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Que atire a primeira pedra quem nunca ouviu (ou fez) comentários
como “português é muito difícil”, quem nunca se divertiu com o sotaque
caricato dos personagens das novelas ou quem nunca censurou alguém
por uma palavra ou expressão “errada”. Quase invariavelmente, se falamos
uma língua, falamos sobre ela, reconhecemos essa língua como um me-
canismo para demarcar identidade(s), mostrar “bons modos” ou provocar
escárnio. Ora, mesmo que inconscientemente, sabemos que as línguas têm
funções que vão muito além do “transmitir ideias”. Quando interagimos
via linguagem, operamos com regras que estabelecem relações muito re-
finadas entre as formas que empregamos, a interação dessas formas com
o restante do sistema linguístico, os papéis sociais que desempenhamos,
nossa relação com o interlocutor, entre muitos outros fatores. É esse conhe-
cimento que nos permite falar de um modo com os amigos e de outro com
o chefe, que nos permite reconhecer com muita precisão a origem de uma
pessoa após trocar poucas palavras com ela e que permite a continuidade
de julgamentos nem sempre justos.
A grande responsável por essa propriedade das línguas é a variação.
Numa língua, não existe apenas uma forma para cada significado. O que
existe são variantes, um conjunto de opções do qual retiramos as formas
que empregamos ao falar e ao escrever. Essa escolha, contudo, não é alea-
tória: há motivações de toda ordem nos guiando no constante processo de
formulação linguística. Um exemplo claro é o da monotongação, processo
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PARA CONHECER Sociolinguística
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Apresentação