Sei sulla pagina 1di 12

Clínica Médica de Pequenos Animais

1ª Prova – Aula 5 (07/10/16)


Aula 5: Doenças Endócrinas – Hiperadrenocorticismo e Hipotireoidismo
# Funções das Glândulas endócrinas #
- Secretar hormônios, substâncias que normalmente são produzidas em uma região do corpo e tem
regulação e controle sobre alguma outra estrutura/região do organismo.
- Principais glândulas endócrinas: hipófise (pituitária), tireoides, paratireoides, adrenais e pâncreas.
- Definição de hormônios: substâncias produzidas por glândulas que atuam no sentido de controlar ou
auxiliar controle de alguma função do corpo.

# Hiperadronocorticismo (Síndrome de Cushing) #


- Enfermidade clínica relacionada as glândulas adrenais. É um distúrbio endócrino causado por altos níveis
de cortisol no sangue.
- O Nome “Cushing” é um sinônimo (Cientista que descobriu a enfermidade em 1932).
- Ocorre por descontrole da produção do cortisol de forma própria do organismo ou iatrogênica
(administrando muito cortisol em alguma terapia. Ex. terapias alérgicas, tratamento de neoplasias, potente
anti-inflamatório.)
- Funções do cortisol:
• Participação no metabolismo de carboidratos - aumenta o glicogênio hepático, e com isso aumenta
os níveis de glicose circulante.
• Em grande quantidade, pode aumentar o catabolismo proteico. Em situações de stress, em que
ocorre liberação de cortisol, é um dos mecanismos para liberação de energia para organismo e dessa
maneira atua nas vias metabólicas (gliconeogênese), quebra as proteínas orgânicas em glicose e
aminoácidos e depois entra no metabolismo para tentar pegar energia. Isso quer dizer que o aumento
do cortisol leva ao catabolismo proteico/de músculos, portanto um animal com grande quantidade de
cortisol circulante tem um enfraquecimento muscular
• O metabolismo das gorduras também fica altera, ele aumenta a lipólise. Muda a distribuição da
gordura abdominal, se deposita mais na região abdominal, e leva sericamente ao aumento dos
lipídios circulantes – “Alteração de mobilização da gordura”.
• Níveis de eletrólitos: o cortisol aumenta, paralelo aumento a aldosterona (mineralocorticoide) e
muitas vezes os distúrbios relacionados a ele pode desregular os níveis principalmente de potássio
circulante.
• Normalmente a secreção do cortisol é uma resposta ao estresse (variável – caminhada, exercício,
psicológico, etc)
• Importante para a resposta imune – sua presença deprime o SI, os linfócitos são sequestrados para
o sistema linfoide e há uma linfopenia. Imunodepressão.
• Relacionado diretamente ao controle da glicemia – através da gliconeogênese, aumentando os níveis
de glicose no sangue. Tem a capacidade de inibir a absorção de glicose – os corticoides bloqueiam
os receptores de insulina (não entra na célula sem eles), maiores níveis de glicose circulante. Em
uma situação de estresse, o organismo está poupando glicose para o Sistema Nervoso e ativando
mecanismos que liberem cortisol para que sobre muita oferta de glicose. (O SN é o órgão que mais
consome)

1
Clínica Médica de Pequenos Animais
1ª Prova – Aula 5 (07/10/16)
# Controle da secreção de cortisol

- Obedece ao eixo Hipotálamo-hipófise-adrenal.


