Sei sulla pagina 1di 32

Questão 01 do século 12 ao cinema de Hollywood, teríamos perdido o

verdadeiro sentido do amor medieval, que seria uma doença


da qual devemos fugir como o diabo da cruz.
No meio das tabas de amenos verdores
Para além dos céticos e crentes, a literatura medieval de
Cercadas de troncos – cobertos de flores,
amor cortês é marcante pela sua descrição do que seria
Alteião-se os tectos d’altiva nação;
esse pathos amoroso. Uma doença, uma verdadeira desgra-
São muitos seus filhos, nos animos fortes,
ça para quem fosse atingindo em seu coração por tamanha
Temiveis na guerra, que em densas cohortes
tristeza. André Capelão, autor da época (Tratado do Amor
Assombrão das matas a imensa extensão
Cortês, ed. Martins Fontes), sintetiza esse amor como sendo
uma 9"doença do pensamento". Doença essa que podemos
São rudes, severos, sedentos de gloria,
descrever como uma forma de obsessão em saber o que ela
Já prelios incitão, já cantão victoria,
está pensando, o que ela está fazendo nessa exata hora em
Já meigos attendem a voz do cantor:
que penso nela, com o que ela sonha à noite, como é seu
São todos tymbiras, guerreiros valentes!
corpo por baixo da roupa que a veste, o desejo incontrolável
Seu nome la vôa na bocca das gentes,
de ouvir sua voz, de sentir seu perfume. Mas a doença avan-
Condão de prodigios, de gloria e terror!
(Gonçalves Dias, in "Últimos cantos") ça: sentir o gosto da sua boca, beijá-10la por horas a fio.
11
Mas, quando em público, jamais deixe ninguém saber que
Nesse trecho, o poeta apresenta a tribo dos timbiras. Cons- se amam. Capelão chega a supor que desmaios femininos
tatamos, sem dificuldades, que a ortografia da época era, em poderiam ser indicativos de que a infeliz estaria em presença
muitos aspectos, diferente da que usamos atualmente. Tendo de seu desgraçado objeto de amor inconfessável. A inveja
isso em vista, considere as seguintes afirmativas: dos outros pelos amantes, apesar de 12condenados a 13triste-
I. As palavras paroxítonas terminadas em ditongo não eram za pela interdição sempre presente nas narrativas (casados
acentuadas naquela época, diferentemente de hoje. com outras pessoas, detentores de responsabilidades públi-
cas e privadas), se dá pelo fato que se trata de uma doença
II. As formas verbais se alternam entre presente e futuro do encantadora quando correspondida.
presente do indicativo, com a mesma terminação. Nada é mais forte do que o desejo de estar com alguém a
quem você se sente ligado, mesmo que a milhares de qui-
III. A 3ª pessoa do plural dos verbos do presente do indicati- lômetros de distância, sem poder trocar um único olhar ou
vo se diferencia graficamente da forma atual. toque com ela.
O erro dos modernos românticos teria sido a ilusão de que
IV. Os monossílabos tônicos perderam o acento na ortografia esses medievais imaginariam o amor romântico numa escala
contemporânea. universal e capaz de 14CONVIVER com um apartamento de
Assinale a alternativa correta. dois quartos, pago em cem anos.
Não, o amor cortês seria algo que deveríamos temer justa-
(A) Somente a afirmativa I é verdadeira. mente por seu caráter intempestivo e avassalador. Sempre
fora do casamento, teria contra ele a condenação da norma
(B) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. social ou religiosa que, aos poucos, 15levaria as suas vítimas
à destruição, psicológica ou física.
(C) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras. Para os medievais, um homem arrebatado por esse amor
(D) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras. tomaria decisões que destruiriam seu patrimônio. A mulher
perderia sua reputação. Ambos viriam, necessariamente,
(E) As afirmativas I, II, III e IV são verdadeiras. a morrer por conta desse amor, fosse ele em batalha, por
obrigação de guerreiro, fosse fugindo do horror de trair seu
melhor amigo com sua até então fiel esposa. Ela morreria
eventualmente de tristeza, vergonha e solidão num conven-
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO to, buscando a paz de espírito há muito perdida. A distância
A DOENÇA DO AMOR física, social ou moral, proibindo a realização plena desse
desejo incessante como tortura cotidiana.
Existe de fato amor romântico? Esta é uma pergunta que O poeta mexicano Octavio Paz, que dedicou alguns textos ao
ouço quando, em sala de aula, estamos a discutir questões tema, entendia que a literatura medieval descrevia o embate
como literatura romântica dos séculos 18 e 19. 1Quando o entre virtude e desejo, sendo a desgraça dos apaixonados
público é composto de pessoas mais maduras, a tendência é a maldição de ter que 16PÔR medida nesse desejo 17(nesse
um certo ceticismo, muitas vezes elegante, apesar de trazer amor fora do lugar), em meio à insuportável 18CULPA de estar
nele a marca eterna do desencanto. doente de amor.
Quando o público é mais 2jovem há uma tendência maior de
crença no amor romântico. 3Alguns diriam que 4essa crença Questão 02
é típica da idade jovem e inexperiente, assim como crianças
creem em Papai Noel.
Observe as afirmativas a seguir:
Mas, em matéria de amor romântico, melhor ainda do que ir
em busca da literatura dos séculos 18 e 19 é ir 5à fonte primá-
I. O verbo SONHAR (ref. 7) está conjugado no tempo preté-
ria6: a literatura europeia medieval, verdadeira fonte do amor
rito do modo subjuntivo.
romântico. A literatura conhecida como amor cortês.
II. O acento gráfico em PÔR (ref. 16) se justifica devido à
Especialistas no assunto, como o suíço Denis de Rougemont,
regra de acentuação dos monossílabos tônicos.
suspeitavam que a literatura medieval criou uma verdadeira
III. O verbo CONVIVER (ref. 14) é formado por derivação
expectativa neurótica no Ocidente sobre o que seria o amor
prefixal.
romântico em nossas vidas concretas, fazendo com que 7SO-
IV. A palavra CULPA (ref. 18) é um substantivo formado por
NHÁSSEMOS com algo que, na verdade, nunca existiu como
um processo deverbal.
experiência universal. 8Dos castelos da Provence francesa
3
De acordo com a língua-padrão, estão corretas: – Amolar um bicho tão pequenininho é o mesmo que judiar.
Doril não disse mais nada, qualquer coisa que ele dissesse
(A) I e II. ela aproveitaria para outra acusação. Era difícil tapar a boca
de Diana, ô menina renitente. Ele preferiu continuar olhando
(B) I e III. o louva-deus. Soprou-o de leve, ele encolheu-se e vergou o
corpo para o lado do sopro, como faz uma pessoa na ven-
(C) I, III e IV. tania. O louva-deus estava no meio de uma tempestade de
vento, dessas que derrubam árvores e arrancam telhados e
(D) II e IV. podem até levantar urna pessoa do chão. Doril era a força
(E) II,III e IV. que mandava a tempestade e que podia pará-la quando qui-
sesse. Então ele era Deus? Será que as nossas tempestades
também são brincadeira? Será que quem manda elas olha
para nós como Doril estava olhando para o louva-deus? Será
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES que somos pequenos para ele como um gafanhoto é peque-
no para nós, ou menores ainda? De que tamanho, comparan-
DIÁLOGO DA RELATIVA GRANDEZA do – do de formiga? De piolho de galinha? Qual será o nosso
tamanho mesmo, verdadeiro?
Sentado no monte de lenha, as pernas abertas, os cotove- Doril pensou, comparando as coisas em volta. Seria engra-
los nos joelhos, Doril examinava um louva-deus pousado nas çado se as pessoas fossem criaturinhas miudinhas, vivendo
costas da mão. Ele queria que o bichinho voasse, ou pulasse, num mundo miudinho, alumiado por um sol do tamanho de
mas o bichinho estava muito à vontade, vai ver que dormindo uma rodela de confete.
– ou pensando? Doril tocava-o com a unha do dedo menor e Diana lambendo os dedos e enxugando no vestido. Qual se-
ele nem nada, não dava confiança, parece que nem sentia; ria o tamanho certo dela? Um palmo de cabeça, um palmo
se Doril não visse o leve pulsar de fole do pescoço – e só de peito, palmo e meio de barriga, palmo e meio até o joelho,
olhando bem é que se via – era capaz de dizer que o pobre- palmo e meio até o pé... uns seis palmos e meio. Palmo de
zinho estava morto, ou então que era um grilo de brinquedo, quem? Gafanhoto pode ter seis palmos e meio também –
desses que as moças pregam no vestido para enfeitar. mas de gafanhoto. Formiga pode ter seis palmos e meio – de
Entretido com o louva-deus Doril não viu Diana chegar co- formiga. E os bichinhos que existem mas a gente não vê, de
mendo um marmelo, fruta azeda e enjoada que só serve para tão pequenos? Se tem bichos que a gente não vê, não pode
ranger os dentes. Ela parou perto do monte de lenha e ficou ter bichos que esses que a gente não vê não veem? Onde
descascando o marmelo com os dentes mas sem jogar a é que o tamanho dos bichos começa, e onde acaba? Qual
casca fora, não queria perder nada. Quando ela já tinha co- é o maior, e qual o menor? Bonito se nós também somos
mido um bom pedaço da parte de cima e nada de Doril ligar, invisíveis para outros bichos muito grandes, tão grandes que
ela cuspiu fora um pedaço de miolo com semente e falou: os nossos olhos não abarcam? E se a Terra é um bicho gran-
– Está direitinho um macaco em galho de pau. degrandegrandegrande e nós somos pulgas dele? Mas não
Doril olhou só com os olhos e revidou: pode! Como é que vamos ser invisíveis, se qualquer pessoa
– Macaco é quem fala. Está até comendo banana. tem mais de um metro de tamanho?
– Marmelo é banana, besta? Doril olhou o muro, os cafezeiros, as bananeiras, tudo bem
– Não é mais serve. maior do que ele, uma bananeira deve ter mais de dois me-
Ficaram calados, cada um pensando por seu lado. Diana tros...
cuspiu mais um caroço. Aí ele notou que o louva-deus não estava mais na mão. Pro-
– Sabe aquele livro de história que o Mirto ganhou? curou por perto e achou-o pousado num pau de lenha, numa
– Que Mirto, seu. É Milllton. Mania! ponta coberta de musgo. Doril levantou o pau devagarinho,
– Mas sabe? Eu vou ganhar um igual. Tia Jura vai mindar. olhou-o de perto e achou que a camada de musgo lembrava
– Não é mindar. É me-dar. Mas não é vantagem. um matinho fechado, com certeza cheio de
– Não é vantagem? É muita vantagem. – Quando é que você vai deixar esse bichinho sossegado?
– Você já não leu o de Milton? Tamanho homem!
– Li mas quero ter. Pra guardar e ler de novo. Doril largou o pau devagarinho no monte, limpou as mãos
– Vantagem é ganhar outro. Diferente. na roupa.
– Deferente eu não quero. Pode não ser bom. – Você não sabe qual é o meu tamanho.
– Como foi que você disse? Diz de novo? Ela olhou-o desconfiada, com medo de dizer uma coisa e
– Já disse uma vez, chega. cair em alguma armadilha. Doril estava sempre arranjando
– Você disse deferente. novidades para atrapalhá-la.
– Foi não. – Você nem sabe qual é o seu tamanho – insistiu ele.
– Foi. Eu ouvi. – Então não sei? Já medi e marquei com um carvão atrás da
– Foi não. porta da sala. Pode olhar lá, se quiser.
– Foi. Ele sorriu da esperada ingenuidade.
– Foi não. – Isso não quer dizer nada. Você não sabe o tamanho da
– Foooi. marca.
Continuariam até um se cansar e tapar os ouvidos para ficar – Sei. Mamãe mediu com a fita de costura. Diz que tem um
com a última palavra se Diana não tivesse a habilidade de se metro e vinte e tantos.
retirar logo que percebeu a dízima. Com pedacinho final do – Em metro de anão. Ou metro invisível.
marmelo entre os dedos, ela chegou-se mais perto do irmão Ela olhou-o assustada, desconfiada; e não achando o que
e disse: responder, desconversou:
– Gi! Matando louva-deus! Olhe o castigo! – Ih, Doril! Você está bobo hoje!
– Eu estou matando, estou? – Boba é você, que não sabe de nada.
– Está judiando. Ele morre. Ela esperou, ele explicou:
– Eu estou judiando?
4
– Você não sabe que nós somos invisíveis, de tão pequenos? balde furado (isto é, um dedal com alça), subiu de um fôlego
– Sei disso não. Invisível é micuim, que a gente sente mas os dentes do pente que servia de escada para a varanda, e
não vê. entrou no caixotinho de giz onde eles moravam. A mãe uma
– Pois é. Nós somos como micuins. formiguinha severa de pano amarrado na cabeça estava es-
Diana olhou depressa para ela mesma, depois para Doril. perando na porta com uma colher e um vidro de xarope nas
– Como é que eu vejo eu, vejo você, vejo minha mãe? mãos, a colher uma simples casquinha de arroz. Doril abriu a
– E você pensa que micuim não vê micuim? boca, fechou os olhos e engoliu, o borrifo de xarope desceu
Diana franziu a testa, pensando. Doril tinha cada ideia. [...] queimando a garganta de formiga.
– Não pode, Doril. A gente é grande. Olha aí, você é quase da
altura desse monte de lenha. VEIGA, J. J. Melhores contos J. J. Veiga. Seleção de J. Aderaldo Cas-
– Está vendo como você não sabe nada? Isso não é um mon- tello. 4. ed. São Paulo: Global, 2000. p. 97-102.
te de lenha. É um monte de pauzinhos menores do que pau
de fósforo. Questão 03
– Ora sebo, Doril. Pau de fósforo é deste tamanho – ela mos-
trou dois dedinhos separados, dando tamanho que ela ima-
ginava. No texto, são apresentadas alterações lexicais como as ocor-
– Isso que você está mostrando não é tamanho de pau de ridas em “Milton” para “Mirto”, em “me-dar” para “mindar”, em
fósforo. Pau de fósforo é quase do seu tamanho. “diferente” para “deferente”. A passagem de DIFERENTE
para DEFERENTE é marcada por:
Diana ficou pensativa, triste por ter diminuído de tamanho de
repente. Doril aproveitou para ensinar mais. (A) uma variação na forma da palavra que implica mudança
– Como você é tapada, Diana. Tudo no mundo é muito pe- de significado.
queno.
O mundo é muito pequeno. – Olhou em volta procurando uma (B) um mesmo tipo de processo que ocorre em Mirto e em
ilustração. – Está vendo aquela jaca? Sabe o tamanho dela? mindar.
– Sei sim. Regula com uma melancia.
– Pronto. Não sabe. É do tamanho de cajá. (C) um estranhamento dado pela inexistência da palavra de-
Diana olhou a jaca já madura em ponto de cair, qualquer dia ferente.
caía.
(D) uma mudança na classe gramatical da palavra que sofre
– Ah, não pode, Doril. Comparar jaca com cajá?
a variação.
– Mas é porque você não sabe que cajá não é cajá.
– O que é então? (E) um registro erudito que é incompatível com a cena narra-
– É bago de arroz. da na história.
Diana olhou em volta aflita, procurando uma prova de que
Doril estava errado.
– E coqueiro o que é? Questão 04
– Coqueiro é pé de salsa.
– E eu? Quanto ao plano da narrativa, os elementos do texto de-
– Você é formiga de dois pés. monstram que:
– Se eu sou formiga como é que eu pulo rego d´água?
– Que rego d´água?
– Esse nosso aí. (A) os limites de compreensão das personagens impedem as
Doril sacudiu a cabeça, sorrindo. divagações acerca dos elementos da natureza.
– Aquilo não é rego d´água. É risquinho no chão, da grossura
(B) a mistura das vozes aproxima o narrador das experiên-
de um fio de linha.
cias vividas pelas personagens.
– E... E aquele morro lá longe?
– Não é morro. Você pensa que é morro porque você é for- (C) a predominância do tempo linear confere um caráter me-
miga. lancólico ao enredo.
Aquilo é um montinho de terra que cabe num carrinho de
mão. (D) os conceitos categóricos de Diana afastam o leitor das
Diana olhou-se de alto a baixo, achou-se grande para ser relações estabelecidas por Doril.
formiga.
– Onde você aprendeu isso? (E) as personagens se desviam da trama, revelando uma vi-
Ela precisava da garantia de uma autoridade para aceitar a são equivocada dos acontecimentos.
nova ideia.
– Em parte nenhuma. Eu descobri. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
Diana deu um riso de zombaria, como quem começa a enten-
der. Tudo aquilo era invenção dele, coisa sem pé nem cabe- NASCE UM ESCRITOR
ça. Como a história de recado por pensamento.
A mãe chamou da janela. Doril desceu do monte de lenha, O primeiro dever passado pelo novo professor de português
um pau resvalou e feriu-o no tornozelo. Ele ia xingar mas foi uma descrição tendo o mar como tema. A classe inspirou,
lembrou que pau de fósforo não machuca. A mãe chamou de toda ela, nos encapelados mares de Camões, aqueles nun-
novo, ele saiu correndo e gritou para trás: ca dantes navegados. O episódio do Adamastor foi reescrito
– Quem chegar por último é filho de lesma. pela MENINADA. Prisioneiro no internato, eu vivia na sau-
Diana correu também, mais para não ficar sozinha do que dade das praias do Pontal onde conhecera a liberdade e o
para competir. Pularam uma bacia velha, simples tampa de sonho. O mar de Ilhéus foi o tema de minha descrição.
cerveja emborcada no chão. Pularam o fio de linha que Diana Padre Cabral levara os deveres para corrigir em sua cela. Na
tinha pensado que era um rego d´água. Doril tropeçou num aula seguinte, entre risonho e solene, anunciou a existência
de uma vocação autêntica de escritor naquela sala de aula.
5
Pediu que escutassem com atenção o dever que IA LER. Ti- Vamos e não resmunga, exclamou o menino. E o sol já não
nha certeza, afirmou, que o autor daquela página seria no estava sumindo? Isso nenhum dos dois perguntava porque
futuro um escritor conhecido. Não regateou elogios. Eu ACA- estavam absortos na raiva de cada um. A estrada era de terra
BARA de completar onze anos. e por ela poucos passavam. Nem o menino nem a menina
Passei a ser uma personalidade, segundo os cânones do co- notavam que o sol começava a se pôr e que os verdes dos
légio, ao lado dos futebolistas, dos campeões de matemática matos se enchiam cada vez mais de sombras. Quando che-
e de religião, dos que obtinham medalhas. Fui admitido numa gassem a Encantado o menino poria ela no Opala do prefeito
espécie de Círculo Literário onde brilhavam alunos mais ve- e ela nunca mais apareceria. Ele não gosta de mim, pensou
lhos. Nem assim deixei de me sentir prisioneiro, sensação a menina cheia de gana. Ele deve estar pensando: o mundo
permanente durante os dois anos em que estudei no colégio deveria ser feito só de homens, as meninas são umas chatas.
dos jesuítas. Houve, porém, sensível mudança na limitada O menino cuspiu na areia seca. A menina pisou sobre a sali-
vida do aluno interno: o padre Cabral tomou-me sob sua va dele e fez assim com o pé para apagar cuspe.
proteção e colocou em minhas mãos livros de sua estante. Até que ficou evidente a noite. E o menino disse a gente não
Primeiro "As Viagens de Gulliver", depois clássicos portu- vai parar até chegar em Encantado, agora eu proíbo que você
gueses, traduções de ficcionistas ingleses e franceses. Data olhe pros lados, que se atrase. A menina não queria chorar e
dessa época minha paixão por Charles Dickens. Demoraria prendia-se por dentro porque deixar arrebentar uma lágrima
ainda a conhecer Mark Twain: o norte-americano não figura- numa hora dessas é mostrar muita fraqueza, é mostrar-se
va entre os prediletos do padre Cabral. muito menina. E na curva da estrada começaram a aparecer
Recordo com carinho a figura do jesuíta português erudito e muitos caminhões apinhados de soldados e a menina não
amável. Menos por me haver anunciado escritor, sobretudo se conteve de curiosidade. Para onde vão esses soldados?
por me haver dado o amor aos livros, por me haver revelado – ela balbuciou.
o mundo da criação literária. Ajudou-me a suportar aqueles Respondeu ríspido. Agora é hora apenas de caminhar, de
dois anos de internato, a fazer mais leve a minha prisão, mi- não fazer perguntas, caminha! A menina pensou eu vou pa-
nha primeira prisão. rar, fingir que torci o pé, eu vou parar. E parou. O menino
sacudiu-a pelos ombros até deixá-la numa vertigem escura.
AMADO, Jorge. O menino Grapiúna. Rio de Janeiro. Depois que a sua visão voltou a adquirir o lugar de tudo, ela
Record. 1987. p. 117-20.
explodiu chamando-o de covarde. Os soldados continuavam
a passar em caminhões paquidérmicos. E ela não chorava,
Questão 05
apenas um único soluço seco. O menino gritou então que ela
era uma chata, que ele a deixaria sozinha na estrada que
estava de saco cheio de cuidar de um traste igual a ela, que
A partir da leitura do texto e do emprego das palavras em
se ela não soubesse o que significa traste, que pode ter cer-
destaque, marque a opção correta.
teza que é um negócio muito ruim. A menina fez uma careta
e tremeu de fúria. Você é o culpado de tudo isso, a menina
I. A locução verbal “... IA LER” anuncia uma ação que está
gritou. Você é o único culpado de tudo isso. Os soldados con-
longe de acontecer.
tinuavam a passar.
II. O sufixo que entra na formação da palavra “MENINADA”
NOLL, João Gilberto. In: Romances e contos reunidos.
acrescenta ao radical menin um valor aumentativo. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 690-692. (Texto adaptado).
III. No trecho “Eu ACABARA de completar onze anos.”, a for-
ma verbal destacada está flexionada no pretérito mais-
-que-perfeito do indicativo.
IV. Estão corretamente separadas em sílabas as palavras Questão 06
“PRAI-AS” e “E-PI-SÓ-DIO”.

