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03/08/2018 Treinamento funcional: benefícios, métodos e adaptações

Treinamento funcional: benefícios, métodos e adaptações


El entrenamiento funcional: beneficios, métodos y adaptaciones

Joyce de Jesus Silva Oliveira Teotônio*


Lilian Maria Blumer*
*Graduada em Educação Física pela Faculdade Adventista de Hortolândia
**Professor Titular na Faculdade Adventista de Hortolândia
Mônica da Silva Santos*
(Brasil) Telmo Bahia Carvalho**
Helena Brandão Viana**
hbviana2@gmail.com

Resumo
O presente artigo teve como objetivo trazer informações sobre este método de treinamento (funcional) que a cada dia conquista novos adeptos. Também
buscou-se evidenciar informações sobre a metodologia de treinamento tradicional (resistido) e, através de revisão bibliográfica, realizar um comparativo entre as
duas metodologias no que se refere à realização de exercícios em superfícies instáveis e estáveis. Através deste artigo, buscamos unir as informações descritas
acima para que o leitor possa compreender os benefícios que cada metodologia aqui estudada possa trazer ao indivíduo praticante, e, ainda, auxiliar profissionais de
Educação Física na escolha do método para trabalhar com seus alunos.
Unitermos: Treinamento funcional. Treinamento. Força.

EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 178, Marzo de 2013. http://www.efdeportes.com/

1/1

Introdução
Recentemente, o treinamento funcional vem conquistando seu espaço dentro de academias e de forma
personalizada devido a sua forma de aplicação e por auxiliar as pessoas nas suas funções cotidianas. No entanto, esta
metodologia de treino não é recente, pois, de acordo com Dias (2011) o treinamento funcional originou-se com os
profissionais da área de fisioterapia, já que estes foram os pioneiros no uso de exercícios que simulavam o que os
pacientes faziam no seu dia-a-dia no decorrer da terapia, permitindo, assim, um breve retorno à sua vida normal e as
suas funções habituais após uma lesão ou cirurgia. Dessa forma, foi fundamentado no sucesso obtido na sua aplicação
na reabilitação que o programa de treinamento funcional passou a ser empregado em programas de condicionamento
físico, desempenho atlético, bem como para minimizar possíveis lesões (PRANDI, 2011).

Sabe-se que o treinamento funcional está amparado na proposta de melhoria de aspectos neurológicos que
conduzem a capacidade funcional do corpo humano, empregando exercícios que estimulem os diferentes
componentes do sistema nervoso, gerando, dessa forma, sua adaptação (SILVA, 2011; CAMPOS e CORAUCCI NETO,
2004).

De acordo com Clark (2001 apud


DIAS, 2011), os movimentos funcionais referem-se a movimentos associados,
multiplanares e que abrangem redução, estabilização e produção de força; ou seja, os exercícios funcionais referem-se
a movimentos que empregam mais de uma fração corporal simultaneamente, podendo ser realizado em diversos
planos e envolvendo diversas ações musculares (excêntrica, concêntrica e isométrica). Em outras palavras, o
treinamento funcional trabalha movimentos, e não músculos isoladamente, envolvendo, dessa forma, todas as
capacidades físicas – equilíbrio, força, velocidade, coordenação, flexibilidade e resistência - de forma integrada por
meio de movimentos multiarticulares e multiplanares e no envolvimento do sistema proprioceptivo, este último, de
acordo com Ribeiro (2006 apud
SILVA, 2011) relacionado com a sensação de movimento (sinestesia) e posição
articular, sendo que, dentre as principais funções deste sistema, estão a manutenção do equilíbrio, a orientação do
corpo e a prevenção de lesões.

Desta forma, percebe-se que o treinamento funcional envolve movimentos específicos para o desenvolvimento das
atividades da vida diária do indivíduo. Sendo assim, esta metodologia de treino possibilita a todos os públicos o bom
condicionamento das capacidades físicas, tornando-se possível, assim, atingir a excelência no desempenho.

Objetivos do treinamento funcional

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Como já foi dito anteriormente, o treinamento funcional explora não somente os músculos, mas também os
movimentos, este último, com maior enfoque, para que a produção de movimento pelo indivíduo seja de forma
eficiente.

O principal objetivo do treinamento funcional é promover um resgate da aptidão pessoal do indivíduo utilizando-se
de um planejamento individualizado e personalizado, independente do seu grau de condição física e das atividades
que ele desenvolva, usando exercícios que incluem atividades específicas do indivíduo e que transferem seus ganhos
de forma eficaz para o seu cotidiano. Portanto, o trabalho com o treinamento funcional propõe utilizar-se de todas as
capacidades físicas do indivíduo e aprimorá-las, sendo que este treinamento ocorre de forma integrada, pois o
treinamento funcional vê o corpo humano de forma complexa (SILVA, 2011; D’ELIA; D’ELIA, 2005 apud RIBEIRO,
2006, p. 17).

Para Dias (2011), o treinamento isolado proporciona resultados em termos de ganho de massa muscular e força,
pois admite, em sua forma de treinamento, que ocorra fadiga muscular; contudo a metodologia do treinamento
funcional aproxima-se mais dos movimentos reais, ou seja, dos movimentos realizados de forma habitual e que
abrangem a conexão entre os movimentos. Deste modo, esse aspecto atende ao princípio da especificidade, um dos
mais importantes princípios do treinamento.

Desta forma, nota-se como característica do treinamento funcional um maior grau de liberdade de execução dos
movimentos, já que é admissível realizar movimentos em diversas magnitudes, sobretudo se comparados aos
exercícios da musculação tradicional. Segundo a literatura é possível apontar o treinamento funcional como flexível e
ilimitado, pois apresenta infinitas adaptações. A realização de movimentos múltiplos planos também é apontada como
uma das características deste método de treinamento, já que as atividades funcionais acontecem geralmente em três
planos e demandam da aceleração, desaceleração e estabilização dinâmica (DIAS, 2011).

Metodologias do treinamento funcional (TF)

Dentro do TF podemos verificar as diversas abordagens no que se refere a metodologias. Shimizu (2011) aponta
que, atualmente em nosso país, existem três linhas metodológicas que são utilizadas dentro de um TF, que são: TF
para a especificidade esportiva; TF baseado no pilates, possuindo como foco o treinamento do CORE e, por ultimo, TF
baseado em exercícios integrados para melhoria das capacidades funcionais. Desta forma, cabe ao professor de
Educação Física que for prescrever os treinos saber qual das três linhas de trabalho são a mais adequada para as
necessidades, funcionalidades e objetivos de seu aluno.

Neste trabalho abordaremos as metodologias propostas por D’Elia e D’Elia (2005) e Monteiro e Evangelista (2010).

A seguir, apontamos a metodologia de D’Elia e D’Elia (2005):

1. Transferência de treinamento: Onde o grau de similaridade e equiparação entre os exercícios utilizados no


treinamento físico funcional sejam próximos aos movimentos utilizados no cotidiano, pois, quanto maior for
este grau, maior será a permuta dos resultados obtidos para a atividade em questão.

2. Estabilização: Com o treinamento funcional o atleta recruta mais a musculatura estabilizadora, na qual o
individuo aproveita da estabilidade para conservar o exercício em pratica através do equilíbrio.

3. Desenvolvimento dos padrões de movimentos primários: No treinamento funcional, sete movimentos


são considerados como movimentos-chave, sendo também considerados como movimentos necessários para a
sobrevivência humana e para a performance esportiva, que são: agachar, avançar, abaixar, puxar, empurrar,
girar e levantar.

4. Desenvolvimento dos fundamentos de movimentos básicos: existem quatro tipos principais de


movimentos básicos dentro do TF, que são, habilidades locomotoras (como andar, correr...), habilidades não-
locomotoras ou de estabilidade (como virar-se, torcer, balançar...), habilidades de manipulação (como
arremessar, chutar, agarrar...), consciência de movimento (que corresponde a percepção e resposta às
informações sensoriais necessárias para executar uma tarefa). Estes quatro movimentos básicos podem ser
empregados em quaisquer modalidades esportivas e atividades cotidianas.

