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130 ARQUEOLOGIA

PELAS GENTES:
Artigo UM MANIFESTO.
CONSTATAÇÕES E
POSICIONAMENTOS
CRÍTICOS SOBRE
A ARQUEOLOGIA
BRASILEIRA
EM TEMPOS DE PAC
Bruna Cigaran da Rocha1, Camila Jácome2, Francisco Forte Stuchi3, Guilherme Z. Mongeló4
e Raoni Valle5
1- Doutoranda em arqueologia pela University College London (cigaran82@gmail.com)
2- Doutoranda em arqueologia pelo MAE-USP (cpjacome@yahoo.com.br)
3- Prof. Dep.Biologia/Universidade do Estado de Mato Grosso UNEMAT, Msc. Etnoarquelogia
MAE/USP (chicostuchi@ig.com.br)
4- Mestrando - ArqueoTrop – MAE/USP (guilhermemongelo@gmail.com)
5- Prof. Dr. – PAA – Universidade Federal do Oeste do Pará UFOPA (figueiradoinferno@hotmail.com)
Resumo
A expansão desenfreada do grande capi-
tal pelo país segue deixando comunidades
locais, já marginalizadas, em situações ainda
mais precárias. O presente artigo (Manifes-
to1) traz uma reflexão crítica sobre a atuação Abstract
de arqueólogos enquanto cúmplices, sendo The big capital expansion all over the
coniventes e participantes de processos ile- country is leading local communities, which
gais e ilegítimos de expropriação e de espo- are already marginalized, to even more pre-
liação de territórios tradicionais, bens cultu- carious situations. This article (Manifesto)
rais e recursos naturais. A atuação acrítica brings a critical reflection about archeolo-
da Arqueologia de contrato nas obras do gists as accomplices, being convenient and
PAC, como exemplo repetido ad nauseum partaker of illegal and illegitimate processes
do conundrum em que nos situamos, não é of expropriation and spoliation of tradition-
uma inexorabilidade de nossa disciplina, é al territories, cultural property and natural
uma escolha política. Outras arqueologias resources. Uncritical proceedings at PAC
eram possíveis antes e continuam sendo, shell-work, as the repeated ad nauseum do
mas devem ser retomadas e postas em práti- conundrum we are lying at, is not an inexo-
ca com urgência. Nosso primeiro compro- rability of our discipline. Other archaeolo-
misso é com as gentes, não o capital. gies were possible and still are, but should be
resumption restarted and put into practice.
Palavras-chave: Arqueologia de Our first commitment is with people, not
contrato, PAC, Populações marginalizadas. capital.

1- Divulgado inicialmente no World Archaeological Con-


gress 2013, em Porto Alegre, e posteriormente na internet,
Key-words: Contract Archaeology,
conta com 112 signatários listados em agradecimentos. PAC, Minority populations.

