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XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação - SEPesq

Centro Universitário Ritter dos Reis

Relato de experimento em laboratório:


Ensaio de flexão em peças de MDF

Michele Bandeira
Mestranda em Design
Centro Universitário Ritter dos Reis – Uniritter
michele.bandeira@gmail.com

Nicole Saretta Tomazi Verdi


Mestranda em Design
Centro Universitário Ritter dos Reis – Uniritter
nicolesarettatomazi@hotmail.com

Luis Fernando Folle


Doutor em Engenharia Mecânica PPGEM/UFRGS
Professor do Centro Universitário Ritter dos Reis – Porto Alegre/RS
luis_folle@uniritter.edu.br

Resumo: O presente artigo apresenta um relato de experimento em laboratório, onde peças de


MDF são testadas em um ensaio de flexão de três pontos. A partir da determinação do material a
ser testado e o tipo de ensaio mais adequado escolhido, são feitos testes com grupos de corpos
de prova de diferentes espessuras, 3mm, 6mm e 12mm, a fim de compará-los posteriormente.
Com base nos dados obtidos, é possível verificar as diferenças apresentadas por dois grupos, de
6mm e 12mm, sendo o grupo de 3mm descartado do ensaio devido a impossibilidade de medição
do mesmo. Como conclusões encontradas, é possível observar uma maior resistência dos corpos
de prova de 12mm e uma maior flexibilidade do grupo de 6mm. Ao ampliar o conhecimento sobre
este material, o designer pode optar pelo mais adequado a cada projeto, fazendo uso de suas
características a seu favor.

1 Introdução
A produção de painéis de MDF (Medium Density Fiberboard) no Brasil, iniciada em
meados de 1950, foi crescente nos últimos anos, conforme Torquato (2008), que apresenta
o Brasil em uma posição significativa no cenário da produção mundial de painéis de fibras.
Conforme Rosa et al (2007), Arruda (2009) e Selbach e Naime (2010), as empresas
que visam um comércio internacional estão se adaptando às restrições em relação ao uso

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de madeiras. As chamadas madeiras de lei extraídas de florestas naturais, que eram um


diferencial há alguns anos vem sendo rechaçadas pelos compradores internacionais, em
favor de madeiras de manejo sustentável, devido à sua preocupação e cultura de
responsabilidade ambiental.
A maior parte da produção da indústria moveleira do Brasil apresenta como vocação
o desenvolvimento de móveis de madeira, “Apesar de que possa ser substituída, em
algumas aplicações por novos materiais, a madeira continua sendo o insumo central na
produção de móveis. (CASSILHA et al., 2003, p.4)”.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Painéis de Madeira, o MDF possui
características que facilitam o uso na indústria moveleira “para frontais em peças com
usinagens e trabalho de baixo relevo, nos fundos de móveis, lateral e fundo de gavetas e
também para artesanatos diversos.”.
Conforme cita Del Menezzi et al (2011), “No Brasil, destacam-se os usos de
compostos não estruturais, principalmente na fabricação de móveis.” (DEL MENEZZI, et al.,
2011, p. 403), o que faz com que materiais como o MDF apareçam como possibilidades
criativas para designers, visando aplicabilidade nas indústrias e facilitação de processos.
A partir da importância do material no cenário do desenvolvimento do mobiliário no
Brasil optou-se pelo ensaio de flexão, a fim de ampliar o conhecimento por parte dos
designers sobre o MDF. Estima-se que, ao construir uma base de conhecimento sobre
determinado material, é possível aproveitar mais suas características em benefício de novos
projetos, visando soluções cada vez mais inteligentes e inovadoras.
Sendo assim, o artigo em questão constitui-se em um relato do ensaio de flexão de
três pontos em peças de MDF, apresentando os materiais utilizados, os métodos, os
resultados obtidos e as conclusões à que se chegaram através do mesmo.

2 Materiais e Métodos
O presente artigo tem como objetivo avaliar a flexão de peças de MDF (Medium
Density Fiberboard) em diferentes espessuras. Para tanto, foi utilizado o ensaio de flexão de
três pontos, onde cada espessura foi avaliada em cinco pedaços de igual tamanho,
totalizando 15 peças testadas.
O MDF apresentava-se com dimensões 350 x 350 mm e espessuras de 3mm, 6mm e
12 mm – e, conforme o fabricante, foi produzido a partir de Pinus sp. e resina à base de
uréia-formaldeído - com densidade variando entre 650 a 700 kg/m3.
Para os ensaios de flexão foram utilizadas quinze amostras – tiras de MDF de
350mm X 70mm, conforme Figura 1. Elas foram separadas em três grupos de acordo com a
espessura: 3, 6 e 12 mm, sendo 3mm o Grupo A, 6mm o Grupo B e 12mm o Grupo C. As
amostras foram nomeadas com número de 1 a 5 dentro de seu grupo, correspondendo a
ordem de teste. A partir desta organização, tornou-se possível avaliar o comportamento de
cada corpo de prova individualmente.
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Figura 1 - Amostras cortadas

