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WILLIAM ARNTZ
BETSY CHASSE
MARK VICENTE
Tradução
Doralice Lima
1 ª reimpressão
Título original
What the Bleep Do We know!? - Discovering the Endless Possibilities for Altering your Everyday Reality
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CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
A784q Arntz, William
Quem somos nós? - A descoberta das infinitas possibilidades de alte-
rar a realidade diária / William Arntz, Betsy Chasse e Mark Vicente;
tradução de Doralice Lima. - Rio de Janeiro: Prestígio Editorial, 2007.
il.
Tradução de: What The Bleep do We Know!?
978-85-7724-805-6
1. Vida espiritual. 2. Mecânica quântica - Miscelânea. I. Chasse, Betsy.
II. Vicente, Mark, 1965-. III. Título.
SUMARIO
As grandes perguntas
1
A mudança de paradigma
23
O que é realidade?
33
Visão e percepção
43
A física quântica
53
O observador
63
A consciência
75
Vll
Eu crio minha realidade?
107
O cérebro quântico
131
Introdução ao cérebro
143
Emoções
157
Dependências
169
Desejo _. Escolha _. Intenção _. Mudança
181
Intervalo com Betsy
192
A superposição final
229
Colaboradores
266
Leitura recomendada
273
vi ii SUMÁRIO
Algumas palavras dos autores ...
C
filme ... *
omeçamos esse projeto da forma como sabíamos.
Quando terminamos... Bem, você sabe o nome do
* O filme mencionado é anterior a este livro. Seu título original é What the Bleep Do
We Know!? Foi exibido no Brasil com o título Quern sornas nós? [N. da T. ]
ix
assim, não conseguimos encontrá-la em nossos decênios de
aprimoramento espiritual.
Portanto, como aparentemente não sabemos tanto assim,
você pode se perguntar por que estamos escrevendo um livro.
Bem, para muitas pessoas, Quem somos nós? apresentou idéias
e maneiras novas de ver o mundo. Para outros, o filme pareceu
validar o que sempre sentiram ser verdadeiro, apesar de nunca
terem encontrado ninguém que pensasse da mesma m aneira.
Assim sendo, parte deste livro é informação: mergulhar mais
fundo na ciência. E, então, há aquelas partes que refletem a nós
mesmos, como percebemos (ou deixamos de perceber), o que
fazemos e como nossas atitudes entram em choque com nos-
sas experiências e nossa realidade. Também exploramos as des-
cobertas de alguns pesquisadores que podem indicar por que
fazemos o que fazemos.
E ainda existe a bola de cristal. Muitos dos que entrevista-
mos são visionários, pioneiros e profetas. Todos sentimos que
estamos à beira de alguma coisa; alguma coisa importante. Ao
longo da história, grandes mudanças na forma como as pes-
soas viam o mundo (isto é, nos paradigmas) foram pressenti-
das por visionários, que perceberam sua aproximação e/ou
mostraram o caminho. Os visionários criaram o novo para-
digma ou o novo paradigma voltou no tempo e criou os
visionários? Ou uma coisa cria a outra ou, como sugerem
alguns modelos novos, não existe um criar o outro, apenas
um estado de existência mútua no qual causa e efeito são
substituídos por ser?
Isso é uma toca do coelho. E por mais místico que possa
soar e por mais estranho que seja de ler, existem dados cientí-
ficos que sugerem ser assim.
Entrevistar nosso coro grego de cientistas, filósofos e mís-
ticos foi fascinante. Tanto que, ao final da filmagem, as equi-
pes geralmente acabavam interferindo e fa zendo perguntas. E
os membros dessas equipes não conheciam o material. Eram
A não ser por algumas pessoas com o Fred Alan Wolf (que
citamos na página precedente), em que situação na vida somos
2 AS GRANDES PERGUNTAS
estimulados a fazer perguntas? No entanto, a maioria das gran-
des descobertas e revelações caras à nossa sociedade foi produto
de perguntas. Aqueles temas, aquelas respostas que estudamos
na escola resultaram de perguntas. As perguntas são as precur-
soras, a causa primária, em todos ps ramos do conhecimento
humano. O sábio indiano Ramana Maharshi declarou aos dis-
cípulos que o caminho para a Iluminação pode ser resumido na
frase: "Quem sou eu?" O físico Niels Bohr perguntou: "Como é
possível um elétron ir de A para B sem jamais passar entre esses
dois pontos?"
Perguntas como essas nos despertam para o que não sabía-
i::>e ov,,ole v~e1Mos.?
mos. E de fato são a única forma de chegar lá - ao outro lado
o que oleve1Mos. fcizey-?
do desconhecido.
E; 'f'AY-A ov,,ole es.tci1Mos. ~v,,olo?
Por que fazer uma grande pergunta? Perguntar é um convite
-Miceal Ledwith
à aventura, a uma viagem de descobrimento. Partir para uma
nova aventura é emocionante; há o profundo encantamento da
liberdade, a liberdade de explorar um território novo.
Então, por que não fazemos essas perguntas? Perguntar
abre a porta para o caos, o desconhecido e o imprevisível. No
momento em que fazemos uma pergunta cuja resposta des-
conhecemos, despertamos para todas as possibilidades.
A diferença entre o meu cu
Estamos prontos para receber uma resposta que não gosta-
aos 5 anos de idade e o meu
mos ou com a qual não concordamos? E se a resposta nos eu hoje é que aos 5 an os eu
deixar desconfortáveis ou nos tirar da área de segurança que não tinha feito um grande
construímos para nós mesmos? E se a resposta não for o investimento emocional na
que desejamos ouvir? idéia de o universo ser de
Para fazer uma pergunta não é preoso força; é preoso determinada forma . Estar
"errado" nunca era pro-
coragem.
blema. Tudo era aprendiza-
Agora vejamos o que torna grande uma pergunta. Uma
gem . Agora fico lembrando a
grande pergunta não precisa vir de um livro de filo sofia ou mim mesmo: em ciência não
tratar das grandes questões da vida. Para você, uma grande existe experiência fracassada.
pergunta pode ser: "E se eu decidisse voltar à universidade Ter descoberto que o que eu
para me formar numa nova área?" ou "Devo dar atenção estava testando simplesmente
àquela voz que insiste em me dizer que vá para a Califórnia não funciona é n a verdade
um sucesso.
ou a China?" ou ainda "É possível descobrir o que existe den-
tro de um n eutrino?" Qualquer uma dessas perguntas ou -WILL
AS GRANDES PERGUNTAS 3
milhares de outras pode mudar a direção da sua vida. Uma
grande pergunta é isso: algo que pode mudar a direção da
sua vida.
Portanto, mais uma vez, por que não as fazemos? A maio-
ria das pessoas prefere permanecer na segurança do que sabe
a procurar desafios. Mesmo se esbarrassem em uma per-
gunta, provavelmente iriam evitá-la, enfiariam a cabeça na
Quando vejo minha filha se areia, se ocupariam rapidamente com alguma outra coisa.
divertindo com um brin- Para muitos de nós, só uma crise séria poderia suscitar
quedo ou objeto qualquer, uma das grandes perguntas: uma doença grave, a morte de
posso ver em seu rosto a alguém querido, o fracasso de um negócio ou de um casa-
pura alegria de tentar mento, um padrão de comportamento repetitivo, quase um
entender aquilo. Ela não
vício do qual não conseguimos nos livrar, ou a solidão que
desanima; continua ten-
não podemos suportar por nem mais um dia. Em momentos
tando até conseguir o que
quer. Quando consegue, assim, grandes perguntas borbulham das profundezas de
parte para o próximo desa- nosso ser como lava incandescente. Essas perguntas não são
fio, a próxima pergunta. exercícios intelectuais, são gritos da alma. "Por que eu? Por
Essa manhã eu a observei que ele? O que fiz de errado? Depois disso, vale a pena conti-
enquanto tentava abrir a nuar vivendo? Como Deus permitiu que isso acontecesse?"
fechadura do armário. Se agora, quando não existe uma crise imediata, conseguís-
Levou tempo, mas ela conti- semos fazer brotar uma paixão assim, que nos levasse a fazer
nuou até descobrir como uma grande pergunta sobre nossas vidas, quem sabe o que
abrir. Depois de resolvido o
aconteceria?
problema da fechadura, a
próxima alegria foi: vamos Como disse o doutor Wolf, fazer uma grande pergunta
abrir a porta! Com a porta pode revelar novas maneiras de estar no mundo. Pode ser um
aberta, o rosto dela se ilu- catalisador da transformação. Do crescimento. Da superação.
minou de excitação. Veja o Do progresso.
que está lá dentro! O que é
aquilo ali na prateleira? Era
uma verdadeira viagem de
descobrimento, repleta de A alegria das perguntas
alegria a cada passo.
O que me perguntei, e per- Você se lembra de quando tinha 5 anos e vivia pergun-
gunto a você, é: qual é a sua tando "Por quê?': Depois de um tempo, seus pais devem ter
fechadura? O que você pensado que aquilo era simplesmente para deixá-los loucos,
deseja saber hoje? mas você realmente queria saber! O que aconteceu àquela
-BETSY criança de 5 anos?
4 AS GRANDES PERGUNTAS
Você consegue se lembrar da criança de 5 anos que você
foi? Pode lembrar como era? Isso é importante, porque aos 5
anos você adorava o mistério. Adorava querer saber. Adorava
a viagem. Cada dia era repleto de novas descobertas e novas
perguntas.
Então, qual é a diferença entre aquele tempo e agora?
Boa pergunta! Descobri que fico particular-
A diversão e a alegria da vida estão na viagem. Em nossa mente estimulado ao perceber
cultura, fomos condicionados a considerar inaceitável e mau de repente que não tenho a
resposta para alguma coisa.
o "não saber", a vê-lo como uma espécie de fracasso. Para pas-
É como chegar à beira de um
sar no teste, temos de saber as respostas. Porém, mesmo
precipício em minha mente.
quando se trata do conhecimento dos fatos sobre coisas con-
Nesse espaço do "nada", ou
cretas, o que a ciência não sabe ultrapassa em muito o que ela
do não saber, tenho um senti-
sabe. Muitos dos grandes cientistas estudaram o mistério do
mento intenso de expecta-
universo e da vida em nosso planeta e declararam franca- tiva. A razão da excitação é
mente: "Sabemos pouco. O que mais temos são perguntas." ter chegado ao limite do que
Isso certamente se aplica aos extraordinários pensadores que sei e perceber que muito em
entrevistamos. Nas palavras do escritor Terence McKenna: breve surgirá na minha
"Quanto mais brilham as fogueiras do conhecimento, mais a cabeça um entendimento
espantoso que não existia
escuridão se revela a nossos olhos assombrados."
dentro de mim no instante
É ainda mais difícil dar uma resposta clara à pergunta:
anterior.
"Qual é o significado e o propósito da minha vida?" A res-
Então virá um imenso
posta a grandes perguntas como essa só pode emergir da via-
"ah-ha". Aprendi recente-
gem que é viver. E só podemos chegar a ela pela estrada do
mente que um "ah-ha"
não saber - ou talvez devamos dizer, do ainda-não-saber. Se estimula os centros de
sempre julgamos conhecer a resposta, como iremos crescer? prazer do cérebro (...)
Como poderemos estar abertos para aprender? Evidentemente, sou viciado
nessa sensação.
Um professor universitário visitou Nan-in, o mestre - MARK
AS GRANDES PERGUNTAS 5
- Não está vendo que a xícara encheu? - exp lod e o
professor. - Não cabe mais nada!
- Isso mes mo - responde calmamente Nan-in. - Tal
como essa xícara, você está cheio de suas próprias idéias
e opiniões. Como poderei mostrar-lhe o zen se você não
esvaz iar sua xícara primeiro?
co"'-Celtos sobre a reaLlolaole - Vejo meu pai chegar todo dia do trabalho completamente
que faze1M. -parte olo -paraollg1M.a arrasado. Não quero cair na armadilha dessa corrida
olo!M.Ll'\,/Ã"'-te ou ola v~éío olo maluca, mas não vejo corno evitar. É isso o que a vida é?
IM.ui,,,olo - l'\,éÍo séío corretos. Para que serve tudo isso? É melhor dar um tiro na cabeça:'
ASSLIM., se a n~tór-La serVlr "Cristina': escrevi, "talvez esta não lhe pareça uma
COIM.O gula, IM.LA.Ltas olas &Mssas grande resposta, mas estou orgulhoso de você. Não posso
certezas ole naje sobre o 1M.ui,,,olo garantir que você resolverá seu dilema e encontrará a res-
Ú1M.-ples1M.t"'-te l'\,éÍo séío verolaole. posta. Sei que você precisa de respostas - mas a vida às
-John Hagelin, Ph.D. vezes não nos responde imediatamente. No entanto, você
está fazendo as perguntas certas, e isso é importante."
-WILL
perguntas. Como isso funciona? O que há aqui dentro? As é ci.Lgo eten"'o, ci.ssí."1-1, co"'-1,o Vl,l)S
coisas são realmente o que parecem ser? De onde vem o uni- so"'-1,os ci.Lgo eter-V\,(). n"'-1,os ele
verso? A Terra é o centro do sistema solar? Será que existem co~ç,ci.r- ci. pyocuyci.y "1-1,Cl.í.s s í.g -
leis e padrões subjacentes aos acontecimentos da vida diária? v.,í.fí.cci.elo V\,() que so"'-1,os . "B-e"'-1,,
Qual é a conexão entre meu corpo e minha mente? o sí.gv.,í.fí.cci.elo elo que so"'-1,os
Nos grandes cientistas da história, essas perguntas fazem ci.í.v.,dci. pyecí.sci. seY elescober-to
surgir uma paixão por entender que supera a curiosidade. Eles poY vcós.
não estão apenas curiosos - eles precisam saber! - Ramtha
Quando Albert Einstein era garoto, perguntava a s1
mesmo: "O que vai acontecer se eu estiver andando de bici-
cleta na velocidade da luz e ligar a lâmpada da bicicleta - a
luz acenderá?" Ele quase enlouqueceu, fazendo essa mesma
pergunta a si mesmo durante dez anos, mas dessa busca deci-
dida resultou a teoria da relatividade. Esse é um grande exem-
plo de como fazer uma pergunta e permanecer com ela du-
rante anos, sem resposta, até surgir uma visão totalmente
diferente da realidade.
Rompendo paradigmas
8 AS GRANDES PERGUNTAS
Pense um pouco nisto ...
Unidas na origem
Um mundo vivo
cimento para criar tecnologias cada vez mais poderosas, a esl'Cr-íto v,,os ctfetct noje e1-1,1. cl.íct
sedução da aventura científica obteve apoio cada vez maior. 'Porque os cíev,,tístcts ev,,voLví-
cJ.os v,,esse tÍ'f'O cl.e cl.ebctte
sctbe1-1,1. 1-1,1.uíto 'Pouco sobre os
Pensemos no seguinte: por mais revolucionários que V\,\,lV\.to e,oV\,\,O IA.V\,\, toclo. Isso pocle
Newton e seus colegas tenham sido em seu trabalho, quando seir veirclaclúiro paira o irelógLo,
se tratava de religião eles não questionaram o pensamento V\,\,aS V\.ÓS V\.tÍO SOV\,\,OS
- Galileu Galilei
Como se quisesse prevenir as eras futuras contra a filosofia
materialista que dominaria o pensamento ocidental em nome
da mecânica newtoniana, sir Isaac escreveu: "O ateísmo é tão
insensato e tão odioso à humanidade que nunca teve muitos
professores."
24 A MUDANÇA DE PARADIGMA
conscientemente não sejam tão difíceis. Você pode acreditar
na importância da família, da amizade, da atividade física, de
Ao entender quais paradig-
uma dieta saudável; também pode ter razões para acreditar
mas governam minha vida,
que sua filiação política é sensata, e assim por diante. No
posso começar a perceber
entanto, dezenas, talvez centenas de convicções inconscientes como criei as situações em
e não questionadas dirigem sua vida partindo de níveis subter- minha vida. Ao fazer este
râneos de percepção nebulosa - convicções sobre seu valor e filme e escrever este livro,
sua competência, por exemplo, ou sobre a confiabilidade, ou a quebrei um imenso para-
digma inconsciente, aquele
falta dela, que você atribui a outras pessoas. Essas convicções
que me fazia pensar: "Eu não
foram sedimentadas desde a infância e continuam a determi-
sou tão inteligente assim!"
nar sua relação com o mundo. Nunca me considerei uma
Um paradigma é como o sistema inconsciente de crenças pessoa capaz de entender
de uma cultura. Vivemos e respiramos essas crenças; pensa- nenhum desses conceitos.
mos e interagimos de acordo com elas. Claro, eu era esperta e habili-
dosa e conseguia abrir cami-
nhos pelo mundo e me
tornar um sucesso, mas eu
O velho paradigma científico não era uma "rata de biblio-
teca". Na minha primeira
não está funcionando
semana neste filme, Will e
Praticamente todo dia surgem novas informações científi- Mark me entregaram uns
vinte livros e disseram:
cas que não podem ser explicadas pelo modelo newtoniano
"Comece a ler, porque você
clássico. A teoria da relatividade, a mecânica quântica, a
vai telefonar para esses cien-
influência dos pensamentos e das emoções sobre nossos cor- tistas e convencê-los a parti-
pos, as ditas "anomalias" como a percepção extra-sensorial, a cipar do nosso filme." Levei
cura pela mente, a vidência, a atuação de médiuns e canais, as um tempo para parar de
experiências de quase-morte ou de sair do corpo, tudo isso dizer a mim mesma que não
mostra a necessidade de um modelo diferente, um novo para- era capaz de fazer aquilo. Era
meu emprego - eu tinha de
digma que inclua todos esses fenômenos dentro de uma teo-
o fazer. Assim que deixei de
ria mais abrangente sobre o funcionamento do mundo.
me agarrar às minhas limita-
O problema não é só que o modelo antigo é insuficiente para ções, mergulhei de cabeça.
responder às questões levantadas pelas novas pesquisas. Ainda Mesmo agora elas ainda me
pior é o fato de ele nem chegar perto de livrar a vida humana do perseguem - mas quando
sofrimento, da pobreza, da injustiça e da guerra. Na verdade, isso acontece, eu só repito:
seria possível até demonstrar que, devido ao modelo mecani- "Sou um gênio!"
