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Quinta-feira • 09 de agosto de 2018 •

972
•1

09 agosto 2018
Ano 18
quinta-feira
e 0.70 iva incluído
Diretor: Luís Baptista-Martins
semanário

Falhou concessão do terminal

rodoferroviário da Guarda
O júri do concurso para a subconcessão da área excluiu a única proposta apresentada e
a Infraestruturas de Portugal terá que lançar novo concurso público para concessionar a
exploração logística da estação onde vão confluir as linhas da Beira Alta e Beira Baixa Pág.5

“Leninha” percorre
COVILHÃ
Apostador ganha
1,5 milhões no
Totoloto
Boletim certeiro foi registado
pela Casa Dinitória, localizada
no centro da cidade, mas o feliz
contemplado ainda não terá
aldeias de Trancoso para
fazer companhia a idosos
reclamado o prémio ______ 7

SABUGAL
Proprietário Para combater a solidão dos idosos do
acusa EDP de concelho de Trancoso, Helena Saraiva criou
corte «abusivo» a “Rugas de Sorrisos”, uma associação sem
de pinheiros
fins lucrativos que conta com o apoio da
João Nobre, dono de um terreno
com pinheiros e carvalhos em Junta de Freguesia, da Misericórdia local e
Badamalos, responsabiliza a EDP da Refood Pág.6
pela destruição de várias árvores
com um desbaste efetuado sob as
linhas elétricas que atravessam a
sua propriedade _________ 11

ESPECIAL
S. BaderTtraoncolosom eu
Bartolomeu 1
o - Feira de S.
Especial Trancos

ente
ser vendido separadam
8 e não pode , ins-
nº972 de 09/08/201 eu em Trancoso
A Feira de São Bartolomde agosto de 1273 por

,
do jornal O Interior
to é parte integrante III a 8
tituída por D. Afonso
Este Suplemen
a duração de
carácter anual e
carta de feira, com
Trancoso
da festa de
uma semana antes

A Feira
15 dias, a começar de origem
o mais notável evento
S. Bartolomeu é
medieval da região. a agora AENEBE
IRA -
o, em 1992,
Entretant da Beira, em
rial do Nordeste
Associação Empresa Municipal de Trancoso, ini-

a Feira da região
parceria com a Câmara modernização
de reorganização,
ciou um processo Bartolomeu
secular Feira de São
e requalificação da mais antiga feira
à vista, já que a
e o sucesso está a acolher anualmen te mais
franca do país continua
de milhares de pessoas. a ser o
de uma centena
económico continua a vida
Se o dinamismo e social,
animação cultural
cerne da feira, a predicados do
passaram a ser
intensa e o lazer,
noites de
evento. e diversificado, as
Com um cartaz rico de 2018
a ser neste agosto
S. Bartolomeu voltarão para os trancosenses. E
e festa
motivo de júbilo s que, como
milhares de forasteiro
também para os à cidade.
todos os anos, rumarem são ainda um importante
As festas de Trancoso e memórias, de
de recordações
palco de encontro emigrantes
dos milhares de
pessoas, em especial a trabalharem em França,
sa,
da diáspora portugue ou noutros países de acolhi-
rgo
Suiça, no Luxembu à sua terra
estes dias regressam âncora de
mento, e que por uma
de S. Bartolomeu
e têm na Feira nas suas férias.
essencial
saudade e lazer

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 2• • Quinta-feira • 09 de agosto de 2018
navalha
Centro Hospitalar
Cova da Beira
da
A passagem a Centro Hospitalar Uni-
versitário confirma o estatuto da unidade
fio
sediada na Covilhã e a sua importância
no contexto regional. É também um sinal
da tutela para os hospitais vizinhos, pois
no
qualquer alteração que vier a ocorrer na
Beira Interior na área da saúde terá sempre
como epicentro o agora Centro Hospitalar
Universitário da Cova da Beira. Álvaro Amaro
bem tentou reivindicar o estatuto de hospital
universitário para a Guarda.
Trancoso
Está de volta mais uma edição da Feira
de São Bartolomeu em Trancoso, a feira
franca mais antiga do país que já ocupa um
lugar de destaque na região e que colocou a
“cidade de Bandarra” no mapa. Com séculos
de história, este certame é considerado uma
montra privilegiada das atividades econó-
micas, serviços, artesanato, gastronomia
e diversão.
David Rodrigues
A Volta a Portugal ainda não acabou
, mas o ciclista guardense tem estado em
destaque e ocupa o top 20 da classificação
geral (isto apesar da infelicidade de queda
na segunda etapa). Habituado a pedalar
em montanha, o trepador tirou partido da
etapa rainha e chegou às Penhas da Saúde
em 19º lugar. Até domingo ainda há muitos
quilómetros para percorrer, mas mais uma
vez David Rodrigues dá prova das suas
qualidades enquanto ciclista.
Volta a Portugal
A maior competição de ciclismo
portuguesa continua a atrair as pessoas à
estrada e a acompanharem pela televisão a
luta diária dos ciclistas, em especial neste
dias de calor tórrido..Não podemos esque-
cer que a Volta só anda pela região porque
as Câmaras Municipais pagam milhares
de euros à organização. Mas esse custo
também é um investimento promocional
relevante dos concelhos junto de milha-
res de seguidores e adeptos do ciclismo.
Mas o sucesso da Volta a Portugal e do
entusiasmo com as bicicletas também tem
aspetos menos positivos: o Rasto de lixo
que a caravana deixa por onde passa e que
ninguém limpa.
CARA
ENTREVISTA
A P
CARA
«Os bombeiros estão
cansados de andar
de mão estendida
para garantir a
sua sobrevivência
financeira»
P – Como está a Associação Humanitária
dos Bombeiros Voluntários da Guarda aos
142 anos de existência?
R - Somos uma associação cuja razão de
existência é hoje, como há 142 anos, servir, cuja
direção e comando trabalham diariamente
para a dotar de mais e melhores meios, huma-
nos e materiais, cuja função primeira é serem
integralmente disponibilizados à população
do concelho da Guarda, designadamente no
combate a incêndios, no âmbito das suas
competências de proteção e socorro, na
emergência pré-hospitalar e no transporte
de doentes. Esta direção tem o desafio
de contribuir para que a instituição seja
capaz de se autossustentar e tenha
como pilar fundamental um corpo de
bombeiros devidamente preparado
e apetrechado para realizar missões
de prevenção, defesa e socorro de
pessoas e bens.
P – Quais são as principais
carências da corporação?
R - Um das principais, e para a
qual quero chamar a atenção da co-
munidade, da autarquia e do Governo,
será a necessidade de mais uma Equipa de
Intervenção Permanente na nossa associação.
É uma reivindicação mais que justa, não só
pela nossa dimensão, como também pela
realidade física e características do concelho
da Guarda, que possui um território muito
vasto com características de montanha, emi-
nentemente agrícola e florestal, e tem invernos
agrestes. É por isso necessário garantir uma
cobertura de maior número de horas do dia e
principalmente reforçar a atual EIP no prin-
cipal horário de existência de ocorrências, o
período laboral. Mais, o nosso corpo de bom-
beiros efetua cerca de 85 a 90% dos serviços
de emergência do município, confrontando-se
com vários e diferentes níveis de risco por se
situar, nomeadamente, na confluência dos
principais eixos rodoviários e ferroviários de
entrada de mercadorias e pessoas no nosso
país. Temos a necessidade urgente de mais
uma ambulância de socorro. O nosso parque
automóvel, nomeadamente ambulâncias, tem
viaturas em final de vida útil que é preciso
substituir. Até ao final deste ano gostaríamos
de ter mais um carro com estas características.
P – Também há carências de efetivos no
corpo ativo?
R - Felizmente não. O corpo de bombeiros
da Guarda é uma estrutura sustentável em ter-
mos de recursos humanos, quer em dimensão
quer em qualificação. Exemplo disso são os 17
novos bombeiros e bombeiras que entraram
em funções no domingo, após o seu juramento.
Estes homens e mulheres, bem como todos
aqueles que temos vindo a formar ao longo
dos anos, são o exemplo acabado de que os
jovens de hoje ainda se sentem atraídos pelo
voluntariado e por esse sentimento altruísta
de se entregarem a uma missão difícil, soli-
dária e humanitária. Este é sem dúvida um
dos maiores projetos que temos em mãos,
conseguir atrair cada vez mais jovens para
a esta causa.
P – Como está a associação em termos
financeiros?
R - Esta direção começou por proceder a
uma estabilização financeira das contas com o
pagamento quase integral da nossa dívida de
curto prazo junto de trabalhadores, fornecedo-
res, prestadores de serviços e, naturalmente,
garantindo as melhores condições operacio-
nais ao corpo de bombeiros. Este equilíbrio
permitiu-nos a aquisição de uma ambulância
ABSC, tendo sido apresentada, no domingo.
É óbvio que vivemos com dificuldades, como
qualquer outra associação humanitária. Vivemos
com uma comparticipação mensal da ANPC, do
subsídio anual do município da Guarda e ainda
da prestação de serviços de emergência pré-
hospitalar e transporte de doentes. A Câmara
tem concedido ainda alguns subsídios extraor-
dinários, como em 2017, cerca de 25 mil euros,
que permitiram diminuir o valor da componente
financeira na compra do novo Veículo Florestal
de Combate a Incêndios (VFCI), também apre-
sentado no domingo. Esta aquisição foi alvo
de uma candidatura ao Programa Operacional
Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos
(POSEUR), elaborada pela anterior direção lide-
rada por Luís Borges, a quem agradeço. Este ano
o município irá comparticipar em 50% o valor
total da compra dos Equipamentos de Proteção
Individual para os novos elementos. Quero tam-
bém agradecer a todos os nossos associados, às
empresas e pessoas anónimas que têm apoiado
esta associação da forma como o têm feito.
E R F I L
Carlos Gonçalves
Presidente da direção da Associação
Humanitária dos Bombeiros Voluntários
Egitanienses
Idade: 57 anos
Naturalidade: Pinhel
Profissão: Engenheiro civil
Currículo: Licenciatura em Engenharia Civil,
especialização de Hidráulica, pela Faculdade
de Ciências e Tecnologia da Universidade de
Coimbra (1986); Pós-Graduação em Redes
e Instalações de Gás Natural. Atualmente
engenheiro civil na Unidade de Saúde Pública
da Unidade Local de Saúde da Guarda, EPE.
Livro preferido: “A Peste”, de Albert Camus
Filme preferido: “A Janela Indiscreta”, de
Alfred Hitchcock
Hobbies: Ler, colecionar Selos e caminhar
P – Qual é o valor das dívidas do SNS e
da ANPC para com a associação?
R - O Estado é o primeiro a não cumprir
as suas obrigações financeiras para com
as associações. Neste momento, o SNS tem
para com esta associação, não incluindo a
faturação relativa a julho, um valor de aproxi-
madamente 119 mil euros pelo transporte de
doentes. A ANPC não tem qualquer valor em
dívida. Quero chamar à atenção, mais uma
vez, para o financiamento municipal das
associações humanitárias de bombeiros,
que deveriam receber um financiamento
público, ajustado e equilibrado, que se
adequasse à respetiva realidade ope-
racional por prestarem um serviço na
área da proteção civil da competência
legal do Estado e das autarquias. Tem
que haver um esforço de convergência
entre o Estado, a Liga dos Bombeiros
Portugueses e a Associação Nacional
dos Municípios Portugueses para ser
definido um modelo de financiamento
adequado à especificidade dos servi-
ços prestados pelos bombeiros em
cada município. Por exemplo, a Câmara
da Guarda emite mensalmente cerca de
24 mil faturas de água. Não seria possível,
de forma legal, incluir em cada uma 0,50
euros para os bombeiros? É só fazer contas:
teríamos cerca de 12 mil euros mensais para
as três corporações e evitavam-se situações de
divergência quanto às comparticipações. Os
bombeiros estão cansados de andar de mão
estendida para garantir a sua sobrevivência
financeira. Se se mantiver esta situação, creio
que se corre o risco de muitas das associações
poderem fechar portas.
P – Isso pode comprometer a operacio-
nalidade da corporação?
R - No que respeita a esta associação
tudo faremos para que nunca esteja em causa
a operacionalidade nem o socorro. Uma parte
significativa das receitas, obtidas nas atividades
de emergência pré-hospitalar e de transporte de
doentes, será sempre canalisada para as despe-
sas nas restantes áreas de socorro, incluindo a
compra de viaturas, a sua manutenção e dos
equipamentos de proteção individual. Não obs-
tante todas as dificuldades, esta direção, com
uma gestão cuidadosa, continuará a melhorar
as condições do serviço prestado à comunidade.
P – Que projetos/iniciativas tenciona
levar a cabo no seu mandato?
R - Gostaria de iniciar o projeto de um
espaço museológico destinado aos bombeiros.
Todas as associações têm carros antigos, muitos
deles em condições muito degradadas, bombas
de água antigas, outros utensílios e equipa-
mentos obsoletos, que poderiam ali colocar e
mostrar ao país a riqueza que cada uma possui.
Um equipamento desta dimensão contribuiria
sem dúvida para a tal coesão territorial, para
o desenvolvimento de uma região que todos
ambicionamos conseguir.

