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Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M.

Cruz 11

INTRODUÇÃO
O QUE É ENFERMAGEM?

Desde que Florence Nightngale escreveu, em 1858, que a meta da


Enfermgem era “colocar o paciente na melhor condição para que a natureza
pudesse agir sobre ele”, as lideranças de enfermagem têm descrito este
mister como arte e como ciência.
A Associação Americana de Enfermeiras definiu Enfermagem como “o diagnóstico e
tratamento das respostas humanas à saúde e à doença” e fornece a seguinte lista ilustrativa de
fenômenos que são o foco do cuidado e da pesquisa em Enfermagem ( SMELTZER e BARE, 2002):

- processo de autocuidado;
- processos fisiológicos e fisiopatológicos em áreas como: sono, repouso, circulação, respiração,
reprodução, atividade, nutrição, eliminação, pele, sexualidade e comunicação;
- conforto, dor e deconforto;
- emoções relacionadas ás experiências de saúde e doença;
- significados atribuídos à saúde e a doença;
- tomada de decisão e capacidade de fazer escolhas;
- relacionamentos afiliativos, incluindo libertar -se da opressão e abuso;
- sistemas ambientais.

A Enfermagem é a arte de cuidar e também uma ciência cuja essência e especificidade é o


cuidado ao ser humano, individualmente, na família ou em comunidade de modo integral e holístico,
desenvolvendo de forma autônoma ou em equipe, at ividades de promoção, proteção, prevenção e
recuperação da saúde.
A enfermagem, segundo Wanda Horta, é a ciência e a arte de assistir o ser humano em suas
necessidades básicas(Necessidades Fisiológivas, N. de Segurança, N. de Amor, N. de Estima, N. de
auto-realização - Maslow) e torná-lo independente destas necessidades quando for possível, através
do auto cuidado. A enfermagem como ciência pode ser exercida em vários locais tais como:
Hospitais, Empresas Particulares (Enf. do Trabalho), Escolas, Centros d e Saúde (Enf. de Saúde
Pública).
É uma ciência e uma arte. A ciência da enfermagem deseja proporcionar um corpo de
conhecimentos abstratos, resultantes de pesquisas científicas e análises lógicas, e deseja ser capaz
de transferir esses conhecimentos para a prática. O uso criativo e imaginativo do conhecimento para
a melhoria do homem encontra expressão na arte da enfermagem.

Enfermagem é a arte e a ciência do CUIDAR, necessárias a todos os povos e nações,


imprescindível em época de paz ou em época de guerr a e indispensável à preservação da saúde e
da vida dos seres humanos em todos os níveis, classes ou condições sociais (Geovani).
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É uma ciência empírica, cujo propósito é descrever e explicar o fenômeno central de seu
interesse (o homem, indivíduo ou grupo ) e de predizer a seu respeito. Descrição, explanação e
predição são os precursores da intervenção baseada em conhecimentos.
Cabe à enfermagem desenvolver atividades para a manutenção e promoção da saúde, bem
como para a prevenção de doenças, sendo de sua responsabilidade o diagnóstico e a intervenção de
enfermagem. Seu objetivo é assistir as pessoas para atingirem seu potencial máximo de saúde.
Os princípios para guiar a prática emergem do sistema conceitual, cujo fenômeno é o
processo vital. A prática d a enfermagem procura promover a interação sincrônica entre o homem e o
ambiente, fortalecer a coerência e a integridade do corpo humano, e dirigir e redigir a padronização
dos campos humanos e ambientais para a realização máxima do potencial de saúde. Saúd e e
doença estão submersos na totalidade sinergética do homem. Desvios ao longo do eixo vital resultam
da complementação sincrônica do Homem e do ambiente.
A prática é criativa e imaginativa. Está fundamentada em conhecimentos abstratos,
julgamento intelectual e compaixão humana.
Os objetivos da enfermagem tomam e adicionam dimensões na medida em que
conhecimentos teóricos proporcionam direções à prática. A enfermagem está se dirigindo a uma nova
era: a do preenchimento das necessidades humanas.

NOÇÕES BÁSICAS DE SAÚDE E DOENÇA


A competência profissional na área da Enfermagem é fator importante
para elevar o nível de saúde da população, o qual depende do alcance do
profissional para evitar problemas de saúde ou para resolver os que se
apresentam. Faz-se necessário que o enfermeiro conheça sua área de atuação
frente a prevenção e os diferentes fatores que determinam as condições de
saúde do indivíduo. Tendo presente tais aspectos, são importantes estudos que
sinalizem problemas na formação profissional, co mo fator indispensável à permitir adaptações
constantes às reais necessidades da população, a quem se destina o trabalho.
SAÚDE[Do lat. salute, 'salvação', 'conse rvação da vida']. O conceito de saúde pode ser
descrito como o padrão dinâmico de funcionamen to, em que existe uma contínua interação das
forças internas e externas que resulta no uso ideal de recursos necessários e serve para minimizar as
vulnerabilidades. A ênfase deve ser colocada sobre a prevenção e a reabilitação, tendo o bem -estar
como meta para toda a vida.
Ao realizar as ações de enfermagem através de uma abordagem holística, o profissional de
enfermagem ajuda o cliente a adquirir um estado de saúde. No entanto, para desempenhar
efetivamente essas ações, o profissional de enfermagem deve identificar corretamente as faltas ou as
deficiências relativas à saúde que o cliente está apresentando. Essas faltas ou deficiências são as
necessidades de saúde do cliente.
Comumente, em nível de organismo tem -se por definição de saúde como sendo a do estado
oposto ao da doença e, em decorrência corresponderia a conceito que se subordina à ausência
desta.
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As situações ideais têm inspirado conceituações de saúde. Não obstante, incidem


invariavelmente em deficiências que tendem a se acentuar, à medida qu e se aprofundam no terreno
da imprecisão dos enunciados. A mais potente nesse sentido, e talvez a mais difundida, vem a ser a
que foi elaborada pela OMS e que figura no preâmbulo de sua Constituição. Diz ela que saúde vem a
ser "o estado de completo bem -estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença". É
evidente a falta de precisão, em especial no que concerne ao significado da expressão "completo
bem-estar". Certamente, este pode variar de acordo com o indivíduo, o tempo e o espaço. Em ou tras
palavras, o que é bom para um não é obrigatoriamente para outro, e nem a presença de bem -estar
significa a ausência de doença.
Por esta definição, é difícil medir o nível de saúde da população porque as pessoas não
permanecem constantemente em complet o bem-estar. Também, porque os níveis de bem -estar
dependem de inúmeras variáveis existentes no ambiente físico, mental e social do indivíduo.
A OMS diz ainda que “o gozo do grau máximo de saúde que se pode desejar é um dos
direitos fundamentais de todo s er humano, independente de raça, religião, ideologia política ou
condição sócio-econômica”.
Os conceitos de “saúde” e “doença” não estão, pois, em oposição simples; não se pode mais
identificar o conceito de “saúde” com o conceito de “normal”.
A noção de estado normal encontra-se claramente sujeita a características próprias do
organismo e que são essencialmente variáveis. Dentro dessa gama de variações é que está incluída
a normalidade, tanto física como fisiológica. Acrescente -se também à ocorrência de f lutuações do
estado normal de acordo com as circunstâncias, como é o caso do volume sangüíneo na prenhez e
fora dela, e dos processos de aclimatação.
Se aceitássemos que saúde é apenas ausência de doença, estaríamos aceitando também
que para ter saúde basta não ter doença. A partir daí, provavelmente acharíamos que para solucionar
os problemas de saúde precisaríamos apenas curar as doenças.
Deve-se pensar na saúde em uma escala graduada porque todos possuem algum grau de
saúde: em excelentes condições, ra zoavelmente bem, com alguma perturbação, e enfermos.
Portanto, a saúde é um processo dinâmico em que o homem luta contra as forças que
tendem a alterar o equilíbrio da sua saúde; é o ajustamento dinâmico satisfatório às forças que
tendem a perturbá-lo. O complexo processo de redução da saúde não é provocado por fatores
simples ou específicos, mas pelo resultado da ligação contínua entre causas e efeitos. Para
considerar o indivíduo com saúde, é necessário que ele atinja um nível excelente de ajustamento e
equilíbrio entre o homem, os agentes e o meio ambiente.
Do ponto de vista teórico, a saúde representa um conceito coletivo. Em resumo poder -se-ia
dizer que ela resulta do equilíbrio entre todos os fatores sociais, psíquicos e físicos considerados em
determinado momento, não dependendo apenas de funcionamento satisfatório dos órgãos, mas
também da personalidade do paciente e do contexto social em que vive.
A VIII Conferência Nacional de Saúde (1988) ampliou significativamente o conceito, incluindo
nele não só as condições de vida (alimentação, habitação, trabalho...) mas, também, direitos ligados
ao acesso universal e igualitário à ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde e
exigências ligadas a uma política nacional de saúde. Não se pode reduzir o conceito de saúde a uma
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fórmula simplista de utilização universal. Os fatores que a determinam são de ordem biológica,
psicológica e social, tais como: alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho,
transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde. Esses
fatores podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida, que irão interferir na saúde individual
e coletiva.
Assim sendo, para se poder chegar à definição mais precisa de saúde, c onvirá esclarecer, da
melhor maneira possível, o que vem a ser o estado de doença. Daí a definição de doença como
sendo o conjunto de fenômenos desenvolvidos em organismos, associados a uma característica, ou
série de características comuns, que diferencia m esses organismos dos normais da mesma espécie,
e de maneira a situá-los em posição biologicamente desvantajosa em relação àqueles.
A doença é um processo anormal no qual o funcionamento de uma pessoa está diminuído ou
prejudicado em uma ou mais dimensõe s. É o resultado do desequilíbrio entre o homem e o meio
físico, mental e social.
A resposta à questão sobre o conceito de doença deverá obrigatoriamente levar em conta
esse fenômeno como processo resultante de respostas a estímulos ou agentes, originário s de várias
condições ambientais. Aquelas por sua vez, sujeitas à influência do patrimônio gênico. Quando a
resposta ultrapassar os limites da normalidade levará à situação de doença, com seus diversos
quadros patológicos e clínicos. Sob o ponto de vista e cológico, pois, o estado de doença nada mais
seria do que conseqüência de mecanismo de adaptação.
O organismo humano apresenta várias feições de natureza adaptativa que ainda não
lograram atingir nível completo. Assim sendo, é de se considerar como ponde rável, o papel
desempenhado pelo processo de adaptação, na gênese do estado de doença ou, em termos gerais,
de agravo à saúde. Em decorrência, pode -se estabelecer a definição de saúde, em termos
ecológicos, e que pode ser enunciada como a perfeita e contín ua adaptação do organismo ao seu
ambiente. A instalação da enfermidade, como etapa da doença ou agravo, corresponde ao advento
da sintomatologia corresponde ao quadro clínico e conseqüentemente, à sobrevinda da desabilidade
funcional.
Os estados de saúde e de doença decorrem da interação dos fatores:
HOMEM – portador de características inerentes ou adquiridas(hereditariedade, imunidade, nível de
nutrição). Hospedeiro, que pode ser ou não, susceptível a uma doença em particular.
AGENTES – Qualquer fator, interno ou externo, que por sua presença ou ausência pode levar à
doença ou à indisposição. animados( vírus, bactérias, fungos), inanimados( calor, frio, tóxicos,
acidentes, substâncias nocivas). Biológicos, químicos, físicos, mecânicos e psicossociais.
FATORES DE RISCO – Para que a doença tenha início, são necessários fatores especiais. A
patogenicidade dos agentes infecciosos irá determinar maior ou menor conseqüência para o
hospedeiro. Pode tornar mais provável que uma pessoa ou um grupo contraia uma doen ça. História
familiar do hospedeiro, idade, estilo de vida, etc.
MEIO AMBIENTE – Todas as causas que contribuem para o aparecimento de uma doença estão
relacionadas com o meio. (físico, biológico, sócio -cultural). O meio pode tornar a doença mais ou
menos provável para uma pessoa ou grupo.
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Esses fatores estão em constante interação com a saúde e a doença. Ninguém consegue
estar completamente livre d e todos os agentes de doenças. Mas os mecanismos de defesa do corpo
e da mente, quando se está saudável, permiti -nos resistir ou minimizar o risco de tais agentes,
dependendo dos fatores ambientais e do hospedeiro. Cada fator pode ser alterado pelos outros dois
fatores.

HOSPITAL
O termo Hospital origina-se do latim hospitiu, que quer dizer
“local onde se hospedam pessoas”, em referência a
estabelecimentos fundados pelo clero no séc. IV d.C., cuja finalidade
era prover cuidados a doentes e oferecer abrigo a viajantes
peregrinos.
No decurso da historia, o hospital surgiu com a qualificação
apenas de albergue, de hospedaria, onde os desprotegidos da sorte eram recolhidos, cuidados e
alimentados. Não se tratava de recebê -los porque estavam doentes e neces sitavam de tratamento.
Ao contrário, aqueles que requeressem tratamento mé dico, permaneceriam em suas casas onde
eram visitados por profissionais d a época e lá tratados, tanto clí nica como cirurgicamente. Durante
muitos anos os hospitais continuaram a desempenhar exclusivamente a função de albergue.
Com o aparecimento das moléstias contagiosas e outras doenças, começou -se a pensar em
isolamentos, e estes mais como defesa da sociedade. Houve então a necessidade de local mais
adequado para receber pessoas acom etidas de males físicos onde houvesse pessoal que pudesse
proporcionar melhor assistência e tratamento.
Nos dias de hoje, o hospital e definido segundo a O.M.S. como elemento de uma organização
de caráter medico social, cuja função consiste em assegurar assistência médica completa, curativa e
preventiva a população e cujos serviços externos se irradiam até a célula familiar considerada em seu
meio; e um centro de medicina e de pesquisa biossocial.
Hospital é um estabelecimento próprio para internação e t ratamento de doentes ou de feridos,
que deve agir com hospitalidade e benevolência (HOUAISS, 2004). Segundo o Ministério da saúde,
hospital é definido como “estabelecimento de saúde destinado a prestar assistência sanitária em
regime de internação a uma de terminada clientela, ou de não -internação, no caso de ambulatórios e
outros serviços”.
“Empresa de prestação de serviços, dentro do mais profundo sentido humano, do amor e da
caridade”.
Segundo Mirshawaka (1994), o hospital deve ser encarado sob a forma de uma instituição
dotada de planta física, equipamento e organização adequado à recepção de pacientes em regimes
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de internação como ao seu tratamento a fim de devolvê -lo à comunidade em condições satisfatória de
saúde.
Hospital é parte integrante de um s istema de saúde que tem a finalidade de oferecer
assistência preventiva e curativa e reabilitar o indivíduo, sua família e a comunidade.

FUNÇÕES DO HOSPITAL
Para sua sobrevivência e bom funcionamento, desenvolve atividades semelhantes a outras
empresas:
Técnicas -gerando a produção do serviço. É o próprio “fazer” na instituição.
Comercial-porque as atividades são remuneradas, o serviço é cobrado do cliente.
Financeiro -envolvendo entrada e saída de capital.
Segurança-porque há necessidade de proteção do paciente, do pessoal que atua ou
freqüenta a instituição. A segurança deve ser entendida em sentido amplo, inclusive proteção
quanto às infecções hospitalares e acidentes, danos ao material e equipamentos.
Contabilidade -oferecendo transparência do movimen to financeiras, inclusive estatísticas de
atendimentos, cuidados prestados e procedimentos adotados.
Administrativas -uma vez que as atividades hospitalares necessitam serem planejadas,
organizadas, coordenadas, controladas e ter um comando.
Estas atividades contribuem para garantir a prestação de serviço e atender às funções do
Hospital:
Função preventiva: Nesta função o hospital desenvolve atividades de prevenção não só com o
objetivo de ajudar o cliente, como também seus familiares. Ocorre, principalmen te, por meio de
orientação e controle ambulatorial. Estabelecem programas que incluem:
Supervisão da gravidez normal e do parto;
Supervisão do crescimento normal e do desenvolvimento da criança e do adolescente;
Controle das doenças contagiosas;
Prevenção das doenças de longa duração;
Prevenção da invalidez física e mental;
Educação sanitária;
Saúde ocupacional;
CCIH -Instituída em 1991, de caráter obrigatório.
Função educativa: Pela educação sanitária e prática de asúde pública, centrada no paciente, na
família e na comunidade, formando e aperfeiçoando profissionais de saúde e colocando em prática os
conhecimentos teóricos e as inovações relacionadas à saúde.
Campo prático para estudantes dos cursos da área de saúde e ainda, psicologia, serviço
social, administração, ciências contábeis, ciências da computação, engenharia biomédica,
ciências jurídicas, terapia ocupacional, engenharia sanitária, em todos os seus níveis, técnico,
graduação e pós-graduação;
Educação continuada dirigida à equipe que trabalha na i nstituição;
Educação em saúde dirigida ao público em geral.
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Função restaurativa: Visa proporcionar condições para o paciente retornar ao seu meio e às suas
atividades. Nesta função o hospital desenvolve atividades de:
Diagnóstico - em serviço de ambulatório e internação;
Tratamento de doenças-curativo e paliativo, envolvendo atividades cirúrgicas, clínicas e
especiais;
Reabilitação física, mental e social;
Tratamento de urgência e emergência - acidentes e doenças.
Função pesquisadora: A função de pesquisa do hospital é bastante ampla, realizando pesquisas
relacionadas a:
Aspectos físicos, psicológicos e sociais da saúde e da doença;
Atividades hospitalares, processos de trabalho, produtos terapêuticos, procedimentos
técnicos e atividades administrativas;
Pesquisas acadêmicas em todas as áreas e níveis.
Função curativa: Quase sempre possui um serviço de emergência, bem como de diagnóstico e
tratamento de diversas moléstias.

CLASSIFICAÇÃO DOS HOSPITAIS


A classificação de hospitais envolve aspectos administrat ivos, estrutura física, recursos
humanos e o desempenho da instituição. Existe uma série de critérios para classificar os hospitais. A
vantagem da classificação é permitir o estabelecimento de condições mínimas para ser autorizado o
funcionamento do hospital.

Especialidades: De acordo com as especialidades existentes o hospital pode ser classificado como:
Geral-Destinado a prestar assistência nas quatro especialidades médicas básicas: clínica
médica, clínica cirúrgica, clínica gineco - obstétrica, clínica pediátrica. Podem ser limitadas a
um grupo etário.
Especializados-Capacitados a atenderem pacientes predominantemente de uma
especialidade, como, por exemplo: psiquiatria, oncologia, maternidade, neurologia, etc.
Atualmente a tendência é colocar os pacient es com qualquer tipo de patologia nos hospitais
gerais.

Número de leitos: Quanto ao número de leitos, o hospital pode ser classificado em porte:
Pequeno-até 50 leitos;
Médio-51 a 150 leitos;
Grande - de 151 a 500 leitos;
Porte especial ou extra - para os que possuem acima de 500 leitos.

Resolutividade ou Nível de competência:


Hospital primário - profilaxia, prevenção e clínica básica, com baixo grau de resolução de
problemas de saúde.
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Hospital secundário-Geral ou especializado, com assistência nas especia lidades médicas


básicas. Geralmente, oferece alto grau de resolução de problemas de saúde de seus
pacientes no próprio hospital.
Hospital terciário - especializado ou com especialidades. Destina -se ao atendimento também
em outras áreas médicas além das esp ecialidades básicas.

Propriedade:
Hospital público ou oficial - Aquele que integra o patrimônio da União, estados, distrito federal
e municípios; autarquias, fundações instituídas pelo poder público, empresas públicas e
sociedade de economia mista (pessoa jurídica de direito privado).
Hospital privado ou particular - Integra o patrimônio de uma pessoa natural ou jurídica de
direito privado, não instituída pelo poder público. O hospital privado pode ter finalidades
lucrativas, beneficentes ou não, filantrópi cas ou mistas.

Beneficentes ou não - mantidos com contribuições e doações particulares, para


prestação de serviços a seus associados (revertidos na manutenção e
desenvolvimento de objetivos sociais); podem prestar serviços a terceiros (SUS,
convênios)
Filantrópico - presta serviços para população carente, por intermédio do SUS,
respeitando a legislação em vigor, não visando o lucro.
No Brasil, na área hospitalar, 80% dos estabelecimentos que prestam serviços ao Sistema
Único de Saúde (SUS) são privados e 75% da atenção ambulatorial é prestada pela rede de hospitais
públicos.

Tempo de permanência do paciente:


Hospital de longa permanência - é aquele em que o tempo médio de permanência do
paciente, em geral, ultrapassa 30 dias.
Hospital de agudos ou de curt a permanência-o tempo médio de permanência do paciente, em
geral, não ultrapassa 30 dias.

Grupo etário
Hospital infantil
Hospital de adultos
Hospital geriátrico

Edificação ou Estrutura física:


Horizontais -construídos no máximo de dois andares;
Verticais-hospitais construídos com mais de dois andares.
E ainda:
Monobloco – é o hospital cuja construção consiste em um só bloco.
Pavilhonar – é o hospital construído em diversos pavilhões, que podem ou não ser ligados.
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Integram a rede hospitalar, as seguintes unidades:

Hospital Unidade Sanitária - É o serviço que associa as funções de saúde pública e de internações;
Hospital Local - Destina-se a servir a uma população igual ou superior a 20 mil habitantes;
Hospital Regional - Destina-se a prestar assistência de padrão superior a do hospital local;
Hospital de base - Destina-se a constituir o centro de coordenação e integração da assistência
hospitalar de uma zona, devendo estar capacitado tanto para prestar assistência especializada, como
para formar e aperfeiçoar pessoal da área hospitalar;
Hospital de Ensino - É o hospital que apóia as atividades práticas dos cursos da área de saúde.

AMBIENTE HOSPITALAR

Para que o paciente receba todos os cuidados de que necessita durante sua internação
hospitalar deve haver não só o envolvimento de diversos serviços integrados, mas também equipes
de profissionais competentes - corpo clínico, equipe de enfermagem, serviço de nutrição e dietética,
etc.
O ambiente hospitalar é considerado um local de trabalho insalubre onde pacientes e
profissionais estão expostos a agressões de diversas naturezas: agentes físicos (radiações de raio X
e radioativos), químicos(medicamentos e soluções) e biológicos(microrganismos).
O hospital possui características próprias que o diferenciam d as outras instituições. Suas
áreas funcionais devem ser interdependentes e se inter -relacionarem, de forma a favorecer o
funcionamento eficiente de todos os seus componentes como um todo e não se constituir de um
somatório de partes desagregadas.
O hospital terá maior ou menor número de seções ou setores, dependendo da sua
capacidade ou do número de especialidades oferecidas. Num hospital geral de grande porte
normalmente encontramos os seguintes setores:
Área assistencial-centro cirúrgico, sala de recuper ação pós-anestésica, unidade de
internação médica, unidade de internação cirúrgica, unidade de internação pediátrica,
unidade neonatológica, emergência, ambulatório (das diversas especialidades) e outros.
Área de apoio assistencial - raios-X, banco de sangue, serviço social, nutrição e dietética,
farmácia e outros.
Área administrativa - serviços de compras, almoxarifados, compras médicas, serviços de
finanças, serviços de pessoal, serviços gerais (lavanderia, limpeza), manutenção e outros.

Unidade de Internação
O Ministério da Saúde (1977) define como unidade de internação “o conjunto de elementos
destinados à acomodação de pacientes internados e que englobam facilidades adequadas à
prestação de cuidados necessários a um bom atendimento.Dependendo da forma adotada para
agrupar os pacientes ou da complexidade da assistência requerida, por número, tipo e qualificação de
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especialistas, suas dependências físicas podem sofrer alterações. A disposição do espaço e das
instalações pode variar, de acordo com a final idade da unidade.
Num hospital as unidades são compostas por vários elementos, como: quartos, enfermarias
ou apartamentos, posto de enfermagem e prescrição médica, sala de serviço, sala para chefia de
enfermagem, sala de exames e curativos, sala de utilid ades, rouparia, copa, depósito de materiais e
equipamentos, sanitários para os clientes e para o pessoal de enfermagem de ambos os sexos, sala
para relatório e prescrição de enfermagem médica, quarto de isolamento com sanitário e chuveiro
anexo, antecâmara com lavatórios e vaso, quarto para um leito com sanitário e chuveiro anexo,
quarto para dois leitos com sanitário e chuveiro anexos, enfermaria para três e no máximo seis leitos
com sanitário e chuveiro anexos, refeitório e/ou sala de estar para clientes e outros.
Padrões recomendados pelo Ministério da Saúde para cada elemento da unidade de
internação:
Quarto - Pode ser privativo (apartamento ou suíte), semi -privativo (2 a 3 leitos) e enfermaria(4 ou
mais leitos). É a dependência destinada a internar um ou dois pacientes e seu acompanhante, nunca
mais de duas pessoas.
Enfermaria - é o compartimento ou cômodo destinado a receber três ou mais pacientes, porém nunca
mais de oito.
Leito - é, por convenção, a cama colocada a disposição do paciente.
Posto de Enfermagem - local destinado a enfermagem, para execução de atividades técnicas
específicas e administrativas da unidade, além de ser o lugar onde são manuseados e guardados os
prontuários dos clientes. Deve localizar -se na parte central da unidade de inter nação.
Sala de serviço - destina-se a guardar e preparar a medicação, bem como do material utilizado na
assistência do cliente.
Sala de curativos - utilizada para realização de exames, curativos e a outros procedimentos
executados nos clientes, principalme nte para os que deambulam, pela equipe de saúde.
Sala de utilidades - destinada à limpeza, desinfecção e guarda de utensílios sanitários usados no
atendimento de pacientes, como: papagaio, comadres, cuba rim, bacias e outros. Pode servir também
para guardar material de limpeza e roupa usada na unidade antes de recolhida para a lavanderia.
Rouparia - destina-se a guarda de roupas limpas da unidade. Dependendo do tamanho da unidade
de enfermagem, a rouparia pode ser desde um armário até uma sala com vários ar mários ou
prateleiras.
Copa - destina-se a distribuição das refeições, para os clientes internados e ao preparo eventual de
dietas especiais.
Sala de equipamentos - destinada a guarda de equipamento suplementar de uso na unidade de
enfermagem, como macas, biombos, suportes de soro, focos de luz, cadeiras de roda e outros.
Sanitário - é recomendado que cada quarto ou enfermaria tenha acesso direto a um sanitário que
poderá servir simultaneamente a dois cômodos anexos, desde que sejam observados alguns
critérios, quais sejam: deve ter, no mínimo, um vaso sanitário, uma pia, 1 chuveiro para cada 6 leitos.
A equipe de saúde deve ter sanitário próprio (um para cada sexo) na proporção de um vaso sanitário
e 1 pia para cada 10 funcionários. Recomenda ainda a previs ão de lavatórios adicionais para uso
freqüente.
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Refeitório e/ou sala de estar - local destinado a servir as refeições dos clientes que não necessitam
permanecer no leito, podendo ser utilizado, também como sala de estar.
Isolamento - setor da unidade de internação, dotado de barreira contra contaminação e destinado a
acomodar paciente suspeito ou portador de moléstia transmissível.
Unidade do cliente - Espaço físico hospitalar onde o paciente
permanecerá a maior parte do tempo durante seu período de
internação. Composta basicamente de cama, mesa de cabeceira,
cadeira, mesa de refeições e escadinha. ...................
A unidade, quando constituída de quartos individuais,
deverá ter até 25 leitos. Quando tiver quartos com dois leitos a
unidade poderá ter 32 leitos e quando for constituída de quartos e enfermarias, poderá ter até 40
leitos.
Enfermarias com mais de quatro leitos, somente devem ser previstas para hospitais de
grande porte.

Equipe de saúde

Para que o hospital atinja os objetivos de prev enção de doenças,


restauração da saúde e ensino e pesquisa é necessário o envolvimento de
diversos profissionais da saúde, os quais constituirão a equipe
multiprofissional.
Esta equipe é composta por um conjunto de profissionais de
diversas áreas que, por mei o de um trabalho integrado dos seus elementos e pela contribuição dos
seus conhecimentos, presta assistência de saúde à população. O grupo é constituído, entre outros,
por: médicos, equipe de enfermagem, nutricionistas, fisioterapeutas, assistentes sociais , psicólogos,
terapeutas, serviço de higiene, etc. Todos são importantes na equipe e um depende do outro para
alcançar o objetivo, ou seja, o bem estar do paciente/cliente.

Equipe de Enfermagem
A equipe de Enfermagem é constituída por enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem,
cujas atividades estão legalmente padronizadas na lei do exercício profissional, n. 7.498, de 25 de
junho de 1986 e no Decreto federal n. 94.406, de 08 de junho de 1987.
As atividades de Enfermagem são categorizadas
conforme o nível de dificuldade e a complexidade de sua
execução, e vão desde as funções mais simples, que exigem
conhecimentos elementares, até as de maior complexidade e que
necessitam de conhecimentos mais abrangentes e profundos,
chegando às competências de ju lgamento e decisão.
Em todas as atividades, cada componente da equipe deve
desempenhar um papel compatível com seu nível de
competência, imbuído de um espírito cooperativo e sempre
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voltado para o objeto da função da enfermagem: o paciente.

O PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM

É um agente de mudanças: através das atividades da


enfermagem ele visa encontrar relações entre o homem e o ambiente, no
processo vital. Visa incorporar novos conhecimentos e processo
instrucional para encontrar uma maneira de ação. O pr ofissional de
enfermagem de amanhã será diferente do de hoje, e o de hoje é diferente
do de anos passados.
Os novos horizontes da enfermagem exigem do profissional responsabilidade de elaboração
das bases científicas desta ciência em desenvolvimento. O pr ofissional de enfermagem deve estar
motivado para acompanhar os conhecimentos e para aplicá -los, bem como para realizar
investigações e pesquisas.

O TÉCNICO EM ENFERMAGEM

De acordo com o decreto nacional de número 94.406, artículo 10


da Lei do Exercício Profissional, o Técnico de enfermagem está apto a
exercer qualquer atividade que seja de nível técnico que sejam atribuídas à
equipe do setor de enfermagem de um hospital ou casa de saúde. Desta
forma, ele pode assistir ao enfermeiro em qualquer necessida de que ele
necessite, auxiliando-lhe na orientação da equipe de enfermagem, na supervisão de programas em
exercício no seu plantão, etc.
Como se pode observar, o técnico de enfermagem pode exercer funções de igual forma que
um enfermeiro as pode realizar, porém, existe uma hierarquia que não os permite assinar ou se
responsabilizar por qualquer prescrição pra nenhum paciente, apenas assisti -los da melhor maneira
possível.
Os profissionais Técnicos em Enfermagem com exercício regulamentado por lei, integram
uma equipe que desenvolve, sob a supervisão do Enfermeiro, ações de promoção, prevenção,
recuperação e reabilitação referenciadas nas necessidades de saúde individuais e coletivas,
determinadas pelo processo gerador de saúde e doença.
Os profissionais d everão
apresentar (Princípios): _______________
Suas atividades profissionais são
desempenhadas em instituições de saúde
bem como em domicílios, sindicatos,
empresas, associações, escolas, lar de
idosos e outros.
Para atender às exigências
educacionais demandadas pelo mundo do
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 23

trabalho, os profissionais Técnicos em Enfermagem deverão receber uma formação ampla, sistêmica,
constituída por competências gerais e específicas que lhes permitam acompanhar as transformações
da Área.
Cabe ao técnico de Enfermagem:

1. participar das atividades de assistência básica realizando procedimentos regulamentados no


exercício de sua profissão e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais
espaços comunitários (escolas, associações etc);
2. realizar ações de educação em saúde a grupos específicos e a famílias em situação de risco,
conforme planejamento da equipe;
3. participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da
Unidade.

INSTRUMENTOS BÁSICOS NA ENFERMAGEM

Existem alguns instrumentos básicos que são indispensáveis ao profissional de enfermagem


para que possa dar a assistência de enfermagem em qualidade e quantidade que se espera. Esses
instrumentos básicos são as habilidades, conhecimentos e atitudes indispensáveis para a exec ução
de uma atividade.
Na enfermagem estes instrumentos podem ser enumerados. Sua seqüência não significa
hierarquia, pois todos têm o mesmo valor: observação, comunicação, aplicação do método científico,
aplicação de princípios científicos, destreza man ual, planejamento, avaliação, criatividade, trabalho
em equipe, utilização dos recursos da comunidade.

COMUNICAÇÃO E ENFERMAGEM
A comunicação é de suma relevância para o atendimento ser humanizado. Normalmente, os
pacientes ou seus acompanhantes observam os profissionais que prestam o cuidado, portanto a boa
comunicação é imprescindível.
A comunicação é uma habilidade humana que torna possível a manifestação e exteriorização
do que se passa na vida interior. Graças a essa habilidade de perceber e de comu nicar, o homem
enriquece o seu referencial de conhecimentos, transmite sentimentos e pensamentos, esclarece,
interage e conhece o que os demais pensam, necessitam e sentem.
Antes de o homem desenvolver a linguagem falada, já expressava suas necessidades
básicas, sentimentos e crenças, por meio da linguagem gestual e de expressões faciais. A
comunicação interpessoal ocorre no contexto da interação face a face. Entre os aspectos envolvidos
nesse processo, estão as tentativas de compreender o outro comunicado r e de se fazer
compreendido.
Por isso, não existe comunicação totalmente objetiva. Ela se faz entre pessoas, e calda
pessoa é um mundo à parte com seu subjetivismo, suas experiências, sua cultura, seus valores, seus
interesses e suas expectativas. Ouvim os e vemos conforme a nossa percepção.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 24

Assim, um indivíduo não pode não se comunicar. Parar ou mover -se, calar ou falar, dentro de
um contexto, possui valor de mensagem, ou seja, têm significado.
Podemos dizer, então, que comunicar é o processo de transm itir e receber mensagens.
A valorização e o aperfeiçoamento da habilidade de comunicar -se assumem proporções cada
vez mais relevantes, pois seu cultivo e utilização são indispensáveis para a execução de qualquer
ação, por mínima que seja e por mais elemen tar que possa parecer. A comunicação enquanto
processo, mobiliza todas as ações humanas, constituindo -se em fundamento à organização e ao
funcionamento de todos os grupos sociais.
Comunicar significa tornar comum a uma ou mais pessoas uma determinada inf ormação ou
um conjunto de dados com um significado que reduz a incerteza ou aumenta o conhecimento acerca
de alguma coisa. Por outro lado, o ato de comunicar não deve ser visto apenas como um processo de
transmissão e entendimento de informações, mas, tamb ém, como uma maneira de possibilitar o
entendimento entre as pessoas, essencial para exercer influência sobre os indivíduos e grupos a
apresentarem determinados comportamentos.
A comunicação apresenta um papel de destaque nos in strumentos básicos.
Por intermédio da comunicação é que são sustentados os relacionamentos interpessoais,
aplicáveis tanto em relação à interação social que se estabelece entre amigos, como em relação aos
vínculos profissionais que o profissional estabelece com o paciente/cliente, com o público, com outros
profissionais. Sendo a comunicação um meio de relacionar -se com pessoas compete ao profissional
desenvolver proficiência nesta técnica muitas vezes pouco explorada, mas tão importante, quanto os
outros procedimentos constitutivos de sua formação profissional.
Comunicar-se com o paciente/cliente, comunicar -se com os demais elementos que compõem
o universo do ambiente terapêutico são condições indispensáveis ao processo de resolução de
problemas específicos do paciente/cliente, agin do de acordo com o que ele precisa, correspondendo
às suas reais necessidades como pessoa. O processo de comunicação permite que as ações não
sejam executadas de forma indiscriminada, casual e arbitrária, mas sim de forma específica, com
vistas ao atendimento das necessidades individuais.
A comunicação se dá no processo do relacionamento entre pessoas permitindo -nos um maior
conhecimento no que diz respeito aos sentimentos, emoções e opiniões sobre o outro, fazendo com
que percebamos que a interação é a ba se desse processo.
Concordamos com Lucena e Goes (1999), quando dizem que a comunicação na área da
saúde é uma estratégia de uso cons tante no cotidiano do profissional de saúde .
Primeiro, a comunicação estabelece um relacionamento terapêutico, porque implica na
condução de informações e a troca de pensamentos e sentimentos. Segundo, a comunicação é
um meio pelo qual as pessoas influenciam o comportamento das outras, tornando assim
possível um bom resultado da intervenção de e nfermagem direcionada a promover a alteração
comportamental adaptativa. Terceiro, a comunicação é o próprio relacionamento.
Isso torna o tratamento mais eficiente, p orque dessa maneira o profissional de saúde saberá
como conduzir o paciente sem re ceios. Armelin (2000) relata que o profissional de saúde pode
facilitar o aumento da auto -estima do paciente, através da comunicação terapêutica.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 25

Quando a comunicação faz parte do dia a dia do trabalho do profissional de saúde , o paciente
passa a vê-lo como uma pessoa capaz de ajudá -lo em todos os momentos, além do que, isto irá
possibilitar uma recuperação mais rápida para o paciente.
Lucena e Góes (1999) e Tigulini e Melo (2002) definem a comunicação como sendo a
principal característica para o relacionamento humano, e para que ocorra desta maneira o
enfermeiro deve estar consciente do seu papel nesse processo que exige além de
procedimentos técnicos, escuta e atenção adequada.

Níveis de Comunicação

1. Comunicação verbal: ocorre através das palavras, escritas ou faladas, e é essencial entre
o enfermeiro e o cliente.
2. Comunicação não verbal: ocupa todos os cinco sentidos e engloba tudo que não envolve
a palavra escrita ou falada. As cinco categorias são:

Indícios vocais são ruídos e sons paralingüísticos ou extrafala.


Indícios de ação são todos os movimentos do corpo, incluindo a expressão facial e postura.
Indícios de objeto são o uso, intencional ou não, de objetos por uma pessoa, como roupas ou
outros pertences.
Espaço é a distancia física entre duas pessoas
Toque é o contato físico entre duas pessoas, sendo a comunicação não verbal mais pessoal.

Estudos feitos sobre a comunicação verbal estimam que 7% dos pensaments são
transmitidos por palavras; 38% por sinais paralinguísticos e 55% pelos sinais do corpo. Os sinais
paralinguísticos - por exemplo, a entonação da voz, velocidade com que as palavras são ditas,
suspiros, grunhidos, tosse provocada por tensão - revelam sentimentos, características da
personalidade, atitudes, formas de relacionamento interpessoal e autoconceito. Em relação aos sinais
do corpo, a cinestesia compreende os movimentos, desde gestos, movimentos dos membros e
cabeça até as expressões faciais.
A maneira com que o profissional se expressa, o olhar nos olhos do outro, faz muita diferença
para quem recebe a informação. A finalidade de utilizarmos a comunicação não -verbal é
complementar à verbal e permitir que o relacionamento entre as pessoas se torne afetuoso,
harmônico e positivo.

HUMANIZAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE

Humanizar a assistência significa agregar, à eficiência técnica e científica, valores éticos,


além de respeito e solidariedade ao ser humano.
Atualmente, as propostas de humanização dos serviços de saúde nos levam a refletir sobre o
tipo de atendimento prestado aos pacientes nas diversas áreas, com profissionais que apesar de
humanos, muitas vezes, prestam cuidados de forma desumana ou pouco humanizadas.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 26

De acordo com a OMS, a qualidade em saúde é definida como um conjunto de atribu tos que
inclui um alto nível de excelência profissional, o uso eficiente de recursos, oferece um mínimo de
riscos ao paciente e um alto grau de satisfação dos usuários.Para isso, é necessário a preservação
dos direitos do paciente e o direito de ser tratad o como ser humano.
A Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde entende por humanização “a
valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde e enfatiza a
autonomia e o protagonismo desses sujeitos, a co -responsabilidade entre eles, o estabelecimento de
vínculos solidários e a participação coletiva no processo de gestão.“
Critérios para a “Humanização Hospitalar”:
Não haver longas esperas para atendimento;
Comunicação eficiente;
Informações claras e rápidas;
Resolutividade;
Ambiente limpo e acolhedor;
Atenção integral, não vendo apenas a doença, mas o indivíduo todo;
Respeito entre profissionais;
Boas condições de trabalho;
Equipes integradas;
Valorização do profissional;
Educação continuada;
Garantir a participação do usuário e da família no processo de recuperação;
trabalhar a auto-estima.

Normalmente observa-se uma preocupação dos dirigentes destas áreas focada na obtenção de
equipes treinadas, com desenvolvimento técnico e científico avançados, atualizações const antes,
utilização de diretrizes assistenciais e protocolos. Não se tem contemplado a personalização do
indivíduo no seu aspecto mais humano, pois está voltado somente para a patologia do paciente.
Cabe a cada profissional ater -se a esse aspecto e não trata r somente a doença, e, sim, o paciente,
evitando um atendimento mecanizado, que pode ser eficiente, porém muito pouco humanizado.
A humanização dos profissionais tem que ser fator principal para tornar o atendimento uma
experiência agradável.
Podem ser citados alguns comportamentos incondizentes com o profissional da área da saúde
durante o atendimento ao paciente ou acompanhante/familiar, demonstrando grandes falhas na
humanização:
Apatia – ocorre quando o funcionário não demonstra que se importa com o
paciente/acompanhante, sem resolver seu problema. Os familiares solicitam informações
sobre o paciente,tendo como resposta apenas que não pode entrar. Este descaso pode
provocar desentendimentos e discussões inoportunas.
Má-vontade – os funcionários tentam li vrar-se do paciente, sem resolver seu problema.
Frieza - o atendimento é frio e distante, o indivíduo é tratado de forma desagradável. Não há
interação nem emoção na comunicação.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 27

Desdém – Se dirigir para o paciente em uma postura de cima para baixo, como s e eles nada
soubessem, como se fossem crianças, provocando a ira daqueles que procuram
atendimento.
Robotismo – o profissional deixa de agir como ser humano e repete a mesma coisa, da
mesma maneira, com os mesmos movimentos, como se estivesse em outro luga r. Há total
falta da personalização do atendimento.
Demasiado apego as normas – “Sinto muito, mas não podemos ser flexíveis”, “desculpe são
as regras da casa”. Não quebrar regras, ignorando que, muitas vezes, uma visita, uma
informação, pode ser o diferenc ial em um atendimento.
Jogo de responsabilidades – Frases como “não é do meu setor” ou “não é comigo, procure
fulano” são bastante comuns. A falta de compromisso com o trabalho é nítida, levando a uma
não-resolução. Os pacientes são mandados de um lugar pa ra o outro, sem nunca resolver o
problema.

Prestar assistência à saúde e à vida é função de qualquer instituição de saúde, e não à morte
e à doença. Assim, as pessoas não são patologias ou objetos de investigação científica, são sujeitos
e a razão do tratamento que está sendo oferecido. Cabe a cada um saber reconhecer e questionar o
tipo de atendimento que está sendo prestado no local de trabalho e transformar em melhorias
contínuas para que o processo de humanização se estabeleça.
Humanizar é cuidar do pa ciente como um todo, englobando o contexto familiar e social,
incorporando e respeitando os seus valores, esperanças, aspectos culturais e as preocupações de
cada um.
Humanizar é também garantir a qualidade da comunicação entre paciente, família e equipe.
Significa ter uma escuta ativa para com o outro, comprendê -lo na sua singularidade e nas suas
necessidades, para que ele se sinta reconhecido e considerado.

PREMISSAS BÁSICAS DA HUMANIZAÇÃO:

Cada indivíduo é único e tem necessidades e valores específicos .


O paciente e sua família são as próprias fontes de conhecimento das suas necessidades.
Manter a dignidade do paciente, como ser humano, a qualquer custo.
A privacidade do paciente e da família deve ser respeitada.
Respeitar as necessidades, os valores, o s princípios éticos, morais, e as crenças dos
pacientes e familiares.
A autonomia do paciente e família deve ser preservada.

Uma das características básicas do indivíduo, como ser social, é a necessidade de


companhia, reconhecimento e afeto. Iss o é evidente tanto na vida privada como no trabalho.
Há, hoje em dia, um crescente empenho dos profissionais e instituições d a área da saúde em
aperfeiçoar a qualidade dos serviços médicos prestados aos usuários.Gradativamente houve a
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incorporação, no campo da assistência à saúde, de noções vinculadas à cidadania, aos direitos do


consumidor e à responsabilidade ética dos profissionais.
A qualidade de um serviço assistencial está diretamente associada à qualidade da relação
interpessoal que ocorre entre os p acientes e os profissionais encarregados da assistência.
O profissional de saúde possui uma ferramenta singular que pode ter mais influência sobre o
cliente do que qualquer medicamento ou terapia: ele mesmo.
O relacionamento interpessoal enfermeiro -paciente se dá por base na comunicação de quem
cuida e de quem é cuidado, aproximando -os de forma que o enfermeiro possa compreender a
experiência do paciente tendo uma visão holística acerca do atendimento no processo saúde -doença.
Devido a sobrecarga e ao estresse que o profissional de saúde enfrenta dentro do seu
trabalho, pode não apresentar uma comunicação satisfatória com as pessoas submetidas aos
seus cuidados, passando assim a tratá -los como se fossem objetos e não sujeitos, esquece ndo-se da
humanização que obrigatoriamente deveriam possuir, pelo fato de estarem trabalhando com pessoas
possuidoras de sentimentos e opiniões próprias. Com a ênfase na humaniz ação em saúde,
ambos, profissional e paciente, se beneficiar iam, pois tanto o profissional torna o seu trabalho
mais prazeroso e gratificante, quanto o paciente obtém mais segurança em ter por cuidador
alguém que possa confiar em sua experiência de dor devida à doença.
Segundo Furegato (1999), tod o o contato que o profissional tem com o paciente
deveria ser terapêutico isso implica em ajudar o paciente no momento em que ele necessita cuidados
profissionais da equipe.
O profissional tem que ter consciência de tudo o que está aconte cendo, para que o
paciente a veja como uma pessoa que ele possa confiar, podendo se abrir e contar tudo o que esta
acontecendo com ele naquelas circunstâncias, sabendo que ela é uma pessoa como ele
(STEFANELLI, 1993).
O fato de estar fisicamente debilit ado, com o sistema imunológico provavelmente
comprometido, faz com que o paciente se sinta fragilizado e solitário. Todo paciente se sente
debilitado em certos aspectos, por isso o tipo de atenção que recebe no local onde está sendo
atendido pode contribuir para uma melhora no seu estado, fazendo -o perceber que a
comunicação pode contribuir no seu processo de restabelecimento.
Paula, Furegato e Scatena (2002) dizem que quando uma pessoa necessita de um
serviço de saúde, ela se vê num ambiente totalmente diferente do que é acostumada a
vivenciar, onde tem que seguir regras e conseqüentemente adotar novas atitudes. Sendo assim o
paciente terá sua rotina totalmente modificada e nessas s ituações a comunicação
estabelecida entre enfermeiro e paciente pode ser impessoal (automática) ou pessoal (trazendo
afetividade no relacionamento), porém, somente esta última favorece o estabelecimento de
uma comunicação terapêutica.
As cobranças das instituições por metas, regras e produtividade a ser atingida
culminam no processo de tecnificação vivenciada atualmente na área da saúde e dificulta o
estabelecimento de uma comunicação terapêutica pautada na empatia, na escuta terapê utica e no
respeito à experiência do paciente.
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Quando um indivíduo se encontra hospitalizado ele requer cuidados especiais, as


vezes, esse cuidado é renunciado, o profissional visa somente a doença e se esquece que junto com
a enfermidade há uma pessoa que requer atenção. Para que haja uma interação favoráve l e
adequada entre o profissional e paciente é necessário que ambos tenham flexibilidade,
disponibilidade, vontade de conhecer o outro e deixar -se conhecer também.
Lucena e Goes (1999), afirmam que tudo que acontece com o paciente deve ser levado em
conta, a comunicação é essencial, principalmente, nos casos em que o paciente está mais vulnerável,
para que possamos tê-lo como um aliado do seu tratamento. O profissional pode contribuir
desenvolvendo ações que promovam ou restaurem as habilidades da pessoa fazendo com que
desperte para o seu potencial para a sua própria contribuição na busca do seu bem - estar
(ARMELIM, 2000).
O calor humano faz bem para todos os indivíduos e t em grande importância no
relacionamento interpessoal entre profissional -paciente. Quando há este contato o profissional
apresenta capacidade para superar grande desafio de cuidar com competência e de forma
humanizada.
Conforme Paula, Furegat o e Scatena (2000), é fundamental a observância não só da
comunicação verbal, mas também das expressões não -verbais do paciente acerca do seu
sofrimento.
O relacionamento entre o profissional e o paciente, é de um potencial terapêutico significa tivo,
é uma experiência de aprendizado mútuo. Os objetivos de um relacionamento terapêutico são
direcionados no sentido do crescimento do cliente e incluem o seguinte.

Auto – realização, auto – aceitação, e auto – respeito.


Senso claro de identidade e int egração pessoal.
Capacidade de formar relacionamentos íntimos, interdependentes e interpessoais com
capacidade de dar e receber amor.
Há quatro fases seqüenciais do relacionamento entre o enfermeiro e o cliente:

1. Fase de Pré- interação: explorar seus pr óprios sentimentos, fantasias e medos, analisando seus
pontos fortes e suas limitações profissionais. Obter dados sobre o paciente, quando possível.
Planejar o primeiro encontro com o paciente.
2. Fase introdutória ou de orientação: determinar o motivo pel o qual o cliente procurou ajuda,
estabelecer confiança, aceitação e comunicação franca, explorar os pensamentos, os sentimentos e
as ações do cliente identificando os problemas, definir objetivos com o cliente, bem como,
estabelecer acordo mútuo para inclu ir nomes, funções, responsabilidades, expectativas, finalidade,
local de encontro, condições para o término e confidencialidade.
3. Fase de trabalho: investigar os estressores relevantes, promover o desenvolvimento da introvisão
do paciente e o uso de meca nismos de adequação construtivos, discutir e superar os
comportamentos de resistência.
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4. Fase de encerramento: estabelecer a realidade da separação, rever o progresso da terapia e o


alcance dos objetivos, explorar mutuamente os sentimentos de rejeição, pe rda, tristeza e raiva e
ajudá-lo nas interações com os outros o que desenvolveu no rela cionamento, profissional – cliente.

ASSISTÊNCIA E CUIDADO DE ENFERMAGEM

Para muitos profissionais assistência e cuidado de enfermagem, são


sinônimos. De maneira restritiva e em alguns casos os dois termos podem ser
usados com o mesmo significado, porém, de modo geral, consideramos
significados distintos. Assim, assistência de enfermagem é a aplicação, pela
(o) enfermeira (o), do processo de enfermagem para prestar o conjunto de
cuidados e medidas que visam atender as necessidades básicas do ser humano.
Cuidado de enfermagem é a ação planejada, deliberada ou automática do profissional de
enfermagem, resultante de sua percepção, observação e análise do comportamento, s ituação ou
condição do ser humano.
O cuidado de enfermagem pode implicar várias atividades, por exemplo, a higiene oral
(verificar o material que o paciente possui); avaliar sua capacidade de autocuidado; observar
condições da cavidade bucal; explicar o c uidado ao paciente; ensinar, se necessário, a técnica
adequada de escovação; encaminhar ao odontológo; lavar o material utilizado; anotar, etc.

O SER HUMANO DOENTE

O Ser humano é o objetivo de todo cuidado de


enfermagem.”Enfermagem é gente que cuida de gente” (Wanda A.
Horta).
O termo paciente deriva do latim e significa sofrer, e é utilizado
para descrever o ser humano que recebe cuidado. A conotação associada
à palavra é de alguém dependente de alguma coisa, por esta razão, utiliza -se também o termo
cliente, que também deriva do latim e significa inclinar.
É necessário lembrar que o paciente ou cliente é uma pessoa, com passado, presente e
futuro, membro de uma família e cidadão de uma comunidade. Tem personalidade própria, medos,
angústias e preocupações, e pelo fato de estar doente, encontra -se emocionalmente mais fragilizado.
Uma das mais importantes funções da Enfermagem na oferta de atenção à saúde é identificar as
necessidades imediatas do paciente e tomar medidas para aliviá -las.
O paciente é o elemento principal de qualquer instituição de saúde. Considera -se paciente
todo o individuo submetido a tratamento, controle especiais, exames e observações médicas.
O paciente procura o hospital quando atingido pela doença, cria nele angústia, inquiet ação,
que leva a exagerar o poder e conhecimento sobre os profissionais que o socorrem, muitas vezes
torna-se difícil o tratamento do doente, originando problemas de relacionamento (paciente / pessoal).
A doença trás para o paciente, graves conseqüências como:
Choque emocional,
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Ameaça do equilíbrio psicológico do paciente,


Rompimento das defesas pessoais,
Leva a pedir proteção e cuidados,
Obriga ao abandono das atividades normais,
Ao recolhimento ao leito,
Ao afastamento da comunidade.
O paciente ao ser admitido no hospital espera do medico e da enfermagem, uma explicação,
uma palavra de conforto em relação ao seu estado de saúde. Se isto não acontece, o seu quadro
psicológico pode ser agravado, levando -o a se tornar submisso e despersonalizado, ou entã o
agressivo.
Durante a permanência do paciente em tratamento, suas necessidades básicas deverão ser
atendidas de forma adequada.
“Assistir” em Enfermagem é fazer pelo ser humano tudo aquilo que ele não pode fazer por si
mesmo: ajudá-lo ou auxiliá-lo quando parcialmente impossibilitado de cuidar de si mesmo, orientá -lo,
ensiná-lo e encaminhá-lo a outros profissionais.
Todos os membros da equipe de saúde devem estimular a participação do cliente ou paciente
no seu tratamento, e zelar para que a assistênci a seja a mais individualizada possível.
Além do respeito aos direitos éticos e legais, devemos valorizar a pessoa que está sob nosso
cuidado, dando-lhe o máximo de nossa atenção, respeito e carinho.

DIREITOS DO PACIENTE

Adaptado da Cartilha dos direitos do paciente, publicada pela Secretaria de Saúde de São Paulo
(1996)
A pessoa hospitalizada tem o direito:
A atendimento humano, atencioso e respeitoso por parte de todos os profissionais de saúde.
Tem direito a um local digno e adequado para o seu atendim ento.
A ser identificado pelo nome e sobrenome. Não deve ser chamado pelo nome da doença ou
agravo a saúde, ou ainda, de forma genérica ou quaisquer outras formas impróprias,
desrespeitosas ou preconceituosas.
A receber dos profissionais, auxílio imediato e oportuno para a melhoria de seu conforto e
bem-estar.
A identificar o profissional por crachá, preenchido com nome completo, função e cargo.
A consultas marcadas, antecipadamente, de forma que o tempo de espera não ultrapasse a
30 minutos.
De exigir que todo o material utilizado seja rigorosamente esterilizado, ou descartável e
manipulado segundo normas de higiene e prevenção.
De receber explicações claras sobre o exame que vai ser submetido ou para qual finalidade
irá ser coletado material.
A informações claras, simples e compreensivas, adaptadas à sua condição cultural, sobre as
ações diagnósticas e terapêuticas, o que pode decorrer delas, a duração do tratamento, a
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 32

localização de sua patologia, se existe necessidade de anestesia, qual o instrumental a s er


utilizado e quais regiões do corpo serão afetadas pelos procedimentos.
A ser esclarecido se o tratamento ou diagnóstico é experimental ou faz parte de pesquisa, e
se os benefícios a serem obtidos são proporcionais aos riscos e se existe probabilidade de
alteração das condições de dor, sofrimento e desenvolvimento da sua patologia.
A consentir ou recusar ser submetido à experimentação ou pesquisas. No caso de
impossibilidade de expressar sua vontade, o consentimento deve ser dado por escrito por
seus familiares ou responsáveis.
A consentir ou recusar procedimentos, diagnósticos ou terapêuticas a serem nele realizados.
Deve consentir de forma livre, voluntária, esclarecida com adequada informação. Quando
ocorrerem alterações significantes no estado de saúde inicial ou da causa pela qual o
consentimento foi dado, este deverá ser renovado.
De revogar o consentimento anterior, a qualquer instante, por decisão livre, consciente e
esclarecida, sem que lhe sejam imputadas sanções morais ou legais.
De ter seu prontuário elaborado de forma legível e de consultá -lo a qualquer momento. Este
prontuário deve conter o conjunto de documentos padronizados do histórico do paciente,
princípio e evolução da doença, raciocínio clínico, exames, conduta terapêuticas e demais
relatórios e anotações clínicas.
A ter seu diagnóstico e tratamento por escrito, identificado com o nome do profissional de
saúde e seu registro no respectivo conselho profissional, de forma clara e legível.
De receber medicamentos e contar com equipamentos de boa qualidade.
De receber os medicamentos e contar com equipamento de boa qualidade.
De receber os medicamentos acompanhados de bula impressa de forma compreensível e
clara, e com data de fabricação e prazo de validade.
De receber as receitas com o nome g enérico do medicamento(Lei do genérico), e não em
código, datilografadas ou em letras de forma, ou com caligrafia perfeitamente legível, e com
assinatura e carimbo contendo o número do registro do respectivo conselho profissional.
De conhecer a procedência e verificar antes de receber sangue ou hemoderivados para a
transfusão, se o mesmo contém carimbo nas bolsas de sangue atestando as sorologias
efetuadas e sua validade.
No caso de estar inconsciente, de ter anotado em seu prontuário, medicação, sangue ou
hemoderivados, com dados sobre a origem, tipo e prazo de validade.
De saber com segurança e antecipadamente, através de testes e exames, que não é
diabético, portador de algum tipo de anemia, ou alérgico a determinados medicamentos
(anestésicos, penicilina, sulfas, soro antitetânico, etc.) antes de lhe serem administrados.
A sua segurança e integridade física nos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados.
De ter acesso às contas detalhadas referentes às despesas de seu tratamento, exames,
medicação, internação e outros procedimentos médicos.
De não sofrer discriminação nos serviços de saúde por ser portador de qualquer tipo de
patologia, principalmente no caso de ser portador do HIV/AIDS ou doenças infecto -
contagiosas.
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De ter seus segredos resguardados , através da manutenção do sigilo profissional, desde que
não acarrete riscos a terceiros ou à saúde pública. Os segredos do paciente correspondem a
tudo aquilo que, mesmo desconhecido pelo próprio cliente, possa, o profissional de saúde, ter
acesso e compreender através das informações obtidas no histórico do paciente, exame
físico, exames laboratoriais e radiológicos.
A manter sua privacidade para satisfazer suas necessidades fisiológicas, inclusive
alimentação adequada e higiênica, quer quando atendido n o leito, ou no ambiente onde está
internado ou aguardando atendimento.
A acompanhante, se desejar, tanto nas consultas, como nas internações. As visitas de
parentes e amigos devem ser disciplinadas, para não comprometer as atividades
assistenciais. Em caso de parto, a parturiente poderá solicitar a presença do pai.
De exigir que a maternidade, além dos próprios profissionais comumente necessários,
mantenha a presença de um neonatologista, por ocasião do parto.
De exigir que a maternidade realize o teste do pezinho para detectar a fenilcetonúria nos
recém-nascidos.
À indenização pecuniária no caso de qualquer complicação em suas condições de saúde
motivadas por imprudência, negligência ou imperícia dos profissionais de saúde.
À assistência adequada, mesmo em períodos festivos, feriados ou durante greves
profissionais.
De receber ou recusar assistência moral, psicológica, social e religiosa.
A uma morte digna e serena, podendo optar ele próprio (desde que lúcido), a família ou
responsável, por local ou acompanh amento e ainda se quer ou não o uso de tratamentos
dolorosos e extraordinários para prolongar a vida.
À dignidade e respeito, mesmo após a morte. Os familiares ou responsáveis devem ser
avisados imediatamente após o óbito.
De não ter nenhum órgão retirado de seu corpo sem sua prévia aprovação.
A órgão jurídico de direito específico da saúde, sem ônus e de fácil acesso.

RELACIONAMENTO ENFERMAGEM / PACIENTE

A Enfermagem conduz à compreensão de homem e vai ao


encontro das suas necessidades básicas, tanto na saúde como na doença.
Destina-se a auxiliar o indivíduo a alcançar e manter a saúde, necessitando
para isso, ter preparo científico aliado a habilidades e atitudes adequadas.
Sendo seu objetivo principal a prestação de assistência, a essência da Enfer magem é a
interação efetiva profissional -paciente. A interação corresponde a um relacionamento profissional
baseado na confiança e no respeito e necessita que o Enfermeiro possua habilidade de comunicação.
Para uma boa comunicação com o paciente, faz -se necessário desenvolver empatia, respeito e
confiança.
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Para um bom relacionamento entre enfermagem e paciente, é necessário que o pessoal de


Enfermagem seja consciente de suas obrigações, a fim de tornar o paciente emocionalmente seguro
e tranqüilo, devendo ainda conhecer as necessidades dele e estar habilitado a satisfazê -las.

NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS

Toda ciência deve determinar seu ente concreto, descrevê -lo, explicá-lo e predizer sobre ele.
Na ciência de enfermagem considera -se ente concreto a nece ssidade humana básica - que faz parte
de um ser: o ser humano.
Há inúmeros conceitos de necessidades humanas básicas, mas nenhum deles satisfaz
plenamente, no entanto, é possível estabelecer bases fundamentais para futuras indagações,
abordagens e reformulações.
São estados de tensões, conscientes ou inconscientes, r esultantes dos desequilíbrios
hemodinâmicos dos fenômenos vitais. Este conceito tornar -se-á mais claro ao estudarmos as
características das próprias necessidades. Em estados de equilíbrio din âmico, as necessidades não
se manifestam, porém estão latentes e surgem com maior ou menor intensidade, dependendo do
desequilíbrio instalado. São aquelas condições ou situações que o indivíduo, família e comunidade
apresentam decorrentes do desequilíbrio de suas necessidades básicas que exijam uma resolução,
podendo ser aparentes, conscientes, verbalizadas ou não.
Embora cada pessoa tenha suas próprias necessidades, podemos entender como
necessidades básicas tudo que é essencial, indispensável: uma exigên cia ou uma carência,
consideradas pertinentes a todas as pessoas como: comida, água, segurança e amor. A extensão em
que elas são supridas é o fator principal para determinação do nível de saúde.
Necessidades fisiológicas: São as de maior prioridade. Um in divíduo que tem várias
necessidades não supridas, geralmente busca, em primeiro lugar, suprir suas necessidades
fisiológicas. Os seres humanos têm oito necessidades fisiológicas: oxigênio, líquido, nutrição,
temperatura, excreção, abrigo, repouso e sexo.
Necessidade de Segurança e Proteção: Físicas e psicológicas.
Necessidade de Amor e de pertinência: As pessoas geralmente precisam sentir -se amadas
pelos membros da família e aceitas pelos seus próximos e pela comunidade.
Necessidades de Estima e de Auto -estima: As pessoas precisam de reconhecimento ou
apreciação por parte dos demais.
Necessidade de realização pessoal.
Segundo MASLOW, um indivíduo só passa a procurar satisfazer as do nível seguinte após
um mínimo de satisfação das anteriores. O mínimo referi do ainda não foi determinado, mas o próprio
autor reconhece que tal sistemática não é rígida, variando também em alguns indivíduos.
Um conceito fundamental de MASLOW é de que nunca há satisfação completa ou
permanente de uma necessidade, pois se houvesse, conforme a teoria estabelece, não haveria mais
motivação individual.

PROBLEMAS DE ENFERMAGEM
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 35

São situações ou condições decorrentes dos desequilíbrios das necessidades básicas do


indivíduo, família e comunidade, e que exigem do profissional de enfermage m sua assistência
profissional.
As necessidades são universais, portanto comuns a todos os seres humanos. O que varia de
um indivíduo para outro é a sua manifestação e a maneira de satisfazê -la ou atendê-la.
Inúmeros fatores interferem na manifestação e atendimento, entre eles podem -se citar:
individualidade, idade, sexo, cultura, escolaridade, fatores sócio -econômicos, o ciclo saúde -
enfermidade, o ambiente físico.
Prefere-se utilizar na enfermagem a denominação de JOÃO MOHANA: necessidades de nível
psicobiológico, psicossocial e psicoespiritual. Os dois primeiros níveis são comuns a todos os seres
vivos nos diversos aspectos de sua complexidade orgânica, mas o terceiro nível, por enquanto e
dentro dos conhecimentos atuais, é característica única do homem .
Todas estas necessidades estão intimamente inter -relacionadas, uma vez que fazem parte de
um todo, o ser humano. É fundamental que se integre o conceito holístico do homem, ele é um todo
indivisível, não é soma de suas partes.
Nos estudos já realizados pode-se perceber a inter-relação mais estreita entre algumas
necessidades e o distanciamento de outras, mas em maior ou menor intensidade todas elas sofrem
alterações quando qualquer uma se manifesta, seja por desequilíbrio causado por falta ou excesso de
atendimento.

A ARTE DE ENTREVISTAR

Objetivo da Entrevista
Buscar todas as informações básicas pertinentes à pessoa do paciente, descobrir quais as
suas necessidades básicas afetadas e como ele se adapta ao contínum saúde -doença.

ASPECTOS POSITIVOS A SEREM ATENDIDOS:


Permitir ao paciente contar sua história com suas próprias palavras;
Prestar atenção aos movimentos corporais e expressões faciais;
Ouvir sem interrupções;
Respeitar o paciente;
Cuidar da própria aparência;
Prestar atenção ao tom da voz;
Assumir uma postura de interesse.

ASPECTOS NEGATIVOS A SEREM EVITADOS:


Demonstrar falta de tempo para ouvir o paciente;
Aparentar desinteresse pelo paciente;
Incapacidade de informar corretamente o paciente.

Condução da Entrevista
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 36

É imprescindível que o ambiente seja bem iluminado e ofereça privacidade. O técnico de


enfermagem deve sentar-se numa cadeira, em posição de interesse. Não é aconselhável distanciar -
se do paciente menos 90 cm ou mais de 1,5 m. deve -se permitir que o paciente escolha a melhor
posição no leito. Adie a entrevista se o paciente estiver fazendo uma refeição ou usando a comadre.

Início da entrevista
Cumprimentar o paciente pelo nome, olhar nos seus olhos, apertar sua mão com firmeza e
sorrir. Ex: Sr. Paulo, eu me chamo Carla, sou est udante de enfermagem e estou aqui para
saber como o senhor está se sentindo e também para examiná -lo. Podemos conversar
agora?
Expressões como vovô, querida, tia, devem ser evitadas. Evite cruzar os braços pois isto
pode interferir no progresso da entrevi sta.
O segredo da entrevista está na arte do questionamento. As perguntas devem ser,
preferencialmente abertas. Ex: Qual o problema que o trouxe ao hospital? Como era a sua
saúde antes dessa doença? O Senhor Pode descrever como e onde é esta dor?
Podem ser questões diretas, sem que influenciem a resposta, e atentando para as seguintes
dimensões:
LOCALIZAÇÃO CORPORAL – Onde dói? Onde o Senhor Sente dormente?
CARÁTER – Com que a dor se parece? O que o Senhor Quer dizer com uma agonia? Dor
perfurante?
QUANTIDADE – O que o Senhor Quer dizer com muito?Em que essa dor interfere no seu
trabalho?
CRONOLOGIA – Quando o Senhor Observou o problema pela primeira vez? Quanto tempo
durou? O que aconteceu depois? O Senhor Observa que a dor aumenta com alguma coisa?
PERÍODO – Ocorre em repouso? O que faz a dor aparecer?
FATORES AGRAVANTES – O que parece produzir a dor?Há algo que piore a dor?
FATORES PALIATIVOS – O que o Senhor Faz para melhorar a dor? Ficar em repouso diminui a
dor?
FATORES ASSOCIADOS – O Senhor Tem mais algum sintoma além da dor? Antes do início da
dor, o Senhor Percebe algum sintoma estranho?

Deve-se evitar perguntas que induzam a resposta, do tipo SIM ou NÂO. Ex: Quando sente
dor no tórax, também sente doer o braço?
Evitar perguntas que impliquem em acu sação. Ex: Porque não tomou o medicamento?
Porque não me chamou logo?
Usar perguntas múltiplas é contra -indicado, pois confunde o paciente. Ex: Quantos irmãos vc
têm e algum deles já teve asma, bronquite ou pneumonia?
Evitar perguntas em termos técnicos. Ex: O Senhor tem Hipertensão arterial? Alguém na sua
família tem Síndrome de Down? Como está a sua diurese? Suas eliminações intestinais,
como estão?
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 37

A narrativa – Encoraje o paciente com frases do tipo: Gostaria de ouvir a sua história.
À medida que o paciente se expressa, introduza perguntas relacionadas à história clínica,
doença atual, doenças prévias, história social e educacional e revisão de sistemas. Selecione
aspectos importantes para melhor explorar com mais detalhes, orientando a conversa neste sentido.
O Fechamento – Antes da conclusão da entrevista, o técnico de enfermagem deve fechar as
perguntas mais importantes que foram discutidas. Neste momento já se deve ter uma noção clara
sobre os motivos que levaram o paciente a buscar ajuda, a históri a da sua doença atual, sua história
pregressa, sua condição sócio -econômica.Fale para o paciente o quanto à história dele foi útil e avise
que fará algumas anotações. Este também é o momento para esclarecer qualquer parte da história
sobre a qual ainda paire dúvida.
Encoraje o paciente a fazer perguntas acerca de outros problemas com perguntas do tipo: O
Senhor Gostaria de fazer alguma pergunta? Geralmente este não tem mais nada a perguntar, mas
dá-lhe a impressão de que “o dito final” lhe pertence. Agrad eça-lhe pela atenção e colaboração e
avise-lhe que dará início ao exame físico.

