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INTEGRALIZAÇÃO

DE CRÉDITOS EM
TEOLOGIA

ADMINISTRAÇÃO
ECLESIÁSTICA

Prof. Luiz Adell


adellreis195@gmail.com
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INTRODUÇÃO

Administração eclesiástica pode ser definida como “o estudo dos diversos assuntos
ligados ao trabalho do pastor no que tange à sua função de líder ou administrador
principal da igreja a que serve”.

Administração não é algo que se faz de maneira aleatória. Ela exige que haja uma
estrutura formal e bem estabelecida com objetivos bem definidos, organização com
sequências lógicas, simples e precisas, planejamento que preveja todas as etapas do
processo e comando capaz de gerir a administração.

Princípios de administração eclesiástica podem ser encontrados nas Escrituras


Sagradas e não existe uma fonte melhor para sua análise. Em toda a Palavra de Deus
percebe-se a ordem e a organização tanto no Antigo Testamento como no Novo, percebe-
se uma estrutura organizacional e administrativa regendo e conduzindo a Igreja.

A Igreja e seus lideres precisam conhecer, discutir e explicar os conceitos


principais de administração eclesiástica, liderança e crescimento da Igreja. Isto é
essencial para a compreensão da natureza específica da administração nos segmentos
de caráter eclesiástico e religioso. E serve para desenvolver uma análise crítica de
modelos bíblicos de administração e organização e procurar estabelecer princípios e
critérios teológicos e pastorais de administração eclesiástica.
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I – ADMISTRAÇÃO (KESSLER, Nemuel e CAMARA, Samuel. Administração


Eclesiástica. Rio de Janeiro: CPAD, 1987)

1. O QUE É ADMINISTRAR?
Administrar não é fazer " mil coisas". É a "ciência de gerar um organismo retirando-
o da inércia, levando-o a melhor funcionalização dos recursos que justificaram sua
criação, com o menor dispêndio (gasto) e sem lhe comprometer o futuro." O administrador
é um especialista na arte de trabalhar com pessoas.
Nenhuma igreja vive sem administração, assim como nenhuma empresa sobrevive
desorganizada.
Muitos exemplos bíblicos temos de homens que foram verdadeiros
administradores, quer na condução dos assuntos relacionados com a obra de Deus,
quanto na sobrevivência de seu povo: Jetro, José, no Egito, Daniel, etc.
Administrar é distribuir as responsabilidades e não "executar todas as
tarefas". É fazer com que todos participem do trabalho. Não se deve confundir isso com
exploração dos outros. O bom administrador leva as pessoas a realizar suas tarefas cada
vez melhor e a se realizarem no trabalho.
Jesus sempre procurou obter a ajuda de outras pessoas. Quando as talhas
estavam vazias. Ele disse: "Enchei as talhas" (Jo 2.7). Quando a pedra cobria o túmulo de
Lázaro, disse: "Tirai a pedra" (Lc 11.39). Quando alimentou as cinco mil pessoas, pediu
aos discípulos: "Recolhei os pedaços que sobejaram" (Jo 6.12).
A realidade do trabalho do administrador é ajudar as pessoas a crescer,
ajudá-las a fazer o trabalho, em vez de executá-lo ele mesmo. Muitas vezes pensamos
que o administrador trabalha muito, mas a sua missão principal é motivar outras pessoas
para o trabalho.
Administrar é a um só tempo:
1. Prever ou planejar - É preparar-se para o futuro, com a necessária
antecedência, através de programas de ação. É predeterminar um curso de ação. Jesus
ensinou que é melhor construir sobre uma rocha que sobre a areia (Mt 7.24-27).
Dentro do planejamento, temos as seguintes atividades: Previsão (Estimativa do
futuro); Estabelecimento de objetivos (Determinar, os resultados finais a serem
alcançados); Programação (Estabelecimento de sequência e prioridade dos passos a
seguir para atingir os objetivos); Cronograma (Determinar uma sequência de prazos para
os passos do programa); Orçamento (Distribuição dos recursos necessários para atingir
os objetivos); Determinação dos procedimentos (Desenvolver e aplicar métodos
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padronizados de executar o trabalho especificado); Elaboração de políticas (Elaborar e


interpretar decisões duradouras que se aplicam a perguntas e problemas repetitivos que
têm significado para a organização como um todo).
2. Organizar - É reunir meios e recursos materiais e humanos, distribuídos
racionalmente e de tal forma harmonizados que possam funcionar como um todo, e sem
solução de continuidade.
Atividades: Desenvolvimento da estrutura da organização (Identificar e agrupar o
trabalho a ser executado nos diversos cargos); Delegação (Confiar responsabilidade e
autoridade a outros e exigir prestação de contas pelos resultados); Estabelecimento de
relações (Criar condições necessárias para os esforços mutuamente cooperativos do
povo)
3. Comandar - É determinar as providências, a fim de que toda a organização
funcione de acordo com as normas vigentes.
Atividades: Tomada de decisão (Chegar a conclusões e julgamentos);
Comunicação (Criar compreensão); Motivação (Inspirar, estimular e impelir as pessoas a
tomarem as medidas necessárias); Seleção de material (Envolver pessoas para os cargos
existentes na organização); Desenvolvimento do pessoal (Ajudar as pessoas a melhorar
seus conhecimentos, suas atitudes e habilidades).
4. Coordenar - É manter o organismo em funcionamento homogêneo e integrado
em suas diversas atividades. É proporcionar o desenvolvimento de cada órgão,
procurando manter o equilíbrio do sistema operacional. Dessa forma, evitar-se-ão atritos,
perda de tempo e complicações indesejáveis.
5. Controlar - Avaliar e regular o trabalho em andamento e acabado.
Atividades: Estabelecer padrões de execução (Estabelecer os critérios pelos quais
se avaliarão os métodos e os resultados); Medição do desempenho (Registrar e relatar o
trabalho em andamento e o acabado); Avaliação do Desempenho (Avaliar o trabalho em
andamento e os resultados obtidos); Correção do desempenho (Regular .e aperfeiçoar os
métodos e os resultados).
Depois de executado o plano, ele deve ser avaliado. Pergunte-se:
- O nosso método foi bom?
- Em que falhamos?
- Por que não alcançamos melhores resultados?
- Onde falhou o nosso planejamento?
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2. O QUE SIGNIFICA "ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA"?


Administração Eclesiástica é o estudo dos diversos assuntos ligados ao trabalho
do pastor no que tange à sua função de líder ou administrador principal da igreja a que
serve.
A igreja (o povo de Deus) é, simultaneamente, ORGANISMO e ORGANIZAÇÃO,
por isso ela pode ser organizada num tríplice aspecto: espiritual, social e econômico, para
atender à missão para a qual Deus a constituiu.

3. A ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA SOB O PONTO DE VISTA BÍBLICO


Desde o princípio, os homens sentiram necessidade de se organizarem em
sociedades ou grupos, a fim de proverem os meios de subsistência e sobrevivência.
Em muitos casos, a Bíblia tem sido citada por sua demonstração de princípios
administrativos. Um dos exemplos mais notórios é a linha de autoridade estabelecida por
Moisés em atenção ao conselho de Jetro, seu sogro, cerca de mil e quinhentos anos
antes do nascimento de Jesus Cristo.
A sobrecarga e a desorganização, na esfera administrativa, temporariamente
experimentadas por Moisés, quando todas as decisões e definições foram colocadas
sobre seus ombros, foi prontamente estruturada por Deus, através da palavra sábia de
Jetro (Êx 18.13-26). Deus fez com que um sistema de delegação e representatividade
fosse rapidamente estabelecido, aliviando Moisés de uma tarefa impossível, permitindo
que o grande servo de Deus se concentrasse na tarefa de realmente liderar.
Outros exemplos são vistos como no sacerdócio aarônico, que foi instituído
como um sumo sacerdote e ordens de sacerdotes sob sua direção, numa variação de
categorias. (Davi divide os sacerdotes em vinte e quatro turnos - maiorais do santuário e
maiorais da casa de Deus - 1 Cr 24.)
No A.T, há ainda muitos outros exemplos de organização e técnica
administrativa: Noé foi orientado a construir a Arca, na administração de José, a
construção do tabernáculo, da Arca do Testemunho, e sobre os altares para o cerimonial,
a construção do primeiro templo, a reconstrução de Jerusalém por Esdras e Neemias, etc.
No período neotestamentário, encontramos Jesus, ao iniciar o seu ministério
terreno, convocando os seus discípulos e auxiliares.
Após instruí-los cuidadosamente, outorgou-lhes autoridade e poder, e os enviou ao
campo. Primeiramente, os doze, "às ovelhas perdidas da casa de Israel" (Mt 10.1).
Depois, mais setenta, "de dois em dois", a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de
ir" (Lc 10.1). Antes de multiplicar os cinco pães, ordenou a seus discípulos que
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mandassem a multidão assentar-se em grupos de cem e de cinquenta, naturalmente para


lhes facilitar o trabalho.
Na igreja apostólica, os líderes propuseram à "multidão dos discípulos" a instituição
dos diáconos, para "servirem às mesas", a fim de que os apóstolos tivessem tempo para
se dedicarem "à oração e ao ministério da Palavra" (At 6.1-4).
O apóstolo Paulo, por onde passava, em suas viagens missionárias, organizava
novas igrejas e a cada uma enviava um obreiro capaz e cheio do Espírito Santo.
Uma boa administração não impede a necessária operação do Espírito Santo. Mas,
não esqueçamos de que somos mordomos de Deus e devemos administrar bem a nossa
mordomia, porque um dia seremos chamados a prestar contas dela.

4. OBJETIVOS DA ORGANIZAÇÃO DENTRO DA IGREJA


1º. Simplificar o trabalho - Há muitas maneiras de se fazer uma coisa. Porém
devemos procurar aquela que seja mais prática e eficiente, que melhor corresponda à
realidade.
2º. Facilitar a produção - Através da simplificação do trabalho, conseguimos
facilitar a sua produção e, consequentemente, produzir mais e melhor.

5. A IGREJA UNIVERSAL E IGREJA LOCAL


Em conformidade com o conceito do Novo Testamento, uma igreja cristã é um
grupo de pessoas divinamente chamadas e separadas do mundo, batizadas sob profissão
de sua fé em Cristo, unidas sob pacto para o culto e o serviço cristão, sob a suprema
autoridade de Cristo, cuja palavra é sua única lei e regra de vida em todas as questões de
fé e prática religiosa.
 A Igreja Universal - É o conjunto de todos os salvos em todas as épocas e
lugares, quer os que já estão na Glória quer os que estão sobre a terra. A Igreja de Cristo
independe de denominação.
 A Igreja Local - Representa uma parte pequena da Igreja Universal. É
formada pelo conjunto de salvos por Cristo de um determinado local, cidade, distrito ou
município.

6. A MISSÃO DA IGREJA
A Bíblia ensina que a Igreja está no mundo para uma missão tríplice:
1. Adoração (glorificação ao nome de Deus - Jo 3.23,24; At 13.1-3).
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2. Edificação (aperfeiçoamento, fortalecimento, crescimento dos salvos). Esta é


uma missão qualitativa que a Igreja tem para consigo mesma. (Ef 3.14-21; 4.11-16; Gl
4.19,20; Jo 17.15-23; 1 Pe 3.15; 2 Pe 3.18).
3. Evangelização (testemunho) - É anunciar o Evangelho e o seu poder,
aumentando, assim, o número de salvos (At 1.8; M t 28.18-20; Lc 24.47).

7. GOVERNO ECLESIÁSTICO
Uma igreja cristã é uma sociedade com vida coletiva, organizada de conformidade
com algum plano definido, adaptado a algum propósito definido, que ela se propõe
realizar. Por conseguinte, conta com seus oficiais e ordenanças, suas leis e
regulamentos, apropriados para a administração de seu governo e para cumprimento de
seus propósitos.
Existem três formas especiais e largamente diferentes de governo eclesiástico,
que têm obtido prevalência nas comunidades cristãs através dos séculos passados, e que
continuam sendo mantidas com diferentes graus de sucesso, cada uma das quais
reivindicando ser a forma original e primitiva:
1. A Episcopal ou Prelática - forma em que o poder de governar descansa nas
mãos de prelados ou bispos diocesanos, e no clero mais alto; tal como sucede nas igrejas
romana, grega, anglicana, e na maior parte das igrejas orientais.
2. A Presbiteriana ou Oligárquica - forma em que o poder de governar reside nas
assembleias, sínodos, presbitérios e sessões; é o que sucede na igreja escocesa,
luterana, e nas várias igrejas presbiterianas.
3. A Congregacional ou Independente - forma em que a entidade pratica o
autogoverno, pois cada igreja individual e local administra seu próprio governo mediante a
voz da maioria de seus membros; é o que acontece entre os batistas, os congregacionais,
os independentes, e alguns outros grupos evangélicos.

8. CORPO ECLESIAL
Constitui-se biblicamente de dois ofícios:
1º - Ministro, Pastor, Ancião, Presbítero, Bispo - No Novo Testamento estes
vocábulos são empregados para designar oficiais eclesiásticos.
Todos, entretanto, designam o mesmo ofício, por isso significam oficialmente o
mesmo; de fato, são frequentemente aplicados à mesma pessoa. O bispo, também
chamado presbítero ou ancião, era o pastor ou superintendente do rebanho espiritual, que
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cuidava, vigiava, guiava e alimentava o rebanho, tal como os pastores- de ovelhas fazem
com seus rebanhos (At 20.18,28; 1 Tm 3.1; Tt 1.5-7).
2º - Diácono - Os diáconos eram escolhidos para atender aos interesses temporais
da igreja, conforme fica evidente pela escolha dos sete, registrada no capítulo sexto do
livro de Atos. Isso foi feito a fim de que os apóstolos pudessem estar livres dos cuidados
temporais, e, assim, dedicar sua atenção mais exclusivamente ao bem-estar espiritual do
povo. A palavra diácono significa ministro ou servo.
Algumas vezes é aplicada aos apóstolos, e até ao próprio Cristo, no sentido geral
de um que "não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por
muitos". Alguns dos primeiros diáconos foram também eficientes pregadores do
Evangelho, porém, sua obra, como diáconos, pertencia a outros serviços nas igrejas. Por
outro lado, apesar de ser o diácono um oficial eclesiástico, seu ofício não constitui uma
ordem ministerial de forma alguma, pois suas funções específicas pertencem aos
interesses temporais, e não ao serviço espiritual. O serviço usualmente realizado por
secretários, e outros semelhantes, segundo podemos supor, tanto quanto era necessário
na administração das primeiras igrejas, recaía sobre os diáconos.
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II – LIDERANÇA
A palavra liderança define o processo da influência que se tem sobre as outras
pessoas, incentivando-as de modo a trabalharem com entusiasmo por um objetivo
comum. A personalidade de quem dirige interfere em muito, na maneira de liderar.
O comportamento de liderar envolve múltiplas funções, tais como: planificar,
informar, avaliar, controlar, motivar, recuperar, punir, etc. Contudo, liderar é
essencialmente, orientar o grupo, as pessoas em direção a determinados objetivos ou
metas.
Sendo a liderança um processo de influência, é necessário que o líder modifique
intencionalmente o comportamento de outras pessoas, o que é possível através do modo
como usa o seu poder ou autoridade.

Traços pessoais do líder - Durante bastante tempo, os estudos sobre liderança


aceitavam o fato de que os líderes tinham certas características, tais como a amabilidade,
a força física, a inteligência, etc. que se consideravam fundamentais para o exercício da
liderança.
Deste modo considerava-se que as qualidades inerentes aos líderes eram
pessoais, o que pressupunha que, desde muito cedo seria possível determinar os
potenciais líderes.
A teoria dos traços de personalidade considerava que o líder possuía traços e
características que o identificavam e que o tornavam o “grande homem”, tal como
acentuou, em 1910, Carlyle.
Se a teoria dos traços se confirmasse o líder seria sempre eficaz em todas as
situações e em relação a qualquer indivíduo ou grupo. O que a realidade organizacional e
grupal revela é que existem características diferentes nos líderes. Um líder pode ter
muito sucesso numa situação e insucesso noutro contexto situacional.
Houve tempos em que se acreditava que um líder já nascia líder; hoje em dia, está
mais que comprovado que isso não acontece, pois não há uma relação direta entre um
traço de personalidade e o ser líder. O processo de liderança varia consoante a situação
fazendo com que um bom líder o seja numa determinada situação, mas possa não o ser
numa outra situação diferente.
Existem pesquisas que relatam que apenas 30% dos lideres nascem com aptidão
para tal. Os outros 70% são resultado de um processo de construção através da vivencia,
sabendo aproveitar os pontos positivos para avançar e os negativos para reestruturação
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da própria ação. Os administradores são seguidos por que são bons chefes e os lideres
são seguidos por que acreditamos nele.
A LIDERANÇA DEVE SER SITUACIONAL - Baseia-se no fato de que cada
situação requer um tipo de liderança diferente, para se alcançar o melhor dos liderados.
Um líder situacional deve ser versátil e flexível, sabendo adequar seus estilo, de acordo
com a pessoa com quem trabalha e coma situação. Este líder utiliza o que há de melhor
nas lideranças AUTOCRÁTICA, LIBERAL e DEMOCRÁTICA e aplica, dependendo do
grupo que tem à mão e da circunstância
White e Lippitt (1939) estudaram a liderança em termos de estilo de
comportamento do líder, na relação com o subordinado. O estilo de comportamento do
líder refere-se ao que ele faz e como o faz. Estes autores consideram que existem três
estilos de liderança: Autoritária, Democrática e Liberal.
O estudo foi feito com crianças de 10 anos que foram distribuídas em 4 grupos e
que, de 6 em 6 semanas, eram submetidas a um estilo - um destes três estilos tem
características próprias e provoca reações diferentes no seio de um grupo.

1. ESTILO AUTOCRÁTICO (autoritário) - é aquele que toma as decisões por sua


conta e que nunca as justifica. Esta classe de líder apela à comunicação unidirecional
para com o subordinado. O líder fixa as diretrizes, sem qualquer participação do grupo. O
líder determina as providências e as técnicas para a execução da tarefa (o que fazer,
como, quando, etc.) O líder determina qual a tarefa que cada um deve executar e qual o
seu companheiro de trabalho.
O líder é dominador e é pessoal nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada
subordinado (aponta as críticas diretamente à pessoa sem qualquer cuidado na utilização
das palavras para não ofender)
CONSEQUÊNCIAS NO GRUPO:
 O grupo revela uma grande tensão, frustração, agressividade, ausência de
espontaneidade e iniciativa. Não existe amizade, apenas trabalho e execução de tarefas;
 Os elementos do grupo não revelam qualquer satisfação em relação a
tarefa, embora aparentemente gostem do que fazem;
 O trabalho de grupo só se desenvolve na presença física do líder. Quando
este se ausenta, o grupo pouco produz e há uma tendência a se tornarem indisciplinados.
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2. ESTILO DEMOCRÁTICO - fomenta a discussão no grupo e tem em conta as


opiniões dos seus seguidores. As normas e os critérios de avaliação são explícitos e
claros.
As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo. O papel do líder é o de assistir
e estimular e não o de impor. É o grupo que define as técnicas para a tingir os objetivos,
solicitar aconselhamento técnico ao líder quando necessário, sugerindo este, duas ou
mais alternativas para o grupo escolher. As tarefas ganham uma nova dimensão à medida
que se sucedem os debates. O líder é um apoio.
É o grupo que decide sobre a divisão das tarefas e cada membro do grupo tem a
liberdade para escolher o seu companheiro de trabalho;
O líder procura ser um membro igual aos outros do grupo e não ser superior, não
se encarregando muito de tarefas. O líder é objetivo e quando critica e elogia limita-se aos
fatos.
CONSEQUÊNCIAS NO GRUPO:
 Há o desenvolvimento da amizade e do bom relacionamento entre os
membros do grupo;
 O líder e os subordinados desenvolvem comunicações espontâneas e
cordiais;
 Desenvolve-se um ritmo de trabalho progressivo e seguro mesmo que o líder
se ausente;
 Os elementos do grupo revelam um clima geral de satisfação.

3. ESTILO LIBERAL (LAISSEZ-FAIRE) - No que diz respeito ao líder liberal,


costuma adotar um papel passivo e deixa o poder nas mãos do grupo. Nunca julga nem
avalia as sugestões/opiniões dos outros e deixa que os membros gozem de total
liberdade de ação.
 Os elementos do grupo têm liberdade completa para tomar decisões;
 A participação do líder é limitada, esclarecendo apenas quem pode fornecer
informações ao grupo;
 É o grupo que decide sobre a divisão das tarefas e escolhe os companheiros
sem a participação do líder;
 O líder não regula nem avalia o que se passa no grupo . O líder apenas faz
alguns comentários irregulares sobre a atividade do grupo, quando questionado.
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CONSEQUÊNCIAS NO GRUPO:
 A produtividade do grupo não é satisfatória apesar dos membros terem uma
atividade intensa;
 As tarefas desenvolvem-se ao acaso com oscilações e ocorrem muitas
discussões pessoais que resultam numa perda de tempo. Abordam mais os problemas
pessoais do que os assuntos relativos ao trabalho;
 Verifica-se um certo individualismo e pouco respeito pelo líder.

ENFASE
 Estilo autocrático – líder – subordinado – ênfase no líder
 Estilo democrático – líder – subordinado – ênfase no líder e no subordinado
 Estilo liberal – líder – subordinado – ênfase no subordinado

A liderança numa organização tem sido foco de atenção desde há longos anos.
Pode ter várias definições, mas em todas elas há ênfase no influenciar o outro, em
conseguir levar o outro a fazer algo de forma empenhada e satisfatória.

