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Coleção

RETRATOS DO BRASIL Octavio Ianni


Volume 70

O Colapso do Populismo
no Brasil

2? edição, reyista

. .í.
crvrlrzacao
brasileira
I

O Sentido das Crises

As ep*as fundamentais da história política e econô-


mica dos países dependentqs são aquelas om que ocorÍ,e.m
ruptwas esttrutatais, de maior ou menor vulto. Às vêzes as
transforma$es políticas e econômicas implicam em rupturas
parciais, ainda (ue internas e externas; outras vêzes el,as po-
dem ser totais.
Para interpretar a n:atnroza e o sentido da ruptura não
só como precondição mas também como elemento básico - do
necessário conhecer as estruturas polí-
- 'é e parciais.-É preciso explicitar as rela-
desenvolvirnento
tico-econômicas globais
ções entre as eúuturas nacionais e internaçionais. p cat$le1
parcial e lento, ou total e drástico, da ruptura está na depen- tuição da hegemonia da Inglaterra, d,â Alemanha e da França
dência dos encadeamentos entre êsses diferentes planos' Entre- pelos Estados Unidos da América do Nortãfio aparecimento
tan o, a essência da ruptura que fundamenta o progresso está cla União Soviótica (URSS), da China e de Cuba corno nações
no âmÜito das estruuras de dominação e de apropriação, isto socialistas; a independência da Índia e das nações da África;
é, das relações políticas e econômicas básicas. o aparecimento do Egito e da Argélia, como nações indepen-
Em suma, a ruptura que propicia o progÍesso pode ser de clentes. É óbvio que êsses acontecimentos estão permeados
dois tipos. E14 é revolucionária, otJ total, quando altera os de marchas e contramarchas, realizados em agitações revo-
fundamentos estruturais da sociedade. Sernpre implica na as- lucionárias e reforrnistas, bem como em golpes e contragol-
censão de uma nova classe ao poder, realizanclo e simbolizando pes. Tomando a referida época como um todo, no entanto,
o rompimento drástico dos vínculos externos e com a socie- é inegável que ela representa o período em que se realiza a
dade tradicional. A ruptura reformista, por outro lado, ocorre ruptura parcial e relativarnente lenta das estruturas políticas e
quando se alteram sôúente certos quadros institucionais, sem econômicas internas e externas. Os desdobramentos e as ten-
qualquer modificação estrutural básica. Implica na_ ascensão de dências do desenvolvimento econômico, político e social' bra-
óutras facções da classe dominante ao poder, verificando-se -a sileiro, bem como clas crises que o acompánham, sômente se
recornposição das fôrças políticas e econômicas. O golpe de explicarn pelo caráter e pelas condições da ruptura verificada
e:stadi, na grande maioria dos casos, é uma reação contra as no período que rnedeia a Primeira Guerra Mundial e o Golpe
soluções revolucionárias ou reformistas, em andamento ou pro- cle Estado de 1"964. \"1
ietacl-as. Por isso. envolve a restauração e o endurecimento de A época da transição para uma econornia industriai no'
'estruturas arcaicas. flsto é, o golpe de estado sempre inaugura
,Brasil,assinalandoeSSaetapacrucialdodesenvo]vimento,pode
um estilo de podeí-autoritário e implica na cristalização da ser simbolizada pela política de massa,s, como padrão de orga-
estrutura de aproPriaçãó. ' nizaÇão política e sustentação do nôvo estilo de poder. A po-
O desenvolvimento econômico, social e político do Br1- lítica dc Írâssos * portanto, diferente da política de partidos
sil, simbolizado na industrialização acelerada, foi. o.resultado de ó u funtlarncnto tla dcntocracia populista, que se organizog l,' ')
uma seqüência de rornpimentos políticos e econômicos internos -plulutirtnmerttc nus décadas c1r:c antececlsranl a mudança re--
e exterfos. Gro'sso modo, ocorieram entre a Primeira Guerra ;rontiua ocorricla a pertir do Golpe de Estado de 1e de abril
Mundiai e o Golpe de Estado de 1964. A democratização das dc 1964. Em conseqüônci,a da nova cornposição do poder, ca-
relações políticas e sociais, a expansão do sistema educacional, racterística do padrão populista de ação políl.ica, fiorescêiam
a conquista de direitos políticos e benefícios sociais, por parte ativiciades políticas e culturais, criando-se urna cultura uibà-
das clâsses média e operirria, inclusive ent cortas regiões agri na diferente e mais autêntioamente nacional. Ao mesmo tem- ,- ,

colas. além de outras transformações institucionais importantes, po, desenvolveram-se contradições econômicàs, políticas e so-
foram a conseqüência e o cornponente cla ruptura político-eco- ciaisec.riaram-seorganizaçõespo1íticasdeesquerda
nômica ocorrida nessa éPoca. A liquidação do padrão getuliano
Os acontecimentos que assinalam etapas o desdobramen- "iniciou-seou populista de desen=,' \"
volvimentã ecónômico social no Govêrno de Jrí\)
Itos da ruptura das estruturas político-econômicas são: as crises celino Kutritschek de Oliveira (1956-60), que p-ssoc[ou de \. -
setores jovens das.fôrças
ida cafeicultura; a politizaçãó dostradicional; o aparecimento forma brilhante a política de massas e os compromissos cres- :..
iarmadas em direção diferente da centes com o capital exterlg.. Em conseqüência, instaurou-se,
ide reivindicaçõesãe operários e setores sociais rnédios; q agra- cle modo agudo, o anlagonismo entre o pq{rãq getuliano e
iva*.nto dos antagonismos nas camadas dorninantes; a Guerra também nacionalista de desenvoLvimento, .-Po{ QI4 -lado, e - o -
iMundial de 1914:18;l[ crise do capitalisrno mundial iniciada padrão de desenvolvimento associado e dependente, por ou-
lcom o crack de 1929; a Guerra UundiA de 1939-45; a substi- tro. Portanto, é na época do Govêrno de Juscelino'Kubitschek
8
§;ç
de Otiveira que se criam as cgn{ições mais imp-oriantes para xqÍvimpaÍg:- .9wg!@g..§uh§-fiÍaiçãa, s'ssoçiado-g-so-çiçli-stq*-.o"*5
grpl!rs@-ç=§ug9§slv*4s ü' t
três primeiros *
a futura liquidação do desenvolvimqnto nacionalista'
O desenvolvimento econômico-social no Brasil, baseado
no nacionalismo econômico, na luta por uma política externa
independente, na política de massas e, ao mesmo tempo, em
tural
O rnodêlo
r:ffiân
brasil
icais
de-s{pgÃ&çeQ=i§-Brodutos tloprcals e
mQtel
maté-
ã
v\

compromissos creicentes com o capitalismo internacional, foi (!) riur-p


=ffi-trâs
'=**ryÉT**-.- 4Ps .é:.o. {rre ceraclerizq
prruciia,e-,0qçÍúp ..dq ".q:ó=99.1o
inteàompido e conduzido para outra direção, por várias ryzóe;' a
Em nívêl econômico, o hecanismo básico de transição da fficomeçara
merade do seculo
metade
a ser questionaãô_nâ sêgun-da "]
anterior.. Nqç4a$p-Lç-94-4-qll9{rq-l4Un'
século anterlor
política de substituição de importações à política de associação Ng:9!!eEPtLLtp4g_4_9I19{rq_Uq
sofre as . :tt
dial de 1914-18 cafeicultura que ele
l9l4-Lg e as crises da calercultura êle sotre
sofre
I
àom capitais estrangeiros apoiou-se em .processos tais como:
-)
primeirô, a deteriorãção das relações de intercâmbio ocorre ao @ÀlBe-vq-lrrç-ãs .-de !9!0 simbotiiá a-
Iiouidacão dêsse modêlo.
mesmo tempo que surge a necessidade de evoluir para uma 'ffiição
industrializa^çao àe alto nível técnico e organizatório, para com-
de innportações de produtos ma'
petir cóm õs óutros centros- de produção, em plano interna- nufaturados de compo-
baseado inclusivs na manipulação
- do anterior desenvolve-se aceleradamente
nentes essenciais
iional. Segundo, a neóessidade de exportar (ao mesmo tempo: - d-uqç*õgcg eligq-a {e-ç-surgo-
cle 1930 a 1962. Flu-iuueU--yáriaS
produtos ígrícoÍas, extrativos e manufalgr-4do.5), inerente a essa
l( iransição, J*ig" u eliminação das-defesas que- permitiram a cria' oflL base na
criado com a política Na
;à;;.; funciãnamenlo do setor industrial
Terceiro e em conseqüên-
,l» ru uturà-p arcial c om as- estruturas a-ISAiçA§ i!,LSf n gs- ç . gxternas,
àã *u*titoição de importações.
própria negação. A suces-
a necessidade ãe alto nível técnico- impõe a associação
rrouxe coniigo oE e!çpqúqs
=*_ -- da ,sqa
cia _-:_---__:___;-__-a;:;_- , ^. i
- siro clc êriscs políticas, nesse período, indica o gioiU!9-9[e!ç9q!9
crescente com as emprêsas rnultinacionais, que controlarn .a cnlrc «r nacionalisnro çlcqqnvq;lvimqnlista e indgp-qnd:e,n-tp. o â
nroducão (centros da pesquisa, laboratórios etc') e uso da
i.-.*là;à ind;spensável' aos empreendimentos de âmbito in- 1,r'G,:ü,rq'õlf úüi'l,rt c c-()rnpromisso5 .çs111 a iociedade tra-.
diütrnlrl c o sistclqqr 1olítico-cconÔlnico intcrnacional.
'1964
ternacional.
Em nível político, o desenvolvimento econômico-social, - lújlS--E$r4o dc ls cle. abril de assinala a
t.ansj Illldêle-ds-dqtenvoly1Íntntq--eqqqômlco t Silfu
co,nfigurado na à.*o"rucia populista, foi interrompiclo e reori- associado. Tmplica na combiraçãg,e Eeguuarnçn1=o de eÍnprê-
entad-o devido ao seguinte:- Primeiro, o pÍogresso econômico "') -@com a formação de uma nova
\ estêve ern vias cle coõduzir o Brasil à condição de uma potên- política, cultural e
cia indepenclente, corn asccndência sôbre países cla Am.érica
ffi econôrnica,
militai, na América I-atina e com os Estados Unidos.
i"ti* .'Áfti.o.'Segundo, a política de massas e o naciona-
o .poder político
tir*o começavam ,4.
-ameaçar
Terceiro, os Estádos Unidos da América do Norte
"rqr.rclizante
Uuiguêr.
ássímiram plenamente a liderança do mundo capitalista e acel:
taram uma-espécie de "Tratado de Tordesilhas", um compJo- (\\)
misso tácito ôom u União Ssvl{tica, ficando a América La'
tina sob sua égidg-.
Em títttérã, tomados em conjunto e em seus desdobra-
mentos útóti.ót, , os .dilqEa§*da §q-c194ade brasileira podcm
i mod-elos-
ilel-,se1a_
dc clcsctl-

10 11
no Brasil engendrou alguns padrões político-econômicos singu-
lares.
nte coÍn a socl mês_ ilter-
m, temos: a g. _. .nqç ig_n alislq_o1ef o_r1q1q14, çon:

§ão gs, do4s Fólo+dg_qug_podedarnes denourinar a "revolução_

I
br?sileirq]'. As flutuações entlq. êsses 46is padrões sáo atirne-n-
ta{as., p-gr urn la4c._pqlas lutas dp__Wqgqldg',g*por outro;
felas
II
.p-,r_óprias contradições i[g]rentg§---a9, *nac!ôãq.iismo 1e_fogrni6la.
iI Aliás, a_.combinação engenhósa da demô,craôià pôpúiÀii óom
uma política de internacionalização da economia-biasileira exi-
be claramente aquelas contradições.

