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O ACONSELHAMENTO DE CARREIRA AO

LONGO DA VIDA: DESAFIOS, CONTEXTOS E


PRÁTICAS

Maria Paula Paixão


Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação
 Universidade de Coimbra 
Guichard, 2012

► Sociedades de indivíduos vs sociedades coletivistas


(responsabilidade individual de cada um dos cidadãos
relativamente ao seu trajeto de vida)

► Sociedades “líquidas”: instituições menos estáveis e


modelos ideológicos menos fortes ( a função de “holding” das
principais instituições sociais tende a desaparecer)

► O futuro é incerto e pouco previsível (sociedades de risco):


projetos de futuro vs atitudes estratégicas (capacidade de se
agarrar aos acontecimentos futuros e inscrevê-los nas
perspetivas pessoais, transformar os acontecimentos
inesperados em oportunidades, “planned happenstance”)
O trabalho é um pilar central da
saúde física e mental e do bem
estar psicológico
Os novos contextos de trabalho e de vida
impõem necessariamente mudanças no modo
como nos mobilizamos para acção seja pontual
seja, sobretudo, continuada e sustentada.

Para os profissionais que trabalham em


contextos de carreira torna-se imprescindível
compreender o impacto comportamental da
instabilidade e da incerteza, de forma a
desenhar estratégias de intervenção que
diminuam o seu impacto negativo,
maximizando o seu potencial de activação do
crescimento pessoal.
Contextos globalmente caracterizados pela sua
estabilidade e previsibilidade

Percursos lineares de carreira

Modelos teóricos focalizados na compreensão do


processo de ajustamento entre características
individuais e contextuais em momentos pontuais de
escolha e de inserção laboral, socialmente bem
identificados, geralmente com início no final da
adolescência ou inicio da idade adulta

ou

Na preparação para as transições normativas em torno


da formação e do trabalho ao longo dos principais
estádios de desenvolvimento, comuns a todos os
indivíduos pertencendo a uma determinada sociedade
Modelos de consulta psicológica

- Predominantemente directivos e racionais, nos quais o


grau de ajustamento às escolhas ou ao trabalho, ou de
preparação para as transições, depende largamente de
factores cognitivo-informacionais que permitem a
intencionalização do comportamento

- Modelo da “equação”, o qual pode assumir um maior


ou menor grau de complexidade, mas sobretudo
centrado no conteúdo e não no processo

- Importância da identificação dos interesses como


estruturas relativamente estáveis da personalidade

- Importância da activação das dimensões cognitivas da


organização subjectiva do futuro, como a extensão, a
diferenciação e o grau de realidade
Inovação nos modelos de consulta psicológica

- Predominantemente não directivos e assentando na


activação das emoções positivas e da flexibilidade cognitiva,
tendo em vista o empowerment motivacional

- Importância do reforço da dinâmica da aproximação que facilita o


crescimento, e inibição da dinâmica do evitamento que, sendo aversiva,
apenas permite a sobrevivência, mas não o bem-estar ou o funcionamento
optimal

- Modelos que têm em conta os factores não previsíveis e não


antecipados, e a complexidade dos sistemas onde ocorre o
desenvolvimento humano -

- Importância da activação da “integração amplificada” das


componentes motivacionais

- Importância atribuída ao processo de consulta,


nomeadamente ao envolvimento dos indivíduos nesse
processo, no sentido do reforço da autonomia e da
internalização da regulação comportamental
Ryan et al., 2010, 10
Continuum de autonomia pessoal
O modelo do“acaso planeado”

 Os profissionais devem ajudar os clientes a desenvolverem 5


competências nucleares

curiosidade: explorar novas oportunidades de aprendizagem

persistência: esforço, sobretudo na presença de obstáculos

flexibilidade: mudar as atitudes e as circunstâncias

optimismo: ver novas oportunidades como possibilidades

correr riscos: agir, mesmo perante a incerteza dos resultados


Como?

 utilizar instrumentos de avaliação dos interesses como geradores de novas


oportunidades: “porque é que não desenvolveu interesse por essas áreas?”; “alguém
desencorajou o seu interesse por essas áreas?”; “o que é que teria que mudar para
ter algum interesse por essas áreas?”; “como é que as pesoas que trabalham nessas
áreas desenvolveram os seus interesses?”; “se quisesse desenvolver interesse por
uma dessas áreas o que é que faria?”

utilizar o encorajamento: ajudar o cliente a desenvolver uma visão optimista


do processo e a assumir riscos

reformular a utilização da informação: modalidades experienciais e reestruturação


cognitiva de acontecimentos passados, actuais e futuros (p.ex.: que questões é que
gostaria que o seu curso ajudasse a responder vs qual é o seu curso)

 ajudar a ultrapassar obstáculos: reformulação das questões colocadas pelos clientes

Ajudar a reconhecer o papel do “acaso planeado” no trajeto vida dos clientes: “o que
é que gostaria que acontecesse e como é que isso seria possível”; “como é que a sua
vida seria diferente se realizasse ou não tal acção”
O modelo de aconselhamento de carreira no âmbito da
teoria do caos (Pryor & Bright, 2006)

p. 2
Perspectivas convergentes (estabilidade) e emergentes
(mudança) no aconselhamento de carreira – a
complementaridade das perspectivas no processo de
tomada de decisão
 perspectiva convergente – identificação do resultado provável
(convergir através de processos de análise, eliminação e lógica)
Perspectivas convergentes (estabilidade) e emergentes
(mudança) no aconselhamento de carreira – a
complementaridade das perspectivas no processo de
tomada de decisão
 perspectiva emergente – identificação dos resultados possíveis
(criatividade, intuição, abertura)
Perspectivas convergentes (estabilidade) e emergentes
(mudança) no aconselhamento de carreira – a
complementaridade das perspectivas no processo de
tomada de decisão

 Mudanças múltiplas de perspectivas no decurso de um processo de


aconselhamento em função das necessidades do cliente e das próprias
características do processo
• clientes “”indecisivos” (mudança da perspectiva da possibilidade
para a probabilidade)
• após a redução de um leque de opções (mudança da perspectiva da
probabilidade para a perspectiva da possibilidade) – que
possibilidades na associação entre medicina e engenharia?
• recolha e processamento da informação – exploração externa de IEP
(perspectiva convergente) associada a a exploração interna através da
imaginação, da metáfora e da criatividade
• clientes que não reconhecem alternativas (p. ex. desempregados
mais velhos) – utilização da perspectiva emergente inicialmente
(identificação de possibilidades) e da perspectiva convergente mais
tarde (identificação de instituições para a formação e de planos para a
implementação de uma decisão)
Utilização de modelos de aconselhamento que promovam o
desenvolvimento psicológico positivo

Ao nível sistémico
- Promover a criação de contextos “positivos”, que favorecem o
funcionamento otimal através da promoção da autonomia, da
estrutura e do envolvimento

Ao nível organizacional
- Promover a colaboração, a cooperação e a coordenação de
estruturas promotoras da aprendizagem e da orientação ao longo
da vida: facilitar a transferabilidade das aprendizagens e a
validação social das competências
Caos ou Coerção ou Rejeição ou
confusão controlo negligência
≠ ≠ ≠

Markland et al. (2005), 821


Kelloway & Day, 2005,
Fassinger, 2008
Barreiras externas: práticas discriminatórias, climas hostis de
trabalho
Barreiras internas: diminuição da autoeficácia e da
autoconfiança, frustração das aspirações
Barreiras ativas (diretas): avaliações de desempenho
enviesadas, políticas salariais não equitativas
Barreiras passivas (indiretas): ausência de mentores ou de
modelos, expetativas de desempenho diminuídas, recursos
não existentes
Barreiras “major”: escolas sem recursos, assédio. Violência
Barreiras “minor”: ausência de encorajamento, estereotipia
ocupacional
Van Esbroeck, 2008, 39
ORIENTAÇÃO DE CARREIRA, CONTEXTOS
• Os serviços e actividades de orientação de carreira podem encontrar-se:
• Escolas,
• Universidades e Faculdades,
• Instituições de formação profissional,
• Serviços de Emprego Públicos,
• Locais de trabalho (empresas),
• Sector voluntário e comunitário,
• Sector privado.
(idem, p. 10)
SERVIÇOS E ACTIVIDADES, MODALIDADES
• As actividades podem realizar-se individualmente ou em grupo,
• e podem ser face-a-face (f-t-f) ou à distância (através de linhas de ajuda e de serviços
baseados na Internet).
• Incluem:
• a provisão de informação de carreira (impressa, com suporte das TIC ou outras formas),
• ferramentas de avaliação e de auto-avaliação,
• entrevistas de aconselhamento,
• programas de educação de carreira (para ajudarem os indivíduos a desenvolverem
autoconsciência, consciencialização das oportunidades e competências de gestão de
carreiras),
• programas de contacto com actividades profissionais (para experimentar as opções antes de
as escolher),
• programas de procura de trabalho,
• e serviços de apoio à transição.
MICRO- QUESTÕES QUESTÕES QUESTÕES NO QUESTÕES EXEMPLOS DE
CONTEXTO RELATIVAS À FASE RELATIVAS ÂMBITO DAS RELATIVAS INTERVENÇÕES
DE AO GÉNERO NECESSIDADES À
DESENVOLVIMENTO E ESPECIAIS PERTENÇA
ORIENTAÇÃO ÉTNICA E
SEXUAL CULTURAL
Escola Crianças, adolescentes, Igualdade de Necessidades Emigrantes, Programas de
adultos oportunidades, etc. educativas especiais, ciganos, etc. promoção do
deficiência, etc. desenvolvimento
Percepção de vocacional, programas
barreiras à de promoção de
exploração e competências
tomada de decisão, vocacionais em
etc. mulheres oriundas de
meios rurais,
intervenções para
alunos com NEE, etc.
Família Crianças, adolescentes Educação Atitudes na educação Apoio à Intervenções de apoio
diferencial no seio de jovens com NEE integração em à exploração
da família contextos vocacional no seio
educativos e de familiar, intervenções
Percepção de trabalho de apoio a famílias
barreiras, manejo com jovens
das diferenças e apresentando NEE,
apoio à expressão etc.
genuína de
interesses,
competências, etce
à modificação de
crenças
disfuncionais
Local de Trabalho Adultos Problemas de Integração de Integração de Intervenções de
discriminação no trabalhadores com trabalhadores aconselhamento
local de trabalho deficiências emigrantes ou vocacional, workshops
provenientes de de promoção de
minorias étnicas competências
e culturais vocacionais,
actividades de inclusão
vocacional para
trabalhadores com
deficiências, etc.
Instituições/entidades Crianças, jovens, adultos Diferenciação vs O papel O papel Programas de
recreativas e culturais colaboração de desempenhado pelas desempenhado promoção do
ambos os géneros actividades pelas actividades desenvolvimento
em actividades recreativas e culturais recreativas e vocacional no âmbito
recreativas e no desenvolvimento culturais na das actividades de
culturais das potencialidades e inclusão lazer, actividades de
das funcionalidades educativa e educação para a
laboral de carreira inseridas em
emigrantes e no iniciativas de âmbito
enriquecimento cultural, etc.
dos locais de
estudo e de
trabalho
Instituições/entidades Crianças, jovens, adultos O impacto da “Coping” com as Problemas de Programas de
comunitárias (sociais, violência doméstica limitações e as exclusão social desenvolvimento
justiça, saúde, mudanças em minorias vocacional para jovens
religiosas, etc.) Lidar com introduzidas pela étnicas institucionalizados,
preconceitos, situação de doença intervenções
modificação de vocacionais em
crenças sujeitos com doenças
crónicas (HIV), etc.
MESOCONTEXTOS QUESTÕES QUESTÕES QUESTÕES NO QUESTÕES EXEMPLOS DE
RELATIVAS À FASE RELATIVAS ÂMBITO DAS RELATIVAS INTERVENÇÕES
DE AO NECESSIDADES À
DESENVOLVIMENTO GÉNERO ESPECIAIS PERTENÇA
ÉTNICA E
CULTURAL
Escola-Família Crianças, adolescentes Igualdade de Necessidades Emigrantes, Intervenções conjuntas
oportunidades, educativas especiais, ciganos, etc. de promoção do
etc. deficiência, etc. desenvolvimento
vocacional e
Percepção de interpessoal, etc.
barreiras à
exploração e
tomada de
decisão, etc.
Escola-Mundo do Adolescentes, adultos Inserção sócio- Inserção sócio- Inserção sócio- Programas ou
trabalho; Mundo do profissional profissional plena deprofissional intervenções
trabalho-Escola promotora da sujeitos com inclusiva de facilitadores da
igualdade de necessidades emigrantes e de transição escola-
oportunidades, educativas especiais,sujeitos oriundos mundo do trabalho,
etc. deficiência, etc. de minorias programas de
étnicas e formação profissional
culturais e social, etc.
Local de trabalho – Adultos Problemas de Adaptação contextual Adaptação Intervenções
Local de trabalho discriminação às necessidades mútua vocacionais em
em função do específicas de trabalhador situação de mobilidade
género e/ou da trabalhadores com (valores pessoais profissional
orientação características e de trabalho)-
sexual especiais cultura
organizacional
Local de trabalho- Adultos A inter-relação A complementaridade A inter-relação Programas
entidades culturais, de papéis em de papéis e de de papéis em facilitadores da
recreativas e ambos os estratégias de diferentes transição para a
comunitárias géneros, a “coping” em sujeitos grupos étnico- reforma, etc.
saliência das com doenças crónicas culturais
actividades em
contextos
alternativos ao
contexto de
trabalho

Grelha de compreensão das intervenções vocacionais ao longo da vida a partir dos diferentes modelos e teorias
explicativas do desenvolvimento da carreira
O contexto escolar como contexto desenvolvimental
básico e nuclear para a intervenção psicológica
► A entrada dos psicólogos no sistema educativo português, em 1983, foi enquadrada
num modelo de intervenção psicológica em contexto escolar compreensivo, integrador e
promocional, bastante inovador no contexto nacional, mas que se encontrava alinhado
com diversas propostas de prática psicológica apresentadas por diversos autores, em
diferentes contextos internacionais nas duas últimas décadas do século 20;

► Embora o modelo então proposto ainda hoje encontre acolhimento na filosofia e


propostas de intervenção formuladas por redes europeias congregando psicólogos a
trabalharem em contextos educativos (e, de uma forma implícita, no memorando
europeu sobre a aprendizagem ao longo da vida), a ausência de um investimento
sistemático nos serviços de psicologia em contexto escolar tem limitado severamente o
horizonte da sua intervenção, dando origem a movimentos recorrentes no sentido de
atribuir a outros agentes educativos funções específicas associadas à formação
especializada dos psicólogos educacionais.
 Das diversas propostas apresentadas no Relatório de 1984, são de
salientar as 3 seguintes, pois constituem uma “filosofia” de atuação
para o trabalho do psicólogo na escola (Abreu, 1983):
- adoção de uma conceção ampla de orientação ao longo da vida,
à semelhança do atual paradigma da aprendizagem ao longo da
vida (Memorando Europeu, 2000);
- a escola como o espaço mais adequado para a organização das
atividades de orientação, as quais devem acompanhar o aluno ao
longo de toda a sua formação escolar;
- criação de uma carreira única integrando as funções de
conselheiro de orientação escolar e as de psicólogo escolar,
seguindo uma conceção integrada e desenvolvimentista de
intervenção psicológica na escola (vs conceção psicotécnica de
orientação e de intervenção psicológica).
A. Mid/late 80’s….

Os objetivos que nortearam a criação dos SPO’s, expressam uma filosofia de
intervenção verdadeiramente inovadora à época, na medida em que privilegiam já uma
prática desenvolvimentista e contextualista, assente na dinamização dos sistemas de
relações interpessoais da comunidade educativa tendente ao aperfeiçoamento das
atividades de ensino/ aprendizagem, com vista ao desenvolvimento integral dos alunos e
à melhoria qualitativa do sistema educativo

 Atualidade desta conceção de intervenção psicoeducativa, sustentada por inúmeros


textos científicos, propostas de intervenção e estudos de avaliação empírica difundidos
sobretudo a partir da última década do século 20 em vários contextos da cena
internacional, designadamente no âmbito da ASCA (American School Couselor
Association), ASPA (American School Psychology Association), IAEVG (International
Association for Education and Vocational Guidance), AERA (American Educational
Reserch Associaction), bem como em muitas outras publicações periódicas ligadas aos
contextos educativos/formação
A. Mid/late 80’s….

Neste âmbito, os SPO’s deveriam integrar modalidades múltiplas de


intervenção na comunidade escolar que tivessem em consideração as
características de interação entre os diversos sistemas da comunidade
escolar alargada, bem como a articulação de objetivos e dos meios
disponíveis. Essas modalidades de intervenção incidiriam em três
dimensões principais, sendo a primeira o nível de prevenção (primário,
secundário ou terciário), a segunda os alvos diretos e/ou indiretos da
intervenção (a organização escolar, os professores, os alunos, os pais,
elementos específicos da comunidade envolvente ou qualquer eixo de
interação entre os alvos anteriormente referidos) e a terceira as áreas de
intervenção (académica, vocacional e psicossocial)
MODELO DE INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA EM CONTEXTOS EDUCATIVOS/FORMAÇÃO