Deus pode escolher a quem Ele quiser para ocupar a posição de líder, pois é uma
pessoa que está consciente do seu papel na liderança, sabe que está no comando e que
este comando foi-lhe outorgado por Deus.
“Para que um homem seja líder ele tem de ter seguidores. e para que tenha
seguidores ele tem de ter a confiança deles. Assim sendo, a primeira qualidade do líder
tem de ser integridade inquestionável. Sem ela, não é possível o verdadeiro sucesso, não
importam se estejam trabalhando em turma de fábrica, campo de futebol, no exército ou
num escritório. Se os colegas de um homem descobrem nele falsidade, se percebem que
nele falta integridade direta, este homem fracassará. Seus ensinos e seus atos devem ser
congruentes. Assim, a maior necessidade é integridade e propósito elevado”.
O líder não é um ditador. Ele deve procurar incutir nas mentes das pessoas que
elas devem participar na elaboração dos projetos, dos planos, etc. O líder deve ter a
consciência que deve sempre estabelecer metas, bem como os meios necessários para
atingi-las. Para isso, uma boa comunicação é fundamental.
Motivação é chave para atingir os planos. Ele deve estar sempre motivando os
demais, bem como motivando a si mesmo. Quando o trabalho é bem executado, ele deve
saber dar crédito às pessoas por isso, deve elogiar o trabalho bem feito.
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LEIS PARA UMA LIDERANÇA AUTENTICA E EFICAZ – há pequenos


indicadores de comportamentos adequados para a liderança moderna:
1 - A liderança não é um ato isolado, mas, sim um processo de atuação. Há um
caráter sistemático e motivacional em se estar sempre atuando como líder.
2 - Não trabalhe muito. Isto não basta. É preciso trabalhar muito e trabalhar bem.
3 - É preciso criar desafios e metas e sempre renová-los, quando são alcançados.
Ninguém pode motivar alguma equipe, caso não lance mão de objetivos renovados. Mas,
atenção as metas devem ser inteligentes, específicas, mensuráveis, alcançáveis, realistas
e com prazo para entrega dos resultados. Além do mais, devem considerar se a equipe
está ou não preparada para atingi-las e, também se a organização oferece as mínimas
condições para isto.
4 - O líder deve primar por uma gestão transparente. Isto quer dizer, que as
pessoas devem saber o que se passa. Além de trabalhar bem, de ser ético e justo, diga a
todos o que está fazendo e para onde queremos ir com estes esforços, tarefas e projetos.
Isto elimina boatos e desestimula a "rádio peão". Diga sempre a verdade, com amor.
5 - Seja humano. Isto quer dizer que você deve compartilhar suas ideias (e até
temores) com as pessoas de sua equipe. Perdoe algumas falhas menores, mas nunca
releve sérios defeitos de caráter. Seja gentil e atencioso, o que significa, no mínimo, ser
educado. Não cobre nada que você não possa fazer por si mesmo.
6 - Cumpra sempre sua promessa. Se conseguir manter sua palavra, terá o
respeito, o comprometimento e a admiração de todos. Não importa o que tenha dito,
cumpra! Mesmo se precisar por força das circunstâncias ‘voltar atrás’, tente resolver a
situação de forma ética. Deixe que sua reputação chegue aos lugares, antes que você.

III – CRESCIMENTO (SCHAWARZ, Christian A. O desenvolvimento natural da Igreja.


Curitiba: Ed. Evangélica Esperança, 1996)
Por que tantos cristãos estão tão céticos em relação às propostas do movimento do
crescimento de igreja? Será que é porque não querem crescimento na sua igreja? Ou
porque rejeitam, categoricamente, a questão da eficácia maior no seu trabalho? Ou ainda
porque não reconhecem a prioridade da Grande Comissão?
Os críticos do movimento de crescimento de igreja têm enfatizado com frequência
a necessidade de congregações de qualidade.
Os crentes cristãos não devem "focar no crescimento numérico", mas "se
concentrar no crescimento qualitativo". A nossa tarefa não é produzir crescimento de
igreja e tentar fazer tudo por esforços humanos, mas liberar o potencial natural que Deus
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já colocou na igreja. Cabe a nós, portanto, minimizar os obstáculos ao crescimento (a


resistência do ambiente), seja eles internos ou externos da igreja.
Como temos pouco controle sobre os fatores fora da igreja, deveríamos nos
concentrar nos fatores internos, que podem inibir o crescimento e a multiplicação da
igreja. Dessa forma, o crescimento de igreja acontecerá por si mesmo. Deus faz o que
prometeu: ele dá o crescimento (1 Co 3.6).
Uma lei básica, presente em toda a criação de Deus, é o princípio da auto-
organização. A pesquisa secular de sistemas denomina este fenômeno de autopoiesis
(criando-se a si mesmo). Entretanto, este deveria ser denominado de theopoiesis (criado
por Deus).
Por trás desse princípio está escondido um segredo enorme. Se transferirmos esse
conceito para o organismo igreja, vale perguntar: como organizamos auto-organização? O
que podemos fazer para liberar aquilo que denominamos de potencial natural? Como
estamos contribuindo para que as forças de crescimento, com as quais Deus equipou a
sua igreja, funcionem sem maiores empecilhos?
Aprendendo com a criação de Deus: o princípio da auto- organização é evidente
em toda a natureza, desde o mais ínfimo micro-organismo até as leis que regem o
universo. Na definição de Desenvolvimento Natural da Igreja, todas as atividades
humanas estão centradas na liberação das forças de crescimento dadas por Deus.
Desenvolvimento Natural da Igreja significa despedir-se do pragmatismo
superficial, da lógica de causa e efeito simplista, da obsessão pela quantidade, dos
métodos manipulativos de marketing e da mentalidade questionável de sempre querer
produzir as coisas. Em outras palavras, deixar para trás programas de sucesso
imaginados por homens e abraçar os princípios de crescimento que Deus colocou em sua
criação.
Marcos 4.26-29: "O Reino de Deus é semelhante a um homem que lança a
semente sobre a terra. Noite e dia, estando ele dormindo ou acordado, a semente
germina e cresce, embora ele não saiba como. A terra por si própria produz o grão:
primeiro o talo, depois a espiga e, então, o grão cheio na espiga. Logo que o grão fica
maduro, o homem lhe passa a foice, porque chegou a colheita".
Esta parábola mostra claramente o que o homem pode e deve fazer, e o que não
pode. Ele pode e deve semear, ele pode e deve ceifar, ele pode e deve "dormir e
levantar". O que ele não pode fazer é produzir o fruto. Diz o texto que de maneira
misteriosa a terra o produz "por si mesma". De acordo com a maioria dos comentários
sobre esse texto, a expressão "por si mesma" é a chave para a compreensão dessa
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parábola. Igrejas que crescem, quer cientes ou não, fazem uso do processo automático
de crescimento.
Modelos de crescimento
1. Paradigma tecnocrático - O significado de instituições, programas, métodos,
etc é superestimado. Crentes Tecnocratas, via de regra, têm necessidade de um "guru"
(que pode se apresentar na forma do "sacerdote" clássico ou também como o "gerente de
crescimento da igreja").
Quem trabalha de acordo com o modelo tecnocrático tem a tendência de ordenar
quais os ministérios que cada cristão deveria assumir para depois sair à procura dos
"voluntários" para a realização das tarefas. Se não se acham os voluntários, usa-se de
pressão para consegui-los. As tarefas a serem realizadas estão fixadas e as pessoas
devem adaptar-se a elas.
O maior problema do modelo tecnocrático é que não se sabe nada sobre os
processos automáticos de crescimento. Nenhuma máquina, mesmo o robô mais
avançado, pode se reproduzir.
Amor verdadeiro dá à igreja um brilho, produzido por Deus, muito mais eficaz do
que programas evangelísticos que dependem exclusivamente de comunicação verbal. As
pessoas sem Deus não precisam nos ouvir falar sobre amor; elas querem experimentar o
amor cristão na prática do dia a dia.
Quanto mais tecnocrática uma igreja for, maior dificuldade ela terá em transformar
em prática o mandamento do amor cristão, já que no modelo tecnocrático a fé cristã é
entendida em primeiro lugar como o cumprimento de certos padrões dogmáticos e morais,
aí já surge um déficit em relação à capacidade de amar e de se relacionar dos cristãos.
Nessas igrejas os esforços para amar tornam-se algo artificial.

2. Paradigma da espiritualização - O significado de instituições, programas,


métodos, etc é subestimado. Os do modelo da espiritualização geralmente têm dificuldade
de se submeter a alguma liderança. Aqueles que tendem para a espiritualização,
frequentemente resistem a enquadrar os seus dons em tarefas bem específicas da igreja
por terem problemas em se adequar a estruturas.
Isso não seria algo realmente "espiritual". Acrescente-se a isso o aspecto de que
muitos identificam os dons espirituais exclusivamente com coisas sobrenaturais,
espetaculares, acima do normal de cada dia, e isso, certamente, cria resistências a que
os dons sejam incluídos no processo de planejamento de crescimento da igreja.
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O modelo da espiritualização também traz perigos para a capacidade de amar de


uma igreja. Em contrapartida ao conceito bíblico de amor - amor é fruto, ação - nesses
círculos geralmente se incentiva o conceito secularizado do amor romântico. O amor
como um sentimento que cai sobre alguém que tem sorte e depois desaparece
novamente da mesma forma misteriosa. De acordo com esse modelo, é impossível
examinar empiricamente a capacidade de amar de uma igreja. Esforços planejados para
melhorar a capacidade de amar da igreja são considerados esforços em vão.
3. Paradigma do Desenvolvimento Natural da Igreja (DNI) - É uma tentativa de
equilibrar os polos orgânicos e organizacionais. "Usar os pontos fortes para trabalhar nos
fatores mínimos da igreja".
O "princípio do por si mesmo" pode ser observado e estudado em todos os
processos naturais de crescimento, e isto é a chave para a compreensão de processos
orgânicos e especialmente para a compreensão do organismo "igreja".
Seis forças de crescimento do desenvolvimento natural:
1º. Princípio da interdependência na natureza – declara que a maneira como as
partes são integradas como um todo é mais importante do que cada parte. Um exemplo
de "interdependência estruturada" dentro de uma igreja: reuniões regulares das
lideranças. Esse princípio é fundamental para qualquer forma de desenvolvimento de
igreja, esteja ela consciente disso ou não. A igreja é um organismo muito complexo, no
qual todos os segmentos estão interrelacionados de acordo com o plano de Deus.
2º. Princípio natural da "multiplicação" - que permeia toda a criação de Deus e
que influencia todas as áreas da vida da igreja. Mais cedo ou mais tarde o crescimento
orgânico chega ao seu limite natural. Uma árvore, por exemplo, não cresce
indefinidamente, mas produz novas árvores, que, por sua vez, também vão produzir
outras árvores. Exemplo disso é que verdadeiro fruto de um líder não é um seguidor,
mas um novo líder; o verdadeiro fruto de um evangelista não é um convertido, mas sim
um novo evangelista. O melhor exemplo disso é encontrado no ministério de Jesus. Em
primeiro lugar, ele investiu a sua vida nos seus doze discípulos, que, por sua vez,
receberam a missão de fazer discípulos de mais pessoas, que também fariam novos
discípulos. O que é a Grande Comissão senão um chamado à multiplicação contínua?
3º. O princípio da transformação de energia - Um dos meios mais usados pela
natureza para garantir a sobrevivência de organismos onde a energia destrutiva pode ser
transformada em energia construtiva. Um surfista é uma boa ilustração do princípio de
transformação de energia. Em vez de desperdiçar energia combatendo as ondas, ele
utiliza a energia das ondas através de manobras habilidosas. Muitas igrejas hesitam em
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engajar os recém-convertidos em esforços evangelísticos, pois ainda são muito imaturos