Fonte: desenvolvido pelos autores

Elas foram separadas em três grupos de acordo com a espessura: 3mm, 6mm e 12
mm, sendo 3mm o Grupo A, 6mm o Grupo B e 12mm o Grupo C. As amostras foram
nomeadas com número de 1 a 5 dentro de seu grupo, correspondendo a ordem de teste,
conforme Figura 2. A partir desta organização, tornou-se possível avaliar o comportamento
de cada corpo de prova individualmente.

Figura 2 - Amostras agrupadas por espessura e nomeadas

Fonte: desenvolvido pelos autores

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Os corpos de prova foram definidos partir das normas internacionais da APAwood-


Europe de acordo com os seguintes padrões: a) EN 325 : 2012 - que determina as
dimensões, espessura, comprimento e largura de corpos de prova de painéis à base de
madeira; b) EN 310: 1993 - que determina o módulo de elasticidade em flexão e de
resistência à flexão de madeira e c) EN 326-1: 1994 (confirmada em 2014) - que especifica
a amostragem e corte de peças de teste e inspeção em painéis de madeira.
O equipamento utilizado foi uma máquina de ensaios universal da marca Emic
modelo DL10000 com célula de carga de 500 kg e transdutor de deslocamento embutido, de
acordo com a Figura 3. A carga aplicada aos corpos de prova foi de 2ton e a velocidade
determinada para o ensaio foi de 5mm/min.

Figura 3 – Equipamento utilizado no ensaio

Fonte: desenvolvido pelos autores

O ensaio denominado Ensaio de Três Pontos, onde a peça é colocada sobre dois
suportes e um terceiro aplica a força até seu rompimento, foi o escolhido devido à sua
aplicabilidade para o MDF, conforme Figura 4.

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Figura 4 - Amostra submetida a teste de flexão em três pontos

Fonte: desenvolvido pelos autores

A partir do tipo de ensaio determinado, os corpos de prova forma testados um a um,


a fim da obtenção de resultados individuas e posteriores conclusões em relação ao
comportamento do MDF.

3 Experimento e Resultados
O ensaio iniciou-se pelos corpos de prova do Grupo A, seguido dos Grupos B e C,
nesta ordem, sempre de 1 a 5, conforme marcação feita anteriormente nas peças. Após a
finalização do ensaio, foram gerados gráficos a partir dos resultados colhidos, para melhor
compreensão do comportamento de cada corpo de prova.
As amostras do Grupo A, com espessura de 3mm não chegaram a se romper, visto
que sua flexibilidade ultrapassou a capacidade da máquina. Sendo assim, o Grupo A foi
inteiramente descartado já que buscava-se como resultado a resistência à flexão até o
rompimento das amostras.
A partir desta constatação, iniciou-se o ensaio com os corpos de prova do Grupo B
(6mm), na ordem de amostras de 1 a 5. Todas as peças se romperam, sendo que quase
com a mesma força N, entre 150 e 200N e com deslocamento semelhante, de 15 a 20mm.
O grupo mostrou-se bastante homogêneo, com amostras muito semelhantes entre si, o que
pode ser percebido pelo gráfico da Figura 5.

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Figura 5 – Gráfico de resultados do Grupo B

Fonte: desenvolvido pelos autores

Após os testes com o Grupo B, iniciou-se o ensaio com o Grupo C, terceiro e último
conjunto de corpos de prova. As peças do grupo C (12 mm) romperam de maneira muito
semelhante entre si, assim como as do grupo anterior, porém com uma força maior, entre
750 e 600N. A partir da análise do gráfico apresentado na Figura 6, pode-se observar a
semelhança no comportamento dos corpos de prova onde apresentam curvas com
crescimento linear até a proximidade da ruptura, onde há um momento de catástrofe
repedido por todas as peças. Nota-se ainda que há uma homogeneidade no deslocamento,
que varia entre 10 e 15mm no Grupo C.

Figura 6 - Gráfico de resultados do Grupo C

Fonte: desenvolvido pelos autores


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Ao analisar o gráfico com resultados de ambos os grupos, B e C, percebe-se, de


acordo com a Figura 7, a diferença de força empregada e o deslocamento até a ruptura das
peças. Enquanto no Grupo B os resultados ficam próximos da base do gráfico, o Grupo C
encontra-se na parte superior do mesmo, apresentando uma diferença considerável em
relação à força N, se comparado ao Grupo B.

