ordens do George Bush pai, conseguindo
ATUALIDADES
expulsar Saddam Hussein, que antes de se
render às forças dos EUA , mandou
incendiar dezenas de pontos de extração,
levando a novamente um colapso no
fornecimento de petróleo para o mundo.
VI. ( ) A sexta crise ocorreu em 2008 quando o
mercado de ações especulou sobre a agora
real falta de petróleo no mundo devido ao
esgotamento de algumas áreas produtoras,
fazendo os preços aumentarem em 100%.
Resposta: todas estão corretas
GLOBALIZAÇÃO
Sobre a globalização, julgue as alternativas
abaixo:
a) ( ) Globalização é um termo carente de
precisão que é compreendido como a
mundialização da interdependência de todos
os países e povos da superfície do planeta.
b) ( ) A denominação de “Aldeia Global” traz
no seu bojo a impressão de que o planeta
está ficando menor, podendo ser alcançado
em pouco tempo qualquer pessoa ou
negócio, desde que esteja conectado à
tecnologia vigente.
c) ( ) A televisão, transmissão via satélite,
celulares, internet e outros meios de
comunicação e transporte de mercadorias e
pessoas permitem unir pontos distantes do
planeta em tempos cada vez mais reduzidos.
d) ( ) As economias na época da Globalização
estão se desnacionalizando.
e) ( ) A globalização implica em aumento e
dependência da tecnologia de comunicação.
Resposta: todas Verdadeiras
Sobre a Globalização, marque a alternativa incorreta
a) Países como os EUA possuem, com a
globalização, títulos de propriedade ou ações
em países europeus ou até mesmo no Japão
ou outras partes do planeta.
b) A globalização forçou ao mundo uma maior
interdependência e integração favorecendo
grupos e ao mesmo tempo, tornando a
economia do planeta mais vulnerável.
c) Os programas de televisão, noticias, filmes,
gêneros alimentícios, costumes, moda e
estilos de vida são partilhados por muitos
países ao mesmo tempo.
d) Na globalização houve uma expansão das
empresas multinacionais, que passaram a
possuir estabelecimentos em inúmeros
países.
e) As empresas Transnacionais estão em
diversos países e são fiéis às ordens da
matriz.
Resposta incorreta letra E, pois as empresas multinacionais são as que recebem
coordenadas da matriz, mas as transnacionais são as que tem o mesmo nome,
mas as filiais não seguem as diretrizes da matriz, pois tem interesses próprios e
muitas vezes, até conflitantes com a empresa que a originou.
Sobre a Globalização, julgue as alternativas abaixo:
31
 I. A crise do mundo socialista no final da
década de 80 deu fôlego para a
expansão do processo capitalista e da
Globalização.
II. Com a abertura dos países industrializados
socialistas para o capitalismo planetário,
que antes possuíam o seu próprio
mercado e distantes da economia de
mercado, a globalização se enraizou
para todo o planeta.
III. Atualmente pode-se beber uma Coca-Cola
ou comprar um lanche do McDonald´s
em países dos cinco grande continentes.
IV. Com a Globalização, o comércio mundial
vem crescendo a cada ano e produzindo
cada vez mais mão de obra e empregos
bem remunerados no mundo todo.
V. A Globalização veio a trazer o bem estar
para a maior parte da população do
planeta, sendo o processo capitalista
Sobre a União Européia, julgue as alternativas
atualmente de grande racionalidade,
abaixo com V ou F:
estando além da busca pelo lucro, mas
a) ( ) A União Européia surgiu com o nome de
no amadurecimento de um planeta mais
Mercado Comum Europeu e ficou também
solidário, farto e ecologicamente correto.
conhecida como Comunidade Econômica
São corretas:
Européia.
a) Apenas a I, IV e V
b) ( ) Devido ao sucesso econômico da união
b) Apenas a I, II e V
entre os países membros, em 1993 o MCE
c) Apenas a II e III
passou a ser chamado de União Européia
d) Todas corretas
pelo Tratado de Maastricht.
e) Apenas I, II e III
c) ( ) O Tratado de Maastricht foi assinado na
Resposta letra E
cidade de Maastricht (Holanda) e
preconizava que a União Européia possuiria
Sobre a formação dos mercados regionais,
uma única moeda, um sistema de defesa
marque a(s) correta(s).
único e a administrada por um único banco
01)Para enfrentar a grande concorrência do mercado
central europeu.
internacional, os países buscam a criação de
d) ( ) Desde os anos 80 a Comunidade
mercados comuns entre grupos de países.
Econômica Européia foi formada por dize
02)Os Blocos Econômicos são também chamados
países, sendo que atualmente fazem parte
de Blocos Regionais.
25 países.
04)Uma das etapas da Globalização é a criação de
e) ( ) Em 1995 entraram no bloco europeu a
imensos blocos comerciais ou mercados
Finlandia, Suécia e Austria, tendo a União
internacionais interdependentes.
Européia 15 membros efetivos.
08)No início dos Blocos Comerciais, imaginava-se
Resposta: Todas V
que os países envolvidos iriam ampliar as trocas
somente entre si, reduzindo as relações comerciais Sobre a União Europeia, assinale a(s) correta(s).
com outras partes do mundo, o que gerou uma 01)Os países membros da União Eurpéia foram
situação de instabilidade no mercado internacional. progressivamente abrindo os seus mercados
16)Com a estabilização dos países membros dos internos, permitindo que os produtos produzidos por
Blocos Regionais, houve o fortalecimento da uns países pudessem circular livremente dentro dos
economia e uma crescente movimentação dos outros e assim por diante, sem impostos
mercados internacionais entre os blocos econômicos alfandegários (de importação)
formados. 02)A integração econômica dos países do Bloco
Resposta: todas corretas. Europeu fortaleceu o mercado interno e forçou a
modernização dos países envolvidos.
UNIÃO EUROPÉIA:
04)Os países mais fracos como Portugal, Sul da
Itália e Leste da Alemanha, assim como os demais
países que entraram no Bloco, receberam
investimentos para a modernização e qualificação
dos habitantes para a entrada definitiva no Bloco.
08)O segredo do sucesso desse bloco econômico é
o seu potencial de consumo dentro do sistema
capitalista, pois a população possui um elevado
poder aquisitivo, aquecendo o mercado, da mesma

ATUALIDADES 32
forma que ocorre com os países membros do
Mercosul. A APEC é um bloco que vem se destacando no
16)Para um Bloco Economico, ter mão de obra mercado internacional.
barata e de baixa qualidade é um fator negativo que Sobre a APEC, marque a(s) correta(s).
traz a economia em uma espiral negativa, sendo 01)Antes da formação da APEC falava-se no
necessário investir na qualificação e na boa surgimento de um grande Bloco Asiático, onde o
remuneração da população para que o mercado Japão comandaria.
aqueça e se estabilize. 02)Na APEC há vários países com força econômica,
Resposta: todas corretas com exceção da alternativa 08 incorreta pois o não tendo atualmente um líder e sim, parceiros
Mercosul é formado por países fracos economicamente e que possui uma econômicos de grande poder financeiro como os
população que é explorada e devido as elevadas taxas de impostos, não EUA, Japão e China.
possuem um real potencial de consumo, travando o sistema capitalista na sua 04)Os formadores da APEC foram o Japão, Estados
base, que é o consumo. Unidos, China, Canadá, Tailândia, Taiwan, Hong
Kong, Cingapura, Brunei, Malaísia, Indonésia,
Sobre a Globalização, julgue as alternativas abaixo: Filipinas, Austrália, Nova Zelândia e Coréia do Sul.
I. Com o crescimento do comércio dentro da 08)Há estudiosos que afirmam que o eixo comercial
União Européia, os mercados passaram vai se deslocar do Oceano Atlântico para o Pacifico
a atingir locais mais distantes e a fusão devido aos intensos comércios entre os membros da
de empresas possibilitou um aumento do APEC.
fôlego financeiro para ampliar os seus Resposta: todas corretas:
negócios.
II. O crescimento do Bloco Europeu possibilitou TÓPICOS RELACIONADOS:
que empresas alemãs fundassem Escravidão e cristianização dos índios,
unidades em países como Portugal, sem escravidão negra africana, constituição
precisar da permissão ou burocracia escravista, religião, economia, sistema
retrógrada. escravista, escravidão africana, rotas de trafico,
III. Para que ocorresse o fortalecimento do dia a dia do escravo, fazenda de cana.
Bloco, no inicio os países envolvidos
precisavam estimular o desenvolvimento
das industrias dentro do próprio Bloco, o
que deu a impressão de que não haveria
muita abertura para os países que
estavam fora do processo econômico
Europeu.
São corretas:
a) Apenas a I e II
b) Apenas a II e III
c) I, II e III
d) Nenhuma está correta.
Resposta: Alternativa correta C

NAFTA

Sobre o Bloco Econômico Norte Americano,

marque a(s) correta(s).
01)O Nafta é o Bloco Economico formado pelo
Canadá, Estados Unidos e México.
02) O North American Free Trading Agreement
(NAFTA) foi assinale em 1993 e com exceção de
grande parte da população Mexicana, há um elevado
potencial de consumo nesse bloco econômico.
04)Atualmente a economia canadense é um braço
economico dos EUA.
08)O norte do Mexico vem recebendo investimentos
por parte do capital estadunidense.
16)Antigamente o Canadá tinha como parceiro
econômico a Inglaterra, mas com o tempo, formam
com os EUA um dos mais poderosos blocos do
planeta.
Resposta: todas corretas.
Documentário recomendado:
"Um Legado Selvagem".
https://youtu.be/0NQz2mbaAnc
A História do Racismo e do Escravismo (BBC).
A "História do Racismo" é um documentário
produzido e realizado pela British Broadcasting
Corporation (BBC) - que aborda o legado deixado
pelo racismo e pelo escravismo ao longo dos séculos
-,
como parte da comemoração do bicentenário da Lei
de Abolição ao Tráfico de Escravos (1807), a BBC 4,
dentro da chamada "Abolition Season", exibiu uma
série composta por três episódios, independentes
entre si, abordando a história e os aspectos do
racismo pelo mundo. São eles: "A Cor do Dinheiro",
"Impactos Fatais" e

APEC - Associação de Cooperação Econômica

da Ásia e do Pacífico.

ATUALIDADES 33
Navio negreiro - Tráfico de africanos para as
Américas
https://youtu.be/4GPICBDb87M
Quilombo completo Dublado (1984)
https://youtu.be/v7CYGqJsFvU
12 Anos de Escravidão (2014) Dublado Completo
https://youtu.be/1jqV1qHSQew
Desde o início da ocupação efetiva do Brasil
no século XVI (a partir de 1532), diferentes classes
sociais se formaram no Brasil colônia em uma
espécie de pálida réplica das classes sociais que
existiam em Portugal.
Nitidamente três classes se espelhavam
no mundo ibérico, exemplificada na alta sociedade
portuguesa, que era ou clerical ou aristocrática e a
população comum. Se alguém não pertencesse aos
dois primeiros estamentos (nobreza ou clero) estaria
obrigatoriamente no Terceiro Estado que eram
todos os explorados pelas classes dominantes e
trabalham sem direitos, ou leis que os protegiam dos
abusos de poder.
O Terceiro Estado era amplo e englobava
desde os comerciantes dos burgos (chamados de
burgueses), camponeses, artesãos e todos os
demais profissionais liberais que existissem na
época.
Na época não importava se um indivíduo
tivesse posses, riqueza ou prestígio, o que valia era
a linhagem de sangue e nobreza. Caso não tivesse
nenhuma linhagem comprovada, pertenceria ao
terceiro Estado.
A maioria dos europeus que vieram para o
Brasil pertenciam ao terceiro Estado e almejavam
rapidamente enriquecer e, com muito dinheiro,
transformarem-se em nobres fidalgos e daí retornar
para Portugal.
Para o rei de Portugal, D. João III, o
povoamento das novas terras, pelo menos no início,
não era para ser um empreendimento comercial,
mas sim, para que os nativos pudessem receber a
conversão para a fé cristã (palavras de D. João III).
O próprio Manoel da Nobrega escreveu
uma carta para o primeiro Governador Geral Tomé
de Souza, afirmando que a primeira intensão do rei
não era a construção de Engenhos, plantio de cana,
ATUALIDADES
corte de árvores ou de qualquer outra economia,
mas sim, “salvar as almas dos nativos.”
JESUÍTAS NO BRASIL
Os padres Jesuítas levaram muito a serio os
ditos do rei de Portugal sobre o caráter missionário
das expedições, daí o choque desde os inicios das
formações das primeiras vilas e áreas agrícolas, com
a captura de indígenas para o trabalho escravo nas
fazendas de cana.
Os jesuítas que vieram para o Brasil não
eram contrários à escravidão, apenas não aceitavam
a escravização indiscriminada que os europeus
praticavam no Brasil. Os jesuítas entendiam que a
escravidão tinha que ter uma fundamentação
religiosa e não puramente econômica, ou seja,
escravizar para cristianizar e não para obter lucros.
A escravidão dos índios ou negros com o
objetivo único de enriquecer era compreendida pelos
religiosos como o pecado da cobiça, que era um dos
pecados combatidos pela igreja católica, pelo menos
na teoria (movimentos protestantes na Europa,
principalmente o do padre Lutero, na Alemanha que
era contrário à usura).
Os nativos resistiam à doutrinação dos
padres jesuítas e para que se cumprisse a missão de
“salvá-los” valia a ação de escravidão, penitencias,
torturas, para poder “salva-los” . A alteração dos
costumes, idioma e visão de mundo foi ampla e
profunda nas comunidades nativas.
O Rei, embora concordasse com os
religiosos quanto à nobre ideia de salvar essas
almas de além mar e também ser simpático à
escravidão por fé, não concordava plenamente com
os jesuítas defendendo certos casos em que a
escravidão poderia ser permitida, por exemplo, os
índios que fossem hostis à causa portuguesas.
O rei autorizava a escravidão indígena se
fosse através da “guerra justa” (a guerra que fosse
somente feita com a autorização do Rei), assim o rei
saberia, embora apenas de forma indireta e com
apenas uma versão dos fatos, o que estava
acontecendo nas suas terras e de quais guerras e
avanços estariam em curso por essas terras.
Os indígenas que fossem simpáticos à causa
portuguesa ou aliados eram declarados livres pela
coroa, não podendo, portanto, ser escravizados, a
mesma compreensão se estenderia aos índios que
fossem cristianizados. Isso dava aos religiosos mais
poder e prestígio entre os índios, que dessa forma os
estariam “protegendo”.
34

