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XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS


DE USINAGEM SOBRE A RUGOSIDADE NO
TORNEAMENTO CILÍNDRICO EXTERNO EM
CORTE A SECO E COM ABUNDÂNCIA DE
FLUIDO DE CORTE

Geraldo Alves Colaco (UFPB )


gacolaco@ig.com.br
Ithyara Dheylle Machado de Medeiros (UFPB )
ithyara17@hotmail.com

A condição superficial de uma peça usinada, qualidade da peça, é resultado


de um conjunto de fatores tais como deformações plásticas, vibração,
geração de calor, material da ferramenta utilizada, parâmetros de corte,
entre outros. Todos esses fatores devem ser analisados de forma que
proporcionem a obtenção da qualidade superficial desejada. O presente
trabalho analisa os níveis de rugosidade de superfícies usinadas no
torneamento cilíndrico externo do aço ABNT 1020 verificando os efeitos dos
principais parâmetros de usinagem: avanço (f), velocidade de corte (Vc) e
raio de ponta (r) em condições de corte a seco e com abundância
de fluido de corte, nos parâmetros de rugosidade Ra e Ry, fazendo uma
comparação entre o quê foi medido pelo rugosímetro com o quê pôde ser
calculado pela fórmula disponível na literatura. Foi feita uma análise
objetivando descobrir qual dos parâmetros tinha maior influência nos níveis
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de rugosidade, visando regular os parâmetros para obter melhor qualidade


superficial na peça, e através disso pôde-se perceber que o aumento de
velocidade é o que gera maior efeito sobre estes níveis.

Palavras-chaves: torneamento, rugosidade, qualidade

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1. Introdução
Usinagem é o processo no qual uma ferramenta remove material da superfície de um
corpo menos resistente, através do movimento relativo e aplicação de força. O material
removido, denominado cavaco, desliza sobre a superfície da ferramenta, conhecida como
superfície de saída da ferramenta, submetendo-o a elevadas tensões normais e de corte e, por
outro lado, um elevado coeficiente de atrito durante a formação do cavaco. A maior parte da
energia mecânica utilizada para formar o cavaco transforma-se em calor, o que gera elevadas
temperaturas na região de corte, ocasionando não só a redução da vida útil da ferramenta, mas
também prejudicando a qualidade do produto.
Pelo exposto, o uso de fluidos de corte em operações de usinagem se faz necessário,
pois altera o desempenho das operações por meio da lubrificação, arrefecimento e funções de
lavagem do cavaco, mas por outro lado, torna-se um problema quando se leva em
consideração os custos envolvidos, à saúde do operador e a poluição ambiental. A
minimização do seu uso também proporciona benefícios econômicos por meio da redução em
custos com lubrificantes, com peça de trabalho, ferramenta e tempo de ciclo de limpeza da
máquina. (DHAR, KAMRUZZAMAN, AHMED, 2005).
Para as empresas, os custos relacionados com fluidos de corte representam uma grande
quantidade do total dos custos de usinagem. Dhar, Kamruzzaman e Ahmen (2005) afirmam
que os custos relacionados com os fluidos de corte são frequentemente mais elevados do que
os relacionados com ferramentas de corte. Por conseguinte, a eliminação do uso de fluidos de
corte, se possível, podem ser um significativo incentivo econômico. Considerando o alto custo
associado com o uso de fluidos de corte e os custos crescentes projetados quando as leis
ambientais mais rigorosas são aplicadas. Devido a isso, algumas alternativas têm sido
procuradas para minimizar ou mesmo evitar o uso de fluidos de corte em operações de
usinagem.
Inovações tecnológicas têm proporcionado o desenvolvimento de melhorias nas
propriedades do material da ferramenta e até mesmo o surgimento de novos materiais de
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ferramentas a fim de evitar ou minimizar o uso de fluidos de corte. Portanto, as propriedades