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Viramos reféns de uma legislação que preza pela preser- comunidade arqueológica frente à falta de
vação do patrimônio, mas que não conseguiu, até hoje, uma conduta ética em trabalhos desempe-
barrar um único empreendimento com base na legisla-
nhados por arqueólogos e empresas de ar-
ção vigente e argumentos de que o patrimônio arqueoló-
gico é mais importante do que o próprio empreendimen-
queologia no Brasil. A expansão desenfrea-
to e seus inúmeros impactos, irreversíveis no caso do da do grande  capital  pelo país segue
patrimônio cultural. Um agravo constitui-se no fato de deixando comunidades locais, já marginali-
que, em muitos casos, não há como mitigar ou compen- zadas, em situações ainda mais precárias. Ao
sar a perda do meio de vida e de memória de populações participarem de trabalhos de processos de
atuais que têm em marcos geográficos específicos ou
licenciamento ambiental em contextos nos
mesmo em sítios arqueológicos – sobrepostos a locais sa-
grados – a gravação de sua história que raramente está
quais os direitos de comunidades atingidas
escrita. (Autores do presente artigo, 2013). não são respeitados – com destaque ao di-
reito à consulta livre, prévia e informada
O desenvolvimento da Arqueologia prevista na Convenção 169, da Organização
no Brasil tem frequentemente se mostrado Internacional do Trabalho (OIT), da qual o
incompatível com a agenda da Arqueologia Brasil é signatário –, entendemos que arque-
mundial, promovida pelo World Archaeolo- ólogos estão se colocando como cúmplices,
gical Congress (WAC), na qual a disciplina sendo coniventes e participantes de proces-
fornece uma plataforma para mediação en- sos ilegais e ilegítimos de expropriação e de
tre diferentes interesses – comunidades lo- espoliação de territórios tradicionais, bens
cais, instituições públicas, empresas estatais culturais e recursos naturais.
e privadas. Nesse sentido, há uma necessida- É importante frisar que não se trata de
de urgente por assumirmos esta atuação, fazermos críticas generalistas e idealistas à
considerando que o passado dos povos indí- arqueologia de contrato como um todo, mas
genas e demais populações marginalizadas é sim de problematizarmos aspectos dessas
negado até hoje e que este passado se cons- práticas quando se dão em contextos de re-
trói no hoje. lação direta com populações indígenas e tra-
Isso se dá no contexto de flagrantes em- dicionais e/ou em contextos de obras de alto
penhos no desmantelamento de direitos impacto socioambiental. Essas situações são
conquistados (e.g. PECs 215 e 237) e da pos- problemáticas e sua resolução não se benefi-
tura política autoritária e desenvolvimentis- cia da dicotomização reducionista que cria
ta governamental atual e soma-se à recente uma oposição entre pesquisadores “ingênu-
descoberta do chamado “Relatório Figueire- os e idealistas” e pesquisadores “ambiciosos
do” que traz à tona atos de tortura, campa- que venderam as almas ao capital”. Embora
nhas de extermínio e esbulho de populações existam atores que se enquadrem neles, am-
indígenas em todo o país que poderá quin- bos os cenários são “ficções” quando gene-
tuplicar o número de mortes atribuídas à ralizados. É preciso acima de tudo qualificar
ditadura (Balza, 2012). Entendemos que este a crítica.
é um momento em que, mais do que nunca, Mas também é importante destacar nos-
uma postura coerente e responsável é cobra- so apoio à ideia de que “a economia sem a
da da comunidade de arqueólogos profissio- cultura não pode mais do que propagar a
nais e da Sociedade de Arqueologia Brasilei- desvalorização de uma sociedade, colocan-
ra (SAB). do-a à mercê de interesses estritamente eco-
Entretanto, salvo raras exceções, obser- nômicos” (Chauí e Cohn, 2012). Além disto,
vamos a alarmante quietude e silêncio da conforme define Spensy Pimentel, “num

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país como o Brasil, o bom trato com a ques- No exercício dessa arqueologia observa-
tão indígena ajuda a definir o grau de nobre- -se uma omissão da reflexão, discussão, po-
za de um governo. Porque os indígenas, sicionamento e manifestação crítica perante
aqui, não são expressivos, em termos eleito- os direitos adquiridos por povos tradicio-
rais, mas eles são um componente da mais nais e ao patrimônio cultural material e ima-
alta relevância no que se refere à nossa his- terial a eles relacionados. Parece-nos que o
tória e nossa identidade como brasileiros” sacro argumento da Arqueologia para justi-
(CEPAT e Sanson, 2013)2. Acreditamos que ficar sua função social que aprendemos nas
a arqueologia deve contribuir para a promo- cartilhas e manuais, o de entender o passado
ção e valorização da diversidade cultural do para ter uma melhor compreensão das cau-
país, sem dúvida uma de suas maiores  ri- sas do presente e um quase-consequente
quezas. Mais do que isso, o componente in- melhor planejamento do futuro, se torna
dígena na história dessa parte do mundo uma falácia, pois a proposição fundante, o
hoje chamada Brasil apenas pontualmente é entendimento do passado perde seu sentido.
percebido pela antropologia social e etno- Quais, então, seriam os objetivos e justifica-
história, pois a maior parte dessa história tivas dessa Arqueologia?
indígena de longa duração – e isso pode sig- Dentre outros exemplos, Politis e Curtoni
nificar entre 15.000 e 50.000 anos antes do (2011) notam como a criação de museus na-
presente – é acessível somente à arqueolo- cionais na Argentina, na década de 1880,
gia, aos pajés e narradores indígenas. compunha uma estratégia para neutralizar a
presença política indígena no presente, ao
Arqueologia para quem? atribuí-la ao passado, quebrando uma conti-
Tanto quanto a Antropologia e a Histó- nuidade cultural e “congelando no passado
ria, a prática arqueológica imbrica teoria, algo repleto de vitalidade no presente”
método e posição política. Nesse sentido é (2011:498). Nos parece que a arqueologia de
impossível desvincular a pesquisa da relação contrato, infelizmente, desempenha este pa-
com as pessoas vivas. Por isso, a opção por pel hoje no Brasil. A divulgação da pesquisa
fazer “salvamentos” arqueológicos em em- arqueológica e constituição de novos museus
preendimentos tão controversos do ponto não são problemas em si, mas o projeto ide-
de vista social e ambiental como as mega ológico que está por detrás deles é profunda-
usinas hidrelétricas na Amazônia – Santo mente problemático. Não se troca vidas por
Antônio e Jirau, Belo Monte, Teles Pires e exposição de vidas. A cega leitura das nor-
Tapajós; a transposição do rio São Francis- mas que são impostas pelos órgãos legislado-
co; os grandes projetos de mineração, entre res transformou nossa prática em um traba-
outros, acaba por, de certa forma, referendar lho técnico; assistimos à alienação no
lógicas históricas antagônicas às dos grupos desenvolvimento de atividades impostas por
culturais pretéritos e atuais que buscamos empresas que forçam a diluição da autoria
entender. Fica claro que, apesar de ser am- dos trabalhos finais. É com pesar que perce-
plamente criticado, um posicionamento bemos a Arqueologia brasileira sendo domi-
político-epistemológico colonialista ainda é nada por “buracólogos” acríticos e autôma-
corrente na práxis brasileira recente (Latour tos. Arqueo-Drones, para nos alinharmos à
1994, Mignolo 2003, Gnecco 2009). moda mais atual nas tecnologias da morte.
A Arqueologia não pode nem deve ser
2- CEPAT - Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores apenas um conjunto de resultados descone-

