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Execução Fiscal
CEJ
Concursos públicos para juiz federal terão edital único p. 3
Nova sede
Lançada pedra fundamental do prédio do CJF p. 11
Série Planejamento Estratégico
Projeto Gráfico
CEJ
Regras iguais
Comitê das Escolas da Magistratura Federal aprova unificação dos editais para concursos de juiz federal
Padronização, facilidade e otimização. Estas são as
principais vantagens da unificação dos editais de concursos
públicos para a magistratura apontadas por dois pretendentes
ao cargo de juiz federal. Segundo os advogados - o carioca
Felipe Calzione, 35 anos, e a brasiliense Samantha Costa, 28
anos -, a unificação dos editais é uma idéia “sublime”. “Acredito
que com os editais dos certames padronizados a leitura, a
compreensão e o resultado final serão bem melhores”, diz
Samantha. Calzione acrescenta que as dúvidas, até então
carro-chefe dos candidatos ao lerem um edital, serão
sanadas: “A aprovação em concursos para juízes começa na
leitura do edital. A igualdade das regras de seleção para todos
os estados brasileiros vai ajudar muito na aprovação”.
Atualmente, os editais de concursos para a carreira de juiz
federal diferem entre si. O número de etapas, por exemplo,
pode ser diferente em cada Tribunal Regional Federal.
Alguns realizam cinco etapas (provas escrita, discursiva,
oral, investigação social e avaliação de títulos), outras seis
(acrescentam a etapa de sindicância de vida pregressa)
e há tribunal que realiza apenas quatro fases. Também
existem diferenças no período de inscrições, nos conteúdos
programáticos e no prazo entre o final das inscrições e a
aplicação da prova – que difere entre um mês e três meses. A advogada Samantha Costa: padronização dos editais facilitará a compreensão
O coordenador-geral da Justiça Federal e diretor do
Centro de Estudos Judiciários (CEJ) do CJF, ministro Gilson de 2008. O cronograma de trabalho deve estar finalizado até
Dipp, reuniu-se no dia 29 de outubro com os presidentes dos abril. “A intenção do comitê é juntar a programação das escolas
cinco TRFs e diretores das Escolas da Magistratura Federal. e do CJF.”, explica.
Na ocasião, eles decidiram que o Comitê das Escolas da
Magistratura Federal (Cemaf ), presidido pelo ministro Dipp Programação para 2008
e formado pelos diretores das escolas, ficará responsável Na reunião foi discutida ainda a programação de cursos e
por padronizar essas diferenças e criar um modelo de eventos de capacitação a serem promovidos conjuntamente
regulamento unificado de seleções para juizes federais. pelo CEJ/CJF e pelas cinco escolas em 2008. De acordo com o
O Cemaf foi criado com a finalidade de uniformizar regras ministro Dipp, o CEJ passará a atuar em estreita sintonia com as
para a seleção e o aperfeiçoamento dos juízes federais, de escolas, de modo a otimizar o aproveitamento dos magistrados
acordo com as diretrizes estabelecidas no Plano Nacional em ações de capacitação. Uma das diretrizes apontadas pelo
de Aperfeiçoamento e Pesquisa para Juízes Federais (PNA), ministro foi priorizar a participação dos próprios juízes federais
aprovado pelo CJF e disciplinado pela resolução nº 576. O como palestrantes e docentes. “Temos de prestigiar a prata da
Comitê discutirá a realização do concurso em duas etapas: uma casa”, afirmou.
composta pela aplicação de provas e outra pela participação Dentre os temas a serem objeto de eventos em 2008,
em curso de formação, conforme preconizado em resolução foram levantados a presença do Estado na Região Amazônica, a
da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de judicialização das políticas públicas na área da Saúde e o Direito
Magistrados (Enfam). Ambiental. O CEJ/CJF também está preparando um curso de
De acordo com a secretária de Ensino do CEJ, Jaqueline pós-graduação sobre cooperação jurídica internacional, além
Mello, que também secretaria as reuniões do Cemaf, este de cursos a distância (on-line) sobre técnicas de conciliação e
começará a trabalhar na uniformização das regras no início de administração de varas e gabinetes.
TNU
Gerente de banco
condenada
A TNU manteve condenação de
uma gerente de banco que descumpriu
determinação de um juiz do Trabalho, em
julgamento realizado em 23/11, no JEF do
Rio de Janeiro (RJ).