tais como a resistência à abrasão e difusão, dureza a quente e ductilidade foram melhoradas
com os novos materiais para ferramentas.
O revestimento da ferramenta fornece dureza elevada, baixo coeficiente de atrito e
estabilidade química e térmica para a ferramenta. Geometrias de ferramentas foram
melhoradas para melhor quebrar cavacos e também para a produção de valores de rugosidade
superficial inferiores na peça. Novos conceitos de projetos das máquinas ferramentas
permitiram rápidas velocidades de corte e aumento da rigidez permitindo que as operações de
corte mais severas fossem usadas.
Devido a essas inovações tecnológicas, a usinagem sem fluido de corte, ou seja, corte
a seco, já é possível, em algumas situações. No entanto, é importante remover os fluidos de
corte do processo, sem prejudicar a produtividade, a vida da ferramenta e da peça de trabalho.
(DINIZ, OLIVEIRA, 2004).
Usinagem a seco é agora de grande interesse e, na verdade, ela se encontra com o
sucesso no campo da produção ecológica. Na realidade, contudo, ela é, algumas vezes, menos
eficaz, quando requer uma usinagem de maior eficiência, uma melhor qualidade de
acabamento da superfície e condições severas de corte são necessárias (DHAR,
KAMRUZZAMAN, AHMED, 2005). Nas operações de corte a seco, o atrito e aderência
entre cavaco e ferramenta tende a ser maior, o que provoca temperaturas mais elevadas,
maiores taxas de desgaste e, consequentemente, vida da ferramenta mais curta. (DINIZ,
OLIVEIRA, 2004).
A qualidade de uma peça quanto à rugosidade superficial e a precisão dimensional é
uma importante variável do desempenho da usinagem. Alguns autores afirmam que o uso de
lubrificantes permite uma redução significativa da rugosidade superficial da peça torneada,
seja ele no estado líquido ou sólido, mas apenas o fato da utilização ou não do fluido de corte
não é um fator determinante sobre os índices de rugosidade superficial, pois ela também é
influenciada pelas condições de corte, material e geometria das ferramentas, formação de
cavaco e vibração. (BONANDI, 2012).

2. Objetivo 4
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O presente trabalho tem por objetivo principal estudar o efeito sobre a rugosidade
superficial do aço ABNT 1020, em condições de usinagem a seco e com abundância de fluido
de corte, das variáveis de usinagem: avanço, raio de ponta da ferramenta e velocidade de
corte; no processo de torneamento cilíndrico externo.

3. Fundamentação teórica

3.1. Rugosidade Superficial


A rugosidade é definida como um erro micro geométrico presente na superfície da
peça, pois não é verificável por meio de instrumentos convencionais de medição. Trata-se de
um aglomerado de irregularidades, ou seja, pequenas saliências e reentrâncias. Pode ser
detectada através de equipamentos eletrônicos, como o rugosímetro.

A rugosidade influencia no comportamento de peças mecânicas em fatores tais como


capacidade de deslizamento, resistência à fadiga, ao desgaste, à corrosão, escoamento de
fluidos e superfícies de medição (blocos-padrão, micrômetros, paquímetros).
São vários os motivos que podem gerar uma pior rugosidade superficial em uma peça.
De acordo com Rosa (2007) “a grandeza, a orientação e o grau de irregularidade podem
indicar suas causas, que entre outras são: imperfeições nos mecanismos das máquinas
ferramenta, vibrações no sistema peça-ferramenta e desgaste das ferramentas.”.

3.2. Sistemas de Medição de Rugosidade


Há dois tipos de sistemas utilizados para medir a rugosidade, são eles:

 O sistema da linha média M – é o mais usado, no Brasil está regulamentado pela


norma ABNT NBR 6405-1985;
 Sistema da envolvente E.