Tensões e Conflitos

O, acontecimentos políticos, econôrnicos e sociais


ocorridos no Brasil no século XX em especial a partir cla
Frimeira Guerra Mundial põem - em evidência as tensões
e conflitos provocados com- a transição para uma civilização
urbano-industrial . Em oposição à civilização agrária, que se
i
havia constituído em quatro séculos de história, de atividades
econômicas voltadas para o exterior e de relações políticas
li circunscritas às cúpulas da "aristocracia" agrária e da "elite dos
letrados", a civilização urbano-industrial criada neste século
organiza-se em outros padrões políticos, econômicos e cultu- "
tego-ri% oúrsa.Íu,uhlqe|r-tal . rm partióutar,T dãpois Oa pii=- KrÇ'j,c
reira Guerra Mundial ""'
e em escala crescente à seguir
que os setores módios -e proletários, urbanos e rurais, come-
-
12 13
çam a contar mais abertamente como categoria política. Por QUADRO I
Lso, pode-se verificar queü "revolução brãsileirà", em curso
,.,ç,{" neste seculo, é um processo que cornpreende a luta por uma
./.1{ )" .^ , participação cada vez maior da população nacional no debate Gorprs e Moviur,Nlos Anuenos No Bnesrr.
',..,N' e nas decisões políticas e econômicafi O florescimento da
('a'" cultura nacional,-ocorrido em especial i^ás décadas de vinte a t922-64
cinqüenta, indica a criação de novas modalidades da consci-
ência nacional. Nesse quadro é que se inserem os golpes, as
revoluções e os movimentos que assinalam os fluxos e re- Ddta Centro de irradiação Conposição Ob jetivo
fluxos na vida política nacional. de lôrças
Mas êsses acontecimentos não são apenas políticos nem
estritarnente internos. Êles são, em geral, manifestações das
relações, tensões e conflitos que os setores novos ou nascentes 1922 Rio de Janeiro Militar Contra as oligarquias do
no país estabelecem com a sociedade brasileira tradicional e minantei; Éí" â;;;;:
t\zação do país.
com as nações mais poderosas, com as quais o Brasil está em 1923 Rio Grande do Sul Civil-Militar ldent
intercâmbio. Por essas razões,.dg1elnos tomar sempre em con- 1924 São Paulo Militar lden't
1924 Rio Grande do Sul Militar ldent
s_dcgEÃq_gys _qq.golpes, as revoluções c os rnovimentos arma- : 1924-7. São Paulo Rio I\{ilitar Idcm. Forma-se
dqs ocorridqs*no Brasil dcsclc a I'rin.rcira Cuerra Mundial prc- Grande do -Sul
a Colu-
na Prestes.
c§qm ser cncarados conro milnifcstaçõcs clc rourpimcntos polí-
@çs§.jr-mcsmo lcrilpo intcrnos s extõrnos. ai vê- I 926 Rio Grande do Sul Militar Dividir as fôrças que
zes essas relações nãro são imcdiatamente visíveis; isto é, não cornbatiam a Coluaa
Prestes.
podem ser comprovadas empiricarmente de modo direto. Mas ().lo
I{io (illrrrrlc tlo ('iv il-Militar
| Srrl Deposiçíic'r do Prcsidente
geralmente elas guardam vinculações estruturais verificáveis em Wrrshinglon I-uiz
plano histórico. Em última instância, ,ês§g_q _rlqpimentos são l9.rl Slro l'lrrrlo ('ivil-Vlilitrrr l{ccrrpcrar' posiçires no
2e!ifej!"tçgg.s_ da ruptura político-econômica que marca o in-
podcr Icdcral.
Cl9§§s-da--Br.a.§il na era da civilização urbano-industrial. 1935 Rio Rio Grande Civil-Militar A AIiança Nacional Li-
Vejamos, pois, como sc dcsdobram inlcrnamcntc as crises -
do Norte bertadora tenta derrubar
clue assinalam os vários cslágios tla rcvolução brasilcira. Ern Vargas.
seguida, v0rcm()s c()tlt() sc rlcscnr0larn os ilconlccinrcntos intcr- -) 1937 Rio de Janeiro Civil-Militar Golpe de Estado: cria-
nacionais, corll ss cluais sc vincula o procosso civilizrrttirio Llra- ção do Estado Nôvo.
I 938 Rio de Janeiro Civil-Militar A Ação lntegralista ten-
sileiro. ta derrubar Vargas.
-O períoüo".quc vai cla Primcira Cucrra Munrlill a lQ cle
1945 Rio de Janeiro Civil-Militar Deposição do ditador
Vargas.
abril_:l.e 196_4 eqté repleto de movimcrrtos arnraclos, atos isola- 1954 Rio de Janeiro Civil-Militar Deposição do Pres. Var-
"Os 0q yiolêlala. gre_yes, Íevoltas, golpes e revoluçõcs. A se- gas; suicídio de Vargas.
. qüência dêsses acontecimentos cresce nurnàricamente, se se I 955 Rio de Janeiro Militar-Civil Garantir a posse do Pres.
rr , acrescentam as situações tensas e os esquemas golpistas e revo- eleito Juscelino Kubits-
lucionários esboçados pelos diferentes grupos políticos civis e chek de Oliveira.
1961 Rio Brasília Militar-Civil Renúncia do Pres. Jânio
militares. A relaçã_o apresentada a seguir (Quadro.f), oferece - Quadros.
.U!gp_lg.4gg:!g aproximada dos acontecimentos políticos c mi- 1964 Rio
-
Brasí1ia Militar-Civil Deposição do Pres. João
lilafçf-fCglslradps pela história das lutas sociais no país. Goulart.

14 15
A partir do final da Segunda Guerra Mundial, êsse qua-
Em diversos casos, êsses acontecimentos políticos e mili- clro se modifica, tornando-se mais cornplexo, Jâ sstavam for-
I
madas, então, as condições institucionais, ecoÍrôrnicas e polí-
i
ticas para o desenvolvimento do setor industrial . A própria
derrubada do Govêrno de Getúlio D'ornelles Vargas reflete os
conflitos de interêsses e _a! .lutas que transcendám o âmbito o:*##&
I

de
. .( nacional. Eutre 1945 e 1964 e arn em cena'slq-esc-41ê-!gt1Â*
I

q_
-o .p-o.:d-eL -p:qliticq -ç-çç9- aipJ--!-ucitqlgs-is Ín asso assa ana&s-elq*gsral. A parti r
-m
I

e .j4Í2q: tador g§' ryu ! rÉ


rltimlco oos Gtor.r agr arlu_-EÀP-u_r_!g9y+-Y.]..s. Y.-l!!ly-!Lsve'
setores ãcffiôtpip.oúaqrç do'Golpe de Estado contra Getúlio Vargas e o Estado Nôvo,
,( Fffi í'-õàfeicultura, como =
atividade em 29 de outubro de 1.945, o processo político brasileiro abran-
ge amplamente os operários, os setores médios da sociedade
entr۟n
um

.ficgment
ffifrãciffi; asleivindicações dos trabalhadores agricolas,
*.$ em várias regiões do país. É ainda nesse período que se mul-
*."*]^,,*t'
tiplicarn os grupos políticos de esquerda; e a juventude uni-
., versitária impõe-se ainda mais, corno fôrça política'ativa e or-
i'[tgt"
,Qr's:-
lcro ganizada.
Essas são as linhas gerais das crises que assinalam as dife-
ffi]art", o tenentism:o simboliza essa etapa da vida
rentes manifestações da ruptura político-econômica que aoom-
nacional. No que êle tem de explícito, bern como no que apÍe- panha a formação do capitalismo indpstrial no Brasil. Os con-
senta de caótico e contraditório, êsse movimento político e ideo- teúdos mais inrportantes dêsses acon,tecimcntos reaparecem nós
lógico exprime alguns aspectos importantes da época .91ry9:
fl'^
,.,.r- lràur formou-§g com base nas'seguintes
tismo ltuLp§ condiçóes e fatÔreql
,;:i_;:_-_"*=l:ê;___
uwtrurvup
"revotução nas ex-
capítulos posteriores.
Entretanto, êss e*qu 4d-r-q de a c ont ecim enÍos p olítlçg§ J}fo*-
_.Jgà''
-&'I
médÍa;
iãêãil-r-?êvom
qla[- se .çor+pleta + .qãq sgr qqand.o a.corylp+nhaJfros g*d_essnrolar dos
.-pectativas" da classe média. P?rÚ:la ao seu cresc-iúento
t @tta,Erlt.* qpropensão a consu4lr fêtos políticos interr.racionais.*Êles aJetam dire,ta e indiretamen-
ltpL..r e os rendimentos eXíCuoSl contradiCões entre a§ estruturas nas-
.
te a história nacional . Correspondem às manifestações c1a-l
-[ar^rv. :.j=: e
^:^as_ ruptuÍa político-econôrnica ocoriida externaÍnente. É i-porP
c6iõs. resultantcs trás transformaÇõcs econÔnticÓ-sociais
t
+ç,;oRe!
& ' vFe- pr
ffi4g.i$-g;6;-qae.rg1ne1q;l§;q;
pratlca=r;;úttd
--e
tlaulÇturlal ut, rllrrrt4rláaltdY llê§ uvurrvw§ w
naoltual IJfãêü"tr4i-É-úÍituri,aç'íõ-dãi"deCisõe-s
tante considerar, neste ponto, que a.sgç.isdqdg bJpsilgi
-sçffr.dq=d.ç
rnápio\ ãiôili-p_trilc^;'impíota;aó-.de os gov"rnà'ú.s o sllpos do- .
o de Go- {
rnan
também (R *t'
ex,ter- \^ ,t
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õfi6raTGinõ
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r mãfTnffi fe-ãlElii ocrããã [ât ligr q@]-s!s dente s t(à
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.

tibeTatisffi'ó
rlDclal[5lllu êrqivg*
cltrLrYU" E*
Lll iuma, aí lúiái
5ulll4' 4) políticas lravadas a par-
ruLqJ HUrrr ica externa uncl0na itivamente no ê(r.
tns"rt's§- titir-ãTffi;relacionadas
de 1922 estão relacionadas corn a necessldade necessidade r^ consll-
^:J^r^ cle
de
de ^^-^r.:
consti- ê1r

I .§-
y' ,tuir-se
,tulr-se sistema cultural e
.,Qt - ---ffi um srsrcma institucional
lnslltuurorlal adequado
aotrquilLrL às exigên- 3Ã.
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i;ê- é que com re ía au l,igtãterii
é questioíada de fato pela Alemanha, a França e, depois, os
Ilstados Unidos da América do Norte. E é êsts país que, ao

I
QUADRO II í\q
la
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Feros HISTóRICOS RELEVÀNTES rÀ E(
1910-67 lffl

transição para uma
«\
clinamizada a partir da Primeira Guerra Mundial, dependeu .t§