ANOTAÇÕES DE ENFERMAGEM

São anotações ou registros realizados pelos integrantes da equipe


de Enfermagem, sobre todas as ocorrências e todos os cuidados
prestados ao paciente e devem abranger as condições bio -psico-socio-
espitituais, todos os fatos ocorridos e a assistência prestada, permitindo
dar condições para a continuidade dos cuidados. Cada anotação deve vir
acompanhada da assinatura e do número do registro no COREn(Con selho Regional de Enfermagem)
do profissional que a realizou.
O registro representa a comunicação escrita dos fatos essenciais, de forma a manter uma
história contínua dos acontecimentos ocorridos durante um período de tempo. O relatório é a
comunicação da informação a outra pessoa e pode ser escrito ou verbal.
As anotações ou registros de Enfermagem devem ser escritos no prontuário do paciente de
maneira completa, clara e precisa, abordando os aspectos “biopsicosocio -espirituais”. Um fator que
ajuda o profissional de Enfermagem a fazer anotações corretas e completas é o fato criar
oportunidade para o paciente falar, e saber ouvi -lo.
A pessoal da equipe de Enfermagem é, na maioria das vezes, o primeiro a observar sinais e
sintomas que podem ajudar no diagn óstico, ou colaborar com o tratamento ou com o planejamento de
ações curativas ou preventivas em favor do paciente. Assim, o importante não é só “notar”, mas
também anotar as observações.

As anotações de Enfermagem são importantes por vários motivos:

Oferecem dados para as pesquisas na área de saúde;


Revelam como o paciente está evoluindo em seu tratamento;
Fornecem informações para outros profissionais de saúde que também tratam do paciente;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 38

Contribuem para identificação e resolução de problemas do paci ente;


Oferecem subsídios para a avaliação da qualidade da assistência que é prestada ao
paciente;
Oferecem dados para o setor de contabilidade e de estatística;
Em circunstâncias ético-legais, as anotações oferecem respaldo a quem executa o
procedimento.
Desse modo, a ausência de anotações, ou mesmo a existência de anotações incompletas
podem prejudicar tanto o paciente, quanto a equipe de Enfermagem, os trabalhos dos pesquisadores
e à própria pessoa que prestou o cuidado.
As anotações devem ser feitas lo go após a observação de alguma intercorrência ou
prestação de cuidados e deve constar data e hora em que foi observado a ocorrência ou prestado o
cuidado.
No preenchimento dos impressos, os dados devem ser precisos, sintéticos e escritos com
letra que possa ser reconhecida por todos.

Aspectos Legais da Anotação de Enfermagem:

De acordo com a decisão do COREN – SP 2000.

Art. 1 – O registro deve ser claro, objetivo, preciso, com letra legível e sem rasuras.
Art. 2- Após o registro deve constar a identific ação do autor constatando: Nome, Coren e
Carimbo.
Art. 3- O registro deve constar em impresso devidamente identificado com os dados do
cliente ou paciente , e completando com a data e hora.
Art. 4- O registro deve conter subsídios para permitir a continuid ade do planejamento dos
cuidados de enfermagem nas diferentes fases e para o planejamento assistencial da equipe
multiprofissional.
Art. 5- O registro deve permitir e favorecer elementos administrativos e clínicos para a
auditoria de enfermagem.
Art. 6- O registro deve fazer parte do prontuário do paciente e servir de fonte de dados para
processo administrativo, legal, de ensino e pesquisa.

De acordo com o COFEN 240/2000 Código de Ética Capítulo V das Proibições

Art. 64- É proibido assinar as ações de enf ermagem que não executou, bem como
permitir que outro profissional assine as que executou.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 39

RELATÓRIOS E REGISTROS

Como registrar

Existem seis diretrizes úteis que devem ser seguidas para se certificar de que as informações
relacionadas aos cuidados de um paciente sejam comunicadas corretas e integralmente:
Precisão – os fatos devem ser anotados com precisão e veracidade. A omissão de dados ou
registro é tão inexata quanto um registro incorreto.
Concisão – forneça as informações corretas e essenciais em um relatório. Toda anotação
deve ser objetiva e completa.
Eficácia – Informações completas sobre os pacientes.
Atualização – a demora no registro de informações pode resultar em omissões graves e
atrasos no fornecimento de cuidado ao paciente.
Organização – comunique todas as informações em um formato ou ordem lógica.
Confidencialidade – o profissional deve manter confidencialidade de qualquer informação
relacionada à doença e ao tratamento de um paciente.
Quando registrar: A anotação deve ser feita log o após a ocorrência ou prestação de cuidados. O
profissional não deverá confiar na memória, para correr o risco da informação ser esquecida.
Quem registra: Cada pessoa deve anotar o que fez e o que observou.
O que registrar: Todas as ocorrências relaciona das ao paciente e aos cuidados a ele prestados.
Métodos de Registro:

Registro Narrativo: escrita de informações sobre o paciente e seus cuidados em ordem


cronológica, não tem formato estabelecido, seu conteúdo assemelha -se a um diário, mais
utilizado quando voltado à fonte. Depende das habilidades de quem faz as anotações, podem
ser omitidas informações pertinentes ou podem ser incluídas informações insignificantes.

Registro por Exceção: é um método de registro que elimina achados normais e cuidados de
rotina, inclui apenas levantamento de dados anormais e cuidados de enfermagem que se
desviam dos padrões escritos, proporciona acesso rápido à achados anormais.

DIRETRIZES/CUIDADOS IMPORTANTES NA ELABORAÇÃO DE REGISTROS

Se um erro for cometido durante o re gistro, o profissional de enfermagem não deve apagá -lo
ou rasurá-lo, poderá caracterizar alteração de registro. Não utilizar corretivos; Deve-se riscar o
registro com uma única linha, escrever a palavra erro, digo ou sem efeito, entre parênteses e
erro
assinar ou colocar suas iniciais. A seguir fazer o registro correto. Ex: Administrei 50
G.L.
75mg de Demerol IM no glúteo médio direito para dor abdominal.
Registros ou alterações de dados registrados criam suspeitas de que alguém tentou
deliberadamente encobrir informações.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 40

Não deixe espaços em branco em uma anotação . Qualquer pessoa poderá adicionar
informações incorretas nesse espaço. Não pular linhas entre uma anotação e outra e não
deixar espaço entre a anotação e a sassinatutra. Sobrando espaço , preencher a lacuna com
traço contínuo.
Ex: Paciente apresentou pico hipertensivo às 14 horas (PA -220x120 mmHg), sendo medicado
CPM.__________________ Lígia -COREN 1728
Registrar apenas os fatos. O profissional só deverá registrar o fato que observou/prese nciou.
As anotações feitas em um prontuário devem ser legíveis e escritas à tinta. Um registro
ilegível pode facilmente ser mal -interpretado, conduzindo ao erro. Durante o período
diurno(07:00 às 19:00hs) as anotações devem ser feitas em tinta azul, e no p eríodo
noturno(19:00 às 07:00hs) em tinta vermelha.
Sempre registre por vc mesmo e nunca por uma outra pessoa. O profissional tem
responsabilidade pela informação registrada no prontuário.
Deve constar data e hora em que foi observada a ocorrência ou prest ado o cuidado.
Utilizar o termo SIC (segundo informação colhida) para informações coletadas dos
acompanhantes e afins.
Cada anotação deve vir acompanhada da assinatura e do número do registro no
COREn(Conselho Regional de Enfermagem) do profissional que a realizou.
Utilizar os termos científicos e por extenso. Usar apenas as abreviaturas padronizadas e
conveniadas (IM, EV, VO, SC, MMSS, MMII, MMSSII, RX, USG, SOS, ECG, ECO, HC, TOT,
SNG, SNE, UTI, UCO, etc,...)
Verificar se o cabeçalho do impresso está pree nchido de forma, nome completo, data,
registro hospitalar, unidade e leito;
Não utilizar o termo “paciente” ou “cliente” ou “criança” no início de cada frase, já que a folha
de anotação é individual e de posse do mesmo;
Registrar fatos: não interpretações;
Jamais deixar implícita alguma crítica sobre cuidados providos por outras pessoas.

ANOTAÇÕES DE EVOLUÇÃO
Relato diário (ou aprazado) das mudanças sucessivas que ocorrem no ser humano, enquanto
estiver sob assistência profissional. Pela evolução é possí vel avaliar a resposta do ser humano à
assistência de enfermagem implementada.
É uma das etapas que compõe a Sistematização da Assistência de Enfermagem, e que é
privativamente atribuída ao enfermeiro. Ele realizará seu registro após a avaliação do estado geral do
paciente durante as 24 horas anteriores para subsidiar o plano de cuidados para as 24 horas
subseqüentes. Realizada 01 vez por dia.
Durante a assistência, são feitas anotações no prontuário, descrevendo a evolução do
paciente. Anotações narrativas fornecem uma visão completa sobre a evolução do paciente. Todos
os membros da equipe de saúde contribuem para esses registros.

O QUE OBSERVAR
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 41

Sintomas - É uma manifestação perceptível no organismo que indica alteração na saúde física ou
mental.
Sintoma Subjetivo - É aquele descrito pelo paciente, não podendo ser visto ou sentido por
outros. Ex. cefaléia.
Sintoma Objetivo - É aquele notado ou sentido pelo observador, é sinônimo de sinal. Ex.
vômito, Edema, etc.

Síndrome - É um complexo de conjunto de sinais e sintomas.


A observação serve não só para descobrir anormalidades, mas também para identificar a
potencialidade do individuo. A observação global associada a outras observações gerais, leva a
descoberta de aspectos favoráveis, podendo indicar aus ência de problemas, recuperação, ou mesmo
os recursos físicos e mentais, dos quais o individuo dispõe para auxiliar na sua própria recuperação.

Procedimento
Lavar as mãos;
Colher os dados de identificação do paciente;
Separar e organizar o material, colo cando-o na bandeja e levar junto ao paciente;
Explicar o paciente o que será realizado e pedir sua colaboração;
Preparar o ambiente, providenciando iluminação e ventilação adequadas, privacidade (se
necessário, colocar biombo, manter a porta fechada e pedi r que os acompanhantes dos demais
pacientes se retirem). Desocupar a mesa -de-cabeceira;
Avaliar nível de consciência (consciente, inconsciente, torporoso), nível de resposta(responde
aos estímulos verbais, dolorosos), comatoso;
orientação(orientado, desori entado, articulação das palavras, tempo e espaço, pessoas
circundantes); amnésia, confusão mental, doente mental;
estado emocional - calmo, cooperativo, agressivo, agitado, deprimido, ansioso, angustiado,
retraído;
Equilíbrio do pensamento (senso crítico, confusão, expressão de idéias, delírios, localização
no tempo e espaço, etc.);
Equilíbrio do estado perceptivo (alucinações, delírios);
Equilíbrio de estado afetivo (emoções, sentimentos, capacidade para resolver situações,
etc.);
Equilíbrio no ajustamento social (dependência, isolamento, reação ao ambiente e pessoal);
Capacidade de aprendizagem – inteligência.
Comunicação: tipo de comunicação (verbal ou por sinais);
Dados referentes às necessidades humanas básicas;
Sono e repouso: quantidade de sono e rep ouso. EX.: “refere ter dormido satisfatoriamente
durante toda a noite”; padrão de sono e repouso: Preservado, prejudicado, insônia,
sonambulismo, uso de soníferos, sonolência;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 42

Locomoção e motilidade: as condições de locomoção e motilidade. EX.: “deambula c om ou


sem auxílio, acamado, movimenta -se no leito, realiza mudança de decúbito, sentado na
poltrona, etc.”, uso de acessórios (muletas, próteses, andajar, cadeira de rodas, bengala);
paralisia, parestesia, paraplegia, hemiplegia, tetraplegia, monoplegia, p aresia, parada da
atividade motora, postura (cifose, escoliose, lordos
Cuidado corporal: (higiene e conforto) tipo de banho, estética do leito, higiene oral, couro
cabeludo, unhas, narinas, pavilhão auditivo, higiene íntima, horário, freqüência, aceitação ou
não dos cuidados, motivo da recusa. Higiene satisfatória, precária, falta de aseio corporal;
Verificar peso e estatura;
Verificar sinais vitais.
Nutrição: aceitação ou não do alimento, razões de sua rejeição, tipo e quantidade de alimento
consumido, formas de administração, jejuns e intercorrências; Dieta (aceita, prejudicada,
plenitude pós-prandial, inapetência, anorex ia, bulimia, SNG para gavagem).
Estado nutricional – nutrido, obeso, magro, emagrecido, caquético, desnutrido.
Hidratação: tipo de hidratação (venosa e/ou VO), quantidade, restrição ou não de acordo com
a patologia, recusa e motivo;
Excreção e Eliminação - Fezes Observaremos nas fezes: Cor, odor, qualidade, consistência.
Se há detritos de alimentos, presença de muco, pus, cálculos, etc. Flato s (Gases existentes nos
intestinos), Meteorismo ou Flatulência(Retenção de gases) constipação (tentativa inútil de
evacuação), tenesmo (evacuação difícil ou infrequente) incontinência fecal (Incapacidade de
controlar o esfíncter que regula o reto), diarréi a (aumento do número de evacuação, com
alteração da consistência das fezes), Melena(Fezes escuras, cor de borra de café) Fezes
acolicas(Fezes esbranquiçadas), Enterorragia (Saída de sangue vivo pelo reto). uso de laxantes,
enemas.
1. Freqüência - A freqüência normal das evacuações e muito variável, sendo que as maiorias
das pessoas evacuam uma vez por dia.
2. Consistência: Endurecida, normal, pastosa, semipastosa, semilíquida, líquida;
3. Cor: Marrom característico;
4. Odor: Característico.
Urina - Cor, odor, quantidade. Observa-se também se há Anúria (Supressão de secreção
urinaria, volume urinário menor que 100 ml em 24 horas); Oliguria (Diminuição de volume
urinário, menos de 500 ml em 24 horas); Poliúria (Aumento do volume urinário); Disúria
(dificuldade ou dor a micção); Retenção Urinaria (Incapacidade de eliminar urina); Polaciúria
(Micção freqüente e em pequenas quantidades); Nictúria (Micção freqüente a noite);
Incontinência urinaria- enurese (Impossibilidade de controlar a micção); Hematúria (Presença
de sangue na urina); Proteinúria (Presença de proteínas na urina); Albuminuria (Presença de
albumina na urina); Colúria (Presença de pigmentos biliares na urina, de coloração escura);
Piúria (Presença de pus na urina); Glicosúria (Presença de glicose na urina).
A urina possui certas características como: Cor: Amarelo claro, amarelo âmbar, castanho;
1. Odor: Característico;
2. Transparência líquida;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 43

3. Densidade: 1010 a 1030;


4. Sedimentos: com ou sem sedimentos.
Avaliar ainda: SVD, diurese no leito, nas fraldas.

Estado físico: queixas, observações em geral, exames, testes, encaminhamento, tratamentos


dados, resultados dos cuidados prestados, medicamentos, contenções e demais
observações colhidas pelo exame físico; Atividades; Recomendações.
Queixas: dor (cólica, espasmos, aguda, latejante, contrações), tontura, mal -estar geral,
náusea, vômitos, calafrio;
Dor - Deve observar atentamente o tipo de dor referida pelo paciente: Intensa, latejante,
agudas, espasmódicas, súbitas, perfurante, continua, irregular, curta ou longa du ração. Não esquecer
o lado ou órgão em que o paciente sente a dor e se e intensificada pelo movimento, pela respiração,
pela tosse, pela ingesta de alimentos, etc.
Vômitos - Cor, odor quantidade. Observa -se se há presença de restos alimentares.
hematêmese (cor "borra de café")
Dispositivos venosos (venóclise, scalp heparinizado);
Acidentes e intercorrências: cair da cama, por exemplo;
Recebimento de visitas, saídas e retornos (da unidade ou do hospital), transferências (de
leito, de unidade, de hospital), alta, óbito (anotar sempre precedido do horário).
Deixar o paciente confortável.
Providenciar a limpeza e a ordem do material.
Tirar as luvas e lavar as mãos.
Anotar o cuidado, e suas observações no prontuário do paciente.

A observação de enfermagem não se resume somente nos itens citados acima, mas estes são os
principais sinais e sintomas verificados pela equipe de enfermagem na rotina hospitalar.

MODELO DE EVOLUÇÃO DE UM PACIENTE


DATA, HORA - DIH( Dia de internação hospitalar). EG(EGR,EGC,EGG,EGM,EG B), Nível de
consciência, Nível de orientação, estado emocional, movimentação, sono e repouso. Condições da
pele(integridade, coloração, hidratação, temperatura , higiene).Exame físico céfalo -caudal –
CABEÇA(morfologia, couro cabeludo, olhos, ouvidos, nari z, boca), pescoço(presença de alterações
morfológicas), TÓRAX( morfologia, aparelho cardiovascular[pulso radial, PA] e respiratório[expansão
toráxica, freqüência dos movimentos respiratórios], mamas),MMSS(alterações morfológicas,
presença de acesso venoso mantido[venóclise, heparina, pele, amputação], ABDOME(morfologia,
presença de dor ou massa palpável, estado nutricional , eliminações intestinais[presença,
características], dieta, sistema geniturinário(diurese[presença e características], presença de
cateterismo vesical, prurido, secreções), MMII(morfologia, pele, amputação). QUEIXAS DO
PACIENTE, valores numéricos dos SINAIS VITAIS, CONDUTA. Profissional/aluno e conselho/
escola.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 44

PRONTUÁRIO DO PACIENTE

Embora geralmente denominado "prontuário médico", po demos


também considerar o termo prontuário do paciente, por ser o mesmo, o
conjunto de documentos e informações referentes a um paciente e sua
doença.
Com todo acerto LACASSAGNE definiu o prontuário como
sendo: "uma segurança para os médicos cultos e cons cientes, uma ameaça constante para os
audazes sem escrúpulos, os ignorantes incorrigíveis e ao mesmo tempo uma barreira intransponível
contra as reclamações e os caprichos dos clientes descontentes".
O prontuário hoje, em muitos casos, se reduz a apontame ntos sobre a história da doença,
alguns dados sociais do paciente, ou pouco mais que isso. O prontuário completo, com identificação
pessoal, anamnese, diagnóstico, prescrição médica, evolução, gráficos, TPR e PA e relatório e
enfermagem continuam sendo rar idade.
As informações do paciente, geradas durante seu internamento, constituirão o documento
chamado de prontuário médico que, segundo o Conselho Federal de Medicina (Resolução nº
1.331/89), consiste em um conjunto de documentos padronizados e ordenados, provenientes de
várias fontes, destinado ao registro dos cuidados profissionais prestados ao paciente.
“É um conjunto de documentos que contém informações do cliente
sobre seu processo saúde -doença e que possibilita análise estatística”
(EACHERN).
“Um documento constituído de formulários padronizados destinados
ao registro da assistência prestada ao cliente” (Ministério da Saúde)
Deve-se agregar: história da doença, antecedentes pessoais e familiares, exame físico,
diagnóstico, evolução clínica, descri ção da cirurgia, ficha de anestesia, prescrição médica e de
enfermagem, exames complementares de diagnóstico, formulários e gráficos.
O prontuário completo é aquele que inclui: Dados sociais, dados médicos e dados de
enfermagem.
Nº de identificação do pro ntuário;
Dados de identificação pessoal do paciente; situação familiar e social e termo de
responsabilidade.
Data do ingresso;
Antecedentes pessoais e familiares, história de doença atual e exame físico (anamnese);
Diagnóstico provisório e final;
Tratamento médico e/ou cirúrgico;
Exames complementares de diagnóstico; evolução da doença;
Relatórios (médicos, de enfermagem e de toda a equipe de saúde);
Gráfico de temperatura, pulso e respiração (TPR) e pressão arterial;
Resultado final;
Resumo.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 45

UTILIDADE DO PRONTUÁRIO

Sua finalidade é reunir informações de todos os profissionais do hospital que atendem o


paciente, proporcionando comunicação entre todos os serviços; proporcionar continuidade ao
atendimento; fornecer informações que auxiliem no diagnóstico e no tratamento do paciente; e
oferecer dados para estudos, pesquisa e arquivo.
Considera-se o prontuário como o “pulso do hospital”. O hospital sem prontuário é como
“relógio sem ponteiros”.

É de grande valor para:

O paciente;
a. As anotações existentes p odem
dispensar ou simplificar interrogatórios e
exames complementares, reduzindo o
custo do atendimento e o tempo de
permanência no hospital.
b. Representa, para o paciente, o grande instrumento de defesa, em caso de possíveis
prejuízos e de reivindicação de direitos perante o médico, o hospital e os poderes públicos.
c. De acordo com a Lei 10.241 de 17 de março de 1999, que dispões sobre os Direitos do
Usuário dos Serviços de Saúde e das Ações de Saúde, em seu Art. 2 coloca que: É direito do
paciente acessar, a qualquer momento, o seu prontuário, nos termos do Art. 3 da Lei
Complementar 791 de 09 de março de 1955.

O hospital;
a. a existência de bons prontuários,permite maior rotatividade de pacientes, baixando a média
de permanência:
b. Reduz o uso indevido dos equ ipamentos e serviços, evitando a repetição desnecessária de
exames;
c. O prontuário é o documento de maior valor para sua defesa contra possíveis acusações;
d. Permite a qualquer tempo um conhecimento exato do tratamento feito e do resultado
alcançado;
e. Demonstra o padrão de atendimento prestado no hospital.

O ensino e a pesquisa;
a. possibilita o conhecimento de inúmeros casos com todas as variáveis antecedentes,
concomitantes e conseqüentes da enfermidade;
b. Facilita o estudo de diagnóstico e avaliação da terapêutica;
c. E campo para pesquisa e fonte para os mais diversos dados estatísticos de incidências e
prevalências, de morbidade e mortalidade;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 46

d. Tornar possível verificar e comparar as diferentes condutas terapêuticas e estabelecer uma


análise comparativa da eficiência.

A equipe de saúde;

A equipe de saúde é o conjunto de todos os profissionais que mantêm contato com o paciente,
visando sua recuperação. Se todos perseguem o mesmo objetivo, nada mais lógico do que agirem
entrosados. O ideal,seria que a equipe atu asse em grupo na hora de discussão dos casos. Não
sendo possível, resta, como instrumento bastante eficiente de intercomunicação, o prontuário, por
meio do qual os profissionais se intercomunicam, fornecendo informações dentro da própria
especialidade . Assim, o prontuário é o grande fator de integração da equipe de saúde do hospital. Na
medida em que um hospital progride, melhora também o serviço de prontuário.

A defesa e a proteção de todos.

O PRONTUÁRIO DO PACIENTE E O SIGILO PROFISSIONAL

Na relação médico-paciente chega-se ao conhecimento de fatos que atingem a esfera do


sigilo. Toda a informação prestada pelo paciente ao médico é tacitamente suposta sigilosa. O
relacionamento médico-paciente envolve aspectos médicos, éticos e jurídicos. Desta forma o
prontuário do paciente estabelece um relacionamento entre medicina e direito. Os Códigos Civil e
Penal, bem como os Códigos de Ética das diferentes profissões, tratam amplamente do assunto.
O primeiro a ilustrar a arte médica, Hipócrates, já sentindo a importância e o valor humano do
segredo profissional, o transformou em juramento, honrado e perpetuado através dos séculos por
quantos se dedicam a "divina obra de aliviar as dores".
"Juro...que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívi o da sociedade, o que
tiver visto ou ouvido, que não seja necessário revelar, conservarei com segredo. Se eu cumprir esse
juramento com fidelidade, goze eu a minha vida e a minha arte, toda a reputação entre os homens
para sempre; se dele me afastar ou inf ringir, suceda-me o contrário".

ROTINAS DE ENFERMAGEM

A assistência ao paciente hospitalizado, desde a admissão até


sua alta, transferência ou óbito, faz parte das funções da equipe de
Enfermagem, que deve ter preparo especial para desempenhar bem o
seu trabalho.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 47

INTERNAMENTO OU ADMISSÃO HOSPITALAR

A internação é a admissão do paciente para ocupar um leito


hospitalar por 24 horas ou mais. O internamento é feito sob três
circunstâncias: Emergência, Urgência e eletivas.
O paciente ao ser admitido, deve ser bem recebido no hospital e
a interação entre o paciente e a equipe de enfermagem revestida de
cordialidade e atenção. Sua primeira impressão irá inspirar -lhe confiança
no tratamento e na equipe de saúde, o que contribuirá para que sua
recuperação seja mais rápida.
A maneira de receber um paciente depende das rotinas de cada instituição.Os funcionários
do hospital devem estar atentos para:
Recepcionar o paciente, acompanhá -lo a enfermaria.
Orientar o paciente em relação às rotinas do hospital quan to: ao local e horário do banho, às
refeições, à visita médica e de familiares, ao repouso, à recreação; aos serviços religiosos, ao
fumo, ao uso de campainha e às instalações sanitárias;
Arrolar roupas e valores;
Apresentar o paciente à equipe de enfermag em e ao companheiro de quarto ou de
enfermaria;
Encaminhá-lo ao banho e fornecer-lhe material necessário;
Preparar o material e identificá -lo;
Pesar o paciente, medi-lo e anotar os resultados no relatório;
Colocar o paciente no leito e verificar a temperat ura;
Registrar no relatório a hora de entrada do paciente, seus sintomas e suas queixas;
Comunicar à nutrição sobre a dieta e iniciar o tratamento prescrito;
Reunir o material e levá-lo a unidade

RELATÓRIO NA MUDANÇA DE TURNO (PASSAGEM DE PLANTÃO)

Ao final de cada turno, o profissional de Enfermagem faz um relatório sobre os pacientes a


ele designados, para seu substituto no turno seguinte. O objetivo principal deste relatório é fornecer
continuidade ao tratamento. Um relatório completo é importante para estabelecer a responsabilidade
do profissional frente ao paciente.
Os relatórios na mudança de turno são fornecidos pessoalmente, de modo verbal, o que
permite que os profissionais obtenham imediatamente os dados sobre o paciente. Esse relatório pode
ser passado em uma sala de reuniões ou durante as “rondas” dos enfermeiros. Nessas ocasiões os
profissionais visitam todos os pacientes para rever suas condições enquanto o relatório é feito.
O relatório deve ser rápido e eficaz. Num hospital, o relatório é geralmente feito na mesma
ordem do nº do quarto ou enfermaria do paciente, pois uma seqüência organizada permite a cada
profissional prever o curso e a direção do relatório. O profissional fornece todas as informações sobre
o motivo da internação e a evol ução do paciente durante o seu turno (plantão).
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 48

O relatório na mudança de turno inclui as seguintes informações de cada paciente:


Nome do paciente, idade e sexo;
Nome do médico;
Diagnóstico médico;
Diagnóstico ou problemas de enfermagem;
Descrição geral das condições fisiológicas e psicológicas do paciente;
Testes, procedimentos ou cirurgia programada;
Novas terapias determinadas, tais como medicamentos ou líquidos endovenosos;
Restrição de atividades e de alimentação;
Medicamentos de importância e seus e feitos;
Reação do paciente a medidas e tratamentos da assistência de enfermagem;
Plano de orientação;
Previsão de alta hospitalar;
Informações significativas relacionadas aos membros da família.
É especialmente importante relatar quaisquer alterações rece ntes ou situações prioritárias
relacionadas às condições do paciente. A informação do relatório é a base para se determinar as
condições do paciente, seu nível de evolução e suas necessidades de cuidados.
Deve-se sempre ter em mente que um plantão é a con tinuidade do outro.
O código de ética do profissional da enfermagem, na Resolução COFEN 160, cap. IV – dos
deveres, em seu art. 25 – reza que é dever do profissional de enfermagem garantir a continuidade da
assistência de enfermagem e em seu cap. V – das proibições, no art. 43 reza que é proibido
abandonar o cliente, em meio a tratamento, sem garantia de continuidade da assistência. Portanto,
um profissional só poderá deixar seu posto quando o seu colega o assumir, devendo este chegar pelo
menos com 15 minutos de antecedência.

ALTA HOSPITALAR

Significa a saída do paciente do hospital, que deve ser por escrito, na papeleta do paciente e
assinada pelo médico.

Tipos de alta:

Alta hospitalar ou melhorada – dada pelo médico quando o paciente está em condiç ões de
deixar o hospital;
Alta a pedido – o paciente deseja ir embora sem a permissão médica e assina o termo de
responsabilidade, isentando o médico e o hospital de qualquer responsabilidade que possa
ocasionar complicações pela sua saída;
Alta condicional – concedida ao paciente em ocasiões especiais, com a condição do mesmo
retornar na data estabelecida(ex.: natal);
Alta por indisciplina – quando o comportamento do paciente é incompatível com todos os
princípios de disciplina e ordens médicas e de enferm agem.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 49

A Enfermagem deve:
Avisar ao paciente com antecedência;
Verificar a assinatura do médico na folha de alta;
Avisar a família, a tesouraria e ao serviço de nutrição;
Reunir os objetos pertencentes ao paciente e providenciar sua roupa;
Orientar a paciente e/ou familiares sobre: prescrição médica, exames de laboratório e retorno
ao hospital;
Providenciar os medicamentos necessários;
Anotar no relatório e na folha de evolução as condições do paciente e as anotações feitas no
momento da alta;
Acompanhar o paciente à rouparia;
Devolver a documentação a secretaria.

TRANSFERÊNCIA

Consiste na mudança do paciente de clínica, quarto, unidade do hospital, para continuar o


tratamento sob a responsabilidade dele mesmo, da família, médico particular ou outra unidad e ou
instituição. A transferência ocorre nas seguintes situações: solicitação médica ou da enfermagem,
quando há necessidade de tratamento específico, a pedido do próprio paciente, a pedido da família
ou da administração, por necessidade de vaga ou por fal ta de tratamento especializado no hospital. A
transferência de paciente segue os mesmos passos da alta.
A unidade para onde o paciente será transferido deve ser avisada com antecedência para ser
preparada a fim de receber o paciente. O prontuário deve es tar completo e ser entregue à enfermeira
da outra unidade e o paciente deve ser transportado de acordo com suas condições.

ÓBITO

O paciente em estágio final deve receber todos os cuidados necessários de modo a lhe
proporcionar segurança e conforto até o s momentos finais de vida.
Após constatação médica do óbito, o corpo deve ser preparado, conforme técnicas
específicas, observando-se o seguinte:
Anotar no prontuário a hora da morte;
Identificar o corpo;
Prepara os pertences do paciente e entregar aos fa miliares;
Encaminhar o corpo para o necrotério;
Providenciar declaração de óbito e orientar a família quanto ao atestado de óbito, segundo
rotina do hospital;
Verificar a assinatura do médico na folha de alta;
Avisar a família, a tesouraria e ao serviço de nutrição;
Devolver a documentação à secretaria.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 50

CONCEITOS BÁSICOS NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Existem muitas maneiras de executar os diversos cuidados de Enfermagem, porém


adotando-se um roteiro, os elementos da equipe executam as técnicas ou procedim entos da mesma
forma. Assim o trabalho será desenvolvido com mais agilidade, colaboração e método. Essas
medidas devem estar disponíveis em local de fácil acesso e conhecido de todos os profissionais que
atuam naquele ambiente, para que eles possam compree ndê-las e executá-las da mesma maneira.

Objetivos das técnicas

A adoção de um roteiro para execução de cuidados de Enfermagem objetiva melhorar a


qualidade da assistência, visando:

Segurança
Conforto
Economia

Quanto à segurança, objetiva prevenir:

Acidentes (quedas, lesões, queimaduras);


Infecção hospitalar;
Erros e esquecimentos;

Quanto ao conforto, tem finalidade de evitar:

Posições incômodas;
Ruídos desnecessários;
Úlceras de pressão;
Excesso de calor ou frio;
Outros fatores que incomodam o pac iente (má iluminação, maus odores).

Quanto à economia, procura reduzir os custos, poupando:

Economia de Energia: a adoção de uma sequencia lógica dos passos, oferece a vantagem
de evitar movimentos supérfluos e dispender excessiva energia do profissiona l e do paciente.
A habilidade psicomotora (destreza manual) também contribui para que isso ocorra. Outra
vantagem é que isto diminui o desconforto físico e mental, do profissional e do paciente,
durante o procedimento.
Economia de Tempo: a adoção de uma sequência lógica dos passos, além de economizar
movimentos e energia, otimiza o precioso e escasso tempo. A habilidade psicomotora neste
caso, também influi. Simplificando as ações, executando com método e organização;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 51

Economia de Material: a definição do tipo e quantidade de material necessário, associada à


habilidade psicomotora na execução do procedimento em sequência lógica de passos, evitam
o gasto de material.O preparo do material padronizado deve sempre anteceder o início da
execução do procedimento pr opriamente dito, visto que, a perda ou falta de material implicará
em perda de tempo e energia.

Conclusão:

Padronização de um procedimento visa:

Influenciam no sucesso do procedimento:

domínio da habilidade psicomotora


planejamento;
domínio do conhecimento

MÉTODO DE TRABALHO

Para racionalizar a prestação de cuidados, sugere -se:


Conversar com o paciente, explicando o que vai ser feito, por mais simples que seja o
procedimento.
Preparar o ambiente, providenciando iluminação e ventilação ad equadas, privacidade (se
necessário, colocar biombo). Desocupar a mesa -de-cabeceira.
Separar e organizar o material, colocando -o na bandeja.
Lavar as mãos e calçar as luvas.
Executar o cuidado:
1. mantendo postura correta
2. agindo com rapidez e segurança;
3. observando o paciente e interagindo com ele.
Deixar o paciente confortável.
Providenciar a limpeza e a ordem do material.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 52

Tirar as luvas e lavar as mãos.


Anotar o cuidado, e suas observações no prontuário do paciente.
É importante lembrar que a sequência de pas sos de execução de tais procedimentos é
flexível conforme a exigência da situação do paciente. Cada procedimento como um todo, também
poderá ser inovado em função da evolução tecnológica.
É evidente que a simplificação, adaptação e inovação deverão evitar os riscos e desconfortos
para o paciente, utilizando-se os fundamentos científicos.

INFECÇÕES RELACIONAD AS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE(IRAS ) / INFECÇÃO HOSPITALAR

As infecções relacionadas à assistência à saúde(IRAS), mais comumente denominadas


infecções hospitalares constituem hoje um grave problema de saúde pública no país. Será o sintoma
mais evidente da inadequação do sistema de saúde ?, sinônimo de erro médico ?, colocando a
responsabilidade de sua ocorrência sobre o profissional de saúde ou na institui ção prestadora de
assistência? Evidentemente, o profissional de saúde ou o hospital não contamina voluntariamente
seus pacientes, mas a inobservância de princípios básicos do controle das infecções hospitalares
pode ter conseqüências drást icas. Assim, é importante ter profissionais conscientes,
trabalhando em equipe, respeitando cada um dentro de suas funções, atualizando -se com
freqüência e com capacidade de auto avaliarem -se.
Infecções relacionadas à assistência à saúd e(IRAS), são definidas como qualquer infecção
adquirida no hospital ou em qualquer outra instituição de assistência à saúde, que não estavam
presentes ou em incubação quando da admissão do paciente. Esse termo inclui as infecções
adquiridas após a internação do paciente e que se manifesta m durante a internação ou mesmo após
a alta, quando puder ser relacionada com a internação, ou procedimentos hospitalares. Também
abrange as infecções relacionadas a procedimentos realizados ambulatoriamente, durante cuidad os
domiciliares e as infecções ocupacionais adquridas pelos profissionais de saúde.
Essas infecções podem ser provocadas por deficiências na assistência ao doente, condições
próprias do paciente ou falhas no processo de limpeza, desinfecção e esterilização de artigos odonto-
médico-hospitalares, preparo de medicações parenterais, execução de procedimentos invasivos, uso
irracional de antimicrobianos e até na ausência de um gesto simples que é a higienização correta das
mãos do profissional de saúde.
Usa-se como critérios gerais:

1. Quando na mesma topografia em que foi diagnosticada infecção comunitária for isolado um germe
diferente, seguido do agravamento das condições clínicas do paciente, o caso deverá ser
considerado como hospitalar.

2. Quando se desconhecer o período de incubação do microrganismo e não houver evidência clínica


e/ou dado laboratorial de infecção no momento da admissão, considera -se infecção hospitalar toda
manifestação clínica de infecção que se apresentar 72 horas após a admissão.
Também são consideradas hospitalares aquelas infecções manifestadas antes de se
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 53

completar 72 horas da internação, quando associadas a procedimentos invasivos diagnósticos


e/ou terapêuticos, realizados previamente.

3. As infecções no recém-nascido são hospitalares, com exceção das transmitidas de forma


transplacentária e aquelas associadas a bolsa rota superior a 24 horas.

A infecção é a mais freqüente e grave complicação que acomete pacientes hospitalizados.


Eleva os custos e se constitui em i mportante causa de morte durante a hospitalização.
A Lei Federal 9.431 de 06/01/97 instituiu a obrigatoriedade da existência da Comissão
de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e de um Programa de Contro le de Infecções
Hospitalares (PCIH), definido como um conjunto de ações desenvolvidas deliberada e
sistematicamente, tendo como objetivo a redução máxima possível da incidência e gravidade
das infecções nosocomiais. Em 13/05/98 , o Ministério da Saúde editou a Portaria 2.616/98, com
diretrizes e normas para a execução destas ações, adequando -as à nova legislação.
Atualmente, a grande maioria das infecções relacionadas à assistência à saúde(IRAS), é
causada por um desequilíbrio da relação existente entre a microbiota humana normal e os
mecanismos de defesa do hospedeiro. Isto pode ocorrer devido à própria patologia de base do
paciente, procedimentos invasivos e alterações da população microbiana, geralmente induzida pelo
uso de antibióticos. Por serem doenças transmissíveis, as infecções infecções relacionadas à
assistência à saúde(IRAS) apresentam uma cadeia epidemiológica que pode ser definida a partir de
seus seis elos: agente infectante; reservatórios ou fontes; vias de eliminação; transmissão;
penetração; e hospedeiro sus ceptível.
Virtualmente qualquer infecção pode ser contraída no ambiente hospitalar, mas os germes
que predominam nas infecções nosocomiais raramente causam infecções em outras situações.
Eles apresentam baixa virulência, mas em decorrência d o seu inóculo e da queda de resistência do
hospedeiro, o processo infecioso d esenvolve-se. Geralmente estes agente fazem parte da microbiota
humana normal. As bactérias predominam na notificação das infecções hospitalares, principalmente
as aeróbicas.
A prevenção das infecções relacionadas à assistência à saúde(IRAS) deve ser feita por todos
os profissionais, e à Comissão de Controle de Infecção hospitalar (CCIH) compete divulgar e
controlar as medidas para minimizar o problema.
Muitas medidas para con trole das infecções relacionadas à assistência à saúde(IRAS), estão
relacionadas com cuidados simples, como a limpeza das mãos. A enfermagem tem papel primordial
no combate desse problema que atinge grande número de pacientes hospitalizados.

CUIDADOS PESSOAIS

A forma como nos apresentamos (física e emocionalmente) é importante no


aspecto higiênico, relacionamento pessoal e profilaxia de doenças.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 54

Instruções gerais
Cuidar para que as unhas estejam sempre aparadas e limpas. Se necessário, limpá -las com
escova. Quando compridas, podem furar as luvas ou dificultar os movimentos, bem como
acomodar resíduos.
Evitar uso de anéis e pulseiras, possíveis fontes de microrganismos e causas de
traumatismos no paciente.
Os cabelos, quando compridos, mantê -los presos.
Manter o uniforme sempre limpo, evitando seu uso fora do ambiente hospitalar. Não se deve
utilizar o jaleco em áreas não contaminadas. Ex:cantinas, refeitório, biblioteca, via pública.
Utilizar, preferencialmente, calças compridas.
Usar calçados limpos, f echados e laváveis (preferencialmente de couro).
O uso de maquiagem facilita a aderência de agentes infecciosos. A maquiagem pode ser
usada, mas sem excesso.
Fazer o trabalho sempre com a máxima atenção, para evitar acidentes.
Evitar levar as mãos ao rosto e cabelos, durante a execução do trabalho, principalmente nos
olhos.
Lavar as mãos com técnica asséptica correta, antes e após cada procedimento de
enfermagem. Lembrar sempre de utilizar papel toalha para fechar a torneira.
Seguir as precauções gerais e e speciais, quando recomendadas.
Usar luvas, caso a atividade envolva contato potencial com sangue, líquidos corporais, pele
ou mucosas lesadas do paciente. Tirar sempre as luvas quando atarefa estiver concluída.
O profissional que trabalha no ambiente hospi talar, pela exposição freqüente ao agente
infeccioso, necessita manter o calendário vacinal atualizado, principalmente contra a
tuberculose, hepatite B e tétano.
Retirar luvas sempre que for manusear artigos não -contaminados como: abrir portas, atender
telefones, acionar interruptores, bem como superfícies de ambiente, e antes de atender outro
paciente, evitando a transferência de microrganismos para outros pacientes e ambientes.
Agulhas, escalpes, lâminas de bisturi e outros instrumentos cortantes ou ponti agudos
merecem cuidados especiais para prevenir acidentes. Descartar materiais perfurocortantes
em recipientes de paredes rígidas e em quantidade que permita seu fechamento adequado,
para evitar acidentes /infecção com as pessoas que irão manuseá -los.
As agulhas, após serem utilizadas, não devem ser removidas da seringa, entortadas,
quebradas ou reencapadas. Os materiais perfurocortantes reutilizáveis devem ser
transportados em recipientes resistentes à perfuração até a área de reprocessamento de
materiais.

Recomendações específicas devem ser seguidas durante a realização de procedimentos que


envolvam a manipulação de material pérfuro -cortante:

 Máxima atenção durante a realização dos procedimentos;


Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 55

 Jamais utilizar os dedos como anteparo durante a realizaç ão de procedimentos que envolvam
materiais pérfuro-cortantes;
 As agulhas não devem ser reencapadas, entortadas, quebradas ou retiradas da seringa com
as mãos;
 Não utilizar agulhas para fixar papéis;
 Todo material pérfuro-cortante (agulhas, scalp, lâminas de bisturi, vidrarias, entre outros),
mesmo que estéril, deve ser desprezado em recipientes resistentes à perfuração e com
tampa;
 Os recipientes específicos para descarte de material não devem ser preenchidos acima do
limite de 2/3 de sua capacidade total, e devem ser colocados sempre próximos do local onde
é realizado o procedimento.

PRECAUÇÕES GERAIS

Em geral, profissionais de saúde prestam


assistência aos pacientes sem conhecer a história
clínica pregressa ou atual, ou os resultados dos exames
laboratoriais. É perigoso confiar nas impressões
subjetivas de quando é necessário ou não seguir as
precauções. Isso significa que, todos os profissionais de
saúde, precisam seguir as precauções padronizadas
com todos os pacientes com os quais tiverem contato.
Precauções Universais, atualmente denominadas Precauções Básicas, são medidas de
prevenção que devem ser utilizadas na assistência a todos os pacientes, na manipulação
de sangue, secreções e excreções, e contato com mucosas e pele não-íntegra.
Essas medidas incluem a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (E.P.I.), com a
finalidade de reduzir a exposição do profissional a sangue ou fluidos corpóreos, e os cuidados
específicos recomendados para manipulação e descarte de materiais pérfuro-cortantes,
contaminados por material orgânico.
Têm por objetivo evitar a transmissão de infecções (conhecidas ou não) do pacien te para o
profissional de saúde e r eduzir o risco de transm issão de microrganismos a partir das fontes
conhecidas e desconhecidas.
As precauções padronizadas aplicam -se ao contato com sangue; todos os líquidos corporais
(com exceção do suor), contenham ou não sangue visível; pele e mucosas lesadas. As precauções
são as seguintes:
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 56

HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

Locais onde a sujeira se acumula:

As mãos são as principais vias de transmissão de infecção hospitalar e


sua adequada lavagem é fundamental para o seu controle.
Atualmente, programas que enfocam a segurança no cuidado do
paciente nos serviços de saúde tratam como prioridade o tema higienização das
mãos, a exemplo da “Aliança Mundial para Segurança do Paciente”,
iniciativa da Organização Mundial de Saúde (OMS), firmada com vários
países, desde 2004. Embora a higienização das mãos seja a medida mais importante e reconhe cida
há muitos anos na prevenção e controle das infecções nos serviços de saúde, colocá -la em prática
consiste em uma tarefa complexa e difícil.
A legislação brasileira, por meio da Portaria n. 2.616, de 12 de maio de 199 8, e da RDC n. 50,
de 21 de fevereiro 2002, estabelece, respectivamente, as ações mínimas a serem desenvolvidas com
vistas à redução da incidência das infecções relacionadas à assistência à saúde e as normas e
projetos físicos de estabelecimentos assistenc iais de saúde.
Esses instrumentos normativos reforçam o papel da higienização das mãos como ação mais
importante na prevenção e controle das infecções em serviços de saúde. Entretanto, apesar das
diversas evidências científicas e das disposições legais, no ta-se que grande parte dos profissionais
de saúde ainda não segue a recomendação de Semmelweis em suas práticas diárias.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), por mei o da Aliança Mundial para a Se gurança do
Paciente, também tem dedicado esforços na elabora ção de diretrizes e estratégias de implantação de
medidas visando à adesão à prática de higienização das mãos.
A equipe de saúde, ao iniciar suas atividades em áreas críticas, deve retirar todos os seus
adornos (anéis, pulseiras, relógios: são locais onde os germes se escondem) e lavar as mãos até o
cotovelo, com sabão degermante por 3 -5 minutos.
Em unidade de alto risco, há necessidade de se remover a flora (composta por
microrganismos que vivem e se multiplicam nas camadas da pele, glândulas sebáceas, f olículos
pilosos, feridas e trajetos fistulosos), por isso o uso de anti -sépticos. Nas demais unidades basta o
uso de água e sabão. A lavagem das mãos deve ser cuidadosa e visa remover a flora normal e
transitória.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 57

O QUE É HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS?

É a medida individual mais simples e menos dispendiosa para prevenir a propagação das
infecções relacionadas à assistência à saúde. Recentemente, o termo “lavagem das mãos” foi
substituído por “higienização das mãos” devido à maior abrangência deste procedimento. O termo
engloba a higienização simples, a higienização anti -séptica, a fricção anti-séptica e a anti-sepsia
cirúrgica das mãos, que serão abordadas mais adiante.

POR QUE FAZER?

As mãos constituem a principal via de transmissão de microrganismos durante a


assistência prestada aos pacientes, pois a pele é um possível reservatório de diversos
microrganismos, que podem se transferir de uma superfície para outra, por meio de contato direto
(pele com pele), ou indireto, através do contato com objetos e superfícies contaminados.
A pele das mãos alberga, principalmente, duas populações de microrganismos: os
pertencentes à microbiota residente e à microbiota transitória. A microbiota residente é constituída por
microrganismos de baixa virulência, como es tafilococos, corinebactérias e micrococos, pouco
associados às infecções veiculadas pelas mãos. É mais difícil de ser removida pela higienização das
mãos com água e sabão, uma vez que coloniza as camadas mais internas da pele.
A microbiota transitória colo niza a camada mais superficial da pele, o que permite sua
remoção mecânica pela higienização das mãos com água e sabão, sendo eliminada com mais
facilidade quando se utiliza uma solução anti -séptica. É representada, tipicamente, pelas bactérias
Gram-negativas, como enterobactérias (Ex: Escherichia coli), bactérias não fermentadoras (Ex:
Pseudomonas aeruginosa), além de fungos e vírus.
Os patógenos hospitalares mais relevantes são: Staphylococcus aureus, Staphylococ - cus
epidermidis, Enterococcus spp., Pseud omonas aeruginosa, Klebsiella spp., Enterobacter spp. e
leveduras do gênero Candida. As infecções relacionadas à assistência à saúde geralmente são
causadas por diversos microrganismos resistentes aos antimicrobianos, tais como S. aureus e S.
epidermidis, resistentes a oxacilina/meticilina; Enterococcus spp., resistentes a vancomicina;
Enterobacteriaceae, resistentes a cefalosporinas de 3ª geração e Pseudomonas aeruginosa,
resistentes a carbapenêmicos.
As taxas de infecções e resistência microbiana aos ant imicrobianos são maiores em
Unidades de Terapia Intensiva (UTI), devido a vários fatores: maior volume de trabalho, presença de
pacientes graves, tempo de internação prolongado, maior quantidade de procedimentos invasivos e
maior uso de antimicrobianos.

PARA QUE HIGIENIZAR AS MÃOS?

A higienização das mãos apresenta as seguintes finalidades:


Remoção de sujidade, suor, oleosidade, pêlos, células descamativas e da microbiota da pele,
interrompendo a transmissão de infecções veiculadas ao contato.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 58

Prevenção e redução das infecções causadas pelas transmissões cruzadas.

QUEM DEVE HIGIENIZAR AS MÃOS?

Devem higienizar as mãos todos os profissionais que trabalham em serviços de saúde, que
mantém contato direto ou indireto com os pacientes, que atuam na manipulaçã o de medicamentos,
alimentos e material estéril ou contaminado.

COMO FAZER? QUANDO FAZER?

As mãos dos profissionais que atuam em serviços de saúde podem ser higienizadas
utilizando-se: água e sabão, preparação alcoólica e anti -séptico.
A utilização de um determinado produto depende das indicações descritas abaixo:

USO DE ÁGUA E SABÃO

Indicação:

Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e outros fluidos
corporais.
Ao iniciar o turno de trabalho.
Após ir ao banheiro.
Antes e depois das refeições
Antes de preparo de alimentos.
Antes de preparo e manipulação de medicamentos.
Nas situações descritas a seguir para preparação alcoólica.

USO DE PREPARAÇÃO ALCOÓLICA

Indicação:
Higienizar as mãos com preparação alcoólica quando es tas não estiverem visivelmente sujas,
em todas as situações descritas a seguir:
Antes de contato com o paciente
Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do
profissional de saúde.
Exemplos: exames físicos (d eterminação do pulso, da pressão arterial, da temperatura corporal);
contato físico direto (aplicação de massagem, realização de higiene corporal); e gestos de cortesia e
conforto.
Após contato com o paciente
Objetivo: proteção do profissional e das superf ícies e objetos imediatamente próxi mos ao paciente,
evitando a transmissão de microrganismos do próprio paciente.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 59

Antes de realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos invasivos


Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de mic rorganismos oriundos das mãos do
profissional de saúde.
Exemplos: contato com membranas mucosas (ad ministração de medicamentos pe las vias oftálmica e
nasal); com pele não intacta (realização de curativos, aplicação de injeções); e com dispositivos
invasivos (cateteres intravasculares e urinários, tubo endotraqueal).
Antes de calçar luvas para inserção de dis positivos invasivos que não re queiram preparo
cirúrgico
Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do
profissional de saúde.
Exemplo: inserção de cateteres vasculares periféricos.
Após risco de exposição a fluidos corporais
Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente,
evitando a transmissão de microrganis mos do paciente a outros profissionais ou pacientes.
Ao mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo, durante o cuidado ao paciente
Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos de uma determinada área
para outras áreas de seu corpo.
Exemplo: troca de fraldas e subseqüente manipulação de cateter intravascular.
Ressalta-se que esta situação não deve ocorrer com freqüência na rotina profissional.
Devem-se planejar os cuidados ao paciente iniciando a assistência na seqüên cia: sítio menos
contaminado para o mais contaminado.
Após contato com objetos inanimados e superfícies imediatamente próximas ao paciente
Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próxi mos ao paciente,
evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes.
Exemplos: manipulação de respiradores, monitores cardíacos, troca de roupas de cama, ajuste
da velocidade de infusão de solução endovenosa.
Antes e após remoção de luvas
Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próxi mos ao paciente,
evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes.
As luvas previnem a contaminação das mãos dos profissionais de saúde e a judam a reduzir a
transmissão de patógenos. Entretanto, elas podem ter microfuros ou perder sua integridade sem que
o profissional perceba, possibilitando a contaminação das mãos.
Outros procedimentos
Exemplos: manipulação de invólucros de material estéril .

USO DE ANTI-SÉPTICOS

Estes produtos associam detergentes com anti -sépticos e se destinam à higienização anti -
séptica das mãos e degermação da pele.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 60

Indicação:

Higienização anti-séptica das mãos


• Nos casos de precaução de contato recom endados para pacientes portadores de microrganismos
multirresistentes.
• Nos casos de surtos.
Degermação da pele
• No pré-operatório, antes de qualquer procedimento cirúrgico (indicado para toda equipe
cirúrgica).
• Antes da realização de procedimentos invasivos. Exemplos: inserção de cateter intravascular
central, punções, drenagens de cavidades, instalação de diálise, pequenas suturas, endoscopias
e outros.
As técnicas de higienização das mãos podem variar,dependendo do objetivo ao qual se
destinam. Podem ser divididas em:
Higienização simples das mãos.
Higienização anti-séptica das mãos.
Fricção de anti-séptico nas mãos.
Anti-sepsia cirúrgica ou preparo pré -operatório das mãos.
Para que a lavagem das mãos seja eficaz, faz -se necessário utilizar uma técni ca apropriada
para a remoção mecânica da sujidade, suor, células descamativas e microrganismos transitórios em
todas as partes das mãos: palma, dorso, espaços interdigitais, unhas e punhos.
A eficácia da higienização das mãos depende da dura ção e da técnica empregada.

HIGIENIZAÇÃO SIMPLES DAS MÃOS

Objetivos:

Eliminar o grande número de microrganismos das mãos, removendo sujidade.


Prevenir infecções.
evitar a propagação de doenças
Obter conforto.
eliminar substâncias tóxicas e medicamentosas
proteger-se contra as agressões do meio

Duração do procedimento: 40 a 60 segundos.

Material

Sabão. Usar, preferencialmente, sabão líquido, pois o sabão em barra facilmente torna -se
meio de contaminação.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 61

Papel-toalha
Nos serviços de saúde, recomenda -se o uso de sabão líquido, tipo refil, devido ao menor
risco de contaminação do produto. Este insumo está regulamentado pela resolução ANVS n. 481, de
23 de setembro de 1999.
Recomenda-se que o sabão seja agradável ao uso, possua fragrância leve e não resseque a
pele. A adição de emolientes à sua formulação pode evitar resseca mentos e dermatites.

Quando lavar as mãos:

Ao iniciar e terminar o turno de trabalho.


Após qualquer trabalho de limpeza.
Antes e após o uso de banheiro.
Após assoar o nariz.
Com presença de sujeira visível nas mãos.
Sempre que manusear medicamentos ou alimentos.
Antes do preparo de material para técnicas de enfermagem.
Entre contatos com pacientes, evitando a transferência de microrganismos para outros
pacientes e ambientes;
Entre procedimentos com o mesmo paciente para prevenir contaminação cruzada por
diferentes partes do corpo;
Após contato com sangue, secreções corporais, excreções e artigos contaminados, tendo
usado ou não luvas;
Após a retirada de luvas.
Entre os cuidados simples ao invéz da la vagem das mãos pode-se usar apenas o álcool
glicerinado friccionando por 30 segundos até secar.

Método:

Abrir a torneira e molhar as mãos, sem encostar na pia;


ensaboar as mãos, friccionando -as por,
aproximadamente, 30 segundos;
1. friccionar palma contra palma; (PALMA)
2. palma de uma mão contra dorso da outra, com os
dedos entremeados; (DORSO)
3. palma contra palma, friccionando a região interdigital
com os dedos entremeados; ( ESPAÇOS
INTERDIGITAIS)
4. dedos semifechados em gancho de uma mão contra
a outra mão; (ARTICULAÇÕES)
5. movimento circular do dedo polegar de ambas as
mãos; (POLEGAR)
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 62

6. movimento circular para frente e para traz com os dedos fechados de uma mão sobre a
palma da outra mão. (UNHAS E EXTREMIDADES DOS DEDOS)
Cinco fricções de cada tipo são suficientes para remover mecanicamente os microrganismos.
lavar os punhos de uma mão com o auxílio da outra; (PUNHOS)
enxaguar as mãos retirando totalmente o resíduo de sabão, com os dedos voltados para
cima para que a água escorra das mãos para os punhos, evitando-se que o sabão e a
água, já sujos, retornem às áreas já limpas.
fechar a torneira usando o papel toalha. Se não houver
papel-toalha, após a retirada do sabão das mãos, jogar
água na torneira, com as mãos em conchas, e fechá -la.

Utizar papel toalha e secar iniciando pelas mãos e seguindo pelos


punhos. Não é recomendado utilizar secadores a ar quente em ambiente
hospitalar, pois, além de ruidosos, elevam sujeira do chão.

HIGIENIZAÇÃO ANTI-SÉPTIC A DAS MÃOS

Finalidade

Promover a remoção de sujidades e de micr organismos, reduzindo a carga microbiana das


mãos, com auxílio de um anti -séptico.

Duração do procedimento: 40 a 60 segundos.

Método

A técnica de higienização anti -séptica é igual àquela utilizada para higienizaçã o simples
das mãos, substituindo-se o sabão por um anti-séptico. Exemplo: anti-séptico degermante.

FRICÇÃO ANTI-SÉPTIC A DAS MÃOS (COM PREPARAÇõES AlCOólIC AS)

Finalidade

Reduzir a carga microbiana das mãos (não há remoção de sujidades). A utilização de gel
alcoólico a 70% ou de solução alcoólica a 70% com 1 -3% de glicerina pode substituir a higienização
com água e sabão quando as mãos não estiverem visivel mente sujas.

Duração do Procedimento: 20 a 30 segundos.


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ANTI-SEPSIA CIRÚRGIC A OU PREPARO PRÉ -OPERATóRIO DAS MÃOS

Finalidade

Eliminar a microbiota transitória da pele e reduzir a microbiota residente, além de


proporcionar efeito residual na pele do profissional.
As escovas utilizadas no preparo cirúrgico das mãos devem ser de cerdas macias e
descartáveis, impregnadas ou não com anti -séptico e de uso exclusivo em leito un gueal e
subungueal.
Para este procedimento, recomenda -se:
Anti-sepsia cirúrgica das mãos e antebraços com anti -séptico degermante.

Duração do Procedimento: de 3 a 5 minutos para a primeira cirurgia e de 2 a 3 minutos para as


cirurgias subseqüentes (sempre seguir o tempo de duração reco mendado pelo fabricante).
A higienização das mãos é uma metodologia crucial no controlo da infecção hospitalar,
incluindo as do próprio doente. As va ntagens são imensas, para os doentes, para o pessoal de
saúde, para a Instituição e para a sociedade. Por isso, cabe a cada profissional observar
rigorosamente esta medida, tomando consciência da responsabilidade que lhe compete nesta
pedagogia contra a infecção hospitalar. Tornar os ambientes hospitalares mais seguros é um
imperativo de todos os profissionais de saúde, assegurando que os cuidados de saúde que
prestamos aos doentes estão em boas mãos.

AGENTES ANTI-SÉPTICOS

São substâncias aplicadas à pele p ara reduzir o número de agentes da microbio - ta transitória
e residente.

Entre os principais anti-sépticos utilizados para a higienização das mãos, desta cam-se:
Álcoois, Clorexidina, Compostos de iodo, Iodóforos e Triclosan.

Sempre que houver paciente (ac amado ou não), examinado, manipulado, tocado, medicado
ou tratado, é obrigatória a provisão de recursos para a higienização das mãos (por meio de lavatórios
ou pias) para uso da equipe de assistência. Nos locais de manuseio de insu mos, amostras,
medicamentos, alimentos, também é obrigatór ia a instalação de lavatórios/ pias.

Os lavatórios ou pias devem possuir torneiras ou co mandos que dispensem o contato das
mãos quando do fechamento da água. Deve ainda existir provisão de sabão líquido, além de
recursos para secagem das mãos. No lavabo cirú rgico, o acionamento e o fecha mento devem
ocorrer com cotovelo, pé, joelho ou cé lula fotoelétrica.

Para os ambientes que executem procedimentos invasivos, cuidados a pacientes críticos ou


que a equipe de assistência t enha contato direto com feridas, deve existir, além do sabão já citado,
provisão de anti-séptico junto às torneiras de higienização das mãos.
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EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) incluem itens usados pa ra proteger-se de


substâncias perigosas, seja por absorção, por inalação ou por contato físico. Os EPI incluem:
Protetores ou máscaras faciais e óculos protetores – Usar
máscaras e protetores oculares a fim de proteger as mucosas
dos olhos, nariz e boca, durante procedimentos que possam
apresentar respingos de sangue, ou outros fluidos corporais,
secreções e excreções.
Roupas protetoras, tais como aventais frontais, sobretudos,
jalecos de laboratório, avental emborrachado e calçado – Usar
avental (limpo e não esterilizado) a fim de proteger a pele e
seu vestuário, durante procedimentos que possam apresentar
respingos de sangue, ou outros fluidos corporais, secreções e
excreções; escolher um avental adequado à rotina e
quantidade de fluido: no caso de contat o com grandes
quantidades de sangue ou fluidos corporais, o avental deve ter mangas longas e ser
impermeável; remover o avental após o uso, e lavar as mãos, evitando a transferência de
microrganismos para outros pacientes ou ambientes.
Dispositivos respiratórios, como máscaras cirúrgicas, respiradores de partículas N95,
respiradores dotados de filtros de partículas de alfa eficiência (HEPA) e respiradores com
sistema mecânico de adução do ar (PAPR) – são usados para proteger o trabalhador da
inalação de agentes transmitidos pelo ar, que podem ser nocivos
Campos e barreiras protetores, tais como capas para cabos e puxadores e campos de
proteção contra esguichos.
Luvas apropriadas à tarefa – Usar luvas de procedimento (limpas e não esterilizadas), no
contato com sangue, secreções corporais, excreções e artigos contaminados, bem como ao
tocar nas mucosas e pele não íntegra.

USO DE LUVAS ESTERILIZADAS E DE PROCEDIMENTO


Uma das barreiras utilizadas para o controle da disseminação de microrganismos no
ambiente hospitalar são as luvas, esterilizadas ou não, indicadas para proteger de contaminação
tanto o paciente como o profissional.
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Luvas esterelizadas: Denominadas luvas cirúrgicas, são indicadas


para realização de procedimentos invasivos e que necessitam de
técnica asséptica ou manipulação de material estéril – cirurgias,
suturas, curativos, cateterismo vesical, etc.

Luvas de procedimento: São limpas, não-estéreis. Utilizadas para proteger o profissional durante a
manipulação de material e superfícies contaminad as, ou durante a execução de procedimentros com
risco de exposição a sangue, flúidos corpóreos e secreções. Nenhum cuidado para calçá -las, porém
devem ser removidas como a luva estéril para evitar que o profissional se contamine.

Método:
Antes de qualquer coisa é necessário escolher
a numeração adequada ao tamanho das mãos, para
que a luva ajuste-se adequadamente. Abrir o pacote,
voltando os punhos das luvas em sua direção. Tocar
somente a área externa do pacote, mantendo estéreis
as luvas e a parte interna do pacote.
1. segurar a luva esquerda com a mão direita
pela dobra do punho, pois é a parte que irá se
aderir a pele ao calçá-la. Tocar com a mão
não-enluvada apenas na dobra do punho,
desta forma sua parte externa se mantém
estéril. Em todas as manobras deve-se evitar
tocar as partes fora do punho.
2. calçá-la na mão esquerda:
3. com a mão esquerda enluvada, introduzir os 4
dedos, sem o polegar, sobre a dobra do punho da luva direita e calçá -la, ajustando-a pela
parte externa.
4. introduzir os dedos da mão dire ita na dobra do punho da mão esquerda e puxá -la até cobrir o
punho.
5. após ambas as luvas calçadas, ajustá -las nas mãos.
Após o uso as luvas tornam -se contaminadas.

6. descalçar as luvas sem deixar que a parte


externa entre em contato com a pele.
Puxar uma das luvas em direção aos
dedos, segurando-a na altura do punho
com mão enluvada.
7. Em seguida retirar a outra, segurando -a
pela parte interna do punho e puxando -a
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em direção aos dedos – elas ficarão em avesso.


8. lavar as mãos após a retirada das luvas.

RECOMENDAÇÕES:
A mão nua só deve tocar a parte interna da luva, enquanto a mão enluvada só pode tocar a
parte externa.
Se, ao calçar as luvas, os dedos entrarem trocados, só corrigir após calçar as duas luvas.
Com as mãos enluvadas, afastar -se de mobiliários e superfícies e erguer as mãos acima do
nível da cintura, afim de que não ocorra contaminação da parte externa das luvas.

CONTROLE DO MEIO AMBIENTE

Manter as superfícies limpas e desinfetadas, bem como camas,


móveis e outros materiais tocados com freqüência ;
Material ou resíduo infectante deve ser acondicionado em
recipiente apropriado, e ter coleta seletiva. .....................................
O paciente que contamina o meio ambiente, deve ser mantido em
quarto individual (doenças infecto -contagiosas/isolamento).

Isolamento e precauções

O isolamento e precaução é uma forma aplicada a todos os pacientes com transmissão de


microorganismos por aerossóis, por contato e via respiratória.
O profissional deverá manter as Precauções Padrão, a todos os pacientes c om doenças
transmissíveis, que consiste em: lavagem das mãos; o uso de luvas, máscara e óculos; cuidados no
manuseio de materiais pérfuro -cortantes e equipamentos; e quarto privativo para os pacientes com
doenças infecciosas, onde o ambiente também é cons iderado.

Tipos de isolamento e precaução

PRECAUÇÃO RESPIRATÓRIA

São indicadas para pacientes portadores de microrganismos transmitidos por gotículas de


tamanho superior a 5 microns, que podem ser geradas durante tosse, espirro, conversação ou
realização de diversos procedimentos. (Exemplo: coqueluche, difteria, streptococos pneumoiae,
neisseria meningitides e caxumba). Estas precauções consistem em:

1. Quarto privativo ou coorte de pacientes com o mesmo agente etiológico. A distância mínima
entre dois pacientes deve ser de 1 metro. A porta pode permanecer aberta;
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2. Máscara deve ser utilizada se houver aproximação ao paciente, numa distância inferior a um
metro. Por questões operacionais, as máscaras podem ser recomendadas para todas as
vezes que o profissional entrar no quarto. Devem -se incluir os visitantes e acompanhantes;
3. O transporte dos pacientes deve ser limitado ao mínimo indispensável e, quando for
necessário, o paciente deve usar máscara.

PRECAUÇÕES COM AEROSSÓIS

São indicadas para pacientes com s uspeita ou infecção comprovada por microrganismos
transmitidos por aerossóis (partículas de tamanho < 5 microns) que ficam suspensos no ar e que
podem ser dispersos a longas distâncias. (Exemplo: varicela, sarampo, tuberculose). Consistem em:

1. Quarto privativo (ou coorte, que deve ser evitada) que possua pressão de ar negativa em
relação às áreas vizinhas; um mínimo de 06 trocas de ar por hora; e, cuidados com o ar que é
retirado do quarto (filtragem com filtros HEPA) antes da recirculação em outras áreas do
hospital. As portas devem ser mantidas fechadas;
2. Proteção respiratória com máscara que possua capacidade adequada de filtração e boa
vedação lateral, máscara nº 95. Indivíduos suscetíveis a sarampo e varicela não devem
entrar no quarto de pacientes com suspeita ou portadores destas infecções;
3. O transporte dos pacientes deve ser limitado, mas se for necessário eles devem usar
máscara (a máscara cirúrgica é suficiente).

PRECAUÇÕES DE CONTATO

Estão são indicadas para pacientes com infecção ou colonizaçã o por microrganismos com
importância epidemiológica e que são transmitidos por contato direto (pele -a-pele) ou indireto (contato
com itens ambientais ou itens de uso do paciente). (Exemplo: infecções gastrintestinais, respiratória,
pele e ferida colonizada, entéricas e grandes abscessos). Consistem em:

1. Quarto privativo ou coorte, quando os pacientes estiverem acometidos pela mesma doença
transmissível. Os recém-nascidos podem ser mantidos em incubadora. Crianças e outros
pacientes, que não deambulam, não requerem quarto privativo, desde que as camas tenham
um afastamento maior do que 1metro entre elas;
2. Uso de luvas quando entrar no quarto do paciente. Após o contato com material que
contenha grande concentração de microrganismos (por exemplo: sangue, fezes e secreções),
as luvas devem ser trocadas e as mãos lavadas. Após a lavagem das mãos, deve -se evitar o
contato com superfícies ambientais potencialmente contaminadas;
3. Uso de avental limpo, não estéril, quando entrar no quarto, se for previsto contato com o
paciente que possa estar significativamente contaminando o ambiente (diarréia,
incontinência, incapacidade de higienização, colostomia, ileostomia, ferida com secreção
abundante ou não contida por curativo). O avental deve ser retirado antes da saída do quarto,
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 68

e deve-se evitar o contato das roupas com superfícies ambientais potencialmente


contaminadas;
4. O transporte de pacientes para fora do quarto deve ser reduzido ao mínimo. As precauções
devem ser mantidas durante o transporte;
5. Os itens que o paciente tem contato e as superfícies ambientais devem ser submetidas à
limpeza diária;
6. Equipamentos de cuidado com os pacientes e materiais como estetoscópio,
esfigmomanômetro ou cômoda ao lado do paciente, sempre que possível, devem ser usados
somente por um único paciente. Se não for possível, a desinfecção deste material é
recomendada entre o uso em um e outro paciente.

CUMPRIR E FAZER CUMPRIR AS NORMAS DA CCIH É OBRIGAÇÃO DE TODOS OS


QUE TRABALHAM NO HOSPITAL.

HIGIENE DO AMBIENTE

ORDEM E LIMPEZA
Uma das funções da Enfermagem consiste na manutenção de um ambiente isento de
patógenos para o paciente.Para tanto, temos a higiene da equipe, através dos cuidados pessoais e
das precauções gerais,; higiene do paciente; e a higiene do ambiente.
Limpeza é a eliminação de todo material estranho (resíduos, material orgânico, poeira), com
água, detergente e ação mecânica. A limpeza antecede os procedimentos de desinfecção e
esterilização. A limpeza é de grande importância no controle das infecções hospitalares.
Organizar e manter organizado, colocando os materiais em seus respectivos lugares é
essencial para eficiência do trabalho.
Embora a limpeza não seja atribuição da enfermagem, pela sua importância na qualidade da
assistência, sua manutenção deve ser controlada e exigida por todos os profissionais, portanto, a
enfermagem deve participar ativamente da ordem e limpeza, quer atuando diretamente ou orientando
o pessoal responsável por este trabalho.

Finalidades:
Oferecer ambiente limpo, em ordem e agradável.
Evitar infecção hospitalar.
Concorrer para a economia do material.
Prevenir doenças e acidentes.
Manter os materiais em ordem.

Regras para manter a ordem dos materiais:


Remover material desnecessário da mesa -de-cabeceira.
Manter roupas e pertences do paciente em local apropriado.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 69

Manter cama, cadeira e mesa -de-cabeceira, em posição de modo a facilitar a movimentação


na unidade do paciente.

Regras para a limpeza:


Evitar excesso de sabão e escolher substâncias
químicas que não tenham efeito corrosivo ou cheiro
forte.
Lavar o material de limpeza, empregando sabão ou
hipoclorito de sódio a 1%.
Guardar material de limpeza em lugar adequado.
Executar o trabalho cuidadosamente, com economia
de trabalho e esforço.
A limpeza por fricção é a melhor maneira de remover sujei ras e microrganismos.
Proteger as mãos com luvas impermeáveis.
Qualquer que seja o método utilizado para limpeza é indispensável que todo resíduo de
matéria orgânica e/ou sujidades sejam removidos.
Os hipocloritos são desinfetantes amplamente utilizados, n o entanto, podem ser inativados na
presença de sangue ou de outra matéria orgânica, necessitando, portanto de limpeza
anterior.
Enxaguar ambudantemente.
Secar com pano limpo.
Dentro do hospital, a limpeza deve ser sempre úmida, a fim de se evitar a suspens ão das
partículas contaminadas pelo uso de vassouras ou panos secos. Para limpeza de paredes e
pisos, usar pano umedecido com água e sabão.
Os móveis têm o pó retirado com um pano úmido, evitando a distribuição de microorganismos
através de correntes de ar empoeiradas.
As soluções utilizadas para lavagem dos pisos são freqüentemente descartadas em vasos
sanitários ou locais em que a água passa a ser logo embora;
Elementos limpos jamais são colocados no chão.
Ao molhar pisos é importante colocar placa de av iso para evitar quedas.

ACONDICIONAMENTO DE LIXO

Existem várias práticas de assepsia médicas utilizadas nos hospitais que confinam e contém
reservatórios de microorganismos, especialmente aqueles presentes em equipamentos e suprimentos
sujos. Elas incluem o uso de salas especiais e vários recipientes para colocação do material que será
descartado.
Salas para o lixo: Há, em geral, pelo menos 2 salas para a colocação do lixo em cada
unidade de enfermagem; uma delas é considerada limpa e a outra, suja. É f undamental que
os profissionais de Enfermagem evitem colocar materiais sujos nas sala utilitária limpa.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 70

Na sala suja costuma conter recipientes cobertos para o lixo, pelo menos um cesto de roupa
grande coberto e um depósito alimentador que possa ser enxa guado. Nessa sala, também pode ser
alojado o equipamento para teste de fezes e urina. Pode haver uma pia para abrigar itens sujos,
usada para limpar equipamentos bastante contaminados, além de oferecer uma oportunidade para
lavagem das mãos.
Recipientes para o lixo: Deve-se pesquisar uma variedade de medidas utilizadas para conter
temporariamente itens sujos até que eles possam ser permanentemente descartados. Por
exemplo: a maioria dos pacientes possui um cesto para papéis junto à cabeceira da cama
que abriga itens que possam ser queimados. Essas cestas de lixo costumam ter um forro
plástico.
Recipientes de sucção e de drenagem são mantidos cobertos, sendo esvaziados pelo menos
uma vez a cada turno. Além disso, atualmente, a maior parte dos quartos para pa cientes
possui um recipiente preso a parede, resistente a perfurações, no qual são colocadas agulhas
ou outros objetos cortantes que foram utilizados.

Cuidado com os Resíduos

O destino dos resíduos merece atenção especial, não só por se constituir fonte de infecção,
mas também pela possibilidade de reciclagem.
► Baseado na ABNT (NT 128058). Os resíduos devem ser divididos em:
 Resíduos Infectantes: acondicionar em saco branco leitoso, identificado com símbolo de
lixo infectante (gazes, drenos, sodas, pêlos, esparadrapo ou qualquer material
contaminado com matéria orgânica);
 Resíduos Comuns: acondicionar em saco plástico comum, preferencialmente de cor
cinza (restos alimentares, cabelos, frascos plásticos de soro);
 Resíduo que não é resíduo hospitalar: acondicionar em saco plástico comum,
preferencialmente de cor v erde (copos descartáveis, fita de máquina, lâmpadas, flores);
 Resíduo Tóxico: só poderá ser desprezado seguindo normas específicas (pilhas e
material radioativo).

TERMINOLOGIA

 Assepsia: termo que denomina as práticas que reduzem ou eliminamos agentes infe cciosos,
seus reservatórios, e ou veículos transmissores de infecção.
 Anti-sepsia: é a destruição de microorganismos existentes nas camadas superficiais ou
profundas da pele, mediante a aplicação de um agente germicida de baixa causticidade,
hipoalergênico, passível de ser aplicado em tecido vivo.
 Desinfecção: é o processo de destruição de microorganismos patogênicos em forma
vegetativa, existentes em superfícies inertes, mediante a aplicação de agentes químicos e
físicos.
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 Esterilização: é o processo de destruição de todas as formas de vida microbiana (bactéria,


fungos, vírus e esporos) mediante aplicação de agentes físicos e químicos.
 Degermação: é a remoção de detritos e impurezas depositados sobre a pele.
 Contaminação: presença de micróbios vivos. Deposit ar matérias que contenham organismos
patogênicos.

APRESENTAÇÃO DOS MATERIAIS:

☻ Esterilizado: Material que passou por um processo químico ou físico de esterilização para
destruição total de todos os microorganismos presentes em sua superfície.

☻ Limpo: Material que sofreu apenas uma simples remoção mecânica da sujidade e dos
microorganismos presentes em sua superfície.

☻ Contaminado: Material que apresenta depositado em sua superfície, microorganismos


patogênicos, inviabilizando seu uso, necessitando de uma limpeza, para posterior esterilização.

LIMPEZA E DESINFECÇÃO DA UNIDADE D O PACIENTE

A unidade do paciente é o espaço físico hospitalar onde


o paciente permanece a maior parte do tempo durante seu
período de internação, portanto, seja ambiente individualizado
(quarto) ou espaço coletivo (enfermaria), esta unidade deve
proporcionar-lhe completa segurança e bem -estar.
A técnica de lavagem e desinfecção do mobiliário e do material que compõe a unidade do
paciente, que inclui cama, colchão, mesa -de-cabeceira, travesseiro, mesa de alimentação, cadeira,
escadinha e suporte de soro, visa:
1. Remover mecanicamente o acúmulo de sujeira e/ou matéria orgânica;
2. Proporcionar conforto, segurança e bem -estar ao paciente;
3. Evitar a propagação de infecções pela diminuição dos microrganismos e sujidades existentes
no ambiente hospitalar;
4. Manter a unidade com aparência ordenada.

Existem dois tipos de limpeza da unidade do paciente. A limpeza freqüente, diária ou


concorrente e a limpeza geral ou terminal.

LIMPEZA CONCORRENTE

É a limpeza realizada diariamente juntamente com o preparo da unidade do pa ciente, para


remover poeira e sujidades acumuladas ao longo do dia em superfícies horizontais do mobiliário,
seguindo-se técnica específica e a limpeza das mobílias que a compõe.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 72

Material: Bacia com água e solução, 02 panos de limpeza, luvas de borracha o u luvas de
procedimento.

Procedimento:

1. Explicar o procedimento ao paciente;


2. Lavar as mãos;
3. Fazer a assepsia da bandeja;
4. Preparar o material;
5. Arejar o ambiente, abrir portas e janelas;
6. Calçar luvas;
7. Com um pano úmido limpar mesa de refeição;
8. Retirar os objetos da mesa-de-cabeceira, colocando-os na mesa de refeição e proceder à
limpeza;
9. Limpar o travesseiro e por sob a mesa de cabeceira;
10. Limpar a cabeceira e os pés da cama (grades);
11. Limpar parte do estrado que fica exposto;
12. Limpar parte superior e lateral do colchão;
13. Limpar a cadeira e escada;
14. Deixar a unidade em ordem;
15. Providenciar limpeza e ordem dos materiais;
16. Retirar as luvas e lavar as mãos.

Obs: Os movimentos devem ser executados num só sentido, da esquerda para direita,
evitando-se passar o pano numa superfície limpa; O uso da mecânica corporal do mais limpo para o
mais contaminado; Trocar a água com a solução sempre que estiver suja; Ensaboar e retirar com
pano úmido;Deixar exposto a luz solar e ao ar; Utilizar a solução para desinfecção da unidade de um
único paciente, ou seja, trocar a solução e lavar panos e bacia antes da desinfecção de outro leito.

Importante! - Sempre observar se não há presença de migalhas, farelos ou humildade no


leito do paciente, pois a presença deles provoca desconfo rto e úlceras por pressão. Esteja sempre
atento sobre tudo que diz respeito ao bem estar do paciente.

LIMPEZA TERMINAL

É a limpeza realizada por ocasião de alta, óbito, Transferência do paciente, antes do preparo
da cama de operado ou quinzenalmente em s ituações de permanência prolongada do paciente na
unidade.

Material: Bandeja contendo: jarra com solução desinfetante + água, 4 compressas ou panos
de limpeza, par de luvas de procedimento, Bacia, balde, jornal. Hamper
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Método:

1. Lavar as mãos;
2. Fazer a assepsia da bandeja;
3. Reunir o material na bandeja;
4. Abrir portas e janelas, colocar o hamper em direção à porta, afastar mesa -de-cabeceira,
Afastar a cama da parede deixando um espaço suficiente para a realização da limpeza;
5. Levar o material para enfermaria e c olocar sobre a mesa-de-cabeceira, o jornal no chão
próximo aos pés da cama e sobre ele o balde;
6. Retirar a fronha do travesseiro e colocá -la sobre o colchão, e o travesseiro sobre os pés da
cama;
7. Soltar os lençóis da cama a partir da lateral distal para o c entro da cama e colocá-los no
hamper, com exceção do impermeável; Encaminhar as roupas sujas para expurgo ou
lavanderia, conforme rotina do hospital;
8. Colocar a cadeira aos pés da cama
9. Calçar luvas
10. Coloca solução na 1ª compressa sobre a bacia (quando esta e ncher, desprezar conteúdo no
balde);
11. Inicia-se a limpeza na cabeceira do colchão, começando pela face lateral distal no sentido
centro-cabeceira e depois a lateral da cabeceira, em seguida proceda à limpeza da parte
superior do colchão no sentido cabeceira -centro, do lado distal para o próximo a você, após
limpa a face lateral próxima no sentido cabeceira -centro;
12. Limpa a face superior do travesseiro com este sobre a cama, depois apóia face limpa em seu
braço não dominante e limpa a outra face, colocando -o na cabeceira da cama, onde já está
limpo; Abra o impermeável sobre o colchão e limpe a parte exposta, depois o dobre e limpe a
outra face, colocando-o em seguida sobre o travesseiro;
13. Faz a limpeza da parte dos pés do colchão, limpando a lateral distal no se ntido centro-pé,
depois a lateral dos pés do lado distal para o próximo, em seguida limpa a face superior do
colchão no sentido pés-centro iniciando da parte distal para a próxima, por último limpa a face
lateral próxima a você no sentido centro -pé da cama.
14. Coloca o travesseiro nos pés da cama, vira o colchão na região da cabeceira e faz a limpeza
da face inferior do colchão no sentido cabeceira -centro, depois retira a sujeira acumulada na
região central do colchão, do lado distal para o próximo a você;
15. Com a 2ª compressa limpa o estrado da cama da região lateral da cabeceira no sentido
centro-espelho da cama e depois da lateral próxima. Limpa o espelho da cama iniciando da
parte distal para a próxima, limpa a sujeira acumulada na cabeceira do estrado (later al) e em
seguida limpa os pés da cama, sempre no sentido da parte distal para a próxima.
16. Abre o colchão e coloca o travesseiro na cabeceira da cama, e vira o colchão na parte dos
pés. Faz a limpeza seguindo a mesma técnica utilizada na região da cabeceira.
17. Com a 3ª compressa inicia -se a limpeza do estrado da cama seguindo a mesma técnica
utilizada no estrado da cabeceira.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 74

18. Levo a cadeira para a região do centro da cama e sobre ela coloco a bandeja. Com a 4ª
compressa inicia a limpeza da mesa -de-cabeceira, começando da região interna para a
externa, obedecendo o sentido da parte distal para a próxima.Limpa os pés.
19. Limpa a metade da bandeja na cadeira, coloca a metade limpa sobre a mesa -de-cabeceira e
limpa a outra metade;
20. Limpa a cadeira iniciando pela face de traz do espaldar, parte da frente, assento obedecendo
o sentido da parte distal para a próxima. Limpa os pés.
21. Limpar o suporte de soro e a escadinha;
22. Retirar as luvas, abrir o colchão, deixar a cadeira e a mesa -de-cabeceira no local adequado,
levar o material para o posto de enfermagem e lavar as mãos;
23. Colocar rótulo de identificação com data e hora da desinfecção; Deixar o leito exposto ao ar e
à luz solar;
24. Aguardar 2 horas para preparar o leito.

Obs:

Caso haja excesso de sujidade, utilizar água e sabão anteriormente; éter para
remover esparadrapos.
Não utilizar sabão e desinfetante simultaneamente;
Evitar molhar ou sujar o colchão;
Utilizar postura correta durante a execução da técnica;
Evitar desperdício de movimento;
Trocar a solução desinfetante da ba cia sempre que necessário;
Comunicar ao setor competente quando houver móveis e equipamentos danificados;
Os movimentos devem ser executados num só sentido, da esquerda para direita,
evitando-se passar o pano numa superfície limpa;
Seguir do local mais limpo para o mais contaminado;
Substituir a água sempre que necessário;

PREPARO DA CAMA DO PACIENTE

A arrumação correta da cama hospitalar é fator preponderante na recuperação do paciente. A


técnica consiste em dar conforto e segurança ao doente e manter o nível de qualidade em
organização da unidade do paciente, tornando o trabalho menos exaustivo para a equipe de
enfermagem. Tem o objetivo de fornecer o repouso confortável e sono adequado ao paciente por
meio de um leito devidamente preparado e biologicam ente seguro.
Existem quatro tipos de arrumação de cama, de acordo com as características do paciente
que vai ocupá-la: cama fechada, cama aberta, cama com paciente e cama de operado.

Fechada: É aquela que está desocupada, aguardando a chegada do paciente. Permanece


fechada até que o novo paciente a ocupe. Deve ser submetida a prévia limpeza terminal.
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Aberta: Ocupada por paciente que pode locomover -se.


Aberta com doente acamado: Ocupado pelo paciente impossibilitado de locomover -se.
Cama de operado: É preparada para receber o paciente que está em cirurgia

PREPARO DE CAMA FECHADA

Material:

1 lençol de cima ou protetor do paciente


1 lençol móvel
1 lençol de baixo ou protetor do colchão
colcha
cobertor
1 impermeável
fronha

Método:
1. Lavar as mãos e fazer a ass epsia da bandeja;
2. Colocar os lençóis na bandeja, obedecendo a ordem:
lençol de baixo ou protetor do colchão
impermeável
lençol móvel
lençol de cima ou protetor do paciente
cobertor
colcha
fronha
3. Levar o material para enfermaria e preparar o ambiente: abri r portas e janelas, colocar a
cadeira aos pés da cama, afastar mesa -de-cabeceira;
4. Colocar o travesseiro na cadeira e iniciar as dobras dos lençóis: todos os lençóis e
impermeável do lado avesso, exceto o protetor do paciente que é do lado direito. A dobra é
feita de modo que as pontas laterais do lençol fiquem para fora e a dobra é no sentido do
comprimento.
5. Colocar sobre o espaldar da cadeira as roupas de cama com as extremidades voltadas para
o chão, na ordem em que serão usadas:
fronha
colcha
cobertor
lençol de cima ou protetor do paciente
lençol móvel
impermeável
lençol de baixo ou protetor do colchão
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 76

6. Começar por um dos lados da cama. Pegar o lençol de baixo e colocá -lo no centro do
colchão (fazendo corresponder à dobra do lençol ao centro do colchão). Abra o protetor de
colchão puxando a primeira parte da cabeceira para os pés, e fazer um leque com a
segunda parte, no mesmo sentido. Ajeitar e fazer a dobra dos cantos (diagonal),
prendendo-o no colchão, iniciando pela superior e depois a inferior, poster iormente soca-se
o protetor do centro para a cabeceira e do centro para os pés, por baixo do colchão.
DIAGONAL DO COLCHÃO

PS: Para manter o lençol esticado usa -se também fazer um nó com as pontas do lençol sobre o
colchão, e a maioria dos serviços utiliza lençol com elástico.
7. colocar o impermeável no terço médio da cama, abre a primeira parte da cabeceira para os
pés, e fazer um leque com a segunda parte, no mesmo sentido. Sobre ele coloca o lençol
móvel abrindo sua primeira parte da cabeceira para os pés, e fazer um leque com a
segunda parte, no mesmo sentido. Prendendo os dois do centro para a cabeceira e do
centro para os pés, por baixo do colchão.
8. Coloca o protetor do pacient e até a altura do colchão, abre a primeira parte da cabeceira
para os pés, e fazer um leque com a segunda parte, no mesmo sentido. Sobre ele coloca o
cobertor abrindo a primeira parte e fazendo um leque com a segunda e também a colcha,
ambos até a altura dos ombros. Ajeitar e fazer a dobra dos cantos (diagonal) dos três
juntos, apenas nas diagonais dos pés; As laterais devem ficar soltas.
9. Colocar a fronha no travesseiro e deslocar -se para o lado em que a cama não está feita e
colocar o travesseiro sobre o lado da cama já arrumada;
10. Fazer o outro lado, obedecendo as técnicas já realizadas;
11. Voltar para o lado inicial, arrumar o protetor do paciente (fazer a vira), colocar o travesseiro
em pé (a abertura da fronha deve ficar no sentido oposto à entrada da enfer maria);
12. Colocar a cadeira na lateral da cama do lado oposto a entrada do paciente, posicionar a
mesa-de-cabeceira, pegar a bandeja e levar para o posto de enfermagem;
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13. organizar o material e lavar as mãos.

PREPARO DE CAMA AB ERTA

Procedimento igual ao da cama


fechada até o ponto 10.

11. Voltar para o lado inicial, arrumar o


protetor do paciente (fazer a vira),
colocar o travesseiro deitado(a abertura
da fronha deve ficar no sentido oposto
à entrada da enfermaria); O protetor do
paciente o cobertos e a col cha, no lado
de entrada do paciente, ficam com as
pontas dodradas em um lado para o
centro da cama;
12. Colocar a cadeira na lateral da cama do lado oposto a entrada do paciente, posicionar a
mesa-de-cabeceira, pegar a bandeja e levar para o posto de enfermage m;
13. organizar o material e lavar as mãos.

PREPARO DE CAMA COM PACIENTE


Deve ser feita evitando-se cansar o paciente, o qual deverá ser afastado sempre para o lado
contrário aquele em que se está trabalhando. O paciente ficará em decúbito lateral ou dorsal ,
conforme sua preferência e condições.

Finalidades:
Proporcionar conforto ao paciente pela troca de roupa;
Estimular a circulação pela mudança de posição;
Observar o aspecto geral do paciente;
Prevenir escaras;
Manter a unidade com aspecto agradável;

Método
1. Conversar com o paciente sobre o cuidado;
2. Preparar o ambiente, se necessário, colocar biombo;
3. Lavar as mão, Fazer a assepsia da bandeja;
4. Organizar o material e trazer para enfermaria;
5. Calçar as luvas;
6. Colocar sobre o espaldar da cadeira as roupas de c ama com as extremidades voltadas para
o chão, na ordem em que serão usadas:
fronha
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colcha
cobertor
lençol de cima ou protetor do paciente
lençol móvel
impermeável
lençol de baixo ou protetor do colchão
7. Soltar as extremidades dos lençóis e as laterais que e stão presas ao colchão;
8. Retire o excesso de lençol do paciente, deixando -o apenas com o necessário;
9. Vire o paciente para o lado oposto à cadeira com as roupas de cama;
10. Enrrolar o lençol móvel, o impermeável e o lençol de baixo separadamente até o meio da
cama, sob o corpo do paciente;
11. Estender as roupas limpas na metade exposta da cama seguindo a mesma seqüência
realizada na cama fechada; O lençol protetor do paciente, o cobertor e a colcha não são
colocados, somente depois que o outro lado da cama for feit o;
12. Vire o paciente para o lado limpo;
13. Retirar o lençol de cima do paciente enquanto o cobre com o limpo; Colocar o cobertor e a
colcha sobre o protetor do paciente;
14. Retirar as roupas sujas e colocá -las no Hamper;
15. Completar a arrumação da cama do outro lado ;
16. Fazer a prega nos pés do paciente para que ele possa movimentá -los, e finalizar compondo o
canto com os três lençóis: protetor do paciente, cobertor e colcha;
17. Faz a dobra do protetor do paciente na altura dos ombros;
18. Trocar a fronha;
19. Colocar a cadeira na lateral da cama do lado oposto a entrada do paciente, posicionar a
mesa-de-cabeceira, pegar a bandeja e levar para o posto de enfermagem;
20. Organizar o material e lavar as mãos.

PREPARO DE CAMA DE OPERADO

Finalidades:

Proporcionar conforto ao paciente pela troca de roupa;


Facilitar a colocação do paciente no leito;
Prevenir infecção;

Material: O mesmo utilizado para cama fechada, acrescido de + 1 impermeável (forro de cabeceira).

Método:
1. Lavar as mãos e fazer a assepsia da bandeja;
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2. Colocar os lençóis na bandeja, obedecendo a ordem:


lençol de baixo ou protetor do colchão
impermeáveis
lençóis móveis
lençol de cima ou protetor do paciente
cobertor
colcha
fronha
3. Levar o material para enfermaria e preparar o ambiente: fechar portas e janelas, colocar a
cadeira aos pés da cama, afastar mesa -de-cabeceira, colocar biombos;
4. Colocar o travesseiro na cadeira e iniciar as dobras dos lençóis: todos os lençóis e
impermeáveis do lado avesso, exceto o protetor do paciente que é do lado direito. A dobra é
feita de modo que as pontas laterais do lençol fiquem para fora e a dobra é no sentido do
comprimento.
5. Colocar sobre o espaldar da cadeira as roupas de cama com as extremidades voltadas para
o chão, na ordem em que serão usadas:
fronha
colcha
cobertor
lençol de cima ou protetor do paciente
lençóis móveis
impermeáveis
lençol de baixo ou protetor do colchão
2. Começar por um dos lados da cama. Pegar o lençol de baixo e colocá -lo no centro do
colchão (fazendo corresponder à dobra do lençol ao centro do colchão). Abra o protet or de
colchão puxando a primeira parte da cabeceira para os pés, e fazer um leque com a segunda
parte, no mesmo sentido. Ajeitar e fazer a dobra dos cantos (diagonal), prendendo -o no
colchão, iniciando pela superior e depois a inferior, posteriormente soca -se o protetor do
centro para a cabeceira e do centro para os pés, por baixo do colchão.
PS: Para manter o lençol esticado usa -se também fazer um nó com as pontas do lençol sobre o
colchão, e a maioria dos serviços utiliza lençol com elástico.
3. Colocar 1 dos impermeáveis no terço médio da cama, abre a primeira parte da cabeceira
para os pés, e fazer um leque com a segunda parte, no mesmo sentido. Colocar o outro
impermeável na região da cabeceira, abre a primeira parte da cabeceira para os pés, e fazer
um leque com a segunda parte, no mesmo sentido. Sobre eles colocar os lençóis móveis
abrindo sua primeira parte da cabeceira para os pés, e fazer um leque com a segunda parte,
no mesmo sentido. Prendendo os quatro do centro para a cabeceira e do centro para os pés,
por baixo do colchão.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 80

4. Colocar o protetor do paciente até a altura do colchão, abre a primeira parte da cabeceira
para os pés, e fazer um leque com a segunda parte, no mesmo sentido. Sobre ele coloca o
cobertor abrindo a primeira parte e fazendo um l eque com a segunda e também a colcha,
ambos até a altura dos ombros. Não é feita a diagonal dos lençóis. Os lençóis são dobrados
nos pés da cama para cima deixando -os
rentes ao colchão;
5. Colocar a fronha no travesseiro e
deslocar-se para o lado em que a cam a
não está feita e colocar o travesseiro
sobre o lado da cama já arrumada;
6. Fazer o outro lado, obedecendo as
técnicas já realizadas, até os lençóis
móveis;
7. Faz-se um envelope com o protetor,
cobertor e colcha do lado de entrada do paciente e enrola os três para a outra lateral;
8. Colocar o travesseiro verticalmente preso as grades da cabeceira da cama, ou sobre a
cadeira;
9. Colocar o suporte de soro do lado oposto à entrada do paciente. Dependendo da cirurgia,
providenciar frascos de drenagem, oxigênio, aspirad or, grades de proteção;
10. Colocar a cadeira na lateral da cama do lado oposto à entrada do paciente, posicionar a
mesa-de-cabeceira, pegar a bandeja e levar para o posto de enfermagem;
11. Organizar o material e lavar as mãos.
Arrumar a cama é uma responsabilid ade importante do profissional de enfermagem. É
essencial para ele manter a cama tão limpa e confortável quanto possível. Isto requer inspeções
freqüentes para garantir que a roupa de cama esteja sempre limpa, seca e sem rugas.
O profissional nunca deve s acudir o lençol, para evitar correntes de ar, o que pode espalhar
microrganismos. A privacidade, o conforto e a segurança do paciente são importantes quando da
arrumação da cama.

Obs.:
Sempre que a roupa de cama apresentar sujidade ou estiver molh ada com fluidos corpóreos,
deve ser trocada para garantir o conforto e evitar a formação de dermatite e escarificação da
pele do paciente;
No preparo do leito deve-se retirar o pó com pano úmido e colocar os objetos do paciente em
ordem.
O profissional deve organizar o trabalho de forma a evitar problemas posturais e desperdício
de energia, portanto deve providenciar todo o material necessário antes de iniciar sua tarefa;
Dobrar a roupa de forma funcional, na ordem de instalação;
Soltar, primeiramente, todo o lençol da cama e, em seguida, preparar todo o lado da cama e
depois o outro;
Evitar o manuseio excessivo da roupa, como esticar o lençol “alisando -o” com as mãos;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 81

Evitar o contato dos lençóis com o seu próprio uniforme profissional ou com o chão;
Ao deslocar o paciente de posição, deve -se atentar para não tracionar as sondas, cateteres e
tubos, que podem desconectar -se com movimentos bruscos ou mesmo lesar o local onde
estão instalados;

HIGIENE DO PACIENTE

Uma das funções mais importantes que a pele de sempenha é funcionar como barreira de
proteção, impedindo a penetração no interior do organismo de substâncias nocivas, contra os
agentes traumatizantes e contra a invasão de micróbios patogênicos. Para que a pele e as mucosas
exerçam suas atividades, são muito úteis os cuidados de higiene, indicados em todos os casos.
O asseio elimina o sujo que se compõe de células epiteliais descamadas e mortas.
Eliminando o sujo, melhor se estimulam a sensibilidade geral e os sentidos, que têm na pele suas
terminações nervosas, removem-se obstáculos à excreção do suor, ativa -se a circulação periférica,
favorece-se a perda de calor do corpo, facilita -se a absorção.
A higiene é fundamental para manutenção da saúde, compreendendo o banho e o cuidado
com a pele e seus anex os (unhas, cabelos) através de depilações, escovação, entre outros. Os
hábitos pessoais de higiene são influenciados pela cultura do indivíduo, sendo a hospitalização uma
boa oportunidade para promover educação em saúde.
Com a finalidade de manter os clie ntes limpos e livres de maus odores, o pessoal da
enfermagem deve realizar e/ou estimular a adoção de práticas higiênicas necessárias à manutenção
da saúde, tendo o devido cuidado para não provocar constrangimentos e incentivando para que o
paciente participe o mais ativamente possível de sua higiene.

HIGIENE ORAL
Um dos fatores essenciais à manutenção da saúde, é prevenir o aparecimento de infecção na
boca, pois esta faz parte do sistema digestório e também do respiratório.
A higiene oral consiste na lim peza dos dentes, gengivas, bochechas, língua, mucosa oral e
lábios. Deve ser realizada pela manhã, à noite antes de deitar e após as refeições. Em pacientes
graves, febris e com SNG instalada, a higiene oral deve ser realizada a cada 2 horas.

Condições patológicas que predispõem a irritação e a lesão da mucosa oral : estado de coma,
hipertermia.

Finalidades
Promover conforto e bem -estar ao paciente, permitindo que ele se sinta socialmente
aceitável;
Higienizar a cavidade oral;
Melhorar a aparência e a a uto-estima;
Evitar halitose;
Prevenir cárie dentária;
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Prevenir infecções;
Estimular a circulação sanguínea da gengiva;
Conservar a boca livre de resíduos alimentares;
Melhorar o apetite e o paladar;
Auxiliar no tratamento de infecções da cavidade oral.

Higiene Oral em pacientes com dependência parcial

Em pacientes conscientes, ele próprio deve escovar os dentes.

Material

Escova de dentes;
Copo com água;
Creme dental;
Toalha de rosto;
Luvas de procedimento;
Cuba-rim;
Tubo plástico (canudo)
Lubrificante para os lábios quando necessário

Método

1. Lavar as mãos;
2. Fazer assepsia da bandeja e preparar o material;
3. Explicar ao paciente o vai que ser feito;
4. Reunir o material na mesa de cabeceira;
5. Colocar o paciente em posição confortável, com a cabeceira elevada (Fowler), se possível;
6. Dispor o material junto ao paciente;
7. Colocar a toalha na parte superior do tórax e pescoço do paciente, protegendo a roupa do
paciente e a cama, com forro plástico, se necessário;
8. calçar as luvas;
9. Umedecer a escova com água e soluçã o dentífica ou creme dental e entregá -la ao paciente;
10. Orientar e auxiliar o cliente sobre a maneira correta de fazer a escovação (da gengiva para
os dentes, língua e palato);
11. Oferecer água para o paciente bochechar várias vezes e colocar a cuba -rim sob o queixo do
paciente para escoar o líquido da boca;
12. Retirar a cuba-rim e enxugar os lábios com toalha;
13. Lavar, secar e guardar a escova;
14. Deixar o paciente confortável;
15. Providenciar limpeza e ordem do material;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 83

16. retirar as luvas e lavar as mãos;


17. Anotar o cuidado prestado.

Higiene Oral em pacientes impossibilitados de cuidar de si (dependência total)

1. Lavar as mãos;
2. Fazer assepsia da bandeja e preparar o material;
3. Explicar ao paciente o vai que ser feito;
4. Reunir o material na mesa de cabeceira;
5. Colocar o paciente em posição confortável, com a cabeceira elevada (Fowler), se possível;
6. Dispor o material junto ao paciente;
7. Colocar a toalha na parte superior do tórax e pescoço do paciente, protegendo a roupa do
paciente e a cama, com forro plástico, se necessário;
8. Umedecer a escova com água e solução dentífica ou creme dental e entregá -la ao paciente;
9. Calçar luvas;
10. Virar a cabeça do paciente para o lado;
11. Escovar os dentes do paciente com movimentos circulares;
12. Oferecer água para o paciente bochechar várias vezes, usando tubo plástico, se necessário;
13. Adaptar a cuba-rim sob o queixo do paciente;
14. Limpar a língua, para evitar que fique saburra;
15. Oferecer água para o paciente bochechar;
16. Enxugar os lábios com a toalha;
17. Lavar, secar e guardar a escova;
18. Deixar o paciente confortável;
19. Providenciar limpeza e ordem do material;
20. Lavar as mãos;
21. Anotar o cuidado prestado.
Obs:
Em pacientes neurológicos com lesão cervical, usar a espátula com gaze, para retirar o
excesso de líquido da solução anti -séptica, sem mobilizar a cabeça;
Proceder sempre a higiene oral antes do banho;
Se o paciente não tiver escova de dentes, usar cotonetes, espátula envolta em gaze ou pinça
protegida com algodão ou gaze;
Quando o paciente apresentar gengivas edemaciadas ou sangrando, usar bolas de algodão
para a limpeza dos dentes;
Ensinar o paciente a deixar escorrer a água pelo canto da boca e não cuspi -la;
Usar sempre soluções frescas e fracas para a limpeza da boca: água e sal de cozinha ou
limão, água bicarbonatada a 2%; leite de magnésia, sepacol, malvona, etc;
Como lubrificante recomenda -se usar pomada específica, manteiga de cacau, vaselina ou
batom.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 84

Preferencialmente realizar a higiene oral do paciente, antes do banho e após as refeições,


com solução de Bicarbonato de Sódio, e quando se fizer necessário;

Higiene Oral em pacientes graves ou inconscientes

Material

Solução anti-séptica - solução bicarbonatada (para cada 1 colher de chá, 500 ml de água);
Luvas de procedimento;
Cuba-rim;
Espátulas envoltas em gazes;(pinça ou cotonete)
Lubrificante (vaselina líquida) para os lábios, quando necessário;
Toalha;

Método

1. Lavar as mãos;
2. Fazer assepsia da bandeja e preparar o material;
3. Explicar ao paciente o vai que ser feito;
4. Reunir o material na mesa de cabeceira;
5. Colocar o paciente em posição confortável, com a cabeceira elevada (Fowler), se possível;
6. Dispor o material junto ao paciente;
7. Colocar a toalha na parte superior do tórax e pescoço do paciente, protegendo a roupa do
paciente e a cama, com forro plástico, se necessário; Calçar luvas;
8. Virar a cabeça do paciente para o lado;
9. Adaptar a cuba-rim sob o queixo do paciente;
10. Abrir a boca do paciente com auxílio de uma espátula e umedecer outra espátula na
solução;
11. Proceder à limpeza de toda a boca do paciente usando a espátula envolta em gaze,
embebida em solução anti-séptica diluído em água, com movimentos firmes e delicados,
desprezando as gazes sujas sempre que necessário. Proceder limpeza dos dentes,
gengivas, bochechas e palato;
12. Limpar a língua, para evitar que fique saburra;
13. Lavar os lábios e lubrificá -los com vaselina líquida, se estiverem ressecados, para evitar
rachaduras;
14. Retirar a cuba e a toalha;
15. Deixar o paciente confortável;
16. Providenciar limpeza e ordem do material;
17. Retirar luvas e lavar as mãos;
18. Recompor a unidade;
19. Anotar no prontuário o que foi feit o e anormalidades detectadas.
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Higiene oral em paciente com tubo endotraqueal

Material
Solução anti-séptica - solução bicarbonatada;
Espátulas envoltas em gazes;
Lubrificante (vaselina líquida);
Copo para colocar solução anti -séptica;
Seringa de 20 ml;
Aspirador montado;
Cânula de Guedel (estéril), se necessário;
Toalha;
Luvas.

Método

1. Lavar as mãos;
2. Explicar ao paciente o que ser feito;
3. Calçar luvas;
4. Reunir o material na mesa de cabeceira;
5. Colocar o paciente em posição confortável, com a cabeceira elevada ou em decúbito lateral
se estiver inconsciente. Caso o paciente esteja com sonda nasogástrica, Abrí -la, para evitar
náuseas e refluxo do conteúdo gástrico para a boca;
6. Colocar a toalha na parte superior do tórax e pescoço do paciente, com forro plástico, se
necessário;
7. Verificar se o cuff do tubo endotraqueal está insuflado, para evitar que a solução anti -séptica
ou salivação penetre na traquéia, durante a higienização;
8. Instilar água com auxilio da seringa, pelo orifício da cânula de Guedel, e fazer aspiração ao
mesmo tempo;
9. Retirar a cânula de guedel e lavá -la em água corrente na pia do quarto e recolocá -la, ou
proceder à sua troca por outra estéril, caso, seja necessário ou que, conforme rotina, já tenha
dado 24 horas após a sua colocação;
10. Proceder à limpeza de toda a boca do paciente, usando a espátula envolta em gaze
embebidas em solução anti -séptica. Limpar o palato superior e toda a arcada dentária;
11. Limpar também a língua;
12. Enxugar os lábios com a toalha e lubrificá -los com vaselina;
13. Retirar luvas;
14. Lavar as mãos;
15. Recompor a unidade;
16. Anotar no prontuário o que foi feito e anormalidades detectadas.
Obs:
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A troca do cadarço da cânula endotraqueal, deve ser feita pelo Técnico / Auxiliar a cada 12
horas, ou quando se fizer necessário, acompanhada do reposicion amento da cânula
endotraqueal, que deve ser feita pelo Enfermeiro da unidade;
A higiene oral do paciente entubado deve ser feita 01 vez a cada plantão.

Higiene das próteses dentárias

Material
Copo com solução anti-séptica bucal,
Escova de dente,
Pasta dental ou sabão líquido,
Cuba-rim,
01 par de luvas,
Toalhas de papel ou gazes;
Toalhas de Banho,
Biombos,

Método
1. Lavar as mãos;
2. Explicar ao paciente o que vai fazer;
3. Reunir o material na bandeja e colocar sobre a mesa de cabeceira do paciente;
4. Proteger o leito com biombo;
5. Colocar toalha sobre o tórax do paciente;
6. Colocar o paciente em Fowler ou sentado quando for permitido;
7. Calçar as luvas;
8. Pedir ao paciente que remova a prótese com o uso da toalha de papel ou gaze. Se o
paciente não puder remover as prótese s, sozinho, a enfermagem deve fazê -lo em seu lugar,
lenta e cuidadosamente, para não machucar as gengivas;
9. Colocar as próteses na cuba -rim, forrada com toalha de papel ou gazes.
10. Colocar a pasta dental ou sabão líquido sobre a escova;
11. Proceder a limpeza das gengivas, língua e lábios;
12. Segurar as próteses na palma da mão e escová -la com movimentos firmes da base dos
dentes para as pontas;
13. Escovar a área de acrílico em toda sua extensão;
14. Lavá-la sob jato de água fria;
15. Colocar a prótese limpa em recipiente com s olução bicarbonatada a 2% ou água e guardá -la
em lugar seguro, caso não for recolocada no paciente.
16. Caso o paciente for colocar a prótese, após a sua limpeza, desprezar o papel toalha da cuba -
rim e colocar outro limpo, colocando a prótese sobre ele;
17. Lavar a escova com água corrente e colocá -los na cuba-rim;
18. Lavar as mãos enluvadas;
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19. Oferecer copo com solução anti -séptica bucal, para que o paciente enxágüe a boca;
20. Entregar a prótese ao paciente ou coloque -a por ele, no caso de impossibilidade do mesmo;
21. Colocar o paciente em posição confortável;
22. Desprezar as luvas;
23. Limpar e guardar todo o material;
24. Lavar as mãos;
25. Anotar no prontuário.

Obs:
Quando o paciente retirar a prótese ou recolocá -la, a Enfermagem deve observar se há
alguma anormalidade na cavidade bucal . Se houver, relatá-la no prontuário.
Se o paciente estiver inconsciente ou tiver que ser submetido a uma cirurgia, a prótese
dentária não deverá ser colocada;
A enfermagem tem responsabilidade pela guarda da prótese dentária dos pacientes;
Quando o paciente não puder cuidar de sua prótese, a enfermagem deverá fazê -lo;

BANHO

O banho proporciona bem -estar, estimula a circulação, remove odores, abre os poros, dá
oportunidade para observação do estado da pele e verificação de anormalidades.
O banho representa o principal recurso de manutenção da integridade da pele. A pele íntegra
constitui-se em barreira de proteção contra infecção e lesão dos tecidos. O momento do banho é
importante para observar e avaliar a integridade da pele, dos cabelos, unhas e da hi giene oral. A
análise cuidadosa da pele e a avaliação de aspectos como cor, temperatura, hidratação, inchaço e
vermelhidão podem ser os primeiros sinais indicativos do aparecimento de úlceras por pressão.
Durante o banho deve-se avaliar ainda as funções motoras, estado nutricional, circulatório e
respiratório do paciente.

Tipos de banho:
1. Banho de chuveiro: com ou sem ajuda;
2. De ablução: banho na banheira ou bacia, em que o paciente se lava jogando pequenas
porções de água sobre o corpo;
3. De imersão: banho na banheira em que o paciente fica totalmente imerso, com exceção da
cabeça;
4. De leito: usado para pacientes acamados;

BANHO DE ASPERSÃO (chuveiro)


Quando o cliente tem condições de tomar banho de chuveiro, a enfermagem deve apoiá -lo no
que for necessário, respeitando sua privacidade. Orientações, supervisão e acompanhamento são
necessários, bem como a observação de possíveis reações (tonturas, dispnéia, calafrios).
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 88

O banho de chuveiro é o ideal, mas, caso haja dificuldades ou impossibilidade de o pacient e


sair da cama, pode ser intercalado, ou mesmo substituído pelo banho no leito.

Material
Roupa pessoal (pijama, camisola, shorts - fornecidos pelo Hospital),
Toalha de banho,
Sabonete (individual),
Pente;
Luva de banho (opcional),

Método
1. Lavar as mãos;
2. Explicar ao paciente o que vai ser feito;
3. Reunir o material e levar ao banheiro. Dispor toalha, sabonete e roupa de modo
acessível para o paciente;
4. Encaminhar o paciente ao banheiro (portas e janelas fechadas), se necessário,
apoiá-lo ou leva-lo em cadeira de rodas;
5. Abrir o chuveiro e regular a temperatura da água e orientar o paciente sobre o
manuseio da torneira;
6. Sentar o paciente em cadeira ou banquinho, se não tiver condições de permanecer
em pé. Ajudar o paciente a se despir, caso não consiga fazer soz inho;
7. Iniciar o banho. Se a situação permitir, deixar o paciente sozinho; Auxiliar o paciente
no que for necessário, estimulando sua participação;
8. Enxugar ou ajudar o paciente a fazê -lo, observando as condições da pele e a reação
do banho;
9. Vestir e pentear o paciente caso não consiga fazê -lo sozinho;
10. Conduzir o paciente a sua unidade, colocando -o em posição confortável na cadeira;
11. Arrumar o leito e deixar a unidade em ordem;
12. Colocar tudo no lugar e chamar o pessoal da limpeza para proceder à limpeza do
banheiro;
13. Lavar as mãos;
14. Anotar no prontuário.

Cuidados de Enfermagem

Sentar na cadeira embaixo do chuveiro é muito mais seguro para os pacientes idosos ou para
os pacientes que ainda estão muito fracos, facilitando para que lavem as pernas e pés, com
menor probabilidade de escorregarem,
Durante o banho deve-se assegurar a privacidade ao paciente, mas pedir -lhe para não
trancar a porta e chamar se precisar de assistência. Manter -se perto do local.
Instruir o paciente para que tome banho corretamente, mostran do os benefícios para a saúde;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 89

Ao lidar com o paciente, de maneira direta, é imprescindível o uso de luvas para


procedimentos;
Fechar janelas e zelar para que o ambiente permaneça aquecido;
Deve-se testar a temperatura da água, antes do banho do paciente. Geralmente se usa água
morna. Se houver redução da sensibilidade de algumas áreas do corpo, ele não perceberá as
temperaturas muito altas.
Deixe que o paciente escolha a melhor hora para o banho.
Se ele puder tomar banho sozinho, organize todo o material n ecessário e coloque próximo
dele.
Não o deixe completamente só, pois ele pode precisar de sua ajuda.
Trocar a água do banho sempre que necessário;
Quando houver colostomia e/ou drenos, esvaziar as bolsas coletoras antes do banho ou
trocá-la, depois trocar as luvas e iniciar o banho;
Quando o banho for dado por apenas uma pessoa, levando -se em consideração que o
paciente ajuda, seguir a mesma técnica, porém, sem esquecer de lavar as mãos enluvadas,
antes de manipular a roupa limpa;

BANHO NO LEITO

È realizado em clientes acamados, geralmente no período da manhã sendo repetido quando


houver necessidades. Permite uma melhor interação enfermagem -cliente, e fornece subsídios para o
diagnóstico precoce de úlceras por pressão e outras anormalidades da pele.

Paciente com Dependência Total

Material
Carro de banho ou mesa de cabeceira;
Luva de banho;
Toalha de banho (lençol protetor);
Material para higiene oral;
Material para higiene intima;
Álcool glicerinado ou óleo hidratante;
Pente;
Sabonete individualizado;
Comadre e/ou papagaio do próprio paciente;
Roupa para o paciente (pijama ou camisola);
Roupa de cama (02 lençóis, 01 cobertor S/N, 01 toalha de banho, 01 toalha de rosto, 01
fronha, 01 forro S/N);
Luvas de procedimento;
Luvas de banho;
Hamper;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 90

01 bacia;
01 balde;
Fita adesiva;
Biombos;

Método
1. Lavar as mãos;
2. Explicar ao paciente o que vai ser feito;
3. Trazer o carro de banho e o hamper próximo ao leito;
4. Fechar as portas e janelas;
5. Proteger a unidade do paciente com biombos;
6. Oferecer comadre ou papagaio ao pacie nte e procurar saber se tem clister prescrito. Se
houver, faze-lo em primeiro lugar;
7. Calçar as luvas;
8. Desprender a roupa de cama, iniciando do lado oposto onde permanecer;
9. Fazer higiene oral do paciente e lavar a cabeça, se necessário;
10. Trocar a água do banho, obrigatoriamente, após a lavagem da cabeça;
11. Lavar os olhos, limpando o canto interno para o externo, usando gaze;
12. Lavar, enxaguar e enxugar o rosto, orelhas e pescoço;
13. Remover a camisola ou camisa do pijama, descer o lençol em leque até a região pubian a,
mantendo o tórax protegido com a toalha, descansando os braços sobre a mesma;
14. Lavar os braços do lado oposto ao que se esta trabalhando, depois o mais próximo, com
movimentos longos e firmes, do punho a axila; Pedir ao paciente que coloque os braços par a
trás sobre o travesseiro, lavar e enxugar as axilas.
15. Colocar a bacia com água e lavar as mãos do paciente, enxugando -as logo após;
16. Trocar a água;
17. Lavar e enxugar o tórax e abdome, com movimentos circulares, ativando a circulação,
observando as condições da pele e mamas;
18. Massagear com álcool glicerinado os braços e o tórax do paciente.
19. Retirar a toalha e cobrir o tórax com lençol limpo;
20. Colocar a toalha sobre os MMII e retirar o lençol sujo. Lavar as pernas e coxas, do tornozelo
ate a raiz da coxa, do lado oposto ao que se esta trabalhando, depois o mais próximo;
21. Colocar bacia sob os pés e lavá -los, principalmente nos interdigitais, observando as
condições dos mesmos e enxugar bem;
22. Enxugar MMII.
23. Trocar a água da bacia e a luva de banho, obrigatoriamente;
24. Virar o paciente em decúbito lateral, colocando a toalha sob as costas e nádegas, mantendo
esta posição com o auxilio de outra pessoa;
25. Lavar e enxugar as costas, massageando -as, incluindo nádegas e cóccix do paciente; As
costas devem ser secas e massageadas com óleo ou cremes hidratantes para ativar a
circulação.
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26. Deixar o paciente em decúbito lateral, empurrando a roupa úmida para o meio do leito,
enxugando o colchão;
27. Proceder a arrumação do leito, com o paciente em decúbito lateral;
28. Virar o paciente sobre o lado pronto do leito;
29. Retirar a roupa suja e desprezá -la no hamper;
30. Colocar o paciente em decúbito dorsal;
31. Encaixar a comadre no paciente;
32. Fazer higiene íntima(lavagem externa) do paciente, de acordo com a técnica;
33. Retirar a comadre, deixando -a ao lado do leito e a toalha no hamper;
34. Trocar de luvas ou lavar as mãos enluvadas, para não contaminar a roupa limpa;
35. Terminar a arrumação do leito;
36. Fazer os cantos da cama: cabeceira e pés;
37. Vestir o paciente;
38. Pentear os cabelos do paciente, forrando o travesseiro c om a toalha de rosto;
39. Trocar a fronha;
40. Utilizar travesseiros para ajeitar o paciente no decúbito mais adequado;
41. Limpar balde, bacia, comadre com água e sabão;
42. Recompor a unidade do paciente, colocando tudo no lugar;
43. Retirar as luvas e lavar as mãos;
44. Anotar no prontuário o que foi feito e as anormalidades detectadas,se houver.

Obs.: A ordem de execução do banho pode variar, pois não existem justificativas científicas para uma
seqüência única. O importante é seguir um método que atenda os objetivos proposto s.

Método simplificado

1. Lavar as mãos e preparar o material;


2. Explicar ao paciente o que vai ser feito;
3. Trazer o carro de banho e o hamper próximo ao leito;
4. Fechar as portas e janelas;
5. Proteger a unidade do paciente com biombos;
6. Calçar as luvas;
7. Desprender a roupa de cama,e desprezar no hamper;
8. Despir o paciente deixando -o coberto apenas com o lençol ou toalha grande;
9. Umedecer um pano ou toalha pequena em água morna com sabonete, e passar
rapidamente em todo o corpo do paciente, incluindo órgãos genitais.
10. Colocar o paciente em decúbito lateral e lavar as costas incluindo as nádegas;
11. Enxaguar o pano e repetir o processo em todo o corpo;
12. Enxugar todo o paciente com uma toalha grande;
13. Proceder a troca de roupa de cama;
14. Vestir o paciente;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 92

15. Recompor a unidade do paciente, colocando tudo no lugar;


16. Retirar as luvas e lavar as mãos;
17. Anotar no prontuário o que foi feito e as anormalidades detectadas,se houver.

Utilizando-se este método, o leito fica bem molhado, portanto o banho deve ser dado
rapidamente.

Obs.:

A higiene do paciente fica a cargo da Equipe de Enfermagem;


Se as condições do paciente não permitem um banho completo todos os dias, fazer
banho parcial que consiste em lavar rosto, braços e axilas, região dorsal e órgãos
genitais;
Para pele seca, usar vasel ina, óleo ou produto específico;
As unhas devem ser cortadas e limpas;
A bacia de banho deve ser desinfetada para evitar infecção hospitalar. O ideal é forra -la
com saco plástico, desprezando -o após o uso;
Sempre remover o sabão ou sabonete para depois enx ugar;
Trabalhar rápido, segura e suavemente, lavando a pele com pressão firme;
Explicar sempre ao paciente o que vai ser feito;
A higiene deve sempre ser iniciada pela seqüência cabeça – pés.
Cuidar durante o banho, para não expor, desnecessariamente, o pa ciente. A privacidade
contribui muito para o conforto mental do paciente;
Secar bem toda a superfície do corpo do paciente, principalmente as dobras;
Aproveite para, depois do banho, massagear a pele com creme hidratante.
Observe se há locais onde a pele p arece avermelhada, principalmente ombros, nádegas
e calcanhar.
Caso haja regiões avermelhadas, é necessário providenciar um colchão tipo "caixa de
ovo". Coxins bem macios ou protetores de espuma também podem ser úteis.
Caso o paciente seja muito pesado ou sinta muita dor na mudança de posição deve -se
contar, sempre que possível, com a ajuda de outra pessoa. Isto evita acidentes, previne o
cansaço excessivo do cuidador e proporciona maior segurança para o paciente.
O uso de máscara para banho é opcional co mo rotina. Levar em consideração os
pacientes altamente infectados.

LAVAGEM EXTERNA (Higiene Íntima)

Finalidades:
Limpeza e conforto do paciente;
Prevenir o aparecimento de infecção;
Combater a infecção quando já instalada;
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Indicações:
Diariamente, pela manhã, na ocasião do banho;
Após micção ou defecação;
Com maior freqüência em caso de corrimento abundante.

LAVAGEM EXTERNA FEMININA


É a higienização da vulva e do períneo.

Material
01 balde;
01 jarra;
Pacote de gazes;
Comadre;
Toalha de banho;
Sabão líquido o PVPI degermante;
Luvas para procedimento;
Biombo;
Saco plástico;
Impermeável;

Método
1. Lavar as mãos;
2. Explicar o procedimento a paciente;
3. Reunir o material e colocá-los sobre a mesa de cabeceira;
4. Trazer o hamper próximo ao leito;
5. Proteger a unidade com biombos;
6. Colocar a comadre em cima da cadeira, trazendo -a para os pés da cama;
7. Calcar as luvas;
8. Colocar a paciente em posição ginecológica, procurando expô -la o mínimo possível;
9. Colocar o forro sobre o saco plástico, colocando -os sobre a região glútea;
10. Colocar a comadre sob a região glútea da paciente, com ajuda da mesma;
11. Colocar gaze ou pano na região inguinal e irrigar monte pubiano e vulva com água,
despejando-a suavemente com o auxilio da jarra;
12. Despejar pequena porção de sabão líquido ou PVPI dege rmante sobre o monte
pubiano;
13. Ensaboar a região pubiana vulvar e períneo, com luva de banho, de cima para baixo
sem atingir o anus, desprezando a gaze, apos cada movimento vulva - anus;
14. Afastar os grandes lábios e lavá -la internamente, no sentido antero -posterior, primeiro
de um lado, desprezando a gaze e depois do outro lado;
15. Lavar por último a região anal;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 94

16. Despejar a água da jarra, sobre as regiões ensaboadas;


17. Retirar a comadre, colocando -a na cadeira;
18. Enxugar a região lavada com a toalha de banho ou com o forro que esta sob a região
glútea da paciente;
19. Colocar a paciente em posição de conforto;
20. Desprezar as roupas (toalha, forro) no hamper;
21. Lavar a comadre no banheiro, juntamente com balde e a jarra e guardá -los;
22. Retirar a luva;
23. Lavar as mãos;
24. Anotar no prontuário.

Obs:
Se houver presença de secreção uretral e/ou vaginal, utilizar gazes para retirar o excesso,
antes de iniciar a limpeza com água e sabão líquido ou PVPI degermante.
A higiene nas regiões geniturinário e anal deve acontecer diariamente e ap ós cada
eliminação evitando assim umidade e assaduras.
Por ser a região vulvar muito sensível, fazer a lavagem externa com delicadeza;
Observar a temperatura da água;
Acolchoar bem a comadre ou aquece -la, principalmente tratando -se de paciente magro,
idoso, com úlceras de pressão, em tempo frio.
Se a paciente puder fazer a lavagem externa sozinha, será feita no final do banho;
Em pacientes com aparelho gessado abrangendo a região inguinal, deve -se fazer a lavagem
externa sem irrigação, para não molhar o ge sso;

LAVAGEM EXTERNA MASCULINA

Material
01 balde,
01 jarra,
Pacote de gazes,
Comadre,
Toalha de banho,
Sabão líquido o PVPI degermante,
Luvas para procedimento,
Hamper,
Biombo,
Forro e saco plástico.

Método
1. Lavar as mãos;
2. Explicar o procedimento a pacie nte;
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3. Reunir o material e colocá-los sobre a mesa de cabeceira;


4. Trazer o hamper próximo ao leito;
5. Proteger a unidade com biombos;
6. Colocar a comadre em cima da cadeira, trazendo -a para os pés da cama;
7. Calcar as luvas;
8. Colocar o forro com plástico sob a regiã o glútea do paciente;
9. Posicionar o paciente e despi -lo, expondo somente a área genital;
10. Colocar a comadre sob a região glútea em cima do forro com a ajuda do paciente;
11. Levantar o pênis com uma gaze e irrigar com a jarra com água, a região genital;
12. Despejar pequena porção de sabão líquido ou P.V.P.I. degermante, sobre os genitais;
13. Ensaboar os genitais com a gaze, afastando bem o prepúcio, desprezando a gaze, a cada
etapa;
14. Tracionar o prepúcio para trás, lavando -o em seguida, com movimentos únicos e circulare s;
15. Iniciar a higiene íntima pelo meato urinário, prepúcio, glande, corpo do pênis, depois região
escrotal e por ultimo a região anal;
16. Despejar o conteúdo da jarra sobre a região pubiana, pregas inguinais, pênis e bolsa
escrotal;
17. Tracionar o escroto, enxagu ando a face inferior no sentido escroto perineal;
18. Retirar todo o sabão líquido ou PVPI degermante;
19. Retirar a comadre;
20. Enxugar a região lavada com a toalha de banho ou com o forro que esta sob a região glútea
do paciente;
21. Posicionar o prepúcio;
22. Colocar o paciente em posição de conforto;
23. Desprezar as roupas no hamper (toalha, forro);
24. Lavar a comadre no banheiro, juntamente com balde e jarra e guardá -los;
25. Retirar a luva;
26. Lavar as mãos;
27. Anotar no prontuário.

Obs:
Se houver presença de secreção purulenta na reg ião uretral, limpá-la com gaze, antes de
proceder à limpeza com água e sabão.

LAVAGEM DOS CABELOS

A higiene do cabelo e do couro cabeludo tem a finalidade de: Estimular a circulação, impedir
o aparecimento de caspa e piolho, conforto e bem -estar, aparência agradável. Quando a higiene não
é feita convenientemente, a caspa e o sebo adicionado à poeira acumulada, impedem a eliminação
natural do suor. Cabelos sujos geram, além de mau cheiro, coceiras devido às foliculites e a parasitas
do couro cabeludo.
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Finalidades:
Promover limpeza dos cabelos e couro cabeludo;
Proporcionar conforto ao paciente;
Estimular a circulação do couro cabeludo;
Evitar o aparecimento de caspa, pedículos e infecções;

Material
Shampoo;
Balde;
Jarra;
Toalha de banho;
Luvas para procedimento;
Forro;
Saco plástico grande;
Pente ou escova;
Algodão em bola (02 unidades).
Jornal;
Cobertor;
Secador de cabelo, se possível;

Método
1. Explicar ao paciente o que ser feito;
2. Reunir o material no carro de banho e levá -lo próximo a cama do paciente;
3. Fechar portas e janelas;
4. Forrar o chão com jornais e colocar o balde próximo a cabeceira do leito, em cima do jornal;
5. Lavar as mãos e calçar as luvas;
6. Abaixar a cabeceira do leito do paciente;
7. Retirar o travesseiro;
8. Preparar um rolo com o cobertor (simulando uma bacia) e forra -lo com saco plástico, com
abertura no fundo, em forma d e funil, deixando o lado para escoamento da água dentro do
balde;
9. Forrar a cabeceira da cama com impermeável e colocar toalha de banho sob o forro,
protegendo os ombros da paciente, afrouxando a camisola, no caso de mulher, ou retirando a
camisa no caso de homem, cobrindo-o com o lençol;
10. Colocar sobre o impermeável,o rolo de cobertor;
11. Colocar o paciente em posição diagonal, com a cabeça sobre o rolo de cobertor e o
travesseiro sobre as espáduas;
12. Proteger os ouvidos do paciente com algodão;
13. Pentear os cabelos, inspecionando o couro cabeludo, cabelos e observando condições de
anormalidade;
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14. Umedecer os cabelos com um pouco de água, aplicando o shampoo evitando que o líquido
escorra nos olhos;
15. Massagear o couro cabeludo com as pontas dos dedos e lavar os cabelos ;
16. Enxaguar os cabelos do paciente ate sair toda espuma, com o auxilio de uma jarra;
17. Elevar a cabeça do paciente e espremer os cabelos com cuidado, fazendo escorrer água;
18. Retirar o rolo que esta sob a cabeça do paciente, juntamente com o impermeável;
19. Secar os cabelos e envolver a cabeça do paciente na toalha (se houver secador, usa -lo);
20. Pentear os cabelos do paciente, deixando a cama forrada com a toalha;
21. Recolocar o travesseiro e voltar o paciente a posição inicial;
22. Retirar a toalha, recompor o material no carro de banho, deixando paciente em posição
confortável;
23. Lavar as mãos;
24. Anotar o cuidado, descrevendo as observações no prontuário do paciente.

Obs.:
Pentear os cabelos iniciando pelas pontas onde estão mais embaraçados. Dividir o cabelo em
pequenas mechas, penteando-as separadamente e prendendo com firmeza enquanto
penteia.
Se o cabelo estiver muito embaraçado, molhar com álcool e pentear;
Cabelos compridos devem ser trançados.
Escovar os cabelos para estimular a circulação e remover partículas aderente s ao couro
cabeludo;
Lavar os cabelos ao menos uma vez por semana;

TRATAMENTO DE PEDICULOSE E REMOÇÃO DE LÊNDEAS

Material

Solução indicada para pediculose,


Luvas para procedimento,
Atadura de crepe,
Esparadrapo,
Forro e saco plástico,
Pente fino
Biombo,
Vaselina Líquida.

Método
1. Lavar as mãos;
2. Trazer a bandeja com o material e colocá -los na mesa de cabeceira ou carro de banho;
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3. Explicar o procedimento ao paciente;


4. Colocar biombo;
5. Colocar o forro protegido com plástico sobre o travesseiro;
6. Aplicar vaselina nas bordas do couro cabeludo, para evitar que a solução queime o rosto;
7. Dividir os cabelos em partes, aplicando a solução com gaze, fazendo fricção no couro
cabeludo e no final embeber os cabelos;
8. Prender o cabelo e colocar a faixa de crepe ao redor da cabeça, formando um gorro e fixando
com esparadrapo no final;
9. Conservar o travesseiro com forro;
10. Retirar as luvas;
11. Lavar as mãos;
12. Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem;
13. Levar a bandeja com o material para o local de origem;
14. Fazer anotações no prontuário do paciente.

Obs:
Deixar a solução no cabelo por 03 a 06 horas pela manhã e lavá -la à tarde, passando vinagre
após, penteando;
Repetir o procedimento durante 03 dias ou mais, se necessário.

CUMPRIR E FAZER CUMPRIR AS NORMAS DA CCIH É OBRIGAÇÃ O DE TODOS OS QUE


TRABALHAM NO HOSPITAL.

SINAIS VITAIS

Os sinais vitais ou sinais cardinais são os sinais das funções orgânicas básicas, sinais
clínicos de vida, que refletem o equilíbrio ou o desequilíbrio resultante das interações entre os
sistemas do organismo a uma determinada doença. As alterações da função corporal geralmente se
refletem na temperatura corporal, no pulso, no nível respiratório e na pressão sanguínea, podendo
indicar enfermidade. Por essa razão são chamados sinais vitais.
Estes sinais permitem diagnosticar doenças como: hipertensão arterial, choque, sepse, febre,
hiperatividade simpática, entre tantas, bem como monitorizar evolutivamente doenças em curso.
Os Sinais Vitais(SSVV) referem -se à: Temperatura(T), ao pulso ou batimentos cardíacos(P ou
bpm), a respiração(R ou rpm) e à Pressão ou Tensão arterial(PA ou TA). Pela importância de cada
um dos sinais vitais, sua verificação e anotação devem ser exatas.

QUANDO MEDIR OS SINAIS VITAIS:

Quando um paciente é admitido em um hospital ou outro serviço de saúde;


Em um hospital, dentro de uma rotina de atendimento, de acordo com as prescrições
médicas;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 99

Durante a consulta de um paciente em um ambulatório ou consultório;


Antes e depois de qualquer procedimento cirúrgico;
Antes e depois de qualquer procedimento invasivo;
Antes e depois da administração de medicamentos que afetam as funções cardiovascular,
respiratória e de controle da temperatura;
Sempre que as condições físicas gerais do paciente piorem repentinamente;
Antes de intervenções de enfermagem que possam alterar qualquer um dos sinais vitais;
Sempre que o paciente manifestar quaisquer sintomas inespecíficos de desconforto físico.

TEMPERATURA

É o grau de calor que o corpo apresenta. Temperatura corporal é o equilíbrio entre a


produção e a perda de calor do organismo, mediado pelo centro termo -regulador. Para que a
temperatura permaneça constante, o calor produzido pelo corpo deve ser igual à perda de calor para
o ambiente.
Existem vários fatores que influenciam no controle da temperatura corporal, sendo
influenciada por meios físicos e químicos e o controle feito através de estimulação do sistema
nervoso.
As crianças têm temperatur as mais altas que os adultos, porque seu metabolismo é mais
rápido. Tem-se observado que a temperatura do corpo é mais baixa nas primeiras horas da manhã, e
mais alta no final da tarde ou no início da noite.
A temperatura corporal normal pode variar, no adulto, de 36 a 37,2ºC. O controle da
temperatura pode ser realizado mediante a utilização do termômetr o, na região axilar, inguinal, bucal
ou retal. A axilar é a mais comumente verificada. Em alguns serviços, atualmente, utiliza -se a região
timpânica.
Axilar – pode ser verificada sob o braço usando um termômetro de mercúrio ou digital. É a
mais utilizada embora seja a menos precisa. As temperaturas aferidas desta forma tendem a
ser 0,3 a 0,6ºC mais baixas do que aquelas mensuradas pela via oral ou retal. Não verificar
em pacientes com queimaduras do tórax, fraturas de ombro superior, furúnculos na região
côncava da axila. O termômetro deve permanecer cerca de 3 a 5 minutos. É recomendável
não deixar o paciente sozinho com o termômetro.
Oral – pode ser medida usando-se o termômetro clássico ou de vidro e mercúrio ou digitais.
O termômetro de uso oral deve ser individual e possuir bulbo alongado e achatado, o qual
deve estar posicionado sob a língua e mantido firme com os lábios fechados. Esse método é
contra-indicado em crianças, idosos, doentes graves, inconscientes, com distúrbios mentais,
portadores de lesões orofaríngeas, problemas nas vias respiratórias,intervenções cirúrgicas
na boca, após extrações dentárias e, transitoriamente, após o ato de fumar e ingestão de
alimentos quentes ou frios. A temperatura bucal é até 0,4º C maior que a axilar. O
termômetro deve permanecer cerca de 3 minutos.
Retal – A temperatura é medida pela introdução retal e tendem a ser 0,6º C mais altas do
que quando comparada com a oral. O termômetro retal é de uso individual e possui bulbo
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 100

arredondado e proeminente. Deve ser lubrifi cado e colocado no paciente em decúbito lateral,
inserido cerca de 3,5 cm, em indivíduo adulto. A verificação da temperatura retal, é contra -
indicada em pacientes submetidos a intervenções cirúrgicas do reto e períneo, e/ou que
apresentem processos inflama tórios locais. O termômetro deve permanecer cerca de 2
minutos.
Timpânica – A medição pode ser feita por meio do conduto auditivo, utilizando -se um
termômetro com sensor infravermelho. Fornece a temperatura nos tecidos profundos do
corpo (central), sendo, portanto, a mais fidedigna.
Inguinal – Mais utilizada em recém-nascidos. Neste caso, o termômetro é colocado na região
inguinal. Manter a coxa flexionada sobre o abdômen. O termômetro deve permanecer cerca
de 3 a 5 minutos.

VALORES NORMAIS DA TEMPERATURA CORPORAL E SUAS VARIAÇÕES:

Temperatura axilar: 36 a 37,9º C.


Temperatura oral: 36,3 a 37,4º C.
Temperatura retal: 37 a 38º C.

TERMINOLOGIA BÁSICA:

Normotermia – temperatura corporal normal.


Afebril – ausência de elevação da temperatura.36 – 37,4ºC.
Febrícula - 37.5º e 37.7ºC;
Febril – 37,8 a 38º C.
Febre ou hipertermia – a partir de 38º C – 39ºC.
Pirexia – 39,1 a 40ºC.
Hiperpirexia – a partir de 40º C.
Hipotermia – temperatura abaixo do normal.
Colapso – 34 a 34,9º C.
Colapso álgido – abaixo de 34ºC.
Crise – Temperatura cai rapidamente.
Lise – Temperatura cai gradativamente.

FATORES QUE PODEM ALTERAR A TEMPERATURA CORPORAL

A temperatura normal de qualquer pessoa varia dependendo do sexo, idade, de suas


atividades físicas recentes, consumo de alimento s e de líquidos quentes ou frios, do horário do dia
em que é mensurada, no período do ciclo menstrual,
Diminuição:
Sono e repouso, emoções, desnutrição, banho quente, tumor no cérebro, hemorragia.
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Aumento:

Exercícios, emoções como estresse e ansiedade, u so de agasalhos (provocam menor


dissipação do calor), uso de certas drogas deprimentes do SN, banho frio, choque, doenças
cardíacas, doenças nervosas, infecção, difteria.

PULSO

É a onda de contração e expansão de uma artéria, correspondendo aos batiment os


cardíacos. Pulso é a onda provocada pela pressão do sangue contra a parede arterial cada vez que o
ventrículo esquerdo se contrai. Em loc ais onde as artérias de grosso calibre se encontram próximas à
superfície cutânea, pode ser sentido à palpação.
Cada vez que o Ventrículo esquerdo se encontra repleto de sangue arterial e se contrai para
injetar sangue para aorta, todo o sistema arterial se dilata para receber o sangue. Essa dilatação
provoca o aparecimento da onda de pulso.
O pulso varia com a idade, diminuindo gradualmente do crescimento a vida adulta e
aumentando um pouco com a idade mais avançada.
O pulso é evidenciado, quando comprimimos moderadamente a artéria sobre uma estrutura
óssea. As artérias mais comumente utilizadas para verificar o pulso são a A-temporal, B-facial, C-
carótida comum (próximo à laringe), D-subclávica, E- braquial (parte interna do braço), F- femural, G-
radial (no punho), H - poplítea (atrás do joelho), I - dorsal do pé (pedis dorsalis). O pulso apical é
aferido com o uso do estetoscópio sobre o ápice cardíaco no hemitórax esquerdo, no quinto espaço
intercostal na linha médioclavicular.

A B C D E

F G H I

Na palpação do pulso, verifica -se freqüência, ritmo e tensão.


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Há fatores que podem provocar alterações pass ageiras na freqüência cardíaca.


Fatores que aumentam a freqüência cardíaca: exercícios, febre, calor, dor aguda,
ansiedade, drogas como a atropina, hemorragia, posição sentada ou em pé.
Fatores que diminuem a freqüência cardíaca: posição deitada, dor inte nsa não aliviada,
algumas drogas como digitálicos.
Ressalte-se, ainda, que ao longo do ciclo vital seus valores vão se modificando, sendo
maiores em crianças e menores nos adultos.

FREQUÊNCIA NORMAL DO PULSO NAS DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS:


Recém-nascido: 70 – 170 bpm (média – 120bpm).
Até 2 anos: 80 – 130 bpm.
4 - 6 anos: 80 – 120 bpm (média – 100 bpm).
6 -12 anos: 70 – 110 bpm (média – 90 bpm).
14 – 18 anos: mulheres: média de 75 bpm / homens: média -70 bpm.
Fase adulta: Mulheres: 65 – 80 bpm
Homens: 60 – 70 bpm
Considera-se dentro dos padrões de normalidade a freqüência entre 60 e 100 bpm no adulto.