(A) Estão corretas somente a I e a II. Leia com atenção o trecho transcrito a seguir:

(B) Todas estão erradas. “No caminho a menina pegou uma pedra e atirou-a longe,
o mais que pôde. O menino puxava a sua mão e reclamava
(C) Somente a III e a IV estão corretas. da vagareza da menina. Deviam chegar até a baixa noite a
Encantado, e o menino sabia que ele era responsável pela
(D) Apenas a III está errada.
menina e deveria manter uma disciplina. Que garota chata,
(E) Todas estão corretas. ele pensou”.

Atente ao que se diz sobre os verbos desse excerto.


TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO I. O pretérito imperfeito (do indicativo), empregado no texto,
em vez de reportar-se ao passado, parece neutralizar o
DUELO ANTES DA NOITE valor desse passado, dando a impressão de que as ações
No caminho a menina pegou uma pedra e atirou-a longe, o se realizam ou pelo menos se estendem ao momento da
mais que pôde. O menino puxava a sua mão e reclamava fala.
da vagareza da menina. Deviam chegar até a baixa noite a II. Os verbos no pretérito perfeito do indicativo indicam que a
Encantado, e o menino sabia que ele era responsável pela ação ou as ações que estão sendo narradas aconteceram
menina e deveria manter uma disciplina. Que garota chata, antes do momento em que fala o enunciador (narrador).
ele pensou. Se eu fosse Deus, não teria criado as garotas, Não é por acaso que os contos tradicionais são narrados
seria tudo homem igual a Deus. A menina sentia-se puxa- nesse tempo verbal.
da, reclamada, e por isso emitia uns sons de ódio: graças a III. O verbo “dever”, que exprime obrigação, usado como au-
Deus que eu não preciso dormir no mesmo quarto que você, xiliar em uma locução verbal, tem o papel de modalizar o
graças a Deus que eu não vou morar nunca mais com você. enunciado em que aparece (isto é, mostrar a relação do

6
falante com o conteúdo daquilo que expressa). No enun- Questão 07
ciado em análise, o verbo “dever” aparece duas vezes
como auxiliar nas seguintes locuções verbais: “deviam
chegar” e “deveria manter”. A primeira, em virtude de “de- Considere as seguintes propostas de substituição de vocábu-
ver” estar no presente do indicativo, causa impressão de los destacados no texto:
que o enunciador assume como certo o que diz o enun-
ciado (sem dúvida eles devem “chegar até a baixa noite I. titubeava por vacilava.
a Encantado”). Já a segunda, em virtude de o verbo “de- II. esfacelados por arruinados.
ver” vir no futuro do pretérito, produz a impressão de que III. concubinos por criminosos.
o enunciador assume com reservas o conteúdo do seu
enunciado. Quais mantêm o sentido original do texto?

Está correto o que se diz em: (A) Apenas I.

(B) Apenas II.


(A) I, II e III.
(C) Apenas I e II.
(B) I e II apenas.
(D) Apenas II e III.
(C) I e III apenas.
(E) I, II e III.
(D) II e III apenas.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(E) apenas III.
LAIVOS DE MEMÓRIA
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
Há quase 50 anos, experimentei um misto de angústia, tris-
ADIANTE SEGUIU A JUSTIÇA teza e ansiedade que meu jovem coração de adolescente
soube suportar com bravura.
Durante séculos, ninguém TITUBEAVA em responder: famí- Naquela ocasião, despedia-me dos amigos de infância e da
lia, só tem uma – a constituída pelos sagrados laços do matri- família e deixava para trás bucólica cidadezinha da região
mônio. Aos noivos era imposta a obrigação de se multiplica- serrana fluminense. A motivação que me levava a abando-
rem até a morte, mesmo na tristeza, na pobreza e na doença. nar gentes e coisas tão caras era, naquele momento, sufi-
Tanto que se falava em débito conjugal. cientemente forte para respaldar a decisão tomada de dar
Esse modelito se manteve, ao menos na aparência, a ex- novos rumos à minha vida. Meu mundo de então se tornara
pensas da integridade física e psíquica das mulheres, que se pequeno demais para as minhas aspirações. Meus desejos e
mantinham dentro de casamentos ESFACELADOS, pois as- sonhos projetavam horizontes que iam muito além das mon-
sim exigia a sociedade. Tanto que o casamento era indisso- tanhas que circundam minha terra natal.
lúvel. As pessoas até podiam se desquitar, mas não podiam Como resistir à sedução e ao fascínio que a vida no mar des-
se casar de novo. Caso encontrassem um par, tornavam-se perta nos corações dos jovens?
CONCUBINOS e alvos de punições. Havia, portanto, uma convicção: aquelas despedidas, ainda
As mudanças foram muitas: vagarosas, mas significativas. que dolorosas – e despedidas são sempre dolorosas – não
As causas, incontáveis. No entanto, o resultado foi um só. O
seriam certamente em vão. Não tinha dúvidas de que os so-
conceito de família mudou, se esgarçou. O casamento per-
nhos que acalentavam meu coração pouco a pouco iriam se
deu a sacralidade e permanecer dentro dele deixou de ser
converter em realidade.
uma imposição social e uma obrigação legal.
Em março de 1962, desembarcávamos do Aviso Rio das
Veio o divórcio. Antes, porém, o purgatório da separação,
Contas na ponte de atracação do Colégio Naval, como inte-
que exigia que se identificassem causas, punindo-se os cul-
grantes de mais uma Turma desse tradicional estabelecimen-
pados. A liberdade total de casar e descasar chegou somente
to de ensino da Marinha do Brasil.
no ano de 2006.
Ainda que a ansiedade persistisse oprimindo o peito dos no-
A lei regulamentava exclusivamente o casamento. Punia com
o silêncio toda e qualquer modalidade de estruturas familia- vos e orgulhosos Alunos do Colégio Naval, não posso negar
res que se afastasse do modelo “oficial”. que a tristeza, que antes havia ocupado espaço em nossos
E foi assumindo a responsabilidade de julgar que os juízes corações, era naquele momento substituída pelo contenta-
começaram a alargar o conceito de família. As mudanças mento peculiar dos vitoriosos. E o sentimento de perda, ex-
chegaram à Constituição Federal, que enlaçou no conceito perimentado por ocasião das despedidas, provara-se equi-
de família, outorgando-lhes especial proteção, outras estrutu- vocado: às nossas caras famílias de origem agregava-se
ras de convívio. Além do casamento, trouxe, de forma exem- uma nova, a Família Naval, composta pelos recém-chega-
plificativa, a união estável entre um homem e uma mulher e a dos companheiros; e às respectivas cidades de nascimen-
chamada família parental: um dos pais e seus filhos. to, como a minha bucólica Bom Jardim, juntava-se, naquele
Adiante ainda seguiu a Justiça. Reconheceu que o rol cons- instante, a bela e graciosa enseada Batista das Neves em
titucional não é exaustivo, e continuou a reconhecer como Angra dos Reis, como mais tarde se agregaria à histórica
família outras estruturas familiares. Assim as famílias anapa- Villegagnon em meio à sublime baía de Guanabara.
rentais, constituídas somente pelos filhos, sem a presença Ao todo foram seis anos de companheirismo e feliz convivên-
dos pais; as famílias parentais, decorrentes do convívio de cia, tanto no Colégio como na Escola Naval. Seis anos de
pessoas com vínculo de parentesco; bem como as famílias aprendizagem científica, humanística e, sobretudo, militar-
homoafetivas, que são as formadas por pessoas do mesmo -naval. Seis anos entremeados de aulas, festivais de provas,
sexo. práticas esportivas, remo, vela, cabo de guerra, navegação,
(Fonte: Zero Hora, Caderno PrOA, 27-09-2015 – Adaptação) marinharia, ordem-unida, atividades extraclasses, recreati-
vas, culturais e sociais, que deixaram marcas indeléveis.
7
Estes e tantos outros símbolos, objetos e acontecimentos É claro que a tecnologia também pode ser usada para terro-
passados desfilam hoje, deliciosa e INEXORAVELMENTE rismo, mas a maioria da população é contra esse tipo de ati-
distantes, em meio a saudosos devaneios. vidade. É GRATIFICANTE saber que podemos contar com a
Ah! Como é gratificante, ainda que melancólico, repassar tecnologia para engajar grupos que vão provocar mudanças,
tantas lembranças, tantos termos expressivos, tanta gíria sejam para a denúncia de buracos na sua rua ou a derrubada
maruja, tantas tradições, fainas e eventos tão intensamente de regimes ditatoriais. O mundo conectado é capaz de cons-
vividos a bordo de inesquecíveis e saudosos navios... truir uma sociedade mais 5justa.
(CÉSAR, CMG (RM1) William Carmo. Laivos de memória. In: Revista Fonte: LARIU, Alessandra. Uma revolução em cinco minutos. INFO,
de Villegagnon, Ano IV, nº 4, 2009. p. 42-50. Texto adaptado) Nov. 2011, p.52. (adaptado)

Questão 08 Questão 09

Leia o trecho:
No artigo de opinião, a autora aborda um tema sobre o qual
“Estes e tantos outros símbolos, objetos e acontecimentos defende uma tese fundamentada por argumentos, articulados
passados desfilam hoje, deliciosa e INEXORAVELMENTE por diferentes estratégias argumentativas. Com relação a es-
distantes, em meio a saudosos devaneios.” ses aspectos de conteúdo, considere as afirmativas a seguir.

Assinale a opção em que a acepção da palavra destacada I. O campo semântico usado ao longo do texto aponta como
está corretamente indicada.
tema o uso da tecnologia no contexto sociopolítico.
II. A utilização de índices de avaliação, como os vocábulos
(A) Implacavelmente. em destaque “FELIZMENTE”, “FACILITAR” e “GRATIFI-
CANTE”, sinaliza um posicionamento favorável ao uso de
(B) Instigantemente.
recursos tecnológicos para promover o engajamento de
(C) Incontavelmente. pessoas em prol da justiça social.
III. Para evidenciar o potencial do uso de tecnologia no pro-
(D) Interiormente. cesso de engajamento social, é empregada a estratégia
de exemplificação, com indicação de recursos tecnológi-
(E) Incomumente.
cos e suas finalidades.
IV. No último parágrafo, ao admitir a possibilidade de emprego
da tecnologia em prejuízo da sociedade, a articulista busca
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO enfraquecer tal argumento por meio da estratégia de con-
tra-argumentação, mantendo, assim, válida a sua tese.
UMA REVOLUÇÃO EM CINCO MINUTOS

Usar a tecnologia para construir um mundo melhor tem seu Está(ão) correta(s):
lado frívolo. Mas, FELIZMENTE, também tem um lado bem
(A) apenas II.
sério. Principalmente na política. A tecnologia pode ajudar
governos a adotar medidas que beneficiam a população. (B) apenas I e IV.
Avanços tecnológicos facilitaram a criação de ferramentas
que ajudam não só a promover a cidadania, mas também a (C) apenas II e III.
vigiar, a reportar e a agir contra a restrição dos direitos civis.
Por isso, pode-se argumentar que está cada vez mais difícil (D) apenas I, III e IV.
manter um governo injusto e cada vez mais fácil se rebelar
(E) I, II, III e IV.
contra regimes antidemocráticos.
Se você quiser monitorar os países onde há desrespeito
à democracia, uma das melhores ferramentas é o projeto
ChokePoint. Inspirado nos acontecimentos no Egito e na Lí- TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
bia, o ChokePoint (chokepointproject.net) é uma plataforma
que expõe o intercâmbio de informação entre países. Se hou- Em agosto de 2005, a Revista Língua fez uma entrevista com
ver uma parada súbita no tráfego de dados, o sistema alerta Millôr Fernandes, o escritor escolhido para ser o homenagea-
sobre um provável corte da liberdade de expressão naquele do da FLIP 2014. Eis, aqui, alguns trechos dessa entrevista.
país. [...]
E se você quiser organizar um protesto? Aqui entra a tecno- LÍNGUA – Fazer humor é levar a sério as palavras ou brincar
logia também. Em agosto, manifestantes contra o governo com elas?
usaram em Londres o API do GoogleMaps para mostrar, em MILLÔR – Humor, você tem ou não tem. Pode ser do tipo
tempo real, por quais ruas a polícia estava se aproximando. mais profundo, mais popular, mas tem de ter. Você vai fazen-
[...] do e, sem querer, a coisa sai engraçada. Dá para perceber
Mas se você não mora em áreas de conflito e protesto não é quando a construção é forçada. Tenho uma capacidade mui-
seu estilo, há várias maneiras de usar a tecnologia para FA- to natural de perceber bobagem e destruir a coisa.
CILITAR o engajamento. Em sites como o Change.org (chan-
ge.org) é possível reunir milhares de pessoas para assinar LÍNGUA – Com que língua você mais gosta de trabalhar?
uma petição. Em sites locais, como o FixMyStreet (fixmys- MILLÔR – Não aprendi línguas até hoje (risos). Gosto de tra-
treet.com) ou eDemocracy (forums.e-democracy. org/about), balhar com o português, embora inglês seja a que eu mais
é possível discutir problemas da comunidade e acionar as leio. Nunca tive temor de nada. Deve-se julgar as obras pelo
autoridades.
8
que elas têm de qualidade, não por serem de fulano ou bel- Questão 10
trano. Shakespeare fez muita besteira, mas tem três ou qua-
tro obras perfeitas, e Macbeth é uma delas.
Quanto aos aspectos semânticos e efeitos de sentido alcan-
çados pelo vocabulário utilizado no texto, assinale a alterna-
LÍNGUA – Na sua opinião, quais vantagens o português pos- tiva CORRETA.
sui em comparação a outras línguas que você conhece?
MILLÔR – A principal vantagem é a de ser a minha língua. (A) Os dois empregos do hiperônimo “coisa” (1º parágrafo)
Ninguém fala duas línguas. Essa ideia de um espião que fala expressam o mesmo tom pejorativo.
múltiplas línguas não passa de mentira. Vai lá no meio do
jogo dizer “salame minguê, um sorvete colorê...” ou “velho (B) Recursos de ironia, como “risos” e vocábulos coloquiais
guerreiro”. Os modismos da língua, as coisas ocasionais, não (“fulano”, “besteira”), marcam o 2º parágrafo: o leitor deve
são acessíveis a quem não é nativo. Toda pessoa tem habili- compreender que, na verdade, Millôr fala diversas línguas
e considera perfeita toda a obra de Shakespeare.
dade só no seu idioma. Você pode aprender uma, dez, sei lá
quantas expressões de outra língua, mas ainda existirão ou- (C) No texto, “a fala brasileira é mutante e díspar” (5º pará-
tras mil – 4como é que se vai fazer? A língua portuguesa tem grafo) equivale a “a fala brasileira é inconstante e dispa-
suas particularidades. Como outras também. Aprendi desde ratada”, ou seja, “sem normas ou regras”.
cedo a ter o cuidado de não rimar ao escrever uma frase.
Sobretudo em “-ão”. (D) Vocábulos como “língua”, “português”, “idioma”, “gramá-
ticos”, entre outros, pertencem a um mesmo campo se-
mântico e contribuem, assim, para a construção da unida-
LÍNGUA – Quais as normas mais loucas ou mais despropo- de de sentido ao longo do texto.
sitadas da língua portuguesa?
MILLÔR – Toda pesquisa de linguagem é perigosa porque (E) Vocábulos como “destruir” (1º parágrafo), “desproposita-
tem o caráter de induzir o sentido. Não tenho nenhum cari- das” (4º parágrafo), “acessíveis” (3º parágrafo) e “induzir”
nho especial por gramáticos. Na minha vida inteira sempre (4º parágrafo) apresentam prefixos de traço semântico
fui violento [no ataque às regras do idioma], porque a língua com valor de negação: “des-”, “a-” e “in-”.
é a falada, a outra é apenas uma forma de você registrar a
fala. Se todo mundo erra na crase é a regra da crase que está
errada, como aliás está. Se você vai a Portugal, pode até en- TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
contrar uma reverberação que indica a crase. Não aqui. Aqui,
BOCAGE NO FUTEBOL
no Brasil, a crase não existe.
Quando eu tinha meus cinco, meus seis anos, morava, ao
LÍNGUA – Mas a fala brasileira é mutante e díspar, cada re- lado de minha casa, um garoto que era tido e havido como o
gião tem sua peculiaridade. Como romper regras da língua anticristo da rua. Sua idade regulava com a minha. E justiça
sem cair no vale-tudo? se lhe faça: — não havia palavrão que ele não praticasse. Eu,
MILLÔR – Se não houver norma, não há como transgredir. na minha candura pânica, vivia cercado de conselhos, por
todos os lados: — “Não brinca com Fulano, que ele diz nome
A língua tem variantes, mas temos de ensinar a escrever o
feio!”. E o Fulano assumia, aos meus olhos, as proporções
padrão. Quem transgride tem nome ou peito, que o faça e
feéricas de um Drácula, de um Nero de fita de cinema.
arque com as consequências. Mas insisto que a escrita é Mas o tempo passou. E acabei descobrindo que, afinal de
apenas o registro da língua falada. De Machado de Assis pra contas, o anjo de boca suja estava com a razão. Sim, amigos:
cá, tudo mudou. A língua alemã fez reforma ortográfica há — cada nome feio que a vida extrai de nós é um estímulo vital
50 anos, correta. Aqui, na minha geração, já foram três re- irresistível. Por exemplo: — os nautas camonianos. Sem uma
formas do gênero, uma mais maluca que a outra. Botaram sólida, potente e jucunda pornografia, um Vasco da Gama,
acento em “boemia”, escreveram “xeque” quando toda língua um Colombo, um Pedro Álvares Cabral não teriam sido almi-
busca lembrar o árabe shaik, insistiram que o certo é “veado” rantes nem de barca da Cantareira. O que os virilizava era o
quando o Brasil inteiro pronuncia “viado”. Como chegaram bom, o cálido, o inefável palavrão.
a tais conclusões? Essas coisas são idiotas e cabe a você Mas, se nas relações humanas em geral, o nome feio produz
esse impacto criador e libertário, que dizer do futebol? Eis a
aceitar ou não. Veja o caso da crase. A crase, na prática, não
verdade: — retire-se a pornografia do futebol e nenhum jogo
existe no português do Brasil. Já vi tábuas de mármore com
será possível. Como jogar ou como torcer se não podemos
crase errada. Se todo mundo erra, a crase é quem está er- xingar ninguém? O craque ou o torcedor é um Bocage. Não o
rada. Se vamos atribuir crase ao masculino “dar àquele”, por Bocage fidedigno, que nunca existiu. Para mim, o verdadeiro
que não fazer o mesmo com “dar alguém”? Não podemos. Bocage é o falso, isto é, o Bocage de anedota. Pois bem: —
está para nascer um jogador ou um torcedor que não seja bo-
Disponível em: http://revistalingua.uol.com.br/textos/97/millor-fernan-
deso-senhor-das-palavras-247893-1.asp. Acesso em: 13/06/2014. cagiano. O craque brasileiro não sabe ganhar partidas sem o
Adaptado. incentivo constante dos rijos e imortais palavrões da língua.
Nós, de longe, vemos os 22 homens correndo em campo,
matando-se, agonizando, rilhando os dentes. Parecem do-
pados e realmente o estão: — o chamado nome feio é o seu
excitante eficaz, o seu afrodisíaco insuperável.

Nélson Rodrigues, À sombra das chuteiras imortais.


São Paulo: Cia. das Letras, 1993.

9
Quando Bauer, o de pés ligeiros, se apoderou da cobiçada Questão 13
esfera, logo o suspeitoso Naranjo lhe partiu ao encalço, mas
já Brandãozinho, semelhante à chama, lhe cortou a avança- Aristóteles, ao admitir a arte como recriação da realidade,
da. A tarde de olhos radiosos se fez mais clara para contem- também sistematizou e organizou parâmetros, em seu livro
plar aquele combate, enquanto os agudos gritos e impreca- Arte Poética, para distinguir os tipos de produção literária
ções em redor animavam os contendores. A uma investida de existentes na época. Hoje denominamos esses três diferen-
Cárdenas, o de fera catadura, o couro inquieto quase se foi tes tipos de texto de lírico (palavra cantada), épico (palavra
depositar no arco de Castilho, que com torva face o repeliu. narrada) e dramático (palavra representada).
Eis que Djalma, de aladas plantas, rompe entre os adversá-
rios atônitos, e conduz sua presa até o solerte Julinho, que a Partindo dos conceitos acima expressos, leia os dois textos
transfere ao valoroso Didi, e este por sua vez a comunica ao a seguir:
belicoso Pinga. (...)
Assim gostaria eu de ouvir a descrição do jogo entre bra- TEXTO 1
sileiros e mexicanos, e a de todos os jogos: à maneira de
Homero. Mas o estilo atual é outro, e o sentimento dramático Enquanto isto se passa na formosa
se orna de termos técnicos. Casa etérea do Olimpo omnipotente,
Carlos Drummond de Andrade, Quando é dia de futebol. Cortava o mar a gente belicosa
Rio: Record, 2002 Já lá da banda do Austro e do Oriente,
Entre a costa Etiópica e a famosa
Questão 11 Ilha de São Lourenço; e o Sol ardente
Queimava então os Deuses que Tifeu
O gênero literário que Drummond tomou como base para a Co temor grande em peixes converteu.
composição de seu texto revela, no escritor mineiro, uma de-
terminada visão do futebol que também reponta no seguinte Tão brandamente os ventos os levavam
trecho do texto de Nélson Rodrigues: Como quem o Céu tinha por amigo;
Sereno o ar e os tempos se mostravam,
(A) “candura pânica”.
Sem nuvens, sem receio de perigo.
(B) “um Drácula”. O promontório Prasso já passavam
Na costa de Etiópia, nome antigo,
(C) “os nautas camonianos”. Quando o mar, descobrindo, lhe mostrava
(D) “jucunda pornografia”. Novas ilhas, que em torno cerca e lava.
(Camões)
(E) “o Bocage fidedigno”.
TEXTO 2
Questão 12
Entra Todo o Mundo, rico mercador, e faz que anda buscando
alguma cousa que perdeu; e logo após, um homem, vestido
Leia o soneto a seguir e marque a alternativa correta quanto como pobre. Este se chama Ninguém e diz:
à proposição apresentada.
NINGUÉM: Que andas tu aí buscando?
Se amor não é qual é este sentimento?
Mas se é amor, por Deus, que cousa é a tal? TODO O MUNDO: Mil cousas ando a buscar:
Se boa por que tem ação mortal? delas não posso achar,
Se má por que é tão doce o seu tormento? porém ando porfiando
por quão bom é porfiar.
Se eu ardo por querer por que o lamento
Se sem querer o lamentar que val? NINGUÉM: Como hás nome, cavaleiro?
Ó viva morte, ó deleitoso mal, TODO O MUNDO: Eu hei nome Todo o Mundo
e meu tempo todo inteiro
Tanto podes sem meu consentimento. sempre é buscar dinheiro
E se eu consinto sem razão pranteio. e sempre nisto me fundo.
A tão contrário vento em frágil barca,
Eu vou por alto-mar e sem governo. NINGUÉM: Eu hei nome Ninguém,
e busco a consciência.
É tão grave de erro, de ciência é parca
Que eu mesmo não sei bem o que eu anseio
BELZEBU: Esta é boa experiência:
E tremo em pleno estio e ardo no inverno.
Dinato, escreve isto bem.
(Petrarca)

O artista do Classicismo, para revelar o que está no universo, DINATO: Que escreverei, companheiro?
adota uma visão:
BELZEBU: Que ninguém busca
(A) subjetiva.
consciência.
(B) idealista. e todo o mundo dinheiro.

(C) racionalista. NINGUÉM: E agora que buscas lá?


(D) platônica.
TODO O MUNDO: Busco honra muito grande.
(E) negativa.
10
NINGUÉM: E eu virtude, que Deus mande a esta terra? O que se há-de fazer ao sal que não salga, Cris-
que tope com ela já. to o disse logo: [...] «Se o sal perder a substância e a virtude,
e o pregador faltar à doutrina e ao exemplo, o que se lhe há-
BELZEBU: Outra adição nos acude: -de fazer, é lançá-lo fora como inútil para que seja pisado de
escreve logo aí, a fundo, todos.» [...]. Isto é o que se deve fazer ao sal que não salga.
que busca honra todo o mundo E à terra que se não deixa salgar, que se lhe há-de fazer?
e ninguém busca virtude. Este ponto não resolveu Cristo, Senhor nosso, no Evangelho;
mas temos sobre ele a resolução do nosso grande português
(Gil Vicente) Santo António, que hoje celebramos [...].
Pregava Santo António em Itália, na cidade de Arimino, con-
Considere as afirmativas. tra os hereges, que nela eram muitos; e como erros de enten-
dimento são dificultosos de arrancar, não só não fazia fruto
I. O texto 1 expressa uma visão do sentimento amoroso, tra- o santo, mas chegou o povo a se levantar contra ele e faltou
duzida por uma voz lírica emotiva, que corresponde ao eu pouco para que lhe não tirassem a vida. Que faria neste caso
poético criado pela autor. o ânimo generoso do grande António? Sacudiria o pó dos
II. O texto 1 traz o relato do início da viagem de Vasco da sapatos, como Cristo aconselha em outro lugar? Mas António
Gama, recurso usado por Camões para narrar a história com os pés descalços não podia fazer esta protestação; e
do povo lusitano, em Os Lusíadas, única epopeia em Lín- uns pés a que se não pegou nada da terra não tinham que
gua Portuguesa. sacudir. Que faria logo? Retirar-se-ia? Calar-se-ia? Dissimu-
III. O texto 2 é um fragmento do Auto da Lusitânia, em que o laria? Daria tempo ao tempo?
autor Gil Vicente critica os vícios humanos com base nas Isso ensinaria porventura a prudência ou a covardia humana;
ações de quatro personagens: Todo o Mundo, Ninguém, mas o zelo da glória divina, que ardia naquele peito, não se
Dinato e Belzebu. rendeu a semelhantes partidos. Pois que fez? Mudou somen-
VI. O texto 2 retrata uma realidade social que perdura até os te o púlpito e o auditório, mas não desistiu da doutrina. Deixa
dias atuais, o que justifica o fato de as peças vicentinas as praças, vai-se às praias; deixa a terra, vai-se ao mar, e
serem consideradas atemporal e aespacial. É a atuali- começa a dizer a altas vozes: Já que me não querem ouvir os
dade dos temas utilizados pelo teatrólogo medieval, que homens, ouçam-me os peixes. Oh maravilhas do Altíssimo!
torna suas peças aceitas por expectadores de diferentes Oh poderes do que criou o mar e a terra! Começam a ferver
épocas. as ondas, começam a concorrer os peixes, os grandes, os
Quais estão corretas? maiores, os pequenos, e postos todos por sua ordem com as
cabeças de fora da água, António pregava e eles ouviam. (...)
(A) II e III.
VIEIRA, Padre Antônio. Disponível em: < http://www.dominiopublico.
(B) I, II e III. gov.br>. Acesso em: 06 set. 2014.

(C) I e II.
Questão 14
(D) II e IV.

(E) II, III e IV.


A característica da estética barroca presente na passagem
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO do Sermão está identificada corretamente em:
(A) “Já que me não querem ouvir os homens, ouçam-me os
SERMÃO DE SANTO ANTÓNIO
peixes.” (CONFLITO ENTRE RAZÃO E FÉ)
Pregado na cidade de S. Luiz do Maranhão, anno de 1654
(B) “Mudou somente o púlpito e o auditório, mas não desistiu
Vos estis sal terrae. S. Mateus, V, l3 da doutrina” (EMPREGO DE ANTÍTESE)

(C) “Este ponto não resolveu Cristo, Senhor nosso, no Evan-


Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores,
gelho; mas temos sobre ele a resolução do nosso gran-
sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer
de português Santo António, que hoje celebramos” (LIN-
que façam na terra, o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a
GUAGEM CULTISTA)
corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como está
a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, (D) “Mas António com os pés descalços não podia fazer esta
ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal protestação; e uns pés a que se não pegou nada da ter-
não salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque ra não tinham que sacudir. Que faria logo? Retirar-se-ia?
o sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira Calar-se-ia? Dissimularia? Daria tempo ao tempo?” (RA-
doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvin- CIOCÍNIO CONCEPTISTA)
tes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem
receber. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores dizem (E) “Oh maravilhas do Altíssimo! Oh poderes do que criou o
uma cousa e fazem outra; ou porque a terra se não deixa mar e a terra!” (CONCEPTISMO)
salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem,
que fazer o que eles dizem. Ou é porque o sal não salga, e os
pregadores se pregam a si e não a Cristo; ou porque a terra
se não deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo,
servem a seus apetites. Não é tudo isto verdade? Ainda mal.
Suposto, pois, que ou o sal não salgue ou a terra se não dei-
xe salgar; que se há-de fazer a este sal e que se há-de fazer

11
Questão 15 II. O termo “ingresso”, considerado em perspectiva morfoló-
gica, pode apresentar mudança de classe gramatical de
A questão estética, na passagem de um estilo para o outro, acordo com o tipo de pronome que o precede.
pode conter certo tipo de violência simbólica. A estética em III. As duas formas do verbo “garantir” estão empregadas no
vigor costuma não admitir a utilização das formas da anterior. mesmo modo e na mesma pessoa gramatical.
Porém o Classicismo português em Camões consegue a su- IV. O substantivos “lugar”, “valor” e “volta” são compostos
peração desse procedimento ao utilizar a medida velha em pelo mesmo processo de formação de palavras.
seus poemas. Diante do exposto, examine as alternativas e
marque aquela que demonstre tal afirmação. Estão corretas:

(A) Agora Tu, Calíope, me ensina (A) I e II.


O que contou ao Rei o Ilustre da Gama;
Inspira imortal, canto e voz divina (B) I e III.
(B) Fita de cor de encarnado, (C) II, III e IV.
Tão linda que o mundo espanta.
Chove nela graça tanta, (D) II e IV.
(C) Pois Meus olhos não cansam de chorar (E) III e IV.
Tristezas, que não cansam de cansar-me
Pois não abranda o fogo em que abrasar-me
TEXTOS PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES
(D) Três fermosos outeiros se mostravam,
Erguidos com soberba graciosa, TEXTO I
Que de gramíneo esmalte lhe adornavam,
(E) Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades Comigo me desavim,
Muda-se o ser, muda a confiança; sou posto em todo perigo;
Todo mundo é composto de mudança. não posso viver comigo
nem posso fugir de mim.
Questão 16
Com dor, da gente fugia,
antes que esta assim crescesse:
Analise a imagem abaixo: agora já fugiria
de mim, se de mim pudesse.

Que meio espero ou que fim


do vão trabalho que sigo,
pois que trago a mim comigo
tamanho imigo de mim?
(Sá de Miranda)

TEXTO II

Aquela cativa
Que me tem cativo,
Porque nela vivo
Já não quer que viva.
Eu nunca vi rosa
Em suaves molhos,
Que pera meus olhos
Fosse mais fermosa.

Nem no campo flores,


Nem no céu estrelas
Me parecem belas
Como os meus amores.
Rosto singular,
Olhos sossegados,
Pretos e cansados,
Mas não de matar.
(Luís de Camões)

Considere as assertivas:

I. As funções predominantes da linguagem são referencial e


conativa.

12
Questão 17 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
“Enfim, Senhor, despojados os templos e derrubados os alta-
A partir de seus conhecimentos e da leitura dos textos, assi- res, acabar-se-á no Brasil a cristandade católica; acabar-se-á
nale a alternativa correta. o culto divino, nascerá erva nas igrejas, como nos campos;
não haverá quem entre nelas. Passará um dia de Natal, e
não haverá memória de vosso nascimento; passará a Qua-
resma e a Semana Santa, e não se celebrarão os mistérios
(A) Embora os textos pertençam a períodos literários distin-
de vossa Paixão. Chorarão as pedras das ruas como diz Je-
tos, ambos se utilizam da medida velha.
remias que chorava as de Jerusalém destruída: chorarão as
(B) Sá de Miranda foi um poeta renascentista que, assim ruas de Sião, porque não há quem venha à solenidade. Ver-
como Camões, também compôs sonetos. -se-ão ermas e solitárias, e que as não pisa a devoção dos
fiéis, como costumava em semelhantes dias”.
(C) Na escolha formal do texto II, Camões está mais próximo
(Padre Antônio Vieira. In: “Sermão pelo bom sucesso
do petrarquismo que da poesia de tradição popular.
das armas de Portugal contra as de Holanda
(D) Os dois textos possuem uma mesma temática: o descon-
certo diante da ausência da amada. Questão 20

(E) O texto I emprega a medida nova, enquanto o texto II em-


O texto relaciona-se à invasão holandesa no Brasil, em 1640.
prega a medida velha.
Nesse trecho, o orador:

Questão 18
(A) dirige-se a Jesus e considera os holandeses hereges e
violentos com aqueles que não fossem seus compatriotas.
I. Os vocábulos “meio”, “fim” e “vão”,( versos 9 e 10 – texto
I) são substantivos. (B) dirige-se a Jesus e prevê o esvaziamento da religião cató-
II. Os versos 13, 14 e 15, do texto II, são compostos inteira- lica, caso o Brasil fosse entregue aos holandeses.
mente por substantivos ou adjetivos.
(C) pede a Jesus que evite a invasão de ervas nos templos,
III. A forma verbal “fugia” (verso 5 – texto I) está emprega-
a fim de preservar o patrimônio da Igreja.
da no pretérito imperfeito do indicativo, enquanto a forma
“fugiria” (verso 7 – texto I) está empregada no futuro do (D) é um profeta e previu o que realmente aconteceria com a
pretérito do indicativo. religião católica no Brasil, quase três séculos depois.
IV. As formas verbais “crescesse “ (verso 6 – texto I), "pudes-
se" (verso 8 – texto I) e “fosse” (verso 5 – texto II) estão (E) dirige-se ao rei de Portugal, a fim de salvar o país da
empregadas no subjuntivo, mas em diferentes tempos invasão holandesa, que já começava a destruir as igrejas
verbais. da cidade.

Estão corretas: EXAMINE O CARTUM PARA AS QUESTÕES 21 E 22

(A) I e II.

(B) apenas I.

(C) I e III.

(D) apenas III.

(E) III e IV.

Questão 19

Assinale a alternativa, cuja palavra não tenha o mesmo sen-


tido do vocábulo “desavir”(verso 1 - texto I) empregado no
texto.

(A) divergir

(B) preocupar Questão 21

(C) inimizar The cartoon means that:


(D) indispor (A) having a correct answer is what counts.

(E) discordar (B) the fact is less important than being politically correct.

(C) being politically correct authenticates the answer.

(D) only politically correct answers are acceptable.

(E) the truth is out there.


13
Questão 22 The trend has children's rights activists in a rage. Lisa Wes-
ton, a member of one group which is trying to pevent children
being tried as adults said, "No one understands why Peter
We could replace “WHILE” in the cartoon without changing did waht he did − not even Peter." Peter Barton begins his life
its meaning by: sentence on Monday.

(A) as long as.


Questão 24
(B) therefore.

(C) then.
According to the text:
(D) as exact as.

(E) through. (A) Peter Barton used a fake name to commit crimes.

(B) Lisa Weston dislikes the idea of testing laws on children.


EXAMINE O CARTUM PARA A QUESTÃO 23
(C) the boy was condemned to 30 years in prison.

(D) the boy got a life sentence.

(E) the boy will be free at 38.

Questão 25

According to Lisa Weston,

(A) Peter has to be freed.

Questão 23 (B) Peter has no idea about what he did.

We can infer from this cartoon that: (C) minors could be judged as if they were adults.

(A) only developed countries worry about the greenhouse effect. (D) Peter killed the girl with a gun.

(B) underdeveloped countries are responsible for deforestation. (E) Peter is too young to be judged.

(C) underdeveloped and developed countries could solve the


problem whether they wanted to. Questão 26
(D) capitalism has no limits.

(E) the view of the author is absolutely sarcastic. The word “parole” in the text could be accurately replaced by:

TEXTO PARA AS QUESTÕES 24, 25 E 26


(A) probation.
THIRTEEN-YEAR-OLD GETS LIFE
(B) freedom.
Thirteen-years-old Peter Barton (not his real name) was
(C) release.
playing with a little girl of 6. Claiming that he was preten-
ding to be a professional wrestler, peter punched, kicked (D) unleash.
and stamped the playmate to death. Her liver was severely
damaged; her skull was fractured and the medical experts (E) relief.
compared the injuries to a fall from the top of the house. Peter
was tried in court as an adult and sentenced to life in prison TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES
with the possibility of parole when he is 38. Peter is one of
many children in the latest trebd in criminal justice: if you are China Says U.S. Trade Orders Should Respect Interna-
old enough to kill, you are old enough to face adult penalties. tional Rules
By REUTERS APRIL 1, 2017
That is whar the Supreme Courrs of California, Florida and
Texas are saying - and the trend is spreading fast across the
United States. BEIJING — China called on the United States to respect in-
“What we'are dealing with is a new kind of childhood crimi- ternational trade rules and improve cooperation and dialogue
nal. They'are starting younger and they know what they are in reaction to two new orders by U.S. President Donald Trump
doing. They won’t think twice about killing” said the Florida calling for an investigation into trade abuses.
State District Adam Emmit. The state of California alone re- Any U.S. trade enforcement measures should comply with
gistered 312 homicides committed by minors which must of generally accepted international trade rules and differences
them were gun-related. between the two countries should be handled properly, an
14
unidentified spokesperson for China's Ministry of Commerce Questão 29
said in a speech on Saturday.
"China is willing to cooperate with the United States on a ba-
sis of equality and mutual benefit," the spokesperson said in We conclude from reading the text that:
the speech released on the ministry's website.
(A) only the bees and bats are threatened.
Questão 27
(B) hummingbirds could replace the bees in case of extinction.
No título “China Says U.S. Trade Orders Should Respect (C) pollinators are nearly extinct in Malaysia.
International Rules”, o termo em destaque pode ser correta-
mente substituído, sem alteração de sentido, por: (D) only invertebrates pollinate.