Áno Aconleclmento Paises envolvídos bastante das contradições o crises havidas no âmbito interna- 7
cional. Em perspectiva histórica, essa tendência foi examinada
cuidadosamento por Alan K. Manchester, nos seguintes têr-
1910 Revolução PoPular México
China
mog:
lgll Revolução Burguesa
ÃtáÀant a, Inglaterra, França, Itália
1914-18 Gucrra Mundial
e outros,
lglT Rcvoluçáo Socialista Rússia
lg}g-33 Grande DePressão Mundial A Alemanha fol a primeira rival a ameaçar sàriamento a
1930 Revolução siurii. fru-bém revoluçóes e gol' poeição da Inglaterra. Iá em 1873 a tonelagem transportada pcla
p"r outros Países da Àmérica .A,lemanha estava ameaçando deslocar os Estados Unidos, que
"-
I-âtina). mantinham o terceiro lugar entre as nações que comerciavam com
Ãí.*uít u, França, Inglaterra, URSS, o Brasil, Ao mesmo tempo, o cônsul inglês em Santos (uma base
1939-45 Guerra Mundial dos inglêses) lamentava que as tripulações alemãs fôssem melhor
Japão, Estados Unidos e outros'
Índia treinadas e fizessem melhor figura, além de ser muito mais só-
lg47 IndePendência brias que as suas rivais inglêsas. Para seu aborrecimento, os arma-
1949 Revólução Socialista China
dores começavam a preferir navios alemães e noruegueses, pois
1952 IndePendência Egito
Bolívia que corriam rumôres de que êles cuidavam melhor dos carrega-
1952 Revoluçáo PoPular õoréiu, China, Estados Unidos mentos e cobravam menores fretes. Em 1885 a tonelagem alemã
1952-3 Guerra para o Brasil rivalizava com a francesa; e aí por 1912 era a se'
1958 Guerra de Libertação Vietnã e França
gunda depois da inglêsa.
1959 Revolução Socialista Cuba
1962 IndePendência Areélia O cataclismo de 1914 eliminou a Alemanha como rival, na
1964 Guerra* Vielcong e Estados Unidos república sul-americana; e preparou o caminho para outro com'
petidor, que venceria onde outros falharam. Até 1914, os Estados
Unidos nunca haviam sido um competidor pelo predomínio eco'
t Em 1971 essa guerra continua'
19
L8
nônrico nos ntercados, nos transportes ou investimentos
brasi- risf,ras ç sliyelelpiryllSe{o;*qs-Plgp[* -Bpy"glus {q-dq 3 QJs:-
(...)
'---Á'lretâterra,
lciros. a sua ,gy1,lg_I,gslLyis*q1_@@t p*or J otd1q-M, Y*opng-
lodavia. nunca fêz questão de nranter
,,,pt"r#iã'ãr;;;;t ;; brasileiras' Ela esta-
.área das exportações. rno dos Estados Unidos entrou no cenári,o-militar
va fundamentalmente rntáressaCa no Biasil como
um mercado
e não como país fornecedor de ma-
áj:;.
r\#
;;."'";;;;T;ilài-loÉrcio.,
térias-primas. (...)
Á.i-, a despeito dos alarmes ocasionais formulados pelos
como um com-
cônsules britânicos, os Estados Unidos figuravam
priu a até a Guerra Mundial' Nesta
;;;id* *";., Inglaterra,
fornecedor para Outros aspectos clo andarnento posterior dêste desloca-
ã;;;;" ,.rptuntoi, a Grã-Bretanha como principal
da Inglaterra para rncnto do Brasil no sisterna mundial serão focalizados nos capi-
a iepúUfica sul-americana' A incapacidade posteriores a 1914' tulos posteriores, conforme as exigências da análise. Por ora,
*uni"t a sua posição tradicional, nos anos
gueira' c()nvém mencionar mais uma informação: ..,1+*,p
era sin-rplesmente o resultado natural das condições da + ,q1*.!$
P;;" "; britânicos, êsse eclipse temporário seria retificado
em

,ro*..rto oportuno. Em conseqüência, a luta real pela suprema- "^ isto


Il_lttt,l (tlu
sücesso
e Qr-iÂDRO lll
e investi cia bri
gem dos navios corn
N4rssirus Ii'rril.is.{s E Ah,IultlcANÀs uo Bnestr

ili;ã.t, mais próxima, a Âlemanhâ' Quanto aos investimentos' I 923- I 949


4r r^^ r^:^ L:lLÃÀ.
--- nrrinlrentns mi-
^ ntos rni-

ffi;;;l";;;s investidàs no Brasil' E* um3.*i " i^t1".-1,Ti]t átut PaÍ,t ('ltetiu


do qo" o capital externo combinado' Em dois dos tr'ês tradicio-
nais campos de atividades dos interêsses britânicos na
república lr,?! I n&,llrtcrrir Bdwin Montagu
sul-ameliiana, a Inglaterra era ainda predominante no fim dessa
lel I .lnglaterra Otto E. Niemeyer
dócadal, r<r\:eás'
po t942 Estados Unidos À4orris L. Cooke
^t
r-oF . Assim, pouco a pouco, o Erasil pas-sa.davaiáreaiL
-n.rlrrl,ffi |iá{4
acentuar-se 1949 Estados Unidos Iohn Abbink
tcndência
dt.*,0Ç " qterêssIs-n8Íte--a'me:
oJ i
ll mu , os norte-
ll sua participação nos
I

2. Jordan.M. Young, The Brczilian Revolution oÍ 1930 and the Atter-


1

1. Alan K. Manchester, British Preeminence in Brazil' lts R':l-'n!


University of Nonh math, Rutgers University Press, New Brunswick, New lersey, 1967,
Á ní,:ip'iin
I

Declinc Srudy i,, Expansio-n'^The


e 336' págs. 65-6.
-
Carolina Press, Chapel tlii,,'íÇ*, págs' 329, 332' 333-4' 334

21
20
Drolrranras cconômicos brasileiros. Assim, a estalitiÉade{ilAS
irclra a participação de capitais eslrangeiros na economla na-
.
#' ffiA
,l' &, "#ffi Ornid,'i p o rt ant ê s nSqJ_êg
"i fsiffi
gÍ-nen d aç O es ;tf iêsen t ad a s
-a@s Brasil-Estado; Uni-
':ffii.#ib.ã, ; -ãffiffií-
iifr*aiT-Aasffi
--rso, os norte-america-
f'- .li' irmá poÍítica de negócios destinada a con-
o?*' "ã'?ffiAanàm
;;# r'"*ionufitÀo eôonômico floreicentedeem alguns países
i^iú*"*Éiicanos. Bm tg:s, o Govêrno Cárdenas haviq
nacioruf izuao a indústria petrolífera mexicana ' E no mesmo m
anà o Covêr,no cle Vargas criara o Conselho Nacional do
Pe-
tróleo, oom óbvia inclinação nacionalisia'a

Fases da Industrializaçáo

,fu. A Missíto Cooke tro llrasi/, relatório clirigido ao Presidentc dos-Esta-


\ã[riJ;;l;"di"Ã.eii.- f"r,i úi*.Íio Técnica Amcricana enviada ao É rNrcÁvrr que-a nS- B1aq{.ogofr.e!! qo

Xi'i['ili',ià"iã"'ô.i,ri;. ü"it"., »epartment.


is+p Repo.rt ?Í ty: I::'j:Y,:: a c as q _gleçiiqLqxtq,r. a§.- As condições ec o-
d As- l}tua-ç õ-çs--das-
-f
^:t:: Rio de
;;t';r;,;'?;:irií mi' ê " * *,r,'írr, douvêa deof state, laneiro' noãffiternas, que foram as basei efetivas
rii"rii,'Ê.tt" ar:y, 1, l9t9i. ôctavio à M-argem de
-Bulhõcs' Brasileiro-Ame- tlos surtos de desenvolvimento_industrial;fibmente. puderam ser
Üí'Ã.rii,,t)ii ii"*io das conclusõcs da comissão Mista
Abbink)' Edições Finan- dinamizadas devido às oscilaçóes e ruptüias havidas nos vín-
il;";'Jo Éotriaot f.onO-út1950' -
Missão
culos do Brasil com a InglateElr, a Alemanha, a França, os
ceiras S.A., Rio de laneiro,
Dólares en- la. Áméríco Latina' trad' d9' Estados Unidos e outras naçõeg.] d
4. W. Feuorlein y E. Hannan, ^ã"^^ôiirúÀ
Económici!' México' 1944; a- pri- Por essa razão, .&-hb!ória dA igdustJia=lP?Eãq.,q
Javier Márquez, Fondo
George wvthe, Industry- ín Latin
.

;;tr;
-À**iii,''úlumbia
;d-üfü e]n ingtes ã-a" ísar. 40 mesmo tgqp§_a*hisióua das _rçlagõss, ç_oltl o§--pqlsq_q=qqo_
University Press.-New York,.19^45- Sôbrc o na- Em verdade, os progressos\
cionalismo brasileiro no setor petrolífero: Gabriel C'o}l.n' fetroleo
e
N;';i;;;íit*r, Difusão Europóia- do Livro, São Faulo, 1968' da produção fabril colocam em confronto e em encadeamento

22 23

\
ahistórianacionaleahistóriauniversal.Ahistóriabr,asileira, mcsnto), produzindo uma diminuição brusca
funde-se çe lluururtL-§v
mâl§ uma vez, Iullclg-s(i mina-se !4
ilumi na história dc caPita-
lisrno. Ern boa parte, aquela é função desta'
Nesse sentido é que se pode rsconstmir as etapas da
for
*uçaoão ,ãl'ii"a"utii11, c9m9 nrlcleo qinâmÍ? 9: g::f^"*- &t rocober
vimento econômico nacicnal. .A§ de ev
a caoacid
to custo relativo do câmbio. Ert crlam-se es-
ÍÍniüIó§ Íovos o inciplente qelo{ js€!l!!§lul_o
,á'1I.io 'rls-trãirsIomã da economia brasileira.
. p1- do País.
1o industrial
A prlugllr.-sÍa& da formação do setor inCuslrial no Bra O fato de que a produção de café tenha continuado a ex-
dffiwolw-se lgJtglor d"e-=upg 9oggo. {Ua de trpo^coronlar,"
iq--4--qp-q:qg91rr;fl
e» sil
sildesenvorvo-seroráterlog-úe-=rrry=sq,qilqgq-!-e.'.tjP-q:qg9f pandir-se depois da crise e a circunstância de que os cafeiculto-
Àte tq:0, a vidã-ãônôrnica- em funcioname-nto.no Pais,estâ ies se tivessem habituado aos planos de defesa dirigidos pelo go-
\13P orsanizada segundo o modêlo "exportador"' A cafeicultura vêrno, respondem em boa parte pela manutenção da renda rno-
)'íá
;,!il"il;r'" ias atividades produtivas.nacionais e definindo netária do setor exportador" Ao proclutor de café pouco the in-
brasileira como uma funçã<: teressava que a acumulação tle estoques fôsse finançiada com
, f"ição da esll:utura econôníca empréstimoi externos ou com cxpansão de crédito. A decisão de
ãol rüiú exportador, simboliza ! Fadrão de desenvolvimento
nácionat nejse estágio. São as çris€üi flUtuaÇões do sgto':ç.- .
r ,as aiv"isas à econornia do País,
c.»<a
recursos prodúzidos no setor caf icientes para
sufici
atenaei ápo*rtu de manufaturas tradicionalmente imporia-
ãur, u*nidrd"t artesanais e fabris.instaladas dinamizam+e'
pãiâ ut""A"r ao menos parcialmente àquela procura' Emcon-
ieqüência, gcupam-se molhqr 4§ emprê§?s
çam ajriar-se. ngvas.
i
l'
.'--Et*
época excepcionalmente crucial pTa. a-fo1naglo.do

rlru#p'i'tl*:"l#'l'
1J
xi"';J;
Políticos' TraÍa*q 9e
L Celso Furtado, Formação Econômicu do Brasil, Editôra Fundo tle
()ultura, Rio rle Janeiro, 1959, págs. 207-250; citação das págs. 234-5.
() problema eÍas relações dinâmicas entÍe o setor colonial, ou externo,
d,;*e-grt condlções e efei'tos do mecanismo de socía' c r diferenciação das estruturas econômicas e sociais (regionais ou na-
i,; -
cionais) tern, sido objeto de estudos recentes. Quaoto ao aparecimento
,|l'zaaid d4s Pe.da, o expansão industriais em diferentes regiões do Brasil'
ffiêsse proÇrltãE <iinumizaçáo e,por em loa parte, de cria^ -como dos núcleos
ben-r sôbre o caráter das relações entre â cidade e o campo' con'
;il áo setor'industriai foi forrnulada Çelso Furtq4o, sultar: Inácio Rangel, Introdução ao Estudo do Desenvolvimento Eco-
Ern síntese, o processo funciona .do seguinte . modo'. A nôrn.íco Brasileito, Livraria Progresso Editôra, Salvador, 1957; Gilberto
Paim, Industíalização e Economia NaÍural, Instituto Superior de Estu-
I t*1#'t crise a cafeiculiura ia de 1929, por ex') como as crises típicas dos Érasileiros, Rio de laneiro, 1957; Paul Singer, Dzseavolvímento
'EvolttÇdo
nas economias coloriais, vem cle fora' Aparece como-uma Econônúco e Urbana, Companhia Editôra Nacional, Sáo
uo4[ queda r,r;s lucros dos cafeicultores. surge como uma Ieduçao oo Paulo, 1968, Ainda sôbre os movimentos do mercado interno, as flu'
$n)
;;;*;";;-uma uaixa nos preços ãxternos (o que dá no i"áçOác das importações e o aparecimento do setor industrial brasi-
i'
I

24 25
'.\
..( .,Ís4'

o-di* ópoca e <tessq-forma qu9-oq9{{ç-g-Ee!a&-qr{pse dr lJrgril, e=algurua§*auUq§*qegggs* -dq


."r'fl'
\t"" ,to i..Ç {rcssa t-Aú ésÀã-pró- -ÇqqEjsgtr.
ttt lPd-lqElg$-j u.ge riíoãTisumã;-ffi"ãimu
I tr
segundo re-?nu \.
c íd e s po i
iq ó s rs, r\
cesso não seja único, n.a pri@?o os ttcus il consolidação de um órgão Iatino-americano indepen_'
1 r

r' capirais aaliqgfu ;r ca- rlcrr tc :


teeiro.
á-?:. Direta e indiretamente, a caJeicultura alimenta o está-
gio inicial da industrialização. É claro que depois êsse processo A Crpar foi criada experimentâlme[te por três anos. Em
se torna mais compiicado. Começam a entrar capitais externos l9-Í1, ao avizinhar-se o têrmo do prazo, sobrdvieram fôrçás mui-
e, também, capitais obtidos nas poupanças internas, além da- lo poderosas. interessadas na sua eliminação da Amúrica Latina.
queles produzidos pelo café. Em todos os casos, no entanto, a Bu o sabia muito bem, quando aceitei a iesponsabilidaOe qui *e
aribuíam, Um latino-americano ilustre, perteitamerte , d;i ã;
cafeicultura é o esteio último dos negócios. Se é verdade que idéias ali predominantes então, ano havia àito cruâmente: __ .,Vo_
a diferenciação cla economia nacional está em parte inspirada cê parde o seu tempo, pois a or.l existe para realizar o que fái
na convicção empresarial de que nem todo o capilal deve ficar confiado à Ceper".
sujeito aos riscos da economia caÍeeira, tambóm§verdade que Não creio que perdi. A batalha definitiva travou_se durante
a cafeicurltura é uma referência sempre segura. iA experiência o quârto período de sessões. realizado no México, em meados de
1951. Quase sê converteu numa derrota. O Chile, que havia luta_
acumulada em tôrno dessa atividaae, além-Oo eftajamento do
Lt''i-ríÍ-^ poder público nela, ao lado dos vínculos e da çonfiança ob-
tlo com entusiasmo pela criação da cmÀI,, estavâ quase isolado.
l)ois fatos foram decisivos nessa ocasião: (a) A po§ição do Bra_
"" ^,.ciS:otidos no exterior, _sempre deram ao setor cafeeiro o cêráter
sil,_ que, após algumas vacilações iniciais, tornou vigoiosamente a

Y^a"tnqi" ,l" " g.rtO" "riú


rlefesa da cEr,u, depois que a sua delegação recebel um telegra-
ente o ca- ma pessoal do Presidente Var.qas; e (b) a atitude resolu.:a do
,*].nÉ-
il- pital agrícola está na base dos primeiros surtos de industriali- I\{éxico. Junto com o Chile, êsses dois países organizaram â re-
oF. zação. Em suma, eJr âmbito *E»tfU.lU-ral,-_a. c_apital agrícola é ruistência, até provocar uma virada completa.
..--- o^@i[du§J{ial' Em âmbito conjuntural, no - Algumas semanas riepois, acompanhádo por Celso Furtado,
jôgo imecliato e cotidiano dos empreendimentos e dos empre-
endedores, houve outras fontes de capital para o setor indus* virlu l*',,unr
liil,,'i tivc ::,,,1:
diálogo
i:::*
n':. 1J,:'
liro preciso ^v:'i3i: -l*q::"' -li*_'
e categórico.
-Tly
11 palaf o, Çhl
Eln poucas
vllplgJlq!l!§&._!_!§_!Íunsnr
nrc tÍrtntinritil
it irr ir taz.íio
laz.íio du sui, íü[rTãl-ilãftõ
dl su1 ã'ilIuffiõ Çú u' v
trial . Entretanto é importante não confundir os dois planos, iriTcnti:ãís-ãrTo--r-?õi-Íãilão-u'nrúicánoír.
tomando-os numa dimensão única. Y\
{x segun& çtapa -do desenvolvimento industrial no Brasil
consiste na aplj.çAç.ãg. d-ç.medidas deslinadês a prspiciar a dive-+
süicaçãoj a eXp.AUsão ç1o setor, Neste contexto é que se colo- Ír)[na o centro nacional mais im
cam3JRgydqq.irq_tlÇ U39, o Estado Nôvo instiiuído em 193-7,
nto asslm que o p úblico não só
. o getulismo c_§uas variantcs, a rlemocraci4_llopulistaJlc- Em
.,:.{.,tífrXas eõãi\ ô;.c-õsIágio iiira-ic .rtrç_ Íf3ô_;_Tô6Ã. Ê. a
$V;)6,a-opocu.ioinrplarrtaçãodõmoc1êlooo@õ",,,.
,JúY época cla implantação do moclêlo "§UI§ljUlção dp importações".
-.gôÁs
;;t&Jóà experiênôias de Vargas e o seu;ãdrâã*6"at"agã-r*rããõu* f,r,!ff
nômico
to"t'-f:":lr3i:i{,"j:"-F.;ry-,,'"ui;1,.t--3ri^r-^"Fp_gt".f
@a .a A.r_n_ériç4 Latina (CEPAL), eÍn,sua
Anôii edaS
_
Desen
ri
-p m
pir a Íase _ -(1 % §:5_§)-r -_é _ -qq ]o*q p:artg. ugra- _c-_qdif iqaç ão
clapexeeriêry{dslãi"q*lü_tr9!11§aâs_llo}4é4qe;-.1g-4rge4[ra,
i

tôlr-o, côísültru-t-J. Souzo Martins, Empresriria e Entprêsa rm Biografía


do Crtnda Maíara?,uo, Edição do Instituto de Ciências Sociais, Rio de 2. Ranl Prebisch, Hacia una Dinúnrica del Desarrol.lo f.aíinoa,tericn-
lanei"o, 1967. no, Fondo de Cultura Económica, México, 1963, págs. x-xl,

Z6
27
de im- enl váric)s tempos. Por um lado, o seu teor econômico, que já
É óbvio que as aplicações do moclêlo "substituição
"mJ*;i ne1 vinha sendo forçado antes, entra em execução plena com o
,'a"= t" *ii[útà,n segundo uma dire.triz
'.nic1', Í'rograma de Metas. Por outro, o seu üeor p'olítico, que
tnmlórn vinha sendo forçado anteriormente, entra em comple-
tn cxecução com o Gov&no do Marechal Humberto de Alen-
cur Castello Branco. -E!n seu nível econômioo (que nos rI}-

Xçs

rasii
as-

tar valiosa

b'';' ãii?ffiestrangeirôs ,eram


êncaminhados para os

iiico,
^tl:'qi :f-
comunlcações' produeão. dq
setores de transpcntes,
etc'@-1-2'i9*ueuu-ggfrq+laqlenlq Éato de grande importância ocorrido em 1956 foi o renas-
".ir*ração
nrÁsrimos externos .ru@ cimênto do i,nte-rôsse dqs capitalistas estlaggqiros pelo {esenvol-
r.-QtÇQ.r_nctr.-
clas crisos vimento indt
ffiâ-qüc o nôvo Covêrno conseguiu esta-
helecer no lixÍerittr, A verrJntle é qrrc hoie se transformott inteira-
;;d; füffiÃent* ô invesrimentos cada vez mais freqüente_s.
perspectivas de
nlento o qonceito enr rclnçflo uo Brosi!, -c--I9!§9-bͧ es!t..qçPpan-
Todavia' a etapa em que as condiçõÔs e rlo o nrinrailo -luf,rr somo-nrercado nuâ. c8!.Úú-e§trÂug§u'p-"s4-
passam a depender am- Qucr pttra sttprir tts divisus neccssárias ao financiamento dos
desenvolvimãLtt ãtti"otito^no Brasil e disfarçada
visívol projetos governâmentais, qqer para pr.estar apoig à-§rnPBl§ê-S:i:-
;iil;;1; "f'"i'Jiü oi"tu e indirêta'
ã;;;;ilào 'vada nacional na obtenÇão de empréstimos ext§4lo§' pJQg[Qyer!!1U..
1i

