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DEFINIÇÃO:
DISTOCIA FUNCIONAL:
Caracterizada como a alteração na força motriz durante o trabalho de parto, pode
estar presente em até 37% das nulíparas com gestações de baixo risco.
CLASSIFICAÇÃO E CONDUTA:
Utiliza-se a classificação de Goff para descrever as distocias funcionais, a saber:
- Distocia por hipoatividade uterina
Os elementos da contração encontram-se abaixo do normal, gerando um parto lento.
Nestes casos, a conduta necessária é aumentar a força motriz com medidas ocitócicas, como a
amniotomia e/ou infusão de ocitocina, separadas entre si por no mínimo 40 a 60 minutos.
DISTOCIA DO TRAJETO
Deve-se à presença de anormalidades ósseas ou de partes moles, o que gera um
estreitamento do canal de parto e dificulta ou até impede a evolução normal do trabalho de
parto e a passagem do feto.
DISTOCIAS ÓSSEAS
São anormalidades no formato, no tamanho ou nas angulações da pelve, o que torna
difícil ou até impede o parto por via vaginal. Para diagnosticá-las, o principal meio de avaliação
ainda é clínico, através da pelvimetria, apesar da possibilidade de realização de radiografias de
quadril ou ressonância magnética da pelve, para as quais reservamos os casos mais dúbios.
tabela 1
DISTOCIA DO OBJETO
São as anormalidades que ocorrem no trabalho de parto atribuídas ao feto e às
relações materno-fetais.
TAMANHO FETAL
O tamanho do feto pode prejudicar uma boa evolução do trabalho de parto quando
este for estimado em mais de 4000 g ou quando, mesmo não tendo um peso aumentado, a
bacia materna não apresenta diâmetros que permitam a sua passagem, ao que se denomina
desproporção cefalopélvica.
Deve-se tentar identificar uma distócia pelo tamanho fetal preferencialmente antes do
trabalho de parto efetivamente, o que pode ser evidenciado de diversas maneiras:
Altura uterina acima do percentil 95 para idade gestacional;
Presença de edema suprapúbico e membros inferiores sem insinuação do pólo cefálico
no estreito superior da bacia;
Estimativa do peso fetal por meio de ultrassonografia obstétrica;
Prova de trabalho de parto – caracteriza-se a parada secundária de dilatação pelo
partograma.
DISTOCIA DE BIACROMIAL
Trata-se de complicação grave que pode ocorrer no trabalho de parto, quando a
apresentação é cefálica e, após o desprendimento do pólo cefálico, os ombros não se soltam e
não há outros fatores que impeçam seu desprendimento. Associa-se frequentemente a
obesidade materna, ao pós-datismo e à diabetes gestacional.
A distocia de ombros, como também é chamada, pode causar graves consequências à
parturiente – como lacerações, atonia uterina, rotura uterina ou disjunção da sínfise púbica – e
ao feto – lesões de plexo braquial, fratura de clavícula ou úmero, podendo evoluir para óbito
intraparto ou neonatal.
Diante de uma distocia biacromial, deve-se adotar as seguintes medidas iniciais, em
ordem, como descritas abaixo – protocolo ALEERTA, orientado pelo ALSO (Advanced Life
Support of Obstetrics):
Tabela 2