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Resumo: O sorriso gengival pode do músculo elevador do lábio supe- normal; Subtipo B –
distância bio-
ser definido como uma condição de rior. Relato de caso: no presente lógica diminuída). Após um correto
exposição maior que 3 mm da faixa caso clínico, foi diagnosticado sorri- diagnóstico, foi realizada a correção
de gengiva localizada no terço cer- so gengival em decorrência de uma cirúrgica do caso. Resultado: o caso
vical dos dentes. A literatura relata erupção passiva alterada, agravada foi corrigido cirurgicamente pela téc-
que sua etiologia pode ser isolada pela hiperatividade do músculo eleva- nica da gengivectomia. O resultado
ou atribuída a uma associação de dor do lábio superior. A erupção pas- estético é satisfatório quando se tem
fatores. Entre as causas responsá- siva é classificada de acordo com a o período de cicatrização respeitado
veis pelo sorriso gengival, podem-se quantidade de estrutura gengival em e a indicação correta das técnicas de
relacionar: aspectos periodontais, excesso e com a distância biológica tratamento para correção do sorriso
como a erupção passiva alterada; as- mensurada; essa classificação é di- gengival. Conclusão: quando corre-
pectos esqueléticos, como extrusão vidida em tipos (Tipo 1 – excesso de tamente diagnosticado o sorriso gen-
dentoalveolar e crescimento vertical tecido gengival; Tipo 2 – pouca faixa gival, o resultado final obtido é alta-
da maxila; e, até mesmo, aspectos de gengiva queratinizada), e subti- mente satisfatório. Palavras-chave:
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relacionados com a hiperatividade pos (Subtipo A – distância biológica Gengivectomia. Estética. Gengiva.
Periodontal aesthetic surgery: treatment option for cases with gingival smile caused by
associated etiologies
Abstract: Gingival smile can be defined diagnosed due to an altered passive erup- correct diagnosis, a surgical correction of
as a gingival exposure greater than 3 mm tion, aggravated by hyperactivity of the up- the case was performed. Result: The case
of the area located in the cervical third of per lip levator muscle. A passive eruption is was surgically corrected by gingivectomy.
teeth. The literature reports that its etiology classified according to the amount of gingi- The aesthetic result is satisfactory, when
can be isolated or attributed to an associa- val structure in excess and according to the the healing period is respected, and a cor-
tion of factors. Among such causes, can be biological distance measured; this classifi- rect indication of the treatment techniques
listed: skeletal aspects such as dentoalveo- cation is divided into groups (Type 1- excess for gingival smile correction. Conclusion:
lar extrusion and vertical maxillary growth; of gingival tissue, Type 2- a small strip of ke- It is concluded that when correctly diag-
and even aspects related to hyperactivity of ratinized gingiva), and subtypes (Subtype A, nosed the gingival smile, the final result
the upper lip levator muscle. Methods: in normal biological distance and Subtype B, obtained is highly satisfactory. Keywords:
the present clinical case, gingival smile was decreased biological distance). After a Esthetics. Gingivectomy. Gingiva.
Como citar: Paloski L, Souza KMR, Pfau EA, Pfau VJM. Periodontal aesthetic surgery: treatment option for cases with gingival smile caused by Enviado em: 02/12/2016 - Revisado e aceito: 26/06/2017
associated etiologies. J Clin Dent Res. 2017 Jul-Sept;14(3):78-87.
DOI: https://doi.org/10.14436/2447-911x.14.3.078-087.oar
Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos
produtos e companhias descritos nesse artigo. O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo autorizou(aram) previamente a publicação Endereço para correspondência: Larissa Paloski. Avenida Pedro
de suas fotografias faciais e intrabucais, e/ou radiografias. Soccol,590 - Apto. 1, Centro - 85884000, Medianeira - PR.
CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS
Existe faixa de gengiva queratinizada excessiva, medida da margem gengival até a jun-
Tipo 1
ção mucogengival
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Existe faixa normal de gengiva queratinizada, medida da margem gengival até a junção
Tipo 2
mucogengival, embora o tecido gengival se estenda sobre a porção coronal dos dentes
A distância entre a crista óssea e a JCE apresenta mais de 1mm, sendo suficiente para a
Subtipo A
adaptação da inserção conjuntiva
A distância entre a crista óssea e a JCE, medida por meio da sondagem óssea, é menor
Subtipo B que 1mm, sendo diminuído, portanto, o espaço para a adaptação da inserção conjuntiva;
ou seja, a crista óssea está localizada no nível da JCE
a margem gengival não recua para o nível próximo pequena faixa de tecido gengival queratinizado) e
à junção cemento-esmalte, resultando em redu- subtipos (Subtipo A, no qual há uma distância nor-
ção da exposição da coroa dentária8. Entretanto, mal de 2mm entre a crista óssea e a JAC; e Sub-
existem várias formas de manifestação clínica da tipo B, no qual há uma distância menor de 2 mm
erupção passiva alterada, a qual é classificada em entre a crista óssea e a JAC). De acordo com cada
tipos (Tipo 1, no qual existe um excesso de tecido tipo/subtipo, há formas distintas de abordagem
gengival queratinizado; e Tipo 2, no qual há uma terapêutica14,11 (Tab. 2).