§u"
6ov(o ;!$Hffi li,,.l1â:;,s i$ffiffifTt"ii
éntretanto, ô moctêlo destinodo
.
a.
clo nosso
a
*.àno*inu,u'il"i'u;rr_§9-Iav'sir.rrplantadoalgrrnsanosantes'
, npn--s--ear;;*'ii-A'tã,çlo cdvêrno Juscêl:no Kubitschek
êsse padrão entra em execução
ã-clês de ação consistiu qfg-ú3[- i9-
A[ ffiT;ti;r,
í*.F$^^s
rt.póti,. da presença crêscenrc tloBraiil:-J',^Pa'{li^,::lÍ*llt;
capital financeiro estrângei-
t-\
ro J*piii3'l;i ""
nas finanças púbricaf'
'i Tàt,)ià""fii,:râii;'à"" r"'à'ii,- ó"*panhia
ãt'isiol;
Mitôra Nacionar' são
Carlos Inslez de Sou-
Paulo, 1960 (1? edição ã*ltãtJet, Editôra Monteiro 4 Juscelino Kubitschek de oliveira, Mensagcm ao congresso Nacional,
za. A Ánarquio wton,tàiio-;*';;;; õonieatibicias' Rio de Janeiro, 1957, págs' 246-7 e 248.
Lobato. São Patrlo, I924.
ZY
28
QLrÂDRO lV
Bank of
Ilt ctttt's!ttrçiro c l)escnvolvim-enlo' qr Export-lnlpolt

lxuicls r0 Pi{ol)Ll l (} Rl'Àl-

ecstLo, pelos'iã"ãt*áÀttt ile


garantitlos otr
maqrrinaria" de créditos a cu
niio pelo govêrno do país expcrta-
fufi (Bas::
1947 -62
1949 : 100)
nlédío ptirzos'
t{or'
sido satirfatórios' ent
Nc\tc n:lllictllltr' o' re:ttltados tônr t.)47 lg49 l95l 1953 19'55 i957 i959 196i 1962
i r;rçi.,,,,,';',.lliiili"; " t':i::1,.1::1, Il il'i:ffi'.t:"o"Jl:il,J:'"[-
1';11l1rs clll l')55 nlr SunrI
lntcn(l('ncli em
\:r11il;:l'Í''' rcpi'lrunt-rc 30f e 261 nlilhõe§'
'r.' "''l''t"titi;"ro' \'rlrttl
|()5(lcl()5i.respectivanre.nte.enl-.igja,taisregistrosseeleva.
Í;t11) 1r() iyi nrilhires'-Qtranto às inversóes diretas' as ct'
j;';itt'ot'' at aotares eÍn i955' a 56 em ,,;,,,'""'tq.s i00,0 102.1 11l.'7 I:9'8 118,5 14u'tl 167'9 117'l
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iI.,'' "lt'uf^'"":: ;;' Irrrlrts
l(),56, 109 LçsZ e 104 enr 19585' rir:r 81.4 l$0,0 118 5 l1'5'2 162'3 183'2 240'7 191'4 316'0
"ni ( ,rtl(il--
111.4 100,0 ll7,() 119'0 J'11'5 i60'2 186'9 109'8
217'8
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t ,olit -
ar)rcieiitatias sumàriamen- ,,(, 95.3 l0[i.{) 1(}4.9 110 0 l1-§'4 111'0 126'9 1i3'1 136'3
l:rtr rcstrlllttlo tlas vitrias etapas substituição de im- I rluts-
t(.. (.nr ,.,,1,..i,it"',t,,''rr,rri,i.^',r.ribcratla'dc (Cs
rto ilritsil ttrtr sct«lr ilrtlustrial vigor0so'
lr()r e

ltrtl lll.rtr's, it)l"""'-"


( ornutti-
ôlc Ú irnportante csmo lltt.8 137'tl 152'4 i(rir'9 iB8'7 240'0 256'2
Altiltt tl:t ""t"i"'1"' tiiitt"' t'''ttt'lica' sôbre os outros se-
,,,ç,;.:." Z',.S 100.0
ttticlco lll()t()l'' ';" tlinâmictls
cleitils '
"til'""u'
Ítrre s tlrt tt...'t'1;;l:i' t' tittj;';
tipo clc cornplcmcittariedirdc
I tttttl:tç:to (ie lúlitl V:rrgls' Cf'
entre os componentcs do sistema como uln I tutlt . ( ( tlllo (1,1 , ( olll;l'' Nit( l(tlllll\
l7 rr" l' lliri rl'' l:tflciro'
tltlc sc cstabelece induttrialização e do llttt\ttt ll,,t,rl,,t,t tlt I t!)ttt)tttttt "\rrtt
Iotlt-'' [.Jma lmagem c1o andanlentt' 'lo fio Nl;Lt,;tr tlr' lt)(rl. Í):rl' l'l
Ittttr:itrnat.ncnt"'tf setores da econcmia apÍesenta-se
(.)'rtlttllo IV. "t "tni"s
c sc c1i{e-
ítt-- uitlrt tltrt s'' tlt'rcrtvolvt' lt ilitlrr:rtrillização st: ttlrna'cflcla cias governamentais orientam e incetivam os investimeutos
tl Ilsilttlrr
(( rrll(')llli( il Dioneiros otr cle complcmentação' Aliás' o r:ovÊrno iii
c.sta"''t
, --rJ),,a,,k, ,, r "ltrrltrr;r ""t'jt""tl'
tr;t ( (r ((lllltI lllil\illl() tllri t!'..''tlrt--'
t ' \, / 1r,y. ,,,'1,,,,i,,,,,,t11 "r il.riticioando amplamente
"á das decisocs e dtls ctrcargos na cpocíl
tto Il rllr' """"';"'i"'l'' rlt' l;rvot t's liselris' ctttl'rlustitttos' I iã' piJo áã * ü
c x p o rt acl o r. A* ctqisks.[1]l!-_c-!
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r) lr(lÍl('l Iirtllico e aS agên-
et1jgaus.-ff§§9"l1lq§ -o -pod-er
" pír blico
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c to n omt a n I cr o n al'

Tols.adas *niu"iô, at. participaçÔet q"t ]l:lj:lTi::


lovernamentais"n, no campo econônrico potlent ser cil:slllcaJa:
§g-ggl,g{Upqç. u-oirespondém a ciuas orientaçõcs distintas '
lrcl' tlr' ()livcira, llt'rr't«i]crrt tto cor:grcssa,"1i::
5. Jus.:clirrU lr,rrlrrtrr
1o0--l()l- clos efeitos distorctvos qllffi, i.p-.q.t9aê!q-Í1U3§ {a§:i 'suleslivas na evoluÇãocon-
do
n«I, Rio de Jancir,, ,'rt""',',,r.t' Ill'l^t brasileira foram apon-
rt indttstrializaçào i@*iüis!ro"Sorér11am.ntal'. Fntretanto' é imporranle
ilir forn',it pelzr cluitl
'" " '"')""'t"-it"";u"
ltrtrsittiru'. 'fempo Brasileiro' Rio sidGãrl-usãái -.oéiiriàm, assirn con.)o. coexistenr n; "a.mbi-
tatlos por lnírcio Rrrngcl"""t' da ltt'
(1"' lt'' l'"'"i'n' Estr-ulura e Expatrstio güiclaclesi' ua estrutura cconômica brasileira'
de Janeiro, 1963; c Jt"tl Nutional' S'ro Patrlo' 1967'
dúsiritt cnt Siirt l'utrltt, i t)"',""'iri"-iltl'iiô"
31
.?ü
Cnçla fase corresponde ao predomínio de ufll ou outro
tie--UllillgigJ§ que corresponde a-uma orienteção per- pndrfro de política econômica" Bàsicamente,
r.ito,iffii;tu=tuou,r]:::1"":r:i*^i:,":1,.3â.::T:"àu#; ao ao

"

0, oor-J.triu.t.. ou crises geradrs interna


do sur' ãã^iinh"' do
ou exterl
Cutuu' do Mate' do-Açúcar
titutos do Café.
b@ e do Álcool são todos *iiiiJ"' "tiudas
com',tbi:I]: çnni a ponto de possibilitar o domínio e a eliminação das desi-
da renda lt"it::"-
e o eÍn- e distórções estruturais. A fqrma- pela- qual se veri-
ãu-ã.i"na., o§ setores das oscilações bruscas gunlclades

n':"*1il"1' ff ',i:cafeeiro'
lf #,:fiT#t* ::::"nutlonut' i[i]:,ô.?;
Neste'
çiada em vários planos. A inflaçã
no conjunto da econom'i
é o do setor
e po§-
oJ t,#il;rÀ formulaclos pelos órgáos dos caÍeicultores
tos em prática pelos go'"'n"lttt {ã'u* t" refinando continua-
xooo ruraJ-
setor parâ a preservaçáo dos
mente, dada a âltâ impol'tância do
e tenda também para a economia nacional c<r-
níveis de emprêgo
Se observarmos o Quadro V, teremos uma idéia da evo-

rificarnos que econômico nem é


econ(}mla
ffiútgicu Nacionnl,
,P-
E note-se qúe os «lados cobrem rneio século de atividarles eco-
nômicas: 1"907, 1920, 1938 c 1958. @

casos dos

Em verdade êsse quadro indica progressos e rogressões,

c çdpiÍq,ljstt!?'-.Etlirôra CivilizaÇão Brasileira'


(t OcÍavio laÍfii,. F-stado anátise sôbre os p:rpeis de-
rl
ttio de Janeiro, rvo:, pili7J-?-?7-õEa
-atitnuoft'imento ec»nômico brasileiro
semoenhados p.to r"uãã no desrnvolvimento nacional) en-
(bem como sôbre mode'ü poii'itut clo -ia..7o''alitmo ln os píosamas nacionais e regionais
na Árualidade Bra-
li
iuntrnn,-=. crn: Hélio J;;'J;#:-ã Biasileiros (ISEB)' Rio de Ia- ffi-As atividúes da maioria das agências
r1 uik'i'a, Institt,to Supttiol"ã?""e'nãclt
',tià oiiint:ot''lntetuo Econônrico e Desct'
nciro, 195ÍJ: .lo n,".n,o regioiais, criadas especialmente paÍa estimular as economias
I
r,oh'irrtt'ttlo l'rtlitictt, 'i-
r.oitOL"i'unáÀ-'d" Cultoto' Rio de laneiro' 1962'
I
33
Irr
32

I'
QUADRO Y 1,,, .r.,, n;rr) , orrscÊuilanl diminuir os efeitos regressivos ineren_

\/,rLog n,t I1r,.t:ouçicl INDUS-rRL\L pon EsT,lDo

Distribrrição 1;ercentual

l,xirrninada de uma perspectiva histórica, a inciustrializa_


lir ! trd o I e07 t920 ,19.?8 /s-§8 ,.,r, .t'()r'ricla no BrasiI já permite algumas rcvelaÇõss muitL)
, l,tt;ts

I)isllilo Irctlcr al 3i, I 10,8 14,1 1 1,4

Sao I)att lo 16.5 t l.5 43,2 5_5"0

Rio Crande r,lo Sul l -1.9 1Lo 10,7 7.7 í, A llp-tqrq pq.lcial q A qgcompqsição (sucossiva c alre{:
l{io cle Janeiro 6.7 7.4 5,0 6,6 nadamente) das relações políticas e econômicas com a
l'n rnn li .i,g 1) i,8 sociedacle tradicional e com os sistemas externos.
[\l in,r s ( lt't it ir .+,8 5.5 1 1,3 5,6 b. AJfUqtr-4çgS_dêS tenrativas de implantação de um Áo-
l'c rrt; r rr r lrt t cr r 4,{) (r,8 4,2 2,8 clêlo de desenv. olv_iqrento econômico aútônomo.
1R r,. a- cõin6iíúão Oos modelos exportador, substituiçao
llrr h i:r .l 1.7 t,5
I';r r ii ?,7 I.t 0,7 0,6
.e associado, ou internacionalista, num sistema eio-
), trômico heterogêneo e contraditório.
/onas
z\ rrt;r 2,o 0.1 0,2 0'3
Slinlit ('atat inir 2.0 1,9 t,8 2,r tl . A participação" crescente do Estado no conlanclo do
0,7 0.5
Alagoas 1.0 1.6 Pr()ccss() ccottôlttic().
I!Í ara nhão 0.7 0,7 0.3 0,2 A. lnrnslirrnraçao tla rcgiii() ('e:ntro-Sul (conr ccntros
Serglpc 0,6 1,2 0,6 0.2 nas ci(la(lcs rlc Suo Paulo, Rio tlr.:.funcir.o c llclo Ho-
Mrto Grosso 0,-5 0,2 0,2 0,3 rizontc) cnl núclco hcgemônico nil oconornia nacional.
(lúrrá 0.4 0.8 0rg 0,6
Í. -4. formação dos movimentos de trlassa, como estrutu-
l):r rir íb;r 0.4 I,l 0,8 0,6 rgS_pelÍlicaS 9 ideológicas de sustentação do poder po_
( ioi;is o,l o,I 0,2 0.3
_lúm- qqç!!4do para o desenvolvimento industrial.
l'i:r rrÍ
o,I o,l 0, l 0,1

l{io (ir:ttttlr'rltr oI 0.6 0,4 0.3


Iispir ito Suttltr 0. I 0.7 0.2 0,2

'T(,T.\l- 1m,0% 100,0% 100,0-4lo 100.0%

llorrÍc'. .1. Jobinr, Brazil in the Mukin.q' The MacMillan Co', New York'
l94l; IBCE, Produçãct Industtiül Brasileira, 1958' Quadro orga-
rrizajo por Juarez Rubens Brandão Lopes, Dcsanvolvi-mento-^c
Mrtdonço.§ocial, Companhia Eriitôra Nácional, S' Paulo' 1968'
phg. 10.