TERMOS UTILIZADOS:

Normocardia ou pulso regular - freqüência cardíaca regular, o período entre os batimentos se


mantém constante, com volume perceptível à pressão moderada dos dedos.
Freqüência: Número de batimentos cardíacos por minuto.
Bradicardia – freqüência cardíaca abaixo do normal.
Taquicardia - freqüência cardíaca acima do normal .Acima de 100 bpm.
Ritmo:
Rítmico: intervalos entre os batimentos são normais
Arrítmico: intervalos entre os batimentos são desiguais
Dicrótico: dá a impressão de dois batimentos
Intermitente: tem um período de ritmo normal que é interrompido de ritmo irregular.
Intensidade / Volume:
Pulso cheio: pulso forte
Filiforme: pulso fino ou pulso fraco
Bradisfigmia: pulso fino e bradicárdico
Taquisfigmia: pulso fino e taquicárdico.

RESPIRAÇÃO

É a troca de gases entre o organismo e o meio exterior. Consiste na absorção de oxigênio e


na eliminação de gás carbônico, através do ato de inspirar e expirar. O termo respiração refere -se
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 103

mais ao processo que ocorre a nível celular. Seria mais adequado usar o termo ventilação para o
processo de entrada e saída de ar dos pulmões.
É importante observar características que indicam normalidad e da respiração, como
intervalos regulares entre a inspiração e a expiração, movimento torácico simétrico, ausência de
esforço e ruído.
A freqüência respiratória normalmente é verificada através da inspeção visual, observando -
se as expansões e contraçõ es do tórax, também, pode ser palpadas pelo tato, colocando -se as mãos
sobre o tórax do paciente.
A avaliação da respiração inclui: freqüência respiratória (movimentos respiratórios por minuto
– Irpm), caráter (superficial e profunda) e ritmo (regular e irregular).
A freqüência respiratória normal no adulto oscila entre 16 – 20 incursões respiratórias por
minuto (irpm). Em geral a proporção entre a frequência respiratória e ritmo de pulso é,
aproximadamente, de 1:4. Ex.: R=20irpm, P=80bpm.

FATORES QUE ALTERAM A RESPIRAÇÃO:


Alguns fatores podem afetar a respiração, tais como: doença ou indisposição, estresse, idade,
sexo, posição corpórea, drogas, exercícios físicos.
Aumentam: exercícios, emoções, doenças nervosas, doenças cardíacas.
Diminuem: banho frio, sono e repouso, banho quente, drogas deprimentes, como diabético,
urêmico.
A respiração pode ser verificada através da observação do tórax ou do abdome. Como a
respiração está parcialmente sujeita ao controle voluntário, deve ser contada sem que o pacie nte
perceba: observar a respiração procedendo como se estivesse verificando o pulso.

TIPOS DE MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS:


Abdominal, diafragmático ou costo -abdominal: efetuado principalmente pelos músculos
abdominais. Mais comum nos homens. A expansibilidad e é mais no ápice abdominal.
Torácico, costal ou costo -peitoral: efetuado pelos músculos costais do tórax, comum em
mulheres. A expansibilidade é mais no ápice pulmonar.

TERMINOLOGIA BÁSICA:
Eupnéia: respiração normal
Dispnéia: dificuldade para respirar, “falta de ar”
Taquipnéia: aumento da freqüência respiratória, respiração rápida , acima de 30 irpm..
Bradipnéia: diminuição dos número de movimentos respiratórios, respiração lenta.
Apnéia: Ausência de movimentos respiratórios.
Ortopnéia: Dispnéia em decúbi to, aliviada pela mudança de posição ao sentar ou ao elevar o
tronco, ou seja, o paciente respira melhor em posição vertical.
Hiperpnéia: respirações profundas, rápidas e anormais.
Hiperventilação: respiração excessiva com ou sem presença de dispnéia, comu m em quadros
de ansiedade.
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Hipoventilação: Redução da ventilação pulmonar, o volume de ar que penetra nos pulmões é


insuficiente para as necessidades metabólicas do organismo, com retenção de gás carbônico.
Respiração de Cheyne Stokes: aumento gradual da p rofundidade das respirações
(hiperventilação), seguido do decréscimo, com períodos de apnéia.
Respiração de Kussmaul – semelhante a hiperventilação, sendo característica de pacientes
com cetoacidose diabética.
Respiração estertorosa: respiração ruidosa – respiração com ruídos, geralmente devido ao
acúmulo de secreção brônquica.

PRESSÃO ARTERIAL

A pressão ou tensão arterial reflete a pressão que o sangue exerce contra a parede dos
vasos, quando é lançado na corrente sanguínea.
Ao medir a PA, consideramos a pressão máxima, chamada de sistólica, que resulta da
contração do ventrículo esquerdo para ejetar o sangue (débito cardíaco) através da artéria aorta, e a
pressão mínima, chamada de diastólica, é a pressão presente nas artérias na fase de relaxamento e
enchimento do ventrículo esquerdo.
Os valores da pressão arterial não são fixos, podem variar de acordo com o horário e em
diferentes circunstâncias. Também pode -se encontrar valores diferentes de PA, quando for verificada
nos dois braços. A idade e o sex o são fatores que interferem nos valores da PA, mulheres tem PA
menor que homens da mesma idade.

FATORES QUE ALTERAM A P.A


Aumentam: digestão, gestação, drogas estimulantes, banho quente, banho frio,
hipertireoidismo, convulsões, ecl^mpsia, nefrite.
Diminuem: menstruação, drogas deprimentes, sono e repouso, hipotireoidismo, hemorragia,
anemia

VARIAÇÕES FISIOLÓGICAS

Idade - Em crianças é nitidamente mais baixos do que em adultos


Sexo - Na mulher é pouco mais baixa do que no homem, porém na prática adotam-se os mesmos
valores
Raça - as diferenças em grupos étnicos muito distintos talvez se deva à condições culturais e de
alimentação.
Sono - durante o sono ocorre uma diminuição de cerca de 10% tanto na sistólica como na diastólica
Emoções - há uma elevação principalmente da sistólica
Exercício físico - provoca intensa elevação da PA, devido ao aumento do débito cardíaco, existindo
curvas normais da elevação da PA durante o esforço físico. (testes ergométricos).
Alimentação - após as refeições, há discreta el evação, porém sem significado prático.
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Mudança de posição - a resposta normal quando uma pessoa fica em pé ou sai da posição de
decúbito, inclui uma queda da PA sistólica de até 15 mmHg e uma leve queda ou aumento da
diastólica de 5 a 10 mmHg. Pode ocorre r hipotensão postural (ortostática), que se acompanha de
tontura ou síncope; as três causas mais comuns da hipotensão ortostática: depleção do volume intra -
vascular, mecanismos vaso -constrictores inadequados e efeito autônomo insuficiente sobre a
constrição vascular.
Em um indivíduo adulto, são considerados normais os parâmetros com p ressão sistólica
variando de 90 -140 mmHg e pressão diastólica de 60 -90 mmHg. O limite normal de diferença entre a
pressão sistólica e diastólica é de 30 a 50mmHg.

Classificação diagnóstica da hipertensão arterial (adultos com mais de 18 anos de idade).

PAD PAS
Classificação
(mmHg) (mmHg)
< 85 < 130 Normal
85-89 130-139 Normal limítrofe
90-99 140-159 Hipertensão leve (estágio 1)
100-109 160-179 Hipertensão grave (estágio 2)
> 110 > 180 Hipertensão moderada (estágio 3)
< 90 > 140 Hipertensão sistólica isolada

É importante que se conheçam os valores habituais da PA de um determinado paciente para


que, ocorrendo um aumento ou diminuição de 20 a 30 mmHg sobre este valor habi tual, o profissional
fique em estado de alerta, pois configura -se como hipertensão arterial, porém, este dado deve ser
avaliado evolutivamente.

TERMINOLOGIA UTILIZADA:

Normotensa – Quando a pressão arterial se encontra normal.


Hipertensão arterial – indica pressão arterial acima do normal. Sistólica >140mmHg e
diastólica >90mmHg.
Hipotensão arterial – pressão arterial abaixo do normal. Sistólica <100mmHg e diastólica
<60mmHg.
Convergente: quando a sistólica e a diastólica se aproximam, ou seja, diferença entre a
pressão sistólica e diastólica é <30mmHg. Ex: 120x100 mmHg.
Divergente: quando a sistólica e a diastólica se afastam, ou seja, diferença entre a pressão
sistólica e diastólica é > 50 mmHg. Ex: 120x50 mmHg.

MÉTODOS PARA AFERIÇÃO DOS SINAIS VITAIS

FINALIDADES:
Auxiliar o diagnóstico e tratamento de doenças;
Acompanhar a evolução da doença.
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PROCEDIMENTO:
Escrever previamente no papel o nome e o número do leito de cada paciente para organizar
as anotações.
Lavar as mãos
Organizar o material:

Material para verificação de sinais vitais:


Relógio com ponteiro de segundos

Bandeja contendo:
Esfigmomanômetro, Estetoscópio, Termômetro, Saco plástico para resíduos , Recipiente com
algodão seco, Recipiente com álcool a 70%, Papel ou bloco de anotações .
Trazer o material para a mesa de cabeceira do paciente.
Preparar o paciente psicologicamente e explicar ao paciente o que vai ser feito.
Lavar novamente as mãos.

TEMPERATURA

O ponto de localização do mercúrio indica a temperatura

Pedúnculo

|-----------------|-------------------------------------------- ----------|
Bulbo Corpo
FINALIDADE:
Identificar sinais de febre
Controle de curva térmica

MÉTODO:
Axilar:
Desinfetar o termômetro com o algodão embebido em álcool a 70% , segurand o-o sempre
pela sua base (pedúnculo) e evitando tocá -lo no bulbo, sempre no sentido pedúnculo -bulbo, e
certificar-se que a coluna de mercúrio está abaixo de 35º C.
Enxugar a axila do paciente com um guardanapo de papel ou com a roupa do paciente(a
umidade abaixa a temperatura da pele, não dando a temperatura real do corpo)
Colocar o termômetro com o reservatório de mercúrio bem no côncavo da axila, de maneira
que o bulbo fique em contato direto com a pele.
Pedir ao paciente para comprimir o braço de encontr o ao corpo, colocando a mão no ombro
oposto.
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Deixar o termômetro durante 3 -5 minutos,nos quais serão tomados o pulso e a temperatura.


Ler e anotar a temperatura no prontuário do paciente e registrar anormalidades.
Desinfetar o termômetro com algodão embebi do em álcool a 70% e sacudi -lo
cuidadosamente para baixo e usar movimentos circulares (força centrífuga) até que a coluna
de mercúrio desça abaixo de 35ºC.
Guardar o termômetro em local apropriado
Obs: é recomendável não deixar o paciente sozinho com o ter mômetro.

Inguinal:
O método é o mesmo, variando apenas o local. O termômetro é colocado na região inguinal.
Neste caso manter a coxa flexionada sobre o abdome.

Bucal:
Desinfetar o termômetro com o algodão embebido em álcool a 70% , segurando -o sempre
pela sua base (pedúnculo) e evitando tocá -lo no bulbo, sempre no sentido pedúnculo -bulbo, e
certificar-se que a coluna de mercúrio está abaixo de 35º C.
Colocar o bulbo do termômetro sob a língua do paciente (região sublingual lateralmente),
recomendando ao paciente que feche os lábios firmemente, sem utilizar os dentes, para que
o conserve na posição, mantendo a boca fechada por 3 minutos. Orientar o paciente a
respirar pelo nariz.
Retirar o termômetro, ler a temperatura e anotá -la, escrevendo letra “B” ou a palavra “bucal”
para indicar o local onde foi verificada.
Desinfetar o termômetro com algodão embebido em álcool a 70% no sentido do pedúnculo
ao bulbo.
Fazer o mercúrio descer a 35º C ou abaixo.
Lavar o termômetro com água e sabão antes de guardá -lo.
Obs: Certificar-se se o paciente comeu, bebeu, fumou ou mascou chiclete nos últimos 15 minutos,
caso positivo, deve-se aguardar de 25 a 20 minutos par verificar a temperatura.

Retal:
Acessórios extras: vaselina ou óleo, luva de procedimento.
Desinfetar o termômetro com o algodão embebido em álcool a 70% , segurando -o sempre
pela sua base (pedúnculo) e evitando tocá -lo no bulbo, sempre no sentido pedúnculo -bulbo, e
certificar-se que a coluna de mercúrio está abaixo de 35º C.
Calçar as luvas de procedimento
Colocar o paciente em decúbito lateral (posição de Sims)
Lubrificar o termômetro com vaselina ou óleo.
Abrir a prega interglútea e introduzir o termômetro cuidadosamente 2 a 3,5 cm pelo ânus
Retirar o termômetro depois de pelo menos 2 minutos, e ler a temperat ura. Solicitar ao
paciente para permanecer quieto durante este tempo.
Desinfetar o termômetro com algodão embebido em álcool a 70%
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Fazer o mercúrio descer e lavar o termômetro com água e sabão


Retirar as luvas e lavar as mãos
Anotar a temperatura escreven do a letra “R” ou a palavra “retal” para indicar o local onde foi
verificada.
Obs: em se tratando de criança, segurar -lhe as pernas para evitar que se debata enquanto está
sendo verificada a temperatura.
Usar biombos para que a privacidade do paciente sej a mantida.

PULSO

FINALIDADE:
Avaliar freqüência e ritmo cardíaco.
Avaliar perfusão arterial.

MÉTODO:

Manter o paciente confortável (sentado ou deitado). O braço


apoiado na cama, mesa ou colo, com o pulso estendido e a
palma da mão voltada para baixo.
Colocar os dedos indicador, médio e anular sobre a artéria,
fazendo leve pressão contra uma extremidade óssea, o
suficiente para sentir a pulsação, e o polegar atrás do pulso do paciente.
Pulso radial: a artéria radial encontra-se entre a apófise estilóide do rádio e o
tendão dos flexores, sendo que para palpá -los emprega-se os dedos indicador e
médio, com o polegar fixado no dorso do punho do paciente, sendo que o
examinador usa a mão direita para examinar o pulso esquerdo e vice versa.

Pulso carotídeo: as pulsações da carótida são visíveis e palpáveis


medialmente aos músculos esternocleidomastoideos. Para sua palpação,
devemos colocar o polegar esquerdo (ou o indicador e dedo médio) sobre a
carótida direita e vice-versa, no terço inferior do pescoço, ad jacente à margem
medial do músculo esternocleiomastoideo bem relaxado, aproximadamente ao
nível da cartilagem cricóide.

Procurar sentir bem o pulso antes de iniciar a contagem


Contar os batimentos durante 15 ou 30 segundos, ou 1 minuto, observando também ritmo e
volume.
Repetir a contagem, em caso de dúvida
Anotar no papel, registrar no prontuário e comunicar anormalidades.
Deixar o paciente confortável
Obs:
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Não usar o polegar para verificar o pulso, pois a própria pulsação do examinador pode ser
confundida com a pulsação do paciente.
Não verificar o pulso com as mãos frias. Aquecer as mãos, se necessário.
Não fazer pressão forte sobre a artéria, pois isso pode impedir de sentir os batimentos do
pulso.
Não verificar o pulso após exercícios.
Não se deve controlar o pulso no braço onde se fez cateterismo cardíaco ou em presença de
fístula para hemodiálise.
Se possível, verificar o pulso no tempo de 1 minuto, pois podem ocorrer alterações neste
período que não seriam analisados se a verificação fosse feita em 15 ou 30 segundos, por
exemplo. Mas, se é preciso fazer uma verificação rápida, pode -se verificar em 15 ou 30
segundos, multiplicando, respectivamente, em 4 ou 2 vezes.

Pulso Apical:
Expor o osso esterno e o hemitórax esquerdo do paciente.
Localizar quinto espaço intercostal na linha médioclavicular.
Colocar o diafragma do estetoscópio sobre o ápice cardíaco, 5 a 7,5 cm do externo, logo
abaixo do mamilo esquerdo, e auscultar até ouvir as bulhas cardíacas normais B1 e B2.
Contar a freqüência durante 1 min uto.

RESPIRAÇÃO

FINALIDADE:

Verificar freqüência, ritmo e amplitude respiratória.


Auxiliar no diagnóstico e tratamento de doenças.

MÉTODO:

Deitar o paciente e expor o tórax e abdome para avaliação das excursões respiratórias.
Observar os movimentos de abaixamento e elevação do tórax ou abdome, sem que o
paciente perceba. Os dois movimentos(inspiração e expiração) somam um movimento
respiratório.
Colocar a mão no pulso do paciente a fim de disfarçar a observação
Contar os movimentos respiratórios durant e 1 minuto, observando também ritmo,
profundidade e sons respiratórios.
Anotar no prontuário e registrar anormalidades.
Obs:
Não permitir que o paciente fale durante a verificação
Não contar a respiração logo após esforços do paciente. O paciente tem que estar em
repouso por pelo menos 5 a 10 minutos.
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PRESSÃO ARTERIAL

MATERIAL: Estetoscópio e Esfigmomanômetro

ESFIGMOMANÔMETRO - É o instrumento utilizado


para a medida da pressão arterial. Foi idealizado por
três cientistas: VonBasch (1880), Riva -Ricci (1896) e
Korotkoff (1905). O tamanho do aparelho depende da
circunferência do braço a ser examinado, sendo que a
bolsa inflável do manguito deve ter uma largura que
corresponda à 40% da circunferência do braço, sendo que
seu comprimento deve ser de 80 %; manguitos muito curtos
ou estreitos podem fornecer leituras falsamente elevadas.
O esfigmomanômetro pode ser de coluna de mercúrio para
a medida da pressão, ou aneróide. Existem aparelhos
semi-automáticos que se utilizam do método auscultatório
e oscilométrico, com grau de confiabilidade variável,
devido sofrerem com freqüência alterações na calibração.

ESTETOSCÓPIO

Existem vários modelos, porém os principais componentes são:

Olivas auriculares: são pequenas peças cônicas que proporcionam uma


perfeita adaptação ao meato auditivo, de modo a criar um sistema
fechado entre o ouvido e o aparelho.

Armação metálica (biauriculares): põe em comunicação as peças


auriculares com o sistema flexível de borracha; é provida de mola que
permite um perfeito ajuste do aparelho.

Tubos de borracha: possuem diâmetro de 0,3 a 0,5 cm. e comprimento de 25 a 30 cm.

Receptores: existem dois tipos fundamentais: o de campânula de 2,5


cm. que é mais sensível aos sons de menor freqüência e o diafragma
que dispõe de uma membrana s emi-rígida com diâmetro de 3 a 3,5
cm., utilizado para ausculta em geral.

FINALIDADE:
Oferecer dados para auxiliar no esclarecimento de diagnóstico
Reconhecer alterações do sistema circulatório
Acompanhar a evolução do paciente
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Selecionar indivíduos com hipertensão ou hipotensão.

LOCAIS PARA AFERIÇÃO DA P.A.:


MMSS – artéria braquial
MMII – artéria poplítea

MÉTODO
Explicar ao paciente sobre o procedimento a ser executado
Limpar o diafragma e as olivas do estetoscópio. Se o estetoscópio for de uso indi vidual,
dispensar a desinfecção das olivas.
Manter o paciente sentado ou deitado em decúbito
dorsal, com o braço comodamente apoiado, ao
nível do coração, com a palma da mão voltada para
cima. O paciente deve estar calmo e relaxado.
Deixar o braço descoberto, evitando compressão
Proteger a pele do paciente com toalha de papel
para evitar contaminação.
Colocar o manguito 4 cm(2 dedos) acima da prega
do cotovelo,(região cubital) prendendo -o sem
apertar demasiado, nem deixar muito frouxo.
Centrar o inflador do manguito sobre a artéria.
Não deixar as borrachas se cruzarem devido aos
ruídos que produzem
Colocar o marcador de modo que fique bem visível
Localizar com os dedos a artéria braquial, na dobra do cotovelo, ou a
radial, no punho.
Colocar o estetoscópio na orelha (com as olivas auriculares voltadas
para a frente), e o diafragma do estetoscópio sobre a artéria braquial
ou na artéria umeral
Fechar a válvula de ar da pêra e insuflar rapidamente o manguito até o
desaparecimento do pulso radial (pressão sistó lica) ou até que o
ponteiro atinja 200 mmHg ou mais. Deve ser inflado 20 -30 mmHg
acima do ponto de desaparecimento do pulso radial.
Abrir a válvula da pêra vagarosamente
Sentir no pulso radial os primeiros batimentos ou registrar o primeiro som de
Korotkoff(pressão sistólica). Gravar mentalmente esse ponto.
Continuar liberando o ar do manguito e observar o ponto em que o som foi ouvido por último
ou sofreu uma mudança nítida(pressão diastólica). Desaparecimento dos sons de Korotkoff.
Gravar mentalmente esse ponto.
Retirar todo o ar do manguito, removê -lo e deixar o paciente confortável
Anotar os valores
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Limpar as olivas auriculares com algodão embebido em álcool


Colocar o material em ordem

Obs:
Sendo necessário verificar a P.A. muito seguidamente, o mangu ito pode ficar no braço, sem
compressão.
Em caso de dúvida, ou sendo necessário repetir a verificação, esvaziar completamente o
manguito antes de fazer a nova medida
Deve-se palpar o pulso radial antes de inflar o manguito para detectar a sistólica pelo
desaparecimento do pulso, a fim de evitar leitura errônea motivada pela presença do hiato
auscutatório.
Anotar os valores da pressão sistólica e diastólica. Às vezes é importante anotar a posição do
paciente(sentado ou deitado) e o braço em que foi realizada a medida.
Ter o cuidado de observar se o aparelho está calibrado.
Os equipamentos com mostrador digital não devem ser utilizados, pois é de precisão
duvidosa, o que poderia ocasionar, com maior freqüência, erros na mensuração da P.A.
Não se recomenda verificar a P.A. no braço que foi realizado cateterismo cardíaco, fistula
arterio-venosa ou instalado venóclise, para evitar estase sanguíneo e risco de obstrução da
fístula ou cateteres.
Se o paciente apresenta algum tipo de multilação ou ferimento nos MMSS, impossibilitando a
verificação da P.A, proceder a verificação na coxa. Neste caso, o pulso a ser localizado para
ausculta é o poplíteo.

TÉCNICA DE VERIFICACAO DE PRESSÃO ARTERIAL NOS MEMBROS INFERIORES

Método
1. Lavar as mãos;
2. Preparar o material;
3. Promover a limpeza das olivas e diafragma do estetoscópio com álcool a 70%;
4. Explicar ao paciente o que ser feito;
5. Colocar o paciente em posição confortável com os MMII estendidos;
6. Expor o membro inferior do paciente;
7. Colocar o manguito (esfigmomanômetro) 5 cm acim a da prega do joelho, prendendo -o de
modo a não comprimir nem soltar -se;
8. Localizar com os dedos a artéria poplítea na dobra do joelho;
9. Colocar o estetoscópio no ouvido e segurar o diafragma do estetoscópio sobre a artéria,
evitando uma pressão muito forte ;
10. Fechar a válvula da pêra de borracha e insuflar ate o desaparecimento de todos os sons
(cerca de 200 mmHg);
11. Abrir a válvula vagarosamente;
12. Observar o manômetro. O ponto em que ouvir o primeiro batimento e a P.A. sistólica máxima;
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13. Soltar o ar do manguito gradativamente ate ouvir claramente o ultimo batimento lendo o
manômetro (P.A. diastólica mínima);
14. Retirar todo o ar do manguito. Repetir a operação se for necessário;
15. Remover o manguito e deixar o paciente confortável;
16. Promover a limpeza das olivas e do diafragma do estetoscópio com álcool a 70%;
17. Anotar na ficha de controle;
18. Lavar as mãos;

MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS

É o ato ou processo de medir peso e estatura. A estatura e o peso do paciente são


registrados por ocasião da elaboração do histórico de enfer magem e da realização do exame físico.

FINALIDADES:
Acompanhar o crescimento pondero -estatural
Detectar variações patológicas do equilíbrio entre peso e altura
Avaliar massa corporal, para avaliar ganho/ perda ponderal, e retenção de líquidos; para
auxiliar no cálculo da dosagem do medicamento.

MATERIAL UTILIZADO:
Balança.
Fita métrica, caso a balança utilizada não tenha escala métrica.
Papel toalha.

VERIFICAÇÃO DE PESO
O peso precisa ser verificado e anotado, com a finalidade de controlar qualquer a lteração
ocorrida durante a permanência no hospital, pois, certas doenças ou tratamentos podem provocar
oscilações rápidas e freqüentes de peso, por retenção ou perda de líquidos do organismo. A
informação exata sobre peso também é essencial como um guia n a prescrição de certos
medicamentos.

Método:
Após medidas gerais, estabelecidas no método de trabalho,
anteriormente esplanados:
1. Colocar a balança num piso plano, seco e não escorregadio.
2. Forrar a balança com papel toalha. Para pesar os bebês, usar
fraldas.
3. Regular ou tarar a balança:
o colocar os mostradores em zero;
o lev-antar o pino da trava;
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o girar o parafuso da calibragem para a esquerda ou para a direita, nivelando o fiel da


balança;
o abaixar o pino da trava.
4. Solicitar ao paciente que use roupas leves. Pedir ao paciente para retirar o calçado e o
excesso de roupas.
5. Auxiliar o paciente a subir na balança, colocando -o no centro da mesma, com os pés unidos e
os braços soltos ao lado do corpo.
6. Destravar a balança.
7. Mover o indicador de quilos até a marca do p eso aproximado do paciente.
8. Mover o indicador de gramas até equilibrar o fiel da balança, travar a balança.
9. Ler e anotar o peso indicado na escala.

OBS.:
O peso deve ser verificado, preferencialmente, pela manhã, em jejum, com a bexiga vazia.
Para uma medição exata, é necessário pesar a roupa do paciente à parte e descontar o valor
equivalente do valor encontrado do peso total.

PESO IDEAL E PESO MÁXIMO NORMAL

Peso ideal: nº em centímetros que excede o metro de altura do paciente. Ex: altura = 1,60 m
Homem – 60 Kg Mulher – peso ideal – 5% =57Kg
Peso máximo normal : Homem: peso ideal + 10% = 60 Kg + 6Kg = 66Kg
Mulher: peso ideal + 10% = 57Kg + 5,7Kg = 62,7Kg
Ou seja, para um homem de 1,60 m de altura o peso normal está entre 60 e 66 Kg e para a
mulher na mesma altura, o peso normal vai de 57 a 62,7Kg.

Variações do Peso: Magro(abaixo do peso ideal), obeso (acima do peso ideal), caquético(muito
abaixo do peso ideal).

VERIFICAÇÃO DA ESTATURA

1. Posicionar o paciente de costas para a escala de medida, próximo a ela.


2. Suspender a escala métrica(antropômetro), fazendo com que
a haste repouse sobre a cabeça do paciente.
3. Manter o paciente em posição ereta, com a cabeça em
posição anatômica e os pés uni dos encostados na escala
métrica.
4. Travar a haste.
5. Fazer a leitura e anotar.
6. Auxiliar o paciente a descer da balança, calçar o sapato e
vestir as roupas, caso necessário, e encaminhá -lo ao leito.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 115

7. Destravar e descer a haste.


8. Colocar os mostradores em zero e travar a balança.
OBS.:
Se for utilizada fita métrica, o paciente deve ficar com os calcâneos, nádegas, ombros e
cabeça encostados na parede.
Para verificação de peso e estatura de criança, existe balança e régua apropriada, onde a
criança permanece deitada.
Variações da Estatura:
Nanismo: Estatura abaixo de 1,50 m nos adultos de ambos os sexos.
Gigantismo: estatura acima de 2,00 m.

Assistência do Técnico de Enf ermagem ao Exame Físico

Exame físico é a determinação que se dá à análise global do


doente. O exame físico é feito rotineiramente no momento da admissão do
paciente no hospital, com a finalidade de investigar as queixas, os sintomas
e a evolução do paciente.
Avaliação clínica em que o profissional de enfermagem levanta
dados pertinentes ao esta do físico do paciente permitindo a identificação de problemas de
enfermagem. Reúne informações que podem direcioná -lo sobre o que investigar no exame físico e
complementa os dados do diagnóstico de enfermagem.
O técnico de enfermagem deve estar atento par a aliviar as tensões, mantendo o paciente
calmo, explicando a finalidade e o procedimento do exame ao qual está sendo submetido.

Finalidades:
Levantar dados do paciente a fim de identificar os problemas que demandam as ações de
Enfermagem.
Confirmar as informações obtidas durante a entrevista e/ou acrescentar outros dados.
Favorecer o diagnóstico de enfermagem.
Obter diretrizes para a prescrição dos cuidados de Enfermagem.

Normas Gerais para Execução do Exame Físico

Solicitar a colaboração do paciente


A iluminação deve ser adequada (homogênea e sem sombras)
Respeitar a privacidade do paciente
Explicar sobre os procedimentos realizados
As mãos do examinador devem estar aquecidas e as unhas, curtas.
O paciente deve estar relaxado e confortável.
Em órgãos pares (ouvidos, olhos, rins, outros) deve -se iniciar o exame pelo lado não -afetado.
Monitorar a expressão facial do paciente em relação a manifestações de desconforto ou dor.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 116

Evitar interrupções e/ou interferências.


Evitar comentários e expressões acer ca dos problemas encontrados.

Características Gerais

A realização do exame físico geralmente obedece o sentido céfalo -caudal, observando, em


todos os segmentos corporais:
Condições de higiene;
Simetria – proporção de partes iguais situadas em lados opo stos de uma linha. Observar se
há deformidades ou se as duas partes de um mesmo segmento do corpo são iguais;
Integridade – pesquisar a existência de lesões ou ausência de algum segmento corporal;
Funcionalidade – se a função pretendida está presente.

Métodos Propedêuticos de Avaliação Física

A avaliação física é obtida através da utilização dos métodos propedêuticos: inspeção,


palpação, percussão e ausculta.

1. Inspeção

É o ato de observar e inspecionar. É um método em que se utiliza o sentido da vi são na


avaliação do aspecto, cor, forma, tamanho e movimento das diversas áreas corporais. A inspeção
pode ser estática, quando é realizada como o paciente em repouso, ou dinâmica, na qual o
examinador observa os movimentos corporais do paciente e as alter ações decorrentes dos mesmos.
No primeiro contato com o paciente faz -se uma inspeção geral em que o profissional observa o
estado aparente de saúde, nível de consciência, estado nutricional e de hidratação, estatura, postura,
atividade motora, cor da pele, higiene pessoal, humor e tipo de fala. A inspeção específica é realizada
no exame dos diversos aparelhos.

2. Palpação

É a utilização do sentido do tato com o objetivo de explorar a superfície corporal - palpação


superficial - e os órgãos internos - palpação profunda. A palpação confirma dados da inspeção e
permite a obtenção de novos indícios como alteração da textura, tamanho, forma, consistência,
sensibilidade (tátil, térmica e dolorosa), elasticidade, temperatura, posição e característica de cada
órgão, resistência muscular, presença de massas e outros. Existem várias técnicas de palpação e
sua escolha depende do local a ser examinado e do que se pretende investigar.
Mão espalmada (usa-se toda a palma de uma ou de ambas as mãos).
Mão em garra.
Mão espalmada, usando-se apenas as polpas digitais e a parte ventral dos dedos. Uma das
mãos superpondo-se à outra.
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Em pinça, formada pelo polegar e indicador.


Com o dorso das mãos.
Digito - pressão (comprime-se uma área com a polpa do polegar ou indicador).
Fricção com algodão.
Palpação bi manual (uma das mãos aproximada a estrutura a ser examinada e a outra realiza
a palpação).

3. Percussão

É o golpeamento leve de uma área a ser pesquisada, utilizando -se à parte ulnar dos dedos:
percussão dígito-digital percussão com a borda cubital da mão ou com instrumento próprio,
originando sons vibratórios. No golpeamento leve da estrutura e na interpretação do som gerado
utilizam-se os sentidos do tato e da audição. A percussão é utilizada principalmente para se d elimitar
órgãos, detectar coleções de líquido ou ar e perceber formações fibrosas teciduais.
O som gerado da percussão tem características próprias quanto a intensidade, timbre e
tonalidade, refletindo a densidade da superfície subjacente. Quanto mais den sa a área percutida,
maior, menos discernível e mais breve será o som. O som é influenciado pela espessura da parede e
pela natureza das estruturas subjacentes. O som maciço é obtido quando se percutem regiões
sólidas, desprovidas de ar, como baço, fígado, rins e músculos; o som sub -maciço decorre da
percussão de regiões relativamente densas, com quantidade restrita de ar, como a região de
transição entre o parênquima pulmonar e um órgão sólido; timpânico é o som produzido pela
percussão de cavidades fechad as que contêm ar, como o estômago.
A percussão pode ser realizada levemente golpeando -se diretamente a estrutura percussão
direta, utilizando-se o dedo médio ou a borda cubital da mão. A percussão indireta ou dígito -digital é
realizada pressionando-se o dedo médio de uma das mãos sobre a área a ser percutida enquanto,
com o dedo médio da outra mão, golpeia -se a falange distal com movimentos rápidos e repetidos,
que devem ser iniciados da articulação do punho. Somente o dedo médio deve comprimir a parede,
evitando o abafamento do som pelos outros dedos.

4.Ausculta

Consiste na aplicação do sentido da audição para ouvir sons ou ruídos produzidos pelos
órgãos. Esses sons são decorrentes da vibração das estruturas entre sua origem e a superfície
corporal. A vibração sonora pode ser captada diretamente pelo ouvido do examinador - ausculta
direta - ou com auxílio do estetoscópio - ausculta indireta. A ausculta é geralmente usada para avaliar
ruídos respiratórios normais e patológicos, bulhas cardíacas normais e suas alterações, fluxo
sangüíneo passando pelos vasos e ruídos do trato gastrintestinal.
Os tipos de som variam de acordo com o órgão auscultado e são caracterizados quanto a
duração, intensidade, altura, ritmo e timbre.
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Material:

Bandeja contendo:
2. termômetro;
3. estetoscópio;
4. esfignomanômetro;
5. garrote;
6. bolas de algodão molhadas em água fria e quente para verificar a sensibilidade tátil e térmica
+ cuba rim;
7. agulha ou qualquer objeto pontiagudo, para verificar a sensação dolorosa;
8. luvas de procedimento
9. saco para resíduos.

Procedimento

EXAME FÍSICO DA PELE:


Integridade (Pele íntegra; integridade da pele prejudicada )

Lesões elementares da Pele

Lesões Primárias:

1. Lesões circunscritas, planas, não palpáveis da cor da pele:


MÁCULA - alterações pequenas (até 1 cm) - sardas(efélides), petéquias
MANCHAS - alterações maiories - vitiligo, nevos.

2. Lesões palpáveis, elevadas e sólidas:


PÁPULAS - lesões de até 0,5 cm - nevo elevado, verruga.
PLACA - superfície plana, elevada, maior q ue 0,5 cm - formada pela confluência de pápulas.
NÓDULO - maior que 0,5 cm, mais profundo e duro que a pápula, localizados na hipoderme.
TUBÉRCULOS - elevações sólidas com diâmetro maior que 0,5 cm localizados na derme
VERGÃO - lesão edematosa superficial, irregular e transitória.

3. Lesões elevadas, superficiais e circunscritas da pele, formadas por líquido livre numa cavidade
no interior das camadas da pele.
VESÍCULA - até 0,5 cm de diâmetro, preenchida por líquido seroso. Ex. lesão do herpes simples.
BOLHA - maior que 0,5 cm - queimaduras,
PÚSTULA - bolha ou vesícula preenchidas por pus. acne, impetigo, varicela.

Lesões Secundárias
Resultam de alterações das lesões primárias.
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EROSÃO OU EXULCERAÇÃO - perda da epiderme superficial. A superfície é úmida, porém não


sangra. Ex. área úmida após a ruptura de uma vesícula. Não deixa cicatriz.
ÚLCERA - perda mais profunda de superfície cutânea; pode sangrar e formar cicatriz. Atinge a
derme.Ex. úlcera crônica de perna.
FISSURA OU RÁGADES - perdas lineares da camada epitelial não determinada por qualquer tipo
de instrumento. Ocorre mais frequentemente nas dobras cutâneas e ao redor dos orifícios naturais do
corpo. Ex pé de atleta.
CROSTA - é o resíduo ressecado de ser osidade, pús ou sangue que recobre uma área cutânea
lesada.É a "casca da ferida".
ESCAMA - fina camada de epiderme exfoliada. Ex. caspa.
CICATRIZ - substituição do tecido destruído por tecido fibroso.
ATROFIA - adelgaçamento da pele com perda d e seeus sulcos normais; a pele parece mais
brilhante e transparente que o normal. Ex. atrofia senil.
ESCORIAÇÕES - abrasão ou arranhadura da pele.
LIQUENIFICAÇÃO - pele áspera e espessa com aumento da visibilidade dos sulcos normais.
Observado em eczemas e em áreas submetidas a coçaduras constantes.
ERITEMA - vermelhidão acentuada da pele decorrente do aumento de sangue na região devido à
vasodilação. Desaparece com a vitropressão. Quando em forma de mancha confluente constitui o
eritema morbiliforme (sarampo, rubéola). Quando em forma lenticular, arredondada e isolada constitui
a roséola (tifo e lues). Eritemas generalizados aparecem nas infecções (escarlatina), nas intoxicações
e alergias.
NEVOS VASCULARES OU RUBIS - alterações de 1 a 3 mm arrendondadas, planas ou
ligeiramente elevadas, podendo ser circundadas por halo pálido, de cor vermelha intensa. Não
pulsáteis. Podem clarear com a pressão no centro. Aparecem no tronco e extremidades. Significado -
nenhum. Aumenta em nº e tamanho com a idade.
NÓDULOS - tuberosidade subcutânea o que determina que a pele deslize sobre eles.
TUBÉRCULO - pequenas tuberosidades do derma, sendo consistentes e a pele não desliza sobre
eles.

Manifestações hemorrágicas da pele

Nas hemorragias intradérmicas e hipodérmicas aparecem manchas avermelhadas ou


violáceas que não desaparecem com a vitropressão. Estas manifestações são genericamente
denominadas de púrpura. Compreendem vários tipos de lesões:
PETÉQUIAS - manchas hemorrágicas puntiformes .
VÍBICE - manchas lineares
EQUIMOSES - manchas hemorrágicas extensas
SUFUSÕES HEMORRÁGICAS - manchas hemorrágicas que atingem um segmento corporal
inteiro.
HEMATOMAS - manchas hemorrágicas acompanhadas de tumoração no local, indicando
sangramento nos tecidos musculares sob a pele.
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TELANGIECTASIAS -(Aranhas vasculares) - dilatação de pequenos vasos da pele (derme),


podendo ser artérias ou veias. Aparecem em doenças hepáticas, gravidez, deficiência de vit. B e
também podem ocorrer em ind ividuos normais.

Coloração (normocorada, hipocorada, hiperemia, albinismo, cianose, icterícia, manchas


(hipocrômicas – mais clara que a pele, hipercrômica – mais escura que a pele);

Turgor e elasticidade da pele (preservado, diminuído); hidratação (hidr atado, desidratado);


prurido; transpiração; umidade (hipohidrose, hiperhidrose, sudorese);

HIDRATAÇÃO

Um paciente está normalmente hidratado quando a oferta de líquidos e eletrólitos for feita de
acordo com as necessidades do organismo e quando não houv er perdas extras (ex.: diarréia) sem
uma reposição adequada

Desidratação: diminuição da água e eletrólitos total do organismo;

Parâmetros LEVE GRAVE


MODERADA

ASPECTO GERAL alerta irritada Prostrada

FONTANELA Normal ou pouco funda Muito funda


funda

OLHOS Normais ou pouco fundos Muito fundos choro


fundas sem lágrimas

PELE Sinal da prega Sinal da prega Sinal da prega


ausente discreto acentuado

BOCA Normal ou Seca com saliva Muito seca


ligeiramente seca espessa

URINA Normal ou pouco diminuída Muito diminuída


diminuída

Sensibilidade: Detectar alterações na pele da seguinte forma:


1. Passar um pedaço de algodão – sensibilidade tátil
2. encostar uma bola de algodão embebida em água fria e quente – sensibilidade térmica.
3. passar um objeto pontiagudo – sensação dolorosa.
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Exame Físico da Cabeça -Crânio

A cabeça posiciona-se na linha média do corpo e ereta. Problemas de desvio são comuns
nos torcicolos, nos problemas de audição, estrabismos. Movimentos anormais mais freqüentes são os
tiques, os tremores, etc. O exame completo da cabeça compreende a avaliação do: crânio, face,
olhos, nariz, seios para-nasais, boca, orelhas.

CRÂNIO

Na avaliação do crânio utiliza -se das técnicas de inspeção e palpação. Verifica -se:

1. Tamanho e forma:
Normal - varia conforme a raça e idade.
Método de mensuração do perímetro cefálico:
1. Aplicar a fita métrica em volta do crânio passando sobre os três pelos proeminentes, a bossa
occipital, atrás; as duas bossas frontais, na frente.
2. Ler a cifra situada no ponto de encontro das duas partes da fita métrica depois de certificar -se
da sua posição correta.
PC = 65 a 74,9cm - cabeça ovóide, comum nos negros.
PC = 75 a 79,9cm - cabeça arredondada, comum nos brancos
PC = 80 a 90cm - cabeça achatada.
Alterações: Macrocefalia - crânio anormalmente grande.
Microcefalia - crânio anormalmente pequeno.
As alterações de forma podem surgir devido a: aplicações de instrumentos no crânio, ao
nascimento da criança, doenças orgânicas, sífilis e anemias hemofílicas congênitas.

2. Cabelos
O exame do cabelo inclui o que cobre a cabeça, o das sobrancelha e os cílios. Normalmente,
a cor, a textura e a distribuição, sua presença ou sua ausência em locais incomuns para o gênero e
para a idade, são registradas. O cabelo também é examinado devido à presença de resíduos
incomuns, como sangue, no caso de traumas na cabeça, alopecia, sujidade, pediculose (lêndeas),
hidratação (ressecados, hidratados), ou escamações decorrentes de lesões no couro cabeludo. À
medida que evolui o exame, também sã o observadas as características dos pêlos do corpo.

3. Couro cabeludo
Normal - O couro cabeludo é liso, sem descamações ou lesões, erupções, pediculose,
sujidade, seborréia ou caspa. Para avaliá -lo utiliza-se à técnica de corrida: separa -se o cabelo em
locais aleatoriamente escolhidos, investigando -se a pele, e palpando o crânio na busca de contornos
incomuns.
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Avaliam-se: presença de saliências (tumores, tumefações, hematomas), depressões,


afundamentos, pontos dolorosos, integridade da pele, a consistê ncia da tábua óssea, suturas e
fontanelas.
Alterações: Inflamações (foliculites, abscessos), Pediculose (lêndeas e piolhos), Sujidade, seborréia.

4. Face
Na avaliação da face são utilizadas as técnicas de inspeção e palpação. Verifica -se:
Simetria - na avaliação da simetria compara -se um lado com o outro. A perda da simetria
pode ser observada nas paralisias faciais, na presença de tumorações (abscesso dentário,
edema alérgico, anomalia congênita, tumores, aumento das glândulas salivares, etc).
Pele - deve ser examinada buscando alterações de cor, lesões (acnes, cloasma gravídico,
manchas, etc), edema, excesso de umidade, secura ou oleosidade.
Expressão fisionômica ou mímica facial - esta denuncia o estado de humor do indivíduo
(tristeza, desânimo, esperança, desespero, ódio, alegria, etc).
Fácies - são traços específicos que certas doenças expressam na face.
Movimentos - Podem ser involuntários (tremores, tiques nervosos, espasmos) voluntários:
onde se avalia a função motora do 7º par do nervo crania no, com os seguintes movimentos:
enrugar a testa, fechar os olhos cerradamente, mostrar os dentes, assobiar, encher as
bochechas de ar. Também é avaliado a função do 5º par do nervo craniano com o movimento
de projetar o queixo para frente e movimentá -lo para os lados.

5. Olhos
Na avaliação dos olhos utiliza -se as técnicas de inspeção e palpação. Avalia -se: estruturas
externas, estruturas do olho propriamente dita, movimentos oculares, fundo do olho, acuidade visual,
campimetria.
Estruturas externas:
1. Pálpebras - o tecido palpebral é frouxo, com pouca resistência e sem lesões. As pálpebras
fecham-se totalmente e abrem-se simetricamente. A pálpebra superior deve recobrir pequena
porção da íris e a inferior deve situar -se logo após a junção córnea -esclerótica.
Alterações: edema, xantelasma, equimoses, blefarite, o não fechamento das pálpebras
(exoftalmia, ptose, mongolismo).
2. Cílios - os cílios devem ser implantados e distribuídos uniformemente.
3. Sobrancelhas - são bastante variáveis de indivíduo para indiv íduo.
Alteração - a principal alteração está relacionada com sua queda na hanseníase, sífilis,
cicatrizes, desnutrição acentuada.

Estruturas dos Olhos Propriamente Dita:


1. Conjuntiva - a conjuntiva palpebral é a membrana vermelha lisa e úmida que recobr e a parte
interna das pálpebras. É normalmente rósea, deve ser umedecida continuamente pelo
lacrimejamento fisiológico.
Para avaliá-la:
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a. Peça o cliente para olhar para cima.


b. Pressione com o polegar a pálpebra inferior para baixo e observar a conjuntiva
pedindo ao cliente para olhar para fora e para dentro respectivamente.
c. Peça ao cliente para olhar para baixo.
d. Pince com o polegar e o indicador a pálpebra superior e inverta -a com um cotonete,
observe a conjuntiva.
Alterações: palidez (anemias), conjuntiv ite.
2. Esclerótica - é a camada subjacente que deve ser esbranquiçada e clara ou amarelada nas
pessoas de raça negra ou idosos.
Alterações: icterícia, pterígio.
3. Córnea - camada lisa e transparente que recobre a íris. Normalmente não tem vasos. Para
avaliá-la utiliza-se de uma lanterna de bolso iluminando de forma tangencial o olho.
Alterações: arco senil (halo esbranquiçado ao redor da córnea), processos ulcerosos, opacidade,
corpos estranhos.
4. Íris - é a camada pigmentada localizada atrás da córnea.
5. Pupila - orifício circular situado centralmente à íris.
As pupilas normais são redondas ou levemente ovóide e do mesmo tamanho (de 2 a 4 mm).
A igualdade do diâmetro da pupila denomina -se isocoria e a desigualdade anisocoria.
Quando o diâmetro está aument ado fala-se em midríase e o diâmetro diminuído é a mi ose.
Exame da reação pupilar:
a. Diminua a luz na área de exames
b. Oriente o paciente para olhar diretamente em frente
c. Traga um feixe de luz (da lanterna), partindo da frente na direção do olho.
d. Observe a pupila do olho estimulado, bem como do olho não -estimulado.
e. Repita o exame, estimulando diretamente o outro olho.
Avalia os reflexos: fotomotor direto, contração da pupila na qual se fez o estímulo, fotomotor
consensual, contração da pupila oposta, acomod ação, as pupilas se contraem simultaneamente ao
olharem para um objeto que está próximo e dilatam -se ao olharem para um objeto mais
distante.Testes avaliam os 3º, 4º, e 6º pares de nervos cranianos.

6. Globos oculares
Posição - ocupa a cavidade orbitária e sua posição anterior é tangente à linha dos cílios.
Alterações: exoftalmia, enoftalmia.
Movimentos - o globo ocular move-se graças à ação dos músculos retos e oblíquos. O exame
dos movimentos oculares testa os 3º, 4º e 6º pares de nervos cranianos. Para avaliá-los peça
ao cliente que, sem movimentar a cabeça para os lados realize os seguintes movimentos:
olhar para a esquerda, olhar para cima e para baixo à esquerda, olhar para direita, olhar para
cima e para baixo à direita.
Alteração: a mais freqüente é o nistagmo

7. Fundo do Olho - Fundoscopia


Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 124

Examina-se a retina através do oftalmoscópio.


a. Coloque o cliente num quarto escuro
b. Sua cabeça deve estar na mesma altura do examinador
c. O cliente deve fixar o olhar em um ponto de aproximadamente 6m de distância.
d. Examine um olho de cada vez, levantando com o dedo polegar a pálpebra do olho que
será examinado, enquanto a palma da mão repousa sobre a região frontal. O
oftalmoscópio é colocado no olho do examinador de modo que o olho a ser
examinado seja do mesmo la do a do examinado.
e. Dirija o foco de luz para a pupila do cliente.
Normalmente será visto um reflexo de cor firme e nítida vermelho -alaranjada. Observa-se:
Papila ou disco óptico - de onde partem os vasos da retina.
Retina - região restante que envolve a papila, abriga os vasos e a mácula.
Vasos, artérias e vênulas centrais. Os vasos normais não são tortuosos. As artérias
são de calibre menos, são brilhantes e as vênulas cruzam por cima delas.
Mácula - região situada para fora da papila, local de concen tração de fibras nervosas.
Alterações: na arteriosclerose
Vasos: há um aumento do brilho fazendo com que elas se pareçam com "fios de
cobre" e "fios de prata" quanto mais avançado o grau de arteriosclerose, retina:
aparecem manchas brancas. Na hipertensão: os vasos diminuem de calibre, retina e
papila: edema isolado, focos de hemorragia. No diabético observam -se pontinhos
vermelhos.

8. Acuidade Visual
A visão central, ou a capacidade para ver perto e à distância, é chamada de acuidade visual.
Este teste avalia o 2º par do nervo craniano. Utiliza -se a Carta de Snellen, cada linha desse cartaz
tem letras ou símbolos impressos em ordem decrescente de tamanho. Procedimentos:
a. A carta é colocada a uma distância de 20 pés ou seja 6 m do cliente, sentado na frente do
cartaz.
b. Pedir ao cliente que cubra um olho.
c. O examinador vai mostrando as filas de letras da carta ao cliente e este dirá o que está
vendo.
d. Repetir o exame com o outro olho.
Obs: Se o cliente usa óculos ou lentes, este exame deve ser realizado com uso destes.
A acuidade visual é expressa em uma fração, cujo:
Numerador é uma constante e corresponde à distância de onde a carta é colocada.
Denominador é uma distância variável que assinala a distância máxima, para cada fila de
letras da carta, o qual uma pessoa com acuidade visual normal ainda a diferencia claramente.
É considerada acuidade visual normal, cuja pessoa consegue ler até a fila n. 8 da carta de
Snellen, isto é, esta pessoa tem uma visão 20/20.
Alteração: qualquer leitura até uma fila antes da n. 8 é considerada anormal, portanto deve ser
encaminhada a um oftalmologista.
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9. Campimetria
É a exploração do campo visual. Para avaliá -la é necessário que:
a. O examinador sente em frente ao cliente no mesmo plano dos olhos destes, distantes
aproximadamente 1 m.
b. Peça ao cliente que tape um dos olhos, enquanto o examinador também tapa um dos seus
olhos, observando eu este seja de mesmo lado do cliente.
c. Fixe o olhar no olho do cliente e não desvie durante o exame.
d. O examinador estende a sua outra mão a té o meio do dois e realize movimentos rítmicos nos
4 quadrantes.
e. Instruir o cliente para que avise quando desaparecer o dedo em seu campo visual.
f. Repita o mesmo processo no outro olho.
Alterações: hemeniopsia,
Avaliar ainda visão periférica, diplopia, dautonismo, uso de prótese, uso lentes corretivas
(óculos, lentes de contato).

6. Nariz

O nariz tem a mucosa úmida, rosada e vermelha, sem desvio de septo, lesões ou pólipos. Na
avaliação utilizam-se as técnicas de inspeção e palpação. Examinar a pel e que recobre externamente
o nariz. Palpar com o polegar e o indicador para perceber modificações da pirâmide nasal.
Também são utilizados o espéculo nasal e o foco de luz para examinar o nariz, da seguinte
maneira:
a. O cliente deve estar com a cabeça levem ente reclinada e apoiada na altura dos olhos do
examinador.
b. Coloque o espéculo no nariz do cliente e vai abrindo -o até o máximo e observando o
assoalho, septo e cornetos, pele, forma do nariz.
c. Repita o exame na outra narina.
Alterações: observar a prese nça de corpos estranhos secreções, lesões, desvio de septo, edema,
sujidade e obstrução.

7. Seios paranasais

São examinados pela palpação da seguinte maneira:


a. Apóie a cabeça com uma das mãos
b. Com a outra mão palpe os seios maxilares exercendo pressão mod erada com as polpas dos
dedos indicador e médio, sobre o osso zigomático ao lado do nariz.
c. Coloque os mesmos dedos abaixo das sobrancelhas acima do globo ocular para palpar os
seios frontais.
d. Com as polpas dos dedos mínimos palpe ao lado das fossas lacri mais para examinar os
seios etmoidais.
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Alterações: dor a digito pressão e secreções expelidas pela comunicação das cavidades ósseas com
as fossas nasais. Estas secreções podem ser: serosas (fluidas, brancas) comuns na rinite alérgica e
infecções iniciais do aparelho respiratório, muco -purulentas (viscosas, amareladas) comuns nas
sinusites agudas e infecções respiratórias prolongadas.

Avaliar olfato, presença de secreção, corisa, epistaxe, espirro, batimento das asas do nariz.

10. Orelhas
Exame da orelha externa: inicia-se com a inspeção.
Pavilhão auricular: as orelhas são posicionadas quase verticalmente, alinhadas com os olhos,
formatos similares e proporcionais ao tamanho da face. Observar a movimentação da pele
atrás e na frente das orelhas, além da c artilagem, para que se determine a existência ou não
de sensibilidade.
Alterações: anomalias congênitas (de forma e de implantação) e adquiridas (cor, lesões, etc).
Orelha externa: para avaliá -la utiliza-se o otoscópio.O exame realiza -se da seguinte maneira:
a. Selecione um espéculo auricular de calibre apropriado ao cliente e adapte -se ao
otoscópio.
b. Tracione suavemente o pavilhão auricular para cima e para trás, estando a cabeça do
cliente levemente inclinada para o lado oposto.
c. Sustente o otoscópio com a outra mão e introduza suavemente e progressivamente
no orifício do canal auditivo externo.
d. Vá observando a medida que introduz o aparelho.
No canal auditivo externo encontra -se: cerume (geralmente de cor amarelo à marrom), pele
íntegra, pêlos, sensibilidade normal à tração e pressão pré -auricular. Membrana timpânica (cor
branca - nacarada) onde são observados: cone luminoso (reflete a luz), umbigo e cabo do martelo.

Alterações: acúmulo de ceru me, processos inflamatórios (dor à tração e pressão pré-auricular),
corpos estranhos, secreções, lesões, edema, retrações, perfurações e cicatrizes.
Será avaliado a função de condução ou transmissão das ondas sonoras. Utiliza -se: relógio,
voz falada e sussurrada e provas de Weber e Rinne.
A acuidade auditiva superficial ou capacidade para ouvir e discriminar sons, pode ser avaliada
fazendo-se o teste da voz ou o teste do tique -taque do relógio.
Teste da voz falada:
a. O cliente deve estar sentado, olhando para frente.
b. O examinador fica ao lado do cliente fala próxi mo ao seu ouvido
c. Depois se afasta 50cm e fala
d. Repetir com o outro ouvido
Teste da voz sussurrada:
a. Cliente sentado e olhando para frente
b. O examinador sussurra próximo ao ouvido do cliente
c. Afasta-se 40 cm do cliente e sussurra
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 127

d. Repetir com o outro ouvido


Teste do tique-taque do relógio:
a. Cliente sentado, olhando para frente.
b. O examinador coloca o relógio próximo ao ouvido do cliente
c. O examinador afasta 90 cm o relógio do ouvido do cliente
d. Repetir com o outro ouvido.
O resultado é expresso em fração, cujo deno minador é a distância que o som é ouvido por
uma pessoa normal e o numerador é a distância que o som é ouvido pelo cliente.
Valores normais: relógio 90cm/90cm; vos falada: 50 cm / 50cm; Voz sussurrada: 40cm/40cm.
Alteração: quando o som não é ouvido a uma distância inferior ou igual à considerada normal.
Para realização das provas de Weber e Rinne, necessita -se do uso do Diapasão de 512 ou
1024Hz.
Prova de Weber
a. Vibrar o diapasão
b. Colocá-lo no ápice do osso frontal verticalmente
c. Pedir ao cliente que assinale se as vibrações são "ouvidas" igualmente em ambas as orelhas
ou se há lateralização, isto é, o som é ouvido de forma mais clara no ouvido com pedra
auditiva por condução. Caso haja lateralização pode ser: por alteração de condução do
ouvido na qual ocorreu a lateralização. Causa: obstrução do canal auditivo externo; pela
percepção do som no ouvido contrário aquele na qual ocorreu a lateralização. Causa: lesão
do nervo auditivo.
Prova de Rinne
a. Coloque a diapasão vibrando sobre a apófise mastóide
b. Peça ao cliente que informe quando deixar de "ouvir" a vibração e move -se ao diapasão a
2cm do orifício do canal auditivo externo. Pede para avisar quando deixar de escutar.
c. Repetir do outro lado.
Na prova de Weber o normal é que não haja lateralização. Na pr ova de Rinne o normal é que
a condução aérea seja maior que a condução óssea. Se houver distúrbio de condução o cliente não
escuta pela via aérea. Se for de percepção estarão diminuídas ou abolidas ambas as vias.
Avaliar ainda quanto a otorragia, zumbido s, estalos, aparelho de auxílio a audição, surdez.

9. Boca
A boca é limitada anteriormente pelos lábios, inferiormente pelo assoalho da boca, onde
repousa a língua. As bochechas representam os limites laterais, o teto é formado pelos palatos duro e
mole. Os pilares anteriores e a úvula formam o limite posterior.
Lábios - são formados pela transição pele / mucosa umedecidos pela saliva. Devem variar de
rosado a acastanhado.
Analisa-se cor, características morfológicas.
Alterações: cianose ou palidez, queilose (rachadura das comissuras labiais (na presença de
pus, denominado queilite, associado a avitaminose), sangramentos, edema alérgico, lábio leporino,
herpes, ressecamento.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 128

Cavidade bucal - para avaliá-la é necessário retirar próteses, abaixador de língua e fonte de
luz. Utiliza-se a inspeção e quando necessário da palpação. Examina -se:
Dentes - fase transitória com 20 dentes e completa -se com aproximadamente dois anos e
meio. Com 20 anos completa -se a fase permanente com 32 dentes. Avalia -se o número,
estado dos dentes, implantação, cor, higiene.
Alterações: ausência, condições de higiene, cáries e uso de prótese dentária.
Bochechas e gengivas - as bochechas tem coloração de um vermelho mais vivo. A gengiva é
formada por tecido fibroso denso rec oberto de mucosa pálida. Alterações: edema e coloração
vermelho-escura (associada a acúmulo de tártaro ou avitaminose C), estomatites (inflamação
da mucosa que evolui com eritema, ulceração, exsudação e cicatrização).
Língua - situa-se medialmente, musculatura recoberta de mucosa úmida avermelhada
possuindo papilas em seu dorso. As filiformes estão concentradas nas laterais, os
fungiformes no ápice e as valadas (de 7 a 12) no "V" lingual. Para avaliá -la, observe-a em
três posições: repouso, para fora e toc ando o palato duro. Verificando em todas estas
posições: localização, tamanho, cor, umidade, movimento e lesões da língua.
Alterações: língua saburrosa (camada esbranquiçada que surge na ausência de mastigação
por 24 horas), língua seca e acastanhada (ap arece na desidratação associada a acidose metabólica),
glossite.
Palato duro e mole - são róseos a vermelhos com linhas simétricas.
Pilares ou arcos anteriores e posteriores - é o local onde se aloja as tonsilas.
Tonsilas - muitas vezes não são visíveis. Avalia-se a integridade e aspecto das mesmas.
Alterações: angina purulenta, faringite, halitose.
Úvula - é rósea, está localizada na linha média e com forma de cone.

Avaliar ainda quanto a presença de hematêmese, afta, sangramentos localizados,


estomatorragia, ulceração, sialorréia, disfagia, dificuldade de mastigação, ausência de sensação
gustativa, mastigação dolorosa, prótese dentária, ausência de dentes, cáries, halitose, disfasia,
afasia, dislalia, rouquidão, herpes labial, estomatite, escarro;

PESCOÇO

O pescoço é o apoio à cabeça em um alinhamento intermediário. Os pontos de referência do


pescoço são os principais músculos da região cervical - esternocleidomastóideo e trapézio. Estes
dividem o pescoço em: regiões anterior, lateral e posterior . O exame do pescoço deve avaliar: pele e
musculatura, cadeias ganglionares (linfonodos), traquéia, tireóide, mobilidade, vasos angüíneos
(jugulares e carótidas).
O pescoço tem uma forma cilíndrica, regular (sem abaulamentos e depressões) e grande
mobilidade (ativa e passiva), livre e indolor. Utiliza -se em seu exame a inspeção e a palpação.
Além de seguir o roteiro normal, deve verificar a presença de sinais flogísticos e fístulas nas
áreas dos linfonodos e glândulas salivares.
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Pele, Forma e volume - apresentam variações conforme o biótipo. As alterações são


decorrentes de aumento da tireóide, linfonodos, parótidas e tumores.
Mobilidade - tem amplitude de 180º, executa movimentos de flexão, extensão, rotação e
lateralidade. Observa-se a existência de contratura, resistência e dor. A alteração mais
comum é o torcicolo (dor e dificuldade na movimentação). Pode -se encontrar a rigidez de
nuca.
Turgência das jugulares - normalmente não são distendidas quando se está em posição
sentada. A parir de 30º pod em tornar-se visíveis, mas não pulsáteis.
A alteração é a distensão das veias na posição sentada, dado importante no diagnóstico de
hipertensão venosa central, um dos sinais de insuficiência ventricular direita.
Traquéia- Deve mostrar-se no centro do pescoço, na linha média. Avaliar presença de
traqueostomia.
Cadeias Ganglionares - nos adultos geralmente não são palpáveis, exceto em indivíduos
extremamente magros (palpam -se pequenas massas móveis). Para avaliá -la é necessário
saber a posição anatômica do s principais linfonodos: occipitais, parotidianos (pré e infra -
auriculares), submentonianos, cervicais (superficiais e profundos), auriculares posteriores ou
retroauriculares, submaxilares ou submandibulares, supraclaviculares.
Os linfonodos são avaliados quanto: localização, consistência, mobilidade, alterações da pele
(presença de sinais flogísticos e fistulização), sensibilidade, tamanho ou volume.
Tireóide - normalmente não é palpável, exceto em indivíduos muito magros. Tem volume,
consistência, temperatura, mobilidade normal e é indolor. Para realizar o exame da tireóide o
cliente deve estar sentado de modo que seu pescoço fique na altura dos cotovelos do
examinador, quando estiver de pé. O exame é realizado de 2 maneiras:
a. De frente - o cliente inclina a cabeça para a direita, enquanto os polegares do
examinador palpam a glândula do lado direito. O exame é repetido do outro lado.
b. Por trás - desta maneira irá confirmar o que foi verificado na posição anterior. A
cabeça do cliente deve ser inclinada li geiramente para o lado. As mãos e os dedos do
examinador rodeiam o pescoço do cliente, ficando os polegares fixos na nuca. O lobo
direito é palpado pela mão esquerda, enquanto a mão direita afasta o
esternocleidomastóideo. O lobo esquerdo é o contrário.
É avaliado o volume, consistência, mobilidade, superfície (lisa, nodular, irregular),
temperatura da pele e sensibilidade.

EXAME FÍSICO DO TÓRAX

O tórax é a cavidade cercada pelas costelas e pela coluna vertebral. Trata -se da região em
que estão localizados os pulmões e o coração. O exame físico do tórax tem como objetivo o estudo:
mamas, pulmões, coração e coluna vertebral.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 130

Pontos de referência anatômica


Ângulo de Luis (localiza-se na junção do manúbio com o corpo do esterno, identifica o 2º.
Espaço intercostal e corresponde à bifurcação da traquéia).
Costelas e espaços intercostais
Clavículas
Apêndice xifóide
Ângulo de Charpy (utilizando para avaliação do biótipo. Nos normolíneos 70 a 80º, nos
longilíneos - menos que 90º e nos brevelíneos - maior que 80º.
Ângulo da escápula (delimitação inferior da região escapular).
Espinha da escápula.
Apófise espinhosa (corresponde à 7º. vértebra cervical).
Rebordos costais

Linhas torácicas : Médio esterna, Hemiclacivular direita, Hemiclavicular esquerda , Axilar média, Axilar
anterior, Axilar posterior , Médio espinhal, Escapular direita, Escapular esquerda, Para -esternal
direita, Para-esternal esquerda.

Regiões torácicas: Esternal, Supraclavicular, Mamária, Inframamária, Axilar, Infra -axilar, Espinhal,
Infra espinhal, Interescapular, Escapular direita, Escapular esquerda, Supra espinhal, Infra -escapular
direita, Infra-escapular esquerda.
As linhas e as regiões torácicas são importantes, pois esta servem de descrição topográfica
dos achados do exame da parede torácica.

Inspeção do Tórax
Inspeção estática - realiza-se uma observação comparativa do hemitórax seguindo uma ordem:
anterior, lateral e posterior. O cliente deve estar sentado ou em pé. Observa -se os seguintes pontos:
Forma - os dois hemitórax são simétricos, sendo o direito um pouco mais desenvolvido.
Há 3 formas limites do tórax normal conforme o biótipo. O tórax tem o diâmetro ântero -
posterior (DAP) menor que o diâmetro transverso (DT). O DT deve ter até o dobro do DAP variar
conforme a idade.
Tipos patológicos de tórax - pode haver variações na aparência do tórax em conseqüência de
anomalias musculoesqueléticas, doenças cardíacas ou respiratórias ou trauma.
a. Enfisematoso ou em tonel - O diâmetro ântero-posterior é aproximadamente igual ao
diâmetro transverso. Ex.: enfisema pulmonar.
b. Em quilha ou peito de pombo - o esterno é proeminente e desviado anteriormente.
Defeito congênito.
c. Sapateiro ou peito escavado - Há uma depressão na porção inferior do esterno. Pode
ser congênitou ou devido ao raquitismo.
d. Chato - O diâmetro ântero-posterior é bem menor que o diâmetro transverso. Defeito
congênito ou doença caquetizante.
e. Em sino - Comum nas asceites ou hepatoesplenomegalias.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 131

f. Cifoescoliótico ou escoliótico - Defeito congênito ou adquirido por tuberculose,


raquitismo, traumatismo, poliomielite, etc.
Normal não há abaulamentos e retrações na região torácica. Sua presença é sugestiva de
patologias.

Problemas de enfermagem:

Abaulamentos unilaterais - derrame pleural, escoliose acentuada, pneumot órax, má


formação, trauma, etc.
Abaulamentos localizados - hipertrofia cardíaca, tumores, má formação, trauma, etc.
Abaulamentos expiratórios - verifica-se na fossa supra-clavicular.
Sinal de ancoragem - o cliente para respirar utiliza dos músculos aces sórios
(esternocleidomastóideo e escaleno). O cliente fica sentado com os membros superiores ao
lado do tórax, apoiados no leito.
Posição de assobio - o tempo expiratório é forçado, o cliente prolonga a expiração ao mesmo
tempo que aperta os lábios, deixa ndo apenas uma fenda central.
Retração inspiratória ou tiragem - diminui a expansibilidade torácica, há acúmulo de secreção
nos pulmões.
Depressões do hemitórax - quando há lesões fibróticas do pulmão o cliente respira há
depressão no hemitórax.

Exame dos Pulmões

Inspeção dinâmica - na inspeção dinâmica verifica -se:


Freqüência respiratória: o seu valor varia conforme a idade, nível de atividades físicas e
estado emocional. O normal no adulto é de 16 a 20 incursões por minuto - eupnéia.
Problemas de enfermagem: taquipnéia (aumento da freqüência respiratória), bradipnéia
(diminuição da freqüência respiratória) apnéia (ausência da freqüência respiratória).
Tipo respiratório - Verifica-se a movimentação do tórax e abdome. Normal: há 3 tipos
respiratórios: respiração torácica (comum nas mulheres), respiração abdominal e respiração
tóraco-abdominal (comum em homens).

Problemas de enfermagem:
A troca do tipo de respiração é importante em paciente com nível de consciência deprimido
respiração tipo torácica em homens com abdome agudo e respiração abdominal em mulheres com
pleurites.
Ritmo - para analisá-lo deve-se desviar por no mínimo 2 minutos a seqüência, a forma e a
amplitude das incursões respiratórias. A inspiração dura aproximadamente a metade da
expiração.
Problemas de enfermagem: Cheyne Stokes, Kussmal, Biot.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 132

Palpação - investiga-se:
Expansibilidade torácica - a expansibilidade torácica é igual em regiões simétricas, pode
variar com o sexo (sendo mais nítida nas bases no homem e nos ápices nas mul heres).
Manobra de Ruaut - para avaliar os ápices pulmonares, coloca -se as mãos nas fossas supra -
claviculares e os dedos polegares unindo formando um ângulo. O normal é observar a
elevação das mãos na inspiração profunda.
Manobra para parte média e base pulmonares - as duas mãos do examinador abarcam cada
hemitórax, com os polegares. O normal é observar o afastamento dos polegares
aproximadamente de 3 a 4 cm com simetria.
Problema de enfermagem : assimetria unilateral com aumento e/ou diminuição dos movim entos
respiratórios. Ex.: derrame pleural, pneumonia, dor pleural, obstrução brônquica; Assimetria bilateral.
Ex.: enfisema pulmonar.

Percussão
Utiliza-se a percussão dígito-digital, onde o cliente é colocado sentado ou deitado, percute -se
a face posterior, anterior e laterais do tórax. O som normal é o claro pulmonar. Problemas de
enfermagem: som timpânico, hipersonoridade, submaciez e maciez.

