Ja

Polícia Nacional presa ao despesismo

Comandante da Guarda Fiscal
acumula ordenados
Parece xuxadera: irritada com o despesismo policial (por má gestão e “outras coisas”), a Ministra
das Finanças pôs a Polícia Nacional a pão e água. Consequências: salários pagos com atraso,
serviços remunerados por pagar, viaturas de piquete que se engasgam pelo caminho (por vezes
com detidos dentro), por falta de combustível. Mas os apertos não são para todos: o Comandante
da Guarda Fiscal, João Domingos, também director nacional adjunto da PN, ganha a dois carrinhos.
É dois em um: acumula vencimentos Pág. 5

SEMANÁRIO GRATUITO
ANO I • N.º 11 • 1 Outubro 2010
Director: Vlademiro Marçal
Propriedade: Medi@Capital, SA

Na rota dos dia Carlos Veiga a caminho do Palácio da Várzea

Abertura das
aulas “chumba”
Ministro
da Educação
Em 2011 a escolha é simples
Ou desgoverno ou
política a pensar
Octávio Tavares prometeu, prometeu,
prometeu. Que o início das aulas traria
instalações escolares reabilitadas, que
os liceus teriam condições dignas.
Houve quem acreditasse. Reportagem
do Já foi ao Domingos Ramos, na
nas pessoas
Praia, e ficou de olhos arregalados: está Regressou à liderança do MpD e está pronto para voltar a ser Primeiro Ministro. As eleições de 2011 estão
tudo numa lástima. Promessas do
Ministro, levou-as o vento.
próximas. Veiga define prioridades: combate ao desemprego, redução da pobreza, mais segurança para os
Pág. 3 cidadãos, resolução do problema energético… Não faz promessas, garante ação. Com ele, o Governo fará
djunta mon com os Municípios, sem olhar a cores partidárias. E haverá medidas para acudir ao parque
Na rota dos dia habitacional degradado, com casas a cair – porque, afirma ele, mais que o cimento e o betão em obras de
fachada, são as pessoas que importam. Vem aí uma política nova para Cabo Verde. Pág. 9 a 12
Registo de terrenos:
Em jogo O que por aí vai

É só sacar Santiago-Sul: tempo di mudansa Luxo das viagens lixa Orçamento

Rostos novos na José Maria Neves custa

Associação de Futebol os olhos da cara
A Associação Regional de Futebol Viagens do Primeiro Ministro para os Estados Unidos têm sido um ver
Novo Código do Registo Predial “as- de Santiago Sul foi a eleições: se te avias: só este ano foram três, sempre com estada prolongada e
salta” novos proprietários: para regista- “mesti muda”, disseram. Agora numerosa comitiva. Feitas as contas, cada uma delas ficou, no mínimo
rem terrenos comprados, têm que pagar dirigida por Donnay, a ARFSS dos mínimos, por 12 mil contos. Ou seja, só nisto “voaram” 36 mil con-
o seu registo e também o do vendedor, quer agora reparar os estragos her- tos do Orçamento do Estado. Alertado pelo que se diz destes gastos, o
se este o não tiver feito antes. Zau fala dados: entre outros, pagar aos árbi- nosso jornal foi a somas e concluiu que, afinal, estes números apenas
em “intifada”. Os compradores falam tros cujos subsídios têm meses de pecam “por defeito”. É que o montante despendido nestas andanças é
em roubo. É legal, mas… nada justo atraso Pág. 16 mais do que isso. Até assusta. Pág. 8
Pág. 4
2 • Já • Sexta-feira 1 Outubro 2010

marco do correio editorial

As cartas destinadas a esta secção devem indicar o nome e a morada do autor,
bem como um número telefónico de contacto. Vlademiro
O Já reserva-se o direito de seleccionar e, eventualmente, reduzir os textos não solicitados, Osvaldo Marçal
nem se prestará informação postal sobre eles.

Esse imbróglio faz lembrar o “Irão- prometeu, solenemente, emendar-se

Má governação e Contras”, dos anos 80, nos Estados para o futuro.
Unidos. Só que, ali, depois de o Aqui, porém, para o Primeiro
desresponsabilização Congresso ter realizado um inquérito, Ministro tudo é muito natural. O
O Primeiro-ministro, José Maria considerou-se que o Presidente não Governo estava ao corrente de tudo.
Neves, com toda a lata na cara, veio tinha incorrido em crime, por não ter Foi ele que autorizou. O PM está
na semana passada à comunicação sido informado pelos seus mesmo implicado, a ponto de ser o
social, dizer aos cabo-verdianos que, colaboradores que o dinheiro, próprio a vir justificar-se, com cara de
no badalado caso da incineradora da arrecadado na venda de armas ao Irão, pau, na comunicação social. Como ele
Praia, o Estado de Cabo Verde estava a ser utilizado para financiar os disse, “não aconteceu nada”.
limitou-se a associar-se ao Município
da Praia, liderado pelo seu camarada
Filú, numa parceria de 51% e 49%,
Contras, na Nicarágua. Ainda assim, o
Presidente foi, todavia, acusado de ter
criado um ambiente tão permissivo no
Como é que o Governo e a Câmara
Municipal da Praia embarcam numa
aventura dessas, sem um estudo
Tempo de mudança
O
25 de Setembro demonstrou, de forma clara, que Cabo
para criar uma empresa e pôr de pé a seio da Administração que permitiu preliminar, de viabilidade, como Verde está prenhe de mudança: nunca a Gamboa vira
incineradora. Que, em consequência, gerar o secretismo e a desonestidade. mandam as boas regras de gestão,
tamanho mar de gente. Na noite da maioridade da nossa
foram designados os órgãos sociais da Isto é, o Presidente ficou perante os mormente da coisa pública? Quem é
empresa (quem teriam sido os seus eleitores e toda a Nação como que acredita nas palavras do Primeiro
Constituição houve pesadelos amarelos – os maiorais da Situação
Administradores?) e que, uma vez que alguém que tinha perdido, por Ministro? perceberam que já são passado. O seu tempo “é finito”.
estudos posteriores classificaram a completo, o controlo sobre a sua Essa tramóia tem nome, senhor Para José Maria Neves e seu grupo (ainda transitoriamente no
empresa de inviável, a Assembleia própria Administração, a ponto de não Primeiro Ministro: Má governação e poder, até ao momento da “colheita”, em 2011) acabou-se o
Geral da sociedade reuniu-se e saber o que se estava a passar ou até desresponsabilização. trolaró. A enorme multidão que encheu a Gamboa, arrasou
decidiu liquidar a empresa. Tudo que ponto os seus colaboradores Chame as coisas pelo seu nome e sondagens de encomenda, algumas pagas a bom preço (fala-se em
muito claro, tudo muito fácil, se os estavam a ir para além do razoável e deixe, de uma vez por todas, de tratar três mil contos) e… feitas pelo telefone. Com a Gamboa, a
protagonistas não fossem as aceitável, o que era tão quase mau os cabo-verdianos, como se fossem propaganda do grupo de José Maria Neves, abusivamente
autoridades deste País e se o capital como ter conhecimento de tudo. Em palermas. custeada pelo Orçamento de Estado, levou rombo. A sua estratégia
da empresa não fosse constituído com consequência, o Presidente teve que rebentou, sem apelo nem agravo. Pela simples razão de que o
o dinheiro de nós todos. pedir desculpas, publicamente, e Augusto Pinto povo da Praia, sempre determinante “nestas coisas”, optou por,
com alegria e vivacidade, festejar
de Nhu Dimingu e que vai até à Bar Benfica e pelo largo do deixar-se-ia convencer pelo A Gamboa, a enorme
O novo mercado da a Mudança.
Eles sabem agora que “a coisa está multidão que a encheu,
rodovia/marginal. Hospital. Os moradores, v.g. de argumento do interesse público
Praia - cidade capital A novel construção seria feita Lém Ferreira, Achada Grande, e aceitariam uma troca daquele,
preta”, que já não há ilusionismo arrasou sondagens de
por pisos/patamares, como Paiol, Fazenda, Vila Nova, por outro.
Nos últimos meses, muitas segue : Várzea, Achada de Santo É que urge a construção de um que valham. Para alguns - como encomenda, algumas
vozes se têm levantado – e com a) Ao nível da marginal seria o António, para além da Entrada novo mercado à dimensão da José Brito, Octávio Tavares ou Rui
razão - contra a utilização do Piso 1 – Mercado de Peixe Principal, piso 1, utilizariam Capital, que seja moderno, Semedo (haverá outros mais), que delas pagas a bom preço
espaço, onde é atualmente o destinado ao pescado, mariscos aquelas escadas para acederem funcional, bem equipado no
Campo do Côco, para a e outros frutos do mar. Tal Riba Praia. atinente a mobiliário para trataram de garantir confortáveis (fala-se em três mil
construção do novo mercado opção só traria vantagens, uma O velho, mas bem conservado conservação de produtos, com aposentações, com falta de contos) e… feitas pelo
municipal. vez que fica perto da lota e do mercado seria encerrado, por capacidade e validade de confiança nos destinos da já mais
Junto-me àquela e deixo aqui cais de pesca, o que diminuiria pouquíssimo tempo, para um utilização de, no mínimo 25 telefone. Com a Gamboa,
que volátil Situação -, a vontade
uma sugestão, não apenas o custo do transporte do peixe, esmerado tratamento de anos e sobretudo que disponha
de Mudança manifestada pelo a propaganda do grupo de
às autoridades municipais mas mesmo feito à cabeça; limpeza, desinfestação, e de um gerador de electricidade
também e sobretudo ao b) O Piso 2, destinar-se-ia a pintura. Após este poderia ser autónomo e com potência à povo não surpreenderá: estava José Maria Neves,
governo Carnes, Aves e derivados; utilizado, por exemplo, para medida da obra. suspeitado nos seus cálculos. Mas abusivamente custeada
central, uma vez que a Cidade c) O piso 3 ficaria afecto a exposição/venda de artesanato, Com as novas tecnologias, para o conjunto do PAICV, isto
da Praia, para além de ser a Cereais, Hortaliças, Legumes, rendas, bordados ou quaisquer novos materiais e novas será dramático - é o prenúncio do pelo Orçamento de
capital da República, goza de Frutas, etc. e outros artefactos afins. abordagens em termos de
d) O piso 4 - já ao nível do *Ouvimos dizer e também já edificação urbana, estamos
fim das mordomias, das benesses Estado, levou forte rombo.
um Estatuto Administrativo
Especial, constitucionalmente Platô, seria a Cobertura - que lemos algures, num semanário, certos que em pouco mais de decorrentes de um pretendido A sua estratégia rebentou,
consagrado. funcionaria como Parque de que o terreno pertence a uma um ano teríamos, nesta nossa estatuto de “partido de Estado”,
Estacionamento apenas para conhecida empresa nacional do Praia de Santa Maria, um novo
sem apelo nem agravo
Eu ordenaria a construção do vindas das habituações forjadas
novo mercado, no vasto veículos automóveis ligeiros de ramo imobiliário. Estamos e excelente mercado pela sua saudade de serem “partido único”.
terreno* que fica atrás da passageiros e/ou comerciais. convictos que a veia alfacinha, preservando-se o Campo do
primeira sede do MNE, O acesso ao novo mercado far- regionalista e - why not? - Côco, para gáudio de todos. Para a “estrela negra” trata-se, agora, de saber como sair desta
limitado a norte pelo Pó di se-ia do Platô, através de patriótica, dos Administradores com o mínimo de estragos. Arrastada para o abismo pelos muitos
Bandera e a sul pelas Sentinas escadas, pelo lado do antigo e representantes dos sócios, JCF/Taié e graves erros cometidos por José Maria Neves e seu grupo,
endemoniados estes por autismos narcisistas e desrazoáveis
auto-convencimentos nascidos do excesso de propaganda que só a
eles mesmos convenceu, levando-os ao extremo de uma política
construída de ficções e realidades virtuais, a “estrela negra”

Anuncie Já
precisa de descalçar a bota sem magoar calos e joanetes. E tem de
o fazer a tempo, se quiser que o já inevitável desastre se limite o
mais possível. Isto se houver algum discernimento.
Ou seja: para José Maria Neves e seu grupo, a “hora di bai” será

no jornal de maior dolorosa. A caminho de largar o poder já vão. E estão em vias de

também verem empinar-se o cavalote partidário que montaram,
agora espicaçado pelo chicote de novos candidatos a cavaleiros.

tiragem do País 20 000 exemplares!

Aí chegando, há tombo pela certa. E dói. Ai se dói…

Telefone: (00238) 2623817

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 Já • Sexta-feira 1 Outubro 2010 • 3

na rota dos dias

Começou o ano letivo

bagunça
no Liceu Domingos Ramos
Começou o ano letivo, surgem os problemas. Muito por culpa do Governo e do seu discurso ilusório que criou expetativas enormes a alunos e professores

A
24 de Abril do corrente ano,
aquando do 50.º aniversário
do Liceu da Praia (antes
Adriano Moreira e agora Domingos
Ramos), Octávio Tavares prometeu
mundos e fundos para aquele estab-
elecimento de ensino, um ex-libris da
capital cabo-verdiana. O Ministro da
Educação falou inclusive dos financia-
mentos da Cooperação portuguesa e
do Governo para a recuperação do
espaço bastante degradado. Mais
tarde, o ministro Tavares garantiu
condições de dignidade, a ser criadas
antes da abertura do ano letivo, para
todos os estabelecimentos de ensino.
Octávio Tavares, afinal, seguiu o
exemplo de José Maria Neves: prome-
teu e não cumpriu.
Uma equipa de reportagem do Já des-
locou-se esta semana ao Liceu Domin-
gos Ramos e, para seu espanto, viu
com olhos de ver o significado das pa-
lavras do governante. A degradação é
visível (como reportam as fotos). O Sa-
lão Josina Machel, onde funcionou a
Assembleia Constituinte e foi aprovada
a primeira Constituição da República
de Cabo Verde está em péssimo estado.
O Laboratório de Química… nem se
fala. E nem deu para visitar todas as
salas de aulas. Como o Liceu do Pla-
teau, estão outros estabelecimentos de
ensino: a escola da Terra Branca, ao pé
do Luar, por exemplo. É um ai Jesus…
É caso para dizer: cuidado, muito cui-
dado com o discurso propagandístico
deste Governo. São escritas a lápis pa-
ra se apagarem facilmente e quem as
ouça, faça como o outro: que entrem a
cem por um ouvido e saiam a duzentos
pelo outro…

Alunos cabo-verdianos melhor preparados?