5. Desenvolvimento da consciência corporal: O treinamento funcional desenvolve diversos aspectos desta


consciência, pois provoca o indivíduo em diferentes posições e tarefas, as quais fazem com que o mesmo se
compreenda com mais seriedade.

6. Desenvolvimento das habilidades biomotoras fundamentais: O desenvolvimento da força, do equilíbrio,


da resistência, da coordenação, da velocidade e da flexibilidade é indispensável, sendo que uma habilidade

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raramente domina um exercício. Sendo assim, na maioria das vezes, o movimento se origina de uma
combinação de uma ou mais habilidades. Dessa forma, o treinamento funcional desenvolve as habilidades de
acordo com a seriedade de cada uma delas no esporte ou na atividade específica, abrangendo também a fase
de treinamento no qual o indivíduo se encontra

7. Aprimoramento da postura: A postura influencia muito na capacidade e qualidade de movimento e


equilíbrio. Sendo assim, o treinamento funcional pratica tanto a postura estática (que corresponde a posição
em que o movimento começa e termina) quanto a postura dinâmica (capacidade do corpo de alimentar o eixo
de rotação durante todo o movimento).

Outra metodologia aqui estudada é a apontada por Monteiro e Evangelista (2010), onde, para os autores, uma
metodologia de treinamento só pode ser considerada como funcional se o aluno apresentar as seguintes
características:

Desenvolvimento de capacidades biomotoras ressaltantes - que são: força, resistência, potência,


flexibilidade, coordenação, equilíbrio, agilidade e velocidade;

Padrão de movimento comparável a reflexos, ou seja, quando o corpo gera um conjunto de ações
reflexas para manutenção da postura quando em superfícies estáveis e/ou instáveis;

Sustentação do centro de gravidade sobre sua base de suporte como componente postural estático e
dinâmico;

Compatibilidade com um programa motor generalizado, ou seja, os exercícios considerados como


funcionais utilizam movimentos que têm alta transferência para o trabalho ou esporte;

Compatibilidade de cadeia aberta/fechada - a seleção do exercício pelo treinador deve ser em função do
tipo de cadeia cinética, para que o recrutamento dos músculos e o movimento das articulações sejam
específicos em relação a tarefa desempenhada;

Isolamento para integração, ou seja, treinar a musculatura para que ela colabore na realização de um
movimento funcional.

Podemos perceber que ambas metodologias apresentadas acima são semelhantes no que se refere a
desenvolvimento de capacidades biomotoras importantes nesta metodologia de treinamento, bem como no centro de
gravidade do corpo (CORE) e no recrutamento sincronizado dos músculos para o bom desenvolvimento da função
desempenhada na vida diária do indivíduo.

Core Training

De acordo com Prandi (2011), como elemento do treinamento funcional temos o Core Training
, que é o
treinamento da região central do corpo. Para Alencar e Matias, 2009; Monteiro e Evangelista, 2010; Santos 2009 et al
(apud Calvo et al.
2011), o Core
se refere ao conjunto de músculos que controlam e oferecem estabilidade aos
movimentos da pelve e da coluna lombar, podendo ser identificado como o complexo lombo-pélvico, contendo,
aproximadamente, 29 músculos. Logo, entende-se que o Core
se refere a um programa de treinamento que visa o
fortalecimento da região do corpo onde se localiza o centro de gravidade e o centro de força, e é nessa região que
todos os movimentos que realizamos têm início. Dessa forma, para Prandi (2011) Torna-se evidente que o
fortalecimento do CORE
possui bases teóricas no tratamento e na prevenção de várias condições músculo
esqueléticas.

Quando procuramos no dicionário o significado da palavra CORE


, encontramos como significado núcleo (LONGMAN,
2002); logo, podemos entender por CORE como o mesmo que núcleo do corpo. Deste modo, tendo um núcleo
fortalecido cria-se a estabilização imprescindível para o treinamento funcional a partir do qual os músculos possam
realizar a contração (PRANDI, 2011).

