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Os quatro temperamentos
Fr. Conrado Hock
Os temperamentos em geral
Aqui cabe fazer as seguintes perguntas:
1. Diante de tais impressões se excita a alma com rapidez e
força, ou, pelo contrário, com lentidão e debilidade?
3. Esta excitação da alma dura por muito ou pouco tempo?
Ficam gravadas na alma por muito tempo tais impressões, de
maneira com somente com sua recordação se renove a excitação,
ou sabe a alma sobrepor-se de imediato e com facilidade, de modo
que a recordação de uma excitação não chegue a provocar outra
nova?
A resposta a estas perguntas nos leva como que pela mão aos
quatro temperamentos e nos dá ao mesmo tempo a chave do
conhecimento de cada temperamento particular e individual.
Costumo guardá-las em meu interior?
Afeta-me com força e rapidez as ofensas?
Deixo entrever em minhas palavras e maneiras?
Mostro-me indiferente às ofensas?
Persisto em meu estado de tranquilidade?
No primeiro caso somos sanguíneos, no segundo fleumático.
Detalhes do corpo, que se apontam em acréscimo como notas
características dos quatro temperamentos (como a formação do
crânio, a cor da cara e do cabelo ou a constituição do pescoço e da
nuca) não são, ao meu parecer, mais que um simples
entretenimento.
"Tem que fazê-lo assim" ou "o faz sempre assim", senão
"ordinariamente faz assim" ou "se inclina a fazê-lo assim".
O temperamento colérico
1. Essência do temperamento colérico
A alma do colérico, pelas influências que recebe, se excita de
imediato e com veemência. A reação segue instantaneamente. A
impressão fica na alma por muito tempo.
2. Distintivo do colérico, tanto do bom quanto do mal
Nestas suas aspirações ao grande o apoiam:
Um entendimento agudo. Na maioria das vezes, se bem que
nem sempre, o colérico é um bom talento; é um homem intelectual,
ao passo que sua fantasia e especialmente sua vida interior não se
encontram desenvolvidas, senão que são um tanto raquíticas.
A. Orgulho: que se manifesta nos seguintes pontos:
a) O colérico é muito presunçoso.
b) Tem em alta estima suas qualidades pessoais e seus êxitos
e se tem por algo excepcional e chamado a altos destinos. Até
suas próprias faltas, por exemplo, seu orgulho obstinado e cólera,
as considera justificáveis e mesmo dignas de toda aprovação.
d) O colérico se fia muito em si mesmo. Isto é, de sua ciência
e faculdades. Rejeita a ajuda alheia, gosta de fazer os trabalhos
sozinho, seja por crer-se mais apto que os demais na plena
segurança de sua própria suficiência para levar a feliz término a
obra empreendida.
Por esta presunção, na vida espiritual cai o colérico em muito
e graves pecados e é esta também a causa porque tantos
coléricos, apesar de seus grandes sacrifícios, não chegam nunca a
fazerem-se santos. Nele radica uma boa parte do orgulho de
Lúcifer. Se conduz como se a perfeição e o céu não devessem
atribuir-se em primeiro lugar à graça divina senão aos seus
esforços pessoais.
Não há nada que possa ferir tão dolorosamente com menos
palavras do que um colérico. Porém, o mais agravante é que o
colérico, na veemência de sua ira, faz recriminações falsas e
exageradas, e em seu apaixonamento chega a interpretar mal e
tergiversar as melhores intenções do que se crê ofendido, e estas
ofensas falsamente supostas, as reprova com as expressões mais
amargas. A injustiça com que trata a seus semelhantes faz com
que se esfriem suas melhores amizades.
Sua ira culmina não poucas vezes em acessos de raiva e furor;
daqui há somente um passo ao ódio concentrado. Os grandes
insultos jamais os esquece. O colérico em sua ira e orgulho se
deixa levar por ações que ele sabe muito bem que serão
prejudiciais, por exemplo, à sua saúde, trabalho, fortuna; ações
pelas quais se verá obrigado não somente a abandonar seu
emprego, senão também a romper com velhas amizades. O
colérico é capaz de abandonar projetos queridos durante longos
anos, somente por não ceder a um capricho. Diz o Pe. Schram em
sua "Teol. Mist., II, 66": "O colérico prefere a morte do que a
humilhação".
C. Hipocrisia e dissimulação.
D. Insensibilidade e dureza.
O colérico é, antes de tudo, um homem intelectual; tem, por
assim dizer, duas inteligências, mas um só coração. Esta
deficiência na vida sentimental lhe traz não poucas vantagens. Não
se aflige ao ver-se privado de consolações sensíveis em meio a
oração e pode suportar por muito tempo o estado de aridez
espiritual. É alheio a sentimentos ternos e afetuosos e aborrece as
manifestações delicadas de amor e carinho que costumam nascer
das amizades particulares. Tampouco uma mal-entendida
compaixão é capaz de fazer-lhe abandonar o caminho do dever e
obrigar-lhe a renunciar a seus princípios.
E. Qualidades boas do colérico.
c) Um colérico deve deixar-se levar em tudo por este bom
propósito: não quero buscar minha própria pessoa, senão
considerar-me sempre: (a) como instrumentos de Deus que ele
pode usar à vontade, e (b) como servo de meu próximo, que
diariamente se sacrifica pelos demais. Deve operar segundo a
palavra de Cristo: "Quem entre vós queira ser o primeiro, seja servo
de todos".
d) Um colérico tem que lutar continuamente contra o orgulho e
a ira. O orgulho é sua desgraça, a humildade sua salvação.
Portanto, (a) faça sobre este ponto um exame particular por muitos
anos! (b) Humilha-te por iniciativa própria diante dos superiores, do
próximo e na confissão! Pede por um lado a Deus que os que mais
proximamente te rodeiam te humilhem, e por outra, aceita com
grande generosidade as que te sobrevenham. Vale mais para um
colérico ser humilhado por outros do que humilhar-se a si mesmo.
G. Do que se deve observar na educação de um colérico.
O colérico pode, por suas faculdades, ser de grande utilidade à
família, aos que o cercam, à comunidade e ao estado. Pois, o
colérico bem-educado vai atrás das almas extraviadas sem
descanso nem respeito humano. Propaga com constância a boa
imprensa e trabalha de boa vontade apesar dos maus êxitos no
florescimento das associações católicas, sendo assim uma bênção
para a igreja. Mas, por outro lado, se o colérico não combate as
más qualidades de seu temperamento, a ambição e a obstinação
lhe poderão levar ao extremo de causar, como a pólvora, grandes
estragos e confusão nas associações públicas e privadas. Pelo que
o colérico merece uma educação esmerada, sem economizar
trabalhos e sacrifícios, já que são grandes os bens que ela
comporta.
O temperamento sanguíneo
1. Essência do temperamento sanguíneo.
2. Disposições fundamentais do ânimo sanguíneo (tanto do
bem como do mal).
1. Superficialidade.
O sanguíneo não penetra até o fundo, nem vai ao todo, senão
se contenta com a superfície e uma parte do todo. Antes de
concentrar-se em um objeto, o interesse do sanguíneo já se
paralisa e desvanece pelas novas impressões que o ocupam. É
amigo de trabalhos fáceis, vistosos, que não exigem demasiado
labor intelectual. E é difícil convencê-lo deste seu defeito: a
superficialidade; pois sempre crê ter entendido todas as coisas;
assim, por exemplo, ter compreendido bem um sermão, embora a
metade do mesmo tenha estado muito longe de seus alcances
intelectuais.
2. Inconstância.
Por não ficar muito tempo as impressões na alma sanguínea,
de imediato seguem-se outras. Consequência disto é uma grande
inconstância, que todos os que tratam com os sanguíneos tem de
levá-la em conta, se não querem desenganar-se de pronto. O
sanguíneo é inconstante em sua disposição de ânimo; rapidamente
passa do riso a choradeira e vice-versa; é inconstante em suas
opiniões: hoje defende com tensão o que impugnou a uma semana;
é inconstante em suas resoluções: ao propor-se um novo ponto de
vista abandona sem remorsos todos seus planos e projetos
anteriores; esta inconstância faz, às vezes, suspeitar que o
sanguíneo não tem caráter nem princípios.