26 A MUDANÇA DE PARADIGMA
Um novo paradigma
temente grande, poderiam dizer por que você está sentado essa coLsa 1M.ecll 11\,Lca, é IM.a Ls
onde está nesse exato momento, lendo este exato livro. Tudo é se1M.elnall\,te a IA.IM, o..-gall\,Ls1M.o.
uma questão de condições iniciais com as quais "você" (que é tA.IM./;I coLsa o..-gllll\,Lca alta -
não passa de uma mera ilusão) não tem nada a ver. lM.tll\,te Lll\,te..-coll\,lctaela (... ) qtA.e
como seres puramente mecânicos. É porque não somos. E vLsta !M.tA.Lto btísLco ..-eLacLoll\,/;loto
nem os outros. Todos nós sentimos ter (ou talvez sintamos co!M. a 1M.o..-alLelaele e a étLca, o
qtA.e etA. -pell\,so afeta o IM.tA.11\,elo.
ser) consciência e espírito, sentimos que fazemos escolhas.
De certo 1M.oelo, essa é a ve..-ela-
Ou não?
eleL..-a ..-aziio -pela qtA.aL é L!M.-por-
E aqui estamos no fundo da toca do coelho dos paradig-
tall\,te qtA.e oco..-ra IA.IM.a
mas. À esquerda, está a vida na qual somos seres conscientes
IM.tA.elall\,ç.a 11\,/;1 vLsiio ele IM.tA.11\,elo.
decidindo o próprio caminho, e, à direita, apenas uns e zeros
- Dean Radin, Ph.D.
que de alguma forma criam a ilusão que é você.
A M UDANÇA DE PARADlGMA
A reação do sistema
Para mim, a grande mudança
Tal como nos séculos XVI e XVII, a época de Copérnico,
de paradigma tem a ver
comigo (aqui dentro) e o Newton e dos outros pioneiros do modelo científico, os elemen-
resto do universo (lá fora). tos conservadores da sociedade não se limitam a recusar esse
Se somos apenas soldadinhos
movidos a corda, como reló-
novo conhecimento; eles fazem firme oposição a ele. A ortodo-
gios, em um universo que faz xia dominante está rigidamente entrincheirada e não admite a
tique-taque, então por que menor mudança. Em nossos dias, as autoridades eclesiásticas
eu deveria me importar com
o que acontece fora de mim?
foram substituídas por indivíduos (nem todos) que, em vez de
Essa é a atitude que torna utilizar o método testado e aprovado de queimar na fogueira,
fácil bombardear pessoas, usam o poder das universidades, das agências governamentais de
esgotar recursos e condenar
as gerações futuras a um fomento e da midia de mentalidade estreita. Essas pessoas, em
mundo miserável. Por outro vez de ameaçarem a vida propriamente dita daqueles cientistas
lado, quando expando "heréticos': ameaçam seu meio de vida demitindo-os, negando-
minhas fronteiras no tempo
e no espaço, tudo é diferente. lhes promoções ou nomeações, retendo o dinheiro de pesquisa,
Na prática, isso significa que ridicularizando aqueles cujas idéias e projetos de pesquisa não
em vez de, por preguiça, dei- se encaixam nos limites aceitáveis.
xar a luz acesa a noite toda,
penso na quantidade de car- Amit Goswami tem esperança. Ele acredita que a oposição
vão ou petróleo queimada não é necessariamente um mal. "Quem faz oposição tem
para manter acesa aquela
alguma coisa significativa a declarar. Ninguém rejeita alguma
lâmpada, penso no seu pro-
cesso de fabricação, no coisa até julgar se ela é uma bobagem; um mero exame super-
buraco da camada de ozônio ficial será suficiente para eliminar as bobagens. Porém
e em como dentro de três
quando as coisas se tornam significativas e um exame super-
gerações não vai
sobrar mais nada. ficial já não resolve, aí é quando você endurece e quer excluir
É impressionante como
o outro, porque ele é perigoso demais. Assim, a percepção de
alguém pode se preocupar o que os cientistas alternativos estão obtendo bons resultados
dia inteiro com a próxima nos campos em que atuam já está [causando impacto J sobre
refeição e não se preocupar
com o que as pessoas come- o mundo da ciência tradicional. E é por isso que a polariza-
rão daqui a cem anos. ção é um bom sinal de que estamos progredindo."
Os alces que pastam no
meu prado passam de uma
moita para a próxima, sem
nunca comer TODAS as
sementes. Eles também A evolução dos paradigmas científicos
não usam relógio.
Uma das grandes verdades sobre os paradigmas é que eles
- WILL
mudam. Na ciência, que é uma construção na qual uma geração
se edifica em cima do trabalho dos que vieram antes, o para-
28 A MUDANÇA DE PARADIGMA
digma do conhecimento evolui à medida que as visões antigas
se revelam incompletas ou incorretas. Ora devagar, ora esper-
neando e gritando, a grandeza da ciência é que ela avança! A
ciência avança inexoravelmente, construindo uma nova visão,
uma nova estrutura, tendo como base a estrutura do passado.
Às vezes o modelo vigente entra em choque com o avanço
do conhecimento e sai machucado. Quando isso acontece, Acr-edLto qlA.e ci te""dêV'vÚCI de
seja com o apoio, seja na contracorrente dos poderes estabe- iM,ClLor- C1Lcci""ce ""ci é-pocCI C1t1A.C1L é
lecidos, o modelo vigente dá lugar a um novo. IA.11\,\,Cl 11\,\,IA.dci""ç,ci q1A.e está brn-
0 doutor Hagelin descreveu assim esse processo: tC1""dº elM, ""º55 CI vLsêío co1M,-pC1 r--
úLnC1dci do IA.V'vLver-so -
Dentro do progresso da ciência ocorrem estágios de deL.x:cilM,os de -pe""scir- ""ele co1M,o
compreensão e de evolução do conhecimento. Cada um 11\,\,0rto -pcir-ci e.x:-per-LIM,e""ttí- Lo
deles traz a própria visão, o próprio paradigma, de acordo colt\,\,o cúsC1 vLvci. QuCIV'vdo
com o qual as pessoas agem, dentro do qual os governos velM,os o KV'vLver-so colM,o C1Lgo
nascem, os países surgem, as constituições são escritas, as vLvo e velM,os C1 ""ós 1M,es1M,os
medida que o conhecimento progride. Cada era tem visão qKe estci1M,os LV'vÚIM,CIIM,e""te
de mundo e paradigma característicos, e no fim das con- r-eLCIÚ oV'vC!dos CI t1A.do o q1A.e
30 A MUDANÇA DE PARADIGMA
tendo descoberto que o vazio permanece, a conclusão é: a pre-
missa materialista está errada.
Outra razão? Se o novo paradigma estiver correto e o universo
for um ser vivo do qual fazemos parte - nós, nossos pensamentos,
os planetas e todas as partículas subatômicas - , então a própria
necessidade de uma nova visão de mundo vai provocar o seu apa-
recimento. Talvez seja a arrogância humana (de novo, não!) o que
faz parecer que nós estamos criando essa nova visão. Um organis-
mo faminto sempre procura alimento. Somos parte desse orga-
nismo, assim como os planetas, nossos pensamentos e as partículas
subatômicas, e procuramos um novo caminho por saber que
acampamos diante da porta da morte.
E esse não é um lugar confortável para se estar: água poluída e ar
contaminado; superpopulação competindo com fome; armas do
tamanho de uma maleta, mas capazes de destruir uma cidade. A
lista só faz crescer. A doutora Candace Pert afirma: "O corpo sem-
pre quer se curar." Portanto, se nossa realidade, tanto física quanto
não-física, é um imenso organismo, como sugere a "nova física':
então nesse momento essa realidade está tentando se curar. E desse
impulso novas concepções do mundo surgem, ao mesmo tempo em
que as velhas concepções lutam para permanecer.
O que está na balança? Nossa percepção da realidade. Quem é
a balança? Somos nós.
E
os a"'-Ll'IA-aLs e os p~ssar-os col'IA-
tulo), que se refere ao que percebemos - e considera-
fr-eqKê"'-úa vtvel'IA- el'IA- ul'IA.a
mos real? Ou depois de "A física quântica", que
r-eaLL,faele c!Lfer-e""te ela ""ossa .
mergulha na essência da realidade. Sejamos diretos - ele
Algull\,S poc!el'IA- ouvLr- so""s que
poderia/ deveria ter ficado em toda parte.
""êio sol'IA-os capazes ele ouvLr- ou
Não? Então me diga o que é realidade quando você acabou
e""xer-gar- fr-tqKê"'-úas Lul'IA-LV\,o-
de se apaixonar (capítulo sobre "Emoções") ou quando o seu
sas (ultr-avLoleta, L"'-fr-aver-l'IA-e-
grande amor acabou de morrer. E o capítulo "Desejo ...': sobre
Lno) que ""êio poelel'IA.os v er: A
escolhas e livre-arbítrio? Você acha que essas decisões se
l'IA-aLor-La elos l'IA-al'IA-[fer-os (col'IA.o
amparam na realidade ou no que você pensa ser a realidade?
os cacnor-r-os) vtve "'-1A.l'IA-
Entre os capítulos à frente, quais os que se enquadram em
l'IA-1A."'-c!o r-epleto ele oelor-es, coVlr-
nossa visão da realidade? "A consciência cria a realidade". Está
fLa "'-elo l'IA-e"'-os """ vLsêio que
certo, existe uma relação. Isso pode continuar, e continuar. ..
11\.Ós. 6 os bebês, que passal'IA-
Essa questão está em toda a parte, em todos os capítulos,
nor-as olna""elo ftx:al'IA-e"'-te ul'IA.
em todos os momentos que vivemos. Toda decisão tem por
ca""to "vaúo" elo teto?
base alguma elaboração simples, representativa daquilo que
consideramos real. No entanto, quando foi a última vez
que você mergulhou na toca do coelho, dentro dos seus pres-
supostos sobre a realidade?
Fizemos essa pergunta a vários cientistas. Em sua resposta,
o doutor David Albert se ocupa de como e por que responde-
mos diariamente a essa pergunta:
O Q UE É REALIDADE? 35
De volta ao laboratório!
36 O QUE É REALIDADE?
Para ir mais fundo
Muito antes dos filósofos gregos - e certamente dos físicos
quânticos - os sábios da Índia sabiam que alguma coisa im-
portante acontecia fora do domínio dos sentidos. Os videntes,
tanto hindus quanto budistas, ensinavam e ainda ensinam que
o mundo das aparências, o que percebemos por meio de nossos
sentidos, é maya ou ilusão, e que existe alguma coisa subjacente
ao reino material, algo mais poderoso e mais fundamental, mais
"real': apesar de intangível. Como sugerem tantos textos espiri-
tuais, existe uma "realidade superior': mais fundamental que o
universo material, relacionada à consciência. Ntío lití esse111,Út:lL1M.e111,te 11\,/lc.l/l
Isso é exatamente o que a física quântica está revelando. Ela 11\,/l IM.Cltérill - eLt:l é CO!M.-pLetll-
sugere que no núcleo do mundo físico existe um domínio com- lM-e111,te L111,s1,1.bstt:l111,Út:ll. A cOÍst:l
pletamente não-físico, que pode ser chamado de informação, de IM./lLS sóLLdll q1,1.e se -pode dLzer
ondas de probabilidade ou de consciência. E, embora digamos ll res-púto de todll esst:l 1M.lltfrLll
que tudo é feito de átomos, se a visão quântica estiver correta L111,s1,1.bstt:l111,Út:lL é q1,1.e elt:l é
seremos obrigados a admitir que esse campo subjacente de inte- IM./lLS co1M.o 1,1.IM, -pe111,sll1M.e111,to; é
ligência é, na essência, o que o universo "realmente" é. co1M.o 1,1,IM, bLt co111,ce111,trlllilo lile
O doutor Edgard Mitchell, astronauta da Nasa, na viagem L111,for1M,llç,ões.
de volta do espaço, chegou à seguinte conclusão:
- Jeffrey Satinover, m édico
Logo pe rcebi que esse unive rso é inte ligente. Ele está
avançando em uma direção, e temos algo a ver com ela.
E aquele espírito criativo, a intenção criativa que fez a
história desse planeta, vem de dentro de nós e está lá fora
- tudo é o mesmo ...
A consciência propriame nte dita é o que é fundamen-
tal, e a energia-matéria é o seu produto (. .. ) Se mudarmos
de opinião sobre quem somos - e nos olharmos como
seres c riativos e eternos, criando a expe riênc ia física,
unidos por esse níve l da existência que c hamamos cons-
c iê nci a - e ntão começare mos a ve r e a c riar de forma
diferente esse mundo e m que vive mos.'
' E o doutor Mitchell fez isso. Ele voltou à Terra e criou o Instituto de Ciências
Noéticas (IONS), instituto de pesquisa dedicado a investigar cientificamente
percepções "m ísticas", dele mesmo e de outros, sobre a realidade.
O QUE É REALIDADE? 37
A consciência - uma realidade mais verdadeira
é possível
O QUE É REALIDADE?
Bem, quer saber, a visão quântica da realidade não é
tudo nem o fim de tudo. O que tentamos fazer na história
Lembro quando me deparei
da ciência é produzir modelos cada vez menos imper-
pela primeira vez com a idéia
feitos para expressar a natureza do que existe, e certa- de que criamos a realidade
mente dentro de vinte ou trinta anos a física quântica será em nossas mentes e o mundo
substituída por uma compreensão mais profunda da rea- "físico" é só uma idealização.
lidade, seja qual for o nome que essa físi ca receba. Tinha acabado de ler Nature
of Personal Reality, de Jane
Depois que a ciência fornece esses modelos, ainda é preciso Roberts. Fechei meus olhos,
lidar com o "nós", como diz o doutor Andrew Newberg: pensei que a parede em frente
não era real e que ao abrir os
Não temos boa resposta para a questão de estarmos olhos eu poderia ver através
ou não vivendo num grande holodeck*. Acho que esse é dela. Não deu certo. Ou deu?
um problema filosófico importante com o qual precisare-
Claro, eu guardei na mente a
mos lidar no que se refere ao que a ciência tem a dizer idéia de que a parede não exis-
sobre nosso mundo, pois na c iênc ia sempre seremos o tia, mas a maneira como me
observador. Sempre estaremos limitados pelo que em sentava, esperando que o solo
última análise chega a nosso cérebro, que nos permite me sustentasse, sendo puxado
ver e perceber o que fazemos. Portanto, é possível que pela gravidade, tudo reforçava
a visão de que o mundo é a
tudo isso seja apenas uma grande ilusão da qual não
coisa mais real que existe. Ao
somos capazes de sair para ver o que existe fora dela.
sair da cama e apoiar os pés no
chão, acredito firmemente que
o chão é real e não uma ilusão,
Níveis da realidade e que não há ali um abismo.
Literalmente existem diferentes mundos nos quais vive- de uma realidade entrando
em colapso?"
mos. Há a verd ade superfic ial e a profunda. Há o mundo
- WILL
O QUE É REALIDADE? 39
macroscópico que podemos ver, há o mundo de nós
mesmos, há o mundo de nossos átomos e o de nossos
núcleos. São mundos totalmente diferentes.
Cada um deles tem uma linguagem própria, sua pró-
pria matemática. Eles não são apenas menores: são total-
mente diferentes entre si, mas complementares, porque
eu sou meus átomos, mas também minhas células. E tam-
bém sou minha fisiologia macroscópica. Isso tudo é ver-
dade. São apenas níveis diferentes da verdade.
Portanto:
1. É tudo verdade.
2. Nada disso é verdade - só existem modelos.
3. Jamais poderemos sair de nossa própria forma de perce-
ber o todo.
4. Se expandirmos nossa percepção, poderemos captar o todo.
5. Todos os itens anteriores são verdadeiros.
A Ytsposta ftfoíL paya a peY-
6. Todos os itens anteriores são modelos.
gu""ta sobYe se a yeaLíclacle é
7. Ou ...
ÍLUSÓYÍa e "'-tbuLosa co=o todas
as prnbabíLíclacles ( ...) seYÍa
SÍIM.. -Pot"ta""to, se aLguélM.
víesse a =í= e fízesse essa A realidade é um processo democrático?
peygu""ta, eu Ytspo"'-cleyÍa: sÍIM.,
ísso est~ basíca IM.l!"'-te correto.
As nossas vidas diárias e decisões momentâneas sobre a rea-
lidade são democráticas? Quando a concordância com os ou-
-Pod= ""êio é têio sí=pLes
tros torna algo real? Se, de dez pessoas numa sala, oito vêem
assÍIM., poYque ""º IM-OIM.l!"'-to
uma cadeira, e duas um marciano, quem está alucinando?
e= que í""teyagí=os co= a
YeaLíclacle, ela assu!M.I! UIM.a
E quando 12 pessoas acham que um lago é uma massa de
co""clíç.êio ele e,x.ístê"'-Cía absoLu-
água, e uma pessoa, uma superfície em que se possa caminhar?
ta=e""te pétna. Ela s ó é "'-tbu-
Voltando ao capítulo anterior, podemos dizer que um para-
Losa qi.rn l'\,/).o l'\,êÍo est a1M.os
digma é apenas a idéia (modelo) de maior aceitação sobre o que
í""tuagí""clo co= ela.
é real. Votamos por meio de nossas ações, e aquilo se torna real.
Nisso tudo, o problema é: a consciência cria a realidade? É
- Jeffrey Satinover, médico
por isso que não há uma boa resposta - porque a realidade
é a resposta?
40 O Q UE É REALIDADE?
Pense um pouco nisto ...