- O hipotálamo libera o hormônio liberador de corticotropina
(CRH), que atua sobre a porção anterior da hipófise. Esta
porção libera o hormônio adenocorticrotópico (ACTH), que
atua sobre as glândulas adrenais fazendo com que elas
liberem os corticoides/cortisóis.
- Uma vez que o nível de cortisol aumenta na circulação
sanguínea, esse nível funciona como feedback negativo
tanto para o hipotálamo quanto principalmente para a
secreção de ACTH, e assim se regula a quantidade de
cortisol circulante.
- Sempre ter o eixo em mente para interpretar o diagnóstico de animal com problema nos níveis de cortisol.
- Estresse físico, emocional ou químico pode determinar o aumento do CRH. (Portanto aumentando ACTH
e Cortisol)
- Glândula adrenal: Principal glândula que produz o cortisol, é dupla. Normalmente nos seres humanos
pelo fato de andar em pé é chamada de suprarrenal (Acima), mas nos cães é mais correto chamar de
adrenais. Normalmente são posicionadas cranialmente aos rins.
• Do ponto de vista histológico, ela tem uma região mais externa chamada de córtex, e a região da
medula.
• A região do córtex da adrenal é composta por algumas, regiões que se diferenciam histologicamente
e cada uma é responsável pela produção de um tipo de hormônio.
o A zona mais externa é chamada de Zona Glomerulosa, produz a aldosterona
o Zona fasciculata: mais interna. Produz os hormônios glicocorticoides.
o Um pouco mais internamente ainda,no córtex, são produzidos os hormônios sexuais
o Na região medular, há a produção de norepinefrina e epinefrina
• Normalmente, se essa exposição é crônica, essas células entram em hiperplasia, alguma zona fica
mais espessada e isso faz com que fique hiperfuncional a presença de ACTH. E pelo contrário, se
cessa o estímulo do ACTH fica hipotrofiada.
• É possível ver essa glândula pelo ultrassom, mostrando hiperfuncionalidade ou hipo.
• O aumento do ACTH circulante aumenta ambas adrenais.
- Portanto, o hiperadrenocorticismo pode acontecer pois alguma destas regiões está alterada.
# Etiologia
➔ Hipofisária (principal)
- O hipotálamo é uma região rara de sofrer problemas na clínica de pequenos animais. Normalmente o
problema ocorre ou na hipófise ou na adrenal.
• Problema na hipófise: hiperadrenocorticismo de origem hipofisária.
• Adrenal: hiperadrenocorticismo de origem adrenal.
• A hipofisária é a mais comum de acontecer tantos nos cães quanto nos gatos (80-95% dos casos
são tumores hipofisários, mas normalmente muito pequenos – microadenomas, menores que 10 mm.
O animal não manifesta sinais neurológicos, pois não chega a comprimir estruturas adjacentes a
hipófise. O aumento da produção de ACTH pela glândula hipófise é a única alteração, que repercute
diretamente sobre as adrenais)
• 50% dos tumores tem menos de 3 mm de diâmetro.
• 10-15% são macroadenomas (raros) – pode deformar um pouco o SN e manifestar sinais.

2
Clínica Médica de Pequenos Animais
1ª Prova – Aula 5 (07/10/16)
- Foto: tumor na hipófise, causando compressão. Pele diferente, pelos também rarefeitos. Essa doença
chama muitas vezes a atenção pelos distúrbios dermatológicos e isso faz o proprietário trazer o animal, mas
nem sempre é por aí que iniciam os sintomas.
- Quando temos um tumor da glândula hipófise (lembrando do eixo), ocorre um aumento da produção do
ACTH pela hipófise, que atua sobre as duas adrenais fazendo com que aumentem de tamanho e produzam
grande quantidade de cortisol circulante.
- Esse cortisol circulante muitas vezes não é capaz de desestimular a produção de ACTH, pois está sendo
causado pelo tumor hiperfuncional – prejudica o feedback negativo, então o animal sempre tem níveis de
cortisol circulante.
- Um cuidado a se ter é que não necessariamente níveis altos de circulação de cortisol no sangue quer dizer
hiperadrenocorticismo. O cortisol tem uma variação bem específica durante o dia, a literatura sugere que há
variação circadiana – os cães de manhã têm altos níveis, e além disso o stress de coletar o sangue também
poderia provocar isso. Somente os níveis séricos não é confiável pois a secreção ao longo do dia varia, e
os animais normais podem ter picos de cortisol circulante e serem saudáveis.
- Apenas a dosagem do cortisol não serve para diagnóstico deste problema.
- Se a maioria são tumores de hipófise, quanto ao restante a literatura não descreve o envolvimento do
hipotálamo. A outra condição são os tumores nas próprias glândulas adrenais

➔ Tumores adrenocorticais
- 15-20% dos casos. Normalmente são pequenos e não metastatizam se for o adenoma.
- É mais comum em algumas raças de cães, principalmente grande porte (Rottweiler) o tumor maligno
adenocarcinoma → quando houver suspeita preparar metástases em fígado e pulmão
- A casuística é bem baixa, em animais de pequeno porte é mais comum os tumores de hipófise (ex. poodle)
- Tumor de adrenal o prognóstico normalmente é desfavorável
- Normalmente o tumor é unilateral, embora possa acontecer dos dois lados. Então possivelmente só haverá
uma adrenal aumentada no US.
- Se as adrenais estão produzindo muito cortisol, está desestimulando o eixo. A adrenal não é mais
dependente do ACTH, tem um estímulo próprio (os tumores) – faz com que os níveis de cortisol estejam
aumentados, mas não conseguem inibir sua produção. O eixo não sofre feedback negativo.
* Se o tumor só está em uma adrenal (uma produzindo muito cortisol – não consegue deixar de ter estímulo
pra produzir), a outra adrenal irá ficar menor ainda pois há diminuição do ACTH circulante.

➔ Iatrogênico
- Algum veterinário ou proprietário por conta própria deu corticoide pois o animal tem um problema alérgico,
alguma imunoterapia, distúrbio imunoimediado, doença inflamatório; mas ás custas de muitas vezes levar
ao hiperadrenocorticismo.
- Existem corticoides de depósito que você aplica uma vez por via subcutânea e fica drenando 1-2 vezes.
Ás vezes é um animal pequeno, e para ser mais prático o veterinário aplica esse fármaco de depósito.
Resolve a alergia/coceira e parece conveniente para o proprietário mas acaba por levar a esta doença/sinais.
- Sempre lembrar de animais pequenos que fazem uso de colírios por tempo muito prolongado podem
desenvolver.

3
Clínica Médica de Pequenos Animais
1ª Prova – Aula 5 (07/10/16)
# Sinais Clínicos

- Prevalência dos tumores hipofisários:


• Mais comum em animais com 6 anos ou mais, em um status mais idoso, e principalmente raças de
pequeno porte (Poodle, teckel, terriers, etc)
• Gatos idosos
• 75% dos cães tem menos de 20 kg
- Tumor de adrenal: raças grandes (45-50% dos cães tem mais de 20 kg), animais idosos
- História: sintomas são bem variáveis (diferentes evoluções e momentos do quadro)
• De uma maneira geral, podemos investigar se o animal toma algum fármaco (forma iatrogênica)
• Primeiro sinal que o animal apresenta normalmente é poliuria e polidispsia (vale não só para o
hiperadreno, como para várias doenças, mas sempre entrará o hiperadreno na lista de diferenciais
pois de 80-85% dos casos tem esse sinal).
o Porque ocorre: O cortisol é capaz de sensibilizar os vasos á adrenalina, então muitas vezes
o animal que tem hiperadrenocotiscismo é hipertenso, o que faz com que ocorra aumento da
taxa de filtração glomerular.
o Além disso, lembrar que a produção do cortisol tem também atuação sobre os
mineralocorticoides – aldosterona, que poupa sódio nos rins, poupa água, aumenta o volume
dos vasos sanguíneos e aumenta a pressão arterial.
o Portanto, animal com hipertensão que vai apresentar alta taxa de filtração glomerular e vai
urinar muito.
o O cortisol também inibe e bloqueia a ação do ADH (hormônio anti-diurético), urina bastante.
o O fato dele ter um efeito anti-insulina, a maioria dos animais come demais – porque não está
chegando glicose nas células. Os níveis de glicose estão aumentados, mas existe um centro
cerebral chamado “centro de saciedade”; e normalmente para a glicose entrar nele depende
de insulina. Se a insulina não entra, o animal sentirá muita fome.
- Aumento de volume abdominal: Também relacionado ao hiperadreno.
• Fígado aumenta, está hipermetabólico
• Bexiga repleta de urina
• Gorduras sofreram os efeitos de uma mobilização e foram mais direcionadas para a região abdominal
• O fato do animal ser quadrúpede, a fraqueza muscular abdominal (que segura as vísceras dentro do
abdômen) faz com que ela ceda com o peso e forme um aumento de volume. – “Barriguinha do
hiperadrenocorticismo”
- Proprietário relata que o animal anda quieto, era mais ativo – fraqueza muscular (Devido ao catabolismo
proteico). Existem relatos, embora mais raros, até de rupturas dos ligamentos dos membros.
- Os músculos intercostais também estão enfraquecidos, então o animal apresenta fadiga e dispneia após o
exercício.
4
Clínica Médica de Pequenos Animais
1ª Prova – Aula 5 (07/10/16)
- Uma situação mais rara, é que as plaquetas na presença do corticoide têm mais chance de agregar, e com
isso há possibilidade de ocorrer tromboembolismopulmonar. O trombo pode parar muitas vezes na artéria
pulmonar, bifurcação da aorta (gatos) e dificulta a respiração, sinais de dispneia aguda.
- Sinais de obesidade: distribuição da gordura diferente dá impressão que está obeso, mas ao avaliarmos a
condição corporal do animal percebe-se que a musculatura dele está fraca e apenas o abdômen está
aumentado.
- Sinais dermatológicos – já que os cortisóis estão relacionados ao catabolismo das proteínas, lembrar que
o crescimento piloso depende dos aminoácidos. A região da cabeça e das extremidades, tem pelo, mas o
resto do corpo não (rarefação pilosa) – este é o típico hiperadrenocorticismo. (60-70% dos animais)
• Serborréia, distúrbios do metabolismo lipídio refletem na pele.
• Pioderma, as infecções bacterianas da pele podem estar presentes devido ao efeito
imunossupressor dos cortisóis
• Pele fina devido ao consumo de proteínas da pele (não é muito comum na clínica mas pode
acontecer) – os vasos da pele podem ficar mais aparentes, principalmente no abdômen do animal. –
Angiectasia/aparecimento dos vasos abdominais.
• Má cicatrização, efeito proteolítico.
• Calcinose cutânea – deposição de cálcio no tecido subcutâneo, não se sabe bem o mecanismo deste
distúrbio do cálcio. O cortisol faz com que aumente o cálcio circulante e haja uma excreção maior
pelos rins, mas não se conhece o porquê de depositar na pele.
- Cistite: infecção urinária por conta da imunossupressão, mais comum nas fêmeas do que nos machos.
- Hipertensão arterial
- Diabetes Mellitus pode acontecer devido à resistência insulínica/efeitos hiperglicemiantes. Não é uma
condição muito comum, mas em todo animal diabético é importante considerar se ele não tem um
hiperadreno.
• Nesse caso teria que tratar o hiperadreno, não é um Diabetes verdadeiro. (Embora seja possível que
o animal também apresente um Diabetes verdadeiro e já não ajudaria)
* Como o distúrbio dermatológico é endócrino, normalmente é bilateral. → Alopecia simétrica bilateral. (“Está
vindo de dentro para fora”, se estiver com este tipo de alopecia colocar na lista de suspeita. Porém ter em
mente que pode mudar um pouco a característica simétrica pois fica predisposto a ter outras afecções de
pele pela imunossupressão ou pode ter outras doenças concomitantes)
* Calcinose cutânea: muito raro, se deposita principalmente na cabeça e pescoço. É uma área endurecida
e leva a uma inflamação desta região da pele. Involui com o tratamento.
# Diagnóstico
- Partir do histórico (sinais dermatológicos, aumento de ingestão hídrica, urinando muito)
- Sinais clínicos: poliuria e polidipsia comum a outras doenças, temos que ir além.
- Hemograma: normalmente o animal está perdendo muita água e não consegue beber a mesma
quantidade, sempre um pouquinho desidratado. (Proteína total aumentada pode ser relacionada a isso
também)
• Corticoides: atua sobre a medula óssea estimulando a produção de céls vermelha. Então em
doenças como Erliquiose que tem uma anemia muito grave entram com corticoide na terapia para
aumentar a produção de hemácias.
o Além da desidratação, eritrócitos aumentados na circulação. (Eritrocitose)
• Leucócitos: quando os níveis de cortisol estão aumentados, aumenta os neutrófilos circulantes –
dentro do vaso sanguíneo eles andam na parede dos vasos (pool marginal de neutrófilos, ficam
sendo liberados pela medula para que em uma situação de emergência caiam no lugar que tem
problema, quimiotaxia), hemácias andam pelo centro.

5
Clínica Médica de Pequenos Animais
1ª Prova – Aula 5 (07/10/16)
• Os cortisóis liberam o pool marginal, só que estabilizam a parede do neutrófilo – é liberado, aumenta
na circulação, mas não está com sua função adequada. Para um neutrófilo funcionar bem (matar
bactérias) ele precisa ser capaz de fazer fagocitose. Na presença do cortisol a membrana fica estável
e não consegue fazer a fagocitose bem-feita.
o Apesar da neutrofilia, o animal está imunodeprimido.
o Por isso os corticoides são usados na terapia de distúrbios inflamatórios. (Boa ação anti-
inflamatória inespecífica). Porém sempre é imunossupressor.
• Linfócitos: na presença do cortisol são sequestrados para os órgãos linfoides – vão para os
linfonodos, baço e diminuem na circulação. E eosinófilos também, são mais sensíveis ainda. →
Linfopenia e Eosinopenia
• Monócitos e plaquetas normalmente podem estar aumentados pela presença do cortisol (risco de
formar trombos)
- Bioquímica sérica
• No fígado, os cortisóis são capazes de estimular produção da Fosfatase Alcalina (aumentada na
situação de congestão hepática, obstrução por alguma razão e os canalículos hepáticos não estão
conseguindo liberar o fluído hepático, a FA aumenta no sangue) – o corticoide ativa (mimetiza) uma
isoenzima semelhante a fosfatase alcalina, não quer dizer necessariamente que é um
comprometimento hepático, embora possa ter um pouco de congestão. (80-95% dos casos >150
UI/L)
* Para interpretar a FA, lembrar de considerar outros distúrbios que a aumentam.
• Distúrbios dos lipídios
• Hiperglicemia discretas
• * Na rotina da clínica sempre é bom fazer no mínimo hemograma e urinálise. Inclusive fazer o exame
antes da bioquímica sérica, pois é mais barato e sugere várias coisas
- Urinálise
• Densidade baixa: hiperfiltração glomerular, ADH não está bem funcional/resposta a ele. (<1020) –
urina mais, rim sem condições de concentrar adequadamente.
o O animal está suavemente desidratado e deveria estar concentrando, mas não está
conseguindo
o O problema não é verdadeiramente no rim, é no ADH/aumento da aldosterona circulante
• Glicosúria (antagonismo da insula)
• Proteinúria (pelo aumento da pressão arterial e infecções do trato urinário)
- Raios X: Para o hiperadreno não costuma ajudar muito. Para procurar metástase em pulmão ou tumores
tem exames melhores.
- Ultrassom: avaliar tamanho e formas das adrenais (varia um pouco, mas normalmente > 0,75 cm sugere
que está aumentada), avaliar simetria
• Ambas adrenais aumentadas sugerem que o problema é o ACTH – tumor hipofisário.
• Assimetria – possível tumor adrenal.
* ALT: lise de hepatócitos (fígado hiperfuncional, gliconeogênese e metabolismo proteico).
* Tamanho da adrenal: varia um pouco, depende do transdutor/literatura. O importante é que há alteração
na morfologia adrenal – irregular, áreas hipoecoicas, sugerindo tumor de adrenal. Em seguida, no US, se
procura metástase, aumento mais ou menos de 1,2 cm.
- Urólitos com cálcio – o hiperadreno leva ao aumento da excreção de cálcio renal.
- O Hipotireoidismo pode estar relacionado ao hiperadrenocorticismo.
• Na alta de cortisol, os níves de T4 abaixam
• TSH de normal ou a baixo
6
Clínica Médica de Pequenos Animais
1ª Prova – Aula 5 (07/10/16)
• Então este seria um hipotireoidismo secundário ao hiperadreno (não é o verdadeiro)
- Sinais, enzimas alteradas, US: Isso tudo ainda não é suficiente para confirmar o hiperadreno. É preciso
fazer os testes endócrinos, com administração de corticoides. Por isso, antes e durante a administração do
teste é preciso entender e lembrar do EIXO H-H-A.
# Diagnóstico Definitivo
➔ 1º - Teste de Supressão com Dexametasona (em baixa dose)
- Uma vez administrada a dexametasona, é um hormônio que não se confunde pelos exames laboratoriais
com os hormônios endógenos (produzidos pelo corpo)
- Corticóide exógeno, possível de dosar. Seguir um protocolo.
- Com isso, estamos estimulando o feedback negativo (teoricamente de hipotálamo e de hipófise).
• Animal normal: Dexametasona → Inibe ACTH → Cortisol circulante baixo durante 24h.
• Tumor de hipófise (microadenoma): A dexametasona será capaz de diminuir o ACTH, mas não por
muito tempo, pois o tumor continua produzindo ACTH. Os níveis de cortisol baixarão nas primeiras
horas, mas voltará a subir após 8 h. (não consegue interromper o feedback negativo por tanto tempo
quando animal normal)
• Tumor de adrenal: não obedece ao eixo, o tumor está produzindo continuamente e independente
de ACTH, então não baixará cortisol em momento algum.
- Antes de administrar a Dexa, devemos dosar o cortisol (colher sangue antes e mandar para laboratório).
Não é preciso, mas normalmente estará abaixo de 1,5 ug/dl.
- Como fazer o teste (protocolo): Administrar 0,01 mg/kg por via IV. Colher sangue 4 após e enviar ao
laboratório.
• Animal saudável sempre abaixo do valor basal – O Laboratório lê o cortisol, não a dexametasona
circulante.
• Hiperadrenocorticismo de origem hipofisária (HPD), após 4 horas desestimula, mas depois os níveis
voltam a subir.
• Tumor de adrenal: permanece sempre alta.