Tanto para se mudar
opinião
Fidélia Pissarra de assunto...
As refeições lá de casa, nunca foram para mei-
guices! Às vezes, começavam com a mãe a avisar
que quando o pai chegasse é que ia ver. O que, de
acordo com a falha em que fora apanhada, me dava
alguma vantagem para, por um lado especular sobre
o tipo de “vistas” que me esperava e, por outro lado,
engendrar escapatória à altura das alhadas em que me
metia. Está-se mesmo a ver que, previamente munida
de uma coleçãozita de assuntos, conseguia com muito
mais facilidade desviar a conversa para terreno que me
fosse favorável.
“Porque demoraste tanto a chegar da escola?”
“Ah, já me esquecia, a minha professora disse que
preciso de uns lápis de cor novos”. “Onde é que
andaste, toda a tarde?” “Olha, a madrinha já tem
outro gato!” O que é que a mim me interessa o gato
da madrinha?” “É que este é mesmo igualzinho ao
que nós tínhamos...” Esquivando-me a respostas,
fatalmente incriminatórias, lá ia conseguindo silenciar
o adversário que, num volte face, acabava a sentir-se
apanhado numa qualquer falha parental. Secretamente
orgulhosa desta tática, vivi largo tempo convencida
de que eu própria a tinha inventado. Peculiaridades
infantis! Tudo coisas, supostamente, desvanecidas
pela escola dos livros e da vida.
Supostamente, porque continuo a observá-las
tanto em adultos, como em pequeninos da pré-escola.
Facto que ora me espanta, ora me irrita. “Diz-me qual o
serviço aonde me devo de dirigir.” “Ah! Eu não costumo
estar aqui, sabe? Vá, venha cá que eu lhe digo onde é
que deve de ir perguntar.” Pronto: chego como cliente,
parto como néscia! E, se bem que algumas destas
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situações ainda me irritem, lembrando-me que posso
sempre gritar, como o meu pai fazia, “quero lá saber
onde é que costuma estar!” costumo preferir ficar-me
pelo espanto. Não vá alguém replicar que era costume
estar nalgum sítio parecido com o meu! Descubro,
assim, que continuo algo hábil na arte de mudar de
assunto. Eu e o resto da humanidade. Nada como, na
iminência da aproximação de “vistas” potencialmente
temíveis, provocar deliberadamente um impercetível e
eficaz trocar de agulhas. Aposto que a maioria ainda o
faz! Pelo menos a maioria dos nascidos, como eu, no
tempo em que à mesa é que se ajustavam as contas na
socialização da garotada. Muito ensaio na arte de mu-
dar de assunto, assim se fez! Ele era para não macular
a imagem, ele era para não ser apanhado a mentir, ele
era para não confessar o inconfessável... Pode parecer
pouco honesto, mas acho que acaba por não ser tão
mau, tão básico, nem tão ilegítimo, como mentir com
todos os dentes e, no fim, ter a lata de nem disfarçar.
Por exemplo, estão a ver o presidente daquele país
que adotámos como referência sociológica? Agora,
tentem lá lembrar-se do outro que ainda tinha a cortesia
de mudar sempre de assunto quando lhe perguntavam
o que tinha andado a fazer com uma Mónica. Ah! Era
muito mais interessante, púdico e educado que este
latoeiro descarado que passa a vida a negar o inegável,
não era? Modernices, provavelmente, muito perigosas.
Caso para perguntar, se já nem a conservadora e pu-
ritana América aparece para o almoço, a quem é que
as mães se irão queixar dos desvairados penteados
com que, eventualmente, a garotada, as possa vir
apoquentar?
Quinta-feira • 09 de agosto de 2018 • •3
editorial Luís Baptista-Martins
baptista-martins@ointerior.pt
Salve-se quem puder
1
Este é um verão atípico em Portugal. Julho foi o mais fresco dos
últimos anos, mas agosto está a ser escaldante. Os primeiros
dias do mês chegaram com temperaturas recorde. E voltámos a
falar da canícula, também conhecida por “calor-cão” (para os gregos, a
época de canícula dependia da posição da estrela Sirius, que faz parte da
constelação Canis Major ou cão-maior). Aquilo que para alguns é calor
consequência da poluição, é um “velho” conhecido com temperaturas
acima da média, mas que confirma o efeito dominó das alterações
climáticas – a canícula que chegou a Portugal nos primeiros dias de
agosto faz-se sentir, também, por todo o hemisfério norte, com um
calor sufocante e grandes incêndios.
2
E com o calor chegaram os incêndios. Como todos os anos (arde
a sul, porque o norte e centro já foram queimados…). Mas antes
de olharmos para o que ficou por fazer ou para as falhas no com-
bate ao fogo em Monchique, temos de ter a honestidade intelectual de
reconhecer que este governo se empenhou em forçar a limpeza das
matas, maximizou a mobilização de recursos como nenhum outro e
deu à floresta a relevância que merece. Evidentemente, fê-lo como
consequência da enorme tragédia de 2017, em que arderam mais de
500 mil hectares, em especial no centro e norte de Portugal, com mais
de cem mortes, num flagelo que não podemos esquecer. Depois da
impressionante tragédia do ano passado, com a qual os socialistas não
souberam conviver, o governo respondeu com medidas extraordinárias
e regulamentação urgente, nomeadamente na obrigatoriedade de lim-
peza das zonas próximas das casas, povoações e vias de comunicação.
Mas a resposta pronta era óbvia. O governo que não deu conta do
recado (porque governar é prevenir; porque governar é responder com
capacidade e rapidez às calamidades; porque governar é defender as
pessoas e o meio; porque governar é ser capaz de zelar pela vida…),
nem pediu desculpa (e a ministra demitida continua a sentir-se injus-
tiçada), deu-se por satisfeito com o pouco que fez.
Chegados aqui, depois de um julho anormalmente húmido, o
ministro Cabrita, com a sua habitual altivez e sobranceria, espalhou a
mensagem de que o governo tinha feito um trabalho «notável» e por
isso a novidade era «não haver notícias de incêndios». Mas bastaram
dois dias de canícula, de humidade reduzida e calor extremo, para as
chamas voltarem a incendiar a Serra de Monchique e o debate sobre
o combate, a negligência, a falta de planeamento, a incapacidade de
comandar tantos meios e a falta de seriedade na análise e comentário
ao flagelo. Bastaram dois dias de verão, para Portugal ficar de novo
refém do medo ao fogo, preso à discussão do que falhou e do que
podia ter sido feito. Mais uma vez, António Costa quis falar no trabalho
perfeito que o governo estava a fazer na floresta, quando o que se
exigia era trabalho, humildade e prevenção. O governo preferia falar em
sucesso no combate ao fogo, quando as condições climatéricas não
exigiam resposta. O ministro Cabrita criava um léxico de adjetivação e
de comunicação em que se davam os parabéns a todos, porque todos
executaram um trabalho «notável» (?!?).
E afinal, bastaram dois dias de canícula para mostrar toda a
inoperância na prevenção, toda a fragilidade no combate, toda a deso-
rientação no comando.
E, em síntese, a pergunta central: como é possível deixar a Serra
de Monchique a arder durante uma semana, com meios como nunca?
Mais do que alocar mais meios, faz falta estudar a floresta,
promover a economia local, limpar e levar desenvolvimento ao
campo, mas também alterar a rota de combate. O fogo tem de ser
combatido, de forma musculada, quando começa, quando ocorre
a primeira ignição, e não ficar à espera junto às povoações, para
depois, com tudo a arder, obrigar as pessoas a saírem de casa, a
abandonar tudo, porque «o mais importante é salvar as vidas» -
sim, o mais importante é salvar vidas humanas. Mas não, assim
não se salva o meio, assim não se salva nada! Não, o fogo tem de
ser combatido no mato, onde arde, antes de se agigantar e levar
tudo na frente. E não, os milhões investidos em jipes, camiões ou
aviões, não podem ser apenas para gritar às pessoas para fugirem,
para deixarem tudo para trás, tem de ser para combater o fogo de
forma rápida e intensa. Há muito a fazer, e não se pode fazer tudo
de um ano para o outro, mas é preciso fazer melhor.
4• • Quinta-feira • 09 de agosto de 2018
Figueira de Castelo Rodrigo
entre os locais mais baratos
do país para comprar casa
Se a Guarda se destaca por ser o concelho mais caro, foi em Aguiar da Beira que houve o maior aumento.
Descubra o preço por metro quadrado na Beira Interior
Comprar casa em Figueira de Castelo Rodrigo custa em média 152 euros o metro quadrado
Ana Eugénia Inácio
Na região, é na cidade mais
alta que continua a ser mais
caro comprar casa. Segundo
dados revelados pelo INE so-
bre o preço do metro quadrado
por habitação, no primeiro tri-
mestre do ano, esse custo era,
em média, na Guarda de 603
euros. Um valor ainda assim
ligeiramente inferior (menos
quatro euros) que no final de
2017.
A capital de distrito não é
exceção na Beira Interior nesta
redução de preço, embora a
nível nacional os dados mos-
ENSINO
CDS questiona tutela sobre vagas atribuídas
ao Conservatório da Guarda
Numa pergunta enviada à
tutela, os deputados do CDS-PP
Ana Rita Bessa e João Rebelo
querem saber se o Ministério
da Educação está disponível
para rever o número de vagas
atribuídas este ano ao Conser-
vatório de Música de S. José,
na Guarda, tendo em conta
«as circunstâncias concretas»
da escola.
Os parlamentares consi-
deram que a instituição foi
«de novo penalizada» no Con-
trem na sua grande maioria o
contrário. A subida dos preços
das casas em Portugal acelerou
no primeiro semestre, sobre-
tudo em Lisboa e Porto, onde
os aumentos médios foram
superiores a 20 por cento. Mas
a tendência foi contrariada
noutros cinco concelhos da
região: Almeida, Calorico da
Beira, Fornos de Algodres,
Mêda e sobretudo para Figuei-
ra de Castelo Rodrigo, que é já
o segundo município do país
com a média mais baixa. Nos
primeiros três meses do ano,
comprar casa neste concelho
custava em média 152 euros
o metro quadrado, um valor
curso Contrato de Patrocínio
2018-2024 com o corte de três
alunos no Curso Básico, sem
que tenha sido considerado «o
número (ou a média) de alunos
que frequentaram o Conserva-
tório (ainda que não financia-
dos) nos anos anteriores, nem
a redução de alunos verificada
no Curso Secundário, cujas ver-
bas poderiam transitar para os
alunos do Curso Básico, o que
permitiria à escola manter os
números do Curso Secundá-
DR
apenas superado pela Pampi-
lhosa da Serra, onde o metro
quadrado custa 130 euros.
Por outro lado, a Covilhã
ocupa o lugar de segundo mais
caro da Beira Interior. Depois de
ter encerrado o ano com uma
média de 544 euros por metro
quadrado, nos primeiros três
meses de 2018 atingiu o valor
mais alto dos últimos anos e
o metro quadrado de uma ha-
bitação custa em média 592
euros. Segue-se o Fundão, com
493 euros, mais 50 que no final
de 2017, e Seia, que aumentou
10 euros relativamente ao final
do ano passado, fixando-se em
2018 em 428 euros. Logo atrás
rio». O CDS recorda que neste
ano letivo o Conservatório vai
abrir o Curso Básico de Música
no Agrupamento de Escolas da
Sé e que os alunos da Guarda
não têm «qualquer outra opção
para frequentar o Ensino Artís-
tico Especializado». E conside-
ram que o caso «demonstra o
contínuo desinvestimento que
este Governo tem vindo a fazer
no interior do país, de forma
geral, e no Ensino Artístico
Especializado, em particular».
Preços por metro quadrado
Concelho 1º Trimestre 2018 Final 2017
Beiras e Serra da Estrela 474
Belmonte 398 384
Covilhã 592 544
Fundão 493 443
Almeida 216 241
Celorico da Beira 237 299
Figueira de Castelo Rodrigo 152 161
Fornos de Algodres 344 357
Gouveia 325 273
Guarda 603 607
Manteigas 409 278
Mêda 298 333
Pinhel 278 250
Sabugal 247 237
Seia 428 418
Trancoso 282 241
Aguiar da Beira 305 185
Vila Nova de Foz Côa 304 247
vem Manteigas, que é também (247 euros), Celorico da Beira
um dos casos mais gritantes ao (237 euros) e Almeida (216
registar um aumento de quase euros), são os concelhos que
50 por cento desde o final de se seguem. Quando compara-
2017. Se antes o metro quadra- dos à média nacional, onde a
do na vila serrana custava, em média por metro quadrado é
média, 276 euros, o valor está cerca de 950 euros, nos con-
agora nos 409 euros. celhos da região praticam-se
Surgem depois Belmonte valores bastante inferiores.
(398 euros), Fornos de Algo- Sem surpresas, é em Lisboa
dres (344 euros), Gouveia (325 que se encontra o preço mais
euros) e Aguiar da Beira (305 elevado, 2.581 euros por metro
euros), outro caso surpreen- quadrado, seguindo-se Cascais
dente, uma vez que aumento e Loulé. Apesar de ser no litoral
é de quase 65 por cento em que os preços disparam, Évora
relação a 2017. Vila Nova de é o concelho do interior do
Foz Côa (304 euors), Mêda país que se destaca por serem
(298 euros), Trancoso (282 praticados valores acima dos
euros), Pinhel (278). Sabugal mil euros.
GUARDA
PSP deteve mulher e apreendeu
2.792 euros de material contrafeito
na feira quinzenal
A PSP da Guarda confirmou rança Alimentar e Económica
que deteve uma mulher por (ASAE). Presente aos serviços
posse de arma proibida na úl- do Ministério Público, a detida
tima feira quinzenal da cidade, de 45 anos tinha, na sua posse
realizada no passado dia 1, e uma «arma de agressão, vulgo
apreendeu 295 peças de roupa “moca”», que foi apreendida.
e acessórios contrafeitos. Num Já o material contrafeito está
balanço da operação divulgado avaliado em 2.792 euros, tendo
no dia seguinte, o Comando sido instaurados cinco pro-
Distrital da polícia adiantou cessos pela prática de crime
que a ação – noticiada por O contra a propriedade indus-
INTERIOR – envolveu elemen- trial e identificados quatro
tos da Autoridade de Segu- indivíduos.
 Quinta-feira • 09 de agosto de 2018 • •5

COVILHÃ
Americanos interessados
na prospeção de volfrâmio
Uma empresa dos Estados
Unidos da América quer fazer
prospeção de volfrâmio numa
área que abrange os concelhos
da Covilhã, Fundão e Pampi-
lhosa da Serra e já requereu
autorização para o efeito à
Excluído único
dades como S. Jorge da Beira,
Casegas e Ourondo (Covilhã),
Silvares (Fundão) ou Dornelas
candidato
ao terminal
do Zêzere (Pampilhosa), numa
área que, apesar de próxima, já
fica fora do couto mineiro das
Minas da Panasqueira.

Direcção-Geral de Energia e
Geologia (DGEG).
O pedido, que será agora
alvo de análise, foi apresen-
rodoferroviário
Contactado pela agência
Lusa, Corrêa de Sá, administra-
dor da Beralt Tin and Wolfram,
concessionária das Minas da

tado pela Godolphin Mining
Services, tendo sido publicado
na passada quarta-feira em
“Diário da República” (DR).
O documento especifica que
está em causa a «atribuição de
direitos de prospeção e pes-
quisa de depósitos minerais
de volfrâmio, estanho e outros
metais associados» numa área
denominada “Cebola”, localiza-
da Guarda
Panasqueira e pertencente
à multinacional canadiana
Almonty Industries, garantiu
que a empresa é totalmente
alheia a este pedido e que
não existe qualquer relação
entre as firmas. O aviso do Infraestruturas de Portugal terá que lançar novo concurso público
DR também esclarece que,
dentro dos termos da lei, para concessionar a exploração logística da estação onde vão
todos os interessados neste confluir as linhas da Beira Alta e Beira Baixa
processo dispõem agora de DR

da nos concelhos da Covilhã, 30 dias para apresentarem

Fundão (distrito de Castelo
Branco) e Pampilhosa da Serra
(distrito de Coimbra), num
total de 88,928 quilómetros
quadrados. O mapa referente
ao pedido, que se encontra na
página da internet da DGEG,
mostra que a zona de prospe-
ção requerida abarca locali-
reclamações fundamentadas
ou propostas contratuais.
«O pedido está patente para
consulta, dentro das horas
de expediente, na Direção de
Serviços de Minas e Pedreiras
da Direcção-Geral de Energia
e Geologia, em Lisboa», aponta
a informação.