Níveis de
Áreas Alvos
Organização da
de da
Intervenção
Intervenção Intervenção

 Primária  Académica  Intervenções


centradas no sujeito
 Secundária  Vocacional (direta)

 Terciária  Psicossocial  Intervenções


centradas nos
contextos (indiretas)
Diversidade de modalidades de
intervenção
Centradas  Consulta psicológica individual
no Sujeito  Consulta psicológica em grupo
[directas] (processo/conteúdo)
 Intervenções educativas individuais e em grupo
(conteúdo)

Centradas  Consultadoria (pais/encarregados de educação,


no Contexto professores/formadores, responsáveis educativos,
comunitários e políticos)
[indirectas]
 Colaboração em programas de acção
 Coordenação de programas de intervenção/serviços
de apoio
 Formação de técnicos/agentes de desenvolvimento
Este modelo de intervenção psicológica foi avaliado em 1998 (Abreu et al.), no
âmbito de um protocolo estabelecido entre o NOEP e a DREC, publicado em 2001
(Abreu et al.)

 Os resultados dessa avaliação mostram, de uma forma global, a existência de


expectativas francamente positivas relativamente ao tipo de intervenção
psicológica em contexto escolar legalmente atribuída aos SPO’s: tanto os orgãos
de gestão/professores, e entre estes com particular incidência os que se situam
nas escolas da área de influência, como os próprios alunos atribuem uma
importância elevada ao conjunto das actividades desenvolvidas pelos SPO’s

 Este estudo também revelou que o impacto dos SPO na comunidade escolar é
muito maior nas escolas em que os psicólogos estão sediados tendo estes, de
igual forma, uma perceção mais positiva acerca da eficácia e qualidade do seu
trabalho quando estão inseridos em agrupamentos não muito alargados, uma vez
que o controlo sobre todas as variáveis atuantes no contexto escolar é muito
maior
Os psicólogos escolares no apoio ao desenvolvimento
psicológico positivo

Modelo teórico, de investigação e de prática que tem


procurado um conhecimento mais profundo acerca dos
processos através dos quais as crianças e os adolescentes
se transformam em adultos mais motivados, autodirigidos,
socialmente competentes e preocupados com o bem-estar
dos seus semelhantes (Larson, 2000)
6 áreas programáticas de intervenção para a promoção da
aprendizagem e do desenvolvimento psicológico positivo em
contexto escolar (Adelman & Taylor, 2008)

1. Melhoria ao nível das estratégias de aprendizagem utilizadas na


sala de aula ( sobretudo para os alunos com poucos factores de
motivação ou que apresentam alguns problemas de aprendizagem
e/ou comportamentais)
2. Apoio às transições (apoiar os alunos e as respectivas famílias à
medida que vão enfrentando os momentos de transição mais
importantes)
3. Aumentar o envolvimento do contexto familiar com o contexto
escolar
4. Responder eficazmente às situações de crise e, sempre que
possível, preveni-las
6 áreas programáticas de intervenção para a promoção da
aprendizagem em contexto escolar (Adelman & Taylor, 2002)

5. Aumentar o envolvimento e o apoio da comunidade que rodeia o


contexto escolar (p. ex. recurso a voluntários)
6. Facilitar a acesso do aluno e da respectiva família a serviços
especializados, sempre que necessário
abordagem desenvolvimentista, sistémica, preventiva, que
actua de acordo com o princípio da utilização preferencial de
formas de intervenção menos restritivas e não intrusivas, que se
dirige às causas comuns dos problemas mais frequentes e
importantes (que não podem ser vistos como independentes entre
si – p. ex., hábitos alimentares, consumo de tabaco, consumo de
álcool, exercício físico, comportamentos sexuais, violência e
comportamento delinquente, abandono escolar), minimizando a
tendência para as formas fragmentadas de intervenção
http://smhp.psych.ucla.edu/
(Center for Mental Health in Schools – School Mental Health Project)
O psicólogo educacional (escolar) para a NEPES (Network of
European Psychologists in th Educational System, 2010)

-A existência de peritos de psicologia nos sistemas educativos representa


um parte fundamental das políticas europeias para a qualidade na
educação e na aprendizagem ao longo da vida;

- A prevenção primária e a promoção da saúde (e a prevenção do fracasso


ou das disfunções) ainda são áreas negligenciadas no âmbito do sistema
educativo

NEPES, 8
Relatório da “Network of European Psychologists in the Educational
System” (NEPES, 2010): European school psychologists improve lifelong
learning