Figura 7 - Gráfico de resultados dos Grupos B e C

Fonte: desenvolvido pelos autores

Com base nos resultados encontrados, é possível o desenvolvimento de uma análise


onde se pode chegar a conclusões em relação às diferenças de espessura do MDF. Estas
diferenças estão diretamente relacionadas à capacidade de flexibilidade e resistência do
material, demonstrada nos gráficos obtidos através dos ensaios e analisados anteriormente.

4 Conclusões
De acordo com os dados obtidos no ensaio de flexão de três pontos, chegou-se a
conclusões sobre as diferentes espessuras de MDF. O Grupo C, composto de peças de
12mm, apresentou maior resistência do que o Grupo B, de 6mm. Para atingir o rompimento
das peças de MDF de 12mm foi preciso o emprego de mais do que o triplo de força N do
que as peças de 6mm. Desta maneira percebe-se que ao dobrar o valor da espessura, a
resistência da peça praticamente quadriplica.

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Já as peças de MDF de 6mm apresentaram rompimento com menos carga, porém


romperam com um deslocamento maior do que as mais espessas. Isso demonstra que
embora as peças de 12mm sejam mais resistentes em relação à aplicação de força, as de
espessura de 6mm são mais flexíveis.
Cabe ressaltar a homogeneidade do material em ambas as espessuras, percebida
pela quase sobreposição de curvas dos gráficos gerados a partir dos resultados do ensaio.
Levando em consideração a importância do MDF no cenário da indústria moveleira
do Brasil, o ensaio desenvolvido e explicitado no artigo em questão, amplia o conhecimento
sobre o material, visando um maior uso do mesmo por parte de designers em seus projetos.
Ao desenvolver uma peça de mobiliário, o designer poderá escolher se quer maior rigidez e
resistência, encontradas nas peças de 12mm ou se prefere maleabilidade e leveza,
apresentadas pelas peças de 6mm.
Quanto maior é o conhecimento do designer em relação a um material, mais longe
ele pode ir em relação à sua criatividade, enaltecendo o mesmo e tirando dele todas as
características necessárias para projetos inovadores.
Deste modo, espera-se um maior aprofundamento em ensaios como o demonstrado
no presente artigo, a fim de ampliar as possibilidades e o conhecimento de materiais, dada
a relevância do tema tanto no mercado, quanto na pesquisa acadêmica.

Referências

APAwood-Europe. EN 325 : 2012 , EN 310: 1993, EN 326-1: 1994. Disponível em <http://apawood-


europe.org/>. Acesso em: 10 jan. 2015.

ARRUDA, G. O Design na Indústria Moveleira Brasileira e seus Aspectos Sustentáveis: Estudo


de caso no pólo moveleiro de Arapongas. Dissertação de Mestrado em Design, São Paulo:
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Arquitetura, Artes e
Comunicação, Programa de Pós-Graduação em Design de Produto, 2009. Disponível em
<http://www.faac.unesp.br/Home/Pos-Graduacao/Design/Dissertacoes/gloria.pdf>. Acesso em: 10
jan. 2015.

ASSOCIAÇÃO brasileira da Indústria de Painéis de Madeira. Painéis de Madeira Industrializados.


Disponível em <http://www.iba.org/web/pt/nossos-produtos/paineis-madeira-industrializados.htm>.
Acesso em: 10 jan. 2015.

CASSILHA, A. C. ; CASAGRANDE JR, Eloy F. ; SILVA, M. C. ; PODLASEK, C. L. ; MENGATTO, S.


N. F. . Indústria moveleira e resíduos sólidos: considerações para o equilíbrio ambiental. Revista
Educação e Tecnologia (Aracruz. Online), v. 8, p. 209-228, 2004.
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DEL MENEZZI, C. H. S. et al. Efeito do carregamento cíclico sobre as propriedades de flexão


de painéis comerciais de MDF e MDP. Lavras, v. 17, n. 3, p. 403-409, jul./set. 2011.

NAIME, R.; SELBACH, E. Diagnóstico de sustentabilidade em indústria moveleira do RS: Estudo de


caso em fábrica no Vale do Caí. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia
Ambiental, v. 18, n. 1, 2014. Disponível em:<http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs2.2.2/index.php/
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ROSA, Sergio E. S. ; CORREA, Abidack R. ; LEMOS, M. L. F. ; Barroso, Deise Vilela. O Setor de


Móveis na Atualidade: uma análise preliminar. BNDES Setorial, v. 25, p. 65-106, 2007.

TORQUATO, L. P. Caracterização dos Painéis MDF Comerciais Produzidos no Brasil. 2008.


Disponível em <http://www.floresta.ufpr.br/pos-graduacao/defesas/pdf_ms/2008/d515_0712-M.pdf>
Acesso em: 10 jan. 2015.

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