ULS GUARDA
Equipa de apoio psicossocial
nos cuidados paliativos
A Unidade Local de Saúde
(ULS) da Guarda é uma das dez
instituições de saúde selecio-
nada pela Fundação “la Caixa”
e pelo Ministério da Saúde para
criarem equipas de apoio psicos-
social nos cuidados paliativos.
O Programa Humaniza con-
templa também ajudas à quali-
ficação profissional de médicos
em cuidados paliativos, a criação
de equipas domiciliárias, apoio
a associações para implementa-
ção de projetos de sensibilização
pública e promoção de apoio no
processo de doença e de luto.
Está ainda prevista a criação de
Espaços “la Caixa” em ambiente
hospitalar dedicados ao acolhi-
mento para atividades diárias de
pessoas com doenças avançadas
e familiares e de centros de ex-
celência em cuidados paliativos,
entre outras iniciativas. Segundo
os promotores, o modelo de in-
tervenção por equipas de apoio
psicossocial (EAPS) foi executa-
do «com grande sucesso há nove
anos em Espanha» e foi agora
alargado e adaptado a Portugal.
Estas equipas são consti-
tuídas por profissionais com
formação e experiência para
prestar apoio psicossocial e
espiritual em situações de do-
ença avançada, com vista «a
melhorar os aspctos emocionais
(ansiedade, tristeza, mal-estar
emocional, adaptação ao esta-
do de doença), favorecendo o
bem-estar dos doentes e seus
familiares».
DR
Terminal tem uma área superior a 22 mil metros quadrados
Luis Martins
Falhou a primeira tentativa
para concessionar a exploração
do terminal rodoferroviário da
Guarda. O júri do concurso para
a subconcessão da área excluiu
a única proposta apresentada,
confirmou a O INTERIOR a In-
fraestruturas de Portugal (IP).
«No passado dia 27 de ju-
lho foi colocado na Plataforma
Eletrónica o relatório prelimi-
nar de análise e avaliação das
propostas, tendo o júri proposto
a exclusão da proposta apresen-
tada. Decorreu até 3 de agosto
o período de audiência prévia»,
acrescentou o gabinete de co-
municação da empresa, sem
adiantar mais pormenores. O
procedimento tinha sido aberto
a 3 de maio e destina-se à con-
cessão da exploração do termi-
nal rodoferroviário da Guarda.
O objetivo da IP é adjudicar a
«exploração de bens do domínio
público ferroviário, com a área
de 22.170 metros quadrados no
terminal ferroviário da Guarda,
para a realização de cargas,
descargas e armazenamento de
mercadorias transportadas por
caminho-de-ferro». A concessão
será por cinco anos com a pos-
sibilidade de renovação por pe-
ríodos sucessivos de um ano até
um limite de duas renovações.
Quanto à adjudicação, ela
será feita de acordo com «o
critério do preço mais ele-
vado para a concessão de
exploração, considerando-se
este como o valor mensal que
o concorrente se dispõe a
pagar por todo o período de
concessão, não podendo esse
preço contratual ser inferior a
1.679,00 euros por mês», lia-se
no documento publicado em
“Diário da República” em maio.
A Plataforma Rodoferroviária
da Guarda localiza-se a 30
minutos da fronteira de Vilar
Formoso, exatamente na con-
fluência de várias linhas, com
a denominada Concordância
das Beiras, que permite fechar
a malha constituída pela Linha
do Norte, a Linha da Beira Alta
e a Linha da Beira Baixa. Atu-
almente este terminal possui
quatro linhas ferroviárias com
cerca de 150 metros (cada
uma) e, apesar de estar inativa,
tem uma capacidade máxima
de parqueamento de cerca de
400 TEU´s (TEU é a unidade
que representa a capacidade
de carga de um contentor de
mercadorias) e acessos rodo-
viários diretos.
Aquando da abertura do
concurso, Álvaro Amaro, pre-
sidente da Câmara da Guarda,
declarou tratar-se do «primeiro
passo para uma pretensão anti-
ga» da autarquia. «O município
há muito reclamava para a
cidade o estímulo à captação de
investimento ligado à logística
e ao transporte», sublinhou o
autarca, para quem «seria um
absurdo que uma cidade às
portas de Espanha, bem servi-
da de estruturas ferroviárias e
rodoviárias e com uma plata-
forma multimodal, não fosse
vista como um local estratégico
e com um potencial importan-
tíssimo para o desenvolvimento
do país».
6• • Quinta-feira • 09 de agosto de 2018
S as aldeias de Trancoso pa
Sociedade
FUNDÃO
Monografia
histórica
da Orca
apresentada
sábado
Realiza-se no sábado
(18 horas), na Capela de
Nossa Senhora da Oliveira,
na Orca (Fundão), a apre-
sentação do livro “Orca
– Monografia Histórica de
uma Freguesia com um Pas-
sado Multimilenar”, de Joa-
quim Candeias da Silva.
Nascido a 27 de outubro
de 1946, na Orca, Joaquim
Candeias da Silva licenciou-
se em História na Univer-
sidade de Coimbra, sendo
ainda mestre pela Faculdade
de Letras da Universidade
de Lisboa e doutor em Le-
tras (História) pela mesma
faculdade. Foi professor dos
ensinos Secundário e Supe-
rior, orientador pedagógico
e da Formação Contínua,
deputado municipal, diri-
gente associativo e sindical
e membro de diversos júris
e comissões técnicas. Como
historiador, participou em
múltiplas atividades e even-
tos e tem-se dedicado ao
estudo da Expansão Portu-
guesa, da Idade Moderna e
das Áreas Regionais, sem
nunca esquecer as suas ori-
gens, tendo produzido até
ao momento dezena e meia
de livros autónomos e cerca
de três centenas de estudos
e artigos. A 9 de junho de
2005 foi agraciado com a
Medalha de Prata de Mérito
Municipal pela Câmara Mu-
nicipal do Fundão.
“Leninha”, a mulher que
companhia a idosos
Sara Guterres
Para combater a
solidão dos idosos do
concelho de Trancoso,
Helena Saraiva criou
a “Rugas de Sorrisos”,
uma associação sem
fins lucrativos que
conta com o apoio da
Junta de Freguesia, da
Misericórdia local e da
Refood.
A Aldeia de Santo Inácio fica
a menos de três quilómetros de
Trancoso. Ali vive José Aguiar,
numa pequena moradia sem água
nem luz, e é dos poucos que insis-
te em ficar. Por estes dias chega-
ram emigrantes, vindos da Suíça,
mas daqui a oito dias a aldeia
volta a esvaziar-se de pessoas.
Com 80 anos, nunca casou nem
teve filhos e, de há um ano para
cá, o que lhe vale é a companhia de
Helena Saraiva, que o visita todas
as semanas.
«É o melhor que tenho, con-
fiar nela. Devo-lhe tudo», diz,
emocionado. De sorriso fácil e
com um sentido de humor con-
tagiante, José Aguiar não poupa
elogios à “Leninha”, como é co-
nhecida pelos seus “velhotes”: «É
boazinha, é amiga de fazer bem
às pessoas e estima quem precisa.
Se aqui estiver morto na cama
ninguém bate à porta, só ela»,
declara o morador. Mas “ganhar” a
confiança do senhor Zé não foi ta-
refa fácil e Helena Saraiva teve que
superar muitas barreiras: «Quan-
do a vi não dava nada por ela, com
a roupita de trabalho, ao pé dos
guardas. Quase nem sabia falar»,
confidencia o octogenário, recor-
dando o dia em que a voluntária
lhe bateu à porta acompanhada
pela GNR. «Fiz um requerimento
que me permitiu andar com uma
patrulha nas visitas domiciliárias
e isso possibilitou que as pessoas
me recebessem de outra forma»,
acrescenta a presidente da “Rugas
de Sorrisos”.
«Nesse dia pedi-lhe que me
fosse buscar lenha e ela logo me
atendeu», revela José Aguiar, logo
interrompido por Helena Saraiva
para dizer, entre risos, que «ele
pensava que eu não aparecia cá
mais». Mas o senhor Zé enganou-
se e agora, de manhã à noite, «não
espero por ninguém a não ser por
ela». Com uma vida complicada e
a viver em condições miseráveis,
A mensalidade é de 38 euros para quem está sozinho e de 48 para quem está
acompanhado, podendo variar consoante as horas
foi através da associação que José
Aguiar, que sabe ler e escrever, fez
o cartão de cidadão e começou a
receber a reforma. Ainda que uma
deficiência no pé lhe dificulte o
andar, o morador na Aldeia de
Santo Inácio não para e, além da
companhia da “Leninha”, não dis-
pensa cuidar diariamente da sua
horta. Terminada a visita, Helena
Saraiva despede-se alertando José
Aguiar para comer a sopa e o resto
da comida, acondicionada em “tu-
pperwares”, que deixou em cima
da mesa da cozinha: «Não tem
frigorífico e com o calor a comida
não aguenta muito tempo», refere
a benemérita.
Felisbela e Maria Luísa
renasceram
“Leninha” segue para Cas-
taíde onde vive a D. Felisbela,
com 74 anos, que a recebe com
um abraço caloroso. A anfitriã
não regateia elogios à “Rugas de
Sorrisos” e confessa que voltou a
renascer: «Faz-me muito bem e
gostava que continuasse», con-
fessa. Com cinco filhas formadas
e uma delas a viver em Trancoso,
a D. Felisbela sempre esteve ha-
bituada a conviver com pessoas
e quando teve que abandonar o
que fazia sentiu-se “vazia”: «Os
meus pais queriam que estudasse,
mas eu quis aprender a costurar
SG
e a fazer bordados. Ensinei mui-
ta gente, cheguei a ter turmas
de 30 e 40 pessoas», recorda,
acrescentando que abriu ainda
um supermercado em Trancoso.
É uma comunicadora nata, a
quem a “Rugas de Sorrisos” deu
novamente a possibilidade de ser
«criança» e fazer atividades de
que gosta, como o teatro. «Esta
é a senhora que refilava comigo
quando fizemos a coreografia»,
interrompe Helena Saraiva, afir-
mando, em tom de brincadeira,
que, «para vergonha» sua, hou-
ve alguns ensaios em que teve
que «tomar Voltaren porque
não conseguia mexer o braço e
eles continuavam». É que «eles
adaptam-se mais facilmente a
algo que eu lhes peça do que eu»,
garante Helena Saraiva, que ten-
tou aprender com a D. Felisbela a
cortar uma saia, mas sem sucesso.
«Eu escrevi ponto por ponto num
caderno e ainda hoje não sei fazê-
lo», lamenta.
Na mesma freguesia mora
Maria Luísa. Tem três filhas, mas
vivem todas em Viseu e a “Le-
ninha” foi um anjo que caiu do
céu. «A “Rugas de Sorrisos” tem
muito valor porque estava aqui
sozinha. Veio dar-me muita vida»,
declara, dizendo que é pena que
a “Leninha” «não consiga juntar-
nos mais vezes» por causa do
transporte. «O que ela precisa é de
alguém que a ajude», apela Maria
Luísa, que vive numa zona com
algumas casas, mas quase todas
vazias. «Se não fosse a Lena, as
minhas filhas não me queriam cá
sozinha», acrescenta a sexagená-
ria. A filha Rosa Castanheira, de 55
anos, confirma: «Está aqui por op-
ção dela. Queríamos que estivesse
ao pé de nós, mas não quer deixar
a sua casa», refere, garantindo que
agora que está no projeto é mais
uma força para ficar. «No Inverno
ela até vai, mas no verão não quer.
Porquê? Para estar perto da Lena.
Às vezes ficamos com um bocadi-
nho de ciúmes, mas sabemos que
é bom para ela», acrescenta Rosa
Castanheira, constatando que a
mãe está «mais satisfeita e feliz».
E para Helena não há melhor
recompensa do que ver os seus
“velhotes” sorrir: «Como se pode
desistir de pessoas assim, que nos
educam?», interroga a presidente
da “Rugas de Sorrisos”, para quem
a melhor retribuição é ver «que os
deixei bem, que ficaram felizes,
que fiz alguma diferença no seu
dia-a-dia».
No inverno, Maria
Augusta passa dias sem
ver ninguém
A próxima paragem é Sin-
trão, onde vive Maria Augusta,
de 85 anos. Mal se chega ao por-
tão da casa somos recebidos por
outra fiel companheira – a cade-
la Fofinha. «Agora temos esta
menina que se ocupa de nós, que
é uma queridinha connosco»,
declara a dona, esclarecendo
que «a “Leninha” vem de longe,
também faz um sacrifício para
nos aturar, mas é muito gentil».
Com dois filhos emigrados em
França, Maria Augusta garante
que os dias de Verão passam-se
melhor do que os de Inverno:
«Nessa altura estou aqui dias
inteiros sem ver ninguém. Vale-
me a companhia da televisão e
quando vem a “Leninha”», conta.
Para o lar não quer ir, mas o
futuro é incerto: «Quero que me
tragam a comidinha a casa quan-
do eu não puder, mas para lá não
queria ir», insiste a moradora.
«A maior parte destas pessoas
não quer ir para o lar. Nem é
pelo lar em si, porque sabem
que vão ter acompanhamento e
carinho, mas há regras que não
são as delas. O quarto, por muito
bonito que seja, não é o deles»,
justifica Helena Saraiva.
 Quinta-feira • 09 de agosto de 2018 • •7

percorre
COVILHÃ

Casa Dinitória vendeu

ara fazer primeiro prémio do Totoloto
O popular jogo da sorte
Totoloto fez, no passado sába-
AEI

Rugas de Sorrisos apoia 13 idosos do, mais um milionário que se

não é da Covilhã, andou pelo
Se é para ter rugas que seja de tanto rir, é esse o lema e o ponto menos por lá na última semana.
de partida para Helena Saraiva criar um projeto que, em outubro A chave de números certeira foi
de 2017, viria a tornar-se numa associação sem fins lucrativos. registada pela Casa Dinitória,
«Sempre gostei muito de trabalhar com idosos e crianças. Ou me localizada no centro da cidade,
dedicava a uns ou aos outros», confessa. mas o feliz contemplado ainda
Criada pelos avós, Helena Saraiva tem “a seu cargo” 13 idosos não terá reclamado o prémio de
– de Trancoso, Castaíde, Aldeia de Santo Inácio, Sintrão e Rio de mais de 1,5 milhões de euros.
Moinhos – mas inicialmente acompanhava mais de 30. «O servi- A única coisa que sabe para
ço foi gratuito durante um ano», recorda a mentora do projeto, já é que novo milionário «jogou
lembrando que na altura a adesão superou expectativas. «Houve durante a semana, não sabemos
mais inscrições, nós é que não tínhamos capacidade de resposta», o dia, mas sabemos que foram
confirma Helena Saraiva, adiantando que houve desistências as- duas apostas», referiu a respon-
sim que o serviço começou a ser cobrado. «Sempre pensámos que sável da casa da sorte, Maria da
ao constituir a associação as coisas melhorassem, que tivéssemos Conceição Vitória. Se coube à
mais apoios e conseguíssemos fazer o que ainda não estava feito, máquina escolher os números,
mas não aconteceu», lamenta Helena Saraiva, segundo a qual as ou se foi o próprio jogador que
portas «ainda estão um bocadinho fechadas» e há pessoas que selecionou a conjugação pre- emigrantes e outras caras para tim premiado com mais de 1,5
«não entendem a finalidade» da “Rugas de Sorrisos”. «Não faço miada também ninguém sabe. além daquelas a que já estamos milhões de euros «atraia mais
sombra, eu só quero que quem ainda não precisa de um lar, que «Até ao momento ainda está no habituadas». apostadores». Mas esta não é
ainda tem autonomia e pode estar sozinho, sorria. Eu não faço segredo dos deuses, e nem sa- Nos últimos anos Maria a primeira vez que o estabele-
milagres, eu dou-lhes tempo», sublinha. bemos se irá aparecer alguém», da Conceição Vitória nota que cimento se transforma na casa
pois o valor em causa obriga «o Totoloto tem caído muito», da sorte: «Há muitos anos que
a que seja reclamado junto da hoje em dia é o Euromilhões damos muitos e bons prémios»,
Falta de apoios coloca associação em risco Santa Casa da Misericórdia. Há que tem enchido mais olhos afirma a proprietária, fazendo
também a possibilidade do ven- dos apostadores, mas recorda referência à lotaria e ao segundo
Por agora, a “Rugas de Sorrisos” “sobrevive” da mensalidade cedor nem residir na Covilhã. que, «embora dê mais dinheiro, e terceiro prémios do Euromi-
paga pelos idosos e conta com o apoio da Junta de Freguesia, da Segundo a responsável, «nesta é também muito mais difícil e lhões. «Falta ainda o primeiro
paróquia de Trancoso e da Refood. altura é mesmo uma incógnita, caro». A dona da Casa Dinitória prémio. Vamos lá ver se pega»,
«A nossa maior falha é a nível financeiro», queixa-se Helena apercebemo-nos que há muitos espera agora que este bole- diz, entre risos.
Saraiva, que durante cinco meses trabalhou gratuitamente e teme
que até ao final do ano não estejam criadas as condições para con-
tinuar: «Isso deixa-me de coração apertado porque não sei muito
AMBIENTE
bem como dizer aos nossos utentes que até dezembro estamos
garantidos, mas depois não sabemos», lamenta a responsável, cujo
Resiestrela sensibiliza comércio e empresas
objetivo é «melhorar o serviço» com recursos humanos, material
e transporte. Normalmente Helena Saraiva anda com o seu carro
para separação multimaterial
e, «quando é preciso», tem o apoio do padre Joaquim Duarte, que Integrada numa candida- visitar mais de mil estabe- drigo, Fornos de Algodres, Fun-
disponibiliza a carrinha da paróquia. «Estamos sempre dispostos tura financiada pelo Programa lecimentos, para apresentar dão, Guarda, Manteigas, Mêda,
a ajudar, seja com a carrinha ou na divulgação das atividades. Operacional Sustentabilidade o serviço de recolha porta a Penamacor, Pinhel, Sabugal e
Tudo aquilo que se puder fazer pela melhoria da qualidade de e Eficiência no Uso de Recur- porta de materiais recicláveis. Trancoso, «têm como objetivo
vida das pessoas vamos fazendo todos», assume o pároco, para sos (POSEUR), a Resiestrela Estas ações de sensibiliza- reforçar a informação sobre os
quem seria «interessante e necessário conjugar mais esforços». tem em curso uma campanha ção que vão ser implementadas benefícios de adotar compor-
E, na sua opinião, a ação da “Rugas de Sorrisos” podia ser «mais de sensibilização ambiental, nos meses de agosto e setembro, tamentos ambientalmente cor-
eficaz» se tivesse mais apoios. denominada “Comércio a re- nos municípios de Almeida, retos no âmbito da valorização
Também o presidente da Junta de Freguesia de Trancoso ciclar”, dirigida ao pequeno Belmonte, Celorico da Beira, dos resíduos urbanos», segundo
apoia o projeto: «Quando a Helena veio ter comigo fizemos-lhe comércio e serviços, que prevê Covilhã, Figueira de Castelo Ro- a Resiestrela.
um contrato de trabalho durante um ano. Uma das realidades
que ela nos contou era que nem toda a gente lhe abria a porta de PUB
l
casa e então achámos que se levasse o selo da Junta seria mais Av. S.Migue
Pinhel
fácil. Esse foi o primeiro apoio direto», lembra André Pinto. Neste A23 A25
ja

momento, a Junta dá um apoio, em forma de protocolo, no valor

re
. Ig

de 1.500 euros anuais e todas as despesas associadas a feiras e PSP

Av

eventos também são comparticipadas. Ainda assim, o autarca de- Estação

Caminhos
fende que só com a ajuda de todos, incluindo pessoas, empresas, IGRE
JA
de Ferro
stação
associações e entidades públicas, o projeto tem pernas para andar. Av. E
A25
A23
Guarda é o distrito com mais idosos sozinhos
Av. Igreja Ed. S. Miguel nº14 | 6300-399 Guarda-Gare
A última operação “Censos Sénior” não deixa margem para
dúvidas: a Guarda é o distrito com mais idosos a viverem sozinhos
e isolados. Levado a cabo pela GNR em 2017, o levantamento re-
vela que havia mais mulheres (2.900) que homens (1.032) nessa
situação. Desses casos, 2.486 mulheres viviam sozinhas e 227
estavam isoladas. Foram ainda sinalizadas 174 idosas a viverem
sozinhas e isoladas. Já em relação aos homens foram identificados
711 a viverem sozinhos, 225 isolados e 92 nas duas condições.
Nesta operação, a GNR da Guarda localizou ainda 17 pessoas que
não se enquadravam nas anteriores, mas estavam em situação
de vulnerabilidade fruto de limitações físicas e/ou psicológicas. AGORA ABERTOS TAMBÉM À HORA DE ALMOÇO E SÁBADOS À TARDE
8• • Quinta-feira • 09 de agosto de 2018

COVILHÃ COVILHÃ

CHCB reconhecido como Enfermeiros do CHCB

em greve no dia 22
centro universitário DR
Os enfermeiros do Centro
Hospitalar da Cova da Beira
(CHCB) decidiram, em ple-
nário realizado na terça-feira,
avançar com um dia de greve a
22 de agosto devido à falta de
profissionais naquela unidade
de saúde da Covilhã.
«Foi feito o agendamento
de uma greve nos turnos da
manhã e da tarde desse dia.
Em primeiro lugar, os objeti-
vos passam pela contratação
de enfermeiros. A situação
está profundamente caótica. A
maioria dos serviços só está a
funcionar em grande parte do
turno com dois enfermeiros
escalados para 30 doentes»,
denunciou Guadalupe Simões,
do Sindicato dos Enfermeiros
Portugueses (SEP). A dirigente
explicou que em muitos servi-
ços os enfermeiros são obriga-
dos a fazer 16 horas seguidas
(trabalho extraordinário), por
ausência de número suficiente
de profissionais.

O Centro Hospitalar Cova
da Beira (CHCB) já não existe.
Desde sexta-feira que passou a
designar-se de Centro Hospita-
lar Universitário Cova da Beira,
EPE, segundo o Decrteto-Lei
número 61/2018, publicado no
“Diário da República”.
Esta alteração reconhece a
unidade hospitalar como centro
académico clínico e formaliza
o desenvolvimento, de forma
integrada, das atividades assis-
tencial, de ensino e de investi-
gação clínica e de translação. «É
um reconhecimento do trabalho
desenvolvido durante anos pelo
CHCB e pelos seus profissionais
junto da Universidade da Beira
Interior, enquanto hospital nu-
clear da Faculdade de Ciências da
Responsável de Contabilidade (M/F) Guarda
Saúde», considera o presidente do
Conselho de Administração do
Centro Hospitalar, João Casteleiro.
O despacho, emitido na sequência
da Resolução do Conselho de
Ministros nº 22/2016, de 11 de
abril, cria o quadro legal para a
atividade dos centros académi-
cos clínicos e vem normalizar e
potenciar a cooperação interins-
titucional, já existente, «criando
uma rede onde a investigação,
o conhecimento e a integração
entre a componente assistencial
e o ensino se formalizem e con-
cretizem».
Assim, «o presente decreto-
lei consagra a possibilidade de
os profissionais de saúde de
unidades prestadoras de cui-
dados de saúde integradas em
PUB
centros académicos clínicos po-
derem dedicar até 30 por cento
do período normal de trabalho
semanal a atividades de inves-
tigação clínica, de translação e
de ensino». Também os Centros
Hospitalares de S. João, do Porto,
de Lisboa Central e de Lisboa
Norte passaram a Centros Uni-
versitários, no âmbito de um
projeto-piloto de hospitais uni-
versitários que visa o «avanço
e a aplicação do conhecimento
e da evidência científica para a
melhoria da saúde». O Centro
Hospitalar Cova da Beira, que
integra os Hospitais Pêro da Co-
vilhã e do Fundão, é reconhecido
desde 2013 como Centro Médico
Académico pela Joint Commis-
sion International.
SABUGAL
GNR deteve homem
por atear incêndio
A GNR anunciou a detenção
de um homem de 63 anos, no
concelho do Sabugal, por crime
de incêndio.
Segundo o Comando Ter-
ritorial da Guarda, o suspeito
foi detido na segunda-feira por
elementos do Destacamento de
Intervenção durante o patrulha-
mento no âmbito da operação
“Floresta Segura”. «Ao avistarem
uma coluna de fumo, os militares
deslocaram-se para o local, verifi-
COVILHÃ
Mutualista apoia famílias assistidas
pelas Conferências Vicentinas
Cerca de 300 famílias caren-
ciadas assistidas pelo Conselho
de Zona da Covilhã de São Vi-
cente de Paulo Portugal, mais
PUB
cando que o fogo tinha começado
a deflagrar instantes antes»,
adianta a GNR em comunicado. A
patrulha acabou por localizar o in-
divíduo, que se tinha colocado em
fuga e estava escondido no mato.
«Os militares constataram que o
indivíduo tinha na sua posse um
isqueiro que lhe foi apreendido»,
acrescenta a GNR. O suspeito foi
constituído arguido e ficou sujeito
à medida de coação de termo de
identidade e residência.
conhecido por Conferências
Vicentinas, têm a partir de agora
acesso a serviços de saúde da
Mutualista Covilhanense, anun-
ciou a instituição.
Estas pessoas vão benefi-

A JSC Berries dedica-se ao cultivo e comercialização de produtos agrí- Admitimos (F/M): ciar de consultas médicas (clíni-
ca geral) grátis e descontos até
colas, sendo o nosso foco a produção de Mirtilos em grande escala. 10 por cento em medicamentos
Localizada na zona da Guarda, a JSC Berries conta com um projeto

Serralheiro
na farmácia da Mutualista, ao
ambicioso de crescimento. 
abrigo de um protocolo assinado
Para integrar a nossa Equipa de Backoffice, procuramos um Responsável entre as duas entidades. Para
de Contabilidade. tal, as pessoas apoiadas pelas

Civil e
Principais Responsabilidades: Conferências Vicentinas terão
Este profissional será responsável pelas tarefas inerentes aos processos acesso à modalidade de asso-
contabilísticos, fiscais e administrativos da Empresa, nomeadamente:  ciado denominada “Solidarie-
• Organização, classificação, registo e arquivo dos documentos contabilísticos; 

Auxiliares de
• Emissão e análise de demonstrações financeiras e reportes mensais; 
dade Associativa”, atribuída em
• Preparação e execução de declarações fiscais;  casos excecionais, de carácter
• Gestão da tesouraria (caixa e bancos) e cobranças;  social, que prevê o pagamento
• Reconciliações bancárias e de terceiros;  de uma quota mensal de apenas

montagem
• Faturação e demais tarefas de cariz administrativo.  dez cêntimos e cujo fundo se
Perfil Pretendido: destina, por sua vez, a finan-
• Formação ao nível do 12º ano com especialização em contabilidade;  ciar ações de solidariedade e
• Contabilista Certificado (fator de exclusão) com experiência mínima auxílio. Beneficiarão também
de 3 anos; 
• Conhecimentos da NCRF 17 – Agricultura – reconhecimento e
de descontos em consultas em
mensuração dos ativos biológicos e produtos agrícolas (fator preferencial)  Bom ambiente e boas condições óticas e dentistas, entre outras
• Conhecimentos sólidos no âmbito fiscal (IVA/IRS/IRC);  empresas parceiras.
• Domínio de ferramentas do Microsoft Office (Word/Excel) na ótica do utilizador;  remuneratórias.
• Conhecimentos de inglês (falado e escrito); 
• Forte sentido de responsabilidade, organização e ética profissional. 
Oferecemos:
• Condições salariais de acordo com a experiência do profissional; 
Contactar Metalguarda, L.da
• Possibilidade de desenvolvimento profissional; 
• Integração num projeto estável e em crescimento. 
Parque Industrial Lote 5
Se se revê nas especificidades da função e considera que possui o perfil
6300 Guarda
pretendido, submeta a sua candidatura enviando o seu CV através do
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 Quinta-feira • 09 de agosto de 2018 • •9

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GUARDA

* Nos artigos assinalodos, Companha Valida de dia 1 de Agosto a 16 de Setembro de 2018 no Bricomarche da Guarda,
esta campanha não acumula com outras campanhas em vigor e o desconto é em talão.
10 • • Quinta-feira • 09 de agosto de 2018
PAUL
Espetáculo “Água, Fonte d’Amor e de Vida”
homenageia vila
A comemorar o 80º aniversário, o
Rancho Folclórico do Paul (Covilhã), jun-
tamente com a Casa do Povo, que celebra
40 anos, promovem no sábado, a partir das
21h30, o espetáculo multidisciplinar “Água,
Fonte d’Amor e de Vida”, que homenageia
o povo paulense e representa os vários
ciclos da terra.
O momento vai acontecer no Largo da
Praça e contará com a presença de Bitocas
Fernandes, que vai «encenar e “revolucio-
nar” o conceito da arte e da cultura popular,
fazendo emergir os sons (onde já existiam
sem se tornarem apercebidos), deixando
antever uma grande criatividade e surpre-
endentes quadros» que prometem ficar na
POLITÉCNICOS
Marcelo promulga diploma que permite
doutoramentos
O Presidente da República promul-
gou esta terça-feira o diploma que altera
o regime jurídico dos graus e diplomas
do ensino superior e que vai permitir
aos politécnicos atribuir doutoramentos.
A informação foi publicada na página
da Presidência da República, que adianta
ainda que foi também promulgado o
regime jurídico de reconhecimento de
graus académicos e diplomas de ensino
superior atribuídos por instituições de
ensino superior estrangeiras. O diploma
do Governo que altera o regime jurídico
de graus e diplomas foi aprovado em
memória coletiva, adiantam os promotores.
Bitocas Fernandes é um formador, criador
e coordenador de projetos diferenciadores,
com larga experiencia em espetáculos que
rompem com estereótipos. “Água, Fonte
d’Amor e de Vida” faz novas abordagens
rítmicas e cénicas de quadros onde a
dança também marca presença. O cunho
tradicional e as raízes do Rancho Folclórico
da Casa do Povo do Paul também não são
esquecidas e contam com a colaboração
do Rancho Folclórico de Faro e do Rancho
Folclórico da Areosa. A noite de sábado
termina com “Danças do Mundo”, uma
oportunidade para o público viajar pelo
mundo através da dança.
Conselho de Ministros em fevereiro e
mereceu o aplauso do Conselho Coor-
denador dos Institutos Superiores Po-
litécnicos (CCISP), que defendeu que a
alteração vem colocar os politécnicos em
pé de igualdade com as universidades, as
únicas instituições que podiam até agora
outorgar esse grau académico. O mesmo
diploma prevê também alterações nos
requisitos para a acreditação de ciclos de
estudos, passando a impor, por exemplo,
que as instituições tenham um mínimo de
60 por cento do seu corpo docente nos
quadros para poderem funcionar.
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CIDADELHE
Casa Forte que vai acolher
pálio abre no domingo
A Casa Forte de Cidadelhe (Pinhel) é
inaugurada no domingo (17 horas) para
guardar e expor, em segurança e em con-
dições adequadas à sua preservação, o
célebre pálio, uma peça com mais de 300
anos cujo valor tem levado os habitantes
a mantê-lo em segredo como um tesouro.
Esta cobertura usada nas procissões
religiosas – só é mostrado em dias de
festa e em celebrações previamente mar-
cadas – tem um valor económico incalcu-
lável, sendo todo bordado a ouro, prata e
seda, e um valor simbólico e patrimonial
inestimável, lembra a autarquia. Feito de
veludo carmesim típico de Veneza, o pálio
data de 1707 e foi referido pelo Nobel da
Literatura José Saramago, na sua obra
MANTEIGAS
Festival da juventude no fim de semana
Música, teatro, desporto e diversão
são os ingredientes de mais uma edição do
Festival da Juventude, que decorre entre
amanhã e domingo no Parque da Várzea,
em Manteigas.
Organizado pelo município, o evento
inclui atividades dirigidas aos jovens, como
“air bungee”, “color partys” e festas da es-
puma, bem como uma zona de insufláveis
e iniciativas para os mais pequenos. Em
termos musicais pelo palco montado nas
margens do rio Zêzere vão passar, amanhã,
DR
“Viagens a Portugal”. Com sinais de de-
gradação, o pálio saiu uma última vez em
procissão quando a população assinalou
os seus 300 anos, em 2007, aguardando
desde então uma solução para a sua
preservação e salvaguarda. A Casa Forte
representa um investimento de cerca de
105 mil euros da autarquia, que espera
fazer do pálio de Cidadelhe «mais um
motivo de atração, não só à aldeia que
integra o Parque Arqueológico do Vale
do Côa, mas também ao concelho», ao
permitir a sua exposição ao público. A
obra assentou na reabilitação de uma
casa degradada, tendo o investimento
sido objeto de uma candidatura à medida
“Renovação de Aldeias” do PDR2020.
DR
o grupo local Funk Pop Music e a banda de
covers Phil Collins Legacy Tribute. A noite
termina com a atuação do DJ Perdiz. No
sábado há teatro com a peça “Do Princípio
ao Fim”, a mais recente produção do Teatro
das Beiras, que estará em cena pelas 21h30.
Seguem-se o grupo Cleto & Os Cletomania e
o projeto The Sweet Children, antes do set
do Trindade. O festival termina no domingo
com uma “color party” infantil, uma festa
da espuma e animação musical. O evento
tem entrada gratuita.