JMN compara Liceu de Assomada com Higschool dos EUA

Na abertura do ano letivo na Cidade de Assomada, José Maria Neves, fez papel de ridículo. Teve o desplante de
considerar que os alunos que concluem o ensino no Liceu Amílcar Cabral, têm mais qualidades do que qualquer outro
um aluno saído de um Higschool nos E.U.A. Octávio Tavares corrigiu a gaffe do seu chefe

E sta comparação despropositada

fez a plateia estremecer, a pon-
to de uma fonte bem posicionada
considerar que JMN está a perder as
estribeiras nas analogias. “Não se
compreende que nós os professores
que lidámos diariamente com os
alunos não tenhamos essa percep-
ção, e logo vem o chefe do Exe-
cutivo tecer considerações que re-
velam propaganda política revelado-
ras de pouca seriedade”, contesta a
nossa fonte para quem é fundamen-
tal os atores políticos deixarem tais
considerações aos técnicos.
José Maria Neves foi mais longe, ao
dizer que em matéria de qualidade
do ensino que o país já alcançou, ele
não discute esse assunto com nin-
guém, o que revela uma convicção
bem profunda.
Mais realista foi o ministro da Edu-
cação, Octávio Tavares, que na oca-
sião disse ser fundamental que os
professores apostem na sua auto-
-formação para que a qualidade ve-
nha a ser uma realidade em Cabo
Verde.
“A educação está bem, mas não se
fez tudo”, disse Octávio Tavares que
aproveitou para fazer propaganda
dos investimentos que diz o seu go-
verno ter feito em matéria de ensino.
Refira-se que fontes bem posicio-
nadas têm vindo a apontar o dedo
crítico em relação à postura do go-
verno que tem aproveitado a abertu-
ra do ano letivo em vários concelhos
do país para andar de escola em
escola a levar a propaganda política
do partido que sustenta o executivo,
ampliada depois na comunicação
social rastejante do Estado, pago
com dinheiro dos contribuintes.
4 • Já • Sexta-feira 1 Outubro 2010

na rota dos dias

Cidadãos pagam dois registos pelo mesmo terreno

Prossegue “intifada
contra munícipes e Câmaras Municipais
Zau chamou-lhe “intifada” e afeta os cidadãos que passaram mais de três anos à espera que o Governo resolvesse o problema dos registos: agora têm que pagar
dois registos e ainda mais, por um atraso de que não têm culpa. Por esta altura, quem tenta fazer o registo, descobre que lhe estão a meter a mão no bolso de…
“forma legal”, mas descarada e injusta
Mas tem mais: como registou o terreno rista que citamos, está a aplicar a lei de
com atraso, como se tivesse culpa do acordo com o novo Código que
bloqueio governamental aos registos estende a obrigatoriedade do registo a
dos terrenos, foi-lhe pedido que todo o território nacional. Ou seja,
pagasse 25.000.00 de multa pelo atra- quem quiser vender tem que registar.
so no registo. Este e outros cidadãos
bradam aos céus e dizem que estão a O problema é político
ser roubados e que é um escândalo. Para outra fonte, o problema não é
jurídico, nem técnico: é político - foi o
O novo Código do Registo Governo quem encomendou o novo
Predial código e o publicou. Em matéria de

O
s cidadãos mindelenses que,
nos últimos tempos, regis-
taram terrenos na Conserva-
tória de Registos tiveram desagradável
surpresa. Para além do pagamento do
registo do seu terreno, foi-lhes exigido
pagamento do registo nos casos em
que o dono anterior não o tinha feito.
Só que, na maioria dos casos, o “dono
anterior” é a Câmara Municipal de São
Vicente.
Um cidadão comprou um terreno no
Município e foi à Conservatória regis-
tar a sua propriedade. Foi lhe exigido
que apresentasse um documento a
provar que a CMSV era a anterior pro-
prietária do terreno. Até aqui sem sur-
presas para quem esteve anos à espera
de que o Governo voltasse atrás ao
“embargo ao registo de terrenos” para
registá-lo e pedir empréstimo para
começar a construir. Só que lhe pedi-
ram para pagar dois registos: o seu e o
da CMSV. No total, o cidadão acabou
por pagar 48.300.00 de registos por
um terreno que tinha comprado por
31.000.00.
Se é roubo, é um roubo registo dos terrenos,
legal - porque o novo O problema não é “ajuda o Governo na
procedimento da Con- jurídico, nem técnico: é sua cruzada para evitar
servatória dos Registos político - foi o Governo que os Municípios ven-
está em consonância dam os seus terrenos,
com o novo Código do quem encomendou o assim prosseguindo o
Registo Predial. De novo código e o bloqueio dos registos e
acordo com um jurista publicou. Em matéria de sufocando as Câmaras
consultado por Já, o Municipais e os muní-
Código em vigor opta registo dos terrenos, cipes, como faz desde
pelo que chamam de ‘ajuda o Governo na sua 2006”.
Trato Sucessivo, o que, cruzada para evitar que A mesma fonte consi-
traduzido por miúdos,
os Municípios vendam dera que a exigência de
significa que “ninguém registo vai abrir uma
pode registar no seu os seus terrenos, assim velha guerra: “não
nome se não estiver prosseguindo o bloqueio acreditamos que as Câ-
registado no nome de dos registos e sufocando maras procedam ao re-
quem comprou”. Se gisto daquilo que é
bem entendemos, é is- as Câmaras Municipais e seu”. Por outro lado, a
to: você comprou o ter- os munícipes, como faz exigência do pagamen-
reno na Câmara Mu- desde 2006’ to de dois registos,
nicipal, mas se esta não mais multa, “vai fazer
tiver feito o registo, você tem de pagar com que muitos cidadãos, principal- cidadãos que passaram mais de três quem está a tentar fazer o registo,
os dois registos e, se não estiver de mente os mais carenciados, fiquem anos à espera que o Governo re- descobre quem lhe está a meter as
acordo, perguntará: quem está me rou- sem registar os seus terrenos”. solvesse o problema e que, agora, têm mãos no bolso… de forma legal, mas
bando? Dentro desta guerrilha, que Zau uma que pagar dois registos e uma multa de que não deixa de ser descarada e injus-
A Conservatória, de acordo com o ju- vez chamou de “intifada”, estão os que não têm culpa. Por esta altura, ta.

São Vicente “abandonado”

Para UCID, o responsável é suspeito do costume
H á cinco anos que os deputados
da UCID por são Vicente vêm
reclamando contra o abandono a que
a sua ilha foi votada. Em todas as vi-
sitas qu, durante esta legislatura,
António Monteiro e Lidio Silva fize-
ram ao seu círculo eleitoral, con-
cluíram que a ilha estava abandona-
da. E o responsável era o suspeito do
costume: o Governo.
Chegando ao fim da legislatura, a
UCID termina como começou – apon-
tando o dedo ao Primeiro Ministro
como principal responsável pelo
estado de abandono em que São
Vicente se encontra. E as consequên-
cias desta situação continuam a ser as
mesmas: o desemprego grassa, há
falta de habitação e de acesso à edu-
cação, e a economia encontra-se es-
tagnada.
Monteiro chega ao fim da legislatura
como começou: água mole, em pedra
dura… Vamos ver se furou.

sem perdão
Comandante da Guarda Fiscal tem duplo ordenado
Finanças contra despesismo
na Polícia Nacional
O clima de ansiedade e
incerteza parecia
ultrapassado na Policia
Nacional (PN), com a
aprovação no Conselho de
Ministros de quinta-feira,
16, do Estatuto e do
Regulamento Disciplinar do
seu pessoal. Já recebeu, de
fonte policial, graves
denúncias sobre
instabilidade financeira na
instituição
P
agamentos tardios de salários,
devido a atrasos sistemáticos
no processamento de folhas;
não pagamento de serviço remunerado
prestado a instituições públicas e priva-
das; falta de combustível e de viaturas;
diretores nacionais adjuntos com duplo
ordenado - são a ponta do iceberg no
oceano de problemas da Polícia Na-
cional.
Alta patente da PN disse a Já que a si-
tuação é muito difícil, a avaliar pelos
atrasos sucessivos no pagamento de sa-
lários e pelas viaturas de piquete que,
por falta de combustível, param, fre-
quentemente, pelo caminho, durante as
diligências e com detidos lá dentro.
“Os atrasos com o pagamento de salá-
rios devem-se a problemas junto do
Ministério das Finanças, que têm a ver
com a justificação das despesas inscri-
tas no orçamento da PN. Mas, também,
por incúria de uma funcionária – res-
ponsável pelo processamento de fo-
lhas, que passa a vida a viajar entre
EUA e Portugal a fazer compras para
abastecer a sua mesa no ‘Sucupira’,
com cumplicidade de superiores hie-
rárquicos, sabe-se lá com que inten-
ção”, afirmou aquele oficial alertando
para o descontentamento nas forças
policiais, por causa, entre outras coisas,
Caso CAVIBEL à beira de desfecho
PJ tem investigações avançadas
S egundo fontes bem posicionadas, o
caso CAVIBEL (empresa situada na
Praia, assaltada por um grupo de ho-
mens armados – vide anterior edição de
Já) encontra-se prestes a ser resolvido.
A Polícia Judiciária só espera que a
queixa saia da Procuradoria para iniciar
as detenções.
da indiferença do ministro de Adminis-
tração Interna, Lívio Lopes, e do seu
diretor nacional da PN, Carlos Graça,
face aos problemas que afligem a PN.
“Sei que o diretor nacional deu instru-
ções para que as folhas fossem proces-
sadas entre os dias10 e 15, para que to-
do o pessoal possa receber, o mais tar-
dar, entre 20 e 25 de cada mês” as-
severou, chamando a atenção do Co-
mando Regional da PN da Praia para a
situação do não pagamento de serviços
remunerados aos agentes e subchefes.
Por exemplo, precisou a nossa fonte,
“o Banco de Cabo Verde pagou há dias
ao Comando Regional 350 mil escudos
provenientes dos serviços remu-
nerados prestados àquela instituição.
Entretanto, ao que se sabe, os benefi-
ciários (agentes e subchefes) ainda não
viram a cor deste dinheiro. O pior é que
os elementos da PN são escalados obri-
gatoriamente para esse serviço e
depois não recebem um tostão”. Se-
gundo aquele policial, a cúpula da ins-
tituição precisa de mexida urgente para
salvaguarda da boa imagem que mere-
ce.
Ainda relativamente à justificação das
despesas, fonte do Ministério das Fi-
nanças (MF) confirmou a Já que a mi-
nistra, Cristina Duarte, deu há tempos
Pelas informações de que dispomos, a
viatura, que terá sido roubada no parque
da empresa e utilizada para transportar o
cofre, terá deixado importantes marcas, o
que terá ajudado grandemente a PJ nas
suas investigações. Outro dado importan-
te é o fato da CERIS ter um sistema de
vídeo-vigilância que terá registado gran-
um puxão de orelhas ao seu colega
Lívio Lopes, pelo despesismo que
reina na Policia Nacional e pela falta
da sua justificação junto das Finanças.
Aliás, de acordo com esta fonte, a min-
istra já fez saber que do MF não sairá
um cêntimo para a PN sem as devidas
justificações. Há quem diga que as ver-
bas da PN já estão esgotadas e ainda
faltam três meses para o fim do ano
económico.
Viatura com detidos
imobilizada por falta de
combustível
Aconteceu há dias o insólito numa ins-
tituição policial. Na rotunda de Lém
Ferreira, à noite, viatura de piquete,
com três detidos dentro, ficou imobi-
lizada por falta de combustível,
durante algum tempo. Segundo teste-
munha que passava no local por volta
das 21 horas, o ambiente era de tensão
porque ouviam-se, perfeitamente, gri-
tos dos detidos, enquanto os agentes da
PN procuravam táxi para ir comprar
combustível na ENACOL da Fazenda.
Se salário e falta de combustível preo-
cupam subchefes e agentes da PN que
deambulam pela cidade da Praia para
garantir a segurança e a tranquilidade
de parte do expediente dos marginais.
O assalto teve a particularidade de
envolver sete indivíduos encapuçados e
fortemente armados, que dominaram a
segurança, roubaram o cofre e apo-
deraram-se de uma viatura da empresa
para o transporte do grupo e do referido
cofre. Mais tarde, a viatura terá sido
aos cidadãos, por outro lado, “os ofici-
ais superiores contam com combustí-
vel para passear nas viaturas que,
recentemente, foram oferecidas à PN
pela União Europeia”, garantiu a nossa
fonte policial, estranhando a gestão
naquele organismo do Estado. “Veja
que, em todo o País, queixam-se da
falta de viaturas para serviços de
piquetes e outros. Entretanto, por
incrível que pareça, das 15 viaturas
oferecidas pela UE, 12 foram distribuí-
das a oficiais superiores e com direito a
combustível”. Para o graduado, esta
decisão é inconsequente e fere os
princípios da boa gestão.
A “violação dos princípios éticos na
gestão pública em Cabo Verde é recor-
rente e a Polícia Nacional não foge à
regra”, garantiu outro oficial, que pede
anonimato por medo de represálias.
“Pessoalmente, já alertei os respon-
sáveis para as irregularidades na gestão
dos recursos à disposição da PN.
Inclusive o duplo salário do diretor
nacional adjunto da PN, João Domin-
gos, que é, simultaneamente, coman-
dante da Guarda-fiscal (GF)”, disse o
gestor, garantindo que aquele oficial
superior ganha tanto na PN como na
GF, auferindo em média cerca de 400
mil escudos mensais.
abandonada e o cofre apareceu no en-
troncamento de São Martinho.
Acredita-se que, quando se iniciar a pri-
são dos assaltantes e respetivo interro-
gatório, se compreenda melhor como
tudo se passou e quais os envolvimentos
que permitiram a este grupo a execução
do assalto.
Já • Sexta-feira 1 Outubro 2010 • 5
Praia
Vítima dos
thugs acusa
médicos do
Hospital
Foi vítima dos thugs, mas
poderia ter acabado vítima de
médicos: atingido a tiro numa
vista, médicos do Agostinho
Neto “sentenciaram-lhe” que ela
estava perdida. Sorte do
“condenado” – viajou para Dakar
e salvou-se
T udo começou quando, na semana
passada, dois grupos de thugs se
confrontaram em tiroteio, que se tor-
nou quase habitual, na zona limítrofe
entre Palmarejo e a descida de Casa
Lata, portanto a poucos metros da es-
quadra de polícia de Palmarejo – de-
monstração do seu menosprezo pelas
forças policiais.
Segundo testemunho a Já, a vítima
deste confronto foi atingida por tiro de
boca-bedjo quando tentava retirar a
viatura da zona dos combates. O dis-
paro feriu-o numa das vistas.
Transportado ao hospital Agostinho
Neto, onde chegou por volta das 6 da
manhã, ficou até às 13 horas para ser
observado pelo cirurgião de serviço.
Recebeu então a notícia de que os mé-
dicos nada podiam fazer para lhe sal-
var a vista. Inconformado com a sorte
vaticinada, a vítima exigiu que o dei-
xassem viajar para Dakar na esperança
de aí ser ainda possível salvar-lhe a
vista. O que veio a acontecer.
O episódio que, à partida, nada traz de
especial, é estranho se se tiver em con-
ta que, em menos de 60 dias, médicos
do hospital Agostinho Neto sentencia-
ram a perda de vista a três pacientes
que posteriormente viajaram para Se-
negal e Portugal, onde conseguiram re-
cuperar a visão que pareciam condena-
dos a perder por “sentença” de médi-
cos do hospital Agostinho Neto.
Baleado e
abandonado
29 de Agosto: deu entrada no hospi-
tal Agostinho Neto o jovem Nizo de
Jesus Tavares Dias, 24 anos, baleado
numa perna supostamente por agente
da PN. Em queixa apresentada à
Procuradoria, Nizo acusa o agente
Caló de, nessa madrugada, o ter agre-
dido à bofetada e, depois, sem nada
dizer, o ter baleado na perna e aban-
donado sem prestar socorro. Diz a
família que a situação de Nizo é pre-
ocupante: para ser operado precisa de
4 mil escudos, quantia que não têm
por serem família carenciada.
6 • Já • Sexta-feira 1 Outubro 2010
cá se fazem
Mais de 70 mil na “Festa di Mudansa”
Mesti Muda, Sim!
S “Não é este país que eu quero”
eguramente, mais de 70 mil pessoas
estiveram no sábado no areal da Gamboa
para assistir à “Festa di Mudansa”, organi-
zado pelo MpD e que tinha como ponto alto a
intervenção de Carlos Veiga.
Um grupo de rap deu o pontapé de saída, Nhelas
cativou o público com as suas melodias e Jorge
Neto subiu ao palco logo a seguir para aquecer
ainda mais o público que queria ouvir música,
mas também, ver e ouvir Carlos Veiga falar da
nossa Constituição. Porque é preciso explicar aos
jovens o momento e a importância do documento
aprovado na Assembleia Nacional em 1992
(embora alguns tenham abandonado a sala de
sessões nesse dia, único para o país).
Foi a Constituição de 1992, aprovada na sequên-
cia das eleições de 1991, que deu a liberdade aos
cabo-verdianos. Em vários aspectos. Basta ver a
liberdade das pessoas, dos milhares que estiveram
na Gamboa para assistirem a uma festa organiza-
da pela oposição. Antes não seria possível.
Como não era possível expressar ideias, ler jor-
nais e ouvir rádio que as pessoas bem enten-
dessem. “Essa liberdade era reservada só às pes-
soas que militavam no partido único”, recorda
Veiga.
Hoje os desafios são outros, diz Carlos Veiga que
explica que depois de contatar as populações nos
diversos concelhos, focou ainda mais preocupa-
do “com a falta de rumo do nosso país, com a
incompetência e o desinteresse do governo em
relação às pessoas e às suas dificuldades”.
Para Carlos Veiga, o país não pode continuar
como está. “São mais de 40 mil desempregados,
a maior parte jovens, que clama por um modo de
vida digno e que querem trabalhar; são milhares
de jovens com o 12.º ano que não conseguem
entrar na universidade porque as famílias não
têm recursos e o governo não lhes concede bol-
sas para continuarem os seus estudos”.
Cabo Verde não pode continuar assim, com cerca
de 70 mil famílias a viverem em casas degradas
ou sem condições de habitabilidade, muitos com
risco de própria vida, “enquanto o Governo olha
para o lado”; ou nas condições de pobreza que se
encontram neste momento mais de 130 cabo-ver-
dianos.
Por isso, “Cabo Verde
mesti muda”
Mas a festa da mudansa começou com música
e terminou com ela. Para encerrar em beleza o
que os outros grupos tinham começado, Gil
Semedo iniciou a sua actuação com “Fã
número um” e quase no fim fez o público
vibrar com “Nôs líder”. O músico cabo-ver-
diano radicado na Holanda, estava contente
com este regresso aos palcos cabo-verdianos
cantou várias músicas seus dos anos 90, os êxi-
tos, e uma música do seu mais recente álbum.
No fim chamou ao palco Carlos Veiga para
agradecer a oportunidade de estar perto do seu
povo que o idolatra
 Já • Sexta-feira 1 Outubro 2010 • 7

notícias do jet-set

Jovem abraça Veiga e Zé Filomeno

Miguel Monteiro bem acompanhado

Djohny e Gil Uhauu Neto

Festa
João Dono com jovens de S. Domingos

é festa
Apesar do momento político, o ambiente no backstage
da Gamboa era de enorme descontração. Jovens com
t-shirts “Mesti Muda” estavam eufóricos. Viam com
esperança uma luz ao fundo do túnel. Queriam estar
ao lado de Carlos Veiga e de outros dirigentes do
partido, fotografar com todos eles. Porque estavam
Chantre, Santos e esposa, e Freire
unidos, apostados em mudar este estado de coi-
sas. Cabo Verde não pode continuar como está…

Nhelas com juventude ventoinha Gil agradece e apoia Veiga

João Tomar e família Nhelas canta: Mesti Muda Gil Semedo

8 • Já • Sexta-feira 1 Outubro 2010
o que por aí vai
12 mil contos por viagem aos EUA
José Maria Neves
“custa os olhos da cara”
A acusação feita por Jorge Santos levou Já a fazer contas. Vasculhou preços, somou e apresenta números: cada
viagem de José Maria Neves aos Estados Unidos custou no mínimo 12 mil contos. Este ano foram três viagens,
36 mil contos
J
osé Maria Neves gasta mais de
12 mil contos em cada viagem
aos Estados Unidos: a acusação
é de Jorge Santos, vice-presidente do
MpD, acrescentando que, por falta de
verbas, o Governo não cumpre os
compromissos com as Comissões de
Recenseamento na Diáspora. A
Comissão de Recenseamento nos
EUA apresentou um orçamento de 50
mil contos para o recenseamento dos
cabo-verdianos ali radicados - o
Governo respondeu que era muito
dinheiro e o País é pobre, reduzindo
para metade: 25 mil contos.
Esse dinheiro devia ser enviado em
tranches mensais. Mas “nem esses 25
mil contos são enviados, o que dificul-
ta as deslocações das CRES às locali-
dades onde existem cabo-verdianos
para recensear”, acusa Jorge Santos.
Em contraste, “temos assistido a fre-
quentes visitas de José Maria Neves
aos EUA - três visitas oficiais, só este
ano”. Segundo Santos isto indigna os
emigrantes.
Para o vice-presidente do MpD, “é
incompreensível” que Neves peça con-
tenção às CRES, e entretanto faça “três
viagens” aos EUA em tão pouco
tempo, “com delegações superiores a
10 elementos”, gastando fortunas.
“São visitas luxuosas, utilizando hotéis
de luxo, guarda pessoal de luxo, lim-
ousines de luxo, com grandes custos
para o erário público cabo-verdiano”.
“José Maria Neves está a meter a mão
nos bolsos dos cabo-verdianos, mas
diz que não há dinheiro para recensear
todos os cabo-verdianos”.
Números pecam “por
defeito”
O nosso jornal procurou confirmar os
números apontados por Jorge Santos
relativamente aos custos das viagens
de JMN. Para tanto fez contas a partir
“São visitas luxuosas,
utilizando hotéis de
luxo, guarda pessoal de
luxo, limousines de
luxo, com grandes
custos para o erário
público
cabo-verdiano”.
“José Maria Neves está
a meter a mão nos
bolsos dos
cabo-verdianos, mas
diz que não dinheiro
para recensear todos os
cabo-verdianos”
dos gastos normais neste tipo de
deslocações (preços médios). E con-
statou - para uma viagem de 10 pes-
soas aos Estados Unidos, com estada
de 5 dias:
passagem em executivo: cerca de 150
contos cada (total: 1.500 contos);
hotel de luxo nos EUA - diária do
Primeiro Ministro, 1000 dólares/dia
(80 contos – total, 5 mil dólares, 400
contos); hotel para a delegação -
diária 400 dólares/dia (total: 300 con-
tos); cartão de crédito ilimitado -
média de gastos, 300 contos; serviços
de segurança privada - 480 contos;
serviços de transporte - 1.200 contos;
ajudas de custo - 1.400 contos; publi-
cidade, imagem e markting – 3 mil
contos; jantares e almoços – 3.600
contos. Total global: 12.180 contos.
São números “por baixo”, tomando-
se como referência os preços que re-
colhemos com base em informações
obtidas junto da Diáspora. Se se tiver
em conta que José Maria Neves tem
levado delegações com mais de 10
integrantes e com duração superior a
5 dias, há que concluir que estes
números pecam, afinal, por defeito.
TACV e as indemnizações
aos Pilotos e PNC
Administração
desacata
decisão do
Tribunal
Ainda pairam as dúvidas, se na
verdade os Pilotos e o Pessoal
Navegante da Cabine (PNC) vão
poder reaver os seus direitos
usurpados pela administração da
TACV, em Abril do ano passado,
quando mandou suspender
unilateralmente a atribuição das
senhas de refeições e diminuir as
ajudas de custos para as estadias
nas deslocações ao estrangeiro
É que apesar do Tribunal do Tra-
balho ter decidido contra a ordem
de serviço de António Neves, o PCA
da TACV até hoje não pagou o que a
empresa deve aos referidos trabalha-
dores, mesmo depois de ter sido notifi-
cado a 3 de Agosto sobre a decisão da
juíza.
No entanto, quem está otimista em re-
lação ao caso é o Secretário Executivo
do Sindicato de Transportes, Teleco-
municações, Hotelaria e Turismo, Car-
los Lopes, que acredita na boa fé da
empresa para resolver de vez esta si-
tuação que se vem arrastando há muito
tempo. “Tenho a informação da advo-
gada que geriu o caso, e que nos afi-
ança que até ao mês de Outubro a situ-
ação será resolvida”, revela, acrescen-
tando que o Sindicato já manteve um
encontro com o PNC, e foi-lhe pedido
a colaboração no sentido de fazerem o
levantamento individual de números
de voos que efetuaram.
Lopes lamenta, no entanto, o ato da
administração em agir de forma unila-
teral ao anular os direitos adquiridos
dos trabalhadores.
“Neste particular face à ideia de sus-
pender senhas de refeição e subsídios
dos pilotos e PNC, não restava ao sin-
dicato enquanto instituição que repre-
senta os trabalhadores em questão de
conflitos laborais, outra alternativa,
senão recorrer às instâncias judiciais”,
defende dizendo que, até prova em
contrário, a solução está à vista, por-
que a decisão dos tribunais deve ser
cumprida”. “Caso contrário a luta con-
tinua” adverte.
Entretanto, é voz corrente na empresa
que existe uma certa antipatia do PCA
em relação aos PNCs, não se entende
muito bem porquê. “Ele devia era
agradecer aos PNC porque são eles e
os pilotos quem têm vindo a “tapar os
buracos” que eles criaram com os voos
que programaram para este Verão,
sabendo de antemão que não existe
gente suficiente para fazer todas essas
viagens”, disse ao Já um funcionário
que trabalha na sede e que percebe de
aviação.

pela boca grande entrevista
O que está em jogo em 2011?
Carlos Veiga responde:
Ou a continuação do
desgoverno
ou uma política
a pensar
nas pessoas
Ainda antes das celebrações dos 18 anos
da Constituição, Carlos Veiga recebeu a
reportagem de J á.
Ao longo de extensa conversa,
da qual publicamos as partes mais significativas,
aquele que se perfila agora como o próximo
Primeiro Ministro de Cabo Verde não fugiu
a nenhuma das perguntas postas.
Com palavras marcadas pelas suas habituais
frontalidade e clareza,
respondeu com serenidade.
Já • Sexta-feira 1 Outubro 2010 • 9
Aproximam-se eleições legislativas. No seu entender, o que está em
jogo, o que diferencia os dois principais partidos que se vão con-
frontar?
O que está em jogo é saber se o povo cabo-verdiano quer ficar como está
neste momento, ao fim de dez anos de desgoverno PAICV, ou prefere
mudar para ter novas e melhores políticas, que pensem antes de tudo nas
pessoas e tragam aumento significativo do seu rendimento.
Estamos com desemprego massivo, sobretudo entre os jovens; a economia
cresce muito pouco e não gera empregos; os jovens, filhos de famílias
pobres, não conseguem manter-se na escola e prosseguir estudos por falta
de recursos; há milhares de habitações de pobres em risco de ruir; os
pobres não vão aos centros de saúde curar-se porque não podem pagar;
temos a ELECTRA e a TACV que temos; somos forçados a beber água
perigosa para a saúde; a segurança social cobre apenas um terço dos tra-
balhadores; a insegurança e a violência agravaram-se para níveis inima-
gináveis; a Justiça é muito lenta e só para alguns; metade das famílias não
tem acesso a água canalizada, 8 em cada dez agregados familiares não têm
ligação a rede pública de esgoto. Os cortes de energia são o pão nosso de
cada dia, mas desperdiça-se mais de um quarto da energia produzida; a
falta de água é gritante e, no entanto, as perdas representam mais de um
milhão e seiscentos mil metros cúbicos, mais de um terço da produção
total de água. E o Governo acha que nada tem a ver com esta situação.
Sem pudor, responsabiliza as Câmaras por este estado de coisas. Pergunto:
é isto que os cabo-verdianos querem continuar a ter?
10 • Já • Sexta-feira 1 Outubro 2010
pelagrande
boca entrevista
MpD e PAICV são partidos muito diferentes. Não se comparam. O
PAICV é de inspiração marxista e autoritária, guia-se por pendor marcada-
mente hegemónico que o leva a defender o poder como um fim em si e
veículo de repartição de benefícios “merecidos” aos seus apoiantes e mi-
litantes. O PAICV pretende perpetuar-se no poder por via da superin-
tendência da consciência dos cidadãos, do controlo da partição dos recur-
sos e, sobretudo, da venda de ilusões aos jovens. Não se inibe de recorrer
a artifícios: desde o controlo e subordinação das instituições públicas à
formatação ideológica do sistema educativo, à instrumentalização da
comunicação social, das embaixadas e consulados, das associações e ou-
tras organizações da sociedade civil e, até, à falsificação da história de
Cabo Verde. Para o PAICV, uma sociedade civil forte, autónoma e atuante
é uma ameaça.
O MpD tem cariz humanista e liberal, fundado no valor absoluto da dig-
nidade da pessoa humana, que confere aos indivíduos, pelo simples fato
“
de o serem, direitos fundamentais invioláveis, anteriores e superiores ao
Estado, visto como mero instrumento para a organização, promoção e
defesa dos interesses das pessoas. O fim último da nossa ação política é
O atual Primeiro assegurar a autonomia e o livre exercício das capacidades das pessoas na
prossecução dos seus interesses, com respeito pelos direitos das outras
Ministro é pessoas.
A diferente matriz ideológica determina orientações políticas completa-
responsável pelo mente diferentes. Para nós, a Constituição, a liberdade, os direitos e garan-
tias fundamentais das pessoas, o regular funcionamento das instituições
Governo há já democráticas e o Estado de Direito, a independência da Justiça, a autono-
mia do Poder Local, a propriedade privada, a iniciativa privada são essen-
dez anos. A crise ciais; para eles, são pouco mais que irrelevantes, atacam-nos e violam-nos
internacional quando lhes convém. Nós somos pela descentralização e por maior poder
às ilhas; eles são pela centralização; para nós, a formação dos jovens, e as
não pode ser bolsas são investimento estratégico; para eles são dívidas do Estado, a cor-
tar; nós preferimos a economia real dinâmica, com dinheiro a circular
desculpa para entre as pessoas e as empresas, enquanto eles não se importam com a
tesouraria das empresas e das famílias e preferem ter os cofres do Estado
todos os cheios; nós somos pela redução da carga tributária; eles aumentaram-na
significativamente, como todos sentem na pele.
falhanços. Se, Nós preocupamo-nos com os problemas reais das pessoas; eles só se pre-
ocupam com alguns, em vésperas de eleições, a pensar nos votos. Foram
numa década, necessários quase dez anos para perceberem que o País tem um grave pro-
blema de habitação! Inventaram então um programa que deixa de fora a
José Maria das grande maioria dos que vivem em habitação indigna porque exige o paga-
mento de prestação bancária de cerca de 15.000$00 mensais! Há uma
Neves não foi mancha generalizada de pobreza? Há desemprego massivo? É estrutural,
dizem, não se importando com a desgraça em que vive a maior parte dos
capaz de cabo-verdianos. Não têm sensibilidade social!
Em suma, nós existimos para servir as pessoas; eles existem para servir
promover mais um Estado que os serve a si próprios. Faz muita diferença!
emprego, mais
“Venho para ajudar
igualdade de
oportunidades,
a mudar Cabo Verde”
mais habitação, Os seus adversários questionam as motivações do seu regresso à
política ativa e põem em dúvida os seus objetivos reais: ser Presi-
mais educação, dente ou Primeiro Ministro. O que tem a dizer?
Permita-me a confissão: se Cabo Verde fosse hoje um país de vivência
mais saúde para democrática vibrante e de crescimento económico contínuo, com melho-
ria das condições de vida da maioria, não me sentiria moralmente obriga-
todos, então não do a deixar a vida tranquila, pessoalmente equilibrada e materialmente
boa, que levava como simples advogado e voltar para o caldeirão da polí-
merece estar à tica partidária ativa. Acontece que Cabo Verde não é, hoje, esse país: não
é exemplar no funcionamento das instituições democráticas e na defesa
frente dos dos direitos fundamentais dos indivíduos e não se encontra no caminho de
um verdadeiro desenvolvimento sustentado.
destinos do País Não sou eu que o digo: são os indicadores. Deixámos, em 2000, o desem-
prego em curva descendente (de 25 para 17%): hoje está a subir de novo,
situando-se nos 21%. Deixámos a economia a crescer em média cerca de
8,4%: hoje, não cresce mais que 4%, claramente abaixo do potencial do
País. Na década de 90, a elevada taxa de crescimento permitiu a melhoria
sensível do nível de vida médio da população. Hoje, há mais exclusão no
Carlos Veiga
acesso à educação e à saúde; há habitação mais degradada para pobres; há
mais insegurança.
Se, numa década, José Maria Neves não foi capaz de promover mais
emprego, melhor nível de vida, mais igualdade de oportunidades, mais
habitação, mais educação, mais saúde para todos, então não merece estar
à frente dos destinos do País. É necessário alguém, com maturidade e
provas dadas e capaz de unir, cujo principal objetivo não seja a conquista
do poder pelo poder, mas esteja genuinamente interessado em defender os
interesses das pessoas e, com equipa competente, possa colocar de novo
Cabo Verde no rumo da democracia, do desenvolvimento, da prosperidade
e da felicidade das suas gentes.
Foram muitos os que me apelaram para voltar e ajudar na defesa da demo-
cracia que juntos criámos e na promoção da esperança num presente e
num futuro melhores. Porque não sou indiferente ao sofrimento dos ou-
tros, voltei para ajudar a mudar e a corrigir os erros do atual Governo. Vim
para ajudar a mudar Cabo Verde! Por isso regressei para concorrer exclu-
sivamente a deputado e Primeiro Ministro. Está totalmente fora de questão
a minha candidatura às próximas presidenciais. Já o disse várias vezes.
Tem centrado o seu discurso político na ameaça às conquistas
democráticas que deixou. Acha que Cabo Verde corre, realmente, o
risco de falência democrática? É disso que acusa o atual Primeiro
Ministro?
Infelizmente, sim. Julgava eu, quando saí do Governo, que as conquistas
conseguidas com a aprovação da Constituição do País, com a criação de
um regime democrático contra a vontade do PAICV, eram conquista per-
pétua e sem revés possível. No entanto, os genes de partido único exis-
tentes no PAICV continuam bem presentes na sua atuação.
Repare bem: quando o Tribunal Judicial da Praia é cercado durante horas
pela Polícia Nacional para forçar um juiz a não validar a prisão preventi-
va de um agente indiciado de homicídio, isto a 100 metros do Comando
da Polícia Nacional e do Palácio Presidencial, sem reação do Governo ou
do Presidente da República e sem que ninguém seja sancionado, criminal,
administrativa ou politicamente, há ou não ataque frontal ao Estado de
Direito democrático? Quando há queixas de agressões a detidos, alguns
algemados, por parte de agentes em algumas esquadras e postos policiais,
com o mais que tácito apoio do ministro e total impunidade dos autores,
há ou não perigo para os direitos fundamentais dos cidadãos? É normal,
em democracia, a Polícia Judiciária e a Polícia Nacional invadirem e
encerrarem a Câmara Municipal de São Vicente, de armas de guerra em
punho, com ampla cobertura da comunicação social previamente avisada,
isto para realizar uma simples busca? Viola ou não a autonomia do Poder
Local que um departamento governamental inicie obra municipal sem
consentimento do Município, sem projeto aprovado e sem licença muni-
cipal; viola ou não o regular funcionamento das instituições que ministros
apelem para a desobediência civil a decisões e atuações de órgãos do
Poder Local; ou imputem aos Municípios responsabilidades por falhanços
e omissões, como apagões, desemprego, inexistência de bolsas de estudo
para o ensino superior, etc., claramente da competência e responsabilidade
do Governo?
E que dizer de, passados mais de dez anos depois da sua consagração na
Constituição, não terem sido instalados o Tribunal Constitucional, o Pro-
vedor de Justiça e o Conselho Económico e Social? Trata-se de clamoroso
e vergonhoso desrespeito à Constituição!
Estes exemplos constituem um claro retrocesso e uma ameaça real ao
Estado de Direito e à nossa democracia constitucional.
Discutir agora
as “presidenciais” é desviar
atenções
No entanto, muitas vezes, acusam o MpD de divisões internas, de
não estar mobilizado?
As únicas pessoas que oiço dizer isso são do PAICV, quando tentam colar-
-nos uma realidade que não existe e para esconderem as suas próprias divi-
sões internas. Repare bem: quantos candidatos presidenciais tem o PAICV?
Vários. José Maria Neves já assumiu explicitamente que não será candida-

Quem não tem linha de rumo é o PAICV, que está
refém do calculismo político do atual Primeiro
Ministro que, quando perder as eleições legislativas,
vai candidatar-se às presidenciais. É por isso que
pessoas prestigiadas, como Aristides Lima, têm sido
expostas a constantes críticas internas quando
insistem na vontade de se candidatarem à
Presidência da República
to à Presidência da República? Ainda não!
Quem não tem linha de rumo é o PAICV, que está refém do calculismo
político do atual Primeiro Ministro que, quando perder as eleições legisla-
tivas, vai candidatar-se às presidenciais. É por isso que pessoas, como Aris-
tides Lima, têm sido expostas a constantes críticas internas quando insis-
tem na vontade de se candidatar à Presidência da República.
Quem está dividido é o PAICV. Quem não define claramente o rumo
político e assume honradamente as suas apostas perante o País é o PAICV.
Por mim, volto a afirmar: eu, Carlos Veiga, sou candidato a deputado e a
Primeiro Ministro e a nada mais! Ainda não vi José Maria Neves afirmar
isto com tanta clareza.
Compreendo que o PAICV esteja constantemente a desviar atenções para
esta questão, pois tem medo de discutir a verdadeira situação do País fora
da sua propaganda demagógica. Mas nós, no MpD, não lhes daremos tré-
guas. Nós, o que queremos é discutir o País, provando que somos melhores
e temos melhores soluções para o futuro de crescimento e para a promoção
da felicidade dos cabo-verdianos. Uma coisa posso assegurar: não serei eu
o candidato presidencial do MpD!
O MpD insiste na partidarização do Estado e utiliza expressões
fortes como “assalto ao Estado”. Quer fundamentar?
A partidarização do Estado está à vista de todos. É tão generalizada que se
pode mesmo falar de “assalto ao Estado”. É notório que a televisão públi-
ca foi transformada em agência de propaganda do Governo e do partido
no poder, financiada com dinheiros públicos, desviando-se de uma linha
de pluralismo equilibrado que consta das obrigações e do código de con-
duta exigível a um órgão público de comunicação social. A democracia
baseia-se na alternância, e esta na informação plural, para que os cidadãos
possam estar informados a fim de exercer cidadania plena e decidir em
consciência.
É visível que praticamente todos os cargos de direção e chefia da adminis-
tração pública estão entregues a pessoas cuja característica comum não é
Já • Sexta-feira 1 Outubro 2010 • 11
Quando o Governo, para a simples assinatura de um protocolo,
gasta quantias monstruosas em grandes encenações públicas, está a esbanjar o dinheiro que tanto nos falta para
comprar as casas que muitos não têm, para garantir a educação que tantos querem e não podem pagar. Isto não é
sério, isto não é bonito
o mérito e competência, mas o serem militantes do PAICV; as chefias dos
serviços desconcentrados do Estado, nos diversos concelhos, inserem-se
na estrutura de campanha do PAICV, gastam tempo e recursos, designada-
mente viaturas, a fazer campanha a favor do partido. Na função dirigente
e de chefia da administração pública e das empresas públicas ou partici-
padas pelo Estado há significativo número de familiares, dirigentes e mi-
litantes relevantes do PAICV e de membros do Governo, sem provas
dadas de competência.
Todos viram como, nos meses que precederam as eleições autárquicas, o
Governo se desdobrou em Conselhos de Ministros descentralizados segui-
dos de apresentação dos candidatos do partido no poder às eleições muni-
cipais, num claro show-off de onde se procurou extrair ganhos partidários
com recursos do Estado. Os então presidentes das comissões instaladoras
dos novos Municípios foram apresentados como candidatos a presidentes
de Câmaras, depois de lhes terem facultado recursos públicos avultados.
“
Com esses recursos distribuíram benesses, criando a sua clientela eleitoral.
Foi evidente que alguns membros do Governo, nos meses que precederam
as autárquicas, se desdobraram em deslocações aos Municípios de origem,
ou ao estrangeiro, para contatos com a comunidade emigrada desses Mu- Com José Maria
nicípios, supostamente em missões de Estado ligadas às suas competências
específicas, para depois se apresentarem como candidatos às autárquicas: Neves, o Estado
casos dos concelhos da Ribeira Brava e da Ribeira Grande de Santo An-
tão.
em vez de
Todos se aperceberam que muitos candidatos autárquicos do PAICV eram resolver os
dirigentes de serviços centrais ou chefes dos serviços desconcentrados do
Estado (Educação, Agricultura, ICASE, Luta contra a Pobreza etc), verdadeiros
empregadores ou prestadores de bens, serviços ou apoios à população vul-
nerável, nos concelhos em que concorreram. E regressaram a esses mes- problemas das
mos postos depois das eleições.
A promiscuidade entre público e partidário é ilustrada pelo Instituto das pessoas, só em
Comunidades, organismo de apoio às comunidades da diáspora cabo-ver- véspera de
diana, dirigido por um membro ou ex-membro da Comissão Política
Nacional do PAICV, um dos responsáveis pelas relações externas do par- eleições parece
tido no poder, que tem sido usado para campanha política juntos dos emi-
grantes. E, também, pelo “ministro das Comunidades”, acusado pela importar-se com
justiça de falsificação de atestados médicos, usando carimbos de serviços
a sua situação.
públicos, para manipular atos eleitorais a favor do seu partido, na ilha do
Fogo.
Há já muito tempo que assistimos à demissão do Governo das suas
Foram necessários
responsabilidades governativas para se dedicar em exclusivo a campanha
eleitoral, paga através do Orçamento do Estado. Quando o Governo gasta,
dez anos para
em publicidade institucional, enormes quantias do Orçamento, superiores perceber que o
à promoção do País no mercado turístico internacional, ou despende
somas avultadas desse Orçamento em grandes encenações públicas para País tinha um
mediatizar como acontecimentos nacionais a simples assinatura de um
protocolo ou contrato de empreitada, ou a simples inauguração de um par- grave problema
que de estacionamento, ou a distribuição de simples mochilas escolares,
está claramente a esbanjar o dinheiro do Estado que tanto falta para acud-
de habitação?
ir aos pobres cujas casas estão a ruir ou para conceder bolsas de estudo a
jovens que terminam o ensino secundário mas não têm condições finan-
Tamanha
ceiras para prosseguir os estudos, como desejariam. insensibilidade
para resolver os
“Connosco no Governo:
problemas das
habitações têm plano pessoas dá a
de emergência” entender que não
O Presidente da Câmara da Praia exigiu do Governo um plano de se importam com
emergência para habitações degradadas da capital. Acha justificada
essa exigência? Até onde vão as responsabilidades da Câmara e do a desgraça dos
Governo nesta matéria?
Concordo em absoluto com a démarche do Presidente da Câmara Munici- outros. Este
pal da Praia. Quem percorre a pé os bairros periféricos da cidade e entre
nas casas de pessoas pobres, como eu tenho feito, sabe que há milhares de
Governo não tem
casas de pessoas sem recursos em risco de ruir, com grave perigo para a vi- sensibilidade
da e integridade física dos moradores. A situação, sobretudo na época das
chuvas, é efetivamente de emergência e abarca milhares de pessoas, e de- social
via justificar intervenção de proteção civil. E é claro que a intervenção ne-
12 • Já • Sexta-feira 1 Outubro 2010