GRANDES LAVOURAS E A MÃO DE OBRA
O rei de Portugal tinha dificuldades com
relação à produção econômica no Brasil devido a
grande extensão das terras e a necessidade de mão
de obra para as lavouras, daí ser obrigado a alterar a
legislação para poder atender às exigências dos
grandes produtores (Rei interferia diretamente na
economia).
Embora o Estado por vezes permitisse a
escravidão indígena, continuava a manter a posição
de restrição à livre escravização dos nativos.
A necessidade de mão de obra nas lavouras
dos grandes proprietários e as distancias em relação
à metrópole, somados à precária fiscalização por
parte da coroa portuguesa, facilitavam as ações de
captura indiscriminada de índios nos interiores do
Brasil, mesmo os protegidos por lei.
Os Jesuítas e também as leis de Portugal
eram, com certeza, um empecilho à lavoura
canavieira, mas as ordens iam sendo burladas na
medida do possível, sem grandes consequências, já
que os grandes lucros eram motivo suficiente para
que se fechassem os olhos e as reclamações de
representantes da corte.
Aprisionamento de indígenas
A mão de obra indígena foi largamente
utilizada nas lavouras de cana de açúcar, desde o
plantio, colheita, confecção do açúcar, melado e
cachaça, gerando muitos lucros para o rei de
Portugal e a nobreza, associada à política
mercantilista.
ATUALIDADES
O aumento do fluxo de cana para a Europa
não se dava pela melhoria da produção, mas sim,
por um aumento da área de cultivo, cada vez mais
exigindo mão de obra pela extensão e não pela
qualificação, dessa forma, aumentava-se a produção
e reduzia-se paulatinamente a produtividade. O
problema de uma economia dessa forma é que
chega um momento em que a extensão é tão grande
que se torna ineficiente pela carência de
gerenciamento e elevados custos de manutenção, o
famoso “elefante branco”.
A cada vez maior necessidade de novos
escravos e a vinda de mais jesuítas para o Brasil
favoreceu o aprisionamento e a busca por mão de
obra escrava africana nas lavouras de cana,
ocorrendo a partir daí a substituição gradativa dos
nativos pelos africanos.
O TRAFICO NEGREIRO PARA O BRASIL
No mundo religioso da época colonial o mais
importante era impedir que o amor ao Deus todo
poderoso nunca pudesse ser substituído pelo amor à
riqueza, bonança, poder, prazer, gula ou sexo, pois
tudo isso era condenado pela igreja por ser pecado,
daí os esforços da cúpula religiosa para estabelecer
regras restritivas e claras sobre quando era possível
ou não o aprisionamento de mão de obra escrava
indígena, para justamente refrear ou limitar o
desencadear da cobiça.
Essa era a principal preocupação da cúpula
religiosa no Brasil no século XVI.
Para se adequar tanto à igreja como às
necessidades de mão de obra, a solução encontrada
foi investir no tráfico negreiro, assim a pressão da
igreja diminuiu e os negócios prosseguiram gerando
polpudos lucros para o rei de Portugal.
A mão de obra escrava africana sem ou com
menor interferência foi amplamente utilizada em
todas as necessidades dos Engenhos, desde o
campo até as atividades domésticas e também para
cuidar dos filhos dos patrões.
A política indigenista foi substituída por uma politica
colonialista.
O TRAFICO NEGREIRO
Desde que o trafico negreiro começou a vir
para o Brasil, quem administrava toda essa
empreitada era a coroa portuguesa de forma direta,
ou então, terceirizava para a iniciativa privada, sob
contrato de pagamento “por peça” ou seja, por
escravo transportado.
35
 As empresas que administravam o trafico
negreiro eram em grande parte, de portugueses de
ascendência judaica, que viram um lucrativo negócio
em todo o processo, desde a captura, transporte e
chegada nos portos do Brasil.
Não se sabe exatamente quantos escravos
negros foram trazidos do continente africano para a
América. As bibliografias relatam que foram mais de
13 milhões de pessoas, numero esse considerado
conservador por vários historiadores.
Porões de navio negreiro
No comércio escravista, tanto brancos
europeus como americanos e negros comerciantes
africanos lucraram com o trafico para a América.
Não havia navios específicos para tal
mercantilismo, daí simplesmente adaptavam-se os
porões das embarcações para a longa travessia,
sem nenhum conforto, muito pelo contrário.
Os escravos eram trazidos acumulados
como animais. Apenas crianças podiam circular pelo
convés (melhorava as condições de chegarem vivas
conseguindo um bom preço, principalmente das
meninas mais bonitas para os clientes exigentes.
AS condições de travessia eram muito
difíceis, com porões com temperaturas que podiam
chegar a 50 graus centígrados em dias abafados o
que levava muitos à morte, daí a denominação de
tumbeiros.
Os que não resistissem à amarga viagem
eram lançados ao mar, assim como os que se
mostrassem resistentes à condição de escravo.
A alimentação básica era de milho e meio
litro de água por dia.
Corpos lançados ao mar.
A viagem levava mais de um mês e apenas
era permitido se enxaguarem duas vezes durante a
viagem, para não gastar água. Lavavam a boca com
bochechos com vinagre e devido às péssimas
condições de higiene, não eram raras as infecções
pelo corpo todo, problemas intestinais e oculares,
diversas enfermidades faziam com que muitos
chegassem ao Brasil cegos e moribundos.
Algumas embarcações adaptadas tinham os
porões divididos em três andares de madeira ou
mais, de aproximadamente meio metro de altura. Os
escravos permaneciam acorrentados pelos pés ou
pescoço durante quase toda a viagem.
Como as mortes eram muitas durante o
percurso e os que chegavam precisavam de um
tempo para se recuperar, muitos ficavam inutilizados
para o trabalho e não tinham bom preço ou nenhuma
serventia, para que a viagem valesse a pena,
abarrotava-se de escravos para garantir o lucro na
hora da venda.
Cerca de 500 pessoas eram acorrentadas,
viajando espremi das nos porões imundos e
quase sem ar para respirar.
O ESCRAVISMO NEGRO NA EUROPA
A escravização dos negros africanos não foi
exclusiva da América pós Cabral. A escravidão já
ATUALIDADES
existia bem antes da descoberta e colonização do
Brasil, basta lembrar dos grandes impérios Romano
e Grego e muito antes disso. A escravidão é
encontrada em vários momentos da história da
humanidade.
Em Portugal os registros de negócios já
apontavam um comércio regular de escravos desde
1448, com negros não somente vendidos em
Portugal, mas também na coroa espanhola.
A maioria das pessoas escravizadas indicam
ser do grupo Banto e Sudaneses.
Principais etnias:
• Sudaneses: etnia Ioruba
• Povos islamizados: Mandingas e Hauçás
• Bantos: principalmente de Angola, Congo e
Moçambique.
No ano de 1580 quando ocorreu a União Ibérica,
os registros revelam que só em Pernambuco já se
contava mais de 10 mil escravos e havia cerca de 3
mil na Bahia.
Nos 400 anos de escravidão, acredita-se que só para
o Brasil tenham vindo mais de 5 milhões de escravos
africanos, segundo os cálculos do historiador Edgar
Conrad.
OUTROS PAÍSES ENTRAM NO LUCRATIVO
NEGÓCIO
Até por volta do ano de 1570, quem
controlava e monopolizava o trafico negreiro eram os
portugueses. A partir de 1570 outros países como
Holanda, França e também a Inglaterra passaram a
concorrer com os lusos.
Foi no final do terceiro Governo Geral do
Brasil, sob ordens de Mem de Sá (1557 a 1572) que
a substituição da mão de obra indígena se
consolidou e a partir de 1640, com o fim da União
Ibérica e o surgimento da nova dinastia dos
Bragança (Rei D. Joao IV) a escravidão negra
passou a ser a regra na colônia. Portugal recuperou
as áreas portuárias na África, fornecedoras de mão
de obra escrava.
Conforme o local de partida e o porto de
chegada, a viagem transoceânica levava cerca de 30
a 45 dias.
Pode-se considerar que a colonização do
Brasil, propriamente dita, ganhou impulso a partir do
momento em que a mão de obra escrava negra veio
para o Brasil.
O escravismo colonial se diferencia das
demais épocas escravistas anteriores na historia, por
ser eminentemente mercantil, ou seja, a única
finalidade era a máxima obtenção de lucro, com
baixo ou nenhum investimento. O escravo trocava o
trabalho obrigatório pela sua vida, sem receber nada
por isso, gerando lucros absolutos para o seu dono.
36
 Os escravos eram produtores de
mercadorias, sendo eles mesmos vistos pela classe
dominante, como também mercadoria, adquiridos por
relações econômicas entre os traficantes e os
senhores do Engenho.
Nesse processo, o escravo era explorado
duas vezes, um como uma mera peça no jogo
econômico da época e outra pelo impedimento de
sua própria evolução como indivíduo, excluído de
sua própria vontade e liberdade, daí impossibilitado
de desenvolver-se economicamente e culturalmente,
estendendo essa realidade para si, sua família e
seus pares.
A ESCRAVIDÃO NO CONTINENTE AFRICANO
A desigualdade econômica, social e política
no mundo não é algo recente e tem a ver com o
processo de enriquecimento de uns povos se
utilizando da escravização de outros, considerados
por personagens das elites dominantes da época
como inferiores e buscando justificativas das mais
diversas.
Quando o desenvolvimento de um povo se
dá por suas próprias forças há uma contribuição
inestimável para a humanidade, com um sequente
beneficiamento não somente da própria população
local, mas também de quem tem contato com as
novas descobertas. Ocorre que raramente o
desenvolvimento por esforço próprio de um povo,
levando-o a riqueza e abastança ocorreu na história,
sem a exploração violenta de outras populações que
passaram a trabalhar como escravos ou subalternos.
A busca por justificativa não raramente encontradas
são a motivação de superioridade de um povo sobre
o outro.
A compreensão do processo de
escravização entre os povos possibilita uma visão
mais ampla sobre os motivos de tantas e profundas
desigualdades gritantes no mundo.
São diversas as frases “clichês” que ainda
hoje se escutam na tentativa de explicar as
desigualdades. As mais comuns, sempre como
discursos fáceis, simples e ausentes de maiores
reflexões.
Entre diversas explicações superficiais, algumas são:
• “sempre houve pobres e ricos, então é assim
mesmo”
• “os pobres são pobres por que não
trabalham”
• “os ricos são ricos por terem se esforçado
mais”
• “os ricos dão mais duro do que os pobres no
trabalho”
• “os ricos economizam dinheiro enquanto os
pobres não poupam e gastam tudo em
bebidas e distrações”
• “A meritocracia é a verdadeira política da
prosperidade, pois prioriza o mais
esforçado”.
Antigas rotas medievais de comércio na África
ATUALIDADES
Se a escravidão for analisada de um viés
econômico, pode ser considerada como uma forma
de acumulação primitiva. Já de um âmbito social,
toda e qualquer forma de escravidão foi uma forma
de violação irreparável cultural, econômica, social e
política.
Na escravidão uma mão de obra foi utilizada
de forma barata para o benefício exclusivo de uma
minoria, sem qualquer contrapartida, somente essa
condição se perpetuando com o uso da brutalidade,
do terror, torturas publicas e psicológicas, com
consequências nefastas por diversas gerações
sequentes.
O escravismo causa uma desorganização
estrutural no povo que sofre essa agressão de
consequências irreparáveis, com a destruição
familiar, cultural, econômica, social e política.
A escravidão no continente africano já existia muito
antes da chegada dos portugueses ou dos europeus
no Brasil.
Desde a expansão Islâmica que teve início
no ano de 632 depois de Cristo, os árabes
muçulmanos estenderam os seus domínios tanto
pelo continente africano, notadamente por volta do
ano 640 no Egito, 711 na península Ibérica; como
também pelo golfo pérsico por volta do ano de 640 e
a partir do ano de 700 na Índia, já se tem relatos de
aprisionamento de africanos para trabalhos escravos
nessas extensões muçulmanas.
No período que engloba uma parte da alta
idade média como na baixa idade média (séc. VII a
XV) o comércio de escravos negros foi largamente
utilizado no norte da África para as mais diversas
atividades, principalmente nos setores essenciais
para que a economia fluísse.
O escravo ocupava o mais baixo estrato
social da divisão hierárquica, mas esse modo
econômico ou formato econômico aplicado na época
se mostrava, embora brutal, completamente diferente
do modelo escravista colonial racista, implantado nas
colônias das Américas.
A constituição de alguns países, como no
Mali, proibia os maus tratos aos escravos, inclusive,
as regras Islâmicas prescreviam a “generosidade” no
trato com os escravos.
Imagem mostrando o “bom” tratamento dos
escravos. Como seria então um mau tratamento?
37

Para o Islão o ato da alforria é nobre e
merecedor e de beneficência para quem o pratica.
Diversos povos africanos se converteram ao
islamismo.
Alguns povos como os do império do Mali,
tinham em sua Constituição, a proibição de maus
tratos aos escravos (Ihsan IV,36), ou seja, a
escravidão era existente e prevista na lei de alguns
povos.
Também encontram-se muitos registros de escravos
alforriados que conseguiram prosperar muito,
tornando-se homens de poder e muito respeitados
na época da expansão muçulmana pelo mundo.
Como a escravidão era compreendida como
também um estágio econômico que podia ser
temporal, muitos escravos tornaram-se
personalidades de poder e grande influencia.
Desde o império egípcio, exemplos inúmeros de
escravidão são citados nos registros hieráticos,
inclusive com escravos que ocupavam cargos de
regentes, como o escravo negro etíope Abu al-Misk
Kafur, que foi promovido a regente da Síria e
também ministro (vizir) do Egito.
Em outros países também há inúmeros
casos em que escravos acabaram tornando-se
importantes generais, como Mansa Sakura no
império Mali e posteriormente chegou a imperador.
Na índia também havia o costume escravista, com
também destaques na administração, forças
militares, conselheiros e tantos outros.
Escravos também eram contratados como
mercenários para protegerem os reis, imperadores,
nobres, entre outros, quando estivessem em praça
ou expostos ao publico, por exemplo.
Os escravos comprados ou adquiridos tinham direito
a ter o seu próprio momento de trabalho para si,
inclusive adquirindo bens, conseguindo a sua própria
propriedade e vivendo com sua família.
Escravos também eram utilizados como
valorosos soldados, sendo honrados e detentores de
muita confiança.
ATUALIDADES
A origem da escravidão mercantilista
europeia africana veio com a escravidão por dívidas,
onde grupos armados de tribos rivais faziam guerras
e ao capturarem prisioneiros, os vendiam nos
entrepostos no litoral africano para traficantes que os
trocavam por mercadorias vindas da Europa e
posteriormente, da América, como aguardente,
armas, gêneros manufaturados e alimentos.
Entrepostos de venda de escravos para
europeus.
PORTUGUESES NO LITORAL AFRICANO
As primeiras incursões dos portugueses na
costa africana tiveram início ainda em 1415 com a
tomada de Ceuta, que no médio e longo prazo, não
se mostrou vantajosa, muito pelo contrário, por que
as rotas do rico comércio que vinham para essa
cidade foram desviadas para outras localidades,
além de a tensão permanente de guerra
desestimular investimentos e áreas agrícolas para o
auto sustento da colônia, além de que o elevado
orçamento bélico para a manutenção da área
conquistada por Portugal foi catastrófico para os
cofres da coroa.
Quando os portugueses começaram a
expansão das rotas de navegação pela África
subsaariana, as primeiras viagens foram de
reconhecimento e contato pacífico com os povos
nativos.
Por volta de 1470 os Portugueses já tinham
alcançado a enseada de Benim, delta do rio Níger e
outras áreas do golfo da Guiné.
O que motivava as expedições eram as promessas
de abundante ouro e pedras preciosas do continente
africano. Explorar as ricas minas de ouro mexia com
o animo dos empreendimentos navais lusos, que não
se mostraram verdadeiros com o passar das
décadas.
Os produtos que mais eram comercializados
eram o Tabaco, marfim, tecidos, armas e peles de
diversos tipos de animais, mas o principal produto
eram os escravos.
A moeda de troca era diversa, como objetos
de cobre, contas de vidro provenientes de Veneza,
tecidos, vinhos, cavalos, ferro (posteriormente
derretido na África para fazer armas, para combater
tribos inimigas e conseguir mais escravos) .
38
 Como a aquisição de escravos era muito
barata na África, justificou-se a mão de obra negra
africana para a América colonial, reduzindo os custos
dos empreendimentos no Brasil e demais países.
As rotas dos escravos até as áreas
portuárias era penosa, caminhando quilômetros até
os portos de destino. As caravanas traziam diversas
tribos diferentes, de diversas regiões e devido aos
maus tratos, chegavam com varíola, sarna,
disenteria, ficando todos presos em um mesmo
barracão, esperando os navios dos traficantes, que
faziam as negociações de forma rápida, pois
pagavam para ficar no porto, abastecer de água e
comida.
Muitas vezes tinham que trazer presentes
para os chefes locais, para garantir bons preços,
porto seguro e exclusividade nos negócios.
Os traficantes só fechavam negócio quanto
tinham toda a quota de negros pretendidos e todos
os valores acertados, para depois embarcar, o que
podia até durar 5 meses de negociação. O cuidado
era para não dar espaço para rebeliões no barco ou
necessitar cuidar de doentes ou de qualquer
imprevisto na embarcação.
A expressão navio “tumbeiro” fazia juz ao
nome, pois cerca de 20% da “carga” acabava
morrendo durante as duras condições de travessia
oceânica.
Como o traficou durou cerca de 400 anos,
houve diversas tecnologias adequadas para o
empreendimento, sendo diversos barcos e
estratégias utilizadas para a condução dos cativos.
Em geral eram cerca de 400 a 500 escravos
por viagem, abarrotados nos porões. Como muitos
morriam, os traficantes embarcavam muitos a mais,
para poder ter maior chance de mais sobreviventes,
o que significava maiores lucros, daí as
superlotações.
Enquanto uma viagem de Angola até o Brasil
durava em torno de 30 a 35 dias, a partida de
Moçambique levava 3 longos meses.
Com uma alimentação mínima de farinha de
mandioca, feijão, milho e um pouco de água, as
chances de sobreviver, desnutridos, com
temperaturas elevadas nos porões, nenhuma
higiene, muita umidade, não era de estranhar o
elevado numero de doentes e mortos, que eram
jogados no mar.
Para sobreviverem, tribos que nunca haviam
se conhecido passavam a se ajudar, solidariedade
ATUALIDADES
essa chamada de “Malungo”, amizade que podia
durar a vida toda.
Também havia a compra de delatores, onde em
troca de informações de rebeldes ou movimentos
dentro do barco, os marinheiros davam mais água ou
comida para um ou outro escravo que dedurasse
rebeldia entre os prisioneiros.
Ao chegarem ao Brasil, os escravos
demonstravam tanta alegria que tal fato, para
amenizar a dura travessia e maus tratos que sofriam,
frente aos moradores das cidades, era dito que
estavam alegres de felicidade por se libertarem da
vida pagã africana ao chegar ao mundo
cristão.(TURCI, Herica. Professora de história da
USP.)
O trafico negreiro passou a valer a pena quando a
demanda nas colonicas americanas superou em
muito a compra de escravos do continente europeu.
ESCRAVIDÃO NO BRASIL
Os primeiros escravos no Brasil foram os
nativos ou também chamados de “negros da terra”,
os índios, principalmente na capitania de São
Vicente, diferentemente dos engenhos ricos do
nordeste, as terras de São Paulo eram pouco férteis
e durante os primeiros 200 anos foi utilizada
largamente a mão de obra indígena pela
impossibilidade de aquisição de negros africanos,
desrespeitando as ordenações da coroa e também
da igreja.
A escravidão africana teve início com a
produção de cana de açúcar, que necessitava de
grande quantidade de mão de obra para a lavoura.
Os principais portos de desembarque de escravos
africanos eram no Rio de Janeiro, Salvador, Recife,
São Luís e Belém
Para os trabalhos nas lavouras de cana os negros
mais caros eram os que vinham de Moçambique,
Angola, Luanda, que eram chamados de Bantos. Já
os Sudaneses não tinham menor valor, já
conhecedores da mineração do ouro do continente
africano, onde já trabalhavam como escravos.
Os descendentes dos negros africanos hoje na
Bahia, são em grande parte de origem Sudanesa,
provenientes do porto de Mina ou da Guiné.
39

