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| E-ISSN 1808-2599 |
O agenda-setting no Brasil:
contradições entre o sucesso
e os limites epistemológicos
Kênia Beatriz Ferreira Maia e Luciane Fassarella Agnez
1 Introdução 1/16
Resumo
Com a efervescência dos estudos em jornalismo, as Os estudos em jornalismo são bastante
constantes críticas e os sucessivos esforços de se florescentes no Brasil. Somente a Divisão
delimitar epistemológica e metodologicamente a área,
Temática (DT) “Jornalismo” da Sociedade
Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação | E-compós, Brasília, v.13, n.3, set./dez. 2010.
o presente artigo coloca em discussão os trabalhos
sobre o agenda-setting, ou do agendamento da mídia, Brasileira de Estudos Interdisciplinares da
questionando o sucesso que a abordagem alcançou
nacionalmente. A partir de uma análise empírica, com
Comunicação (Intercom) apresenta cinco
base em papers apresentados nos principais fóruns Grupos de Pesquisa (GP), que abrangem
das ciências da comunicação no Brasil, examinamos
gêneros, história, jornalismo impresso,
como essa tradição é reapropriada pelos pesquisadores
brasileiros, quais as metodologias usadas e se há telejornalismo e teoria do jornalismo. Em 2009,
acúmulo de conhecimento.
durante o Congresso da Intercom, essa DT
Palavras-chave:
Agenda-setting. Teoria do Jornalismo. Epistemologia da
reuniu mais de 170 trabalhos de pesquisadores
Comunicação. de todo o país. Desde a criação da Associação
Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo
(SBPJor), os eventos anuais da entidade
recebem um número crescente de papers. No
primeiro encontro da entidade, em 2003, foram
apresentados cerca de 50 artigos, distribuídos
em Comunicação Individual e Comunicação
Coordenada. No ano passado, esse número
chegou a mais de 150. O Grupo de Trabalho
Kênia Beatriz Ferreira Maia| keniamaia@yahoo.com (GT) de Estudos do Jornalismo foi renovado
Doutora em Ciência da Informação e da Comunicação, Universidade Paul
Verlaine-Metz (França). Professora do Departamento de Comunicação da pelo processo de reciclagem da Associação
UFRN e do Programa de Pós-graduação em Estudos de Mídia, da UFRN.
Nacional dos Programas de Pós-graduação
Luciane Fassarella Agnez | luagnez@gmail.com em Comunicação (Compós) e completa 11
Mestranda do Programa de Pós-graduação em Estudos da Mídia pela UFRN.
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Essa discussão epistemológica é profícua e como teoria, hipótese, linha de pesquisas,
necessária. Entretanto, este espaço não tem metodologia, conceito ou conceito guarda-chuva.
a pretensão nem a intenção de se debruçar Além disso, Traquina (2000) traduz o “agenda-
sobre ela, mas sim de constatar determinadas setting” por “agendamento”. Ao fazê-lo, ignora o
fragilidades de alguns estudos de jornalismo. A verbo “set”. Ora, outras tradições de pesquisas
setting e agendamento, vamos examinar como “agenda”, como por exemplo “agenda-building”
essa tradição de pesquisa é reapropriada pelos (NISBET, 2008) para descrever e analisar
artigos que reivindicam dessa tradição e se há Para demarcar que estamos nos referindo
pelo grande número de trabalhos utilizando somente o termo agenda-setting, ou a sigla “AS”.
como pertencendo à teoria dos efeitos indiretos ou inspiram em Walter Lippmann e Bernard Cohen.
limitados, igualmente da tradição funcionalista, O jornalista Walter Lippmann, com o livro Public
na qual Mattelart e Mattelart (1995) categorizam Opinion, de 1922, defendeu que os meios de
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o agenda-setting. Assim, em que pese o AS ser comunicação exerciam um importante papel na
ou não uma retomada ou uma superação das mediação dos cidadãos com o mundo real, para
pesquisas dos efeitos limitados, o importante a apreensão de fatos e ideologias necessários à
é que se inscreve nas pesquisas dos “efeitos”. formação de uma opinião pública. Na década de
Entretanto, num livro sob sua organização 1960, Bernard Cohen já havia formulado de forma
que traz o artigo fundador e outros trabalhos mais sucinta a questão do agendamento da mídia,
subsequentes, Traquina (2000) correlaciona o AS alertando para a eficácia da imprensa em indicar
com a perspectiva teórica da construção social da aos leitores “sobre o que pensar”. McCombs e
realidade, também designada construcionismo, Shaw (2000a) atribuíram um conceito a esse
a partir do processo de produção da notícia. fenômeno e conseguiram sistematizar a hipótese
Trabalhos que se subsidiaram exclusivamente na de que os media poderiam agendar as temáticas
obra de Traquina para traçar o histórico desses junto à opinião pública e ainda determinar uma
estudos vão situar o AS na teoria construcionista hierarquia de relevância entre os acontecimentos.
