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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

CENTRO DE HUMANIDADES
CURSO DE GRADUAÇÃO EM LESTRAS - LICENCIATURA
LITERATURA CEARENSE
PROFESSOR: CARLOS AUGUSTO
ESTUDANTE: SARAH LISBOA DE OLIVEIRA

ROTEIRO DE LEITURA DO ROMANCE LUZIA-HOMEM, DE DOMINGOS


OLÍMPIO

FORTALEZA – CEARÁ

2018
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
LITERATURA CEARENSE
PROFESSOR: CARLOS AUGUSTO
ESTUDANTE: SARAH LISBOA DE OLIVEIRA

ROTEIRO DE LEITURA DO ROMANCE LUZIA-HOMEM, DE DOMINGOS


OLÍMPIO
1. ELEMENTOS DA NARRATIVA
 O romance se inicia com a descrição do ambiente preparando um retrato físico e social
do Curral do Açougue. O quadro vai se desenhando pitoresco e de uma simplicidade
banal, ao mesmo tempo que evocações nostálgicas são suscitadas. Vai sendo traçado um
clima de dualidade entre a história heroica do lugar e a construção em ascensão da cadeia.
 De fato até as vozes que vinham da construção prenunciavam a natureza da construção,
a natureza reflete o psicológico de tensão.

E davam conta da tarefa, suave ou rude, uns gemendo, outros cantando


álacres, numa expansão de alívio, de esperança renascida, velhas canções,
piedosas trovas inolvidáveis, ou contemplando com tristeza nostálgica, o céu
impassível, sempre límpido e azul, deslumbrante de luz. Esse concerto
esdrúxulo de vozes humanas em cânticos e queixumes, de rugidos da matéria
transformando-se aos dentes dos instrumentos, aos golpes dos martelos, de
brados de comando dos mestres e feitores, essa melopéia do trabalho
amargurado ou feliz, era, às vezes, interrompido por estrídulos assobios,
alarido de gritos, gargalhadas rasgadas e as vaAias de meninos que se
esganiçavam:

 O primeiro contato com Luzia, se é dado através dos olhos do francês Paul, Luzia faz
parte multidão de retirantes que trabalham na construção da penitenciaria no Sobral.
 Duas coisas ficam marcadas pelo narrador, a visão do estrangeiro, o francês Paul é
definido como um ser singular e solitário, de hábitos tão estranhos ligados a um grau de
instrução elevado e quase sacros.
 O segundo elemento é a forma como Luzia chama a atenção deste homem, ao qual escreve
em seus cadernos ser uma mulher extraordinária, o encanto de Luzia é imediatamente
colocado em pauta com as opiniões de homens e mulheres, com sua conduta
irrepreensível, dona de uma força física impar e uma beleza misteriosa ela acaba sendo
alvo de fofocas e burburinhos. Chamando logo a atenção do Crapiúna.
 Crapiúna fica claro, goza de um status privilegiado, o de soldado. Seus primeiros
momentos são apenas para delimitar o que é a figura do soldado.
 O soldado dentro do sertão auxiliado da figura do cangaceiro, era um elemento
carismático, corajoso e aventureiro. Uma representação da ordem. No caso do Crapiúna,
a condição de soldado é um embelezador, Capriúna é ser desagradável, à homens e as
mulheres, neste caso tudo que ele tinha de melhor seja de estética ou moral, vinha de ser
um soldado.
 A Fama de Crapiúna já arranhava de mal modo sua postura de soldado, de modo que,
quando Luzia leva ao seu tenente que o Capriúna a importunava, ele é transferido de posto
e o povo se sente aliviado e de modo dão razão a Luzia, pois este já era visto como uma
ameaça para moças solteiras e casadas, tal era a sua má reputação.

— O que mais me admira é que não se diz dela tanto assim — afirmou
Crapiúna pensativo, riscando com a unha do polegar a ponta do indicador.
— É por ser mais velhaca que as outras... Pergunta ao Alexandre...
— Que Alexandre? Aquele alvarinto que servia de apontador na obra: e
passou depois para o armazém da Comissão? ... Aquilo é defunto em pé. Não
é qualidade de homem para um como eu.
— O caso é que ele gosta dela. Estão sempre perto um do outro, ao passo
que o Crapiúna velho foi posto fora, como um cachorro tinhoso, e está aqui
gemendo no serviço...

 Recebemos uma imagem de como Luzia vê os retirantes, como também os efeitos da seca
em sua personalidade. Este traço vem mais personificado na mãe de Luzia, senhora doente
quase em valida extremamente religiosa.
 Somos então apresentados ao rival amoroso de Crapriúna, Alexandre, homem tímido e
delicado, que muito agrada a Luzia com sua amizade. A moral e a idoneidade deste são
primores, longe de fofocas típicas do povão e ainda assim mantando uma boa opinião
pública apesar de seu laço com Luzia que não era muito querida pelas mulheres da região.
 Alexandre aparece no momento em que Luzia muito preocupada com a obsessão do
soldado por ela, pensa em fugir sumindo na turba de fugitivos da seca. Ele emerge
apresentando soluções para o seu problema, aonde ele daria uma surra no soldado, este
com ego ferido recebe um não da moça.
 Não tendo meios para pagar uma carroça para a mão adoentada e temendo o falatório do
povo se Alexandre tentasse tomar satisfações com o soldado, Luzia desiste
respectivamente de fugir e recusa a ajuda do amigo.
 Nesse ponto enquanto Luzia lamenta seu estado de desamparo, pela mãe do doente e
apesar da devoção do amigo Alexandre, não poder se confidenciar com ele. Eis que surge
Teresinha, moça de natureza curiosa que ao ver Luzia banhar-se decide travar com ele
uma sincera amizade.
 As duas passam então a compartilhar suas desconfianças e certezas quanto a má índole
de Crapriúna. Enquanto as duas desfiam sobre o fato da seca ter acabado com fazendas e
famílias.
 Durante sua prova se encontram com Crapiúna.

— O demônio te carregue, peste — resmungou Teresinha quando Crapiúna se


reuniu à escolta — Tu só prestas para carregar porcaria de preso. Por estas e
outras é que eu não ando de mãos abanando. Era encrespar-se para mim aquele
excomungado, metia-lhe no bucho este canivete até o cabo.. . — E tinha
corarem? — perguntou Luzia encarando na franzina moça e na fina lâmina da
arma, que ela trazia oculta no cós da saia. — Ora, ora, ora! ... Fisgava-o sem
dó nem compaixão. Não me importava de ser presa, nem tenho a vida para
negócio ... desgraça por desgraça... Ah! minha camarada, já sofri tudo de ruim
deste mundo; passei por vexames e desgostos... Só lhe contando isso por
miúdo ... Deixe estar que os desaforos daquele cabra miserável não caíram no
chão. Paga-me mais cedo ou mais tarde, tão certo como chamar-me Teresa de
Jesus...

 Tal postura marca a personalidade de Teresinha como bem ao gosto das mulheres da terra,
diferente de Luzia que é recatada, tímida e frágil, Teresinha não é mais virgem pois saíra
da casa dos pais para morar “junta” com um homem que morrera tempo depois, ficando
sozinha no mundo dá voz a sua valentia.
 A inimizade de Teresinha com o Capriúna se firma, à medida que os galanteios grosseiros
do soldado aumentam para com sua amiga.
 Luzia pela recém feita amiga fica sabendo que Alexandre entrara numa briga com o
Crapiúna pela defesa de uma menina, esta desconfia logo que os motivos sejam a defesa
de sua virtude. E apesar de seus dito de não querer que o rapaz tomasse suas dores, fica
se sentindo secretamente lisonjeada pela defesa do rapaz.
– Já fiz as minhas orações, mãezinha. O meu lugar – Deus me perdoe – é aqui
a seu lado, tratando-a, a ver se podemos deixar logo esta terra. – O quê!!... A
terra não tem culpa do que padecemos. Admira de pensares ainda em
semelhante coisa. Desengana-te, filhinha da minha alma. Havemos de ficar e
talvez morrermos aqui, quando Deus for servido... – Também, mãezinha, não
faz caso dos remédios, que têm custado um dinheirão. Se tomasse de verdade
os da receita do doutor Helvécio... Olhe ele quase sarou a mãe da Gabrina.
Muito mais doente e com moléstia ruim, teria ficado boa, se não se metesse
com meizinhas e feitiçarias ensinadas. Pelo menos conseguiu viver muito... –
Porque a hora não era chegada. – Só queria que melhorasse. Era capaz de
carregá-la nas costas, como criança de peito, até à Barra.

 Chegada em casa, Luzia conversa com a mãe. Percebe- se que a doente ao não tomar
seus remédios amarra ainda mais Luzia no exato lugar que está.
 Como é típico das moças da época, Luzia cuida de sua mãe com zelo embora tente
convence-la a se mudar.
 Na casa de Luzia conversam os três, Luzia, Alexandre e Zefinha. As novidades da casa
da Comissão trazidas por Alexandre, ao mesmo tempo que é questionado o que lhe
prenderia aquele lugar. Luzia neste instante já sonda o coração do rapaz.
 Alexandre justifica com naturalidade como ainda está ali por Luzia, ao que relembra a
primeira vez que a viu e depois dando um mimo de cravos e fruto a esta, enternecida e
temendo por ele, a moça procura repreende-lo pela briga com o soldado. O rapaz não se
deixa afetar, retorquindo com as atitudes erradas feitas pelo Crapiúna.
 Vendo a coragem de Alexandre, Luzia tenta convence-lo a ajuda- la no processo de tirar
a mãe enferma para Acaracu.
 O mesmo a surpreende ao invés com uma proposta de casamento para morarem numa
região não tão distante.
 A cena é finda com o narrador induzindo à uma tensão na trama, insinuada através das
pessoas que passando na janela escutam a proposta de casamento e saem a fofocar:

– Que lhes dizia eu?... Vote!... Já estão bem principiados no namoro! –


exclamou uma delas indicando, com um gesto do mento, Luzia e Alexandre,
transidos de pejo, como delinqüentes apanhados em flagrante crime de amor.
O grupo desapareceu correndo e tagarelando, aos empurrões e palmadas, com
maneiras desenvoltas. Dominava o murmúrio de risos e chacotas grosseiras, a
gargalhada estridente e sarcástica de Romana, a lúbrica, a roliça e quente
cabocla de dentes pontiagudos.
***

Não havia mais esperança. Os horóscopos populares aceitos pela


crendice, como infalíveis: a experiência de Santa Luzia, as indicações do
Lunário Perpétuo e a tradição conservada pelos velhos mais atilados, eram
negativas, e afirmavam uma seca pior que a de 1825, de sinistra impressão na
memória dos sertanejos, pois olhos-d’água, mananciais que nunca haviam
estancado, já não merejavam. 15 Os socorros, distribuídos pelo governo, não
podiam chegar aos centros afastados, por falta de condução, ou eram os
comboios de víveres assaltados por bandos de famintos, malfeitores e
bandidos, organizados em legiões de famosos cangaceiros.

 O narrador através de um flash back retoma o cenário pré Luzia chegar à Sobral.
Pintando o retrato da seca e dos retirantes, numa mistura de má aventurança e descaso
do governo.

Em tão aflitiva conjunção, era natural que os retirantes, por instinto de


conservação, procurassem o litoral, e abandonassem o sertão querido, onde
nada mais tinham que perder; onde já não podiam ganhar a vida, porque à
miséria precedera o fatal cortejo de moléstias infecciosas, competindo com a
fome e a sede na terrível faina de destruição.

 Essa imagem é duplamente reforçada pelo momento seguinte em que a mãe de Luzia,
ao passar mal diz ter medo de tomar o remédio receitado pelo Doutor, por uma das
vizinhas ter dito que era veneno.
 O reforço das características supersticiosas e típicas do determinismo.
 Ao mesmo tempo que Alexandre é mostrado como elemento precioso para a
sobrevivência de Luzia, seja dividindo com ela seus ganhos ou convencendo a mãe
enferma de tomar o remédio.
 Apesar de sua afeição, Luzia se nega a dar uma resposta ao pedido de casamento de
Alexandre. Quando o rapaz volta ao assunto ela não faz mais do que encolher de
ombros.
 Chega Terezinha com a notícia de que Alexandre foi preso acusado de estar roubando
o armazém.

– Mas... que aconteceu, mulher de Deus? – Cheguei-me a elas e soube então...


Imagina como fiquei estatelada, e caí das nuvens quando me disseram que
Alexandre estava preso... – Preso!... – exclamou Luzia aterrada – Preso?!...
Preso por quê?... – Foi o que perguntei. Então a avoada da Romana começou
a caçoar: ora o moço precisava preparar-se para o casório; não teve dúvidas;
passou a mão... – Mas... é mentira!... – Eu também tenho Alexandre em conta
de pessoa incapaz de se sujar com o alheio; mas a verdade é que foi preso e lá
está, na casa da Comissão, com o delegado...

 Sabendo da notícia Luzia prontamente assume a certeza da inocência de Alexandre


rompendo com seu estado natural comedido e calmo, pedindo unicamente que
Terezinha cuide de sua mãe enquanto sai num impulso.

***

 Na porta do armazém se concentra a algazarra de pessoas curiosas e indignados, na porta


controlando a cena está o Crapiúna no comando de mais dois guardas impedindo o
acesso a membros da Comissão, o delegado de polícia e o promotor público.

prevaleceu o depoimento de Crapiúna, afirmando haver visto, à meia-noite,


mais ou menos, um vulto com uma trouxa volumosa subir apressadamente a
rua na direção da igreja. Não jurava que fosse Alexandre, por não ter, em
consciência, absoluta certeza, e para que não dissessem que o acusava por
andar 19 enticado com ele; mas a verdade é que tinha o mesmo andar e a
mesma estatura. Não o perseguira por não lhe passar, então, pela cabeça, a
idéia de um crime tão vil.

 Passando por cima dos guardar fazendo jus ao dito de Luzia Homem, a moça corta a
multidão para falar em favor fervorosamente de Alexandre. Questionando os motivos
de sua prisão, se o mesmo passara a noite com ela cuidando de sua mãe adoentada e só
saindo pela manhã.
 O arroubo da moça rende a admiração dos homens notórios presentes, tanto pela sua
defesa sincera e inocente, tanto pelo estado de afogueada carreira e cabelos soltos.

– E se não conseguirem isso? – perguntou Luzia impaciente – Ficará preso


toda a vida?!... – Não se aflija – ponderou o promotor, intervindo, e no intuito
de amenizar a pungente cena. – Sente-se, repouse. A senhora está muito
exaltada, acalme... Que estupendo tipo! Que formoso cabelo – observou à
puridade, voltando-se para um dos comissários.
 Alexandre mesmo com os pedidos e alegações de Luzia quanto a sua inocência é levado
preso, ao ser levado a moça expõe ainda para promotor e delegado das intenções do
Crapiúna mostrando uma de duas cartas e rivalidade para com Alexandre.
 O soldado é repreendido, sendo relembrado que já havia sido afastado do primeiro posto
por importunar a moça.
 Promotor e Delegado vendo a carta e interação do Crapiúna com Luzia conjecturam se
o caso do roubo do armazém não seria no fundo uma disputa amorosa pela bela moça.
A suspeita sobre o soldado é plantada:

O promotor voltando-se, então, para o delegado e os comissários, ponderou:


– Não será esta carta um indício precioso?... Na minha opinião, deve ser
vigiado aquele soldado.

 Na casa de Luzia, Teresinha tenta da melhor forma cuidar de Tia Zefa.


 Luzia quando chega se apoia na amiga Terezinha. Ficam assim as três juntas, Terezinha
auxiliando mãe e filha tão desanimadas com mais este súbito revés do destino. Luzia
passa a levar o almoço e visitar Alexandre na prisão.
 A postura de Luzia para com o rapaz a esta altura está completamente mudada,
chegando a tramar junto com Terezinha conseguir dois mil réis, para comprar rosas de
libra com as quais Rosa não “rezaria” sem. Mostrando passar por cima de preconceitos
e receios religiosos para soltar o moço.

– A você, – tornou Teresinha à puridade – nada devo ocultar – Eu queria os


dois mil-réis para o responsio... – O responsio?!... – Sim, para comprar duas
velas de libra... A Rosa não reza sem isso...
 Sem terem como pagar reza ou um “Doutô” para Alexandre, Luzia segue colocando sua
esperança no promotor.
 Na prisão, Alexandre se vê acossado pelo ambiente sujo e inóspito, tanto quanto pelo
tipo de pessoas de índole do pior tipo, renovando sempre os ânimos com a visitas de
Luzia e com o desejo de que ela lhe traga boas notícias do processo ou até mesmo a
liberdade.
 É chegado um novo dia, sendo visitadas por Raulino que vinha trazendo suas rações,
sertanejo querido que fora salvo por Luzia no dia em que Alexandre a olhara pela
primeira vez. Sua visita rende uma descrição minuciosa e precisa do processo de pilar
o grãos para beber o café na hora.
 O dia se sucede normalmente daí, com Luzia indo levar o almoço do moço preso porem
sendo acossada pelo Capriúna, de modo que a moça se esvai rápido se esquecendo de
contar sua novidade ao amigo.
 Luzia resoluta a conseguir os dois mil réis resolve vender os cabelos para o promotor, a
mulher dele comovida com a jovem lhe paga cinco mil réis para que não corte.

***

 Terezinha vai pela amiga tratar com a Rosa, para que esta fizesse a reza que revelasse o
verdadeiro culpado do roubo. Terezinha volta da casa de Rosa para dar notícia a Luzia.
– Então?... – inquiriu Luzia, com ânsia. – Quase morro... – respondeu ela,
comprimindo os quadris magoados. – Nunca mais... me meto em outra...
Credo!... Quem de uma escapa... – Que houve?... Que te aconteceu?... – Um
horror!... – E o responso?... – A Rosa rezou... – O ladrão não é Alexandre... –
Não sei... – Fala, mulher, pelo amor de Deus. É preciso que a gente esteja a te
espremer... – Ainda tenho a cabeça meia atordoada e as pernas lassas... Sinto
ainda uma dor aqui nas cadeiras...
 A espera de que a amiga lembre-se das visões tidas na casa de Rosa, Luzia se tortura
quanto a inocência de Alexandre e se mesmo poderia ama-lo.

Sentia-se incapaz de amar; carecia-lhe a fraqueza sublime, essa


languidez atributiva da função da mulher no amor, a passividade pudica, ou
aviltante da fêmea submissa ao macho, forte e dominador, irresistível, como
aprendera na intuitiva lição da natureza; essa comovente timidez de novilha
ante a investida brutal do touro lascivo, sem prévios afagos sedutores, sem
carícias de beijos correspondidos, como nos idílios das rolas mimosas. Não;
não fora destinada à submissão.

 Confusa com suas inquietações, Luzia pergunta a Terezinha se ela amou outra vez
desde o primeiro marido, está por sua vez põe-se a relatar seus casos amorosos.
 Entre conversarem sobre o passado de Terezinha, ambas escutam passos no quintal e
vozes, ao qual têm certeza que uma delas pertence ao Capriúna.
 A tensão se aperta na trama, Luzia ainda se desentende com Alexandre por acreditar
numa fofoca em cima de uma moça que Alexandre teria prometido casamento.
 A esposa do promotor intervém mostrando que sua desconfiança de Alexandre é fruto
de seu amor por ele.
 O Crapiúna conversa com seu companheiro de que já é casado, e que a mulher o
abandonou depois de lhe ter dado uma sova.
 Terezinha substitui Luzia para deixar a comida de Alexandre.

– Sei; mas somente para mostrar agradecimento e não por merecimento meu.
Sinto que está tudo acabado entre nós. Luzia é decidida, e bem percebi que
não tinha mais nada que esperar quando me disse, francamente, aí, nesse lugar
em que você está agora: – quando for solto, cada um de nós tomará o seu rumo.
– Mas, por isso, não deve recusar o de-comer, que ela mesma preparou com
tanto gosto. – Não há mais razão para repartir comigo a porção, que mal chega
para ela e a mãe. – Pensei que só nós, mulheres, éramos caprichosas.

 A mudança afeta profundamente Luzia que no trabalho é notada pelos seus traços agora
mais femininos, envergonhada das atenções e por preferir as tarefas mais delicadas, ao
contrário das tarefas braçais de antes.
 Aos poucos o sofrimento dos apaixonadas vai mudando a opinião da população,
enquanto o Crapiúna fica cada vez mais irritadiço.
 Entre as bebedeiras do soldado é que Terezinha o pega contando o dinheiro do roubo
no quintal.
 A trama se desenrola ligeira, de forma que Teresinha fica de tocaia para achar o dinheiro
roubado. E Luzia junto a mocinha que a Alexandre defendera do soldado é confrontada
com a verdade de que Alexandre nunca teve caso ou promessa de casamento com outra
mulher além dela.

– Esta sua criada – afirmou Teresinha, com ênfase, batendo no peito, com
largo gesto de contentamento. Contou, então, como descobrira o esconderijo
do dinheiro, as aflições suportadas com heroísmos, fanfarroneou a coragem, o
sangue-frio, apesar de fraca, não era mofina, 69 e mais não morrera de terror
quando se viu a sós com o malfazejo soldado, e passeou a narrar a entrevista
com o sargento Carneviva. – Que quer você? – disse ele, apurado, riscando
com proficiência grave, mapas e tabelas. – Vim aqui dar parte... – respondeu,
perturbada pela severidade do homem de má cara, muito barbada e muito
fechada. – Anda depressa, que estou muito ocupado. Comando o
destacamento na ausência do tenente, que foi fazer uma diligência, e não tenho
tempo para trelas. Teresinha, muito sobressaltada, denunciou-lhe a cena do
jogo em casa de Belota e a briga de Crapiúna com os paisanos.
 Desmascarado Crapiúna e Gabrina, Alexandre é finalmente solto indo falar com
Teresinha quanto ao paradeiro de Luzia.
 Apesar da liberdade de Alexandre continuam os dois separados pelas brigas típicas de
amantes.
 Teresinha por sua vez, enquanto lamenta o casal amigo que segue infeliz reencontra a
própria família que abandonara, no meio da turba dos retirantes.
 Luzia cada vez mais amargurada volta a ser alvo de zombarias, chegando a suspeitar
que Teresinha e Alexandre estivessem juntos as suas costas.

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