-Kobayashi Issa
VISÃO E PERCEPÇÃO
A VIA-eV\,te fovV\,ece CI vefevêV\,ÚCI, o coV\,vteÚVIA-eV\,to es-pecCfí,co e Cls
-pveV1A-~ssC1s es-pec[fí,cC!s -pc:!vC! que os oLvios vrjC!VIA-. A VIA-eV\,te fovVIA-CI o
UV\,~vevso que o oLvio eV\,ttío vê. 6'VIA- outvCls -pc:!LC!VvC!s, V\,OSSCI VIA-eV\,te
est~ estvutuvC1olC1 eVIA- V\,OSsos oLvios.
e tudo o que percebo tem por base o que já
conheço, como poderei perceber alguma coisa
nova? Se eu nunca perceber algo novo, como
poderei mudar? Como crescerei?
44 VI SÃO E PERCEPÇÃO
dade, pintando as folhas de cada árvore que você vê. Para tanto,
ele associa as imagens a lembranças, ou redes neurais, de folhas,
cores, tamanhos e formas, e de alguma maneira as reúne.
Se tudo isso parece tão chocante e tão contrário à forma
como nos movemos pelo mundo, como os neurofisiologistas
chegaram a esse esquema?
V JSÃO E PERCEPÇÃO 45
Mais dados...
46 VISÃO E PERCEPÇÃO
o cérebro trabalha para "tentar criar para nós uma história do
mundo, ele precisa se livrar de muitos dados supérfluos."
Por exemplo, enquanto lê essas palavras, embora seus sen-
tidos captem a temperatura do ambiente, a sensação do corpo
na cadeira, a textura da roupa sobre a pele, o zumbido do
refrigerador e o cheiro do xampu, você está quase totalmente
desligado de tudo. O doutor Newberg prossegue: se1A. cfrebYO v,,íio sabe a clLfe-
yev,,ç,a ev,,tye o q1A.e está acov,,te-
O cérebro precisa filtrar uma tremenda quantidade de
cev,,clo Lá foya e o q 1A.t está
informação irrelevante para nós. Ele faz isso inibindo coi-
acov,,tecev,,clo aq1.ú clev,,fro.
sas, evitando que algumas respostas e informações neu-
rais acabem por chegar ao nível consciente, e assim -Joe Dispenza
VISÃO E PERCEPÇÃO 47
nar um pensamento ao chegar à consciência e o que vai perma-
necer como um padrão de pensamento não digerido, enter-
ISSO É UM GATINHO
NO SEU NARIZ? rado num nível mais profundo do corpo."
Conforme explica Joe Dispenza: ''As emoções foram proje-
Pesq1.úst:1olores coloct:1rt:1V1,1.
tadas para fixar quimicamente algo em nossa memória de
gt:1tí.""l1os recéVl,l.- 1'\,t:!SCLolos eVl,I.
longo prazo." As emoções são ligadas num nível ainda baixo
tA.Vl,I. t:1V1,1.bí.e""te e.x:perí.Vl,l.e""tt:1L
do processamento visual, próximo do primeiro passo. De um
º""ole ""tio l1t:1ví.t:1 Lí.""l1t:1s vertí.-
ponto de vista evolutivo, isso faz sentido. Se você caminha por
ct:1í.s; seVl,I.Ql'\,t:IS olepoí.s, q1A.t:1"'-olo
uma trilha e um tigre salta à sua frente, você vai processar essa
coloct:1olos ""º t:1V1,1.bí.e""te
imagem e começar a correr antes de saber por quê.
""'-OrV1,1.t:1l", os gt:1tí.""l1os
Quatrocentos bilhões de bits por segundo. Mesmo depois de
~o ert:1V1,1. ct:1pt:1zes ole ver
jogarmos fora o "irreal" (marcianos) e o "irrelevante" (cheiro
"'-t"'-l11A.Vl,I. o~eto COVl,I. tA.Vl,l.t:l
de xampu), ainda restam muitos bits. As emoções atribuem a
olÍ.~""5tío vertí.ct:1l (coVl,I.O t:1s
eles um peso ou importância relativos. Elas são um atalho
perl'\,t:ls ole tA.Vl,l.t:l ct:1olúrt:1), e
estrutural na percepção, e também nos dão a capacidade
esbt:1rrt:1Vt:1V1,1. "'-e55ts objetos.
incomparável de não ver o que simplesmente não queremos ver.
Paradigma e percepção
VISÃO E PERCEPÇÃO 49
não só nos detalhes, mas até na aparência da vítima e do cri-
minoso. Cada testemunha acredita ter a versão correta -
o IÁ.VvÍ.CO fí.Lvv..e que 'f>CISSCI VvO
porém o que eles têm é a própria percepção do ocorrido.
cfrebrn é t:1queLe que tevv..os CI
Sempre criamos nosso mundo em uma miríade de maneiras.
cC1'f>C1CÍ.clt:1cle ele ver:
A visão e a percepção são as mais óbvias e passíveis de compro-
- Ramtha vação científica. A questão vital é: a coisa pára por aí? É esse o
limite da nossa capacidade de influenciar o mundo que vemos?
50 VISÃO E PERCEPÇÃO
Pense um pouco nisto ...
Í111,CLA.tÍLA. eVIA- l"v\OVIA-CIS KLA.1'1111, ci ícléíci cio pcire1clígV1A-e1, percebeLA. qLA.e qLA.C1111,clo
os 111,ovos ci LLA.111,os recebeVIA- LA.VIA.e! Ltl VIA-Íll\,CI -pci rei exci VIA-Íll\,CI r cio VIA-Ícroscópío,
Í111,Ícíe1L~111,te sêío Í111,CC1-pcizes ele fcizê-Lo. ó'Les 111,tío co111,seg&..1.eV1A- ver o q&..1.e
esttí 111,C! Ltl VIA-Íll\,CI.
:Por oLA.tro Lciclo, eles freqü.e111,teV1A-e111,te vêeVIA- ciLgo qLA.e 111,êío esttí ciLí.
oli111,1,el,\,te" V\,\,i;iLs pooler-osii piir-ii A física clássica newtoniana teve por base as observações
pr-ever- o coV\,\,portiiV\,\,el,\,to olos de objetos sólidos e conhecidos que fazem parte da experiên-
ústeV\,\,iis ft.úcos. eia trivial, como m açãs que caem e planetas que descrevem
-David Alber t, Ph.D. órbitas. Suas leis foram repetidamente testadas, aprovadas e
ampliadas ao longo de vários séculos. Elas foram muito bem
compreendidas e realizaram um excelente trabalho na previ-
são do comportamento físico - como foi visto no triunfo da
Revolução Industrial. Porém no final do século XIX, quando
54 A FÍ SICA QU ÂN TI CA
os físicos começaram a desenvolver as ferramentas para inves-
tigar os domínios da matéria em escala muito pequena, des-
o ter=o qut1Votu= foL t1pLLct1elo
cobriram um fato espantoso: a física newtoniana não
Votl úêVoúti peLti prL=eLrti vez
conseguia explicar nem prever os resultados encontrados.
pelo f[úco t1Le=êío Mt!X Plt!Voc~,
Durante os cem anos seguintes, uma descrição científica
e= =!:900; é u=ti pt1Lt1Vrt1 elo
inteiramente nova foi desenvolvida para explicar o mundo do
LtitLl'1A- que úg"'-L~cti SL1'1A-ples-
muito pequeno. Conhecido como mecânica quântica ou física
l/l,\,tVl,te qut1VotLelt1ele, =tis é
quântica (ou simplesmente teoria quântica), esse conheci-
ust1elt1 ptirtl represeVottir ti
mento novo não substitui a física newtoniana, que ainda
Vl,l,tVoor uVoLeltiele ele qut1Lquer
explica muito bem os objetos macroscópicos. Pelo contrário, a
propr-Leeltiele f1úct1, ttiL col'1A-o
nova física foi inventada para (corajosamente) ir aonde a física
e""ergLti DIA. V1,1,t1tfrLt1.
newtoniana não chegava: ao mundo subatómico.
"O universo é muito estranho': afirma o doutor Stuart
Hameroff. ''Aparentemente existem dois conjuntos de leis
governando-o. Em nosso mundo diário ( ... ), ou seja, ( ... ) na
nossa escala de tamanho e tempo, as coisas são descritas pelas
leis do movimento, de Newton. Contudo, indo para uma
escala pequena, no nível do átomo, um conjunto diferente de
leis assume o controle: as leis quânticas."
Fato ou ficção?
A FI S!CA QUÂNTICA 55
velocidade), poderemos determinar com certeza para onde ele
está indo. A física quântica é probabilística: nunca sabemos com
certeza absoluta como uma coisa específica vai terminar.
A física clássica era reducionista: partia da premissa de que
somente conhecendo as partes era possível eventualmente
compreender o todo. A nova física é mais orgânica e holística:
pinta o universo como um todo unificado cujas partes são
interconectadas e se influenciam mutuamente.
O mais importante talvez seja que a física quântica apagou
a distinção cartesiana rígida entre sujeito e objeto, observador
e observado, que dominou a ciência por quatrocentos anos.
se você quer í.cle""tí.fí.car K~a Na física quântica, o observador influencia o objeto obser-
clas profu""clas dL-(ere""ç,as fí.Lo- vado. Não há os observadores isolados de um universo mecâ-
sófí.cas e""tre a ~ecti""í.ca cLtis- nico; tudo participa do universo. (Isso é tão importante que
úca e a ~cti""í.ca qKti""tí.ca, Lé será tratado num capítulo à parte.)
o fato ele] a ~cti""í.ca cLtisúca
K~a fa""taúa: a posúbí.Lí.dacle Uma das primeiras fendas na estrutura da física newtoniana
de se obsentar pasúva~e""te as foi a descoberta de que os átomos, os blocos estruturais supos-
coí.sas (. ..) A ~ecâ""í.ca qKti""- tamente sólidos de que é feito o universo físico, eram predomi-
tí.ca acaba defí.""í.tí.va~""te nantemente compostos de espaço vazio. Em que grau? Se
co~ í.sso. usássemos uma bola de basquete representando o núcleo de um
- David Albert, Ph. D. átomo de hidrogênio, o elétron que gira em seu redor estaria a
aproximadamente 32km - e todo o espaço entre eles, vazio.
Portanto, ao olhar em torno, lembre-se de que à sua frente na
realidade estão minúsculos pontos de matéria cercados de nada.
Não exatamente. Esse suposto "vazio" não está vazio: con-
tém quantidades enormes de energia já que ela aumenta à
medida que descemos a níveis mais sutis da matéria (a energia
nuclear é um milhão de vezes mais poderosa que a ener-
gia química). Os cientistas dizem haver mais energia em lcm3
de espaço vazio do que em toda a matéria do universo conhe-
cido. Embora eles não tenham obtido diretamente essa
medida, viram os efeitos desse imenso mar de energia. 1
1
Para saber mais, pesquise "forças de Van der Waals" e "efeito Casimir''.
56 A FfSICA QUÂNTICA
Desafio à mente nº 2 - Partícula, onda ou
partícula-onda? DENTRO DA
TOCA DAS PARTÍCULAS
Não somente existe "espaço" entre as partículas, mas os
6~1A.all\.to Sc1'wiiolL""0er forlM-IA.-
cientistas descobriram que as partículas subatômicas (consti-
1.llva s1A.a eq1A.aç.êío ole oMa,
tuintes do átomo) também não são sólidas, e parecem ter
werll\.er HÚsell\,berg soL1A.CÍo-
uma natureza dual. Dependendo de como são examinadas,
ll\,QVa o IM-tSIM-D -probLe1M-a
podem se comportar como partículas ou ondas. Uma partí-
IA.Sall\.olO iiLgebra IM-atncíaL
cula é um objeto independente, sólido, com uma localização aVall\.ç.acla. Mas a soL1A.ç.êío
específica no espaço. As ondas, por outro lado, não são sóli- 1M-ate1M-tiüca era obsc1A.ra, 11\.Í:ÍO
das e não estão num determinado local, mas espalhadas como g1A.arolava rel.llç.êío colM- e.x:-perLêVlr-
as ondas sonoras ou as ondas na água. cLa n1A.1M-all\,Q e 11\.êío soav a têío
No estado de onda, elétrons e fótons (partículas de luz) belM- q1A.all\.to "oMa", ole IM.Dolo
não têm localização precisa, existem como "campos de proba- q1A.e as "trall\,Sfor1M-aç.ões IM-atn-
bilidade". No estado de partícula, esse campo "colapsa", pro- cíaLs" fora1M- aball\.ololl\,Qolas. é
duzindo um objeto sólido, localizado no espaço e no tempo. t1A.olo a-pell\,Cls IA.IM.a all\,ClLogLa.
Assim, a diferença está na observação ou mensuração.
Essa ciência é espantosa! Para
Elétrons que não são medidos ou observados comportam-se
começar, ela funciona como
como ondas. Submetidos à observação, "colapsam" na forma
magia, da mesma forma
de partícula e podem ser localizados. como eu via as coisas funcio-
Como algo pode ser tanto partícula sólida quanto onda narem, quando criança.
flutuante? O paradoxo se resolve se recordarmos que as partí- Assim, o que dizer daquele
culas se comportam como onda ou partícula. Mas "onda" e garoto, com seus sonhos e
"partícula" são simples analogias. O conceito de onda foi con- fantasias? Ele estava aluci-
nando? Talvez. Mas, de fato,
solidado na teoria quântica por Erwin Schrõdinger, que resu-
mecânica quântica parece
miu em sua famosa "equação de onda" as probabilidades
magia. A questão é: onde fica
ondulatórias da partícula antes da observação. a linha divisória entre o
Deixando claro que não sabiam com o que estavam lidan- estranho mm1do quântico e
do, e que nunca tinham visto nada igual, alguns físicos deci- o mundo em larga escala,
diram chamar o fenômeno de "partícula-onda". aparentemente sólido?
Sempre me perguntei: se sou
feito de partículas subatômi- (
Desafio à mente nº 3 - Salto quântico e cas que fazem coisas muito j
probabilidade estranhas( ... ), também posso,
fazer coisas muito estranhas?
Quando estudavam o átomo, os cientistas descobriram que - MARK
os elétrons, quando passam de uma órbita para outra em
A FÍSICA QUÂNTICA 57
torno do núcleo, não se deslocam pelo espaço da forma como
outros objetos - pelo contrário, eles se deslocam instanta-
G2JA.aV\,elo ulM "objeto" subatô-
neamente. Isso é, desaparecem de um lugar, uma órbita, e apa-
lMLCO estti V\,O estaelo ele OV\,ela, o
recem em outra. A isso se chama salto quântico.
que ele se tor~rti quaV\,elo for
Como se isso não quebrasse um número suficiente de
obsen1aelo e se to~r LocaLL-
regras do senso comum, os cientistas também descobriram
zaelo é LV\,certo. 6Le e.xiste elM
que não conseguiam determinar exatamente onde os elétrons
ulM estaelo ele IMtÁ.LtL-pLas -possL-
iriam aparecer ou quando eles iriam saltar. O máximo que
bLLLelaeles. 6sse estaelo é cvia -
podiam fazer era determinar as probabilidades (equação de
1Maelo ele su-pey-posLç.tio. é COIMO
jogar cara-ou-coroa eleV\,tro ele
onda de Schrõdinger) da nova posição do elétron. "A reali-
.$ do_espaçQ..
Após a publicação do teorema de Bell, essa idéia foi confir-
mada inúmeras vezes em laboratório. Faça um esforço e
envolva sua mente nela por um instante. Q temJ2~o__es.Rª,ÇQ,
as características mais bás_i_cas_do---1llund0-em-qu_e_y:iyemus_,_são.
substi1uído_s_n_o rpundo quântico pelo coru:_eito_de tug_q_estar se .
tocando o temp.o_ todo. Não admira Einstein ver aí o tiro de
misericórdia na mecânica quântica - a teoria não faz sentido.
A FÍSICA QUÂN TI CA 59
Apesar disso, esse fenômeno parece ser uma lei que opera
no universo. De fato, Schrõdinger foi citado como tendo
declarado que o emaranhamento não é um dos aspectos mais
interessantes da teoria quântica; é o aspecto mais interessante.
Em 1975, o físico teórico Henry Stapp chamou o teorema de
Bell de "a descoberta mais profunda da ciência". Repare que
Devo ter enlouquecido Mark
ele disse da ciência, não somente da física.
e Will. Eu costumava pergun-
tar um milhão de vezes por
dia: "Que&%!*@ isso tem a
ver comigo?! Por que eu devo
me incomodar com esse
A física quântica e o misticismo
mundo louco da quântica?
Deve estar ficando fácil ver por que física e misticismo se cru-
Meu mundo já é bastante
louco!" Ainda não tenho cer- zam. Coisas separadas, mas sempre se tocando (não-localidade);
teza de ter entendido tudo. elétrons que se movem de A para B sem nunca passar entre
Foi Fred Alan Wolf quem esses pontos; matéria que parece (matematicamente) ser uma
disse: "Se você acha que função de onda distribuída e que só entra em colapso, ou
entendeu, você não escutou
adquire existência espacial, quando é medida.
nada!" O que adquiri de toda
Os místicos não parecem ter problema com essas idéias,
essa bobagem quântica foi
gostar do caos, aceitar o des- muitas delas anteriores aos aceleradores de partículas. Muitos
conhecido, pois daí podem dos fundadores da teoria quântica tinham grande interesse
surgir grandes experiências! nas questões espirituais. Niels Bohr usava em seu brasão o
-BETSY símbolo yin/yang; David Bohm manteve longas discussões
com o sábio indiano Krishnamurti; Erwin Schrõdinger dava
palestras sobre os upanixades.
Mas a teoria quântica prova a visão mística? Se você per-
guntar aos físicos, obterá respostas de todo tipo. Faça essa
pergunta em um coquetel para físicos, defendendo enfatica-
mente uma das visões, e você poderá (afinal, a física quântica
é probabilística) se ver fisicamente agredido.
Com exceção dos materialistas convictos, todos parecem
concordar que estamos no estágio da analogia, que os parale-
los são impressionantes demais para serem ignorados, que a
disposição para manter uma visão paradoxal do mundo é a
mesma, tanto no mundo quântico quanto no zen. Diz o dou-
tor Radin: "Há uma forma alternativa de pensar sobre o
mundo; ela é indicada pela mecânica quântica."
60 A FÍSICA QUÂNTICA
As dúvidas sobre o que causa o colapso da função de onda
ou se os eventos quânticos são realmente aleatórios ainda
estão em grande parte sem resposta. Porém, embora seja
grande o anseio pela produção de um conceito realmente
unificado da realidade, que necessariamente nos inclua e res-
ponda a todos os mistérios quânticos, o filósofo contempo-
râneo Ken Wilber aconselha cautela:
2
Ken Wilber. O paradigma holográfico e outros paradoxos (Cultrix: 1994).
A F!S!CA QUÂNTICA 61
Pense um pouco nisto ...
64 O OBSERVADOR
Brian Greene escreve em O tecido do cosmo: "De acordo
com essa visão, quando medimos a posição de um elétron,
não estamos medindo um aspecto objetivo e preexistente da Penso que um dos aspectos
fantásticos que as pessoas
realidade. Pelo contrário, o ato de medir se confunde profun-
não percebem quando falam
damente com a criação da própria realidade que medimos."
sobre o observador é quem
Fritjof Capra conclui: "O elétron não tem propriedades obje- ele realmente é. Talvez tenha-
tivas que independam da minha mente." mos nos habituado tanto
Tudo isso torna nebulosa a distinção, antes clara, entre o com a palavra que não a
"mundo lá fora" e o observador subjetivo. Ambos parecem se compreendemos de fato.
mesclar e dançar juntos no processo de descobrimento - ou O observador é todo ser
humano, não importa
será de criação? - do mundo.
gênero, raça, condição social
ou crença. Significa que
TODO ser humano tem a
O problema da medida habilidade de observar e de
alterar a realidade subatô-
Na atualidade, chama-se esse efeito da observação de pro- mica. Qualquer pessoa, não
blema da medida. Embora as primeiras descrições desse fenô- somente os cientistas em seus
meno tenham incluído o observador consciente, muitas ambientes santificados.
tentativas foram feitas para excluir do problema a controversa Essa ciência pertence a todo
mundo, porque ela própria é
palavra "consciente': Rapidamente surgiram dúvidas sobre o
uma metáfora para explicar a
que é ser consciente: se um cachorro olha os resultados de um
NÓS, os seres humanos.
experimento sobre elétrons, isso fará colapsar a função de onda?
- MARK
Ao remover a consciência do problema, os físicos puderam
entender o fato mencionado anteriormente: foi banida para
sempre a fantasia de fazer uma medição sem afetar o que está
sendo medido. A conhecida "mosca na parede", que fica ali e
não influencia nada, não pode existir.
Para pôr um termo aos problemas de observadores, medi-
ções, mente e colapso, foram propostas diversas teorias. A pri-
meira, ainda freqüentemente discutida, é a Interpretação de
Copenhague.
A Interpretação de Copenhague
O OBSERVAD OR 65
munhas neutras e objetivas de coisas e acontecimentos, foi esti-
pulada por Niels Bohr e seus colegas em Copenhague, onde ele
vivia; por essa razão, ela é freqüentemente chamada de
Interpretação de Copenhague. Bohr argumentava que o prin-
cípio da incerteza de Heisenberg tinha implicações maiores do
que o fato de não se poder determinar exatamente e ao mesmo
( ...) teV1<-os de resolver o pro-
tempo a velocidade e a localização de uma partícula subatô-
mica. Como explica Fred Alan Wolf, a controvérsia de Bohr era
- Brian Greene
O tecido do cosmo
que "não é só que não possamos medir aquilo. Aquilo não é um
'aquilo' até ser um 'aquilo' observado. Heisenberg achava que
havia 'aquilos": Ele não aceitava que não houvesse nenhum
"aquilo" até que um observador estivesse envolvido. Bohr acre-
ditava que nem as próprias partículas adquirem existência até
serem observadas, e que a realidade no nível quântico não
existe até ser observada ou medida.
De fato, muitos cientistas contestaram esse conceito que
contraria o bom senso e nossa experiência diária. Einstein e
Bohr discutiram longamente e em diversas ocasiões, e Einstein
declarava que simplesmente não podia aceitar essa idéia.
A q1-<.estifo talvez srja: é poss(- Há discordância - alguns diriam um debate furioso -
vel fazer IA.VI<- V1<-odelo V1<-ateV1<-á - quanto a isso significar ou não que a consciência humana, o
tLco do q1-<.e IA.VI<- observador está observador humano (em comparação com o não-humano), é
faze""do q1-<.a""do observa e o que causa o colapso da função de onda e leva o objeto a pas-
V1<-1-<.da a realLdade? Até o sar do estado de probabilidade para o valor pontual.
V1<-0V1<-t"'-to, Lsso ""°s teVI<- esca - Heisenberg afirmava que a mente era intrínseca ao pro-
pado. Qualq1-<.er V1<-odelo V1<-ate- blema. Referia-se ao ato de medir como "o ato de registrar o
Vl<-átLco q1-<.e 1-<.tLlLzeV1<-os e q1-<.e resultado na mente do observador. A mudança descontínua na
L"'-Cl1-<.a a observaç.iío parece função de probabilidade ( ... ) ocorre no ato do registro, por-
L"'-tYodtA.ZLY desco"'-tL"'-IA.Ldades que é a mudança descontínua em nosso conhecimento, no ins-
11\,/;1 V1<-ateV1<-átLca. o observador tante do registro, o que tem sua imagem na mudança
teVI<- s~olo ~cL.....tolo oi.as eq.....aç.ões descontínua da função de probabilidade" (grifo nosso).
da fíúca por 1-<.V1<-a r aziío ÚVI<-- Lynne McTaggart expressa o mesmo em termos menos
ples - é Vl<-C!Ls fáúl fazer as científicos: ''A realidade é uma gelatina não consolidada.
coLsas dessa Vl<-Cl"'-lLra. Existe uma espécie de grande lodo indeterminado que é a
- Fred Alan v.rolf, Ph. D. nossa vida em potencial. Nós, pelo próprio ato de nos envol-
vermos, de percebermos, pela nossa observação, fazemos
66 O OBSERVADOR
essa gelatina se consolidar. Portanto somos parte intrínseca
de todo o processo da realidade. Nosso envolvimento a cria."
Essa área de investigação surgiu nos anos 1970 como uma o~etos têm valol'tS olefí.llÚclos
tentativa de remover a parte "consciente" das teorias da mecâ- -paya toclos os atYÍbL<.tos fí.ácos
nica quântica. Era uma forma muito mais mecanicista de ver possí vús. os atYÍbL<.tos .....ão
o problema da medida. Nessa visão, o instrumento físico de fi,cam em L<.m Lí.mbo, espeYa"'-Cio
Lí.claoles se yeatí.ze=.
O OBSERVADO R 67
para atender a todos os resultados de medição possíveis. Isso
dá origem à idéia (complicada, mas que definitivamente
se -pev-gu""ti:n-1-1,1,os ( ...) se i:i
expande a mente) da existência de inúmeros universos para-
-pos~ç,ão olo eLétrn"" -pu1-1,1,i:i ""ece i:i
lelos nos quais todas as potencialidades quânticas se realizam.
1-1,1,es1-1,1,i:i, te1-1,1,os que ol~zev-
Dê um tempinho para digerir esse conceito - cada vez
"Não"; se -pev-gu""ti:i1-1,1,os se i:i
que você faz uma escolha, inúmeras possibilidade ou resulta-
-poúç,ão olo eLétrn111, 1-1,1,uoli:i co1-1,1, o
dos paralelos estão acontecendo ao mesmo tempo!
te1-1,1,-po, te1-1,1,os que ol~zev- "Não";
se -pev-gu""ti:iv-1-1,1,os se o eléfro""
e.stÁ e1-1,1, v-e-pouso, te1-1,1,os que
ol~zey- "Não"; se -pev-gu111,ti:iv-1-1,1,os A lógica quântica
se ele e.stÁ e1-1,1, 1-1,1,ov~1-1,1,e111,to,
te1-1,1,os que ol~zev- "Não". O matemático John von Neumann desenvolveu uma base
matemática rigorosa para a teoria quântica. Ao tratar do obser-
-J. Robert Oppenheimer,
diretor do projeto Los Alamos, vador e do observado, ele dividiu o problema em três processos.
que criou a bomba atômica
Processo 1: É a decisão do observador de fazer uma per-
gunta ao mundo quântico. "Espelho, espelho meu ...". A esco-
lha da pergunta já limita ºs graus de liberdade do sistema
quântico de resposta. (Na verdade, qualquer pergunta limita
a resposta: se perguntamos a alguém que fruta comeu no jan-
tar, bife não é uma resposta válida.)
Processo 2: É o estado da equação de onda em evolução -
o processo pelo qual a nuvem de possibilidades se desdobra
ou evolui da maneira descrita pela equação de Schrõdinger.
Processo 3: É o estado quântico que responde à pergunta
proposta no processo 1, que" causa o colapso do muito pequeno':
68 O OBSERVAD OR
ção sobre o que está incluído no sistema físico envolvido no
processo 2. Isso significa que não só os elétrons observados mas
também o cérebro do observador pode ser considerado parte da
função de onda em evolução. Isso deu origem a uma quanti-
dade de teorias sobre a consciência, a mente e o cérebro. 1
Na lógica quântica de John von Neumann foi apresentado
um aspecto essencial do problema de medida: a decisão
do observador é o que faz a medição. Essa decisão limita os
graus de liberdade com os quais o sistema físico (tal como
os elétrons) pode responder, afetando o resultado (realidade).
N eo-realismo
O OBSERVADOR 69
Temos um capítulo inteiro para discutir essa questão. Basta
dizer que esse debate está em andamento há milênios. As tradi-
ções espirituais e metafísicas mais antigas há muito tempo man-
tém a visão relatada por Amit Goswami: ''A consciência é o
fundamento de todo ser:' Prótons e nêutrons são relativamente
recém-chegados a esse debate. O aparecimento deles no banco
das testemunhas foi de fato um acontecimento memorável.
A totalidade
E então, eu ...
destruição ecológica? De acordo com o doutor Joe Dispenza: Por fLV"'-, cov,,seguLV"'-os recov,,s-
"Porque perdemos o poder de observação." Ele acredita em t=Lr coV"'- sucesso Cl crLllturll
manter a mensagem da física quântica bem simples: a obser- que deL,x:ou ciquelll V"'-C!rcll. 6
vação tem um efeito direto sobre o mundo do observador. Isso vajllV"'-! A peglldCl é V1-0SSCl .
O OBSERVADOR 71
O mundo subatômico responde à nossa observação,
mas em geral perdemos a capacidade de atenção a cada
Sempre tive a impressão de
seis a dez segundos (... ) Portanto, como coisas muito
ser muito tranqüila - no
controle de minhas emoções grandes poderão responder a quem não tem nem mesmo
e reações às pessoas, aos a capacidade de focalizar e se concentrar? Talvez seja-
lugares, às coisas, ao tempo mos apenas maus observadores. Talvez não tenhamos
e aos acontecimentos. dominado a habilidade de observação( ... )
Então, quando ouvi o que Devíamos estar dispostos a reservar uma parte do dia
diziam Fred Alan Wolf e John
para(. .. ) observar, com pura sinceridade, como construir
Hagelin e nossos outros
um novo futuro possível para nós mesmos. Se fizermos
entrevistados, percebi que eu
não era mais do que uma isso, se observarmos corretamente, começaremos a ver
bola de gude ricocheteando oportunidades surgindo em nossas vidas.
nas paredes da vida. Fico
surpresa por ter tido tempo
para respirar e não ter sofrido
uma fratura de crânio! o fato Para alterar nossa realidade diária
de observar melhor o que
acontece "dentro" e usar isso Deixando a escala subatômica e indo para a escala
para mudar minha percepção humana: o que é observação? Para os seres humanos, a porta
do que está "fora" criou de entrada para a observação é a percepção. E você se lembra,
possibilidades na minha vida. dos capítulos anteriores, como isso pode ser suspeito?
Sou capaz de fazer coisas que
("Espelho, espelho meu ... existe alguém mais bonita do que
nunca pensei poder fazer ou
eu?"). Amit Goswami observa:
ver, e o tempo se move muito
mais devagar, num ritmo Podemos pensar em cada observação como medida
que me dá a capacidade de
quântica, porque produz uma lembrança no cérebro.
observar e escolher, em vez
Essas lembranças são ativadas sempre que tornamos a
de reagir e me arrepender.
encontrar e experimentar um estímulo repetitivo, que
- BETSY
sempre vai trazer à tona não só a impressão original, mas
também essa repetição de impressões de memória ...
Percebemos alguma coisa depois que ela é refletida
no espelho da memória. É esse reflexo que nos dá aquele
sentimento de individualidade, o " quem sou " , ou seja,
um padrão de hábitos, de lembranças, de passado.
Em outras palavras:
72 O O BSERVADOR
Não é surpresa, então, que práticas como "Um curso em
milagres" destaquem o perdão como o elemento importante
"t>CI -pe..-s-pecÚVCI cfos q1,tC111vtC1, o
para mudar o presente. E pense nos ensinamentos de Jesus -
1,t11vÍ.ve..-so é 1,tw.. L1,tgC1..- ex.trew..C1 -
o quanto ele ensinou o perdão. E ensinou sobre a percepção:
w..e11vte í.11vte..-C1ÚV0", e.sc..-evel,(. o
"Antes de reparares no cisco no olho de teu irmão, retira pri-
meiro a trave do teu olho." E a observação máxima: "Ama a
C1rtí.go -pC!YCI CI ..-eví.stCI t>Í.scoVe1>
teu próximo como a ti mesmo."
sob o -prnvocC111vte t(t1,tlo: "o 1,t11vÍ.-
O subtítulo deste livro é ''A descoberta das infinitas possi-
ve..-so ex.í.ste q1,tC111vcto 11vi;io e.stCl -
bilidades de alterar a realidade diária." Bem, se a realidade é
w..os oU,rnV\,cto?" o ClrtÍ.go
somente a resposta às perguntas ou atitudes que mantemos
ye.<;1,tw.,e CI í.ctéí.CI ctCI " gê11ve.se -peLC!
na mente, e se essa resposta está no fim de uma longa cadeia
cC1-pC1cÍ.cfacte cte obse..-VC1ç.iio ", cto
de lembranças, percepções e observações, a questão não é
ft.sí.co cte :P..-Í.V\.ceto11v .Jovi11v
corno alteramos a realidade. O surpreendente é por que man-
wvieeler: t>e Clco..-cto cow..
temos nossa realidade. Na resposta a essa questão está a chave
wvieeLe..- (coLegC1 cte Albert
para a mudança.
6Í.V\.steí.V\, e NÍ.els "Bovir e c..-í.C1ifo..-
O problema da medida só é "problema" porque abala radi-
o!o te..-vv..o " b1,tYC1co 11vegrn"):
calmente a idéia de que estamos fora do objeto observado.
" Niio soV1,1,os .sí.w..-plesvv..e11vte
Mesmo um simples instrumento de medição interage com o
observC1cto..-es eve11vt1,tC1Í.s 11vo
sistema medido e o altera. A realidade observada tem uma
ce11vti..-í.o cósvv..Í.co; sow..os os for-
fluidez que parece contrária ao mundo das xícaras de café e
w..Clcto..-es e c..-í.&1cto..-es ví.veV\.cto
dos lançamentos de mísseis. E, no entanto, esse problema
é uma característica fundamental de como todos os aspectos
da realidade se entrelaçam.
A palavra de trabalho aqui é "entrelaçar". Poderíamos dizer
conectar, ou emaranhar, ou fazer parte da mesma equação de
onda. A idéia da inseparabilidade essencial de todas as coisas
está sempre ressurgindo do rol quântico das testemunhas.
E quem somos nós, reles seres humanos, para discutir com
um zilhão de elétrons?
Quem causa o colapso do que é muito pequeno? Não se
trata de quem, mas de o quê. Todas as coisas.
Resta uma pergunta - são apenas coisas, ou também não-
coisas: mente, espírito, consciência? E se as não-coisas tam-
bém forem tão reais quanto as coisas que fazem colapsar? No
mundo das ilusões, a separação entre coisas e não-coisas pode
ser aquela ilusão à qual todas as outras se apegam.
O OBSERVAD OR 73
....
.-._ -,1'
'
Pense um pouco nisto ...
O que é consciência?
76 A CONSCitNC!A
tica, em sua busca por respostas sobre a realidade e a percep-
ção, esbarrou na consciência. "Ela" está sempre conosco: toda
percepção de experiência, pensamento, ação e interação se
desenrola no campo da consciência.
A consciência é fundamental em tudo o que fazemos -
arte, ciência, relacionamentos, vida; é uma constante em nos-
sas vidas. No entanto, a ciência fez pouco para examiná-la Muitos de nós aceitamos sem
a fundo. Segundo Herbert, em seus quase 400 anos de vida, "a questionamento a palavra e a
idéia da consciência. Há essa
ciência fez um imenso progresso na compreensão do uni-
sensação que me vem,
verso físico em todas as escalas, do quark ao quasar", mas a
quando olho meu corpo, de
consciência permanece "um buraco negro intelectual".
que alguma coisa o está diri-
Tanto na física quanto na psicologia muitos cientistas gindo. Alguma coisa dá vida a
ainda vinculados ao paradigma materialista/newtoniano des- meu corpo. Na maioria dos
cartam a consciência como mero produto do funcionamento casos, nunca perguntamos o
cerebral. (A expressão mais utilizada por eles é epifenômeno, que é essa coisa, porque ela
o que significa ser essencialmente um efeito colateral ou sub- somos nós. Isso foi mais pro-
fundamente perceptível nas
produto.) Basicamente isso sustenta que o eu percebido por
ocasiões em que saí do corpo
você é um acidente da evolução e que, quando o cérebro
e olhei para ele. Num
morre, o acidente desaparece e a embalagem se reúne aos momento assim, vejo a forma
outros envoltórios decompostos no depósito de lixo. de um corpo humano e levo
um tempo para reconhecer
que sou eu mesmo. Nesses
momentos sou algo que
Uma pergunta difícil ainda existe, "pensa" e tem
uma sensação de identidade.
Se a consciência é tão importante e fundamental, por que Essa experiência está além da
se sabe tão pouco sobre ela? Uma explicação é que isso é como linguagem, o que talvez justi-
procurar os óculos quando eles estão sobre o nariz - fique por que ninguém
como estão sempre ali, não são vistos. Outra razão é estarmos descreveu com sucesso,
em palavras, o que é a
vivendo uma era extremamente materialista, dominada por
consciência.
uma ciência materialista; em outras palavras, nossa cultura
-MARK
está interessada no que está "lá fora", e não muito interessada
no que se passa "aqui dentro."
Mesmo quando voltamos a atenção para dentro, estivemos
mais interessados no conteúdo da consciência, no material
que povoa as redes neurais - pensamento, sonhos, planos,
especulações - , do que na consciência propriamente dita.
A C O NSC IÊNC IA 77
Estamos interessados nas imagens do filme, mas nos esquece-
mos de que sem a tela para projetá-las não haveria nada.
Uma grande reflexão de
Porém, a razão mais importante provavelmente é o fato de
nossa sociedade materialista
é: quem são os heróis em a consciência não se enquadrar no paradigma newtoniano. Ela
nossas escolas? As escolas são não é feita de um material mensurável. Não se pode medi-la.
o lugar para instrução, E a maioria dos cientistas permanece mergulhada na visão de
conhecimento, aprendizagem mundo cortada ao meio por Descartes há centenas de anos: o
- vida mental. Os heróis são
intangível, o imaterial, o espiritual estão para sempre separa-
os atletas - a vida física.
dos do físico. Dessa forma, para explicar a consciência, eles
- WILL
têm apenas os fenômenos químicos que se passam no cérebro
e nos circuitos neurais. Seguindo esse paradigma, os cientistas
chegaram ao ponto de chamar a consciência de anomalia.
O quê? A minha consciência, a sua consciência, o fato bá-
sico de nossa existência é uma anomalia - um "desvio da
normalidade"?
Nossa -pesquí.sa sobye o cfrebYO O fato é que a ciência atual não dispõe de referência para
ajucfou a YtvelaY estacfos =aí.s entender a consciência. É uma "pergunta difícil" - portanto,
eLevaclos ele covw.úê"'.úa ali= muitos cientistas voltaram as costas a ela e se dedicaram a
ela v í.gma, cio so.,,no e cio sº""°· outras coisas; procedimento padrão quando paradigmas são
6xí.ste= sete esta cios ele co.,,s- questionados (e o sustento das pessoas está em jogo). O físico
úê~í.a. Ali= cios frês que e filósofo Peter Russel observa: "Quando as anomalias em um
""°Y1M.al1M.t.,,te e.x:-peYí.1M.t.,,ta=os, paradigma aparecem, geralmente são ignoradas ou rejeitadas."
e,x:í.ste a co.,,súê~í.a -pura. é
u= estaclo =aí.s sí.=-ples ela
e sí.Le~í.oso cle-pemepç,éio í:tí.=í.- No final do século XIX, a doutrina padrão era o modelo
tacla, ""° qual a IM.t.,,te e.x:-peYí.- newtoniano segundo o qual o mundo era semelhante a um
IM.t.,,ta e se í.cle....tí.fí.ca co= 0 mecanismo gigantesco cheio de elementos sólidos que esbar-
ca=-po ul'l,Í,fí.caclo de toclas ravam uns nos outros como bolas de bilhar. Como destacou
as Leí.s da .,,atuyeza. o físico da Universidade de Columbia, David Albert, "isso foi
-Jo hn Hagelin, Ph .D. muito satisfatório até meados do século XIX, quando as pes-
quisas sobre o eletromagnetismo, realizadas por pesquisado-
res como Faraday, culminando no final do século com o
trabalho de Maxwell, começaram a mostrar que as partículas
não eram mais o catálogo completo dos móveis do universo".
78 A CO N SC IÉNC IA
Os fenômenos eletromagnéticos não podiam ser explicados
nos termos dos princípios aceitos da física; no entanto, eles
é u~ po""to ele vLsta L""teres-
também não podiam ser desprezados. Portanto, indo contra
sa""te, esse ~ovL~e""to qutlV\,-
os ventos dominantes da ortodoxia, foi necessário levar em
tLco. :Por e.xe~pLo, a co""5ÚêV\,C,~a
consideração a existência dos campos. Como diz o doutor
é so~e""te qutl""tLca? sLa só
Albert: "Já se falava sobre campos desde pelo menos o início
pode ser e.x.pL~cacl.a pela f[úca
do século XIX, mas por um longo tempo eles não foram leva-
qutl""t~ca? Su costu~ava pe""-
dos a sério." A partir daí eles foram admitidos como aspectos
sar asú~, a[ pelos ª""°s 1:!Jrº-
intrínsecos e fundamentais do cosmo.
j~ ""êío pe""so ~aLs. Agora
Pode ter chegado a hora de fazer o mesmo com a consciên-
estou co""veV\,C,lcl.o ele que a
cia e o desafio pode ser comparável. A qualidade ou natureza
~ectl""lca qutl""tlca pode ""êío
da carga eletromagnética e dos campos elétricos e magnéticos
ser sufl.úe""te.
diferia da qualidade dos objetos sólidos, coração do modelo
-Fred Alan Wolf, Ph.D.
newtoniano. A consciência é um nível da realidade ainda mais
sutil que as forças ou os campos de força. No entanto, se ela é
um nível da realidade e se é papel da física produzir uma "teo-
ria de tudo" genuína, a consciência terá de ser incluída.
O OVO OU A GALINHA?
A CONSCIÊNCIA 79
As anomalias
80 A CO NSC IÊNC IA
A revelação da consciência
Nick Herbert chegou a uma conclusão semelhante: -perupç.iío que te1M.os, essa vLifa
''Acredito que a mente é um processo fundamental por si só, L111,tuLor- de e.x-per-Lêv,,cLa que 11\,0S
tão disseminado e tão profundamente inserido na natureza olLfer-e111,Úa dos r-obôs e zu1M.bLs,
E a ciência, em sua busca constante, vai nessa direção. tr-a111,olo ulM. co1M.-por-ta1M.e111,to
Stuart Hameroff e Roger Penrose propuseram wna teoria da coiM.-pLe.xo, cuLola 111,c;lo de seus
abordar essa e outras teorias quânticas no capítulo "O cérebro se1M. ter- v,,e111,nu1M.a vLola L111,ter-Lor-
A CONSCIENCIA 81
A consciência reina?
Para trazer a consciência para Na verdade, a maioria das tradições espirituais afirma que
dentro da ciência, pelo
a consciência não é "um" componente fundamental; ela é "o"
menos como a ciência é com-
componente fundamental. Todas as coisas brotam de um
preendida atualmente, preci-
samos, de alguma forma, de reservatório subjacente de consciência.
um medidor da consciência. O doutor Hagelin está convencido de ser esse o caso:
Esse aparato precisa ser
A primeira de todas as experiências, poderíamos dizer,
semelhante à maneira de
medir ou quantificar as o princípio do universo, é quando a consciência pura, o
forças . Isso faz parte do campo unificado que vê a si mesmo, cria dentro de sua
processo analítico. natureza essencialmente unificada a estrutura ternária
1
Essa lista pode se alongar muito mais ...
82 A CONSC!JlNCIA
E o que acontece quando os exploradores da consciência
retornam? O doutor Andrew Newberg nos conta:
Quando têm essa experiência (mística), as pessoas 5obYt q utJM. 5 0"1,1.05 - e IM>5
percebem que ela representa um nível da realidade mais /!l'\,nyg&1Y1M.D5 C.0"1,1.0 5tYts c.riatí.-
fundamental que a realidade material do cotidiano na V05, etey...,o5 , c.riaMo a e,cpt-
qual normalmente vivemos. De fato, mesmo quando não rn...,e,í.a fisí.c.a, u...,Í.cfo5 .._aquele
estão mais passando pela experiência mística, elas ainda vú:vel cfa e,ci&tl...,e,í.a qut c.ha-
percebem aquela real idade como mais real, represen- JM.ll1'1M>5 de eo...,5 c.Í.t...,e,Í.a - tl'\.tão
tando uma forma mais verdadeira, a forma mais funda- C.OIM.tÇ,llYtl'lM>5 a VtY t c.riay dt
mental da realidade. E o mundo material no qual foy..,,..a JM.UÍ.tc dí.ftYt...t:t esse
vivemos é como se fosse para elas uma realidade mais JM.uMo e111,1. q ue VÍ.Vt""-05 .
secundária. - Ed Mitchell
A CONSCIÉNCIA 83
Pense um pouco nisto ...
1
Desculpe, partícula de Higgs, você perdeu essa eleição.
Lançando o desafio
~ Úe"'*'Lstas têío l'rec.oV\,C,eLt1,1.osos
Falamos de paradigmas e da resistência natural à mudança, c.olM-o seres n"'-IM.ª""ºs qKa""tº
mas a ciência, afinal, é trabalho dos cientistas, pessoas comuns. q1,1.aLq1,1.er 'Pessoa . rtá o IM-étoclo
Em uma conferência, John Hagelin advertiu: "Não cometam o úe"'*'Cfí.co, c.t"Laclo esl'eúfí.ca1M-e"'*'e
erro de pensar que os cientistas são científicos." 'Para IM-LV\,LIM-Lzar a L""fL"'-ê""úa
Esclarecendo: nessas questões do domínio da mente sobre cio l'rec.oMúto. isso é a ú êM La
a matéria, da pesquisa psíquica e de atividades paranormais, l'rol'rLa1M-e""te clLta.
o preconceito campeia na comunidade científica. Tudo isso é - Jeffrey Satinover, médi co.
uma afronta à própria metodologia que eles preconizam.
V\,{,os ele V\,{,e""te. PvovaveLV\,{,e""te Te nho a tendência a esgotar as provas. Elas são mais
exLsteV\,{, covpos-pe""sa V\,{,e1A-to e sólidas do que pensamos e há muito mais provas do
pe""saV\,{,e1A-tos que vLveV\,{, Ltí que pensamos. Trato-as como trataria qualquer precon-
COVl,{,O as cvLatuvas ft.úcas ceito : para combater o preconceito, seja ele racial , de
vLveV\,{, aquL. gênero ou qualquer outro, você tem de assumir uma
-John Hagelin, Ph. D. postura afirmativa.
Portanto, adoto uma postura agressiva exatamente
como faço com a ação afirmativa e digo que se existe
alguma coisa a examinar, que seja examinada (... )
Quando você começa realmente a prestar atenção, nesse
caso nas provas, você percebe que tudo o que examina
para buscar comprovação é filtrado pela teoria. Portanto,
se a sua teoria afirma que aquilo não pode existir, então
você não está examinando adequadamente as provas.
Os experimentos
Muitas crianças fazem coisas Eles decidiram registrar o evento por meio de geradores de
assim até a puberdade, quando números aleatórios; colocaram três no laboratório nos EUA,
perdem essa habilidade. Será um em Amsterdã e um em Princeton. Com os cinco gerado-
que a mudança de foco as res prontos para registrar o momento do anúncio do vere-
impede de continuar a fazer
dicto, os cientistas aguardaram para ver o que aconteceria.
isso? Será que essa habilidade
se relaciona mais com um esta- Colocamos os GEAs em operação, e de fato vimos um
do especial do que com uma lei pico com uma probabi lidade de mil para um, em dois
sobre a realidade física? Talvez
pontos: o primeiro quando a câmera passou do exterior
a razão de tão poucos adultos
do fórum para dentro do tribunal , o qu e causou um
poderem fazer isso seja a igno-
rância de como alcançar aquele grande aumento na aten ção; o outro no momento em
estado especial. E se pudessem? que o ve redicto foi lido . Apareceu esse imenso pico de
- MARK coerê ncia nos cinco geradores ao mesmo tempo.
2
Para uma descrição detalhada, ver Conscious Acts of Creation, de William Tiller.
Eterna pergunta:
Eu faço a realidade
Ou ela me faz?
• Eu crio, você também cria, e o que criamos é diferente - CÍ.ê111,CÍ.et. o L-<.111,Í.verso Í.111,teí.ro éa
e aí? e.x.p ressíio ola co111,sCÍê111,CÍa. A
• "Eu nunca teria criado esse (lacuna a ser preenchida) em reaLíolaole olo L-<.111,Í.v erso é L,(. 11\,1,
minha vida!"
• As coincidências existem?
• Uma criança que passa fome criou essa situação? -Maharishi Mah esh Yogi
• E os desastres naturais?
• Quem é o "eu" que está criando?
Ficou claro que o lugar de onde eu opto por criar -Candace Pert, Ph.D.
minha realidade, aquele lugar de consciência, é um
estado de ser incomum em que o binômio sujeito/objetos
se divide e desaparece. É a partir deste estado extraordi-
nário que eu escolho - e conseqüentemente o júbilo do
adepto da Nova Era desapareceu quando ele foi forçado
a encarar a realidade de que nada é de graça. Temos de
meditar e atingir estados incomuns de consciência, antes
de nos tornarmos criadores de nossa própria realidade.
domínio da mente sobre a matéria" derruba o muro entre o provar q1-<.e e1-<. so1-<. coV\,ScLe""te.
visível e o invisível e sugere a existência de uma conexão entre - Stuart Hameroff, m édico
1
É isso aí! Nós falamos! É esse o verdadeiro título, afinal...
De volta às grandes perguntas. O sábio indiano Ramana l,lVJ,1,&1 b&1se ele coll\,neúVJ,\,ell\,tos
Maharshi estruturou seus ensinamentos sobre essa exata peql,le!Ml, teVJ,1,os l,lVJ,1,&1 Ye&1LLel&1ele
questão. De acordo com ele, a investigação desse problema peql,le!Ml . se teVJ,1,os l,lVJ,1,&1 b&1se
leva diretamente à iluminação. Mas vamos adiar a iluminação ele coll\,neúVJ,\,ell\,to &1VJ,1,pL&1, teVJ,1,0.s
por enquanto e limitar nossa análise ao ato de criar... l,lVJ,1,&1 Ye&1LLel&1ele &1VJ,1,pL&1.
Segundo Fred Alan Wolf, "o que precisamos entender pri- -Joe Dispenza
meiro é que na idéia de que você cria a própria realidade, se pela
expressão você estamos pensando naquela pessoa egocêntrica
que você acha ser quem dirige sua vida, isso provavelmente está
errado. Provavelmente não é de jeito nenhum esse você quem
está criando a realidade': Porém isso nos leva imediatamente a
perguntar: "Então, quem está?" Quando você pede a primeira
xícara de café pela manhã, certamente é muito claro que quem
escolheu o cappuccino foi a "pessoa egocêntrica'', ou a persona-
lidade, e não o ser transcendental e imortal. E é claro que
quando a árvore caiu sobre o seu brilhante carro novo, a perso-
nalidade não teve absolutamente nada a ver com isso.
Geralmente as pessoas rejeitam a idéia de que "eu crio a rea-
lidade" quando em suas vidas acontece algo que elas jamais
' Na prática, todo mundo reivindica o crédito por esse feito : "Depois de tudo o
que já passei, eu merecia ganhar."
A grande virada
Em outras palavras, em vez de ditar passo a passo o que deve L111,ctlc&1 &iLguw. frpo cte r-eL&1úo-
acontecer com a água para mudar o pH, descrevendo o rear- 111,&1w.e111,to. Cooper-&ir- sLg111,Lft,c&1
ranjo das ligações químicas, as trocas iônicas, etc. (... ), nos oper-&ir- ew. cov0u111,to. Asúw.,
tram no resultado e deixam que o universo forneça os detalhes. eLew.e111,tos cto l111,cLcte.,,_te estêío
Úg111,Lfí.c&1cto oposto.
Possibilidades e tempo
sel,(s so111,nos. VLVi:l i:i VLi;li:i ql,(e Há uma hipótese de que a consciência é o funda-
LV\,\,i:igLl'l,01,(. mento do ser. Tudo são possibilidades de consciência. A
' Nos livros de Harry Potter, trouxa se refere àqueles que não têm poderes mági-
cos. Hogwarts é a escola onde se aprende mágica, dirigida por Dumbledore.
1. Convença as pessoas de 9ue elas NÃO são magos. O parágrafo anterior faz
2. E:nsíne as glórías de ser a vítíma. parte de um livro que eu
) . Contunda e embaralhe os sístemas de crenças. nunca vou escrever. Mas
quantos de nós lemos livros
+. Torne os novos conhecímentos assustadores e
com o desejo de ser teletrans-
ínacessíveís.
portados até lá? Em uma era
5. Faça os magos parecerem assustadores e torne de magia, ela está em toda
perigoso ser mago. parte. Porque todo mundo
6. obrígue-os a mentír. SABE que é assim que o
7- E: nunca olhe para dentro. mundo é. Antes que os oci-
dentais chegassem ao Tibet,
as histórias sobre "magia"
Se você por acaso é um mago que foi transformado em sapo,
eram lugar-comum. Os lamas
O manual dos antimagos também tem os antídotos para cada tinham a habilidade de dar
um desses procedimentos. saltos de 1Om, de modo que
podiam cobrir centenas de
quilômetros em uma hora.
1. Convença a s p essoas d e 9ue e la s NÃO são Lugar-comum, hoje desapare-
cido. O que, então, nos leva a
magos.
perguntar: "O que nós quere-
Como todo mundo é mago, se você convence r as mos para o amanhã?"
pessoas de 9ue elas não são, ela s deíxarão de ser. Talvez eu acabe escrevendo
Nes~e caso, não prossíga a leítura . aquele livro ...