(MAZZARINO, 2007).
O agenda-setting surgiu como uma hipótese,
A atração que a tradição funcionalista exerce a ser testada, e não como uma teoria fechada.
sobre os pesquisadores em comunicação é visível Depois dos primeiros estudos, realizados nas
e se assemelha a um movimento pendular que eleições presidenciais americanas de 1968 e no
traz o constante retorno da questão do “efeito” caso Watergate, em 1973, os autores estimam que
da mídia sobre as pessoas. Um exemplo é duas centenas de artigos foram produzidos sobre
Traquina (2000) com o seu artigo “A redescoberta a temática somente nas duas primeiras décadas
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(McCOMBS; SHAW, 2000b). Dois anos após a acadêmicos reivindicando o AS focaram nas
publicação do artigo inaugural, Weaver, McCombs relações entre a agenda da mídia e a agenda do
e Spellman analisam o agendamento do caso público. A segunda fase, que aparece em 1977,
Watergate e explicam o agendamento como uma busca entender as condições que intensificavam
ou limitavam a formação da agenda do público,
[...] acentuada relação positiva entre as ênfases
da cobertura mediática e a importância assumi- chegando a conceitos como a necessidade de
da por esses assuntos para os indivíduos que orientação do público, hierarquia entre os temas
compõem o público. Mais, esse princípio é for-
e características de cada suporte midiático. A
mulado em termos causais: a saliência acresci-
da de um assunto nos media provoca o aumen- terceira frente é voltada para pesquisas sobre a
to da importância desse assunto na consciência
cobertura das campanhas eleitorais, examinando 4/16
das pessoas (WEAVER; McCOMBS; SPELLMAN,
2000, p. 65). a agenda dos candidatos e a sua apreensão pelo
público. Foi nos anos 1980 que os estudos entram
O crescimento numérico deu forças ao
na sua quarta fase e se voltam para as fontes das
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agendamento. Segundo Traquina, ultrapassa-
agendas midiáticas.
se o conceito inicial que limitava a influência
da agenda jornalística sobre agenda pública à Embora os autores iniciais elenquem quatro
simples saliência das questões e ocorrências fases, foi a perspectiva inicial do agenda-setting
que tinham merecido destaque como notícia. que funcionou como um guarda-chuva para um
a análise de conteúdo dos veículos e um estudo todos eles perpassados em alguma medida pela
pela imprensa com a formação da agenda pública. Cohen, os fundadores chegaram a concluir:
3 O agenda-setting no Brasil
Conforme McCombs e Shaw (2000b),
os estudos de agenda-setting se desdobram Em particular no Brasil, a temática do agenda-
em quatro fases. Na fase inicial, os trabalhos setting (ou do agendamento, quando traduzido)
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disseminado no Brasil. Na nossa pesquisa,
das notícias, o newsmaking e seus critérios de
não conseguimos detectar nenhum trabalho
noticiabilidade, além de considerar o papel do
brasileiro anterior aos artigos de Traquina,
gatekeeper e até mesmo a espiral do silêncio
publicado em 1995, e de Hohlfeldt (1997).
como reflexo do poder da imprensa em pautar
Observando os três grandes eventos das ou calar determinados temas na sociedade. A
ciências da comunicação no Brasil – Intercom, abordagem de cerca de 15% dos artigos coletados
Compós e SBPJor –, identificamos 34 trabalhos partem da hipótese central e direta de que a
apresentados nos últimos cinco anos (2005- mídia influencia a agenda do público e outros 15%,
2009) que em sua abordagem faziam referência ao contrário, atestam o poder das fontes, ou o
aos termos agenda-setting ou agendamento da chamado contra-agendamento, analisando o papel
mídia (no corpo do trabalho, estando entre as das assessorias de imprensa, das organizações
palavras-chave ou não). A grande maioria das civis ou da esfera política em pautar os veículos.