Com a valorização do “produto”, os negros que
morriam nas embarcações eram uma soma de
prejuízo, daí surgindo buscas por melhorar a
condição dos navios para reduzir os óbitos no
caminho.
O comércio de escravos era avaliado como se avalia
um animal, ou seja, por suas características que
podiam aumentar ou diminuir o preço, como bons
dentes, canelas finas, quadril estreito, calcanhares
altos, avaliações essas de cunho racista.
A morte de um escravo por motivo de
doença, violência ou maus tratos, com o tempo e o
aumento do valor dos escravos devido às restrições
ao trafico tanto no Brasil como no mundo, geravam
prejuízos elevados para o fazendeiro. Inclusive os
próprios traficantes passaram a cuidar mais da carga
humana, para evitar perdas econômicas.
QUILOMBOS
Os negros escravos que encontravam
condições de fugir das fazendas, embrenhavam-se
nos matos em desabalada corrida, sendo muitas
vezes perseguidos pelo Capitão do Mato.
No interior do Brasil havia agrupamentos de
ex-escravos que conseguiram fugir das garras dos
fazendeiros, formando os quilombos, com centenas e
até milhares de indivíduos que assaltavam
caravanas e viajantes que passavam pelas estradas,
soltando negros cativos, roubando as cargas
transportadas como: dinheiro, tecidos, metais,
armas, cavalos, sal, bugigangas, miçangas, panelas,
perfumes e tudo o mais.
Após matarem as vitimas, jogavam os corpos em
valetas ou os lançavam no mato. A violência como
reação à violência era a regra para ambos os lados.
As cargas que vinham do Rio de Janeiro,
com muitas mercadorias e comboios de escravos,
eram as que rendiam os maiores esforços. Quando
libertavam os negros cativos, esses passavam a
fazer parte do quilombo, engrossando o numeroso
grupo de assaltantes ilegais que assaltavam
assaltantes, só que legalizados pelas leis coloniais.
Durante o Brasil colônia e boa parte do Brasil
império e republica, havia poucos caminhos seguros
para as áreas mais interioranas do Brasil. Um desses
ATUALIDADES
famosos caminhos tortuosos e inseguros era a
Picada de Goiás, que partia do Rio de Janeiro até
Goiás, com dias (aproximadamente 40 dias
dependendo da carga) de marcha e com toda a sorte
de agruras tanto de climas como de enfrentamento
de animais, nativos e de negros fugidos.
Na época do Brasil Colônia, os caminhos
únicos e oficiais permitidos pela coroa eram
denominados de Caminhos Reais ou Estrada Real.
A abertura de outros caminhos era crime de lesa-
majestade.
A Estrada Real eram os caminhos mais
utilizados, daí serem bem batidos, com fácil
marcação e de maior movimento, daí também maior
segurança para comboios e também com estradas
mais conhecidas e com habitações entremeadas,
como uma espécie de BR-101 hoje.
Alguns caminhos se destacam como:
• Caminho da Bahia
• Caminho do Rio de Janeiro
• Caminho dos Diamantes.
CAMINHO DA BAHIA
Pouco ainda se sabe sobre esse caminho
que partia do litoral da Bahia até o interior do Brasil.
Foi a partir de meados do século XVII a mais
importante via de comunicação entre Salvador e
Ouro Preto (MG), áreas em que o ouro foi
descoberto e passou a ser atração e centro do
interesse econômico da coroa.
Através dessa estrada Real, principalmente o gado
era conduzido seguindo o curso do rio São
Francisco, daí surgindo dezenas de pequenos
povoados às margens do São Francisco ou também
chamado de Velho Chico.
Os tropeiros partiam de Salvador (Bahia)
seguindo o curso do rio Paraguaçu.
Não se sabe quem na realidade abriu ou descobriu
esse caminho, mas por ali passava muitos
imigrantes, boiadas, escravos vindos da África e
caravanas levando diversos produtos provenientes
da Europa.
Caminho da Bahia
Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Caminho_da_Bahia
40

CAMINHO DO RIO DE JANEIRO
Essa Estrada Real (estrada oficial) é • Azeite, farinha de trigo, sal, vinhos.
atualmente um dos pontos altos do turismo de Minas
Gerais, com cerca de 1.600 km. Ligava o litoral do
Rio de Janeiro às áreas produtoras de ouro de
Minas.
A utilização de “descaminhos” ou atalhos,
era proibida, justamente para que o governo tivesse
controle do fluxo de ouro e demais economias que
circulassem pelas estradas do Brasil Colônia.
A estrada ligava Vila Rica (hoje Ouro Preto)
até o porto de Paraty, no Rio de Janeiro. Com o
passar do tempo foram surgindo diversos povoados,
vilas, pontos de parada, para acolher os tropeiros,
mineiros, bandeirantes, viajantes, aventureiros e os
diversos comerciantes que se dirigiam para as áreas
interioranas do Brasil.
Como esse caminho atravessava a Serra da
Mantiqueira, as dificuldades eram grandes e em
média durava cerca de 60 dias.
Com a descoberta de pedras preciosas na região de
Diamantina, o caminho do ouro foi estendido até
mais ao norte, até Diamantina.
Também foi construída a nova estrada que ficou
chamada de Caminho Novo, no século XVIII.
CAMINHO DE GOIÁS
Com a descoberta de ouro no sertão de
Goiás, abriu-se uma picada até a região aurífera e
daí, tonrou-se uma Estrada Real por onde o
comércio de tecidos, gado, escravos, miçangas,
alimentos, charque, aventureiros, mineiros,
estrangeiros, comboios de todos os tipos,
conectavam o litoral à essa distante área de quase
1.600 km (1.596 km) até o Rio de Janeiro.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Caminho_de_Goi%C3%A1
s substituindo lentamente a mão de obra escrava, pois
Essas estradas, principalmente a Picada de Goiaz, é
que sofria constantes ataques dos quilombolas, que
ao libertar os negros que estavam sendo traficados e
também ficarem com todas as cargas comerciais,
causavam enormes prejuízos para os comerciantes
da região e daí o recrudescimento da violência.
O comércio era realizado com comboios de cerca de
20 a 50 mulas que carregavam bruacas (espécie de
cestos) onde as cargas eram acomodadas. Cada
mula carregava cerca de 7 arrobas (cada arroba tem
15 kg) de carga.
ATUALIDADES
As tropas de comércio levavam diversos produtos
como:
• Cravo, canela, pimenta e outras especiarias
• Tecidos de veludo, cetim, chita, estopa e
outros
• Cobertores, linhas de coser, rendas,
• Armas, pólvora, chumbo
• Louças e vidrarias
• Papel para escrever e tintas.
DIA A DIA DO ESCRAVO:
Tanto nas fazendas de cana de açúcar,
trabalhando no plantio e colheita, na confecção de
cachaça, açúcar, agricultura ou nos trabalhos
domésticos, o tratamento com os escravos era
péssimo, o mesmo ocorrendo nas áreas de
mineração.
Os turnos de trabalho chegavam a 16 horas por dia,
apenas tinham trapos para se vestirem, pouca
alimentação (até duas vezes por dia) e deficiente,
além de severos castigos físicos.
Os escravos moravam em alojamentos
chamados de senzalas, escuros, úmidos, sem
qualquer conforto, acorrentados durante a noite para
evitar fugas.
Se o escravo se distraísse no trabalho ou
fizesse algo errado, era amarrado em um tronco e
açoitados até, por vezes, chegar a desmaiar.
Todas as ações dos donos das fazendas e
dos escravos estavam amparadas pela lei de numero
4 (10 de junho de 1835) lei essa que proibia que os
escravos causassem qualquer tipo de ofensa ou
agressão ao patrão e também aos demais escravos.
A pena de desobediência era de açoites ou até
mesmo a pena de morte.
Obs: a lei que passou a proibir os açoites somente
foi aprovada em 1886, ou seja, dois anos antes da
abolição da escravatura.
MOVIMENTOS E LEIS ABOLICIONISTAS NO
BRASIL
Com o surgimento forte de movimentos em
favor da libertação dos escravos (abolicionismo) a
partir de 1845 na Europa, o Brasil levou muito tempo
para que essa realidade fosse implantada por aqui.
Mesmo após a lei Euzébio de Queiroz de 1850,
somente a partir de 1870 é que a região sul do Brasil
passou a priorizar trabalhadores assalariados, tanto
brasileiros como também imigrantes europeus,
já se via que com o passar dos anos as tendências
abolicionistas eram prevalentes.
• 1845: A lei Bill Aberdeen foi elaborada pela
Inglaterra pelo Lorde Aberdeen, proibindo o
trafico de negros africanos para qualquer
parte do mundo.
• 1850: A lei Eusébio de Queiróz proibia que
o Brasil importasse escravos da áfrica, o que
tornou cada vez mais o trafico antieconômico
para os importadores dessa mão de obra.
41
 • 1854: A lei Nabuco de Araújo foi aprovada
no Brasil por forte pressão da Inglaterra, que
não toleraria qualquer tentativa de
continuísmo da importação de escravos
africanos. O motivo era que a Inglaterra
estava inundando o Brasil com produtos
importandos do velho mundo, mas para que
os negócios prosperassem, era necessário
que houvesse um grande numero de
consumidores no Brasil. A Inglaterra
estimulou que a coroa portuguesa trouxesse
imigrantes para o Brasil e que os trabalhos
fossem assalariados, inclusive os negros,
assim teria a mão de obra consumidora que
tanto almejava. A lei prescrevia punições
para qualquer infrator da lei Eusebio de
Queiróz.
• 1871: a lei do Ventre Livre foi, na
realidade, a primeira lei abolicionista de
verdade do Brasil. A partir da data de
promulgação da lei, ganhariam a liberdade.
Mas havia aí um contrato, ou seja, estar
liberto não queria dizer que podia fazer o que
quisesse ou sair da propriedade. O
beneficiário estava obrigado a permanecer e
trabalhar na fazenda até completar os 21
anos. Essa lei foi muito criticada pelos
abolicionistas pois o jovem estaria ainda
indiretamente escravo, tendo que trabalhar
para o patrão ainda no período mais
produtivo de sua vida.
• 1885: lei do sexagenário, dava liberdade
para os escravos que tivessem idade acima
de 65 anos. De início era até os 60 anos e
passou a 65 anos, mas ha uma falsa
impressão de conquista, pois devido às
duras condições de trabalho, raramente
algum escravo conseguia alcançar tal idade
e mesmo assim, quando alcançava os 65
anos, para a época, seria o equivalente a
alguém de 80 anos hoje. Na real essa lei
vinha a beneficiar o dono das terras que
assim, se livrava de uma mão de obra já não
produtiva, economizando alimentação e
moradia, além de não ter que se preocupar
com a própria fragilidade da idade avançada
de um ex-escravo.
• 1888: lei Aurea, assinada pela princesa
Isabel no dia 13 de maio de 1888, libertando
definitivamente os escravos. Embora
libertos, em nada garantiu melhores
condições de vida para os negros, pois a lei
não previa a inclusão dos mesmos na
sociedade. Agora sem moradia e sem
emprego, não aceitos na sua nova condição
de liberto, foi substituído pela mão de obra
europeia, ficando à mercê da economia e da
sociedade, conseguindo os piores empregos
e tendo que procurar as áreas de periferia
para sobreviver.
ATUALIDADES
AFRICANOS LUTARAM CONTRA O
ABOLICIONISMO.
Diversos reinos africanos ficaram muito ricos
com a venda de escravos para os Árabes, mas
quando os portugueses e demais europeus entraram
no negócio de aquisição de mão de obra escrava, as
rendas dos reis africanos escravistas foi colossal.
O reino de Axante era um dos que fizeram fortuna
vendendo escravos para os europeus e com a troca
por armas, passaram a conquistar outras áreas e a
fazer mais reféns, que por sua vez, eram também
vendidos para os traficantes europeus e americanos.
Com a venda de escravos, o palácio do reino de
Ashanti era de grande luxo, com estradas que
interligavam o seu império, agora, centralizado.
Reino de Ashanti
O reino de Daomé (Benim) também fez
fortunas com a venda de escravos negros para os
Europeus. Em muitos reinos do interior da Africa a
captura de escravos foi o que movimentou a
economia durante vários anos.
Os europeus apenas tinham uma pequena
feitoria (forte) no litoral, sem inclusive ter permissão
para saírem sem ordem do rei local. Quem
controlava o preço dos escravos era o próprio Rei,
inclusive, em exigir a substituição do funcionário
português que estivesse na feitoria, bem como
também castiga-lo se assim o quisesse.
A coroa portuguesa inclusive mostrava-se
fraca, submissa e subserviente às vontades dos reis
escravagistas africanos.
Entre os anos de 1750 e 1800 os próprios reis e
nobres africanos queriam ter o controle total
(monopólio) do trafico negreiro para o Brasil. Os
diplomatas e assessores africanos eram recebidos
com pompas na corte Lusa, muitas vezes ficando por
anos sendo sustentados pela corte de Portugal,
vivendo em grande conforto e mordomias tanto em
Portugal como no Brasil.
Quando o Brasil declarou-se independente
de Portugal em 1822, o primeiro país a reconhecer a
independência do Brasil foi Benim e também o reino
de Lagos.
O Brasil serviu para recepcionar e salvaguardar
nobres africanos que haviam perdido o trono na
África. Um dos exemplos clássicos foi quando o rei
Fruku da Guiné, perdeu o trono e foi vendido como
escravo para o Brasil. Ao chegar na Bahia, não ficou
muito tempo como escravo mas sim, ao ser
comprada a sua liberdade, ficou por 24 anos na
42
Bahia, até saber da morte do seu inimigo na Guiné,
quando então retornou ao país e recuperou a coroa
do reino de Daomé.
NARLOCH, Leandro. Guia politicamente incorreto da
Historia do Brasil, in: agradeçam aos ingleses.
Bibliografia
ALENCASTRO, Luiz Felipe. O trato dos viventes:
formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: Cia
das Letras, 2000.
FLORENTINO, Manolo. Em costas negras. In:
JUNIOR, Roberto Catelli. História. Texto e Contexto.
Volume único. Ensino Médio. São Paulo: Editora
Scipione, 2006, p. 280 a 285.
EXERCÍCIOS SOBRE ESCRAVISMO:
(UFSC 2010)
Os africanos foram trazidos do chamado
continente negro para o Brasil em um fluxo de
intensidade variável. Os cálculos sobre o número
de pessoas transportadas como escravos variam
muito. Estima-se que, entre 1550 e 1855, entraram
pelos portos brasileiros 4 milhões de escravos,
na sua grande maioria jovens do sexo masculino.
(FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Ed.
da Universidade de São Paulo,1995. p. 51.)
Sobre a escravidão no Brasil, é correto afirmar
que:
01.eram chamados quilombos os espaços
determinados para alojar os escravos destinados ao
comércio e foram fundamentais na estrutura
produtiva dos engenhos de açúcar.
02.o dia da consciência negra celebra a assinatura
da Lei Áurea no século XIX, que proclamou a
liberdade dos escravos.
04..aos escravos só restava a rebeldia como forma
de reação, a qual se manifestava através do
assassinato de feitores, das fugas e até do suicídio.
Não havia qualquer forma de negociação com vistas
a melhores condições de vida por parte dos negros.
08.o Quilombo dos Palmares, organizado no interior
do atual Estado de Alagoas, é considerado o mais
importante do período colonial e foi liderado por
Zumbi.
16.no continente africano os vários povos estavam
divididos em etnias organizadas em tribos, clãs e
reinos. Apesar desta divisão, a unidade desses
povos foi uma forma de resistirem à escravidão e
não serem transformados em mercadoria.
32.a Constituição de 1988 afirma que “cabe aos
remanescentes das comunidades de quilombos que
estejam ocupando suas terras o reconhecimento da
propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes
ATUALIDADES
os títulos definitivos”. Este artigo da Constituição
solucionou a “questão quilombola” no Brasil.
64..através das obras do pintor e desenhista alemão
Johan Moritz Rugendas, é possível conhecer
aspectos do cotidiano da escravidão. Ele aqui esteve
no século XIX e deixou preciosa fonte iconográfica
sobre a vida no Brasil.
(PUC-RIO 2009)
Sobre as características da sociedade escravista
colonial da América portuguesa estão corretas as
afirmações abaixo, À EXCEÇÃO de uma. Indique-
a.
a) O início do processo de colonização na
América portuguesa foi marcado pela
utilização dos índios - denominados “negros
da terra” - como mão-de-obra.
b) Na América portuguesa, ocorreu o
predomínio da utilização da mão-de-obra
escrava africana seja em áreas ligadas à
agro-exportação, como o nordeste
açucareiro a partir do final do século XVI,
seja na região mineradora a partir do século
XVIII.
c) A partir do século XVI, com a introdução da
mão-de-obra escrava africana, a escravidão
indígena acabou por completo em todas as
regiões da América portuguesa.
d) Em algumas regiões da América portuguesa,
os senhores permitiram que alguns de seus
escravos pudessem realizar uma lavoura de
subsistência dentro dos latifúndios
agroexportadores, o que os historiadores
denominam de “brecha camponesa”.
e) Nas cidades coloniais da América
portuguesa, escravos e escravas
trabalharam vendendo mercadorias como
doces, legumes e frutas, sendo conhecidos
como “escravos de ganho”.
(FUVEST 2009)
Trabalho escravo ou escravidão por dívida é uma
forma de escravidão que consiste na privação da
liberdade de uma pessoa (ou grupo), que fica
obrigada a trabalhar para pagar uma dívida que o
empregador alega ter sido contraída no momento da
contratação. Essa forma de escravidão já existia no
Brasil, quando era preponderante a escravidão de
negros africanos que os transformava legalmente em
propriedade dos seus senhores. As leis
abolicionistas não se referiram à escravidão por
dívida. Na atualidade, pelo artigo 149 do Código
Penal Brasileiro, o conceito de redução de pessoas à
condição de escravos foi ampliado de modo a incluir
também os casos de situação degradante e de
jornadas de trabalho excessivas. (Adaptado de Neide
Estergi. A luta contra o trabalho escravo, 2007.)
Com base no texto, considere as afirmações abaixo:
I. O escravo africano era propriedade de seus
senhores no período anterior à Abolição.
43

