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Manaus era conhecida como Cidade da Barra do Rio Negro até 1856 quando passou a se
chamar Manaus. Localizada no centro geográfico da Amazônia, a leste do estado do
Amazonas, na sub-região Rio Negro/Solimões e Norte do Brasil, é o centro regional do
estado e sua capital. Possui uma população de 1.405.835 habitantes (2000) e uma
densidade demográfica de 123,23 hab/Km2. A população é urbana concentrando na cidade
99,36% dos residentes.
2. CARACTERÍSTICAS ECONÔMICAS
A Zona Franca de Manaus foi criada como área de livre comércio para desenvolver a
Amazônia Ocidental, tornando-se um polo de atividade industrial e comercial. Com a
recente implantação do Armazém Alfandegário, Manaus vem se transformando no maior
entreposto aduaneiro da América Latina e em porta de saída de produtos de exportação
para mercados do Caribe e dos Estados Unidos.
O município conta com 15.226 unidades locais (empresas com CGC) e apenas 404
estabelecimentos agropecuários. É uma cidade constituída majoritariamente por unidades
locais de micro e pequeno porte.
Tabela 1 – Unidades locais por número de pessoas ocupadas, Manaus (AM), 1996
Unidades locais por pessoas ocupadas N %
Unidades locais – 1 a 4 pessoas ocupadas 10.714 74,37
Unidades locais – 5 a 9 pessoas ocupadas 1.549 10,75
Unidades locais – 10 a 19 pessoas ocupadas 975 6,77
Unidades locais – 20 a 29 pessoas ocupadas 315 2,19
Unidades locais – 30 a 49 pessoas ocupadas 299 2,08
Unidades locais – 50 a 99 pessoas ocupadas 237 1,65
Unidades locais – 100 a 249 pessoas ocupadas 184 1,28
Unidades locais – 250 a 499 pessoas ocupadas 77 0,53
Unidades locais – 500 a 999 pessoas ocupadas 40 0,28
Unidades locais – 1000 ou mais pessoas ocupadas 16 0,11
Total 14.406 100,00
Fonte: IBGE – Cidades@- Contagem Populacional, 1996
As unidades econômicas que empregavam 500 ou mais pessoas em 1996 representavam
somente 0,39% do total, embora fossem as empregadoras da maior parte da população
ocupada em 1996: 36,12% trabalhadores estavam em unidades que empregavam 500 ou
mais pessoas.
intergovernamentais, o que indica que o município depende dos recursos repassados pelo
governo federal e por outras transferências.
3. CARACTERÍSTICAS SOCIAIS
1
IDH-M –Índice de Desenvolvimento Humano Municipal é composto por três dimensões: Longevidade
(esperança de vida ao nascer), Educação (taxa de analfabetismo e número de anos de estudo) e Renda (renda
familiar per capita)
MANAUS (AM) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 4
dimensões: IDH – Educação (0,750 em 1991) e IDH – Renda (0,950 em 1991), deixou a
condição de baixo para médio nível de desenvolvimento humano nas últimas décadas,
similar ao estado do Amazonas, mas ainda inferior à média nacional.
O ICV – Infância que cresceu de 0,650 em 1980 para 0,691 em 1991, manteve-se inferior a
média nacional (0,742 em 1991). O mesmo acontece com a Habitação, pois embora tenha
passado de 0,384 em 1970 para 0,680 em 1991 – o que representa atingir o patamar de
médio desenvolvimento nesta dimensão - ainda apresenta índices inferiores à média
nacional.
2
ICV – Índice de Condição de Vida é composto pelas dimensões acima citadas que incluem outros
indicadores: Longevidade (taxa de mortalidade), Educação (porcentagem da população com menos de 4
anos de estudo, porcentagem da população com menos de 8 anos de estudo e porcentagem da população com
mais de 11 anos de estudo), Renda (índice L de Theil – desigualdade de renda, porcentagem da população
com renda insuficiente, insuficiência média de renda e grau de desigualdade na população com renda
insuficiente).O ICV incorpora duas novas dimensões: Infância (porcentagem de crianças que não freqüentam
a escola, defasagem escolar média, porcentagem de crianças com mais de um ano de atraso escolar e
porcentagem de crianças que trabalham) e Habitação (porcentagem da população vivendo em domicílios
com densidade superior a 2 pessoas por dormitório potencial, porcentagem da população vivendo em
domicílios duráveis, porcentagem da população vivendo em domicílios com abastecimento adequado de água
e porcentagem da população vivendo em domicílios com instalações adequadas de esgoto).
MANAUS (AM) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 5
Tabela 8 - Chefia de domicílios particulares por anos de estudo, Manaus (AM), 1996
Anos de Estudo do Chefe de Domicílio N %
chefes sem instrução ou menos de 1 ano de estudo 24.525 9,71
chefes - 1 ano de estudo 8.914 3,53
chefes – 2 a 3 anos de estudo 25.102 9,94
chefes - 4 anos de estudo 29.111 11,53
chefes - 5 a 7 anos de estudo 48.817 19,33
chefes - 8 anos de estudo 32.644 12,93
chefes - 9 a 10 anos de estudo 12.859 5,09
chefes - 11 anos de estudo 52.087 20,63
chefes - 12 a 15 anos de estudo 13.075 5,18
chefes - 16 anos ou mais de estudo 5.354 2,12
Total 252.488 100,00
Fonte: IBGE - Cidade@ Contagem Populacional, 1996
Os domicílios em Manaus, concentrados na área urbana, em 1996, eram habitados
predominantemente por três (17,18%), quatro moradores (20,71%) e cinco moradores
(17,30%). É também significativa a soma dos percentuais de domicílios onde viviam 6 ou
mais pessoas (26,75%).