Esse artigo visa a apresentar o relato de um a demarcação dos pontos sangrantes (Fig. 4), a
caso clínico de sorriso gengival e, por meio dele, partir da mensuração feita pela régua de Chu e
discutir as etiologias e opções de tratamento. pela sondagem trans-sulcular, respeitando a dis-
tância biológica. Foram executados três pontos
RELATO DE CASO sangrantes: um na mesial, um no centro e ou-
Paciente com 20 anos de idade, compare- tro na distal da gengiva marginal de cada den-
ceu à Clínica Odontológica da UNIPAR (campus te. A primeira incisão uniu os pontos sangrantes
Umuarama/PR), solicitando avaliação periodon- (formando o “colarinho”), com a lâmina do bistu-
tal, pois queixava-se de excesso de exposição ri posicionada em um ângulo de 45o no sentido
gengival ao sorrir (Fig. 1). Após anamnese, exa- incisoapical na coroa do dente, caracterizando
me físico e fotográfico, foi diagnosticado sorriso a técnica da incisão do bisel interno. Uma inci-
gengival, cuja etiologia era erupção passiva alte- são intrassulcular foi realizada, com a lâmina do
rada e hiperfunção do músculo elevador do lábio bisturi posicionada dentro do sulco gengival até
superior. Como conduta terapêutica, foi propos- tocar o tecido ósseo (Fig. 5), descolando, assim,
ta a cirurgia de gengivectomia, pela técnica do o tecido gengival do periósteo. Foi removido o
bisel interno sem osteotomia. Após assepsia ex- tecido gengival incisado em forma de colarinho,
trabucal com polivinil pirrolidona iodo (PVP-I), e com uma cureta McCall #13-14. Essa técnica
intrabucal com bochecho de clorexidina a 0,12%, dispensa a realização de sutura, já que as papi-
foi realizado o bloqueio anestésico do nervo las se mantêm íntegras. No entanto, foi utilizado
alveolar superior anterior, bilateralmente, e do um bisturi elétrico para o refinamento das mar-
nervo nasopalatino, utilizando-se o anestésico gens gengivais (Fig. 6). 81
mepivacaína, associado à epinefrina 1:200.000. Como medicação pós-operatória, prescreveu-
A mensuração da proporção altura/largura -se à paciente: analgésico, para controle da dor
dos dentes anterossuperiores foi feita com me- (Paracetamol® 750 mg, 1 comprimido a cada 6
didor de proporcionalidade de Chu (Fig. 2), que horas, por 3 dias); anti-inflamatório (Nimesulida
é avaliada por meio da ponta T-Bar, que mede 100 mg, 1 comprimido a cada 12 horas, por 3 dias)
a altura/largura do dente, devendo essa pro- e, para controle químico de placa, clorexidina a
porção ser, segundo Chu e Hochman28, de 78%. 0,12% (Periogard®), com a orientação de realizar
Essa ponta apresenta um stop incisal, além de bochecho de 10 ml, 2 vezes ao dia, por 10 dias.
duas hastes laterais e uma haste vertical que A paciente retornou após 30 (Fig. 7) e 90 dias
apresentam marcações, em diferentes cores, (Fig. 8), para avaliação do processo de cicatriza-
em intervalos de 0,5 mm; a mensuração é feita ção. Como a causa do sorriso gengival estava,
por meio da posição dos intervalos laterais da também, associada à hiperatividade do músculo
largura, sendo que o mesmo intervalo na haste elevador do lábio, uma opção terapêutica comple-
vertical representa a proporção ideal do elemen- mentar seria a aplicação de toxina botulínica no
to dentário2. Foi realizada a sondagem trans- músculo, o que diminuiria, temporariamente, a ex-
-sulcular para mensurar a distância biológica, posição gengival ao sorrir. No entanto, a paciente
confirmando, assim, a classificação do subtipo mostrou-se satisfeita com os resultados obtidos
A, no qual não se faz necessária a realização de com a cirurgia periodontal e não aceitou realizar a
osteotomia (Fig. 3). Posteriormente, foi realizada complementação terapêutica com cosmiatria.
Figura 1: Fotografia inicial do sorriso gengival (erupção passiva Figura 2: Medidor de proporcionalidade desenvolvido por Chu28.
alterada tipo 1A).
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Figura 3: Sonda periodontal mostrando a coroa clínica com 9 mm Figura 4: Sonda periodontal determinando o ponto sangrante
no incisivo central superior. que será o limite da incisão em bisel interno.
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