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(Módulo 5)
Transferência de Calor
De forma semelhante ao que existe para as colunas de destilação, no cálculo dos permutadores
de calor com os modelos “Weighted” e “Endpoint” podem ser implementadas especificações, por
exemplo, para determinar o coeficiente global de transferência de calor, UA. Com o modelo
“Steady State Rating” é possível introduzir informação detalhada relativa à geometria e
configuração do permutador de calor. Com base nestes parâmetros o simulador pode calcular a
queda de pressão ao longo do permutador assim como o coeficiente global de transferência de
calor, UA.
MSUP (Módulo 5 – Transferência de Calor)
CAMPO DESCRIÇÃO
PARÂMETRO DESCRIÇÃO
Tubeside and Pode ser definida a queda de pressão (DP) para os lados
Shellside Delta P do corpo e do tubular do permutador de calor. Caso não
sejam especificados os valores de DP, o simulador
calcula-os a partir das pressões introduzidas para as
correntes de entrada e saída.
PARÂMETRO
DESCRIÇÃO
DO SOLVER
No grupo “Unknown Variables” o simulador lista todas as variáveis desconhecidas através das
entradas especificadas pelo utilizador. O valor destas variáveis é mostrado após terminarem os
cálculos relativos à unidade.
Todas as especificações podem ser de um dos três tipos listados no quadro seguinte.
ESPECIFICAÇÃO DESCRIÇÃO
ESPECIFICAÇÃO DESCRIÇÃO
Duty Ratio O “Duty Ratio” é uma razão que pode ser especificada entre
quaisquer dois dos seguintes fluxos de energia: “Overall”, “Error”,
“Heat Loss” e “Heat Leak”.
Garanta que no permutador de calor a diferença mínima de temperaturas das correntes é de pelo
menos 20°C e que não existe mudança de fase (vaporização) de nenhuma substância. Considere
queda de pressão desprezável ao longo do equipamento.
Conceba igualmente um sistema de arrefecimento da água para permitir a sua reutilização. Use
uma torre de arrefecimento com 10 pratos teóricos, na qual circula em contracorrente ar à
pressão atmosférica.
2. Introduza no PFD a unidade Heat Exchanger (permutador de calor de corpo e tubular). Ligue
na entrada do tubular (tube side) a corrente 1 e na saída correspondente a corrente 1*. Para a
entrada no corpo (shell side) do permutador defina a corrente 2 e para a saída a corrente 2*.
5. Como se pretende arrefecer a corrente de amoníaco até 50°C, introduza na corrente 1* esse
valor de temperatura.
6. Na pasta Design/Specs adicione uma especificação de Minimum Approach que estabeleça para
a permuta de calor uma diferença mínima de temperatura de 20°C.
NOTA:
Para que o simulador possa resolver os balanços ao permutador de calor, é necessário que as duas
correntes de entrada estejam completamente definidas e que sejam impostas duas especificações
que regulem o funcionamento do equipamento. Uma das especificações é obrigatoriamente o
balanço energético global ser nulo (o calor perdido por um fluido deve ser igual ao recebido pelo
outro fluido). A segunda especificação poderá ser imposta internamente (min. approach, LMTD,
UA, Delta Temp., Duty, etc.), ou externamente nas correntes de saída (através da indicação da
temperatura, fracção de vapor, etc.). Ao não se definir um dos parâmetros de uma das correntes de
entrada (por exemplo o caudal), ficamos com mais um grau de liberdade para utilizar numa
especificação interna ou directamente nas correntes de saída.
De acordo com o enunciado, pretende-se efectuar o arrefecimento da corrente 2* até 20°C, numa
torre de arrefecimento por contacto em contracorrente com ar (1 atm e 20°C). Deseja-se
determinar i) o caudal de ar necessário ao arrefecimento pretendido, utilizando uma coluna com
10 pratos teóricos, assim como ii) o caudal de água de make-up.
1. A partir da base de dados, introduza no processo a espécie Air (substância que representa a
mistura de ar atmosférico). Coloque no PFD a unidade Absorber, ligando a corrente 2* como
top stage inlet, e crie uma corrente para o ar (corrente 3) ligando-a ao bottom stage inlet. Crie
igualmente as duas correntes de saída da coluna, corrente 3* para a saída do ar e corrente 2**
para a saída da água arrefecida. Atribua à coluna 10 pratos teóricos e um funcionamento
isobárico à pressão de 1 atm.
2. Defina as características da corrente de entrada de ar na coluna (corrente 3). Para que esta
corrente esteja completamente defina é necessário indicar o seu caudal. Atribua-lhe, por
exemplo, um caudal de 10 kmol/h. Verifique o valor da temperatura da corrente de água à
saída da torre (corrente 2**). Ajuste o caudal da corrente 3 até obter 20°C para a temperatura
da corrente 2**.
NOTA:
O ajuste do caudal da corrente 3 pode ser efectuado automaticamente recorrendo a uma unidade
lógica ADJUST. Definindo como “adjusted variable” o caudal molar da corrente 3, como “target
variable” a temperatura da corrente 2**, e como “specified target value” 20°C, o caudal de ar é
alterado até que se obtenha a temperatura pretendida na corrente de saída de líquido. Na pasta
“Parameters” deverá indicar a tolerância (por exemplo 0,1°C, o “step size”, por exemplo
0,5 kmol/h, e os limites de pesquisa, máximo e mínimo, por exemplo 30 e 10 kmol/h,
respectivamente.
4. Um estudo interessante que poderá ser efectuado neste sistema consiste em avaliar o consumo
de água de make-up (caudal da corrente Make-Up) como função da temperatura de saída da
água do permutador de calor (temperatura da corrente 2*). Para o efectuar pode fazer uso da
aplicação DataBook na qual varia-se a temperatura da corrente 2* registando o caudal da
corrente Make-Up. Não se esqueça de incluir uma função lógica SET para tornar iguais os
caudais das correntes 2 e (2).
1000
Q(2) Q(3) Q(mu)
CAUDAL (kmol/h)
100
10
1
30 50 70 90
TEMPERATURA CORRENTE 2* (C)
Os dois permutadores de calor (Heat Exchangers), têm como função o arrefecimento da corrente
gasosa de alimentação da coluna, assumindo-se que possuem quedas de pressão nulas e valores
de LMTD (diferença média logarítmica de temperaturas) constantes e iguais a 20ºC (utilize para
o cálculo da transferência de calor o modelo Exchanger Design Weighted).
1. Para uma base de cálculo de 10 kmol/h de gases de combustão, considere uma coluna com
5 pratos teóricos, e efectue o estudo da influência da pressão no funcionamento isobárico da
unidade. Registe no quadro seguinte para cada valor de pressão na coluna (sendo constante e
igual a 0,1 % a fracção molar de SO2 à saída do scrubber), os correspondentes valores de
massa de ar (m2), e quantidades de energia consumidas pela bomba (E1) e pelo compressor
(E2),
PRESSÃO m2 E1 E2
(kPa) (kmol/h) (kW) (kW)
304,0
405,3
506,6
2. Mantendo a pressão da base da coluna igual a 506,6 kPa, atribua diferentes valores de pressão
para o topo e analise os resultados obtidos.
m2 (kmol/h)
T2 (ºC) 10 15 20 25
T4 (ºC)
T5 (ºC)
T6(ºC)
m2 (kmol/h)
E2 (kW)
Nº PRATOS TEÓRICOS 5 10 15 20 30
m2 (kmol/h)
120
110
100
CAUDAL DE ÁGUA (kmol/h)
90
80
70
60
50
0 5 10 15 20 25 30 35 40
PRODUTOS
COMPONENTE ALIMENTAÇÃO
GÁS LÍQUIDO
N2 211 211 0
C1 8 276 8 276 0
C2 871 871 0
C3 411 410 1
nC4 141 93 48
nC5 57 11 46
nC6 33 2 31
NOTA:
Utilize, por exemplo, a equação de Peng-Robinson como equação de estado, e introduza as
especificações indicadas no enunciado, para definir o funcionamento da coluna de destilação.
Uma corrente de gás natural contendo N2, CO2 e hidrocarbonetos de C1 até nC4 é processada
num sistema de refrigeração de modo a remover os compostos mais pesados. Os líquidos são
separados dos gases numa coluna de despropanização, de onde resulta um produto com um
conteúdo específico em propano. O diagrama global do processo é apresentado na figura
seguinte.
Uma das correntes de alimentação fresca (Feed 1) possui um caudal de 300 kmol/h, formado por
2 % de azoto, 2 % de dióxido de carbono, 60 % de metano, 20 % de etano, 10 % de propano e
6 % de butano (percentagens molares), encontrando-se a 16°C e 41,37 atm. A segunda corrente
de alimentação fresca (Feed 2) está igualmente a 16°C e 41,37 atm, mas possui um caudal de
200 kmol/h formado por 2 % de azoto, 40 % de metano, 20 % de etano, 20 % de propano e 18 %
A corrente de saída do Cooler (corrente 4) sofre separação num segundo flash (Separator),
dando igualmente origem a uma corrente de vapor (corrente 5) e a uma corrente líquida
(corrente 6). A corrente gasosa (corrente 5) alimenta o permutador de calor no primeiro efeito de
arrefecimento.
As correntes líquidas de saída dos dois separadores flash (correntes 2 e 6) são combinadas num
misturador (Mixer) e a resultante (corrente 8) alimenta uma coluna de destilação (coluna de
despropanização). A coluna possui 10 pratos teóricos, o condensador funciona em refluxo total
(full reflux), a alimentação é efectuada no prato número 7 e as pressões no topo e na base são
1380 kPa e 1420 kPa, respectivamente.
Pretende-se que a coluna produza uma corrente de fundo (corrente 10), maioritariamente
constituída por butano, que recupere 75 % deste composto. A contaminação máxima de propano
nesta corrente é de 2 %. A coluna não pode ter uma razão de refluxo superior a 1,1.
NOTA:
Na coluna de destilação, e para este processo específico, sugere-se a utilização como Solving
Method (pasta Parameters/Solver) do ”Modified HYSIM Inside-Out” em vez do ”HYSIM Inside-
Out” que é apresentado por default.
Corrente A B C
Tfinal (°C) 50 45 0
Mas o que significa “temperaturas compatíveis” para as correntes? Muito simplesmente significa
que não é possível aquecer uma corrente até uma temperatura superior à da corrente mais quente,
nem arrefecer uma corrente até a uma temperatura inferior à da corrente mais fria. Neste
exemplo, a corrente mais quente é a corrente C com 100°C, e pretende-se aquecer a corrente A
até 50°C, são por isso compatíveis em termos de temperatura. A corrente mais fria é a corrente A
(– 20°C), pretendendo-se arrefecer a corrente C até 0°C, são também compatíveis.
Mas poderemos também considerar uma Alternativa 2 na qual a corrente A permuta em primeiro
lugar com a corrente B (permutador E-105) e só depois com a corrente C (permutador E-106).
A resposta a esta questão não é imediata pois depende de inúmeros parâmetros, dos quais iremos
abordar somente alguns. Em termos económicos (menores custos de investimento) interessa que
os permutadores de calor sejam o mais pequenos possível, assim interessa maximizar o gradiente
térmico entre os fluidos o qual pode ser avaliado em termos da diferença média logarítmica de
temperaturas (LMTD). No quadro seguinte apresentam-se os valores obtidos no simulador,
segundo os quais a Alternativa 2 é bastante mais vantajosa do que a Alternativa 1.
Permutador 1 39 74
Permutador 2 17 22
No entanto, valores de LMTD de 17, ou mesmo 22, são baixos pois (neste caso) representam
gradientes térmicos mínimos entre os fluidos de permuta inferiores a 10°C, como se pode ver
pelos valores apresentados no quadro seguinte.
Permutador 1 20 65
Permutador 2 8,7 5,6
Deste modo, nenhuma das alternativas apresentadas parece ser tecnicamente adequada.
Consideremos então uma Alternativa 3 na qual a corrente A é dividida, alimentando em paralelo
dois permutadores de calor (permutadores E-107 e E-108).
Mas para que o sistema funcione é necessário introduzir uma especificação correspondente à
razão de separação (split) da corrente A na unidade TEE-100. Qual deverá ser a razão de
separação óptima? O valor óptimo será certamente o que maximizar a diferença de temperaturas
dos fluidos em permuta.
Considerando somente a gama de razão de separação onde não existe cruzamento de
temperaturas nos permutadores de calor (entre 0,46 e 0,86), os resultados obtidos para o LMTD e
para a menor diferença de temperaturas (ΔTmin) são apresentados nas figuras seguintes.
DELTA T MINIMO, C
60 60
LMTD
40 40
20 20
0 0
0.4 0.6 0.8 1 0.4 0.6 0.8 1
RAZÃO DE SEPARAÇÃO RAZÃO DE SEPARAÇÃO
Figura 13. LMTD dos permutadores para Figura 14. Diferença mínima de temperatura
várias razões de separação da corrente A1. dos fluidos para diferentes razões de separação.
Através das variações mostradas nas figuras anteriores, poderemos afirmar que a razão de
separação óptima (maximização do LMTD e da diferença mínima de temperaturas), situa-se
entre 0,5 e 0,7. Para a maximização do LMTD será 0,61 e para a maximização do ΔTmin será
0,56.
Neste exemplo, considere-se a existência de cinco correntes num processo para as quais se
pretende alterar a temperatura recorrendo a uma rede de permutadores de calor (integração
energética). As características dessas corrente (numeradas de 1 a 5) assim como a temperatura
final pretendida, estão listadas no quadro seguinte.
Corrente 1 2 3 4 5
Na implementação dos permutadores de calor no simulador é por vezes necessário definir uma
especificação (para anular os graus de liberdade do sistema de equações). É usual utilizar-se uma
especificação que garanta um gradiente térmico adequado entre os fluidos de permuta (driving
force). Neste exemplo utiliza-se a especificação de Overall Minimum Approach igual a 20°C.
Antes de iniciar a construção da rede de permutadores de calor é necessário ter em atenção que o
arrefecimento da corrente 3 até – 30°C só pode ser efectuado pela corrente 1 (Permutador 1), e
o aquecimento da corrente 2 até 130°C só pode ser efectuado pela corrente 3 (Permutador 2).
Assim, este será o ponto de partida para o desenho da rede de permutadores de calor.
Tal como a corrente 2, a corrente 5 necessita de uma pequena quantidade de energia (14,5 kW)
para o seu aquecimento, a qual poderá ser fornecida por uma fracção do caudal da corrente 4.
Este arranjo (Figura 18) é semelhante ao apresentado anteriormente (Figura 17).
Até agora foram cumpridos os objectivos para as correntes 2 e 5, mas as correntes 3Ce 4C não
se encontram nas condições finais pretendidas, devendo estas sofrer posterior arrefecimento.
Como referido anteriormente, o arrefecimento final da corrente 3 (até – 30°C) só poderá ser
efectuado pela corrente 1, a qual não deverá possuir temperatura superior a 30°C (valor final
pretendido). Mas a quantidade de energia associada ao aquecimento da corrente 1 é muito
superior à necessária para efectuar o arrefecimento da corrente 3C até – 30°C, sendo
aconselhável usar um divisor de fluxo, TEE-C (Figura 19). A fracção da corrente 1 não utilizada
no arrefecimento da corrente 3 poderá ser usada no arrefecimento final da corrente 4, até 50°C.