II. O trabalho escravo foi extinto, em todas as
suas formas, com a Lei Áurea.
III. A escravidão de negros africanos não é a
única modalidade de trabalho escravo na
história do Brasil.
IV. A privação da liberdade de uma pessoa, sob
a alegação de dívida contraída no momento
do contrato de trabalho, não é uma
modalidade de escravidão.
V. As jornadas excessivas e a situação
degradante de trabalho são consideradas
formas de escravidão pela legislação
brasileira atual.
São corretas apenas as afirmações:
a) I, II e IV
b) I, III e V
c) I, IV e V
d) II, III e IV
e) III, IV e V
DOENÇAS ERRADICADAS NO PASSADO EM
VÁRIAS PARTE DO MUNDO VOLTAM A
ASSUSTAR A HUMANIDADE.
O mal de Chagas avança na Europa e nos
EUA; a China vive o terror da sífilis e 60 anos depois,
a dengue aflige o Brasil.
Planeta contaminado — Nos últimos meses,
a China tem sido obrigada a conviver com um velho
fantasma. A volta da temível sífilis, que foi
praticamente erradicada há mais de 50 anos, com a
descoberta da penicilina, atualmente é a doença
sexualmente transmissível mais comum em Xangai.
A cada uma hora, nasce um bebê com a doença
naquele país. O mal de Chagas, moléstia endêmica
de países latino-americanos, avança e atinge a
Europa e os Estados Unidos.
A tuberculose não tem mais fronteiras —
avança sobretudo em países do chamado Terceiro
Mundo — e a dengue, que ficou 60 anos sem fazer
vítimas no Brasil, hoje bate recorde de contaminação
em território nacional. Segundo o Ministério da
Saúde, houve um aumento de 109,43% no número
de casos de dengue em relação ao ano passado,
com o registro de 108,4 mil pessoas que contraíram
a doença no país. Em 2009, o número de infectados
foi de 51.873. Reportagem de Luciane Evans, no
Correio Braziliense.
Sucessivos surtos da dengue no Brasil e em
outros países mostram o poder devastador da
doença a cada ano. “O reaparecimento de uma
doença extinta em um país pode atingir todo um
continente em poucas semanas. As áreas que mais
sofrem são coincidentes com a pobreza e a miséria,
isto é, América Latina, África e Sudeste Asiático`,
alerta Manoel Otávio da Costa Rocha, professor
titular do Departamento de Clínica Médica da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),
ATUALIDADES
membro titular da Academia Mineira de Medicina e
professor orientador do Programa de Pós-Graduação
de Infecção e Medicina Tropical da UFMG.
Doenças infecciosas, que já foram grandes
inimigas da humanidade séculos atrás e sumiram do
mapa por algumas dezenas de anos, estão de volta
e se alastram, levantando uma questão: se há
informação, tecnologia de ponta e experiências
adquiridas no passado, por que elas atormentam
novamente o planeta? Os males são classificados
pelo meio científico como emergentes e
reemergentes.
Futuro ameaçado
Em seu artigo Ética, saúde e pobreza – as
doenças emergentes do século 21, Dirceu Greco,
professor titular do Departamento de Clínica Médica
e coordenador dos Serviços de Doenças Infecciosas
do Hospital das Clínicas da UFMG define as
emergentes como aquelas de descoberta recente ou
cuja incidência tende a aumentar no futuro, como
ocorreu com o vírus HIV. Quando a doença surgiu,
na década de 80, era diferente de tudo o que se
tinha visto. A Aids é, por si só, um fator determinante
para a volta de algumas doenças, como destacam os
pesquisadores Greco e Costa Rocha. “O HIV atinge
todo o sistema imunológico do contaminado, que fica
suscetível às ativações de doenças como herpes,
tuberculose e outras infecções”, comenta Manoel.
As doenças reemergentes são as
conhecidas há muitos anos, mas que, de repente,
têm a incidência aumentada. “Essa reintrodução
coincide com o modelo de desenvolvimento
econômico das sociedades atuais, baseado na
exploração do trabalho, com competição, solidão,
tensão social e ação predatória sobre o meio
ambiente, como o desmatamento de florestas`,
destaca Manoel da Costa Rocha. Ele acrescenta
ainda a fome, as desigualdades sociais, a pobreza, o
desemprego e as condições de vida das populações
pobres que vivem em meios urbano ou rural, como
fatores fundamentais para esse retorno.
Exemplo disso, segundo ele, é a
leishmaniose, que foi considerada um mal rural e,
com o passar dos anos, tornou-se problema nos
grandes centros urbanos. Segundo estimativas da
Organização Mundial de Saúde (OMS), chegam a 2
milhões os casos registrados no mundo a cada ano.
No Brasil, o Ministério da Saúde alerta que
são 25 mil novos registros anuais. Causada pelo
protozoário Leishmania chagasi, ela é transmitida por
vetores da espécie Lutzomia longigalpis e L.cruzi,
mosquitos que vivem em ambientes escuros, úmidos
e entre os acúmulos de lixo orgânico. “O vírus da
leishmaniose está no pé das serras e, quando se
abrem estradas e derrubam florestas, se propaga.
Cidades que se expandem, como Belo Horizonte e
Brasília, são exemplos claros, pois áreas que antes
não eram habitadas começam a ser urbanizadas”,
explica.
Além de infecções
A leishmaniose é apenas um dos problemas
graves de saúde pública do século 21. No artigo
científico Doenças Emergentes e Reemegentes,
publicado em 2009 na Revista Médica de Minas
44
Gerais, o professor Manoel e o pesquisador Enio
Roberto Pietra destacam para os próximos 90 anos a
volta de ao menos sete males: doença de Chagas,
malária, febre amarela, hantavírus, dengue, hepatites
virais e tuberculose. Segundo o estudo, até o século
passado, as principais questões de saúde
relacionavam-se às infecções, responsáveis por 50%
das mortes.
“As doenças epidêmicas eram introduzidas
na Europa ou levadas às colônias, desde o século
15, em consequência das viagens transoceânicas e
das trocas comerciais. Durante o século 20, os males
provocaram transformações nos indicadores
demográficos, sociais, econômicos e de saúde, com
repercussão expressiva nas condições da vida
humana. São de especial destaque as diarreias, cujo
declínio determinou queda significativa da
mortalidade geral. Formou-se a crença de que
doenças infecciosas poderiam ser facilmente
erradicadas. Essa crença baseou-se no fato de que a
varíola havia sido erradicada e outras seis doenças
estavam em via de extinção, entre elas, a poliomielite
e a hanseníase. Essa impressão foi, entretanto,
inteiramente equivocada”, escreveram os
pesquisadores.
Muitos problemas desde aquela época não
apresentam solução, como a expansão da malária
na Amazônia, com 500 mil casos novos por ano; e a
permanência da esquistossomose, da hanseníase e
da tuberculose. Cólera e dengue também preocupam
as autoridade de saúde pública. Com isso, o
professor Manoel alerta: “Com a presença do
mosquito da dengue, há novo risco: o de se propagar
a febre amarela urbana, que tem como principal
diferença da forma silvestre o vetor e o reservatório”.
O mal de Chagas agora está assustando a Europa e
os Estados Unidos.
Microbactérias ultrarresistentes
O retorno de males do passado não está
ligado apenas às condições socioambientais nos
continentes. Outro inimigo silencioso contribui, e
muito, para esse quadro. “Os micro-organismos têm
alta capacidade de se multiplicar e têm aqueles que
são resistentes”, avisa o médico mineiro Dirceu
Greco. Outro especialista que alerta para a
periculosidade de espécies microbianas é o
professor de medicina social da Faculdade de
Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo,
Expedito Luna. Em artigo científico publicado em
2002, Luna ressalta que cada espécie apresenta sua
própria taxa de mutações.
Segundo ele, as variações naturais e
mutações podem levar à emergência dos males. ‘Os
hospitais concentram três características que os
tornam sítios particularmente vulneráveis à
emergência de novos agentes resistentes às drogas:
vítimas de infecções graves, pessoas mais
suscetíveis e uso generalizado de antibióticos’,
ressalta. Por sua vez, a pressão seletiva gerada pelo
uso dos antibióticos e de outros agentes
antimicrobianos favorece a sobrevivência dos
mutantes, que resistem às drogas. ‘O grande
desenvolvimento da indústria farmacêutica, com a
ATUALIDADES
oferta constante de novos agentes, contribui ainda
mais para a emergência de superbactérias, vírus e
fungos. A ampliação do uso de aparelhos e
instrumentos também ajuda no aumento da
incidência de infecções hospitalares, que são um dos
principais problemas de doenças infecciosas
emergentes nos países desenvolvidos e em grande
parte dos subdesenvolvidos’, cita Luna em seu
artigo.
Sem controle
Baseados na teoria de que, ao ocorrer uma
epidemia em um país, logo outros correm riscos,
pesquisadores temem o futuro. “Enquanto houver
dificuldade para se obter vacinas e medicamentos e,
por outro lado, o uso indiscriminado de algumas
drogas, essa situação nunca será controlada”,
aposta o assistente da Divisão de Moléstias
Infecciosas e Parasitárias do Hospital das Clínicas
da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo, Evaldo Estanislau Affonso de Araújo.
Para o professor Manoel da Costa Rocha, da
UFMG, é o ser humano que está entrando no
ambiente dos vírus. “Eles são mais antigos do que
nós nesses espaços e têm uma alta capacidade de
adaptação”, pontua. Já Dirceu Greco, também da
UFMG, não é tão pessimista. “Se houver tomadas de
decisões para que isso não ocorra, como fóruns de
discussões , investimento em vacinas e
conscientização da população, há chances de
erradicarmos muitos desses males”.
Males seculares
# DOENÇAS DE CHAGAS
Predominantemente rural, tornou-se também
urbana com a migração dos lavradores para as
cidades. A transmissão pelo Triatoma infestans está
sob controle no país, já a pelo Trypanossoma cruzi
por via oral ocorre, de maneira esporádica, por
alimentos contaminados. Microepidemias têm sido
relatadas na Amazônia e no Nordeste. Estima-se em
14 milhões o número de infectados na América
Latina, com mais de 60 milhões de pessoas sob risco
de transmissão em 18 países endêmicos.
# MALÁRIA
A introdução de inseticidas e o acesso aos
antimaláricos sintéticos eliminaram a doença da
Europa, da área mediterrânea da África, dos EUA,
Canadá e Rússia, Américas Central, do Sul e nas
Antilhas, Índia, Paquistão e sudeste da Ásia, além de
áreas do Sudeste, Sul e Nordeste brasileiros. Mas
sua incidência voltou a crescer e é a mais alta dos
últimos 40 anos. Uma das causas é a resistência dos
parasitas aos antimaláricos e dos vetores aos
inseticidas. Em 2003, o Brasil tinha 407, 6 mil casos
de malária.
# TUBERCULOSE
A Aids coincidiu com o descaso no controle
da tuberculose e o abandono ao tratamento,
condições que propiciaram o surgimento do bacilo
multidroga-resistente e favoreceram o surgimento de
“novo agente”. A doença acomete um terço da
população do mundo, com 9 milhões de casos por
ano e 3 milhões de óbitos. A incidência está
relacionada à pobreza e à desigualdade social,
45
gerenciamento incorreto de casos descobertos e não
curados e excesso de confiança na vacina do BCG.
# HANTAVÍRUS
Detectada nos EUA em 1993, a síndrome
pulmonar por hantavírus foi registrada também em
outros países, como Brasil, Canadá, Venezuela,
Chile e Uruguai, com taxa de letalidade de até 50%.
No Brasil, a doença foi diagnosticada em novembro
de 1993, no estado de São Paulo, e também casos
no Sul do país, em Minas Gerais e no Mato Grosso.
Desde então, mais de 320 casos já foram
registrados.
# FEBRE AMARELA
O Brasil tem a maior área endêmica do
planeta e desde 1942 não há registro da forma
urbana da febre amarela. Em 1955, após 20 anos de
campanhas, foi possível eliminar do território
nacional o Aedes aegypti, principal transmissor da
forma urbana da febre amarela e também da
dengue. Em 1976, houve reinfestação, que se
propagou por todo o país. Contribuem para o retorno
baixa cobertura vacinal, migração rural-urbana e o
crescimento das cidades, com parte da população
vivendo sem saneamento básico.
# HEPATITES VIRAIS
O vírus da hepatite C infecta 4 milhões de pessoas,
com até 10 mil mortes anuais. São 150 mil novos
infectados por ano. Estima-se que o vírus da
Hepatite B seja responsável por 1 milhão de mortes
ao ano e haja 350 milhões portadores crônicos no
mundo. Grupos com comportamentos sexuais de
risco, usuários de drogas injetáveis que
compartilham seringas, profissionais de saúde e
pessoas submetidas à hemodiálise apresentam
prevalência maior de contaminação que a população
em geral.
# DENGUE
É relatada há mais de 200 anos. Na década de 50, a
febre hemorrágica da dengue foi descrita, pela
primeira vez, nas Filipinas e na Tailândia. Depois da
década de 1960, a circulação do vírus intensificou-se
nas Américas. A partir de 1963, a circulação dos
sorotipos 2 e 3 em vários países foi comprovada. Em
1977, o sorotipo 1 foi introduzido nas Américas. A
partir de 1980, foram notificadas as grandes
epidemias. Em 2003, no Brasil, apenas Rio Grande
do Sul e Santa Catarina não tiveram transmissão
autóctone da doença. Este ano, é recorde: 108,4 mil
pessoas infectadas apenas nos primeiros meses do
ano.
# LEISHIMANIOSE
Segundo estimativas da OMS, chegam a 2 milhões
os novos casos registrados no mundo a cada ano.
Em regiões rurais e de anta, roedores e raposas são
os principais hospedeiros da doença; no ambiente
urbano, são os cães. O Brasil responde por 90% dos
casos da leishmaniose na América Latina. A doença
vem se tornando emergente entre os portadores do
HIV. Hoje já são 20 estados brasileiros que sofrem
com a doença. A incidência chega a 25 mil novos
registros por ano.
EcoDebate, 10/06/2010
ATUALIDADES
https://www.ecodebate.com.br/2010/06/10/doencas-
erradicadas-no-passado-em-varias-parte-do-mundo-
voltam-a-assustar-a-humanidade/
FEBRE AMARELA, DOENÇA ERRADICADA NO
SÉCULO PASSADO VOLTA A ASSUSTAR
24/1/17atualizado: 24/1/17 por Gisella Meneguelli
Aedes aegypti
Você deve ter lido recentemente acerca de
uma possível epidemia de febre amarela no Brasil e,
naturalmente, deve ter ficado preocupado. Se você
desconhece a doença, é bom ter informações acerca
dela para poder se previnir. Há muito tempo não se
ouvia falar da febre amarela no Brasil, ao menos nos
centros urbanos, porque ela estava controlada. Isso,
aliás, aconteceu pela primeira vez há mais de 100
anos, quando o sanitarista Oswaldo Cruz organizou
uma campanha de combate aos focos do mosquito
Aedes aegypti e de erradicação das epidemias de
febre amarela e outras doenças causadas pelo
mosquito nas principais cidades do país.
Agora, novamente, a febre amarela volta a
ameaçar o Brasil, já que 47 casos da doença foram
confirmados, entre os 272 suspeitos, e 25 mortes
ocorreram em Minas Gerais. É mais um caso que
mostra o quão poderoso é o mosquito Aedes aegypti,
o mesmo que transmite dengue, chicungunya e zika
O que poderia estar causando esse surto?
De acordo com o historiador Marcos Cueto,
da Casa de Oswaldo Cruz, as epidemias têm uma
história que é, muitas vezes, ignorada pelos gestores
da saúde pública. Segundo ele, o surto de febre
amarela já era uma tragédia anunciada: "Na história
das epidemias do século 21, muitas vezes a dengue
antecede a febre amarela. Mas aqui as lições da
História não são levadas em conta", explica o
especialista ao DW.
O que tem havido nos últimos anos é uma
atitude passiva em relação ao mosquito, o que
permitiu que ele ganhasse cada vez mais terreno,
logo os casos de dengue, zika e, agora, febre
amarela, preocupam a população brasileira, já que,
sem controle ao mosquito e sem campanhas de
vacinação, ela ficou exposta a essas doenças.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
disponibiliza várias informações sobre a febre
amarela e um guia esclarecedor, que resumimos a
seguir:
Sintomas
A febre amarela é uma doença infecciosa
causada por um vírus e transmitida por vetores,
sendo o principal deles o mosquito Aedes aegypti.
Um fator preocupante em relação à doença é que é
comum os seus sintomas serem muito leves e, até
mesmo, inexistentes na pessoa infectada. As
primeiros sintomas são: febre alta, calafrios,
cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e
vômitos por cerca de três dias.
Pode acontecer de a pessoa infectada sentir
uma sensação de bem-estar por dois dias. É quando
podem começar a ocorrer insuficiências hepática e
renal, icterícia (olhos e pele amarelados),
manifestações hemorrágicas e cansaço intenso.
Transmissão
46
 A febre amarela é transmitida por mosquitos
em áreas urbanas ou silvestres. No ciclo silvestre,
em áreas florestais, o vetor da febre amarela é
principalmente o mosquito Haemagogus. Já no meio
urbano, a transmissão se dá através do mosquito
Aedes aegypti.
A infecção ocorre quando uma pessoa que
nunca teve a febre amarela ou tenha tomado a
vacina circula em áreas florestais e é picada por um
mosquito infectado, tornando-se uma fonte de
infecção para o Aedes aegypti no meio urbano.
https://www.greenme.com.br/viver/saude-e-bem-
estar/4890-febre-amarela-volta-a-assustar
GOVERNO TEMER CORTA 70% DE VERBAS DA
SAÚDE PÚBLICA
Com cortes de 70% da verba, SUS entra em
processo de extinção e preocupa especialistas.
Em 2018, o SUS completa 30 anos. Apesar
da falta de recursos, das crises recorrentes, da
escassez de profissionais e de problemas de
financiamento, o Brasil conseguiu erguer em poucas
décadas o maior sistema público de saúde do
planeta, feito notável para uma nação que tem
dificuldades para desenvolver políticas de longo
prazo.
O que seria um motivo de orgulho se tornou
mais um ponto de preocupação. O SUS, afirma
Ronald Ferreira dos Santos, presidente do Conselho
Nacional da Saúde, corre o risco de não passar dos
30 anos, por conta da emenda constitucional que
limita os gastos públicos nas próximas duas
décadas.
Se a medida não for revertida, alerta Santos,
o investimento público no setor despencará de 3,8%
do PIB para menos de 1%. “Será a morte do sistema
estabelecido na Constituição de 1988.”
Quais as maiores ameaças ao SUS?
Ronald Ferreira dos Santos: No próximo ano,
o SUS completa 30 anos, mas corre sérios riscos de
não ir além desse período, em razão da crise
política, econômica, social e sanitária que vive o
País.
Enxergo dois problemas cruciais. O primeiro,
mais geral, o rompimento das regras que
estabeleceram a saúde como um direito universal na
Constituição de 1988. O segundo, o agravamento do
subfinanciamento do sistema.
Não é de hoje que faltam recursos.
Não, não é. O subfinanciamento sempre foi
um problema crônico, mas será agravado pela
aprovação da Emenda Constitucional nº 95,
chamada de Teto de Gastos. Alguns dizem que a
medida vai congelar os dispêndios públicos por 20
anos.
Não é exatamente assim. É pior. Trata-se, na
verdade, de uma diminuição progressiva dos
recursos destinados à saúde. Vai ferir de morte o
ATUALIDADES
SUS. Se a medida não for revertida, podemos
desistir da ideia de um sistema único.
Qual a perda estimada de recursos com o teto de
gastos?
O Brasil investe, atualmente, 3,8% do PIB de
dinheiro público na saúde. A atividade econômica do
setor, incluídos os gastos privados, varia de 8,5% a
9% do PIB. No decorrer dos 20 anos, o porcentual
dos gastos públicos vai cair de 3,8% para menos de
1% do PIB.
Vai piorar uma situação já ruim, pois o Brasil
gasta menos em saúde do que a maioria dos países
desenvolvidos ou em desenvolvimento, certo?
A maior parte dos países da América Latina,
não vou citar aqui a Europa, economias bem
menores que a nossa, aplica mais em proporção do
PIB do que o Brasil. Estamos na rabeira, em termos
de investimentos no setor.
Por que o SUS é tão atacado?
Está em disputa o modelo de atenção. No
passado, tratava-se de um debate mais acadêmico
entre o sistema universal e a cobertura universal. O
Brasil optou, desde a Constituição, pelo sistema
universal, que tem por princípio a garantia de
direitos.
A lógica da cobertura universal é outra, garantir um
pacote mínimo e nada mais. Quem desejar mais
serviços precisa procurar na iniciativa privada. Não à
toa surgiu a proposta de criação dos chamados
planos privados populares e reforçou-se o discurso
de que a saúde não cabe no Orçamento.
Por que os planos populares são uma ideia ruim?
Os planos populares traduzem a mudança
do modelo de atenção, uma opção à lógica de se
estruturar um sistema integrado, que reúna
condições para garantir a integralidade, não um
pacote de serviços focado nas questões
assistenciais de recuperação do paciente.
Esse é o modelo do seguro, da saúde como
mercadoria. Definimos o contrário em 1988. E agora
se pretende impor, sem voto, sem poder constituinte,
sem delegação da população, um sistema
completamente diferente.
Qual o balanço do SUS nesses 30 anos?
Desde a Constituição há um claro conflito
entre interesses diversos. Neste momento, a
correlação de forças na sociedade está
absolutamente desproporcional. A defesa do público,
de valores como solidariedade e interesse coletivo,
nunca esteve tão frágil.
Com todas as dificuldades, o País ergueu em três
décadas o maior sistema público de saúde do
mundo. E que resolve problemas complexos como o
do vírus da Zika em menos de um ano. Identifica,
intervém e produz conhecimento.
47
 A maioria das nações levaria décadas para
obter resultado semelhante. Conseguimos ter o
maior programa de tratamento de Aids do planeta.
Somos um dos centros globais de transplante de
órgãos. Criamos o Samu, desenvolvemos a
assistência farmacêutica.
Apesar do subfinanciamento crônico, há
muito a se comemorar. Não nego os gargalos, a falta
de profissionais, mas é muito rara a divulgação dos
avanços e feitos do SUS. Os meios de comunicação
exploram constantemente os problemas, até para
estimular o mercado. Os planos de saúde e os
seguros privados são grandes financiadores da
mídia.
Desmontar o SUS não impedirá o Brasil de criar
um poderoso sistema industrial no setor?
Esse complexo industrial foi criado. Um dos
aspectos positivos do SUS é exatamente o
desenvolvimento da indústria farmacêutica. Somos,
hoje, um centro importante de produção de
medicamentos, graças às encomendas públicas.
A atividade econômica no setor mobiliza,
aproximadamente, 470 bilhões de reais por ano. É
mais do que o PIB de Uruguai, Paraguai, Equador…
O que o mercado deseja é total liberdade para
alimentar suas planilhas. Por isso se ataca, entre
outras instituições, a Anvisa.
O Congresso decidiu tirar da Anvisa a
regulação dos remédios de emagrecimento. Quem
decidirá são os próprios parlamentares. Obviamente,
abre-se a porteira para a atuação dos mais diversos
lobbies da indústria farmacêutica. O objetivo é
esvaziar a capacidade de elaboração de políticas
públicas.
Por Sérgio Lira
Da Carta Capital
https://falandoverdades.com.br/governo-temerpsdb-
corta-70-de-verbas-da-saude-publica/
TÓPICOS RELACIONADOS:
FONTES ALTERNATIVAS DE ENERGIA NO
BRASIL.
01-NOVOS PARQUES EÓLICOS NO NORDESTE
DO BRASIL
ATUALIDADES
O Nordeste do Brasil é uma região com
elevado potencial para a produção de energia eólica
devido aos constantes ventos e riqueza energética
abundante.
A Tractebel anunciou que até o ano de 2012
investirá na construção e término de 5 parques
eólicos, sendo um no Piauí e 4 no Ceará. Tais obras
produzirão 145,6 MW de energia, com investimentos
na ordem de R$ 630 milhões.
A empresa que fornecerá e instalará as
torres e os aero geradores será a Siemens, que
possui 22 usinas aero geradoras em quase todos os
estados do Brasil.
O foco da Siemens é basicamente as fontes
renováveis de energia, segundo o presidente da
empresa, Manoel Zaroni Torres, motivo que levou a
Tractebel a querer investir em energia eólica nos
estados citados.
02-MAIOR CONSUMO DE ENERGIA NO
NORDESTE
O Nordeste do Brasil vem consumindo cada
vez mais energia, e segundo a Empresa de Pesquisa
Energética (EPE) o nordeste está consumindo mais
energia elétrica do que a Região Sul do Brasil..
Enquanto o consumo residencial de energia
elétrica na Região Sul foi perto de 15 mil GW/h , no
Nordeste, foi em torno de 15,4 mil GW/h. Tal
aumento passou a ocorrer a partir do ano de 2007,
exigindo cada vez mais, a produção de energia, daí
os investimentos nesse setor.
O aumento do consumo de energia domiciliar
se deu através do aumento da renda da população,
que aconteceu devido aos diversos programas de
governo voltados para aquela região, como por
exemplo, o Bolsa Família e o programa Luz Para
Todos. Com um aumento de renda, a população
passou a consumir mais eletrodomésticos, o que foi
um dos estimuladores da economia da região.
Os programas de transferência de renda
para o Nordeste estimularam o investimento em
produção alternativa de energia elétrica através da
força eólica, energia essa que é renovável, gerando
mais renda e possibilidades de novos empregos para
as comunidades locais.
A PRODUÇÃO ENERGÉTICA EÓLICA
No modelo atual de crescimento econômico,
as sociedades modernas passam a depender, cada
vez mais da produção e distribuição de energia
elétrica.
Qualquer produto utilizado em grande escala
provoca impactos socioambientais que necessitam
de cuidados especiais, e não é diferente quando se
trata da produção energética, através dos ventos no
Brasil.
48
Distribuição geral dos ventos no planeta
Imagem de satélite do relevo do Brasil e potencial
eólico.
O POTENCIAL EÓLICO BRASILEIRO
Os ventos, no Brasil, ocorrem de acordo com
a circulação dos ventos na atmosfera, vinculados as
ricas áreas de baixas pressões na região equatorial
( norte do Brasil) e as áreas de alta pressão
anticiclonal subtropical do Atlântico Sul e do Atlântico
Norte. Tal circulação dos ventos favorece,
principalmente, as regiões litorâneas nordestinas do
Brasil.
A instalação de aerogeradores está
vinculada primeiramente, ao relevo de uma região,
onde as serras, planaltos, vales e depressões podem
favorecer ou dificultar o direcionamento ou
canalização dos ventos.
O Brasil recebe ventos principalmente de
leste ou nordeste, na posição geográfica que se
encontra, justamente ao norte da Bacia Amazônica
(depressão geográfica com baixas pressões
atmosféricas) e também no litoral do nordeste do
Brasil.
ATUALIDADES
Equador Térmico
A energia eólica é proveniente da
movimentação dos ventos, fruto da diferença de
calor entre áreas, calor esse provocado pela ação da
incidência maior ou menor dos raios solares.
Os ventos se movem sempre de uma área
de alta pressão (mais fria) para as áreas de baixa
pressão (mais quentes, devido ao aquecimento
diferenciado da atmosfera). Além de sofrerem
influência do movimento de rotação do planeta,
(Oeste para Leste). Portanto, os ventos na região do
equador, por exemplo, possuem uma inclinação para
oeste.
As regiões intertropicais do planeta recebem
as maiores quantidades dos raios solares durante o
ano todo, sendo, portanto mais quentes do que as
áreas polares. Com isso, as porções da atmosfera
que estão próximas à superfície do solo e nas
mediações da linha do Equador, tendem a ganhar
altitude por serem mais quentes e,
consequentemente mais leves (baixas pressões). Ao
ganharem altitude, são substituídas pelas massas de
ar mais frio que partem das regiões polares.
Há determinados locais do planeta em que
os ventos sempre sopram, ou seja, são locais de
origem de ventos, portanto, locais de alta pressão
atmosférica. Tal fenômeno é fácil de entender
quando se nota que há áreas de maior intensidade
solar e áreas de menor intensidade solar, como as
regiões equatoriais e as regiões polares.
Esses ventos que ocorrem continuamente
são denominados de Ventos Planetários.
49
VENTOS PLANETÁRIOS:
São ventos que sopram sempre em baixas
altitudes dos trópicos em direção ao Equador.
• Contra Alísios
São ventos que sopram ao contrário dos
Alísios, ou seja, sempre em elevadas
altitudes e do Equador para os Trópicos,
ocorrendo uma complementação e troca
climática.
• Ventos do Oeste
Esses ventos também são planetários, ou
seja, constantes, e sopram dos trópicos para
os pólos do planeta.
• Ventos Polares
Os ventos polares são aqueles que sopram
das áreas polares, portanto, são ventos frios
e de alta pressão, em direção às regiões
temperadas do planeta.
Mapa do Brasil com as áreas de maior potencial
eólico
O cenário que se desenha por especialistas
para o ano de 2030 é que as energias fósseis, cada
vez mais, perderão espaço, frente a crescente
necessidade de oferta de energia e as maiores
exigências de se emitir reduzidas quantidades de
gases do efeito estufa.
As energias com promessas de crescimento
são as de fonte eólica, geotérmicas, fotovoltaica e
nuclear, por não lançarem CO2 no planeta, embora
haja a polêmica sobre o lixo nuclear e acidentes
como Fukushima.
O potencial energético eólico que o Brasil
possui é de 143 GW e até 2009, o potencial instalado
nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil
somavam 602 MW.
A principal fonte de energia hoje do Brasil é a
hidroelétrica, que fornece 90% da energia
consumida. Só a Itaipu (iniciada em 1975) sustenta
25% da energia hidroelétrica, com diversas outras
usinas hidroelétricas dando suporte, distribuídas em
muitos rios.
ATUALIDADES
SEGURANÇA
MESMO APÓS INTERVENÇÃO, RIO DE JANEIRO
TEM NOVO FIM DE SEMANA DE VIOLÊNCIA.
Apesar da intervenção federal, o Rio de
Janeiro viveu mais um fim de semana de violência.
Após um sábado com registros de assassinatos e
assaltos, o domingo amanheceu com intenso tiroteio
na comunidade da Rocinha, na zona sul do Rio.
Segundo a Polícia Militar, policiais da
Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha faziam
patrulhamento quando foram recebidos a tiros por
criminosos no Largo do Boiadeiro, dentro da
comunidade. O confronto assustou moradores da
região. Ainda não há informações sobre feridos,
prisões ou apreensões.
Na Baixada Fluminense, policiais do 20°
Batalhão de Polícia Militar, de Mesquita, encontraram
mãe e filho mortos dentro de um carro, na Avenida
Tancredo Neves, em Nova Iguaçu, na noite deste
sábado. Criminosos estariam atrás de Tiago
Machado, mas a mãe Alba Valéria Machado acabou
sendo também assassinada. O caso é investigado
pela Delegacia de Homicídios.
A adolescente Thaynná dos Santos Marinho, de 15
anos, morreu atingida por um tiro na cabeça, na
comunidade Vila Aliança, zona oeste da cidade. De
acordo com a Polícia Civil, ela estava na casa do
namorado, neste sábado, quando foi ferida por um
disparo realizado dentro da residência. A vítima foi
levada ao Hospital Municipal Albert Schweitzer, mas
não resistiu aos ferimentos. Agentes da Delegacia de
Homicídios da Capital ouvem testemunhas e
conduzem investigações para elucidar o caso.
Na madrugada de sábado, a mulher de um
policial militar morreu depois de ser baleada em uma
tentativa de assalto na Estrada Marechal Alencastro,
na altura de Deodoro, na zona oeste do Rio.
Criminosos armados tentavam assaltar automóveis
que passavam pelo local na noite de sexta-feira,
quando abordaram o carro em que viajavam o
policial militar Bruno Oliveira e a mulher Janaína
Oliveira. O policial, que estava de folga, reagiu à
tentativa de assalto, e os bandidos atiraram contra o
veículo. No tiroteio, Janaína foi ferida e levada ao
Hospital Municipal Albert Schweitzer, sendo
transferida, em seguida, para o Hospital Municipal
Salgado Filho, na zona norte da cidade. A vítima não
resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.
Em outro assalto um jovem casal foi baleado
após entregar seus pertences aos bandidos, na noite
de sexta-feira. Eles foram atingidos por tiros
disparados pelos assaltantes depois de serem
roubados na Avenida Joaquim da Costa Lima, na
altura do bairro Vilar Novo, em Belford Roxo, na
região metropolitana. O casal foi levado por policiais
para o Hospital Geral de Nova Iguaçu. A ocorrência
foi registrada na 54ª Delegacia de Polícia.
Um arrastão na rodovia BR-101 levou pânico
a motoristas que trafegavam na altura do quilômetro
303, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio,
na manhã de sábado. Segundo a Polícia Rodoviária
Federal, testemunhas relataram que veículos
50
voltaram na contramão na rodovia, numa tentativa de
fugir dos assaltantes. Agentes foram deslocados
para o local, mas os bandidos conseguiram fugir. Um
carro roubado que teria sido usado pelos criminosos
foi encontrado abandonado às margens da rodovia.
Na fuga, os assaltantes teriam roubado outro
automóvel.
(Daniela Amorim)
https://www.em.com.br/app/noticia/nacional/2018/03/
11/interna_nacional,943322/mesmo-apos-
intervencao-rio-tem-novo-fim-de-semana-de-
violencia.shtml
SÓ AÇÃO DA POLÍCIA NÃO BASTA CONTRA
VIOLÊNCIA, AFIRMA INTERVENTOR NO RJ
Sérgio Rangel
Lucas Vettorazzo
RIO DE JANEIRO
Interventor federal na segurança do Rio, o
general Walter Braga Netto diz que só polícia não
basta para resolver o problema da violência do país.
Inclusão social e oferta de serviços públicos básicos
às populações carentes, segundo ele, seriam
fundamentais para que as ações de combate ao
crime organizado tenham êxito.
“Para que esse resultado se estenda e seja
perene, será preciso, como também propomos, a
adoção de outras iniciativas por parte de setores do
governo e da sociedade, como projetos de inclusão
social e oferta de serviços públicos. Segurança
pública é uma demanda que não se resolve apenas
com ação policial”, afirmou Braga Netto.
O êxito, ainda que mínimo, de uma
intervenção pode ser a abertura de caminhos para
enfraquecimento das instituições da República
Não há dúvidas de que a situação da
segurança pública no Brasil, no Rio em particular, é
gravíssima. Apesar disso, dados do ISP revelam
que, em números, os cenários de 2016 e de 2015
talvez tenham sido piores. A decisão pela
intervenção federal no Rio não é técnica, tampouco
jurídica. É política. Há interesses político-midiáticos
muito profundos nesse movimento.
Políticos porque os setores governistas
conservadores estão se vendo num cenário de
ausência de opções eleitoralmente viáveis para
2018. Midiáticas porque há em curso no Rio uma
ATUALIDADES
batalha por espaços econômicos e de poder
importantes entre Globo, principal grupo de
comunicação do estado, e a Record, da igreja do
bispo Marcelo Crivella, prefeito carioca.
Sobre a questão da comunicação, ainda
ocorre mais: há em curso claramente um esforço de
propaganda negativa sobre o Rio. Há interesses
óbvios de se criar dificuldades para se vender
soluções. A situação é temerária sim. Mas, há que se
concordar: ela é há anos.
O que se tem agora de diferente é a
radicalização da omissão do Estado e da propaganda
negativa. Além disso, a crise financeira, promovida em
parte pela redução dos royalties do petróleo, aliada aos
escândalos de corrupção que levaram à prisão do ex-
governador Sérgio Cabral, justificaram incialmente o
pacote de austeridade ditado pelo governo federal e,
agora, uma intervenção direta.
Em outras palavras: o MDB nacional está
conseguindo minar o partido no estado sem sequer
derrubar seu governador – pelo menos até a próxima
eleição. Há que se pensar na dificuldade que o
governo federal tem enfrentado de aprovar a reforma
da Previdência. Os compromissos assumidos com o
mercado financeiro estão sob risco.
Uma situação de intervenção, além de
impedir a votação (e expurgar a eventual derrota do
governo), ainda pode cativar esse mesmo mercado
para um cenário de aparente ordem e redimir um
governo falido. Pode, inclusive, dar fôlego ao
governo de modo a aprovar a reforma nos próximos
meses.
Há que se ponderar sobre a ausência de
opções eleitorais do campo conservador. O atual
governo se vê sem alternativas viáveis, permitindo o
crescimento das intenções de voto da extrema
direita, que acena para o fascismo. Uma pequena
melhora na sensação de segurança no Rio pode
criar uma nova área de agregação desse eleitorado.
Aliás, o fato de a oposição estar contra a
intervenção pesará muito contra ela. Outro fator a ser
compreendido é de que há em curso no País um
esgarçamento da sensibilidade democrática. A frágil
democracia que se construía nas últimas décadas
tem sido apresentada como a responsável pela
calamidade que se alardeia na mídia.
O êxito, ainda que mínimo, de uma intervenção pode
ser a abertura de caminhos para enfraquecimento
das instituições da República. Talvez seja o primeiro
passo de uma ponte para o passado. Além de tudo
isso, do ponto de vista prático, é necessário lembrar
que as forças armadas têm formação, na melhor das
hipóteses, para a salvaguarda da soberania nacional,
por melhor que seja a formação técnica de seus
oficiais.
Função diferente daquelas que são as das
polícias militar e civil. Alinhar as incumbências das
Forças Armadas e das polícias é enfraquecer ambas
ainda mais e inviabilizar, a longo prazo, as soluções
estruturantes que o quadro de segurança pública
exige.
A intervenção pode, na verdade, a longo
prazo, piorar o quadro da segurança. As
comunidades mais pobres, que já sofrem tanto com
51
a guerra às drogas, sofrerão ainda mais, com maior
arbitrariedade. E as questões de base, do crime
organizado, por exemplo, sequer devem ser tocadas.
Mas parece que pode redimir um governo que estava
caducando. E talvez ressuscite na opinião pública
(com a narrativa elogiosa que já está nos telejornais)
a velha política, que ainda ocupa os palácios.
"DESDE FHC, PRESIDENTES USAM FORÇAS
ARMADAS COMO GAMBIARRA"
O uso das Forças Armadas em operações de
segurança pública está longe de ser uma novidade.
A intervenção federal no Rio de Janeiro e a adoção
de ações recentes de Garantia da Lei e da Ordem
em estados como Pernambuco, Rio Grande do Norte
e Espírito Santo são parte de uma antiga estratégia
que se repete desde os anos 1990. Apesar do uso
frequente das forças, essas operações não geraram
resultados substantivos, até por seu caráter de
improvisação. Desde Fernando Henrique Cardoso,
os presidentes têm usado os militares como uma
espécie de gambiarra.
A análise é da pesquisadora Jacqueline
Muniz, professora do Departamento de Segurança
Pública da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Segundo ela, há ausência de relatórios que
demonstrem a “eficácia, eficiência e efetividade” das
ações já realizadas. Na entrevista a seguir, a
pesquisadora questiona a capacidade das Forças
Armadas de investigar a polícia local e reflete sobre
o risco de militares serem cooptados pela corrupção.
"Os soldados, além de não serem capacitados para
a ação cotidiana e individualizada de polícia, são
jovens sem experiência de rua."
https://www.cartacapital.com.br/sociedade/desde-fhc-
as-forcas-armadas-sao-usadas-como-gambiarra-diz-
pesquisadora
TÓPICOS RELACIONADOS:
SUSTENTABILIDADE, RELATÓRIO RUNDTLAND,
ANTROPOCENTRISMO, POLUIÇÃO ESPACIAL,
POLUIÇAO ATMOSFERICA,
O desenvolvimento das ciências, o avanço da
medicina e a cura das doenças E a questão
ambiental, a revolução dos computadores e da
Internet.
SUSTENTABILIDADE
É um termo que busca definir as atividades
e ações humanas que objetivem suprir as suas
necessidades, mas sem que isso precise destruir ou
comprometer o futuro das próximas gerações. A
ideia de sustentabilidade permite o completo e
complexo desenvolvimento da tecnologia e da nossa
sobrevivência, com todo o conforto, mas sem que
para isso, tenhamos que agredir o meio ambiente. o
conceito exige que possamos não explorar, mas
usufruir dos recursos o naturais de forma
inteligente.
ATUALIDADES
Ações relacionadas à sustentabilidade
• Florestas – usufruto da extração de matas e
florestas de forma controlada e com
replantio.
• Preservação de áreas verdes – todas as
áreas não utilizadas ou destinadas à
economia devem ser preservadas
• Consumo de produtos orgânicos – os
elementos orgânicos possuem menor
impacto e agressão à natureza
• Exploração mineral – a exploração de
combustíveis fosseis é por natureza
predatória e não sustentável, mas deveria
ocorrer de forma controlada e racional.
• Fontes energéticas – preferencialmente
deveriam ser utilizadas as fontes de energia
limpas e renováveis.
• Reciclagem sempre que possível de
resíduos sólidos
• Diminuição do desperdício de matéria prima,
como a água.
Para que um empreendimento seja considerado
sustentável ele precisa ser economicamente viável,
ecologicamente correto, socialmente justo e diverso.
CLUBE DE ROMA
Foi um grupo fundado em 1968 pelo italiano
Aurélio Peccei e pelo cientista escocês Alexander
King, que reuniu profissionais de diversas áreas em
uma vila em Roma. convidaram pessoas influentes
na época para discutirem diversos assuntos de
diversas áreas, como economia, política, meio
ambiente e desenvolvimento sustentável.
O resultado do Clube de Roma foi um relatório que
ficou conhecido como Relatório do Clube de Roma
ou Relatório Meadows (chefe da equipe que
elaborou o relatório, Dana Meadows) que tratava de
problemas que foram levantados e que foram
percebidos como impactantes a médio e longo prazo,
no desenvolvimento da humanidade, como as
questões energéticas, poluição, saneamento, saúde,
meio ambiente, tecnologia e o crescimento
populacional. Quando o livro foi publicado em 1972,
tornou-se o livro sobre ambiente mais vendido no
mundo, com mais de 30 milhões de copias.
O clube de Roma tem, entre os membros científicos,
acadêmicos, políticos, empresários, honorários e
associados. Consta entre os membros honorários o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
O relatório do Clube de Roma foi elaborado pelo
Instituto de Tecnologia de Massachusetts e os
cálculos matemáticos apontavam para uma
contradição no crescimento ilimitado e desenfreado
dos materiais de consumo e acabou por se tornar no
tema principal da agenda global.
A ideia era conscientizar os lideres mundiais e nos
responsáveis por tomadas de decisões relativas à
delicada interação entre o desenvolvimento
econômico humano e a fragilidade do planeta.
52
CONFERENCIA MUNDIAL SOBRE O HOMEM E O permitiam o desenvolvimento dos países, mas de
MEIO AMBIENTE forma sustentável. A Agenda 21 foi assinada por 179
A primeira Conferencia Mundial sobre o países.
Homem e o Meio Ambiente ocorreu em Estocolmo, Foi na ECO-92 que surgiram as bases para a
na Suécia, em 1972, foi promovida pela ONU elaboração do Protocolo de Kyoto de 1997, que
(fundada em 1945 no cenário do pós Guerra). Pela impunha normas e metas a serem cumpridas sobre a
primeira vez e em escala mundial, com vários redução da emissão de gases de efeito estufa, com
especialistas de diversas partes do mundo, foi prazo de redução de 5% até o ano de 2012.
possível debater sobre as questões ambientais, De todos os compromissos assumidos, quase nada
discutindo diversos temas relevantes como o ou muito pouco foi realmente feito até hoje.
crescimento da população mundial que na década de
70 era de cerca de 3,6 bilhões de habitantes, o uso CONFERENCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O
dos recursos naturais, alimentação, consumo MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO
crescente de água, poluição atmosférica, chuva SUSTENTÁVEL EM JOANESBURGO
ácida entre outros temas. No ano de 2002 foi realizada na África do Sul
Participaram na primeira Conferencia Mundial sobre a Conferencia das Nações Unidas sobre o Ambiente
o Meio Ambiente, 113 países de centenas de e o Desenvolvimento Sustentável em Johanesburgo,
instituições e Organizações não Governamentais que que ficou conhecida como Rio+10. O objetivo era
discutiram temas relativos ao meio ambiente. rever as metas que haviam sido estabelecidas na
Conferencia em 1992, ou as metas da Agenda 21.
Gráfico da população mundial Havia a esperança de que se pudesse
Ano Mundo África Ásia Europa construir uma ação global que pudesse conciliar o
desenvolvimento econômico com a preservação do
1 AD 300 000
ambiente, mas o debate ficou frustrado por que o
1000 310 000 que mais foi discutido foram problemas de cunho
1750 791 000 106 000 502 000 163 000 social, alavancados pela queda do World Trade
Center em 2001 nos EUA.
1800 978 000 107 000 635 000 203 000
O quarto encontro mundial sobre o Meio Ambiente
1850 1 262 000 111 000 809 000 276 000 novamente ocorreu no Brasil e ficou conhecido como
1900 1 650 000 133 000 947 000 408 000 Rio + 20, com a intensão de discutir os rumos que
1950 2 518 629 221 214 1 398 488 547 403 deveriam ser tomados para que realmente se
implantasse políticas voltadas para o
1955 2 755 823 246 746 1 541 947 575 184 Desenvolvimento Sustentavel para as próximas
1960 3 021 475 277 398 1 701 336 604 401 décadas, como a segurança alimentar, economia
1965 3 334 874 313 744 1 899 424 634 026 Verde, acesso a agua, produção e uso da energia e
dar continuidade à agenda 21 de 1992.
1970 3 692 492 357 283 2 143 118 655 855
1975 4 068 109 408 160 2 397 512 675 542
1980 4 434 682 469 618 2 632 335 692 431
AGENDA 21
1985 4 830 979 541 814 2 887 552 706 009
A Agenda 21 foi o resultado do que se
1990 5 263 593 622 443 3 167 807 721 582 discutiu na Rio 92 ou Eco-92. Foi um documento que
1995 5 674 380 707 462 3 430 052 727 405 alertou para que cada país refletisse, tanto local
2000 6 070 581 795 671 3 679 737 727 986 como globalmente sobre as questões ambientais e
buscasse soluções para os problemas
2005 6 453 628 887 964 3 917 508 724 722 socioambientais.
Pode-se dizer que a Agenda 21 foi um dos
Dos diversos tópicos discutidos na principais resultados da Conferencia e que é urgente
Conferencia, houve discordâncias quanto ao que haja uma mobilização de todos os setores da
desenvolvimento dos países desenvolvidos e sociedade para que busquem soluções para os
subdesenvolvidos, uns com a necessidade de reduzir problemas sócio ambientais de seus países. Se
as grandes emissões de gases poluentes e outros cada um fizer a sua parte, a repercussão será
justamente querendo buscar o desenvolvimento e planetária. É preciso mudar o modelo de
para isso, iriam despejar toneladas de gases desenvolvimento atual, fazer correções e
poluentes na atmosfera. reinterpretar o conceito de progresso.
No brasil há a CPDS (Comissão de Políticas de
ECO – 92 Desenvolvimento Sustentável) que é responsável
A segunda Conferencia Mundial sobre o pela coordenação das discussões referentes ao
Homem e o Meio Ambiente ocorreu no Rio de tema.
Janeiro no ano de 1992, buscou conciliar o As prioridades da Agenda 21 do Brasil estão
crescimento econômico e o desenvolvimento social focadas na inclusão social (acesso à educação,
com a proteção do meio ambiente. saúde e distribuição de renda), sustentabilidade tanto
A Conferencia foi um sucesso e dela resultou a das cidades como do campo, preservação dos
Agenda 21 que constava de uma série de ações que recursos minerais e naturais e a ética na política... ?