Ausculta
Faz-se ausculta do tórax, estando o cliente sentado com o tórax descoberto. Solicite ao
cliente que respire mais profundamente com os lábios entreabertos, sem fazer ruídos. O trânsito de ar
pelo trato respiratório na inspiração é capaz de produzir três tipos de sons normais da respiração:
Bronquial, traqueal, brônquico ou tubular - audível sobre a traqué ia, é um ruído intenso (como
se assoprasse dentro de um tubo). A fase inspiratória dura a metade da fase expiratória.
Bronquiovesicular - é uma combinação de som traqueal e murmúrio vesicular. Audível na
área de projeção da traquéia e brônquios maiores, na s regiões infra-claviculares,
interescapular (regiões apicais dos pulmões, especialmente à direita). Igual intensiddae em
ambas as fases do ciclo respiratório.
Vesicular ou murmúrio vesicular - é produzido pela turbulência do ar ao entrar nos
bronquíolos e alvéolos. É um som de tom baixo, mais intenso e de duração maior na
inspiração do que na expiração (quase não se ouve). Audível em todos os campos
pulmonares.
Problemas de Enfermagem : encontramos os ruídos adventícios que são verificados em processos
patológicos que comprometem a árvore brônquica. Podem ser classificados em:
a. Estertores secos
Roncos - são secreções espessas nos grandes brônquios. São sons não tão altos,
contínuos, escutados nas vias aéreas maiores.
Sibilos - são secreções espessas n os brônquios secundáriose bronquíolos, mais
intenso na expiração. Ex.: bronquite, crises asmáticas, bronco -espasmo.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 133

Crepitantes - são ruídos finos, homogêneos, mesma altura, timbre e intensidade.


Auscultado na fase inspiratória, modifica -se com a tosse. Ex.: pneumonia, edema
agudo (fase inicial).
Subcrepitantes ou bolhosos - são ruídos mais grossos e de tonalidade mais grave,
diferente quanto a tonalidade e timbre. Auscultado no final da inspiração e início da
expiração, não se modifica pela tosse . Ex.: bronquites, pneumonia,
broncopneumonias.
b. Atritos pleurais - são sons do tipo fricção ou grosseiros, causados por duas
superfícies pleurais ressecadas que se movimentam uma sobre a outra.
Avaliar oxigenoterapia, tosse (seca, cheia, produtiva), hemo ptise, secreção traqueobrônquica.
Exame do Coração
É necessário conhecer a projeção do coração e os grandes vasos da base na parede
torácica.
Borda direita - Veia cava superior e o átrio direito (borda esternal direita).
Borda esquerda - Artéria aorta artéria pulmonar e ventrículo esquerdo (borda esternal
esquerda).
Realiza-se a inspeção e palpação simultaneamente. O cliente deve estar em decúbito dorsal
elevado a 30º e o examinador do lado direito ou esquerdo. Investigam -se:
Abaulamentos, depressões o u achatamentos pré-cordiais (olhando de maneira tangencial e
frontal).
Análise do ictus cordis ou choque da ponta ou ponto de impulso máximo (PIM) ou ponto
apical. Varia de acordo com o biótipo, localiza -se no cruzamento da linha média clavicular
esquerda com o 4º. ou 5º. espaço intercostal. Consiste em um impulso normal, periódico e
circunscrito, sentido como uma pulsação suave de 1 a 2 cm de diâmetro. Este pode alterar
sua localização em estado patológicos e fisiológicos. Os fisiológicos são:normolíneos - 4º
espaço intercostal esquerdo, 6 a 10 cm da linha médio esternal, brevelíneos - 4º espaço
intercostal esquerdo, a mais de 8 cm da linha médio esternal, longilíneos - 5º espaço
intercostal esquerdo, a menos de 8 cm da linha médio esternal.
Nas patologias pode estar desviado ou ausentes. Em deformidades da caixa torácica,
derrames pleurais ou pericárdicos e tumores.
Pulsações epigástricas - podem ser vistas ou palpadas, correspondendo à transmissão na
parede abdominal das pulsações aórticas. Problemas: q uando estas pulsações forem
intensas, por hipertrofia ventricular direita.
Pulsações supra esternal ou na fúrcula esternal - podem aparecer e dependem das
pulsações na croça da aorta. Problema: quando estas aparecem intensas por hipertensão
arterial,aneurisma aórtico, insuficiência aórtica, hipertireoidismo.

Ausculta
Pode ser realizada com o cliente em várias posições: deitada, em decúbito lateral, sentado ou
em pé. Os focos de ausculta são: Mitral (FM) - localiza-se na sede do ictus cordis, Aórtico (FA o) -
localiza-se no 2º espaço intercostal direito na linha paraesternal, Aórtico acessório (FAA) - localiza-se
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 134

no 3º espaço intercostal esquerdo na linha paraesternal (ponto ERB), Pulmonar (FP) - localiza-se no
2º espaço intercostal esquerdo na linha parae sternal, Tricúspide (FT) - localiza-se na base do
apêndice xifóide.
A ausculta cardíaca começa no foco apical e vai ao longo da borda esternal esquerda até o
foco aórtico e pulmonar. Após, coloca -se o cliente em decúbito lateral esquerdo e ausculta o foc o
mitral à procura de sopro ou ritmo trípices. Devemos observar:
Ritmo: Classificando-o em regular ou irregular.
Freqüência - número de batimentos cardíacos em 1 minutos.
OBS.: É importante a contagem simultânea do pulso apical (ictus cordis) e do pulso r adial, pois em
determinadas patologias poderá haver variação de um pulso para o outro.
Bulhas cardíacas
1ª. Bulba (B1) - Corresponde ao fechamento das valvas mitral e tricúspide. Melhor ouvida no
ictus cordis (ápice cardíaco).
2ª. Bulba (B2) - Corresponde ao fechamento das valvas aórtica e pulmonar, timbre mais
agudo, duração menor que a 1ª. Bulba (melhor ouvida nos focos aórtico e pulmonar - base do
coração).
Arritmias cardíacas - é quando há alteração no ritmo, freqüência ou ambos.
Pulso - Ao verificarmos o pulso do paciente, observar: Forte, fraco, lento, palpável,
impalpável. Ritmo: Intermitente, regular, irregular, alternante, agitado, normal, lento, rápido,
dicrótico. (que apresenta 2 vibrações na pulsação). Se apresentar digeminado (com 2
batimentos seguidos de uma pausa), trigeminado (3 batimentos seguidos e uma pausa), em
martelo d'água ou pulso de Corrigan (batimentos violentos, seguidos de colapso súbito). A
tensão, se esta elevada, baixa, moderada, artérias duras ou espessas, elásticas. A
velocidade esta normal, diminuída (bradisfigmia), acelerada (taquisfigmia).

Exame da Coluna Vertebral

A coluna vertebral para o exame físico divide -se em: cervical, torácica, e lombossacra. O
cliente deve estar em pé com os pés um pouco separados, membr os superiores ao lado do corpo.
Observam-se:
Face anterior
Face lateral - onde são observadas as curvaturas normais: lordose cervical, cifose dorsal e
lordose lombar.
Face posterior - é observada através de uma linha imaginária que passa nos ombros, pont as
escapulares, cristas ilíacas, pregas glútea e poplíteas, que deve estar no mesmo nível.
Depois imagina-se uma linha vertical, ligando as apófises espinhosas seguindo a linha
interglútea.
Problemas: lordose (condição em que a curva lombar natural da e spinha se mostra exagerada),
cifose (é um aumento na curvatura da área torácica) e escoliose (curvatura lateral pronunciada da
espinha).
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 135

Exame das Mamas

Utiliza-se a inspeção e palpação. Faz-se a inspeção estática e dinâmica. A cliente deve estar
sentada ou em pé, com os braços ao longo do corpo. Inspeciona: tamanho e simetria, contorno,
textura, características da pele.

Palpação

A cliente deve estar em decúbito dorsal com os braços levantados e as mãos na nuca com o
travesseiro sobre os ombros. Pa lpa-se utilizando as polpas dos dedos anular, indicados e médio em
movimentos circulares, comprimindo delicadamente o tecido mamário contra a parede torácica.
Deve-se encaminhar de modo sistemático, investigando a elasticidade e consistência dos
tecidos, resposta a estímulos, táteis, sensibilidade dolorosa, presença de massas. Faz -se em seguida
a expressão do mamilo verificando a saída de secreção ou não.
Mamas - o tamanho varia entre as mulheres, são relativamente simétricas. Tem forma
arredondada, textura macia, superfície lisa sem depressões ou abaulamentos. A consistência
e a elasticidade vão desde o tecido firme e elástico ao flácido e macio. Problemas: sinais
inflamatórios, retração da pele, assimetria mamária, nódulos, edema, lesões e ulcerações,
hipersensibilidade e dor.
Mamilos e aréolas - são simétricos, arredondados ou ovalados e superfície contínua. São
evertidos, não apresentam secreções e possuem capacidade erétil. Problemas: assimetria,
retração da aréola ou do mamilo, inversão mamilar, dren agem de secreção, edema,
ulcerações, fissuras, hipersensibilidade, ausência de ereção aos estímulos.
Axilas - Palpa-se a axila após cada exame das mamas. Os gânglios axilares não são
palpáveis. Os linfonodos supra e infra claviculares devem ser palpados. Problemas: erupções
da pele, pigmentação incomum, nódulos sensíveis e sem mobilidade, sinais flogísticos.

EXAME FÍSICO DO ABDOME

Divisão do Abdome

Parede Anterior
1.Hipocôndrio Direito
2.Epigástrio
3.Hipocôndrio Esquerdo
4.Flanco Direito
5.Mesogástrio ou umbilical
6.Flanco Esquerdo
7.Fossa Ilíaca Direita
8.Hipogástrio
9.Fossa Ilíaca Esquerda
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 136

A maioria dos órgãos gastrintestinais e acessórios para a digestão situam -se no abdome.
Para o exame abdominal devemos reconhecer.
a) Pontos de referência anatômica: rebordo costal, crista ilíaca, prega inguinal, cicatriz
umbilical.
b) Divisão do abdome em regiões - A divisão do abdome pode ser em quadrantes ou em
regiões. Para se dividir em quadrantes utiliza -se imaginar uma linha vertical e uma horiz ontal que se
cruzam perpendicularmente na cicatriz umbilical, obtendo: quadrante superior esquerdo, quadrante
superior direito, quadrante inferior esquerdo, quadrante inferior direito.
Para a divisão em regiões utilizam -se traçar as seguintes linhas: uma de cada lado do
abdome partindo do meio da clavícula, uma biilíaca, duas curvas que acompanham os rebordos
costais a partir da base do apêndice xifoide até as linhas axilares médias. Obtêm -se assim nove
regiões: hipocôndrio direito, flanco direito, fossa ilíaca ou região inguinal direito, epigástrica
mesogástrica, hipogástrica, hipocondrio esquerdo, flanco esquerdo, fossa ilíaca ou região inguinal
esquerda.
c) Projeção dos órgãos na parede abdominal
d) Exame físico
A realização do exame abdominal deve ter a seguinte ordem: inspeção, ausculta, percussão e
palpação.

Inspeção
O abdome é plano, apresentando ligeira depressão na parte superior e uma ligeira
proeminência na inferior. Sua rede venosa superficial não é visível. A pulsação mediana supra
umbilical da aorta abdominal é somente observada em indivíduos magros. Investiga -se:
Forma e volume - variam de acordo com a idade, o sexo e o estado de nutrição do cliente.
Problemas de enfermagem: abdome globoso (abscesso, abdome agudo), abdome em
batráquio (ascite), abdome em avental (obeso), retraído ou escavado (Desidratação de 3º.
Grau, caquexia), abdome pendular (visceroptose).
Abaulamento localizado - distensão dos segmentos do tubo digestório, visceromegalias
acentuadas, tumores, hérnias, etc.
Pele - cicatrizes, lesões.
Pêlos
Cicatriz umbilical - É mediana, simétrica, com depressão circular ou linear e entre a distãncia
xifopubiana. Problemas de enfermagem: protrusão, deslocamento para cima, baixo ou
lateralmente, tumorações (inflamatórias, neoplás icas), coloração azulada ou amarelada
periumbilical, hérnias (manobra da tosse).

Ausculta
Precede a palpação e a percussão pois estas podem alterar os sons intestinais. Ausculta -se
sempre nos 04 quadrantes, um mínimo de 15 segundos em cada um. O som au scultado é
denominado de ruídos peristálticos ou hidroaéreos (RHA). O normal é escutar 05 ruídos por minuto
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 137

ou no mínimo um a cada dois minutos. Temos o peristaltismo normal, aumentado, diminuído ou


ausente. Problema de enfermagem: borborigno, íleo paralít ico.

Palpação
Antes de realizá-la deve-se prestar atenção aos seguintes pontos:
Observar se há dor
Fazer inicialmente palpação superficial
Aproveitar a fase inspiratória para aprofundar mais a palpação
Distrair a atenção do cliente, para relaxá -lo
Observar suas reações
Verificar sensibilidade, mobilidade, consistência dos órgãos
Sempre observar uma ordem a palpar.
O peritôneo é indolor podendo ocorrer contrações involuntárias devido as mãos frias,cócegas.

Palpação superficial - Verifica-se:


Parede abdominal - observa-se: espessura, turgor. Pode estar aumentada (edema,
adiposidade), diminuída (desnutrição, desidratação), flácida (aumentos repetidos do abdome).
Tensão da parede
Soluções de continuidade da parede: hérnias, abaulamentos da parede.
Sensibilidade.

Palpação profunda
Em seguida a palpação superficial, aumentando gradativamente a pressão exercida pela mão
que palpa. É empregada para palpar as vísceras, massas ou tumores. Se encontrar tumores verificar
a localização, volume, forma (mali gnos são irregulares e os benignos são mais regulares),
consistência (malignos são mais duros), sensibilidade (malignos são geralmente indolores),
mobilidade (malignos são geralmente fixos).
Sinal de irritabilidade peritoneal: Sinal de Blumberg ou de desc ompressão dolorosa.
Exame dos órgãos:
a. Estômago - é de difícil palpação, é indolor e se houver hipersensibilidade pode ser
por afecção gástrica.
b. Ceco e apêndice - o apêndice é de difícil palpação e é indolor. Localiza -se no ponto
de McBurney. Problema de en fermagem: apendicite. Sinais e sintomas de apendicite:
c. Sinal de Rovsina - é a mobilização de gases para o ceco, se houver dor rovsing +
d. Blumberg + no ponto de McBurney
e. Sinal de Psoas - Diferença da temperatura axilar e retal igual a 1ºC
f. Fígado - não é palpável, técnicas para palpá -lo: simples e bimanual, em garra
(método de Mathieu).
g. Baço - no adulto não é palpável, técnica para palpá -lo: em decúbito dorsal, posição
de Shuster.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 138

h. Rins - são indolores, duros, de consistência firme, superfície lisa e regula r. O rim
direito é mais baixo que o esquerdo, por isto é, mais fácil ser palpado. Sinal de
Giordano.
i. Bexiga - não é visível e nem palpável.
j. Reto - examina-se a região anal e perianal. O ânus é fechado em diafragma por
pregas cutâneas radiadas e suaves. Par a examiná-la faz-se o toque retal. O cliente
se posiciona (posição litotômica), examina -se com a polpa digital a pele perianal a
procura de lesões, hemorróidas, fissuras. Com o toque retal observa -se o esfíncter
anal, sensibilidade, secreções, fecaloma, et c.

Percussão
O som predominante é o timpanismo, próprio das vísceras ocas. Os som variará conforme o
tamanho das vísceras, a quantidade de sólidos, líquidos e gases.
Avaliar ainda: bulimia, náusea, vômito, pirose, eructação, hematêmese, flatulências ,
colostomia, gastrostomia.

REGIÃO SACRO-GLÚTEA – musculatura, deformidades, escaras.

EXAME FÍSICO DA GENITÁLIA FEMININA


A Genitália feminina compreende a vulva, formados pelos grandes lábios, pequenos lábios,
clitóris, meato da uretra, glândulas Skene, intróito vaginal, hímen, glândulas e ducto de Bartolini,
períneo, vagina, útero e os anexos (tuba uterina, ligamentos e ovários).
O exame físico é realizado inspeção, palpação, percussão e ausculta. A cliente deve ser
colocada em posição ginecológica.

Inspeção
Observa a morfologia, trofismo, à presença ou não de lesões e a distribuição de pêlos. A
inspeção do orifício vaginal é realizada tracionando os grandes e pequenos lábios para baixo e para
trás e separando no sentido lateral. Observam -se, então, a colocação, o trofismo, amplitude, a
presença e hiperemia dos orifícios glandulares. Problemas: cistocele, retocele, corrimento vaginal e
prolapso uterino.
Órgãos internos: é necessário o espéculo vaginal, que afastará as paredes da vagina,
permiitndo a visualização do colo do útero, e do conteúdo vaginal. Pode -se colher material do
colo do útero e também da vagina quando há secreções ou rotineiramente para prevenção do
câncer uterino (Papa Nicolau). A palpação é realizada enluvada e a bexiga vazia. A prim eira
estrutura a ser palpada é o períneo. Depois penetrando mais a mão palpa -se o colo do útero,
investigando sua consistência e formato. Para palpar os outros órgãos deve se usar a
palpação bimanual, isto é, a outra mão é pousada sobre o abdome para auxil iar a mão que
está na vagina.
Avaliar ainda metrorragia, hemorróidas, fissuras, prurido.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 139

EXAME FÍSICO DA GENITÁLIA MASCULINA


A Genitália masculina compreende o pênis, bolsa escrotal, testículos, epidídimos, o cordão
espermático, a próstata e as vesícul as seminais. A uretra é uma estrutura comum aos aparelhos
urinário e genitla. Devem-se avaliar as regiões inguinais, linfonodos, região perineal e pélvica. É
utilizada a inespeção, palpação e transluminação. O cliente pode estar de pé ou decúbito dorsal
horizontal.
O cliente pode estar de pé ou decúbito dorsal horizontal.
Pênis: prepúcio: ao ser tracoinado permite a exposição completa da glande. Problemas:
fimose, parafimose, lesões e ulcerações.
Glande: há um sulco que secreta uma secreção gordurosa (e smegma). Problemas: acúmulo
de esmegma (balanite), lesões devido as DST ou carcinomas, área de endurecimento fibroso.
Meato uretral: localizado na ponta da glande. Problemas: estenose, hipospádia e epispádia.
Uretra: não é dolorida a palpação, não existe drenagem de secreção no momento da
expressão da uretra. Problemas: palpação dolorosa (uretrite), drenagem de secreções
(infecções), áreas endurecidas, estenose de uretra.
Escroto: observa-se a simetria da pele, úlceras, presença dos testículos e massas esc rotais.
Problemas: escoriações da pele, lesões, dor, massas, nóduos, assimetria, neoplasias,
edemas, varicocele, hidrocele, hérnias, criptorquidias.
Períneo: é simétrico e sem lesões. Problemas: lesões e DST.
Próstata: é examinada pelo toque retal. É palpa da sobre a superfície ventral da parede retal.
Quando há queixa de fenômenos urinários irritativos: disúria, polaciúria, estrangúria,
associados à diminuição da força do jato urinário, isto é, denominado de prostatismo
(decorrente de uma hiperplasia e prós tata).

EXAME FÍSICO DOS MEMBROS


O cliente a se examinado deve encontrar -se de pé, decúbito dorsal horizontal, ou sentado.
Utiliza-se a inspeção, palpação e movimentação simultaneamente, observando:

Ossos: devem ser simétricos e alinhados.


Problemas: deformação com angulação para dentro:genu valgo, coxa valgo e hálux valgo,
Deformidade com angulação para fora: geno varo, coxa vara, perna vara, pé varo e hálux varo,
Deformações localizadas e associadas a sinal flogístico: abscesso, tumor e fraturas, Defe itos ósseos.
Amputação
Músculos: variam conforme o tipo físico e atividade de cada cliente. Mede -se a circunferência
bilateral para avaliar o grau de massa muscular. Problemas: alteração da massa muscular
(distrofia, atrofia ou hipertrofia), agenesia, absc esso, nódulos, tumores.
Tônus muscular: hipertonia (rigidez) e hipotonia (flacidez).
Motilidade: Involuntária: tremores, tiques e miastemia
Plegias: hemi, mono, para e tetra.
Paresias: hemi, mono, para e tetra.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 140

Força muscular: é maior do lado dom inante, está diretamente ligada ao sexo, idade e
condicionamento físico. Avalia -se em movimento contra resistência. Problemas: algia (contraturas e
distensões) e fraqueza muscular.
Articulações: avalia-se em relação à amplitude dos movimentos ativos e pas sivos e condições
dos tecidos circundantes.
Limitação do movimento: artrite reumatóide, osteoporose, inflamações dos tecidos
periarticulares, contusão e entorse.

Inflamação: sinovite, bursite e febre reumática.


Deformidade: contratura, luxação,artri te reumatóide, fratura e artropatia degenerativa.
Alterações de movimentação: paralisia, mioclonia e tetania, prótese;
Nódulos.
Artralgia.
Rede venosa: para realizar o exame é necessário garrotear o membro, avaliando a presença
de varizes e edema, perfusão sanguínea periférica.
Número de dedos das mãos e pés.
Pele-dormência, unhas (sujidade, ausência, onicofagia, abaulamento, processos infecciosos),
escaras (região posterior do cotovelo, região dos calcâneos);
Marcha - tremores
Pulsos

POSIÇÕES PARA EXAMES

Há diferentes posições com a finalidade de proporcionar conforto, realizar exames físicos,


tratamentos e cirurgias.
A posição em que o paciente deverá ser colocado é determinada pelo tio de exame a ser
feito. De acordo com a região a ser examinad a, a enfermagem deve ajudar o paciente a adotar a
posição específica, de modo a facilitar a observação ao examinador e manter o conforto e a
privacidade do paciente.

Decúbito Horizontal / Supina / Decúbito dorsal – O paciente se deita de costas, com


as extremidades inferiores em extensão ou ligeiramente flexionadas, para permitir o
relaxamento dos músculos abdominais. Sobre a cabe ça coloca-se uma ou mais
almofadas, se for necessário maior relaxamento muscular. Os braços se cruzam sobre o
tórax ou são colocados ao longo do tronco. É uma posição para relaxamento e conforto,
usada para o exame físico.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 141

Método:
1. Lavar as mãos;
2. Identificar o paciente e avisá-lo sobre o que será feito;
3. Isolar a cama com biombos;
4. Deitar o paciente de costas com a cabeç a e ombros ligeiramente elevados por travesseiros,
as pernas estendidas;
5. Dar condições necessárias para a expansão pulmonar, não dobrando o pescoç o ou cintura;
6. Manter os membros superiores ao longo do corpo;
7. Deixar o paciente em posição correta para evitar distensão dos tendões da perna;
8. Manter os joelhos ligeiramente fletidos e os pé s bem apoiados;
9. Evitar a queda dos pés equinos;
10. Proteger o paciente sempre com o lençol, expondo apenas o necessá rio;
11. Colocar o paciente em posição confortá vel após o exame;
12. Recompor a Unidade;
13. Lavar as mãos;
14. Anotar no prontuário do paciente.

Posição de Fowler – O paciente fica semi-sentado, com apoio nos joelhos e nos pés. Para
maior comodidade do paciente, elevar a cabeceira da cama em um ângulo de 45º a 90º em
relação ao nível normal do leito. É usada para descanso, conforto, exames e tratamentos do
paciente. Indicações: No caso de pacientes cardíacos e pulmonares, é us ada para facilitar a
respiração; para a alimentação do paciente, pós -operatório nasal, buco-maxilo, cirurgia de
tireóide (tireoidectomia).Há duas variações da posição de Fowler:

o Semi-Fowler – elevação da cabeça e


tórax até formar um ângulo de mais ou
menos 45º em relação ao nível normal do
peito;
o Fowler alta – elevação da cabeça e do
tórax, formando um ângulo de 90º.

Método:
1. Lavar as mãos;
2. Identificar o paciente e avisá-lo sobre o que será feito;
3. Isolar a cama com biombo;
4. Manter o paciente em posiçã o dorsal, semi - sentado, recostado, com os joelhos fletidos,
apoiados em travesseiros ou o estrado da c ama modificado;
5. Elevar a cabeceira da cama mais ou menos em ângulo de 45° ;
6. Elevar o estrado dos pé s da cama para evitar que o paciente escorregue;
7. Verificar se o paciente está confortá vel;
8. Proteger o paciente com lenç ol;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 142

9. Deixar o paciente em posição confortável após o exame ou tratamento;


10. Recolocar o material no lugar;
11. Lavar as mãos;
12. Anotar no prontuário do paciente.

Posição ventral / Prona – O paciente fica deitado sobre o abdome, com a cabeça voltada
para o lado. É usada para exames da coluna ver tebral e da região cervical, para exames e
tratamentos, para injeções intra musculares e para conforto. A posição ventral pode ser:

o Posição ventral de longa duração – os braços ficam fletidos voltados para cima ou
distendidos ao longo do corpo, a cabeça v oltada para o lado, sobre o travesseiro, e
os pés ficam fora da cama ou elevados com travesseiros;
o Posição ventral de curta duração – a cabeça fica voltada para os lados, sem
travesseiro, as mãos pendentes, e os pés sobre a cama.
Método:
1. Lavar as mãos;
2. Identificar o paciente e avisá -lo sobre o que será feito;
3. Isolar a cama com biombos;
4. Deitar o paciente com o abdome sobre a cama ou sobre a mesa de exames;
5. Colocar a cabeça virada para um dos lados;
6. Colocar os braços elevados, com as palmas das mãos apo iadas no colchão, a altura da
cabeça ou ao longo do corpo;
7. Colocar um travesseiro, se necessário , sob a parte inferior das pernas e pés, para evitar
pressão nos dedos;
8. Proteger o paciente com lençol;
9. Colocar o paciente em posição confortá vel;
10. Recompor a Unidade;
11. Lavar as mãos;
12. Anotar no prontuário do paciente.
Obs.: Em alguns casos esta posição é contra indicada: pacientes portadores de incisõ es
abdominais, ou com dificuldade respirató ria, idosos, obesos.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 143

Posição de Sims / Decúbito lateral – O paciente pode ficar deitado sobre o lado direito ou
esquerdo, com um dos membros inferiores fletido fazendo um ângulo agudo em relação ao
outro. Deitar o paciente sobre um dos lados do corpo e colocar -lhe sob a cabeça um
travesseiro, colocar o braço do lado sobr e o qual o paciente está deitado para trás. O corpo
deve ser ligeiramente inclinado para frente, de modo a recair parte do peso do corpo sobre o
peito. O outro braço é colocado em qualquer posição que seja confortável para o paciente.
Posição usada para lavagem intestinal, aplicação de medicamentos por via retal, verificação
de temperatura retal e repouso.

Método:
1. Lavar as mãos;
2. Identificar o paciente e avisá -lo sobre o que será feito;
3. Isolar a cama com biombos;
4. Colocar o paciente deitado do lado esquer do;
5. Aparar a cabeça do paciente sobre o travesseiro;
6. Colocar o braço esquerdo para trás do corpo;
7. Flexionar o braço direito e deixá -lo apoiado sobre o travesseiro;
8. Colocar o membro inferior esquerdo ligeiramente flexionado;
9. Colocar o membro inferior direito fletido até quase encostar o joelho no abdome ;
10. Deixar o paciente sempre protegido com lenç ol, expondo apenas a região necessá ria;
11. Colocar o paciente em posição confortável apó s o exame ou tratamento;
12. Recompor a Unidade;
13. Lavar as mãos;
14. Anotar no prontuário do paciente.

Posição genupeitoral – O paciente se mantém ajoelhado e com o


peito apoiado na cama. Colocar um travesseiro sob o tórax e a cabeça
do paciente. Os braços flexionados repousam sobre a cama, auxiliando
a amparar o paciente. Os joel hos devem estar ligeiramente afastados
um do outro e as pernas estendidas sobre a cama fazendo um ângulo
reto com as coxas. Usada para exames vaginais e retais e, também,
como exercício após o parto para fazer o útero retornar à posição
normal.

Método:
1. Lavar as mãos;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 144

2. Identificar o paciente e avisá -lo sobre o que será feito;


3. Isolar a cama com biombos;
4. Solicitar ao paciente para que fique em decú bito ventral;
5. Apoiar o peito do paciente de encontro com o colchã o ou mesa de exame;
6. Pedir ao paciente para fletir os joelhos;
7. Colocar a cabeça virada para um dos lados, sobre um pequeno travesseiro;
8. Pedir para o paciente estender os braç os sobre a cama, na altura da cabeç a;
9. Solicitar ao paciente para que descan se o peso do corpo sobre a cabeç a, ombros, peito e os
joelhos, formando assim, um ângulo reto entre as coxas e as pernas;
10. Deixar o paciente sempre protegido com lenç ol, expondo apenas a região necessá ria;
11. Colocar o paciente em posição confortável apó s o exame ou tratamento;
12. Recompor a Unidade;
13. Lavar as mãos;
14. Anotar no prontuário do paciente.

Posição ginecológica – O paciente fica deitado de costas, com as pernas flexionadas


sobre as coxas, a planta dos pés sobre o colchão e os joelhos bem afastados um do
outro. Indicações: exame vaginal, exame vulvo vaginal, lavagem vaginal, sondagem
vesical, tricotomia, tratamentos e cirurgias vaginais e retais.

Método:
1. Lavar as mãos;
2. Identificar a paciente, avisando -a que será feito;
3. Isolar a cama com biombo;
4. Colocar a paciente em decúbito dorsal horizontal;
5. Pedir a paciente para flexionar os membros inferiores, colocando os calcanhares na cama;
6. Afastar bem os joelhos;
7. Proteger a paciente com lençol em diagonal, de tal forma que uma ponta fique sobre o peito e
a outra na região pélvica. As outras duas pontas deverão ser presas sob os calcanhares da
paciente;
8. Colocar a paciente em posição confortável apos o exame ou tratamento;
9. Recompor a Unidade;
10. Lavar as mãos;
11. Anotar no prontuário da paciente.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 145

Posição Litotômica – É uma modificação da posição ginecológi ca. A paciente é


colocada em decúbito dorsal, com os ombros e a cabeça ligeiramente elevados. As
coxas, bem afastadas uma da outra, são flexionadas sobre o abdome. As nádegas do
paciente devem ficar um pouco fora da mesa ou do colchão. Usada para parto, op eração
ou exame de vagina, bexiga, períneo e reto.

Posição de Tredelemburg – O corpo fica inclinado, com a cabeça em plano mais baixo
que o restante do corpo, com um declive de 30 a 45º. As pernas podem ficar flexionadas
ou em extensão. Usada para operaç ões da região pélvica, também é indicada para
facilitar drenagem das secreções brônquicas e para melhorar o retorno venoso (varizes,
hemorróidas, hipotensão e choque).

Método:
1. Lavar as mãos;
2. Identificar a paciente, avisando -a que será feito;
3. Isolar a cama com biombo;
4. Colocar a paciente em decúbito dorsal horizontal;
5. Inclinar a cabeceira da cama em â ngulo adequado.
6. Elevar os pés da cama em â ngulo adequado, de forma que a cabeça fique mais baixa em
relação ao corpo.
7. Deixar o paciente sempre proteg ido com lençol, expondo apenas a região necessária;
8. Colocar o paciente em posição confortável após o exame ou tratamento;
9. Recompor a Unidade;
10. Lavar as mãos;
11. Anotar no prontuário do paciente.

Posição ereta / Ortostática / Em pé – Usada para exames par a detectar


certas anormalidades ortopédicas ou neurológicas. O paciente é colocado em
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 146

pé, com o tronco e os braços ao longo do corpo, os pés ligeiramente afastados e o topo da
cabeça paralelo ao teto.

ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Administração de medicamentos é o processo de preparo e


introdução de medicamento no organismo humano, visando obter efeitos
terapêuticos. Essa é uma das atividades de maior responsabilidade da
equipe de enfermagem. Requer conhecimentos de microbiologia, anatomia,
fisiologia, farmacologia e terapêutica médica no que diz respeito a ação,
dose, efeitos colaterais, métodos e precauções na administração de drogas e
de cuidados de enfermagem.

CUIDADOS GERAIS NO PREPARO, DILUIÇÃO, CONTROLE E ADMINISTRAÇÃO DE


MEDICAMENTOS

REGRAS GERAIS:
Todo medicamento deve ser prescrito e assinado pelo médico. Somente em caso de
emergência, a enfermagem pode atender prescrição verbal, que deverá ser transcrita pelo
médico logo que possível.
Nunca administrar medicamento com rótulo ilegível, sem rót ulo ou vencido.
Inteirar-se sobre as diversas drogas, para conhecer cuidados específicos e efeitos colaterais:
melhor horário; diluição (formas, tempo de validade); ingestão com água, leite, suco; antes,
durante ou após as refeições ou em jejum; incompatib ilidade ou não de mistura de drogas.
Tendo dúvida sobre medicamento, obter esclarecimento com enfermeiro ou médico, antes de
administrá-lo.
A omissão inadvertida de um medicamento deve ser registrada e comunicada à enfermeira
e/ou médico tão logo seja det ectada (circular o horário da medicação e anotar a justificativa
no prontuário).
Todo medicamento administrado deve ser registrado e rubricado na prescrição.
Não ministrar medicamentos que não tenham sido preparados por você mesmo.
Anotar no prontuário qualquer efeito adverso ou queixa do paciente após a administração de
medicamentos.

É de grande importância seguir o roteiro para a correta administração de medicamentos


elaborada por Du GAS:
1. O cliente tem alguma alergia?
2. Que medicamentos foram prescritos?
3. Por que está recebendo estes medicamentos?
4. Que informações devem ser dadas pela enfermagem, em relação ao efeito desses
medicamentos sobre o cliente?
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 147

5. Existem cuidados de enfermagem específicos devido à ação das drogas contidas nestes
medicamentos?
6. Como devem ser administrados os medicamentos?
7. Que precauções devem ser tomadas na administração de tais medicamentos? Existem
precauções especiais que devem ser tomadas por causa da idade, condição física ou estado
mental do paciente?
8. Alguns dos medicamentos exig em cuidados especiais na administração?
9. O paciente precisa aprender alguma coisa com relação a sua terapia médica?
10. O paciente ou sua família necessita de conhecimento ou habilidades específicas para
continuar a terapia em casa?

CUIDADOS NO PREPARO

Durante a fase de preparo, o profissional de enfermagem


deve estar atento para evitar erros, assegurando ao máximo que o
paciente receba corretamente a medicação.
Ao preparar a bandeja de medicamentos, fazê -lo
atentamente e não conversar. A falta de atenção p oderá
acarretar graves conseqüências.
Ter sempre à frente, enquanto prepara o medicamento, o cartão ou prescrição médica.
ler o rótulo do medicamento três vezes, comparando -o com a prescrição: antes de retirar o
recipiente ou ampola do armário, antes de co locar o medicamento na seringa ou recipiente
para administrar, antes de repor o recipiente no armário.
Colocar a prescrição médica e o recipiente de medicamentos sempre juntos na bandeja.
não tocar com a mão em comprimidos, cápsulas, drágeas, pastilhas.
para uma medida perfeita, ao despejar o medicamento no copo graduado, levantá -lo à altura
dos olhos.
correspondência de doses: colher de sopa (15 ml), colher de sobremesa (10 ml), colher de
chá (5 ml), e colher de café (3 ml).
ter sempre o cuidado de limpar com gaze a boca dos vidros de medicamentos, antes de
guardá-los.
ao colocar o medicamento no copo, manter o rótulo do frasco voltado para a mão, afim de
não sujá-lo.
se faltar medicamentos, tomar providências imediatas, seguindo normas e rotinas do serviço .
certificar-se sobre as ordens de controle hídrico, dietas, jejum, suspensão de medicamentos,
antes de prepará-los.
lavar as mãos antes e após o preparo e administração de medicamentos.
Preparar o medicamento em ambiente com boa iluminação.
Evitar distração, diminuindo o risco de erro.
Realizar o preparo somente quando tiver certeza do medicamento prescrito, dose e via de
administração.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 148

Verificar o período de validade, alterações no aspecto e informações do fabricante para


preparar o medicamento.
Verificar a integridade dos invólucros que protegem a seringa e a agulha.
Colocar a seringa na agulha com cuidado, evitando contaminar a agulha, o êmbolo, a parte
interna do corpo da seringa e sua ponta.
Desinfetar toda a ampola com algodão embebido em álcool a 70% e no caso de frasco
ampola levantar a tampa metálica e desinfetar a borracha.
Proteger os dedos com algodão embebido em álcool ao destacar o gargalo da ampola ou
retirar a tampa metálica do frasco ampola.
Aspirar a solução da ampola para a seringa (no cas o de frasco-ampola introduzir o diluente e
homogeinizar o pó com líquido sem sacudir).
Proteger a agulha com o protetor próprio e o êmbolo da seringa com o próprio invólucro.
Identificar o medicamento preparado com o nome do paciente, nº da enfermaria e do leito,
nome da medicação, via de administração, data e horário. Ex:

João José da Silva


Enf. 2ª leito: 04
Ceftriaxona + AD
IV 20/10 12 hs
Deixar o local de preparo de medicação limpo e em ordem, utilizando álcool a 70% para
desinfetar a bancada.
Utilizar a bandeja ou carrinho de medicação devidamente limpos e desinfetados com álcool a
70%.
Quando da preparação de medicamentos para mais de um paciente, é conveniente organizar
a bandeja dispondo-os na seqüência de administração.
Jamais recolocar medicamentos líquidos nos frascos ou recipientes originais.

CUIDADOS NA ADMINISTRAÇÃO

Para administrar medicamentos de maneira segura, a enfermagem deve utilizar a regra dos
5 CERTOS: medicamento certo, hora certa, dose certa, paciente certo, via certa.

Identificar o paciente antes de administrar o medicamento, solicitando nome completo e


certificando-se da exatidão do mesmo, pelo prontuário ou prescrição.
lembrar a regra dos cinco certos.
cancelar o horário da medicação somente após administrá -la, rubricando ao lado.
quando o medicamento deixar de ser administrado por estar em falta, por recusa do paciente,
jejum, esquecimento, ou erro, fazer a anotação no relatório de enfermagem e comunicar
imediatamente a enfermeira ou ao médico.
fazer anotações cuidadosas sobre efeitos dos medicamentos ou queixas do paciente.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 149

Manter a bandeja ou carrinho de medicação sempre à vista durante a administração, nunca


deixando-o junto com o paciente.
Verificar nome do paciente.
Esclarecer ao paciente sobre o medicame nto que irá receber.
Efetuar o registro do medicamento com o horário da realização.
Na injeção intramuscular utilizar de 1 a 5 ml para diluição e, se houver necessidade de maior
volume, separar em duas seringas, e duas áreas para injeção.
Não deixar o medicamento na mesa de cabeceira de pacientes ou permitir que terceiros o
administrem. Em caso de paciente consciente o medicamento via oral, permanecer junto ao
paciente até que o mesmo degluta o medicamento.
Respeitar o espaço de tempo entre medicações, como prescrito.
Nas aplicações parenterais é importante anotar o local de administração.
Sempre que possível, avaliar a história prévia do paciente em resposta à droga, incluindo
efeitos contrários, alérgicos e idiossincrasias, antes de dar a droga. Observar, ainda, jejum,
condições dos músculos (IM) e rede venosa (EV), dificuldade de deglutição (VO), história de
gastrite ou úlcera, etc. são dados que precisam ser registrados.

CUIDADOS NO CONTROLE DOS MEDICAMENTOS

A fim de evitar acidentes, desperdícios, roub os e uso abusivo, os medicamentos devem ser
guardados em lugar apropriado e controlados.
as saídas podem ser controladas pelo receituário, folha de prescrição ou relatório de
enfermagem. O importante é que exista um sistema de controle.
existe a tendência de utilizar o sistema de “medicação individualizada” eliminando -se os
estoques de medicamentos nos postos de enfermagem.
o cancelamento no local apropriado(relatório, ficha ou prontuário) deve ser feito logo após a
aplicação.
sendo as anotações de enfermag em um documento oficial, é de grande importância que o
cuidado seja assinado ou rubricado por quem o fez.
Os antibióticos devem ser administrados no máxim o 15 minutos antes ou 15 minutos depois
do horário prescrito.
Guardar as ampolas de narcóticos e anti bióticos.

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

1. Uso Auricular – Administração do medicamento no ouvido. *


2. Uso bucal/Via sublingual - Administração do medicamento na cavidade oral para obter
um efeito sistêmico ou local. *
3. Uso cutâneo - Administração do medicamento na pele e/ou em feridas cutâneas, e/ou
unhas, e/ou cabelo, com o objetivo de obter um efeito local. *
4. Uso dental - Aplicação do medicamento nos dentes. *
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 150

5. Uso endosinusal - Administração do medicamento nos seios da face para obter um efeito
local.
6. Uso gastroentérico - Administração do medicamento no estômago ou duodeno por meio
de aparelho adequado.
7. Uso gengival - Administração do medicamento nas gengivas.
8. Uso intralesional - Administração do medicamento, por injeção ou outro meio,
diretamente na lesão.*
9. Uso nasal - Administração do medicamento no nariz para obter um efeito sistêmico ou
local. *
10. Uso ocular - Administração do medicamento acima da pálpebra e/ou da conjuntiva.*
11. Uso vaginal - Administração do medicamento na vagina.*
12. Via endocervical - Administração do medicamento no colo do útero.
13. Via endotraqueobrônquica - Administração do medicamento na traquéia e/ou nos
brônquios por instilação.
14. Via epidural - Administração do medicamento no espaço epidural.
15. Via extra-amniótica - Administração do medicamento entre o córion e o âmnion.
16. Via intra-amniótica - Administração do medicamento na cavidade amniótica.
17. Via intra-arterial - Administração do medicamento numa artéria.
18. Via intra-articular - Administração do medicamento numa cavidade articular.
19. Via intracardíaca - Administração do medicamento no músculo cardíaco ou na cavidade
cardíaca.
20. Via intracavernosa - Administração do medicamento no corpo cavernoso.
21. Via intracervical - Administração do medicamento no colo uterino.
22. Via intracoronária - Administração do medicamento na artéria coronária.
23. Via intradérmica - Administração do medicamento na derme.*
24. Via intradiscal - Administração do medicamento no núcleo pulposo do disco intervertebral.
25. Via intra-esternal - Administração do medicamento na medula óssea d o esterno.
26. Via intralinfática - Administração do medicamento na via linfática.
27. Via intramuscular - Administração do medicamento no tecido muscular.*
28. Via intra-ocular - Administração do medicamento no olho.*
29. Via intra-peritonial - Administração do medicame nto na cavidade peritoneal.
30. Via intrapleural - Administração do medicamento na cavidade pleural.
31. Via intra-sinovial - Administração do medicamento na bolsa sinuvial .
32. Via intratecal - Administração do medicamento através da dura na cavidade
subaracnóide.
33. Via intra-uterina - Administração do medicamento na cavidade do útero.
34. Via intravenosa - Administração do medicamento na veia.*
35. Via intravesical - Administração do medicamento na bexiga.
36. Via oral – Engolir o medicamento.*
37. Via periarticular - Administração do medicamento periarticulação.
38. Via perineural - Administração do medicamento nas imediações de um ou mais nervos.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 151

39. Via retal - Administração do medicamento no reto para obter efeito sistêmico ou local.*
40. Via respiratória - Administração do medicamento no sist ema respiratório por inalação
para obter um efeito local no trato respiratório inferior.*
41. Via subconjuntival - Administração do medicamento por baixo da conjuntiva.
42. Via subcutânea - Administração do medicamento diretamente por baixo da pele.*
43. Via transdérmica - Administração do medicamento na pele para obter um efeito local ou
sistêmico após passar a barreira térmica.*
44. Via uretral - Administração do medicamento na uretra.

*vias que podem ser utilizadas para administração do medicamentos, pelo profissional de
enfermagem. As demais vias só podem ser utilizadas por especialistas.

VIA ORAL OU BUCAL


É a administração do medicamento pela boca. É a chamada via enteral,
na qual os medicamentos são introduzidos no sistema digestório.

Contra-indicações:
Pacientes incapazes de deglutir ou inconscientes.
Em casos de vômito.
Quando o paciente está em jejum para cirurgia ou exame.

Material:
Pratinhos ou copinhos descartáveis.
Conta-gotas.
Copo graduado.
Método:
1. identificar o recipiente com o nome do paciente, nº do leito, medicamento e dose.
2. colocar os medicamentos nos recipientes identificados, diluindo -os se for necessário.
3. levar a bandeja para junto do paciente.
4. colocar o comprimido na mão ou na boca do paciente. Se for líquido, dar no copinho
descartável.
5. oferecer-lhe água ou leite, de acordo com o medicamento.
6. verificar se o paciente deglutiu o medicamento, nunca deixando -o sobre a mesa-de-
cabeceira.
7. checar o horário e fazer as anotações.

CUIDADOS NA DILUIÇÃO:

Todas as drogas que provocam irritações e com gosto forte, devem ser diluídas, caso não
haja contra-indicações.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 152

No caso de medicamento líquido, recomenda -se agitar o conteúdo do frasco antes de


entorná-lo no recipiente.
Os medicamentos por via oral devem ser diluídos em, no máximo, 15 ml de água. Após a
ingestão deste, pode-se oferecer mais água.
Não é aconselhável misturar medicamentos líquidos. Poderá ocorrer uma reação química,
resultando em precipitado.
Água fresca deve ser usada para aumentar o paladar, se não houver contra -indicação.
Satisfazer o quanto possível os pedidos do paciente quanto ao gosto, que pode ser
melhorado, dissolvendo-se o medicamento em suco de frutas, leite ou acrescentando açúcar,
se não houver contra-indicação.
Medicamentos amargos podem ser diluídos em água. Diminui -se o amargor colocando-se
gelo na boca antes e depois da medicação.
Xaropes devem ser administrados puros.
Salicitatos, digitálicos, corticóides, irritam a mucosa gástrica e podem produzir náuseas e
vômitos. Devem ser servidos com leite e durante as refeições.
O gosto do Iodeto de potássio e solução de lugol pode ser amenizado diluindo -se em suco de
uva ou laranja.
O óleo de rícino ou outros óleos podem ser misturados com suco de laranja ou de limão, café
ou chá. Gelo também desestimula as papilas gustativas. É bom tom ar com substâncias
efervecentes e geladas (ex. refrigerantes).
Antibióticos, de modo geral, devem ser tomados com água (nunca com leite) e com estômago
vazio.

Observações:
Os medicamentos em pó devem ser diluídos em água.
Pacientes inconscientes não devem tomar medicação por via oral.
Gotas devem ser medidas com conta -gotas.
Dissolver os medicamentos para pacientes que têm dificuldade para deglutir.
Ao administrar digitálicos, contar pulso radial e apical. Se estiver abaixo de 60 bpm, aguardar
orientação médica. Acima de 120 bpm pode indicar intoxicação digitálica.
Considerar sempre o melhor horário para administrar os medicamentos. Ex: Diuréticos
devem ser administrados preferencialmente pela manhã.

Vantagens da via oral:


É mais coveniente, por ser um mét odo simples de administração.
É mais seguro e econômico.

Desvantagens:
A irritação da mucosa gástrica devido à medicação.
Os efeitos sobre os dentes.
A avaliação inadequada da absorção e o uso limitado.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 153

Impossibilidade de o paciente deglutir, as vezes.

Os medicamentos que são destruídos pelo pelos sucos digestivos e aqueles que são muito
irritantes para a membrana mucosa do trato gastrintestinal, freqüentemente, são administrados pela
via parenteral. O termo parenteral refere -se as vias que não a oral, e ntretanto o termo é usado mais
comumente para indicar as vias de injeção.

VIA SUBLINGUAL
Consiste em colocar o medicamento debaixo da língua e
deixar que seja absorvido pela mucosa bucal.

Método:
1. separar o medicamento.
2. dar água para o paciente enxaguar a boca.
3. colocar o medicamento sob a língua do paciente e pedir para abster -se de engolir a saliva por
alguns minutos, afim de que a droga seja absorvida.
4. checar o horário e fazer as anotações necessárias.

VIA GÁSTRICA

É a introdução de medicamento atr avés de sonda nasogástrica. Utilizada


para pacientes inconscientes ou impossibilitados de deglutir.
Os medicamentos sólidos são dissolvidos em água e introduzidos na via
gástrica com seringa.
As cápsulas são abertas, dissolvendo -se o pó medicamentoso nelas contido.
Deve-se antes de administrar o medicamento ou alimento pela sonda nasogástrica,
certificar-se de que a mesma encontra -se no estômago.

VIA RETAL
É a introdução de medicamento no reto, em
forma de supositórios ou, quando for na forma líquida,
através de clister medicamentoso, também chamado de
enema.

Material:
Bandeja contendo: supositório, gaze ou papel higiênico, cuba -rim, saco
plástico para resíduos e luvas de procedimento.
Supositório: Substância sólida, de formato ogival, de fácil pe netração em uma
cavidade do corpo e que se dissolve à temperatura corporal. Pode ser usado como
antiespasmódico e antitérmico, auxiliando na estimulação do peristaltismo e na
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 154

defecação. Normalmente os resultados manifestam -se dentro de 15 a 30 minutos, mas podem tardar
até uma hora.São guardados na geladeira ou em lugar fresco.
1. explicar o procedimento ao paciente.
2. lavar as mãos e calçar as luvas.
3. colocar o supositório sobre uma gaze, numa cuba -rim ou bandeja pequena.
4. colocar o paciente em posição de Sims, c om exposição da região glútea.
5. com o polegar e indicador da mão não -dominante, entreabrir as nádegas.
6. introduzir o supositório no reto, delicadamente, do maior diâmetro para o menor, e pedir ao
paciente que o retenha.
7. colocar o material em ordem.
8. tirar as luvas e lavar as mãos.
9. anotar o cuidado prestado.

Observações:
O paciente poderá colocar o supositório sem auxílio da enfermagem, desde que seja
esclarecido e orientado.
Em se tratando de criança ou adulto incapacitado para retê -lo, comprimir levemente as
nádegas para evitar o retorno do supositório.
Às vezes é necessário colocar imediatamente a comadre ou encaminhar o paciente ao
banheiro.

VIA VAGINAL

É a introdução de medicamentos no canal vaginal. O medicamento pode ser introduzido sob


a forma de: velas, tampões, supositórios, comprimidos, óvulos, soluções medicamentosas, cremes ou
gel.

Material:
Luvas de procedimento, aplicador vaginal, gaze com vaselina, medicamento prescrito, saco
plástico para resíduos, e, se
necessário, comadre e biombo.

Finalidades:
Diminuir a infecção vaginal.
Prevenir infecção vaginal.
Prepara a paciente para cirurgias
dos órgãos genitais.

Método:
1. Explicar o procedimento a paciente.
2. organizar o material e levá-lo para junto do paciente.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 155

3. lavar as mãos e calçar as luvas.


4. cercar o leito com biombo, se necessário.
5. colocar a paciente em posição ginecológica, com um travesseiro sob os quadris.
6. colocar o medicamento no aplicador e lubrificar a ponta com o próprio creme, ou umedecê -
la com água, para facilitar a penetração do aplicador.
7. Abrir os lábios menores do pudendo, expor o orifício vaginal e introduzir o aplicador com o
medicamento. O aplicador deve ser dirigido em direção ao sacro, para baixo e para trás, cerca de
5 a 7,5 cm, para que o medicamento seja introduzido na parede posterior da vagina.
8. pressionar o êmbolo, introdu zindo o medicamento.
9. pedir para que a paciente permaneça em decúbito dorsal, aproximadamente por 15 minutos
para melhor distribuição do medicamento sobre a mucosa.
10. colocar um absorvente, se necessário.
11. providenciar a limpeza e ordem do material.
12. tirar luvas e lavar as mãos.
13. anotar o cuidado prestado.

Obs.: O horário de aplicação mais recomendado é a noite, ao deitar, após realizar a higiene íntima.
No caso de pacientes virgens, a medicação pode ser administrada utilizando -se especulo
de virgem, ou uma seringa conectada a uma sonda uretral nº 4 ou nº 6.

VIA TÓPICA OU CUTÂNEA

É a aplicação de medicamento por fricção na pele, sob a forma de pomadas, cremes, pós.
Sua ação pode ser local ou geral.

Material:
medicamento, gaze, espátula, saco plástico para re síduos e luvas de procedimento.

Método:
1. explicar ao paciente sobre o cuidado e fazer ou orientar para que faça higiene no local, se
necessário. Para que haja melhor absorção do medicamento pela pele, a mesma deve estar
limpa e seca antes da aplicação.
2. organizar o material e dispô-lo junto ao paciente.
3. calçar as luvas.
4. expor o local.
5. colocar o medicamento sobre a gaze ou diretamente sobre a pele, com a espátula.
6. aplicar e espalhar delicadamente o medicamento, fazendo fricção, se necessário.
7. deixar o paciente confortável.
8. tirar as luvas e lavar as mãos.
9. anotar o cuidado prestado.
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VIA NASAL

Consiste em levar a mucosa nasal um medicamento líquido ou pomada.

Material:
frasco de medicamento ou tubo de pomada, conta -gotas, algodão ou cotonete, cuba -rim,
gaze ou lenço de papel, saco plástico para resíduos.

Finalidades:
aliviar congestão nasal.
Facilitar drenagem de secreção nasal.
Fazer constrição da mucosa por meio de adstringentes.

Método:
1. levar o material e orientar o paciente sobre o cuidado.
2. solicitar que faça a higiene das
narinas, se necessário.
3. inclinar a cabeça do paciente para
trás(sentado ou deitado).
4. retirar, através de conta-gotas, a
dosagem do medicamento
prescrita.
5. pingar a medicação na parte
superior da cavidade nasal,
evitando que o conta-gotas toque a mucosa.
6. solicitar ao paciente que permaneça nesta posição por mais alfuns minutos. Caso o paciente
não consiga ou não possa manter a posição inclinada, solicitar que inspire profundamente.
7. providenciar a limpeza e ordem do material.
8. anotar o cuidado prestado.

Obs.: A pomada deve ser aplicada com cotonete sobre a mucosa lesada, ou diretamente,
pressionando-se a asa do nariz para espalhá-la no local.
Deve-se usar conta-gotas individual para evitar contaminação cruzada.

VIA OCULAR

É a aplicação de colírio ou pomada na conjuntiva ocular.

Material:
Bandeja contendo: colírio ou pomada, conta -gotas, algodão, gaze ou lenço de papel,
espátula, saco plástico para resíduos.
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Finalidades:
Proteger a córnea, medicar nos casos de processos inflamatórios ou irritativos.
Dilatação da pupila (midríase).
Constrição da pupila (miose)
Anestesiar.

Método:

Aplicação do colírio:

1. levar o material e explicar ao paciente sobre o cuidado.


2. posicionar o paciente com a cabeça inclinada para trás.
3. retirar, com o conta-=gotas, a quantidade de medicação prescrita.
4. afastar com o polegar a pálpebra inferior, com auxílio do lenço ou gaze, expondo o saco
conjuntival, mantendo o olho levemente aberto, sem forçar, para que o colírio não se perca.
5. solicitar ao paciente que olhe pa ra cima e instilar a medicação no ponto médio do fundo do
saco conjunytival, mantendo o olho levemente aberto, sem forçar, para que o colírio não se
perca. Evitar encostar o conta -gotas nas pálpebras e cílios.
6. enxugar o excesso de líquido com gaze ou lenço de papel.
7. providenciar limpeza e ordem do material.
8. anotar o cuidado prestado.

Colírio Pomada

Aplicação da pomada:

1. Afastar a pálpebra inferior com o polegar.


2. colocar cerca de 2cm de pomada com o auxílio de uma espátula ou a própria bisnaga.
3. após a aplicação, solicitar ao paciente que feche lentamente as pálpebras e faça movimentos
giratórios do globo ocular.
4. com auxílio do algodão ou lenço de papel, retirar o excesso de pomada e fazer uma pequena
fricção sobre o olho com monóculo, quando indicado.
5. ocluir o olho com monóculo, quando indicado.
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VIA AURICULAR
Consiste em introduzir o medicamento no canal auditivo externo.

Material:
Bandeja contendo: medicamento prescrito, conta -gotas, cuba-rim, gaze, bola de algodão ou
cotonete, saco plástico para resíduos.

Finalidades:
Introdução de substância emoliente, para facilitar remoção de cerúmen ou corpo estranho.
Tratar processos inflamatórios do canal auditivo ou do tímpano.

Método:
1. levar o material e orientar o paciente sobre o cuidado.
2. Inclinar a cabeça do paciente lateralmente
(sentado ou deitado).
3. retirar, através do conta -gotas, a medicação
prescrita.
4. entreabrir a orelha e instilar a medicação, no
conduto auditivo, sem contaminar , evitando que
toque o orifício interno do ouvido. No adulto,
puxar com delicadeza o pavilhão da orelha para
cima e para trás, afim de retificar o canal
auditivo. Na criança, puxar para baixo e para
trás.
5. colocar um floco de algodão no orifício externo
da orelha. Se o tratamento for para drenagem,
deixar o meato externo do ouvido descoberto.
6. providenciar a limpeza e ordem do material.
7. anotar o cuidado prestado.

Obs.: A medicação deve ser administrada à temperatura ambiente. Se estiver na geladeira, retirar e
aguardar o tempo necessário para que fique na temperatura indicada ou aquecê -la com as mãos.

VIA PARENTERAL

É a administração de drogas ou nutrientes pelas vias intradérmica (ID), subcutânea (SC),


intramuscular (IM), intravenosa (IV) ou endovenosa ( EV). Reservada aos médicos, utilizam -se
também as vias intra-arterial, intra-óssea, intratecal, intraperitoneal, intrapleural e intracardíaca.
Existe uma fundamental diferença entre a via enteral, em que o medicamento é introduzido
no aparelho digestivo e a via parenteral. Nesta, as substâncias são aplicadas diretamente nos tecidos
através de injeção.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 159

Injeção é a introdução de um medicamento no organismo por meio de uma punção, cujas


finalidades são: obter ação imediata de um medicamento; dar medicamentos que não podem ser
administrados por via oral; evitar irritação da mucosa gástrica, e administrar medicamentos quando o
doente não pode deglutir.

VANTAGENS:
Absorção mais rápida e completa;
Maior precisão em determinar a dose desejada;
Obtenção de resultados mais seguros;
Possibilidade de administrar determinadas drogas que são destruídas pelos sucos digestivos.

DESVANTAGENS:
Dor, geralmente causada pela picada da agulha ou pela irritação da droga;
Em caso de engano pode provocar lesão considerável;
Devido ao rompimento da pele, pode correr risco de adquirir infecção;
Uma vez administrada a droga, impossível retirá -la.

REQUISITOS BÁSICOS:
DROGAS EM FORMA LÍQUIDA. Pode estar em veículo aquoso ou oleoso, em estado solúvel
ou suspensão e ser cristalina ou c oloidal.
Soluçõesabsolutamente estéreis;
O material utilizado na aplicação deve ser estéril e descartyável, de preferência;
A introdução de líquidos deve ser lenta, a fim de evitar ruptura de capilares, dando origem a
microembolias locais ou generalizadas.

PROBLEMAS QUE PODEM OCORRER

Muito utilizada para a dministração de medicamentos, a via parenteral não é isenta de riscos.
HORTA e TEIXEIRA enumeram alguns problemas que podem ocorrer com a administração de
medicamentos por via parenteral:

1. Infecções:
Podem resultar da contaminação do material, da droga ou em conseqüência de condições
predisponentes do cliente, tais como: mal estar geral e presença de focos infecciosos.
As infecções podem ser locais e gerais.
Na infecção local, a área apresenta -se avermelhada, intumescida, mais quente ao toque e
dolorida.
Além disso, pode haver acúmulo de pus, formando abscesso.
Pode aparecer também fleimão ou flegmão, que é uma inflamação piogênica, com infiltração
e propagação para os tecidos, caracterizando -se pela ulceração ou supuração.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 160

Além das infecções locais em casos mais graves, a infecção pode generalizar -se, aparecendo
então a septicemia: infecção generalizada, conseqüente à pronunciada invasão na corrente
sanguínea por microrganismos oriundos de um ou ma is focos nos tecidos, com a multiplicação dos
próprios microrganismos no sangue.

2. Fenômenos alérgicos
Os fenômenos alérgicos aparecem devido à suceptibilidade do indivíduo ao produto usado
para anti-sepsia ou às drogas injetadas.
A reação pode ser local ou geral. Pode aparecer urticária, edema, o “fenômeno de Arthus” ou
até choque anafilático.
“Fenômeno de Arthus” é uma reação provocada por injeções repetidas no mesmo local,
caracterizada pela não absorção do antígeno, ocasionando infiltração, edema, hem orragia e necrose
no ponto de inoculação.
No choque anafilático aparece a dilatação geral dos vasos, com congestionamento da face,
seguida de palidez, vertigem, agitação, ansiedade, tremores, hiperemia, cianose, edema de glote,
podendo levar a morte.

3. Má absorção das drogas


Quando a droga é de difícil absorção, ou é injetada em local inadequado pode ocorrer a
formação de nódulos ou abscessos assépticos, que além de incomodativos e dolorosos, impedem
que a droga surta o efeito desejado.

4. Embolias
Resultam da introdução na corrente sanguínea de ar, coágulos, óleos ou cristais de drogas
em suspensão. É um acidente grave conseqüente da falta de conhecimento e habilidade do
profissional.
Pode ser devido à falta de aspiração antes de injetar uma droga, introdu ção inadvertida de
ar, coágulo, substância oleosa por via intravenosa, ou à aplicação de pressão muito forte no local da
injeção de drogas em suspensão ou oleosas, causando a rutura de capilares, com conseqüente
microembolias locais ou gerais.

5. Traumas
Podemos dividi-los em trauma psicológico e trauma tissular.
No trauma psicológico, o cliente demonstra medo, tensão, choro, recusa do tratamento,
podendo chegar à lipotímia. O medo pode levar à exagerada contração muscular, impedindo a
penetração da agulha, acarretando acidentes ou a contaminação acidental do material.
È sempre de grande importância orientar o cliente, e acalmá -lo, antes da aplicação. Se
houver necessidade faz-se uma imobilização adequada, a fim de evitar outros danos.
Os traumas tissulares são de etiologias diversas, podendo ser conseqüentes à agulha muito
calibrosa ou técnica incorreta. Podem ocorrer: lesão na pele, hemorragias, hematomas, equimoses,
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 161

dor, paresias, parestesias, paralisias, nódulos e necrose. A técnica correta prevê locais adequados e
rodízio para as diversas aplicações, habilidade profissional e material correto.

Material:

Seringas e agulhas esterelizadas. O ideal é usar material descartável.


Algodão
Recipiente com álcool a 70%

Garrote
Medicamento prescrito
Cartão de identificação
Saco para lixo.

Preparo do medicamento em ampola:


1. lavar as mãos
2. certificar-se do medicamento a ser aplicado, dose, via e paciente a que se
destina.
3. antes de abrir a ampola, certificar -se que toda a medicação está no corpo
da ampola e não no gargalo. Se não estiver, fazer a medicação descer
fazendo movimentos rotatórios com a ampola.
4. Fazer desinfecção do gargalo com algodão embebido em
álcool a 70%.
5. Proteger os dedos com algodão, ao quebrar o gargalo.
6. Abrir a embalagem da seringa
7. adaptar a agulha ao bico da seringa, zelando para não
contaminar as duas partes.
8. certificar-se do funcionamento da seringa, verificando também se a
agulha está firmemente adaptada.
9. Manter a seringa com os dedos polegar e indicador e segurar a ampola
entre os dedos médio e indicador da outra mão.
10. introduzir a agulha na ampola e proceder à aspiração do conteúdo,
invertendo lentamente a agulha, sem encostar na borda da ampola.
11. Virar a seringa com a agulha para cima, em posição vertical e expelir o
ar que tenha penetrado.
12. desprezar a agulha usada para aspirar.
13. Escolher, para a aplicação, uma agulha de calibre apropriado à
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 162

solubilidade da droga e à espessura do tecido subcutâneo do paciente.


14. Manter a gulha protegida com protetor próprio.
15. identificar a seringa e colocá -la na bandeja com o algodão e o recipiente com álcool a 70%.

Preparo do medicamento em frasco (pó)


1. retirar a tampa metálica, e fazer desinfecção da tampa da rolha com algodão embebido em
álcool;
2. abrir a ampola;
3. preparar a seringa, escolhendo uma agulha de maio r calibre (25x9, 10 ou 12);
4. aspirar o líquido da ampola e introduzir no frasco. (a agulha deve apenas atravessar a tampa
da rolha);
5. retirar a seringa;
6. homogeineizar a solução, fazendo a rotação do frasco, evitando a
formação de espuma.
7. colocar ar na seringa, em volume igual ao medicamento a ser
aspirado;
8. soerguer o frasco aspirando;
9. retirar o ar contido na seringa;
10. trocar a gulha e identificar a seringa.

Sugestões para diminuir a dor nas injeções:


transmitir confiança;
aplicar compressas quentes ou cubos de gelo, um pouco antes da aplicação;
introduzir a agulha rapidamente;
injetar a solução vagarosamente;
deixar na seringa uma pequena bolha de ar que, injetada no final, evitará a dor,
especialmente no caso de soluções irritantes para os tecidos.
Fazer rodízio de locais de aplicações, evitando áreas doloridas;
Escolher a agulha ideal ao tipo de paciente e da solução, evitando agulhas grossas demais.
Manter o paciente em posição confortável e apropriada;
Não aplicar com agulhas com pontas rombas ou rombudas ;
Após a aplicação, fazer pressão leve e constante no local de penetração da agulha.
Massagear a área, a não ser que haja contra -indicação;
Existem medicamentos doloridos que vêm acompanhados de diluentes com anestésico.

INJEÇÃO INTRADÉRMICA (ID)

É a aplicação de drogas na derme ou córion.


Geralmente utilizada para realizar teste de
hipersensibilidade, em processos de sensibilidade e imunização.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 163

Área de aplicação:
Na face interna do antebraço ou região escapular, locais
onde a pilosidade é menor e o ferece acesso fácil a leitura da
reação dos alérgenos;
A vacina BCG intradérmica é aplicada na área de inserção
inferior do deltóide direito.

Material:
Seringa especial, tipo insulina ou vacina;
Agulha pequena: 13x3,8 ou 4,5;
Etiqueta de identificação;
Saco plástico para lixo.

Método:
1. Lavar as mãos;
2. preparar o medicamento;
3. explicar ao paciente o que vai fazer e deixá -lo em posição confortável e adequada;
4. expor a área de aplicação;
5. firmar a pele com o dedo polegar e indicador da
mão não dominante;
6. com a mão dominante, segurar a seringa quase
paralela à superfície da pele (15º ) e com o bisel
voltado para cima, injetar o conteúdo;
7. retirar a agulha, sem friccionar o local, colocar
algodão seco somente se houver sangramento ou
extravasamento da droga.
8. deixar o paciente confortável e o ambiente em ordem;
9. providenciar a limpeza e ordem do material;
10. lavar as mãos;
11. anotar o cuidado.
Observações:
A substância injetada deve formar uma pequena pápula na
pele, processo conhecido por “casaca de laranja”.
A injeção ID geralmente é feita sem anti -sepsia para não interferir na
reação da droga.
A penetração da agulha não deve passar de 2 mm(somente o bisel).

INJEÇÃO SUBCUTÂNEA (SC)


A via subcutânea, também chamada hipodérmica, é indicada
principalmente para drogas que não necessitam ser tão rapidamente
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 164

absorvidas, mas se deseja uma absorção contínua e segura do medicamento.


Certas vacinas, como a anti -rábica, drogas com a insulina, a adrenalina e outros hormônios,
têm indicação específica por esta via.

Áreas de aplicação:

Os locais mais adequados para aplicação são aqueles afastados


das articulações, nervos e grandes vasos sanguíneos: partes externas e
superiores dos braços, laterais externas e frontais das coxas, região gástrica
e abdome (hipocôndrio D e E), c ostas (logo acima da cintura).

Observação:

Na aplicação de injeções subcutâneas o paciente pode estar em pé, sentado ou deitado, com
a área bem exposta.
Evitar aplicações na área em que o paciente sentir dor ou se detectar abscesso, caroço ou
lipoatrofia.
Não se deve aplicar: nos antebraços e pernas, nas proximidades do umbigo e da cintura
pélvica, próximo das articulações, na região genital e virilha.

Material:

Seringa especial de 0,5 a 1 ml


Agulha pequena 13x 3,8 ou 4,5.
Algodão
Recipiente com álcool a 70%
Cartão de identificação
Saco para lixo.

Método:

1. Lavar as mãos;
2. preparar o medicamento;
3. explicar ao paciente o que vai fazer e deixá -lo em posição confortável e adequada;
4. expor a área de aplicação e proceder a anti -sepsia do local escolhido;
5. permanecer com o algodão na mão não -dominante;
6. segurar a seringa com a mão dominante, como se fosse um lápis;
7. com a mão não dominante, fazer uma prega na pele, na região onde foi feita
a anti-sepsia;
8. Nesta prega cutânea, introduzir a agulha com rapidez e firmeza, com ângulo
de 90º ;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 165

9. Aspirar para ver se não atingiu um vaso sanguíneo, exceto na administração da heparina;
10. injetar o conteúdo vagarosamente;
11. retirar rapidamente a agulha, e com algodão fazer pequena pressão no local, e logo após,
fazer a massagem. Para certos tipos de drogas, como a insulina e a heparina, não é conveniente
a massagem após aplicação, para evitar a absorção rápida;
12. observar o paciente alguns minutos, para ver se apresenta alterações;
13. providenciar a limpeza e ordem do material;
14. lavar as mãos;
15. anotar o cuidado.

Observações:

Não utilizando a agulha curta, a angulação será de 45º


para indivíduos normais, 60º para obesos e 30º para
excessivamente magros.
A diluição das drogas deve ser feita com precisão e segurança. Na dúvida, n ão aplicar.
Na aplicação da heparina subcutânea, para evitar traumatismo do tecido, não é recomendado
aspirar antes de injetar a medicação e para evitar absorção rápida da medicação, não se deve
massagear o local após aplicação.
Na aplicação da insulina, utilizar a técnica de revezamento, que é um sistema padronizado de
rodízio dos locais das injeções para evitar abscessos, lipodistrofias e o endurecimento dos tecidos na
área de injeção.

INJEÇÃO INTRAMUSCULAR (IM)


É a deposição de medicamento dentro do tecido
muscular.
Depois da via endovenosa é a de mais rápida
absorção, por isso o seu largo emprego.

Locais de aplicação:

Na escolha do local para aplicação, é muito


importante levar em consideração: a distância em relação a
vasos e nervos importante s, musculatura suficientemente grande para absorver o medicamento,
espessura do tecido adiposo, idade do paciente, irritabilidade da droga, atividade do paciente.

São indicadas, para aplicação de injeção intramuscular as seguintes regiões:


Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 166

1. Região deltoidiana (D) – músculo deltóide. Face lateral do braço, aproximadamente 4


dedos abaixo do ombro, no centro do músculo deltóide. Preferencialmente sentado, com o
antebraço flexionado, expondo completamente o braço e o ombro.

2. Região ventro-glútea (VG) – Músculo glúteo médio. Colocar a mão não dominante no
quadril do paciente, espalmando a mão sobre a base do grand etrocanter do fêmur,
localizando a espinha ilíaca antero -superior. Fazer a injeção no centro da área limitada pelos
dois dedos abertos em V. Nesse local não é necessária posição especial. No entanto,
especialmente no caso de principiantes a delimitação da área é facilitada com o paciente em
decúbito lateral. Se a musculatura do paciente estiver tensa, a flexão dos joelhos auxilia no
relaxamento.

3. Região da face antero-lateral da coxa (FALC) – músculo vasto lateral (terço médio). Dividir
a coxa em três partes e fazer a aplicação na região antero -lateral do terço médio. De
preferência, o paciente deve ficar sentado, com a perna fletida , ou deitado em decúbito
dorsal, com as pernas distendidas.
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4. Região dorso-glúteo (DG) – músculo grande glúteo (quadrante superior externo). Dividir o
glúteo em 4 partes e aplicar no quadrante superior externo. Deitado, em decúbito ventral, com
a cabeça de preferência voltada para o aplicador a fim de facilitar a observação de qualquer
manifestação facial de desconforto ou dor durante a aplicação. Os braços devem ficar ao
longo do corpo e os pés virados para dentro. Deve -se evitar aplicações na região DG com o
cliente em decúbito lateral, pois nessa posição há destorção dos limites anatômicos,
aumentando a possibilidade de punções mal localizadas. A posição do cliente em pé também
deve ser evitada, pois há completa contração dos músculos glúteos ne ssa posição. A
contração pode ser atenuada solicitando do cliente que flexione levemente a perna em que
será aplicada a injeção. No caso de crianças, especialmente as agitadas, há necessidade de
uma contenção firme, sendo recomendado o auxílio da mãe, colo cando a criança em
decúbito ventral no colo, segurando os braços com as mãos e colocando as pernas da
criança entre suas pernas, firmando bem.

Posição dos pés – paciente em pé paciente em decúbito ventral

ESCOLHA DO LOCAL
Região VG – indicada em qualquer idade.
Região FALC – contra idicada para menores de 28 dias e indicada especialmente
para lactentes e crianças até 10 anos.
Região DG – contra indicada para menores de 2 anos, maiores de 60 anos e
pessoas excessivamente magras.
Região D – contra-indicada para menores de 10 anos e adultos com pequeno
desenvolvimento muscular.
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Escolha da agulha:
Para aplicar com agulha ideal, deve -se levar em consideração a faixa etá ria, a condição física
do cliente e a solubilidade da droga a ser injetada.
Nas regiões D e DG, a posição é perpendicular à pele, num ângulo de 90º .
Na região VG, recomenda-se que a agulha seja dirigida ligeiramente a crista ilíaca.
Na região FALC o ângulo deve ser de 45º , em direção do pé.

Método:
1. Lavar as mãos;
2. preparar o medicamento;
3. explicar ao paciente o que vai fazer e deixá -lo em posição confortável e adequada;
4. expor a área de aplicação e proceder a anti -sepsia do local escolhido;
5. permanecer com o algodão na mão dominante, entre o dedo mínimo e anular;
6. Com os dedos polegar e indicador segurar o corpo da seringa com a mão dominante, e
colocar o dedo médio sobre o canhão da agulha.
7. com a mão não dominante, esticar a pele, na região onde foi feita a anti-sepsia;
8. Introduzir a agulha com rapidez e firmeza, com o bisel voltado para o lado, no sentido das
fibras musculares ;
9. Aspirar para ver se não atingiu um vaso sanguíneo;
10. injetar o conteúdo vagarosamente;
11. retirar rapidamente a agulha, e com algodão fazer pequena pressão no local, e logo após,
fazer a massagem.
12. observar o paciente alguns minutos, para ver se apresenta alterações;
13. providenciar a limpeza e ordem do material;
14. lavar as mãos;
15. anotar o cuidado.

Observações:
Em caso de substâncias oleosas, pode-se aquecer um pouco a ampola para deixá -la menos
densa;
Em caso de substância escura, puncionar com seringas sem medicação e aspirar. Não vindo
sangue, adaptar a seringa com a medicação e injetar;
Caso venha sangue na seringa, retirar imediatament e e aplicar em outro local;
Injeções de mais de 3 ml não devem ser aplicadas no deltóide;
O volume máximo para injeção IM é de 5 ml. Volume acima de 5 ml, fracionar e aplicar em locais
diferentes;
Estabelecer rodízio dos locais de aplicações de injeções.
O uso do músculo deltóide é contra -indicado em pacientes com complicações vasculares dos
membros superiores, pacientes com parestesia ou paralisia dos braços, e aquelas que sofreram
mastectomia.
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Aplicação em Z ou com desvio:


É usada para evitar o reflu xo da medicação, prevenindo irritação subcutânea e manchas pelo
gotejamento da solução no trajeto da agulha.
Método:

1. Puxar a pele e o tecido subcutâneo para um


lado (uns 2 cm) e manter assim até o final da
aplicação.
2. com a outra mão, inserir a agulha, as pirar com a
ajuda dos dedos polegar e indicador e empurrar
o êmbolo com o polegar.
3. retirar a agulha e só então liberar a mão não
dominante, deixando o tecido subcutâneo e a pele voltarem ao normal.

INJEÇÃO ENDOVENOSA (EV)


É a introdução de medicamentos diretamente na veia.
A administração direta de medicamento na veia, dependendo do tempo e duração da
administração denomina-se bolus se durar menos de 1 minuto e lenta se durar de 3 a 10 minutos.

Vantagens:
Obter efeito imediato do medicamento, administ ração de drogas que não podem ser
administrados por via oral, SC, IM, por sofrerem a ação dos sucos digestivos ou por serem irritantes
para os tecidos, administração de grandes volumes de solução em casos de desidratação, choque,
hemorragia, cirurgias, efetuar nutrição parenteral, instalar terapêutica com sangue e hemoderivados.

Locais de aplicação:
Qualquer veia acessível, dando -se preferência para: veias superficiais de grande calibre da
dobra do cotovelo: cefálica e basílica; vei as do dorso da mão e antebraço.

Material:

Seringas e agulhas esterelizadas. O ideal é usar material descartável.


Algodão
Recipiente com álcool a 70%
Garrote
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 170

Medicamento prescrito
Cartão de identificação
Luvas de procedimento
Saco para lixo.
Impermeável para forrar o leito n o local de aplicação.
Escalpe ou jelco

Método:

1. Lavar as mãos;
2. preparar o medicamento;
3. explicar ao paciente o que vai fazer e deixá -lo em posição confortável e adequada;
4. expor a área de aplicação, verificando as condições das veias e colocar um forro para não
sujar o leito.
5. calçar as luvas;
6. garrotear sem compressão exagerada, aproximadamente 4 dedos acima do local escolhido
para injeção. Em pacientes com muitos pêlos, pode -se proteger a pele com pano ou com a roupa
do paciente;
7. fazer o paciente abrir e fei char a mão diversas vezes e depois conservá -la fechada,
mantendo o braço imóvel;
8. proceder a anti-sepsia ampla do local escolhido, com movimentos de baixo para cima;
9. Fixar a veia com o polegar da mão não -dominante;
10. colocar o indicador da mão dom inante sob re o canhão da agulha, e com os demais dedos,
segurar a seringa. O bisel da agulha deve estar voltado para cima;
11. Se a veia for fixa, penetrar pela face anterior. Se for móvel,
penetrar por uma das faces laterais, empurrando com a agulha até
fixá-la;
12. evidenciada a presença de sangue na seringa, pedir para o
paciente abrir a mão e retirar o garrote;
13. injetar a droga lentamente, observando as reações do paciente;
14. terminada a aplicação, apoiar o local com algodão embebido em álcool;
15. retirar a agulha, comprimir o vaso com algodão seco, e solicitar ao paciente para p ermanecer
com o braço estendido. Não flexioná-lo quando a punção ocorrer na dobra do cotovelo, pois esse
procedimento provoca lesão no tecido;
16. retirar as luvas;
17. observar o paciente alguns minutos, para ver se apresenta alterações;
18. providenciar a limpeza e ordem do material;
19. lavar as mãos;
20. anotar o cuidado.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 171

Observações:
Não administrar drogas que contenham precipitados ou flóculos em suspensão;
Para administrar dois medicamentos ao mesmo tempo, puncio nar a veia uma vez, usando
uma seringa para cada droga. Só misturar drogas na mesma seringa se não existir contra -indicação;
Usar só material em bom estado: seringa bem adaptada, agulha de calibre adequado;
Mudar constantemente de veia;
A presença de hematoma ou dor indica que a veia foi transfixada ou a agulha está fora dela:
retirar a agulha e pressionar o local com algodão seco. A nova punção deverá ser feita em outro local,
porque a recolocação do garrote aumenta o hematoma;
Para facilitar o aparecimento da veia pode-se empregar os seguintes meios:
aquecer o local com auxílio de compressas ou bolsas de água quente;
fazer massagem local com suavidade, sem bater. Os “tapinhas” sobre a veia devem ser
evitados, pois além de dolorosos, podem lesar o vaso. Nas pessoas com ateroma, pode
haver seu desprendimento, causando sérias complicações.
Pedir ao paciente que, com o braço voltado para baixo, movimente a mão (abrir e fechar) e o
braço(fletir e estender) diversas vezes.

Acidentes que podem ocorrer:

Muito utilizada para a administração de medicamentos, a via parenteral não é isenta de


riscos.
Choque: vaso-dilatação geral com congestão da face, seguida de palidez, vertigem, agitação,
ansiedade, tremores, hiperemia, cianose, podendo levar a morte. O choque pode ser:
1. Pirogênico: atribuído à presença de “pirogênio” no medicamento (substância
produzida por bactérias existentes no diluente).
2. Anafilático: devidio à susceptibilidade do indivíduo à solução empregada.
3. Periférico: etiologia variada (emocional, traumá tico, superdosagem, aplicação rápida).
Embolia: devido a injeção de ar, coágulo sanguíneo ou medicamento oleoso.
Acidentes locais:
1. esclerose da veia- veias com paredes espessas, endurecidas, por injeções repetidas
no mesmo local;
2. necrose tecidual: devido a administração de substâncias irritantes fora da veia.
3. hematomas: por rompimento da veia e extravasamento de sangue nos tecidos
próximos;
4. inflamação local e abscessos: por substâncias irritantes fora da veia ou falta de
assepsia.
5. flebites: processo inflamatório das veias, com apresentação de sinais e sintomas de
dor, calor e rubor. A vei inflamada torna -se palpável, dando a sensação de cordão
endurecido. Pode ser provocada por injeções repetidas na mesma veia ou aplicação
de substâncias irritantes.
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Aplicação de injeção endovenosa em pacientes com soro:

Devido ao risco de contaminação e acidentes, a aplicação de medicamentos através da


borrachinha deve ser evitada. Nesse caso, o melhor é usar equipos com infusor lateral ou conectores
em Y.
Na ausência de disposititivos especiais, aconselha -se: pinçar o equipo de soro e desconecta -
lo do escalpe; adaptar a seringa, com a medicação ao escalpe mantendo a extremidade do equipo
entre os dedos, sem contaminá -lo; aspirar a seringa. Havendo refluxo de sangue, ad ministrar
lentamente o medicamento; terminada a aplicação, adaptar novamente o equipo ao escalpe,
evitando a entrada de ar, e regular o gotejamento do soro.

VENÓCLISE

É a introdução de grande quantidade de liquido, por via


endovenosa.

Locais de aplicação: de preferência veias que estejam distante de


articulações, para evitar que com o movimento a agulha escape da
veia.

Material:

Agulha ou escalpe (melhor é utilizar conjunto alado para infusão, também chamado escalpe
ou Butterfly);
Equipo para soro (plastequipo);
Frasco com a solução prescrita;
Esparadrapo ou micropore;
Suporte para o frasco de soro;
Tesoura;
Saco plástico para lixo;
Luvas de procedimento;
Etiqueta de identificação;
Garrote;
Algodão;
Cuba-rim;
Álcool a 70%;
Quando necessário: tala para imobilizar e atadura.

Vantagem do escalpe sobre a agulha comum: as asas podem ser dobradas para cima, facilitando
a introdução na veia; a ausência de canhão permite melhor controle sobre a agulha e envia melhor
angulação; e menos traumatizante, pois são apresentados em diversos calibres e com bisel curto que
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reduz a possibilidade de transfixar a veia; após a introdução na veia, as asas são soltas,
proporcionando um contato plano menos irritante para o paciente; a numeração dos escalpes na
escala descendente é 27, 25, 23, 21, 19 e 17 para o uso comum, existindo outros calibres para
tratamentos especializados.

Método:
1. Preparo do ambiente e do paciente;
2. Conversar com o paciente sobre o cuidado a ser executado;
3. Providenciar suporte para o soro;
4. Verificar as condições de iluminação e aeração;
5. Desocupar a mesa-de-cabeceira.

Preparo do medicamento
1. Lavar as mãos;
2. Abrir o frasco coma solução e o plastequipo;
3. Introduzir no frasco de soro, os medicamentos prescritos;
4. Adaptar o plastequipo no frasco;
5. Retirar o ar, pinçar e proteger extremidade do plastequipo;
6. Rotular o frasco com o nome do paciente, leito, conteúdo da solução, horário de inicio e
término, número de gotas/minuto, data e assinatura do responsável pelo preparo.

EXEMPLO DE RÓTULO:

Nome: João José da Silva Enf. 2ª leito: 04


Soro glicosado 5% 500 ml
Início: 10 hs Término: 18 hs
Gotejamento: 21 gts/min
Data: 21/10/05 Assinatura:___________

Aplicação
1. Lavar as mãos;
2. Levar o material na bandeja e colocar na mesa -de-cabeceira;
3. Separar as tiras de esparadrapo ou micropore;
4. Selecionar a veia a ser puncionada;
5. Colocar o frasco no suporte e aproximá -lo do paciente;
6. Posicionar o paciente de modo a mantê -lo confortável e facilitar a visualização das veias;
7. Calçar as luvas;
8. Prender o garrote aproximadamente 4 dedos acima do local da punção e pedir ao paciente
para abrir e fechar as mãos (se MMSS), e conservá -la fechada;
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9. Fazer anti-sepsia da área, com movimentos firmes e no sentido do retorno venoso, para
estimular o aparecimento das veias;
10. Desprezar o algodão no saco plástico;
11. Com o polegar da m,ao não dominante, fixar a veia, esticando a pele, abaixo do ponto de
punção;
12. Introduzir o escalpe e tão logo o sangue preencha totalmente o escalpe, pedir para o paciente
abrir a mão, soltar o garrot e e adaptar o escalpe ao equipo;
13. Abrir o soro observando o local da punção;
14. Fixar o escalpe com esparadrapo ou micropore;

15. Controlar o gotejamento do soro, conforme prescrição;


16. Deixar o paciente confortável e o ambiente em ordem;

17. Providenciar a limpeza e a ordem do material;


18. Anotar o horário da instalação.

Observações:
Observar o local da punção, para detectar se o escalpe está na veia, evitando edema,
hematoma, dor e flebite;
Controlar o gotejamento do soro de 2/2 horas;
No caso de obstrução d o cateter ou escalpe, tentar aspirar o coágulo com uma
seringa.Jamais empurrá-lo;
Para verificar se o soro permanece na veia: observar a ausência de edema, vermelhidão ou
dor no local; colocar o frasco abaixo do local de punção, a fim de verificar se há r efluxo de sangue
para o escalpe; devido ao risco de contaminação, não se desconectar o escalpe para ver o sangue
refluir; caso os testes demonstrem problemas, providenciar novamente nova punção;
Em casos de pacientes inconscientes, agitados e crianças, fa zer imobilizações;
Se o acondicionamento da solução for em frasco tipo “Vacoliter”, ao retirar a borracha que
recobre os orifícios de entrada do equipo e do ar, observar se faz ruído pela entrada de ar.Se não o
fizer, não deverá ser usado;
Só aplicar soluções límpidas;
Nos frascos de plástico não há necessidade de colocar a agulha para fazer o respiro. Se
julgar conveniente colocá -la, observar que não haja contaminação do conteúdo, fazendo a
desinfecção do local de inserção da agulha e evitando que a agu lha toque no conteúdo liquido;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 175

Usualmente o frasco fica pendurado no suporte, numa altura aproximada de um metro acima
do leito, mas pode variar conforme a pressão que se deseja obter.Quanto mais alto estiver o frasco,
maior é a força da gravidade que im pulsiona o líquido.

JELCO (CATETER DE PLÁSTICO MALEÁVEL):


Atualmente bem mais utilizado que o escalpe, o jelco é um cateter
constituído por um dispositivo de plástico com um guia(agulha), que,
depois de introduzido na veia, retira -se a agulha mantendo ap enas o
plástico na veia do paciente.
Realiza-se o preparo do local para a inserção do jelco da mesma forma que se faz com o
escalpe.
Posicione a ponta do cateter sobre a veia selecionada em um ângulo de 30º a 40º da pele.
Com o seu polegar livre fixe fir memente a veia na região distal do local de inserção da agulha. Assim
que a pele for perfurada, reduza o ângulo de agulha até 15º da pele. Introduza o cateter no interior da
veia reduzindo a angulação da agulha até que ela fique paralela à pele do paciente . Continue a inserir
a agulha até que haja um refluxo de sangue no interior da câmara distal do dispositivo.
Deslize o cateter para frente até que o canhão esteja nivelado com a pele.
Simultaneamente segure o mandril da agulha.
Quando o canhão do catete r estiver nivelado com a pele, puxe delicadamente o mandril para
trás até que o cateter esteja totalmente inserido no interior da veia. Em alguns tipos de dispositivo, o
mandril, ao ser retirado, é mantido em uma unidade de proteção, o que reduz a possibil idade de lesão
do enfermeiro(a) no seu manuseio.
Pressione levemente a região próxima da inserção do cateter com seu dedo médio. Isso
evitará o extravasamento de sangue no momento da remoção do mandril.
Segure delicadamente no canhão do cateter e ao mesm o tempo remova a unidade de
proteção do mandril, logo após conecte o equipo ao cateter, dando início a infusão a ser feita.

HEPARINIZAÇÃO
É a administração de uma solução anticoagulante (heparina ou liquemine) para evitar a
coagulação do sangue no circui to de um acesso venoso.
São bastante controvertidas as quantidades recomendadas para heparinização: A “ABBOTT”
– divisão hospitalar recomenda: 0,2 ml de heparina IV (concentração de 5000UI/ml) para 9,8 ml de
soro fisiológico. Aplicar 0,5 a 1,0 ml da soluç ão preparada. Outra forma de diluir é 1ml de heparina de
5000UI diluído para 4ml de soro fisiológico ou água destilada. Desta solução retira -se 1 ml e redilui
para 9 ml de soro fisiológico ou água destilada e está pronta a solução de heparina. Para uso em
cateteres implantáveis utiliza -se 5 ml desta solução, em cateteres profundos, utiliza -se 3 ml.
Atualmente é pouco utilizado o método de heparinização de um acesso venoso seja profundo
ou periférico, sendo este substituído pela salinização, ou seja, a intr odução de uma solução salina
(soro fisiológico) para evitar a coagulação sanguínea no circuito.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 176

A heparinização ainda é utilizada em cateteres implantáveis, como por exemplo, cateter de


Porth ou de Hickmam(semi -implantável) muito utilizados em pacientes e m tratamento de
quimioterapia.

Observações:
O acesso venoso deve ser trocado quando surgirem sinais de flebite ou infiltração como:
edema, dor e vermelhidão no local.
A heparina diluída, guardada no refrigerador a 4º C, pode ser utilizada até 72 horas a pós seu
preparo.
Certos serviços de saúde já utilizam a heparina que vem diluída da farmácia pronta para uso.
Recomenda-se trocar a solução heparinizada contida no interior do cateter, a cada 8 horas,
caso não haja administração de medicamento neste perí odo.

CÁLCULO DE GOTEJAMENTO DE SORO


Para calcular o ritmo do fluxo de soro a ser administrado num determinado período de tempo,
deve-se considerar o tipo de equipo, a quantidade e o número de horas desejado para a
administração do soro. Existe no mercado equipos de micro e macro gotas.
1 gota = 3 microgotas
1 ml = 20 gotas = 60 microgotas
Para administrar um soro de 500 ml em 8 horas, utilizando
equipo de macrogotas, efetuaremos o seguinte cálculo:

1 ml = 20 gotas logo 500 m l = 10000 gotas.


500 ml = x gotas

1 hora = 60 minutos logo 8 horas = 480 minutos.


8 horas = y

10000 gotas dividido por 480 minutos = 21 gotas por minuto.

Nº de gotas/minuto = Volume(ml)
Tempo (min)
OU
Nº de gts/min = Volume(ml)
3 x Tempo(hs)

Nº de microgotas/min = Volume(ml)
Tempo (hs)
OU
Nº de microgotas/min = Nº de gts/min x 3
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 177

Tabela de gotejamento de soro


Quantidade 500ml 1000ml 2000ml
Nº de horas Nº de gotas Nº de gotas Nº de gotas
24 7 14 27
18 9 18 37
12 14 27 55
10 16 33 66
8 21 42 83
6 27 55 111
Para controle mais preciso de gotejamento e quantidade à ser infundida existem aparelhos
apropriados, como a bomba infusora.

BOMBA INFUSORA

Finalidade: Propiciar infusão precisa de solução medicamentosa, sangue e hemod erivados por via
parenteral e líquidos por via enteral.
Método:
1. colocar o frasco ou bolsa de solução na haste própria da bomba infusora, mantendo -a
sempre na vertical.
2. segurar o segmento de silicone do equipo, próprio para bomba infusora, pelas extremidade s.
Na horizontal.
3. envolver o rotor da bomba infusora com o segmento de silicone do equipo, cuidando para
não torcê-lo, evitando assim a obstrução.
4. posicionar o equipo nas aberturas laterais, cuidando para não criar vinco no equipo.
5. encher a câmara de gotej amento, pressionando suas paredes e soltando -a em seguida.
Evitar deixar gotículas na parede do equipo, pois isto dificulta a captação pelo sensor de
gotejamento.
6. verificar o nível de solução na câmara de gotejamento para que esteja de acordo com a
marcação existente nas paredes externas da câmara, a fim de facilitar a leitura do sensor.
7. posicionar o sensor de gotas no nível indicado pela câmara do equipo.
8. programar na bomba infusora o volume total a ser infundido e milímetro por hora. Iniciar a
infusão.

Limpeza e desinfecção:
1. remover as sujidades da bomba infusora, aplicando pano umedecido com água e sabão.
Cuidar para não molhar o orifício do sensor.
2. enxaguar com pano limpo e úmido, retirando o sabão.
3. secar com pano seco e limpo.
4. passar a gaze seca atrás do rotor.
5. completar a desinfecção com pano umedecido em álcool a 70%
6. manter o cabo de força conectado à tomada elétrica.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 178

CATETERES
O uso constante da rede venosa para administração de medicamentos, sangue e coleta de
sangue para exames laboratoriais, e a s condições próprias das veias do paciente, as vezes
recomendam que se utilizem cateteres venosos, que podem ser de curta ou longa permanência.
O cateter de curta permanência mais comum é o intracath. E dentre os de longa
permanência, existem os totalment e implantados (Port-a-cath) e os parcialmente implantados
(Hickman).
Os cuidados variam conforme o tipo de cateter.
Geralmente é recomendado: manter o cateter sob infusão contínua (preferencialmente) ou
heparinizado; fazer diariamente curativo no local d e implantação do cateter, observando as condições
locais. Utilizar para anti-sepsia soluções a base de iodo; controlar o tempo de permanência do
cateter; observar possíveis complicações; como febre ou outros sintomas sugestivos de infecção.

FLEBOTOMIA
É uma pequena abertura cirúrgica em uma veia calibrosa e profunda para introduzir um
cateter.
Cuidados:
Fazer, diariamente, curativo no local, com soluções à base de iodo;
Observar o local de incisão, onde pode ocorrer:edema, hematoma ou sangramento;
Deixar o paciente com o braço em elevação de 30º para facilitar o retorno venoso e prevenir
edema;
Manter infusão contínua para evitar obstrução do cateter. Se o cateter obstruir, não injetar
nada para tentar desobstruí -lo, pois o deslocamento do coágulo pode lev ar a embolia.
Observar a extremidade do cateter, evitando torções;
Observar os sinais e sintomas de tromboflebite: dor, hiperemia(rubor), calor e edema no
trajeto do vaso;
Não administrar ou colher sangue pela flebotomia;
Trocar o equipo a cada troca de so ro;
Ao desconectar o equipo do cateter, fazê -lo com cuidado
evitando a contaminação das partes e a entrada de ar.

TRATAMENTO PELA VIA RESPIRATÓRIA

Os gases medicinais são muito utilizados para tratamento de


patologias e para anestesia.
Embora existam vários tipos de gases medicinais, como o
Hélio (He), o dióxido de carbono (CO 2), o óxido nitroso (N 2O), o
nitrogênio (N 2), o mais comumente usado é o oxigênio (O 2).
A incapacidade de obter oxigênio e controlar a função
respiratória essencial é aterradora e deixa o paciente extremamente
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 179

ansioso. Torna-se imperativa a pronta assistência ao paciente, não só pelo papel vital do oxigênio na
manutenção da vida, mas também porque a ansiedade interfere na respiração, agravando cada vez
mais a situação.

OXIGENOTERAPIA
É a administração de oxigênio medicinal com finalidade terapêutica.

Indicações:
Combater as deficiências de oxigênio.
Fazer a expectoração;
Diminuir os processos inflamatórios das vias respiratórias;
Provocar broncodilatação.

Medidas de segurança:
Sendo o oxigênio inflamável, é muito importante:
Não permitir fumar no local – colocar avisos de “Não fumar”. O oxigênio não é explosivo, mas
uma centelha criada em presença de alta concentração de oxigênio pode incendiar
rapidamente, por este motivo é e ssencial que ninguém fume até a distância de 4 metros do
equipamento de oxigênio.
Cuidado com aparelhos elétricos que podem emitir faíscas.
Nunca usar graxa ou óleo nas válvulas e no manômetro de oxigênio.
Transportar o torpedo com cuidado. A queda pode pr ovocar explosão. O ideal é que o
oxigênio seja canalizado.

Cuidados com o umidificador:


O oxigênio precisa sempre ser administrado umidificado. A inalação por longos períodos com
baixa umidade lesa o epitélio ciliar da mucosa respiratória, dificultando a eliminação do muco
e provocando uma reação inflamatória sub epitelial. O oxigênio seco desidrata os tecidos.
Manter o umidificador sempre com água até a marca ou no máximo até 2/3 de sua
capacidade, e demarcar o ponto.
A água utilizada no umidificador deve ser estéril e trocada diariamente.
Ao verificar que o nível da água no umidificador está baixo, desprezar a água restante, e
recolocar nova água, para evitar que se torne um meio de cultura.
Material
Oxigênio canalizado ou em torpedo.
Manômetros: para indicar a quantidade de oxigênio no torpedo e o fluxo de saída
(fluxômetro).
Umidificador.
Aviso de não fumar.
Esparadrapo, micropore ou fita adesiva.
Gaze.
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Água destilada
Solução fisiológica ou lubrificante hidrossolúvel.
Saco para resíduos.
Meio de administração.
Intermediário de látex ou plástico, com 1 ou 2 metros de comprimento, para permitir que o
paciente possa movimentar.

Meios de administração:
Cânula nasal (óculos para oxigênio ou prolong) ou cateter nasal bilateral
ou tipo óculos – usada quando não é necessária grande pressão na
administração de oxigênio. Utilizado para fornecimento de oxigênio na
razão de 2-3 litros/min.

Cateter nasal simples ou unilateral – são dispositivos simples e confortáveis, introduzidos nas
narinas do paciente para o for necimento de oxigênio à razão de 5 a 6 litros por minuto.
Podem apresentar nº 6,8,10 ou 12, conforme a idade do paciente e a quantidade de oxigênio
desejada. Acrescentar ao material básico, luvas de procedimento e solução fisiológica.
Máscara facial – dispositivo que se adapta perfeitamente sobre nariz e boca, sendo mantido
em posição com auxílio de cadarços. Utilizada na oxigenoterapia a curto prazo. Utilizado para
fornecimento de oxigênio na razão de 5 -8 litros/min. Acrescentar ao material básico cadarço e
tubo de extensão.
Cânula endotraqueal.
Incubadora (crianças)
HOOD (capacetes).
Tenda de oxigênio.

Método:
1. lavar as mãos.
2. Explicar ao paciente sobre o cuidado
3. Preparar o ambiente, verificando as medidas de segurança.
4. organizar o material e trazer para ju nto do paciente.
5. colocar o paciente em Posição de Fowler.
6. Adaptar o meio de administração (cânula, cateter ou máscara) ao intermediário e este ao
umidificador.
7. Abrir o fluxômetro e deixar fluir um pouco de oxigênio para evitar acidentes por saída
intepestiva de oxigênio.
8. orientar o paciente a limpar o nariz, se for consciente. Se estiver impossibilitado, proceder a
limpeza.
9. Colocar o meio de administração no paciente:
Cânula nasal – colocar a cânula nasal nas narinas do paciente fixando -a com esparadrapo.
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Cateter nasal - Calçar luvas. Medir, com o cateter, a distância entre a base do nariz e o lóbulo
da orelha, marcando com esparadrapo, para determinar quanto o cateter deve ser introduzido.
Umedecer o cateter com solução fisiológica ou lubrificante, segura ndo-o com a gaze. Pedir ao
paciente que respire pela boca para evitar pressão do ar inspirado sobre o cateter. Hiperestender
a cabeça do paciente par facilitar o acesso e introduzir o cateter pelo assoalho de uma das
narinas, até o ponto marcado. Observar a posição do cateter através da boca do paciente, o
extremo do cateter deve aparecer atrás da úvula palatina, se ultrapassá -la, poderá ocorrer
náuseas. Tirar as luvas e fixar com esparadrapo, de forma que não fique incômoda para o
paciente.
Máscara facial – adaptar a máscara à face do paciente e fixar com cadarço.
10. Regular o fluxo de oxigênio até a quantidade prescrita.
11. deixar o paciente confortável e a unidade em ordem.
12. anotar o cuidado prescrito.

Observações:
Observar o paciente durante o tratamento.
Se o oxigênio for contínuo, trocar o cateter no mínimo a cada 24 horas, alternando as narinas,
afim de evitar ferimento da mucosa nasal e obstrução do cateter por secreção.
Fazer higiene nasal com soro fisiológico, de 8/8 horas.
A máscara é desconfortável pa ra o paciente. Por isso é usada com reserva.
Se possível, tirar a máscara de 2/2 horas, deixando o paciente repousar alguns minutos antes
de recolocá-la. Neste intervalo lavar a pele, a fim de evitar irritações e reduzir o desconforto.
Existem vários modelos de máscara com funcionamento e cuidados diferentes.
Retirar o acúmulo de água no tubo de extensão.
Trocar a máscara a cada 24 horas ou mais freqüentemente, quando necessário.

NEBULIZAÇÃO / INALAÇÃO
É a administração de substâncias umidificadoras, flui dificadoras, broncodilatadoras,
antibióticas, etc, por via respiratória, através de um aparelho chamado nebulizador ou inalador. O
medicamento líquido é transformado em névoa, que é inalada, para fluidificar as secreções
aderidas na parede brônquica. Pode ou não ser associada ao oxigênio.
Medicamentos mais utilizados: Atrovent, solução fisiológica, berotec, adrenalina e salbutamol.

Material:
Nebulizador.
Fonte de oxigênio.
Medicação e solução fisiológica.
Intermediário de borracha.
Cuba rim ou escarradeira.
Lenço de papel.
Saco plástico para resíduos.
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Método:
1. ler atentamente a prescrição.
2. lavar as mãos.
3. Explicar ao paciente o cuidado a ser prestado.
4. organizar o material, colocando a solução fisiológica com o medicamento no nebulizador.
5. preparar o paciente para receber o tratamento: em posição de fowler ou sentado em uma
cadeira.
6. verificar freqüência cardíaca em pacientes com uso de broncodilatador, antes e após a
nebulização.
7. ligar o nebulizador e adaptar a máscara à face do paciente e fixarndo -a com cadarço ou pedir
que o paciente segure, orientando -o como fazê-lo, se for consciente. Se for associado ao
oxigênio, ligar o nebulizador a fonte de oxigênio e regular o fluxo entre 6 -8 litros/min.
8. instruir o paciente para inspirar profundamente a medicação e expi rar lentamente,
permanecendo com a boca semi aberta, sem conversar.
9. manter a nebulização até consumir toda a medicação, e então desligar o aparelho.
10. oferecer lenço de papel e orientar o paciente a escarrar, tossindo profundamente.
11. realizar manobras que aux iliem a drenagem de secreções broncopulmonares. Após a
nebulização, estimular pó paciente a tossir, respirar profundamente e, se possível, inclinar o
tronco para a frente.
12. providenciar a limpeza e ordem do material.
13. anotar o cuidado prestado, volume e cara cterística do escarro eliminado.

Observações:
No momento de usar o nebulizador, enxaguá -lo em água corrente para remover o
desinfetante.
Após o uso o nebulizador deve ser lavado, enxaguado e depois colocado em recipiente
fechado contendo solução desinfeta nte, como hipoclorito de sódio, por uma hora. Em seguida
enxaguar e secar.
Os líquidos usados no nebulizador devem ser estéreis.
Nos pacientes traqueostomizados, adaptar o nebulizador próximo a traqueostomia.
Suspender a nebulização quando o paciente apre sentar dispnéia, cianose ou sudorese.

TRATAMENTO DE FERIDAS

FERIDAS
A perda da continuidade (solução de continuidade = ruptura da pele e tecidos adjacentes) de
qualquer tecido mole do organismo é chamada de ferida, podendo ser provocada por diferentes
mecanismos. Podem ser causadas por fatores intrínsecos ou extrínsecos.
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Como fatores extrínsecos temos:


incisão cirúrgica e as lesões acidentais
por corte ou trauma. As feridas cirúrgicas
são lesões intencionais e realizadas sob
condições assépticas e, por tanto, com
cicatrização rápida e poucas
complicações. As feridas traumáticas são
lesões acidentais, que podem ser
acompanhadas de perdas de tecidos e
ocorrem sob condições não assépticas e,
por isso, apresentam predisposição para
infectar.
Como fatores intrínsecos temos: as feridas produzidas por infecção, as úlceras crônicas, as
causadas por alterações vasculares, defeitos metabólicos e neoplasias.
As feridas podem ser agudas, quando de ocorrência recente, e crônicas, quando de
ocorrência antiga e de difícil cicatrização.
Como uma das funções da pele é constituir -se em uma barreira mecânica contra agentes
nocivos como os microrganismos, a perda da sua integridade por qualquer ferimento pode tornar o
organismo vulnerável à ação desses elementos. As ferida s podem ser classificadas conforme a
presença ou não de microrganismos patogênicos:
Feridas limpas – lesões operatórias, em que não há presença de microrganismos
patogênicos. Não apresentam inflamação e não atingem os tratos respiratório, digestório,
genital ou urinário.
Feridas limpas – contaminadas : lesões operatórias, em que não há presença de
microrganismos patogênicos que atingem os tratos respiratório, digestório, genital ou urinário.
Feridas contaminadas – lesões com presença de microrganismos patog ênicos com grande
capacidade de produzir infecções, por exemplo: as úlceras de pressão, as úlceras varicosas e
as feridas traumáticas.
Feridas infectadas ou sujas – lesões com presença de microrganismos patogênicos em
processo de infecção e que geralmente apresentam exsudato purulento.

Tipos de ferimentos:
Incisão: abertura da pele feita por instrumento cortante. Ex: bisturi, faca, lâmina, vidro.
Escoriação: arranhão, com perda de pele ou mucosa.
Ferimento penetrante: causado por projéteis de bala, pregos.
Laceração: ocorre quando o tecido é rasgado.

Fatores que inluenciam na infecção das feridas:


A infecção é considerada como a complicação mais temida, devido ao fato de interferir no
processo de cicatrização, independentemente da origem da ferida.
A infecção da ferida ocorre:
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Quando o número de microrganismos excede o potencial de defesa do tecido local.


Na presença de tecido necrótico em grande quantidade, como nas queimaduras.
Pelo desenvolvimento de microrganismos como os esporos.
Pelas fontes de infecção endógenas (própria flora bacteriana normal do organismo que
invade a ferida causando a infecção) ou exógenas(originados de cuidados inadequados da
equipe de saúde).
Por falta de higiene do próprio paciente.
Pela infecção cruzada, pode ser transmitida pela equipe de saúde ou por instrumentos
cirúrgicos contaminados.

Sinais indicativos de risco, probabilidade ou processo infeccioso já instalado:


Sinais de infecção – ocupam geralmente uma extensão em torno da ferida, alterando a
temperatura da área(mais quente), presença de exsudato e variação na coloração. Nas
infecções sistêmicas pode ocorrer febre.
Localização da ferida – As localizadas no abdome, nas coxas e nas nádegas são mais
susceptíveis à infecção. O movimento e a deambulação precoce favorecem na recuperação
da ferida, devido à estimulação da circulação sanguínea, exceto nos casos de úlceras
varicosas e plantares.
Drenagem presente – se apresentar fluido claro pode indicar uma deiscência da ferida, se
existir líquido com odor fétido e purulento, p ode indicar infecção.
Tecido necrosado – o crescimento do tecido necrótico favorece a manutenção de
microrganismos da infecção e dificulta o fechamento da lesão.
Condições físicas do paciente – várias situações podem contribuir para maior risco ou maior
probabilidade de desenvolver infecções:
- desnutrição: a ferida, por falta de nutrientes para metabolizar energia, terá dificuldade de
cicatrizar.
- doenças circulatória e diabetes : favorecem para o crescimento de bactérias na ferida.
- medicamentos, como corticosteróides : diminuem a resposta imunológica do paciente.

CICATRIZAÇÃO
É considerada a primeira estrutura de defesa contra patógenos da pele. Na ocorrência de
lesão na pele, o corpo torna -se vulnerável ao ataque dos microrganismos. O organismo reage para:
interromper a perda sanguínea, remover patógenos e resíduos celulares da ferida, regenerar a
superfície epidérmica natural e repara o tecido danificado da camada mais profunda.

Tipos de cicatrização:
Vários fatores influenciam na cicatrizaçã o da ferida, entre eles, a quantidade de tecido
perdido, a presença de infecção e o estado geral do paciente.
Cicatrização por primeira intenção: as bordas da ferida são aproximadas em uma incisão
por sutura. Se a cicatrização não é interrompida, o local d a lesão apresenta-se quase
imperceptível. Há perda mínima de tecido, ausência de infecção e edema mínimo.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 185

Cicatrização por segunda intenção : ocorre a união ou aproximação indireta. As bordas


da ferida não podem ser aproximadas. A cicatrização levará mais tempo e resulta em maior
quantidade de tecido cicatricial. Ocorre perda excessiva de tecido e presença de infecção.
Cicatrização por terceira intenção: realizada por correção cirúrgica, após a formação de
tecido de granulação.(sutura das bordas, aplicação de enxertos).
Cicatrização por quarta intenção: formação de crosta protetora sobre o tecido de
granulação, comum em escoriações e queimaduras.
Cicatrização por primeira intenção retardada: ocorre remoção cirúrgica de um órgão
mantendo o local parcialmente aberto para drenagem. Após avaliação e redução da infecção
local, a ferida poderá ser suturada ou fechada por outros meios.
Fatores que influenciam no processo de cicatrização: Hipovolemia (redução do aporte sanguíneo
de nutrientes para a cicatrização), n utrição( vit. C e K), idade (mais rápido em crianças), queda da
defesa imunológica, hormônios (adrenocorticais retardam a cicatrização), tratamentos
medicamentosos (corticosteróides, citotóxicos e imunossupressores), doenças associadas (devido a
decréscimo dos processos metabólicos), drogas e bebidas alcóolicas (alteram o estado nutricional),
estrutura da lesão (quanto mais extensa, mais demorada a cicatrização), local, edema (inibe o
transporte de suprimentos regenerativos), tipo de curativo utilizado, mob ilização (favorece),
suprimento sanguíneo, corpo estranho na ferida.

Complicações na cicatrização das feridas


Infecção – a infecção de sítio cirúrgico (ferida cirúrgica) manifesta -se entre 4-6 dias após a
realização da cirurgia, apresentando eritema, dor, edema e secreção no local.
Deiscência – abertura da cicatriz devido à: infecção, hematoma, técnica inapropriada ou
deficiência metabólica.
Cicatriz hipertrófica – tecido cicatricial exagerado, que não ultrapassa as bordas da ferida.
Quelóide – devido ao excesso de formação de tecido de granulação, surge uma
proeminência nas bordas da ferida.
Hemorragia – ocorre extravasamento sanguíneo de um vaso.
Maceração - amolecimento da pele, geralmente nas bordas da ferida, na maioria das vezes
pela umidade excessiva.

CURATIVO
Curativo é a proteção da lesão ou ferida, contra a ação
de agentes externos físicos, mecânicos ou biológicos. Consiste
na limpeza e na aplicação de cobertura estéril em uma ferida.
O curativo é utilizado para promover a cicatrização da ferid a e
proporcionar um meio adequado para este processo.
Atualmente, vem sendo preconizado a confecção de
curativos úmidos, considerando que a manutenção do meio
úmido entre a ferida e a cobertura, favorece e aumenta a
velocidade de cicatrização. No entanto, é preciso salientar que
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 186

a escolha do tratamento para a ferida depende de seu grau de contaminação, da maneira como foi
produzida, dos fatores locais e sistêmicos relacionados com o processo de cicatrização e da
presença de exsudato.

Finalidades:
Limpar a ferida.
Curar a ferida.
Recuperar a continuidade entre as bordas da pele.
Reestabelecer a função do tecido.
Proteger de traumatismo mecânico.
Tratar e prevenir de infecções
Eliminar os fatores que retardam a cicatrização.
Absorver secreções.
Imobilizar.

Critérios para um curativo ideal, segundo Turner apud Dealey (1996)


Manter elevada a umidade entre os espaços da ferida e o curativo.
Remover o excesso de exsudato e componentes tóxicos.
Permitir trocas gasosas.
Promover isolamento térmico.
Dispor de proteção contra infecções secundárias.
Estar livre de partículas e contaminantes tóxicos.
Permitir sua renovação sem trauma na troca.
Dispor de vários tamanhos.
Proporcionar conforto ao paciente.
Facilidade de aplicação.
Eficácia
Custo-benefício.

CLASSIFICAÇÃO DE CURATIVOS:

Aberto – é aquele no qual utiliza-se apenas o anti-séptico, mantendo a ferida exposta. Ferida
cirúrgica limpa com 48 hs de evolução, período em que ocorre u a formação da ponte epitelia.

Curativo aberto

•Eliminar as condições necessárias para o crescimento de microrganismos (calor, umidade,


ausência de luz solar, etc.);
•Permitir melhor observação e detecção precoce de dificuldades no processo de cicatrização;
•Facilitar a limpeza;
•Evitar reações alérgicas ao esparadrapo;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 187

•Ser mais barato.

Oclusivo – curativo que após a limpeza da ferida e aplicação do medicamento é fechado ou


ocluído com gaze ou atadura.

Curativo fechado

•Absorver a drenagem de secreções;


•Proteger o ferimento das lesões mecânicas;
•Promover hemostasia, através de curat ivo compressivo;
•Impedir contaminação do ferimento por fezes, vômito, urina;
•Promover o conforto psicológico do paciente

Seco – fechado com gaze ou compressa seca.


Úmido – fechado com gaze ou compressa umedecida com pomada, SF ou soluções
prescritas.
Compressivo – é mantida compressão sobre a ferida para estancar hemorragias,
eviscerações, etc.
Drenagens – utilizado nos ferimentos com grande quantidade de exsudato, nos quais
colocam-se drenos, tubos, cateteres.
Desbridamento – retirada de tecido necrosad o, sem vitalidade, utilizando cobertura com
ação desbridante ou retirada mecânica com pinça, tesoura ou bisturi.

ALGUNS TIPOS DE TRATAMENTO

Tratamento Indicação Periodicidade de troca

Povidine Inserção de cateteres Devem ser inspecionados diariamente e trocados quando


tópico vasculares, sujos ou úmidos. Em geral, trocar a cada 24 hs.
introdutores e fixadores
externos.

Cobertura Feridas suturadas. Deixar 24 hs.


seca com SF Inserção de drenos. Depois deixar aberta.
0,9%

Curativo Feridas com A cada 24 hs ou quando com exsudato até 6 hs.


úmido com SF cicatrização por 2ª ou
0,9% 3ª intenção.

Açúcar Feridas infectadas, Pode ser de 6/6hs ou de 8/8hs até que a lesão não
gangrenas. Contra- apresente secretantes, aumentan do-se para 12/12hs.
indicado em lesões
isquêmicas
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OUTROS TIPOS DE CURATIVOS:

Gaze- Existem vários tipos de gazes e a verdadeira é feita com 100% de algodão. A gaze pode ser
usada seca, úmida ou colocada úmida e removida quando seca porém esta última forma não é
recomendada pois fornece um debridamento não seletivo, podendo lesar também o tecido de
granulação. Não deve ser usada para proteção de úlceras no estágio I.

a) Vantagens- Usado para grandes feridas com grande volume de exsudato para absorção,
baixo custo.
b) Desvantagens – Pode deixar partículas ou fibras na ferida; é difícil garantir uma aplicação
adequada; demanda mais tempo de enfermagem no cuidado pois geralmente necessita de 2
a 3 trocas diárias; precisa ser mantida úmida para evitar que o leito da ferida fique resse cado;
a gaze úmida com exsudato pode causar a maceração da pele circundante necessitando do
uso de vaselina na região perilesional para proteção; se for colocada em excesso dentro da
cavidade da ferida pode comprometer o fluxo sanguíneo pela compresão, cau sar dor e
retardar o fechamento da ferida. Pode causar danos no tecido de granulação.

Ácido Linoleico-AGE

O ácido linolênico é vital para a função de barreira, é o maior componente lipídico no


extrato córneo normal gorduroso;
É vital para a resistência à água, pois é o maior constituinte da barreira epidérmica (60%);
É o único que tem capacidade de reverter ou reparar a função de barreira da pele
onde a deficiência dietética não está envolvida;
Estes têm grande ação na aceler ação do processo de cicatrização, pois auxiliam a
quimiotaxia e diapedese dos leucócitos;

a) Indicações: para lesões abertas não intactas, e profilaxia das úlceras de pressão.
b) Modo de usar:
Aplicar no local afetado utilizando uma gaze;
Trocar de 12 a 24 horas.

Aloe Vera – Babosa

Trata-se de curativo não aderente com Aloe Vera. É empregado como gaze não aderente;
Pode ser utilizado in natura;

a) Indicações: É indicado para: queimaduras de primeiro e segundo grau, ulcerações


refratárias, dermatite de contat o periostomia.
b) Modo de usar:
Freqüência de troca 12 a 24 horas.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 189

Sulfadiazina de Prata

É uma pomada hidrofílica, composta por sulfadiazina de prata a 1%;


Pode ser associado: nitrato de cério ácido hialurônico;

a) Indicações: confere características bacterici das imediatas e bacteriostáticas residuais,


provoca precipitação protéica e age diretamente na membrana citoplasmática bacteriana.
b) Modo de usar:
Freqüência de troca é recomendada a cada 12 horas.

Papaína
a) Composição: enzima proteolítica. São encontradas na s folhas, caules e frutos da planta
Carica Papaya.
b) Forma de apresentação: pó, gel e pasta.
c) Atuação: desbridante (enzimático) não traumática, antiinflamatória, bactericida, estimula a
força tensil das cicatrizes, ph ótimo de 3 – 12, atua apenas em tecid os lesados, devido à
antiprotease plasmática (alfa antitripsina).
d) Observações: diluições: 10% para necrose, 4 a 6% para exsudato purulentoe 2% para uso
em tecido de granulação.
e) Cuidados no armazenamento (fotossensível) e substâncias oxidantes(ferro/iodo /oxigênio):
manter em geladeira.

Fibrinolisina

a) Composição:fibrinolisina (plasma bovino) e desoxorribonuclease (pâncreas bovino).


b) Forma de apresentação: pomada.
c) Ação: através da dissolução do exsudato e dos tecidos n ecróticos, pela ação lítica da
fibrinolisina e do ácidodesoxo rribonucleico e da enzima desoxorribonuclease.
d) Observação: monitorar a sensibilidade do paciente.

Alginato de Cálcio e Sódio

a) Composição: 80% íon cálcio + 20% íon sódio + ácidos gulurônico e manurônico
(derivados de algas marinhas).
b) Forma de apresentação : cordão e placa.
c) Ação: hemostasia, debridamento osmótico, grande absorção de exsudato,
umidade (formação de gel).

Açúcar

a) Composição: sacarose.
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b) Forma de apresentação : em grânulos.


c) Ação: efeito bactericida, proporci onado pelo efeito osmótico, na membrana e parede
celular bacteriana.
d) É necessário troca de 2/2 horas para manter a sua ação, feridas com necrose de
coagulação, queimaduras, pacientes obesos, desnutridos e com idade avançada.

Filme Transparente – Consiste em uma membrana de poliuretano com uma camada adesiva que é
permeável ao vapor. Pode ser utilizado em úlceras nos estágios I e II e nas úlceras em estágio III com
pequena quantidade de exsudato. Causam autólise do tecido necrótico. São ma is adequadas para a
região do trocânter, costas e braços. Pode ser usado como cobertura secundária para outros
curativos.

a) Vantagens – são impermeáveis a água e bactérias fornecendo assim uma barreira


mecânica; mantém um ambiente úmido para a ferida; p ermite a sua visualização; protege e
mantém a ferida aquecida; não exige um curativo secundário; a troca deve ser feita entre 3 a
5 dias.
b) Desvantagens - Se não for retirado adequadamente pode lesar a pele; não absorve
exsudato. Não adere muito bem na r egião sacral ou em peles oleosas.

Hidrocolóides – são coberturas oclusivas para feridas compostas de gelatina, pectina e


carboximeticelulose sódica em sua face interna com uma base adesiva e com espuma de poliuretano
ou filme em espessura, forma e desenh o da borda. Podem ser utilizadas em várias regiões corporais.

a)Vantagens: Previnem a contaminação secundária da ferida; protegem o desenvolvimento


do tecido novo que é frágil; permitem o desbridamento autolítico; aumentam a taxa de
angiogênese; fibrinólise e epitelização; mantém a umidade dos tecidos; são trocados
geralmente entre 3 a 5 dias; podem reduzir a dor da ferida; não requerem o curativo
secundário.
b)Desvantagens: Não é transparente o que impede a visualização da ferida; tem odor
quando removido que pode ser confundido com odor de infecção; pode formar um gel
amarelo que interage com o exsudato da feridae pode ser confundido com secreção
purulenta; não pode ser usado em feridas com grande quantidade de exsudato pois
apresenta pouca absorção; não deve ser usado em feridas infectadas, em feridas profundas
ou tratos sinusais; o custo inicial é elevado; tende a enrugar -se na região sacral, criando uma
pressão extra. Ao ser cortado para adequação do tamanho precisa “moldura” de micropore.

Curativos de Hidrogel: a composição principal deste curativo é a água e a ação é a hidratação da


superfície da ferida ou escara. São apresentados de três formas: a) uma estrutura fixa plana que não
permite que se molde ou se adeque ao formato da ferida; b) na for ma de gel amorfo em tubos, sache
aluminizado, gaze saturada ou spray; c) na forma seca congelada.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 191

a) Vantagens – molda-se à superfície da ferida; é muito eficaz na hidratação da ferida e


debridamento de tecido necrosado; disponível em diferentes formas; apresenta-se frio quando
aplicado e auxilia a diminuir a dor; a remoção não traumatiza a ferida; permite a visualização
da ferida quando na forma plana; pode ser usado em feridas infectadas; pode ser usado em
queimaduras e úlceras de pressão superficiais e profundas.
b) Desvantagens – alguns necessitam de um curativo secundário para fixação; podem
requerer trocas freqüentes; tem pouca capacidade de absorção; podem macerar a pele.

Curativos de Espumas de Poliuretano / hidropolímero - são curativos planos ou em diferentes


formatos de soluções de polímeros. São utilizados principalmente em feridas com grande quantidade
de exsudato.

a)Vantagens: absorvem uma grande quantidade de exsudato, não aderem ao leito da ferida;
alguns tem uma ação especial para dimi nuir o odor; protegem a ferida isolando -a e
acolchoando-a; mantém o meio úmido que favorece a cicatrização; alguns são fáceis de
aplicar.
b)Desvantagens: curativos de algumas marcas não tem a capacidade de adesão e precisam
ser fixados com esparadrapos, filme transparente ou atadura; podem ser difíceis de usar pois
tendem a manter a forma original; não devem ser usados em feridas secas ou que não
tenham exsudato; podem macerar a pele perilesional se não forem trocados quando
saturados pelo exsudato.

Gaze de Acetato Impregnada com Petrolatum (Adaptic)

a) Composição: tela de acetato de celulose, impregnada com emulsão de petrolatum,


hidrossolúvel.
b) Ação: proporciona a não aderência da ferida.

c) Indicação: áreas doadoras e receptoras de enxerto, a brasões e lacerações.


d) Contra-indicação: alergia.

Curativos de Alginatos – são derivados principalmente de algas. Em contato com a ferida e o


exsudato que é rico em sódio, formam um gel. São usados principalmente em feridas com grande
quantidade de exsudato. São disponíveis em películas e fitas.

a) Vantagens – são altamente absorventes, podendo absorver até 20 vezes o seu peso em
exsudato, diminuindo a necessidade de troca do curativo; pode ser usado em diferentes tipos
de feridas; tem propriedades hemo státicas em pequenos sangramentos; podem ser usados
em áreas de túneis e descolamentos.
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b) Desvantagens – Pode ressecar feridas que apresentam diminuição do exsudato,


necessitando irrigação com SF 0.9% na sua aplicação; necessita de um curativo secundári o;
pode ser de difícil remoção quando ressecado; pode apresentar odor fétido na remoção.

Carvão ativado com prata – curativo consiste em partículas de carvão impregnado com prata que
favorece os princípios físicos de limpeza da ferida. Pode ser usado em todas as feridas crônicas com
presença de exsudato e odor.

a) Vantagens – Auxilia na diminuição da carga bacteriana que dificulta ou impede a


cicatrização, reduzindo o exsudato e o odor. É confortável, pode permanecer até 7 dias
dependendo da quantidade de secreção.
b) Desvantagens – Necessita de curativo secundário que precisa ser trocado sempre que
necessário. Não deve ser utilizado em feridas ressecadas ou com crostas de necrose. Pode
aderir ao leito da ferida com pouco exsudato, causando sangrament o ao ser removido.
Poucas opções de tamanho. Não recomenda -se que seja cortado pois pode introduzir
partículas de carvão na ferida.

Colágeno – produzido à partir de colágeno de bovinos ou aves, é uma proteína insolúvel encontrada
na pele, ossos, cartilagens e ligamentos. Promovem a deposição e organização das novas fibras de
colágeno e tecido de granulação.

a) Vantagens – feitos em películas planas, fitas e gel; fácil de usar; quando associadas ao
alginato tem maior capacidade de absorção; mantém a fe rida em meio úmido; pode ser usado
em combinação com outros curativos.
b) Desvantagens – necessita de curativo secundário; pode ter custo elevado; pode causar
reações de sensibilidade por ser de origem animal.

Fatores de Crescimento – são proteínas encontradas naturalmente no organismo humano. Afetam o


processo de cicatrização pois levam certas células a proliferar, a produzir um produto ou a migrar
para uma área específica.

a) Vantagens – permite a liberação dos fatores de crescimento em momentos e specíficos;


podem facilitar a cicatrização de feridas que não evoluem.
b) Desvantagens – custo elevado, a forma de utilização pode ser muito complicada ou
complexa para alguns pacientes; paciente pode não ter condições de manter o produto
adequadamente refrigerado.
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Debridamento

É a remoção do tecido desvitalizado presente na ferida. Atualmente os métodos utilizados na


prática clínica são o autolítico, enzimático, mecânico e cirúrgico.
1) Autolítico – usa as enzimas do próprio organismo humano para d issolver o
tecido necrótico. Isto ocorre quando os curativos oclusivos ou semi -oclusivos são
utilizados. Geralmente não causam dor e requerem pouca habilidade técnica para
sua realização. O debridamento pode ser bastante lento mas é o mais seletivo.
Na presença de infecção ou em grandes extensões de necrose assim como em
pacientes imunodeprimidos o seu uso é contra -indicado. A ferida apresenta odor
durante o processo de debridamento. As coberturas sintéticas como hidrocolóide,
hidrogel e filmes transparente s promovem o debridamento autolítico.

2) Enzimático – utiliza agentes químicos que são seletivos para o tecido necrótico e
causam danos mínimos em tecidos saudáveis. Podem ser utilizados em feridas
extensas com quantidades moderadas de tecido necrótico. Podem ter custo
elevado e requerer prescrição para compra. Os dois agentes mais comuns são a
colagenase e papaína. A colagenase é uma enzima isolada do clostridium
hystoliticum. Digere o colágeno mas não é ativo contra a queratina, gordura ou
fibrina. O pH ideal da ferida para o seu uso é 6 -8. A papaína é uma enzima
proteolítica derivada do carica papaya. Nos Estados Unidos é combinada com
uréia para ativação e sua açãoocorre com o pH entre 3 -12. No Brasil a papaína é
encontrada na forma de pó, solúvel em á gua ou na forma de gel. É utilizada em
concentrações diferentes de 2% a 10%, dependendo das características da
lesão.
No Brasil, o uso do mamão “ in natura” ainda é encontrado como prática popular
em domicílios, para curativos da úlcera na fase de necros e porém,deve ser
ressaltada a importância da limpeza inicial da fruta, a manipulação com material
plástico para cortar ou ralar e a sua refrigeração se for guardada para uso
posterior.

3) Mecânico – Usam a força física para remover o tecido necrótico sen do


produzido pela fricção com pinça e gaze, pela retirada da gaze aderida ao leito da
ferida ou pela hidroterapia que força a remoção. Os curativos de gaze não são
seletivos e danificam o tecido saudável ao remover o tecido necrótico; a
cicatrização pode demorar mais tempo. Alguns pacientes podem não tolerar a
pressão da hidroterapia nas irrigações da ferida.Se a hidroterapia é pelo método
tipo hidromassagem, a atenção precisa ser focalizada na prevenção de
contaminação cruzada entre os pacientes ocasionada pelo uso comum do
equipamento.
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4) Debridamento Cirúrgico ou com instrumental cortante – utiliza métodos


cirúrgicos para remoção do tecido necrótico. É freqüentemente considerado o método
mais efetivo já que uma grande excisão pode ser feita com a remoç ão rápida do
tecido. É utilizado para preparar uma ferida para receber o enxerto. É considerado
invasivo e de custo elevado, requer o uso de sala cirúrgica. O debridamento
instrumental pode ser realizado no leito do paciente por profissional não médico
desde que habilitado. Para o enfermeiro, esta prática é regulamentada pelos
Conselhos Regionais de cada estado.

Clorexidina

a) Composição: Di-glucanato de clorexidina.


b) Ação: atividade germicida por destruição de membrana citoplasmática bacteriana.
c) Indicação: anti-sepsia de pele e mucosa peri -cateteres.
d) Contra-indicação: feridas abertas de qualquer etiologia.
e) Observações: a atividade germicida se mantém mesmo na presença de matéria
orgânica, citotóxico, reduz a força tensil tecidual.

Peróxido de Hidrogênio (Água Oxigenada)

a) Composição: Peróxido de hidrogênio a 3%.


b) Ação: bactericida limitado.
c) Indicação: não existe para ferida.
d) Contra-indicação: inapropriada para uso como anti -séptico. Observação: citotóxico, colapso
da ferida por formação de bolhas de ar.

Uso de Soluções Tópicas

Muitas soluções tópicas, pomadas e cremes são utilizados nas feridas. As


informações abaixo podem ser úteis para decidir o que usar.

1) Anti-bacterianos tópicos freqüentemente são prescritos para tratamento das feridas pois
colocam a droga em contato direto com a área afetada e às vezes evitam o uso de
antibióticos sistêmicos. Algumas pessoas apresentam alergia. Alguns apresentam efeitos
colaterais. Exemplos incluem a sulfadiazina de prata, o sulfato de neomicina e
bacitracina.

2) Anti-sépticos tem propriedades bactericidas e bacteriostáticas dependendo do agente e


concentração. Podem ser citotóxicos para o tecido de granulação e precisam ser evitados
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ou usados com cuidado. No Brasil, o uso é contra -indicado pelo Ministério da S aúde.
Exemplos: ácido acético, hipoclorito de sódio, água oxigenada e PVPI (povidine).

3) A solução salina normal ou SF 0.9% não causa efeitos colaterais e pode ser usada com
segurança.

4) No ambiente domiciliar onde existe fornecimento regular de água pot ável, esta também
pode ser usada para limpeza da ferida.

Medidas de assepsia:
1. Fazer a degermação das mãos antes de manipular o material esterelizado.
2. Diminuir ao mínimo de tempo possível a exposição da ferida e dos materiais esterelizados.
3. Não falar enquanto faz o curativo. Estando com infecção das vias aéreas, evitar fazer
curativo ou então usar máscara.
4. Utilizar princípios básicos de técnicas assépticas.
5. Não utilizar material não-estéril.
6. o curativo deve ser realizado em ambiente claro e com luminosidad e suficiente para avliação
da lesão.
7. O paciente deve ser orientado a não tocar diretamente na ferida com a mão, não conversar
no ato do curativo e não tocar nos matérias esterelizados.

Material:
1. Pacote estéril de curativo. Indica -se 1 pinça anatômica, 1 p inça dente de rato e 1 pinça Kelly.
2. Solução fisiológica a 0,9%.
3. Seringa de 20 ml + agulha 40x12.
4. Pacote com gazes estéreis.
5. Esparadrapo
6. Tesoura.
7. Saco plástico para resíduos.
8. Luvas esterelizadas ou de procedimento.
9. Forro de papel, pano ou impermeável para p roteger a roupa da cama.
10. Quando indicadas: anti-séptico, pomadas, cremes, ataduras, chumaços de algodão.

Tempos ou Fases do Curativo

1º Tempo: remoção do curativo anterior com pinças: Kocher e Dente de rato


2º Tempo: limpeza da ferida com pin ças: Anatômica e Kelly.
3º Tempo: tratamento da lesão com as pinças: Anatômica e Kelly.
4º Tempo: proteção da ferida com as pinças: Anatômica e Kelly.
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Pinça Kelly Pinça Kocher Pinça Anatômica Pinça Dente de Rato

Método:
1. explicar ao paciente o cuidado que será feito.
2. preparar o ambiente:
- fechar janelas para evitar correntes de ar e poeira;
- desocupar a mesa-de-cabeceira;
- colocar biombo, se necessário.
3. Lavar as mãos.
4. Separar e organizar o material de acordo com o tipo de curativo.
5. Levar a bandeja com o material e colocar sobre a mesa -de-cabeceira.
6. Descobrir a área a ser tratada e proteger a cama com forro de papel.
7. Colocar o paciente em posição apropriada.
8. calçar as luvas.
9. abrir o pacote de curativo, colocando as pinças com os cabos voltados para a borda do
campo e as pontas para o centro do pacote.
10. colocar gazes, em quantidade suficiente, sobre o campo estéril.
11. umedecer o esparadrapo do curativo com SF ou éter para facilitar sua retirada. Fazê -lo com
auxílio da pinça.
12. remover o curativo anterior com a pinça dente -de-rato, desprezando-a na borda do campo.
13. desprezar o curativo anterior no saco plástico.
14. colocar gazes ou compressas próximos a ferida para reter a solução drenada.
15. limpar a ferida com jatos de SF diretamente do frasco e usando a seringa para dar pressão.
( no caso de presença de tecido necrótico, este deverá ser desbridado).
16. Iniciar a limpeza pela área menos contaminada para a mais contaminada, em movimentos
rítmicos, utilizando as duas p inças, a anatômica e a Kelly, utilizando chumaços de gaze.
Nunca passar o lado sujo da gaze duas vezes sobre a ferida, para evitar contaminação.
Utilizar quantos chumaços forem necessários. O centro da ferida é sempre mais limpos que
as bordas.
17. Secar toda a área com chumaços secos de gaze, seguindo o princípio do menos para o mais
contaminado.
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18. embeber chumaços de gaze com solução


anti-séptica e aplicar na ferida e área
adjacente. (em feridas limpas proceder a
limpeza de dentro da ferida para fora. Nas
feridas contaminadas limpar a área
próxima a ferida e depois dentro).

19. secar novamente toda a área.


20. Cobrir a ferida de acordo com o tipo de curativo escolhido.
21. No curativo com SF úmido, embeber as gazes com SF e cobrir todo o leito da ferida
(cobertura primária), em quantidade suficiente para manter a ferida úmida ou utilizar o produto
apropriado para o tipo de ferida. proteger com gaze, chumaço ou compressa (cobertura
secundária).
22. desprezar as pinças envolvendo -as no próprio campo, que será encaminhado a es terilização,
conforme rotina da instituição.
23. fixar a proteção com o esparadrapo, evitando -se tracionar
a pele. Proceder sempre do meio do esparadrapo para as
extremidades. ---------------------------------------------------------
24. a data da troca do curat ivo e o nome de quem o realizou
devem ser anotados no curativo e prontuário.
25. deixar o paciente confortável.
26. providenciar a limpeza e ordem do material.
27. tirar as luvas e lavar as mãos.
28. fazer as anotações necessárias, registrando a classificação, a quantidad e de exsudato,
aspecto e odor, presença de tecido de granulação e a condição da pele circundante.

Observações:

No curativo com duas pinças, proceder a retirada do curativo sujo com as mãos enluvadas e
posteriormente desprezar as luvas, calçar luvas estér eis e fazer o curativo com as duas
pinças.
Desprezar o primeiro jato da solução anti -séptica, antes de usá0la pela primeira vez.
Curativos úmidos não são indicados em locais de inserção de cateteres, introdutores,
fixadores externos e drenos.
A solução fisiológica 0,9% é o cloreto de sódio a 0,9% e é indicada para limpeza e para
tratamento de feridas com cicatrização por segunda e terceira intenção, porque limpa e
umedece a ferida, favorece a formação de tecido de granulação e amolece os tecidos
desvitalizados.
A manutenção de calor local é considerado importante no processo de cicatrização. Por isso é
recomendado usar solução aquecida e manter aquecido o local da lesão.
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Em curativos contaminados com muita secreção, colocar cuba rim ou uma bacia sob a área a
ser tratada com SF.
Quando o paciente necessitar de vários curativos, iniciar pela lesão limpa, seguindo -se as
mais infectadas.
Nas feridas com exsudato, ou com suspeita de infecção, antes de fazer o curativo, deve ser
colhida amostra de material para bac terioscopia, que deve ser encaminhada ao labopratório.
Caso haja contra-indicação em mudar freqüentemente o curativo que drena, este deverá ser
reforçado com gazes estéreis, que evitarão a entrada de microrganismos.
É indicada a irrigação da ferida com SF morna e sob pressão (seringa de 20 ml com agulha
40x12)
Após a epitelização da ferida (de 48 a 72 hs) pode -se deixá-la descoberta, se não houver
chance de contaminação pelas áreas vizinhas (colostomias, vômitos, secreções orais,
secreções traqueais).
Curativos excessivamente úmidos, ou por banho ou por secreções, devem ser trocados tantas
vezes quanto necessário, não ultrapassando 6 hs.
Durante o curativo inspecionar sempre sinais de infecção, tais como: hiperemia, edema, dor e
secreção.

FERIDAS COM DRENOS

A utilização de drenos é indicada em ferimentos com quantidade excessiva de secreções e


quando há necessidade de uma monitorização da cavidade.
1. Limpar o dreno e a pele ao redor da ferida com gaze umedecida com SF 0,9%, fazendo
movimentos semi-circulares com as duas faces da gaze.

2. Colocar uma gaze sob o dreno, isolando -o da pele.


3. Colocar outra gaze sobre o dreno, protegendo -o.
4. O dreno de penrose deve ser tracionado em cada curativo (exceto quando indicado ).
Tracionar de 1 a 2 cm, conforme indicação médica. Movimentar por ocasião do curativo.
Cortar o excesso.
5. Nunca tocar diretamente no dreno, sempre utilizar luvas esterelizadas.
6. ter cuidado para não arrancar drenos quando da retirada do curativo sujo.
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CATETERES, INTRODUTORES E FIXADORES EXTERNOS

1. limpar o local de inserção do cateter, com gaze umedecida com SF, fazendo movimentos
semicirculares com as duas faces da gaze.
2. com a outra gaze embebida em SF, limpar a região ao redor do ponto de inserção.
3. secar a região do ponto de inserção.
4. secar a região ao redor do ponto de inserção e desprezar a gaze.
5. aplicar a solução anti-séptica no ponto de inserção em direção ao cateter e depois na região
ao redor do ponto de inserção.
6. colocar um gaze cortada no local da i nserção do cateterou um protetor semipermeável
apropriado.
7. fixar a gaze com esparadrapo ou micropore.

CRIAÇÃO DE UM CAMPO ESTÉRIL E ACRÉSCIMO DE ÍTENS ESTERILIZADOS AO CAMPO

Um campo esterilizado é a criação de uma área de trabalho livre de microorganis mos. A


superfície interna de um envoltório de pano ou de papel que envolve itens esterilizados. Costuma ser
utilizada como um campo esterilizado à semelhança do uso de uma toalha de mesa. Isso amplia a
área em que equipamento os instrumentos esterilizados podem ser colocados.
Assim, o profissional abre os pacotes de itens esterilizados de forma a manter esterilizado o
interior da embalagem e seu conteúdo.

Método:
Retire os objetos da área em que será criado o campo (dando espaço para o trabalho sem
contaminação acidental);
Lave as mãos;
Coloque a embalagem sobre a superfície que esteja acima do nível da cintura (mantendo os
itens esterilizáveis ao alcance da visão);
Posicione a embalagem de modo que a extremidade triangular mais externa do envoltório
possa ser afastada do corpo (evitando alcançar além da área esterilizada);

Para se abrir um pacote esterilizado utiliza -se as dobras, não se deve passar o braço sobre o
material e tomando o cuidado ao entregar o material ou colocá -lo sobre a superfície de não
contaminá-lo.

Posicione o pacote de modo que a dobra de cima do invólucro fique de frente para você.
Retire o esparadrapo;
Puxe a dobra de cima do pacote, abrindo o pacote de modo que as pontas se abram.
Mantenha seu braço fora das bordas externas do pacote aberto.
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Abra cada um dos lados do envoltório, tocando a área que estará em contato direto com a
mesa ou balcão, ou evite tocar mais do que o limite externo do envoltório de 2,54cm
(mantenha a zona esterilizada);
Abrir a dobra mais próxima de você p or último. Abra a última ponta do envoltório, puxando -a
na direção do corpo (evitando atingir uma área anteriormente descoberta).
O interior do invólucro é considerado estéril, e pode ser usado como base de campo
esterilizado. Outros objetos esterilizados também podem ser colocados em cima do mesmo.

ACRÉSCIMO DE ITENS A UM CAMPO ESTERILIZADO

Há ocasiões em que pode ser necessário o acréscimo de itens ou soluções esterilizados a um


campo estéril.
Os elementos esterilizados na instituição ou os comercial izados podem ser acrescidos a um
campo esterilizado. Aqueles que costumam vir embalados em toalhas de pano. Esse tipo de
envoltório é aberto, seguindo -se a técnica descrita para a criação de um campo esterilizado, exceto
pelo fato de a enfermeira apoiar o item enrolado em sua mão, em vez de depositá -lo em uma
superfície sólida. Cada uma das 4 pontas é segura de forma a não ficar pendentes. Uma vez
desenrolado o item, ele é colocado sobre o campo estéril, e o pano ou embalagem que o envolvia é
descartado.
Itens comercialmente preparados, como quadrados de gazes esterilizadas, vem em
embalagens fechadas de papel. A cobertura de papel costuma ter duas pontas soltas que vão até as
superfícies lacradas. Separando -se essas pontas soltas, os conteúdos esterilizado s podem ser
depositados sobre o campo estéril.

Cuidados de enfermagem

As mãos não tocam o interior do pacote, pois poderiam contaminá -lo;


Ver atentamente cada dobra sendo aberta diminui o risco de contaminação.

RETIRADA DE PONTOS

É a retirada dos fios da sutura, colocados para


reaproximar as bordas de uma lesão, facilitando a cicatrização.
A retirada de pontos se dá entre o 7º e o 10º dia de pós -
operatório, de acordo com a prescrição médica.
Em suturas simples, deve-se retirar os pontos alternados ,
para evitar deiscência de sutura, caso não tenha ocorrido a
cicatrização da ferida. Neste caso, os pontos alternados que não
foram retirados poderão permanecer por mais alguns dias.
Em suturas contínuas, deve -se cortar uma extremidade e retirar os ponto s pelo lado oposto.
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Finalidade:
Favorecer a cicatrização perfeita das bordas cirúrgicas.
Material:
Pacote de curativo
Gazes estéreis
Lâmina de bisturi ou tesoura estéreis
Solução fisiológica
Solução anti-séptica

Método:
1. lavar as mãos, preparar o materia l e leva-lo para junto do paciente.
2. preparar o ambiente e explicar ao paciente o que vai ser realizado.
3. calçar luvas
4. retirar o curativo, segundo técnica
5. realizar a limpeza da incisão cirúrgica com SF obedecendo a técnica do curativo.
6. colocar uma gaze próximo a incisão, para depositar os pontos retirados.
7. proceder a retirada dos pontos de forma alternada preservando os das extremidades. Prestar
sempre atenção no aspecto da ferida, atentando para sinais de infecção e deiscência. Caso já
tenha ocorrido a cicatrização da ferida retirar todos os pontos. Caso contrário os pontos
restantes podem permanecer por mais alguns dias.
8. com a pinça, segurar as extremidades do ponto e com a tesoura ou bisturi cortá -lo abaixo do
nó e removê-lo. Se for utilizar o bisturi, dire cionar a a haste cortante sempre do lado oposto a
pele do paciente, para evitar cortes acidentais.
9. passar anti-séptico na incisão cirúrgica.
10. deixar o paciente confortável.
11. providenciar limpeza e ordem do material
12. lavar as mãos.
13. anotar o cuidado.

ÚLCERA POR PRESSÃO

Também denominada úlcera de decúbito ou escara de decúbito, aparece quando pacientes


debilitados e imobilizados se locomovem pouco ou não recebem proteção em áreas de atrito do corpo
com o colchão. Quando um paciente está deitado ou sentado, o peso do seu corpo faz-se,
principalmente, sobre algumas proemi nências ósseas.
As úlceras de decúbito são áreas isquêmicas localizadas em tecido mole, que ocorrem
quando a pressão aplicada à pele excede a pressão capilar normal, provocando lesão tecidual.
Também denominadas úlceras de estase, úlceras de pressão ou escaras de decúbito, afetam
aproximadamente 9% dos pacientes hospitalizados, aumenta o risco de morbidade, prejudica o
tratamento da patologia de base e prolonga o internamento. Pode aparecer em po ucos dias, progredir
rapidamente, mas para cicatrizar pode levar meses.
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As úlceras de decúbito (úlceras de pressão, úlceras da pele) são lesões cutâneas que se
produzem em consequência de uma falta de irrigação sanguínea e de uma irritação da pele que
reveste uma saliência óssea, nas zonas em que esta foi pressionada contra uma cama, uma cadeira
de rodas, um molde, uma tala ou outro objeto rígido durante um período prolongado.
As superfícies do corpo sujeitas aos maiores pesos ou pressão são aquelas com mai or risco
de formação de úlceras por pressão.
Superfícies com maior risco de formação de úlceras por pressão:

Posição do paciente Pontos de pressão

Sentado Tuberosidades isquiais, sacro

Supina Região posterior do crânio,


cotovelos,sacro,Tuberosidades
isquiais e calcanhares.

Posição de Fowler Sacro, Tuberosidades isquiais


e calcanhares.

Prona Cotovelos, joelhos, dedos


dos pés

Decúbito lateral Joelhos, trocanter maior.


Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 203
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 204

A lesão tende a aumentar de tamanho se a região não for protegida e, principalmente, se não
for diminuída a pressão sobre a área com problema. Deixar um paciente em uma posição única por
mais de duas horas diminui a circulação da áre a, interfere com o metabolismo celular e aumenta o
risco de lesão cutânea.
A úlcera por pressão resulta da falta de nutrição dos tecidos, ocasionada pela irrigação
sanguínea deficiente. Ocorre compressão dos pequenos vasos que nutrem a pele e os tecidos
subjacentes, resultando em isquemias teciduais. Os tecidos cutâneos são destruídos, acarretando
destruição progressiva dos tecidos moles subjacentes.
A úlceras por pressão é uma inflamação, ferida ou úlcera na pele sobre uma proeminência
óssea. Sendo a pele a primeira barreira de defesa contra a penetração de microrganismos
infecciosos no corpo, quando ocorre uma ruptura na sua integridade, o paciente está sob o risco de
infecção. Além deste risco, a escara aumenta a perda de líquido do corpo, devido a inva são no tecido
subcutâneo, de onde líquidos com grande quantidade de eletrólitos e proteína extravazam pela
escara.
Após a ruptura da pele, pode -se formar uma úlcera dolorosa de cicatrização lenta, a qual
poderá ser infectada por estreptococos, estafilococ os, pseudomonas, escherichia coli, etc.

Causas das úlceras de decúbito:

A pele conta com uma rica irrigação sanguínea que leva o oxigênio a todas as suas camadas.
Se essa irrigação for interrompida durante mais de 2 ou 3 horas, a pele morre, a começar pe la sua
camada externa (a epiderme). Uma causa frequente de irrigação sanguínea reduzida na pele é a
pressão. O movimento normal faz variar a pressão, para que a circulação sanguínea não fique
obstruída durante um longo período. A camada de gordura por baix o da pele, especialmente sobre as
saliências ósseas, atua como uma almofada e evita que os vasos sanguíneos se tapem.
As pessoas que não podem mexer -se correm maior risco de desenvolver úlceras por pressão.
Este grupo compreende as pessoas paralisadas, mui to debilitadas ou recluídas. São também
susceptíveis as que não são capazes de sentir incomodo ou dor, sinais estes que induzem ao
movimento. A lesão de um nervo (por uma ferida, uma pancada, diabetes ou outras causas) diminui a
capacidade de sentir dor. U m coma também pode diminuir esta capacidade de percepção. As
pessoas com desnutrição precisam da camada protetora de gordura e a sua pele, privada de
nutrientes essenciais, não se reconstitui corretamente. Além disso, nestas pessoas o risco de
desenvolverem úlceras por pressão aumenta.
Se a pressão interrompe o fluxo sanguíneo, a zona de pele privada de oxigênio de início fica
avermelhada e inflamada e, depois, ulcera. Embora a circulação sanguínea seja apenas parcialmente
interrompida, a fricção e outro t ipo de dano da camada externa da pele podem também causar
úlceras. Roupas inapropriadas, lençóis enrugados ou a fricção dos sapatos contra a pele podem
contribuir para lesionar. A exposição prolongada à umidade (muitas vezes por sudorese frequente,
urina ou fezes) pode danificar a superfície da pele, tornando muito provável a úlcera por pressão.
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Causas Predisponentes:

Pressão (peso, longas horas na mesma posição)


Fricção (rugas e migalhas na roupa da cama, defeitos do colchão ou estrado da cama)
Umidade (paciente muito tempo molhado por suor, urina, fezes)
Falta de asseio corporal
Aplicação imprópria de aparelhos de gesso ou restrição.
Força de cisalhamento – é a pressão exercida quando um paciente é movido ou
reposicionado na cama, ao ser puxado ou quan do ele espontaneamente desliza pelo leito.
Desnutrição / caquexia – pacientes desnutridos apresentam grande perda de peso, atrofia
muscular e diminuição nos tecidos subcutâneos e massa muscular, e os efeitos da pressão
nos tecidos remanescentes são maiores , pois reduz o acolchoamento entre a pele e o osso.
Anemia – A diminuição da hemoglobina reduz a capacidade do sangue transportar oxigênio e
a quantidade de oxigênio disponível para os tecidos, bem como a anemia dificulta a
cicatrização.
Infecção – As necessidades de oxigênio e nutrientes aumentam. A febre normalmente
presente na infecção, causa sudorese e aumenta a umidade da pele.
Diabéticos – podem ter tecidos de má qualidade que se lesionam facilmente.
Paralisia motora – paciente impossibilitado de move r-se, permanece longas horas na mesma
posição.
Edema – dificulta a circulação e a nutrição do tecido.
Desidratação
Obesidade
Excesso de calor ou de frio.
Os parâmetros usados para avaliar os possíve is riscos de se adquirir úlceras por pressão
são: condição física (boa,regular, comprometida e muito comprometida ), estado mental (alerta,
apático, confuso, estupor e inconsciente), continência (totalmente controlado, geralmente controlado,
mínimo controle e ausência de controle) , atividade (ambulante, anda com a juda, sentado na cadeira e
acamado), mobilidade (plena, ligeiramente limitada, muito limitada e i móvel) e estado nutricional
(nutrido, subnutrido e desnutrido ). Vale a pena acrescentar os seguintes aspectos relativos à pele: cor
(pálida, rosada, acinzentad a, avermelhada, cianótica, ictérica e outras), umidade (úmida, seca, oleosa
e outras), temperatura (fria, fresca, morna e quente), textura (lisa, áspera, fina/transparente,
escamosa, com crostas e outras).

ESTÁGIOS DAS ÚLCERAS POR PRESSÃO

I. Rubor - eritema da pele que desaparece quando a pressão é aliviada.


II. Lesão à circulação e tecidos superficiais; rubor e edema que não desaparecem;
enduração do tecido superficial.
III. Destruição das camadas subcutâneas; células necróticas; destruição do leito capilar
subjacente.
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IV. Destruição avançada de capilares subcutâneos e massa muscular; caso seja muito
profunda, exposição do osso subjacente.

SINTOMAS

Habitualmente, as úlceras por pressão provocam uma certa dor e prurido e nas pessoas com
a sensibilidade afetada podem, in clusivamente, desenvolver -se úlceras graves e profundas sem que
se note dor.
Quando a pele se rompe, a infecção converte -se num problema. A infecção retarda a cura
das úlceras superficiais e pode constituir uma ameaça mortal nas úlceras mais profundas.

CUIDADOS PREVENTIVOS

A prevenção das úlceras por pressão representa uma das considerações mais importantes na
assistência de enfermagem.

I – Avaliação do Risco
1. Considere em risco para úlcera todas as pessoas restritas ao leito ou cadeira de rodas, ou aquelas
cuja capacidade de se reposicionarem está debilitada;
2. Avalie todos os pacientes em risco no momento da admissão no serviço de saúde e posteriormente
em intervalos regulares;
3. Identifique todos os fatores individuais de risco (diminuição do e stado mental, umidade,
incontinência, deficiências nutricionais), de forma a direcionar as medidas preventivas específicas.

II – Cuidados com a Pele e Tratamento Precoce


1. Inspecione a pele pelo menos uma vez diariamente e documente as observações;
2. Individualize a freqüência do banho. Use um agente de limpeza suave. Evite água quente e fricção
excessiva;
3. Avalie e trate a incontinência. Quando a incontinência não puder ser controlada, limpe a pele no
momento em que sujar, use uma barreira tópica para umidade e selecione absorventes higiênicos
que forneçam de forma rápida uma superfície seca para a pele;
4. Use hidratantes para pele seca. Minimize os fatores ambientais que causam o ressecamento da
pele como ar frio e de baixa umidade;
5. Evite massagear as proeminências ósseas;
6. Utilizar dispositivos redutores de pressão, tais como:
posicionadores e protetores de espuma,
preferencialmente “caixa de ovo” nos diferentes
segmentos corporais. Argolas para extremidades, rolos,
coxins, bolsa ou colchão de ar, água, gel.
7. Use protetores de espuma, rolos e almofadas nas áreas de maior risco;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 207

8. Use lubrificantes secos (amido de milho) ou coberturas protetoras (tipo curativos transparentes)
para reduzir a lesão por fricção;
9. Identifique e corrija os fatores que comprometam a ingestão calórica e de proteínas e considere a
utilização de suplementação ou suporte nutricional para pessoas que necessitem;
10. Institua um programa para manter ou melhorar o estado de atividade e mobilidade;
11. Monitorize e documente as intervenções e os resultados;
12. Usar colchões de ar, gel ou de alpiste, apóiam o corpo de forma correta sem causar pressão
excessiva.

III – Redução da Carga Mecânica e Utilização de Superfícies de Suporte


1. Reposicione as pessoas res tritas ao leito pelo menos a cada duas horas; pessoas restritas à
cadeira a cada hora;
2. Use uma escala de horário de reposicionamento por escrito;
3. Coloque as pessoas em risco, em colchões ou almofadas que reduzam a pressão. Não use
almofadas tipo argola ou roda d´água.
4. Considere o alinhamento postural, a distribuição do peso, a estabilidade e a capacidade para o
alívio da pressão quando posicionar pessoas em cadeiras ou cadeiras de rodas;
5. Ensine as pessoas restritas à cadeira e que são capaze s, a mudar a posição para aliviar o seu
peso a cada 15 minutos;
6. Use recursos tipo trapézio ou o lençol móvel/forro de cama para elevar ou movimentar ao invés de
arrastar as pessoas durante a transferência ou mudança de posição;
7. Use travesseiros ou almofadas de espuma para manter as proeminências ósseas como joelhos e
calcâneos fora do contato direto com a cama ou com outra proeminência do próprio corpo;
8. Use recursos que aliviem totalmente a pressão nos calcâneos (coloque travesseiros sob a
panturrilha para elevar os pés);
9. Evite posicionar o paciente diretamente sobre o trocânter. Quando usar o decúbito lateral
diretamente no trocânter, use a posição lateral inclinada em ângulo de 30 graus;
10. Eleve a cabeceira da cama o menos possível e por pouco tempo (ângulo máximo de 30 graus);
11. Manter o paciente fora do leito sempre que possível;
12. Retirar imediatamente qualquer roupa úmida.

☻ Qualquer sinal de vermelhid ão indica a necessidade de uma ação imediata para evitar que a pele
rebente.

Materiais para o conforto e segurança do paciente:

1. colchão caixa de ovo: espuma com grumos que diminuem o contato e a pressão da pele com
a cama;
2. colchão pneumático movido a ar, que faz movimentos, aliviando a pressão da pele com
acama;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 208

3. coxins de espuma, coxins de gel e bóias de ar: são materiais utilizados nas proeminências
ósseas que ficam em contato com a cama;

TRATAMENTO

Quatro princípios precisam ser considerados no tratamento local das úlceras de pressão:

a)Aliviar ou eliminar a fonte ou a causa da úlcera de pressão – é importante explorar as razões pelas
quais o paciente desenvolveu a úlcera de pressão. A movimentação não foi suficiente? O p aciente
não se movimentou para aliviar a pressão ou não mudou a posição? A técnica de transferência foi
inadequada? O que levou o paciente a se machucar na cadeira? Que tipo de superfície de suporte
seja colchão ou almofada estava sendo usado?

b)Otimizar o micro-ambiente – a ferida precisa ser avaliada de maneira apropriada e a melhor terapia
tópica selecionada para permitir a cicatrização. A documentação da avaliação e do tratamento precisa
ser feita adequadamente para permitir a avaliação do cuidado e p ara determinar se as mudanças são
necessárias. Tecido necrótico geralmente é removido por um dos métodos de debridamento
existentes.

c)Apoio ao paciente com feridas – o paciente precisa ser avaliado e monitorado quanto à nutrição
adequada. Infecções loca is e sistêmicas precisam ser controladas ou eliminadas. A ferida que não
cicatriza, está infectada ou com exposição óssea, precisa ser investigada quanto à presença de
osteomielite. As úlceras de pressão estão associadas com presença de dor. Os pacientes p recisam
ser avaliados quanto à presença de dor e as medidas para alívio da dor precisam ser implementadas.
A qualidade de vida do paciente precisa ser considerada.

d)Fornecimento de educação – a educação deve ser fornecida para os funcionários, pacientes e


familiares.

Estágios I e II – Eritema e edema em pele íntegra


1. Lavar o local afetado com água e sabão
2. Enxugar sem esfregar, tocando delicadamente a pele com pano macio
3. Friccionar com óleo mineral, vaselina ou creme com vitamina D
4. Utilizar protetores de ferida
5. Proceder à mudança de decúbito a cada 2 horas
6. Sentar o paciente fora do leito, se possível.

Estágios III e IV – Rompimento da pele


1. Deixar em repouso a região afetada
2. Fazer a limpeza do local eliminando todos os tecidos necrosados
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 209

3. Curativos diários, úmidos, conforme prescrição médica, podendo ser utilizados produtos
como colagenase, Iruxol ou fibrase, que possuem agentes desbridantes enzimáticos locais,
que digerem o tecido necrótico e os exsudatos, sem danificar o tecido de granulação;

SONDAGENS

Apesar de termos inúmeros tipos de sondas e diferentes locais para utilizá -las, iremos nos
deter basicamente nas sondagens vesical, gastrintestinal e retal.
É Importante a conceituação correta de sonda e cateter, que freqüentemente são utilizados
para funções semelhantes. Sonda é definida como um tubo que se introduz em canal do organismo,
natural ou não para reconhecer -lhe o estado, extrair ou introduzir algum tipo de matéria. Na definição
de cateter temos: instrumento tubular que é inserido no corpo para retirar líquidos, introduzir sangue,
soro, medicamentos e efetuar investigações diagnósticas.

CUIDADOS COM A ALIMENTAÇÃO E HIDRATAÇÃO DO PACIENTE

SONDA NASOGÁSTRICA (SNG) E OROGÁSTRICA (SOG)


A passagem de sonda gástrica é a inserção de uma sonda plást ica ou de
borracha, flexível, podendo ser curta ou longa, pela boca ou nariz. A nasal é mais
indicada porque o paciente não morde a sonda, traumatiza e incomoda menos e
a fixação é mais fácil.

Finalidades
Facilitar o acesso à cavidade gástrica, permitindo tratamentos como administração de
alimentos, medicamentos, etc., em pacientes incapacitados, comatosos, debilitados.
Drenagem de conteúdo gástrico - sangue, secreção gástrica, gases (alterações metabólicas,
medicamentos, etc).
Em casos de obstrução intest inal ou pós-cirurgia (íleo paralítico), prevenindo ou aliviando
náuseas, vômitos ou distensão.
Finalidade diagnóstica: diagnosticar a motilidade intestinal; análise do conteúdo gástrico nas
intoxicações exógenas, tuberculose, etc.
Descomprimir o estômago.

Indicações
Preparação pré-operatória com dieta elementar
Problemas gastrintestinais com dieta elementar
Terapia para o câncer
Cuidado na convalescença
Coma, semiconsciência.
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Condições hipermetabólicas
Alcoolismo, depressão crônica, anorexia nervosa.
Debilidade
Cirurgia maxilofacial ou cervical
Paralisia orofaríngea ou esofagiana
Retardo mental

Contra-indicações
Atresias e estenose de esôfago.
Varizes esofagianas sem sangramento (a sonda pode ferir as varizes ou deslocar coágulos
tamponantes).
Pós-operatório de cirurgia realizada via transnasal.
Disjunção craniofacial (Lefort) pela possibilidade de invasão cerebral com a sonda.
Fraturas de nariz e de face.

Tipos de Sondas - As mais utilizadas são as sondas


nasogástricas, sendo as mais utilizadas:
SONDA DE LEVIN - possui uma luz única,
manufaturada com plástico ou borracha, com aberturas
localizadas próxima à ponta; as marcas circulares contidas em
pontos específicos da sonda servem como guia para sua
inserção.

SONDA GÁSTRICA SIMPLES - É uma sonda nasogástrica radiopaca de plástico clara,


dotada de duas luzes, usada para descomprimir o estômago e mantê -lo vazio.

SONDA DE DOBHOFF – Sonda com fio guia


(mandril), utilizada exclusivamente para alimentação grastro -
enteral, sendo que como característica p ossui uma ponta
pesada e flexível.

SONDA NUTRIFLEX: é uma sonda usada para nutrição. Possui 76 cm de comprimento e


uma ponta pesada de mercúrio para facilitar sua inserção. É protegida por um lubrificante que é
ativado quando é umidificado.

Material:

Sonda gástrica de tamanho adequado para a idade e biótipo do paciente;


Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 211

Seringa de 20 cc;
Lubrificante (xylocaína gel);
Esparadrapo;
Cuba-rim;
Gazes;
Benzina ou éter;
Toalha ou papel toalha;
Copo com água;
Estetoscópio;
Saco plástico para resíduos;
Luvas estéreis;
Impermeável;

Método

1. Preparo psicológico do paciente, quando possível, orientando -o sobre o procedimento e sua


finalidade;
2. Preparar o ambiente, e desocupar a mesa -de-cabeceira;
3. Lavar as mãos, fazer assepsia da bandeja, reunir o material e leva r para a beira do leito.
4. Elevar a cabeceira da cama (posição Fowler – 45º) com a cabeceira inclinada para frente ou
auxiliar o paciente a manter decúbito dorsal horizontal com cabeça lateralizada;
5. Proteger o tórax do paciente com o impermeável, oferecer o lenço de papel ao paciente e
pedir para ele assoar o nariz e limpar as narinas com gaze;
6. Limpar o nariz e a testa com gaze umedecida em benzina ou éter para retirar a oleosidade da
pele;
7. Preparar pedaços de fita para fixação da sonda (mais ou
menos 20 cm).
8. Calçar luvas;
9. Calcular até que ponto a sonda precisa ser introduzida para
alcançar o estômago: Medir o comprimento da sonda: da
ponta do nariz até a base da orelha e descendo até o final
do esterno (base do apêndice xifóide), marcando -se com
uma tira de esparadrapo;----------------------------------------------
10. Lubrificar a sonda com xylocaína;
11. Introduzir a sonda em uma das narinas, flexionar o pescoço
de tal forma que o queixo se aproxime do tórax. Solicitar para o paciente que faça
movimentos de deglutição, respire pela boca e mantenha -se calmo durante a passagem da
sonda pelo esôfago, observando se a mesma não está na cavidade bucal. Introduzir a sonda
até a marca do esparadrapo.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 212

Oferecer goles de água ao paciente pode auxiliar na descida da sonda (qua ndo o
paciente engole causa peristalse esofágica, abrindo o esfíncter cárdico, facilitando a
passagem do cateter).
Observar sinais de cianose, dispnéia e tosse; caso apareça algum destes sinais, a sonda
deve ser retirada imediatamente e reintroduzida;
Se o paciente não estiver lúcido ou consciente, introduzir lentamente a sonda, sem forçar.
Aplicar spray anestésico na orofaringe também pode ser
usado para facilitar a passagem da sonda e reprimir o reflexo
do vômito.
Utilizar a cuba-rim e a toalha de papel se houver necessidade.

12. Certificar-se de que a sonda está no estômago:

Teste da audição: colocar o diafragma do estetoscópio na


altura do estômago do paciente e injetar rapidamente 20 cc de
ar pela sonda, sendo que o correto é a audição do ruído caracterís tico (ruído de cascata);
após este teste aspirar o ar injetado.
Aspiração do conteúdo: aspirar com uma seringa o conteúdo gástrico. Está confirmado o
correto posicionamento, se com a aspiração verificarmos líquidos ou restos alimentares.
Teste do borbulhamento: colocar a extremidade da sonda em um copo com água, sendo
que se ocorrer borbulha, é sinal que está na traquéia.
Verificação de sinais: Importância para sinais como tosse, cianose e dispnéia, o que
indica que a sonda está na traquéia.

13. Após a confirmação do seu posicionamento, esperar alguns minutos para que a respiração se
normalize e os espasmos acabem, e fixar a sonda com esparadrapo, não tracionando a
narina. Fechar ou manter a sonda aberta conforme indicação. Se a sonda for aberta, conectá -
la ao coletor;

14. Deixar o paciente confortável;


15. Providenciar limpeza e ordem do material;
16. Tirar as luvas e lavar as mãos;
17. Anotar o cuidado prestado.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 213

Cuidados de Enfermagem

Quando a sonda se desvia do estômago para a via aérea, o paciente apresenta -se cianótico,
há ruídos sibilantes, sai ar pela sonda, apresenta tosse intensa e rouquidão. Havendo
dúvidas aconselha-se pedir ao paciente que diga “hum”. Se conseguir está no estômago;
Toda vez que a sonda for aberta, para algum procedimento, para evitar a disten são
abdominal, dobrá-la para evitar a entrada de ar, fechá -la ou conectá-la ao coletor; (Sonda
aberta: drenagem; Sonda fechada: alimentação).
Com impedimento de passagem de sonda nasogástrica (nasal), a via oral (orogástrica)
poderá ser utilizada.
Se a introdução da sonda for por via oral, colocar rolo de gaze na boca do paciente, para que
não morda a sonda;
Se, no momento da introdução da sonda, o paciente apresentar sinais de sufocamento, tosse,
cianose ou agitação, retirar a sonda e reiniciar o procedime nto após sua melhora.
Lavar a sonda de 4/4 horas ou conforme prescrição médica, com soro fisiológico ou água
destilada para evitar obstrução da mesma.
Observar durante a lavagem, a quantidade de líquido introduzido e a quantidade aspirada.
Observar e registrar aspecto do líquido aspirado.
Colocar o recipiente para drenagem abaixo do nível do paciente para facilitar a saída de
líquidos (sifonagem).
Evitar forçar o septo e a asa do nariz do paciente, quando da fixação da sonda, para evitar
traumatismo (necrose).
Fixar a sonda utilizando-se apenas de fitas adesivas (não utilizar canudinhos, cateteres, etc.).
Variar posições de fixação da sonda diariamente.
Trocar a sonda quando para alimentação de 7/7 dias, ou quando necessário.Trocar a sonda
quando para drenagens de 5/5 dias, ou quando necessário. Sondas flexíveis, específicas de
dieta enteral, poderão permanecer por tempo superior a 2 ou 3 semanas sem necessidade de
troca.
Nos pacientes com tubo traqueal ou traqueostomia, verificar se o balonete da cânula está
insuflado e aspirar secreção antes de veicular dieta.
Caso o paciente apresente vômito, distensão abdominal ou em situação de reanimação
cardiopulmonar, abrir a sonda gástrica, se necessário aspirar com uma seringa.
Movimentar a sonda a cada 24hs com a se guinte manobra: tracione para fora 8 a 10 cm da
sonda, limpe com gaze e retorne à posição anterior, troque a fixação de esparadrapo se
necessário, mantenha as narinas do paciente limpas;

Aspiração Gástrica
É a retirada de ar ou conteúdo gástrico, realiza -se de 2/2 horas, 4/4 ou sempre que
necessário, diretamente na SNG.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 214

Gavagem
Consiste na introdução de alimentos líquidos no
estômago através de uma SNG ou gastrostomia.

Finalidades
Repor líquidos;
Hidratar ou alimentar o paciente impossibilitado de
deglutir;
Em pós-operatório de cirurgia de região oral e vias
aéreas superiores;
Pacientes inconscientes, ou que recusam alimentação,
como pacientes confusos, doentes mentais e pessoas
debilitadas.

Material
Acrescentar ao material básico para sondagem gást rica:
Suporte para o frasco de alimento;
Equipo nutritub ou equipo de soro;
Frasco com alimento liquefeito ou medicamento;
Seringa de 20 ml e copo com água;
Cuba-rim;
Luvas de procedimento.

Cuidados com o alimento


Conferir se a dieta está de acordo com a prescrição;
Conectar o equipo no frasco de alimento pré -aquecido. Certificar-se da temperatura do
alimento para não queimar a mucosa gástrica do paciente;
Se for uma pequena quantidade de alimento, pode ser administrado com a seringa;

Método
Estando a Sonda Nasogástrica instalada:

1. Lavar as mãos, fazer assepsia da bandeja e reunir material e dieta (ou medicamento)
prescrita pelo médico ou Nutricionista
2. Retirar o ar do equipo preenchendo -o com alimento;
3. Levar o material para a beira do leito.
4. Preparar psicologicamente o paciente, quando possível, orientando -o sobre o procedimento e
sua finalidade;
5. Preparar o ambiente, e desocupar a mesa -de-cabeceira;
6. Elevar a cabeceira da cama (posição Fowler – 45º);
7. Calçar luvas;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 215

8. Instalar o frasco com alimento no suporte;


9. Proteger o tórax do doente com uma toalha
10. Dobrar a extremidade da sonda para evitar a entrada de ar;
11. Proteger com gaze a extremidade da sonda e adaptar a seringa vazia;
12. Aspirar o conteúdo gástrico, para esvaziar o estômago e certificar -se que a sonda está
adequadamente localizada;
13. Dobrar a extremidade da sonda e adaptar a
seringa ou equipo, e por ela introduzir o
alimento lentamente na sonda (despinçada)
com seringa em posição vertical e mais alta que
a cabeça do paciente. Injetar tantas vezes
quanto necessário para infundir o volume
prescrito;
14. Lavar a sonda ao término da infusão, com água destilada ou soro fisiológico para evitar
obstrução (20 a 50 ml) e remover partículas que ficaram aderidas;
15. Fechar a sonda;
16. Higienizar boca;
17. Deixar o paciente confortável , semi-sentado ou em decúbito lateral direito;
18. Providenciar limpeza e ordem do material;
19. Tirar as luvas e lavar as mãos;
20. Anotar o cuidado prestado.

Cuidados de Enfermagem
Elevar a cabeceira (45 a 90 graus) para veiculação de dieta enteral ou lavagem da son da.
Orientar para que o paciente respire pela boca durante o procedimento;
Para evitar regurgitamento e o perigo de uma possível pneumonia aspirativa, deixar o
paciente semi-sentado ou em decúbito lateral direito durante 1 hora após a alimentação;
Antes de administrar o alimento, fazer aspiração para verificar se o estômago está repleto de
alimento, caso esteja, administrar em outro horário;
Após infusão de dieta lavar a sonda gástrica com 20 ml a 50 ml de água (em adulto) e mantê -
la fechada se não houver v ômito ou regurgitação;
É importante hidratar o paciente nos intervalos das refeições;
Algumas patologias permitem que o paciente tenha parte de seu volume de hidratação por
meio de líquidos (soros) veiculados com equipo conectados à sonda gástrica;
Nos pacientes em que a prescrição médica preconiza mantê -la em sifonagem após certos
procedimentos, fechá-la por 30 minutos e abri-la ao término deste período, colocando o
frasco abaixo do nível do corpo;
Os medicamentos prescritos por via oral, serão administrad os com seringa pela sonda;
Se o medicamento a ser ministrado for comprimido, ele deve ser macerado.
Realizar os mesmos cuidados de enfermagem prestados na Sondagem gástrica.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 216

Lavagem gástrica
É a introdução através da SNG, de líquido na cavidade gástrica, seguida de sua remoção.

Finalidades
No preparo de pacientes para determinados tipos de cirurgias;
No preparo de pacientes para endoscopia digestiva alta;
Na dilatação do estômago causada por obstrução pilórica, íleo paralítico;
Nos casos de envenenamento causados por substâncias não -corrosivas ou cáusticas;
Lavar o estômago com solução fisiológica gelada em casos de Hemorragia gástrica.

Soluções indicadas
A. Água
B. Solução salina normal
C. Solução de bicarbonato de sódio
D. Solução fisiológica

Material
Sonda nasogástrica de grosso calibre (proporcional);
Seringa de 20 ml;
Equipo de soro;
Recipiente com solução prescrita;
Balde ou coletor de sistema aberto ( de preferência recipiente graduado).
Saco plástico para resíduos;
Suporte de soro;
Luva de procedimento;
Gazes;
Impermeável.

Método
1. Preparo psicológico do paciente, quando possível, orientando -o sobre o procedimento e sua
finalidade;
2. Preparar o ambiente, e desocupar a mesa -de-cabeceira;
3. Lavar as mãos, fazer assepsia da bandeja, reunir o material e levar para ju nto do paciente;
4. Adaptar a extremidade da sonda, o equipo conectado a solução;
5. Introduzir o líquido da lavagem (500ml de cada vez), mantendo a sonda uns 8 cm acima da
boca do paciente, parta que o líquido seja infundido lentamente;
6. Abaixar a extremidade da sonda desconecta-la do equipo e deixar drenar por sifonagem, o
conteúdo gástrico dentro do balde; A operação de colocar líquido pela sonda e inverter para
fazer a sifonagem, deverá ser repetido até que o líquido retorne limpo.
7. Terminada a lavagem gástrica , retirar a sonda fechada e desprezá -la;
8. Providenciar limpeza e ordem do material;
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9. Tirar as luvas e lavar as mãos;


10. Anotar o cuidado prestado.

Cuidados de Enfermagem
Deixar o paciente em jejum de 8 a 10 horas;
Suspender anticolinérgicos por 48 horas, que in ibe a secreção gástrica;
Manter o paciente em Decúbito lateral;
Nunca deixar que o líquido do estômago esgote, para impedir a entrada de ar;
Anotar volume infundido e drenado.
Em casos de uso de carvão ativado solicitar do médico se haverá reposição deste
medicamento no estômago e tempo de permanência.
Nos casos de presença de sangue em estômago pode ser necessário repetição da manobra
de infusão de soro fisiológico gelado e neste caso avisar o médico se não houver
clareamento do líquido drenado após 3 ou 4 infusões de 500 ml de soro fisiológico (adulto).
Nas situações pré-cirúrgicas ou antes de endoscopias, lavar o suficiente para que o líquido
drenado volte claro, límpido.
Sempre se certificar de que a sonda está no estômago antes da infusão.
Não utilizar pressão na infusão (lesão da mucosa gástrica,) e possível regurgitamento com
probabilidade de aspiração brônquica deste material.
Realizar os mesmos cuidados de enfermagem prestados na Sondagem gástrica.

SONDA NASOENTÉRICA

A sonda nasoentérica, ou sonda longa, é introduzida através do nariz e passada pelo esôfago
e estômago até o trato intestinal. As sondas nasoentéricas podem ser usadas tanto para alimentação
quanto para aspiração e descompressão. A sucção é necessária pelas seguintes razões:

Finalidades
Evacuar líquidos e flatos, de forma a evitar vômito e reduzir a tensão ao longo da linha de
incisão;
Reduzir edema, que pode causar obstrução;
Aumentar o fluxo sangüíneo para a linha de sutura, desta forma fornecendo nutrição ao local
cirúrgico.

Material
O mesmo usado para a SNG.

Método
1. Preparo psicológico do paciente, quando possível, orientando -o sobre o procedimento e sua
finalidade;
2. Preparar o ambiente, e desocupar a mesa -de-cabeceira;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 218

3. Lavar as mãos, fazer assepsia da bandeja, reunir o material e levar para a beira do leito.
4. Elevar a cabeceira da cama (posição Fowler – 45º) com a cabeceira inclinada para frente ou
auxiliar o paciente a manter decúbito dorsal horizontal com cabeça lateralizada;
5. Proteger o tórax do paciente com a toalha e limpar as n arinas com gaze;
6. Limpar o nariz e a testa com gaze e solução fisiológica para retirar a oleosidade da pele;
7. Preparar pedaços de fita para fixação da sonda (mais ou menos 20 cm).
8. Calçar luvas;
9. Medir a distância do lóbulo da orelha até a ponta do nariz e des te até o apêndice xifóide.
Acrescentar de 15 a 25 cm e marcar com esparadrapo;
10.Injetar lubrificante no interior da sonda;
11.Introduzir o fio guia no interior da sonda;
12.Lubrificar a ponta da sonda com xilocaína;
13.Introduzir a sonda em uma das narinas, flexiona r o pescoço de tal forma que o queixo se
aproxime do tórax. Solicitar para o paciente que faça movimentos de deglutição, respire pela
boca e mantenha-se calmo durante a passagem da sonda pelo esôfago, observando se a
mesma não está na cavidade bucal. Intro duzir a sonda até a marca do esparadrapo.
14.Executar testes e fechar a sonda; (o posicionamento correto da sonda deve ser confirmado
através de Raio X)
15.Após a confirmação do seu posicionamento, retirar o Guia, esperar alguns minutos para que a
respiração se normalize e os espasmos acabem, e fixar a sonda com esparadrapo, não
tracionando a narina. Colocar o paciente em decúbito lateral direito para que a passagem da
sonda até o duodeno seja facilitada pela peristalse gástrica.
16. Deixar o paciente confortável;
17. Providenciar limpeza e ordem do material;
18. Tirar as luvas e lavar as mãos;
19. Anotar o cuidado prestado.

Cuidados de Enfermagem
Aguardar a migração da sonda para duodeno antes de administrar alimentação (até 24hs);
As sondas podem permanecer por um tempo até qu e a peristalse retorne.
Fazer controle com Raio-X 6 horas após a passagem da sonda.
Realizar os mesmos cuidados de enfermagem prestados na Sondagem gástrica.

Retirada da Sonda Nasogástrica e Nasoentérica


Antes da retirada o profissional de enfermagem d eve fechar e abrir a sonda,
intermitentemente, para se certificar que o paciente não terá náuseas, vômitos ou distensão.

Material
Impermeável;
Gazes;
Benzina ou éter;
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Cuba-rim;
Luvas de procedimento;
Toalha ou papel toalha;
Seringa de 20 ml.

Método

1. Preparo psicológico do paciente, quando possível, orientando -o sobre o procedimento e sua


finalidade;
2. Preparar o ambiente, e desocupar a mesa -de-cabeceira;
3. Lavar as mãos, fazer assepsia da bandeja, reunir o material e levar para a beira do leito.
4. Calçar luvas de procedimento;
5. Proteger o tórax do paciente com o impermeável e a cuba -rim;
6. Retirar o travesseiro;
7. Virar a cabeça do paciente para o lado da sonda;
8. Desprender o esparadrapo do nariz com gaze embebida em benzina ou éter;
9. Aspirar a sonda com a seringa para retirar resíduos;
10. Orientar o paciente a prender a respiração;
11. Fechar a sonda, envolver com a gaze e retirá -la: A sonda deve ser retirada vagarosamente
(15 a 20cm em 10 minutos). A parte final deve ser retirada rapidamente pela narina. A parte
retirada deve ser escondida em uma toalha. Ao retirar a sonda gástrica, puxá -la
continuadamente, de preferência aspirar levemente com uma seringa (pedir ao paciente
consciente que degluta antes um pouco de água para lubrificação da mesma); ou fechar a
sonda durante a retirada evitando o escoamento de conteúdo gástrico (pelos orifícios da
sonda) no trato digestivo alto, fato que provoca irritação da mucosa.
12. Fornecer lenço de papel ao paciente para ele limpar as narinas;
13. Deixar o paciente confortável;
14. Providenciar limpeza e ordem do material;
15. Tirar as luvas e lavar as mãos;
16. Anotar o cuidado prestado.

A sonda deve ser lavada internamente com 10ml de soro fisiológico.

Possíveis complicações das Sondagens gástricas:

Gastrintestinais: diarréia, náuseas vômito, gases, plenit ude gástrica, cólicas, Síndrome de
Dumping, constipação.
Mecânicas: pneumonia por aspiração, má colocação, obstrução da sonda, resíduo, irritação
nasofaríngea.
Metabólicas: hiperglicemia, desidratação, azotemia, Síndrome das alimentações por sondas.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 220

CUIDADOS COM AS ELIMINAÇÕES VESICAIS E INTESTINAIS DO PACIENTE

CATETERISMO VESICAL

O cateterismo vesical é a introdução de uma sonda ou cateter na bexiga, que pode ser
realizada através do orifício ou óstio externo da uretra (meato urinário) ou por via su pra-púbica, e tem
por finalidade a remoção da urina. Quando a urina não pode ser eliminada naturalmente, deve ser
drenada artificialmente através de sondas ou cateteres que podem ser introduzidos diretamente na
bexiga, ureter ou pelve renal. Suas principai s indicações são:

Obtenção de urina asséptica para exame;


Aliviar distenção vesical pelo esvaziamento da bexiga em pacientes com retenção urinária;
Evitar constante umidade em pacientes com incontinência urinária;
Em preparo cirúrgico e mesmo no pós -operatório, para evitar que o paciente urine de forma
espontânea após certas cirurgias, bem como para monitorar débito urinário no trans e pós -
operatório;
Para monitorizar o débito urinário horário;
Em pacientes inconscientes;
Para a determinação da urina resid ual ou com bexiga neurogênica que não possuam um
controle esfincteriano adequado;
Para comprovar anúria;
Para explorar o calibre da uretra, sensibilidade, existência e sede de corpos estranhos;
Para introdução de substância medicamentosa na bexiga;
Dilatar progressivamente o diâmetro da uretra estreitada ou em alguns casos da uretra
anormal;
A sondagem vesical pode ser dita de alívio, quando há a retirada da sonda após o
esvaziamento vesical, ou de demora, quando há a necessidade de permanência da mesmo. N estas
sondagens de demora, a bexiga não se enche nem se contrai para o seu esvaziamento, perdendo
com o tempo, um pouco de sua tonicidade e levando à incapacidade de contração do músculo
detrursor; portanto antes da remoção de sonda vesical de demora, o tr einamento com fechamento e
abertura da sonda de maneira intermitente, deve ser realizada para a prevenção da retenção urinária.

Tipos de Sondas
Variam de modelos e materiais, de acordo com o tipo de sondagem, se de alívio ou de
demora. Para as sondagens de alívio, as mais utilizadas são a sonda de Nelaton; para as sondagens
de demora temos as sondas de duas vias, como a de Foley ou a Owens de três vias para lavagem
vesical.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 221

Mulher: 14 a 16
Homem: 16 a 18

Alívio - Sonda Nelaton (Não possui CUFF) Demora - Sonda Foley(2 vias)
SondaOwens (3 vias)

Quando há a necessidade de uma sonda de demora, é


imperativa a utilização de um sistema fechado de drenagem, que
consiste de uma sonda ou cateter de demora, um tubo de
conexão e uma bolsa coletora que possa ser esvaziada através
de uma valva de drenagem, tudo isto para a redução do risco de
infecção.

Todo cateterismo deve ser feito com rigor absoluto de assepsia.


O risco de infecção é inerente ao procedimento; a colonização bacteriana ocorre na metade
dos pacientes com sonda de demora por duas semanas e praticamente e m todos os pacientes após
seis semanas de sondagem. Sabe -se que as infecções do trato urinário são responsáveis por um
terço de todas as infecções hospitalares, e que na grande maioria das vezes existiu um procedimento
invasivo do trato urinário, pois ness es procedimentos os microorganismos podem ter acesso ao trato
urinário através da uretra no momento da sondagem, através da delgada camada de líquido uretral
externo à sonda e através da luz interna da sonda após contaminação. Este índice de infecção
acontece mesmo com a obediência de todos os preceitos de uma boa técnica de sondagem vesical.

A. Antes de fazer a sondagem vesical em pacientes com Retenção urinária procurar todos
os meios para estimulá-lo a urinar:
Abrir uma torneira perto do paciente;
Fazer lavagem externa com água aquecida;
Colocar o paciente sobre uma comadre com água quente;
Colocar bolsa de água quente na região hipogástrica;
Pingar água morna sobre o clitóris;
Colocar as mãos do paciente em água aquecida;
Estimular a ingestão hídrica confo rme a aceitação do paciente;

B. Para pacientes com Incontinência Urinária , ao invés de realizar o cateterismo vesical, é


preferível usar absorventes e calças plásticas especiais para adultos. Em caso de paciente
homem, pode ser adaptado externamente, no pêni s, um dispositivo tipo condom (UROPEN)
ligado a um intermediário, e este ao coletor de urina.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 222

CATETERISMO VESICAL DE ALÍVIO

Material:
Pacote estéril (cateterismo vesical) contendo: campo fenestrado estéril; cuba redonda ou
cúpula; 5 bolas de algodão ou ga ze; pinça Pean; Cuba rim;
Sonda vesical Nelaton;
Lubrificante (vaselina ou xilocaína gel);
PVPI tópico;
Luva estéril;
Saco para lixo;
Biombo s/n.

Método

Cateterismo Vesical Feminino

1. Preparo psicológico do paciente, quando possível, orientando -o sobre o procedimento e sua


finalidade;
2. Preparar o ambiente: desocupar a mesa -de-cabeceira, fechar portas e janelas, providenciar
biombo e foco de luz se necessário;
3. Lavar as mãos, fazer assepsia da bandeja, reunir o material e levar para a beira do leito.
4. Fazer ou encaminhar a paciente à higiene íntima;
5. Prender o saco plástico em local de fácil acesso;
6. Colocar a paciente em posição. A melhor posição para as mulheres é a ginecológica.
7. Abrir o pacote de sondagem (cateterismo vesical) sobre o leito, no sentido diagon al, entre as
pernas da paciente ou abrir em mesa auxiliar;
8. Colocar PVPI na cuba redonda e abrir a sonda colocando -a sobre o campo sem contaminar;
9. Colocar xylocaína na gaze;
10. Calçar as luvas;
11. Colocar a cuba-rim próximo as nádegas da paciente;
12. Lubrificar 5 cm da sonda e colocá-la no campo protegida com gaze;
13. Fazer a anti-sepsia: 1ª gaze – região do monte
do púbis, 2ª - lábios maiores do pudendo, 3ª
entre os pequenos lábios, 4º - vestíbulo, 5ª-
meato urinário; sempre no sentido uretra -ânus,
levando em consideração de que a mão em
contato com esta região é contaminada e não
deve voltar para o campo ou sonda.
14. Colocar o campo fenestrado;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 223

15. Pegar a sonda com a mão dominante, deixando a ponta a ser introduzida presa entre os
dedos polegar e indicador. Com os outros dedos segurar a parte restante enrolada. Deixar
apenas a extremidade distal da sonda solta, perto do dedo
mínimo;
16. Afastar os lábios maiores do pudendo com a mão não
dominante. Com a mão dominante introduzir a sonda
lubrificada no meato urinário até a veri ficação da saída de
urina;
17. Esperar escoar toda a urina na cuba -rim até esvaziar a
bexiga e retirar a sonda logo após;
18. Deixar a paciente confortável;
19. Providenciar limpeza e ordem do material;
20. Tirar as luvas e lavar as mãos;
21. Anotar o cuidado prestado.

Cateterismo Vesical Masculino

1. Preparo psicológico do paciente, quando possível, orientando -o sobre o procedimento e sua


finalidade;
2. Preparar o ambiente: desocupar a mesa -de-cabeceira, fechar portas e janelas, providenciar
biombo se necessário;
3. Lavar as mãos, fazer assepsia da bandeja, reunir o material e levar para a beira do leito.
4. Fazer ou encaminhar o paciente à higiene íntima;
5. Prender o saco plástico em local de fácil acesso;
6. Colocar o paciente em posição. A melhor posição para os homens é o decúbito dorsal com as
pernas afastadas.
7. Abrir o pacote de sondagem (cateterismo vesical) sobre o leito, no sentido diagonal, ou abrir
em mesa auxiliar;
8. Colocar PVPI na cuba redonda e abrir a sonda colocando -a sobre o campo sem contaminar;
9. Colocar xylocaína na gaze;
10. Calçar as luvas;
11. Colocar a cuba-rim próximo a região peniana do
paciente;
12. Lubrificar 5 cm da sonda;
13. Fazer a anti-sepsia: após a anti-sepsia da região
púbica, afastar o prepúcio e expor a glande, fazer
anti-sepsia em movimentos circulares, do meato em
direção a glande, elevar o pênis perpendicularmente
ao corpo do paciente realiza -se o mesmo no pênis,
com movimentos em sentido da glande para a raiz
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 224

do pênis, levando em consideração de que a mão em contato com esta região é contaminada
e não deve voltar para o campo ou sonda;
14. Colocar o campo fenestrado;
15. Pegar a sonda com a mão dominante, deixando a ponta a ser introduzida presa entre os
dedos polegar e indicador. Com os outros dedos segurar a parte restante enrolada. Deixar
apenas a extremidade distal da sonda so lta, perto do dedo mínimo;
16. Com a mão não dominante, traciona -se o pênis para cima, perpendicularmente ao corpo para
colocar a uretra em linha reta; Afastar com a mesma mão o prepúcio que cobre o meato e
com a mão dominante introduzir a sonda lubrificada no meato urinário até a verificação da
saída de urina;(caso haja resistência no esfíncter externo, solicitar ao paciente que faça um
leve esforço como se estivesse urinando, para ajudar a relaxar o esfíncter);
17. Reposicionar o prepúcio para evitar parafimose ( edema e estrangulamento da glande);
18. Esperar escoar toda a urina na cuba -rim até esvaziar a bexiga e retirar a sonda logo após;
19. Deixar o paciente confortável;
20. Providenciar limpeza e ordem do material;
21. Tirar as luvas e lavar as mãos;
22. Anotar o cuidado prestad o.

CATETERISMO VESICAL DE DEMORA

Material:

Pacote esterilizado contendo: cuba rim, campo fenestrado, pinça, cuba redonda, gazes;
Ampola de água destilada;
Seringa de 20 ml com agulha;
Sonda vesical Foley ou Owens;
Bolsa coletora de urina(sistema fechado) ;
Luvas esterilizadas;
Frasco com solução antisséptica (PVPI);
Saco plástico;
Lubrificante (xylocaína esterilizada);
Esparadrapo ou micropore;
Biombo s/n.

Método
1. Preparo psicológico do paciente, quando possível, orientando -o sobre o procedimento e sua
finalidade;
2. Preparar o ambiente: desocupar a mesa -de-cabeceira, fechar portas e janelas, providenciar
biombo e foco de luz, se necessário;
3. Lavar as mãos, fazer assepsia da bandeja, reunir o material e levar para a beira do leito.
4. Fazer ou encaminhar o pacient e à higiene íntima;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 225

5. Prender o saco plástico em local de fácil acesso;


6. Colocar o paciente em posição.
7. Abrir o pacote de sondagem (cateterismo vesical) sobre o leito, no sentido diagonal, ou abrir
em mesa auxiliar;
8. Colocar PVPI na cuba redonda;
9. Colocar xylocaína na gaze;
10. Colocar a cuba-rim próximo as nádegas do paciente, para receber o fluxo de urina que
drenará da sonda;
11. Abrir a ampola de água;
12. Abrir a seringa sobre o campo, com a agulha;
13. Abrir o coletor e fixá-lo na cama sem tocar a extremidade que irá se conectar a sonda, colocar
a ponta da conexão sobre o campo fixando -o com
adesivo;
14. Abrir a sonda colocando -a sobre o campo sem
contaminar;
15. Calçar as luvas;
16. Testar o Cuff da sonda, adaptando a seringa e fazer o
balão inflar;--------------------------------- ---------------------------
17. Aspirar água destilada sem tocar na ampola e manter a
seringa sobre o campo;
18. Conectar à extensão da bolsa coletora a extremidade distal
da sonda;--------------------------------------------------------
19. Lubrificar 5 cm da sonda e colocá-la no campo protegida
com gaze;
20. Fazer a anti-sepsia;
21. Colocar o campo fenestrado;
22. Pegar a sonda com a mão dominante, deixando a ponta a ser introduzida presa entre os
dedos polegar e indicador. Com os outros dedos segurar a parte restante enrolada. Deixar
apenas a extremidade distal da sonda solta, perto do dedo mínimo;
23. Com a mão dominante introduzir a sonda lubrificada no meato urinário até a verificação da
saída de urina, e avançar mais 3 cm;
24. Insuflar o balão de segurança com água destilada, obede cendo ao volume identificado na
sonda; (é necessário certificar -se de que a sonda esteja na uretra, pois a insuflação do
balonete na uretra provocará grandes lesões);
25. Tracionar um pouco a sonda, para verificar se está segura;
26. Tirar as luvas;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 226

27. Fixar a sonda na coxa do paciente ou na região supra -púbica;

28. Identificar o coletor com o nome do paciente, número da enfermaria e leito, data e hora da
colocação;
29. Deixar o paciente confortável;
30. Providenciar limpeza e ordem do material;
31. Lavar as mãos;
32. Anotar o cuidado prestado.

Cuidados de Enfermagem

Nas sondagens vesicais de demora, com o sistema de drenagem fechado, deve -se observar
algumas regras para diminuição do risco de infecção do trato urinário:

Nunca elevar a bolsa coletora acima do nível vesical, zelando par a evitar refluxo da urina
para bexiga;
Verificar se a sonda está livre de compressão e funcionando perfeitamente;
Limpeza completa duas vezes ao dia ao redor do meato uretral;
Nunca desconectar o sistema de drenagem fechado;
A troca do sistema deve ser rea lizado na vigência de sinais inflamatórios;
Iluminar bem o local para visualizar o meato urinário, usando foco de luz;
Nunca forçar a introdução da sonda;
Para diminuir a dor, pode-se injetar na uretra uns 10 ml de xilocaína gel antes de introduzir a
sonda;
Para prevenir infecções deve -se evitar sondagens repetidas. É recomendado permanecer
com a sonda por tempo prolongado desde que não manifeste reação ou infecção;
Em caso de irrigação ou drenagem contínua, usar sonda de Owens (3 vias);
Controlar e anotar reações e queixas do paciente, bem como volume, odor e aspecto da
urina;
O paciente com drenagem deve ingerir grande quantidade de líquidos, cerca de 3 litros por
dia;
O coletor deve ser esvaziado em intervalo máximo de 8 horas, para facilitar o manuseio, sem
risco de refluxo;
Usar somente água destilada para o enchimento do balonete;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 227

No caso de ser realizado por uma única pessoa, observar se todo o material está posicionado
sobre o campo estéril antes de calçar as luvas estéreis;
Atualmente, segundo especi alistas em infecção hospitalar, a sonda deve ser conectada ao
sistema de drenagem fechado (coletor), no momento da retirada da mesma de sua
embalagem;
Na sondagem vesical de demora emprega -se sonda com 2 vias:
1. Via: para insuflar o balonete, empregando -se água destilada na quantidade indicada na
sonda;
2. Via: para drenagem da urina.

RETIRADA DE SONDA

Material:

Saco de lixo;
Luva de procedimento;
Seringa;
Gaze, éter ou benzina;
Biombo S/N

Método

1. Orientar o paciente sobre o procedimento e sua finalidade;


2. Preparar o ambiente: desocupar a mesa -de-cabeceira, providenciar biombo, se necessário;
3. Lavar as mãos, fazer assepsia da bandeja, reunir o material e levar para a beira do leito.
4. Calçar luvas de procedimento;
5. Verificar a bolsa coletora (volume, cor, aspecto da urina);
6. Retirar a fixação de esparadrapo com uma gaze embebida em éter ou benzina;
7. Aspirar a água destilada do CUFF conectando a seringa a via do balonete (mesmo volume
que foi colocado);
8. Tracionar a sonda, retirando -a lenta e delicadamente desprezando -a no saco de lixo;
9. limpar a região com gaze;
10. Deixar o paciente confortável;
11. Providenciar limpeza e ordem do material;
12. Lavar as mãos;
13. Anotar o cuidado prestado.

Obs: Alguns serviços têm como rotina o envio da ponta da sonda para cultura. Este procedimento
requer o máximo de cuidado para não contaminar a sonda: Cortar a sonda com tesoura estéril,
colocar o pedaço no tubo de ensaio, enviar para o laboratório com a identificação do paciente e a
data.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 228

IRRIGAÇÃO CONTÍNUA

Finalidades

Permitir a drenagem de urina e lí quidos introduzidos;


Manter a permeabilidade da sonda;
Observar o aspecto do líquido drenado;
Instalação de solução para tratamento.

Material:

Sonda de 3 vias;
Solução para irrigação;
Equipo de soro;
Luvas de procedimento;
Bolsa coletora de urina;
Álcool a 70%;
Gazes.

Método
33. Preparo psicológico do paciente, quando possível, orientando -o sobre o procedimento e sua
finalidade;
34. Preparar o ambiente: desocupar a mesa -de-cabeceira;
35. Lavar as mãos, fazer assepsia da bandeja, reunir o material e levar para a beira d o leito.
36. Calçar as luvas;
37. Pinçar o equipo de frasco da solução instalada;
38. Pendurar o frasco no suporte;
39. Conectar a sonda ao novo equipo da solução;
40. Abrir a pinça, estabelecendo o gotejamento imediato e controlar a velocidade;
41. Providenciar limpeza e ordem d o material;
42. Tirar as luvas e lavar as mãos;
43. Anotar o cuidado prestado.

Cuidados de Enfermagem
Substituir a solução sempre que necessário;
Medir volume drenado; (VOL. DRENADO – VOL. INFUNDIDO = VOL. TOTAL). Anotar
balanço;
Observar características;
Na irrigação vesical emprega-se sonda com 3 vias:
1. Via: para insuflar o balonete, empregando -se água destilada na quantidade indicada
na sonda;
2. Via: para instalar o líquido de irrigação;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 229

3. Via: para drenagem da urina.


Se o líquido de drenagem for vermelho vivo, deix ar a velocidade da solução aumentada. Se
for claro, manter entre 40 e 60 gotas por minuto;

DRENAGEM VESICAL SUPRAPÚBICA

É realizada através da introdução de um cateter


após uma incisão ou punção na região suprapúbica, a qual
é preparada cirurgicamente, sendo que o cateter é
posteriormente conectado a um sistema de drenagem
fechado.
Suas indicações principais são pacientes com
retenção urinária por obstrução uretral sem possibilidades
de cateterização, em pacientes com neoplasia de próstata
ou em pacientes com plegias, ou seja, quando há
necessidade de uso crônico da sonda.
São várias as vantagens da drenagem suprapúbica: os pacientes são capazes de urinar mais
precocemente, é mais confortável do que uma sonda de demora trans -uretral, possibilita maior
mobilidade ao paciente, maior facilidade de troca da sonda e principalmente apresenta um menor
risco de infecção urinária. Como desvantagem é ser um método cirúrgico.

CONTROLE DE DIURESE

O termo diurese é utilizado para denominar a quantidade de urina eliminada. O controle de


diurese, quando necessário, é prescrito pelo médico com discriminação no período e ordem
especiais. Nesses casos, todo volume urinário deve ser medido, conforme a rotina estabelecida na
clínica.

Material
Frasco de vidro;
Luvas de procedimento.
Método
1. Lavar as mãos;
2. Providenciar material necessário;
3. Rotular o frasco com o nome do paciente, número do quarto e leito;
4. Colocar uma placa no leito do paciente, discriminando “controle de diurese”;
5. Orientar o paciente para guardar toda a urina num frasco destinado para tal;
6. Calçar luvas e medir a urina em cálice graduado apos micção do paciente;
7. Desprezar a diurese, antes verificando se não há necessidade de encaminhar amostras ou
todo o volume de urina ao laboratório.
8. Retirar as luvas e lavar as mãos;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 230

9. Anotar o volume no prontuário;


10. Comunicar a enfermeira ou ao médico, se houver anormalidades.

COLETOR DE URINA PARA INCONTINÊNCIA URINÁRIA – “JONTEX”

Material:

•Bandeja;
•“Jontex”;
•3 fitas de micropore;
•Luva de procedimentos;
•Frasco de soro de 1000 ml vazio;
•Suporte para frasco de soro;
•Cuba rim;
•Material para tricotomia se necessário;
•Biombo.

Procedimentos:

1. Fazer planejamento;
2. Lavar as mãos;
3. Reunir o material na bandeja, levar à unidade do paciente, colocá -lo sobre a mesa de
cabeceira;
4. Cercar a cama com biombos;
5. Dispor convenientemente o material sobre a mesa de cabeceira;
6. Colocar as 3 fitas de micropore na lateral proximal da bandeja;
7. Colocar o frasco de soro, seguro pelo suporte, ao lado da cama;
8. Orientar e auxiliar o paciente a posicionar-se em decúbito dorsal, com os membros inferiores
afastados;
9. Colocar a cuba rim para lixo aos pés da cama;
10. Descobrir somente a região genital;
11. Fazer a tricotomia pubiana genital;
12. Abrir a embalagem do jontex mantendo -o dentro da mesma;
13. Calçar a luva na mão esquerda;
14. Pegar a 1ª fita de micropore com a mão direita;
15. Com a mão esquerda posic ionar o pênis deixando-o em posição vertical. Segurar a
glande e o prepúcio juntos;
16. Com a mão direita voltear o terço inferior do pênis com a primeira fita de micropore;
17. Vestir o “jontex” no pênis deixando seu bico justo;
18. Com a mão esquerda segurar o “jontex” sobre o pênis mantendo seu bico justo à glande;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 231

19. Com a mão direita pegar a 2ª fita de micropore e voltear o pênis, já vestido com o
“jontex”;
20. Subir o jontex deixando exposta a outra metade da 1ª fita;
21. Pegar a 3ª fita de micropore com a mão direita e voltear o pênis passando-a
sobre junção do “jontex” com a 1ª fita de micropore;
22. Baixar o “jontex” cobrindo a 3ª fita de micropore;
23. Pegar o prolongamento do jontex e tracioná -lo levemente certificando- se de sua segurança;
24. Colocar a ponta do prolongamento no frasco de soro;
25. Retirar a luva da mão esquerda desprezando na cuba rim;
26. Deixar o paciente confortável e a unidade e m ordem;
27. Levar o material ao expurgo. Desprezar o lixo. Lavar a bandeja e cuba rim, secá -las e guardá-
las.

CONTROLE HÍDRICO

Controle hídrico é o balanço resultante do volume de líquido ingerido e líquido eliminado. O


total de água no organismo adulto é de 65 a 70% do peso corporal, distribuída em compartimentos
intracelulares (água das células) e extracelulares (líquido intersticial e água do sangue e linfa). A água
está em contínuo movimento, havendo trocas aquosas entre os espaços intra e extracelulare s.
Quase que a totalidade da água orgânica provém do meio externo, através da água ingerida e
dos alimentos, e uma pequena parte provem do meio interno como produto do metabolismo dos
lipídios, glicídios e proteínas (cerca de 300 ml). Por outro lado, a el iminação da água faz-se pela
urina, fezes, água vaporizada na respiração, e pelo suor. O equilíbrio entre ganho e perda líquida
pode sofrer alteração ocorrendo uma depleção ou retenção de líquidos. A depleção pode ser
desencadeada por vômitos, diarréia, di urese excessiva, estado febril, hemorragias, queimaduras,
levando a desidratação. A retenção com formação de edema pode ser conseqüência de certos
estados patológicos como Distúrbios renais e cardíacos. O paciente deve ser orientado quanto a esta
conduta terapêutica para não provocar ansiedades e obter a sua colaboração.

Método

1. Colocar placa de controle hídrico no leito do paciente;


2. Registrar em impresso próprio da seguinte forma:
a) Líquido ingerido: Todo líquido que o paciente ingerir em 24 horas deve ser medido e
registrado, assim como soluções endovenosas e aplicadas por sonda nasogástrica;
b) Líquidos eliminados: Todo líquido eliminado pelo paciente deve ser medido e
registrado, principalmente a diurese, além de vômitos, diarréia, líquido de drenagens.
Se o paciente for deambulante, orientá -lo para guardar urina.
3. Os flúidos que por um ou outro motivo não puderem ser medidos poderão ser descritos por
valores e registrados com um símbolo, como: Quantidade pequena +; Quantidade regular ++;
Quantidade grande +++
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 232

Obs:
Um controle hídrico mais rigoroso inclui não só o controle de líquidos ingeridos e eliminados,
mas também as infusões venosas;
Um paciente com controle hídrico pode ainda estar submetido a restrição hídrica, para a qual
o médico estipula a quantida de de líquido que pode ser ingerida em 24 horas. Nestes casos,
a enfermagem deve consultar a nutricionista para dividir a quantidade de água entre a
enfermagem e o serviço de nutrição e dietética.

SONDAGEM RETAL / LAVAGEM INTESTINAL / ENEMA

É a introdução de líquido no intestino através de uma sonda retal pelo ânus ou colostomia. A
mais importante utilização da sonda retal é para a lavagem intestinal.

Sonda Retal

Usa-se o termo lavagem intestinal (enteróclise) para casos de introdução de grande


quantidade de líquidos (100 a 2000 ml), geralmente feita com irrigador, que exerce maior pressão.
Clister (enema) para a introdução de pequenas quantidades (150 a 500 ml), feita com funil ou
material industrializado.

Finalidades
Eliminar ou evitar a distensão abdominal e flatulência;
Facilitar a eliminação de fezes, nos casos de constipação intestinal ;
Remover sangue nos casos de melena;
Preparar o paciente para cirurgia, exames, partos e tratamento do trato intestinal.
Preparar o paciente para exame radiológico ou endoscópico.

Soluções utilizadas
Água morna;
Sabão líquido neutro;
Glicerina;
Sulfato de sódio
Sulfato de magnésio;
Solução salina;
SF + glicerina;
Fleet enema, minilax;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 233

LAVAGEM INTESTINAL

Material
Sonda retal (mulher: 22 ou 24 e homem: 24 ou 26);
Gel lubrificante;
Frasco com solução prescrita;
Cuba-rim;
Compressa de gaze;
Comadre;
Luvas de procedimento;
Papel higiênico;
Biombo;
Impermeável;
Equipo de soro;
Saco para lixo.

Método

1. Preparo psicológico do paciente, quando possível, orientando -o sobre o procedimento e sua


finalidade;
2. Preparar o ambiente: desocupar a mesa -de-cabeceira, fechar portas e janelas, providenciar
biombo se necessário;
3. Verificar a solução e o volume prescrito;
4. Lavar as mãos, fazer assepsia da bandeja, reunir o material;
5. Adaptar o intermediário (equipo) ao irrigador (solução) e adaptar a sonda retal à solução
prescrita e ao equipo de soro;
6. Levar para a beira do leito;
7. Colocar a comadre na cadeira ou sobre os pés da cama;
8. Dependurar o irrigador no suporte de soro à altura de 60cm do tórax do paciente;
9. Colocar o paciente na posição de Sims;
10. Proteger a cama com impermeável, colocar a cuba-rim sobre ele e expor o paciente só o
necessário;
11. Calçar luvas;
12. Retirar o ar da sonda, fazendo correr um pouco de solução na cuba -rim;
13. Colocar gel lubrificante em uma gaze e aplicar na ponta da sonda (cerca de 5 cm);
14. Afastar a prega interglútea e introduzir cuidadosamente a sonda no reto (10 cm), usando uma
gaze, pedir ao paciente que inspire profundamente;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 234

15. Firmar a sonda com uma mão e com a outra abrir o controlador de fluxo observando o
gotejamento da solução;
16. Deixar escoar o líquido, até restar pequena quantidade no irrigador. Solicitar ao paciente que
faça profundos movimentos respiratórios, para facilitar a entrada do líquido. Fechar o equipo
após e término; (se a solução não estiver sendo infundida, fazer movimentos rotatórios).

17. Retirar cuidadosamente a sonda retal, deixar correr o restante da solução na comadre e
desprender a sonda, envolvendo -a em papel higiênico e descartá -la;
18. Cobrir o paciente e orientar o paciente a reter a solução, o quanto puder;
19. Deixar, se possível, o pacient e na mesma posição por 10 a 15 minutos;
20. Encaminhar o paciente ao banheiro ou colocá -lo em uma comadre, deixando o papel
higiênico à mão;
21. Higienizar paciente após evacuação;
22. Retirar a comadre;
23. Deixar a paciente confortável;
24. Tirar as luvas;
25. Providenciar limpeza e ordem do material;
26. Lavar as mãos;
27. Anotar o cuidado prestado, inclusive se foi efetiva.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 235

Cuidados de Enfermagem

Em caso de doentes neurológicos ou pacientes não -lúcidos (sem controle esfincteriano),


colocar a comadre ao iniciar o procedimento.
Durante a realização da técnica deve -se: respeitar a sensibilidade do paciente e convencê -lo
do tratamento, caso resistir; não expor demasiadamente o paciente; nunca forçar a
introdução da sonda; deixar a solução correr lentamente, para evitar a contração muit o rápida
do intestino; enquanto o líquido correr, verificar sempre o irrigador, para que não entre ar; se
apresentar dor, interromper momentaneamente o tratamento; se o líquido não corre, fazer
pequenos movimentos com a sonda e substituí -la se estiver obstruída.
Se houver alguma dificuldade na introdução da sonda, retirá -la e verificar a causa, que pode
ser devido a: aumento da contração muscular do reto - neste caso deixar correr um pouco de
água morna sobre o reto, pois o calor relaxa o músculo; dobras da sonda – se o tubo
escolhido estiver em boas condições e a borracha ainda nova, isto não acontecerá. A sonda
deve ser bem lubrificada e cuidadosamente inserida no paciente, seguindo a direção para
baixo, e ligeiramente para esquerda; presença de coprólitos no reto – neste caso, deve-se
calçar uma luva, lubrificar o dedo indicador da mão dominante e introduzi -lo no reto, quebrar
as fezes, reduzir a massa e retirar as partículas;
Se o paciente não puder reter a solução durante 10 minutos, colocá -lo imediatamente na
comadre;

PROTÓCLISE, MURPHY OU GOTA A GOTA

É a lavagem e remoção do material estagnado no intestino, através do processo gota a gota.


Usa-se o frasco de solução salina e equipo adaptado à sonda retal.
A técnica é a mesma da enteróclise.

Cuidados de Enfermagem

A enfermagem deve observar o número de gotas que o paciente mostra capacidade de


absorver; geralmente 10 a 20 gotas por minuto;
Por ser tratamento longo, o paciente deve mudar de posição, auxiliado pela enfermagem;
Em tempo frio, manter a solução aquecida, colocando uma bolsa de água quente sobre o
intermediário, próxima à nádega do paciente;
Se o tubo obstruir, movê-lo para frente e para trás, apertá -lo para expelir a matéria fecal ou
forçar uma pequena quantidade de líquido através da son da. Se não der resultado, remover a
sonda para limpeza e inseri -la novamente.

CLISTER OU ENEMA
A técnica é a mesma da enteróclise.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 236

Tipos de Clister

Anti-séptico: combate à infecção;


Adstringente: contrair os tecidos intestinais;
Carminativo: eliminar as flatulências;
Sedativo: aliviar a dor (C.A.);
Anti-helmíntico: destruir vermes;
Emolientes: amolecer as fezes;
Água gelada: diminuir a febre;
Enema salino: eliminar as fezes;
Enema irritativo: irrita o intestino provocando eliminação das fezes (feita com sulfato de
magnésio).

FLEET ENEMA

Material
Fleet enema;
Cuba-rim;
Compressa de gaze;
Comadre;
Luvas de procedimento;
Papel higiênico;
Biombo;
Impermeável;
Saco para lixo.

Método
1. Preparo psicológico do paciente, quando possível, orientando -o sobre o procedimento e sua
finalidade;
2. Preparar o ambiente: desocupar a mesa -de-cabeceira, fechar portas e janelas, providenciar
biombo se necessário;
3. Verificar a solução prescrita;
4. Lavar as mãos, fazer assepsia da bandeja, reunir o material e levar para a beira do leito;
5. Colocar a comadre na cadeira ou sobre os pés da cama;
6. Colocar o paciente na posição de Sims;
7. Proteger a cama com impermeável e expor o paciente só o necessário;
8. Calçar luvas;
9. Afastar a prega interglútea e introduzir cuidadosamente a ponta do enema no reto, usando
uma gaze, pedir ao paciente que inspire profundamente; Algumas soluções prescritas já
contêm aplicador e são embaladas em quantidades prefixadas (Fleet enema, por exemplo).
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 237

10. Introduzir todo o líquido, amassando e enrolando o frasco do enema. Solicitar ao paciente
que faça profundos movimentos respiratórios, para facilitar a entrada do líquido.
11. Retirar cuidadosamente o frasco, envolvendo -o em papel higiênico e descartá -lo;
12. Cobrir o paciente e orientar o paciente a reter a solução, o quanto pu der;
13. Deixar, se possível, o paciente na mesma posição por 10 a 15 minutos;
14. Encaminhar o paciente ao banheiro ou colocá -lo em uma comadre, deixando o papel
higiênico à mão;
15. Higienizar paciente após evacuação;
16. Retirar a comadre;
17. Deixar a paciente confortável ;
18. Tirar as luvas;
19. Providenciar limpeza e ordem do material;
20. Lavar as mãos;
21. Anotar o cuidado prestado, inclusive se foi efetiva.

Cuidados de Enfermagem

Para alguns enemas recomenda -se a posição genupeitoral, assim mais líquido é drenado
para o cólon;
Não é necessário o uso de lubrificante, pois o fleet enema já vem lubrificado;

TRICOTOMIA

Conceito

É a retirada dos pelos de uma determinada região do corpo.

Finalidade

É feita com a finalidade de facilitar a limpeza e a desinfecção da pele e da região a ser


operada, para prevenir a infecção, favorecer o processo de cicatrização, facilitar o acesso cirúrgico e
permitir a fixação de curativos, drenos, cateteres e sondas sem tracionar os pêlos.

Quando realizar?
No preparo do paciente para cirurgia;
Em exames;
Na execução de alguns curativos.
Para monitorização do paciente.
No preparo para o parto normal, apenas aparar os pêlos.
Para conforto e higiene do paciente.
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Cuidados básicos:
Realizar apenas quando necessária. Não realizar tricotomia exceto se houver interferência
mecânica.
Se for necessária, realizar a tricotomia imediatamente antes da cirurgia, antes de encaminhar
o paciente ao centro cirúrgico, para evitar recolonização da pele. Os pequenos cortes
deixados pela gilete, às vezes quase imperceptívei s, são colonizados por bactérias e após
várias horas são focos importantes de contaminação.
Na menor área possível, no entanto, que seja necessária para permitir margens adequadas
em torno do campo operatório. Lembrar da necessidade que muitas vezes existe de
prolongar a incisão ou colocar drenos.
Recomenda-se usar lâmina nova, de preferência um aparelho gilete do tipo descartável.
Sabão ou detergente apropriado deve ser usado não só para facilitar a remoção de pêlos e
diminuir o trauma à pele, como também para diminuir o resíduo contaminante de células
descamadas e fragmentos de pêlos.

Material:
Bandeja contendo:
Recipiente com água.
Gaze
Cuba redonda com sabão líquido anti -séptico diluído.
Cuba rim.
Luvas de procedimento.
Aparelho de barbear com lamina no va e afiada ou lâmina de bisturi.
Pinça Kocher (S/N)
Tesoura para aparar pêlos longos, se necessário.
Impermeável ou toalha.
Saco plástico para resíduos.

Método
1. lavar as mãos, preparar o material e leva -lo para junto do paciente.
2. preparar o ambiente:
- desocupar a mesa-de-cabeceira;
- colocar biombo, se necessário.
- posicionar foco de luz, se necessário.
3. explicar ao paciente o cuidado que será feito.
4. prender o saco plástico em local de fácil acesso.
5. colocar o paciente em posição confortável e adequada.
6. expor somente a região a ser tricotomizada e proteger a cama com impermeável ou toalha.
7. calçar as luvas.
8. montar chumaço e gaze e prende -la com a pinça. Umedeça a gaze com sabão.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 239

9. Ensaboar a região, começando pelo local onde será feita a incisão e, com movimen to circular,
afastando-se do centro, evitando que a área limpa seja recontaminada.
10. cortar os pêlos longos com tesoura.
11. Com a mão não dominante, estique a pele na direção oposta ao crescimento do pêlo. A
tração propicia uma superfície mais lisa e permite qu e os pêlos, assumam uma posição mais
ereta.
12. Com a mão dominante faça a raspagem dos pelos ensaboados, no sentido de seu
crescimento, para facilitar a raspagem e evitar cortar o paciente.
13. sempre que houver excesso de pêlos no aparelho, retira -los, lavando o aparelho em água, e
se necessário, substituí-lo.
14. Lave a área com água e sabão para remover os pelos cortados.
15. Revise a área tricotomizada e refaça a depilação nos pontos necessários e encaminhe o
paciente para o banho.
16. deixar o paciente confortável.
17. providenciar a limpeza e ordem do material.
18. tirar as luvas e lavar as mãos.
19. fazer as anotações necessárias no prontuário, registrando a área tricotomizada e
características da pele.

Observações:
Se a área for grande, molhar pequenas porções de cada vez.
Em tricotomia da região abdominal, limpar a cicatriz umbilical com auxílio de cotonetes ou
palitos montados, embebidos em benzina ou éter.
Utilizar, preferencialmente água aquecida porque o calor reduz a tensão superficial da pele e
facilita a remoção de sujeira e pêlos.
Antes da tricotomia, examine as condições da pele do paciente quanto a presença de lesões,
pois estas aumentam o risco para infecção e podem justificar cancelamento da cirurgia
planejada.
Feita a tricotomia, a pele deve sofrer um processo de dege rmação que começa pela lavagem
com água e sabão, de preferência, degermante anti -séptico como a iodopovidona e suave
escovação. Este início de preparação pode ser feito debaixo do chuveiro, durante o banho
pré-operatório.

CONFORTO E SEGURANÇA

USO DE COMADRE E PAPAGAIO

1-► Definições:
Comadre: Urinol chato para os doentes que não se podem levantar. Mais utilizado em
mulheres
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 240

Papagaio: Urinol arredondado para os doentes que não se podem levantar. Utilizado em
homens.

2-► Comadre:

Colocar Comadre:

1º Método:
calçar luvas;
trazer a comadre e colocá-la na cadeira;
orientar o paciente a levantar o corpo, apoiando os pés no leito;
colocar a comadre;
tirar as luvas e lavas ar mãos.

2º Método:

calçar as luvas;
virar o paciente em decúbito lateral;
ajustar a comadre no local adequado;
virar o paciente sobre a comadre;
tirar as luvas e lavar as mãos.

Retirar Comadre:

Material:
♦ jarro com água;
♦ bacia pequena;
♦ saco plástico para resíduos;
♦ toalha;
♦ papel higiênico;
♦ luvas de procedimento.

Procedimento:
1. lavar as mãos;
2. calçar as luvas;
3. oferecer papel higiênico (depois colocar no saco plástico);
4. fazer higiene íntima;
5. retirar a comadre, solicitando que o paciente levante o corpo, ou, virá -lo em decúbito lateral;
6. cobrir a comadre e colocá-la na cadeira;
7. oferecer água para o paciente lavar as mãos, e auxiliá -lo, se necessário;
8. deixar o paciente confortável, e o ambiente em ordem ;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 241

9. dar o destino adequado aos dejetos e resíduos;


10. lavar, desinfetar e guardar o material;
11. tirar as luvas e lavar as mãos.

☻ Observações:
• a comadre deve ser transportada coberta;
• deve ser colocada e retirada, o mais discretamente possível;
• colocar a comadre com delicadeza;
• quando necessário, cercar o leito com biombo;
• deixar o paciente a sós, exceto nos casos graves ou pacientes muito enfraquecidos;
• não deixar o paciente permanecer com a comadre mais tempo que o necessário, pois o
equipamento pode traumatizar a pele;
• ao retirar a comadre, cobri -la imediatamente;
• sempre que o paciente fizer higiene sozinho, ofe recer água e sabão para lavar as mãos;
• lavar a comadre cuidadosamente, primeiro com água fria, a fim de não provocar aderência de
dejetos. A seguir, passar água quente;
• observar fezes e urina com atenção, no que diz respeito ao volume, a consistência, cor, odor,
presença de corpos estranhos, sangue;
• anotar no prontuário, se houver observações de irregularidades;
• após o uso, colocar no hamper os panos que foram utilizados .

3-► Papagaio:

Colocar e retirar Papagaio:


1. calçar luvas;
2. levar o papagaio para junto do paciente, colocando -o sobre a cadeira (não colocar na mesa
de cabeceira ou no chão);
3. entregar o papagaio (se o paciente estiver fraco e impossibilitado, ajudá -lo);
4. deixá-lo sozinho e colocar a capainha em seu alcance;
5. sempre que o paciente fizer higiene sozinho, oferecer água e sabão para lavar as mãos;
6. lavar o papagaio cuidadosamente, primeiro com água fria, a fim de não provocar aderência
de dejetos. A seguir, passar água quente;
7. observar urina com atenção, no que diz respeito ao volume, a cons istência, cor, odor,
presença de corpos estranhos, sangue;
8. anotar no prontuário, se houver observações de irregularidades;
9. após o uso, colocar no hamper os panos que foram utilizados.

APLICAÇÕES TERAPÊUTI CAS: FRIAS E QUENTES

A aplicação térmica externa, de calor ou frio, é um dos tratamentos mais antigos. É eficaz e
proporciona efeito imediato.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 242

O calor atua relaxando os músculos e facilitando a circulação através da vasodilatação,


acalmando assim a dor, e diminuindo um pouco, e impedindo o edema local.
O frio age pela contração dos vasos sanguíneos, a dor local e impede a formação de
hematomas e abscessos. Em certos tipos de ferimentos abertos controla a hemorragia.

1-► Regras básicas:

Verificar indicação, local e duração da aplicação de frio ou calor.


Observar frequentemente a temperatura cutânea local e a presença de hiperemia e sinais de
isquemia, evitando queimaduras e necrose.
Não colocar a bolsa sobre o paciente.
Evitar exposição desnecessária do paciente.
Manter o paciente em posição confo rtável e compatível com o procedimento.
Utilizar técnicas estéril nas aplicações feridas ou lesões abertas.
Esvaziar a bolsa, lavá-la, escorrê-la, secá-la e guardá-la ao término de cada aplicação.

Retirar da geladeira imediatamente antes do uso da bolsa c om gel ( bolsa especialmente


fabricada para aplicação de frio ou calor ).

2-► APLICAÇÕES FRIAS

Finalidade: diminuir a hipertermia, a congestão e o processo inflamatório localizado; aliviar a dor;


controlar hemorragia.

2.1.Frio seco

Material:
bolsa de gelo ou bolsa com gel previamente gelada;
pedras de gelo ou gelo moído;
toalha de rosto ou fronha;
bandeja;
cuba rim.

Preparo da bolsa:
Deixar as pedras de gelo na cuba rim com água por 10 minutos, para derreter as pontas, ou
passá-las na água corrente.
Utilizar o gelo, quando moído imediatamente.
Encher a bolsa com gelo até a metade de sua capacidade.
Colocar a bolsa sobra uma superfície lisa, com gargalo em posição vertical, e fazer uma
compressão gradual para retirar o ar.
Fechar hermeticamente a bolsa, enxugá-la e verificar se há vazamentos.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 243

Envolver a bolsa na toalha de rosto ou fronha e colocá -la na bandeja.

Procedimento:
lavar as mãos;
reunir o material e colocar a bandeja sobre a mesa de cabeceira do paciente;
explicar ao paciente o pro cedimento r suas finalidades e posicioná -lo confortavelmente;
aplicar a bolsa no local indicado, pelo tempo prescrito ( geralmente até 30 minutos );
trocar a bolsa quando o gelo derreter;
observar as condições da pele no local da aplicação a cada cinco min utos, suspendendo o
procedimento em caso de hiperemia;
recolher o material;
lavar as mãos;
registrar na folha de anotações de enfermagem as reações do paciente e intercorrências
durante o procedimento.

2.2. Frio úmido

Material:

bacia com água gelada e gelo,


compressas,
toalhas,
impermeável
carrinho de transporte.

Procedimento:

lavar as mãos;
reunir o material, colocá-lo sobre o carrinho de transporte e aproximá -lo do leito do paciente;
explicar ao paciente o procedimento e suas finalidades;
forrar a cama, no local da aplicação, com o impermeável e toalhas;
molhar as compressas na água gelada, torcê -las e aplicá-las nas regiões indicadas;
posicionar o paciente confortavelmente;
trocar as compressas a cada três minutos, até completar o tempo indica do para a aplicação
(geralmente até 30 minutos);
observar as condições da pele no local da aplicação, a cada troca de compressas,
suspendendo o procedimento em presença de hiperemia;
enxugar o local com a toalha;
manter o paciente aquecid o até que seja restaurada a circulação normal (20 a 30 minutos)
recolher o material;
lavar as mãos;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 244

registrar nas anotações de enfermagem as reações do paciente e intercorrências durante o


procedimento.

Cuidados importantes

• Observar constantemente a área de aplicação. Qualquer alteração da pele e queixas do


paciente, suspender o procedimento e comunicar o médico;
• Em pacientes idosos, inconscientes, desnutridos e crianças deve -se ter cautela quanto ao
limite da temperatura, devido à maior sensi bilidade da pele;
• Nunca colocar bolsa com água quente debaixo do paciente, para evitar compressão
excessiva da mesma, pois resulta em vazamento e queimaduras ao paciente;
• Não fazer aplicação de bolsa de gelo além de 30 minutos, devido ao risco de causar necrose.

3-► APLICAÇÃO DE CALOR

Finalidade: aquecimento: aumentar a circulação no local da aplicação; facilitar processo de


supuração; acelerar a cicatrização; aliviar a dor; relaxar a musculatura; auxiliar na absorção de
infiltração por soro.

1. Calor seco – bolsa de água quente.

Material: bolsa de borracha ou bolsa com gel previamente aquecida, jarro com água quente, toalha
de rosto ou fronha e bandeja.

Preparo da bolsa:

Colocar a água quente na bolsa até a metade ou 2/3 de sua capacidade.


Colocar a bolsa sobre uma superfície plana, segurando o gargalo verticalmente.
Comprimir gradualmente a bolsa, deixando a água subir até o gargalo, expelindo o ar.
Fechar hermeticamente a bolsa, virá -la para baixo para escorrer a água do gargalo e verificar
se há vazamentos.

Procedimento:

lavar as mãos;
reunir o material;
colocar a bandeja sobre a mesa de cabeceira do paciente;
explicar ao paciente o procedimento e sua finalidade e posicioná -lo confortavelmente;
aplicar a bolsa sobre o local indicado pelo tempo prescrito (ou a proximadamente de 20 a 30
minutos);
renovar a água sempre que a bolsa esfriar;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 245

observar as condições da pele no local da aplicação a cada cinco minutos, suspendendo o


procedimento em caso de hiperemia;
recolher o material;
lavar as mãos;
registrar na folha de anotações de enfermagem as reações do paciente e intercorrências
durante o procedimento.

2. Calor úmido – compressas quentes.

Material: bacia com água quente; compressas, toalhas; impermeável; carrinho de transporte.

Procedimento:
lavar as mãos;
reunir material, colocá-lo sobre o carrinho de transporte e aproximá -lo do leito do
paciente.
explicar ao paciente o procedimento e sua finalidade;
forrar a cama, no local no local da aplicação, com o impermeável e toalhas;
posicionar o paciente confortavelment e;
molhar as compressas na água quente, torcê -las e aplicá-las nas regiões indicadas;
trocar as compressas a cada três minutos, até completar o tempo indicado para a
aplicação (geralmente até 30 minutos), renovando a água sempre que esfriar;
observar as condições da pele no local da aplicação, a cada troca de compressa,
suspendendo o procedimento em presença de hiperemia;
enxugar o local com a toalha;
Manter o paciente aquecido;
recolher o material;
lavar as mãos;
registrar nas anotações de enfermagem as re ações do paciente e intercorrências
durante o procedimento;.

ASPIRAÇÃO DO TRATO RESPIRATÓRIO

A aspiração é a aplicação de sucção ao trato respiratório do paciente para ajudá -lo a


remover secreções líquidas ou espessas das vias aéreas superiores e inferiores, quando o
paciente não tem condições de removê -las sozinho. A aspiração das vias aéreas superiores pode
envolver o nariz, boca e orofaringe. A aspiração das vias aéreas inferiores envolve
basicamente a traquéia e, ocasio nalmente, a aspiração profunda envolve os brônquios direito e
esquerdo.
A aspiração também possui seus riscos, compreendem:
•Infecção das vias aéreas superiores;
•Traumatismos de tecidos por sucção excessiva da camada de revestimento do trato respiratório ;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 246

•Hipoxemia, devido à remoção de ar com secreções durante a aspiração;


•A remoção de oxigenoterapia durante a execução da aspiração;
•Broncoespasmo, estimulação vagal, que causam diminuição da freqüência cardíaca e possíveis
arritmias;
•Ansiedade e desconforto. Pode-se efetuar a aspiração através das narinas, da boca, cânula de
traqueostomia e tudo endotraqueal.

Objetivos:

•Manutenção de uma via aérea permeável;


•Promover conforto;
•Prevenir infecções do trato respiratório;
•Melhorar oxigenação.

Orientações gerais:

•A aspiração de secreção não pode ultrapassar 15 segundos em cada sucção e 15 vezes no total;
•Monitorização contínua aos sinais vitais do paciente;
•Realizar drenagem postural ou tapotagem nos pacientes em que não há contra -indicação, antes da
aspiração;
•Pacientes com tubo endotraqueal ou traqueostomia que contenha cuff, insuflar antes de aspirar;
•Aspirar o paciente 1 hora após administração de dieta;
•A extensão de borracha deve ser trocada a cada 6 horas;
•Desprezar a secreção do fra sco de aspiração após cada aspiração e lavá -lo com água e sabão;
•A avaliação do estado do paciente, inclusive dos sons pulmonares, fornece dados referentes à
presença de secreções no inferior das vias aéreas;
•Manter SNG aberta durante aspiraçã o.

Material:

•Bandeja;
•Frasco de vidro para aspiração com válvula;
•Extensão de borracha esterilizada;
•Campo para aspiração;
•Sonda para aspiração (8,10,12 ou 14);
•Luva estéril;
•Pacote de gazes;
•Cuba rim;
•1 frasco de água destilada;
•Máscara.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 247

Sonda de aspiração Frasco de aspiração Aspirador portátil

Procedimento:

1. Fazer planejamento;
2. Lavar as mãos;
3. Reunir o material na bandeja, levar a unidade do paciente, colocá -lo sobre a mesa de
cabeceira;
4. Cercar a cama com biombo;
5. Conectar o frasco de aspiração na rede de vácuo;
6. Testar o funcionamento do aspirador;
7. Elevar a cabeceira da cama 30º;
8. Colocar água destilada na cuba, e colocá -la na mesa de cabeceira ao lado;
9. Abrir o pacote de extensão de borracha e uma das pontas e conectar ao aspirador;
10. Colocar máscara;
11. Abrir o campo de aspiração sobre o tórax do paciente sem contaminar. Abrir o pacote de
gaze e colocar sobre o campo;
12. Abrir o pacote da sonda e colocar sobre o campo;
13. Abrir a válvula de aspiração;
14. Calçar luvas;
15. Pegar no dispositivo da sonda e adaptar a ponta da extensão de borracha;
16. Pegar na sonda, introduzir na narina do paciente com movimentos delicados até a
traquéia;
17. Realizar a sucção intermitente;
18. Após a aspiração da traquéia, lavar a sonda de aspiraç ão com água destilada da cuba
rim;
19. Aspirar orofaringe do paciente;
20. Lavar a sonda de aspiração com água destilada da cuba rim;
21. Desligar o aspirador. Desconectar a extensão de borracha do dispositivo da sonda;
22. Retirar luva segurando a sonda e colocar na ba ndeja;
23. Retirar o campo do tórax do paciente, o frasco de aspiração e colocar na bandeja;
24. Reunir o material e levá-lo à sala de utilidades;
25. Anotar no prontuário: quantidade e aspecto da secreção.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 248

MECÂNICA CORPORAL

A movimentação de pacientes a camados é uma atividade fisicamente desgastante para o


profissional de enfermagem e poderá tornar -se perigosa devido à má postura corporal adotada,
caracterizada principalmente pela inclinação da coluna para frente e para trás e inúmeras flexões e
rotações.
Para que o paciente se sinta confortável no leito, é necessário que o corpo fique apoiado em
bom alinhamento, numa posição repousante. É fundamental que o paciente seja freqüentemente
movimentado no leito, principalmente o paciente dependente, evita ndo complicações. Ao se
executar a movimentação do paciente no leito, deve -se levar em conta a proteção do paciente
contra possíveis traumatismos e/ou deformidades decorrentes de mau posicionamento, utilizando -se
para este fim: travesseiros, coxins, al mofadas d’água, etc. Deve se considerar também a proteção
das pessoas que executam a movimentação, prevenindo traumas na coluna vertebral e outros
acidentes, usando os mecanismos corporais adequados e os princípios das leis mecânicas.
O ser humano possui uma capacidade admirável de movimentação. Porém, existem
situações em que essa capacidade encontra -se afetada, necessitando o paciente de auxílio para
execução de seus movimentos. E enfermagem tem um papel fundamentas nesta situação.
Para a realização de habilidades como virar, mover ou transferir o paciente são necessárias
técnicas baseadas na compreensão dos princípios dos movimentos corporais e de sua aplicação no
uso correto de energia muscular e do peso do profissional contribuindo para facilitar as intervenções
físicas do profissional com o paciente e reduzir a probabilidade de traumas a qualquer um dos dois.

Tem como objetivos: proporcionar conforto, aliviar área de pressão e relaxar a musculatura,
prevenir a formação de escaras de d ecúbito, prevenir deformidades musculares e prevenir
complicações pulmonares, embolias, tromboses.

Materiais:
 Bandeja;
 Travesseiros;
 Coxins;
 Apoios para os pés;
 Almofadas d’água;
 Forros.

Movimentação PASSIVA e ATIVA

♦ Movimentação ATIVA: - são movimentos realizados pelo próprio paciente.


♦ Movimentação PASSIVA: - são movimentos realizados por algum membro da equipe de
saúde, sem a participação ativa do paciente.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 249

Mudança de decúbito
Na execução dessas tarefas o profis sional deve levar em consideração os conhecimentos da
mecânica corporal.

Procedimento:

1. Preparar o material necessário e colocá -lo sobre a cadeira ao lado da cama;


2. Abaixar a cabeceira da cama;
3. Desprender a colcha e o lençol de cima;
4. Colocar o paciente na extremidade oposta - a que vai ser virada. Executar a técnica em duas
etapas: 1) passar um braço sob os ombros do paciente, apoiando a cabeça, e o outro sob a região
lombar, aproximando o tronco. 2) colocar um braço sob a região lomba r, o outro sob os joelhos e
aproximar a parte inferior do corpo;
5. Passar para o outro lado da cama;
6. Cruzar os braços do paciente sobre o tórax e flexionar os joelhos do mesmo;
7. Colocar uma das mãos sobre o ombro e a outra sobre o quadril do pa ciente e virá-lo
delicadamente;
8. Segurar o paciente com uma das mãos e com outra apoiar as costas com o travesseiro;
9. Passar para o outro lado e completar o apoio nas costas;
10. Estender a perna inferior e flexionar a superior;
11. Colocar um travesseiro, sustentando a cabeça e o pescoço;
12. Apoiar o antebraço superior com o travesseiro, de modo que o braço fique estendido ao longo do
corpo;
13. Colocar um rolo na mão;
14. Deixar o outro braço em posição confortável;
15. Colocar um travesseiro entre os joelhos e outro apoiando o pé, mantendo a perna superior
flexionada e abduzida, o calcâneo e hálux livres;
16. Prender as roupas nos pés da cama.

Mudança de decúbito lateral para dorsal:

1. Desprender a colcha e o lençol de cima nos pés da cama;


2. Retirar os travesseiros de apoio das costas e dos membros e colocá -los sobre a cadeira;
3. Colocar uma das mãos no ombro e a outra no quadril do paciente e virá -lo vagarosamente;
4. Apoiar a cabeça, pescoço, ombros, sobre os travesseiros;
5. Deixar os braços e antebraços ligeiramente estendidos ao longo do corpo e apoiá -los com
travesseiros;
6. Colocar um rolo de apoio nas mãos;
7. Dobrar as roupas de cama, dos pés aos joelhos;
8. Colocar um travesseiro sob a região poplítea, mantendo as pernas semifletidas;
9. Colocar almofada d’água sob calcâneos;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 250

10. Colocar um apoio firme na região plantar, de maneira que os pés fiquem em ângulo reto com as
pernas;
11. Passar para o outro lado e apoiar o outro braço e antebraço;
12. Prender as roupas nos pés da cama, deixando -as frouxas;
13. Elevar a cabeceira da cama.

♦ A: Ajudar o paciente a chagar para um dos lados:


► Quando o paciente está em decúbito dorsal e para chegar mais para a beira da cama.
☻Procedimento:
- o profissional fica de pé de frente para o paciente do lado da cama para o qual ele quer que o
paciente se desloque;
- ele se posiciona com uma das pernas a frente da outra com os joelhos e quadris fletidos para trazer
os braços a nível da cama;
- o profissional coloca um braço sobre os ombros e o pescoço do paciente e o outro sob suas
nádegas;
- ele passa o peso do seu próprio corpo do pé que está na frente para o que está atrás, recuando e
assumindo uma posição agachada, trazendo o paciente para o lado da cama em sua direção. O
paciente deve ser puxado e não levantado nesse procediemtno.

♦ B: Elevar os ombros do paciente incapacitado:


► Esta técnica é necessária, por exemplo, para a mudança de travesseiro.

☻ Procedimento:
- o profissional fica de pé do lado da cama de frente para a cabeça do paciente. Ele assume uma
postura de base ampla, com o pé mais próximo da cama por trás do outro pé;
- ele passa o braço mais longe do paciente por sobre o ombro deste e repousa a mão sobre as
escápulas do paciente;
- para levantar o paciente, ele chega para trás, mudando seu peso , do pé mais a frente para o de
trás, seus quadris fazem um movimento diretamente para baixo.

♦ C: Erguer os ombros do paciente semi -incapacitado:


► onde o profissional usa o seu braço como alavanca e o cotovelo como fulcro.

☻ Procedimento:
- o profissional fica do lado da cama de frente para a cabeceira. Seu pé mais próximo da cama fi ca
por trás e o outro pé mais a frente.
- ele dobra o joelho para trazer o braço mais próximo da cama para baixo até o nível da superfície da
cama;
- com seu cotovelo sobre o leito do paciente, o profissional segura a parte posterior do braço do
paciente acima do cotovelo e o paciente segura o braço do profissional da mesma maneira e empurra
com a outra mão;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 251

- o profissional então chega para trás, mudando seu peso do pé da frente para o de trás e trazendo
seus quadris para baixo. Seu cotovelo permanece na cama e age como fulcro da alavanca.

♦ D: Movendo o paciente incapacitado mais para cima na cama:


► é necessário baixar toda a cabeceira.

☻ Procedimento:
- o profissional fica ao lado da cama do paciente de frente para o canto mais distante do pé da cama.
Ele põe um pé atrás do outro, assumindo uma postura de base ampla;
- flexiona seus joelhos de modo que seus braços fiquem no mesmo nível da cama, um dos braços é
colocado sob a cabeça e os ombros do paciente, e o outro na parte inferior de suas c ostas;
- inclina-se para frente e, então desloca -se seu peso do pé que está à frente para o de trás, seus
quadris movem-se para baixo. O paciente vai deslizar diagonalmente através da cama em direção à
cabeceira até a beirada da cama;
- isso é repetido para o tronco e para a perna do paciente;
- vai então para o outro lado da cama e repete os passos de 1 a 3. Continuando o procedimento até
que o paciente seja satisfatoriamente posicionado. Pode -se executar essa técnica com o auxílio do
lençol, ou 2 profissionais simultaneamente.

Procedimento utilizando um lençol móvel:


- os dois profissionais colocam -se de pé , em posições opostas de cada lado da cama;
- enrole o lençol móvel próximo ao paciente;
- incline o quadril e os joelhos, separe os pés;
- balance para trás e para frente simultaneamente; levante o paciente na cama a um sinal.

Procedimento de dois profissionais:


- proteja a cabeceira com um travesseiro;
- fique de pé, olhando um ao outro em lados opostos da cama entre os quadris e os ombros
do paciente;
- prenda as mão sob as nádegas e os ombros do paciente;
- incline os quadris e os joelhos; gire na direção da cabeceira da cama;
- mova o paciente para cima no momento de um sinal combinado.

♦ E: movendo o paciente semi -incapacitado mais para cima da cama:


☻ Procedimento:
- coloque-se de pé, de frente para a cabeceira da cama;
- prenda seus braços aos do paciente;
- incline os quadril e os joelhos; separe os pés;
- oriente o paciente para empu rrar com as pernas, enquanto puxa os braços presos aos seus.
Atenção: baixar toda a cabeceira da cama e colocar o travesseiro como proteção na cabeceira.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 252

♦ F: Virando o paciente supina para a posiç ão lateral:

☻ Procedimento:
- posicione o paciente na beira da cama oposta, a qual você vai proceder;
- flexione o joelho do paciente que se encontra mais distante sobre o mais próximo com os braços
sobre o peito;
- separe os pés do paciente, posicione -se com os joelhos fletidos e coloque um pé atrás do outro;
- coloque um das mãos sobre o ombro do paciente e a outra sobre o quadril no lado mais distante;
- role o paciente em sua direção;
- reponha o travesseiro sob as costas, entre as pernas e sob a porção superior d braço.

♦ G: Virando da posição supina para a pronada:

☻ Procedimento:
- proceda como para posição lateral. Só que, faça o paciente virar sua cabeça em oposição à direção
de rolagem e deixe os braços estendidos de cada lado. Troque suas mãos da parte posterior do
ombro e quadril para anterior, enquanto o paciente rola sobre o abdômen. Centralize o paciente na
cama. Arrume os travesseiros.

♦ H: Ajudando o paciente a se sentar na beira da cama:


► o paciente deve estar em decúbito dorsal próximo à beira da cama:.

☻ Procedimento:
- elevar a cabeceira da cama;
- posicionar-se de frente para o canto mais afastado do pé da cama;
- o profissional sustenta os ombros do paciente com um dos braços, enquanto que com a outra ele
ajuda o paciente a estender a parte infer ior das pernas por sobre a beira da cama. Assumindo uma
postura de base ampla, com seu pé virado para o pé da cama ficando para trás do outro pé;
- o paciente é trazido a uma posição sentada na beira da cama quando o profissional, ainda apoiando
seus ombros e pernas, recua seu corpo de tal modo que a parte inferior das pernas do paciente é
puxada para baixo. O peso do profissional se desloca de sua perna da frente pára a de trás.

Atenção: Antes que qualquer movimento realizado no paciente o profissional de ve:


Examinar os fatores de risco que podem contribuir para a inatividade;
Avaliar a capacidade física para auxiliar nas viradas;
Examinar a presença de sondas e equipamentos de drenagens;
Explicar todo o procedimento ao paciente, pedindo sua colaboração qu ando possível.

3-► Transferência de paciente:


Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 253

É a transferência do paciente de um local a outro, utilizando -se de maca ou cadeira de rodas.


Para se fazer o transporte ou remoção do paciente de um determinado lugar para outro, nas
dependências do hospital, exige -se que a pessoa que realiza o transporte tenha noções básicas de
como atuar de forma correta e adequada.

Cuidados gerais com o transporte:

1. O transporte do paciente deve ser feito com muito cuidado. A movimentação mal feita pode
provocar lesões, às vezes irreversíveis;
2. Para que o transporte seja eficiente deve -se agir com rapidez e segurança, porém com cuidado;
3. Observar constantemente o estado geral do paciente durante o transporte;
4. Movimentos suaves ao manipular o paciente diminuem as v ibrações, solavancos, dor e
desconforto;
5. Não mova local fraturado ou suspeito de fratura, nestes casos, uma pessoa deverá apoiar apenas
este segmento (perna, braço, etc.);
6. Ao se movimentar ou transportar pacientes politraumatizados, os cuidado s devem ser
redobrados: pacientes com trauma crânio -encefálico devem ser movimentados com máxima
atenção, sem movimentos de flexão e rotação e com maior número de pessoas;
7. Ao proceder transporte com maca:
Descer e subir rampas com a cabeça do pacie nte para cima, exceto quando o paciente
estiver em estado de choque;
Conduzir a maca pelo corredor com o paciente sempre olhando para frente. Se for preciso
subir a rampa ou entrar em elevador, virar a maca após, para conduzir o paciente sempre na
posição correta;
Ao entrar no elevador, nivelar o mesmo e travar a porta. Entrar primeiro com a cabeceira da
maca, desta maneira já saíra na posição correta;
Transporte a maca com a grade, principalmente quando for transportar pacientes
anestesiados, inconscientes, agitados e crianças;
Transportar o paciente sempre coberto com lençol, se necessário.
8. Ao proceder transporte com cadeiras de rodas:
Descer a rampa, transportar sempre a cadeira de ré;
Subir a rampa com o paciente olhando para frente;
Solicitar auxílio, sempre que necessário, para subir e descer a rampa;
Entrar no elevador puxando a cadeira, de ré. Desta forma, ao sair do elevador estará na
posição correta.
9. Cuidados com portas e paredes;
10. Transportar paciente sempre coberto com l ençol e cobertor, se necessário.

Cuidados específicos:

1. Paciente com soro:


Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 254

Cuidado para não obstruir a agulha ou cateter, mantendo o soro sempre em altura adequada
para gotejamento uniforme;
Não tracionar o equipo, para que a agulha ou cateter não se desloque, e para evitar
desconexão;
Se houver formação de soroma (infiltração de soro no tecido subcutâneo), interromper o
gotejamento. Comunicar o responsável pela medicação assim que chegar à unidade;
Caso haja desconexão dos cateteres, proc urar o posto de enfermagem mais próximo.
2. Paciente com sonda vesical:
Verificar se a sonda está corretamente fixada na coxa do paciente, prevenindo lesões
uretrais devido a tração acidental;
Manter a bolsa coletora sempre em nível abaixo do paciente , para evitar retorno de urina à
bexiga. Pode-se também pinçar o prolongamento para poder elevar o coletor.

3. Paciente com dreno de tórax:


Pinçar o dreno e o prolongamento com 2 pinças próprias;
O frasco só poderá ser elevado acima do nível do tórax do paciente quando o dreno e o
prolongamento estiverem pinçados;
Cuidado para não tracionar o dreno;
Coloque o frasco entre os pés em transporte de cadeira; e em caso de maca, colocar entre
os membros inferiores;
Retirar as pinças imediatamente após a chegada do paciente ao destino, observando que o
frasco esteja em nível mais baixo que o tórax do paciente.
5. Paciente com tubo endotraqueal:
Transportar sempre com cilindro de oxigênio e ambú. O enfermeiro deve acompanhar o
transporte;
Cuidado para não tracionar o tubo;
Se o paciente também estiver com sonda nasogástrica e apresentar náuseas ou sinal de
refluxo, abrir imediatamente a sonda.
6. Pacientes agitados, confusos:
Proceder sempre o transporte em maca com grade;
Restringir o paciente se necessário.
7. Pacientes anestesiados:
Proceder sempre o transporte em maca com grade;
Não movimentar muito o paciente, pois pode provocar vômito. Nestes casos, lateralizar a
cabeça do paciente, para evitar aspiração. Se o paciente estiver som son da nasogástrica
abri-la.

Fatores importantes ao mover ou levantar um paciente:

É fundamental avaliar o peso e o grau de dependência do paciente, para que se possa


determinar o número necessário de pessoas para o procedimento;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 255

Evitar esforço desnece ssário, prevenindo danos, não só para si, como também para o
paciente;
Os movimentos devem ser planejados e sincronizados. Quem está na cabeceira deve
comandar o procedimento.

Utilize boa mecânica corporal:

Ao fazer força, sempre utilizar os músculo s da coxa, ao invés dos músculos do dorso, porque
os músculos são mais resistentes;
Segurar um objeto junto ao corpo diminui o esforço físico despendido;
Prefira: PUXAR, ENROLAR E EMPURRAR A ERGUER, pois diminui o esforço físico;
Ao abaixar-se, utilizar os MÚSCULOS DA COXA, manter o dorso reto, e flexionar os joelhos;
Mantenha os pés afastados para proporcionar maior estabilidade.
A transferência pode ser realizada com auxílio do paciente ou com dependência total de ajuda
de outros, sendo denominad a de transferência ATIVA e PASSIVA, respectivamente.

♦ A: Transferindo o paciente da cama para a cadeira:

☻ Procedimento:
- explique o procedimento ao paciente;
- coloque uma cadeira de espaldar reto ou uma cadeira de rodas com as costas virada para o pé da
cama, do lado mais forte do paciente;
- trave as rodas da cadeira e eleve os descanso para os pés;
- auxilie o paciente para ficar sentado na cama e ajude -o a vestir o roupão e os sapatos;
- segure o paciente sob seus braços;
- oriente o paciente para segurar você pelos ombros;
- coloque o pé, que está mais próximo da cadeira um passo na frente do outro para dar -lhe uma
ampla base de sustentação;
- o paciente desce da cama e pisa no solo. Flexione os joelhos de modo que seu joelho mais a frente
fique contra o joelho do paciente (se o paciente tiver que pisar numa escada antes de pisar no solo, é
quase impossível dar apoio ao joelho);
- faça o paciente girar sobre si mesmo com as costas na direção da cadeira;
- peça ao paciente que dê um passo para trás a té que sinta a cadeira na parte de trás das pernas;
- oriente o paciente no sentido de agarrar os braços da cadeira, enquanto você estabiliza os joelhos
dele e abaixa-o para alcançar o assento;
- abaixe o descanso dos pés. Deixe o paciente confortável.

♦ B: Transferindo o paciente da cama para a maca utilizando um lençol:

☻ Procedimento:
- explique o procedimento ao paciente;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 256

- coloque o paciente na posição supina;


- afrouxe o lençol do colchão e enrole -o próximo ao corpo do paciente;
- se possível eleve a cama na mesma altura da maca;
- baixe a grade lateral, posicione a maca ao lado da cama e trave -a;
- coloque os braços do paciente sobre o peito dele;
- peça a um assistente que fique de pé próximo a maca e agarre um dos lados do lençol enrolado;
- suba no colchão próximo às nádegas e aos quadris do paciente;
- peça ao assistente que puxe o lençol, enquanto o erguem juntos a um sinal combinado.

♦ C: Transferindo o paciente da cama para a maca usando movimentos de tr ês carregadores


para erguer o paciente:

☻ Procedimento:
- explique o procedimento ao paciente;
- coloque a maca em ângulo reto com os pés da cama, estando as travas firmes;
- peça ajuda a mais 2 auxiliares e organizem -se ao lado do paciente, de modo que o mais alto fique
na cabeceira, junto a seu tórax;
- de frente para a cama, deslize os braços sob o paciente de modo que um dos assistentes apóie o
pescoço e o peito, o outro as nádegas e os quadris, e o terceiro as coxas e a parte inferior das
pernas;
- vire o paciente na direção do tórax dos carregadores diante de um sinal combinado, levantem -se, dê
um passo para trás e dirijam -se para a maca;
- baixe o paciente até a maca de uma vez s ó, ao mesmo tempo em que inclina os quadris e os
joelhos;
- retirem os braços em um sinal combinado;
- se possível, prenda o sinto de segurança e erga as proteções laterais da maca.

RESTRIÇÃO NO LEITO

1-► Finalidade:

 Impedir ou limitar a movimentação do paciente;


 Prevenir acidentes (queda da cama,trauma) em paciente agitado, inconsciente, confuso,
crianças e idosos.

2-► Meios utilizados para restriç ão:

♦ Medicamentoso: administrar sedativos e tranqüilizantes, a critério médico;


♦ Manual: segurar o paciente com as mãos;
♦ Mecânico: limitar os movimentos através de lençóis, ataduras de crepe e braçadeiras;
♦ Outros: cama com grades, coletes.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 257

3-► Material necessário para restriç ão mecânica:

♠ atadura de crepe;
♠ algodão ortopédico;
♠ lençóis;
♠ braçadeiras de contenção;
♠ compressas cirúrgicas;
♠ gazes.
♠ fita adesiva.

4-► Regras básicas:

☻ não utilizar cordas, cordões, faixas menores que 10 cm de largura;


☻ atentar para o estado de limpeza e conservaç ão dos lençóis e ataduras;
☻ evitar garroteamento de membros;
☻verificar com freqü ência o local da contenção, observando perfusão periférica e integridade
cutânea;
☻ remover ou afrouxar a restriç ão em casos de edema, lesão, palidez ou cianose;
☻ retirar a restrição no mínimo uma vez ao dia (preferencia lmente durante o banho), procedendo à
limpeza no local; restringir novamente se necessário.

5-► Procedimento:

- lavar as mãos;
- reunir o material;
- explicar ao paciente o procedimento e sua finalidade, se possível;
- proceder à restrição no leito dos s egmentos corporais conforme descrição das Figs. 01, 02, 03, 04;
05;
- recolher o material e recompor a unidade;
- lavar as mãos;
- fazer as anotações de enfermagem pertinentes.

◘ Contenção dos ombros (Fig. 01):


 Dobrar o lençol em diagonal até formar uma f aixa de aproximadamente 25 cm de largura;
 Centralizar o lençol sob a região torácica posterior;
 Proteger as axilas com compressas cirúrgicas;
 Passar as extremidades do lençol sobre as axilas e ombros, cruzando -as na região
cervical e dando um nó sob o tra vesseiro;
 Torcer as extremidades várias vezes, amarrando -as na cabeceira ou estrado da cama.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 258

◘ Contenção dos pulsos e tornozelos (Fig. 02 e 03):


 Proteger o pulso e tornozelo com algodão, gazes ou compressas cirúrgicas;
 Utilizar braçadeiras de contenção ou, desenrolar aproximadamente 20 cmm de atadura
de crepe de 10 ou 15 cm de largura (deixando um a ponta);
 Iniciar o enfaixamento em forma de oito, deixando a ponta da atadura no centro de
enfaixamento; até aproximadamente 20 cm do final da atadura, dar um nó com as duas
pontas;
 Amarrar na grade ou estrado da cama.

Contenção do quadril (Fig. 04 ):


 Centralizar dois lençóis dobrados em diagonal sob a região do quadril;
 Juntar as pontas do primeiro lençol, torcendo -as e amarrando-as na grade ou estrado da
cama no lado direito;
 Proceder da mesma forma com o segundo lençol, do lado esquerdo.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 259

◘ Contenção dos joelhos (Fig. 05):

 Utilizar duas braçadeiras de contenção ou centralizar dois lençóis dobrados em diagonal


sob os joelhos;
 Passar a ponta do primeiro lençol do lado esquerdo sobre o joelho esquerdo , sob o
joelho direito e voltar para o lado esquerdo, fazendo uma circular em forma de oito,
juntamente com a ponta do segundo lençol do lado esquerdo, e amarrando -as na grade
ou estrado da cama;
 Proceder de maneira idêntica para o lado direito.

BANDAGEM

1-► Conceito:

É uma faixa de tecido elástico ou não, destinada a ser aplicada sobre uma parte do corpo
humano, com objetivo de manter um curativo, exercendo uma compressão desejada. É bastante
usada também em cirurgia ou após, como meio de contensão e de compressão. Exemplo: Bandagem
elástica, bandagens gessadas, bandagens triangulares, faixa elástica, faixa abdominal, faixa peitoral,
etc...
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 260

2-► Finalidade:

Proteger, imobilizar, promover hemostasia, impedir contaminação e sustentar outros materiais


empregados na recuperação de um ferimento ou parte lesada;
Aliviar a dor;
Promover o conforto mental e físico do paciente.

Material:
Atadura de crepe, de gaze ou elástica de tamanho adequado;
compressa cirúrgica ou algodão ortopédico;
fita adesiva para fixação;
luvas de procedimento;
biombo, se necessário.

Formas de ataduras e sua utilização:

Circular: cada volta sobrepõe totalmente an terior. Utilizada para fixar a atadura no início e final,
para testa, pescoço, tórax, pulso e tornozelo.

Espiral : cada volta sobrepões metade ou


dois terços da anterior, obliquamente.
Utilizada para dedos, antebraço, braço, tronco e pern as.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 261

Reversa : na metade de cada volta espiral inverta a atadura, de modo que a parte interna
fique sendo a externa, diminuindo a largura da atadura e evitando que fique frouxa. Utilizada
para acomodar o aumento da circ unferência das partes do corpo como antebraço, perna e
coxas.

Oito: Voltas alternadas para cima e para baixo em forma de oito. Utilizada para envolver as
articulações.

Recorrente: Voltas circulares e recorrentes combinadas. Utilizada para o couro cabeludo, mãos
e coto.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 262

Cabresto: voltas circulares e em oito combinadas. Utilizadas para couro cabeludo e maxilar.

Velpeaux: voltas circulares e espiral combinadas. Utilizada para ombro.

4. Procedimento

Lavar as mãos;
Reunir o material e calçar luvas de procedimento;
Explicar o procedimento e sua finalidade ao paciente, posicionando -o confortavelmente;
Colocar o membro a ser imobilizado em posição funcional, ev itando posições viciosas e
permitindo o livre movimento das articulações não -lesionadas;
Atentar para não produzir dor nem pressão local, evitando modificações na circulação, salvo
em casos que se determina a necessidade de compreensão;
Utilizar compressa cirúrgica ou gaze para evitar aderência entre duas superfícies corporais;
no caso de usar atadura Velpeaux, proteger o ombro e o antebraço com compressa cirúrgica
como ilustra a;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 263

Iniciar o enfaixamento obliquamente com uma volta circular de fixação dobrad a a extremidade
proximal sobre a segunda volta, como ilustra a Fig.; indo do lado são para o lado lesado e da
parte distal do corpo para a proximal, facilitando o retorno venoso e para que fique bem
ajustada;
A largura da atadura deve ser escolhida de acor do com o diâmetro do corpo ou parte do
corpo a ser enfaixada;
Evitar pregas e rugas;
Enfaixar dando voltas da esquerda para a direita (salvo os canhotos), com o rolo da atadura
voltado para cima e cada volta deve sobrepor a anterior, cobrindo -a em dois terços ou
metade da largura da atadura;
Utilizar uma segunda atadura, caso a primeira não seja suficiente para terminar o
enfaixamento, colocando a segunda faixa sob o final da primeira e sempre dando uma volta
de imobilização circular;
Dobrar o final da faixa cerca de 2 cm para dentro, dando acabamento e não permitindo que a
faixa desfie;
Deixar as extremidades descobertas, e se possível, para avaliar a perfusão periférica;
Fixar a atadura com fita adesiva em três pontos, sempre na parte central e nas latera is da
faixa; caso não tenha fita adesiva, usar a própria atadura cortada ao meio na sua
extremidade, dando um nó;
Fixar a faixa preferencialmente no centro do enfaixamento;
Recolher o material, retirar as luvas, lavar as mãos e fazer as anotações de enferm agem
pertinentes.

CUIDADOS COM PACIENTES INCONSCIENTES E AGONIZANTES

A inconsciência é uma situação em que há uma supressão das funções cerebrais,


variando do estupor ao coma. No estupor o paciente mostra sinais de inquietação qua ndo
estimulado por algo desagradável. Ele pode reagir ou fazer movimentos faciais ou proferir
sons ininteligíveis. O coma é um estado de inconsciência no qual o paciente não percebe a
si mesmo e nem ao seu ambiente. O mutismo acinético é um estado em que não há
resposta ao meio, não há movimentos, mas os olhos permanecem abertos algumas
vezes. No estado vegetativo, o paciente está acordado, mas sem função mental eficaz.

Objetivos:

•Manutenção da vias aéreas permeáveis;


•Avaliação neurológica;
•Obtenção de um equilíbrio hidroeletrolítico;
•Obtenção de membranas mucosas orais intactas;
•Manter integridade cutânea.
•Manter integridade dos olhos.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 264

Manutenção das vias aéreas

Uma ventilação adequada assegurará a circulação para o cérebro.

•O paciente deverá ser colocado de lado para evitar broncoaspiração;


•Aspiração da secreção orofaríngea e traqueobrônquica, sempre que necessário;
•Em caso de insuficiência respiratória admin istrar oxigênio umidificado;
•Controle rigoroso de sinais vitais;
•Manter cabeceira no ângulo de 30º.

Nível de consciência

•Verificar o nível de consciência (se está consciente, inconsciente, confuso, desorientado);


•Verificar se há abertura ocul ar espontânea, a um comando de voz ou estímulo doloroso;
•Avaliar pupilas quanto ao tamanho, igualdade e reatividade;
•Observar movimentos dos olhos;
•Manter os olhos umedecidos com soro fisiológico ou água boricada para evitar lesão de
córnea;
•Observar reflexos de deglutição, pois quando ineficaz ou ausente, apresenta sialorréia;
•Realizar estímulo doloroso (pressão suave, mas firme), na região esternal ou no mamilo,
quando o paciente não estiver obedecendo aos comandos;
•Verificar se apresenta decorticação ou descerebração.

Cuidados de enfermagem a paciente inconsciente

•Administrar líquidos por sonda nasogástrica, após dieta e nos intervalos;


•Se o paciente estiver com soluções endovenosas, controlar rigorosamente o gotejamento e observar
o local da punção;
•Realizar controle hidroeletrolítico;
•Realizar higiene oral rigorosamente para evitar a formação de crostas e inflamação;
•Lubrificar os lábios com vaselina;
•Realizar massagem com hidratante para ativar circulação;
•Aplicar solução de escara em proeminências ósseas e outras regiões do corpo do paciente;
•Realizar mudança de decúbito de 2 em 2 horas, para evitar formação de escara;
•Colocar bolsa de conforto nas regiões de compressão;
•Apoiar os pés com travesseiros, para evi tar hiperextensão;
•Quando apresentar diurese no leito ou evacuação, trocá-lo imediatamente;
•Administrar medicação conforme prescrição médica;
•Realizar relatório de enfermagem.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 265

Cuidados de enfermagem a paciente agonizante

•Manter o paciente limpo e co nfortável na unidade;


•Manter proteção de grade na cama, se o paciente apresenta-se agitado;
•Manter o ambiente calmo, semipenumbra e boa areação;
•Retirar próteses dentárias;
•Controlar sinais vitais;
•Administrar e controlar oxigênio, se necessá rio;
•Se o paciente estiver com soluções endovenosas, controlar rigorosamente o gotejamento e observar
o local da punção;
•Realizar controle de eliminações urinárias e intestinais;
•Realizar higiene oral e corporal;
•Lubrificar os lábios com vaselina;
•Realizar massagem com hidratante para ativar circulação;
•Aplicar solução de escara em proeminências ósseas e outras regiões do corpo do paciente;
•Realizar mudança de decúbito de 2 em 2 horas para evitar formação de úlcera por pressão ;
•Administrar medicação conforme prescrição médica;
•Realizar relatório de enfermagem;
•Manter curativos limpos - se houver;
•Realizar compressas úmidas com água destilada em pálpebras, para evitar queratinização de
córnea.

O DOENTE TERMINAL

As pessoas se comportam diferente, tanto no viver quanto no morrer. De modo geral, desde o
momento em que fica sabendo que se tem uma doença fatal até a morte, todas as pessoas
(pacientes e familiares) passam por cinco fases ou estágios: negação, raiva, barganha, depressão e
aceitação.

Primeira fase: Negação

Quando o doente fica sabendo o diagnóstico ou desconfia dele, a primeira reação é de


choque, incredulidade.
O paciente pode experimentar sintomas físicos similares a uma situação de tensão: choque,
desmaios, palidez, sudorese, taquicardia, náusea e problemas gastrintestinais.
Para diminuir o medo e a ansiedade negam a morte como mecanismo de defesa, até se
recuperarem do susto. Por negar o fato, repetem exames, trocam de médico, buscam alternativas na
busca de um diagnóstico mais favorável. À medida que o diagnóstico vai sendo confirmado, o doente
cai em profunda tristeza, sofrendo por perdas passadas. Neste momento, muitos doentes já aceitam
falar sobre o fato com pessoas que confia, mantendo a aparência de que “tudo vai b em”.
Nesta fase a enfermagem deve:
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 Se mostrar disponível, saber ouvir, não contrariar ou contradizer o que o doente/família fala.
 Não mentir, mas alimentar suas esperanças.
 Procurar manter o doente ativo, útil.
 Estimular o doente e família a conversarem sobre seus sentimentos e emoções.
 Valorizar qualquer sinal de progresso ou de melhora.
 Estimular o autocuidado.
 Estimular o paciente a identificar suas próprias necessidades e a prioridade no atendimento
das mesmas.

Segunda fase: Raiva / Ira

A certeza da morte iminente faz o cliente pensar em todos os planos, desejos e sonhos, que
não serão mais possíveis. A depressão inicial dá lugar a um sentimento de raiva, de revolta e
ressentimento contra tudo e contra todos. É a fase em que é mais difícil estar com o doente.
Normalmente ele reclama de tudo.
Nesta fase é necessário ser tolerante, saber estar junto, ouvir, ser paciente e não retribuir
suas provocações. O paciente precisa sentir -se respeitado e compreendido.
 Ouvir as queixas do paciente, que muitas ve zes são pertinentes: atraso nos procedimentos,
comida fria, barulho excessivo, horários rígidos, visitas curtas, e tentar fazer algo para
minimiza-las.
 Os familiares devem ser orientados para também terem paciência e serem tolerantes com o
doente.
 Estimular o doente e família a conversarem sobre seus sentimentos e emoções.

Terceira fase: Barganha

Como não existem mais dúvidas, o paciente percebe que não adianta ficar com raiva, no
entanto a esperança existe. O doente então tenta “negociar com Deus”, orand o e fazendo promessas
para pedir mais um tempo. Nesta fase suas esperanças não devem ser questionadas. É fundamental
ouvir o paciente e não julga -lo. Ao constatar que suas súplicas não foram atendidas, o doente pode
retornar as fases anteriores ou entrar n a fase de depressão preparatória para a amorte.

Quarta fase: Depressão

Os sintomas da doença pioram e o doente percebe que a morte está próxima. Fica silencioso,
triste. É o momento de interiorização de encontro consigo mesmo para lamentar -se pelo que não terá
mais.
É possível que venha a sofrer de anorexia, aumento da fadiga e falta de cuidados pessoais.
Pode ser encontrado chorando.
A enfermagem e família devem:
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 Permitir que o doente exteriorize seus sentimentos, sem insistir em pedir que ele não fiq ue
triste;
 Estar presente, mesmo que seja sem falar, apenas sentando -se ao seu lado, toca-lo.
 Ser menos rígido com as normas e rotinas;
 Perguntar ao paciente se ele deseja assistência religiosa;
 Tentar atender as vontades do paciente, mesmo que extravagant es como tomar um sorvete,
fumar um cigarro, beber um copo de cerveja;

Quinta fase: Aceitação

Nem todos os pacientes chegam a esta fase, os que chegam já estão moribundos. O
sentimento de que a batalha contra a morte está perdida, faz com que o paciente não se interesse
por mais nada. Sente necessidade de dormir, descansar e de ter paz. As rotinas do hospital já não o
incomodam mais.
O organismo do doente vai entrando em falência progressiva. Apresentando os seguintes
sinais iminentes de falecimento:
 Sonolência, estupor, coma. Não se sabe quando o cliente perde o sentido da audição,
portanto, devemos considerar sempre que este está preservado, evitando -se conversas
impróprias próximo ao paciente e comunicar -se com o paciente pelo nome, mesmo ele não
apresentando resposta;
 Face pálida ou cianótica, olho s fundos, olhar fixo, lágrimas perda do tônus muscular ;
 Hipotensão, extremidades cianóticas, frias e pegajosas, pulso filiforme, hipotermia e sudorese
abundante;
 Respiração de Cheyne-Stokes ou respiração atáx ica, com irregularidades na profundidade e
na freqüência; acúmulo e secreção orofaríngea, surgimento dos “estertores da morte”;
 Disfagia, incapacidade de controlar os esfíncteres (incontinência fecal, retenção ou
incontinência urinária);
 Ausência total de coordenação dos movimentos;

Neste momento a enfermagem tem que estar atenta ao atendimento dos cuidados
relacionados ao conforto físico:
 Ambiente silencioso e com pouca luz;
 Roupa de cama seca;
 Mudança de decúbito;
 Massagem de conforto;
 Higiene;
 Lubrificação dos lábios com vaselina para evitar o ressecamento;
 Troca de curativos;
 Sedação da dor;
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 Quando houver outros doentes na enfermaria, estes devem ser esclarecidos sobre as
situações vivenciadas e deve lhes ser dada a oportunidade de expressarem seus sen timentos
e emoções;
 Permitir a permanência dos familiares junto ao doente e permitir que participem dos cuidados;
 Estimular o doente e família a conversarem sobre seus sentimentos e emoções.
 Estimular os familiares a fazerem revezamento para possibilitar o descanso;
 Comprometer-se a comunicar-se com os familiares caso seja necessário;
 Controle rigoroso dos SSVV;

Os familiares e profissionais de saúde também passam por todas as fases, junto ao cliente, e em
todas as fases é importante lembrar que a esperanç a persiste, o desejo de viver, de recuperar -se, de
prolongar a vida, de sentir menos dores. Portanto, é necessário saber ouvi -los. Não é fácil lidar com
doentes terminais. Requer maturidade, para isto, é necessário perder o medo da morte e pensar na
nossa própria morte. Precisamos ajudar as pessoas e a nós mesmos a viver e a morrer com
humanidade e dignidade. Esta busca deve ser individual e coletiva.

TANATOLOGIA – Ramo da patologia que estuda a morte

MORTE APARENTE: O corpo parece morto, no entanto tem c ondições de ser reanimado.

SINAIS EVIDENTES DE MORTE

 Perda da consciência;
 Ausência total de movimentos;
 Parada cardiorespiratória, sem possibilidade de ressuc itação;
 Perda dos reflexos e estímulos;
 Midríase paralítica;
 Morte cerebral;

Os sinais não devem ser considerados isoladamente, e sim o somatório dos mesmos.
Quando o paciente vem a falecer, um dos primeiros cuidados da enfermagem é providenciar a
constatação médica do óbito, registrar o horário e a comunicação com seus familiares. Deve -se então
dar início ao preparo do corpo em ambiente privativo, tratando -o com respeito e dignidade. Depois se
deve providenciar o encaminhamento do corpo para o necrotério, arrolar os pertences do paciente e
entrega-los aos familiares, registrar a ocorrência do óbito de acordo com a rotina da instituição,
comunicar a central de transplantes, se houver e providenciar a desinfecção terminal da unidade e
recolhimento dos impressos do prontuário.
Os cuidados após a morte também incluem o conforto e o suporte aos membros da família e
amigos, proporcionando privacidade aos mesmos.
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ALTERAÇÕES CADAVÉRICAS

 Algor mortis (frigor mortis, frio da morte) – resfriamento do corpo devido a parada dos
processos metabólicos e perda das fontes energéticas;
 Rigor mortis (rigidez cadavér ica) – os músculos mostram-se duros e contraídos, não sendo
possível a movimentação passiva das articulações;
 Livor mortis (manchas cadavéricas) – aparecimento de manchas, inicialmente rosadas ou
violetas pálidas, tornando-se progressivamente arroxeadas.
 Putrefação – proliferação bacteriana, com liberação de enzimas proteolíticas. Os órgãos se
apresentam como uma massa semi -sólida, odor forte e mudança de coloração;
 Redução esquelética - completa destruição da pele e musculatura, restando apenas os
ossos.

CUIDADO COM CORPO PÓS -MORTE

São os cuidados dispensados ao corpo após a constatação médica de óbito.

Objetivos:

•Deixar o corpo limpo;


•Preservar a aparência natural do corpo;
•Evitar a saída de gazes, odores fétidos, sangue e secreções;
•Preparar o corpo para o funeral;
•Facilitar a identificação do corpo.

Após a constatação do óbito:

•Observar a hora;
•Fechar os olhos do corpo;
•Elevar ligeiramente a cabeceira deixando os membros alinhados;
•Colocar prótese dentária se houver;
•Retirar sondas, drenos, cateteres, cânulas...;
•Retirar da cama travesseiro e roupas extras;
•Cobrir o corpo com um lençol.

Material:

•Algodão;
•Atadura de crepe;
•Pinça longa;
•Esparadrapo;
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•Etiquetas de identificação (conforme rotina da Instituição);


•Cuba rim;
•Luva de procedimento;
•2 lençóis;
•Bacia com água e luva de banho, se necessário.

Procedimentos:

1. Prestar assistência à família;


2. Colocar o paciente em posição anatômica, elevando ligeiramente a cabeça;
3. Fechar os olhos com benzina ou éter;
4. Desligar aparelhos e soros conectados ao paciente;
5. Proceder a higienização do corpo;
6. Vestir o corpo com roupa pessoal, recolocar próteses dentárias. Fixar mandíbula com
ataduras
7. Cobrir o corpo com lençol;
8. Identificar o corpo com impresso próprio;
9. Encaminhar o corpo ao necrot ério;
10. Entregar pertences para a família.

COLETA DE AMOSTRA PARA ANÁLISE LABORATORIAL

As provas laboratoriais compreendem os exames feitos em amostras ou espécimes de


excreções e secreções orgânicas.
A coleta de material e o preparo do paciente variam de acordo com a natureza do
exame. O preparo inadequado do paciente e a não observância de normas técnicas corretas na
coleta do material conduzem a erros, mesmo que a metodologia posterior s eja corretamente
aplicada.

Objetivo:
Fornecer dados para auxiliar a determinação de diagnósticos.

URINA

Exame clínico (Urina tipo I)

Material:
•Bandeja;
•1 vidro esterilizado pequeno com tampa (próprio para urina);
•Cuba rim limpa;
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•Tira de fita adesiva com identificação do paciente (nome, registro, leito, data e tipo de material
coletado);
•Material para higiene íntima, se o paciente não deambula;
•Comadre, se necessário;
•Luvas de procedimentos.

Procedimento:
1. Fazer planejamento;
2. Informar ao paciente o que vai ser feito, solicitando que chame quando sentir necessidade de
urinar;
3. Lavar as mãos;
4. Preparar o material e levá-lo à unidade;
5. Colocar biombo;
6. Encaminhar o paciente ao banheiro para proceder a higiene íntima, se o paciente deambula,
ou auxiliá-lo no leito;
7. Calçar luvas;
8. Pegar cuba rim;
9. Orientar o paciente que colha o jato médio de urina na cuba rim, com cuidado para não
contaminar a parte interna da mesma;
10. Transferir cuidadosamente a amostra de urina para o frasco estéril;
11. Enxaguar a cuba rim;
12. Lacrar a tampa do frasco e identificar.

Urucultura

Proceder de maneira idêntica ao descrito anteriormente, apenas substituir a cuba rim por uma
cúpula esterilizada.

Urina de 24hs

Material:
•2 ou 3 frascos de 1000ml, fornecidos pelo laboratório;
•1 caixa de isopor com gelo.

Identificação da caixa: Nome; Quarto/Leito; Início do controle; Término do controle; Data.

Procedimento:
1. Lavar as mãos;
2. Preparar o material e levá-lo à unidade.
3. Colocar o isopor com gelo no banheiro. Colocar os frascos dentro do i sopor. Colar a
identificação na tampa da caixa de isopor;
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4. Orientar o paciente a respeito da coleta de exame;


5. Pedir ao paciente para que esvazie completamente a bexiga,
desprezando esta diurese no vaso sanitário;
6. Anotar o horário desta micção na ident ificação da caixa;
7. A partir desse horário, toda diurese deverá ser coletada no frasco, e mantida no gelo;
8. Anotar no plano de enfermagem o início do controle;
9. Acrescentar gelo sempre que necessário;
10. No dia seguinte, 24 h depois, solic itar ao paciente que esvazie completamente a
bexiga. Guardar esta diurese no frasco;
11. Levar a caixa de isopor à sala de utilidades;
12. Lacrar os frascos e identificá -los;
13. Proceder as anotações de enfermagem;
14. Encaminhar a diurese ao laboratório.

Parasitológico de fezes

Material:
•Bandeja;
•Latinha;
•Espátula;
•Tira de fita adesiva para lacrar a latinha e identificar o paciente;
•Papel higiênico;
•Comadre.

Procedimentos:
1. Fazer planejamento;
2. Lavar mãos;
3. Verificar no impresso de análise laboratorial a id entificação do paciente e o tipo de exame
solicitado;
4. Preparar o material e levá-lo à unidade do paciente;
5. Orientar sobre a solicitação do exame e pedir que chame quando sentir necessidade de
evacuar;
6. Oferecer-lhe a comadre e aguardar;
7. Retirar as fezes da comadre com espátula, colocar na latinha e fechá -la;
8. Lavar a comadre;
9. Lavar as mãos;
10. Lacrar a latinha com fita adesiva e identificá -la corretamente;
11. Encaminhá-la ao laboratório.
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Coprocultura

A coprocultura deve ser encaminhada imediatamente ao laboratório ou guardar em


geladeira. Para a coleta, seguir os mesmos procedimentos descritos anteriormente.

Escarro

Material:
•Bandeja;
•Latinha;
•Fita adesiva para lacrar e identificar.

Procedimentos:
1. Fazer planejamento;
2. Lavar as mãos;
3. Preparar o material e levá-lo à unidade do paciente;
4. Orientar o paciente sobre a maneira de colher o escarro: ao acordar, lavar a boca, respirar
amplamente 8 a 10 vezes e tossir profundamente;
5. Repetir, quantas vezes forem necessárias;
6. Lacrar a tampa da latinha;
7. Identificar a lata;
8. Encaminhar ao laboratório.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 274

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