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xos entre si, produzidos pelas urgências de rados enfaticamente enquanto tais, e não
um trator atrás do pesquisador (o “lupem- serem “relativizados” em Termos de Ajusta-
proletariado de campo”) ou do empreende- mento de Conduta (TACs), cláusulas condi-
dor cobrando relatórios que acreditam ser cionais, medidas mitigatórias.
feitos magicamente, sem necessários pro- A consequência direta é que mesmo
cessos de reflexão, pesquisa e inclusão dos quando arqueólogos apresentam dados de
envolvidos, sejam índios, quilombolas, ri- pesquisa que demonstrem tal inviabilidade,
beirinhos, ciganos, mendigos, o  Estado  e seja por critérios relacionados ao patrimô-
suas instituições, inúmeros setores da socie- nio arqueológico em si ou pela relação deste
dade civil, empresários e empreiteiros. Co- com grupos sociais atuais, seus relatórios,
nhecimento cientifico não pode ser produ- por terem seus direitos autorais cedidos,
zido a toque de caixa. A Ciência requer passam pelos filtros das empresas e consór-
tempo para pensar, para refletir, entre outras cios contratantes e se tornam “neutros”, leia-
coisas, nos processos de conversão de uma se, pró-empreendimento. Assim sendo, a
informação em dado científico, que não é ética individual não traz as garantias espera-
automática, nem estatística, nem inúmeros das que tais observações cruciais, embasa-
dígitos numa planilha Excel: é um processo das cientificamente, sejam consideradas em
reflexivo relacional e contextual, necessaria- seu potencial crítico-reflexivo e embargante,
mente demorado (The Slow Science Acade- apoiado no princípio da precaução (Colom-
my. 2010). bo, 2004), pois os relatórios são reconsidera-
Percebe-se uma tendência cada vez mais dos, editados, segundo uma agenda política.
generalizada de instrumentalização e mer- Esta constatação tem um segundo efeito
cantilização do fazer científico. No Brasil ob- colateral: derruba também outro argumento
servamos aspectos diversos dessa tendência comumente difundido, de que “se arqueólo-
presentes, por exemplo, na obsessão pelo “I” gos que se colocam enquanto éticos não as-
no MCTI (Ministério da Ciência Tecnologia sumirem o contrato, outros que não se sabe
e “Inovação”) e na mencionada rapidez acerca de seus posicionamentos éticos assu-
agressiva com que a “ciência de contrato” é mirão, tornando piores os resultados e con-
feita. Um dos mecanismos que entendemos sequências”. Portanto, como dito, não se trata
favorecer esse processo de instrumentaliza- mais de ética individual, mas da “ausência de
ção é a condição, ou prerrogativa contratual ética em termos de um paradigma” (Kuhn,
nos licenciamentos ambientais que os em- 1970) que oriente uma comunidade de prati-
preendedores têm acerca da edição e conso- cantes de uma ciência. Nos perguntamos se
lidação dos relatórios. Ou seja, o pesquisador o Código de ética da Sociedade de Arqueo-
que levanta a informação e a partir dela tenta logia Brasileira (SAB) é suficiente para pre-
gerar o dado reflexivo e o coloca no relatório encher essa lacuna, ou se precisamos ampliar
não detém o direito autoral sobre o dado, ele e atualizar a reflexão ética sobre a Arqueolo-
é cedido ao contratante, ou empreendedor. O gia de Contrato em contextos específicos,
mecanismo de edição, ou como dito, de con- dentro e fora “dos tempos do PAC”.
solidação final dos relatórios, é um procedi- Diante da ausência de um paradigma éti-
mento problemático porque incide direta- co basilar emerge um exemplo paradigmáti-
mente na capacidade real de tais documentos, co dessas “novas” práticas arqueológicas, no
quando apontam para aspectos que inviabi- mínimo digno de reflexão. Em abril de 2013,
lizariam as obras, serem validados e conside- veio a conhecimento público que a empresa

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de arqueologia Documento, a serviço do justificar o “progresso”. Assim, apresenta-se


consórcio de empresas responsável pela como um exemplo perfeito da chamada Ar-
obra da Hidrelétrica Teles-Pires, escavou queologia colonialista definida por Trigger
um número desconhecido de urnas funerá- (1986) para a práxis desenvolvida nos EUA
rias reclamadas por indígenas Munduruku no século XIX, quando o estudo organizado
relacionadas a um lugar considerado sagra- de artefatos indígenas emulava o interesse
do por esta etnia, assim como para os indí- pela pré-história na Europa e que se encai-
genas Kayabi e Apiaka, na Cachoeira Sete xava em uma “convicção romântica de que
Quedas/rio Teles Pires (Associação Indíge- americanos brancos tinham o dever de pre-
na Pussuru e Conselho Missionário Indige- servar um registro da raça que eles estavam
nista, 2013). a suplantar no continente norte americano”
Invocar o caso Munduruku é pertinente (1986:192).
pela sua atualidade e implicações. No con- Enquanto objetos etnográficos eram
texto de uma série de ataques contra sua in- exibidos como troféus apropriados de po-
tegridade física – das quais a mais trágica foi vos conquistados, “a exibição de artefatos
a morte a tiros de Adenilson Kirixi Mundu- pré-históricos simbolizava o controle bran-
ruku (em 07/11/2012) por um delegado da co do solo e territórios onde estes objetos
Polícia Federal – e a recente escolta armada foram retirados” (1986:193). Ações como
para pesquisadores envolvidos nos estudos essas exemplificam outros casos em que não
para licenciamento no rio Tapajós, podemos se observa o Código de ética da SAB no que
considerar a intervenção da Documento, toca ao
que não contou com o consentimento dos “Reconhecer como legítimos os direitos dos grupos étni-
Munduruku, como uma investida contra o cos investigados à herança cultural de seus antepassa-
próprio passado do grupo, contra sua iden- dos, bem como aos seus restos funerários, e atendê-los
tidade materializada nas urnas, fato que em suas reivindicações, uma vez comprovada sua ances-
tralidade” (2.2.1) (SAB, 2013)”,
pode comprometer toda a comunidade de
arqueólogos em sua relação com os povos ou mesmo a ignorada Moção sobre a relação
indígenas no País. entre arqueólogos, patrimônio e comunida-
Existem outros casos como esse, notoria- des indígenas, construída no I Seminário
mente um transcorrido em 2006, que envol- Internacional de Gestão do Patrimônio Ar-
veu a mesma empresa a serviço do consórcio queológico Pan-Amazônico em 2007 (Gon-
da PCH Paranantinga II, quando foi denun- zález e Migliacio, 2007).
ciada pelo antropólogo Carlos Fausto por, No citado ponto do Código de Ética fica
dentre outros problemas, ter desconsiderado implícito, ou mesmo explícito uma visão
o que diziam lideranças indígenas da região colonialista, pois supõe que somente atra-
do rio Culuene – de que a obra ameaçava seu vés da arqueologia poderia se definir a an-
patrimônio cultural, pois estava destruindo cestralidade de um grupo. Há aqui uma
um local sagrado onde, de acordo com a mi- desconsidera particularidade da memoria-
tologia alto-xinguana, teria ocorrido o pri- lidade e narrativas históricas indígenas que,
meiro Quarup, ritual de homenagem as lide- em sua diversidade, não são necessaria-
ranças falecidas (Fausto, 2006). mente lineares como as da arqueologia.
Tais procedimentos remetem a um tipo Semelhante à lógica dos bons arqueólo-
de prática arqueológica que há muito tempo gos éticos disputando os contratos contra
é utilizada no continente americano para os antiéticos, entendemos como conformis-