ATUALIDADES 53
Ações essas direcionadas para o desenvolvimento
sustentável.
Um dos grandes desafios é a desconstrução da
cultura que se criou no mundo do excessivo
consumo e do desperdício.
RELATÓRIO BRUNDTLAND (1987)
O conceito de sustentabilidade surgiu da
primeira Conferencia Mundial do Meio Ambiente e
Desenvolvimento, que gerou um documento
publicado em 1987 denominado de “Nosso Futuro
Comum”, mais conhecido como Relatório Brundtland.
Esse relatório foi elaborado pela Comissão
Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento e
trouxe um novo olhar sobre o desenvolvimento,
trazendo uma nova definição para o desenvolvimento
como sendo “um processo que satisfaz as
necessidades presentes, sem comprometer a
capacidade das gerações futuras de suprir suas
próprias necessidades”, sendo a partir daí o conceito
de desenvolvimento sustentável divulgado e debatido
em escala global.
O Relatório trouxe novas questões para serem
debatidas, como o “aquecimento global” que na
época foi uma novidade, a “destruição da camada de
ozônio”, entre outras.
O relatório trazia uma lista de ações que os países
deveriam adotar, definindo metas que deveriam ser
seguidas, mas que até agora, pouco ou nada
realmente foi feito.
ILHA DE LIXO NO PACÍFICO
Há uma concentração de lixo no oceano
Pacífico formada por toneladas de rejeitos, na sua
maioria plástico, que forma uma espécie de sopa
flutuante, que está a deriva, carregada pelas
correntes marítimas. A área equivalente dessa
imensa área de lixo poderia ser comparada a Região
Sudeste do Brasil, englobando o Rio de Janeiro, São
Paulo, Minas Gerais e Espirito Santo.
Os animais aquáticos e também os pássaros ficam
confusos com os estranhos objetos flutuando e ao
comerem tampinhas de garrafa, papel de bala,
tampas de caneta e toda uma infinidade de material
que foi descartado pelos humanos, acabam selando
o seu destino com uma trágica morte. Cerca de 27%
do lixo que foi coletado para estudo, era formada por
sacolas plásticas de supermercado.
AGUA DOCE SUPERFICIAL NO BRASIL
O Brasil possui uma das maiores reservas hídricas
do mundo, concentrando cerca de 15% da água
doce superficial disponível no planeta. Mas o
contraste na distribuição é enorme:
A região Norte, com 7% da população, possui 68%
da água do País, enquanto o Nordeste, com 29% da
população, possui 3%, e o Sudeste, com 43% da
população, conta com 6%.
Além disso, problemas como o desmatamento das
nascentes e a poluição dos rios agravam a situação.
Em conseqüência, 45% da população não tem
acesso aos serviços de água tratada e 96 milhões de
pessoas vivem sem esgoto sanitário. (Fonte:
Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do
ATUALIDADES
Meio Ambiente)
A agricultura é o setor que mais consome água no
país, cerca de 59%. O uso doméstico e o setor
comercial consomem 22% e o setor industrial fica por
último com 19% do consumo. Projeções feitas por
cientistas calculam que em 2025, cerca de 2,43
bilhões de pessoas estarão sem acesso à água.O
desperdício é outro grande problema. Na verdade, é
uma das causas para escassez. No Brasil 40% da
água tratada fornecida aos usuários é desperdiçad
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS:
Os cientistas após escavarem 20 anos, em
busca do lago Vostok , no subsolo do continente
Antártico, finalmente conseguiram alcançá-lo.
O lago Vostok está a mais de 4 000 metros
de profundidade e é formado por água doce
preservada há aproximadamente 15 milhões de
anos.
A perfuração teve que vencer 4 km de gelo,
porção de água que já era conhecida desde a
década de 70.
A importância está que essa água que ficou tanto
tempo preservada, pode conter espécimes de vida
primitivas, que por ficarem isoladas, preservaram as
características originais. Mas o mais importante é
que, se a vida ficou preservada por tanto tempo em
condições extremas de frio, sem luz, nutrientes, e
alta pressão, talvez seja um indicador de que em
outros planetas, asteróides ou luas, também seja
possível encontrar vida.
As luas de Júpiter: Calisto e Europa possuem
camadas de gelo que se assemelham as camadas
que cobrem o pólo sul do planeta Terra e, abaixo das
camadas de gelo intocadas das Luas, pode haver
lagos como o Vostok.
As análises da água somente irão ser divulgadas em
2013.
Em breve, uma sonda-robô irá ser enviada para
dentro do lago Vostok para coletar mais amostras de
água e também coletar sedimentos que estão no
fundo do lago.
A região em que o lago se encontra possui
temperaturas extremas como 89 graus negativos, o
que dificulta as pesquisas. Os cientistas somente
conseguem operar máquinas e fazer pesquisas em
breves espaços do verão Antártico, quando a
temperatura na região fica em torno de 40 graus
negativos.
Lago Vostok
54