abordagens (53%) trata especificamente da Há ainda um percentual aproximado de 9% em
agenda da mídia, aquilo que seria apontado por que se discutiram as inter-influências entre as
McCombs e Shaw (2000b) como a quarta fase agendas da mídia e da política.
dos estudos inspirados na hipótese fundadora. O
Apesar de volume tão alto considerar a influência
caminho seguido pelos pesquisadores brasileiros
da agenda da mídia sobre os temas que estão
se direciona para a tentativa de explicar como
na agenda do dia, da sociedade, nenhum
os media pautam certos acontecimentos,
trabalho realizou qualquer tipo de análise junto
invariavelmente retornando à defesa de que
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à audiência ou recepção. Aproximadamente nesses eventos citam outros artigos que utilizaram
59% adotaram como metodologia a análise de o mesmo referencial teórico ou que reivindicam da
conteúdo, comparando trechos, manchetes ou mesma metodologia. Uma rara exceção é o artigo
reportagens de veículos impressos ou eletrônicos de Barbosa e Aguiar (2009), que cita pelo menos
(televisão e internet). Assim, analisa-se o seis trabalhos sobre o agendamento. Apesar do
produto do jornalismo – a notícia; em geral expressivo número de trabalhos sobre o AS ou
se discutem os processos de construção da sobre o agendamento, inexiste uma acumulação
pauta e seu enquadramento e se conclui que, de conhecimento.
ao dar determinada abordagem a um assunto,
Além disso, ainda que utilizem a terminologia
será esta visão que a audiência irá absorver e 6/16
“agendamento”, alguns trabalhos se ancoram
assumir. A hipótese, inicialmente um compilado
em outras tradições de pesquisa ou fazem
de proposições a serem testadas, é tomada como
uso de referências teóricas distintas do AS. A
verdade. Quase 15% das pesquisas realizaram
confusão epistemológica e metodológica não é
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algum tipo de estudo de caso, e cerca de 18%
exclusividade dos estudos sobre agenda-setting.
realizaram a revisão bibliográfica, abordando o
Porto (2004) mostra as fragilidades dos estudos
histórico do agendamento e possíveis interrelações
sobre o enquadramento. Já algumas pesquisas mais
com outros conceitos ou correntes teóricas.
recentes, que se dedicam à construção da agenda
Em relação às fontes de referência teórica, menos da mídia, passam a adotar novas terminologias,
da metade (44%) recorreram aos diretamente como o agenda-building, por, mesmo ancoradas na
aos fundadores, trabalhando com os escritos de proposta inicial através da citação bibliográfica,
McCombs e Shaw. Ainda assim, os que citam distanciarem-se do conceito-chave da hipótese do AS.
os autores, buscaram as informações no artigo Por outro lado, apropriações simplificadas do tema
inicial (de 1972), sem acompanhar o que os do agendamento também contribuíram para estudos
investigadores iniciais e outros desenvolveram essencialmente embasados em análises de conteúdo,
nos 40 anos que decorreram após terem lançado desconsiderando uma parte importante para a
o conceito do agenda-setting. No caso dos artigos confirmação de tais hipóteses, como características
brasileiros selecionados neste levantamento, interpessoais e intra-pessoais (WOLF, 1999), fatores
aproximadamente 60% se referenciam nos textos psicológicos e sociológicos na recepção e, acima de
de autoria ou traduzidos por Nelson Traquina. tudo, uma variabilidade de mediações que não estão
47% também citam Mauro Wolf em seu livro restritas aos meios de comunicação.
Teorias da Comunicação, lançado originalmente
Desde o final dos anos 1990, quando os primeiros
em 1985, com primeira versão em português
estudos com o enfoque do agendamento começaram
datada de 1987. Poucos trabalhos apresentados
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O agenda-setting ganhou destaque no Brasil em comunicação continua a ressentir de uma
no período em que o país viveu a abertura primazia dos estudos sobre o conteúdo e o
política e o crescente papel da imprensa efeito das mídias. Pior, muitos pesquisadores se
nos debates públicos, desde a campanha das concentram na análise do conteúdo e, a partir
“Diretas Já” até a primeira eleição direta para do resultado, deduzem que o público pode ter
presidente e seu posterior impeachment. O feito a mesma leitura sugerida pelo produtor
crescimento do papel da mídia na sociedade da mensagem. Ou seja, o público absorve a
contemporânea, especialmente após o mensagem sem nenhuma reação num processo
processo de abertura política, e a busca comunicativo considerado linear e em que cada
constante por reforços que justificassem o mensagem é capaz de surtir um efeito discernível
“poder da imprensa” podem ser apontados e identificável. Várias sequências de estudos, de
como fatores para a utilização dessa diversas epistemologias, tradições e referenciais
abordagem entre pesquisadores brasileiros. teóricos desmontaram, superaram, modificaram
A vitória de Fernando Collor de Mello, nas essa abordagem da maneira como o público se
eleições de 1989, bem como a reeleição de relaciona com a mensagem midiática. Entretanto,
Fernando Henrique Cardoso em 1998, por a atração que essa tradição exerce sobre os
exemplo, foram apontadas por jornalistas e pesquisadores em comunicação é visível e se
estudiosos da área como evidência do poder assemelha a um movimento pendular que traz o
de mídia de influenciar a sociedade (CONTI, constante retorno da questão do “efeito” da mídia
1999; AZEVEDO, 2000). sobre as pessoas. Essa tradição de pesquisas que
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centra suas atenções no “efeito” causado pela brasileiros em estudos de recepção e sobressaem
mídia ainda tem seus seguidores. O sucesso do pesquisas que se contentam com o caráter
paradigma do agendamento no Brasil revela como descritivo e em apenas detalhar como as notícias
a identificação de um efeito palpável e discernível são construídas. Trata-se de um midiacentrismo
e um amplo poder da mídia sobre as pessoas exacerbado nos estudos brasileiros da
ainda assombram as mentes e os corações da comunicação, com investigações que “mergulham
academia. tanto nos conteúdos analisados que dificilmente
retornam às reflexões sobre o Jornalismo”
Essa primazia dos estudos sobre conteúdo, com
(SILVA; PONTES, 2009, p. 181).
conclusões sobre um suposto efeito das mídias,
8/16
pode estar relacionada com as peculiaridades Ao restringir sua análise sobre o produto
das pesquisas em Jornalismo. Silva e Pontes jornalístico, dotado de uma materialidade e com
(2009) analisam os impasses para uma Teoria do dimensões temporais e espaciais definidas, o
Jornalismo, com dois campos de análise que se pesquisador facilita seu trabalho. Entretanto,
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opõem: um que não considera que haja qualquer apesar das suas fragilidades conceituais,
particularidade epistemológica ao jornalismo epistemológicas e metodológicas, o agenda-
para a construção de uma teoria desassociada de setting tinha uma virtude de se interessar ao
outros campos; e outra que entende o jornalismo mesmo tempo pelo produto final do jornalismo
como um setor autônomo, tomando por objeto e pela audiência do produto jornalístico. Apesar
da teoria as práticas profissionais, os produtos e da abordagem restritiva e da relação causal,
processos das empresas de comunicação. faz parte do paradigma a verificação sincrônica
da mídia e do público. Ora, movendo-se para
A estratégia mais comum e, logo, hegemônica
nesse processo, é a que localiza o objeto de o enquadramento, que no Brasil continua
estudo do Jornalismo exclusivamente na in- privilegiando a análise do produto jornalístico
vestigação de seu produto material, no caso, o
e os poucos trabalhos sobre o público focam no
jornal, a revista, o telejornal, o radiojornal e os
sítios de notícias. A manifestação empírica do “efeito” do enquadramento sobre a recepção.
objeto é tomada pelo próprio objeto, enclausu-
Movendo para o agenda-building, corre-se o risco
rando uma possível Teoria do Jornalismo nas
Teorias da Notícia, identificadas como teorias ainda maior de ressaltar na Teoria do Jornalismo
circunscritas às técnicas, processos e produtos
apenas a Teoria da Notícia, e se ater às questões
da rotina profissional do jornalista (SILVA; PON-
TES, 2009, p. 177). “por que as notícias são o que são”, considerando
como sinônimos Teoria do Jornalismo e Teoria da
As abordagens excessivas sobre o Notícia. Ao fazê-lo, “toma-se, metonimicamente,
agendamento, especialmente com apropriações parte do objeto do Jornalismo como todo o objeto
simplificadas, alimentam a pouca tradição da Teoria do Jornalismo. Desse modo, dribla-se
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próprio. Muniz Sodré (2008) considera que
preferências do público pode ser um estorvo
os estudos de comunicação que se reduzem
para a produção da notícia e equacionam
a analisar e descrever a pura interação entre
a tensão entre o interesse do público e a
pessoas mediada pela mídia deixam subjacente
autonomia profissional de definição do que
uma afirmação “como natural, politicamente
é notícia. Entretanto, “o termo de referência
intocável e cientificamente garantido um
constituído pelo público – o melhor, pelas
modelo de sociedade fragmentada, constituída
opiniões que os jornalistas têm acerca do
de indivíduos competitivos e isolados dispostos
público – e os limites dessa referência, são
numa rede hipertecnológica e midiaticamente
um dos aspectos mais interessantes e menos
relacionados” (SODRÉ, 2008, p. 223).