O aparelho utilizado para medir a rugosidade é denominado rugosímetro, consiste em um


equipamento que por meio do uso de filtros, permite a passagem de sinais de baixa
frequência, por este motivo os filtros são denominados de filtro passa-alta. Um valor pré-
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estabelecido para frequência, denominado “cut-off”, é determinado, assim só valores


superiores a esta frequência é que serão analisados. (TOLERÂNCIAS..., 2011).

3.3. Sistemas de Medição da Rugosidade Superficial pelo Método da Linha Média M

Nesse sistema, tem-se a denominada linha média, que é uma linha de referência, uma
vez que todas as grandezas são definidas com base nela.
Está disposta de forma paralela à direção geral do perfil, dentro do percurso de
medição, de forma que somando todas as áreas acima dela o resultado vai ser igual à soma de
todas as áreas abaixo dela.
Ao se realizar a medida da rugosidade, o rugosímetro apalpa a superfície que está
sendo medida, assim vários percursos e/ou comprimentos podem ser determinados durante o
processo de medição, um deles é o comprimento de amostragem (le) o qual tem que ser o
bastante para analisar a rugosidade, este valor representa um quinto da extensão do trecho útil
do perfil de rugosidade, ou seja, do percurso de medição (lm). (TOLERÂNCIAS..., 2011).

3.4. Parâmetros de Avaliação da Rugosidade

3.5. Rugosidade média (Ra)

É a média aritmética dos valores absolutos das ordenadas dos afastamentos dos pontos
do perfil de rugosidade, tomando como base à linha média, dentro do percurso de medição
(lm), conforme pode ser observado na Figura 1.

Figura 1 – Rugosidade média (Ra)

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Fonte: Tolerâncias... (2011)

3.6. Rugosidade média (Rz)

É a média aritmética dos 5 valores da rugosidade parcial Zi,. A rugosidade parcial Zi


é a soma dos valores absolutos das ordenadas dos pontos de maiores afastamentos (superior e
inferior à linha média) pertencentes ao comprimento de amostragem (le) como mostrado na
Figura 2.

3.7. Rugosidade máxima (Rmáx)

É o maior valor das rugosidades parciais Zi, que se apresenta no percurso de medição
(lm), conforme exposto na Figura 2.

Figura 2 – Rugosidades médias Rz e Zi e rugosidade máxima Rmax

Fonte: Tolerâncias... (2011)

Sendo: Lv – percurso inicial, não é utilizado na avaliação da rugosidade;


Le – comprimento de amostragem;
Lm – é a extensão do trecho útil do perfil de rugosidade;
Lt – é o percurso total apalpado pelo sistema de medição;
Ln – última parte do trecho apalpado, não é utilizada na avaliação.

3.8. Parâmetro de rugosidade Ry

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É a máxima distância pico-vale, dentro do percurso de medição, conforme pode ser


visto na Figura 3.

3.9. Parâmetro de rugosidade Rp


É a máxima distância de pico em relação à linha média, dentro do percurso de medição,
o quê pode ser visualizado na Figura 3.

Figura 3 – Rugosidades Ry e Rp

Fonte: Tolerâncias... (2011)

3.10. Influência dos parâmetros de usinagem na rugosidade

Dentre os parâmetros de usinagem a relação entre o avanço e o raio de ponta tem uma
contribuição geométrica à rugosidade superficial da peça, uma vez que a rugosidade teórica
máxima (Rmáxteor) é calculada pela relação entre o quadrado do avanço sobre oito vezes o raio
de ponto da ferramenta.
Assim, a Rmáxteórica difere da Rmáx medida pelo rugosímetro em função de alguns
parâmetros de corte:

 Avanço: pela relação que define a Rmáxteor a medida que o avanço diminui também
ocorre a redução dos níveis de rugosidade superficial, mas existe um ponto em que a
diminuição do avanço irá fazer com que a tensão média na superfície de saída da
ferramenta aumente substancialmente, isto causa um maior fluxo lateral de cavaco
ampliando a diferença existente entre a rugosidade teórica e a medida. Desta forma, a

