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Resumo
O objetivo desse artigo é descrever a análise cefalométrica que vem sendo aplica-
da nos cursos de mestrado, doutorado e especialização da Faculdade de Odontologia de
Araraquara – UNESP. A mesma foi desenvolvida utilizando medidas cefalométricas já exis-
tentes e descritas na literatura as quais foram agrupadas em campos a fim de permitir que o
profissional faça a interpretação adequada de cada área e tenha, no final da mesma, todas as
informações necessárias para um correto diagnóstico e plano de tratamento. Da mesma forma,
após o tratamento, a comparação das diferentes medidas e áreas de análise permitirão a inter-
pretação de quais foram os efeitos provocados pelo tratamento aplicado.
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Portanto, várias análises foram surgindo, procu- 3) Ponto Nasio (N) - ponto mais anterior da
rando sumarizar estas medidas a fim de obter so- sutura fronto-nasal;
mente as que são julgadas como as mais confiáveis 4) Ponto Pório (Po) - ponto mais superior do
no diagnóstico e planejamento clínico. meato acústico externo;
A disciplina de Ortodontia da Unesp - Arara- 5) Ponto Orbital (Or) - ponto mais inferior no
quara, no intuito de ajudar o clínico no dia a dia, contorno inferior da órbita;
procurou sumarizar algumas medidas cefalométri- 6) Ponto Pterigóideo (Pt) - ponto mais supe-
cas existentes, fazendo de forma a agrupá-las por rior e posterior da fossa pterigomaxilar;
setor e possibilitando uma interpretação rápida e 7) Ponto A - ponto localizado na maior conca-
segura das várias regiões da face e dentes. vidade da porção anterior da maxila;
8) Ponto Espinha Nasal Anterior (ENA) - pon-
Determinando os pontos cefalométricos to localizado na porção mais anterior da espinha
Após o traçado das estruturas anatômicas, nasal anterior;
deve-se demarcar os seguintes pontos cefalomé- 9) Ponto P’ - ponto localizado na intersecção
tricos (Fig. 1): da imagem radiográfica do soalho nasal com a li-
1) Ponto Sela (S) - ponto localizado no centro nha NA;
geométrico da sela túrcica; 10) Ponto Espinha Nasal Posterior (ENP) -
2) Ponto Basio (Ba) - ponto localizado na porção ponto localizado na porção mais posterior da ma-
mais inferior na margem anterior do forâme Magno. xila óssea;
N
S
Po Or
Co Pt
Pn
P’ Cm
Ba ENA
ENP
ad A Sn
pm
Ls
St
Go
bf bl
B
Pg’
Pg
E
Me Gn
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820
800
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Ângulo FNP
Ângulo formado pela intersecção do plano Ho- maxilo-mandibular no sentido ântero-posterior.
rizontal de Frankfurt (PoOr) com a linha NPg. Re- A medida recebe o sinal negativo quando a pro-
presenta a posição ântero-posterior da mandíbula jeção do ponto B estiver à frente da projeção do
em relação à face média (Fig. 6). ponto A (Fig. 8).
Média: 87º Média: 0 mm para mulheres
Desvio Padrão : +/- 3º -1 mm para homens
870
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Eixo Facial
Ângulo formado pela intersecção da linha
BaN com PtGn. Auxilia na determinação do pa-
drão de crescimento no sentido vertical do pa-
ciente (Fig. 15).
Média: 90º
Desvio Padrão: +/- 3º
Ângulo SN.Plo
Ângulo formado pela intersecção da linha SN
com o plano oclusal (média da intercuspidação
dos molares e dos incisivos). Indica a posição
vertical do plano oclusal em relação à base ante-
rior do crânio. Se o ângulo estiver convergindo
anteriormente, esta medida deve receber o sinal
negativo (Fig. 16).
Média: 14º
FIGURA 14 - Ângulo F.Pp.
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Ângulo .NB
Ângulo formado pela intersecção do longo
eixo do incisivo inferior com a linha NB. Indica a
inclinação axial dos incisivos inferiores com sua
base óssea (Fig. 19).
Média: 25º
Medida -NB
Distância da porção mais vestibular da co-
roa do incisivo inferior até a linha NB. Indica a
protrusão do incisivo inferior. Esta medida deve
receber o sinal negativo quando o incisivo estiver
atrás da linha NB (Fig. 20).
Média: 4 mm
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Proporção Pg-NB: -NB res na face em função do mento, por isso deve existir
Indica a protrusão do incisivo inferior. A distância uma proporção de 1:1 entre essas distâncias. Resulta-
-NB deve ser a mesma da distância Pg-NB. Deter- dos aceitáveis são conseguidos quando estas medidas
mina o melhor posicionamento dos incisivos inferio- variam dentro de um limite de 2,0 mm17 (Fig. 21).
Média: 1:1
Ângulo 1.
Ângulo formado pela intersecção dos longos
eixos dos incisivos superior e inferior. Indica o
grau de protrusão dos incisivos (Fig. 22).
Média: 131º
Medida -Sts
Projeta-se uma linha horizontal passando pela
borda incisal do incisivo superior e paralela ao plano
oclusal. Esta medida é a distância entre aquela linha
e o ponto Sts. Indica a posição vertical do incisivo
superior. Deve receber sinal negativo se o incisivo
estiver para superior do ponto Sts (Fig. 23).
Média: 1 a 5 mm1
Ângulo IMPA
Ângulo formado pelo longo eixo do incisivo
FIGURA 20 - Medida -NB.
inferior com o plano mandibular (GoGn). Indica
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E) Análise do perfil
Ângulo nasolabial
Ângulo formado pelas linhas LsSn com SnCm. In-
dica o grau de protrusão do lábio superior (Fig. 26).
Média: 95 a 110º
Linha H-nariz
Distância entre o ponto Pn e a linha Pg’Ls. Ava-
lia o perfil do paciente em reto, côncavo ou conve-
xo. Quando a linha Pg’Ls passar à frente do ponto
Pn, este deve receber sinal negativo (Fig. 27).
Média: 9 a 11 mm
Ângulo Z
É o ângulo formado pela linha do perfil com o
FIGURA 23 - Medida -Sts.
plano horizontal de Frankfurt. Essa linha é defi-
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ad
pm
bf
bl
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inciso lingual do incisivo inferior com uma linha Menor distância aceitável - 5mm
que une os pontos P’ e E. A medida ganha sinal
negativo quando o incisivo estiver à frente da li- Medida amígdala (am)
nha I (P’E)6 (Fig. 31). É a medida que avalia o espaço da bucofaringe.
Média: 0 mm É a distância entre os pontos bf e bl (Fig. 32).
Média: 10 a 12 mm
G) Vias Aéreas Na figura 33 é possível apreciar-se o cefalo-
Medida adenóide (ad) grama completo com todos os ângulos, planos e
É uma medida que avalia o espaço da nasofaringe. linhas descritos na análise.
É a distância dos pontos ad e pm (Fig. 32). Durante o processo de obtenção das medidas
Média: 17,4 mm na dentadura permanente elas são gradativamente anotadas na ficha clínica
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Tabela 2 - Medidas cefalométricas obtidas no momento T1 e T2. de medidas cefalométricas, divididas em campos
Medidas 24/06/97 - T1 17/09/99 - T2
Posição de Maxila e Mand.
que representarão o resumo de todos os proble-
SNA 82° 83° mas apresentados pelo paciente e serão anexadas
A-Nperp 1 mm 1 mm
SNB 76,5° 79,0° à documentação do mesmo (Fig. 34).
Pg-Nperp - 8 mm - 3.5 mm O caso clínico do paciente R. P. M, gênero
FNP 84° 85,5°
Relação Max-Mand masculino, 8 anos de idade que apresentava má
ANB 5,5° 4° oclusão Classe II, divisão 1 de Angle, com protru-
Wit´s + 6 mm 1,5 mm
Co-A 90 mm 94 mm são maxilar e deficiência mandibular no sentido
Co-Gn 107 mm 117,5 mm
Análise Vertical
ântero-posterior, padrão mesofacial, perfil conve-
AFAI 66 mm 63 mm xo e mordida profunda, que foi indicado para o
SN.GoMe 32° 33°
FMA 26° 27°
F.Pp -2° -1°
Eixo Facial 89° 90°
SN.Plo 7° 15°
Análise do Padrão Dentário
1.NA 26° 20°
1-NA 7 mm 5,5 mm
1.NB 28° 35°
1-NB 3 mm 5,5 mm
Pg-NB/1-NB 1:2 1:2
1.1 123° 124°
1-Sts 6 mm 5 mm
IMPA 97° 102°
1.Pp 114° 108°
Análise do Perfil
Ângulo Naso-labial 110° 110°
H-nariz -4 mm 0 mm
Ângulo Z 51° 51°
Linha S -4,5 mm 0 mm
Discrepância Cefalométrica
Tweed -5,6 mm -6,8 mm
Steiner 0 -2,5
Linha A-Pg -0,5 mm 3 mm
Linha “I” + 2 mm -3 mm
Vias Aéreas FIGURA 45 - Traçado da telerradiografia inical - T1.
Ad (ad-pm) 11 mm 10 mm
Am (Bf-bl) 16 mm 20 mm
FIGURA 46 - Traçado da telerradigrafia final - T2. FIGURA 47 - Sobreposição dos traçados T1 e T2.
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Gandini Jr., L. G.; Santos-Pinto, A.; Raveli, D. B.; Sakima, M. T.; martins, L. P.; Sakima, T.; Gonçalves, J. R.; Barreto, C. S.
tratamento com aparelho funcional Bionator de Castro, Márcia Regina E. Ap. Schiavon Gandini,
Balters. O caso está ilustrado apenas na fase de Daniel Ianni, Sérgio Penido, Acácio Fuziy, Patrí-
correção esquelética com o aparelho ortopédi- cia Zambonato de Freitas, Raquel Kioko Sakima,
co. Este relato tem por finalidade exemplificar Kioto Myamoto, Cassi Panitz Selaimen e Ronald
a aplicação clínica da Análise Cefalométrica Pa- Paixão pela colaboração na elaboração da primeira
drão Unesp Araraquara. versão dessa análise, sob a coordenação do Prof.
Luiz G. Gandini Jr.
Agradecimentos
Os autores agradecem os alunos do curso
Enviado em: Dezembro de 2002
de pós graduação nível de mestrado Adriano de Revisado e aceito: Abril de 2003
Abstract
The purpose of this paper is to describe the cephalometric analysis that have been used in Master, PhD and
Certificate Programs at Araraquara Dental School - UNESP. This analysis was developed by cephalometric
measurements existent and described in literature, organized by fields to allow the professional to do a correct
interpretation of each area and to have all necessary information to the correct diagnose and treatment plane
in the end of the analysis. In the same way the comparison among the different measurements and areas, before
and after treatment, will allow the interpretation of the treatment results.
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E-mail: lgandini@foar.unesp.br
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