31 35
VIII

do Desenvff,il:?,1ifl'j
Populista

, ArjnUgq das eilpls da industria tização, o povo bra-


qle.11q. .aculqql-sll elpedêttqias polÍticas fundamentais' e etabo-
tgl*I4a ngya tnlerpretação da própria história. Ao rever as
suas^ relações com.os países domínantes e cü, ut piopriur-.*-
P_e_rjqclqs nacronals, plqqo a pouco êle formulou uma nova
*rmâgem de si. De maneira desordenada, às vêzes, e de forma
sistemática, em outras ocasiões, êle perseguiu alguns dos seus
dilemas mais importantes; e deu-lhes'alguíra sohlção.
p_?rte, _conseguiu construir uma visão dinâmica
h_h";
das condições
do progresso político, econômico, social e cultural. Ao meimo
-*tg!gLq' "rqdefiqiu o significado da hegemonia das gra"aes ;á-
tê-ncias,,e--a importâncã d as trad ições irasileiras. Aí;ú,á;í;*

117

i
n!yrt,', i',1() t', tlltcluclcs grupos que exerciam o poder direla e
cla Prirncira Guerra Mundial, o processo civilizatório no Brasil
r. t,tlltt' tt lt'.
aparccc numa das suas configurações singulares- e_ Çriadoras, r
"""|",,'
l!rlll
trulto plano, mas na mesma direção, as lideranças
óesdc a Semana de Arte l,{oderna, realtzada em L922, em São
c,rnrprometidas tàticamente com a esquerda apelavam
Paulo, até à criação da Universidade de Brasília, em 1960, I rr r r 1, r rr',,:r.r *trabalhado-
lrr,lrrr'rrlt'rucntg para o "povo", L! "q-alsls", os
sucedem-se as manifestações artísticas, científicas e políticas, as
quais exprimem essa busca de novos horizontes para a cultttra r,,.'1, rrs "classes laboriosâs", os "humildes", etc. &Sglhçcqnt
r,il,. (, Drtricto de desenvolvimentO eCOnômicO naCional, asSOCia-
e a consciência nacionais. ,1,, ,,,,,1 uilra floiítica externa independente como seu coro-
No interior dêsse processo histórico cstír a transformaçãttr pode realizar-se a -
não ser com o apÍo-
l.,rr,, irrevitírve1 não
clos cluaclros clc rcferôrlciit sociais c llolíticos' Acl ltlngo tlc cêrca -
I rrntl;rrncnto clas rupturâs estruturais internas e externas-.:M#s-
tlc cinr;iicnta Altos, () l)ovo brltsilt:iro cxplortltt clo vírrias for- isto é,
nras, àrs vôzcs positivanlcntc, as criscs intcruaciottais, os Lcccs- 1, ll',,,,, §r:.!ur§ I lo*admitem os rompimcntos.parciais,
,,,,,,,,irr,iciilã-lrcTóIfriiirli. F.ssc ,-' o scrttido histórico e estrtl-
sos da cafeicultura, o dirigismo estatal, o processo inflacionário,
o desenvolvimento nacionalista, as experiências de planificação, i,,,'il .1,-, á-ôão ilôlicsitlt'rrlc Jtritrr crrttlrtrl, eln l96l' e do
a politização crescente das classes assalariadas, a democracia I\lirristro clâ Fa2encla San Tiago Dittltas, crrr 1963:
populista. NesSg--eo-n-t-9é!o, 4 esquerda brasileira teve um papel
impqrtqntç- q -plladgr, -ablindo o debate pítblico em tôrno de
próblemas que as outras correntes políticas interessadas não João GoularÍ: Na verdade, um povo se tornâ adulto quando
tinham concliçõrcs ou aur-lÍcia para forrnr.rlar. A política externa pxssa a pensar em têrmos próprios, condicionando a elaboração
que lh-e
i4clcpcrtdcntc, llor cxt:ntpltt, l'orlttLtlatla c ltosta cnl prática por
l, .", 'pensamento às imposições -na do próprio destino
c'unrpre iorjar, sem xenofoüia, cc'nviiêniia com o universal'
Vargas o clcscnvolvirla pol Jânio Qtrlttlt'os, Satt 'l iago Dantas nras^igualmâni", ,e- a pusilanimidacle dos exageros do mimetis-
e Joiro Goulart-b,e-n-e-[-rçio-tr-sÇ anlplutpcntc clir aluaçãg cle van- ,,,u o.i du subserviência para com o alienígena' Por isso mesmo, o."-
.tUr,r:t_-ú-c. ça:pçala-r-:§9 na formaçío de eqttipes
brasileiras, com".
guarda e {o lespaldo popular garantidos pela esquercla. Segun-
do uma observação de Fernando Pedreira, lúiimento brasileiro, qne se hncenr it ttreia dc arrancar o nos-
so Páiô-ãô é§tátlio do Àubdescnvolvimcnto. Dc nada nos adian-
ruria dispor de bom esquema operacional se nÍo contat'mos com
lronrcns capazes de executáJo.
A "g_s,qg91dal],
-no fint de contas, certa ou errada, forte .ou
.fraca, marxista oq não-marxistg, católica ou simplesmente "libe-
-ral",
representa o fermento ãã-renovaÇão social e política, o im-
pulso inconfornraclo cla juventttcle e da elite intelectual descom-
plorttclirll ('()nl ()s ittlt'tôssts cstabclccitlosl,

Isto significa, ao lllcsmo tcttrpo, cluc o gctulisnlo (cln sen-


tido amir'lõ) reve aTa6'rTiTáGle*atiair e absorver políticos e
intelectúâis formados nos movimentos de esquerda. Ou seja,
no âmbito da democracia populista, da doutrina da frente úni-
ca, etc. mobilizaram-se quadros técnicos e intelectuais para as
tarefas da industrializaçáo.. É óbvio que, nesse intercâmbio, a
iniciativa das decisões estava sob o contrôle da classe dorni-
!I
a9. l. Fernando Pedreira, Março 31, (Civis e milítares no processo da 2. JoÍo Cotrlrrrt, Dcsenvolvitncnto e Indepcndêrtcia, Discurso, Serviço
crise brqsileira), José Álvaro Editor, Rio de Janeiro, 1964, pâ9. 168. (ill'rlico do IBGE, Brasília, 1962, Pâgs. 9l-2.

119
118
1ado, requer esfôrço de poupança sÔmente
Sun Tiago Dantas: Há países e épocas em que elites êscla- '"uni por seu
nrrnl()s, o c1ual,
,,',,,,1,,,tiu"1 ,- alto nível dé atividade produtiva' -Vgg:SÁS
'nl rtcmanda externa já não acarreta, necessàriamente, con-
recidas se avanlajam, às vêzes, i)s intuições do povo, e conseguem L,r(,
levá-lo a novas etapas de desenvolvimento social, que êle só mais i,,,ç:i,,'íet'il1ã-ãii-vidade econômica, pois pode. ser compensad4
tarde materializa. Há outros, onde o povo parece "empurrar" a so- ,,rrã expansão monetária, defendendo-se o nível de renda e a
.Õ -inêvitável
ciedade, talvez sem um roteiro de nlarcha definido, mas com um ',,,,1
1,,r,,-J" iní;-stimirnids" a,mento da pressão inflacio-
sentido inequívoco de renovação. Creio que êste é hoje o caso do ,,'ir:ia."podelíãÊTài*a eficiência dos investimentos durânte certo
Brasil, e muitas de nossas decepções e críticas são saldadas pelos
i,"'iàaô, ã"t á efeito ú1timo sôbre a taxa de crescimento
será
testemunhos diários, que à m:rrgem de incertezas e desacertos, ncccssàriamente reduzido.
'---
todos recolhemos da pujança da Naçiro3. sôbre as modificações estrutu-
Sirrt"tiruttdo-se as observações
riris ôcorridas na economia brasileira no período recente, tem-se:
a) o comportamenlo do s91o.r. exteino. já -não é o principai
r"tor*óo,iíiclõnài,1" aô níuei àa*ãiividade econômica e a simples
Ern concontitância com its trattslorttraçtios políticas, sociais i"à".rtãiiãa: aãÍã ét"+oaó nível de atividade produtiva engendra
e culturais, verifica-se uma profunda transformação econômica. ffi^;;i;ffi áe investimentos capaz clc manter a esonomia cres-
@i7izaçáo industrial. Acumulam-se ex- cendo a taxa razoàvelmcnte alta;
periências e técnicas de manipulação das fôrças produtivas g b) o processo de strbstituiçiro de importaçõe§ - necessá-
das condições institucionais, em acôrdo com as exigências do rio à manutinção de elevada taxa de crescimento em condições
cle estagnação àa capacidade para importar' .-.exige esfôrço cres-
I desenvolvimento industrial. O pl:ogresso alcança tal grau, que cente d-e poupança por unidade de investimento. A simples m-a-
alg$ns estudiogçrs chegam a afirmar que o Brasil já atingira (ou nirtenção àa tã*J a" crescimento implica, assimJ crescente press.ão
,^, , estava prestes a atingir) a etapa cla autonomia. É o que afir- inflacionária, clue, por suâ vez, tende a reduzir a eficiência dos
nam Cclso Fnrtad«r, Llcnry Rijkcn van Olst e Antônio Dias investimentos q conseqüentemente, a taxa de crescimento' mesmo
na hipótese -r.àde que sê realize o crescente esfôrço de po.upança
Lcitc, aprcscntartdo uma intagot't.l uova clas lterspcctivas nacio- iãqrãiiãã. iendência sômente poderia ser contrabalançada
nais arrtcs de 1964. iáÂi o cla capacidade para-importar e/ou com a eleva-
.ti",rn"ipántío
cl:iciôtrcia tltrs invcslillrcitos, tnctliantc planificaçiro dêstes
"",,, [,,nçir', tl;t sttlrsliltti\:trr tlt' itttpotl:tçõcsÍ'
Celso Furtado: Ae-SIS1rlçgL11Ea fase de desenvolvinlênto em Iltrtrt, lliilitrt t'rttr ()ltt" () llllr:il ntrtlt scr c()llsitlcrlt(lo cotno
,que o pro,lesso_dg_{q1ryaçao Qe capital ss apqlQ principalmente o ptís,1rti, tltrti'i;tvitttr;il rtlr Ârrrút1en I lttittrl. l.'!l&11 cl1:rr:i clll oon-
nq própria plpdqgã1r i_nterna de equipamentos, o desenvolvimento l[ctnis-
rliçi,a, ..ia itjtttlttt ittrr rltlll()'i pili:,(s 111111115 1lçrstitvoÍvirlos tlo
"dê-§so4alsta por
brasileira paq§_qq 4_qer resultante de sua dinâmica f'Cii" t-lci,tú,rtul. l,sic,litl.iierrrrrL:rrlc, eslii r:ttt tttclltorcs condiçõcs
interna. Assim, mais importantes que ainda sejam os fatôres Piu lr tle scrnl:crtltitt ['ssc llaPcl tlttc os paíscs europeus e Írorte-ame-
externos,*o. ritm_o-__dç -slg_§q1qe-n-to_ 9§tá priaçipalmente detsrminado ii.,,ir.,r, dc cujos motivos às vêzes se desconfia' O Brasil é o elo
pglo ç(uirnao rlc dçcisõçs (onratlas com vistas ao próprio rnerca- r.i" unlão natúral entre a Europa e a AfÍiça, dado não possuir
r.lo intcrno. Atlctrrlis, hlvcntlo lr ptorlttçÍio intcrna tlc bens de ;;"r*d; colonialista".. Em tôda a América Latina iâ se- acom-
capital alcançado urrr dcIcnninirtlo gtart tlc closonvolvitnento, a pãnha de perto, com muita atençáo, a atuação do Brasil, crrjas
manutenção do nível de atividadc ncsse setot sõmente é possível ã;;t.qüê..i;; podem repercurtir em muitos países da regiãor'
se o conjunto da economia se mantiver crescendo. Para evitar
desemprêgo em grande escala nas indústrias produtoras de bens
de capital, torna-se indispensável, independentemente do que
ocorre no setor externo, manter um adequado nível de investi- 4. presidência da República, Plano Trienal de Desent;olvimento Eco-
síntese, Departamento de Imprensa .Na'
)ra,iiià--i-iiíioí Qias-ruas)',
;;;;i; úo:, paeà. 32-3. Airibuído a célso Furtado, então Ministro
3. San Tiago Dantas, Idéias e Runros para a Revolução Brasileira, E-rtraordinário de Planejamento.
Iosé Olympio Editôra, Rio de Janeiro, 1963, págs. 14-5. Ainda sôbre a í.^-rrãr.v riilten van oú, "D"t".tollo lconómico y-Cooperació3 ep
Ã-;ti;iltii;;;, ,pê"al.. publicado na obra^de Jan Tinbergen' H-acig
tentativa de afirmação de uma política externa independente: Iânio 'ü; E;r;;^íà- iwiiau, ttàd. d" Anna M' cabré, Ediciones de occi-
Quadros, "Brazil's New Foreign Policy", foreign Allairs, Vol, 40, n9 I, -sa..tlôna,
ã"ítq 1965, pâgs. 213'226; citação da pâg' 211 '
New York, October. 1961, págs. 19-27.
121
120
ÁnÍôtict Dias Leite: Não-sendo o Brasil um país
tÍo que viva rlrrr rl1 (,,lirvirrrr
pois que ê.t. ..pÃs.nã'up.nu, pequena par._
ct.mru:rcio exte_rno,
c.ela tla sua produçâo total,
f