pelagrande
boca entrevista
cessária, mesmo que limitada à Praia, ultrapassa a capacidade municipal.
A situação não se circunscreve à Praia. Na Ilha de Santiago, cujo interior
tenho visitado com frequência, a situação é generalizada. Noutras ilhas es-
tará a acontecer o mesmo com casas feitas pelas próprias famílias, com
apoios do Estado ou de Municípios, há quinze, vinte anos. A situação é de
emergência e nacional.
A responsabilidade de dar resposta adequada só pode ser do Governo, pois
só ele tem a jurisdição e pode mobilizar os recursos necessários. Do ponto
de vista constitucional, a politica de habitação incumbe aos poderes públi-
cos - Governo e Municípios. À luz do Estatuto dos Municípios, a estes
apenas cabe “promover”, e não realizar, programas de habitação social e
sempre na dependência e articulação com a política habitacional da Admi-
nistração Central. Tanto é assim que o programa Casa para Todos, para ha-
bitação social ou de interesse social, é exclusivamente do Governo e ex-
cluiu os Municípios da sua concepção e execução. Além disso, o Governo
voltou a centralizar a promoção social, retirando-a aos Municípios, com
fins manifestamente eleitoralistas. Por isso, não pode o Governo fugir à
sua responsabilidade. O Governo mostrou insensibilidade total quanto a
um problema real da vida de milhares de pessoas.
Uma coisa posso assegurar: no próximo ano, a situação não se repete, pois,
connosco no Governo, haverá o plano de emergência executado com a de-
vida antecedência, em articulação com os Municípios, sem exceção.
Em conferência de imprensa, a 16 de Setembro, acusou diretamente
o Governo de subverter o Poder Local. Quer fundamentar?
Referia-me a situações que já mencionei, mas também ao fato de o Gover-
Carlos Veiga
No último debate sobre o Estado da Nação, o Governo reagiu aos
ataques da Oposição, contrastando os seus resultados com os anos
noventa, estes sempre numa perspetiva negativa. O que pensa des-
ta abordagem feita Governo?
Um Governo há dez anos no poder, quase no fim da legislatura, devia ter
resultados do seu labor para não imputar responsabilidades à década que
o precedeu. Se José Maria Neves tem necessidade de culpar os anos no-
venta é porque falhou em tudo o que de fundamental prometeu e que res-
peita aos reais problemas dos cabo-verdianos. Tenta desviar a atenção des-
se falhanço rotundo. Mas sem êxito, porque os números e os documentos
oficiais mostram claramente que a década de 90 foi melhor que a de 80 e
que a década atual.
Em quase dez anos de Governo de José Maria Neves, o desemprego subiu
de 17% para 21%; 4 em cada 10 jovens ativos não têm emprego, cifran-
do-se o desemprego entre os jovens na casa dos 38,2%; a economia desa-
celerou para 4%; a dívida pública agravou-se em 159%; a carga fiscal so-
bre os contribuintes aumentou 42% nos últimos oito anos. O Governo gas-
ta cada vez mais. Temos melhor abastecimento de água? Não! Temos me-
lhor habitação? Não! Temos melhor educação e saúde? Não! Temos mais
segurança? Não! Temos melhor justiça? Não!
É este o modelo de sucesso tão apregoado por José Maria Neves? É este
o País de desenvolvimento médio que nos vende a propaganda diária do
Governo? Mais do que ser eu a responder à pergunta, deverão ser os cabo-
verdianos a confrontar-se com a questão central destas eleições: é este o
País que quer?

“
no fazer tudo para esvaziar, asfixiar, denegrir e limitar o Poder Local. O
Governo convive mal com as autonomias e com a partilha democrática do
Poder. Por isso, vê o Poder Local como anti-poder e contra-poder a abater.
Em consequência, implementa um plano para esvaziar os Municípios de re-
cursos e competências, em suma, de poder. Começou com a área do ambi-
ente, retirando-lhes os recursos dos planos ambientais municipais. Em
2009, foram 330 mil contos não transferidos. Durante a epidemia de den-
gue tentou, como sempre, desresponsabilizar-se, passando a mensagem que
os Municípios eram os responsáveis pela situação e o Governo o salvador,
quando é evidente que a realidade foi outra. Que houve uma grave falha de
previsão e prevenção por parte do Governo. Perante os representantes da
comunidade internacional e em afirmações públicas, procura dar do Poder
Local imagem de má gestão e esbanjamento que dele fazem um perigo para
a boa governação. Voltou a centralizar os serviços de promoção social, com
o evidente propósito de, através de agências governamentais e correias de
transmissão partidárias e com recursos públicos sonegados ao Poder Local,
esvaziar e denegrir a ação social dos Municípios e usar as necessidades vi-
tais dos mais vulneráveis para obter votos no próximo embate eleitoral.
Congelou o recrutamento de quadros para os Municípios, sujeitando-o a au-
torização, caso a caso, do Conselho de Ministros. Fez aprovar uma lei-qua-
dro da Cooperação descentralizada para condicionar o Poder Local no aces-
so aos recursos dessa cooperação, que têm sido a fonte mais segura e previ-
sível de receitas para projetos de investimento social. Obriga os Municípios
a pagar impostos e taxas, contrariando leis que os isentam de todos eles.
Discrimina as obrigações municipais em relação às obrigações do Estado,
tributando-as como obrigações privadas, em concorrência desleal no aces-
so ao mercado de capitais para o financiamento de projetos públicos e para
criar dificuldades aos Municípios nesse acesso. E centraliza no Governo re-
cursos que a Cooperação internacional afeta à área do saneamento.
Veja-se o que se passa em S.Vicente com a demolição da antiga moradia
de Adriano Duarte Silva. Contra a vontade expressa da maioria qualifica-
da da assembleia municipal e sem licença municipal, o Governo procede
à demolição do edifício, desrespeita a opinião e decisão de quem tem, por
lei, competência para gestão do espaço urbano.
É perfeitamente claro que o Governo quer retirar aos Municípios recursos
nas áreas da habitação, do ambiente e do saneamento; quer limitar-lhes o
acesso à Cooperação descentralizada; quer avançar com a centralização
das respostas em domínios por excelência de competência municipal, co-
mo saneamento e promoção social. Subverte a competência municipal na
gestão do seu espaço territorial, violando, sem escrúpulos, os poderes que,
sempre e em quase todas as latitudes, pertencem ao Poder Local. Ao mes-
mo tempo, no terreno, faz circular que a culpa das insuficiências e omis-
sões do Poder Central em todas as áreas, do emprego às bolsas de estudos
e à energia, se deve aos Municípios.
A partir já do próximo ano
vamos continuar
a infra-estruturação
O PAICV acusa o MpD de ser contra a
construção de infra-estruturas e de não lhes
atribuir importância para o desenvolvimento
do País. Como reage a essa crítica?
É mais uma efabulação do PAICV. Como é que
posso ser contra as infra-estruturas se, quando fui
Primeiro Ministro, na década de noventa,
construímos inúmeras infra-estruturas? Pela
primeira vez, nos anos noventa, o País teve um
programa integrado de infra-estruturas e
transportes, o chamado PIT, no âmbito do qual
construímos os portos da Boavista, da Brava e do
Maio, ampliámos e modernizámos o de S.Vicente.
Também reparámos o do Fogo e terminámos o de
Tarrafal de S.Nicolau. Praticamente terminámos o
aeroporto da Praia, refizemos o do Fogo, que
estava encerrado, e fizemos a primeira fase e
iluminámos o de S.Vicente. Mas também
modernizámos telecomunicações, fizemos chegar a
eletrificação ao interior de todas as ilhas e
construímos muitos quilómetros de estradas,
algumas asfaltadas também. Avançámos nas
energias não convencionais, conseguindo a
penetração significativa da energia eólica, dez
vezes superior à que existe neste momento!
Construímos escolas secundárias e desenvolvemos
a rede de escolas do ensino básico em todo o País.
Como é que poderia ser contra as infra-estruturas
ou recusar a sua importância?
A partir do próximo ano, no Governo,
continuaremos a infra-estruturação. Por exemplo:
Brava e Santo Antão não têm aeroporto; Fogo
merece cais e aeroporto mais adequados; São
Nicolau carece de melhor aeroporto e de uma via
fácil entre Preguiça e Tarrafal, bem como de
desencravar povoações de difícil acesso; faz falta
uma circular de Santiago. E não será importante
um porto em Santa Cruz? E mais um hospital
regional em Santiago? Há outras estradas, muitas,
por fazer em todas as ilhas. Mas iremos dar atenção
particular à energia, à água, ao saneamento, ao
ordenamento, à requalificação urbana, à habitação
e às telecomunicações; e também a infra-estruturas
de educação, de saúde, de apoio à agricultura e à
pesca e demais atividades do mar.
O que criticamos não são as infra-estruturas em si.
Criticamos o custo/beneficio de algumas estradas;
as prioridades adotadas e o fato de muitas delas
não terem sido ditadas por necessidades reais do
País. Também criticamos a opacidade dos
processos, obras sem concurso e custo
manifestamente exagerado. Criticamos, nalguns
casos, a forma de financiamento, que não
beneficiou empresas cabo-verdianas, nem
maximizou a mais valia deixada no País.
Criticamos o Governo de sobretudo se esquecer do
resto, que é, aliás, o mais importante: as pessoas,
seus problemas e nível de vida. E de
sobrevalorizar, de modo provinciano, a asfaltagem
como grande invenção e contribuição para o
desenvolvimento, quando, como disse um ancião
de Achada Meio, Tarrafal, estradas como as nossas
foram asfaltadas em S.Tomé e Príncipe desde a
década de 50/60!