(E) only 65% of plants grown for food do not depend upon
(A) ought to. pollinators.
(B) ought.
Questão 30
(C) could.
In the sentence “The agricultural system, for which pollinators
(D) would. play a key role, creates millions of jobs worldwide” the word
role means:
(E) may.

Questão 28 (A) disregard.

No trecho do primeiro parágrafo “Donald Trump calling for (B) part.


an investigation into trade abuses.”, o termo em destaque (C) semblance.
equivale, em português, a:
(D) huge.
(A) telefonar (E) work.
(B) requisitar
Questão 31
(C) exigir

(D) iniciar Leia atentamente o trecho a seguir. Ele faz parte do Voto do
padre Antônio Vieira sobre as dúvidas dos moradores de São
(E) estabelecer Paulo acerca da administração dos índios, de 1694.

“São, pois, os ditos índios aqueles que, vivendo livres e se-


TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES nhores naturais das suas terras, foram arrancados delas por
uma violência e tirania e trazidos em ferros com a crueldade
Decline of Pollinators Poses Threat to World Food Su- que o mundo sabe, morrendo natural e violentamente muitos
pply, Report Says nos caminhos de muitas léguas até chegarem às terras de
By JOHN SCHWARTZ www.nytimes.com FEB. 26, 2016 São Paulo, onde os moradores delas ou os vendiam, ou se
serviam e se servem deles como escravos”.
The birds and the bees need help. Also, the butterflies, mo- VIEIRA, A. (Pe.) Escritos instrumentais sobre os índios. São Paulo:
ths, wasps, beetles and bats. Without an international effort, a Educ; Loyola; Giordano, 1992. p. 102.
new report warns, increasing numbers of species that promo-
Sobre a escravização das populações indígenas no início do
te the growth of hundreds of billions of dollars’ worth of food
processo de colonização na América portuguesa, assinale a
each year face extinction.
alternativa CORRETA.
The first global assessment of the threats to creatures that
pollinate the world’s plants was released by a group affiliated
with the United Nations on Friday in Kuala Lumpur, Malaysia. (A) A maior parte da população indígena existente dentro do
The summary will be posted online Monday. território vivia em núcleos urbanos próximos dos rios e do
Pollinators, including some 20,000 species of wild bees, con- litoral Atlântico.
tribute to the growth of fruit, vegetables and many nuts, as (B) Essas populações indígenas apresentavam um padrão
well as flowering plants. Plants that depend on pollination cultural e linguístico bastante unificado, não havendo
make up 35 percent of global crop production volume with grandes diferenciações.
a value of as much as $577 billion a year. The agricultural
system, for which pollinators play a key role, creates millions (C) As chamadas “Bandeiras” só aprisionavam os indígenas
of jobs worldwide. quando seu objetivo principal de encontrar riquezas mine-
Many pollinator species are threatened with extinction, in- rais não era alcançado.
cluding some 16 percent of vertebrates like birds and bats,
according to the document. Hummingbirds and some 2,000 (D) A retirada dos indígenas de suas terras e seu aldeamento
avian species that feed on nectar spread pollen as they move nas missões jesuítas contribuíram para a dissolução de
from flower to flower. Extinction risk for insects is not as well suas crenças religiosas.
defined, the report notes, but it warned of “high levels of thre- (E) A mão de obra dos indígenas foi utilizada de forma pre-
at” for some bees and butterflies, with at least 9 percent of dominante em atividades de caráter artesanal e comercial
bee and butterfly species at risk. controladas por colonizadores.
15
Questão 32 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO

Sobre o processo de exploração colonial do Brasil por Portu- Do Brasil descoberto esperavam os portugueses a fortuna
gal, é correto afirmar: fácil de uma nova Índia. Mas o pau-brasil, única riqueza bra-
sileira de simples extração antes da “corrida do ouro” do iní-
cio do século XVIII, nunca se pôde comparar aos preciosos
(A)Foi dividido em três ciclos de exploração econômica: pro-
produtos do Oriente. (...) O Brasil dos primeiros tempos foi o
dução açucareira, no litoral da região Nordeste; minera-
objeto dessa avidez colonial. A literatura que lhe corresponde
ção, no Sudeste e Centro-Oeste; e extrativismo da borra-
é, por isso, de natureza parcialmente superlativa. Seu protó-
cha, no Norte.
tipo é a carta célebre de Pero Vaz de Caminha, o primeiro a
(B) Caracterizou-se por relativa estabilidade política, na me- enaltecer a maravilhosa fertilidade do solo.
dida em que, durante a colonização, não ocorreram movi-
(MERQUIOR, José Guilherme. De Anchieta a Euclides − Breve história
mentos revolucionários de contestação ao Pacto Colonial.
da literatura brasileira.
Rio de Janeiro: José Olympio, 1977, p. 3-4)
(C) Levou ao desenvolvimento das manufaturas locais, como
consequência da exploração de ouro durante o período
da mineração (século XVIII), o que permitiu o acúmulo
de capital e a criação de um mercado interno na colônia. Questão 34

(D) Em 1709, foi criada a Capitania de São Paulo e Minas de A colonização portuguesa, no século XVI, se valeu de algu-
Ouro, em decorrência da descoberta de ouro e do início mas estratégias para usufruir dos produtos economicamente
da extração aurífera na região de Minas Gerais. rentáveis no território brasileiro, e de medidas para viabilizar
a ocupação e administração do mesmo. São exemplos des-
(E) Teve como base do trabalho a mão de obra escrava, que
sas estratégias e dessas medidas, respectivamente:
era trazida da África, tendo em vista que, por receio de
rebelião das populações originais da colônia, não houve (A) a prática do escambo com os indígenas e a instituição de
escravidão indígena. vice-reinos, comarcas, vilas e freguesias.

(B) a implementação do sistema de plantation no interior e a


Questão 33
construção, por ordem da Coroa, de extensas fortalezas
e fortes.
O que queremos destacar com isso é que o tráfico atlântico
tendia a reforçar a natureza mercantil da sociedade colonial: (C) a imposição de um vultoso pedágio aos navios corsários
apesar das intenções aristocráticas da nobreza da terra, as de distintas procedências e a instalação de capitanias he-
fortunas senhoriais podiam ser feitas e desfeitas facilmente. reditárias.
Ao mesmo tempo, observa-se a ascensão dos grandes nego-
ciantes coloniais, fornecedores de créditos e escravos à agri- (D) a introdução da cultura da cana-de-açúcar com uso de
cultura de exportação e às demais atividades econômicas. trabalho compulsório e a instituição de um governo geral.
Na Bahia, desde o final do século XVII, e no Rio de Janeiro,
desde pelo menos o início do século XVIII, o tráfico atlânti- (E) o comércio da produção das missões jesuíticas e a funda-
co de escravos passou a ser controlado pelas comunidades ção da Companhia das Índias Ocidentais.
mercantis locais (...).
João Fragoso et alii. A economia colonial brasileira (séculos XVI-XIX), 1998. Questão 35

O texto permite inferir que: Reverendo padre reitor, eu, Manoel Beckman, como procu-
rador eleito por aquele povo aqui presente, venho intimar a
(A) o tráfico atlântico de escravos prejudicou a economia
vossa reverência, e mais religiosos assistentes no Maranhão,
colonial brasileira porque uma enorme quantidade de ca-
como justamente alterados pelas vexações que padece por
pitais, oriunda da produção agroindustrial, era remetida
terem vossas paternidades o governo temporal dos índios
para a África e para Portugal.
das aldeias, se tem resolvido a lançá-los fora assim do espiri-
(B) as transações comercias envolvendo a África e a Améri- tual como do temporal, então e não tem falta ao mau exemplo
ca portuguesa deveriam, necessariamente, passar pelas de sua vida, que por esta parte não tem do que se queixar
instâncias governamentais da Metrópole, condição típica de vossas paternidades; portanto, notifico a alterado povo,
do sistema colonial. que se deixem estar recolhidos ao Colégio, e não saiam para
fora dele para evitar alterações e mortes, que por aquela via
(C) a monopolização do tráfico negreiro nas mãos de comer- se poderiam ocasionar; e entretanto ponham vossas pater-
ciantes encareceu essa mão de obra e atrasou o desen- nidades cobro em seus bens e fazendas, para deixá-las em
volvimento das atividades manufatureiras nas regiões mãos de seus procuradores que lhes forem dados, e estejam
mais ricas da América portuguesa. aparelhados para o todo tempo e hora se embarcarem para
Pernambuco, em embarcações que para este efeito lhes fo-
(D) as rivalidades econômicas e políticas entre fidalgos e
rem concedidas.
burgueses, no espaço colonial, impediram o crescimento
mais acelerado da produção de outras mercadorias além
João Felipe Bettendorff, Crônica dos Padres da Companhia de Jesus
do açúcar e do tabaco. no Estado do Maranhão. 2ª Edição, Belém: SECULT, 1990, p.360.
(E) nem todos os fluxos econômicos, durante o processo de O movimento liderado por Manuel Beckman no Maranhão,
colonização portuguesa na América, eram controlados em 1684, foi motivado pela:
pela Coroa portuguesa, revelando uma certa autonomia
das elites coloniais em relação à burguesia metropolitana.

16
(A) proibição do ensino laico no Brasil colonial e pelas pres- Questão 38
sões que os jesuítas realizavam para impedir a sua libe-
ração. Considere as afirmativas abaixo sobre as origens do feudalis-
mo europeu entre os séculos V e VIII.
(B) questão da mão de obra indígena e pela insatisfação de
colonos com as atividades da Companhia de Comércio
do Maranhão. I. Os confrontos militares provocados, no século V, pelas in-
vasões sucessivas de povos germânicos, pressionados
(C) ameaça dos jesuítas de abandonarem a região e pela pelos Hunos desde o oriente, apresentavam caracterís-
catequese dos povos indígenas sob a sua guarda. ticas desconhecidas para os exércitos romanos, pois os
variados contatos econômicos e culturais anteriores com
(D) crítica dos colonos maranhenses ao apoio dos jesuítas
os ditos bárbaros eram de caráter estritamente pacífico.
aos interesses espanhóis e holandeses na região.
II. Os reinos germânicos, até o século VII, em geral foram
(E) tentativa dos jesuítas em aumentar o preço dos escravos monarquias bastante frágeis, com regras de sucessão
indígenas, contrariando os interesses dos colonos mara- mal definidas e guiadas por dois sistemas legais diferen-
nhenses. tes: o romano, a que se submetiam os habitantes de ori-
gem romana; e o germânico, inicialmente um sistema oral
Questão 36 e, depois, escrito.
III. Os primeiros povos germânicos convertidos ao cristianis-
Ao longo do período colonial da História do Brasil, o Império mo eram seguidores da seita de origem oriental conheci-
Português foi vítima de assédio e de tentativas de invasão de da como arianismo, o que manteve sua religião diferente
seus territórios ultramarinos por parte de diversas potências do cristianismo romano e concorreu para tornar mais lento
rivais. Alguns exemplos de invasões estrangeiras na América o processo de fusão entre os dois povos até o século VIII.
portuguesa estão listados a seguir:

1612 - Estabelecimento da França Equinocial Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa(s):


1624 - Tentativa derrotada da invasão holandesa a Salvador (A) I, apenas.
1630 - Tomada de Recife e Olinda por invasores holandeses
(B) III, apenas.
A interpretação dos dados acima permite identificar que uma
causa direta de todas essas invasões estrangeiras foi a: (C) I e II, apenas.
(A) fuga da Corte portuguesa para a América. (D) II e III, apenas.
(B) vitória francesa na Guerra dos Sete Anos. (E) I, II e III.
(C) conclusão da Reconquista da península Ibérica. Questão 39
(D) guerra de Restauração Portuguesa contra a Espanha. Considere o enunciado abaixo e as três propostas para com-
pletá-lo.
(E) criação da União das Coroas Ibéricas.

Questão 37 A frase latina Civis Romanus sum significa ‘Sou cidadão ro-
mano’. A respeito da noção de cidadania no Império Romano,
A colisão catastrófica dos dois anteriores modos de produção é correto afirmar que o cidadão:
em dissolução, o primitivo e o antigo, veio a resultar na ordem
feudal, que se difundiu por toda a Europa.
Anderson, P. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. I. tinha uma identidade legal, ou seja, reconhecida pelo Im-
Trad. Porto: Afrontamento, 1982, p. 140. pério, através de um sistema que se pretendia universal.
II. pertencia à civitas, comunidade civil romana, palavra da
O autor refere-se a três tipos de formações econômico-so- qual derivou o termo atual “civilização”.
ciais nesse pequeno trecho. A esse respeito é correto afirmar: III. vivia numa sociedade que, apesar de manter um regime
(A) A síntese descrita refere-se à articulação entre o escra- de escravidão, conferia direitos políticos a todos os seg-
vismo romano em crise e as formações sociais dos guer- mentos da população.
reiros germânicos.
Quais propostas estão corretas?
(B) O escravismo predominava entre os povos germânicos
(A) Apenas I.
e tornou-se um ponto de intersecção com a sociedade
romana. (B) Apenas II.
(C) A economia romana, baseada na pequena propriedade
(C) Apenas III.
familiar, foi transformada a partir das invasões germâni-
cas dos séculos IV a VI. (D) Apenas I e II.
(D) Os povos germânicos desenvolveram a propriedade pri- (E) I, II e III.
vada e as relações servis que permitiram a síntese social
com os romanos.
(E) A transição para o escravismo feudal foi proporcionada
pelos conflitos constantes nas fronteiras romanas devido
à ofensiva dos magiares.
17
Questão 40 Neste fragmento, Marc Bloch discute de que forma os histo-
riadores lidam com a questão das origens, indicando que a:
Na Antiguidade muitos povos consideravam que as doenças (A) origem dos fenômenos históricos deve ser buscada no
eram enviadas pelos deuses. No final do século VIII a.C., encadeamento dos acontecimentos, o que confere à His-
quando os assírios sitiaram a cidade de Jerusalém e amea- tória um sentido de continuidade.
çaram invadi-la, uma epidemia virulenta acometeu o acampa-
mento matando muitos soldados. Nessa ocasião, Ezequias, (B) origem é o ponto de partida da mudança que demarca a
rei de Judá, considerou essa epidemia uma bênção de Deus. ruptura com as formas históricas precedentes.
Nesse contexto, marque a alternativa INCORRETA sobre a
religião dos hebreus. (C) ideia de origem desconsidera a cronologia, ferramenta
metodológica que concede sentido à explicação histórica.
(A) Os hebreus consideravam Deus como soberano abso-
luto, fonte de todo o Universo e dono de uma vontade (D) busca da origem dos fenômenos históricos encobre a re-
suprema. lação entre as forças de conservação e de mudança que
compõem a vida social.
(B) O Deus hebreu era transcendente, não se identificava
com nenhuma força natural; estava acima da natureza. (E) origem dos fenômenos históricos pode ser encontrada na
permanência dos costumes e do uso do vocabulário.
(C) Os hebreus consideravam Deus bom e que fazia exi-
gências éticas ao seu povo. Ao contrário dos deuses do
Oriente Próximo, Deus não era atraído pela luxúria ou im- Questão 43
pelido pelo mal.

(D) Deus para os hebreus era uno, soberano, transcendente


e bom.

(E) Para os hebreus o poder de Deus vinha de um poder pre-


existente, habitava a natureza e fazia parte dela.

Questão 41

As pinturas rupestres são evidências materiais do desenvol-


vimento intelectual dos seres humanos. Embora tradicional-
mente estudadas pela Arqueologia, elas ajudaram a redefinir
a concepção de que a História se inicia com a escrita, pois.
(A) funcionam como códices velados de uma comunidade à
espera de decifração.

(B) expressam uma concepção de tempo marcada pela cro-


nologia.

(C) indicam o predomínio da técnica sobre as forças da na-


tureza.

(D) atestam as relações entre registros gráficos e mitos de


origem.

(E) registram a supremacia do indivíduo sobre os membros


de seu grupo. Assinale a alternativa que identifica corretamente caracte-
rísticas de um dos domínios morfoclimáticos numerados no
mapa.
Questão 42 (A) 1 – predomínio de um tipo de clima com estações defini-
das: uma seca e outra úmida; cerca de 50% da vegetação
original já desapareceu.
Origens do regime feudal, diz-se. Onde buscá-las? Alguns
(B) 2 – ocorrência de extensa área com solos rasos, mas fér-
responderam em “Roma”. Outros “na Germânia”. As razões
teis, o que explica a grande variedade de vegetação que
dessas miragens são evidentes […]. Das duas partes, so-
recobre as planícies fluviais.
bretudo, eram empregadas palavras – tais como “benefício”
(beneficium) para os latinos, “feudo” para os germanos – das (C) 3 – recoberto por densa vegetação florestal devido ao
quais essas gerações persistiram em se servir, ainda que clima sempre úmido; a ocupação recente ainda provoca
lhes conferindo, sem se dar conta, um conteúdo quase intei- pouco impacto ambiental.
ramente novo. Pois, para o grande desespero dos historiado-
(D) 4 – destaque para morros com aspecto mamelonar; a
res, os homens não têm o hábito, a cada vez que mudam o
ocupação humana antiga e predatória destruiu grande
costume, de mudar de vocabulário.
parte da mata original.
BLOCH, Marc. Apologia da História ou o ofício do
historiador. Rio de Janeiro: Zahar. p. 58. (Adaptado). (E) 5 – concentra nascentes de vários rios do Centro-Oeste;
a vegetação arbustivo-herbácea foi fator favorável à ex-
pansão da criação de ovinos.
18
Questão 44 Considere as seguintes afirmações a respeito dos domínios
morfoclimáticos e a respectiva localização no mapa.
I. Domínio da Caatinga (1 no mapa): relevo formado por de-
pressões e planaltos. Possui clima semiárido, com chu-
vas concentradas em alguns meses do ano. A vegetação
de arbustos espinhosos e cactáceas sofre alterações des-
de a época do Brasil colônia.
II. Domínio do Cerrado (2 no mapa): a vegetação tem sido
intensamente alterada para dar lugar às áreas de pasta-
gens e para a instalação de lavouras (sobretudo o cultivo
da soja).
III. Domínio das Araucárias (3 no mapa): região caracteriza-
da pela presença de planaltos em estruturas dobradas,
com muitas serras e morros.
IV. Faixas de Transição (4 no mapa): áreas intermediárias
que possuem características ambientais de dois ou mais
domínios morfoclimáticos, como é o caso do Pantanal
mato-grossense.

Quais estão corretas?


(A) Apenas I e II.

(B) Apenas I e III.

(C) Apenas II e III.

(D) Apenas II e IV.

A deficiência hídrica superficial no Polígono das Secas, do (E) Apenas III e IV.
semiárido nordestino, pode ser explicada pela, (o):
(A) localização em latitudes baixas. Questão 46

(B) predomínio de altitudes elevadas. Em 2012, o Brasil perdeu um de seus mais importantes inte-
lectuais, o geógrafo Aziz Ab’Saber. Um de seus legados é o
(C) verificação de alto albedo terrestre.
conhecimento integrado da Geografia Física brasileira atra-
(D) presença de centros de alta pressão. vés dos domínios morfoclimáticos e fitogeográficos.

(E) passagem de correntes marítimas quentes.

Questão 45

O mapa abaixo representa os estudos realizados pelo geó-


grafo brasileiro Aziz Nacib Ab’Saber, sobre os domínios mor-
foclimáticos do Brasil, que resultam da interação entre relevo,
clima e vegetação.

A respeito do domínio morfoclimático representado pela foto-


grafia, considere os itens:

I. O relevo é dominado por planaltos com chapadas.


II. O clima é semiárido com secas prolongadas.
III. O ecossistema é de Cerrado com gramíneas, arbustos e
espécies arbóreas.
IV. Na região, prevalece o intemperismo físico e a erosão eó-
lica.
V. É o bioma que prevalece na Região Centro-Oeste.
VI. Presença de rios perenes.
VII.Predominância de solos profundos como os latossolos.

19
Estão corretos: Questão 49
(A) I, III, IV e V. Empresa Global e o fim do made in
(B) I, II, III, V e VII.
“Apesar de ter sua sede empresarial em Portland, nos Es-
(C) I, III, V, VI e VII. tados Unidos, a Nike não produz tênis no país. [...] A Nike
vende tênis no mundo todo, mas não tem uma só fábrica nem
(D) II, IV e VI. emprega um só operário. Ela compra os calçados de indús-
trias instaladas principalmente no leste asiático. Essa é uma
(E) II, III, V e VII. característica essencial de uma empresa global: a facilidade
de identificar locais onde existam as condições mais atraen-
tes para suas operações. [...] a tendência atual das empresas
Questão 47 transnacionais é produzir seguindo um padrão comum nos
diversos países. Essa prática tende a colocar um fim à identi-
A estrutura geológica do Brasil é composta por:
dade nacional dos produtos, o chamado made in”.
I. Escudos cristalinos, muito antigos, de rochas rígidas e Fonte: Folha de São Paulo (2 Fev. 1997) apud COELHO, Marcos Amorim
resistentes que originaram planaltos e algumas depres- e TERRA, Lígia. “Geografia o espaço natural e socioeconômico”. 5ª Ed.
sões, compondo 1/3 do território nacional. Reform e atual — São Paulo Moderna, 2005.
II. Bacias sedimentares compostas de rochas sedimentares
que originaram as planícies, planaltos sedimentares ou Assinale com V ou com F as proposições conforme estejam
depressões, ocupando cerca de 64% do total do país. respectivamente Verdadeiras ou Falsas em relação às ideias
III. Dobramentos modernos que originaram planaltos e rele- apresentadas pelo texto.
vos montanhosos, formados no Terciário, ocupando cerca
de 30% do território nacional. ( ) Uma das características da globalização é a universaliza-
IV. Escudos cristalinos recentes, pouco desgastados por pro- ção das técnicas.
cessos erosivos, que deram origem às formas de relevo
no qual predominam os planaltos montanhosos distribuí- ( ) A tendência do capitalismo é a desconcentração espacial
dos por quase todo o território nacional. da produção e do consumo, mas a concentração do co-
mando.
Assinale a alternativa correta.
( ) Com o advento do modelo flexível de produção, desapa-
(A) Somente as afirmativas I e II são corretas.
rece a divisão internacional do trabalho.
(B) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
( ) A terceirização na produção surge como uma alternativa
(C) Somente as afirmativas III e IV são corretas. de flexibilização das empresas que aumentam a extração
da mais-valia, desobrigando-se dos custos sociais com
(D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. operários.

(E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. Assinale a sequência correta das assertivas.
(A) V – V – V – V

(B) F – F – V – F
Questão 48
(C) F – F – F – F
[Na Amazônia] boa parte dos municípios que compõe a “man-
cha pioneira” apresenta as maiores taxas de desmatamento (D) V – V – F – V
do bioma amazônico nos últimos anos... e um expressivo e
perverso processo de especulação fundiária, no qual a grila- (E) V – F – V – F
gem e a venda ilegal de terras (inclusive pela internet) é o seu
principal artífice. [...] A rarefeita presença humana e os meios Questão 50
rudimentares de sobrevivência de boa parte da população A exploração dos recursos minerais no território brasileiro
local, desprovida de capital e de qualificação, levam à confi- tem papel fundamental na economia do país e no mercado
guração de um espaço descontínuo. de commodity. Associe adequadamente o produto primário à
(Daniel Monteiro Huertas. Da fachada atlântica à imensidão informação relacionada.
amazônica. São Paulo: Annablume, 2009. p. 226. Adaptado)

(1) Minério de ferro


Na “mancha pioneira”, que forma um arco de desmatamento, (2) Ouro
são predominantemente encontrados(as): (3) Alumínio
(A) extração de madeira e agricultura de cana e milho.
( ) Também conhecida como bauxita, o Brasil possui grande
reserva mundial e sua principal jazida está localizada no
(B) extração de madeira, pecuária e cultivos de soja. estado do Pará.
(C) pecuária, cultivos de cana e extração de minérios. ( ) Tem a sua exploração no chamado quadrilátero central,
sendo que a sua produção destina-se ao abastecimento
(D) extração de minérios, agricultura de milho e cana. da siderurgia.

(E) agricultura de soja e arroz e extração de minérios. ( ) A lavra gera impacto ambiental pelo uso do mercúrio na
sua exploração.

20
A sequência correta é: Tendo em vista essa informação e considerando as questões
(A) 1; 2; 3. comerciais da chamada globalização, pode ser dito que:
(A) esse acordo comercial, mesmo considerando as desi-
(B) 3; 2; 1. gualdades entre México e EUA, foi bem-sucedido e trou-
xe novas possibilidades à nação mexicana, algo que no
(C) 2; 1; 3.
contexto da globalização é praticamente o único caso de
(D) 3; 1; 2. sucesso.

(E) 2; 3; 1. (B) esse pacto abriu o país mais rico do mundo ao México e
assim esses países continuaram a sua história comparti-
Questão 51 lhada, agora de forma institucionalizada, mostrando que
países pobres se beneficiam com o livre-comércio.
No mapa, registra-se a localização dos principais projetos eó-
licos outorgados o Brasil, em 2002. (C) na era da globalização ocorrem vários pactos comerciais
– regionais ou não, que nem sempre foram (e são) bem-
-sucedidos, e vários são vistos como contrários à lógica
do livre-comércio, já que privilegiam os países membros
dos acordos.

(D) acordos comerciais regionais, como o citado, fracassa-


ram em razão da condição desigual dos membros, e por
isso só se insiste, no mundo globalizado, em acordos e
uniões com membros mais homogêneos, como a União
Europeia.

(E) tal como o Nafta, o Mercosul é bem-sucedido pelas asso-


ciação com os EUA formando a ALCA (Área de Livre Co-
mércio das Américas), pois o sucesso está em combinar
países de economias de pesos e formas diferentes.

Questão 53
Sobre violência e criminalidade no Brasil, assinale a alterna-
tiva correta.

(A) As políticas repressivas contra o crime organizado são


suficientes para erradicar a violência e a insegurança nas
cidades.
Acerca dos projetos eólicos e de sua localização, a forte con-
centração em um determinado trecho do litoral nordestino (B) As altas taxas de violência e de homicídios contra jovens
está ligada à: em situação de pobreza têm sido revertidas com a eficá-
cia do sistema prisional.
(A) dinâmica dos ventos alísios provindos das áreas de alta
pressão subtropicais ao norte do Equador. (C) As desigualdades e assimetrias nas relações sociais, a
discriminação e o racismo são fatores que acentuam a
(B) alta pressão e aos ventos dominantes na zona intertropi- violência no Brasil.
cal de convergência, localizada nessa latitude.
(D) A violência urbana contemporânea é resultado dos cho-
(C) forte influência exercida pelos ventos contra-alísios pro- ques entre diferentes civilizações que se manifestam nas
vindos da região de alta pressão subtropical. metrópoles brasileiras.

(D) atuação constante de massas de ar úmidas que predomi- (E) O rigor punitivo das agências oficiais no combate à crimi-
nalidade impede o surgimento de justiceiros e milícias.
nam nas regiões de alta pressão subpolar.

(E) influência tanto de frentes frias quanto quentes prove- Questão 54


nientes de regiões atingidas pela corrente El Niño.
No Brasil, a criação de uma estrutura institucional para lidar
com o tráfico internacional ilegal de drogas e com a lavagem
Questão 52 de dinheiro é recente. A partir do final da década de 1990, o
governo federal começou a estruturar os sistemas de contro-
le sobre essas atividades, com base na ideia de que as ope-
rações ilícitas são problemas comuns dos estados nacionais
“Se algum acordo de comércio tinha tudo para dar certo foi
e que só podem ser resolvidos de forma sistêmica.
aquele firmado entre México, Estados Unidos e Canadá.
Adaptado de MACHADO Lia Osório. "Medidas institucionais
Sancionado em 1994, o Acordo de Livre Comércio da Améri- para o controle do tráfico de drogas e da lavagem de
ca do Norte (NAFTA) criou o que era, na época, a maior área dinheiro e seus efeitos geoestratégicos na região Amazônica
de livre-comércio do mundo, com 376 milhões de pessoas e brasileira". In Cadernos IPPUR, Vol. XXI, nº 1, 2007.
um PIB de quase 9 trilhões de dólares.”
Sobre o controle de operações ilícitas no mundo e no Brasil,
(Joseph E. Stiglitz. Globalização: como dar certo. São Paulo: Companhia
analise as afirmações a seguir.
das Letras, 2007, p. 137)

21
I. As operações ilícitas não constituem um problema estrita- Questão 56
mente de segurança interna (sociedade civil, instituições,
governo), mas também de segurança global.
II. O tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro são opera- Coisas que este livro fará por você: facilitar-lhe-á fazer ami-
ções que se organizam sob a forma de redes transnacio- gos rápida e facilmente; aumentará sua popularidade; aju-
nais, ou seja, não respeitam limites interestatais. da-lo á conquistar pessoas para seu modo de pensar; au-
III. A repressão às operações ilícitas só é possível mediante mentará sua influência, seu prestígio, sua habilidade em
a colaboração internacional entre países, o que fortalece obter a realização das coisas; facilitar-lhe-á conseguir novos
a concepção clássica de soberania do Estado. clientes, novos fregueses; aumentará suas rendas; torna-lo-á
um melhor vendedor, um melhor diretor; ajudá-lo-á a resol-
Está correto o que se afirma em: ver reclamações, evitar discussões e manter seus contatos
(A) II, apenas. humanos agradáveis e suaves; torná-lo á um melhor orador,
um conversador mais atraente; tornará os princípios de psi-
(B) I e II, apenas. cologia fáceis para que você os aplique nos seus contatos
diários.
(C) III, apenas. (Dale Carnegie. Como fazer amigos e influenciar pessoas, 1936.)