E, se você olhar bem, a dúvida é sempre resultado do sis- Por que Donald Trump é
tema de crenças entrando em colisão com a fé que ampara rico? Porque ele aceitou
sua ação. E, até que esses conflitos sejam eliminados, o caça ganhar 3 milhões de dólares
por dia. Ele construiu um
X-wing permanecerá no pântano. Como diz Ramtha:
modelo de possibilidades que
Que amplitude, que profundidade, que altura tem o ní- a maioria das pessoas não tem.
vel de sua aprovação? Porque a fé é isso. Você jamais A maioria das pessoas
poderá manifestar em sua vida aquilo com que não con- tem modelos que talvez lhes
permitam ganhar duzentos
corda . Você só manifesta aquilo que aprova. Portanto,
dólares por dia. Trump ape-
qual é a amplitude da sua aprovação? É maior que a
nas acrescentou um monte de
dúvida? Quais são as limitações da sua aprovação? É por zeros e aceitou o resultado.
essa razão que você está doente? É por isso que está enve- Ele não nasceu necessaria-
lhecido? É por isso que está infeliz, porque o nível de sua mente com um dom especial.
aprovação é a infelicidade? Isso é tudo o que você vai con- Trata-se apenas de aprovação.
Como construir o nível de
seguir, você sabe. Você não vai conseguir nada maior.
aprovação? Os atletas o cons-
troem treinando e depois dis-
putando uma corrida. Eles
4. Torne os novos conhecímentos assustado-
descobrem quais são as pró-
res e ínacessíveís . prias limitações. Descobrem
em que são bons. O treinador
Os conhecímentos novos são a chave 9ue destrava
os ajuda, e é possível que eles
os velhos sístemas de crenças e abre a porta para rea- cheguem a ganhar medalhas
lida des ca da vez maíores. Além dísso, o conhecímento olímpicas. Por que seria dife-
fortalece nossa té no ve rdadeíro meca nísmo ínterno do rente quando se trata da
uníverso e assím dá maís poder ao mago. Portanto, taça mente? Nós também não
deveríamos estar treinando a
uso da medida detensíva ma ís drástíca : o medo.
mente? Não deveríamos estar
Antídoto: "Pedí, e dar-se-vos-á; buscaí e achareís; dando informações a ela?
bateí, e abrír-se-vos-á "-Mateus 7 :8 - MARK
' Por exemplo: os líderes dos EUA produziram uma série de mentiras para
manipular o país e fazê-los aceitar uma guerra que matou dezenas de milhares
de pessoas. No entanto, em geral, os americanos não deram a mínima.
Escreva o que você pensa ser a relação entre essas palavras. Por exemplo,
''A magia está fora do paradigma." Analise todas as relações.
Fé
J-.\ J\J u fl EVV J\J EVVBEFl G
Jeff: "Hoje em dia você pode colocar em qualquer
coisa o rótulo de quântico. Há alguns anos a
palavra era criativo: divórcio criativo, culinária
criativa. Agora é quântico: divórcio quântico,
culinária quântica, cura quântica .. ?'
Betsy: "O que é culinária quântica?" (risos)
Jeff: "Eu não sei, mas soa bem, não soa?"
ela o que for, é secundária. Ela é apenas um resultado nl,(.1<1,1,Cllll,O, se C01<1,<,"J'CIYCldo CIO
-Jeffrey Satinover, médico Tal como Stuart Hameroff, o doutor Satinover, médico im-
pregnado de mecânica quântica, escreveu um livro chamado
The Quantum Braín: The Search for Freedom and the Next
Generatíon of Man. Embora relute em usar a palavra quântica
associada à arte culinária, Satinover produziu um arrazoado
matemático rigoroso para demonstrar que "a atividade do sis-
tema nervoso e o modo pelo qual ele implementa efeitos
quânticos - formas muito distintas, específicas, não gene-
ralizadas, não nebulosas, não imprecisas - abre a porta para
o livre-arbítrio ser uma possibilidade que não viola a doutrina
científica moderna". O tema de Satinover está relacionado com
a estrutura em camadas descrita anteriormente: o que nos dá
a única possibilidade de livre-arbítrio é o não determinismo
do nível quântico da existência, o fato de a realidade quântica
ser governada pela probabilidade e não pela certeza.
No nível macroscópico, a larga escala da física clássica,
todos os eventos, da órbita dos planetas ao movimento das
moléculas, são mecânicos e determinados por leis matemáti-
cas precisas. Portanto, a possibilidade de escolha e o livre-
arbítrio só serão possíveis se a aleatoriedade do nível quântico
puder de alguma forma ser relevante no nível macroscópico.
"No nível do cérebro", declara Satinover, as redes neurais
"produzem uma inteligência global, associada ao cérebro como
um todo. Contudo, ao examinar os neurônios individuais, o
interior deles é uma implementação física diferente desse prin-
cípio. Abaixo de cada escala, cada elemento processador indivi-
Até agora temos a experiência de que a consciência no cére- 6111,ttío, se q1úsesse oLnal' a
bro é causada pelo colapso espontâneo das funções de onda nos questão ele V\,l,oclo -poétíco, clíY-ía
microtúbulos. Dentro dessa consciência existe a opção do livre- que os sel'es nuV\,l,a111,os -pMeceV\,I,
arbítrio, ou escolha, decorrente do arranjo dos eventos quânti- tel' síclo pl'Djetaclos -pMa V\,l,ax í-
cos amplificados para os níveis mais amplos, como nas caixas V\,l,ízay- a Líbey-clacle clíspo111,CveL
chinesas. Apoiando-nos no exercício do livre-arbítrio, mante- eV\,I, sua est=tul'a V\,l,atey-íaL a
mos em nossos cérebros um dado resultado e repetimos aquela UV\,I, gy-au que íV\,l,íte a cY-Íaç.tío
pergunta de forma arbitrariamente veloz (que parece contínua cio J'l'Ó"f>l'Ío u111,ívey-so.
como se fosse "sustentada", mas na realidade é uma seqüência de - Jeffrey Sati.nover, m édico
Memória associativa
aglomerados integrados, em geral não conectados entre si. ALA.IM.tl'l-ta 1M.uLto. é fácíl vey -poY
Por isso, quando a personalidade muda, não há lembrança do que: L1M.agL""e que Você está
"outro". O conjunto de redes sobre o qual uma personalidade ca1M.Ll'l-l'la""elo -pelo iM.tLo ela
que esta-os faze111,clo. poder nesse mundo. Em certo sentido, o observador não
tem poder. Em o utro, ele tem uma tremenda quantidade
-Candace Pert, Ph.D.
de poder. No sentido de não ter poder, d iríamos que as
observações são co nduzidas da mesma forma como antes,
constantemente, num senti do repetiti vo. Então, chegamos
a um ponto em que não percebemos mais o papel de nos-
sas observações porque elas se tornam habituais. É como
ser dependente de alguma coisa. Perde-se o poder de
observação. Q uando é recuperado, pode-se ver que por
suas esco lhas você consegue de fato alterar, restringir o u
mudar o que vê " lá fora".
158 EMOÇÕES
No início de 1970, a doutora Candace Pert sofreu uma
queda de cavalo. Durante a recuperação, deram-lhe morfina.
Sendo cientista, ela começou a se perguntar como as drogas
produziam os efeitos que estava experimentando. Por isso,
quando apareceu uma oportunidade de investigar de que
maneira as drogas funcionavam, ela não deixou passar.
Já se imaginava que as células tinham "receptores" em tor-
no da parede celular externa, nos quais os compostos quími-
cos podiam "estacionar". Segundo a teoria, a estrutura química
da droga permitia-lhe se encaixar nesses receptores, mas nin-
guém tinha conseguido encontrá-los até então. A doutora
Pert encontrou os receptores opióides que revestem a parede As eV\,l,oç,ões síio a qt.<.CV\,l,í.ca
EM O ÇÕES 159
Ficou evidente que o que sentimos produz um composto
químico ou uma coleção de compostos químicos específicos.
Esses compostos, neuropeptídeos ou moléculas de emoção
(MDEs) são cadeias de aminoácidos, feitos de proteínas, e
fabricados no hipotálamo. "O hipotálamo", explica o doutor
Dispenza, "é como uma minúscula fábrica de compostos quí-
micos que correspondem a determinadas emoções que experi-
mentamos". Isso significa que cada emoção tem um composto
químico associado, e é a absorção dele pelas células em nossos
corpos que dá origem ao sentimento daquela emoção.
Prazer/dor
160 EMOÇÕES
corpo da forma mais irresistível para resolver rapidamente o
famoso problema do "tigre na selva".
Para ilustrar o que ocorre dentro de nós e manter a sinto-
nia com o tema do nosso capítulo divertido, o "experimento
intelectual" a seguir investiga o funcionamento da interface
memória/ emoções/ reações.
ROBOTOMUS
Imagine que você é um pequeno ser que vive dentro
de um "robô biogênico" - o Robotomus. Você vive
numa pequena sala de controle na cabeça do Robo- poo!eiMos af.riMC!r que estaiMos
tomus e vê o exterior pelos olhos dele. Usando um sis- \/eV\,o!O o IMUV\,o!O objetÍVC!IMeV\,te
tema complexo de alavancas, botões e um computador, COIMO eLe é. Nêlo i:x:íste essa ava-
você fornece a ele informações vitais. Líaç.êlo coiMpLetaiMe""te objetíva
E você tem uma tarefa - reconhecer e interpretar o o!e V1,C1o{C1 porque ""ossa avaLíaç.êlo
que o Robotomus vê, para que ele saiba o que fazer. o!e tuo!o est~ reLC!cÍoV1,C1o!C1 coiM
Agora, interpretar o significado do "lá fora" não tem i:x:períê""cías prévías e eiMoç.ões.
nada a ver com movimentar componentes; é uma abs- Tuo!o teiM u1M peso eiMoCÍoV\,CI L
de computar. Por isso você conseguiu esse emprego. -Daniel Monti, médico
EMOÇÕ ES 16 1
brilhando. Você estica a mão e pega a pasta. Está escrito:
"tia Rosinha''. Você abre a pasta e lê a história dela -
algo a respeito de ela ser agressiva, cruel e violenta.
Você olha para o computador e a palavra: SIGNI-
FICADO? está na tela. Um cursor pisca embaixo dela. O
Robotomus está congelado. Você digita( ... ) DEFENDER-
SE, INIMIGO À VISTA. Imediatamente, o Robotomus
começa a tremer e você olha pela janela e percebe que a
pessoa "lá fora'' não é tia Rosinha, mas está mostrando
uma breve expressão vagamente similar à foto da tia
Rosinha no arquivo. Você avança freneticamente para o
Q.uaV\,clo e.>cperi~V\,tal'1A.os computador e digita: SIGNIFICADO ERRADO... SIGNI-
coy\,t~V\,l,(_a~V\,te as =1'1A-as FICADO DESCONHECIDO! Mas já é tarde; compostos
el'1A-oç,ões e V\,êio el.abora=os algo químicos estão sendo liberados por toda parte e fica
sobre elas, ey\,têio estal'1A-os extremamente quente na sala de controle. Sangue e adre-
presos 11\,0 =1'1A-o paclrêio ele nalina são bombeados para as pernas do Robotomus,
est[l'1A-l,(.Lo/ respost a. mas agora ele treme porque recebeu significados confli-
- Joe Dispenza tantes, além de ter recebido uma tonelada de compostos
químicos. Você suspira, aperta o cinto de segurança e
decide que mais tarde vai ser preciso levar o Robotomus
para correr...
EMOÇÕES
Qual é o problema com as emoções?
EM OÇÕES 163
estar vivo, sentir, amar, odiar, viver. Sem essas emoções, a vida
COMO TOMAR POSSE DE seria chata. Elas são o tempero na sopa ( quântica) ; a cor no
UMAEMOÇÃO pôr-do-sol.
Um dia eu estava ao telefone Elas nos dão muito mais do que a mera sobrevivência. Elas
com a Betsy revendo um contribuem para a permanente evolução. Isso é evolução, não
material de animação. Eu
reclamava porque alguns dos no sentido corporal, mas no sentido espiritual, não-físico. Joe
técnicos de animação classifi- Dispenza diz:
caram o que eu queria que
eles fizessem como doideira e Bem, eu não tenho uma definição científica para alma,
afirmaram que eu nunca ia
mas diria que ela é um registro de todas as experiências de
conseguir. Comecei um dis-
curso sobre como as pessoas que tomamos posse emocionalmente. As coisas de que
sempre me dizem o que não não tomamos· posse emocionalmente, tornamos a experi-
posso fazer e como isso acon-
tece sempre, desde o início do mentar nessa realidade, em todas as outras realidades,
segundo grau. Comecei a nessa vida, em todas as outras vidas. Portanto, não conse-
recuar no tempo, relacio- guimos evoluir. Se continuarmos a experimentar a mesma
nando todos os "você não vai
conseguir': quando subita- emoção e nunca a aposentarmos, tornando-a sabedoria,
mente parei. Alguém disse não evoluiremos. Não seremos pessoas inspiradas. Não
"emoção repetida"? Percebi
teremos a ambição de ser nada senão o mero produto dos
que vinha criando essa situa-
ção há décadas! Por quê? Para compostos químicos no corpo, que nos mantém presos no
que eu pudesse ter a emoção círculo em que vivemos nosso destino genético.
do tipo "Eu disse, sei mais do
que você, vá se catar". Usei
Uma pessoa nobre supera o destino genético, a reali-
isso como motivador, para mentação que vem do corpo, o meio amb iente, as pró-
poder ser melhor do que prias tendências emocion ais. Pense ni sso. Se você deseja
alguém. E embaixo disso
estava a insegurança! Eu pro- evoluir como pessoa, esco lha um a limitação que você
jetava minha própria dúvida. sabe que tem e aja conscientemente para alterá-la.
No lugar de todo esse drama Você vai ganhar alguma coisa (... ) Sabedoria.
e dessa motivação e satisfa-
ção de baixo nível, eu podia
simplesmente criar. Em outras palavras, aquelas emoções podem estar nos mos-
Foi nesse momento que final- trando algo além do tigre. Podem estar indicando a pérola. Ou
mente entendi o significado podem ser o grão de areia que vira pérola dentro da ostra;
de "tomar posse de uma
emoção". E essa emoção foi aquele pedacinho de irritação que a ostra reveste e reveste até
"aposentada". Já se passaram ser obtida uma pérola de sabedoria. É razoável que a irritação,
três anos e ninguém me disse
a dor nos mobilizem para a mudança. Emoções felizes, praze-
o que não posso fazer.
rosas não são irritantes. As outras é que são reprimidas, tolera-
- W ILL
das ou transformadas em sabedoria - aquela compreensão
mais ampla da vida e de quem somos nós.
164 EMOÇÕES
E ·mais além. Ramtha freqüentemente pergunta a seus alu-
nos quando foi a última vez que eles experimentaram um êx-
tase, · um orgasmo, no sétimo selo. 1 Todo mundo conhece
êxtases relacionados a sexo (primeiro selo), sobrevivência
(segundo selo) e poder (terceiro selo), mas e essas experiências
nos centros mais elevados? Um êxtase no sexto selo é uma
compreensão nova e profunda; um "ah-ha" revelatório que
também libera endorfinas no corpo é um êxtase no sexto selo.
A experiência de consciência cósmica, a conexão suprema e
íntima com Deus, é um orgasmo no sétimo selo. O amor com-
pleto e incondicional é um dos aspectos do quarto selo.
De acordo com esse ensinamento, nunca alcançamos
aquelas dimensões porque a maior parte do tempo a huma-
nidade está presa aos três primeiros selos: sexo, sobrevivência
e poder. E o caminho para sair do "porão da humanidade" é
tomar posse das emoções dos selos inferiores na forma de
sabedoria. Ou como o doutor Dispenza descreve: "aposentá-
las como sabedoria". Ou, como a ostra, lidar com o elemento
irritante até ele se transformar numa pérola.
EMOÇÕES 165
poder, sexo ou sobrevivência - , pode reestruturar de forma
tão significativa o cérebro a ponto de mudar as pessoas, e o
mundo nunca mais ser o mesmo. Andrew Newberg diz:
EMOÇÕES
Pense um pouco nisto ...
• Quando foi a última vez que você teve um orgasmo em nível mais
elevado?
• Que emoções você experimenta com mais freqüência?
• Elas evoluem cada vez que são experimentadas?
• Você evolui cada vez que as experimenta?
• Está na hora de "tomar posse" delas?
• Para você, o que seria uma emoção nova?
Esta página não tem emoção.
Uma dependência é uma repressão. Você sabe o
que isso quer dizer? Quer dizer que ela reprime
você dentro da sua própria caixa.
-Ramtha
Por todas as vezes que você passou por alguma dessas expe-
riências, este capítulo é uma terapia de choque. Ele se aplica a
todos nós que temos neuropeptídeos circulando pelas veias.
DEPENDÊNCIAS 171
dependente dessas drogas. As drogas externas usam os recep-
tores internos feitos para receber produtos químicos internos.
O capítulo "Introdução ao cérebro" mostrou como as emo-
ções e as lembranças de experiências emocionais estão codi-
ficadas em redes neurais conectadas ao hipotálamo. É assim
que nos tornamos organismos auto-estimulantes. É acionar a
Dependências? Não tenho rede neural certa, e os compostos químicos começam a fluir
nenhuma. Bem, o.k., sou internamente. Como diz Ramtha:
viciado em algumas coisas.
Como o quê? Insegurança, A dependência é a sensação de estimulação química
estresse, preocupação, mania que se precipitou em cascata pelo corpo graças a uma
de estar certo, farisaísmo, compl eta coleção de glândulas e às glândulas endócri-
controle, raiva, inflexibili- nas. Uma sensação que alguns chamariam de fantasia
dade, imposição, medo ...
sexual. Só é preciso uma para que um homem tenha
já mencionei o estresse?
ereção, ou seja, basta um pensamento aqui [no cérebro]
- MARK
para que um homem tenha ereção .
Efeitos biológicos
Tal efeito também pode ser visto no caso das emoções: no TZ>olo 1M.1A.,,.,cfo é olepe.,.,o(e.,.,te. Nêio
indivíduo que busca a excitação do bungee jumping para ter o L1M.portcr q1A.e1M. é cr pessocr. e;
barato da adrenalina, no dependente sexual que procura sen- toolos .sêio oltpe"'-"le.,.,te.s pol'qtA.e
174 DEPENDÉNCIAS
Emocionólatras anônimos
como assunto em um coquetel e você causa uma impressão nas ~"'Ls r-es-poV\,eleV\,elo i:l voz e~
pessoas quando faz uma das grandes perguntas? É por serem a V\,oss"1 c"1beç."1 . Ao ~es~o
resposta que nos tira das grandes dificuldades. te~-po est"1r-e~os quebr-"11'\,elo
quL~Lc"1~eV\,te "' r-es-post"1 -por--
Nosso objetivo aqui é desenvolver nossos dons de intencio- "1gor-"1, qu"1V1,elo se r-e-pr-oeluzL1-;
nalidade. E aprender como ser criadores eficazes. eL"1 V"1L "se oü~Lz"1r- ".
mesmos. Estamos aqui para explorar os limites totais da cria- est"1elos e~oúoV\,/;!Ls e "'gorn "'
ção; estamos aqui para tornar conhecido o desconhecido. céLuL"1 estti e~ u~ est"1elo
DEPENDÉNCJAS 177
Criar, evoluir, romper os velhos padrões, ser magos - o
fato de sermos criadores, de criarmos nossa experiência de
z::.e GO'(o a iw'(o elos cr-LIM-es estão
vida, nossa realidade, o fato de termos essa habilidade indica
r-euicLo"""ifos a olrngas e ole-peV'v-
por que estamos aqui. Resumindo: para usá-la ou perdê-la.
clêV'vcLa. l1M-ag~V'vt as -posúbLLL-
Se, como diz o doutor Ledwith, estamos aqui "para tornar
olacles ole 1M-uolall'vç.a V'vÃo
conhecido o desconhecido", isso significa experimentar algo
solM-tV'vte V'vO V'vCVeL -pessoa L, IM-as
que nunca provamos antes. O mesmo de sempre se trans-
ta1M-bé1M- V'vO V'vCveL soúaL.
forma em o sempre novo.
As dependências são quebradas por meio da mudança, da
evolução.
E se é por essa razão que estamos aqui, as emoções novas
serão tão maravilhosas, enriquecedoras e deliciosas que as
antigas se parecerão com o velho anuário da escola - muito
importante na época, mas agora relegado a uma prateleira
esquecida da estante. A doutora Pert relata e a biologia com-
prova essa transformação em suas descobertas mais recentes.
Já existe indício de que, quando pessoas ou cobaias como os
ratos são dependentes de uma droga (nicotina, álcool,
cocaína, heroína), todos os sujeitos da pesquisa têm algo em
comum: o crescimento de novas células cerebrais fica blo-
queado. Porém, quando o sujeito pára de utilizar a droga,
novas células cerebrais continuam a crescer. Como diz a dou-
tora Pert: ''A pessoa pode se recuperar completamente e pode
tomar a decisão de criar uma nova visão para si mesma, um
novo cérebro." Há esperança de um novo começo para mui-
tos, das menores às maiores dependências.
Ramtha resume a saída: "Temos de buscar o conhecimento
sem nenhuma interferência de nossas dependências. E se con-
seguirmos fazer isso, manifestaremos o conhecimento na rea-
lidade e nossos corpos experimentarão de novas maneiras,
com nova química, em novos hologramas, outros lugares de
pensamento, ultrapassando nossos sonhos mais fantásticos."
Escolha
A intenção
2
Da teoria do cérebro quântico sobre o livre-arbítrio, de Jeffrey Satinover.
_
~
_,,
às minhas necessidades químicas de fracasso! Essa m e fe z dar boas
risadas.
Como disse, faço isso a cada mês ou um pouco mais para ver
>~
meu progresso. Para fazer uma auto-avaliação. Quando estou
consciente dos m eus pensamentos, das minhas emoções e fa ço
minhas perguntas, é como se pudesse parar o tempo - ir até o
'°\.)
_L) futuro e experimentar as escolhas possíveis, e, então, selecionar
_:_"i aquela que vai me desenvolver mais. Talvez seja meu ve rdadeiro
~ desejo ter aquela experiência.
Há mais ou menos quatro anos, meu marido faleceu. Ele deixou para
trás um pássaro profundamente amargurado, para não mencionar a
mulher. Por mais que eu tentasse, o pássaro continuava a bicar, gri- e
1..\-
tar, arrancar as plumas e ser autodestrutivo. Finalmente, depois de
ver o filme, pensei que se mudasse meus pensamentos e ações, re- \.~
zasse por ele e acreditasse, as coisas seriam diferentes. Comecei há ~
mais ou menos duas semanas. Ele me deixa pegá-lo, banhá-lo, brin- ~
car com ele e não me bica mais. Isso é maravilhoso [porque] esse ~
'--
pássaro sempre me bicou. Ele está mais feliz. Estou maravilhada de, \.-
por ter mudado meus pensamentos e minhas ações, ter impactado ~
os dele. Antes estava desesperada porque não sabia o que fazer com
o bichinho. Agora ele tem um futuro mais feliz.
- JEAN
- ~
...
presente com tanta intensidade, mas sei que essas ocorrências
estão desaparecendo.
> ~
-NICK
Um mundo de religião
eV\,SLV\,C!r-ftúcci qutl""tLcci C! UVIA, tá-la. E como nunca se tenta refutar os aspectos periféricos
bci~o ele -pesccic!or-es, coletores dos pressupostos da religião, ela se tornou cada vez mais
ele tci,X&!s e L~LvL-Oluos que VIA,OV\,- irrelevante para a evolu ção do pensamento humano.
tC!VCfV\,I, eVIA, C!SMS? 0 que SOVIA,OS
r-eciLvw:Vl-te? S0V1A,os VW:Mr-es que Mas não foi sempre dessa forma, mesmo no Ocidente. O
o VW:MY- es-pciç,o ele teV\,1,-po, c!esc!e exemplo mais óbvio e conhecido disso são os ensinamentos de
ci e~r-gLci cio 1'º""to zer-o cité seu Jesus. O Deus do Velho Testamento, que era o Deus em vigor
r-eco""neúvw:""to. G2JA.ão -pequeMs
no tempo de Jesus, era uma entidade colérica, vingativa e
SOV\,l,OS v,,Ós? NÓS SOVIA,OS o 1'º""to
malevolente. Parecia se divertir em matar primogênitos, seres
zer-o e fl.utuci VIA,OS 1'"' r-ci for-ci c!ele.
humanos, cabras, gado. Não fazia diferença, ele era um "deus
6""tão ele c!Lsse cios seus c!LscC-
dores na América puritana a usar a retórica do fogo do inferno. co""ti,-a Peus poi,-que a ctLVL""ª
Pode-se argumentar que, em certos estágios de sua evolução, a pYese""ç.a esttí el'\,\, toctos ""ós e
raça humana precisava dessa "orientação': como uma criança de estal'\,\,os cuV\,\,pYLV\,cto V\,\,a""ctato
3 anos deve aprender a não enfiar o garfo na tomada. Mas esta- ct LVLV\,Q el'\,\, tucto o que fazel'\,\,os.
mos sugerindo que já é hora de superar um sistema de valores PoY causa cta i,-eaLLctacte cta aç.êio
baseado no julgamento de certo e errado em favor de outro ba- e Yeaç.êio, ctescobYLl'eV\,\,oS V\,\,ULto
i,-apLctaV\,\,e""te que e,xLsteV\,\, coL-
seado na evolução pessoal. Como a criança estuda as forças
sas q ue ""êio evoLueV\,\, el'\,\, ""ós e
mais refinadas - a eletricidade - , também o indivíduo pode
tei,-el'\,\,os cte api,-e""cteY Lsso V\,\,a LS
aprender sobre as leis mais refinadas do universo: "Não julgueis
cecto ou V\,\,aLs tayc(e. se pocte-
e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados;
V\,\,OS peca y co""tl'a Peus? Isso é
1
Tudo é, obviamente, uma questão de escala. Se uma pessoa faz qualquer wna des- LV\,\,p ossCveL.
sas coisas, isso é "mau"; se um país faz isso ao seu vizinho, é wna conquista justa.
- Miceal Ledwith
retrocesso pela ação do homem. Foram incluídas doutrinas, como divergentes pudessem chegar
a um consenso. Talvez elas só
a do "pecado original': que nunca fizeram parte dos ensinamentos
cheguem a um consenso
de Jesus. "Oferecer a outra face" virou "matar os árabes na Terra quando eu começar a fazer o
Santa''. Porém, a raiz desses desenvolvimentos não está nos ensina- mesmo. Criticar uma idéia
mentos, mas nos recônditos da humanidade. A saída não é atacar pressupõe a existência de ape-
as religiões, mas evoluir para a próxima geração, a próxima versão nas uma resposta correta. E a
da humanidade. Não nos livraremos da guerra acabando com mecânica quântica mostrou
claramente que não é assim.
igrejas ou governos, mas evoluindo para além das dependências
Isso foi minha grande lição de
que nos levam a fazer o que fazemos. O problema com as religiões
humildade.
é que elas estagnaram e fincaram pé quanto ao que é a verdade.
-MARK
Para que o impulso religioso abandone essa postura estagnada, ele
precisa olhar o outro lado da moeda - a ciência - e aprender o
que a tornou grande. O que falta é a disposição para cometer
erros, na busca de uma compreensão maior.
O velho paradigma
d.ev,,tyo d.e VI-Ós. Poytav,,to
Jeffrey Satinover disse: "Há cientistas tão preconceituosos quav,,d.o d.í.ze1M-os que o R.Úv,,o
como seres humanos quanto qualquer outra pessoa. Há o d.os céus está d.ev,,tyo d.e v,,Ós,
método científico (... ) para minimizar a influência do pre- co1M-o d.í.ssejesus, elM- vez d.e
conceito." O doutor Satinover vai além: a cisão entre ciência e d.í.zeYIM-os que J:>eus está d.ev,,tYD
espírito, segundo ele, afeta (ou talvez infecte) a todos nós. d.e VI-Ós, esta1M-os falav,,d.o d.e
u1M-a co1M-pleta í.d.ev,,tí.fí.caç,íio d.o
As implicações da afirmativa surgida durante o Ilumi-
VI-OSSO sey COIM- a fov,,te d.Í.\/Í.Vl,CI
nismo são de que toda ação realizada por um ser humano,
que é a 0Yí.ge1M- d.e tud.o.
cada acontecimento na vida, pode em princípio ser exp li-
cada da mesma forma que toda ação em um jogo de bilhar. -Miceal Ledwith
E agora?
O EMARANHAMENTO
Mentes emaranhadas
1
Entang!ed Minds é o título do livro de Radin sobre este assunto. As experiên-
cias mencionadas neste capítulo estão descritas em detalhes nesse livro.
O EMARANHAMENTO 215
num quarto escuro sem fazer nada, não acende da mesma for-
ma por não estar sendo ativado por um estímulo sensorial, mas
ele muda de modo mais ou menos sincronizado com o que está
acontecendo no lado que envia (... ) Num modelo de mentes
emaranhadas, eles estão conectados o tempo todo; quando eu
cutuco um, o outro tem um sobressalto; não porque algo magi-
camente viajou entre eles, mas porque cutucar um é como
cutucar o outro, e por isso o outro reage:'
O doutor Radin relata a ocorrência desse fenômeno em
termos de probabilidades, baseado numa meta-análise: "Na
pesquisa sobre mentes emaranhadas, há indícios de mil para
um contra a probabilidade de que as conexões observadas
Acvio que vi~ V1A.uLtos Li,,,d[úos
ocorram por acaso. Em experiências com aquele conhecido
suger{i,,,do que uV1A.C1 "-pertuybe1-
fenômeno de se ter a impressão de estar sendo observado, a
ç,êio l'\,Q foYÇCI" é YeCIL; ""ªº é só
probabilidade aumentou muito, bem acima de um trilhão
V1A.et~foYC1, i,,,êio é V1A.LtologLe1.
para um." Esse número elevado baseia-se na reunião de mi-
ALguV1A.e1s -pessoe1s -podeV1A. sei,,,tLY
lhares de experimentos realizados durante décadas e combi-
Lsso V1A.C1Ls que outYCIS, VlA.CIS,
nados estatisticamente na meta-análise do doutor Radin.
ÚV1A., eu cvie1V1A.C1YLC1 Lsso de
Então, a PES (percepção extra-sensorial) é algum tipo de
foYç,CI, esse1 c0Lse1 de1s V\A.e"'-tes
ação fantasmagórica? O doutor Radin julga que, se pensarmos
eV1A.C1YCl"'-V1CldC1s [ou] que1Lsquey
na variedade de fenômenos de PES como aplicações diferentes
-pe1 LCIVYCIS que q ueLYCI V1A.os lA.SCI Y
do emaranhamento, poderemos reuni-los sob uma teoria uni-
-pC!YCI Lsso.
ficada. "Vamos presumir que a experiência é emaranhada,
-Dean Radin, Ph.D.
então como se manifestaria? Podemos começar a examinar
as formas pelas quais ela se manifestaria. Se houver conexão
com outras mentes, chame-a de telepatia; se houver conexão com
algum objeto em algum outro lugar, chame-a de vidência; se
houver conexão que transcende o tempo, chamemos de pre-
monição. Se há uma conexão na qual a intenção se expressa no
mundo em algum lugar, chamamos de psicocinese ou cura a
distância. Dessa forma você pode percorrer talvez 12 tipos de
experiências psíquicas que receberam um nome ao longo dos
anos, como a telepatia, mas isso é apenas a ponta do iceberg:'
De que tamanho é esse iceberg? Se há algum fenômeno não-
físico de emaranhamento acontecendo entre duas pessoas, indi-
cando a existência de uma espécie de espaço mental ou campo
216 O EMARANHAMENTO
mental onde ocorrem as interações, deve haver efeitos agrega-
dos, envolvendo centenas, milhares ou milhões de mentes. Para
estudar isso, o doutor Radin e seus colegas inauguraram o pro-
jeto de consciência global. Inspirados pelos resultados do julga-
mento de O. J. Simpson e seu efeito sobre os geradores de
eventos aleatórios (GEAs), eles criaram uma rede mundial de
GEAs que enviam suas leituras a um servidor em Princeton.
O doutor Radin conta: "Assim temos dados sobre dois tipos
de acontecimentos. Temos eventos planejados, como a passa-
gem do ano 2000. Também temos eventos espontâneos, como
o 11 de setembro, que não foram planejados. Podemos agora
examinar todos eles quanto ao que aconteceu com a aleatorie-
dade, essa medida física de aleatoriedade em todo o mundo,
quando muitas mentes subitamente concentraram a atenção
em algo, e a história simplificada é que - e temos agora cente-
nas de eventos, tanto planejados quanto não planejados - fica
claro que, quando esses eventos estão ocorrendo, geralmente a
aleatoriedade não é tão aleatória quanto deveria ser pela teoria.
Eventos em larga escala que atraem muita atenção criam certa
coerência mental que parece se refletir no que acontece com os
geradores aleatórios instalados pelo mundo afora."
A teoria à qual o doutor Radin se refere está na base da teo-
ria quântica - a aleatoriedade dos eventos quânticos. Entre-
tanto, a focalização coerente de milhões de mentes altera essa
aleatoriedade. E tal como a descoberta da natureza quântica dis-
creta das partículas revelou as falhas das premissas newtonia-
nas, também esse "fato feio" deveria fazer o mesmo com a
barreira mente/matéria que caracterizou o pensamento durante
séculos. As implicações são maravilhosamente monstruosas!
O EMARANHAMENTO 217
conceito de que algo externo ao mundo físico - a mente, a
consciência - tem um efeito real sobre ele (tornando a mente
tão real quanto a matéria), e que mentes coerentes, com o
mesmo pensamento, agregam-se para formar algo também
real, o suficiente para mudar drasticamente o que as "leis"
quânticas prevêem.
É aí que esbarramos na teoria dos sistemas complexos. Esse
ramo relativamente novo da ciência examina os sistemas com-
plexos e como eles são construídos a partir de sistemas menores,
menos complexos. Essa teoria se apóia no conceito de "ciclos de
retroalimentação" entre os diferentes níveis de complexidade.
Ou seja, as estruturas menores afetam as maiores e vice-versa.
O doutor Satinover
A Hierarquia da Consciência usou essa teoria ao cons-
truir sua teoria do cérebro
quântico como "uma hie-
rarquia aninhada de estru -
turas computacionais para-
lelas e auto-organizáveis,
Grupo
social caracterizadas pelo caos,
pela bifurcação, pela sen -
Microtúbulos ..~ ·········· ... ·® sibilidade às condições
Citoesqueleto (j}J}. · Proteína
iniciais, pela dinâmica de
(tubulina) @ indivíduo
Célula ffiJi... ~ (cérebro) 'vidros de spin', etc. No
(neurônio) ~ nível mais baixo estão
os efeitos quânticos. Por
,,;'.'ª' ~ .. ...~
"'"'" ·i o·~ "''"'"
R'.g;ãudu causa da estrutura hierár-
quica, aninhada, a retroa-
Tecido limentação iterativa de
O diagrama foi reproduzido do livro Quantum Brain: The Search estados antes totalmente
for Freedom and the Next generation of Man, do doutor Satinover indeterminados, em vez
de gerar uma média, é na
verdade amplificada ao longo das diversas escalas superiores
e gera indeterminações de larga escala."
Contudo, o doutor Satinover afirma que o modelo, e conse-
qüentemente as indeterminações quânticas, continua proporcio-
Psicologia
O EMARANHAMENTO 2 19
tamento consciente. Jung observou como esses arquétipos
pareciam ser universais e dar origem na psicologia a concei-
tos, sonhos e outros fenômenos similares. Muitas técnicas e
terapias foram desenvolvidas com base nessa idéia e são usa-
das com sucesso por terapeutas junguianos há décadas.
Assim, a idéia do emaranhamento afirma que esse cons-
tructo teórico tem uma base muito real. Ele não é apenas uma
idéia nebulosa para ajudar a lidar com a psicologia humana.
Jung deduziu ou intuiu algo sobre a estrutura do universo, e
levou quase cem anos para isso ser validado. Isso não é dife-
rente de os físicos terem deduzido a existência dos quarks e só
é qL-<.estêío L""ter-essa""te saber- encontrarem essas partículas décadas mais tarde.
se te1,1,<.os -pe""sa1,1,<.e""tos qL-<.e Portanto, somos afetados por tudo o que os outros pensam,
-poo!e1,1,<.os ote fato co""tr-oLM sentem e experimentam. Entrar num ambiente em que todos
co1,1,<.-pLeta~""te DL-<. se, qL-<.a""otº estão loucos para ir à guerra afetará você, e a sua entrada afe-
L,(.l,1,<. l'e""sa1,1,<.e""tº Ll,1,(.-pL-<.r-o br-ota tará a todos.
el,1,<. ""ossa 1,1,<.tV\.te (. .. ), V\.Ós tLve-
1,1,<.os coV\.trnLe sobr-e eLe? Ei Lsso
220 O EMARANHAMENTO
Biologia
mórficos. Eles organizam os átomos, as moléculas, os cristais, V\,\,OLde1i,,,do " ei,,,er-gte1 eV\,\,
me nte - como um mome nto de iluminação (... ) Eu es- onde eu quero ou preciso ir?
Comecei a perceber que são
tava falando com Dian Hitchcock sobre um artigo que
as sutilezas, que são tão
estávamos preparando (... ) Foi então que vislumbrei pequenas (mal posso per-
Gaia. Um pensa mento surpreendente me veio à cabeça. cebê-las); elas são na verdade
A atmosfe ra da Terra era uma mistura extraordinária e as grandes pistas. Trata-se de
instável de gases, mas e u sabia que sua composição per- ser suficientemente observa-
dora para vê-las nas coisas de
manecia constante durante longos períodos. Seria possí-
todo dia. É dessa forma que
vel que a vida na Terra não somente criasse a atmosfera,
eu sei que estou conectada.
mas também a regu lasse - mantendo sua composição Hoje minha filha pegou na
constante, e m um níve l favorável aos organismos? geladeira um retrato de
minha amiga e seu bebê e
A idéia do planeta como um grande ser vivo, sendo os rios começou a balbuciar para
o sistema circulatório, por exemplo, é um pensamento usual e elas. Momentos depois o tele-
incentivou muito do interesse pela ecologia. Mas Lovelock e os fone tocou e, isso mesmo,
proponentes da teoria foram criticados por sugerir a existên- era a minha amiga.
A hipótese da conectividade
224 O EMARANHAMENTO
Em seus livros, o doutor Laszlo discute anomalias da medi-
cina, da biologia, da parapsicologia e da física, e introduz um
formalismo matemático que torna experimentalmente prá-
tico o teste de sua hipótese. Um dos pilares dessa teoria é o
papel da informação ou, como ele define, da in-formação:
O EMARANHAMENTO 225
A suprema coerência
Não sei o que você pensa disso, mas naquelas raras ocasiões
em que a humanidade agiu globalmente para ajudar a huma-
nidade, os sentimentos e efeitos foram literalmente do outro
mundo. Ou melhor, de fora do mundo do "mais para mim, o
meu é melhor que o seu", e dentro do mundo maravilhosa-
mente feliz da coerência global de Gaia. Sabemos que a coe-
rência realiza coisas. De alguma forma ela vira pelo avesso os
eventos quânticos.
A intenção coerente realiza ainda mais; pedindo empres-
tado as palavras do doutor Laszlo: "Ela marca a plena realiza-
ção da criatividade divina:'
Uma das principais razões está no fundamento da ciência: cebelt\.Olo que esse -pt:1Y"C1clLgVl,\,CI ~
o método científico. Como o que percebemos está baseado no errlÃclo, que 11\.Ão estlÃ= sós.
algum sofá confortável. Ou não. Diz o doutor Joe Dispenza: d~vLda -pessoal. Nossa -pró-
-prLa c!esvaLorLzaç.êio. Nossa
As pessoas prec isam fazer essa escolha por si mesmas. -pr&prLa LetargLa e fadLga .
Nossas -pr&prLas vozes que
A maioria fica feliz com a vida como ela é, vendo televi-
dLze111.<. que l'\,QO so111.<.os l'l<.trece-
são e tendo um emprego padrão. Ou estão hipnotizados
dores ou qKe é L111.<.-poss[veL.
para pensar que isso é normal. Para quem tem um anseio
diferente dentro de si e está claramente interessado em - Joe Dispenza
237
poetas e magos se mpre à procura da musa; a9ueles cozínheíros
9ui3ntícos faze ndo críações culinárías sem p reced e ntes o u
A pergunta realmente é: o
sucessores - uma s ugestão de genía lídade para delicíar os se n-
que Deus está fazendo
tídos e estimular a grande conversação.
para construir um uni-
Poís e la, a conve rsação, era o prat o principa l no salão d o
verso? Esse é o truque, e é
Jantar, e m concordi3ncia com as pa lavras e ntalha d as no a rco
para esse truque que os
de pe dra do salão príncípa l:
físicos tentam encontrar
uma resposta. Meu inte-
Gra ndes mentes discutem ídé ías
resse sempre foi pela
Me ntes media nas díscutem acontecíme ntos
magia como uma forma
Me ntes pe9ue nas d íscutem pessoas.
de abordar o que eu pen-
sava ser uma coisa muito
Ma s não have ria mexerico sobre pessoas nesta no ite.
miraculosa. Basicamente,
To d os espe ravam t rocar ídéias: novas teorias, realizações,
por que estamos aqui? O
e moções, e, talvez, at é uma nova d e pe ndê ncia! E:sta noite
que está acontecendo?
sería po r s í só uma força d a natureza:
Mesmo quando criança eu
fazia essas perguntas.
Campo s mó rticos serão abalad os
Assim, o que eu descobri
Ple nitudes cósmicas revela das
ao responder à pergunta
E: realíd ad es crepitarão holograt icame nte
sobre como esse truque é
Pelo t empo e pe lo espaço.
realizado, esse truque que
chamamos de universo, foi
Pa recia 9ue tod o s chegara m ao mesmo t e mpo.
descobrir que a mente ou
Num instante, lorde Mortímer se díst raía com a lg o, num canto ,
consciência não pode estar
e no instante seguinte todos estava m e m toda parte. Fred Ala n
dissociada da matéria.
wolt ,' cada vez ma ís pa recído com o doutor Qua ntum, exami-
Que a matéria e a mente
nava uma pintura na pa rede, cons íde ra ndo o nde estaria o por-
estão ligadas muito mais
tal. Ma rk Vicente e ntrou no g ra nde ha ll, te ndo pe rcorrid o toda
intimamente do que se
a casa: "Sabe, e u se ría capaz de víver a9ui!"
pensava antes.
Masa ru E:moto e s ua bela esposa t inha m acabado d e c he-
-Fred Alan Wolf, Ph.D.
gar d e a lg um lugar do outro lado do g lobo, mas e ncontrara m
te mpo e m s ua progra mação para Ja nta r, rir e criar por uma
noit e . S ub itame nte , um brado se e levo u.
' O.k., isso é urna histótia. E tomamos algumas liberdades com as pessoas que conhece-
mos e amamos. As àtações mais adiante são reais. Estamos quase tenninando, e é tempo
de celebrar! Desfiute essa "história contada por um louco''.
jfím
EPÍLOGO: UM BANQUETE QUÂNTICO 251
A história de
uita gente pergunta a nós três estava em Nova York, cuidando disso, quando
253
"Se não for eu, quem vai ser?" Parecia estra- verso. O universo faz algo de bom por você e
nho que tivesse de ser eu, mas concluí: "O.k., você responde:
vamos fazer isso! Vou abrir uma empresa de - Ah, você acha que isso foi bom? Rá!
software de 6 milhões de dólares e usar parte Veja só o que eu vou fazer por você; eu vou te
do dinheiro para bons projetos:' dar o troco em dobro!
Um ou dois anos antes comecei a fre- - Ótimo, mas agora vou retribuir a você
qüentar a escola de Iluminação do Ramtha e em dobro - prossegue o universo. Então
lá existe uma grande focalização sobre as você continua:
idéias de criar a própria realidade, manter -Ainda não estou impressionado ...
em mente os desejos e as intenções e então Foi isso o que aconteceu quando eu cami-
manifestá-los. Então eu pensei: "Sabe, vou nhava na direção do World Trade Center. Por
aplicar esses princípios. Em vez de abrir dentro, eu pensei: "Temos mn acordo?" E fiz o
uma empresa de 6 milhões de dólares, vou aperto de mãos secreto dentro de mim.
abrir uma empresa de 30 milhões de dóla-
res e doar a metade do lucro a trabalhos Então abri a segunda empresa, ganhei o
espirituais." dinheiro e saí. Bem, quando me aposentei,
não achava que seria eu quem faria o trabalho.
O objetivo era fornecer o dinheiro. Outras
pessoas viriam e diriam: "Eu tenho esse
grande projeto;' e eu responderia: "ótimo, vá
em frente e execute" e preencheria um cheque.
Então eles mandariam vídeos sobre o que
estavam fazendo e eu os veria. Bem, não foi
assim que aconteceu.
Quando eu estava na escola de Ramtha,
houve uma ocasião em que fui apresentado ao
Portanto, naquele momento, caminhando Mark, que estava editando um filme. Eu tinha
na direção do World Trade Center, fiz uma feito filmes - não profissionalmente, apenas na
espécie de acordo comercial com o espírito: universidade. Comecei a olhar por cima do
O.k., você vai ficar com a metade, mas tam- ombro do Mark e a pensar: "Uau, isso é diver-
bém vou precisar de algum convencimento tido. Talvez eu pudesse fazer alguma coisa assim:'
da sua parte para fazer essa coisa acontecer. Uma noite, na escola, Ramtha andava pelo
Meu primeiro professor costumava ter palco e falava: "Nesta escola falamos sobre física
uma espécie de batalha de apostas com o uni- quântica, biologia molecular (... )" e relacionou
266
A pesquisa de Masaru Emoto, Ph.D. (www.masaru-emoto.net) e
suas maravilhosas fotografias de cristais de água tornaram-se
fonte de interesse amplo e generalizado. Os livros do doutor
Emoto incluem As mensagens da água volumes 1, 2 e 3; Hado -
Mensagens ocultas na água, bestseller do New York Times; e The
True Power of Water.
COLABORADORES 267
Stuart Hameroff, médico, ( www.quantumconsciousness.org) é pro-
fessor dos departamentos de anestesiologia e psicologia e diretor
do Centro de Estudos da Consciência da Universidade do Arizona,
em Tucson, Arizona. O doutor Hameroff dedica a maior parte do
seu tempo de atividade profissional à pratica de anestesiologia no
Centro Médico da Universidade do Arizona, cuidando de pacien-
tes cirúrgicos e treinando residentes e estudantes de medicina em
um concorrido hospital de traumatologia. Seu interesse em pes-
quisa sempre foi entender como o tecido rosa-acinzentado - o
cérebro - produz pensamentos, sentimentos e emoções. O cére-
bro é apenas um computador, ou alguma coisa mais profunda
acontece? Nossos cérebros estarão nos conectando à estrutura refi-
nada do universo? O que é a estrutura refinada do universo?
O doutor Hameroff publicou centenas de artigos científicos,
incluindo três em co-autoria com Roger Penrose, e cinco livros, in-
cluindo: Toward a Science of Consciousness I-III (MIT Press) e
Ultimate Computing: Biomolecular Consciousness and Nanotechnology
(Elsevier-North Holland). Como diretor do Centro de Estudos da
Consciência (www.consciousness.arizona.edu), Hameroff organiza
a série de conferências "Toward a Science of Consciousness".
268 COLABORADORES
Miceal Ledwith, L.Ph., L.D., D.D., nascido no condado de
Wexford, na Irlanda, foi ordenado padre católico em 1967, depois
de estudar arte, filosofia e teologia. Depois de completar o douto-
rado, foi professor de teologia na Pontifical University, em
Maynooth, e se tomou catedrático em 1976. Assumiu a decania da
faculdad e de teologia em 1979 e a vice-reitoria da faculdade em
1980; foi reitor durante dez anos, a partir de 1985.
De 1980 a 1997, o doutor Ledwith serviu três períodos como
membro da Comissão Teológica Internacional, um pequeno
grupo de teólogos que dá consultoria sobre matérias teológicas
que lhes são encaminhadas p elo Papa ou pela Congregação para
a Doutrina da Fé. O doutor Ledwith estudou por muitos anos na
Ramtha's school of Ancient Wisdom. Para introduzir alguns dos
principais temas do livro que está preparando, ele atualmente
está produzindo wna série em DVD intitulada Deep Deceptions.
COLABORADORES 269
Andrew B. Newberg, médico, é professor assistente do Departamento de
Radiologia e de Psiquiatria do hospital da Universidade da Pensilvânia e
membro da equipe de medicina nuclear. Ele se formou na Escola de
Medicina da Universidade da Pensilvânia, em 1993. Seu treinamento em
clínica geral foi realizado no Graduate Hospital, na Filadélfia, onde ele foi
chefe de residentes no último ano. O doutor Newberg publicou numero-
sos artigos e capítulos em livros sobre o funcionamento cerebral e exames
neurológicos de imagem associados ao estudo de experiências religiosas
e místicas. Ele é co-autor do bestseller Why God Won't Go Away: Brain
Science and the Biology of Belief e de The Mystical Mind: Probing the
Biology of Belief, ambos explorando o relacionamento entre a ciência e a
experiência espiritual.
270 COLABORADORES
Dean Radin, Ph.D., é cientista sênior no Instituto de Ciências
Noéticas, em Pentaluma, na Califórnia. Também é professor
adjunto na Universidade Estadual de Sonoma e na Distinguished
Consulting Faculty - na Saybrook Graduate School, em São
Francisco. Graduou-se com honras em engenharia elétrica pela
Universidade de Massachusetts em Amherst e obteve o grau de
mestre em engenharia elétrica e o Ph.D. em psicologia pela
Universidade de Illinois, em Champaign-Urbana. No início de
sua carreira, Radin foi membro do corpo técnico dos Labo-
ratórios AT&T Bell e mais tarde o principal cientista nos
Laboratórios GTE, onde se dedicou durante uma década à pes-
quisa e desenvolvimento de uma variedade de produtos e siste-
mas de telecomunicação avançada.
Radin foi quatro vezes presidente da Associação Parapsicológica, uma organização associada à
.Associação Americana para o Avanço da Ciência.
O doutor Radin é autor do premiado livro The Conscious Universe e de Entangled Minds. É autor ou
co-autor de mais de duzentos artigos e relatórios técnicos.
COLABORADORES 271
'·
Além de todos os livros, fitas e vídeos de autoria das mentes incríveis que entre-
vistamos para o filme e o livro, eis uma lista resumida de outras obras favoritas
que recomendamos. Para ver a lista completa de livros, CDs e vídeos de nossos
entrevistados, e a lista completa de leitura recomendada, favor visitar nosso sítio:
www.whatthebleep.com.
Consciência:
The Conscious Universe: The Scientific Truth of Psychic Phenomena, Dean
Radin, Harper Collins.
Create your Day, Ramtha, JZK Publishing (DVD) .
Entangled Minds, Dean Radin, HarperCollins.
The Science of Mind, Ernest Holmes, Putnam/Tarcher.
Física Quântica:
Beyond Einstein: The Cosmic Quest for the Theory of the Universe, Michio
Kaku, Bantam/Anchor Books.
Beyond the Quantum, Michael Talbot, Macmillan Publishing.
Bridging Science and Spirit: Common Elements in David Bohm 's Physics, the
Perennial Philosophy and Seth, Norman Friedman, The Woodbridge
Group.
A dança dos mestres, Wu-Li, Gary Zukav, Bantam.
O universo elegante, Brian Greene, Companhia das Letras.
273
O universo holográfico, Michael Talbot, BestSeller
Hiperespaço - uma odisséia científica através de universos paralelos, empena-
mentos do tempo e a décima dimensão, Michio Kaku, Editora Rocco.
The Matter Myth: Dramatic Discoveries That Challenge Our Understanding
Of Physical Reality, Paul Davies e John Gribbin, Simon and
Schuster/Touchstone.
Science and the Akashic Field: an Integral Theory of Everything, Ervin Laszlo,
Inner Traditions International.
· Science and the Reenchantment of the Cosmos, Ervin Laszlo, Inner Traditions.
À espreita do pêndulo cósmico, Itzhak Bentov, Editora Pensamento.
This Strange Quantum World & You, Patrice Topp, Papillon Publishing.
O tao da física, Fritjof Capra, Cultrix.
O Cérebro:
The God Particle: If the Universe Is the Answer, What Is the Question?, Leon
Lederman, Dell.
The Mystical Mind: Probing the Biology of Religious Experience, Eugene G.
D'Aquilly, médico, Ph.D., e Andrew B. Newberg, médico, Fortress Press.
Where God Lives in the Human Brain, Carol Rausch Albright, James B.
Ashbrook e Anne Harrington, Sourcebooks.
Where God Lives: The Science of the Paranormal and How Our Brains are
Linked to the Universe, Melvin Morse, médico, with Paul Perry, Harper
San Francisco.
Why God won 't Go away: Brain Science and the Biology of Belief, Andrew
Newberg, médico, Eugene D'Aquilli, médico, PhD., and Vince Rauss,
Ballantine.