3. Interesse pelas coisas exteriores.
4. Serena concepção da vida.
5. Carência de paixões enraizadas.
3. Más qualidades do sanguíneo
A. Vaidade e satisfação de si mesmo.
B. Inclinação aos galanteios, a inveja e aos zelos.
C. Gozo pela vida e afã de prazeres.
O sanguíneo não ama a solidão senão que busca a companhia
e conversações dos homens; quer desfrutar da vida e em suas
diversões podem ser muito brincalhões, licenciosos e frívolos.
D. Medo das virtudes que exigem grande esforço.
E. Outras desvantagens do temperamento sanguíneo.
d) Por dissipar sempre seu coração e ser inimigo de todo
recolhimento e de qualquer reflexão profunda sobre si próprio e
sobre seu modo de operar não alcança um suficiente
conhecimento de si mesmo.
4. Boas qualidades do sanguíneo
e) Possui o dom especial de fazer notar os defeitos do
próximos, sem que este se sinta ferido, nem lhe custa muito
dirigir-lhe uma repreensão. Se a alguém se precisa comunicar
coisas desagradáveis convém preparar o terreno por intermédio de
um sanguíneo.
5. Boas qualidade do sanguíneo
6. Do que tem que observar o sanguíneo em sua auto
educação.
7. Observações sobre a educação e o trato com os
sanguíneos.
Na educação de um menino sanguíneo tenha-se em conta os
seguintes pontos:
O temperamento melancólico
1. Essência do temperamento melancólico
2. Principais disposições de ânimo do melancólico
A. Propensão à reflexão.
B. Amor pela solidão.
C. Séria concepção da vida e inclinação à tristeza.
D. Propensão à quietude.
3. Particularidades especiais do melancólico
O melancólico é muito reservado.
d) O melancólico é lento e pesado. O melancólico é lento:
Em seu modo de falar: quando se vê obrigado a contestar
apuradamente ou a falar em um estado de perplexidade, ou
quando teme que de suas palavras poderiam depender
grandes consequências, se intranquiliza, não encontra a
resposta adequada, a qual é às vezes mesmo falsa e
insuficiente. Sua aflição de espírito é talvez a causa pela qual
o melancólico tropeça com frequência em suas palavras,
deixa sem acabar suas frases, emprega uma má sintaxe e
ande em busca da propriedade da expressão.
Do que se disse segue-se que é muito difícil tratar com
melancólicos; pois por suas particularidades não os apreciamos
em seu ponto justo, nem sabemos tratá-lo com acerto. Ao sentir
isto o melancólico se torna ainda mais sério e solitário. O
melancólico tem poucos amigos, porque não são muitos os que o
compreendem e os que gozam de sua confiança.
4. Qualidades boas do melancólico
b) No trato com Deus, encontra uma profunda e inefável paz.
c) O melancólico é para os demais um guia no caminho para
Deus, um bom conselheiro nas dificuldades, um superior prudente,
benévolo e digno de confiança. As necessidades de seus co-irmãos
lhe despertam extrema comiseração, junto com um grande desejo
de ajudar-lhes; e quando a confiança em Deus lhe alenta e apoia,
sabe fazer grandes sacrifícios pelo bem de seu próximo, ficando
ele mesmo firme e imperturbável na luta por seus ideais. Schubert
em sua "Ciência da alma humana", diz a respeito do melancólico
natural: "Esta tem sido a forma predominante da alma dos poetas e
artistas mais sublimes, dos pensadores mais profundos, dos
inventores e legisladores mais geniais e sobretudo daqueles
espíritos, que abriram em seu século ao seu povo o acesso a um
mundo feliz e superior, ao qual levantou ele próprio sua alma
atraída por uma inextinguível nostalgia".
