METAMORFOSE
5. ÍDOLOS DO CORAÇÃO
Ezequiel 14:3a - NVI - ... estes homens ergueram ído-
los em seus corações ...
Existe algo em sua vida, caso venha a perder, possivelmente
perderia a própria vontade de viver e a razão de existir?
Se a resposta for sim! Isso é um ídolo do coração. Um
ídolo é tudo que passou do status de bom para crucial em sua
vida. Os ídolos do coração são, na maioria das vezes, frutos de
anseios verdadeiros que com o passar do tempo podem substi-
tuir o Senhor.
A Palavra de Deus aponta o caminho no qual o coração
humano trilha em direção à idolatria. Cada uma destas etapas
está diretamente relacionada a um determinado aspecto do co-
ração, como já visto (cognitivo, afetivo e volitivo).
O primeiro degrau da idolatria envolve a razão
(cognitivo), os pensamentos e crenças. Se o “aferidor” de nos-
sa mente estiver descalibrado, nossa conduta será errada e
pecaminosa.(Sl 119.11)
O segundo degrau da idolatria envolve as emoções
(afetivo). Ao dar ouvidos ao engano e se desviar da verdade de
Deus, temos nossas emoções e desejos contaminados. Nessa
etapa o coração é inicialmente apenas tentado pela cobiça. Tiago
1.14,15 nos alerta sobre esse engodo, que assim como a isca do
peixe desavisado pode nos levar a morte.
Ao adotar conceitos errados, esses geram desejos
errados, sendo assim sobe-se o terceiro degrau da idolatria a
vontade (volitivo). Quando as concupiscências são alimentadas,
a determinação interior do indivíduo passa a ser a de buscar
satisfazê-las. É preciso lembrar que os desejos pecaminosos de
nosso coração nunca se satisfazem. Isso faz com que um indiví-
duo queira sempre mais e mais, chegando ao ponto de se tornar
um viciado, controlado pelos desejos de seu coração. (Ef 4.22)
5. DERROTANDO O ÍDOLO DO CORAÇÃO
Após sermos alertados sobre o caminho para idolatria,
agora somos desafiados ao processo de transformação. Esse
processo segue a mesma dinâmica (cognitivo, afetivo e volitivo). Aula
Aula6a1
Em Rm 12.2 “não vos conformeis com este século, mas
transformai-vos pela renovação da vossa mente...” .
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Nota-se a palavra conformar (συσχηματίζω) que
no grego quer dizer: “assumir uma forma exterior semelhante
seguindo o mesmo padrão, modelo ou molde”, ou seja, moldar-se
de acordo com algo ou alguém.
Nota-se também a palavra transformar
(μεταμορφοῦσθε) que no grego tem a raiz na expressão
metamorfose, ou seja, aponta para uma transformação radical
de dentro para fora.
ILUSTRAÇÃO:
Uma borboleta não nasce uma borboleta! Ela se trans-
forma (metamorfose) em uma borboleta! A METAMORFOSE é o
momento em que tudo parece perdido, morto, sem força, sem
vida, mas apenas pelo lado de fora, pois do lado de dentro estão
acontecendo as mais profundas mudanças e transformações.
Assim como a borboleta somos desafiados a despirmos
do velho homem e a revestirmos do novo homem, segundo a
imagem daquele que nos criou (Cl 3.9-10).
Que não nos deixemos levar pelo nosso coração nem
pelos seus ídolos, mas lutemos por uma transformação radical,
uma metamorfose à imagem de Jesus.
Ezequiel 11.19 Dar-lhes-ei um só coração, espírito novo porei
dentro deles; tirarei da sua carne o coração de pedra e lhes
darei coração de carne; Seminarista Ricardo Cardoso
 INTRODUÇÃO
1. O CORAÇÃO E A QUEDA
Versículo tema: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o
coração, porque dele procedem as fontes da vida”. Pv 4.23
Antes da queda o coração era religiosamente direcio-
nado para obedecer, servir, glorificar a Deus. Porém, depois da
queda, o coração passou a ser direcionado em rebelião contra
Deus. Ele se tornou qualificado para substituir Deus por qual-
quer outra coisa, na qual, chamamos de ídolo (Ez 14.3a).