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ta e falaciosa a impotência implícita na lógi- Eco-genocídio simplesmente não é pro-


ca de que a obra não vai parar pela argu- gresso; é extinção, antítese da valorização e
mentação arqueológica. Argumento este promoção do patrimônio arqueológico, so-
que não pode servir para legitimar a des- cioambiental, humano e biosférico. Esses
truição de sítios arqueológicos e de lugares mega-empreendimentos simbolizam a falta
sagrados ameríndios, nem para afirmar de um projeto nacional, perpetuando o pa-
diante desta suposta impotência que nos pel do Brasil como fornecedor de commodi-
colocamos como salvadores de um patri- ties, matérias primas ou bens industrias pri-
mônio condenado a perecer inexoravel- mários. A energia produzida nas usinas
mente e que, sem a Arqueologia, absoluta- beneficia lobbies políticos e uma pequena
mente nada restaria. O sentido da história, parte da população (Brum, 2011); uma de
do passado, de forma nenhuma se encontra suas principais funções é fornecer às indús-
num objeto ou no acúmulo de objetos trias eletrointensivas, alimentando o projeto
numa  reserva  técnica, mas num contexto desenvolvimentista atual. Os beneficiados
situado; contradizer esse princípio é negar de fato são outros grandes empreendimen-
fundamentalmente a Arqueologia, e por tos e empreendedores, como as próprias
contexto entendemos um complexo de rela- empreiteiras construtoras de mega-obras e
ções numa paisagem social, num sistema financiadoras de campanhas e agendas polí-
vivo. Portanto, destruir o sítio, o lugar, a ticas; a mineração em escala industrial; o
paisagem, o ambiente, para resgatar peças agronegócio; e, de maneira geral, as indús-
não legitima os beneméritos do contrato, trias multinacionais instaladas no Brasil
porque ele parte de uma premissa falsa, a de com incentivo fiscal.
que a peça resgatada compensa, ainda que O nó górdio desse processo, é a argu-
minimamente, a destruição cientificamente mentação de que o atual modelo de desen-
questionável de um contexto. volvimento energético do Brasil necessita
Alguns dos empreendimentos que a Ar- inexoravelmente das mega usinas hidrelé-
queologia baliza em seus laudos, são muito tricas, projetos estes todos licenciados pela
mais do que causadores de danos ao patri- Arqueologia e outras ciências. O argumen-
mônio arqueológico e histórico, eles são a to de que as mega usinas hidrelétricas re-
perpetuação de um processo histórico e co- presentam as únicas alternativas energéti-
lonialista de sublimar o direito de todos à cas em larga escala para o Brasil vem sendo
terra e ao seu modo de vida escolhido. As- contestado  e questionado de forma con-
sim, quando ao “salvamento” arqueológico tundente (Novaes, 2010). Entretanto, mui-
se agrega uma escolta armada da Força Na- tos ainda se convencem pelo discurso da
cional de Segurança, como se testemunha inexorabilidade do processo. São argumen-
no Tapajós, perde-se o sentido da história e tos falaciosos. A natureza apresenta pro-
da vida, dá-nos vergonha de nossa profissão. cessos inexoráveis – erupções vulcânicas,
Empunhar uma pacetta entre fuzis aponta- impactos de meteoro, eventos de mega-
dos a indígenas é neo-colonialismo brutal e niño, por exemplo; assim como hidrelétri-
brutalizador. É a perpetuação reeditada das cas e grandes minerações, são capazes de
práticas expostas no Relatório Figueiredo e, afetar processos ecossistêmicos de forma
o que é mais aterrorizante, sob a chancela de irremediável. A diferença entre ambos é o
“Ciência Humana” na maior democracia da fator da escolha: os fenômenos naturais es-
América do Sul. tão além de nosso controle, diferente de

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nosso modelo de desenvolvimento. Não se nauseum do conundrum em que nos situa-


trata de necessidade como condição sine mos, não é uma inexorabilidade de nossa
qua non, pois há uma escolha política ex- disciplina, é uma escolha política. Outras ar-
plícita nisso. O alto custo de matérias-pri- queologias eram possíveis antes e continuam
mas e energia “baratas” está sendo exterio- sendo, mas devem ser retomadas e postas em
rizado e pago pelas comunidades locais e prática com urgência. Nosso primeiro com-
meio ambiente. promisso é com as gentes, não o capital.
Temos a obrigação de defender a vida e o
direito à terra de inúmeras populações, reco- Agradecimentos 
nhecidas ou não pelos critérios postos pelo Agradecemos aos Munduruku e to-
próprio governo como tradicionais, e alerta- dos os Povos e suas resistências em nome
mos o direito (e dever) de sermos éticos. Ín- do patrimônio da Vida e tudo que ela
dios, quilombolas, ribeirinhos, caiçaras, ci- abarca. Agradecemos também todos os
ganos, povo de santo, sertanejos, enfim, as 112 signatários do presente texto/mani-
populações tradicionais socioambiental- festo, que constituem professores, pes-
mente diversas: cabe a nós arqueólogos, quisadores e alunos de graduação e pós-
como cientistas sociais e humanos, não es- -graduação das áreas de arqueologia,
quecermos que é sobre o passado dessas po- antropólogos, história, geografia, direito,
pulações que empreendemos esforços de sociologia, espeleologia, indigenista, pe-
pesquisa. dagogia, membros e funcionários de
Entendemos, por prática arqueológica, ONGs e aqueles que mesmo em institui-
não somente o bem fazer dessa disciplina ções governamentais não se calam pe-
que envolve reflexões teóricas e proposições rante a injustiça e ilegalidade (vide abai-
metodológicas adequadas, mas aquilo que a xo lista de signatários). Também não
torna uma disciplina ética: sua posição po- podemos deixar de agradecer a organi-
lítica clara e aberta em relação a todos os zação da WAC, onde a primeira versão
atores sociais que possam estar envolvidos e deste manifesto pode ser lida e circulou
que reconstroem a si mesmos com base no entre os participantes, e também à Tania
historicizar e ressignificar suas representa- Pacheco e toda equipe do blog do Com-
ções do próprio passado. A Arqueologia bate ao Racismo Ambiental, primeiro
não se resume a simples contagem de cacos meio que veiculou este manifesto.
e elaboração de laudos técnicos. Somos
contra uma Arqueologia que intenta unica- 1.Adauto Okuyama – graduando em arqueolo-
gia – UNIFASF
mente à liberação de áreas, uma Arqueolo-
2.Adriana Dias – arqueóloga – UFRGS
gia que desconsidera as populações do pre- 3.Alenice BaetaDoutora Arqueologia MAE USP
sente. 4.Alexandre de Lima - – graduando em arqueo-
Somos a favor do nosso direito enquanto logia – FURG
arqueólogos de sermos éticos, e não simples- 5.Ana Carolina Cunha - International Doctorate
mente cumpridores de protocolos legais, po- Quaternary and Prehistory/Erasmus Mundus,
UFMG
rém ilegítimos, que muitas vezes nos são im-
6.Anaeli Queren Xavier Almeida, arqueólo-
postos como a única forma de ganharmos ga, UFMG
nosso beijú e caxirí de cada dia. A atuação 7.André Dal Bosco de Oliveira– graduando em
acrítica da Arqueologia de contrato nas arqueologia – FURG
obras do PAC, como exemplo repetido ad 8.Andres Zarankin – arqueólogo- UGMG

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9.Angela Buarque – Museu Nacional/UFRJ 39.Evelin Luciana Malaquias Nascimento - Ar-


10.Ângelo Alves Corrêa - MAE/USP queóloga, Mestre pela UFMG.
11.Anne Rapp Py-Daniel– arqueóloga UFOPA 40.Fabiana Belém – arqueóloga – MAE/USP
12.Aparecida Oliveira – Socióloga, Ilhéus-BA 41.Fabiola Andrea Silva – PPArq –MAE (USP)
13.Artur Henrique Franco Barcelos - Universi- 42.Fernando Ozorio de Almeida, Doutor em Ar-
dade Federal do Rio Grande FURG. queologia (MAE-USP)
14.Beatriz Ferreira de Oliveira - – graduanda em 43.Francisco dos S. Carvalho Junior - Graduan-
arqueologia - FURG do em Arqueologia (UFPI)
15.Beatriz Ramos da Costa -Arqueóloga- Museu 44.Gilmar Barcellos – Espeleólogo e Mestre em
Arqueológico de Sambaqui de Joinville Ecologia Humana, Universidade Nova de Lis-
16.Beatriz Valladão Thiesen - Bacharelado em boa.
Arqueologia, Programa de Pós-Graduação em 45.Glaucia Malerba Sene - Instituto Brasileiro de
17.Geografia, Instituto de Ciências Humanas e Pesquisas Arqueológicas (IBPA)
da Informação, FURG 46.Glória Kok - Historiadora, Arqueotrop.
18.Breno Feijó Alva Zúnica - estudante / Arque- 47.Grasiela Tebaldi Toledo - Doutoranda em Ar-
otrop - MAE-USP queolgia MAE-USP
19.Bruno Ribeiro, graduando em História PUC- 48.Greciane Neres do Nascimento – Antropólo-
-MG ga, UFBA
20.Bruno Sanches Ranzani da Silva - Doutoran- 49.Guilherme Macedo – graduando em arqueo-
do em História Cultural/Unicamp logia - FURG
21.Carlos Eduardo Marques- Doutorando em 50.Gustavo Jardel Coelho – estudante – UFMG
Antropologia (UNICAMP) 51.Gustavo Neves de Souza - Arqueólogo (Pes-
22.Carlos Fausto – Antropólogo MN-UFRJ quisador Colaborador do MNHJB-UFMG)
23.Carolina Torres Borges, Mestranda em Ar- 52.Henrique de Alcantara e Silva - graduação
queologia, UFPE Antropologia (UFMG) e estagiário do MHNJB-
24.Claide de Paula Moraes – arqueólogo- UFO- -UFMG
PA 53.Ícaro Ruis Cabral da costa - Graduação An-
25.Claudia Plens – arqueóloga- UNIFESP tropologia (UFMG)
26.Cleiton S. da Silveira – graduando em arque- 54.Igor Morais Mariano Rodrigues- Arqueólo-
ologia – FURG go-UFMG
27.Cliverson Pessoa (PPGA-UFPA) 55.Ingrend Comaquini - – graduanda em arque-
28.Creise Correa Vieiro – graduanda em arque- ologia – FURG
ologia – FURG 56.Isabela Cristina Suguimatsu - graduada em
29.Daiane Pereira - Mestranda do Programa de Ciências Sociais - Arqueologia (UFPR)
Pós- Graduação em Arqueologia, Universidade 57.Jessica Rafaella de Oliveira - graduanda em
Federal de Sergipe Arqueologia e Preservação Patrimonial pela
30.Débora Leonel Soares – mestranda – MAE/ UNIVASF
USP 58.João Victor Souza Faria - aluno de graduação
31.Diego Martinez Celis - Mgter. en Patrimonio em Antropologia (UFMG)
Cultural y Territorio (PUJ), Bogota,Colombia 59.Johni Cesar - graduação em Antropologia
32.Dimitri Zin Vaucher – graduando em arque- com habilitação em Arqueologia
ologia – PUC/GO 60.Jonas Vaz Leandro Leal, Antropólogo do In-
33.Eberson Martins do Couto– graduando em cra-MG
arqueologia – FURG 61.José Alberione dos Reis – arqueólogo- FURG
34.Edison Rodrigues de Souza - Antropólogo - 62.José Cândido Lopes Ferreira - antropólogo -
UFBA IDSM
35.Eduarda Rafaella Rippel – graduanda em ar- 63.Jouran de Deus Ferreira - Arqueólogo forma-
queologia – FURG do na UNIVASF
36.Eduardo Bespalez – arqueólogo- MAE/USP 64.Juliana de Paula Batista - Advogada (Mov. Te-
37.Elisângela de Morais – arqueóloga – UFMG les Pires Vivo)
38.Erendira Oliveira – mestranda –MAE/USP 65.Juliana Pozzo Tatsch, mestranda da Pós-Gra-

ARQUEOLOGIA PELAS GENTES: UM MANIFESTO. Bruna C. da Rocha, Camila Jácome, Francisco F. Stuchi, Guilherme Z. Mongeló e Raoni Valle
139

duação em Antropologia/Arqueologia pela 94.Robson Rodrigues - arqueólogo – Fundação


UFPel. Araporã
66.Jullie Anne Kutz Truss – mestranda – PP- 95.Ruben Caixeta de Queiroz- Antropólogo e
GAN – UFMG professor da UFMG
67.Karla Fredd– graduanda em arqueologia – 96.Rute Ferreira Barbosa - Arqueóloga (Núcleo
FURG de Ensino e Pesquisa Arqueológico - NEPA/
68.Lennon Oliveira Matos - Graduando em Ar- UFAL)
queologia e Preservação Patrimonial (UNI- 97.Sabrina de Assis Andrade - mestranda em
VASF) Antropologia Social - UFPR 
69.Leonardo Napp - graduado em História UFR- 98.Sandra Martins Farias - Antropóloga, douto-
GS randa em Integração na América Latina-USP
70.Loredana Ribeiro – arqueóloga – UFPel 99.Sarah Kelly Silva Schimidt – Graduanda em
71.Luciana Barroso Costa França - Antropóloga Antropologia (UFMG)
- PAA/UFOPA 100.Sergio Murillo Pinto - Doutor em História
72.Luciano Pereira da Silva - arqueólogo/UNE- - UFF
MAT 101.Sílvia Peixoto, arqueóloga do Museu Nacio-
73.Luisa de Assis Roedel - UFMG nal/UFRJ
74.Luisa Girardi – Antropóloga Iepé 102.Silvio Cordeiro – Doutorando MAE-USP
75.Luiz Carlos da Silva Junior – Arqueólogo – 103.Suellem Dayane Moraes Esquerdo - gradu-
FUNAI/Juina MT anda de Arqueologia (UFOPA).
76.Luiz de Lima – graduando em arqueologia – 104.Suellem Dayane Moraes Esquerdo, graduan-
FURG da de Arqueologia da UFOPA
77.Luiza Maria Fonseca Câmpera : bolsista Insti- 105.Tailine Rodrigues Valério da Silva - gradua-
tuto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá ção em arqueologia e conservação de Arte Ru-
78.Marcelo Garcia da Rocha -UFPEL pestre- UFPI
79.Marcia Lika Hattori – arqueóloga – MAE/ 106.Tania Andrade Lima - Museu Nacional /
USP UFRJ
80.Maria Goreti Witt Constante - Graduanda em 107.Tania Pacheco - historiadora
Geografia (UNIVILLE) 108.Telma Monteiro - Pedagoga
81.Marina da Fonseca Lopes– graduanda em ar- 109.Thalis Daiani Paz Garcia – graduanda em
queologia - FURG arqueologia - FURG
82.Marina Kahn - indigenista 110.Vanessa Linke – USP
83.Matheus Fuscaldo Ballé– graduando em ar- 111.Verônica Pontes Viana -   Arqueóloga
queologia – FURG IPHAN-CE
84.Mauricio André Silva – educador – MAE/ 112.Vinicius Melquíades – Arqueólogo
USP
85.Meliam Gaspar - estudante MAE/USP
86.Michael Joseph Heckenberger - Prof. Dr. Ar-
queólogo da Universidade da Florida)
87.Milena Acha – MAE/USP
88.Natalia Fraga – graduando em arqueologia -
FURG
89.Orestes Jayme Mega - bacharel em Arqueolo-
gia e Preservação Patrimonial pela UNIVASF
90.Pedro Henrique de Almeida Batista Damin -
mestrando - MAE/USP
91.Ricardo Chirinos Portocarrero. Instituto
Unay Rvna. Perú.
92.Ricardo Reis Vieira – estudante – UFMG
93.Robin M. Wright -Professor Titular aposenta-
do da UNICAMP

REVISTA DE ARQUEOLOGIA Volume 26 - N.1: 130-140 - 2013


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