Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
AB
2) Escolhendo uma reta r e dois pontos O e
A P B A, de modo que OA = 1, podemos fazer
uma correspondência entre pontos da reta
Figura 2: P é um ponto do segmento AB r e o conjunto dos números reais R. Veja
a Figura 5. A todo ponto de r corresponde
7
um número real e a todo número real cor- 4. Semi-planos
responde um ponto da reta r. Acompanhe
Uma reta r contida no plano α divide o plano
através de dois exemplos como associar aos
em dois semi-planos α1 e α2 (α1 e α2 são os
pontos da reta números reais. Por exem-
“lados do plano definidos por r”). Veja a Fi-
plo, sobre o ponto B assimilamos o número
gura 7.
real π porque a medida do segmento OB é
igual a π. Sobre o ponto C associamos o
número −2, porque a medida do segmento a1
OC é igual a 2. Isto é, para pontos da reta A
a2
situados à esquerda do ponto O (origem), P
associamos números reais negativos e para r
pontos situados à direita de O, associamos
números reais positivos. Note que tem com- B C
primento 1 qualquer segmento em cujos ex-
tremos estão marcados dois inteiros conse- Figura 7: Semi-planos
cutivos.
Podemos fazer três importantes afirmações:
-2 -1 0 1 2 2 3 p
1) Como conjuntos: α1 ∪α2 = α e α1 ∩α2 = r.
C 0 A B
2) Se dois pontos A e B estão fora da reta e si-
Figura 5: A reta e os números reais tuados em semi-planos distintos então o seg-
mento AB definido pelos pontos intercepta
r (veja a Figura 7 onde AB ∩ r = {P })
3. Semi-retas
3) Se dois pontos B e C fora de r estão no
Um ponto A sobre uma reta r define duas mesmo semi-plano então o segmento defi-
semi-retas com origem comum neste ponto. Es- nido não intercepta r (exemplo BC ∩ r = ∅,
colha agora dois novos pontos B e C sobre a Figura 7).
reta, sendo um ponto em cada semi-reta. Veja a
Figura 6. As semi-retas então podem ser deto-
−→ − −
→ 5. Ângulos
nadas por AC e AB, respectivamente.
Ângulo é o conjunto do plano formado por
r duas semi-retas de mesma origem. Veja a Fi-
B A C gura 8.
8
e que contém o ponto B e o segundo sendo o A distância de um ponto P a uma reta r é
←→
semi-plano definido pela reta OB e que contém dada pelo comprimento do segmento P E onde
←→
o ponto A. E é um ponto de r e as retas r e P E são per-
pendiculares. Veja a Figura 12.
A
Interior do P
O
ângulo
B
r
Figura 9: Interior de um ângulo E
Todo ângulo tem uma medida em graus que NOTA: Se um ponto P está sobre a bissetriz de
é um número compreendido entre 0 e 180. O um ângulo, P equidista dos lados do ângulo. O
ângulo formado por duas semi-retas coincidentes contrário (ou recı́proca) também é verdadeiro:
mede zero grau e o ângulo formado por duas se um ponto equidista dos lados de um ângulo o
semi-retas opostas mede 180◦ . O ângulo de 180◦ ponto pertence à bissetriz. Este resultado será
é dito ângulo raso e o ângulo de 0◦ é dito ângulo melhor compreendido quando estudarmos con-
nulo. gruência de triângulos.
5.4. Congruência de ângulos A
PA = PB
Dois ângulos α e β são congruentes se possuem
a mesma medida. Usamos a notação α ≡ β ou q P
simplesmente, α = β. q
5.5. Perpendicularismo e distância B
Duas retas r e t concorrentes são perpendicu-
lares se os ângulos formados pela interseção são Figura 14: Bissetriz e equidistância
todos iguais. Nesta situação, os ângulos medem
90◦ . Veja a Figura 11. 5.7. Mediatriz de um segmento
s r A mediatriz do segmento AB é a reta perpen-
←→
dicular à reta AB passando pelo ponto médio
do segmento AB. O ponto médio M de AB
é o ponto tal que AM = M B. Veja a Figura
15, onde um ponto P é representado sobre a
mediatriz.
Figura 11: Retas perpendiculares
9
mediatriz do Propriedades importantes
segmento AB
M
A B
I) Ângulos opostos pelo vértice são congruen-
tes.
P
M é ponto médio de AB
II) A soma de ângulos consecutivos que se po-
Figura 15: Mediatriz do segmento dem formar do mesmo lado de uma reta com
um mesmo vértice é 180◦ .
5.8. Ângulos agudo, reto e obtuso Figura 18: Ângulos somando 180◦
Segundo suas medidas um ângulo é classifi- III) A soma de ângulos consecutivos que se pode
cado como: formar ao redor de um ponto é 360◦ .
◦
ângulo agudo se sua medida é menor que 90 ;
ângulo reto se sua medida é 90◦ ;
a + b +
c + d = 360◦
ângulo obtuso se sua medida é maior que 900 .
a
b d b
q
a c
agudo: a< 90 0 reto: q = 90 0 obtuso: b> 90 0
Figura 19: Ângulos somando 360◦
Figura 16: Classificação de ângulos
Figura 17: Propriedade do ângulo oposto Figura 20: Ângulos complementares adjacentes
10
5.11. Ângulos suplementares Respostas – Aula 9
São dois ângulos cuja soma das medidas é 1. 22, 5◦
180◦ . Cada um deles é o suplemento do outro.
Note que a definição não exige que os ângulos 2. 50◦
sejam adjacentes. Na Figura 21 está represen-
tado ângulos suplementares adjacentes. Temos
que α + θ = 180◦ .
a
q
Exercı́cios
1. Se (x + 10)◦ e (3x − 10)◦ são medidas de
dois ângulos complementares, calcule suas
medidas.
2. Pelo vértice O de um ângulo AOB de 100◦
traça-se uma semi-reta s com origem no
vértice do ângulo e no interior do ângulo.
Considere as bissetrizes r e t dos ângulos
cujos lados são, respectivamente, formados
−→ −−→
por AO e s e por OB e s. Calcule o ângulo
cujos lados são s e t.
11
Aula 10 – Congruência e semelhança de triângulos
B C
Propriedade 2. O maior ângulo de um
B C B C triângulo opõe-se sempre ao maior lado;
l
C
Figura 2: Classificação de triângulos
b a
13
Na Figura 4 temos que 5. Retas paralelas cortadas por
>B
(I) Se a > b ⇒ A transversal
>B
(II) Se A ⇒a>b Quando duas retas paralelas r e s são cortadas
por uma transversal t, damos nomes particula-
Propriedade 3. Desigualdade triangular: Em res aos pares de ângulos formados. Na Figura 6,
todo triângulo cada lado fixado é menor que a identificamos como alternos e internos os pares
soma dos outros dois lados. Veja estas relações de ângulos (c, e) e (d, f ), como alternos externos
explicitadas à esquerda da Figura 5. os pares de ângulos (a, g) e (b, h) e como corres-
A pondentes os pares (a, e), (d, h), (b, f ) e c, g).
a<b+c
c b
b<a+c b a
r
c<a+b c d
B a C
f e
s
Figura 5: Comparação de lados de um triângulo g h
14
7. Ângulos externos de um 8. Congruência
triângulo ABC Antes de definir congruência de triângulos, va-
São ângulos cujos vértices coincidem com os mos revisar congruência de segmentos e ângulos.
vértices do triângulo. Cada vértice do triângulo
dá origem a dois ângulos externos congruentes.
8.1. Segmentos
Por exemplo, os ângulos externos do ABC
com origem em A são os ângulos formados por Dois segmentos AB e CD do plano são con-
−−→ −→ −→ −→
AB e AE (AE é semi-reta oposta a AC) e por gruentes se possuem a mesma medida (mesmo
−→ −→ −→ −−
→
AC e AF (AF semi-reta oposta a AB). Estes comprimento).
ângulos são indicados, respectivamente, por β e
α, na Figura 8.
De modo semelhante se define os outros 8.2. Ângulos
ângulos externos. Veja a Figura 8. e C DE
Dois ângulos AOB são congruentes se
C possuı́rem a mesma medida (mesma abertura).
8.3. Triângulos
B a
F Dois triângulos são ditos congruentes, se for
A
b possı́vel estabelecer uma correspondência entre
E seus vértices de tal modo que os pares de lados
correspondentes sejam congruentes, e os pares
Figura 8: Ângulos externos de ângulos correspondentes sejam congruentes.
Por exemplo, na congruência representada na
Note que α = β (opostos pelo vértice). De-
Figura 9, a correspondência entre os vértices é
vido a esta igualdade, denominamos simples-
A ↔ A , B ↔ B e C ↔ C .
mente por eA o ângulo externo ao vértice A.
Note que α+C AB = α+A = 180o ⇒ e +A=
A
A A
o o
180 . Como A + B + C = 180 , a diferença entre
as duas últimas igualdades mostra que a b a b
+ C)
eA − (B = 0 ⇒ eA = B
+C
B c C B c C
Do mesmo modo vale que
Figura 9: Triângulos congruentes
+C
eB = A e e =A
+ B.
C
15
1o Caso: LAL (lado, ângulo, lado) OBSERVAÇÕES
a a
B C E F
a a
B C E F Figura 15:
B C E F
9. Pontos Notáveis de um Triângulo
Figura 13: Congruência de triângulos - Caso LAAo
9.1. Ortocentro
BC = EF (L) O ortocentro H de um triângulo é o ponto
Se =E
B (A) ⇒ ABC = DEF de encontro das três retas suportes das alturas
=D
A (Ao ) relativas aos lados do triângulo.
16
Sua posição varia de acordo com o triângulo. 9.4. Baricentro
Veja, na Figura 16, as posições do ortocentro H
em triângulos ABC genéricos: O baricentro G de um triângulo ABC é o
ponto de encontro das medianas. Lembramos
Acutângulo Retângulo Obtusângulo que mediana é o segmento que une um vértice
B B ao ponto médio do lado oposto.
C
A B
B
Baricentro
H
E F
A C C H G
H=A
H é interior H coincide com H é exterior
o vértice do ângulo A D C
a
x
q r I
a q 10. Base Média de um Triângulo
A P C A C
Base média de um triângulo é todo segmento
Figura 17: Incentro de um triângulo de reta que liga dois pontos médios dos lados de
um triângulo. É possı́vel provar que toda base
média é paralela a um dos lados e mede a metade
do lado.
9.3. Circuncentro
A
O circuncentro de um triângulo é o ponto C
de encontro das três mediatrizes dos lados de E F
um triângulo. O ponto C é o centro do cı́rculo G
que circunscreve o triângulo; uma vez que todo
ponto da mediatriz de um lado de um triângulo B C
D
equidista dos vértices deste lado.
Figura 20: Base média
A A A Circuncentro
M1 M2 R
Examine a Figura 20. Sendo E, F e D pon-
O O R O R
tos médios dos lados AC, AB e BC respectiva-
B C
M3
B C B C
mente, temos que:
BC
• EF BC ⇒ EF =
Figura 18: Circuncentro de um triângulo
2
AB
• ED AB ⇒ ED =
Lembramos que mediatriz de um segmento 2
AB, por exemplo, é a reta que passa pelo ponto AC
• F D AC ⇒ F D =
médio de AB e é perpendicular a este segmento. 2
17
Exercı́cios 5. Da figura sabe-se que P B = P R e QC =
QR. Prove que α = A
1. (PUC-98) Considere o triângulo ABC em A
que BC = 1. Seja D o ponto médio de AC,
e E o ponto médio de AB. O comprimento
de DE vale: P Q
√ √
1 2 2
(a) (b) (c) a
3 4 2
B R C
1 1
(d) (e)
2 4
6. Da figura, sabe-se que : r s, AM = AP e
BM = BQ. Calcule x.
2. No triângulo ABC, o ângulo  mede 110o. r s
Qual é a medida do ângulo agudo formado
pelas retas que fornecem as alturas relativas P
Q
aos vértices B e C?
x
o o o A M B
(a) 60 (b) 80 (c) 70
(d) 75o (e) 65o 7. Na figura, tem-se AB = AC e AD = BD =
BC. Calcule x.
3. (UNIFICADO - 98) Na figura abaixo, os A
pontos A, B e C representam as posições de x
três casas construı́das numa área plana de
um condomı́nio. Um posto policial estará D
localizado num ponto P situado à mesma
distância das três casas. Em Geometria, o
ponto P é conhecido com o nome de:
B C
(a) Baricentro
8. No triângulo ABC da figura abaixo, B =
(b) Ortocentro A B o o
60 e C = 20 . O valor do ângulo H AS
(c) Circuncentro formado pela altura AH e a bissetriz AS ?
A
(d) Incentro
x
C
(e) Ex-incentro
0 0
60 20
B C
H S
4. Na figura abaixo, Q é o ponto médio de AB.
QP é paralelo a BC. Sendo AC = 30 cm. 9. Num triângulo isósceles ABC de base AB,
Determine P Q e P O. é igual a 2 do ângulo S,
for-
o ângulo B
Dado: BC = 20 cm. 3
mado pelas mediatrizes QS e P S. Calcule
C
os ângulos desse triângulo.
C
O Q
S
A B
Q
A P B
18
10. Na figura, determine a medida de α, β e γ. 14. Calcule o menor ângulo formado pelas bis-
setrizes internas BI e CI do triângulo ABC
D da figura.
a A
800
C 0
130 I
F
b B C
D g
A B
E
15. Calcule o menor ângulo formado pelas bis-
setrizes externas BE e CE do triângulo
11. (FUVEST) Na figura abaixo, AB = AC.
ABC da figura.
O é o ponto de encontro das bissetrizes do
é o triplo
triângulo ABC, e o ângulo B OC
é: A
do ângulo A. Então a medida de A
800
(a) 18o B C
B
(b) 12o
(c) 24o A O E
o
(d) 36
C 16. Em um triângulo ABC, a altura traçada
(e) 15o
do vértice A forma com a bissetriz de A
um ângulo de 19o . O ângulo formado pelas
bissetrizes internas de B e C mede 131o.
Calcule os ângulos do triângulo.
12. (PUC-SP) Na figura abaixo a = 100o e b =
110o . Quanto mede o ângulo x? 17. Na figura, BE é bissetriz interna e CE bis-
setriz externa do triângulo ABC.
(a) 30o
A
(b) 50 o x Prove que α =
2
(c) 80o
A
(d) 100o a b E
o a
(e) 220
B C
13. (FUVEST) Na figura AB = BD = CD.
Então:
18. O triângulo ACD da figura é isósceles de
base AD. Sendo 12o a medida do ângulo
(a) y = 3x e 20o a medida do ângulo ABC,
B AD cal-
D
cule a medida do ângulo ACD.
(b) y = 2x y
(c) x + y = 180o C
D
(d) x = y x
A C
B
(e) 3x = 2y A B
19
19. O triângulo ABC é isósceles, com AB = 22. Sendo r e s retas paralelas, calcule x nas
AC. Nele está inscrito um triângulo DEF , figuras
equilátero. Designando ângulo B F D por a,
o ângulo ADE por b, e o ângulo F EC por
c, temos: a)
a+c
(a) b = 1500
2 A
a−c
(b) b =
2 x+x
D b E 3
b−c
(c) a = c
2
a+b a
(d) c = B C
F
2
b)
b+c
(e) a =
2 150
0
c)
X
100◦
5x+300
x
65◦
d)
2x
0
Determine o valor de x. 105
0
25
c d em
23. Na figura abaixo, exprimir o ângulo x
a, b e
função dos ângulos c.
a g x c
b f a
20
24. Determine o valor de x, sendo r//s. 30. As bissetrizes de dois ângulos adjacentes
formam um ângulo de 80◦ . Calcule esses
0 r dois ângulos, sabendo que a medida de um
40
deles é igual a 3/5 do outro.
1120 31. Com os segmentos 8 cm, 9 cm e 18 pode-se
x s construir um triângulo? Por quê?
32. Dois lados AB e BC de um triângulo ABC
25. Calcule o valor de x e y, sendo r//s. medem respectivamente 8 cm e 21 cm.
Quanto poderá medir o treceiro lado, sa-
0
70 r bendo que é múltiplo de 6?
y
4x 33. Determine o intervalo de variação de x sa-
3x s bendo que os lados do triângulo são expres-
sos por x + 10, 2x + 4 e 20 − 2x.
26. calcule x e y indicados na figura a seguir. 34. Demonstre que o perı́metro do triângulo
M N P é menor que o perı́metro do triângulo
B
ABC na figura abaixo.
0
A
55 300
P
y M
x 400
A E C
B N C
a+b+
29. Na figura, calcular a soma S = e 0
c+d+ 20 s r s
a
37. Determine o valor do ângulo
a.
e A
d a
c
3a 40
0
21
Respostas – Aula 10 34. Demonstração
20. 15◦
21. 360◦
22. a) x = 22, 5◦
b) x = 75◦
c) x = 25◦
d) x = 50◦
23. x = a − b
c−
24. x = 72◦
27. x = 130◦
28. 20◦
29. S = 180◦
32. 18 ou 24
6 26
33. 5 <x< 3
22
Aula 11 – Semelhança de triângulos
Nosso objetivo nesta Aula é estudar seme- Propriedade 1: Num triângulo ABC se o seg-
lhança de triângulos. A ferramenta fundamental mento M N é paralelo a AB então
neste estudo é o célebre Teorema de Tales que C r
relaciona o comprimento dos segmentos deter-
minados sobre retas transversais a feixe de retas CM CN AC
= =
paralelas. AM NB BC
M N s
rst
3.1. Feixe de paralelas t
A B
Vamos enunciar diretamente o Teorema de Figura 2: Triângulos e Teorema de Tales
Tales e em seguida explicar seu significado.
Teorema de Tales: “Um feixe de paralelas Justificativa: Na Figura 2, a reta r é paralela
determina sobre duas retas transversais segmen- a s e t. Portanto r s t e é possı́vel aplicar o
tos com medidas respectivas proporcionais”. ←→
Teorema de Tales com as retas transversais AC
←→
e BC.
m n r
a p s
b q 3.2. Teorema da bissetriz interna
t
c r u A bissetriz interna de um ângulo de um
triângulo determina sobre o lado oposto segmen-
tos proporcionais aos dois outros lados. Isto é,
Figura 1: Feixe de paralelas e transversais
no ABC apresentado na Figura 3 , onde AS
é bissetriz, encontramos que
Vamos às explicações. Na Figura 1, as retas
A
r, s, t e u pertencem a um feixe de paralelas.
Temos que r s t u. O Teorema de Tales c b
AB AC
=
garante que, n m
n m
B S C
a b c a+b a+b+c Figura 3:
= = = = . Propriedade métrica da bissetriz
p q r p+q p+q+r
Demonstração: A partir da Figura 3, trace
Como conseqüência é possı́vel escrever outras CD AS, onde D está no prolongamento de
igualdades, como: AB. Veja a Figura 4.
D
a
a p b q
= , = , etc . . .
b q c r
A
Teorema de Tales.
23
Então ACD = C AS = α (ângulos alternos Se a constante de semelhança é unitária, k = 1
internos) e ADC = B AS = α (ângulos corres- os triângulos são congruentes. Portanto,
pondentes). Então ADC é isósceles com base “A congruência é um caso especial de seme-
CD. Portanto, AD = AC. lhança”.
No BDC, tomando DC como base e SA
3.4. Outra aplicação do Teorema de Tales
como base paralela e usando o Teorema de Tales
encontramos que “Toda reta paralela a um lado de um triângulo
que intercepta os outros lados, determina um
AB AD AB AC
= ⇒ = , triângulo semelhante ao primeiro.”
BS SC n m Acompanhe na Figura 6, a justificativa da
que é a propriedade enunciada. propriedade enunciada. Entre os triângulos
ABC e AM N , temos em comum o ângulo
Também M N BC e C
A. = β. Então o Teo-
Semelhança rema de Tales implica que
O estudo de semelhança é muito importante AM AN MN
em Geometria. Mas o que são figuras semelhan- = = .
AB AC BC
tes de modo geral?
Portanto, ABC ∼ AM N , como enunciado.
Duas figuras F1 e F2 do plano são semelhantes
se possuem a mesma forma (apesar de, em geral, A
serem de tamanhos diferentes).
Duas figuras semelhantes podem ser entendi-
b N
das como sendo uma ampliação da outra. Por M a C
exemplo, quando olhamos em um microscópio
ou binóculo, a figura observada é uma ampliação B
da figura original. Portanto, a figura observada Figura 6: Bases paralelas
é semelhante à figura original.
Apesar de que semelhança é uma noção Logo ABC ∼ AM N .
aplicável a quaisquer figuras do plano, vamos nos
3.5. Casos de semelhança de triângulos
fixar no estudo de semelhanças de triângulos.
Destacaremos três casos básicos de seme-
3.3. Semelhança de triângulos lhança de triângulos. Estes resultados podem
ser provados usando o Teorema de Tales e o
Dois triângulos são semelhantes se for possı́vel que já conhecemos de congruência de triângulos.
estabelecer uma correspondência biunı́vova en- No entanto, optamos deixar estas provas para a
tre seus vértices de modo que correspondam disciplina de Geometria Básica. Daremos mais
ângulos iguais e lados proporcionais. Isto é, os atenção às aplicações e resoluções de problemas.
triângulos ABC e os EF G são semelhantes
se 1o Caso (Caso AA)
Se dois triângulos possuem dois ângulos res-
=E
A pectivamente congruentes então os triângulos
= F AB AC BC
B e = = = k , são semelhantes. Veja a Figura 7 e o esquema
=G EF EG FG
C em seguida.
A
onde k é constante de semelhança ou de pro-
A
porcionalidade. Usamos a notação ABC ∼
EF G, para expressar a semelhança. Veja na
Figura 5, triângulos semelhantes.
B C B C
A
E Figura 7: Caso de semelhança AA
=B
B
Se ⇒ ABC ∼ A B C .
B C F G
A = A
Figura 5: Triângulos semelhantes
24
2o Caso (Caso LAL de semelhança) Exemplo: Na Figura 11, os triângulos represen-
Suponha que em dois triângulos é possı́vel es- tados são semelhantes. Faça o quociente entre
colher dois lados, em cada um dos triângulos, de os lados para se convencer.
modo que colocados em correspondência tenham
a mesma proporção e, além disso, os ângulos en- 15
tre os lados definam ângulos congruentes. Nesta 5 2 9
3 2
situação, os triângulos são semelhantes. Veja a
Figura 8 e as conclusões em seguida.
7 21
5
A
D Figura 11: Triângulos semelhantes
A
D
B C E F
AB BC AC
Se = = ⇒ ABC ∼
DE EF DF
DEF .
25
Exercı́cios 4. Um triângulo têm lados medindo 4 cm, 5
cm e 7 cm. Um segundo triângulo, seme-
1. (UNESP - 98 - 1a Fase) Na figura, o
lhante ao primeiro, têm perı́metro 128 cm.
triângulo ABD é reto em B, e AC é a bis-
Determine as medidas dos lados do segundo
setriz de BAD. Se AB = 2.BC, fazendo
triângulo.
BC = b e CD = d, então:
a) d = b 5. Um triângulo isósceles têm lados medindo
A
10 cm, 10 cm e 12 cm. A altura relativa
5
b) d = b ao maior lado mede 8 cm. Ache o raio do
2
x=2d cı́rculo inscrito.
5
c) d = b
3 2b
6. (UNICAMP - 94 - 2a Fase) Uma rampa
6 de inclinação constante, como a que dá
d) d = b acesso ao Palácio do Planalto em Brası́lia,
5 B C d D
b
tem 4 metros de altura na sua parte mais
5
e) d = b alta. Uma pessoa, tendo começado a subı́-
4
la, nota que após caminhar 12,3 metros so-
bre a rampa está a 1,5 metros de altura em
2. Três terrenos têm frente para a rua “A” e relação ao solo.
para a rua “B”, como na figura. As divi-
sas laterais são perpendiculares à rua “A”. (a) Faça uma figura ilustrativa da situação
Qual a medida de frente para a rua “B” de descrita.
cada lote, sabendo que a frente total para (b) Calcule quantos metros a pessoa ainda
essa rua é 135 m? deve caminhar para atingir o ponto
mais alto da rampa.
Rua B
9. (FUVEST - 82) A sombra de um poste
vertical, projetado pelo sol sobre um chão
plano, mede 12 m. Nesse mesmo instante
No desenho acima apresentado, as frentes a sombra de um bastão vertical de 1 m de
para a rua A dos quarteirões I e II medem, altura mede 0,6 m. A altura do posto é:
respectivamente, 250 m e 200 m, e a frente
do quarteirão I para a rua B mede 40 cm a a) 6 m
mais do que a frente do quarteirão II para b) 7,2 m
a mesma rua. Sendo assim, pode-se afir-
c) 12 m
mar que a medida, em metros, da frente do
menor dos dois quarteirões para a rua B é: d) 20 m
a) 160 b) 180 c) 200 e) 72 m
d) 220 e) 240
26
10. (U.C.MG - 82) A medida, em metros, do 14. Considere a figura abaixo, onde os pontos
segmento AD da figura ao lado é de: B, D e A são alinhados. Calcule a medida
C x.
a) 4
4cm 3cm A
b) 5 a
A x
B
c) 6 D
2cm 4
d) 8 a
B 10 C
e) 10
D
15. Calcule a medida do lado M N do retângulo
11. (CESGRANRIO - 79) O losango ADEF inscrito no triângulo ABC da figura, sa-
está inscrito no triângulo ABC, como mos- bendo que M N = 2M Q.
tra a figura. Se AB = 12 m, BC = 8 m e
A
AC = 6 m, o lado do losango mede:
a) 5 m B
9 M N
b) 3 m
F E
c) 2 m
B Q P C
d) 4 m A C 18
D
e) 8 m
16. Calcule a medida x na figura construı́da
abaixo:
A
5
8
12. Na figura abaixo, consideremos os quadra-
dos de lados x, 6 e 9. Determine o perı́metro X
3
do quadrado de lado x. a a
B C
A
13. Determine a medida do lado AB de figura l
abaixo, onde AEDF é um quadrado de lado D
igual a 3. F
l l
C B E C
E D
4
F
A B
27
18. (MACK - 74) No paralelogramo ABCD
da figura abaixo, calcule a medida do seg-
mento x.