llrttru Ill,r',
llutr,r
.,ll(
l,r', l;rrtrlr,:rrr l'ltt:rrn parte
i11sc1,q!4q
-i.ltç.rua$e-$_tç*J1_p_- Dadfãp sotU_
nrrfp dos
l;rrrtlr,:lrt t'lrziarn-pàrtô rín" elementos
çq çrs,'em ràla-tiva tiüei_
^prrnilpio, -to,-^-r^^ que entravilm
uedg ge esco.the r o m.érodo qüe*se coad u nã ;.*" ; ; bÉiirà"rrro"á- ,rl r rilrr, r.rzrrq:ro rlo contôrno e da substância dêsse modêlo.
4g$el-dS-dsssnvolv imento econômico ,,,r
- in ternou. ,1
u ir
,,'llru I tIrolIticlL-![c_
II
", rr - (tLt^4!-g$
r II I (r.
|Ileuz3ç-re jçaE
indu.str.ialização reali ou:§-g_çsn_ba§g_ n u-m
l'|.llr)
.
orteiIiitÇões
rl(' rt ,ne
't1,, rt{' com -.!Lç;tli!êlI!JBr
rtursoc_s.-c-ol]r ilL",.,^iÀ."i- A@_
o canitali.rr-*'jÍr_!§U-açiSlaL ^-l,l^- \_
fortaglg#+Eocrlrçia populista tinha diante de si uma : :,,, 1,, ",,',, :, 1,.u.
redjçt-u@+-e
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1; 1,,,.f ç1. r,,,uiulisiaãõ
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_Unrca_epçao: contlnuar.. a revolução brasileira, Íealizar nova
q,l,q+
ltt !#S
|,r l,çu l t r, _!g.utq_,_posstbü.d39es. E tornararn-Ç ?m
i

ãffiâs
QhJra dtr motli'kr gcluliano. -'l'ririlrva-se do ífiltrar_r.. o.fo ,r, ir,,ro('r\, lllílrs ou menos viáveis. No momento a'
em que õ pró_ i',i.. .l "
.a ll].lj.tlutttlarrrcrrlo _tlus ruP[ut-ns cstr.utril.lris irrtcrrril5
r ornava-se necessarl' e urgente entrar em nova "
a*farhar.
\ J I'rr,, rrrrtlôlo getuliano esgotou uma das suas etapas, .e_ ôorr- 't,:
fase cre reali- ,r'r'rrr rrgressar na,seguinte, torna-se premente uma alternativa. "r ::., ! *-
zação das suas "virtualidadls,,. fApunla*L erE!i";-r-prli,i.;
I
ex$lte_ injef endenre., apre,ssar a-iõAãruãaão aa ,r,,,r- ..r up!L{9_.ag-Í)+go3_pcLq parrc mcls_auclaciosa_e
roàieOaOô
ag$.Ii$ §4999r novos,contingentes da populaçao Urasii.ira 113ls-.c-onq_ " ,
nn ' r( ntr:a (tq qlassq -dollillantei r_: ,
pr:^...,:r,9 ,q"lrrrco, tavorecer.o deb-ate científico e político sôbrc
-y rir sc clc modonos
D-c fato, anos de 1961 _64 o povo brasileiro defron-
1 :elldadi
nacioral, esrimular tlói.i.lr*nto dos movimenros cada-vez_mais premente com a necessidade de
arrlstrcos tnsprraclos na sociedade " nacicnal, etc. ;rtl.lar uma opção drástica. por lado, o modêlo góiufiuoà
.Ém vcrrlacle, o nroclôlo gcÍuliano ,eó foi nunca -um
jcto globul..Nao chcgt,lr ir ser- for.lrrulutlo tlc rnotlo um pro-
t':,l!otava um ciclo crucial de realizações. Impunha_r" ""*u O"_
s;stcmúiicá. .istr. corâjola, no sentido de aprofundar as rupturas
Lon,o ,rodolo politrco clc clcscnv.lvi,rc.to, singularizado irrtlispcnsáveis à consecução dãs alvos inerenies
estruturais
no à sua lóÀca
p.opulisrno, estrutura-se ao acaso clos aconteôi-.ítor, irrte'rra. Em certo senridó, as experiênci", à;
rias e dos obstáculos. Alguns g'.lpos -tiO.rr, ãu, ,iià: ;"1íti;;-.;;.?;;
suas virtualidades, mas não coíseguiram " formulàr t.;;;ü;;";, irrdcpendc,tc, com Jânio euaclros c San fiogã-fiu.,tr;;^'ú;;;
gloDarrzador. tra umA mescla__de empirismo
,; ;;;1.t" ,.,],].r!r_
Ir cxigôrrcirrs p.lílicas i.crcrrlcs .o" plano Íri.nàl
e inteligênc'ia,'au_ ( 1963-.5) clclrotarrr il c()ntl)rr.on\lro tlo
dácia e,^manôbã.@resültaao nirtáii.o das tlilclnil (.nt cptc a stxie_
ações e inre_ tlltrkr sc cncolllritvit. Neslc r;rurtlr.o, lr lrrtrlriliz,U q ,f
. c.lrrít'i,r rl. A_ul1111o+afu(_
tt
:ltii§glqrqntes .gupos e classes sociais. Êt. i" produziu 11i,1. l.l tlç,r;irçt-r tlr... l()(r.1 f,.f,,r-".i,,*;;1;'.-
no logo oos-anÍagonismos internos e externos que sc_g_rp11151ç;
,-r i essa etapa cla história nacional.
singulaizam I3r r
i1Llrrffi
l u irs I t. r r çiç11çil
t[r-c',11g1ç55u N*cirrrirl ] ..
-'
Ilnllctlurtrr. () nl(xlôlo gctuliirnrt yti prxlcr.iu
(, l-ql r.teg$*g-§qb Prrlíric;rs l),r'ir u,ra ruptura"iru.ffi
qr" ,*T. *rlir"*õ*õ;?fi. "
+§iml§tüiçnrlilrçitú
o m undi
u ç
"
ii usuciiüst;r*-,, r r ir rç i, t cgra
o çã
c,r (ruc se reuniram o presidente da Répública, Ministros-à; -
3*+q-q4q.trq,T al. õ.lrrr;;
a .icrnocraci p oputis t a ltstado e líderes nacionalistas e de esqueiOu, é'o
nao lor capaz de formular e. implantar uma interpr"tuçã;-;; fu-+olúqa rnassas : "iãà*iã =-
conjunto, relativamente às_ exigênãi*- i".rÀt.,
à sua dinâmica 'Ln político e-de
poder colne
-çomo-Iéerr.içu,ís*ffiffiffi-á
.ryr.ssao,iffià
interna, colocaram-se as alternãil""r. populista.
É isi"as allernltiya, urr"_
§,Ek&m:se-eotng ogle-ssá{Las s ilevffi Pof-gulto ]4do, nq bôjo do próprio modêlo getuliano _
9m decorrência do
3Y 49ÚLp1êso a êsle -::- constiiuírã-se o modêio ro"iàÍrtu.
l,te esrava presente. nas_ organizações políticas, nos estilos de
noerança e nas técnicas de ação que promoveram
Dias as camoanhas
9._-._A:lô"1" .Leite,. Camínhos do Desenvolvinrertto, Contribuicão do perróreo, petas reformur"à. üái.l ã;;;;""1#.ffil#;
hrasiteiro, zahar Editôres, il;
;;'"i";;";','"i:;{í, ;;1,;
í{; ifi.proieto na"ç-!o-na-t$ta e atuaram na
pe:Lderte--nÀ-§indicatizaçáo
fqÍmulação ãa políti.a e*terna inãà_
rural*ai çstãu-itizaçãô ;;;d;te ;;
í22
123
c-c_o!omja, ,o, ,::jl..ntos dc opinião pública,
curturar' etc' Entretanto, no florescimento
como ã"esi"ueraa se prencre Ir 1,r,.,rr,.rlo lllrsil
cada vez
lqi-;";;;;'"a"u'H.*o.ruciapopurista,não ,1,. ,, r,.,t,r1,p1y t'r c()nl Cul)a Socialistir,
-ir,i.ir.,,,f.,,tc:
corrro porrto lttisico
,olt1lçn cxtc,tri as tcntativas
"r*r.À=**í'#i*11:rif rlr 1"rl'1' 111' l srlrtro.c
ffi.;;;;;;üi",fi
lítica de massas. u.auu ü0,:;,,"[:"fl ?J"J;,áfr,i,",::]*{:-
poi-ínu.riãr'..,os
r.rrlr
,r
decrctaq.o'(ra'.1*i,,,r,,
rrtr. l,,;;11 lioLrlart; o
-.o-ôlo1à"Ai,,"i I
trc sír irl, Jrcro prc-
tlc rnlrrç.t.r dc 1964:
tratégia, ideologia e fins, tática e cs_ l,r(,.r'n(-;l c: l'ala do presiclentc loari C;,,ii1,,:i"rrL"*i,rráil"
golBç:
' -'"b'r . ,.àtiAaA.. .--
il;,;
- -sso abislnou-se com o
I nr .,r:r lrotr1s11i1og111, promovida
pela'Associação rÍos Sargcn_
r,', r' Srrlroliciais da. Folícia fr4lli[ur,
Dc outro laclo, aincla, ,o .,,,..ro an(): a prc_
!o intcrior do pr.óprio modôlo lctu_ ',( nr,;r {.rr'st:Lrnte da esquerda
na vida polítrca nacional.
iii,rffi #T ffi?: :*ffi;,mmi.
f,.;sc co,texto de p.ossibilidades
ll, d,
"f,,. l,*t I r :r "r :
aüertas torna_se ainda mais
' 'trrr'r'er() quando focalizamos a situaçào econômic,a.
-,ffio"1,[;}^J'íffi* ;êó:: .on.,zcm o prcsi-
"t ,.1,
.11111iur1u.1,^9T
,r 1r;rr'trL
A crise
qle a economta".ã?áiurçuoa, em particular
0",ã-,",tffi,#.üqí"üT,J31XJj,Xi::lJT:,;lf de 1962, é um clementn Liri*
clo todo. Ela vem
seqüência de faÍos_*. tais :*:;
como ,, u,iá,,r., e proposicões
"i
;r( r(.scontar_se à crise
cstrutural ;n...ri.'Í rorru-pàiu
nacio:ral, se csrava pro.r.onÀ ãiirr, ril
l\4issões. Cooke (1e42)
. AL;i;i óiâ das l::.:]],'l]ri1
,r|r;ilr() cxportador com a política concitiar o padrão
a. à"i.nurfu;n,.r,r.rí.iãrXl
ff#I; ff t:;%rg É'"r1r e' ô i,i í,li'o' riJili:t, 3" :I;: lr,,Írr c a associação
r'"iÁ-u]r"ãnfrà"'"o_ emprôsas e
;iú-;,;;e*',[X'i.l',("'fu]:'r:,,:#:l't'up,.iiàitu,i-n"*"u r,;r "ua"
ntzações internacionars. or_
í{ co,r, p.ríriôa dc cxpansã, .ro
..*,#:tt?.lil:Tf.Br*::? Sc é verdade oue.o desenvolvimento
-;';'li;;.;:il.r,o
econômico, as rcfor_
pclo gual l'oi criado rrrrrs instirucionais rãatizad^
o5ctgr aul.o,r,Lrilísri ràrir?i,",J;: Írr,at verificados até então porítico e cut_
i n d ica, ma a
t"racao l, ilrtu*;;i";; "; colocãr;^;;;ril na iminênçia
I
J;:lJ ;tssurnir a figura c os papóis de
;; ;i T h
;;;' *ãi à,:, l',, r vé s d o oi in X? O"-p"ià*ií mundial de scsunda
: ": i" t'krssc, é incgiivcl quc ô.rrõ.
r
;L:i".' r a

;;i;b'iü;:-
ser

uF ;; r*il "":ü'';:#?J:;,,t
?1, d us cst:Ígio' .l.1r.,,if i, dc opcraçõcs-polí_
p
". Êsse quadro o. posriúiia"á0.r"'.'ày1..,+ 3;;t* s. irrrl,rrír*rr,, ..',r,i ',,,r",c.r.
j'il'
.te nos -i;,rr:;"'ü,iiârort:l,li:ltT.ff l]iill Íi;li,i Xli;,,1;,
'i',,,1r,,;i,,:'1,,,',,;:i;l;j,]1,'i::l'1:;,:,';;,;,.1;; cxa{arncntc
anós rcer-ai _ i'.r,,,
plano dos acontecimentos ;';;i1';ii,tlll;,l.s,unJ"
gurntcs frt.s irnportartc.s: ,conclc;;.;il1.
potíticosl Àrrirn, verificam_se
os se_
It'rir c ('ornrirt'io rlc (,rrhn Minislro cla Inclús_ )
ii;,1,;lri:,..;:;,i ":,,.i;r"n;il1?*
( csgot:r.lrrcutofatôrcs que sustentaram o processo
1,ok, r,rcsi rtc,, .r,, n.1,,:irrr i.ri jl;i ;; intÍrrsrriulizaçào ocorreu.
-rj-o.s upor.rt.in.riJ. de
"
nacional provocada com
r
ôJ
a renúncia de-iàr,o
:i:;i:i, ..11:,i1":,f
1 necà.sáú-
;ntes que a formação
aui;;à,í; com.r-espeiÍo
tativa de impedir a p.ossc euaaros e a ten_ [.. i:?j,:tfj?- ao ie-
do enrãJ üi.ã_p..ria.nte João ve m tano. . ?T':::X,,:1ç:l- :u: aiiióiiiári.r" q",1-
lart;_a atuaçâo políiica .r.r.áni""aá'à" - Cou_
e n rren
dade do cue iniciar nieit; "rJ'.,:;:,,à;';:,,Ê,
^,'
de pesqu isai e e.tuoor. l.,T :l?jElj,:ffi?j
-.^r:d" t iirl lirii,r;l#"", #:li:Tj3
de_que a industrialização levou
srçao em que o desenvolvim.ento
o,Sru.il .i,to p.rto daquela po_
e ,r..piáã.rro circular cumula-
rivo que cria os nróprios
iiÉ",ʧ?",?:dÍi,Ll,rilgi,":'ff
cronal dos Estudantes. ,?iHtft ,x,lil re. No caso do Brasí|, meios à.i;;';i;.*rra para seguir adian_
êsso ponto.ser;r'ài.unçrao quando
f uNÉi, u-ôoniÍo.,ruçeo superada a bariêira rla fôsse
balhadores (ccT), .t..; u oiÍ,luã""pr'àtülÀ"oa Geral dos Tra_ ,:.t3:io.S
reria enlão atineido aquêle ..qãr".iàr9""r. A economia
da o,dourrina grau de diier;n;;;çao em que a orien_
fl.99u rcvolucionária da ração dos investimentos puriu
p
,- como se ela estivc
-;-r'ii
u i*
nômicas. sem as limitações riri.ur' ,ã'p.ãfrr.ma de opções eco-
uíIiqa+q i a q, ;id u br a s l ã ; rq ; ;1'êr;T#tlt?,, por racionada. pode. Oã"rírJ.capacidade para im-
", fl làtf .i* à, d* ;ê;;,* à."i;;:.,.?,i#
124 fr#lili :x"liír", i.,Ê,1,íi,.*í;.;

125
:rleirnçar ôsse ponto decisivo no correr dêste
decênio dos sessenta.
I',!ltl'çt4L1o._csg
.oportunidade de ingreisar no clube i;rt.i;;-'õ;
c 99+o: !ues-saúalj§19§_d§*
eaiS_t=dê4á c o- mo um sis" rem a Co"ãi
iuüô&ulo, -to i, ap a.rçntemla6 p.rOiOã. -8
"-;' ;
ram-se em movimenro outras fôrças, cújos efeitos ;;;,id;: ffi ::
; "à

cada yez mais. Assim, quebrado b i-potso O"-"irõir*rtã,"ãtiàl
i;;ã;' ;il.
rilizou-se o mecanismo que vinha senoà utilizad; ;;;^ã;ii;
autocontrolar o consumo e alimentar o processo acumulativo. ;;;;
conforme vimos. co-nseqüência, os problemas ,*irlr"i,àirã'rãil
.Enr
a ter uma nova dinrensào, cscapando aõ alcance O"i irrtir*.riá.,
t;uc vinhrrnr scnrlo usados coni rclativo êxitoz.
TERCEIRA PARTE
Os dados relativos à evolução clas atividacl,Js econômicas
confirmam aspectos importantes drrru iúg.m.
Isto é, os dile_
lulas com os quais se defronta a democracá
populista,r; B;;-
sil são o resultado do encerram.nto á.-um ól.io
do modêlo getuliano. O. upfi.rçà

A taxa favorável de crescimento do produto nacional


lrirdt cntre
çi'rrr
1947 e 1961 começou u a1.finu. em 1962, para
nívcr b,slrrntc rc,crnzirro cnr r96i. nspeciarÃeíte
regis_
alcan_
A Política
rr. tliiintliiônio 1957 / lt)61, t;rrrndo pronr",U,ira' q,iàl*""Zir'pãi
irrro, irrlucliL taxit supcrou os
"r"""â,
7Íá orrr 196r, rtras earu para 5,4Vo
de "lnrerdependência"
en 1962. As estimativas para 1963 inrricam um
acréscimo de aoe-
nas l,4Vo e, portanto, uma diminuiçio ae t',5i"-'õ;Hdüfff:

Assirn, a importância e a urgência de uma decisão


-r_ se evi-
das condições existenres e Oas possiUlhaá_
:::.111.:"
u€s aDertas. luad;o
Contlsura_se e executa_se o golpe de Estado
le de abril ae 1.9{+."ry,r rrgg nà;d 1;uá". de
de uma operação
político-milirar destinada.a tirnpai à iãii."o
para a execução
mais anrpla c cliçaz _- isto ó," ortocloxa _.
clo modêlo inter_
ttiuionalista. A crisç r:conôrnirn c ,ll..,,r,L.a.i;
lril;.i; ;;;:
litt'itttt*sc incorrrpatívcis..lror^cssa r.aÀg,-"[ôrça,
tc'tcs" assulncm prinaz.ia sôbre aqueras preclominantes dulitirãr-;,i*_
rio-11nente*No prim:qiro instantq, ante-
apár."e o pqde, militar. Uma
rla.§ .b.a,s_cs de- manobra, no entantô,
é a iràr*-,,?ãi".'aJ,_.
mais uma.yez, a solu_ção política.fâ
dependênci4 estrytural.
*r_f,"'ãã
"rir"-Urorif.ii,
7. Ce-§q Furtado, Dialétic^a_.clo 'iíO Eclitôra F,ndo <Ie
.Desenvolvimento,
Culrura. Rio ãe Janeiro.. rSea. págs.
8. Ministério do planeiamento e Coordenação{."""
de Econôm ica. prograrna
ção
Á nôm ica, o' G ov.ôrio,-
Eco
Rio de Janeiro, novembro ae itr,«q, -t.íii,iiài,''iocumentos EpEA, ne t.
pal.-íô.""
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