(D) II e III, apenas.


Se alguma coisa há que esta vida tem para nós, e, salvo a
(E) I, II e III apenas.
mesma vida, tenhamos que agradecer aos Deuses, é o dom
Questão 55 de nos desconhecermos: de nos desconhecermos a nós
mesmos e de nos desconhecermos uns aos outros. A alma
Texto 1 humana é um abismo obscuro e viscoso, um poço que não se
usa na superfície do mundo. Ninguém se amaria a si mesmo
A ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros (PT), acusa se deveras se conhecesse, e assim, não havendo a vaidade,
a polícia e os frequentadores de shoppings de discriminar que é o sangue da vida espiritual, morreríamos na alma de
jovens negros nos “rolezinhos”. “As manifestações são pa- anemia. Ninguém conhece outro, e ainda bem que o não co-
cíficas. Os problemas são derivados da reação de pessoas nhece, e, se o conhecesse, conheceria nele, ainda que mãe,
brancas que frequentam esses lugares e se assustam com mulher ou filho, o íntimo, metafísico inimigo.
a presença dos jovens.” Para ela, a liminar que autorizou os (Fernando Pessoa. Livro do desassossego, 1931.)
shoppings a barrar clientes “consagra a segregação racial”
e dá respaldo ao que a PM “faz cotidianamente”: associar
negros ao crime. Sobre os dois textos, é correto afirmar:
(Medo de “rolezinho” é reação de brancos, diz ministra. Folha de S.Paulo, (A) A obra de Dale Carnegie transmite nítida visão instrumen-
16.01.2014.)
tal acerca das relações humanas.
Texto 2 (B) Os dois textos transmitem uma visão cética sobre a im-
portância da psicologia para o desenvolvimento humano.
Não se percebia, originalmente, nenhuma motivação de clas-
se ou de “raça” nos rolezinhos. Agora, sim, grupos de esquer- (C) Embora escritos na década de 30 do século passado,
da, os tais “movimentos sociais” e os petistas estão tentando ambos os textos podem ser considerados precursores do
tomar as rédeas do que pretendem transformar em protesto estilo atualmente conhecido como autoajuda.
de caráter político. Se há, hoje, espaços de fato públicos, são
os shoppings. As praças de alimentação, por exemplo, são (D) O texto de Fernando Pessoa transmite uma visão edifi-
verdadeiras ágoras da boa e saudável democratização do cante acerca das relações humanas.
consumo e dos serviços. Lá estão pobres, ricos, remediados,
(E) Os dois textos valorizam a importância da inteligência
brancos, pretos, pardos, jovens, velhos, crianças...
emocional nas relações humanas.
(Reinaldo Azevedo. “Rolezinho e mistificações baratas”.
Folha de S. Paulo, 17.01.2014. Adaptado.)

Questão 57
O confronto dos dois textos permite afirmar que:
(A) o texto 1 elogia o caráter democrático da sociedade bra- A produção de mercadorias e o consumismo alteram as per-
sileira, enquanto o texto 2 assume uma posição elitista. cepções não apenas do eu como do mundo exterior ao eu;
criam um mundo de espelhos, de imagens insubstanciais, de
(B) ambos criticam a manipulação do desejo exercida pela ilusões cada vez mais indistinguíveis da realidade. O efeito
publicidade e pelo marketing na sociedade de consumo. refletido faz do sujeito um objeto; ao mesmo tempo, transfor-
ma o mundo dos objetos numa extensão ou projeção do eu.
(C) o texto 1 aborda o tema pelo viés da segregação racial, en-
É enganoso caracterizar a cultura do consumo como uma
quanto o texto 2 critica a manipulação da opinião pública.
cultura dominada por coisas. O consumidor vive rodeado
(D) ambos tratam os “rolezinhos” como resultado histórico e não apenas por coisas como por fantasias. Vive num mun-
material da luta de classes na sociedade brasileira. do que não dispõe de existência objetiva ou independente e
que parece existir somente para gratificar ou contrariar seus
(E) ambos tratam as manifestações como protestos de natu- desejos.
reza ideológica contra os processos de exclusão social. (Christopher Lasch. O mínimo eu, 1987. Adaptado.)

Sob o ponto de vista ético e filosófico, na sociedade de con-


sumo, o indivíduo:

22
(A) estabelece com os produtos ligações que são definidas O texto refere-se à cultura grega antiga e menciona, entre
pela separação entre razão e emoção. outros aspectos:

(B) representa a realidade mediante processos mentais es- (A) o papel exercido pelos poetas, responsáveis pela trans-
sencialmente objetivos e conscientes. missão oral das tradições, dos mitos e da memória.

(C) relaciona-se com as mercadorias considerando priorita- (B) a prática da feitiçaria, estimulada especialmente nos perí-
riamente os seus aspectos utilitários. odos de seca ou de infertilidade da terra.

(D) relaciona-se com objetos que refletem ilusoriamente seus (C) o caráter monoteísta da sociedade, que impedia a difusão
processos emocionais inconscientes. dos cultos aos deuses da tradição clássica.

(E) comporta-se de maneira autônoma frente aos mecanis- (D) a forma como a história era escrita e lida entre os povos
mos publicitários de persuasão. da península Balcânica.

(E) o esforço de diferenciar as cidades-Estados e reforçar o


Questão 58 isolamento e a autonomia em que viviam.

A modernidade não pertence a cultura nenhuma, mas surge


sempre CONTRA uma cultura particular, como uma fenda, Questão 60
uma fissura no tecido desta. Assim, na Europa, a moderni-
dade não surge como um desenvolvimento da cultura cris-
Numa decisão para lá de polêmica, o juiz federal Eugênio
tã, mas como uma crítica a esta, feita por indivíduos como
Rosa de Araújo, da 17ª Vara Federal do Rio, indeferiu pedi-
Copérnico, Montaigne, Bruno, Descartes, indivíduos que, na
do do Ministério Público para que fossem retirados da rede
medida em que a criticavam, já dela se separavam, já dela se
vídeos tidos como ofensivos à umbanda e ao candomblé.
desenraizavam. A crítica faz parte da razão que, não perten-
cendo a cultura particular nenhuma, está em princípio dispo- No despacho, o magistrado afirmou que esses sistemas de
nível a todos os seres humanos e culturas. Entendida desse crenças “não contêm os traços necessários de uma religião”
modo, a modernidade não consiste numa etapa da história por não terem um texto-base, uma estrutura hierárquica nem
da Europa ou do mundo, mas numa postura crítica ante a cul- “um Deus a ser venerado”. Para mim, esse é um belo caso
tura, postura que é capaz de surgir em diferentes momentos de conclusão certa pelas razões erradas. Creio que o juiz
e regiões do mundo, como na Atenas de Péricles, na Índia do agiu bem ao não censurar os filmes, mas meteu os pés pe-
imperador Ashoka ou no Brasil de hoje. las mãos ao justificar a decisão. Ao contrário do Ministério
(Antonio Cícero. Resenha sobre o livro “O Roubo da Público, não penso que religiões devam ser imunes à crítica.
História”. Folha de S.Paulo, 01.11.2008. Adaptado.) Se algum evangélico julga que o candomblé está associado
ao diabo, deve ter a liberdade de dizê-lo. Como não pode-
Com a leitura do texto, a modernidade pode ser entendida mos nem sequer estabelecer se Deus e o demônio existem,
como: o mais lógico é que prevaleça a liberdade de dizer qualquer
coisa.
(A) uma tendência filosófica especificamente europeia e oci- SCHWARTSMAN, Hélio. “O candomblé e o tinhoso”.
dental de crítica cultural e religiosa. Folha de S. Paulo, 20.05.2014. Adaptado.

(B) uma tendência oposta a diversas formas de desenvolvi-


mento da autonomia individual. O núcleo filosófico da argumentação do autor do texto é de
natureza:
(C) um conjunto de princípios morais absolutos, dotados de
fundamentação teológica e cristã. (A) liberal.

(D) um movimento amplo de propagação da crítica racional a (B) marxista.


diversas formas de preconceito.
(C) totalitária.
(E) um movimento filosófico desconectado dos princípios ra-
(D) teológica.
cionais do iluminismo europeu.
(E) anarquista.
Questão 59

Aedo e adivinho têm em comum um mesmo dom de “vidên-


cia”, privilégio que tiveram de pagar pelo preço dos seus
olhos. Cegos para a luz, eles veem o invisível. O deus que
os inspira mostra-lhes, em uma espécie de revelação, as re-
alidades que escapam ao olhar humano. Sua visão particular
age sobre as partes do tempo inacessíveis às criaturas mor-
tais: o que aconteceu outrora, o que ainda não é.
(Jean-Pierre Vernant. Mito e pensamento
entre os gregos, 1990. Adaptado.)

23
Questão 61 Questão 63

O ciclo do carbono na natureza pode ser representado, sim- Em pessoas normais, a concentração de glicose no sangue
plificadamente, da seguinte maneira. é estável e corresponde a cerca de 1 grama de glicose por
litro de sangue. Logo após uma refeição rica em açúcar, a
quantidade de glicose no sangue aumenta, porém volta al-
gumas horas depois, à taxa de 1 g/l aproximadamente. Por
outro lado, mesmo que o organismo esteja em jejum durante
várias horas, essa concentração permanece inalterada. Esse
equilíbrio é resultado do papel:

(A) do glucagon, que promove a penetração de glicose nas


células em geral, e da insulina, que estimula o fígado a
transformar glicogênio em glicose.

(B) do glucagon, que promove a penetração de glicogênio


nas células em geral, e da insulina, que estimula o fígado
a transformar glicose em glicogênio.

(C) da insulina, que promove a penetração de glicose nas cé-


lulas em geral, e do glucagon, que estimula o fígado a
transformar glicogênio em glicose.

(D) da insulina, que promove a penetração de glicogênio nas


células em geral, e do glucagon, que estimula o pâncreas
a transformar glicose em glicogênio.

(E) da insulina, que promove a penetração de glicose nas cé-


lulas em geral, e do glucagon, que estimula o pâncreas a
Os números de 1 a 5 indicam, respectivamente: transformar glicose em glicogênio.
(A) fotossíntese, nutrição, respiração, combustão e morte.
(B) respiração, nutrição, fotossíntese, morte e combustão.
Questão 64
(C) nutrição, combustão, fotossíntese, morte e respiração.
Assinale as afirmativas abaixo e assinale a alternativa cor-
(D) fotossíntese, combustão, respiração, morte e nutrição. reta.
(E) fotossíntese, respiração, nutrição, combustão e morte. I. Quando uma proteína é submetida a certos tratamentos
químicos, ou a temperaturas elevadas, ela se altera, mui-
Questão 62 tas vezes permanentemente, o que é chamado de desna-
Observe a figura a seguir que ilustra o fluxo de energia em turação.
uma cadeia alimentar. II. Não é a forma que determina o papel biológico das prote-
ínas, mas a sequência de suas bases nitrogenadas
III. O enrolamento de uma proteína na forma de uma hélice
representa o que os químicos chamam de estrutura se-
cundária.
IV. O colágeno é uma proteína estrutural muito abundante
nos tendões, nas cartilagens e também nos ossos.

(A) Somente IV está errada.


(B) São corretas apenas III e IV.
(C) I, III e IV são corretas.
(D) II, III e IV são corretas
De acordo com o esquema, assinale a alternativa correta.
(E) I Somente I está errada.
(A) Tanto os produtores como os consumidores assimilam a
energia solar.

(B) A cadeia alimentar apresenta quatro níveis tróficos.

(C) O pássaro é um consumidor primário ao utilizar a energia


presente no gafanhoto.

(D) O gafanhoto é um consumidor secundário ao utilizar a


energia presente no vegetal.

(E) O fluxo de energia é unidirecional e decrescente.

24
Questão 65 Questão 67

“Três gerações de catadores de lixo. Mais de 700 crianças Leia com atenção as proposições abaixo.
são exploradas em lixões e Unicef lança programa de recu-
peração.” I. Potencial biótico é a capacidade potencial que tem uma
população de aumentar numericamente em condições
ambientais favoráveis.
II. Os fatores chamados resistência do ambiente impedem
as populações de crescerem de acordo com seu potencial
biótico.
III. A densidade de uma população independe das taxas de
nascimento e mortes, assim como das taxas de emigra-
ção e imigração.

É ou são verdadeiras:

(A) todas.

(B) apenas I.

(C) apenas I e II.

(D) apenas II e III.

A reportagem cita algumas doenças que afligem as pessoas (E) apenas I e III.
que trabalham e vivem em lixões. Sobre essas doenças fo-
ram feitas três afirmativas:
Questão 68
I. Todas essas doenças são causadas por animais. Considerando aspectos gerais da biologia de algumas espé-
II. Se as crianças andassem calçadas e tivessem bons hábi- cies animais, tem-se o grupo A representado por espécies
tos de higiene poderiam trabalhar nos lixões sem o perigo monoicas, como minhocas e caracóis; o grupo B, por espé-
de adquirir qualquer uma das doenças citadas. cies que apresentam desenvolvimento indireto, como insetos
III. No quadro foram citadas doenças de contágio direto e com metamorfose completa e crustáceos e o grupo C, com
indireto. espécies de vida livre, como corais e esponjas. Pode-se afir-
IV. Na reportagem não foi citada nenhuma doença causada mar que as espécies:
por protozoário.

Estão corretas somente as afirmativas: (A) do grupo A são hermafroditas, do grupo B não apresen-
tam estágio larval e do grupo C não são sésseis.
(A) I e II.
(B) II e III. (B) do grupo A não são hermafroditas, do grupo B apresen-
tam estágio larval e do grupo C não são sésseis.
(C) III e IV.
(D) I e III. (C) do grupo A são hermafroditas, do grupo B apresentam
(E) II e IV. estágio larval e do grupo C não são parasitas.

(D) do grupo A não são hermafroditas, do grupo B não apre-


sentam estágio larval e do grupo C não são parasitas.
Questão 66
(E) do grupo A são hermafroditas, do grupo B apresentam
Uma dificuldade enfrentada pelos pesquisadores que bus- estágio larval e do grupo C não são sésseis.
cam uma vacina para combater e previnir a Aids, deve-se ao
fato de o vírus da Aids: Questão 69

Considere uma pulseira formada por 22 esferas de hematita


(A) não possuir a enzima transcriptase reversa. (Fe2O3), cada esfera com raio igual a 0,5 cm.
(B) sofrer constantes mutações no seu material genético.

(C) alterar seu material genético entre DNA e RNA.

(D) ser um vírus de RNA, para os quais é impossível fazer


vacinas.

(E) possuir uma cápsula lipídica que impede a ação da va-


cina.

25
O fecho e o fio que unem as esferas dessa pulseira têm Questão 72
massas e volumes desprezíveis e a densidade da hematita
é cerca de 5,0 g/cm3. Sabendo que o volume de uma esfera
(  )
4
__ A Lei da Conservação da Massa, enunciada por Lavoisier em
é calculado pela expressão V = ​​ ​    ​  ​​ πr3 a massa, em gramas, 1774, é uma das leis mais importantes das transformações
3
dessa pulseira é próxima de: químicas. Ela estabelece que, durante uma transformação
(A) 110. química, a soma das massas dos reagentes é igual à soma
das massas dos produtos. Esta teoria pôde ser explicada, al-
(B) 82. guns anos mais tarde, pelo modelo atômico de Dalton. Entre
as ideias de Dalton, a que oferece a explicação mais apro-
(C) 58. priada para a Lei da Conservação da Massa de Lavoisier é
a de que:
(D) 136.

(E) 150. Dado: O volume do fio de prata pode ser calculado pela fór-
mula V = A·

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES (A) os átomos não são criados, destruídos ou convertidos em
outros átomos durante uma transformação química.

O ano de 2015 foi eleito como o Ano Internacional da Luz, (B) os átomos são constituídos por 3 partículas fundamen-
devido à importância da luz para o Universo e para a huma- tais: prótons, nêutrons e elétrons.
nidade. A iluminação artificial, que garantiu a iluminação no-
turna, impactou diretamente a qualidade de vida do homem (C) todos os átomos de um mesmo elemento são idênticos
e o desenvolvimento da civilização. A geração de luz em uma em todos os aspectos de caracterização.
lâmpada incandescente se deve ao aquecimento de seu fila-
(D) um elétron em um átomo pode ter somente certas quanti-
mento de tungstênio provocado pela passagem de corrente
dades específicas de energia.
elétrica, envolvendo temperaturas ao redor de 3.000 °C.
(E) toda a matéria é composta por átomos.
Algumas informações e propriedades do isótopo estável do
tungstênio estão apresentadas na tabela. Questão 73

A ductilidade é a propriedade de um material deformar-se,


Símbolo W
comprimir-se ou estirar-se sem se romper.
Número Atômico 74
Número de Massa 184
Ponto de fusão 3.422 ºC
Eletronegatividade (Pauling) 2,36
Densidade 19,3 g·cm-3

Questão 70

A partir das informações contidas no texto, é correto afirmar


que a propriedade que justifica adequadamente o uso do
tungstênio em lâmpadas incandescentes é: A prata é um metal que apresenta excelente ductilidade e a
maior condutividade elétrica dentre todos os elementos quí-
micos. Um fio de prata possui 10 m de comprimento () e
(A) apresentar alta densidade. área de secção transversal (A) de 2,0 · 10-7 m2.
(B) apresentar alta eletronegatividade.

(C) ser um elemento inerte.

(D) apresentar alto ponto de fusão.

(E) ser um metal de transição.

Questão 71 Considerando a densidade da prata igual a 10,5 g/cm3, a


massa molar igual a 108 g/mol e a constante de Avogadro
A partir das informações contidas na tabela, é correto afirmar igual a 6,0·1023 mol-1, o número aproximado de átomos de
que o átomo neutro de tungstênio possui: prata nesse fio será:
(A) 1,2·1022.
(A) 73 elétrons.
(B) 2 elétrons na camada de valência. (B) 1,2·1023.
(C) 111 nêutrons.
(C) 1,2·1020.
(D) 184 prótons.
(E) 74 nêutrons. (D) 1,2·1017.

(E) 6,0·1023.
26
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO Questão 76

Não basta matar a sede. Tem de ter grife Um elevador sobe verticalmente com velocidade constante
v0, e, em um dado instante de tempo t0, um parafuso despren-
Existem cerca de 3 mil marcas de água no mundo, mas só de-se do teto. O gráfico que melhor representa, em função
um punhado delas faz parte do clube das águas de grife, cujo do tempo t, o módulo da velocidade v desse parafuso em
status equivale ao de vinhos renomados. Para ser uma água relação ao chão do elevador é:
de grife, além do marketing, pesam fatores como tradição e
qualidade. E qualidade, nesse caso, está ligada à composi- Note e adote:
ção. O nível de CO2 determina o quanto a água é gaseificada. Os gráficos se referem ao movimento do parafuso antes que
O pH também conta: as alcalinas são adocicadas, as ácidas ele atinja o chão do elevador.
puxam para o amargo. Outro fator é o índice de minerais:
águas com baixo índice de minerais são mais neutras e le-
ves. Águas mais encorpadas têm índice de minerais mais (A)
altos.
(O Estado de S.Paulo, 22/03/2010. Adaptado.)

Questão 74

A classificação de águas como leves e encorpadas, com


base no índice de minerais nela encontrados, é:
(B)
(A) correta, pois as águas que contêm minerais são soluções
heterogêneas.

(B) correta, pois a presença de íons dissolvidos modifica a


dureza da solução.

(C) correta, pois a presença de cátions e ânions não modifica


o pH da solução.

(D) incorreta, pois os cátions originados de metais pesados (C)


são insolúveis em água.

(E) incorreta, pois a quantidade de matéria em solução inde-


pende da presença de solutos.

Questão 75
(D)
No metabolismo, ocorre a formação de espécies denomina-
das "radicais livres", que são caracterizadas por apresenta-
rem elétrons desemparelhados em sua estrutura. Embora
sejam geralmente considerados maléficos ao organismo,
muitos radicais livres são essenciais para o seu funciona-
mento adequado. Considere os seguintes números de elé-
trons na camada de valência: H = 1; C = 4; N = 5; O = 6 e
responda. Dentre as espécies químicas NO, OH- e CO2, pre- (E)
sentes no organismo, pode-se dizer que são "radicais livres":
(A) NO, apenas.

(B) OH-, apenas.

(C) CO2, apenas.

(D) NO e OH-, apenas.

(E) OH- e CO2, apenas.

27
Questão 77 Questão 80

Um veículo percorre a distância entre duas cidades de tal


forma que, quando percorre a primeira metade desse trajeto
com velocidade constante e igual a 15 m/s, gasta 2 h a mais
do que quando o percorre, também com velocidade cons-
tante e igual a 25 m/s. A segunda metade desse trajeto é
sempre percorrido com velocidade constante e igual à média
aritmética das duas velocidades anteriores. Nestas condi-
ções, quando o veículo percorrer a primeira metade do trajeto
com velocidade constante de 25 m/s, a velocidade média, em
km/h, ao longo de todo o trajeto, a distância, em km, entre as
cidades e o tempo gasto, em h, na primeira metade do trajeto
quando a velocidade vale 15 m/s valem, respectivamente:
(A) 40, 270 e 2,5.
A figura representa a variação de potencial elétrico entre as
(B) 40, 270 e 4,5. partes externa e interna de uma célula, denominado poten-
cial de membrana. Esse potencial é medido posicionando-se
(C) 80, 540 e 5,0. um dos polos de um medidor de voltagem no interior de uma
célula e o outro no líquido extracelular.
(D) 80, 540 e 3,0.
Com base nessa informação e considerando-se a intensida-
(E) 60, 360 e 2,0. de do campo elétrico em uma membrana celular igual a
7,5 · 106 N/C e a carga elétrica fundamental igual a 1,6 · 10-19 C,
é correto afirmar:
Questão 78 (A) A diferença de potencial DV medido com as pontas dos
dois microelétrodos no fluido extracelular é − 70 mV.
Uma pedra, partindo do repouso, cai verticalmente do alto de
um prédio cuja altura é “h”. Se ela gasta um segundo (1 s) para (B) A espessura da membrana celular é de, aproximadamen-
percorrer a última metade do percurso qual é o valor em me- te, 80 Å.
tros (m) que melhor representa a altura “h” do prédio?
(C) A intensidade da força elétrica que atua em um íon Ca++
Desconsidere o atrito com o ar, e considere o módulo da ace-
na membrana é igual a 2,4 · 10-12 N.
leração da gravidade igual a 9,8 m/s2.
(D) A energia potencial adquirida por um íon K+ que entra na
Dado: d​​ XX
2 ​​ ≈ 1,4 célula é igual a 1,12 · 10-17 J.

(A) 80,6 m (E) O íon K+ que atravessa perpendicularmente a membrana


de espessura d descreve movimento retilíneo e uniforme,
(B) 100,2 m sob a ação exclusiva de uma força elétrica.

(C) 73,1 m Questão 81

(D) 57,1 m Um estudo do ciclo termodinâmico sobre um gás que está


sendo testado para uso em um motor a combustão no espa-
(E) 32,0 m
ço é mostrado no diagrama a seguir.

Questão 79

Duas pequenas esferas condutoras idênticas estão eletriza-


das. A primeira esfera tem uma carga de 2Q e a segunda
uma carga de 6Q. As duas esferas estão separadas por uma
distância d e a força eletrostática entre elas é F1. Em segui-
da, as esferas são colocadas em contato e depois separadas
por uma distância 2d. Nessa nova configuração, a força ele-
trostática entre as esferas é F2.
Se DEint representa a variação de energia interna do gás, e Q
Pode-se afirmar sobre a relação entre as forças F1 e F2 que:
é o calor associado ao ciclo, analise as alternativas e assina-
(A) F1 = 3 F2. le a CORRETA.
___F2 (A) DEint = 0, Q > 0
(B) F1 = ​​    ​​. 
12
F2 (B) DEint = 0, Q < 0
__
(C) F1 = ​   ​ ​.
3 (C) DEint > 0, Q < 0
(D) F1 = 4 F2.
(D) DEint < 0, Q > 0
(E) F1 = F2.
(E) DEint = 0, Q = 0
28
Questão 82 Sabe-se que nenhum dos participantes acertou o número
real de bolas, mas que um deles se enganou em 30 bolas,
Durante um experimento, um gás perfeito é comprimido, outro em 25, outro em 7, outro em 48 e, finalmente, outro em
adiabaticamente, sendo realizado sobre ele um trabalho de 18 bolas. Podemos concluir que quem ganhou o prêmio foi
800 J. Em relação ao gás, ao final do processo, podemos o participante:
afirmar que: (A) A.

(A) o volume aumentou, a temperatura aumentou e a pressão (B) B.


aumentou.
(C) C.
(B) o volume diminuiu, a temperatura diminuiu e a pressão
(D) D.
aumentou.
(E) E.
(C) o volume diminuiu, a temperatura aumentou e a pressão
diminuiu. Questão 86
(D) o volume diminuiu, a temperatura aumentou e a pressão Seja AEC um triângulo isósceles (as medidas dos lados AE
aumentou. e AC são iguais) e O um ponto do lado AC tal que a medida
do ângulo EÔC é 120 graus. Se existe um ponto B, do lado
(E) o volume aumentou, a temperatura aumentou e a pressão
AE, tal que o segmento OB é perpendicular ao lado AE e a
diminuiu.
medida do ângulo EÔB seja igual a 40 graus, então a medida
do ângulo OÊC em graus, é igual a:
Questão 83
(A) 9.
Uma chapa retangular, de lados 20 cm e 10 cm, feita de um
material cujo coeficiente de dilatação linear é igual a 22 · 10-6 °C-1, (B) 8.
tem um furo circular no seu centro, cujo diâmetro é 5 cm à
(C) 7.
25°C. Se a chapa for aquecida até 125 °C, afirma-se que a
área do furo: (D) 6.
(A) diminui e que o diâmetro passa a ser 4,985 cm.
(E) 5.
(B) não se altera e que o diâmetro continua sendo 5,000 cm.

(C) aumenta e que o diâmetro passa a ser 5,011 cm. Questão 87

(D) diminui e que o diâmetro passa a ser 4,890 cm.


O gráfico abaixo mostra a variação do número de unidades
(E) aumenta e o seu raio passa a ser de 5,025 cm. vendidas de uma certa mercadoria conforme o preço cobrado
por unidade.
Questão 84

Uma função consiste na associação de dois conjuntos A e B


de números reais, por meio de uma lei f. O subconjunto dos
elementos de A que corresponde a um, e somente um, ele-
mento de B é denominado domínio da função D(f).
________________
(2x
√ – 8)(x + x – 6)
2 2
_______________
Considerando que a expressão f(x) = ​​ ​   
       ​ ​​ é
x2 + 2x – 3
uma função, determine o domínio de f(x).
(A) D = { x ∈  l x > 1 ou x ≤ −2 e x ≠ −3}

(B) D = { x ∈  l x > 1 ou x < −2 e x ≠ −3}

(C) D = { x ∈  l x > 1 ou x ≥ −2 e x = −3}


Comparando-se as situações descritas pelos pontos A e B
(D) D = { x ∈  l x ≥ 1 ou x ≤ −2 e x = 3} podemos concluir que:
(A) o aumento no preço unitário causou uma queda de 59%
(E) D = { x ∈  l x ≤ 1 ou x > −2 e x ≠ 3}
nas unidades vendidas.
Questão 85 (B) embora tenha havido uma queda nas vendas, o aumento
do preço unitário causou um acréscimo de 6% na receita.
Em um programa de plateia da TV brasileira, cinco partici- (C) com o aumento do preço unitário, a receita sofreu uma
pantes foram escolhidos pelo apresentador para tentarem queda de 8%
acertar o número de bolas de gude contidas em uma urna de
vidro transparente. Aquele que acertasse ou mais se apro- (D) com o aumento do preço unitário, a receita diminuiu em
ximasse do número real de bolas de gude contidas na urna 31%
ganharia um prêmio.
Os participantes A,B,C,D e E disseram haver, respectiva- (E) mesmo com o aumento do preço unitário, a receita não se
mente, 1.195, 1.184, 1.177, 1.250 e 1.232 bolas na urna. alterou.

29
Questão 88

Uma indústria tem um reservatório de água com capacidade


para 900 m3. Quando há necessidade de limpeza do reser-
vatório, toda a água precisa ser escoada. O escoamento da
água é feito por seis ralos, e dura 6 horas quando o reserva-
tório está cheio. Esta indústria construirá um novo reserva-
tório, com capacidade de 500 m3, cujo escoamento da água
deverá ser realizado em 4 horas, quando o reservatório es-
tiver cheio. Os ralos utilizados no novo reservatório deverão
ser idênticos aos do já existente.
A quantidade de ralos do novo reservatório deverá ser igual a:
(A) 2.

(B) 4.

(C) 5.

(D) 8.

(E) 9.

Questão 89

Na figura abaixo, a circunferência de raio 3 cm tangencia três


lados do retângulo ABCD. Sabendo que a área deste retân-
gulo é igual a 72 cm2, a medida do segmento EF, em cm, é
igual a:

(A)3​​dXX
5 
6​dXX
____ 5 ​ 
 ​​(B) ​​   ​​   
5
(C) 6​​dXX
5 ​​ 
12​dXX
_____ 5 ​ 
(D) ​​   ​​   
5
(E) 12​​dXX
5 ​​ 

Questão 90

Dois números inteiros diferentes são tais que:

- a soma deles vale 288;


- o MDC entre eles vale 18;
- um é múltiplo do outro.

Nessas condições, quanto vale a diferença entre eles?


(A) 160
(B) 252
(C) 216
(D) 270
(E) 306
30

Potrebbero piacerti anche