nota$ solta$
“Projecto Alto Mondeio” de Pedra de Lume
Turinvest com Caixa e Ímpar
para uma Habitação de Sonho
A Turinvest Holding SA (do Grupo Stefanina) assinou dois protocolos, uma com a Caixa
Económica de Cabo Verde (CECV) e a outra com a Ímpar, para garantir o financiamento e o
seguro, respetivamente, para a edificação do aldeamento Alto Mondeio, já em fase de
construção, em Pedra de Lume, ilha do Sal
E
m relação ao protocolo com a
Caixa Económica, assinado na
passada sexta-feira, existe um
acordo para a criação de uma linha de
crédito destinada aos clientes, preven-
do-se um financiamento de 100% com
uma taxa desde os 6,9%, dependente-
mente da taxa de esforço de cada um,
com um prazo de reembolso até 30
anos, tendo a holding como avalista.
No caso da Ímpar, a seguradora con-
cede um seguro multirisco com várias
coberturas mas também concedendo
condições vantajosas no seguro do
recheio dos apartamentos adquiridos
pelos interessados.
Na cerimónia da assinatura que aconte-
ceu no Hotel Crioula, em Santa Maria,
o vice-Presidente da Turinvest Holding
Vita Finzi agradeceu a aposta tanto da
CECV como da Ímpar por acreditarem
neste projeto, tanto mais no período de
crise em que o país e o mundo atraves-
sam.
Por outro lado, o PCA da CECV, Ema-
nuel Miranda, disse ter acreditado des-
de a primeira hora que o “Alto Mon-
deio” será um sucesso e que este proje-
to veio enquadrar na estratégia da
Caixa que apostou na habitação como
setor prioritário para o ano 2010. Pelo
mesmo discurso alinhou o gestor co-
mercial da Ímpar no Sal, Hugo Almei-
da, “tranquilo” pela aposta da segura-
dora e pessoalmente feliz com mais
Já • Sexta-feira 1 Outubro 2010 • 13
este investimento de Andrea Stefanina construções em Cabo Verde, pois não
na ilha do Sal e particularmente em Pe- utiliza a areia do mar mas sim inertes
dra de Lume. produzidos mecanicamente, e que é
Alto Mondeio ou “Um sonho ao seu al- depois feita uma argamassa para ser
cance” (como está a ser vendido) será colocado em cima da M2, uma parede
composto de 282 unidades habitacio- de arame e esferovite de que são edifi-
nais, repartidas entre moradias simples, cadas essas casas. É uma tecnologia
vilas e duplex em figurino T3 e mais, moderna, segura, e adequada para
com vários espaços entre os quais uma possíveis casos de sismos ou tremor de
piscina e jardins. Terá também um es- terra. Hoje, é muito utilizado nos país-
paço comercial, dois es nórdicos (Dina-
campos de ténis, um Alto Mondeio ou “Um marca e Noruega) e
de futebol, jardim in- sonho ao seu alcance” nosso continente, em
fantil e espaços lúdi- Emanuel Miranda e Vita Finzi
será composto de 282 Angola e na Nigéria.
cos.
A adequação aos pa-
unidades habitacionais, A matéria-prima uti-
lizada na construção
drões e valores da fa- repartidas entre moradias do Alto Mondeio é
mília cabo-verdiana simples, vilas e duplex em quase toda ela produ-
na ocupação racional figurino T3 e mais, com zida na fábrica Inteco
do terreno e numa ti- (também do Grupo
pologia arquitetóni- vários espaços entre os Stefanina), localizada
ca que irá conferir ao quais uma piscina e em Palmeira, Sal.
complexo padrões jardins Os preços das ha-
de funcionamento e bitações variam entre
de qualidade habitacional é uma apos- os 6900 e os 18 mil contos e Já, pre-
ta dos empreendedores. É ainda resul- sente na apresentação do projecto a
tado de uma combinação harmoniosa alguns clientes, pôde constatar que já
entre a arquitetura local histórica, con- existe procura de jovens casais resi-
substanciada com traços da arquitetura dentes na ilha para aquisição das casas,
moderna. apesar de só agora se ter iniciado a
construção dos módulos. Outra part-
Revolução na construção icularidade é que o tempo médio para a
De referir que a tecnologia utilizada na construção dessas habitações varia
edificação dessas habitações é consi- entre 45 e 60 dias, conforme a tipolo-
M2, esferovite e arame
derada uma revolução em termos de gia de cada moradia ou duplex.
Construir uma casa em dois meses
14 • Já • Sexta-feira 1 Outubro 2010
coisas do mundo
Portugal
Cavaco “arbitra”
jogo de forças
Para salvar o pescoço, Sócrates dramatiza e faz de Cavaco o único garante da estabilidade: é
cenário que entristece Manuel Alegre e também não favorece os passos do PSD
C
avaco Silva, Presidente da
República portuguesa, tor-
nou-se o “árbitro” do jogo de
forças entre o Governo de José
Sócrates e o PSD, principal partido da
Oposição, liderado por Pedro Passos
Coelho. Com o chefe do Governo a
levar a dramatização política, fabri-
cando um cenário que pode culminar
com a demissão do Executivo, e os
sociais-democratas, cuja jovem lider-
ança parece ter dificuldades em
escapar às artimanhas montadas pelo
partido governamental, Cavaco Silva
surge agora como o inevitável único
garante da estabilidade política:
procura forçar Sócrates e Passos
Coelho a entendimento que viabilize
a aprovação do Orçamento de Estado
no Parlamento e evite crise política
que conduza a eleições antecipadas.
Para os portugueses, que vivem difi-
culdades económicas nunca antes
conhecidas na vigência da III
República, uma crise política apenas
agrava penúrias. A governação de
Sócrates, que já não evita a visibili-
dade do seu falhanço com os ilusion-
ismos a que tem recorrido, emerge
agora na “fatalidade” de impostos
Venezuela
Oposição ainda sem
chave da porta do poder
C omo era previsto: Hugo Chávez
ganhou as eleições parlamentares
na Venezuela, que decorreram no pas-
sado fim de semana. Também como
previsto, teve maioria absoluta. Só não
teve, como pretendia, “maioria qualifi-
cada” (mais de dois terços do Parla-
mento de Caracas).
Com uma afluência às urnas que ron-
dou os 55 por cento dos quase 29 mi-
lhões de eleitores, Chávez viu as Opo-
sições reforçarem-se, agora com os so-
cialistas que publicamente recusaram
continuar a apoiar o líder populista da
Venezuela.
Estes resultados eleitorais não retiram
poder a Hugo Chávez, mas limitam a
sua capacidade para pôr e dispor e de,
através do Parlamento, tocar em leis
fundamentais. No entanto, o cenário
político venezuelano não sofre mexi-
das profundas: os proventos do petró-
leo vão permitir que Hugo Rafael Chá-
vez Frias, 53º Presidente da República
venezuelana, prossiga uma política de
Mundo global
COREIA. A
“monarquia”
norte-coreana está
para durar:
primeiro foi o
falecido Kim Il-
sung, o “Presidente Eterno” (a
Constituição coreana assim o designa);
sucedeu-lhe Kim Jong-il, “Nosso Pai”
(designação oficial), seu filho dileto,
agora com 68 anos; devido a graves
agravados, até por “exigência” da política é obrigado a jogar na “drama- problemas de saúde de que sofre o
OCDE, na exclusão dos mirabolantes tização”, o que mata o propósito de filho de Kim pai, discute-se a sua
projetos de obras públicas (que lhe ganhar a Presidência da República. sucessão, convergindo preferências
para Jim Jong-un, 27 anos. Pelo menos,
serviram de bandeira, apesar dos avi- Esta realidade foi percebida por
parece receber o aplauso de Kim Jong-
sos feitos por Manuela Ferreira Leite) Alegre que não teve outro remédio
il, das Forças Armadas e do Partido do
e, mais tarde ou mais cedo, no ema- senão proclamar que se estivesse em
Trabalho (partido único, no poder em
grecimento das clientelas – queira ou Belém teria chamado os contendores
Piongiang). Jim Jong-un é filho
não queira, as exageradíssimas despe- ao diálogo há mais tempo. E pelos
terceiro de Kim Jong-il e neto de Kim
sas estatais terão “anciãos” do PS Il-sung. É uma dinastia criada com o
que ser reduzidas, Cavaco Silva surge agora (Soares e Sampaio), apoio de José Estaline e que, a dado
multiplicando áreas como o inevitável único que vieram a público momento, se distanciou da URSS para
de conflito social.
garante da estabilidade pedir aos partidos alinhar com Mao Zedong. Jing Jong-un
São as razões eco- que se entendam. ainda não tem epíteto. Virá tempo.
nómicas que dão política: procura forçar Do lado do PSD, as
razão a Cavaco para Sócrates e Passos Coelho contradições não são ANGOLA. O
Presidente José
travar o deslize para a entendimento que menores: um inter-
Eduardo dos
a crise política. Mas vencionismo presi-
também é fato que viabilize a aprovação do dencial perturba-lhe
Santos exonerou o
ministro angolano
esta “mediação” Orçamento de Estado no a margem de ma- do Interior,
serve os propósitos Parlamento e evite crise nobra e dificulta a Roberto Leal Monteiro, “N’Gongo”.
da sua reeleição na
Presidência da Re-
política que conduza a sua ascenção ao
poder. A sua lideran-
Zedu discordou da decisão de
N’Gongo mandar prender, em S. Tomé
pública – Cavaco eleições antecipadas ça terá que dar e Príncipe, o empresário português
surge como o único provas de habilidade Jorge Oliveira, “não existindo um
fator de estabilidade em Portugal, política para ultrapassar esta situação. acordo de extradição entre os dois
arruinando as ambições do socialista Entretanto, consequência desta países e não tendo havido autorização
Manuel Alegre. E esta é uma das evolução, ressaltam sinais de cli- judicial de qualquer autoridade
maiores do mar de contradições em vagens internas que apenas foram competente de S. Tomé e Princípe”. “A
sua detenção em São Tomé demonstra
que mergulhou o Partido Socialista de atenuadas e adiadas no seu último
que Angola não respeita a soberania
José Sócrates: para perpetuar força congresso.
raiz peronista de aliciamento dos “des-
camisados”, desse modo cortando ca-
minho às diferentes oposições que, de
resto, têm tido dificuldades em se unir.
Os oposicionistas (sobretudo a intelec-
tualidade) cometeram o erro de,
durante muito tempo, subvalorizarem
a capacidade deste militar de carreira
que esteve envolvido numa gorada
tentativa de golpe de Estado contra
Andres Pérez, o que o levou à prisão e
a uma aproximação à guerrilha de
Douglas Bravo. De verbo fácil, capaz
de incendiar massas populares que
viviam na miséria, Chávez arquitetou
uma “revolução bolivariana” que, até
agora, tem recolhido apoio popular.
dos outros países”, comentou o
conhecido jornalista angolano Rafael
Marques. A acusação de Marques é
apenas parte da verdade: demonstra
também que há “partidos irmãos” do
MPLA que aceitam, sem protesto,
atitudes deste tipo por parte dos
angolanos. A decisão de Eduardo dos
Santos parece indicativa de que algo
está a mudar em Luanda.
BISSAU. Durão
Barroso,
presidente da
Comissão
Europeia,
defendeu, num
encontro com o Primeiro Ministro da
Guiné, Carlos Gomes Júnior, a
presença em Bissau de uma força de
estabilização formada por parceiros
africanos, considerada importante para
o restabelecimento da "confiança
internacional" naquele país. Segundo
Costa Gomes Júnior, o Presidente
Malam Bacai Sanhá "acaba de
endereçar uma carta à CEDEAO
(Comunidade dos Países da África
Ocidental) e à CPLP (Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa),
convidando estes parceiros a
integrarem essa força de estabilização”.
No entanto, Luís Amado, Ministro
português dos Negócios Estrangeiros,
já recusou a presença de militares de
Portugal numa força deste tipo em
Bissau, o que deu azo a um protesto de
organizações como o Movimento
Internacional Lusófono: se Portugal
pode mandar soldados para cenários
como o Afeganistão, porque se recusa a
tê-los como unidades de estabilização e
paz em Bissau?
 Já • Sexta-feira 1 Outubro 2010 • 15

polichinelo
“Libiamo” A Hilux da Polícia Nacional, com
a matrícula SV-28-DI, que há dias
circulava por Chã d’Areia, cidade
da Praia, carregando largas doses
de cerveja, pode ser esclarecedora
dos motivações para as turbulên-
cias em catadupa havidas nas
esquadras de polícia da capital, nas
quais cidadãos indefesos têm sido
vítimas de autênticas barbaridades.
Talvez o consumo excessivo, mili-
tantemente praticado por agentes e
responsáveis, explique comos e porquês do que tem vindo a acontecer.
Escusavam era de passear publicamente tais indícios. A menos que já não
haja vergonha.
Estranho é (será mesmo?) que Lívio Lopes, dito responsável (será mesmo?)
das polícias, não veja as carrinhas passar, não leia os jornais, não oiça os
clamores. Ou está cego e surdo (mudo está), ou comparticipa no ágape.
Ficam as dúvidas. Certo dia se saberá a resposta. Até lá: viva a cerveja!
Como se canta na ópera de Verdi: “Libiamo…”
kasu-bodi
CONCURSO
Basílio Mosso Ramos pouco tem apare-
!?!
cido na televisão do PAICV. Polichinelo,
intrigado com o estranho recolhimento
do Ministro da Saúde, pôs-se em campo
!!
para decifrar o mistério. E encontrou algo
que pode explicar o “desaparecimento” do
Ministro Mosso: temerá ele que o levem a cirurgia plástica para “Cabo Verde não é
lhe cortarem o nariz ou que os cidadãos se lembrem do compro-
misso por si assumido em DjarSal: que se o Hospital daquela um País de
ilha não fosse inaugurado até Dezembro de 2009, deixaria de ser
tratado pelo seu nome. Estamos em Outubro de 2010 e o Hospi- Rendimento Médio,
tal do Sal ainda não foi inaugurado… assim sendo, Polichinelo
põe a concurso (público) que nome dar ao Ministro Mosso – pre-
mas sim um País de
encha com cruzinha o quadrado à frente da sua opção: Rendimento de
Pinóquio  Bazofo  Miséria.”
Trocatintas  Zé Maria  José Manuel Vaz,
presidente da Confederação
Cabo-verdiana dos
Sindicatos Livres

boka bedjo

AZIA
Ele há azias agudas, crónicas e
incuráveis: é o caso da que afeta a
família Hopffer Almada sempre que se
lhe fala do antigo autarca de Santa
Catarina, João Baptista (com p) Freire –
ódios velhos que vêm de Assomada. É
isso que explica o estranhíssimo
adormecimento na gaveta, já a criar
teias de aranhas, em que Janira (pau de
vassoura falante deste Governo) deixou
a nomeação de Baptista, com p, para
Diretor Geral da Agricultura,
Silvicultura e Pecuária: designado
interinamente há meses ainda não tomou
posse oficial. O ómi sem importância
está pesporrento… mas ilegal. Para
aprender que não se brinca com papá
David. Dá azia sem cura.
Mentirómetro

ALCOOLEMIA
ESQUIZOFRENIA
“O Governo já
está a trabalhar,
em parceria com o
setor financeiro
nacional, na
montagem de uma
linha de crédito
para apoio às
empresas em
dificuldades. Ainda
As recentes declarações de Armindo Fontes próximas de José Maria em relação a essas
Maurício, em Santo Antão e Djar Neves garantiram a Polichinelo
Fogo, deixaram muito preocupados que o Chefe anda amarelo de raiva. empresas, o
outros responsáveis do PAICV: “O O ainda Primeiro Ministro, Governo já iniciou
que se passa com o secretário-geral?”, deslocando-se um destes dias a
perguntam-se, inquietos. “Caquexia?”. Pedra Barro, ia olhando a um processo
E não é para menos: vir afirmar, em paisagem e dando murros nos negocial com vista
tom categórico, que não existe vidros do automóvel de matrícula
desemprego nestas ilhas é ser mais também amarela. E amarelecia ao
papista que o papa e ultrapassar até à cada vez mais: “é do fígado”, reescalonamento
idiotia absoluta a propaganda mais comentou o motorista. Não era.
idiota. Até que alguém teve a ideia: Foi o súbito berro do ínclito das dívidas em
“há um remédio santo. Obrigá-lo a ocupante de certa moradia da relação ao
soprar no balão antes de discursar. Se Prainha que tudo esclareceu:
entrar no vermelho, fica proibido de “Malandros! Malandros do MpD!
Estado.”
abrir a boca”. Surgiu assim a regra à Até a natureza se pintou de verde. José Maria Neves, 2 Março
cause de Maurício: “se discursar, não É preciso mandar o Lívio Lopes 2009, debate sobre Crise
beba”. proibir a chuva”. Financeira Internacional