Uma das dificuldades da escavação era
fazer com que a broca não congelasse, então,
misturava-se freón com querosene, mas também
precisavam cuidar para que tal mistura não entrasse
no lago contaminando-o.
Quando conseguiram atingir o lago, a pressão era
tanta que a água explodiu na forma de um jato de
água pela perfuração feita pela broca, mas como a
temperatura é muito baixa, rapidamente a água
congelou, fechando o buraco novamente.
Os aqüíferos do planeta representam 100 vezes
mais água do que há nos lagos e rios do planeta.
Maiores aquíferos do mundo:
Aqüífero Local Área
1º Arenito Líbia, 2,2 milhões km²
Núbia Egito, Chade,
Sudão
2º Grande Austrália 1,7 milhão km²
Bacia
Artesiana
3º Guarani Brasil, Uruguai, 1,2 milhão km²
Paraguai,
Argentina
A extração de água do Aquífero Guaraní não é
totalmente aproveitável, pois a partir de 400 m de
profundidade, a extração é tão cara que é mais
viável outras formas de obtenção de água potável.
A temperatura do Aquífero Guarani está entre 30ºC
e 60ºC, com alta concentração de flúor e minerais e
possui elevada salubridade nas camadas mais
profundas, sendo potável somente próximo à
superfície.
SALVADOR, Alexandre. Planeta Água sob a Terra.
Ambiente, Veja, 15 fev 2012 pg 86.
REGIÕES ABISSAIS
Hoje dispomos de grandes avanços
tecnológicos de navegação, tanto de superfícies de
mares e oceanos quanto às grandes profundidades
das fossas abissais, fato esse inimaginável para os
povos do passado e até mesmo, recentemente.
Com as recentes pesquisas do fundo do oceano, o
que se acreditava como algo desértico devido às
pressões, revelou-se como sendo o maior
ecossistema do planeta, maior até do que a
biodiversidade das florestas tropicais.
Mas a chegada do homem no fundo dos oceanos já
ocorre há muito tempo, pois a devastação que
estamos promovendo é algo desastroso e os
pesquisadores já chamam atenção para esse fato
com a progressiva destruição dos santuários de
corais.
Desde as plataformas continentais que atingem entre
200 e 250 metros de profundidade a partir da lamina
de água da superfície, passando pelo Talude
continental até o irregular fundo oceânico, com
média de 4 mil metros de profundidade, até as
ATUALIDADES
fossas mais profundas, que alcançam
aproximadamente 12 mil metros, são encontrados
produtos descartados pelos humanos, que ainda
utilizam os oceanos e mares para darem sumiço nos
seus rejeitos industrializados.
O mar profundo cobre cerca de 73% dos
oceanos e agora que a tecnologia conseguiu
estender os olhos dos cientistas para o fundo dos
oceanos, novos habitats e espécies de plantas e
animais estão sendo descobertos.
Os impactos humanos são percebidos no acumulo
de lixo e resíduos, na exploração econômica
oceânica e nas mudanças climáticas.
O despejo de lixo nos oceanos é proibido desde
1972 quando se realizou a primeira cúpula ecológica
do planeta, mas as leis não são obedecidas e navios
continuam despejando o lixo nos oceanos, assim
como as cidades despejam lixo nos rios que acabam
sendo carregados para os mares.
São encontrados resíduos altamente tóxicos como
mercúrio, chumbo e compostos orgânicos resistentes
(dioxinas) tanto em sedimentos como em organismos
de águas profundas.
Grandes impactos negativos acontecem no
fundo dos oceanos com a pesca exploratória e
também pela extração mineral, como do petróleo.
Mas também é percebida a progressiva acidificação
dos oceanos, palco de preocupação para os
diversos pesquisadores dessa área.
A PROTEÇÃO AOS OCEANOS DESDE A ECO-92
Segundo cientistas, pouco foi feito desde a
Eco-92 em relação a proteção da vida marinha.
Houve discursos de proteção a habitats-chave e
sobre a restrição a pesca, mas nada de prático foi
realmente feito no cenário global.
Segundo Jonathan BAillie, diretor de
conservação da Sociedade Zoológica de Londres,
nenhum dos compromissos assumidos pelos
governos para a proteção dos oceanos foi cumprido.
Para que os compromissos internacionais
sejam levados a serio, é preciso haver planos claros
com metas pré-estabelecidas, planejamento do
tempo de início das execuções e a verificação do
sucesso e fracasso das implantações, com
responsabilização dos governos.
A Austrália pretende criar a maior rede de reservas
marinhas do mundo, o que veio dar um novo animo
aos conservacionistas.
Promessas da Cúpula dos Povos de 1992 não
cumpridas:
• Estabelecimento de uma rede
ecologicamente viável de reservas marinhas
até 2012.
• Eliminação de subsídios que favorecem a
pesca ilegal
• Proteção dos habitats cruciais
• Cuidar da necessidade dos pescadores
locais
• Restauração dos estoques de pescados até
2015
Os subsídios não foram eliminados e a pesca ilegal
continua sem fiscalização.
55
 barragem sob responsabilidade da empresa
Atualmente, pouco mais de 1%dos mares estão Samarco, teve como mais afetada a cidade de:
protegidos. a) Arinos.
No ano de 2010 os governos concordaram b) Januária.
em ampliar para 10% até o ano de 2020, mas ao se c) Mariana.
analisar os rumos tomados até o momento, o plano d) Uberlândia.
de ampliação apenas ficará na intenção. e) Vitória.
Os oceanos são uma das principais Resposta c
preocupações da Rio+20 e uma proposta
interessante é a criação de reservas marinhas em Ano: 2016Banca: FUNRIOÓrgão: IF-PAProva: Assistente em Administração (+
águas internacionais. Junto com essa proposta vem provas)
a de os países ricos se comprometerem em auxiliar 03- O rompimento da barragem da Samarco em
os países pobres com tecnologia e eliminar novembro de 2015 é o maior desastre do gênero
gradualmente subsídios para a pesca predatória, o da história mundial nos últimos 100 anos. Se for
que daí já começa a entrar água nessa canoa, pois considerado o volume despejado – 50 a 60
há pouco interesse dos países mais ricos aprovarem milhões de metros cúbicos –, o acidente em
tais propostas. Mariana (MG) equivale, praticamente, à soma dos
Fonte: Richard Black outros dois maiores acontecimentos do tipo já
registrados no mundo, ambos nas Filipinas.
OBS: Durante a Eco – 92 houve o compromisso da A barragem da Samarco em Mariana era
erradicação da miséria, compromisso esse que é a) uma represa agrícola.
para ser reiterado na Rio + 20... e assim os anos vão b) uma usina hidrelétrica.
passando em duplas dezenas, sem nada acontecer! c) uma barragem de betão.
Enquanto o nosso IDH ronda a 84º posição do d) uma barragem de rejeitos.
ranking dos 187 países avaliados com tal índice, com e) uma barragem de enrocamento.
uma nota medíocre de 0,718, o nosso PIB faz parte Resposta d
do 6º maior do planeta, ou seja, está muito claro que
há uma enorme e crescente concentração de renda Ano: 2015Banca: IESAPÓrgão: EPT - MaricáProva: Assistente Técnico Analista
na mão de alguns e um abandono do outro lado de Sistemas
dessa moeda. 04- Considere o texto sobre evento ocorrido
Houve sim uma inclusão de cerca de 53 milhões de recentemente, no Brasil:
pessoas entre os anos de 2003 a 2011 em uma clara “A enxurrada de lama formada após o
melhora social e economia, mas a comparação entre rompimento de duas barragens da mineradora
o IDH e o PIB do país alerta para um crescimento da Samarco, em Mariana, em 5/11/2015, avançou
desigualdade social. pelo leito do rio Doce”.
O acidente ocorreu no seguinte Estado:
Hoje há 17 milhões de brasileiros vivendo na linha da a) Rondônia
miséria, ao passo que a classe média está composta b) Mato Grosso
por cerca de 52% da população. c) Minas Gerais
Há a necessidade de investimentos em educação d) Rio Grande do Sul
publica de qualidade, programas de apóio a área de
saúde e segurança alimenetar que possibilitarão resposta: c
decisivamente a inclusão socioeconômica e
possibilitarão o crescimento do país. Ano: 2012Banca: ESAFÓrgão: MIProva: Analista Técnico - Administrativo
Conoy, Carlos Heitor. FSP A2 opinião 17 de junho 05-O desmatamento, quando realizado de forma
2012 descontrolada, é a principal causa de depredação
do solo e pode causar gravíssimos desequilíbrios
no: 2015Banca: EXATUS-PRÓrgão: Prefeitura de Nova Friburgo - RJProva: nos ecossistemas naturais e modificados pelo
Guarda Municipal (+ provas) homem. Com relação às áreas sensíveis
01-A lama de rejeitos da barragem da Mineradora ambientalmente que devem ser preservadas do
Samarco que rompeu no início de novembro desmatamento (áreas de preservação
passado atravessou quantos Estados até chegar permanente), assinale a assertiva correta,
ao Oceano Atlântico? referente à legislação ambiental brasileira.
a) 01 (um) Estado.
b) 02 (dois) Estados. a) Pode se desmatar na beira das lagoas.
c) 03 (três) Estados. b) Pode se desmatar no topo de morros.
d) 04 (quatro) Estados. c) Pode se desmatar na beira das nascentes.
resposta: b d) Pode se desmatar vegetação de fixação de
dunas.
Ano: 2016Banca: FAUÓrgão: Prefeitura de Chopinzinho - PRProva: Procurador e) Pode se extrair lenha das florestas plantadas não
Municipal consideradas de preservação permanente
02-A tragédia ocorrida em Minas Gerais, no início resposta: e
de novembro de 2015, com o rompimento da