➔ 2º - Teste de Supressão com Dexametasona (Alta dose)


- Sempre é feito 1º o teste de baixa dose e depois este.
- Como os cortisóis variam muito, para ficar mais seguro ainda que tem o hiperadreno e qual o tipo/origem,
podemos aumentar a dose da dexametasona em 10 vezes (adm em alta dose)
• Pois foi demonstrado em vários estudos que 0,1 mg de dexametasona é uma dose capaz de
bloquear os tumores da hipófise de produzir ACTH em 75-08% dos casos.
o Se os níveis baixarem (cortisona endógena após 4h): Adenoma suspeito de tumores de
hipófises
o Se não baixarem, é um tumor de adrenal.

7
Clínica Médica de Pequenos Animais
1ª Prova – Aula 5 (07/10/16)
* Normalmente se faz duas coletas e depois manda para o laboratório. Pode congelar, não sofre interferência.
➔ Teste de estimulação ACTH
- Existe, mas o hormônio ACTH é mais caro. Serve para monitorar nossa terapia.
- Pegar ACTH, aplica no animal e dosar o hormônio cortisol após aplicação.
- É interessante para a terapia, pois os fármacos usados normalmente têm a ação de diminuir a produção
de cortisol. Isso pode ser feito de 2 maneiras: fármaco que baixe a produção verdadeiramente ou um que
destrua a adrenal e diminua o número de células produtoras de cortisol; baixando assim os níveis.
- Então o ACTH por exemplo mostra o quanto destruímos de uma adrenal. Se for demais, em vez de hiper
terá um hipoadrenocorticismo, que é pior ainda.
- O ACTH estimula as adrenais e após aplicar quantificamos quanto está produzido e determinamos se é
preciso baixar a dose da terapia.
* Questão de monitorar o tratamento, só é útil como diagnóstico se o animal tem um hiperadreno iatrogênico,
mas geralmente já descobrimos isso no histórico (só útil se o animal não tiver). Porque poderia levar a uma
interpretação errada no iatrogênico – como tinha administração exógena do cortisol, as adrenais estavam
atrofiadas.
* Iatrogênico, 2 horas após a administração de ACTH o nível de cortisol sérico não vai subir (vai estar muito
baixo)
* O que destruiu muito as células da adrenal vai estar com hipoadrenocorticismo (Doença de Addison, raro
ocorrer naturalmente), só não mostrará sinais porque está em terapia, se tirar abruptamente terá sinais.
# Tratamento
- Adenoma hipófise: utilizar fármacos que interfiram na produção de cortisol.
- Tumor de adrenal: pode ser feita excisão da adrenal, mas lembrar que são tumores normalmente malignos
e é preciso descartar primeiro a presença de metástases.
• Costuma não ser possível, não há margem de segurança (ou envolve vasos que não podem ser
retirados, proximidade ao rim)
• Pode tentar quimioterapia para diminuir progressão do tumor, mas é bem grave.
- Iatrogênico: suspensão gradativa da terapia que ele tem recebendo.
➔ Trilostano
- Fármaco mais usado hoje em dia (antigamente era o Mitotano)
- Inibe a produção de progesterona, que pelo metabolismo é um precursor do cortisol – assim, interfere nos
níveis do cortisol, e pouco de ação da aldosterona. (Bom)
- O ideal é sempre administrá-lo com alimento, é melhor absorvido.
- Nome comercial: Vetoryl (é bem caro, uma caixinha de 30 mg, 30 comprimidos é R$ 600)
- Dose: 1-2,5 mg/kg → é só um roteiro, temos que ajustar conforme o metabolismo do animal por via do
teste de ACTH.
- Um dos primeiros sinais que está respondendo a terapia é 10 dias após diminuir a ingestão de água e
urinar menos.
- Reavalia o animal com 10 dias e realiza o teste do ACTH. (10 dias, 1 mês e a cada 3 meses)
- É uma terapia por longo tempo, aos poucos vamos ajustando e diminuindo a dose.
➔ Mitotano
- Consegue destruir o córtex da adrenal – cuidado (compromete também os níveis de aldosterona. A
importância da aldosterona normal é manter os níveis de K+, Na, e água. Poupa sódio, excreta potássio. Se
ela baixar os níveis de potássio sobem muito, o que pode matar)
8
Clínica Médica de Pequenos Animais
1ª Prova – Aula 5 (07/10/16)
* Se destruir a demais a glândula, tem que ir diminuindo. (Tem capacidade de regeneração)
- Fase de indução e fase de manutenção
- Fazer também os testes de ACTH durante a terapia para não destruir muito a glândula
- Também é caro, encontrar na literatura como usar.
➔ Cetoconazol
- Utilizado no tratamento de fungos, pode ser usado nesta doença, mas é só citado pois tem a capacidade
de interferi na biossíntese dos esteroides. Teria de ser administrado ao longo da vida do animal mas tem
várias desvantagens – hepatotóxico, se parar de usar volta o problema. Não é recomendado.
* Estes fármacos normalmente nunca se tiram totalmente, porque se o tumor da hipófise continua lá ainda
vai estimular a adrenal. É para a vida, mas depois que você destruiu bem diminui a dose.

# Hipoteroidismo #
- Doença endócrina comum nos cães: produção de poucos hormônios da tireoide.
- Raro em gatos. (Neles é mais comum o hipertireoidismo)
# Definição
- Doença que resulta da produção e secreção deficientes dos hormônios tiroidianos – tiroxina (T4) e
Triiodotironina (T3)
- A T4 é mais importante do ponto de vista clínico.
*(T3: Está dentro da célula e consegue entrar na célula)
# Fisiologia
- Também existe um eixo da tireoide.