e não sabem tudo e talvez ainda falem algo errado na hora do testemunho. Porém o
princípio da transformação de energia vê isso como uma grande oportunidade: os novos
convertidos ainda têm muitos contatos com o "mundo", ainda falam a "língua do mundo" e
ainda têm padrões de pensamento muito parecidos com os seus amigos não cristãos. Em
vez de gritar: "Cuidado! Perigo!", as igrejas que crescem aproveitam essas forças para o
crescimento do reino de Deus.
4º. Princípio da sustentabilidade - transformarmos os resultados do trabalho na
igreja em energia que, ao mesmo tempo, contribui para a manutenção do trabalho. Na
natureza não há desperdício. As folhas que caem de uma árvore se transformam em
húmus e fornecem nutrientes que contribuem com o crescimento da árvore da qual
caíram. O princípio da sustentabilidade afeta todas as áreas da vida da igreja, inclusive a
área financeira. A energia, que é empregada no desenvolvimento do projeto, também
contribui para o sustento financeiro do projeto. E assim se desenvolve uma estrutura
financeiramente autossustentada. O investimento inicial de energia é utilizado para uso
múltiplo e, finalmente, serve para recrutar novos líderes. É esse o modelo que
observamos no ministério de Jesus. Ele não tinha programas diferenciados de ministério
ao povo, por um lado e discipulado por outro.
Ao ministrar ao povo ele treinava os discípulos. Por meio desse treinamento em
serviço é possível alcançar uma qualidade de treinamento muito mais elevada e com
esforço menor.
5º. O princípio espiritual da simbiose - Simbiose, de acordo com a definição do
"Aurélio", é a "associação de duas plantas ou de uma planta e um animal, na qual ambos
os organismos recebem benefícios". Nas mais diversas áreas de trabalho da igreja ocorre
os benefícios da simbiose, ou seja, da interdependência das diferentes "espécies" no
trabalho. Provavelmente, o melhor exemplo disso está nos ministérios orientados pelos
dons. Em vez de defender um "quadro único" do serviço cristão, os diferentes dons e tipos
de personalidades interagem e se estimulam mutuamente.
6º. O principio da frutificação - Todo ser vivo da criação de Deus é caracterizado
pela capacidade de produzir fruto. Seja no sentido literal ou no figurado, na natureza tudo
é voltado para dar frutos. A falta de frutos é sinal de que há algo errado. Devemos
examinar periodicamente se há frutos visíveis do nosso trabalho. Em Mateus 7 lemos:
"Assim toda árvore boa produz bons frutos" e "pelos frutos os conhecereis" (v. 1 7 e 1 6).
Já que frutos, de acordo com padrões bíblicos e biológicos, não são invisíveis, é fácil
reconhecer por eles a qualidade do organismo (ou igreja) que os produz.
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O MITO ERRADO DO CRESCIMENTO DA IGREJA


Será que existem marcas qualitativas que estão mais fortemente desenvolvidas
nas igrejas que crescem do que nas que não crescem? Será possível que o segredo do
crescimento dessas igrejas está no desenvolvimento dessas marcas de qualidade mais
do que no esforço de querer "encher mais os nossos cultos"?
Basta olhar a literatura sobre o tema crescimento de igreja e ficamos estupefatos:
são oferecidos muitos programas e eventos, em cuja maioria há a promessa "façam como
nós e vocês terão o mesmo sucesso". O aspecto desagradável em tudo isso é que a
maioria dos conceitos apregoados se contradiz: algumas igrejas defendem a construção
de megaigrejas como o meio mais eficaz de saturar a sociedade com o evangelho; outras
reduzem o tamanho ideal da igreja a pequenos grupos. Há igrejas que creem que o culto
totalmente direcionado para incrédulos seja o segredo do sucesso; outras garantem que o
culto deva ser o lugar da adoração e de edificação para os cristãos. Muitos cristãos
pensam que precisam adotar certos modelos de cultos de outras igrejas porque veem
neles um princípio de crescimento. Algumas igrejas exaltam novas estratégias de
marketing como o método irrefutável de crescimento de igreja; outras realizam com
sucesso a edificação de igreja sem jamais terem ouvido falar de marketing.
Essas são igrejas nas quais a maioria dos membros não conhece os seus dons, há
pouco amor prático, pouca oração fervorosa, igrejas nas quais os membros não têm muita
alegria na comunhão uns com os outros e em que se ri pouco. Mas ainda assim
continuam crescendo.
Aprender algo de igrejas que crescem não significa adotar os modelos com que os
líderes dessas igrejas tentam nos explicar o seu sucesso. Aprender de igrejas que
crescem significa observar de perto a sua prática do ponto de vista de princípios
universais. Não significa, no entanto, aceitar e adotar incondicionalmente os modelos
explicativos que os líderes dessas igrejas querem nos transmitir como o "segredo do
sucesso".
Será que algumas igrejas grandes conseguem continuar crescendo e têm um
padrão elevado de qualidade? Elas existem, é verdade. Elas são tão raras e diferentes
que todo mundo fala delas.
Creio ser muito mais útil observar mais de perto aquelas inúmeras igrejas
pequenas que se destacam pelo seu alto padrão de qualidade, pelo crescimento notável e
pelas formas inovadoras de multiplicação do modelo. Se estivermos procurando modelos
para serem imitados, devemos buscá-los nessa categoria.
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O CRESCIMENTO DA IGREJA E O CULTO