ATUALIDADES 56
Ano: 2014Banca: CESGRANRIOÓrgão: PetrobrasProva: Técnico(a) de Projetos,
Construção e Montagem Júnior - Mecânica
06- Sobre o efeito estufa, verifica-se que
a) é gerado pelos gases que formam a atmosfera e
que não conseguem reter o calor que vem do solo.
b) é um fenômeno natural por meio do qual a Terra
procura conservar constante a sua temperatura.
c) torna a Terra um planeta com condições muito
mais favoráveis à vida, quando não está presente.
d) é um efeito provocado pelas atitudes
inadequadas do homem.
e) provoca o aquecimento ou o resfriamento do
planeta, de acordo com a estação local, sem
alterações climáticas sensíveis
resposta: b
Ano: 2012Banca: CESGRANRIOÓrgão: PetrobrasProva: Técnico de Exploração
de Petróleo Júnior
07- Considera-se como a principal causa do
efeito estufa o(a)
a) aumento na incidência dos raios cósmicos.
b) diminuição na incidência dos raios cósmicos.
c) diminuição da inclinação do eixo terrestre.
d) absorção, por determinados gases presentes na
atmosfera, de parte da radiação solar refletida pela
superfície terrestre.
e) reflexão total, por determinados gases presentes
na atmosfera, da radiação solar incidente na Terra.
Resposta: d
MICHEL TEMER INAUGURA O EIXO LESTE
O presidente da República, Michel Temer,
inaugurou o eixo leste da transposição do Rio São
Francisco e as cidades do projeto a serem visitadas
foram Sertânia, em Pernambuco, e Monteiro, na
Paraíba.
A integração do São Francisco tem como objetivo
levar água a cerca de 12 milhões de pessoas que
vivem no sertão de quatro estados – Pernambuco,
Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.
O projeto se estende por 477 km e é dividido nos
eixos leste, com 217 km, e norte, com 260 km.
Os debates para realizar a transposição
começaram no primeiro mandato do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. As obras tiveram início em
2007 e a previsão inicial era que todo o projeto fosse
concluído em 2012, ao custo de R$ 4,5 bilhões, mas
somente agora o primeiro eixo está sendo
inaugurado, e os investimentos já passaram dos R$
8,2 bilhões.