A 24 B
20 10
E X
D F C
Respostas – Aula 11
1. c
2. 60 m, 45 m, 30 m
3. a
4. 32 cm, 40 cm, 56 cm
5. R = 3
6. a) 4m
12,3m
1,5m
b) 20,5 m
7. 696938 km
8. 36 cm, 24 cm e 40 cm
9. d
10. c
11. d
12. 16
13. 12
14. x = 21
9
15.
2
16. 12,6
17. = 4 cm
25
18.
3
28
Aula 12 – O cı́rculo
Nesta aula estudaremos uma das mais impor- Arco de circunferência: Dados dois pontos
tantes curvas do plano: o cı́rculo. A e B num cı́rculo Γ, ficam definidos dois arcos:
Para começar precisamos de algumas de- os arcos AXB
e AY B. Veja a Figura 3.
finições.
A
Definições
X
O a
Cı́rculo. O conjunto de todos os pontos do Y
plano que estão a uma distância fixa de um
B
ponto fixo é chamado de cı́rculo. O ponto fixo
é chamado centro e a distância fixa chamada Figura 3: Arcos do cı́rculo Γ
de raio do cı́rculo. Veja estes elementos na
Figura 1. Medida de ângulos
Vamos definir uma nova unidade para medir
R ângulos. Já conhecemos o grau (o ângulo reto
mede 90o ), agora vamos introduzir o radiano
C
(sı́mbolo rd). Vamos usar a Figura 3. O ângulo
AOB tem por medida 1 rd se o comprimento do
arco AXB for igual ao raio do cı́rculo Γ. Isto é
Figura 1: Cı́rculo de centro C e raio R.
comprimento de AXB= R.
Cordas de um cı́rculo: Todo segmento
que une dois pontos distintos de um cı́rculo é Podemos também definir a “medida angular
uma corda. Uma corda que contém o centro do arco AXB” como a medida do ângulo central.
do cı́rculo é chamado diâmetro. O diâmetro No caso da Figura 3,
tem comprimento máximo entre as cordas. Veja
exemplos de cordas na Figura 2, onde ED é um ângulo AXB= α .
diâmetro.
Propriedades do arco:
B
E (1) Se comprimento AXB= R, então o ângulo
A
C AXB= 1rd.
D
(2) A medida angular de um cı́rculo é 360o.
A propriedade (2) provoca uma pergunta:
Figura 2: Cordas AB e DE. Qual é a medida angular de um cı́rculo ex-
pressa em radianos?
Comprimento de um cı́rculo: Um cı́rculo Veja a resposta. Note que o comprimento do
de raio R tem comprimento C, dado por cı́rculo é 2πR (R é raio do cı́rculo). Com isto,
forçando um pouco a linguagem podemos imagi-
C = 2πR , nar que com 2π arcos cada um com comprimento
igual ao raio R podemos cobrir o cı́rculo. Logo
onde π é o número irracional, π = 3, 141516... a medida angular do cı́rculo é 2π rd.
29
Conclusão: aos dois cı́rculos. Neste caso a distância entre os
360 o centros é a soma dos raios R e r dos cı́rculos.
o
360 = 2π rd e 1rd =
π Veja a Figura 6.
Exemplo: Quantos radianos mede um ângulo
reto?
Se x é a medida do ângulo reto, então,
2π rd −→ 360o O
x −→ 90o P
OO = R + r
O
π
Logo, 360x = 2π × 90 e x = rd.
2
Reta Tangente: É toda reta que intercepta o
cı́rculo em apenas um ponto. Neste ponto a reta
Figura 6: Cı́rculos tangentes
é perpendicular ao segmento que une o ponto
de contato ao centro do cı́rculo. Veja a reta r
tangente ao cı́rculo representado na Figura 4.
Neste caso, P é o ponto de tangência, ou de
contato. Algumas Relações Métricas
Reta secante: É toda reta que corta o cı́rculo I. Propriedade da tangente:
em dois pontos. Veja a reta t secante ao cı́rculo
na Figura 4. Considere um ponto P no exterior de um
t
cı́rculo e as duas retas tangentes ao cı́rculo pas-
sando por P . Se A e B são os pontos de contato
P é o ponto de tangência com o cı́rculo e O é o centro do cı́rculo, então
O
r r é a reta tangente
t é a reta secante i) P A = P B
P
−−→
ii) P O é bissetriz de AP B.
A
Posição relativa: Dois cı́rculos Γ e Γ são
R
disjuntos quando não tem ponto em comum;
O a P
tangentes quando possuem um ponto comum; a
secantes quando possuem dois pontos em co- R
mum; concêntricos quando têm o mesmo centro. B
30
II. Quadriláteros circunscritos É um fato surpreendente que a potência de-
pende só da posição do ponto em relação ao
Considere um quadrilátero ABCD circuns-
cı́rculo e não da posição da reta que passa pelo
crito a um cı́rculo. Nestas condições AB+CD =
ponto. Isto é, quaisquer que sejam A e B, vale
AD + BC.
a propriedade
A
H
E
PA · PB = PT2 .
D
Não faremos a justificativa desta propriedade,
B ela será apresentada na disciplina de Geometria
G
Básica.
F AB + CD = AD + BC
Ângulo Inscrito: Temos duas posições ge-
rais para ângulos inscritos em cı́rculos. Em qual-
C quer situação o vértice do ângulo é um ponto do
Figura 8: Quadrilátero circunscrito cı́rculo. As duas posições depende dos lados dos
ângulos e são descritas em I) e II) abaixo:
Justificativa. Na Figura 8 que representa a I) Os lados dos ângulos são duas cordas do
situação temos E, F, G e H como pontos de cı́rculo.
tangências dos lados do quadrilátero circuns-
crito. Agora usando as propriedades deduzidas B
no item I, anterior e percorrendo o quadrilátero
no sentido ABCD, a partir do ponto H, escre- A a O b
vemos
C
HA = AE, BE = BF, CG = CF, DG = DH.
A P
P =α
Neste caso D é o vértice do ângulo, DEF
T B é o ângulo inscrito e β o ângulo central corres-
r pondente (cuidado com o sentido descrito na fi-
s
gura para o ângulo central). Veja a Figura 11.
Figura 9: Potência de um ponto
31
A
Resultado Importante:
“Todo ângulo inscrito tem por medida a me-
tade do ângulo central correspondente.” Isto é :
B C
β = 2α R O R
Vamos mostrar como este resultado pode ser
verificado em um caso bem particular. Veja a
Figura 12. Figura 13: Triângulo retângulo inscrito
1 C
Queremos mostrar que B AC = B OC.
2 C
Trace o diâmetro AD. Os triângulos OAB Figura 14: Quadrilátero inscrito
e OAC são isósceles (OA = OB = OC =
raio do cı́rculo). Então usando que a medida do De fato, veja por exemplo que
ângulo externo é a soma da medida dos ângulos
internos não adjacentes, concluı́mos que = 1 DCB e C
A = 1 DAB .
2 2
OAB = α + α = 2α
⇒ B OD
◦
Como DCB + DAB= 360 , então A + C
=
OAC = β + β = 2β
⇒ DOC 180◦ . Do mesmo modo se comprova que
Então +D
B = 180◦ .
= B OD
B OC + DOC
= 2(α + β) = 2A
. 3. Se duas cordas se cortam no interior do
cı́rculo, veja a Figura 15, então
Ou seja,
= 1 B OC
A . AXD + AY D
2 β= .
2
Em outras posições diferentes para o ângulo
inscrito poderı́amos chegar ao mesmo resultado A C
enunciado. No entanto vamos deixar a prova y b x
geral deste resultado para a disciplina de
Geometria Básica.
B
Consequências importantes: D
32
A C E
b
B
y
q a
B D
m n a
A
x
C
Figura 16: Cordas secantes
b) y = x + α.
Exercı́cios
c)
1. (UNIFICADO 97)
O D A
B
C
33
7. (FUVEST 2001) Um lenhador empilhou 3
3. Na figura, o arco AB é o triplo do arco BC
e t é reta tangente. Determine, em graus, a troncos de madeira num caminhão de lar-
medida do ângulo α. gura 2,5 m, conforme a figura abaixo. Cada
tronco é um cilindro reto, cujo raio da base
t mede 0,5 m. Calcule a altura h em metros.
A a h
O C P
R
A
T
5. Na figura ABCDE é um pentágono regular.
C
Calcule o ângulo α. B S
A
9. Na figura ABCD é um quadrado de lado 20
E B cm e M é médio de CD. Ache
√ a medida de
AN , sabendo que AM = 10 5.
a
B C
D C
M
A B
20
P
O 12
D
16 9 28 17
C (a) 5 (b) (c) (d) (e)
3 2 5 4
34
11. Nas figuras seguintes, encontre a medida x. Respostas – Aula 12
3 1. e
9
a) b)
3 2 5 2. c
x 5 x
3. 45o
4. α = 60o
x
8 5. 72o
c) 5 1 d) 2 √ √
6. ( 6 − 2) cm
x+4 x √
7
7. (1 + ) cm
4
8. AR = 8 cm, BS = 4 cm
√
9. 2 5
10. b
15 11 √
11. a) ; b) ; c) 1; d) 2 5.
2 5
35
Aula 13 – Relações métricas num
triângulo retângulo
37
l
h
l
2
Figura 2: Triângulo equilátero
d l
Figura 5: Triângulo retângulo
l
Por que valem estas fórmulas? Vamos verifi-
Figura 3: Quadrado car as duas primeiras fórmulas.
Convido-o a recordar a definição de seno e co-
Prova. Examine na Figura 3 o triângulo re- seno no cı́rculo trigonométrico unitário e relaci-
tângulo sombreado. Usando o Teorema de onar com o triângulo retângulo ABC. Veja a
Pitágoras encontramos que, Figura 5, onde o cı́rculo representado tem raio
√ de medida 1. Isto é, OE = 1.
d = l + l ⇒ d = 2l ⇒ d = l 2
2 2 2 2 2
C
38
onde EF é um segmento ortogonal a AB. Por- Nota. No que foi feito acima demos uma justifi-
tanto, EF AC. cativa de porque vale a fórmula denominada lei
Com estes dados podemos concluir que os dos senos. No entanto, ainda é insuficiente. Por
triângulos ABC e F BE são semelhantes. exemplo, usamos nos nossos argumentos que o
Então, centro do cı́rculo é interior ao triângulo. Isto
nem sempre acontece num triângulo arbitrário.
AB AC BC b a c a
= = ⇒ = e = . Na disciplina Geometria Básica voltaremos ao
BF EF EB
sen B 1
cos B 1 assunto e faremos uma prova completa da lei
Portanto, b = a sen B , como querı́amos provar. dos senos.
As outras fórmulas se verificam de maneira b) Lei dos cossenos
muito parecida. Num triângulo qualquer ABC, onde a = BC,
b = AC e c = AB, valem as seguintes igualda-
III. Relações métricas num triân- des:
a2 = b2 + c2 − 2bc cos A ,
gulo qualquer b2 = a2 + c2 − 2ac cos B ,
a) Lei dos senos c2 = a2 + b2 − 2ab cos C .
Num triângulo ABC, arbitrário e inscrito
num cı́rculo de raio R, vale as seguintes igualda- A
des: b
a b c n c
= = = 2R ,
sen A sen B sen C
onde a = BC, b = AC, c = AB e R é o raio do H m B a C
cı́rculo que circunscreve o triângulo. Figura 8: Lei dos cossenos
C
Vamos verificar como funciona a demons-
b tração destas fórmulas. Veja a Figura 8, onde
O a esta representado um triângulo ABC e a al-
A tura n do triângulo em relação ao lado BC.
c
M Considere os triângulos retângulos AHB e
B AHC. Podemos escrever usando o Teorema
de Pitágoras
2 que,
Figura 7: Lei dos senos b = n2 + (m + a)2
⇒
c2 = n 2 + m 2
Veja a Figura 7 e vamos tentar encontrar as 2
b = n2 + m2 + a2 + 2am
razões para a validade da lei dos senos. Esco- ⇒
lhendo o lado AB, arbitrariamente, note que a c2 = n 2 + m 2
perpendicular pelo ponto médio M de AB, passa ⇒ b2 = c2 + a2 + 2am (∗)
pelo centro O do cı́rculo e o ângulo AOB é um No triângulo retângulo AHB, encontramos
ângulo central correspondente ao ângulo inscrito m = c · cos(ABH)
⇒ m = c · cos(ABH) =
Então
C.
= c · cos(180 − B)
0 .
= 1 AOB
C ⇒C = AOM . Como cos α = − cos(1800 − α), para qualquer
2
ângulo α, achamos que
Aplicando os resultados sobre relações trigo-
nométricas no triângulo retângulo AOM encon- .
m = −c cos B
tramos que,
AM = OA · sen AOM ⇒ c = R · sen C ⇒ Este resultado, junto à equação (∗), mostra
2
c que
⇒ c = 2R sen C ⇒ = 2R .
sen C .
b2 = c2 + a2 − 2ac cos B
Do mesmo modo, escolhendo o lado AC ou
o lado BC e trabalhando de modo inteiramente As outras fórmulas são demonstradas de ma-
similar verificarı́amos as outras fórmulas. neira inteiramente análoga.
39
Conseqüência da lei dos senos e dos cos- q
senos r
Num triângulo genérico ABC, usando a lei
dos senos pode-se provar que:
9m
(i) Ao maior lado de um triângulo opõe-se o
maior ângulo.
R R
Enquanto que usando a lei dos cossenos pode-
mos mostrar que
ii)a2 < b2 +c2 : Triângulo acutângulo (cos A > 0)
a2 = b2 + c2 : Triângulo retângulo (cos A = 0)
a2 < b2 + c2 : Triângulo obtusângulo (cos < 0) Determine o ângulo de inclinação θ indicado
na figura.
Exercı́cios 5. (UniRio - 99) Numa circunferência de 16
cm de diâmetro, uma corda AB é projetada
1. (UFRJ - 2001) Os ponteiros de um relógio ortogonalmente sobre o diâmetro BC. Sa-
circular medem, do centro às extremidades, bendo que a referida projeção mede 4 cm, a
2 m, o dos minutos, e 1 m, o das horas. medida de AB, em cm, é igual a:
Determine a distância entre as extremida-
des dos ponteiros quando o relógio marca 4 a) 6 b) 8 c) 10 d) 12 e) 14
horas. 6. (UniRio) Dado um triângulo retângulo cu-
jos lados medem 2 cm. Construı́mos um
2. (UNIFICADO 93) Os lados de um triângulo
segundo triângulo retângulo onde um dos
são 3, 4 e 6. Calcule o valor do cosseno do
catetos está apoiado na hipotenusa do pri-
maior ângulo interno desse triângulo.
meiro e o outro cateto mede 2 cm. Cons-
3. (UERJ 93 - 1a Fase) O triângulo ABC está truı́mos um terceiro triângulo com um dos
inscrito em um cı́rculo de raio R. Se cos A = catetos medindo 2 cm e o outro apoiado
3 na hipotenusa do segundo triângulo. Se
, o comprimento do lado BC é:
5 continuarmos a construir triângulos sempre
2R 3R 4R 6R 8R da mesma forma, a hipotenusa do décimo
a) b) c) d) e)
5 5 6 5 5 quinto triângulo medirá:
√
4. (UFRJ 95) A grande sensação da última a) 15 cm b) 15 2 cm c) 14 cm
√
Expo-Arte foi a escultura “O.I.T.O” de 12 d) 8 cm e) 8 2 cm
metros de altura, composta por duas circun-
7. Na figura são dados: b = 12 e c = 9.
ferências, que reproduzimos abaixo, com ex-
clusividade. A
b c
h
12m m n
C B
Calcular: a, h, m e n.
Para poder passar por um corredor de ape- 8. Calcular o perı́metro de um triângulo
nas 9 metros de altura e chegar ao centro isósceles de 8 m de base e 3 de altura.
do Salão Principal, ela teve de ser inclinada.
A escultura atravessou o corredor tangenci- 9. Na figura abaixo, são dados: AB = 15 cm;
ando o chão e o teto, como mostra a figura CD = 3 cm; DA = DB.
a seguir. Calcule o raio do cı́rculo.
40
C
A B
B 8 C x D
A
17. (PUC 95 - Especı́fica) Sejam C1 , C2 e
M N C3 três cı́rculos de mesmo raio R e
cujos centros O1 , O2 e O3 estão sobre
sobre uma mesma reta. Além disso,
C1 , é tangente a C2 e C2 é tan-
C Q P B gente a C3 . Considere a reta D que
passa por A e é tangente ao cı́rculo C3 (ver
figura). Expresse o comprimento da corda
14. Os cı́rculos da figura têm raios 3 cm e 2 cm BC, determinada por D em C2 , em função
e são tangentes entre si aos lados do qua- de R.
drado. Ache o lado do quadrado. C D
3 √ √ B
a) 5 cm b) (2 + 2) cm c) 4(2 + 2) cm A
2
√ √ O1 O2 O3
5
d) 5(2 + 2) cm e) (2 + 2) cm
2
41
18. No triângulo retângulo da figura, P Q
√ AJ é bis-
setriz do ângulo A e mede 2. Sabendo
que um dos catetos mede 3, calcule a hipo- R
tenusa.
C
N S M
D
23. Na figura, os cı́rculos maiores tem raio de
8 cm e 2 cm. Calcule a medida do cı́rculo
A B menor.
O O
13 M
A B
21. Na figura abaixo, x é a medida do segmento
AB da tangente interna comum aos dois
25. (CESCEM - 73) Calcule o valor de x na
cı́rculos. Calcule a medida de x.
figura:
B A
O 0
4
30
O
x
8
0
A 30 100
C D x B
42
√
26. (FUVEST - 77) A seção transversal de um 5
18. 3
maço de cigarros é um retângulo que aco- 2
moda exatamente os cigarros como na fi- 36
gura. 19.
7
Se o raio dos cigarros é “r”, as dimensões 20. x = 12
do retângulo são:
21. x = 16
√ √
22. ( 6 − 2)L
8
23.
9
9
√ 24.
a) 14r e 2r(1 + 3) b) 7r e 3r 5
25. x = 50
c) 14r e 6r d) 14r e 3r
√ √
e) (2 + 3 3) e 2r 3 26. a
Respostas – Aula 13
√
1. 17 m
11
2. −
24
3. e
4. θ = 30◦
5. b
6. d
8. 18 m
87
9.
8
11
10.
4
√
1+ 5
11.
2
12. d
780
13.
220
14. e
15. b
√
16. 5 5 cm
8R
17.
5
43
Aula 14 – Polı́gonos
E B
Polígono Não é polígono
Não é polígono
2. Polı́gono convexo
Figura 4: Diagonais de um polı́gono
É o polı́gono que tem a seguinte propriedade:
“qualquer reta do plano que não contém nenhum De acordo com o número n de lados, os
lado do polı́gono intercepta o polı́gono em no polı́gonos convexos recebem nomes especiais.
máximo 2 pontos”. Na Figura 2 o polı́gono à Veja a seguir as correspondências:
esquerda é convexo e o da direita é não convexo.
n=3 ... triângulo ............... 3 lados
B
B n=4 ... quadrilátero ........... 4 lados
C C
n=5 ... pentágono .............. 5 lados
A D
s n = 6 ... hexágono ............... 6 lados
A
D s
r E r n=7 ... heptágono ............. 7 lados
E t
n=8 ... octógono ............... 8 lados
Figura 2: Polı́gonos convexos e não convexos
n=9 ... eneágono ............... 9 lados
Na Figura 3 apresentamos os principais ele- n = 10 ... decágono ............... 10 lados
mentos de um polı́gono convexo. São eles: n = 11 ... undecágono ........... 11 lados
ai , bi , ci . . . são os ângulos internos, n = 12 ... dodecágono ........... 12 lados
ae , be , ce . . . são os ângulos externos
A, B, C, D ... são os vértices e n = 15 ... pentadecágono ...... 15 lados
AB, BC, CD . . . são os lados n = 20 ... icoságono .............. 20 lados
45
3. Soma dos ângulos internos de um 5. Número de diagonais de um po-
polı́gono convexo lı́gono convexo
Proposição 1. A soma Si dos ângulos internos de Proposição 3. O número de diagonais d de um
um polı́gono convexo, de n lados é dada por polı́gono convexo de n lados é
Si = 180◦ (n − 2) .
n(n − 3)
d= .
Demonstração: B 2
bi
A C Prova: Vamos examinar um caso particular de
ai ci
um polı́gono de 5 lados, para aprender. Este
exemplo particular vai indicar como se consegue
fi di
F D a fórmula geral para o número de diagonais d.
ei
Veja a Figura 7.
E
Figura 5: Soma dos ângulos internos
d c i
Logo, e
E d D
n(n − 3) 5×2
e
180◦ = 360◦
OBS.: Se o polı́gono é regular então os ângulos
externos têm a mesma medida. Portanto, tem
medida Figura 8: Diagonais a partir de um vértice
360◦
ae = .
n
46
A A
Veja que na Figura 8, partem do vértice A
H B
diagonais para todos os outros vértices, menos R R R
para os vértices B e C (que são consecutivos a A) R o
R
R O R G C
e para o próprio vértice A. Temos então (n − 3) R
R
B C R
diagonais partindo de A. R
F D
Como temos n vértices contaremos deste
E
modo n(n − 3) diagonais. Mas, observe que por
este processo, cada diagonal está sendo contada Figura 10: Inscrição e circunscrição de polı́gonos
duas vezes. Logo, o número total d de diagonais R é o raio do cı́rculo circunscrito ao polı́gono
é:
(ii) Um polı́gono regular de n lados pode ser
n(n − 3)
d= . dividido em n triângulos isósceles com vértice
2
no centro do polı́gono e cujos lados congruentes
são raios do cı́rculo circunscrito ao polı́gono.
6. Polı́gonos regulares Examine esta propriedade na Figura 10.
Triângulo Quadrado
Equilátero Hexágono
regular
47
7. Relação entre o lado e o raio de Quadrado (n = 4)
um polı́gono regular Na Figura 14 o triângulo ADB é retângulo
= 90◦ ). Aplicando o Teorema de Pitágoras,
(A
Nesta seção pretendemos estabelecer relações
encontramos que
entre os comprimentos do lado, o apótema e o √
raio de importantes polı́gonos regulares. Para d = l4 2 + t4 2 = l4 2,
fixar notação, vamos indicar por ln a medida do
onde d é o comprimento da diagonal.
lado do polı́gono regular de n lados e por an
a medida do apótema do polı́gono regular de n
lados e por R o raio da cirunferência circunscrita
ao polı́gono.
Triângulo equilátero (n = 3)
Hexágono regular (n = 6)
Observe na Figura 15 que o hexágono regu-
Figura 13: Triângulo inscrito lar pode ser dividido em 6 triângulos equiláteros
congruentes, onde o apótema a6 é a altura co-
mum destes triângulos.
Observe na Figura 13 que AM é a altura h do
triângulo equilátero ABC. Como o ABM é
retângulo e M é o ponto médio de BC, podemos
aplicar o Teorema de Pitágoras para concluir que
2 √
l3 l 3
2
h + =l ⇒h=
2
. 6
2 2
Figura 15: Hexágono regular inscrito
Por outro lado, observe mais uma vez a Figura
13 e conclua que o encontro das alturas ocorre Veja porque isto acontece. No AOB, temos
no ponto O, centro da circunferência. De fato, que
as alturas também são medianas e todas tem ◦
o mesmo comprimento. Como o encontro das = 360 = 60◦ ;
AOB OA = OB = R.
2 6
medianas de um triângulo ocorre a do vértice
3 Então
então OA = OB = OC e este é o motivo porque
=B
A = 60◦ ⇒ O =A =B = 60◦ .
O é o centro da circunferência. Portanto,
√
2 2 l3 3 √ Portanto o triângulo AOB é equilátero. Isto
OA = R = h = ⇒ l3 = R 3
3 3 2 permite concluir que,
√
1 R R 3
OM = a3 = OA ⇒ a3 = l 6 = R e a 6 = .
2 2 2
48
Resumo congruência de triângulos: BDA ≡ DBC.
Isto implica que DC = BA e DA = BC, justifi-
No quadro representado na Figura 16 apre-
cando a Figura 18.
sentamos o lado e o apótema do triângulo, qua-
drado e hexágono regular em função do raio R A b B
da circunferência circunscrita. a q g
b
a O
a
n=
√3 n=
√4 n=6 b
g
Lado (l) R 3 R√2 R q a
√ D
b C
R R 2 R 3
Apótema (a)
2 2 2 Figura 18: Paralelogramo
49
Veja, em seguida, como se justifica esta pro- Quadrado
priedade. Recorde que a mediatriz de um seg-
mento é a reta perpendicular ao segmento que É o paralelogramo que possui todos os lados
passa pelo ponto médio do segmento. Um ponto iguais (mesma medida) e todos os ângulos iguais
pertence à mediatriz se e somente se é equidis- (mesma medida).
tante dos extremos do segmento. Então, veja
que, D C
AB = AD ⇒ A pertence à mediatriz de BD AB = BC = CD = DA
=B =C =D = 90◦
CB = CD ⇒ C pertence à mediatriz de BD A
Logo, AC é a mediatriz de BD ⇒ AC ⊥ BD
A B
C D
Figura 21: Retângulo
Figura 22: Diagonais do retângulo É o trapézio que apresenta dois ângulos retos
(um dos lados não paralelos é perpendicular às
bases). Veja a Figura 25.
Veja como se justifica esta propriedade. Na
Figura 22 os triângulos ABC e BAC são D C
congruentes (caso LAL). Portanto, =D
A = 90◦
AB = BA =B
= 90◦ . A B
e A
AD = BC
Figura 25: Trapézio retângulo
Logo, BD = AC.
50
Trapézio isósceles Nesta situação, podemos concluir que
É todo trapézio onde os lados não paralelos B+b B−b
são congruentes. bm = , mE = .
2 2
D C
Demonstração: Como M N AB DC, temos
AD = BC as implicações:
b
A B ADC ⇒ M P = ,
Figura 26: Trapézio isósceles 2
B
Propriedades: CAB ⇒ P N = ,
2
Num trapézio isósceles ABCD, onde AD =
BC, (veja a Figura 26), valem as seguintes pro- b
BCD ⇒ QN = .
priedades: 2
Isto permite concluir que
1a ) Os lados não paralelos formam com a
mesma base ângulos congruentes. B+b
bm = M N = M P + P N = .
2
=B
A e C
=D
Finalmente, temos que:
2a ) As diagonais são congruentes. b b B−b
M P + QN = + ⇒ mE = P Q = .
2 2 2
AC = BD
Diagrama de Veen
Trapézio escaleno
É instrutivo recordar, através de um diagrama
Um trapézio é dito escaleno, quando os lados de Veen, a relação de inclusão dos conjuntos es-
não paralelos não são congruentes. peciais de quadriláteros introduzidos. Para isto
D C denote por:
U o conjunto dos quadriláteros convexos,
P o conjunto dos paralelogramos,
T o conjunto dos trapézios,
A B
R o conjunto dos retângulos,
Figura 27: Trapézio escaleno L o conjunto dos losangos,
Q o conjunto dos quadrados.
Observação: Em particular, um trapézio retân- Em primeiro lugar observe que o conjunto T
gulo é também escaleno. dos trapézios é um subconjunto do conjunto U
dos quadriláteros convexos. Isto é, T ⊂ U . Para
Observações gerais sobre um trapézio os demais conjuntos, valem P ⊂ T , R ⊂ P ,
ABCD L ⊂ P e Q ⊂ (R ∩ L).
Estas propriedades podem ser representadas
Considere um trapézio ABCD, como na Fi-
gura 28, onde M e N são pontos médios dos num único diagrama de Veen.
lados não paralelos AD e BC, respectivamente.
Considere ainda notação introduzida à direita
da Figura 28.
AB = base maior = B R Q L
P
D C DC = base menor = b T
M N = base média = bm
M N (DM = M A, CN = N B)
P Q U
P Q = mediana de Euler =
A B
H = mE
Figura 29: Diagrama de Veen
Figura 28: Trapézio genérico
51
Exercı́cios 11. Quando variamos o número de lados de um
polı́gono convexo permanece constante:
1. Qual o número de diagonais que se pode
traçar a partir de um vértice de um a) o perı́metro;
icoságono? b) a soma dos ângulos internos;
c) a soma dos ângulos externos;
2. Determine o número de lados de um d) o número de diagonais;
polı́gono que tem 44 diagonais. e) nada podemos afirmar.
3. Calcule o número de diagonais de um
polı́gono regular cujo ângulo interno é o tri- 12. Na Figura está representado um polı́gono
plo do ângulo externo. regular. Os prolongamentos dos lados AB
e CD formam um ângulo reto. Determinar
4. Calcule a medida do ângulo interno de um o número de diagonais do polı́gono.
polı́gono regular que tem 54 diagonais.
5. A medida do ângulo interno de um polı́gono
regular é 140◦ . Sabendo que o lado desse A
D
polı́gono mede 3 cm, quanto mede o seu
perı́metro?
B C
6. Determine o número de lados de um
polı́gono cujo número de diagonais excede
de 25 o número de lados.
7. A diferença entre os números de lados de 13. Duas bissetrizes internas de dois ângulos
dois polı́gonos é 3. O total de diagonais consecutivos de um polı́gono regular de n
desses polı́gonos é 9. Um desses polı́gonos lados formam um ângulo dado por:
é: 180◦ 360◦ 180◦ (n − 2)
a) b) c)
a) eneágono b) pentágono c) quadrilátero n n n
d) octógono e) triângulo 90◦ (n − 2) 90◦
d) e)
8. Num polı́gono regular os vértices A, B e C n n
são consecutivos. Suponha que a diagonal
AC forma com o lado BC um ângulo de 30◦ . 14. Qual a diferença entre o número de diago-
nais de um polı́gono de (k − 1) lados e de
Calcular o número de lados e de diagonais
do polı́gono. um outro polı́gono de (k − 2) lados.
52
17. (UERJ - 96 -1a Fase) Na figura abaixo, 19. (UFF-97 - 1a Fase) A figura abaixo, repre-
AB e AC são, respectivamente, lados do senta duas circunferência C e C de mesmo
triângulo equilátero e do quadrado inscritos raio r.
na circunsferência de raio r. Com centro em
M
A, traçam-se os arcos de circunferência BB
e CC , que interceptam a reta t em B e C .
C N C
53
=B
23. Do trapézio ABCD sabe-se que: A = 29. (UNIRIO 93 - 1a Fase) Q, T, P, L, R e D
0
60 ; AD = 10 cm; CD = 8 cm. Calcule a denotam, respectivamente o conjunto dos
base média do trapézio. quadriláteros, dos trapézios, dos paralelo-
gramos, dos losangos, dos retângulos e dos
24. ABCDE é um pentágono regular e ABM N quadrados. De acordo com a relação de in-
é um quadrado. Determine a medida dos clusão entre esses conjuntos, a alternativa
e DBN
ângulos C BM . verdadeira é:
D
a) D ⊂ R ⊂ L ⊂ P
b) D ⊂ L ⊂ P ⊂ Q
E N M C c) Q ⊂ P ⊂ L ⊂ D
d) T ⊂ P ⊂ Q ⊂ R ⊂ D
e) Q ⊂ T ⊂ P ⊂ L ⊂ R ⊂ C
A B
30. (UNICAMP - 90 - 2a Fase) Mostre que
em qualquer quadrilátero convexo o quoci-
25. Na figura, determine o valor de α, sabendo ente do perı́metro pela soma das diagonais
que ABCD é um quadrado e ABP é um
é maior que 1 e menor que 2.
triângulo equilátero.
D C
31. (CESGRANRIO) Assinale a alternativa
a
que contém a propriedade diferenciadora
P do quadrado em relação aos demais qua-
driláteros.
28. Na figura abaixo, ABC é um triângulo 33. (IBMEC 95) Uma folha de papel retangular
isósceles de base BC e ACDE um qua- ABCD tem AD = 1 m. Dobrando-se a
drado. Calcule a medida do ângulo x. folha no segmento AM , os pontos A, B e D
ficam colineares, como se verifica abaixo:
A E
B x
C D
54
Se os retângulos ABCD e M CDB são se-
melhantes, a medida do lado CD, em me-
tros, é igual a:
√ √ √
5 5−1 2
a) b) c)
2 2 2
√
1 2−1
d) e)
2 2
34. (UFF - 96 - 1a Fase) Sendo Q um qua-
drilátero, pode-se afirmar que:
a) Q é um retângulo e um losango.
b) Q é um retângulo ou um losango.
c) Se Q é um losango então Q é um qua-
drado.
d) Se Q é um quadrado então Q é um
retângulo.
e) Se Q é um retângulo então Q é um qua-
drado.
35. (UNICAMP - 88 - 2a Fase) Sejam L e l o
comprimento e a altura, respectivamente,
de um retângulo que possui a seguinte pro-
priedade: eliminando-se desse retângulo um
quadrado de lado igual à largura l, resulta
um novo retângulo semelhante ao primeiro.
l
Demonstre que a razão é o número σ =
√ L
5−1
chamado “Razão Áurea”.
2
36. (UNIFICADO) O perı́metro do trapézio
retângulo da figura é:
a) 17 m 3m
b) 18 m
4m
c) 20 m
d) 21 m 6m
e) 22 m
55
Respostas – Aula 14 32. (a)
1. 17 33. (b)
2. 11 34. (d)
3. 20 35. demonstração
◦
4. 150 36. (b)
5. 27 cm
6. n = 10
7. (e)
8. 6 lados e 9 diagonais.