- Hipotálamo libera o hormônio liberador de TSH, o TRH, que libera um hormônio que estimula as
tireoides, TSH. A tireoide libera o T4
• O T4 que está livre é o único que consegue fazer o feedback negativo de modo eficiente. (Inibe
TSH/TRH)
• O T3 livre também consegue, mas normalmente está dentro da célula e não tem níveis séricos
elevados. Logo, quem realmente atua no FB negativo é o T4 livre.
• T4 livre é aquele que não está preso a proteínas (não está sendo carreado por proteínas, como
costuma acontecer com hormônios na circulação)
# Etiologia
- Hipotiroidismo primário: destruição da glândula tireoide

9
Clínica Médica de Pequenos Animais
1ª Prova – Aula 5 (07/10/16)
• Tireoidite linfocítica (doença imunomediada): de causa desconhecida, sofre invasão de linfócitos
que começam a atacar e destruir as células da tireoide. → Os níveis de T4 diminuem. Com isso, os
níveis de TSH aumentam (tenta produzir mais T4)
• É o mais comum de encontrar na clínica. “É um problema vindo na tireoide”
• Atrofia/necrose tireoide: Antigamente acreditava-se ser uma doença separa. Hoje já se pensar ser
uma tireoidite linfocítica muito crônica que atrofiou.
- Hipotiroidismo secundário: problema na Hipófise (glândula pituitária). Não é muito comum.
- Hipotiroidismo terciário: problema no Hipotálamo.
- Raças predispostas: estudo antigo, varia de acordo com a região. Normalmente as raças de grande porte
são mais predispostas (No hiperadreno é mais comum nas raças pequenas)
#Fisiopatologia
- Os hormônios da tireoide são muito importantes no metabolismo celular. Eles funcionam como
“aceleradores” do metabolismo – o núcleo da célula é ativado na presença deles, respiração, processos
metabólicos em geral.
- Portanto, um animal que tem pouco hormônio da tireoide circulante, tem seu metabolismo muito baixo.
- Consequências disso:
• Animal com mais dificuldade de segurar calor (células trabalham de modo mais lento, produção de
calor fica diminuída): sente mais frio, deita muito no sol o tempo todo, fica perto de forno ligado,
procura ficar em pontos de calor.
• Captação de aminoácidos pelos tecidos fica diminuída: pelo que não se repõe muito. Um lugar que
cai muito nos cachorros é na cauda (todo dia bate e sofre muito traumatismo quando corre) →
perde os pelos da cauda, “Cauda de rato”.
o Pode ter comprometimento/enfraquecimento da musculatura também.
o Inclusive o miocárdio, dependendo da gravidade da doença, pode desenvolver uma
cardiomiopatia dilatada devido ao Hipotireoidismo crônico.
• Baixa a degradação das gorduras: se dosar o colesterol estará aumentado pois não é
metabolizado. As triglicérides também estarão aumentadas – dica para os exames laboratoriais.
o Hiperlipidemia e triglicérides aumentado (Bioquímica sérica)
• Baixa resposta simpática: responde pouco a adrenalina. Quer dizer que tem uma frequência
cardíaca baixa.
o Se for no consultório está bradicárdico; força de contração do coração pode estar
comprometida (Fraco)
• Filhotes: pode ter um baixo desenvolvimento cerebral
• Adultos: pode estar mais deprimido, mais dormente devido à baixa atividade cerebral.
- “Animal que desacelerou metabolicamente”
* Não altera a albumina, se mantem normal.
# Aspectos clínicos

10
Clínica Médica de Pequenos Animais
1ª Prova – Aula 5 (07/10/16)
- Histórico
• Engorda fácil/ganho de peso sem aumento de alimento. (Metabolismo diminuído)
• Cães de meia idade
• 15 % das dermatopatias na clínica são de origem hormonal – delas, a maioria (61,7%) é devido ao
Hipotireoidismo.
• 85% dos casos apresentam lesão de pele relacionada. – Ex. infecção na pele que não trata.
(Metabolismo celular inadequado não permite fagocitar bactérias)
• “Grande imitador” – pode dar sinais em vários órgãos. Ex. pele, coração.
• Doenças de pele que não se recuperam facilmente sempre suspeitar distúrbio de fundo,
principalmente endócrinos
• De forma geral, apesar do pelo cair, não coça
• Menor crescimento piloso
o Animal que faz tricotomia no ultrassom e no retorno meses depois não cresceu
• Atrofia sebácea
• Seborréia (Alteração do metabolismo de lipídios), pode ser o primeiro sinal dermatológico.
• Pioderma superficial, principalmente por malassezia e demodicose
• Dificuldade de cicatrização de feridas
• Muitas vezes ocorre o aumento da distribuição dos açúcares (mucopolissacarídeos) na pele, que
retém mais água, principalmente na pele da face
o Pele incha e faz dobras: Cara entristecida. (“Faces trágicas”)
• Podem haver distúrbios neurológicos, os neurônios periféricos não conseguem realizar
adequadamente sua função.
o Distúrbios neurológicos periféricos como ataxia podem acontecer.
- Cretinismo/Nanismo: raro. (Ocorre porque sem hormônio da tireoide não desenvolve bem)
- Sistema Cardiovascular → bradicárdico, condução elétrica fica prejudicada (quando faz um
eletrocardiograma pré-cirúrgico nota-se amplitude das ondas diminuída), contração miocárdica prejudicada.
- Sistema reprodutivo: pode não apresentar cio, ser irregular, possibilidade de aborto.
- Sistema gastrointestinal: tempo de trânsito prolongado, fezes ressecadas.
# Diagnóstico
- Histórico e sinais clínicos
- Hemograma
• A medula óssea não está produzindo a quantidade normal de eritropoietina, é um animal que fica
mais anêmico.
• Anemia normocítica-normocrômica
- Bioquímica sérica
• Níveis de colesterol dão uma dica do animal hipotiroideo – 75% dos casos está aumentado (sempre
pôr na lista de diferenciais)
• Hipertrigliceridemia
• Frutosamina: substância dosada no sangue que é muito importante também para a diabetes, pois
cada vez que a proteína se liga a glicose é produzida esta substância.
o Quando o metabolismo das proteínas está diminuído, a frutosamina fica no limite superior.
(Elevada)
o Sugestão bem recente da literatura (Diabéticos: também fica muito aumentada)
- Ultrassonografia
• É bem difícil visualizar no US pois são muito superficiais na pele: necessário transdutor de alta
frequência (caro).

11
Clínica Médica de Pequenos Animais
1ª Prova – Aula 5 (07/10/16)
• Diminuição do tamanho da tireoide (foi destruída)
- Para confirmar estes sugestivos, também é feito teste hormonal.

➔ Teste de Função da Glândula Tireoide


- Feito dosando os hormônios da tireoide no sangue, eles não variam tanto.
- 99% ligado as proteínas e 1% livre (que realiza o feedback negativo)
- Observar principalmente o T4 livre na dosagem. (Pedir isto no laboratório)
- Dosar níveis de TSH
* T4 total inclui a porção ligada a proteínas. Lembrar que o animal doente quando tem febre aumenta o
metabolismo (por isso deixamos de repouso, para guardar energia e combater doença). Gasta hormônio da
tireoide/proteína (para usar esse T4). O risco de dosar o T4 total é que os níveis estão caindo – então se o
animal tem outra doença, pode ser que está baixo, mas na verdade ser um animal normal e não ter
hipotireoidismo. O T4 livre sofre menos interferência destes fatores (se for escolher um, melhor ele para
confiar. Se o proprietário ter dinheiro e puder fazer T4 total + T4 livre + TSH melhor ainda)
• “Eutireoideo doente”: Eu de normal. A tireoide dele é normal, a baixa dos níveis é pela mudança no
metabolismo. (Doença primária não é o hipotireoidismo)
- Métodos de dosagem
• O preferido e mais sensível é a “Diálise de equilíbrio”. (Custa mais 3x caro que o método normal,
depende muito do proprietário)
- Níveis no Hipotireoideo verdadeiro
• T4 livre: está diminuído
• TSH: aumentado para compensar (Hipófise tem que produzir mais para estimular mais uma glândula
que não está funcionando)
- Seria o diagnóstico clássico, mas na clínica não é tão fácil assim, os organismos variam e a resposta não
é tão condizente com a teoria quando gostaríamos. Gera dúvida porque as vezes os aumentos são discretos.
- Hormônios estáveis ao congelamento, melhor estocar em tubos plásticos do que de vidro.
- Alguns medicamentos interferem no teste, então temos que estar cientes. Interromper a terapia antes de
fazer o teste (Ex. Furosemida, fenobarbital, etc)
# Tratamento
- Suplementação diária com hormônios tireóideos (é barato, pode ser usado o hormônio humano vendido
em farmácias)
- O perigo é de causar um hipertireoidismo, então sempre monitorar o peso do animal.
- A resposta clínica aparece com 1-2 semanas de terapia. (Melhora na letargia, faz mais atividade físicas,
emagrecimento, volta a resposta metabólica normal)
- Monitorar FC durante a terapia. (Cuidado com efeitos cardíacos, ficou muito tempo bradicárdico. Ter
cuidado nos cardiopatas, sempre iniciar com uma dose mais baixa, 25% da calculada na primeira semana
e ir aumentando até chegar em 100% com 4 semanas)
* Erro comum de diagnóstico é Hiperadrenocorticismo - interfere nos níveis de hormônio da tireóide.
Diferença principal é que o TSH não varia muito no hiperadreno, enquanto no hipotireoidismo verdadeiro
está aumentado.

12

Potrebbero piacerti anche