TÓPICOS RELACIONADOS: Eixos leste e norte

Fonte A estimativa do governo é que o eixo leste
Crise Hídrica no Nordeste beneficie 4,5 milhões de pessoas em 168 municípios
Região nordesde da Paraíba e de Pernambuco.
Rios perenes
Relevo Segundo o Palácio do Planalto, o eixo norte
Hidrografia está 94,52% concluído e visa complementar o
Rios aéreos abastecimento da região metropolitana de Fortaleza,
no Ceará.
TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO
A Transposição do Rio São Francisco não é Problemas na transposição hídrica
uma ideia recente, mas sim, já existe desde a época Não foi somente o Brasil que tentou fazer
em que D. Pedro I governava o Brasil. uma transposição de aguas. Durante a existência da
A seca que atinge o nordeste brasileiro é então União das Republicas Socialistas Soviéticas,
recorrente com épocas de épocas de grande rigor e um megaprojeto de transposição das águas dos rios
foi palco de preocupação no ano de 1824 pelo Amu Darya e Syr Darya resultaram no assoreamento
imperador que tentou buscar soluções para a do Mar de Aral, levando-o ao colapso.
extrema seca, mas embora projetos tenham sido
elaborados, faltavam tecnologia e recursos Mar de Aral
financeiros para empreendimentos de engenharia na
região.
Durante o governo de Getúlio Vargas a
retirada das águas do São Francisco também foi
cogitada, assim como durante os governos militares
e de próprio Fernando Henrique Cardoso, mas nunca
saiu do papel.
Após anos de construção tendo iniciado no
governo Lula e continuado com o governo Dilma, as
obras do eixo leste foram inauguradas pelo
presidente Michel Temer em março de 2017, que
assumiu a presidência após o afastamento da então
presidente Dilma Rousseff.

ATUALIDADES 57
 A transposição tinha um fim com roupagem
de algo benéfico, com produção de diversos
alimentos como arroz, cereais, melões e
depois algodão.
A excessiva retirada de água muito superior
à sua reposição levou a perda de 80% do seu
volume e 60% do seu tamanho, sem contar o grave
colapso no seu ecossistema.
Há um diferencial no projeto do São
Francisco que foi a recuperação das margens do rio
que estavam muito degradadas.
Durante o governo Dilma, a recuperação da mata
ciliar andou com a lentidão de uma lesma, pois o viés
ambiental “atrapalha” os setores investidores por
encarecer demasiadamente a obra!
A natureza já demonstrou que tamanha
alteração pode resultar no oposto do que se
pretendia, desertificando ainda mais a região
atingida, ainda mais com os níveis cada vez mais
baixos apresentados pelo rio nas marcações da
Barragem de Sobradinho.
O custo da integração das bacias ficou em
cerca de 10 bilhões de reais e tal valor, ao contrário
do que tanto é propalado, não irá resolver a seca do
nordeste, mas sim, conseguira abranger apenas
0,5% do território do semiárido nordestino,
beneficiando, segundo especialistas, apenas 0,3%
da população.
De todo o volume de água deslocado, cerca de 70%
será destinado para a irrigação da agricultura, 26%
para o uso nas cidades e indústrias e 4% para a
população “difusa”.
Na real, o grande problema do nordeste
nunca foi a seca, mas sim, as CERCAS.
Seria muito curioso se as áreas adjacentes
aos canais pudessem ser utilizadas para o benefício
da agricultura familiar, gerando milhares de
empregos, renda e alimentos de qualidade, sem o
uso de agroquímicos, multiplicando as benesses do
rio, mas ao que tudo indica, as cartas que estão
sendo marcadas irão para as mangas dos grandes
coronéis que sempre comandaram o Sertão.
Poderosos agroquímicos
Há um questionamento sobre as regiões já
plantadoras de culturas que se utilizam muito
agrotóxicos nas proximidades do rio, regiões essas
de Petrolina e Juazeiro, com águas que talvez ao
serem transpostas, não seriam próprias para o
consumo humano ou de qualquer outro animal ou até
mesmo para a irrigação.
Esperança para a população
Com todas as adversidades levantadas e
problemas técnicos, a obra traz, com certeza,
grande esperança e animo para a população que
mais sofre com a seca no Brasil.
Fonte:
https://www.cartacapital.com.br/blogs/brasil-
debate/a-transposicao-do-sao-francisco-nao-e-
so-festa
ATUALIDADES
TRANSPOSIÇÃO
Em 2016 concretizou-se a transposição do
eixo leste (217 km) das águas do Rio São Francisco
para o sertão da Paraíba, especificamente para a
bacia do rio Paraíba, local que sofre historicamente
com as agruras da seca.
Os estados que receberão as águas do São
Francisco são Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do
Norte e o Ceará, região essa conhecida como o
Nordeste Setentrional na área conhecida como o
Polígono das Secas e onde também está a
população mais pobre do país.
A hidrografia da região
O rio Parnaíba (foz em delta) é um
importante rio que faz a divisão entre o Piauí e o
Maranhão, rio esse que é o único de regime perene
em uma vasta área do nordeste, até o Rio São
Francisco que também é perene.
A geografia da região e as condições
edafoclimáticas permitem que o rio Parnaíba tenha
um bom volume de água durante o ano todo, mas
sem sobra de agua, diferentemente do rio São
Francisco, que além de ser perene, após as
intervenções desde a década de 70, com a
construção de complexos hidrelétricos (Hidrelétrica
de Sobradinho 1973-1979 dos governos militares)
tornou o curso do rio abaixo de Sobradinho um rio
artificial, com cheias controladas pelos lagos das
barragens.
Acima de Sobradinho, a água represada do
São Francisco permite sobra de agua, principalmente
nas épocas de excessivas chuvas.
A promessa de fazer a obra do São
Francisco foi exposta pelo então candidato à
presidência Ciro Gomes que acabou não vencendo
em 2003, perdendo para o candidato Lula, que o
chamou para coordenar o projeto da Transposição.
Toda a transposição foi realizada com
engenheiros brasileiros que tocaram toda a obra
buscando soluções aqui no país, provando que a
58
nossa engenharia e soluções encontradas são de
grande qualidade.
A água é bombeada do Rio São Francisco
para um desnível de cerca de 200 metros e por
gravidade, escorre por canais construídos até os
pontos de foz.
POLÍGONO DAS SECAS
O Nordeste do Brasil é assolado por
conhecidas estiagens desde a época do Brasil
colônia.
Entre os anos de 1877 e 1879 do governo
de D. Pedro II, ordenou-se a construção de açudes
para diminuir o sofrimento da população daquela
época. Será que havia superfaturamento de obras
públicas por empreiteiras também naquela época?
A denominação de Polígono das Secas
surgiu quando um grupo de estudiosos passou a
delimitar as regiões afetadas pela seca em 1951, que
atinge os Estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do
Norte, Paraíba, Pernambuco e o norte da Bahia.
O Maranhão não fazia parte da delimitação
do “Polígono” original por que a seca não atingia
essa área, mas atualmente vem sofrendo com a
seca progressiva, ou seja, a área atingida pela
carência de água veio aumentando nos últimos 25
anos.
Qual é o motivo do aumento da área seca?
Segundo os especialistas, é a forma predatória de
ocupação do solo, onde desde o século XVI busca-
se explorar o máximo da terra, como se fosse um
bem inesgotável, como uma indústria que busca
produzir o máximo possível por dia.
No caso da terra, houve a máxima
exploração sem a preocupação com o esgotamento
do solo, agravados pela retirada de água de
profundidade, que só faz agravar a situação.
Durante diversos anos ocorreu um desmatamento
excessivo da vegetação ciliar e da vegetação que
margeiam e protegem as nascentes dos rios. Sem
ATUALIDADES
árvores e sem a vegetação ciliar, os rios e as fontes
de água ficam sem suporte e acabam secando.
O problema da seca no nordeste está no
desmatamento exacerbado, focado na ótica
econômica, esquecendo os produtores que o meio
ambiente não segue regras dos bancos ou das
bolsas de valores, além de ter sido implantadas
políticas ineficiente e completamente equivocadas,
que agravaram as áreas já sofridas.
A indústria da seca tem razão dessa
alcunha, pois as políticas voltadas para “acabar com
o sofrimento da população”, como se os órgãos
responsáveis estivessem realmente preocupados
com a população, vem desde o longínquo 1909,
quando criou-se a Inspetoria de Obras Contra a
Seca, o primeiro órgão de combate a seca.
Como não funcionou, criaram em 1919 a
Inspetoria Federal de Obras Contra a Seca que não
funcionou, mas consumiu muitos recursos.
Em 1945, o nome mudou para Departamento
de Obras Contra a Seca que também, não funcionou.
Todos esses órgãos buscaram solucionar o
problema da seca através de obras para armazenar
água no intuito de suprir a população, as áreas
agrícolas e a criação de gado.
Ao que parece, todas as políticas foram
inócuas, mas consumiram bilhares de recursos.
Todas as vezes que os governos pediram recursos
para a seca, foram atendidos pelos seus devidos
correligionários do governo federal, que liberaram
recursos para fazer obras para a população sofrida,
cestas básicas, caminhões e claro, perdão das
dívidas de empréstimos feitos por empresários e
fazendeiros que se viram também prejudicados pela
seca e que fazem também parte da população
sofrida. Daí então, a indústria da seca. As políticas e
os políticos nunca resolveram nada a não ser, claro,
os seus problemas financeiros.
Sobre a seca no nordeste do Brasil, os Estados
que fazem parte do polígono das secas original
são, exceto:
a) Piauí
b) Rio Grande do Norte
c) Paraíba
d) Ceará
e) Maranhão
Resposta: letra E
Atualmente percebe-se que as políticas
sucessivas para combater a seca não tiverem
êxito e a área mostrou-se ampliada, atingindo até
o Maranhão.
Sobre o polígono das secas, marque a alternativa
que não condiz com a realidade:
a) O polígono das secas é uma área que foi
delimitada quando um grupo de cientistas
identificou áreas atingidas pelas secas do
nordeste em 1951
b) As políticas que buscam combater as secas
no nordeste começaram a partir dos
governos militares em 1964.
59
 c) As políticas voltadas para solucionar o
problema das secas no nordeste até hoje se
mostraram ineficientes e equivocadas.
d) O primeiro órgão criado para solucionar o
problema das secas no nordeste foi a
Inspetoria de Obras Contra a Seca, em
1909.
e) Desde D. Pedro II é que há políticas que
visam abrandar os efeitos da seca no
nordeste do Brasil
UM PROJETO HISTÓRICO
A Transposição, um projeto dos tempos do
Império
A seca de 1991 a 1993 foi menos intensa, mas foi
ampla, atingindo também Fortaleza, no Ceará, e
Campina Grande, na Paraíba. Ciro Gomes, então o
governador do Ceará, construiu o Canal do
Trabalhador em apenas 90 dias para abastecer
Fortaleza, trazendo águas do Rio Jaguaribe. Na
Paraíba, o governador na época, Cícero Lucena,
pleiteou sem sucesso recursos federais para
construir a adutora de Moxotó para abastecer
Campina Grande com águas do Rio São Francisco.
Em âmbito nacional, o ministro da Administração e
da Integração Regional do governo Itamar Franco,
Aluízio Alves, apresentou um projeto semelhante ao
de Mario Andreazza, mas prevendo a retirada de
apenas 150 metros cúbicos do Rio São Francisco, a
ser realizado em 180 dias em caráter emergencial. A
seca terminou em 1994 e o projeto não chegou a sair
do papel.
Fernando Henrique Cardoso
outorga pela Agência Nacional de Águas para usar
300 metros cúbicos por segundo para um mega
projeto de irrigação, e assim não seria possível
captar mais água sem comprometer o funcionamento
da Hidrelétrica de Sobradinho. A polêmica durou até
o final do governo Fernando Henrique. A solução foi
reduzir a vazão de água na captação do Projeto de
Integração do Rio Francisco.
A vez de Lula
Luís Inácio Lula da Silva, chegando à presidência,
deparou com problemas em licitações, liberações
ambientais e protestos populares contra a execução
da obra, como a do bispo baiano Luiz Flávio Cappio,
que impetrou uma greve de fome de 10 dias em
protesto apoiado por ambientalistas de todo o país.
Em agosto de 2007, foram iniciadas as obras dos
canais de aproximação no Reservatório de Itaparica
(Eixo Leste) e em Cabrobó (Eixo Norte) – veja o
mapa.
É o mesmo local de onde, um século e meio antes, o
governo imperial pretendia captar água.

De acordo com o coronel Ferreira, a seca de 1997 a

1999 foi ainda mais abrangente. Desta vez, entraram
em colapso os sistemas de abastecimento de água
de Fortaleza, do Recife, Caruaru (PE), Campina
Grande (PB) e de João Pessoa. “O Recife era
abastecido por água que vinha de navio, da Bahia.
Na Paraíba o transporte de água até o município de
Soledade era feito de trem e chegava ao preço de
um grama de ouro o metro cúbico”, conta.
Assim, mais uma vez, a ideia da transposição de
águas do Rio São Francisco voltou à pauta. O
governo do presidente Fernando Henrique Cardoso
determinou a elaboração de um projeto de
transposição inicialmente com um eixo, de Cabrobó
ao Ceará. O então governador de Pernambuco,
Miguel Arraes, demandou que o governo federal
ampliasse o projeto, incluindo o que é hoje o Eixo
Leste. Seriam retirados 28 metros cúbicos por
segundo pelo Eixo Leste, sendo 10 metros cúbicos
para a Paraíba e 18 para Pernambuco. Pelo Eixo
Norte, seriam retirados 99 metros cúbicos por
segundo, sendo 10 para Pernambuco, 10 para a
Paraíba, 37 para o Rio Grande do Norte e 42 para o
Ceará. Ou seja: um total de 127 metros cúbicos por
segundo de retirada de água, que beneficiaria 188
cidades. O custo estimado era de R$
2.689.340.791,32.
Contudo, um grupo de empresas, entre elas a
Odebrecht e a OAS Engenharia, havia obtido uma

ATUALIDADES 60