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CONCEITOS MATEMÁTICOS
Área Temática: Educação em Ciências Naturais e Matemática
Autor: ADEMIR DAMAZIO (1)
Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina - Pós-Graduação em
Educação do Centro de Ciências da Educação
Introdução
Uma questão que aflora em sala de aula e tem causado impacto entre
os professores é aquela relacionada com os aspectos histórico-culturais que
contribuem para a formação do “ser” dos alunos, ou seja o aluno real. O aluno
real, ou a realidade do aluno, aqui é entendido como aquele que recebe
influências sociais que favorecem a formação de suas crenças, visões,
concepções e, acima de tudo, o seu modo de “estar” com a aprendizagem dos
conceitos matemáticos escolares.
O estudo partiu do pressuposto de que a Matemática é um
conhecimento historicamente produzido no movimento das relações sociais,
isto é, um conjunto de práticas que construíram formas de significações e se
materializaram como conhecimento científico. O mesmo passou a ser mediador
instrumental e social do projeto cultural e científico do homem. Como
patrimônio cultural, o conhecimento erudito passou a ter obrigatoriedade na
escola, onde compõe o acervo dos diferentes saberes que ao longo da história
da educação foi sendo socializado aos novos membros da sociedade. Atingiu
seu momento de universalização com a construção da escola pública, gratuita
e laica.
Analisamos, à luz da teoria histórico-cultural, o processo de formação-
apropriação-socialização dos conceitos matemáticos nas práticas sociais de
uma comunidade na tentativa de extrair elementos didáticos subsiadores para
a Educação Matemática no ensino formal.
Isso exigiu a determinação de condições objetivas e subjetivas para a
obtenção de resultados representativos. Uma das condições foi a escolha da
comunidade. Essa, por sua vez, precisava apresentar algumas condições e ter
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Relações Não-Matemáticas
mestrinha”. A distância entre elas não era uniforme como entre os lángois e
pilares. Além da exploração do carvão nela contido, os cruzeiros serviam de
canal para a circulação do ar pelas galerias. O ar era oriundo de um
compressor situado nas proximidades externas da mina e conduzidos por
tubulações até o seu interior.
Os espaços entre os cruzeiros eram denominados de “pilastras”. O
carvão ali existente só era extraído quando da inviabilidade de prolongar as
mestras e, consequentemente, os lángois, os pilares e os cruzeiros. O
processo extrativo nesses locais seguia o sentido contrário daquele adotado
nas demais galerias, ou seja, da entrada da mina até o final. Nas pilastras se
iniciava na última até chegar à primeira. Era a parte de maior grau de
periculosidade.
O traçado e o planejamento das galerias eram feitos pelos engenheiros
e pelo topógrafo. A localização, as medidas, as distâncias, a direção e o
sentido, do conjunto de galerias deveriam ser rigorosamente calculados e
traçados, por isso eram usados instrumentos topográficos de alta precisão. A
preocupação centrava-se na extração da maior quantidade de carvão de uma
determinada área, sem a ocorrência de desmoronamento que colocasse em
risco a vida dos mineiros. A menor falha seria fatal. Por isso, os cuidados para
manter o paralelismo entre os langóis e pilares, entre as mestras e entre os
cruzeiros. Da mesma forma, condição indispensável, era o perpendicularismo
entre as mestras e os langóis/pilares, assim também a inclinação dos cruzeiros
em relações às mestras. A regra era de que a inclinação deveria formar um
ângulo obtuso com uma das mestras e um ângulo agudo com a outra. Na
linguagem de um mineiro:
por parte dos mineiros, também é uma ação importante, por revelar uma
tomada de decisão: o fim da galeria ou a continuidade após a superação do
obstáculo.
“A gente via tanto aquela broca e sabia que tinha um metro e vinte, que
cada vez que precisa medir alguma coisa e não tinha um metro por perto, a
gente imagina a broca e dizia quanto media. Se fosse maior que a broca a
gente dizia: daqui até aqui dá uma broca, duas brocas,... A gente sabia que
dava, então um metro e vinte, dois metro e quarenta, três metro e sessenta,...
Também sabia mais ou menos quanto era mais pequeno que a broca, sessenta
centímetros, trinta centímetros, quinze centímetros”. (furador)
Conclusões
Notas
(1) Doutorando do Programa de Pós-graduação em Educação/UFSC e
Professor do Departamento de Matemática da UNESC – Universidade do
Extremo Sul Catarinense.
Referências bibliográficas