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redução do avanço é boa até certo ponto quando se leva em relação à rugosidade real.
(DINIZ, MARCONDES, COPPINI, 2001; DINIZ, 1989);
 Raio de ponta: pela relação que define a Rmáxteor a medida que ocorre o aumento do
raio de ponta irá consequentemente gerar a redução da rugosidade, mas um grande
raio de ponta a medida que reduz a rugosidade pela diminuição da contribuição
geométrica, ao mesmo tempo gera um aumento da vibração da ferramenta, pois o
atrito proveniente da maior área de contato entre ferramenta e peça também vai
aumentar, mas o aumento da vibração não é proporcional a diminuição da rugosidade,
dessa forma o resultado é a redução da rugosidade, mas não como esperado. (DINIZ,
MARCONDES, COPPINI, 2001; DINIZ, 1989);
 Velocidade de corte – embora este parâmetro não esteja presente no cálculo da
rugosidade teórica, fórmula da Rmáxteor, o acabamento melhora substancialmente
com o aumento da velocidade de corte até que ocorre a estabilização dessa melhora.
Esta velocidade de estabilização dos níveis de rugosidade aumenta de valor quando o
avanço utilizado diminui, após atingir a velocidade em que níveis de rugosidade são os
melhores, ao continuar com o aumento da velocidade de corte a rugosidade irá oscilar
entre valores altos e baixos em função da resposta que o sistema máquina-peça-
ferramenta-dispositivo terá em função da vibração, é notável que a melhora do
acabamento superficial, com o aumento da velocidade, se dá em baixas velocidades de
corte devido principalmente a perda da ocorrência da aresta postiça de corte (APC).
(DINIZ, MARCONDES, COPPINI, 2001; DINIZ, 1989).

Além das modificações nos parâmetros de corte, também há um elemento que ao ser
usado diminui os níveis de rugosidade superficial da peça, consiste no uso do fluido de corte
que além de agir diretamente combatendo os danos térmicos à estrutura superficial da peça
também minimiza o desgaste da ferramenta que é outro causador do aumento da rugosidade
superficial.

4. Materiais e métodos

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4.1. Corpo de Prova

Para o torneamento cilíndrico foi usado uma barra de seção circular de diâmetro inicial
de 1” e comprimento de 120 mm de aço ABNT 1020. A Figura 4 apresenta o corpo de prova
já preparado para o ensaio.

Figura 4 – Corpo de prova e paquímetro digital utilizado para a medição

Fonte: Elaboração própria (2014)


A Figura 4 mostra que cada corpo de prova foi preparado com 4 (quatro) seções com
20 mm de comprimento e 24 mm de diâmetro, separadas por canais com 5 mm de
comprimento e 20 mm de diâmetro. Cada uma das seções serviu para o ensaio em uma
condição de usinagem.

4.2. Máquina Ferramenta

A máquina ferramenta usada foi um torno CNC LOGIC 195 VS série GOLD.

4.3. Ferramentas de corte

Foram usados insertos de metal duro classe P.

4.4. Fluido de Corte

Foram realizados ensaios a seco e com aplicação de fluido de corte.


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Quando os ensaios foram realizados com fluido de corte em abundância, o fluido


utilizado foi um fluido 100% sintético (BD-OIL 30). O sistema de aplicação do fluido de
corte usou uma bomba centrífuga com capacidade de 4000 l/h atuando em uma pressão de 1,2
bar, acionado por um motor de 0,33 cv.

4.5. Condições de Usinagem

Para os ensaios foram definidas como variáveis de entrada: o raio de ponta da


ferramenta, a velocidade de corte, o avanço e a aplicação de fluido. Estas variáveis foram
utilizadas em 16 condições de corte conforme mostrado na Tabela 1.
Para todos os ensaios, a profundida de corte (ap) foi mantida constante em 0,5mm. Os
ensaios seguiram um planejamento fatorial 2K, onde K representa o número de variáveis
definidas, K = 4. Assim, foram utilizados quatro corpos de prova e em cada um deles foram
feitos quatro ensaios em condições diferentes, cada ensaio ao longo de 20 mm de
comprimento de corte.

Tabela 1 – Condições de corte em cada corpo de prova

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Fonte: Elaboração própria (2014)

4.6. Medição da Rugosidade

Para cada condição de corte foi medido o perfil de rugosidade da superfície usinada
fazendo uso de um rugosímetro. Os parâmetros de rugosidade obtidos a partir desse
equipamento foram: Ra e Ry
A rugosidade foi medida na posição transversal, ou seja, paralela à direção de avanço,
para um comprimento de amostragem de 0,8mm.
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5. Resultados e discussões

5.1. Resultados das Medidas de Rugosidade Máxima Teórica (Rmaxteór)

Lembrando que a Rmaxteor é o resultado da relação entre o quadrado do avanço sobre


oito vezes o raio de ponta da ferramenta. A Tabela 2 mostra os valores da Rmaxteór calculada
em função dos valores de avanço e do raio de ponta.

Tabela 2 – Rugosidade máxima teórica calculada

Fonte: Elaboração própria (2014)


Os dados da Tabela 2 mostram que a combinação do maior avanço com o menor raio
de ponta, resulta no maior valor da Rmaxteor.

5.2. Comparação entre a Rugosidade Máxima Medida pelo Rugosímetro e a Rugosidade


Máxima Teórica Calculada

Embora o rugosímetro utilizado não tenha permitido a leitura das medições da Rmax foi
usado o valor de Ry em substituição ao Rmax, para fazer a comparação com a Rmaxteor
calculada. Segundo a norma DIN 4762 (de 1984), Ry é um parâmetro semelhante ao R max,
uma vez que o Ry é a máxima distância pico-vale dentro do percurso de medição, ver figura
3, e Rmax é o máximo valor das rugosidades parciais que se apresenta no percurso de medição,
ver figura 2 (TOLERÂNCIAS...,2011). A Tabela 3 apresenta os valores de Ry medidos pelo
rugosímetro.
Em relação à rugosidade medida pelo rugosímetro observa-se na Tabela 3 que os
valores de máxima rugosidade também foram obtidos com a combinação maior avanço e
menor raio de ponta, isto só não aconteceu no ensaio em que se utilizou baixa velocidade 13
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associada ao uso de fluido de corte, o que pode ser explicado pelo fato de que, provavelmente,
nessas condições, o aumento do atrito e da vibração proveniente do aumento do raio de ponta,
associado ao maior avanço, gerou uma piora nos níveis de rugosidade.

Tabela 3 – Ry medidas em várias condições de corte

Fonte: Elaboração própria (2014)


Ainda da análise da Tabela 3, pode ser verificado que o Ry é maior que o Rmaxteor. Esse
comportamento deve-se a fatores como vibração, deformação do cavaco, fluxo lateral do
cavaco, entre outros.

5.3. Análise das variáveis de influência sobre Ra

A escolha de um ou outro parâmetro para caracterizar a rugosidade de uma peça deve


ser adaptada à sua função. A escolha do Ra como parâmetro de rugosidade analisada no
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presente trabalho foi devido este ser o mais utilizado pelas indústrias, além de ser o
recomendado como parâmetro para avaliação de rugosidade pela ABNT. A Tabela 4
apresenta os resultados do parâmetro Ra.

Tabela 4 – Resultados de Ra para todas as condições de ensaios

Fonte: Elaboração própria (2014)

5.4. Influência do fluido de corte sobre o parâmetro Ra

Pela análise da Tabela 4 percebe-se que o ensaio 4 para o corpo de prova 1 apresentou
o pior nível de rugosidade superficial. Esse comportamento está de acordo com a literatura
(FERRARESI, 2003). Nesse ensaio se tem as condições; maior avanço (0,1mm), menor raio
de ponta (0,4 mm) e corte a seco; que mais contribuem para a obtenção de altas rugosidade.
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O avanço possui uma grande contribuição geométrica, já que este favorece o aumento
da distância entre picos, no perfil de rugosidade, aumentando o valor da amplitude desta. O
raio de ponta também possui uma forte contribuição geométrica para os perfis de rugosidade,
maiores raios de ponta favorecem os menores perfis de rugosidade, desde que não aumentem
as vibrações do sistema. A aplicação do fluido de corte tendeu a diminuiu o valor de Ra, esse
comportamento é esperado, pois ao utilizar fluido de corte houve lubrificação, refrigeração e,
consequentemente, uma diminuição dos níveis de rugosidade em função do fluido ter
diminuído o calor que vai pra peça, que resultou numa menor dilatação da peça e os danos
térmicos do processo.

5.5. Análise da Influência da Velocidade de Corte sobre Ra

Ao analisar a Tabela 4 observa-se que nos ensaios em que há a associação avanço e


raio de ponta baixos ao se aumentar a velocidade de corte ocorre a diminuição, embora pouca
(em velocidades de corte mais elevadas o acabamento superficial torna-se insensível às
variações da velocidade de corte) dos níveis de rugosidade, independentemente do uso ou não
de fluido de corte. Esse comportamento resulta do raio de ponta utilizado, um avanço pequeno
r
faz com que a relação  se torne ideal para obtenção de boa rugosidade superficial, ou seja,
f
r
esteja entre 5 <  < 10. (FERRARESI, 2003).
f
Assim, ao se utilizar um avanço relativamente baixo a rugosidade se torna baixa,
devido à contribuição geométrica do avanço, que é pequena e também devido o aumento da
velocidade de corte que torna os valores de Ks menores em função da diminuição da
deformação, da dureza do cavaco e dos coeficientes de atrito.
Já, ao se observar os ensaios da Tabela 4 em que se utilizam um maior avanço
r
percebem-se elevações no nível da rugosidade, uma vez que a relação  nesses ensaios é
f
inferior a 5 (cinco) o quê origina uma aparência de rosca na superfície da peça, função da
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aproximação do valor do avanço com o valor do raio de ponta, associado a vibração


proveniente do aumento da velocidade, gera uma piora no acabamento superficial.
Ainda da análise da Tabela 4, nota-se que nos ensaios em que foi utilizado o raio de
ponta maior (r = 0,8 mm), a combinação que gerou diminuição da rugosidade ao se aumentar
a velocidade foi aquela em que foi usado o maior valor de avanço (f = 0,1 mm), isso pode ser
r
explicado pelo fato da relação  ser maior que 10 para um valor f=0,075mm o quê originou
f
maior atrito prejudicando o acabamento superficial.

5.6. Análise da Influência do Avanço sobre Ra

Pela análise da relação da Rmáxteor percebe-se que ao se aumentar o avanço mantendo


constante os demais parâmetros de corte a rugosidade superficial aumenta, isso pode ser visto
na Tabela 4, sendo que na comparação do ensaio 3 (três) com o 4 (quatro) tanto no corpo de
prova 3 (três) como no 4 (quatro) isso não é evidenciado.
Isso provavelmente se deu, pois o aumento do avanço nessa situação tornou a relação
r/f menor que 10 (dez) relação esta que era maior do que 10 (dez) quando utilizado um
avanço igual a 0,075mm, dessa forma ocorreu o favorecimento do acabamento superficial.
(ALVES, 2013).

5.7. Análise da Influência do Raio de Ponta sobre Ra

Ao analisar a Tabela 4, observa-se que o aumento do raio de ponta resultou numa


oscilação da rugosidade. Ela aumentou para valores de f = 0,075 mm e diminuiu para valores
de f = 0,1 mm, no corte a seco.
Quando se analisa os ensaios com fluido de corte em abundância, percebe-se um
comportamento ainda mais oscilatório da rugosidade, principalmente em velocidades de corte
de 200 m/min. Ora a rugosidade diminui com o aumento de raio de ponta, ora ela aumenta
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com o aumento do mesmo. Um fenômeno que pode explicar esse comportamento é a resposta
que o sistema máquina-peça-ferramenta-dispositivo de fixação dá, em termos de vibração, ao
aumento conjunto do raio de ponta, do avanço e da velocidade de corte.

5.8. Análise do Parâmetro de Maior Influência sobre os Níveis de Rugosidade


Superficial

A Tabela 5 apresenta as 4 (quatro) condições de usinagem que resultaram nos piores


valores de rugosidade (Ra).

Tabela 5 - Condições de usinagem e mais altos valores de Ra


Corpo Velocidade Raio de
Avanço Condiçõe
de Ensaio de corte ponta Ra (μm)
(mm/volta) s de corte
prova (m/min) (mm)
CP1 4 200 0,1 0,4 A seco 1,633
CP2 4 200 0,1 0,4 Com fluido 1,530
CP3 3 200 0,075 0,8 A seco 1,320
CP4 3 200 0,075 0,8 Com fluido 1,391
Fonte: Elaboração própria (2014)
A condição que resultou no menor valor de rugosidade Ra = 0,913 m foi observada
para a menor velocidade de corte (Vc = 175 m/min), o maior raio de ponta (r = 0,8 mm), o
menor avanço (f = 0,075 mm/volta) e realizado com abundância de fluido de corte; conforme
pode ser observado na Tabela 4. Esse comportamento é esperado, quando se analisa a
influência dos parâmetros de usinagem sobre a rugosidade da peça de forma isolada.
Quando se analisa a Tabela 5, observa-se que a pior condição de rugosidade foi
observada para o corpo de prova 1(um) e ensaio 4 (quatro), que são condições inversas as que
apresentaram a menor rugosidade.
Ainda da Tabela 5, pode ser verificado que todas as quatro condições que
apresentaram pior rugosidade nos ensaios foram obtidas para o maior valor de velocidade de
corte; enquanto o avanço, o raio de ponta e a condição de corte, oscilaram na contribuição aos
piores níveis de rugosidade. Assim, a velocidade de corte e, consequentemente, sua influência
sobre o comportamento do sistema máquina-peça-ferramenta-dispositivo, foi que mais
contribuíram para piorar os níveis de rugosidade do material ensaiado.
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6. Conclusões
Em função dos resultados obtidos para os ensaios de rugosidade, conclui-se que:

 A velocidade de corte foi o parâmetro que apresentou a maior influência sob os níveis
de rugosidade do material ensaiado;
 A rugosidade não dependeu da mudança de um único parâmetro e sim de uma
combinação de parâmetros ideais para aquela situação, que depende também do
material da peça, do material da ferramenta e da máquina ferramenta;
 A fórmula que determina a rugosidade máxima teórica se mostrou eficaz, uma vez que
o avanço e o raio de ponta foram os parâmetros determinantes para os níveis de
rugosidade;
 Os valores da rugosidade máxima teórica são bem menores do que os valores medidos
para o parâmetro Ry, corroborando com a literatura.
 Para obtenção de uma boa qualidade superficial é necessário uma combinação de
parâmetros ideais (e não a modificação de um só parâmetro) que dependem do nível
de rugosidade desejada, que consequentemente está relacionado com a função que a
peça vai desempenhar.

REFERÊNCIAS
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de ponta da ferramenta. Trabalho Didático, Disciplina Tecnologia Mecânica, Universidade de Passo Fundo,
Rio Grande do Sul, 2013. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA780AF/analise-
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