Proprietário acusa EDP de
corte «abusivo» de pinheiros
João Nobre queixa-se que empresa entrou no seu terreno, em Badamalos (Sabugal), sem autorização
para limpeza de faixas sob uma linha de média tensão
Luis Martins
O proprietário de um ter-
reno com pinheiros e carvalhos
em Badamalos, no concelho
do Sabugal, acusa a EDP de lhe
destruir várias árvores com um
desbaste efetuado sob as linhas
elétricas que atravessam a sua
propriedade.
«No passado dia 27 de julho
invadiram o local sem autori-
zação e não comunicaram que
iam fazer aquela intervenção.
Entraram por ali adentro, cor-
taram de forma arbitrária e
abusiva e ainda deitaram um
muro abaixo», denuncia João
Nobre, que se queixa dos pre-
juízos causados. «Este desbaste
selvagem impede o crescimento
dos pinhos, que foram plan-
tados há cerca de vinte anos
e dos quais nunca chego a ter
rendimento porque acabam
por morrer por causa da EDP»,
afirma o proprietário. Segundo
João Nobre, esta foi a segunda
vez que tal lhe aconteceu, tendo
reclamado na primeira ocasião.
«A EDP respondeu que a lei per-
mite este tipo de procedimento
quando a limpeza não é feita pe-
los proprietários. Mas, a existir,
esta lei é do tempo da “outra
senhora”. É um abuso, é o que
é», considera, adiantando que
faz «regularmente» a limpeza
do terreno que herdou do pai
no lugar de Marinhol, no limite
da freguesia.
O proprietário está incon-
formado com este modo de
atuação, tanto mais que, em
2013, a empresa pediu, por es-
crito, autorização para intervir
noutro terreno seu, na zona de
Santa Maria da Feira. «Permiti
os trabalhos, que acompanhei
no local e não houve prejuí-
zos. Em Badamalos, se calhar
João Nobre quer ser ressarcido pelos prejuízos que alegam terem sido
causados pela EDP
por estar longe de tudo, o
procedimento foi outro, nem
me deram satisfações», critica
João Nobre, que já fez uma
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Quinta-feira • 09 de agosto de 2018 •
DR
reclamação junto da empresa
elétrica e apresentou queixa
na GNR, que vai averiguar o
sucedido. Confrontada por O
• 11
INTERIOR, fonte do gabinete
de comunicação da EDP con-
firmou que houve uma limpeza
de faixas sob linhas de média
tensão em Badamalos e que o
aviso da referida intervenção
terá sido divulgado «num edi-
tal publicado em jornais de
grande tiragem». A mesma
fonte adiantou que a elétrica
vai entrar em contacto com o
proprietário para «avaliar os
danos» e «resolver o assunto».
No entanto, lembrou que,
por lei, são os donos dos ter-
renos ou as autarquias que
devem fazer o desbaste do
arvoredo existente sob as lin-
has elétricas. «Nós avançamos
quando não o fazem e porque
temos os meios, numa inter-
venção que é necessária sobre-
tudo neste período crítico de
incêndios. Mas são cortes cirúr-
gicos», sublinhou o gabinete de
comunicação da EDP.
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12 • • Quinta-feira • 09 de agosto de 2018
BELMONTE
Feira medieval toma conta
do centro histórico
A 15ª edição da feira medie-
val de Belmonte começa amanhã
e prolonga-se até domingo na
zona do castelo e centro histórico
da vila.
Animação de rua, encena-
ções, mercado e ceia medieval,
cortejos e espetáculos de malaba-
res, equestres, de armas e de mú-
sica são algumas das atividades
agendadas para estes três dias de
um evento que ganhou galões a ní-
vel nacional. Organizada pela au-
tarquia, com o apoio da empresa
municipal, a Belmonte Medieval
tem como temática os senhores
de Cabral e começa amanhã com
o habitual cortejo de nobres pelas
principais ruas da vila. Já as novi-
dades deste ano são um torneio
a cavalo protagonizado pelos
melhores cavaleiros do país, um
acampamento militar medieval
para crianças e, também pela
primeira vez, visitas históricas
guiadas pelo castelo e pela feira.
O cicerone será João, criado-mor
do castelo e dos Senhores de Bel-
monte, que promete desvendar
TEST-DRIVE
BMW X4, condução de primeira classe
Ação, design e performance
são a imagem de marca do BMW
X4 que O INTERIOR experimen-
tou esta semana.
O modelo comercializado
pela Matos & Prata enche os olhos
pelo seu exterior desportivo em
forma de coupé e por um interior
requintado, onde sobressai um
painel de instrumentos Sensatec.
Outra das características que
fazem a diferença é a potência
das suas motorizações – O INTE-
RIOR conduziu o xDrive20d – que
garante uma boa performance na
estrada. O X4 está ainda equipado
com um dos sistemas de assistên-
cia ao condutor mais inteligentes
do assistente de condução Plus, o
que proporciona uma condução
segura e de primeira classe.
No que diz respeito à di-
nâmica, graças ao seu centro
algumas curiosidades interes-
santes. Os visitas acontecem no
sábado e domingo, sempre às 10
horas, tendo o castelo como ponto
DR
de encontro.
Outra novidade é o horá-
rio de abertura passar a ser o
meio-dia nos três dias, mas os
de gravidade particularmente
baixo, à suspensão adaptativa
M e à direção desportiva firme,
o BMW X4 domina qualquer
desafio com uma estabilidade
consistente, o máximo de pre-
expositores poderão optar por
outro horário por causa do calor.
A organização aposta também
num copo de barro oficial que
terá o símbolo dos Cabrais e será
obrigatório no recinto da feira,
estando proibido o uso de copos
de plástico. A 15ª edição da Bel-
monte Medieval conta com cerca
de 160 expositores e tem um
orçamento que ronda os 83 mil
euros. «Esperamos que o certa-
me continue a ser um momento
de grande impacto na região, tal
como tem acontecido nos últi-
mos anos, que continue a atrair
milhares de visitantes e que eles
se sintam bem na feira», afirma
António Dias Rocha, presidente
da Câmara. Tal como em edições
anteriores, o cartaz do evento é
protagonizado por belmontenses
selecionados num casting foto-
gráfico. Assim, António Carlos,
João Paulo Caetano, José Cunha
e Rodrigo Palmeirão são Luís Gil
Cabral, Fernando Álvares Cabral,
Fernão Cabral I e João Fernandes
Cabral, os senhores de Cabral.
cisão e um comportamento em
estrada único. O modelo testado
por O INTERIOR está disponível
no concessionário da Guarda
Matos & Prata por pouco mais
de 85.940 euros.
GOUVEIA
Empresa de
plásticos cria
20 postos de
trabalho
O município de Gouveia
anunciou que celebrou com
a empresa Arnaldo Sarai-
va, Lda., ligada à industria
dos plásticos, um acordo
com vista à instalação de
uma unidade produtiva na
zona industrial da “cidade-
jardim”.
A fábrica irá ocupar o
pavilhão da antiga Pinto
& Tavares, propriedade da
autarquia, e criará, pelo
menos, vinte postos de tra-
balho, sendo que empresa
compromete-se a fixar a sua
sede em Gouveia e a manter
a unidade em funcionamen-
to «durante o período de
duração do acordo», cujos
prazos não foram divulga-
dos. Em contrapartida, a
Câmara arrenda as insta-
lações pelo valor simbólico
de 1 euro. Com este acordo,
o município garantiu «um
investimento disputado por
outras autarquias dos con-
celhos limítrofes», refere a
edilidade em comunicado.

Fresco do século XVII
descoberto em Vila
Franca das Naves
Ana Eugénia Inácio
Era suposto ter-se
tratado de uma simples
ação de conservação e
restauro da Igreja de
Matriz de Vila Franca
das Naves (Trancoso),
mas o impensável
aconteceu. Por de trás
do altar-mor estavam
escondidas duas
pinturas que se crê
datarem do século XVI
e XVII.
«Quando desmontámos o
altar apercebemo-nos que ha-
via uma pintura mural porque
havia alguns espaços, alguns
vermelhos», conta o padre Carlos
Helena, que acompanhou todos
os trabalhos. Estava desvendada
uma descoberta inesperada e
que os responsáveis quiseram
levar até ao fim. «Começámos a
fazer janelas de prospeção desta
pintura e surgiram algumas caras.
Percebemos logo que era bem
rica», acrescenta o pároco.  Não é a primeira vez que Pe-
Por de trás do altar estavam
então retratadas Santa Catarina
de Alexandria e, possivelmente,
Santa Luzia. Trata-se de uma
pintura a seco e também por isso
o estado de degradação é maior,
pelo que é impossível confirmar
o que lá está representado. Mas
havia mais, em melhor estado
estava «um painel maravilhoso»,
possivelmente do século XVII,
cujas cores predominantes são
o azul, vermelho e amarelo. A
imagem remete para o «tempo
da Restauração» e mostra «a co-
roação de Nossa  Senhora como
rainha, com os anjos colocarem
na sua cabeça uma coroa». Ali está
ainda representada o brasão dos
Almeidas. «Não é fácil datar este
tipo de pinturas», adianta o téc-
Identificação:
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Morada: ________________________________________________________________________________
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Cheque / Vale Postal nº _____________________ Banco _________________
Numerário
Imagem remete para a coroação de Nossa Senhora da Conceição como Rainha
nico responsável de conservação
e restauro, mas Pedro Silveira
acrescenta que em Portugal «este
género de pinturas remontam ao
século XVI».
dro Silveira encontra uma pintura
mural escondida pelo altar-mor:
«É muito comum neste tipo de
igreja», considera, acrescentando
que nada fazia prever o que ali
estava. «Tudo isto estava caiado
e era nesta parede que assentava
o retábulo principal da igreja. Só
quando retirámos o altar em talha
é que a pintura foi descoberta»,
recorda o padre Carlos Helena,
que afirma que «nem as pessoas
de cá imaginavam que tinham
esta riqueza enorme». O pároco
considera «interessante» que
em Trancoso existam mais pin-
turas murais «muito parecidas»
e sugere a criação de um roteiro
turístico de pintura mural no
concelho. Mas lembra que isso
«só depende das entidades pú-
blicas». Na sua opinião, esta foi
uma descoberta «extraordinária»
e não tem dúvidas em afirmar que
olhar para a pintura é «recuar e
recordar o período da Restaura-
ção em Portugal, o tempo em que
o rei colocou a coroa na Imaculada
Conceição, em Vila Viçosa, e ver
que aqui é a mesma temática, é
extraordinário».  se ficar à vista, pois o modelo
Esta descoberta é também
um novo atrativo em Vila Franca
das Naves, pois «toda a popula-
ção passou por aqui para ver o
mural», que foi desvendado ao
longo de mais de sete meses
«num trabalho de levantamen-
to muito minucioso para que a
pintura não fosse danificada»,
refere Pedro Silveira. Ainda no
início dos trabalhos foi necessá-
rio decidir se avançavam ou não
com a descoberta das pinturas,
não só pelos custos que isso im-
plicava, como também pela in-
certeza do que iriam encontrar.
Mas da parte da Comissão da
Código Postal: _________ - ______ Localidade: _____________________________________________
Enviar para: Rua da Corredoura 80, R/C Dto C • 6300-825 Guarda
Assinatura __________________________________________________ Data _____/_____/________
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denuncie a desistência por meio de comunicação escrita com antecedência mínima de 30 (trinta) dias.
Quinta-feira • 09 de agosto de 2018 • • 13
FUNDÃO
Município adere
à Rede Solidária
do Medicamento
A Câmara do Fundão ade-
riu à Rede Solidária do Medica-
mento graças a um protocolo
assinado segunda-feira com a
Associação Dignitude. O acor-
do vai permitir que pessoas
carenciadas do concelho te-
AEI nham acesso a medicamentos
de forma gratuita.
O programa “Abem - Rede
Solidária do Medicamento”
está a ser implementado em
todo o país e no Fundão vai
abranger 20 beneficiários,
que passam a contar com um
apoio adicional para suportar
a parte não comparticipada
pelo Estado dos fármacos,
num valor que pode ir até
cem por cento do preço co-
brado ao utente. As primeiras
pessoas abrangidas foram
consideradas como sendo as
«prioridades das priorida-
des», disse Paulo Fernandes,
adiantando que o número
de munícipes apoiados pode
ser revisto no futuro. «Este
é um programa piloto, que
será executado com a máxi-
ma atenção e que se tiver de
ser afinado será para que a
equidade não seja posta em
Igreja chegou o «sim» e a maior
causa», acrescentou o presi-
parte do dinheiro para as obras,
dente da Câmara.
que custaram cerca de 20 mil
Segundo o edil, o custo
euros. Contaram também com
associado ainda não está
contribuições da população e o
fechado porque depende da
apoio da autarquia. Recuperada
avaliação de cada caso, mas
«esta pintura lindíssima», foi ne-
destacou o impacto que o
cessário fazer uma reintegração
programa terá junto da popu-
do altar para que o fresco pudes-
lação mais carenciada, mais
isolada e com mais dificul-
anterior tapava completamente
dades. «É um contributo para
a pintura. Assim, «o sacrário
a salvaguarda da dignidade
mudou de lugar» para tornar
da vida das pessoas e até
a pintura visitável, revela José
dos direitos fundamentais»,
Figal, membro da Comissão da
afirmou Paulo Fernandes.
Igreja, que também não dúvida
De acordo com a Associação
que o “achado” é «uma grande
Dignitude, este programa já
mais-valia para a terra».
está presente em todos os
O padre Carlos Helena con-
distritos do país e dá resposta
corda, dizendo-se convencido
a mais de 5.500 pessoas, 25
que a descoberta vem «acres-
por cento das quais crianças.
centar algo mais a Vila Franca
O Fundão é o quarto municí-
das Naves». De resto, acredita
pio da região a aderir à Rede
que naquela igreja poderá ha-
Solidária do Medicamento, à
ver mais tesouros do género,
qual já pertencem as Câmaras
mas por agora não haverá nova
Belmonte, de Pinhel e Seia.
intervenção.
Cupão de Assinatura
NACIONAL_ ____ Semestral.. (12,5€) Anual.. (25e)
ESTRANGEIRO_ Semestral.....(15€) Anual.. (30e)
14 • • Quinta-feira • 09 de agosto de 2018 Publicidade

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Manutenção é objetivo
do Sp. Mêda
Campeão distrital da AF Guarda integra série B do Campeonato de Portugal
e estreia-se este domingo em São João da Madeira
Sara Guterres
O Sp. Mêda inicia no domingo
a participação no Campeonato de
Portugal e na mira do clube está
a manutenção. Essa é a meta tra-
çada por João Alonso, presidente
da direção, que apostou na con-
tinuidade do treinador Rogério
Afonso.
«Mais do que isso é pratica-
mente impossível. É um grupo em
que das 18 equipas há pelo menos
dez que querem subir de divisão
e, por isso, será muito difícil para
nós», considera o dirigente. De
uma coisa não tem dúvidas, «não
vamos entrar com espírito de
derrota», garante, afirmando que
o objetivo é fazer «no mínimo» 30
pontos. «Para isso temos que ga-
nhar jogos. Vamos ser uma equipa
muito chatinha e entraremos em
todos os jogos para tentar vencer,
embora saibamos que vão apa-
recer adversários muito fortes»,
afirma João Alonso, segundo o
qual «o querer, o empenho e a gar-
ra» por vezes falam mais alto. E é
para entrar nos jogos da melhor
forma que o plantel foi reajusta-
do, pese embora cerca de 60 por
cento da equipa da época passada
se tenha mantido. «Alguns saíram
por indisponibilidade, porque
estudam fora e não têm tempo
para treinar tantas vezes», explica
o presidente medense.
Para equilibrar o plantel, o
clube garantiu reforços como o
defesa Matheus Alzemand e o mé-
dio Paulinho (ambos ex-Fornos
de Algodres); o defesa central
Alex e o médio Flavinho, ambos
brasileiros que vão estrear-se
NATAÇÃO
Marco Costa de bronze no campeonato nacional
Marco Costa (Clube de Na-
tação da Guarda) conquistou a
medalha de bronze no Campeonato
Nacional de juvenis, juniores e ab-
solutos realizado no final de julho
no complexo desportivo do Jamor.
O jovem nadador foi terceiro
na prova de 200 metros estilos e
sétimo classificado na final dos
Cerca de 60 por cento do plantel da época passada manteve-se
em Portugal. Marco (ex-Estrela
Almeida), Tiago Barra (ex-Sp.
Sabugal), Filipe Gusmão (ex-Vila
Flor), Rui Domingues e Diogo Do-
mingues (ambos ex-Foz Côa) são
as restantes novidades. As expeta-
tivas sobre este plantel renovado
não podiam ser as melhores:
«São jogadores já com alguma
experiência e por isso é que os
contactámos, para fortalecer a
equipa», justifica João Alonso.
Mas a preparação para um Cam-
peonato de Portugal exige muito
mais dos jogadores. «No Distrital
havia miúdos que estudavam,
que vinham treinar à sexta-feira
e jogavam ao domingo. Este ano
é praticamente impossível porque
têm que treinar, no mínimo, três
vezes por semana», ressalva o
presidente do Mêda, frisando que
«até devia ser mais».
Para o dirigente, as maiores
dificuldades que uma equipa do
DR
400 metros estilos. Já Simão Dias,
o outro representante do CNG na
competição, foi 39º nos 200 metros
mariposas. O Open de Portugal é
uma das provas mais importantes
do calendário nacional de natação
pura e contou com a participação
de 815 atletas em representação
de 134 clubes de 11 países.
interior enfrenta são «as deslo-
cações e a questão financeira»,
apesar da atribuição de subsídios
por parte da Federação. «Na ida
às ilhas ainda não tenho a cer-
teza que verba vão atribuir, mas
outros clubes já nos disseram
que apoiam com alguma coisa.
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Quinta-feira • 09 de agosto de 2018 •
Conquista da Supertaça
DR
Já é uma ajuda», assinala. Mas as
dificuldades também se vão sentir
em campo: «As restantes equipas
do grupo vão tentar empurrar-
nos para a descida, pois são quase
todos vizinhos e as deslocações à
Mêda são mais longas», considera
João Alonso.
• 15
da Beira Interior foi
«bom» sinal
Foi debaixo de uns abra-
sadores 42 graus que o Sp.
Mêda conquistou, no sábado, a
primeira edição da Supertaça
da Beira Interior, ganhando
nas grandes penalidades (4-5)
ao Alcains.
«Apesar de ter sido a
primeira vez que alguns jo-
gadores jogaram juntos, foi
um bom sinal», sublinha João
Alonso, que acredita que «com
trabalho» a equipa vai melho-
rar. «Gostei muito da sua pres-
tação», confessa o presidente
do emblema medense, que
está expectante com a parti-
da frente à Sanjoanense. «Já
jogámos com eles quatro vezes
na terceira divisão e vencemos
sempre. Vamos ver se continu-
amos assim para começarmos
bem o campeonato, seria o
ideal», ambiciona o responsá-
vel. Na semana seguinte os me-
denses recebem o Gondomar e
a 26 de agosto deslocam-se ao
terreno do Recreio de Águeda.
Recorde-se que apenas os dois
primeiros de cada série se
qualificam para um “play-off”
no final do qual serão apuradas
as duas equipas promovidas
à IIª Liga. Pelo contrário, os
classificados nos cinco últimos
lugares de cada série descem
automaticamente aos Distritais.
16 • • Quinta-feira • 09 de agosto de 2018 Publicidade

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freguesia de Casal de Cinza, com área total de 1323m2 e área N.º 02/2018
de implantação de 875 m2, antigas instalações da Egivinicer COM OBRAS DE URBANIZAÇÃO - Proc. N.º 01/2018 Lot.
Lda, para instalação de serviços e armazém.
Nos termos do artigo 74.º e do n.º 5 do artigo 78.º do decreto - Lei n.º 555/99, de 16
de dezembro, alterado e republicado pelo decreto-lei 136/2014, de 4 de setembro, é
Disponibilidade imediata
emitido o alvará de licenciamento de operação de loteamento n º 02/2018, em nome
de Michael António Ambrósio Lucas Amândio, contribuinte n.º 188 609 415, que titula
Contatar para o tel. 965101940 e 962744057 o licenciamento da operação de loteamento do prédio sito em Reboleira da freguesia
de Maçainhas, descrito na Conservatória do Registo Predial de Belmonte, sob o n.º
838/20070502 e inscrito na matriz, sob o artigo urbano n.º 772 da respetiva freguesia.
A operação de loteamento exige a execução de obras de urbanização as quais foram
aprovadas por deliberação camarária datada de 10 de maio de 2018.
A operação de loteamento respeita o disposto no Plano Diretor Municipal de Belmonte,
apresenta de acordo com a planta que constitui o anexo I, as seguintes características:
1. Área do prédio a lotear 1.621,00 m2;
2. Área total de implantação 480,00 m2;
3. Área de construção 512,00 m2;
ALVARÁ DE LOTEAMENTO
4. Volume total de construção 3.072,60 m2;
5. Número de lotes 2; 2
N.º 01/2018 (1ª fase) 6. Cércea máxima 6,40.

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I - Área dos lotes, finalidade, área de implantação, área de construção, número de
Nos termos do artigo 74.º e do n.º 5 do artigo 78.º do decreto - Lei n.º 555/99, de 16 pisos abaixo e acima da cota de soleira e número de fogos de cada um como a

em estado novo. de dezembro, alterado e republicado pelo decreto-lei 136/2014, de 4 de setembro, é

emitido o alvará de licenciamento de operação de loteamento n º 01/2018, em nome
seguir se indica:
ÀREA
de Construções Vimar, Lda, contribuinte n.º 500 708 606, que titula o licenciamento Nº Área
Finalidade Implantação
CONSTRUÇÃO
Pisos Fogos
Contacto: 968052100 da operação de loteamento referente a 1ª fase, do prédio sito em Quinta do Barrocal
Lotes Acima Abaixo

da União das Freguesias de Belmonte e Colmeal da Torre, descrito na Conservatória 01

02
834,80m2
672,40m2
Habitação
Comércio/serviços
268,00m2
212,00m2
300,00m2
212,00m2
0
0
2
1
1
0
do Registo Predial de Belmonte, sob o n.º 1834/20000210 e inscrito na matriz, sob o
TOTAL
NOTÁRIO artigo 946 rústico da respetiva freguesia. 1507,20m2 480,00m2 512,00m2 0 3 1

José Carlos Travassos Relva A operação de loteamento exige a execução de obras de urbanização as quais foram
aprovadas por deliberação camarária datada de 1 de fevereiro de 2018. II - Relativamente às obras de urbanização: São consideradas obras de urbanização
CERTIFICO que por escritura de dois de Agosto de dois mil e dezoito, exarada a folhas A operação de loteamento respeita o disposto no Plano Diretor Municipal de Belmonte, aIIconstrução
- Relativamente às obras
de um muro de urbanização:
de suporte São consideradas
de modo a possibilitar obras dedeurbanização
a disponibilização dois
cento e onze e seguintes do livro de notas para escrituras diversas número Trezentos a construção de um muro de suporte de modo a possibilitar a disponibilização de
apresenta de acordo com a planta que constitui o anexo I, as seguintes características: lugares para estacionamento.
dois lugares para estacionamento.
e Setenta e Nove - P, do Notário acima identificado, com Cartório Notarial, sito na Rua 1. Área do prédio a lotear 6.988,20 m2; III – Áreas de cedência à Câmara Municipal para integração no domínio público:
Mouzinho de Albuquerque, número oito, na Guarda, MARIA DA CONCEIÇÃO FELÍCIO 2. Área total de implantação 1.101,00 m2; - III – Áreasdedeestacionamento.
2 lugares cedência à Câmara Municipal para integração no domínio público:
BARREIROS, divorciada, natural da freguesia de Panoias de Cima, concelho da Guarda, 3. Área de construção 1.161,00 m2; - 2 lugares de estacionamento.
residente no Largo de São João, Bloco B, primeiro esquerdo, na cidade da Guarda, Para conclusão das obras de urbanização é fixado o prazo de 180 dias.
4. Volume total de construção 4.057,60 m2;
declarou-se dona e legítima possuidora do seguinte bem: Valido
Para até 23 de Janeiro
conclusão de 2019.
das obras de urbanização é fixado o prazo de 180 dias.
5. Número de lotes 4; Valido até 23 de Janeiro de 2019.
Prédio URBANO, composto de edificio de rés-do-chão e primeiro andar, destinado Foi efetuado depósito no valor de 5.600 Euros (cinco mil e seiscentos euros), na
6. Cércea máxima 6,40.
a habitação, com a superfície coberta de dezoito metros quadrados e logradouro Agência da Caixa Geral de Depósitos de Belmonte, destinado a caucionar o integral
2
Foi efetuado depósito no valor de 5.600 Euros (cinco mil e seiscentos euros), na
I - Área dos lotes, finalidade, área de implantação, área de construção, número de cumprimento
Agência da das obrigações
Geral deassumidas
Depósitospelo de garantido.
com a área de cinquenta e cinco metros quadrados, sito na Sequeira, na freguesia e Caixa Belmonte, destinado a caucionar o integral
pisos abaixo e acima da cota de soleira e número de fogos como a seguir se indica: Dado e passadodas
cumprimento paraobrigações
que sirva deassumidas
titulo ao requerente e para todos os efeitos presentes
pelo garantido.
concelho da Guarda, (antes na extinta freguesia de São Miguel na Guarda, concelho
da Guarda, em virtude de agregação das freguesias), a confrontar de norte com Ana Área Área de Implantação
Área de
Implantação
ÀREA
CONSTRUÇÃO
no Decreto - Lei n º 555/99 de 16 de Dezembro, alterado e republicado pelo decreto-lei
Nº
Lotes
Finalidade
Habitação Acima Abaixo
Pisos Fogos Dado e passado para
136/2014, de 4 de setembro. que sirva de titulo ao requerente e para todos os efeitos
Maria, de sul com Matilde da Conceição, de nascente e poente com rua, inscrito na
Anexo
Garagem presentes no Decreto - Lei n º 555/99 de 16 de Dezembro, alterado e republicado
respectiva matriz sob o artigo 771, (antes sob o artigo 101 da extinta freguesia de São 01 1374,00m2 Habitação 240,00m2 40,00m2 280,00m2 0 1 1
02 1357,00m2 Habitação 240,00m2 40,00m2 280,00m2 0 1 1 pelo decreto-lei 136/2014, de 4 de setembro.
Miguel da Guarda, concelho da Guarda), com o valor patrimonial actual e o atribuído 03 1775,00m2 Habitação 240,00m2 40,00m2 280,00m2 0 1 1 Paços do Município de Belmonte, 27 de Julho de 2018.
04 1204,00m2 Habitação 230,00m2 31,00m2 321,00m2 0 2 1
de SEIS MIL QUINHENTOS E VINTE EUROS, omisso na competente Conservatória Paços do Município de Belmonte, 27 de Julho de 2018.
O Vice-Presidente da Câmara Municipal
TOTAL

do Registo Predial. 5710,00m2 950,00m2 151,00m2 1161,00m2 0 5 4

Que possui este bem em nome próprio, convicta de que lhe pertence, há mais de (António Manuel Gonçalves Rodrigues)
II - Relativamente às obras de urbanização: São consideradas obras de urbanização a O Interior, nº 972 de 09/08/2018
vinte anos, por o ter adquirido pelo ano de mil novecentos e noventa, já no estado II - Relativamente às obras de urbanização: São consideradas obras de urbanização O Vice-Presidente da Câmara Municipal
rede viáriaviária
e pedonal, rede rede
de abastecimento de água, esgotos e águas pluviais, rede
de divorciada, por compra verbal a José Joaquim Ferreira e mulher Antónia Ferreira, a rede e pedonal, de abastecimento de água, esgotos e águas pluviais,
ITUR,redeeletricidade e paisagismo.
ITUR, eletricidade e paisagismo.
residentes que foram no Brasil e desde então e ininterruptamente o habita, fazendo
(António Manuel Gonçalves Rodrigues)
as obras de conservação necessárias, posse que sempre exerceu, com conhecimento III –IIIÁreas dede
– Áreas cedência
cedênciaà àCâmara
CâmaraMunicipal
Municipal para
para integração nodomínio
integração no domíniopúblico:
público:
e à vista de toda a gente, sem oposição de quem quer que seja, sendo, por isso uma - Arruamentos: 272,40m2;
posse pacifica, contínua, pública e de boa fé, pelo que o adquiriu por usucapião, não - Passeios: 217,00m2; 272,40m2;
- Arruamentos:
tendo todavia, dado o modo de aquisição, documentos que lhe permita fazer prova - Estacionamento público:
- Passeios: 217,00m 64,00m2;
2;

- Estacionamento público: 64,00m2;

do seu direito de propriedade. - Espaços- Espaços
verdes deverdes
utilização coletiva:coletiva:
de utilização 274,70m2;274,70m2;
- Equipamento público: público:
- Equipamento 448,50m2.448,50m2.
Está conforme.
Guarda, 2 de Agosto de 2018 Para conclusão
Para conclusão dasdas
obras dede
obras urbanização
urbanização(1ª (1ªfase)
fase)é éfixado
fixadoo oprazo
prazodede1212meses.
meses.
Válido até 26 de Julho de 2019.
Válido até 26 de Julho de 2019.
O Notário,
FoiFoi
prestada
prestada a garantia
a garantiabancária
bancárianºnº00125-02-2101770
00125-02-2101770 no no valor
valor de
de 46.534,50
46.534,50Euros
Euros CONVOCATÓRIA
(quarenta
(quarenta e seis
e seis milmilquinhentos
quinhentoseetrinta
trintaeequatro
quatro euros
euros e e cinquenta
cinquentacêntimos)
cêntimos)emitida
emitida
pelo Banco Comercial Português, S.A pessoa coletiva nº 501 525 882 com sede na
pelo Banco
Praça Comercial
D. João Português,
I, 28, 4000 S.A pessoa coletiva nº 501 525 882 com sede na
- 295 Porto. Nos termos do Artigo 23º, nº 1, do compromisso desta Instituição, convoco todos os
José Carlos Travassos Relva Irmãos para a reunião extraordinária a realizar no Auditório do Lar da Terceira Idade da
O Interior, nº 972 de 09/08/2018
Praça D. João I, 28, 4000 - 295 Porto.
Dado e passado para que sirva de titulo ao requerente e para todos os efeitos
Dado e passado
presentes para que- sirva
no Decreto Lei nde titulo aode
º 555/99 requerente e para todos
16 de Dezembro, os efeitos
alterado presentes
e republicado
Santa Casa da Misericórdia de Almeida, que terá lugar no próximo dia 20 de agosto,
no pelo
Decreto - Lei n º136/2014,
decreto-lei 555/99 dede164 de
de Dezembro,
setembro. alterado e republicado pelo decreto-lei às 17:30 horas, com a seguinte ordem de trabalhos:

PROCURO
136/2014, de 4 de setembro. 1- Restruturação do financiamento bancário e transferência de hipoteca;
Paços do Município de Belmonte, 25 de Julho de 2018
2- Autorização de contrato de trabalho para elementos dos Corpos Sociais.
Paços do Município de Belmonte, 25 de Julho de 2018
Se não houver a presença necessária de Innãos para se realizar a reunião em primeira
Sótão para alugar OOVice-Presidente
Vice-Presidente da Câmara Municipal
da Câmara Municipal convocação, ela funcionará meia hora depois, nos termos do nº1 do Artigo 24 do
(António Manuel Gonçalves Rodrigues) respetivo compromisso.

URGENTE
(António Manuel GonçalvesO
Rodrigues)
Interior, nº 972 de 09/08/2018
Almeida, 01 de agosto de 2018

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David Rodrigues
foi “rei” na Guarda
Ciclista da RP-Boavista foi muito requisitado e acarinhado na partida da quarta
etapa, tendo sido 19º nas Penhas da Saúde, o seu melhor resultado até agora
Familiares e amigos deram força extra a David Rodrigues na sua terra natal
A Guarda foi palco de uma
romaria no domingo por causa
da Volta a Portugal em Bicicleta.
Familiares e amigos dos corredo-
res, curiosos e adeptos de ciclismo
encheram as ruas da cidade mais
alta para dar ânimo aos atletas
antes da partida da quarta etapa,
uma das mais exigentes.
O pelotão ligou a Guarda às
Penhas da Saúde, mas não subiu
à Torre devido às altas temperatu-
ras que se registaram e levaram a
organização a reduzir «o índice de
dificuldade» da etapa “rainha”, eli-
ATLETISMO
Maria Bernardo e Luís Martins venceram corrida de Castelo Bom
Maria Bernardo (CO Pechão)
e Luís Martins (CA Seia) ven-
ceram, na sexta-feira, a quinta
Corrida Popular da Freguesia de
Castelo Bom (Almeida).
Esta prova de estrada reuniu
43 atletas de diferentes escalões
etários, que correram sob intenso
calor. A corrida principal tinha
4.500 metros com partida em
Aldeia de São Sebastião e chegada
em Castelo Bom, tendo a atleta
júnior do Pechão cortado a meta
em 16m16s, à frente de Maria
Teresa Bernardo (NS Leões da
Fronteira, Vila Formoso), segunda
classificada com uma diferença
PARAPENTE
Festival competitivo e de lazer em Linhares da Beira
Linhares da Beira (Celorico
da Beira) recebe, a partir de
sábado, mais uma edição do Fes-
tival Internacional de Parapente
e a Liga Nacional de Parapente.
A abertura oficial terá lugar
amanhã (19 horas), numa ceri-
mónia em que será apresentada
a Escola Aventura de Linhares
da Beira, criada pelo município
para dinamizar a prática do
LM
minando 27 quilómetros. A tirada
passou a ter 144 quilómetros e
uma subida às Penhas Douradas,
antes dos ciclistas retomarem
o percurso original na zona de
Manteigas e seguirem para a Co-
vilhã e para a derradeira subida
em direção à meta nas Penhas
da Saúde. Na meta ganhou Raúl
Alarcón (W52-FC Porto), que
tinha vestido a amarela na véspe-
ra, mas na Guarda a “estrela” foi
David Rodrigues (RP-Boavista).
O ciclista foi muito requisitado
e acarinhado na sua terra natal
de 26 segundos. No terceiro lugar
ficou Lisdália Nunes (Núcleo Gera-
ções do Teixoso), com o tempo de
20m34s. Em masculinos, o senense
completou a distância em 13m32s,
menos 56 segundos que o segundo
classificado, Ali Ait Ouanakhar (NS
Leões da Fronteira), enquanto Rui
Alves (individual) foi terceiro com
a marca de 15m24s.
Nos restantes escalões Inês
Nascimento (NS Leões da Frontei-
ra) e Lucas Pelletier (individual)
ganharam a corrida das gerações;
Rayan Aitouanakhar (Leões da
Fronteira) venceu nos benjamins;
Gabriela Santos (Leões da Fron-
parapente e aprendizagem de
orientação, BTT, canoagem e
“paddle” naquela Aldeia His-
tórica durante todo o ano. Até
dia 15, os parapentistas terão
três modalidades competiti-
vas à escolha: a competição A
(profissionais), competição B
(iniciação à competição) e o
lazer. Paralelamente às provas,
a organização, a cargo do muni-
Quinta-feira • 09 de agosto de 2018 • • 17
ANDEBOL
Portugal em último no Torneio
Scandibérico
DR
e rumou à Serra da Estrela com
mais força. «Esta receção dá uma
motivação extra», disse o guar-
dense, que lamentou não poder
subir à Torre. «O encurtamento
da etapa não é benéfico para
mim, que sou um trepador, não
foi uma decisão muito sensata
A seleção sub-18 de ande- gal a sucumbir perante a Suécia
porque passamos o Algarve e
bol terminou o Torneio Scan- por 24-31. Para o selecionador
o Alentejo com 45 e 46ºC, hoje
dibérico no quarto e último nacional, João Varejão, o Scandi-
está menos calor. Só retirou o es-
lugar, com duas derrotas e uma bérico foi mais uma experiência
petáculo», declarou o corredor
vitória. Disputada em Pinhel, internacional fantástica para
da RP-Boavista, que sofreu uma
Figueira de Castelo Rodrigo e este grupo de atletas, apesar
queda na terceira etapa, a mais
Mêda, a competição serviu de de ter vindo numa fase muito
longa da prova, que o deixou com
preparação para o Europeu do em cima da competição. É um
«algumas limitações».
escalão, agendado para este balanço muito positivo, apesar
Apesar desse percalço, o
mês na Croácia, e foi ganha da classificação, porque este é
corredor disse sentir-se «bem» e
pela Noruega. sempre um torneio excecional,
pronto para «trabalhar pela equi-
Na primeira jornada, dis- com elevado grau de exigência.
pa», mas também por uma boa
putada na sexta-feira, os por- Agora vamos para o Campeo-
classificação final. No domingo,
tugueses perderam com a nato da Europa com a ilusão de
David Rodrigues estava no seu
Espanha por 27-28, enquanto a que podemos fazer algo bom».
ambiente natural e tirou partido
Noruega derrotou a Suécia por Entre os selecionados para o
da sua qualidade de trepador
33-31. No sábado, a seleção torneio, e que vai disputar o
ao terminar na 19ª posição nas
vizinha voltou a perder frente Europeu do escalão, esteve o
Penhas da Saúde. O resultado co-
à Suécia (26-27) e Portugal guardense Alfredo Torres, an-
locou o guardense no 17º lugar da
ganhou à Noruega por 27-26, debolista do FC. Porto. A Com-
classificação geral da Volta, tendo
infligindo aos vencedores do petição foi organizada pelos
descido uma posição na segunda-
torneio a única derrota da prova. três municípios do distrito da
feira após a etapa entre o Sabugal
No domingo jogou-se a última Guarda, Federação Portuguesa
e Viseu (191,7 quilómetros), em
jornada, com a Noruega a derro- de Andebol e Associação Dis-
que foi 57º. O pelotão regressou
tar a Espanha por 29-27 e Portu- trital de Andebol da Guarda.
ontem à estrada, após um dia de
descanso.
RALI
ARC Sport em destaque na Madeira
DR
teira) e Rodrigo Neto (individual)
foram os primeiros nos infantis;
e Núria Ramos e Simão Bernardo
(ambos dos Leões da Fronteira)
ganharam a corrida dos iniciados.
A prova fez parte do programa
das Festas de Nossa Senhora dos
Remédios, de Castelo Bom, e foi or-
ganizada pelo Núcleo Sportinguista
“Leões da Fronteira”, Junta de Fre-
guesia de Castelo Bom, Comissão
de Festas de Nossa Senhora dos
Remédios e Associação Despor- A ARC Sport continua na prova de alto nível e ganharam
tiva, Cultural e Social da Aldeia mó de cima, desta vez foi na a categoria das duas rodas
de São Sebastião. Os promotores Madeira, onde os três carros motrizes, tendo sido sextos
contaram com a colaboração da preparados pela equipa de classificados da geral. «Acho
Associação de Atletismo da Guarda. Aguiar da Beira tiveram uma que o Ricardo Teodósio fez um
boa prestação. rali exemplar. Há quatro anos
A dupla Ricardo Teodósio que não vinha à Madeira, e re-
e José Teixeira (Skoda Fabia gressando agora, pela primeira
R5) conseguiu o segundo lu- vez, ao volante de um R5 não se
gar entre os concorrentes do podia ter pedido mais. Já o Pe-
cípio e da Federação Portuguesa
Campeonato de Portugal de dro Almeida realizou uma pro-
da modalidade, preparou várias
Ralis e ganhou pontos precio- va muito positiva, percebendo
atividades de lazer e cultura
sos para as suas aspirações que tem uma larga margem de
para os participantes e visitan-
na prova. Por sua vez, Pedro e evolução, e que pode ir longe. E
tes, como jogos tradicionais,
Nuno Almeida (Ford Fiesta R5) o Miguel Correia fez um grande
desportos radicais, caminhadas,
terminaram na quinta posição rali. Ninguém esperava, em ano
visitas guiadas e degustação de
na sua estreia no Rali Vinho de estreia, uma prova com esta
Queijo Serra da Estrela. Também
da Madeira, enquanto Miguel qualidade», afirmou Augusto
haverá diariamente batismos de
Correia e Pedro Alves (Renault Ramiro, responsável da ARC
voo em parapente bilugar para
Clio R3) protagonizaram uma Sport.
os interessados.
18 • • Quinta-feira • 09 de agosto de 2018
crónicaPOLÍTICA
Jorge Noutel
Mentiras, ódios,
amizades e vinganças
Alguém disse um dia, no original, que “You don’t re-
member people you love by the wise things they say, but
the silly things they do”.
Por isso, o caso Robles e as implicações para o Bloco de
Esquerda vão continuar a dominar a “silly season”. Este caso
representa um marco e um ponto de viragem na perceção
mental que a maioria dos portugueses tem da política. De
facto, trata-se de um caso muito curioso, por variadíssimas
razões.
Em primeiro lugar, é quase consensual, da direita à
esquerda, que o caso é importante por não assentar em
ilegalidades. Isto é, mesmo que existam, não é nisso que as
pessoas estão a pensar quando formam uma opinião sobre o
que aconteceu. É um daqueles raros casos da política ligados
apenas à ética, ou à falta dela.
Isso é importante porque permite desqualificar compa-
rações com casos com contornos completamente diferentes,
como são aqueles ligados à banca, às PPP’s, ou a outras
situações que oneraram o contribuinte em milhares de mi-
lhões, favorecendo no caso presente uma certa purificação
ou desintoxicação monetária da discussão.
Talvez por isso, a segunda característica ligada a este
caso é a do valor da palavra. Deixou de ser importante –
para usar linguagem popular – que um político não roube, e
passou a sê-lo mais ainda que não minta contra si próprio.
Se roubar, torna-se vulgar, se mentir, torna-se suicida, o
que pelos visto pode ser pior. Isso é bom, porque eleva o
patamar de exigência futura do público em relação aos com-
portamentos dos políticos e à sua relação com o universo
dos negócios. No futuro, para não mentirem, terão menos
hipóteses de roubar…
Em terceiro lugar, é extraordinário que um caso destes
não redunde em aparente benefício eleitoral para a parte
contrária, como seria normal esperar-se em política. De facto,
se admitirmos por hipótese que o Bloco de Esquerda perca
metade do seu eleitorado, nada nos garante que sejam o PSD
ou o CDS a beneficiar com esse facto.
Isso acontece porque uma parte significativa do voto
no Bloco é não ideológico e de protesto. Como tal, já foi
usado para castigar o PSD e o CDS no passado. E geral-
mente os eleitores que votam desta forma podem mudar o
seu sentido de voto para protestarem novamente, mas com
reduzida apetência a “descastigarem” as suas indignações
do passado. Nesse sentido, o estridor da direita clássica foi
algo infrutífero e, eventualmente, até contraproducente, pois
pode ter beneficiado mais os seus adversários políticos, o PS
e o PCP, do que a si própria. Recorrendo à metáfora, o povo
não esquece que fica mal a alguém que bateu na mulher no
passado vir criticar quem insulta a sua no presente. Como
dizia Mark Twain, «o barulho não prova nada: uma galinha põe
um ovo e cacareja como se estivesse a largar um asteroide».
Por último, haverá um antes e um depois do caso Ro-
bles. A autoarvorada superioridade moral do Bloco era uma
espécie de reduto que a direita e até uma certa esquerda
sonhavam em derrubar. No fundo, é aquela coisa de se poder
dizer que os outros não são melhores do que nós. Claro que
isto nos diz muito sobre o nível a que chegou a nossa política.
Não é uma cena de “vocês são maus, mas nós somos bons”,
até porque qualquer pessoa que saiba andar e respirar ao
mesmo tempo se desmancharia imediatamente a rir. É uma
cena de “vocês são tão maus como nós”. É um pouco como
se um gordo que demorasse 10 minutos a correr os 100
metros ficasse felicíssimo por outro com corpo de atleta
demorar exatamente o mesmo tempo.
Com a queda desse reduto, abriu-se uma caixa de Pandora.
Na verdade, errar é humano, culpar outra pessoa é política. E
para o eleitor de protesto, culpar sempre alguém diferente da
vez anterior é uma opção tão boa como outra qualquer.
Já Tocqueville dizia que, em política, a comunhão de
ódios é quase sempre a base das amizades. Ou, adaptado
ao presente, talvez das inimizades…
crónicaPOLÍTICA
Júlio Sarmento *
Houve um tempo em que tinha sentido falar de ideologia.
Tempos em que se sabia com grande probabilidade as fron-
teiras e as clivagens no pensamento político.
Existiam metas entre as quais se podia escolher, objetivos
que eram precisos e diferenciados, que permitiam fazer opções
e seguir modelos conhecidos.
Mas este mundo de que se falava não há muito, já não
está lá, desapareceu, tornou-se coisa diferente, num tempo de
estabilidade de preceitos constitucionais e de compromissos
internacionais, obrigados a seguir, sem alternativa, de um modelo
institucionalizado, de economia de mercado e de proteção social,
em que o contrato, a propriedade privada e a liberdade de con-
corrência constituem pilares da estrutura jurídica desse modelo.
Falar assim de esquerda e direita deixa de ter sentido,
pois todos os governos reclamam como missão a mesma
ambição de aumentar o produto, controlar a despesa, apoiar
os mais necessitados e erradicar a pobreza.
É certo que na curva do crescimento e da prosperida-
de, que o tecnicismo da economia sobrevaloriza, há pouca
condescendência com a pobreza, resistência desagradável
na estatística do discurso oficial. A pobreza, a nova e velha
pobreza, não se confunde com o proletariado, que por ter
uma relação contratual, geralmente no setor público, ganhou
opinião
António Godinho Gil
www.bocadeincendio.blogspot.com
1. A profiláctica história do vereador Robles rendido
aos encantos do capitalismo, só por si, está mais do que
explicada e retweetada. Falta retirar a consequência política
mais importante do episódio: o BE está pronto para ser
igual a todos os outros partidos. Até agora, tem ocupado
um lugar modesto na cadeia alimentar do poder. O que
significa que a possibilidade da corrupção é proporcional
aos meios de que dispõe. Esta história deu sinais de que
já atingiu a maturidade necessária para mais altos voos...
2. Como outra qualquer fórmula, os diferentes regi-
mes políticos, ao longo do tempo, apresentam variáveis
e constantes. As primeiras são o cerne da luta política e
das construções ideológicos. As segundas são tema para
filósofos e cépticos. Uma das constantes mais interessantes
é a percentagem relativamente estável de ganhadores e
perdedores. Observável em todos os modelos económicos e
correspondentes sistemas políticos. O que realmente varia é
a forma como os ganhadores se revelam e subsistem. Ou a
maior ou menor arbitrariedade com que os perdedores são
criados e revertidos. Nos regimes ditatoriais com economia
planificada, a arbitrariedade é brutal e o mérito é substituído
pela subserviência. Nos regimes onde uma economia de
mercado coexiste com a ausência de democracia, os ganha-
dores e os perdedores substituem-se a um ritmo alucinante,
sem regras, sob a vigilância de um Estado omnipresente.
Só nos regimes democráticos consolidados, com uma eco-
nomia aberta, é possível ganhadores crónicos coexistirem
com perdedores transitórios e uma percentagem do ganho
amenizar, com moderação, os custos da perda. Só aí ganhar
e perder são questões de motivação, inteligência e mérito.
Com formas diversas de essas qualidades se revelarem.
Em que nem sequer é a sua manifestação estatística que
pode definir a virtude individual, ou colectiva.
3. De acordo com a moral aristocrática, que antes
prevalecia na política e de que Churchill foi, talvez, o último
ilustre representante, só havia dois motivos sérios para o
opróbrio: a covardia e a homossexualidade. Uma honesta
e sólida bebedeira, mesmo num homem com responsa-
bilidades públicas, era perfeitamente desvalorizada. Hoje,
com uma classe política triunfante submetida à ditadura
do sorriso e com hábitos de burocrata, a ebriedade, ou um
momento de descompostura, são pecados capitais. E a hi-
pocrisia pode servir-se de um sem número de eufemismos.
Um deles é, pelos vistos, “ciática”.
4. A última revista “Ler” inclui um belíssimo texto de
Tempos novos…
força e respeito.
A pobreza é outra coisa. Não tem direitos, não tem poder
de reivindicação, não desafia, é esquecida, sente-se deserdada,
vive alienada no seu mundo.
Neste sentido, perdidas as referências ideológicas, todas
elas integradas no mesmo modelo institucional europeu,
a pobreza está sem modelos de conduta, resignada e sem
esperança por lhe terem recusado o mundo em que acreditou.
Talvez que aqui chegados possa, com a devida vénia,
chamar à colação o pensamento de uma conhecida figura dita
de esquerda que afirmou recentemente, não ter hoje sentido, a
dicotomia esquerda direita, mas sim a afirmação dos valores
da honestidade, da ética e eu modestamente acrescentaria,
da competência.
Que assim parece ser, como se evidencia do recente caso
Robles, onde a relevância da ética no discurso e na ação, constituiu
o novo paradigma da análise e da ação política. É sem dúvida este
o paradigma para resolver a equação da boa governação. Não é
a ideologia mas sim a competência, a ética e a honestidade que
deveria ditar a boa opção na escolha do eleitor.
* Antigo presidente da Distrital do PSD da Guarda e ex-
presidente da Câmara de Trancoso
Termidor
Isabel Rio Novo, intitulado “Lugares de Augustina”. Uma visita
guiada aos locais marcantes na vida da escritora. Uma dessas
etapas passou-se na casa duriense onde Agustina viveu na
adolescência. Que serviu de cenário para “Memórias Lauren-
tinas” e onde foram rodadas algumas cenas de “Vale Abraão”.
Foi aí que a escritora escreveu o seu primeiro romance, aos 15
anos. E foi aí que, mais tarde, situou o seu mergulho decisivo
nas águas profundas da criação literária. Confessando que,
ao descobrir essa vocação para (re) inventar o mundo, soube
que se iria para sempre afastar dos outros. Talvez isto, dito
assim, a seco, soe a mistificação. Por essa razão, não será
descabido adivinhar que, esse movimento, essa prostração,
só existam como uma espécie de luz refractada, quando atra-
vessa a superfície da água. Um artifício que só faça sentido
para a escritora poder observar todas as gradações de uma
real proximidade que queima.
5. Recentemente, o carácter facultativo da leitura de
“Os Maias” no secundário foi motivo de intensa polémica É
curioso verificar que, em “As Farpas”, o próprio Eça critica-
va as leituras obrigatórias na instrução pública. Referindo,
grosso modo, que esse método, demasiado penoso para um
adolescente, era a garantia do adulto que viria depois deixar
de ler. A questão é pertinente. E põe em causa a utilidade
pedagógica do expediente. Porém, em meu entender, neste
caso os benefícios superam os inconvenientes. Há certas
obras literárias, cuja leitura orientada pode abrir janelas na
mente de um jovem que nunca mais se fecharão. Durante o
secundário, fui “obrigado” a ler “Esteiros”, de Soeiro Pereira
Gomes; a peça “As Guerras do Alecrim e da Mangerona”, do
Judeu; as “Viagens na Minha Terra”, de Garrett; “Constantino,
guardador de vacas e de sonhos”, de Alves Redol; alguns
“Sermões”, do Padre António Vieira; o “Amor de Perdição”,
de Camilo; os inevitáveis “Maias”; “O Fogo e as Cinzas”, de
Manuel da Fonseca; a “Farsa de Inês Pereira”, de Gil Vicente;
e “O Velho e o Mar”, de Hemingway. Alguns faziam parte dos
programas escolares e outros foram sugeridos por um pro-
fessor de português que ainda hoje recordo com gratidão. “Os
Maias”, como refere VPV, é um livro sobre a imitação. O incesto
e as tramas sentimentais são acessórios romanescos. Eça
fala-nos de um país que só sabe imitar. E, ainda por cima,
mal. Talvez este dedo apontado a um destino a que ainda
não soubemos escapar incomode tanto hoje como há 140
anos. Porque a “choldra” de que falava Ega pouco mudou.
* O autor escreve de acordo com a antiga ortografia