9. 20 lados
10. 15
11. (c)
12. 8
13. 6
14. k = 3
15. 12 ou 30
16. (d)
17. (b)
18. demonstração
19. (a)
20. (a)
21. 72◦
22. 25 cm
23. 13 cm
24. 18◦ e27◦
25. α = 150◦
26. 21 cm
27. x = 10
28. x = 45◦
29. (b)
30. demonstração
31. (c)
56
Aula 15 – Áreas
1 1
1 1
A B C D 4
A B
Figura 2: Medidas de segmentos
Figura 4:
Portanto, a medida do segmento é,
Nesta situação encontramos que
1 16 2 1 1
CD = 3 + = Área (retângulo) = 2 + + + =3
5 5 3 4 12
Neste momento, precisamos fazer um co- Os mesmos comentários que fizemos sobre
mentário. Uma vez escolhido um segmento AB a existência de segmentos incomensuráveis são
como unidade, existem segmentos que não po- pertinentes no cálculo de áreas. Isto é, o pro-
dem ser medidos do modo como estipulamos. cesso de medir áreas como introduzido não é
Considere, por exemplo, um quadrado ABCD exato. Vamos deixar para aprofundar o assunto
onde um dos lados é o segmento unitário AB. na disciplina Geometria Básica.
57
Os princı́pios ou postulados que orientam a Justificativa: Para a figura particular repre-
teoria sobre área de figuras planas são: sentada, notamos a seguinte congruência de
triângulos:
(I) Duas figuras planas congruentes possuem a B C
mesma área.
a
(II) Se uma figura A é obtida pela união dis- q
junta de duas figuras B e C, então área(A) A E b D F
= área(B) + área(C).
ABE ≡ CDF , os quais possuem a mesma
Notas área. A congruência implica que AE = DF e
(1) Estamos trabalhando apenas com figuras então EF = b.
para as quais é possı́vel medir a área. Spar = área(ABE) + área(EBCD) =
(2) Falamos sobre congruência de figuras. = área(CDF ) + área(EBCD) =
Grosseiramente, duas figuras congruentes = área(EBCF ) = EF h = bh.
são aquelas que podem ser superpostas uma Por outro lado, no triângulo retângulo
sobre a outra com coincidência total. Dei- BEA, temos que
xamos o aprofundamento da questão para a
disciplina de Geometria Básica. BE = a sen θ ⇒ Spar = a b sen θ.
Nota: A justificativa do cálculo da área apresen-
2. Fórmulas principais tada partiu de uma construção feita sobre o pa-
ralelogramo. Na argumentação, foi crucial que
Em seguida vamos representar, ilustrar as fi-
o pé da perpendicular traçada de B à reta su-
guras geométricas estudadas até agora e ao lado
porte do lado AD caı́sse no interior do segmento
escrever a fórmula que permite o cálculo da área.
AD. Veja a Figura anterior e o ponto E, pé da
Em alguns casos, faremos breve justificativa. A
perpendicular. Mas, para certos paralelogramos
tônica, no entanto, é deixar para aprofundar
isto não ocorre. Como justificar em todas as
mais o assunto na disciplina Geometria Básica.
situações a fórmula da área do paralelogramo?
Por enquanto, o foco principal que desejamos é
Pedimos mais uma vez que você aguarde para
o operacional, a resolução de problemas.
resolver esta questão no âmbito da disciplina
Geometria Básica.
2.1 Quadrado
l 2.4 Triângulos
S = l2
l l h h Stri =
b.h
2
b b
l
Justificativa: Tome um triângulo ABC qual-
2.2 Retângulo quer e construa paralelas como indicado, na fi-
gura abaixo. Isto é, EC AB.
A E
h S =b·h
b h
2.3 Paralelogramo
B C B b C
1 1
Spar = b.h Stri = área(AEBC) = b · h
a h 2 2
Spar = a b sen θ Pudemos escrever a fómula acima justificada
q
A b D pela congruência ABC ≡ CEA.
58
2.5 Outras expressões para área do triân- 2.6 Losango
gulo
i) a, b (lados) e α (ângulo entre os lados a e b)
D dD
Slos =
2
a ab sen α
S= d
2
a
b 2.7 Trapézio
√ B
l l l2 3
S=
4 2.8 Cı́rculo
l
r
iii) a, b e c (medida dos lados do triângulo) e p o Sc = πr2
semi-perı́metro
S= p(p − a)(p − b)(p − c), 2.9 Coroa circular
c b a+b+c
onde: p = .
2
a
O
R r S = πR2 − πr2
Nota: p é dito semi-perı́metro.
59
Exercı́cios 4. (UFRJ - 2002) A figura abaixo mostra duas
circunferências que se tangenciam interior-
1. (UFRJ - 2001 - Não Especı́fica) As cinco
mente. A circunferência maior tem centro
circunferências da figura são tais que a in-
em O. A menor tem raio r = 5 cm e é
terior tagencia as outras quatro e cada uma
tangente a OA e a OB. Sabendo-se que o
das exteriores também tangencia duas das mede 60o , calcule a medida do
ângulo AOB
demais exteriores.
raio R da circunferência maior.
r
A B
O
R
M N
A B
h
60
8. (UFRJ - 2001) O retângulo está inscrito no 12. (UNESP - 92) O ângulo central AOB refe-
−−→
retângulo W XY Z, como mostra a figura. rente ao cı́rculo da figura mede 60o e OX
Sabendo que AB = 2 e AD = 1, determine é sua bissetriz. Se
√ M é o ponto médio do
o ângulo θ para que a área de W XY Z seja raio OC e OC = 5 cm, calcular a área da
a maior possı́vel. figura hachurada.
X
A
A q B O M C
W X
Y B
D C
b) 34o a
B E
c) 36o C B
d) 38o
e) 40o C D
M N
B O R R
P C
61
16. (UNI-RIO - 94) Na figura abaixo, ABCD é 21. (UNI-RIO - 94) A área da região hachurada,
um retângulo. na figura abaixo, onde ABCD é um qua-
drado e o raio de cada circunferência mede
B C 5 cm, é igual a:
E D
A C
F
A D
B
25(4 − π)
a) Qual a medida do segmento EF ? a) cm2 b) 25(π − 2) cm2
2
b) Qual a área do triângulo AED ? 25(π − 2)
c) 25(4 − π) cm2 d) cm2
2
5(4 − π)
17. (UFRJ - 92 - Não Especı́fica) e) cm2
4
4cm 22. (UERJ - 94) Observe a figura abaixo
2 2cm (ABCD), que sugere um quadrado de lado
a, onde M e N são, respectivamente, os
45
0
pontos médios dos segmentos CD e AD, e
13cm F a interseção dos segmentos AM e BN .
Utilizando esses dados, resolva os itens a
Para o trapézio representado na figura eb y
acima, calcule: M
D C
a) a altura; b) a área.
62
24. (UFF - 89) Cortando-se pedaços quadrados 28. (FUVEST - 2000) Na figura, ABC é um
iguais nos vértices de uma cartolina retan- triângulo retângulo de catetos AB = 4 e
gular de 80 cm de comprimento por 60 cm AC = 5. O segmento DE é paralelo a AB,
de largura, obtém-se uma figura em forma F é um ponto de AB e o segmento CF
de cruz. Se a área da cruz for a terça parte intercepta DE no ponto G, com CG = 4
da área retangular original o tamanho do e GF = 2. Assim a área do triângulo
lado de cada quadrado é igual a: CDE é:
√ √ √ 16
a) 5 √2 cm b) 10√ 2 cm c) 15 2 cm a)
3 C
d) 20 2 cm e) 25 2 cm
35
√ b)
6
25. (UNIFICADO - 86) Seja 3 a medida do
39
lado do octógono regular da figura. Então, c) G
a área da região hachurada é: 8 D E
40
√ d)
a) 3( 3 − 1) 9 A F B
√ 70
b) 4( 3 − 1) e)
√ 9
c) 3(1 + 2) 29. A figura abaixo é um quadrado e AB =
√ 4. Calcule a área, interior ao semi-cı́rculo,
d) 2(1 + 3)
√ √ indicada.
e) 2( 2 + 3)
A B
63
Respostas – Aula 15 28. d
√
1. A = 4 − 4π + 2 2π 29. 4π + 2
√
2. a) (7 3 + 12) cm2 30. b
√
20 3 31. S = (2π − 4) cm2
b) AMN P Q = + 12 <
3
√ 32. a
< AABC = (7 3 + 12)
3. b
4. 15 cm
5. e
6. b
7. d
8. θ = 45o
9. c
10. c
11. 20 m2
5
12. S = (2π − 3)
12
√ π
13. S − 3 −
2
5
14.
7
15. b
17. a) 2 cm b) 17 cm
18. a) 30 cm2 b) 2 cm
19. b
20. e
21. a
a2
22. a) Demonstração b) u.a.
20
23. c
24. d
25. c
26. b
27. e
64