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Marina Coelho Santos 13101926

Filosofia Política II

A ética em O Príncipe de Maquiavel.

Florença, 1532, palco principal da renascença. Neste momento havia um turbilhão de


reviravoltas culturais e políticas. Neste cenário, os Estados que ainda estavam em formação
eram alvo constante da disputa de poder.
Uma das características mais marcantes do Príncipe de Maquiavel é a consonância com o
período histórico que o autor viveu. Nessa época o pensamento era dividido de duas formas: 1)
a exaltação da moral cristã e contemplação divina; e 2) a exaltação da glória individual, espécie
pagã de exaltação do individuo e sua vida, como acontecia com poderosos e governantes.
A glória política era alcançada pela fortuna e pela virtu,a glória como o brilho e o parecer
glorioso. Parecer que remete a toda doutrina de ação politica contida no príncipe de Maquiavel.
O termos virtu e fortuna foram cunhados por Maquiavel para descrever o destino, a sorte e a
capacidade de lidar bem com situações diferentes tanto á favor como contra ao indivíduo,
respectivamente. Um homem de Estado com virtu seria o homem capaz de obter êxitos na
política e na guerra. É importante notar que o termo não pode ser confundido com virtude, que
tem pouco espaço na ética de ação maquiavélica, justamente porque o homem virtuoso é um
homem de uma ética contemplativa do espírito e da lei, que não é mais a a necessidade no
mundo de Maquiavel e sim a força, a ação de virtu, a providência. No mundo político a virtude
cristã não cabe mais e sim os meios para a conquista e manutenção do poder independente
dos meios utilizados para isso. As boas intenções e o cultivo da boa alma de nada adiantam
para conservar um estado, de nada adiantam ao poder e a politica. A moral cristã não cabe no
mundo político, é egoísta por visar a salvação do individuo e deixar o mundo ao governo dos
“maus”. Não existe o mau, existe o necessário, e a necessidade não é razoável para
Maquiavel, pressupõe praticar o mal cristão quando necessário.
A fortuna é implacável e a política preza pela conservação e manutenção de uma pólis e de
um poder. Diferentemente da Política normativa de Platão e Aristóteles que diz respeito a
conceitos de virtude e justiça ditando como a pólis deveria ser, Maquiavel trabalha sua doutrina
da ação na Pólis como é de fato: aparente, contingente, com homens cheios de paixões
mesquinhas. Em sua antropologia negativa ele se pergunta como manter a ordem num mundo
de homens apaixonados? e introduz uma ética feroz que visa a conservação do poder a
qualquer custo. O príncipe, diz ele, sempre deve ser uma figura maleável, dotado de qualidade
aparentes e capacidade para lidar com diferentes situações, ter a virtu.
O mundo político tem seu próprio jogo e suas próprias regras e, o que Maquiavel faz é criar um
guia desse jogo, uma especie de ética da força e da astucia de caráter prático que tem o povo
como limite. Ao mesmo tempo, essa ética prática presente no príncipe não seria bem uma
ética, pois devido a toda sorte que vier o príncipe deve agir conforme o que conserve o seu
poder, seu modo de agir não é permanente: as vezes é necessário que se faça o mal, outras
vezes, o bem. Maquiavel afirma que o mundo é como aparenta ser e que as coisas funcionam
nas aparências, como devem funcionar.
O príncipe é o ser das aparências, e da virtu. Suas qualidades devem mudar conforme a
situação e, preferencialmente, ser um sujeito temido pelos homens, pois o medo não muda em
conformidade com a vontade do sujeito. E na doutrina da ação política, a providência é o que
move o jogo político, portanto, nada é mais odiável que a neutralidade de um governante.
Maquiavel escreveu um manual em extrema consonância com sua época que persiste até hoje
com alguns preceitos revisitados. Sua ética, aos poucos, passou do príncipe à própria ética
individual, prática muito comum nos dias de hoje em que a moral cristã é totalmente decadente,
ou apenas aparente, em um sistema que garante liberdade. Porém, a competição e a
insegurança generalizada supõem a ética da ação maquiavelica.

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