AVISO À NAVEGAÇÃO: polichinelo é sátira e xuxadera. Aqui não se respeita ninguém: são ditas as coisas sem recato. É o reino da má-
-língua, pura e dura. A quem tenha temores e pudores, um conselho: não leia. Quem goste de rumores e tenha bons humores, leia, leia!
16 • Já • Sexta-feira 1 Outubro 2010
em jogo
Futebol de Santiago-Sul muda direção
Donnay é o
novo presidente
A Associação Regional de
Futebol de Santiago Sul
(ARFSSS) tem nova
direção. As eleições
decorreram no último
sábado com a Assembleia
Geral representado por
13 clubes a eleger por
aclamação para o cargo
de Presidente, Mário
Avelino, “Donnay”
D
onnay Avelino substitui no
cargo Franklin Tavares, cujo
mandato ficou marcado pela
paralisação do campeonato por causa
do incumprimento com os árbitros,
ainda com vários meses de atraso nos
subsídios que a nova equipa vai ter de
acarretar.
Para tentar ultrapassar o problema, a
atual direção vai assinar um protocolo
com a Câmara Municipal da Praia no
valor de 1500 contos para poder arran-
car a nova época desportiva com o
pontapé de saída marcado para 30 de
Outubro, o jogo da Super Taça Mun-
dinho, entre o Boavista e o Sporting, o
Campeão Regional e o Vencedor da
Taça, em Santiago-Sul
Durante o mandato de 3 anos, Mário
Avelino e equipa prometem organizar
os campeonatos das camadas de for-
mação, a Taça Independência, o Cam-
peonato de Veteranos e de Futsal.
Para revalidar o título
Batuque contrata onze jogadores
Durante o mandato de
3 anos, Mário Avelino e
A atual direção é composta por Eu- equipa prometem
génio Martins, António de Pina, organizar os
Alfredo Correia dos Santos, Es- campeonatos das
meraldo Andrade, Francisco Tavares e
Rogério Tavares, além do presidente
camadas de formação, a
“Donnay”. Taça Independência, o
O Campeonato Regional época Campeonato de
2010/11em Santiago-Sul deve arran- Veteranos e de Futsal
car a 6 de Novembro.
D epois de conquistar o último
Regional de futebol de São
Vicente, o Batuque Futebol quer
renovar o título, apesar da saída do
seu plantel de jogadores importantes.
Para colmatar tais saídas, a equipa
técnica dos axadrezados teve que
recorrer a novos reforços. Com isso,
Piki, o treinador, acredita na reno-
vação do título. “No ano passado, o
Batuque conseguiu conquistar o
Regional graças ao plantel forte e
Taça de Portugal
Babanco (Arouca)
vai à Luz jogar
contra o Benfica
S orte grande para o Benfica e
para o internacional cabo-ver-
diano Babanco. É que os campeões
portugueses vão ter como adversário
na 3.ª eliminatória da Taça de
Portugal a equipa do Arouca, da
Liga Orangina, onde milita o ex-
jogador do Boavista da Praia.
Os encarnados de Lisboa já dizem
que querem passar a eliminatória.
“Conquistar a Taça de Portugal é um
dos nossos objectivos. O Arouca tem
vindo em crescendo no futebol por-
tuguês, tem o seu valor, mas o
Benfica pretende vencer para seguir
em frente”, afirmou Lourenço
Coelho, representante do Benfica no
sorteio realizado na segunda-feira.
Por sua vez, o treinador do Arouca,
Henrique Nunes, congratula-se com
a deslocação à Luz, onde antevê um
jogo “extremamente difícil”, mas já
vai avisando que a sua equipa pode
protagonizar uma surpresa. “Sonha-
mos sempre com a possibilidade de
haver Taça, mas olhando ao plantel
do Benfica, será extremamente difí-
cil obtermos um bom resultado.
Mas, para se ganhar os jogos é pre-
ciso disputar os 90 minutos”, con-
clui.
Os outros grandes tiveram sortes di-
ferentes. FC Porto, detentor do
troféu, recebe os Limianos (III agendados para o fim-de-semana de
Divisão), e o Sporting de Portugal 16 e 17 de Outubro. Babanco vai po-
desloca-se ao estádio do Estoril- der assim pisar o emblemático
Praia (Liga Orangina). Estádio da Luz, em Lisboa, caso for
Os jogos da 3.ª eliminatória estão convocado para esse jogo.
dinâmico. Não recorremos a joga-
dores doutros clubes, sendo que
apostamos em jogadores da for-
Peck´s e Claudino (ex-Académica),
Kaká e Kadú (ex-Mindelense), Ivan e
Balakov (ex-Falcões), Dennis (ex-
mação. Porém, este ano, alguns tive- -Ribeira Bote), Josimar (ex-Ama-
ram que ir tentar a sua sorte no exte- rante), Metch (ex-Castilho) e Sidney
rior e ficamos desfalcados. Mas isto (ex-AJAT-SN).
não foi problema porque recorremos A única incerteza nos axadrezados é
a atletas dos juniores e doutras o guarda-redes Josimar Évora (V-
equipas”. ozinha) que, depois de recusar o con-
A atual equipa técnica do Batuque trato do Camacha, de Portugal,
contratou 11 novos atletas: Duval regressou à sua ilha. No entanto,
(ex-Sanjoanense – Porto Novo); encontra-se na mira do Mindelense.

olhem para elas
Saúde bucal na nha terra
Traumatismo
dentário: o que
fazer?
Fraturas do dente, ou até mesmo a saída por completo do dente (avulsão) – são
situações que exigem um pouco mais de cuidado. Tanto para dentes de leite como
para os permanentes deve tentar-se achar o fragmento e levá-lo ao dentista para
que este possa colá-lo novamente
Zarina Santos
Graduanda em Odontologia
C
omo o prometido é devi-
do, aqui estamos para fa-
lar, esta semana, sobre
traumatismo dental. Para isso, fui
em busca de quem entenda me-
lhor do assunto. E, adivinhem:
trouxe um cabo-verdiano!
Valdir Cabral Andrade, 25 anos,
formado em Odontologia na Fa-
culdade Estadual do Espírito San-
to e atualmente a fazer mestrado
na área de Cirurgia Bucomaxilo-
facial, na Faculdade de Odontolo-
gia da UNICAMP - “uma espe-
cialidade da odontologia que rea-
liza cirurgias um tanto mais inva-
sivas da cavidade bucal e anexos,
como em casos de traumatismos
e deformidades”, explica ele.
“Criança, por ser criança, é a fai-
xa etária com maior índice de
traumatismos dentários. Situa-
ções normais do dia-a-dia, como
o aprender a andar, as bicicletas, a
educação física, podem tornar-se
situações de emergências” ressal-
tando então que “… o importante
é que, tanto em casa como na es-
cola, os adultos saibam o que fa-
zer frente a essas situações.”
O que fazer em caso de
traumatismo dentário?
Para pequenos cortes, Valdir
aconselha primeiramente o “es-
tancamento do sangramento
com um pano limpo” e esclarece
que, mesmo aparentando ser
situação menos traumática, deve
levar-se a criança ao dentista,
“pois é ele quem o dirá”. É
comum acontecer o escureci-
mento do dente 2 a 3 dias
depois, o que pode ou não
indicar danos no seu nervo e que
o dente precise de alguns cuida-
dos por parte do dentista.
Fraturas do dente, ou até
mesmo a saída por completo do
dente (avulsão) – são situações
que exigem um pouco mais de
cuidado. Tanto para dentes de
leite como para os permanentes
deve tentar-se achar o fragmen-
to e levá-lo ao dentista para que
este possa colá-lo novamente. Já
na avulsão, aconselha-se o re-
posicionamento do dente na
boca, apenas em dentes perma-
nentes, da seguinte forma.
1º Respirar fundo e, sem gritar,
acalmar a criança e procurar pôr
um pano limpo para que a cri-
ança morda e controle o sangra-
mento;
2º Procurar com cuidado o dente
e, achando-o, pegar-lhe pela
coroa, sem tocar na raiz, e
limpá-lo com soro fisiológico
ou leite morno, mas sem esfre-
gar. Nunca utilize água, ela
provoca a morte das células pre-
sentes na raiz do dente.
3º Tentar reposicioná-lo na
boca, parte côncava direcionada
para o interior e pedir que a cri-
ança morda o pano limpo; caso
não consiga, o dente deve ser
mantido no soro fisiológico ou
leite morno. Sem estes dois
item, a saliva da criança tam-
bém serve. Procure imediata-
mente um dentista para reim-
plantá-lo, pois quanto maior o
tempo fora do alvéolo menos
provável é dar certo.
Mesmo não tendo como contro-
lar quedas e futuros traumas
dentários, Valdir aconselha o
uso de protetores bucais, pelo
menos para as crianças que
praticam desportos como judo,
karate, volei. Os protetores
podem ser confecionados pelo
dentista
Já • Sexta-feira 1 Outubro 2010 • 17
Conselhos médicos
Cuide-se das varizes
Os vasos sanguíneos dilatam-se no calor, principalmente nas pessoas que
sofrem de varizes, e podem causar inchaços nas pernas. A sensação que o
paciente tem é a de pernas cansadas e pesadas, além de dificuldade para
andar e subir escadas. Na maioria dos casos, não se sabe ao certo a origem
da maleita e raras vezes as pessoas procuram um médico para se tratar.
Ciente deste problema, a equipa de Já põe à sua disposição alguns
conselhos úteis que talvez possam ajudar a ter uma vida mais saudável
F ininhos e avermelhados ou mais gros-
sos e escuros, os vasos sanguíneos e as
varizes são ameaça para a beleza da mulher.
por isso, podem dilatar-se mais facilmente.
Mas existem fatores capazes de provocar
varizes em qualquer mulher, como o uso de
Ninguém quer andar por aí mostrando as anticoncepcionais hormonais, ausência de
pernas marcadas com linhas indesejáveis. atividade física, stress, consumo de bebidas
Felizmente, graças aos avanços da Medi- alcoólicas, fumo e atividades profissionais
cina, não param de surgir técnicas novas, que obrigam a ficar muito tempo em pé ou
mais rápidas e menos agressivas para aca- sentada.
bar com o mal, independentemente da evo- Segundo os médicos, as micro varizes (va-
lução das veias comprometidas. sos com até 1mm de diâmetro) causam ape-
"O problema surge quando vasos e capilares nas dano estético. "Elas não viram varizes
venosos superficiais (os vasinhos) se dila- grandes como se pensa", afirma Newton.
tam e perdem a capacidade de bombear o Já as veias mais grossas (de 2 a 4 mm ou
sangue perna acima para que ele volte ao mais) provocam sensação de peso e cansaço
coração", explica Newton de Barros Júnior, nas pernas e podem evoluir para uma trom-
professor de Cirurgia Vascular da Univer- bose (morte da veia).
sidade Federal de São Paulo (Unifesp), no A boa notícia é que as técnicas modernas
Brasil. Esse sangue, que não regressa, fica previnem as complicações, tratam e elimi-
parado nos vasos alargados, tornando-os vi- nam até as varizes mais grossas com o míni-
síveis. mo de efeitos colaterais (indesejados) pós-
tratamento." (Revista Corpo a Corpo, Agos-
Herança genética e maus hábitos to/2005).
Em geral, herda-se a tendência para ter Quando as varizes são a causa do inchaço,
veias com paredes menos resistentes e que, deve-se consultar um cirurgião vascular.
ReceitaCaseira
Ingredientes:
2 chávenas de farinha de trigo
2 chávenas de açúcar
1 chávena de leite
6 colheres de sopa, cheias de
chocolate em pó
1 colher de sopa de fermento em pó
Bolo de 6 ovos
Preparo:
Chocolate Bata as claras em neve, depois acrescente
as gemas e bata novamente. Coloque o
açúcar aos poucos e bata de novo. Depois
Molhadinho coloque a farinha, o chocolate em pó, o
fermento, o leite e bata novamente.
Coloque numa forma untada.
Enquanto o bolo está no forno, faça a
Existem sobremesas que são verdadeiras cobertura com duas colheres de chocolate
preciosidades. E podem servir para em pó, uma colher de margarina e meio
qualquer refeição: pequeno-almoço e copo de leite. Leve ao forno até começar
lanche, almoço ou jantar. É o caso do a ferver. Quando o bolo estiver pronto,
bolo de chocolate. Aprenda a fazer. ponha a cobertura quente.
18 • Já • Sexta-feira 1 Outubro 2010

cachupada
Conto infantil

Horóscopo
Mia,
Por Maria Helena
De 3 a 9 de Outubro
a baleia do Bairro
Carneiro
21-3 a 20-4
Carta Dominante: 7 de Copas, que
Leão
23-7 a 22-8
Carta Dominante: Rainha de Espadas, que
Sagitário
21-11 a 20-12
Carta Dominante: 9 de Copas, que
Manguí - X
significa Sonhos Premonitórios. significa Melancolia, Separação. significa Vitória.