De acordo com Alencar e Matias, 2009; Monteiro e Evangelista, 2010; Santos et. al
2009 ( apud
Calvo et al.,
2011)
o Core Training
traz uma proposta individualizada nos programas de treinamento convencionais. A aplicação deste
método visa estabilizar os músculos do Core
e preparar a postura do indivíduo para se sujeitar as atividades cotidianas
e práticas esportivas. Ou seja, um dos alicerces dessa prática reside no treinamento de grupos musculares do
complexo lombo-pélvico para determinadas finalidades específicas. Consequentemente, as atividades funcionais
propostas pelo método exigem a conservação do alinhamento postural e do equilíbrio dinâmico entre as diferentes
estruturas do corpo. Logo, o benefício dessa metodologia de treinamento é a conquista de um sistema integralmente
desenvolvido, promovendo seu funcionamento de maneira eficaz.

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A estabilização do CORE ou core stability


é abordada na literatura de medicina do esporte como competência de
controle motor e produção força muscular da coluna lombar, da musculatura pélvica e do quadril (LEETUN et al.,
2004). Sabe-se que o CORE atua como uma unidade funcional unificada, através do qual toda a cadeia cinética opera
sinergicamente para produzir força e estabilizar dinamicamente contra uma força atípica. Dessa forma, o controle do
centro de força promove o alinhamento e o equilíbrio postural dinâmico no decorrer das atividades funcionais com um
menor gasto energético. Dessa forma, um CORE eficaz promove a manutenção de relações excelentes de
comprimento-tensão dos músculos agonistas e antagonistas do movimento, os quais permitem a manutenção de
relações excelentes de forças vinculadas no complexo lombo-pélvico. Isso determina uma boa cinética articular
durante movimentos funcionais e eficácia neuromuscular em toda a cadeia cinética, promovendo o equilíbrio de toda a
cadeia muscular na execução de movimentos integrados (MONTEIRO e EVANGELISTA, 2010).

Treinamento de força tradicional e TF: comparativo entre as metodologias

De acordo com Geraldes (2003 apud


FARIAS e RODRIGUES, 2009), o treinamento de força, treinamento contra a
resistência, treinamento resistido ou musculação são termos geralmente usados para apresentar a diversidade de
meios e métodos de treinamento de força, resistência ou potência muscular e eventos de fisiculturismo ou
levantamentos de peso. O treinamento de força não somente abrange o levantamento de pesos, como também, o uso
de resistências em máquinas ou elásticos.

Para Porter et al
. (1995 apud
TAGLIARI, 2006) o Treinamento Resistido compreende a uma submissão do sistema
neuromuscular a aplicação de uma sobrecarga progressiva utilizando das contrações musculares próximas a máxima
contra uma alta resistência. Possui como finalidade aumentar a habilidade em realizar contrações máximas ou
aumentar a área de secção transversa da fibra muscular.

Ainda, de acordo com Fleck e Kraemer (1999 apud


TAGLIARI, 2006), o treinamento resistido pode ser definido
como treinamento de resistência invariável ou isotônico, onde a resistência é mantida de forma constante no decorrer
da execução da ação muscular excêntrica e concêntrica. De forma geral, o treinamento resistido é aplicado seguindo
um dado numero de series e repetições, em um percentual de intensidade que pode ser denominado a partir do teste
de 1RM com distintos tempos de pausa, direcionando o treinamento para o desenvolvimento das diversas modalidades
de força. Além disso, o treinamento resistido pode ser aplicado em forma de circuito ou como treinamento
concorrente.

Godoy (1994 apudRIBEIRO, 2006) aborda o treinamento resistido como sendo a atividade física executada de
forma predominante por meio de exercícios analíticos, utilizando resistências progressivas providas por recursos
materiais, tais como: halteres, barras, anilhas, aglomerados, módulos, extensores, peças lastradas, o próprio corpo
e/ou segmentos, entre outros.

Segundo Aaberg (2002), o treinamento resistido tem se tornado um dos treinos mais populares em nosso
cotidiano. No entanto, antigamente somente alguns atletas utilizavam este tipo de metodologia por haverem crenças
de que o aumento da massa muscular poderia influenciar na perda da flexibilidade. Mas, com o crescente avanço em
pesquisas na área, atletas e treinadores foram percebendo os benefícios que algumas metodologias de treinamento
poderiam trazer a seus atletas. Porém, de acordo com o autor, não é possível afirmar que o treinamento resistido vá
de fato aumentar o desempenho atlético do atleta por acreditar na individualidade biológica de cada um (AABERG,
2002).

Ainda, de acordo com Aaberg (2002), alguns dos principais benefícios do treinamento resistido são:

1. Aumento da performance em esportes que exijam do aluno/atleta mais força, potencia, controle e resistência
física;

2. Significativa redução do percentual de gordura corporal;

3. Auxilia o corpo no combate a ação da gravidade e impede adaptações posturais e funcionais provocadas pela
atração constante da Terra a qual estamos expostos diariamente;

4. Desenvolve importante papel no controle a doenças crônicas como Diabetes, Artrite, entre outras.

No entanto, a estabilidade das superfícies usualmente utilizadas na execução de exercícios no treinamento


tradicional (musculação) pode provocar a diminuição da produção de força e potência durante a execução de séries
em superfícies estáveis (McBRIDE et al
., 2006 apud
MONTEIRO e EVANGELISTA, 2010). Dessa forma, Monteiro e
Evangelista (2010) formularam uma tabela comparando os benefícios do treinamento em superfícies estáveis e
instáveis.

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Tabela 1. Comparação de benefícios do treinamento funcional em superfícies instáveis x superfícies estáveis (MONTEIRO e EVANGELISTA, 2010)

Variável Estáveis Instáveis

Força e estabilidade do “Core” ↓ ↑

Ativação de agonistas ↑ ↓

Co-ativação de antagonistas ↓ ↑

Produção de força ↑ ↓

Produção de potência ↑ ↓

Melhora na propriocepção ↓ ↑

Reabilitação de dores lombares ↓ ↑

Performance esportiva ↑ ???


Fonte: Monteiro e Evangelista (2010)

Atualmente, a instabilidade tem sido vista como uma grande ferramenta das novas metodologias para promover
aumento do recrutamento da musculatura. Dessa forma, os treinos passaram a utilizar cada vez mais suportes
instáveis, tais como: bolas, bosu
(meia bola com uma superfície reta de um dos lados), plataformas de instabilidade,
discbol, entre outros.

De acordo com Osti (baseado na entrevista do professor Julio Serrão, laboratório de biomecânica da Universidade
de São Paulo, 2011), com esta metodologia de treinamento, percebe-se melhora na força do , conjunto de core
músculos do centro do corpo, o tórax, como os músculos do abdome e sustentadores da coluna vertebral; porém,
segundo o professor, o que provoca um maior ganho muscular é a combinação de estímulos diferentes, onde entra o
treinamento funcional.

A principal vantagem dos treinamentos fundamentados na instabilidade é o ganho de propriocepção, que ocorre
mesmo em atletas. Entende-se por propriocepção como a capacidade de percepção do próprio corpo e correção
automática de movimentos indesejados. Sendo assim, o treinamento desta aptidão é essencial para todos em seu
cotidiano, mais ainda, torna-se primordial para atletas, que para conseguirem obter bons resultados, precisam de
treinos com desequilíbrios maiores (OSTI, 2011). Seguindo esta linha de raciocínio, Sparkes (2009 PORTELA, apud
2010), expõe que o treinamento em superfícies instáveis para atletas assume caráter de extrema importância por
levar em conta que esta metodologia promove melhorias na performance atlética quando os exercícios imitam
precisamente os movimentos desportivos, atendendo, dessa forma, ao princípio da especificidade do treino.

As musculaturas do abdome e das costas possuem como função a estabilização do corpo. Dessa forma, ela é mais
sensível ao treinamento com instabilidade como o treino funcional. Então, ao se incluir elementos de instabilidade, é
possível aumentar o recrutamento dessas musculaturas estabilizadoras. Desta forma, os exercícios abdominais feitos
sobre uma bola suíça, por exemplo, despontam resultados melhores que os mesmos exercícios realizados numa
estrutura lisa, pois a musculatura abdominal é estabilizadora e, ao trabalhar em uma superfície de desequilíbrio,
necessita recrutar mais fibras para realizar o mesmo movimento. Já a musculação feita com os aparelhos tradicionais
restringe a instabilidade para tolerar uma maior carga de trabalho, fortalecendo a musculatura, mas não provoca
benefícios na musculatura estabilizadora e na propriocepção (OSTI, 2011). No entanto, o autor concorda que a
musculação seja uma metodologia ideal para trabalhos com iniciantes que necessitam aprender os movimentos e
fortalecer a musculatura.

Para finalizar, no que se refere ao treino com pesos livres, como anilhas e halteres, Osti (2011) sugere que este
tipo de treinamento permite uma maior instabilidade, com um trabalho considerável de costas e abdome para
estabilizar certos movimentos, o que muitas vezes não permite pesos tão altos quanto o dos aparelhos. Já os treinos
funcionais pregam maior instabilidade, privilegiando a musculatura estabilizadora.

Considerações finais

Diante das informações expostas acima, podemos concluir que o treinamento funcional e o treinamento resistido
possuem benefícios e podem ser exploradas juntas, onde cada metodologia trará ao executor (aluno ou atleta)
acréscimos ao seu vocabulário motor, sendo aplicadas em diferentes estágios de evolução do aluno. No entanto,
podemos perceber que a metodologia funcional vem, dia-a-dia, conquistando mais adeptos devido aos desafios
propostos tanto para o aluno quando para o profissional de Educação Física no que se refere a equipamentos e
execução de exercícios, proporcionando ao aluno maiores ganhos de propriocepção corporal, fortalecimento do CORE,
dentre outros.

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É inegável que a funcionalidade sempre esteve presente em todos os momentos da evolução humana. O homem
sempre necessitou realizar com eficiência as tarefas do dia-a-dia, garantindo, dessa forma, a sobrevivência em
situações muitas vezes adversas. Porém, com a evolução tecnológica, a facilidade e o conforto para a realização de
ações que antes eram essencialmente físicas tornaram o homem menos funcional (CAMPOS e CORAUCCI NETO,
2004).

O treinamento funcional representa uma nova metodologia de condicionamento, norteada pelas leis basais do
treinamento e amparada cientificamente por meio de pesquisa e referências bibliográficas em todos os seus pontos
principais e, sobretudo, avaliadas extensivamente nas salas de treinamento, onde foi possível definir suas linhas
básicas. No entanto, a essência do treinamento funcional está fundamentada no progresso dos aspectos neurológicos
que comprometem a capacidade funcional do corpo humano através de treinos estimulantes que desafiam os vários
componentes do sistema nervoso e, por isso, geram sua adaptação (CAMPOS e CORAUCCI NETO, 2004; D’ELIA e
D’ELIA, 2005).

Dessa forma, entende-se que o treinamento, seja resistido, seja funcional, gerarão adaptações positivas ao
organismo do praticante, desde que estes sejam abordados de forma a atender aos princípios do treinamento, cada
um dentro das suas características, possibilitando ao praticante melhor qualidade de vida.

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FARIAS, Ivan Gabriel da Silva Rodrigues; RODRIGUES, Teresa da Silva. Exercício resistido: Na saúde, na
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LONGMAN, Dicionário Escolar. Inglês – Português / Português – Inglês. 2° edição. Pearson Longman, 2009.
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TAGLIARI, Mônica. Alterações Morfo-funcionais decorrentes de diferentes Treinamentos com Ginástica


Localizada na faixa etária de 20-35 anos. Tese (Pós-Graduação), Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre, 2006.

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