5. Qualidades más do melancólico
Penetrando mais que os outros no profundo da alma pela
ânsia por Deus, o melancólico se ressente muito em particular do
pecado. Nada lhe abate mais do que o pensamento de estar
separado de Deus pelo pecado mortal e se alguma vez cai
profundamente, não chega a levantar-se senão com grande
dificuldade; já que lhe custa muito confessar-se pela humilhação, a
que se deve submeter. O melancólico vive assim mesmo em
constante perigo de recair no pecado; pois, continuamente
meditando sobre seus pecados passados, isto lhe causa sempre
novas e graves tentações; nas quais de bom grado se deixa levar
por sentimentalidade e tristes sentimentos, que aumentam mais a
força da tentação. A obstinação no pecado ou a recaída nele lhe
submergem em uma profunda e prolongada tristeza que pouco a
pouco lhe vai privando da confiança em Deus e em si mesmo.
Então é vítima de semelhantes pensamentos: não tenho as forças
necessárias para levantar-me; nem Deus me envia para isto seu
auxílio oportuno.
Deus já não me quer, e, pelo contrário, busca condenar-me.
Este estado pode chegar a converter-se em cansaço da vida. O
melancólico queria morrer; mas teme a morte. Por fim, seu infeliz
coração se rebela contra Deus, fazendo amargas censuras e
sentindo em si a excitação do ódio pela maledicência contra seu
criador.
b) Os melancólicos sem confiança em Deus, nem amor à cruz
são arrastados pelo medo de seus sofrimentos a um excessivo
desalento, e passividade e até mesmo desespero.
Se os melancólico tem confiança em Deus e amor à cruz se
aproximarão de Deus e se santificarão precisamente pelos
padecimentos, como enfermidades, fracassos, calúnias, tratos
injustos, etc. Porém, se lhes falta estas duas virtudes, sua causa
andará muito mal.
6. Como deve educar-se a si mesmo o melancólico?
a) o melancólico tem que fomentar em si grande confiança em
Deus e amor aos sofrimentos. Disto dependerá tudo. A confiança
no amor à cruz são os dois pilares, com os quais se manterá em pé
com tal firmeza que nem as provas mais graves subirão aos lados
fracos de seu temperamento. A desgraça do melancólico está em
que leva sua cruz; sendo sua salvação a aceitação com gosto e
alegria (não à força) a qual, o melancólico deve ter muito em
consideração, a divina providência, bondade do Pai Celestial, que as
envia para nosso bem, e abrigar assim mesmo terna devoção à
Paixão de Cristo e a Mãe Dolorosa.
b) Se lhe sobrevém afetos de antipatia ou apatia, de desalento,
desconfiança, abatimento, deve resistir desde o princípio, a fim de
que estas más impressões não penetram demasiado em sua alma.
7. Do que se deve observar no tratamento e educação de um
melancólico.
c) Alentar sempre o melancólico.
O temperamento fleumático
1. Essência do temperamento fleumático
2. Disposições fundamentais do ânimo fleumático.
3. Boas qualidades.
b) Não se irrita facilmente nem por insultos, fracassos ou
doenças. Permanece tranquilo, quase inerte, discreto e tem um
juízo prático e sóbrio.
4. Más qualidade.
c) É sumamente difícil educar os meninos fleumáticos; pois se
deixam comover pouco pelas sensações exteriores e por natureza
se inclinam à passividade. É necessário explicar-lhes tudo, até os
mínimos detalhes; repetindo-lhe mil vezes, para que ao menos
compreendam algo; deve-se acostumá-los, ademais, com grande
paciência e carinho, a uma vida bem ordenada. A aplicação do
castigo corporal traz consigo menos perigo e aporta maiores frutos
na educação de meninos fleumáticos do que na de outros,
sobretudo dos coléricos e melancólicos.
Temperamentos Mistos
O temperamento colérico-sanguíneo
O temperamento sanguíneo-colérico
O temperamento melancólico-sanguíneo e
sanguíneo-melancólico.
O temperamento melancólico-fleumático.
Homens de tal índole estão mais aptos à vida comum que os
puramente melancólicos. Lhes falta a amuadez, grosseria e
reflexão do melancólico, o qual se substitui pelo sossego e a
insensibilidade do fleumático. Estas pessoas não se escandalizam
tão facilmente, sabem suportar insultos e em seus trabalhos
mantem-se tranquilas e constantes.