Amor: Estará muito sensível. Levará a mal
certas coisas que lhe digam.
Saúde: Imponha um pouco mais de
disciplina alimentar a si próprio.
Dinheiro: Tendência para gastos
excessivos.
Número da Sorte: 43
Números da Semana: 4, 17, 25, 33, 2, 23
Dia mais favorável: terça-feira
Lema da Semana: Dou atenção às
mensagens dos meus sonhos.
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 11
Touro
21-4 a 21-5
Carta Dominante: O Sol, que significa
Glória, Honra.
Amor: Este é um bom período para
conquistas, use e abuse do seu charme.
Saúde: Andará com o aparelho respiratório
fragilizado, seja prudente.
Dinheiro: Poderá sofrer uma mudança
repentina no seu trabalho, esteja atento.
Número da Sorte: 19
Números da Semana: 1, 6, 11, 19, 22, 30
Dia mais favorável: domingo
Lema da Semana: Mereço todas as glórias
e triunfos que a vida me dá.
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 12
Gémeos
21-5 a 20-6
Carta Dominante: A Força, que significa
Força, Domínio.
Amor: Não se deixe influenciar por
terceiros, poderá sair prejudicado.
Saúde: Cuidado com os seus ouvidos.
Dinheiro: Não se precipite e pense bem
antes de investir as suas economias.
Número da Sorte: 11
Números da Semana: 9, 16, 22, 27, 33, 45.
Dia mais favorável: quarta-feira
Lema da Semana: Tenho força e domínio
sobre as minhas emoções e pensamentos.
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 13
Amor: A amizade dos seus amigos estará
agora muito evidenciada.
Saúde: Possíveis problemas de intestinos.
Dinheiro: Não seja pessimista e lute por
atingir todos os seus objectivos.
Número da Sorte: 63
Números da Semana: 7, 19, 25, 27, 39, 41.
Dia mais favorável: sexta-feira
Lema da Semana: Venço a melancolia
através da confiança e da fé.
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 15
Virgem
23-8 a 22-9
Carta Dominante: 10 de Copas, que
significa Felicidade.
Amor: Não dê demasiada confiança a quem
não conhece.
Saúde: O cansaço e o stress não são nada
benéficos para a sua saúde física e mental.
Dinheiro: Tudo estará equilibrado.
Número da Sorte: 46
Números da Semana: 1, 4, 6, 17, 22, 29.
Lema da Semana: A felicidade permanece
na minha vida!
Dia mais favorável: terça-feira
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 16
Balança
23-9 a 22-10
Carta Dominante: O Mágico, que significa
Habilidade.
Amor: Momento em que estará confiante e,
por isso, encontrará um clima de equilíbrio
nas suas relações.
Saúde: Possíveis problemas no sistema
nervoso poderão surgir.
Dinheiro: Aposte na projecção profissional
e poderá alcançar os seus objectivos.
Número da Sorte: 1
Números da Semana: 9, 14, 20, 33, 39, 49.
Lema da Semana: Tenho habilidade para
lidar com todos os elementos da minha
vida.
Dia mais favorável: segunda-feira
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 17
Amor: Não desespere, porque quando
menos se espera surgirá o romance na sua
vida.
Saúde: Está neste momento a passar um
período de bem-estar físico e espiritual.
Dinheiro: Nem sempre a vida nos corre
bem, esteja atento.
Número da Sorte: 45
Números da Semana: 20, 30, 40, 47, 48, 49.
Dia mais favorável: quarta-feira
Lema da Semana: Tenho vitória sobre as
questões que me preocupam.
Horóscopo Diário - Ligue já! 760 30 10 19
Capricórnio
21-12 a 20-1
Carta Dominante: 9 de Espadas, que
significa Mau Pressentimento, Angústia.
Amor: Para os que não tiverem par, há a
possibilidade de se apaixonarem.
Saúde: Cuidado com a alimentação
desequilibrada e os esforços excessivos.
Dinheiro: Será ajudado na sua profissão.
Número da Sorte: 59
Números da Semana: 2, 5, 22, 27, 29, 38.
Dia mais favorável: sábado
Lema da Semana: A minha confiança em
mim mesmo dá-me esperança mesmo nos
momentos difíceis.
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 20
Aquário
21-1 a 18-2
Carta Dominante: 8 de Ouros, que
significa Esforço Pessoal.
Amor: Uma relação passada e que julgava
já estar esquecida poderá novamente invadir
o seu coração.
Saúde: Seja mais selectivo com a sua
alimentação.
Dinheiro: Período favorável.
Número da Sorte: 72
Números da Semana: 8, 17, 22, 39, 44, 48.
Dia mais favorável: segunda-feira
Lema da Semana: Esforço-me diariamente
para dar o meu melhor.
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 21
O
s receios que passaram pela cabeça dos amiguinhos do bairro, também
passaram pela de Juninho, que de imediato foi para o cais do Porto Velho
na esperança de encontrar a baleia, ou melhor, a sereia Mia e a avisar que
naquela noite o bairro inteiro iria estar ali para a ver. Porém esqueceu-se que de dia
apenas a baleia poderia aparecer porque a sereia não podia, como ela mesma lhe
tinha dito. Mas mesmo assim chamou por ela – Miiiiiiaaaa… Miiiaaaa… – até que
de repente, entre duas ondas, apareceu um enorme esguicho de água e depois a pele
de prata de Mia saiu toda da água e brilhou muito contra o sol, enquanto o olho azul
enorme de Mia olhava para Juninho. Mia estava ali para o ouvir e, sim, poderia
aparecer de dia desde que ele a chamasse! Foi então que Juninho se debruçou sobre
a água que batia contra o cais e lhe falou:
– Mia, ouve com atenção. Esta noite vem li tudo alguém de Manguí para te ver e
acreditar que tu existes mesmo. Eu acho que tu não devias aparecer, porque pode
sempre haver quem queira fazer-te mal, apanhar-te, matar-te, sei lá… As pessoas
adultas não gostam de ti como nós, percebes, Mia? Fazem mal aos animais e só
pensariam nelas e no dinheiro que a tua descoberta daria. Por favor não apareças
amiga.
Mia voltou a aparecer ainda mais perto do cais e deu novo mergulho olhando de
novo para Juninho, como que a dizer-lhe que tinha percebido o aviso, mas o
Juninho não sabia mesmo se ela teria ouvido.
Não satisfeito com isso, Juninho esperou pelo anoitecer e antes que tudo alguém
fosse para o cais, foi a correr para aquela pedra onde se encontra a sereia Mia.
Ainda a lua estava a aparecer no horizonte quando ouviu a sua voz doce:
– Não te aflijas Juninho, ninguém faz mal a Mia.
– Ah! Ainda bem que apareceste, sereia Mia. É que os adultos tanto te admiram
como te fazem mal ou te usam para seu lucro. Não são todos assim, mas há muitos
que são.
– Eu sei, Juninho, há muitos adultos zangados com a vida, ressabiados com a sua
própria natureza porque vivem frustrados e conscientes da sua pequenez. São esses
que fazem mal aos animais indefesos para seu próprio lucro. Descansa que eu sei
quem são esses adultos e embora te possa parecer estranho, conheço os do bairro
Manguí!
– Conheces?! Como?!
– Durante o dia, passo muitas vezes pelo teu bairro, com a ajuda da gaivota Branca,
mas um dia tu vais perceber. Para já, não te preocupes que ninguém fará mal a Mia
e vocês não ficarão mal junto das pessoas do bairro. Agora tenho de ir.
E mergulhou, precisamente no momento em que Nixon, Nádi e Iva chegavam.
– Juninho! Procuramos por ti em todo o bairro…
– Estava aqui a pensar e a tentar avisar a Mia para os males que podem acontecer
se ela aparecer mais logo.
– Pois… nós também… mas já não sabemos o que será melhor! A verdade,
Juninho, é que já está a caminho tcheu gente para aqui! Temos de avisar também o
avô Irondino.
E foram. Sempre com receios e com a dúvida. O que iria acontecer naquela noite
no cais do Porto Velho?

Caranguejo
21-6 a 22-7
Carta Dominante: O Diabo, que significa
Energias Negativas.
Amor: O ambiente familiar encontra-se
bom, aproveite a boa disposição que vos
rodeia.
Saúde: Andará um pouco em baixo, faça
ginástica.
Dinheiro: Se pretende comprar casa, esta é
uma boa altura.
Número da Sorte: 15
Números da Semana: 2, 14, 17, 39, 42, 48.
Dia mais favorável: sábado
Lema da Semana: Cultivo as energias
positivas na minha vida.
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 14
Escorpião
23-10 a 21-11
Carta Dominante: A Temperança, que
significa Equilíbrio.
Amor: Não sofra por antecipação! O que
tiver de ser, será!
Saúde: Descanse, olhe pela sua saúde.
Dinheiro: Não gaste mais do que pode.
Número da Sorte: 14
Números da Semana: 11, 25, 27, 33, 45, 46.
Lema da Semana: Sou equilibrado em
tudo na minha vida.
Dia mais favorável: quinta-feira
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 18
José Braga-Amaral
Peixes
19-2 a 20-3
Carta Dominante: 6 de Paus, que significa
Ganho.
Amor: Notará um afastamento da pessoa
amada, mas não é nada alarmante.
Saúde: Muito favorável, aproveite e
pratique exercício físico.
Dinheiro: O seu esforço a nível de trabalho
será recompensado.
Número da Sorte: 28
Números da Semana: 3, 7, 11, 15, 29, 47
Dia mais favorável: sexta-feira
Lema da Semana: Graças ao meu
empenho consigo muitos ganhos.
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 22
 Já • Sexta-feira 1 Outubro 2010 • 19

cachupada
Telenovelas CURIOSIDADES
Farmácias
RECORD • Ribeirão do Tempo de serviço
Homem salvou o réptil da morte há vinte anos

Pescador fica amigo Praia

01/10: Farmácia

de crocodilo na Moderna
02/10: Farmácia Central
03/10: Farmácia Santo

Filomena resolve ajudar Tito

Costa Rica António
04/10: Farmácia
Africana
F lores vai até a Mico Leão e diz a Querêncio que ele já tem dois eleitores de peso:
ele e o senador. Nicolau diz a Nasinho para procurar Tito de novo e colocá-lo na
parede. 05/10: Farmácia
Tito pergunta a Karina se ela sabia da proposta de Nicolau, e ela nega. Karina tenta bei- Avenida
jar o noivo, que se desvencilha e diz que precisa de tempo.
Após pressão de Flores, Querêncio aceita a proposta. O professor pede para o pintor 06/10: Farmácia Santa
não dizer nada a ninguém por enquanto e conta que vai marcar um encontro com o
senador. Isabel
Filó prefere não contar a Carmem e a Ellen o que Tito queria com ela. Newton liga para 07/10: Farmácia 2000
Ellen, que lhe diz que eles devem continuar afastados até as coisas serenarem.
Arminda coloca Diana a dormir e diz que está orgulhosa dela. Tito revela a Newton que 08/10: Farmácia
pediu ajuda a Filó. Karina chega em casa e começa a chorar.
Célia e Bruno abraçam a filha, preocupados. Célia aconselha Karina a acabar com o Moderna
noivado. Arminda vai até à casa de Joca e ela e Léia se estranham.
Arminda diz a Joca que está com medo de Nasinho implicar com Diana. Arminda e
Joca beijam-se. Léia ouve ruídos e gemidos vindos do quarto de Joca e fica irritadíssi-
ma.
H á 20 anos, o pescador Chito
encontrou o crocodilo Pocho
à beira da morte num rio na Costa
aceitar comida de mais ninguém.
Hoje, Chito conta que até dorme
ao lado do bicho.
S. Vicente
Filomena sonha que está a casar-se. Clorís insiste com Tito para conversar com 02/10: Farmácia
Nasinho. O escrevente diz ao aventureiro que o senador pediu para avisar que a propos-
Rica. Hoje, são amigos pratica- No início, ele ainda teria tentado
ta tem prazo de validade. mente inseparáveis. soltar Pocho no rio, mas o animal Higiene
Tito deixa claro que tem uma saída. Clorís avisa que se ele não apresentar a solução até Chito faz shows para os turistas, sempre voltava.
o dia seguinte, eles vão vender a pousada a Nicolau.
03/10: Farmácia Jovem
onde conversa e brinca com o Há quatro anos, os amigos,
Diana conta a Guilherme que Arminda é boa pessoa, mas acha que sabe tudo. Filomena 04/10: Farmácia
liga para Tito e diz que vai tentar conseguir o empréstimo. Tito fala para ela que faz o perigoso réptil de mais de cinco impressionados com o relaciona-
que ela quiser se ela o ajudar. Filomena revela a Arminda que resolveu ajudar Tito. metros de comprimento como se mento entre o pescador e o croco- Mindelo
fosse com um cão de estimação. dilo, sugeriram que ele começasse 05/10: Farmácia
SIC • Passione De acordo com o pescador, há duas a fazer essas apresentações para o
Avenida
décadas, mesmo contra a vontade público.
do irmão, ele alimentou e tratou o A ideia deu certo e hoje atrai turis- 06/10: Farmácia Leão
animal ferido, que passou a não tas de vários países. 07/10: Farmácia Nena

Clara seduz Fred
F red diz a Clara que vai entregar as joias à Bete, se ela não passar todas as ações que
Totó recebeu de herança para o nome dele. Danilo é levado por uma ambulância,
Stela e Sinval o seguem.
Saulo tenta intimidar Noronha com suas ameaças, mas ele o enfrenta. Mauro confessa
a Melina que esteve com Diana e fica atónito ao saber que vai ser pai. Gerson percebe
a inquietude de Diana. Stela e Sinval conversam com o médico que irá cuidar de
Danilo.
Arthurzinho diz que Lorena saiu de casa e deixou uma carta para Stela. Clara seduz
Fred e não deixa que ele perceba as suas verdadeiras intenções. Melina vê Diana chegar
com Gerson e anuncia a sua gravidez à família.
Mauro tenta explicar a atitude de Melina à Diana. Stela fica arrasada com a carta de
Lorena e diz que não vai deixar Agnello ficar com a sua filha. Saulo aprova a viagem
da filha para a Itália. Gerson decide ir à clínica onde Danilo está internado. Mauro com-
bina de se encontrar com Diana. Agnello conta a Adamo como foi a sua estada no
Brasil. Agostina sugere a Gemma pra ficar numa casa que Candê tem para alugar.
Fred exige que Clara lhe sustente para que ele não a denuncie. Jéssica avisa à madras-
ta que vai procurar Berilo no seu apartamento. Quando ela chega Berilo inventa uma
desculpa para Agostina se esconder na casa de banho. Ao se arrumar, Berilo deixa o
botão do aparelho GPS cair. Jéssica fica indignada com o marido, que a convence de
que estava sozinho meditando.
Clara tenta encontrar as joias em casa de Fred. Gerson fica abalado ao ver Danilo, que
implora para o tio tirá-lo da clínica. Fátima conforta Sinval, que sofre por causa do
irmão. Gemma e Alfredo ficam animados com a casa que Candê lhes mostra. Totó fala
com Felícia sobre Fred, quando Clara liga. Mauro se apressa para encontrar com Diana
e Diógenes o repreende. Melina implica com Diana, que a enfrenta.
Boa Mesa
Plaza Park
S ituado na Achada Santo António, Plaza Park é um
restaurante bar e pizzaria, cujo requinte marca a difer-
ença dos demais restaurantes da cidade.
Com uma esplanada convidativa, sobretudo ao final da
tarde, e depois de um dia de trabalho, este espaço propor-
ciona aos seus clientes um atendimento personalizado com
uma equipa de profissionais que asseguram a qualidade,
não só pelo atendimento como dos pratos que são servidos
pela casa.
Essa qualidade deve-se sobretudo ao empenho que a
família Baessa dedica a este espaço e aos investimentos
feitos na área da formação.
Contrastando com a esplanada, a sala do restaurante tem
ambiente aconchegante onde a boa comida e os bons vinhos
imperam – a casa apresenta uma grande variedade de vi-
nhos que vai desde os portugueses passando pelos italianos,
e o já famoso vinho do Fogo.
Dos pratos mais procurados são sem dúvidas os de carne
tendo os lombinhos grelhados com molhos variados a ocu-
parem o topo da lista de procura.
Boa carne é no Plaza – afirma sem rodeios João Baessa pro-
prietário deste espaço.
Com o prato de massa a 800 escudos (mais barato) e o gre-
lhado misto de marisco a 2.950 escudos (mais caro) o Plaza
Plaza Park está aberto a todo tipo de clientes que procuram
uma boa cozinha e a um preço compatível com a qualidade.
O restaurante encontra-se aberto todos os dias das 11 à
meia-noite e encerram aos domingos para descanso do pes-
soal.
PUB