Foto: André Camodego/TRF2
TNU
Coordenador Geral
Intercâmbio com Moçambique Reunião da
A troca de experiências entre o
CJF e o Centro de Formação Jurídica
terrorismo e lavagem de dinheiro.
Formada por membros do Ministério
OCDE em Paris
e Judiciária (CJFF) de Moçambique Público e do Poder Judiciário O ministro Gilson Dipp participou
foi a proposta apresentada pelo daquele país, a comitiva está no na semana de 4 a 7 de dezembro,
coordenador-geral da Justiça Fe- Brasil para conhecer a estrutura e em Paris, na França, de reunião
deral, ministro Gilson Dipp, ao forma de atuação do Ministério Pú- da Organização para Cooperação
receber no dia 14/11 missão oficial blico e da Justiça Federal. Trata-se de e Desenvolvimento Econômico
daquele país. O intercâmbio deve programa de intercâmbio realizado (OCDE). Na reunião, o Brasil foi
contemplar principalmente o direito por intermédio da Organização das avaliado quanto à implementação
de comunidades, problemas agrários Nações Unidas para a Agricultura e da Convenção Internacional
e combate ao financiamento do Alimentação (FAO). sobre o Combate à Corrupção de
Funcionários Públicos Estrangeiros.
O ministro Dipp integrou a delegação
brasileira na reunião, porque foi
uma das autoridades entrevistadas
neste ano pela equipe técnica da
Foto: Cícero Bezerra
Patrono da ENCCLA
O ministro Gilson Dipp recebeu atualização da ENCCLA, realizado de dinheiro, que tiveram início em
no dia 30/11, dos ministros da Justiça, em Itaipava (RJ), representando 2001, no CJF, com a formação de uma
Tarso Genro, e do Controle e da o presidente do STJ/CJF, ministro comissão para estudo do tema. De
Transparência, Jorge Hage, placa na Barros Monteiro. acordo com ele, é uma homenagem
qual é nomeado patrono da Estratégia A homenagem deve-se aos a todo o Judiciário brasileiro, em
Nacional de Combate à Corrupção e serviços prestados pelo ministro no especial à Justiça Federal, que
à Lavagem de Dinheiro (ENCCLA). combate aos crimes contra o Sistema participa desde o início desse esforço
Ele participou de encontro para Financeiro Nacional e de lavagem contra a criminalidade.
Informatização
Notas
Especial Aposentadoria
Planejando o futuro
A Secretaria de Recursos Humanos do CJF elaborou estudo sobre as regras legais para aposentadoria no serviço
público. O estudo mostra que magistrados e servidores podem se enquadrar em três tipos de regras, cada uma com
requisitos e benefícios diferentes.
Até 1998, os servidores públicos sabiam que bastava Região, eles esclareceram dúvidas sobre o tema durante
cumprir um tempo mínimo de serviço para se aposentar as comemorações do Dia do Servidor Público naquele
com proventos integrais. A Emenda Constitucional nº órgão. Com o mesmo intuito, a Folha do CJF inaugura
20/1998 inaugurou a Reforma Previdenciária, que alterou série especial de reportagens que pretende contribuir
a sistemática de aposentadoria e pensões dos servidores para o esclarecimento da Reforma da Previdência no
públicos. Hoje existem inúmeras regras que disciplinam serviço público. Nesta edição, o leitor vai saber quais
a concessão desses benefícios. os tipos de aposentadorias existentes e em qual tipo o
Os servidores da Secretaria de Recursos Humanos servidor pode se enquadrar. A próxima edição vai tratar
do CJF Alzira Lúcia Fidelis e Márcio Cerqueira são das hipóteses que contemplam o direito à integralidade,
estudiosos do assunto. Convidados pelo TRF da 5ª à paridade e ao abono de permanência.
Especial Aposentadoria
16/12/1998 (EC 47/030) e até 31/12/03 no artigo 40 da CF, seja redação previstos nos artigos 2º e 6º da EC
(EC 41/03); e original ou a redação da EC/20/98, 41/2003 e artigo 3º da EC 47/2005
3)regra geral, para ingressos após e no artigo 8º da EC 20/1998 (vide (vide tabela 3).
31/12/03(EC 41/03). tabelas 1 e 2).
Folha do CJF – E quanto à regra
Folha do CJF - Como funciona a Folha do CJF - Quais são as geral?
aposentadoria pelo direito adquirido regras de transição e como se pode SRH - As aposentadorias pela
e quem pode se enquadrar nela? aposentar por elas? regra geral estão previstas no artigo
SRH - Os tipos de aposentadoria SRH - Os tipos de aposentadoria 40 da CF, com redação das EC 20/98 e
pelo direito adquirido estão previstos pelas regras de transição estão 41/03 (vide tabela 4).