Cristãos que entendem que o culto é, em primeiro lugar, o cumprimento de um
dever cristão. De acordo com esse modelo, as pessoas não vão ao culto porque esperam
ter uma experiência agradável e inspiradora, mas para fazer um favor ao pastor ou a
Deus. Alguns até mesmo acreditam que Deus irá abençoar de forma especial a
"fidelidade" em suportar o culto como exercício espiritual chato e desagradável. Quem
pensa de acordo com esse modelo sempre irá usar de pressão para motivar os cristãos a
participarem do culto. Essas pessoas não entenderam nada dos processos automáticos
de crescimento que podem ser percebidos e estudados, especialmente no aspecto do
culto. Ou seja, nas igrejas em que os cultos são celebrados de forma inspiradora,
podemos observar que eles "por si mesmos" atraem as pessoas.
Também o modelo da espiritualização tem influência negativa sobre a forma do
culto. Esse modelo sugere que a "espiritualidade verdadeira" acontece exclusivamente
"no interior do ser". Fatores como uma sala de culto bem arrumada, um ministério de
recepção organizado, um moderador competente, as partes do culto em uma sequencia
que tenha sentido são, para pessoas que pensam de acordo com o modelo da
espiritualização, sem importância, ou são até suspeitas de pertencerem aos aspectos
exteriores da fé cristã.

O CRESCIMENTO DA IGREJA E A GRANDE COMISSÃO


O que cada igreja e cada cristão deveriam fazer para obedecer à Grande
Comissão nos dias de hoje?
Nem toda igreja que cresce é uma igreja "sadia". Para que seja sadia os líderes de
igrejas que crescem devem concentrar seus esforços em capacitar outras pessoas para o
ministério. E não usar os seus colaboradores como "ajudantes" para alcançar os seus
próprios objetivos e implantar sua visão. Pelo contrário, a pirâmide de autoridade é
invertida e os líderes deve ajudar cada cristão a chegar à medida de plenitude
intencionada por Deus para cada um. Deve capacitar, apoiar, motivar, acompanhar a
todos individualmente para que se tornem aquilo que Deus tem em mente.
Líderes que veem sua capacitação como instrumento para capacitar outros cristãos
e levá-los à maioridade espiritual, descobrem como esse aspecto leva "por si mesmo" ao
crescimento. Em vez de fazer a maior parte do trabalho eles mesmos, esses líderes
investem grande parte do seu tempo em discipulado, delegação e multiplicação. Assim, a
energia investida por eles pode multiplicar-se quase infinitamente.
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É assim que acontece a "auto-organização". É dessa forma que o poder de Deus é


liberado, em vez de se tentar pôr em movimento a igreja por meio de forças humanas e
pressão.
Com base na qualidade "ministérios orientados pelos dons" é possível entender
claramente o que significa "processos de crescimento por si mesmo" dados por Deus. A
estratégia de trabalho de acordo com os dons se baseia na seguinte convicção: Deus,
soberanamente, determinou quais cristãos irão efetuar melhor determinados ministérios.
À medida que cristãos vivem de acordo com os seus dons espirituais, ele não agem pelas
próprias forças, mas o Espírito de Deus age neles. Assim, pessoas bem comuns podem
efetuar tarefas bem especiais. De acordo com uma pesquisa feita com 1600 cristãos
ativos em suas igrejas, na Alemanha, descobriu-se que 80% deles não sabem quais são
os seus dons espirituais.
A tese defendida com naturalidade nas igrejas evangelisticamente ativas, de que
"cada cristão é um evangelista", é incorreta. O verdadeiro cerne (comprovado
empiricamente) desse lema é, sem dúvida, que a tarefa de cada cristão é investir os seus
dons específicos para o cumprimento da Grande Comissão. Mas isso, de forma alguma,
faz de cada cristão um "evangelista". Evangelista é aquele a quem Deus deu o dom
espiritual correspondente. Em estudos anteriores comprovou-se exatamente a tese de C.
Peter Wagner que dizia que isso se aplica a 10% dos cristãos.
É fundamental fazer diferença entre cristãos que receberam de Deus o dom do
evangelismo e cristãos a quem Deus deu outros dons. Se "todos os cristãos são
evangelistas" já não precisamos descobrir aqueles 10% que têm de fato o dom de
evangelista.

REFERENCIAS
BARBER, Cyril J. Neemias e a Dinâmica da Liderança Eficaz. São Paulo, SP.:
Editora Vida, 1999.
BRINER, Bob. Os Métodos de Administração de Jesus: com 12 executivos, Ele
criou a maior “empresa” do mundo. São Paulo, SP.: Nexo Editorial, 1999.
FARIA, Cleverson de Abreu. Princípios para uma boa liderança. Ed. Letras
Santas.
FINZEL, Hans. Dez Erros que um Líder Não Pode Cometer. São Paulo: Edições
Vida Nova, 1999.
KESSLER, Nemuel e CAMARA, Samuel. Administração Eclesiástica. Rio de
Janeiro: CPAD, 1987
SANDERS, J. Oswald. Liderança Espiritual: Os atributos que Deus valoriza na
vida de homens e mulheres para exercerem liderança. São Paulo, SP.: Editora Mundo
Cristão, 1997.
SCHAWARZ, Christian A. O desenvolvimento natural da Igreja. Curitiba: Ed.
Evangélica Esperança, 1996.

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