Os psicólogos escolares ocupam uma posição chave na articulação entre os


sistemas educativo, de sáude e social mais alargado, tendo em vista servir o
desenvolvimento e o bem estar do público alvo, nomeadamente a as crianças e
os adolescentes;

Rácios de 1 pe/+1000 estudantes estão associadas a % mais elevadas de


tempo despendido em atividades relacionadas com a educação especial,
avaliações iniciais e re-avaliações;

 Por outro lado, rácios de 1pe/- 1000 estudantes estão associadas a % de


tempo mais elevadas de tempo despendido em serviços preventivos e
programas de intervenção, bem como em atividades de aconselhamento
individual e grupal.
ESPIL, 2010, 13
NEPES, 9
Século XXI….
Tem havido várias tentativas legais nos últimos anos (por parte do Ministério da
Educação e sa Solidariedade e Segurança Social) de combater o insucesso escolar
utilizando um modelo psicopedagógico de intervenção do tipo remediativo, em vez de
um modelo verdadeiramente preventivo e promocional
2004: colocar os SPO’s debaixo do guarda chuva da educação especial e dos
serviços de apoio sócio-educativo
2006: criação de uma nova carreira nas escolas (consultores escolares) a partir de
ações especializadas de formação dirigidas aos professores regulares – os psicólogos
educacionais passavam a ser vistos como os assistentes destes novos profissionais em
situações em que os alunos enfrentam barreiras específicas à aprendizagem
2008: extinção da carreira profissional “psicólogo escolar” no âmbito dos SPO
Negligência da abordagem da psicologia escolar que propõe a utilização preferencial
de estratégias de intervenção menos restritivas e intrusivas, que se dirige de forma
compreensiva e integrada às causas comuns das mais frequentes e importantes
barreiras à aprendizagem, minimizando deste modo a tendência para adoptar
estratégias de intervenção fragmentadas
Estudo sobre a intervenção no contexto escolar dos SPO’s
(Relatório encomendado pela DGIDC ao CIDEC,2006)

 Objetivo do estudo
”Avaliar a actual situação dos SPO na escola, de modo
a que posteriormente a DGIDC possa, tal como se propõe,
conceber e implementar linhas orientadoras de
acção/funcionamento que permitam melhorar a resposta dos
SPO em contexto escolar”
Metodologia do estudo
 Análise documental e estatísticas; entrevistas;
inquérito; estudo de caso
p. 46
p. 47
Aconselhamento de carreira para adultos desempregados
 Serviços de apoio ao aumento do grau de empregabilidade:
1. Formação;
2. Reciclagem;
3. Experiências de trabalho;
4. Estratégias de procura de emprego;
5. Colocação
 Obstáculos e dificuldades
Diferentes tipos de serviços de orientação em diferentes instituições
públicas e privadas, quando os diferentes tipos de serviço deveriam
existir em diferentes instituições em função das necessidades dos
diversos públicos-alvo; Ex: Consideração das necessidades diferenciadas de
adultos desempregados através de serviços prestados numa rede
hierarquizada (informação, entrevistas breves, tratamentos intensivos)
Aconselhamento de carreira para adultos trabalhadores
 Apoiar a aprendizagem ao longo do ciclo de vida e a empregabilidade
ativa
1. Desenvolvimento da carreira no quadro laboral;
2. Desenvolvimento da carreira num trabalho similar muna entidade laboral
diferente
3. Reciclar novas competências que permitam a mudança para um tipo de
trabalho diferente
Ex. estimular e promover parcerias entre organizações de empregadores,
instituições educativas e de formação, serviços públicos de emprego e
outras organizações relevantes para a oferta de serviços de orientação
no local de trabalho; melhorar as possibilidades de emprego continuado
dos adultos, através da acreditação e da validação de programas de
aprendizagem anteriores nos serviços de orientação
Aconselhamento de carreira para adultos mais velhos

 Transições mais flexíveis para a reforma no sentido da promoção


do envelhecimento ativo
1. Informação especializada e aconselhamento;
2. Atividades de tempos livres que proporcionem a realização pessoal
3. Trabalho voluntário
4. Atividades de manutenção da boa saúde mental e física
Ex: Criação de percursos mais flexíveis entre a situação de trabalho a
tempo integral e de reforma a tempo integral (combinação de
trabalho a tempo parcial, trabalho voluntário e curtos períodos de
trabalho e de lazer a tempo integral)

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