MANAUS (AM) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 7
Segundo os dados do SIAB, entre as famílias cadastradas pelo PSF em 2001, 26,47% dos
domicílios não tinham acesso ao abastecimento de água por meio de rede pública,
utilizando-se de poço, nascente ou outros, situação similar a da população total do
município (quadro 3).
sanitária mais comum entre os moradores da cidade (36,70%), também sobressaindo o uso
da fossa rudimentar (14,16%). Na área rural a mais comum era a fossa séptica (58,69%),
embora cerca de 20% da população rural ainda escoasse o esgoto em valas.
Quadro 3 – Características dos domicílios das famílias cadastradas pelo PSF, Manaus
(AM), 2001
2001
Situação
N %
Tipo de Casa
Tijolo / Adobe 36.426 49,35
Taipa revestida 17 0,02
Taipa não revestida 12 0,02
Madeira 27.544 37,31
Material aproveitado 304 0,41
Outros 5.692 7,71
Abastecimento de Água
Rede Pública 52.284 70,83
Poço ou nascente 18.473 25,02
Outros 1.073 1,45
Tratamento de Água no Domicílio
Filtração 15.709 21,28
Fervura 2.073 2,81
Cloração 11.241 15,23
Sem tratamento 37.379 50,64
Energia Elétrica
Casas cobertas 70.899 96,04
Destino do Lixo
Coleta pública 65.861 89,22
Queimado / enterrado 3.215 4,36
Céu aberto 2.957 4,01
Destino de Fezes / Urina
Sistema de esgoto 20.101 27,23
Fossa 33.090 44,83
Céu aberto 17.116 23,19
Total de domicílios 69.995 100,00
Fonte: SAS / COSAC, DATASUS – SIAB / Elaboração própria
4. CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS
No período entre 1996 a 1998 os cinco principais grupos de doenças responsáveis pelos
óbitos em Manaus mantiveram-se estáveis. Os sintomas, sinais e achados anormais clínicos
e de laboratórios, não classificados em outra parte, ocupavam o primeiro lugar entre as
causas de mortalidade geral.
Quadro 4 – Mortalidade geral por grupos de causas, Manaus (AM), 1996 a 1998
1996 1997 1998
1ª Sint., sin. e ach. anorm. clín. e Sint., sin. e ach. anorm. clín. e Sint., sin. e ach. anorm. clín. e lab.,
lab., ncop lab., ncop ncop
2ª Causas externas de morbidade Causas externas de morbidade. Causas externas de morbidade. e
e mortalidade. e mortalidade. mortalidade.
3ª Doenças do ap. circulatório Doenças do ap. circulatório Doenças do ap. circulatório
4ª Afecções orig. no período Afecções orig. no período Afecções orig. no período perinatal
perinatal perinatal
5ª Neoplasias Neoplasias Neoplasias
Fonte DATASUS/SIM
MANAUS (AM) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 10
O maior número de óbitos em 1998 foi por sintomas, sinais e achados anormais clínicos e
de laboratórios (21,79%), seguido por causas externas de morbidade e mortalidade
(16,85%), principalmente agressões. Em terceiro lugar apareceram as doenças do aparelho
circulatório (15,08%), principalmente as doenças cerebrovasculares, e em quarto lugar as
neoplasias (13,29%). No quinto lugar encontravam-se as afecções no período perinatal
(11,79%), sendo o transtorno respiratório e cardiovascular perinatal mais freqüente.
Tabela 14 – Óbitos por grupos de causas freqüentes nos principais grupos de causas,
Manaus (AM), 1996 a 1998
Principais grupos de causas 1996 1997 1998
N % N % N %
Sint., sin. e ach. anorm. Clín. e lab., ncop 1.318 1.518 1.426
Rest. sint., sin. e ach. Anorm. clín. e lab., ncop 982 74,50 1.079 71,08 985 69,07
Causas externas de morb. e mortal. 1.014 1.053 1.103
Agressões 409 40,33 421 39,98 498 45,14
Doenças do ap. circulatório 986 1.004 987
Doenças cerebrovasculares 443 44,92 434 43,23 478 48,42
Afecções orig. no período perinatal 700 703 772
Transtorno resp. e cardiovasc. espec. perinatal 461 65,85 466 66,28 478 61,91
Neoplasias 730 694 870
Restante de neoplasias malignas 100 13,69 107 15,41 117 13,44
Fonte: DATASUS /SIM
A taxa de mortalidade infantil em Manaus diminuiu expressivamente entre 1970 (114,94
por mil nascidos vivos) e 1991 (44,71 por mil nascidos vivos), índice mais baixo que a
média nacional (49,49 por mil nascidos vivos) e regional (50,98 por mil nascidos vivos).
(PNUD/IPEA/Fund. João Pinheiro/IBGE, 1999).
Entre 1996 e 1998 o maior número de óbitos ocorreu na faixa etária de 15 a 49 anos (cerca
de 27%), entre pessoas com 70 a 80 anos e mais (cerca de 25%) e com menos de um ano
(cerca de 20%).
MANAUS (AM) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 11
Tabela 16 – Óbitos em menores de 1 ano por grupos de causas, Manaus (AM), 1996 a
1998
Principais grupos de causas 1996 1997 1998
N % N % N %
Afecções origin. no período perinatal 700 54,13 702 54,90 772 55,00
Sint., sin., ach. anorm clín. e lab., ncop 235 18,20 260 2,03 185 13,65
Malf. cong., deform., e anomal. cromossômicas 88 6,81 115 9,00 136 10,04
Doenças do ap. respiratório 72 5,60 53 4,14 75 5,53
Total 1.293 100,00 1.279 100,00 1.355 100,00
Fonte: DATASUS/SIM
Na faixa etária de 1 a 4 anos os sintomas, sinais e achados anormais clínicos e de
laboratórios representaram 25,89% dos óbitos ocorridos em 1998. As doenças infecciosas e
parasitárias ocuparam a segunda posição (17,41%), seguidas por causas externas de
morbidade e mortalidade (16,52%). Em quarto lugar apareceram as doenças do aparelho
respiratório (14,73%), principalmente pneumonia, e em quinto as neoplasias, sendo
leucemia a mais freqüente.
MANAUS (AM) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 12
Tabela 22 – Óbitos na faixa etária de 60 e mais anos por grupos de causas, Manaus
(AM), 1996 a 1998
Principais grupos de causas 1996 1997 1998
N % N % N %
Doenças do ap. circulatório 749 31,70 724 28,50 692 26,04
Sint., sin. e ach. anorm. clín. e lab., ncop 635 26,90 691 27,20 731 27,51
Neoplasias 356 15,05 324 12,74 435 16,40
Doenças end., nut. e metabólicas. 138 5,83 142 5,60 148 5,60
Causas externas de morb. e mortalidade 57 2,41 65 2,55 69 2,60
Total 2.364 100,00 2.542 100,00 2.657 100,00
Fonte: DATASUS/SIM
Até abril de 2002, não ocorreu municipalização de quaisquer unidades de saúde estaduais
ou federais localizadas em Manaus. Iniciativas foram tomadas com o intuito de
descentralizar serviços e habilitar o município na condição de gestão plena do sistema
municipal, mais avançada, contudo, sem sucesso até o momento3.
3
Em uma destas tentativas foi constituída comissão composta por membros dos Conselhos Estadual e
Municipal de Saúde. Novos membros representantes do CMS foram indicados pela SEMSA, mas a Comissão
não estava atuando em março de 2002.
MANAUS (AM) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 15
Distritalização do SUS
O município de Manaus está dividido em sete zonas geográficas, compostas por seis áreas
urbanas e uma rural: Centro-Oeste, Oeste, Centro-Sul, Sul, Leste, Norte e Sul-Leste. As
zonas estão subdivididas em 56 bairros e 17 localidades rurais. Em dezembro de 2001 foi
4
O Programa Médico de Família (PMF) encontra-se em processo de conversão para Programa Saúde da
Família (PSF) conforme será descrito posteriormente.
MANAUS (AM) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 16
5
Por vezes, o quantitativo de unidades é diferente nas duas seções pois baseiam-se em fontes de informação
distintas, referindo-se a classificações e períodos diversos.
MANAUS (AM) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 17
unidades além das consultas médicas são realizadas imunizações, assistência odontológica
(4 equipos, 6 dentistas), atendimento de serviço social e psicológico, e realizados exames
diagnósticos de ultra-sonografia e radiologia (serviço terceirizado).
Atenção ambulatorial
O conjunto dos serviços ambulatoriais do SUS nos diversos níveis de complexidade,
localizado em Manaus, é composto por 437 estabelecimentos segundo dados do cadastro
no DATASUS de dezembro de 2001. As unidades de saúde da família representam 37,5% do
total de unidades ambulatoriais do município. Os centros de saúde representam 17,6% da
rede e sofreram pequeno aumento de aproximadamente 11,5% entre 1998 e 2001. Os
serviços de apoio à diagnose e terapia compõem 11% do conjunto de unidades
ambulatoriais e aumentaram cerca de 45,5% no mesmo período. O número de clínicas
especializadas duplicou entre 1998 e 1999, passando de 9 para 18 unidades, em parte,
provavelmente, devido à descentralização de Postos de Assistência Médica federais para o
estado.
Tabela 25 – Rede ambulatorial do SUS por tipo de prestador, Manaus (AM), 1998 a
2001
Tipo Prestador 1998 1999 2000 2001
N % N % N % N %
Municipal 85 35,9 85 34,3 88 33,3 254 58,0
Estadual 81 34,2 85 34,3 91 34,5 93 21,2
Privado 37 15,6 43 17,3 51 19,3 56 12,8
Filantrópico 15 6,3 15 6,1 15 5,7 15 3,4
Sindical 9 3,8 9 3,6 9 3,4 9 2,1
Universitário Público 6 2,5 6 2,4 6 2,3 6 1,4
Outros Órgãos Federais 4 1,7 5 2,0 4 1,5 5 1,1
Total 237 100,0 248 100,0 264 100,0 438 100,0
Fonte: DATASUS – SIA/SUS
Em dezembro 2001, da rede de 437 unidades ambulatoriais de saúde instalada no
município de Manaus, cerca de 84% (368) encontram-se sob gestão do município. Deste
conjunto, a maior parte das unidades é composta por Unidades de Saúde da Família, cerca
de 45%. Os postos e centros de saúde em número de 97 representam 26% da rede
ambulatorial de atenção básica sob gestão do município. As unidades móveis terrestres
representam 10% das unidades ambulatoriais localizadas na capital do Amazonas.
Tabela 26 – Rede ambulatorial do SUS sob gestão municipal, Manaus (AM), 2001
Tipo Unidade Municipal
N %
Unidade de Saúde da Família 164 44,6
Centro de Saúde 76 20,7
Unid. Móvel Terrestre Programa Enfrent às Emergências e Traumas 37 10,1
Posto de Saúde 21 5,7
Consultório 9 2,4
Unidade Móvel Fluvial/Marítima 8 2,2
Clínica Especializada 8 2,2
Unidades não especificadas 8 2,2
Ambulatório de Unidade Hospitalar Especializada 7 1,9
Outros Serviços Auxiliares de Diagnose e Terapia 7 1,9
Unid. Móvel Terrestre p/Atend. Médico/Odontológico 6 1,6
Ambulatório de Unidade Hospitalar Geral 5 1,4
Pronto Socorro Geral 5 1,4
Unidade Mista 2 0,5
Pronto Socorro Especializado 2 0,5
Centro/Núcleo de Atenção Psicossocial 1 0,3
Farmácia para dispensação de Medicamentos 1 0,3
Unidades de Vigilância Sanitária 1 0,3
Total 368 100,0
Fonte: DATASUS – SIA/SUS
MANAUS (AM) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 20
Este conjunto de unidades sob gestão municipal realiza ações básicas. Segundo o Relatório
de Gestão 2001, a SEMSA é responsável pelo cadastramento, programação de recursos e
validação dos faturamentos para fins de pagamento, controle e avaliação dos prestadores
que integram a rede do SUS sob gestão municipal. Como mencionado acima, é
estabelecido convênio com o gestor estadual e os pagamentos realizados conforme a
prestação de serviços. Esta relação convenial restringe a autonomia do município no
exercício da efetiva função gestora da atenção básica.
Tabela 27 – Rede ambulatorial do SUS por nível de hierarquia, Manaus (AM), 2001
Nível Nível Nível Nível Nível Nível Nível Nível S/Orç. NH Total
1 2 3 4 6 7 8 indevido
No. 205 57 23 42 15 6 2 87 1 438
Fonte: DATASUS – SIA/SUS
No ano de 2001 foram realizados pelas unidades ambulatoriais instaladas em Manaus
13.237.807 procedimentos ambulatoriais7, sendo 40,1% representados por ações de
atenção básica, 51,5% por procedimentos especializados e 8,4% por procedimentos de alta
complexidade. Não ocorreu expressivo aumento da produção ambulatorial entre 2000 e
2001 – apenas 4,6%. O número de procedimentos ambulatoriais por habitante/ano também
manteve-se estável – 9,0 e 9,1 – para os anos de 2000 e 2001 respectivamente8.
6
O nível 1 inclui unidades de menor complexidade do sistema, que executam as atividades básicas de
atenção em saúde. O nível 2 inclui também procedimentos de média complexidade e/ou Serviços Auxiliares
de Diagnose e Terapia (SADT) de menor complexidade. O nível 3 oferece assistência especializada, podendo
ou não incluir as atividades dos níveis 1 e 2. O nível 4 inclui ações de maior complexidade em nível
ambulatorial. O nível 5 inclui ambulatórios de hospitais que oferecem além das atividades do nível 1 e 2,
internações nas especialidades básicas. O nível 6 inclui ambulatórios de hospitais que além dos
procedimentos dos níveis 1, 2, 3 e 5 realizam consultas em especialidades médicas e odontológicas e SADT
de média complexidade. O nível 7 inclui as atividades dos níveis 1, 2, 3, 4 e 6 e SADT de alta complexidade.
O nível 8 é composto por ambulatórios de hospitais que são referência nacional, ambulatórios de hospitais de
ensino e referência para transplantes ou referência estadual para procedimentos de alta complexidade.
7
São analisados apenas os anos de 2000 e 2001, pois a categoria Grupo de Procedimentos sofreu mudanças
importantes em sua classificação a partir de outubro de 1999.
8
Esta relação é superestimada pois nos serviços SUS localizados em Manaus também são atendidos
pacientes do interior do estado do Amazonas referenciados.
MANAUS (AM) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 21
9
A participação dos procedimentos do PSF no total de procedimentos ambulatoriais realizados pela rede
municipal de saúde foi definido como um indicador de eficácia em estudo de avaliação da formulação e
implementação do Programa de Saúde da Família (Viana & Dal Poz, 1998).
MANAUS (AM) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 22
10
O grupo dos Medicamentos é composto por 27 subgrupos integrado por 60 tipos de medicamentos.
MANAUS (AM) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 24
Manaus apresentou para o ano de 2001 a média de 2,2 consultas médicas por habitante
ano. Esta taxa manteve-se estável de 1996 a 2000, com exceção do ano de 1999 quando
apresentou o maior número de consultas per capita/ano do período – 2,711.
Quadro 6 – Consultas médicas do SUS por habitante/ano, Manaus (AM), 1996 a 2000
Município 1996 1997 1998 1999 2000
Manaus 2,3 2,4 2,2 2,7 2,2
Fonte: DATASUS – IDB/SUS
Atenção hospitalar
De acordo com dados de dezembro de 2001, o SUS em Manaus conta com 31 hospitais
sendo 14 estaduais, 9 privados contratados, 2 federais, 2 municipais12, 2 filantrópicos e 2
universitários; o que representa uma proporção de 35,5% de estabelecimentos privados e
de 64,5% estabelecimentos hospitalares públicos. Todas as unidades hospitalares
encontram-se sob gestão estadual.
Tabela .33 – Rede hospitalar do SUS por natureza, Manaus (AM), 1996 a 2001
Natureza 1996 1997 1998 1999 2000 2001
Estadual 12 11 14 12 13 14
Contratado 7 6 5 7 7 9
Municipal 3 3 3 2 2 2
Federal 2 2 2 2 2 2
Filantrópico 2 3 3 3 3 2
Universitário Pesquisas 1 2 2 2 2 2
Total 27 27 29 28 29 31
Fonte: DATASUS – SIH/SUS
A rede hospitalar do SUS dispõe de um total de 2.403 leitos sendo 58,2% públicos, 30,8%
privados e 11% universitários (dezembro de 2001). Pode-se observar um aumento no
número total de leitos SUS de aproximadamente 16,7% no período compreendido entre
1996 e 2001. A proporção de leitos públicos manteve-se consideravelmente maior que a de
leitos privados durante todo o período. O maior crescimento pode ser observado em
relação ao número de leitos universitários, cerca de 62,3% entre os anos de 1996 e 2001.
11
Esta relação provavelmente está superestimada pois refere-se a consultas realizadas para residentes e não
residentes e Manaus por ser capital é pólo de atração para assistência médica.
12
Uma destas unidades refere-se a uma unidade mista cujos leitos foram desativados em 2001.
MANAUS (AM) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 25
Tabela 34 – Leitos vinculados ao SUS por regime, Manaus (AM), 1996 a 2001
Regime 1996 1997 1998 1999 2000 2001
N % N % N % N % N % N %
Público 1.256 61,0 1.226 58,7 1.434 63,0 1.268 56,7 1.343 58,0 1.399 58,2
Privado 642 31,2 642 30,8 577 25,4 705 31,5 711 30,7 741 30,8
Universitário 162 7,8 220 10,5 263 11,6 263 11,8 263 11,3 263 11,0
Total 2.060 100,0 2.088 100,0 2.274 100,0 2.236 100,0 2.317 100,0 2.403 100,0
Fonte: DATASUS – SIH/SUS
A relação leitos por mil habitantes em dezembro de 2001 foi de 1,8 estando próxima à
média da região Norte para 2001 (2,0) e distante da média nacional para o mesmo período
(2,9 leitos) e do recomendado pelo MS (3 a 4 leitos por mil habitantes). Em Manaus esta
taxa manteve-se bastante estável no período de 1996 a 2001.
Em 2001 a especialidade de obstetrícia foi responsável por 41% e a cirúrgica por 26% das
internações hospitalares realizadas pelo SUS. O número de internações sofreu aumento na
MANAUS (AM) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 26
maioria das especialidades entre 1996 e 2001. O maior aumento pode ser verificado em
relação às internações em pediatria (150,6%)13, cirurgia (81,7%) e clínica médica (78,5%)
entre 1996 e 2001. As internações em psiquiatria por sua vez sofreram redução de 36% no
período.
13
Este importante aumento em internações pediátricas chama a atenção pois tanto pode ser decorrente de
necessidades anteriormente desassistidas quanto de atenção básica precária. A ampliação da atenção básica
de qualidade, hipoteticamente resulta em redução de internações pediátricas.
MANAUS (AM) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 27
Tabela 36 – Número de internações por grupos de causas, Manaus (AM), 1998 a 2001
Grupos de causas 1998 1999 2000 2001
N % N % N % N %
XV. Gravidez parto e puerpério 32.706 50,3 37.660 48,5 36.190 43,4 33.663 41,1
XI. Doenças do aparelho digestivo 5.449 8,4 6.071 7,8 7.568 9,1 7.547 9,2
X. Doenças do aparelho respiratório 4.636 7,1 6.523 8,4 6.482 7,8 7.403 9,0
XIX. Lesões enven, alg out conseq causas externas 3.737 5,8 4.838 6,2 5.670 6,8 5.203 6,4
I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 3.221 5,0 4.402 5,7 5.747 6,9 6.244 7,6
XIV. Doenças do aparelho geniturinário 2.678 4,1 3.228 4,2 4.412 5,3 4.175 5,1
IX. Doenças do aparelho circulatório 2.120 3,3 2.491 3,2 3.333 4,0 3.718 4,5
II. Neoplasias (tumores) 1.734 2,7 2.489 3,2 2.570 3,1 2.193 2,7
XXI. Contatos com serviços de saúde 1.438 2,2 1.211 1,6 637 0,8 486 0,6
V. Transtornos mentais e comportamentais 997 1,5 791 1,0 805 1,0 757 0,9
XX. Causas externas de morbidade e mortalidade 972 1,5 1.024 1,3 1.129 1,4 1.131 1,4
IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 966 1,5 1.537 2,0 1.559 1,9 1.699 2,1
XIII.Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo 942 1,4 1.085 1,4 1.672 2,0 1.585 1,9
VI. Doenças do sistema nervoso 804 1,2 944 1,2 1.024 1,2 1.036 1,3
XVIII.Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat 633 1,0 1.090 1,4 959 1,2 1.207 1,5
XVI. Algumas afec originadas no período perinatal 591 0,9 894 1,2 1.659 2,0 1.896 2,3
XVII.Malf cong def. e anomalias cromossômicas 563 0,9 554 0,7 581 0,7 488 0,6
XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo 536 0,8 503 0,6 1.016 1,2 1.050 1,3
III. Doenças sangue órgãos hemat e transt imunitár 199 0,3 252 0,3 288 0,3 349 0,4
CID 10ª Revisão não disponível ou não preenchido 33 0,1 0 0,0 1 0,0 0 0,0
VIII.Doenças do ouvido e da apófise mastóide 15 0,0 19 0,0 46 0,1 69 0,1
VII. Doenças do olho e anexos 9 0,0 12 0,0 12 0,0 14 0,0
Total 64.979 100,0 77.618 100,0 83.360 100,0 81.913 100,0
Fonte: DATASUS – SIH/SUS
Quanto ao valor médio das internações, as especialidades psiquiatria e cirurgia
apresentaram os valores mais elevados. Entre as especialidades para casos agudos, as
internações em pediatria e obstetrícia são as de menor custo.
Sistema de referência
O município de Manaus não possui sistema formalizado de referência e contra-referência,
estando ausentes mecanismos como centrais de marcação de consultas, exames
especializados ou regulação de internações. Os serviços funcionam de forma desarticulada,
sem o estabelecimento de porta de entrada e fluxos formalizados para o sistema de saúde.
Formalmente só existe referência e contra-referência para os programas municipais de
dermatologia sanitária, hanseníase e de doenças sexualmente transmissíveis e AIDS.
O PMF conta com um Centro de Referência para cada zona14, sendo que em março de
2002 mais dois estavam em construção, ambos na zona Leste que possui os piores
indicadores sociais e epidemiológicos no município. Estas unidades embora denominadas
Centros de Referência não se constituem efetivamente como tal, atendendo tanto a
demanda espontânea quanto pacientes referenciados pelo PMF/PSF. Para atenção aos
casos que necessitam de recursos tecnológicos para diagnóstico e tratamento que envolvem
maior complexidade, os pacientes são encaminhados diretamente pelo médico da Casa de
Saúde ou dos Centros de Referência para os demais serviços que compõem a rede SUS,
sejam eles municipais ou estaduais. Os pacientes são atendidos em função da
disponibilidade física, logística e de recursos humanos do serviço de referência.
14
As zonas Oeste e Centro-Oeste e as zonas Sul e Centro Sul possuem um centro de referência cada uma.
MANAUS (AM) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 29
destaca que neste ano houve uma perda de 27,8% entre o número de procedimentos
especializados apresentados e aqueles efetivamente aprovados. Esse fato foi decorrência da
não atualização dos tetos dos procedimentos especializados programados pelo Estado para
as unidades públicas municipais, embora tenha sido solicitada reprogramação por parte da
SEMSA (Relatório de Gestão, 2001).
Não há mecanismos formais de referência para internações em Manaus. Assim como para
o restante da rede, os usuários do PMF/PSF recebem solicitação ou encaminhamento para
internação e têm acesso ao sistema por conta própria. A assistência pré-hospitalar para
atendimento de primeiros socorros e remoção para os serviços hospitalares de urgência e
emergência é realizado por ambulâncias de resgate (AR) implementadas pelo município.
Saúde suplementar
Em relação à cobertura por planos/seguros privados de saúde, a região Norte apresenta
cobertura de 17,5% e o estado do Amazonas cobertura de 16% para o ano de 1998 segundo
dados do Suplemento Saúde da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios –
PNAD/1998. Todavia, o Cadastro de Beneficiários da Agência Nacional de Saúde de
dezembro de 2000 aponta um percentual de cobertura por planos de saúde para a região
Norte de apenas 4% da população. Para o estado do Amazonas a cobertura é a mesma
apresentada pela PNAD/1998 – 16%. Em Manaus a taxa de cobertura por planos/seguros
privados de saúde segundo dados do Cadastro de dezembro de 2001 é de 15,8% (MS,
2001a) .
Composição
O Conselho Municipal de Saúde de Manaus está “composto paritariamente por 24
membros escolhidos entre representantes de entidades prestadoras de serviços, aparelho
formador da saúde (universidades) e usuários do Sistema de Saúde” (PMM, Lei 066,
1991).
15
A caracterização do Conselho Municipal de Saúde de Manaus fundamentou-se em documentos oficiais do
CMS e da SMS e também nas informações obtidas por meio de entrevistas realizadas com dois Conselheiros
Municipais de Saúde representantes dos usuários do SUS. Conselheiro 1: representante dos usuários da zona
Leste, participa do Conselho há 1 ano, homem com idade entre 25 e 34 anos, possui o 1º Grau completo e
trabalha por conta própria. Conselheiro 2: representante dos usuários da zona Sul (membro da Associação de
Moradores e do Conselho Comunitário do Bairro Santa Luzia), participa do Conselho há 1 ano, homem com
idade entre 35 e 44 anos, possui o 2º Grau completo e é empregado com carteira assinada.
MANAUS (AM) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 31
Organização interna
A lei que instituiu o CMS em Manaus estabeleceu dois órgãos sociais: a Assembléia Geral
(plenária) como o órgão máximo de deliberação, e uma Diretoria Executiva composta por
16
A cidade de Manaus está dividida em seis zonas ou regiões e cada uma delas possui representação própria
no Conselho Municipal de Saúde.
MANAUS (AM) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 32
O Regimento Interno que passou a vigorar a partir de 1994 estabeleceu como órgãos do
CMS além da Assembléia Geral e da Diretoria Executiva, uma Secretaria Técnica
Administrativa coordenada por um profissional de nível superior apoiado por dois
auxiliares administrativos, facultando ao CMS criar quantas Comissões Técnicas
Permanentes ou Temporárias fossem julgadas necessárias.
A representação oficial dos indicados deverá ser efetuada por meio de instrumento formal
da escolha, ou seja, ofício da instituição ou ata da eleição e relação dos votantes que
representa. Para cada representação corresponde um suplente, não podendo o conselheiro
deter mais de uma representação.
MANAUS (AM) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 33
As reuniões ordinárias do CMS ocorrem uma vez por mês de acordo com o calendário
aprovado anualmente e, em caráter extraordinário, quando convocadas pelo Presidente ou
por requerimento da maioria de seus membros. De acordo com os Conselheiros
entrevistados os principais motivos para a realização de reuniões extraordinárias foram a
discussão inconclusa de um determinado ponto de pauta na reunião ou assuntos de
emergência como epidemias.
Cada membro do CMS tem direito a um voto e em caso de empate cabe ao Presidente o
voto de qualidade. As Assembléias Gerais são instaladas com a presença de maioria
simples dos integrantes e deliberam por maioria dos votos dos presentes. As deliberações
devem ser tomadas por consenso; não havendo consenso, são tomadas por votação sendo
aprovadas por maioria simples. As decisões do CMS devem ser consubstanciadas em
resoluções que assim como os temas tratados nas reuniões devem ser amplamente
divulgados por meio do Boletim Informativo do Conselho Municipal de Saúde, do Diário
Oficial do Estado (no caso de matérias de relevância), da imprensa e de outros meios de
comunicação. As deliberações tomadas em reunião são soberanas e somente poderão ser
alteradas e revogadas em reunião com maioria de 2/3 dos membros do CMS (PMM,
Regimento Interno do CMS, 1994).
MANAUS (AM) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 34
As propostas para o nível nacional sobre Controle Social foram: desencadear um amplo
processo para a população de educação e de informação sobre o papel dos Conselhos em
todos os níveis; criar no âmbito dos estados Comissão Interinstitucional para assessorar e
subsidiar os conselheiros municipais e estaduais, implementando treinamento específico; e,
garantir estabilidade temporária dos Conselheiros em seus respectivos empregos públicos
durante suas gestões nos Conselhos de Saúde.
17
Comissão que deveria ser integrada por um representante da Superintendência Estadual de Saúde (SUSAM),
SEMSA, Fundação Nacional de Saúde (FNS), Faculdade de Educação (FACED), Departamento de Saúde
Coletiva da Faculdade de Ciências da Saúde (DSC/FCS), Núcleo de Estudos em Saúde Pública (NESP) e
Conselhos Municipal e Estadual de Saúde.
MANAUS (AM) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 36
Conselhos deveriam ser eleitos entre os pares; a inclusão de representantes dos povos
indígenas nos Conselhos Estadual e Municipal de Saúde; instalar fóruns permanentes para
discussão do SUS e das questões da saúde com a participação da sociedade civil
organizada; e, garantir a participação de representantes dos diversos municípios do
Amazonas no Conselho Estadual de Saúde, obedecendo o critério das 9 regionais e
garantindo o mínimo de dois conselheiros – um usuário e um gestor – por cada regional.
No conjunto das recomendações concentradas em aspectos do controle social foi sugerido
que as Prefeituras garantissem o funcionamento pleno e democrático dos Conselhos
Municipais de Saúde; a realização de Conferências Municipais de Saúde a cada dois anos;
e, assegurar a realização da Conferência Municipal de Manaus independente da
Conferência Estadual (SUSAM/SEMSA/CES/CMS - Manaus, Relatório Final, 2ª Conferência
Municipal de Saúde, 1996).
No triênio 1997-2000 o CMS aprovou com emendas o Plano Municipal de Saúde, embora
este não tenha sido acompanhado nem fiscalizado de forma sistemática, ocorrendo apenas
ações pontuais e individuais de fiscalização. Resolução do Conselho Estadual de Saúde
formalizou a Comissão Conjunta do Processo de Descentralização do SUS para o
município de Manaus, com participação de três conselheiros de saúde do estado e do
município e foi criada a Comissão Técnica SEMSA/SUSAM com o objetivo de
operacionalizar a fase de transição. O Relatório de Gestão 1997-2000 da SMS informa que
o controle social foi exercido pela participação dos Conselheiros Municipais nas reuniões
ordinárias e extraordinárias, e integrando as subcomissões temáticas de Saúde, Justiça e
Financiamento. Os conselheiros também participaram da Comissão Conjunta de
Descentralização do SUS para o município de Manaus, das Plenárias Nacionais de Saúde,
e na 3ª Conferência Municipal – etapa da XI Conferência Nacional de Saúde; promoveram
mobilizações para implantação de Conselhos Locais de Saúde, e deliberaram sobre
aquisição planejada de equipamentos e sobre projetos (SEMSA/Manaus, Relatório de
Gestão, 1997-2000).
18
Segundo o Relatório de Gestão (1999-2000) o CMS funciona na sede da SEMSA.
19
Os Conselhos Locais de Saúde (CLS) são órgãos sociais com sede nas próprias unidades básicas de saúde,
que conjugam a participação da comunidade onde estão inseridas e a da respectiva equipe de profissionais.
Em Manaus até julho de 2001, não tinham sido reconhecidos oficialmente pelo CMS e pela SEMSA, apesar de
MANAUS (AM) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 38
No debate do terceiro tema surgiram as propostas de: assegurar que o CMS promova
(informalmente) com as entidades de bairros que compõem a respectiva zona, a
composição de Conselhos de Base, a fim de que o conselheiro possa levar os anseios da
comunidade e vice-versa, mantendo articulação entre sua base e o Conselho; promover
discussões nos Conselhos loco-regionais no sentido de apresentarem propostas para
melhoria dos serviços de saúde na sua área de abrangência; promover encontros,
coordenados pelo Conselho Municipal de Saúde nas comunidades, com a finalidade de
orientar a população quanto a sua participação no controle social; garantir a referência e a
contra-referência para o PSF, com definição de três níveis de atenção; e, alterar a lei do
Conselho Municipal de Saúde para que o presidente do CMS seja escolhido e eleito entre
seus membros (PMM/CMS/SEMSA, Relatório Final, 3ª Conferência Municipal de Saúde,
2000).
existirem de fato. Atas de reuniões do CMS e o Relatório Final da 3ª Conferência Municipal de Saúde
revelam iniciativas no sentido de institui-los.
MANAUS (AM) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 39
O CMS promoveu também no mesmo ano oficina para elaboração de diretrizes para o
Plano Municipal de Saúde, curso preparatório para conselheiros zonais e curso para
capacitação de conselheiros municipais de saúde (SEMSA/Manaus, Relatório de Gestão,
2001).
As Atas analisadas das reuniões ordinárias do CMS em 2001 revelam algumas polêmicas
relacionadas principalmente à indicação e eleição dos Conselheiros representantes das
associações comunitárias, e à constituição e composição de comissões permanentes e
temporárias do CMS. Em 21 de junho de 2001 o CMS reuniu-se para debater os seguintes
pontos de pauta: 1. Estrutura de funcionamento do CMS/Manaus – explanação da
Secretaria Técnica; 2. Criação dos Conselhos Locais de Saúde (informes, discussão,
deliberação); 3. Relatório anual do Programa Médico de Família referente ao exercício do
ano de 2000 (apresentação, discussão, deliberação); 4. Regimento para eleição de diretores
de unidades de saúde da SEMSA – proposta de alteração ao Regimento (apresentação da
Comissão Especial, discussão, deliberação) (CMS/Manaus, Ata da 6ª Sessão Ordinária,
2001).
do mesmo conselheiro em mais de uma gestão ocorre poucas vezes, embora declarassem
que a rotatividade é ocasional. Também anuíram que as decisões do CMS sempre são
transformadas em resoluções, têm muita interferência na política municipal de saúde e,
além disso, que o CMS têm poder de controlar as atividades da Secretaria Municipal de
Saúde.
O Conselheiro 1 considerou que sua entidade sempre se interessa por sua atuação e lhe dá
apoio no desempenho de suas funções no CMS, mas o Conselheiro 2 afirmou que poucas
vezes sua entidade se interessa ou apoia sua atuação no Conselho Municipal de Saúde.