Voluntária, por idade, 65 anos de idade, se homem, 10 anos de efetivo exercício no serviço público; 5 anos no cargo efetivo. 65
proventos proporcionais. e 60 anos se mulher. anos de idade, se homem, e 60 anos se mulher.
53 anos de idade, se homem, e 48 anos, se mulher; 5 anos de efetivo exercício no cargo em que se dará a
Voluntária, proventos aposentadoria; tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de: a) 35 anos, se homem, e 30 anos, se mulher;
integrais. e b) um período adicional de tempo de serviço de 20% que faltaria para atingir o limite de 35 anos, se homem, e
30 anos se mulher.
53 anos de idade, se homem, e 48 anos, se mulher; 5 anos de efetivo exercício no cargo em que se dará a
Voluntária, proventos aposentadoria; tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de: a) 30 anos, se homem, e 25 anos, se mulher;
proporcionais. e b) um período adicional de tempo de serviço de 40% que faltaria para atingir o limite de 30 anos, se homem, e
25 anos se mulher.
Especial Aposentadoria
REQUISITOS ART. 3º
TIPO REQUISITOS ART. 2º EC 41/2003 REQUISITOS ART. 6º EC 41/2003
EC 47/2005
TIPO REQUISITOS
Invalidez, proventos
Laudo médico expedido por junta médica oficial, especificando a doença na forma da lei.
integrais.
Invalidez, proventos
Laudo médico expedido por junta médica oficial, especificando a doença.
proporcionais.
Compulsória, proventos
70 anos de idade.
proporcionais.
Voluntária, proventos 10 anos de efetivo exercício no serviço público; 5 anos no cargo efetivo. 60 anos de idade, se homem, e 55 anos se
integrais. mulher; 35 anos de tempo de contribuição, se homem, e 30 anos se mulher.
Voluntária, por idade, 10 anos de efetivo exercício no serviço público; 5 anos no cargo efetivo. 65 anos de idade, se homem, e 60 anos
proventos proporcionais. se mulher.
Especial Aposentadoria
Sonho adiado
Servidores contam como conquistaram o direito à aposentadoria
Foto: Rayssa Coe
As mudanças na legislação que rege todos os cargos que almejava
a aposentadoria no serviço público e essa é a hora de curtir a vida
fizeram muitos servidores adiarem o de forma tranqüila. Valmir
momento de encerrar um ciclo na vida trabalha há 35 anos, sendo 31
profissional. Valmir Rosa e Alcides Diniz no serviço público e quatro
são exemplos de quem está prestes a na iniciativa privada. “Agora
cumprir o restante da jornada. Denise irei viajar muito com minha
Soares acaba de se aposentar, mas já família e gozar o resto da vida
faz planos para voltar à ativa. Saiba de maneira tranqüila, sem
como eles se enquadraram na nova estresse”, afirma.
legislação e conquistaram o direito à Há 35 anos servindo a
aposentadoria. Justiça Federal, o economista
Há 19 anos trabalhando no Conselho e secretário-geral do CJF
da Justiça Federal (CJF), o servidor Alcides Diniz da Silva, 53 anos, Alcides Diniz: expectativas frustradas com as regras de transição
público Valmir Oliveira Rosa, 53 anos, vai se aposentar em setembro
está perto de finalizar sua contribuição ao de 2008. Se não fossem as mudanças na mais a companhia de minha família.
Estado. Isso porque dentro de três anos legislação, ele poderia ter se aposentado Vou me dedicar a trabalhos sociais e
e meio o economista vai se aposentar. há alguns anos. “Tinha a intenção de provavelmente atuar nas áreas política
Ele comemora a aposentadoria, me aposentar em 1998, mas vi minhas e empresarial. Estou satisfeito”, conclui
que segundo ele, já está na hora de expectativas frustradas com as regras de o secretário.
acontecer. “Nas duas últimas reformas transição. Por isso tive que adiar a data Denise Costa Soares, 60 anos, está
da lei, em 2000 e 2003, saí prejudicado. para poder aposentar voluntariamente aposentada há menos de um mês, mas
Era para eu estar aposentado há mais ou com os proventos integrais e a paridade”, já se sente uma veterana. A pedagoga
menos cinco anos”, disse. O servidor explica. “Hoje dependo apenas da se aposentou em novembro deste ano,
conta que profissionalmente já atingiu idade para cumprir os requisitos para após contribuir durante 26 anos no
aposentadoria”, acrescenta. serviço público e quatro na área privada.
O secretário observa que “Aposentei bem, com proventos inte-
já conquistou tudo o que grais. Estou muito feliz. Poderia ter me
podia profissionalmente, aposentado mais cedo, mas infelizmente
uma vez que ingressou no não deu, em razão das mudanças na lei”,
serviço público em 1972, disse. Denise trabalhou durante 18 anos
como datilógrafo. “De lá na área criminal da Seção Judiciária do Rio
pra cá já passei pelo cargo de Janeiro. O restante da sua carreira foi
de auxiliar judiciário, dividido entre a Câmara Municipal do RJ
chegando a analista por e uma empresa privada. “Me dediquei
meio de concurso interno”, ao máximo à minha carreira. Agora
diz. Alcides Diniz comenta é hora de descansar, curtir a família
que tem um temperamento e os filhos. Estou realizada”, afirma.
irrequieto e, por isso, Denise pretende tirar umas “férias”
depois que se aposentar e depois voltar a trabalhar, mas ainda
vai continuar trabalhando. não sabe com o quê nem onde. “Moro
Foto: Rayssa Coe
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Nova Sede
maquete
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Execução Fiscal
Modelo em discussão
A execução fiscal - cobrança de dívidas tributárias contraídas perante a União – é hoje a modalidade de processo
que mais congestiona a Justiça Federal. Audiência pública realizada no último dia 26 de novembro pelo Conselho da
Justiça Federal discutiu alternativas legais para tornar mais efetiva a execução dessas dívidas.
O objetivo da audiência pública, injustificada indadimplência”. dívida e não efetue o pagamento, o que
iniciativa do coordenador-geral da O ministro Gilson Dipp, ao comentar hoje somente é possível mediante decisão
Justiça Federal, ministro Gilson Dipp, o Anteprojeto de Lei da PGFN, ponderou judicial.
foi o de proporcionar a troca de idéias sobre o risco dessa proposta manter o O desembargador federal do Tribunal
e informações a respeito do tema. congestionamento do Poder Judiciário, Regional Federal da 1ª Região, Antônio
“Precisamos recolher as opiniões e uma vez que pode continuar dando de Souza Prudente, segundo palestrante,
sugestões da sociedade”, afirmou margem a questionamentos judiciais. registrou que, há anos, apresentou
o ministro na abertura da audiência. Ele também questiona se o fisco teria projeto quase idêntico, que no entanto
De acordo com ele, as discussões a isenção necessária para executar os não teve acolhida no Congresso Nacional.
levantadas na audiência serão degravadas devedores: “A Fazenda Pública tem A proposta, para ele, simplifica o processo
e encaminhadas ao conhecimento do condições de ser parte e, ao mesmo de execução fiscal. Prudente considera a
colegiado do CJF, para que seja proposto tempo, presidir a execução?”. execução uma atividade procedimental,
um posicionamento formal a não um litígio judicial, razão
respeito da matéria. pela qual deve ser conduzida
O principal foco da discussão Tramitam hoje na Justiça principalmente na esfera adminis-
foi o anteprojeto de lei, de autoria trativa. “O papel do juiz é o de
da Procuradoria Geral da Fazenda Federal mais de 2.844.520 solucionar as lides”, ressalta. Ele
Nacional (PGFN), que propõe acentua que a ampla defesa do
a transferência, para a esfera
processos de execução fiscal. devedor não sairá prejudicada com
administrativa, de grande parte dos as mudanças propostas.
procedimentos relacionados à execução “O modelo da execução fiscal tem “A Fazenda Nacional está aparelhada
fiscal hoje privativos do Judiciário. de ser amplamente pensado”, ponderou para fazer o que pretende?”, questionou
Para o presidente do CJF, também o procurador-geral da Fazenda Nacional, o desembargador federal do TRF da
presidente do STJ, ministro Raphael de Luís Inácio Lucenna Adams, primeiro 3ª Região e conselheiro do Conselho
Barros Monteiro Filho, “a solução para palestrante da audiência. O anteprojeto Nacional de Justiça, Mairan Maia,
atacar a inoperância da execução fiscal” da PGFN, segundo ele, confere à terceiro palestrante. Na sua opinião, a
depende da adoção de mecanismos Administração Pública a possibilidade má administração dos créditos da União
que impeçam o proposital adiamento de ter a satisfação do seu direito, sem a por parte da Fazenda Nacional é uma
na quitação das dívidas. Mecanismo interferência do Poder Judiciário. Dentre das principais causas do estrangulamento
que garantam, segundo ele, “a rápida as inovações do anteprojeto apontadas por da execução fiscal. A maior parte dos
localização do devedor e a penhora Adams, está a possibilidade de a própria problemas, segundo ele, pode ser
de seus bens, assim como sanções Fazenda poder arrolar e penhorar os bens solucionada com medidas administrativas,
mais rigorosas contra a “reiterada e do devedor, caso ele seja notificado da como informatização dos processos,
Foto: Rayssa Coe
Professor Kiyoshi Harada; juiza federal Fernanda Duarte da Silva; ministro Teori Zavascki; juiz federal Walter Nunes; ministro Gomes de Barros; ministro Gilson Dipp;
procuradora da Fazenda nacional Adrienne Jobim; desembargadores federais Mairan Maia e Souza Prudente; procurador-geral da FN Luís Inácio Adams; e desembargador
Hugo Machado
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Execução Fiscal
criação de um cadastro nacional de equivoca-se ao não examinar as causas fiscal, com alguns ajustes na atual Lei
contribuintes e devedores para facilitar do estoque acumulado da Dívida Ativa de Execuções Fiscais (Lei nº 6.830/80),
a sua localização, e a responsabilidade da União (estimada pela PGFN em mais à luz da jurisprudência já firmada sobre
de apresentar ao Judiciário os bens a de R$ 460 bilhões) e da morosidade do a matéria.
penhorar. Outro problema apontado Judiciário. “Ora, se apenas 1% da dívida
por ele é a ausência de seletividade dos ativa está sendo efetivamente arreca- Jurisdição delegada
créditos. “Coloca-se em uma mesma vala dado pelo processo de execução fiscal e “Ainda se justifica a existência da dele-
créditos de milhões e de dezenas de reais”, se há baixíssimo índice de impugnação, gação à Justiça Estadual?”, questionou o
critica. ministro Teori Zavascki, em palestra
“Este anteprojeto é o maior na audiência pública administrativa
absurdo que já vi em minha
Dos processos de execução sobre a execução fiscal. A Lei
vida”, enfatizou o desembargador
federal aposentado do TRF
fiscal em tramitação, cerca que organiza a Justiça Federal (n.
5.010/66) autorizou comarcas
da 5a Região, Hugo de Brito de 80% estão parados, porque estaduais a julgarem processos de
Machado. Retirar do cidadão a execução fiscal de competência
possibilidade de se defender em os devedores ou os seus bens federal, em localidades onde não
juízo, para ele, é inadmissível. havia vara federal. “A Justiça Federal
“O direito à jurisdição contra o não são encontrados. pode perfeitamente acumular essa
Estado é essencial”, asseverou. atividade executiva hoje delegada à
O devedor, segundo ele, tem o direito é porque não está havendo prévia Justiça Estadual”, afirmou o ministro.
de ser executado por uma autoridade seleção qualitativa das dívidas a serem A delegação de competência, lembra
independente, e somente o Judiciário ajuizadas, nem está havendo a correta o ministro Zavascki, remonta às origens
se reveste dessa independência. Para indicação do local onde se encontra históricas da Justiça Federal. Em 1937
resolver o problema da morosidade, o devedor e, tampouco, de seus bens ela havia sido extinta pelo Estado Novo
Machado considera que basta a Fazenda passíveis de penhora”, avalia. e com a Constituição de 1946 apenas a
Pública investir melhor em sua infra- De acordo com ele, já existe em segunda instância foi restaurada, ficando
estrutura e adotar medidas simples, tramitação o Projeto de Lei n. 10/2005, de as atividades de primeira instância
como a manutenção de um cadastro iniciativa do senador Pedro Simon, que delegadas aos juízes estaduais. Embora
atualizado com os endereços e bens trata da execução fiscal administrativa, a Lei n. 5.010 tenha recriado a primeira
penhoráveis dos devedores. de modo mais adequado. Harada instância da Justiça Federal, havia na
Para o professor de Direito Tributário propõe a incorporação da penhora época apenas 44 varas federais em todo
Kiyoshi Harada, outro palestrante da administrativa como um dos requisitos o país, o que justificava essa delegação
audiência, o anteprojeto de lei da PGFN da propositura de ação de execução em localidades distantes dessas varas. Foto: Rayssa Coe
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Decisões do CJF
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Eventos do CEJ
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