opinião
João Mendes Rosa
Pela restauração de uma pequena república
galaico-transmontana (séc. X-1868)
Há umas boas décadas atrás a pátria lusa compeliu-
me a servi-la precisamente da forma que, no meu sus-
peito entender de anarquista timorato, menos a saberia
preitear: com um uniforme. Em 1990 cumpri parte
do serviço militar em Chaves e foi nesse período que,
paralelamente servi a pátria, mas ao arbítrio da cultura
e da memória histórica, em incursões de sol-posto e
madrugadas roubadas ao vagar, quando já livre da (para
mim) infamante fatiota. E vai de esquadrinhar a profun-
díssima Raia e anotar em canhenhos relatos e enigmas
de oposições e resistências a ambos os tiranos ibéricos.
Foi na minha passagem por Chaves que pude co-
nhecer o fascinante fenómeno de “Couto Misto”. “Couto
Mixto” (em galego) que fora, desde o séc. X até 1868
uma micronação independente dos Estados português
e espanhol, formada pelas aldeias de Santiago, Rubiás
(Ruivães em português) e Meaus (em português, Meãos)
e demais território contíguo com um total de 26,7 km2.
Após as convenções decorrentes do “Tratado de Lisboa”
(1864) o enclave situado a norte da Serra do Larouco
(Província de Ourense) e o limite norte do concelho de
Montalegre perdia o seu o estatuto de pequeno país in-
dependente e as suas localidades vieram a ser integradas
nas Coroas portuguesas e espanholas: as referidas três
aldeias passaram a depender de Calvos de Randín e Baltar
(Galiza) e as atuais Soutelinho da Raia, Cambedo e Lama
de Arcos agregar-se-iam ao concelho de Chaves: eram
os chamados “povos promíscuos”.
A história de “Couto Misto” alicerça-se em mais
de 900 anos (Cf. entre outros, Luis Manuel García
Mañá, “Couto Mixto, unha república esquecida”) sob
a égide de um estatuto que concedeu aos seus habi-
tantes direitos inalienáveis: era uma pequena república
de certo modo anárquica (parece-me abusivo falar-se
em “microestado” pois na verdade nunca o chegara a
ter) regida por um Juiz (eleito democraticamente por
três anos) que exercia funções governativas, admi-
nistrativas e judiciais. Este autogoverno, que dilatava
no tempo o nosso municipalismo medieval («Era o
povo que a si mesmo se governava» – recorde-se a
expressão de Alexandre Herculano) tendo como órgão
representativo uma assembleia de homens-bons,
eleitos por cada uma das três aldeias (o principal
legado material do poder do Couto é a arca onde se
guardava a documentação do país, que se abria com
três chaves, pertencentes a cada povoado).
Assim, os cidadãos de “Couto Misto”, em absolu-
ta convivialidade existencial, podiam optar livremente
ou pela nacionalidade portuguesa ou pela espanhola
(ou nenhuma delas) sendo que faziam a sua declaração
de “pertença” pátria (ou não) no dia do casamento:
aqueles que optavam por ser “portugueses” faziam
um brinde com vinho ao rei de Portugal (pintando na
casa nupcial um “P”, de Portugal); os que optavam por
Espanha brindavam ao rei respetivo e o domicílio dos
nubentes deveria ostentar a letra “G”, de Galiza. A in-
dependência desse território, daquela pequena pátria,
atesta-se pelo código jurídico que lhe era reconhecido
por ambos os estados: por um lado os seus habitantes
não estavam sujeitos aos efeitos jurídicos daqueles;
nem tinham que pagar impostos aos mesmos já que
eram considerados «mistos»; não estavam obrigados
a ter documentos de identidade pessoal; estavam
isentos de cumprir o serviço militar, de participar nos
processos eleitorais “alheios”, podiam conceder asilo
a cidadãos estrangeiros e o território em apreço estava
interditado à ingerência das autoridades civis e milita-
res forasteiras (estas não podiam, assim, apreender
qualquer produto, nem sequer os de contrabando).
Estavam igualmente isentos de licença de uso e porte
Quinta-feira • 09 de agosto de 2018 • • 19
opinião
Istambul:
novamente
no mapa
DR
de armas (caça ou defesa), do uso de papel selado e
quaisquer documentos aduaneiros; podiam vender e
comprar nas feiras das comarcas limítrofes e inclusi-
vamente produzir tabaco. Enfim, uma verdadeira pátria
em que a bandeira era – inversamente ao estandarte
de Portugal, então vigente – branca e azul…
E independentemente da “nacionalidade” esco-
lhida pelos cidadãos de “Coro Misto” havia nele uma
cidadania intrínseca, um sentimento de “nacionalida-
de” própria consignada pela identidade do pequeno
país. Essa “cidadania” sobreviveu a 1868 e prova-o o
episódio que ficou conhecido pela “Batalha do Cam-
bedo”. Revigorando alguns aspetos do estatuto abju-
rado pelo tratado de 1864, os habitantes de uma das
localidades integrantes do território do antigo Couto,
mais propriamente da atual Cambedo (freguesia de
Vilarelho da Raia, Chaves), resolveram conceder asilo
político (e ao mesmo tempo restaurar a interdição de
ingerência de autoridades outrora legalmente estran-
Joana Dente* se quisermos apenas focar-
geiras) e, entre os anos de 1936 e 1946, deram gua-
nos nas atracões principais,
rida a militantes antifascistas, sobretudo opositores
Visitei Istambul no início de por isso, aproveitar um fim-
ao regime do “pequeno ditador” – «que fué caudillo
2016, numa altura em que o ris- de-semana prolongado para
de España por obra y gracia de Diós» – como diz o
co de atentados terroristas era visitar a cidade permite trazer
poema de Luís Pastor… A 21 de dezembro de 1946,
elevado. Aliás, uma semana de- o essencial do local.
numa ação conjunta da Guardia Civil, PIDE e GNR,
pois da minha visita ocorreu um Entre as atracões e ativida-
Cambedo da Raia sucumbia depois de um par de dias
atentado contra turistas numa des a não perder, recomendo:
a resistir ao aparato policial que a sitiava e que sobre
das zonas mais movimentadas - O Grand Bazaar: um mer-
a mesma lançara, inclemente, granadas de morteiro
da capital – onde, naturalmente, cado coberto, dos maiores e
e rajadas de metralhadora… Varados pelas balas, os
também eu havia estado. No en- mais antigos de todo o mundo,
antifascistas acabaram por sucumbir, à exceção de
tanto, a estabilidade parece ter onde é possível encontrar todos
um – Demétrio, chamado “O Pedro” – e foram presos
voltado ao país e à cidade, razão os produtos turcos típicos, des-
dezenas de “cidadãos” herdeiros do espírito do antigo
pela qual recomendo vivamente de bijuteria, a especiarias, chás
“Couto”… (Cf. o filme “O silêncio”, de António Loja
uma visita a Istambul. e frutos secos;
Neves e José Alves Pereira).
Algo que me surpreendeu - Torre de Gálata (Galata
Mas a memória ali ficou… Numa placa, nas en-
nesta cidade foram as seme- Tower): torre medieval, ícone
trelinhas da lembrança, em monotipias descoloradas,
lhanças de Istambul com Lis- da cidade, situada na outra
no tímido relato emocionado daquelas gentes que
boa. Em primeiro lugar, o sol, margem do Bósforo, de onde é
eu escutara, nos meus dias pardacentos de milícias,
as colinas e as construções não possível contemplar Istambul e
naquele velho canhenho… meses e meses ali… e nas
deixam de nos recordar a nossa os seus majestosos monumen-
aldeias vizinhas. Conciliábulos encobertos no recesso
capital, impressão que, aliás, tos em todo o seu esplendor;
das adegas e caves desses descendentes dos cidadãos
descobri partilhar com outras - Banho turco: recomendo
admiráveis, dignatários da Liberdade e da Emancipa-
pessoas. Em segundo lugar, e o banho turco, um misto de
ção do Homem, em que tomava pose de iniciado e
nisto também se aproxima dos massagem e banho, caracteri-
escutava, em tartamudeio, ao senhor ****** e outros,
portugueses, a calorosa receção zado pelas altas temperaturas e
num jogo de incógnitas e de silêncios, como se ainda
e o afável acolhimento dos seus vapores, alternados com águas
houvesse repressão: - Não me diga nada, naqueles
habitantes – habitualmente, nas frias; estão disponíveis a cada
tempos, a PIDE… a Guardia Civil… os “Requetés”…
lojas, os vendedores servem esquina;
estavam onde menos se esperava; era o “Damonho”
chá e outras iguarias enquanto - Passeio de barco pelo
que aí andava! Um borburinho corria pela aldeia.
deambulamos lá dentro; numa Bósforo: fazer um passeio de
Ouvi em titubeio um nome… Demétrio, o guerrilheiro
das vezes, vi-me mesmo obri- barco pelo Bósforo é uma ati-
acabara de falecer, naquele ano de 1990. O murmúrio
gada a partilhar o almoço com o vidade a ter em conta; a oferta
estendia-se e eu prometera calar, entre a broa e copo
dono de uma loja e o seu amigo, é muita, quer em termos de
de vinho esse nome de herói. Demétrio García Álvarez,
que insistiram que havia de me preços, quer em termos de du-
dito “o Pedro”, único sobrevivente da “Batalha do
sentar e merendar com eles. ração; é excelente para ter uma
Cambedo” de 1946, detido então pela PIDE e julgado
Istambul é conveniente, outra panorâmica privilegiada
e condenado pelo Tribunal Militar Territorial do Porto,
pois há voos diretos de Portu- da cidade.
passou cerca de vinte anos no Tarrafal. Transferido
gal. Os preços são acessíveis e
para a Penitenciária de Lisboa, foi libertado em 1965,
a comida maravilhosa: a dúvida No mais, aproveite todos
exilou-se em França e nunca mais voltou à Península…
residia sempre no que escolher, os majestosos monumentos e
Hoje o espírito do Couto sobrevive em várias dispo-
tal a variedade de opções e a ex- os variadíssimos espetáculos
sições de vontades, mormente na “Asociación de Amigos
celente apresentação de todos culturais, tudo isto regado com
do Couto Mixto”. No passado dia 7 de julho assinalou-se
os pratos. Outro ponto a favor, bons acepipes da cozinha tradi-
a passagem dos 150 anos da extinção do Couto Misto
para quem gosta, é o facto da cional turca. Eu, é para lá que
(1868-2018) e naquele território convergiram várias
cidade ser visitável a pé entre sigo novamente em setembro.
individualidades de Espanha e Portugal. De cada vez que
muitas das suas atracões, o Também vai? Boa viagem!
deixo aquele território, pergunto-me sempre: - E se fosse
que é bom para sentir a cidade
ainda possível? Se fosse possível a restauração desta
e as pessoas. * @pitangaboss
pequena república galaico-transmontana?
Istambul não precisa de Jurista / Makeup Artist /
muito tempo para ser visitada, Fashion Stylist
* Escritor
 publicida

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20 • • Quinta-feira • 09 de agosto de 2018

EM PISCINAS
E MOBILIÁRIO DE
GUARDA JARDIM
* nos artigos asinalados, Companha Valida de dia 1 de Agosto a 16 de Setembro de 2018 no Bricomarche da Guarda, esta campanha não acumula com outras campanhas em vigor e o desconto é em talão.

rua da corredoura, 80 - R/C Dto - C • 6300-825 Guarda
Redacção/Publicidade: 271212153 • www.ointerior.pt
publicidade@ointerior.pt • ointerior@ointerior.pt
GUARDA
Suspensas obras da piscina do Caldeirão
A aviso de Álvaro Amaro cum-
priu-se e as obras da piscina fluvial
na barragem do Caldeirão foram
suspensas na semana passada.
Um ano depois do arranque
dos trabalhos, o equipamento ain-
da não está concluído, apesar dos
banhistas já terem tomado conta
do local. A instalação da piscina
custou pouco mais de 137.528
euros (mais IVA), segundo a infor-
opinião
bilhete postal
AR
A dramática vida de Manuel Cegonha
Limpopo, 1948, foi o ano em que nasceu, filho do
Sr. Cegonha que tinha uma fazenda onde metade da
gente se abastecia e de um encontro fugaz com uma
jovem lindíssima que andava a pastorear. Cegonha
não tinha outros filhos e perfilhou este sem hesitação.
Manuel foi educado pela D. Ermelinda, de ori-
gens no Alentejo e habituada aos destemperos do
marido. Não tinham filhos e este foi uma bênção.
Manuel Cegonha viu os hipopótamos e os jacarés
do Limpopo. Assistiu nos anos 60 às travessias das
manadas de boi-cavalo e de búfalos nas pradarias
mação disponível no portal Base,
do rio. Conhecia o rugido do leão e sabia se buscava
e devia ter sido complementada
alimento ou dias de cio. Depressa se viu à frente do
com um bar de apoio e sanitários,
negócio e ficou com a machamba do pai. Manuel
as infraestruturas em falta neste
Cegonha encheu o Limpopo de crianças, deu jus
momento. «Ou fica pronta até dia
ao nome trazendo vida a vários ventres. Em 1974
3 de agosto, ou paro imediata-
ficou em África e não deixou a sua mercearia, nem
mente as obras para não preju-
quando os tiros se cravaram na parede. Casou com
dicar quem procura aquele local
uma jovem europeia que foi fazer voluntariado e ali
paradisíaco nesta altura do ano»,
encalhou para sempre. Começou por escolarizar as
disse o presidente da Câmara no
crianças do Cegonha e acabou juntando-lhes mais
final de julho e cumpriu.
dcabrita@iol.pt
Diogo Cabrita
dois. Chegou 1979 e um dia disse o que pensava, cri-
ticou o governo da província, saíram-lhe as tristezas
de ver fome, de ajudar mais que o governo, de ver
as pradarias percorridas por gente em debandada.
No Limpopo já não havia hipopótamos nem jacarés.
Fugiu com a mulher e cinco dos outros filhos
para Coimbra. Abriu uma mercearia onde se recom-
pôs financeiramente. Educou todas as crianças.
Quando podia passeava junto do Mondego a sonhar
com os grandes predadores, a pensar na sua África.
Nunca voltou e acabaria numa cama de hospital,
em Coimbra, tratado por gente que nunca ouviu o
leão, nunca cheirou a terra quando despontam as
primeiras monções.
Calhou-me dizer que tínhamos de retirar-lhe a
perna gangrenada, que a infeção estava já no períneo.
Falámos muito e contou-me da morte da mulher,
da emigração dos filhos e da solidão com que vira
morrer um velho leão mordido. Escolheu não receber
tratamentos nenhuns e partiu enrolado nos lençóis
numa noite de Lua Nova.

PUB

DUAS FORÇAS,
UM FUTURO.
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