aprofundados da temática do newsmaking”
(WOLF, 1999, p. 213). Essa constatação é A fragmentação das pesquisas sobre a
partilhada por Neveu (2006), que afirma que o agenda-setting em uma das suas vertentes
público é um personagem ausente nos trabalhos (agendamento da mídia pelas fontes; agenda
sobre o jornalismo que em muitos casos só se da mídia; agendamento do público pela mídia)
tem uma representação intuitiva do público. acarreta um isolamento dos elementos que
Mesmo que de maneira parcelar, a metodologia fazem parte do processo comunicativo. Estuda-
adotada por McCombs e Shaw (2000a) volta se a fonte de informação e sua incidência sobre
sua atenção para o público, enquanto que as a mídia ou as rotinas de produção da notícia
abordagens sucessoras se focam apenas na ou a correlação causal entre a agenda da mídia
mídia de informação. e a agenda do público. O corolário é que as
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este. Daí se converter em verdade metodoló-
gica a separação entre a análise da mensa- PESQUISADORES EM JORNALISMO, 7., 2009, São
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Keywords: conocimiento.
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Agenda-setting. Theory of Journalism. Palabras clave:
Communication Epistemology. Agenda-setting. Teoría del Periodismo.
Epistemología de la Comunicación.
A revista E-Compós é a publicação científica em formato eletrônico da Revista da Associação Nacional dos Programas
Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação de Pós-Graduação em Comunicação.
(Compós). Lançada em 2004, tem como principal finalidade difundir a Brasília, v.13, n.3, set./dez. 2010.
produção acadêmica de pesquisadores da área de Comunicação, inseridos A identificação das edições, a partir de 2008,
em instituições do Brasil e do exterior. passa a ser volume anual com três números.
Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação | E-compós, Brasília, v.13, n.3, set./dez. 2010.
Arlindo Ribeiro Machado
Universidade de São Paulo, Brasil Nilda Aparecida Jacks
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil
César Geraldo Guimarães
Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil Paulo Roberto Gibaldi Vaz
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil
Cristiane Freitas Gutfreind
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Brasil Renato Cordeiro Gomes
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Brasil
Denilson Lopes
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil Ronaldo George Helal
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil
Eduardo Peñuela Cañizal
Universidade Paulista, Brasil Rosana de Lima Soares
Universidade de São Paulo, Brasil
Erick Felinto de Oliveira
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil Rossana Reguillo
Instituto Tecnológico y de Estudios Superiores do Occidente, México
Francisco Menezes Martins
Rousiley Celi Moreira Maia
Universidade Tuiuti do Paraná, Brasil Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil
Gelson Santana Samuel Paiva
Universidade Anhembi/Morumbi, Brasil Universidade Federal de São Carlos, Brasil
Goiamérico Felício Sebastião Albano
Universidade Federal de Goiás, Brasil Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil
Hector Ospina Sebastião Carlos de Morais Squirra
Universidad de Manizales, Colômbia Universidade Metodista de São Paulo, Brasil
Herom Vargas Simone Maria Andrade Pereira de Sá
Universidade Municipal de São Caetano do Sul, Brasil Universidade Federal Fluminense, Brasil
Ieda Tucherman Suzete Venturelli
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil Universidade de Brasília, Brasil
Itania Maria Mota Gomes Valério Cruz Brittos
Universidade Federal da Bahia, Brasil Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Brasil
Janice Caiafa Veneza Mayora Ronsini
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil Universidade Federal de Santa Maria, Brasil
Jeder Silveira Janotti Junior Vera Regina Veiga França
Universidade Federal da Bahia, Brasil Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil