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BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________________
Orientador(a):
___________________________________________________________________
Examinador(a):
___________________________________________________________________
Examinador(a)
AGRADECIMENTOS
RESUMO
O tema abordado neste trabalho é de grande reflexão. Uma doutrina criada por
Gunther Jakobs, de nacionalidade alemã, diz respeito ao direito penal do inimigo que
trata claramente de teoria incompatível com um Estado democrático de direito.
Aproximará esse Direito Penal do Inimigo, tendo uma visão de diferentes autores,
tais como Cancio Meliá e Jakobs. O primeiro autor acredita na ofensa à Constituição
quando distinguidos criminosos de outros, assim como as aplicações de penas
desproporcionais. Já Jakobs, é adepto à eliminação de perigos da sociedade, tendo
a visão de que criminosos que atentam o Estado são inimigos. Tendo ainda outro
autor que relata que o Direito penal do inimigo se encontra como uma terceira
velocidade do Direito Penal. Este autor, Silva Sanchéz, descreve que a primeira
velocidade possui preferência em função da pena privativa de liberdade, a segunda
velocidade as penas restritivas de direito, e somente depois, refere-se à terceira
velocidade, sendo esta a mescla das duas velocidades anteriores.
No Brasil, a análise deste direito relaciona-se com o sistema prisional do país,
sistema este que depara com grandes rebeliões, superlotações e tantos outros
problemas que serão citados no trabalho. Focar-se-á no regime disciplinar
diferenciado (RDD), motivado por rebeliões originadas por organizações criminosas
dentro do presídio.
ABSTRACT
Keywords: criminal law of the enemy, third gear; expansion of the criminal law of the
enemy in Brazil; democratic state; disciplinary regime.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO………………………………………………………………………………………08
CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................................40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................42
8
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho consiste como uma alerta para o perigo que certas
teorias podem causar principalmente aquelas que deixam de lado o direito de cada
cidadão, aquelas em que determinados grupos de pessoas não são tratados como
deveriam, tendo seus direitos assim como seus deveres.
Sob o olhar daqueles que passaram nas mãos destes criminosos, a teoria
se mostra cabível uma vez que oferece solução rápida aos problemas criminais.
Entretanto, a humanidade caminha sempre em direção à evolução assim como a
liberdade de uma sociedade, sendo assim, voltar para um esquema que traz consigo
fatos históricos ruins, não seria uma atitude das mais sensatas.
1
JIMÉNEZ, Emiliano Borja. Algunos Planteamientos Dogmáticos em la Teoria Jurídica Del delito
em Alemania, Itália y España. Disponível em
<http://www.unifr.ch/derechopenal/articulos/pdf/02_Rosario.pdf>. Acesso em: 06 de fev. 2013
2
WOLF, Mauro. “Teorias da Comunicação”. Tradução: Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Lisboa:
Editorial Presença, 2009.
11
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3
“la acción, or tanto, es expresión de um sentido. Esa expresión de sentido consiste en la causación
individualemente evitable, esto es, dolosa o individualmente imprudente, de determinadas
consecuencias; son individualmente evitables aquellas causaciones que no se producirían si
concurriese uma motivación dirigida a evitar lãs consecuencias."JAKOBS,Gunther. El concepto
jurídico-penal de acción. Tradução de Miguel Romero Pérez e Carlos Villalobos. Coordenação de
Javier Torres Nafarrete. Cidade do México: Universidad Iberoanericana, 1996. P 86.
4
MORAES, Alexandre Rocha Almeida de. Direito penal do Inimigo: terceira velocidade do direito
penal. Curitiba. 2006. Juruá. p. 107.
12
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5
JAKOBS,Gunther. Direito Penal do Inimigo: Noções e Críticas. 6 ed. Porto Alegre: Livraria do
Advogado. 2012. p.09
6
Idem Ibidem. p.10
13
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Nos dizeres de Kant toda pessoa está autorizada a obrigar qualquer outra
7
pessoa a entrar em uma constituição cidadã ou seja, “posso obrigar que, ou entre
comigo em um estado comunitário-legal ou abandone minha vizinhança” 8.
7
Kant, Metaphysik der Sitteen (nota 5), p. 255 e ss (1. Theil, 1 Hauptsuck, p. 8) Apud:
JAKOBS,Gunther. Direito Penal do Inimigo: Noções e Críticas.p.27.
8
Idem Ibidem. p.27.
9
Idem Ibidem. p.30.
14
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10
MORAES, Alexandre Rocha Almeida de. Direito penal do Inimigo: terceira velocidade. Curitiba.
Juruá. 2009. p.194.
11
MORAES, Alexandre Rocha Almeida de. Direito penal do Inimigo: terceira velocidade. Curitiba.
Juruá. 2009 p.197.
16
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[...] aquele que pretende ser tratado como pessoa deve oferecer em
troca uma certa garantia cognitiva de que vai se comportar como
pessoa. Sem essa garantia, ou quando ela for negada
expressamente, o Direito Penal deixa de ser uma reação da
sociedade diante da conduta de um de seus membros e passa a ser
uma reação contra um adversário. 12
Logo, o inimigo não pode ser punido com pena, mas sim, com medida de
segurança, não devendo ser punido de acordo com sua culpabilidade, senão
consoante sua periculosidade; as medidas contra o inimigo não olham
prioritariamente o passado, mas sim, o futuro (o que ele representa de perigo futuro);
o inimigo não e um sujeito de direito, mas sim, objeto de coação,
[...] a coação não pretende significar nada, mas quer ser efetiva, isto
é, que não se dirige contra a pessoa em Direito, mas contra o
individuo perigoso. Isto talvez se perceba, com especial clareza,
quando se passa do efeito de segurança da pena privativa de
liberdade à custodia de segurança, enquanto medida de segurança:
neste caso, a perspectiva não só contempla retrospectivamente o
fato passado que deve ser submetido a juízo, mas também se dirige
– e sobretudo – para frente, ao futuro, no qual uma «tendência a
[cometer] fatos delitivos de considerável gravidade» poderia ter
14
efeitos «perigosos» para a generalidade.
12
JAKOBS, Gunther. Ciência. Barueri. Manole Jurídico. 2003. p.55.
13
JAKOBS,Gunther. Direito Penal do Inimigo: Noções e Críticas. 6 ed. Porto Alegre. Livraria do
Advogado. 2012. p.36.
14
Idem Ibidem. p.22 e 23
17
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15
MORAES, Alexandre Rocha Almeida de. Direito penal do Inimigo: terceira velocidade.Curitiba.
Juruá. 2009. p.191.
16
MORAES, Alexandre Rocha Almeida de. Direito penal do Inimigo: terceira velocidade. Curitiba.
Juruá. 2006. p.163
18
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17
DE MORAES, Alexandre Rocha Almeida. Direito Penal do Inimigo: A terceira velocidade do
Direito Penal. Curitiba. Juruá. 2009. p.232.
18
JAKOBS,Gunther. Direito Penal do Inimigo: Noções e Críticas. 6 ed. Porto Alegre. Livraria do
Advogado 2012. p.22
19
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19
DE MORAES, Alexandre Rocha Almeida. Direito Penal do Inimigo: A terceira velocidade do
Direito Penal. Curitiba. Juruá. 2006.p.200
20
Apud: DE MORAES, Alexandre Rocha Almeida. Direito Penal do Inimigo: A terceira velocidade
do Direito Penal.Curitiba. Juruá. 2009. p.184
21
DE MORAES, Alexandre Rocha Almeida. Direito Penal do Inimigo: A terceira velocidade do
Direito Penal. Curitiba. Juruá. 2009. p.185
20
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Sendo assim, conclui que o cidadão sabe que sofrerá um processo penal,
entretanto terá mesmo que em tese, seus direitos assegurados, podendo ser
condenado ou por via, absolvido. Já no caso do indivíduo considerado inimigo,
sofrerá também um processo penal, porém já estará condenado por antemão.
No juízo do Direito penal do inimigo, é notável que esse não trate de uma
garantia da validade da norma, mas sim, de um caráter de eliminação de
determinado perigo.
Em outras palavras
22
CONDE, Francisco Muñoz. As reformas da parte especial do Direito Penal espanhol em2003: da
‘Tolerancia Zero’ ao ‘Direito Penal do Inimigo’. Tradução de Themis Maria Pacheco de Carvalho .
Revista Eletronica de Ciência Jurídica. Disponível em: www.pgj.ma.gov.br/ampem/ampem1.asp.
Acesso em 08 fev. 2013.
21
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“Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta
grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas,
sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção
23
DE MORAES, Alexandre Rocha Almeida. Direito Penal do Inimigo: A terceira velocidade do
Direito Penal. Curitiba. Juruá. 2009. p.234
24
GOMES, Luiz Flávio. CERVINI, Raul. Crime Organizado: Enfoques criminológico, jurídico (Lei
9.034/95) e político-criminal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1995.
22
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Este rigor todo que vem sendo posto no país acontece devido ao grande
número de grupos de guerrilhas formados pelo crime organizado, que possuem
inclusive estatutos e regras de conduta. Os ataques dessas quadrilhas são
frequentes contra as forças estatais (polícias e poderes judiciais); inclusive já
anunciaram que possuem como objetivo a derrubada do Estado, para que assim,
possam levantar um novo meio/forma de poder.
[...] nos países nos quais existe como realidade significativa, causa
prejuízos à sociedade em seu conjunto, incluindo também a
infiltração de suas organizações no tecido político, de modo que
ameaça não só as finanças públicas ou outros bens pessoais do
cidadão, mas ao próprio sistema político-institucional 25.
Entretanto, é valido dizer que este tipo de Direito Penal, do Inimigo, não é
um dos ordenamentos mais corretos a se utilizar no nosso país para que
consigamos abaixar os números de delitos, até pelo fato de termos também um
ordenamento com falhas, além de que:
25
Apud: VENANCIO, Ronaldo Cezar Possato. Direito Penal do inimigo no Brasil. Disponível em
Jurisway. Acesso em: 13 mar. 2013
26
MORETI, José Alexandre. O direito penal do inimigo e sua aplicação diante da atual situação
da segurança pública. Disponível em:
Intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/ETIC/article/viewArticle/2155. Acesso em: 13 mar. 2013.
24
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Previsão legal referente à CF/88 (cláusula pétrea) Art. 5º, inciso III:
Art. 5º: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à segurança, e
à propriedade, nos termos seguintes: III- Ninguém será submetido à
tortura nem a tratamento desumano ou degradante.
27
DE MORAES, Alexandre Rocha Almeida. Direito Penal do Inimigo: A terceira velocidade do
Direito Penal. Curitiba. Juruá. 2009. p.250
25
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28
GONÇALVES, Pedro Correia. A era do humanitarismo penitenciário: As obras de John
Howard, Cesare Becc aria e Jeremy Bentham. 2009. p11.
26
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Entretanto, somente em 1892, com o 2º Código Penal, foi abolida a pena de morte e
fiz-se com que surgisse o regime penitenciário, ressaltando que, este tipo de regime
tem intuito de ressocializar e reeducar o detento, ou seja, regime de caráter
correcional.
E, sobre este respeito, Cesare Beccaria defende e muito bem que um dos
maiores freios dos delitos, não é a crueldade das penas, mas a sua infalibilidade.
32
Apud: JINKINGS, Daniella. Disponível em http://global.org.br/programas/ag-brasil-para-melhorar-
sistema-prisional-e-preciso-enfrentar-a-sociedade-afirmam-especialistas/. Acessado em 08 set. 2012.
33
KAWAGUTI, Luis. Brasil tem 4ª maior população carcerária do mundo e deficit de 200 mil vagas. BBC Brasil.
Disponível em http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/05/120529_presos_onu_lk.shtml
Acessado em 08 set. 2012
28
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Luis Kawaguti deu entrevista à BBC Brasil, onde dizia que: "a
superlotação provoca um quadro geral de escassez. Em São Paulo,
por exemplo, o que mais faz falta é atendimento médico, mas
também há (denúncias de) racionamento de produtos de higiene,
roupas e remédios.
34
ASSIS, Rafael Damaceno de. A realidade atual do sistema penitenciário Brasileiro. Disponível em: <
http://br.monografias.com/trabalhos908/a-realidade-atual/a-realidade-atual.shtnl> Acesso em 20 set. 2013.
35
Idem Ibidem
29
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Porém, não se pode jogar tudo contra o governo, dizer que todos os
problemas causados neste sistema, são falhas únicas e exclusivas deste. E isso se
afirma, por conta do perfil da maioria dos detentos; por meio de levantamentos,
mostra-se que os presidiários, não possuíam empregos formais e ainda fazia usos
de entorpecentes, assim como baixo nível de escolaridade.
Hoje em dia, é permitido que por cada três dias de trabalho um dia seja
reduzido da pena total. No art. 1 da LEP, anota-se que os apenados tem previsto por
lei direito ao trabalho, educação, assistência, “condições para a harmônica
integração social do condenado e do internado”, todavia, não se vê cumprimento
nesses quesitos, nem todos os governos estaduais exploram essa possibilidade.
36
ASSIS, 2007, p.2 – Disponível em www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista-
_artigos_leitura&artigoid=10878. Acessado em 15 mar. 2013.
30
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37
FOLCAULT, Michel. Vigiar e Punir. 28 ed. Petrópolis.: Vozes, 2004. Capitulo I, p. 29
38
ASSIS, 2007, p.1 - Disponível em www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista-
_artigos_leitura&artigoid=10878
(Acesso em 20/05/2013)
31
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39
MIRABETE, Julio Fabbrini. Execução Penal. 11ª Ed. Atlas. 2004. p.116
33
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Por fim, consta no art. 54, parágrafo primeiro 42, que o regime disciplinar
diferenciado será aplicado depois de feito um requerimento junto á autoridade
administrativa do presídio e este encaminhar o pedido ao Ministério Publico para que
assim, o juiz de execução penal possa dentro do prazo de até 15 (quinze) dias
notificar através de decisão fundamentada.
40
GOMES, Luiz Flávio; CUNHA, Rogério Sanches; CERQUEIRA, Thales Tácito Pontes Luz de
Pádua. O Regime Disciplinar Diferenciado é Constitucional? O Legislador, o Judiciário e a
Caixa de Pandora. Disponível em:
<http://www.bu.ufsc.br/ConstitRegimeDisciplinarDifer.pdf>. Acesso em: 15 junho 2013.
41
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos territórios. Faltas Disciplinares. Disponível em:
<http://www.tjdft.jus.br/cidadaos/execucoes-penais/vep/informacoes/faltas-disciplinares>. Acesso em:
15 de junho 2013.
42
Art. 54, parágrafo primeiro: “... requerimento circunstanciado elaborado pelo diretor do
estabelecimento ou outra autoridade administrativa...”.
34
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43
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. Parte Geral e Parte Especial. 4 ed.
p.392,393. Revista dos Tribunais. 2009.
35
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a aplicação da pena propriamente dita, mas também sua posterior execução, com
garantia de progressão de regime.
44
MARCONDES, Pedro. Políticas públicas orientadas à melhoria do sistema penitenciário
brasileiro sob o enfoque da função da pena vinculada à função do Estado. Revista Brasileira de
Ciências Criminais. São Paulo. p. 251.
36
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Mas afinal, o que seria uma pena cruel? Alexandre de Moraes define
sobre o que seria uma pena cruel como:
Sendo assim, resume-se que pena cruel trata-se de pena que provoca
sofrimento intenso e humilhação na pessoa, trazendo contigo acentuada ofensa á
integridade humana.
45
RODLEY, Nigel. The treatment of prisoners under the international law. Oxford, 1999. p.281
46
MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil interpretada e legislação Constitucional. 7ªed.
2007
37
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Tem-se ainda outro aspecto que leva argumentos contra o RDD, e esse
por sua vez faz referência ao direito penal do inimigo. Como é sabido diante o
contexto de todo trabalho, trata-se de teoria desenvolvida por penalista germânico
Jakobs que, defende a divisão da sociedade em dois grupos, cidadãos e inimigos.
Tratando, portanto como inimigo aquele que mediante seu comportamento, profissão
ou afiliação a determinada organização se afastou de modo permanente do Direito,
vivendo assim em guerra constante contra o Estado. Melhor dizendo nas palavras
do filósofo Gunther Jakobs,
47
BARROS, Carmen Silvia de Moraes. O RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) É UM ACINTE.
Disponível em: <http://www.processocriminalpslf.com.br/rdd.htm>. Acesso em: 18 de agosto 2013.
39
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Por outro lado, existe a visão favorável a este regime, e os que encontram
deste lado, sustentam que a finalidade da sanção é legitima sim, já que ela tem
como finalidade a busca de um absoluto isolamento dos presos, sejam eles
provisórios ou condenados, que apresentam alto risco a segurança e a ordem do
estabelecimento prisional que se encontram. Adicionam ainda a tese de que a
permanência de determinados presos juntamente com demais de alta
periculosidade, possa ser prejudicial.
48
JAKOBS,Gunther. Direito Penal do Inimigo: Noções e Críticas. 6 ed. Porto Alegre: Livraria do
Advogado. 2012. p.26
49
GRECO, Luís. Sobre o chamado direito penal do inimigo. Revista brasileira de ciências
criminais. São Paulo, v. 56, ano 13, p. 80-112
40
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CONCLUSÃO
Por outro lado, para alguns especialistas em direito, o RDD não se trata
de um laboratório de construção da cidadania, de transformação, muito pelo
contrario, refere-se a um espaço de humilhação e exclusão social. Tendo um
paralelo direto ao RDD em relação a ensurdecedora inconstitucionalidade, de
negação do Direito constituído.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das Penas. 1 ed. São Paulo: Edipro, 1999. P.163
GOMES, Luiz Flávio; CUNHA, Rogério Sanches; CERQUEIRA, Thales Tácito Pontes
Luz de
GONÇALVES, Pedro Correia. A era do humanitarismo penitenciário: As obras de
John Howard, Cesare Beccaria e Jeremy Bentham. 2009. p11.
__________. Direito Penal do Inimigo: Noções e Críticas. 6 ed. Porto Alegre: Livraria
do Advogado. 2012. p.09-36
Kant, Metaphysik der Sitteen (nota 5), p. 255 e ss (1. Theil, 1 Hauptsuck, p. 8) Apud:
JAKOBS,Gunther. Direito Penal do Inimigo: Noções e Críticas.p.27.
KAWAGUTI, Luis. Brasil tem 4ª maior população carcerária do mundo e deficit de 200 mil vagas.
BBC Brasil. Disponível em:
<http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/05/120529_presos_onu_lk.shtml>
Acesso em 08 set. 2012.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Execução Penal. 11ª Ed. Atlas. 2004. p.116
MORETI, José Alexandre. O direito penal do inimigo e sua aplicação diante da atual
situação da segurança pública. Disponível em:
<Intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/ETIC/article/viewArticle/2155>. Acesso em:
13 mar. 2013.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. Parte Geral e Parte Especial.
4 ed. p.392-393. Revista dos Tribunais. 2009.
RODLEY, Nigel. The treatment of prisoners under the international law. Oxford,
1999. p.281