Em decorrência dessa corrupção do coração (Jr 17.9)
nada é espiritualmente neutro, tudo tem uma raiz religiosa
manchada pelo pecado, e o reflexo dessa raiz nasce no coração,
que por consequência é refletido em tudo que o homem produz.
 O que é essa raiz religiosa? O que é religião?
Esse termo provém do latim "religare", que significa
religar. Os calvinistas Herman Dooyeweerd e Abraham Kuyper
aplicaram esse conceito destacando que tudo na vida e no
mundo tem uma raiz religiosa, inclusive o desenvolvimento da
cultura em todas as suas manifestações, até mesmo no domínio
pretensamente neutro das ciências. Portanto, todos os seres
humanos estão “religare", ou seja, ligados a Deus e se posicio-
nam em adoração ou em rebelião em relação a Ele. Logo, toda
humanidade é essencialmente religiosa.
Hebraico Grego
‫לִ ּב‬ καρδία
2. CORAÇÃO NA ESCRITURA
A palavra “coração” aparece cerca de 800 vezes na Es-
critura. Destas, por volta de 650 estão no Antigo Testamento e cer-
ca de 150 estão no Novo Testamento.
No Antigo Testamento a palavra hebraica )ּ‫“ ִ)לִ ב‬lev” é
usada para designar coração. O seu sentido abrange a ideia de
mente, conhecimento (1 Rs 3.12), da vontade (Ex 25.2) e do lugar das
emoções (1 Sm 2.1).
No Novo Testamento, a palavra grega )καρδία)
“cardia” é usada para designar coração. Este vocábulo traz em si o
sentido de órgão do corpo, fonte ou lugar dos pensamentos (Mt
9.4), emoções (Jo 16.22), propósitos (Hb 4.12) e centro da vontade
(Mt 15.19).
A Bíblia mostra que o coração é a dimensão mais profun-
da e central da existência humana. É no coração que está entro-
nizado a quem o homem irá servir e dedicar a sua vida, ou será
a Deus ou um outro ídolo criado por ele.
Diante disso, podemos entender o coração como a sede
dos pensamentos e razão (cognitivo), das emoções e desejos
(afetivo) e da vontade e ação (volitivo). Isso nos mostra que é no
seu interior que as escolhas e decisões são feitas. Por conseguinte,
é nele que se trava a batalha entre o pecado e a santidade, entre a
dedicação a Deus e o amor pelas coisas deste mundo.
CORAÇÃO NA
ESCRITURA
3. CORAÇÃO COMO CENTRO E MAIS PROFUNDO
 Coração dos mares
Jn 2.3 Pois me lançaste no profundo, no coração dos mares, e a
corrente das águas me cercou; todas as tuas ondas e as tuas va-
gas passaram por cima de mim.
 Coração da terra:
Mt 12.40 Porque assim como esteve Jonas três dias e três noites
no ventre do grande peixe, assim o Filho do Homem estará três
dias e três noites no coração da terra.
4. CORAÇÃO COMO CENTRO COGNITIVO, AFETIVO E VOLITIVO
 O Coração como centro intelectual (cognitivo):
Pv 16.1 O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta
certa dos lábios vem do SENHOR.
 O Coração como centro emocional (afetivo):
Jo 14:27 Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como
a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.
 O Coração como centro da vontade (volitivo):
Lc 6.44,45 Porquanto cada árvore é conhecida pelo seu próprio
fruto. [...] O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e
o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está
cheio o coração.
O “Coração” é a fonte de TODAS as faculdades humanas.
[ Emocional + intelectual + vontade = Coração ]
Pv 4.23 Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração,
porque dele procedem as fontes da vida.
Pv 27.19 Como na água o rosto corresponde ao rosto, assim, o
coração do homem, ao homem.
Resumindo: O homem é aquilo que é o seu coração: