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PARTE ESPECIAL
TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A VIDA
ASPECTOS COMUNS:
Homicídio
Homicídio simples
Art. 121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo fútil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso
que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de
outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Feminicídio
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança
Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa
condição:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o
crime envolve:
I - violência doméstica e familiar;
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Homicídio culposo
§ 3º Se o homicídio é culposo:
Pena - detenção, de um a três anos.
Aumento de pena
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o
crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou
se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as
conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso
o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado
contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a
pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão
grave que a sanção penal se torne desnecessária.
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for
praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de
segurança, ou por grupo de extermínio.
Sujeitos do crime
A doutrina critica estas decisões, pois defende que a análise deve ser feita
nos casos concretos.
Consumação e tentativa
Privilégio: art. 121, § 1º, CP Atenuante Genérica: art. 65, III, c, do CP.
Injusta provocação da vítima Basta um ato injusto da vítima, que não precisa
ser uma provocação.
Circunstância
subjetiva Relação de poder e submissão
MEIO:
Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum.
MODO:
À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que
dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido.
OBS: A qualificadora do motivo fútil (art. 121, § 2º, II, do CP) é compatível
com o homicídio praticado com dolo eventual? A pessoa que cometeu
homicídio com dolo eventual pode responder pela qualificadora de motivo
fútil?
O STJ tem decisões nos dois sentidos: que não deve ser aplicada ao
mandante e que deve ser aplicada ao mandante.
O reconhecimento da qualificadora da "paga ou promessa de
recompensa" (inciso I do § 2º do art. 121) em relação ao executor do crime de
homicídio mercenário não qualifica automaticamente o delito em relação ao
mandante, nada obstante este possa incidir no referido dispositivo caso o
motivo que o tenha levado a empreitar o óbito alheio seja torpe. STJ. 6ª Turma.
REsp 1.209.852-PR, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 15/12/2015
(Info 575).
Não incide a qualificadora de motivo fútil (art. 121, § 2º, II, do CP), na
hipótese de homicídio supostamente praticado por agente que disputava
"racha", quando o veículo por ele conduzido - em razão de choque com outro
automóvel também participante do "racha" - tenha atingido o veículo da vítima,
terceiro estranho à disputa automobilística. Motivo fútil corresponde a uma
reação desproporcional do agente a uma ação ou omissão da vítima. No caso
de "racha", tendo em conta que a vítima (acidente automobilístico) era um
terceiro, estranho à disputa, não é possível considerar a presença da
qualificadora de motivo fútil, tendo em vista que não houve uma reação do
agente a uma ação ou omissão da vítima. STJ. 6ª Turma. HC 307.617-SP, Rel.
Min. Nefi Cordeiro, Rel. para acórdão Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
19/4/2016 (Info 583).
Resumindo:
Homicídio privilegiado qualificado SIM
Motivo fútil + dolo eventual NÃO
Motivo fútil + racha NÃO
Motivo torpe + mandante NÃO
Traição, emboscada (…) + dolo eventual NÃO
OBS:
QUEM É QUE DECIDE SE O HOMICÍDIO FOI PRATICADO EM
GRUPO DE EXTERMINIO? OS JURADOS OU O JUIZ PRESIDENTE? Segundo
Renato Brasileiro, a verificação deste fato cabe aos jurados, por meio da
apresentação de quesito específico.
1) 2 pessoas (Capez);
Modalidades de culpa
Crítica: preciosismos conceituais que na prática não influenciam.
Imprudência Negligência Imperícia
Imprudência: Negligencia: Ausência de Imperícia: falta de aptidão
precipitação, afoiteza, age precaução (omissão – atitude técnica.
sem os cuidados que o caso negativa).
requer (ação – positivo). Também chamada de culpa
Também chamada de culpa profissional. É desenvolvida
É chamada, ainda, de culpa negativa ou culpa in omitendo. no exercício de uma arte,
positiva ou culpa in agendo. profissão ou ofício que o
Negligenciar é deixar de fazer agente está autorizado a
Consubstancia-se no fazer algo que a cautela recomenda. exercer, mas ele não reúne
algo que a cautela não conhecimentos teóricos ou
recomenda. A negligência é anterior à práticos para tanto.
conduta do agente.
A imprudência sempre se Nem toda culpa no meio
desenvolve paralelamente à Exemplo: não trocar os pneus profissional é imperícia.
conduta do agente. “carecas” do carro e,
Exemplo: dirigir com posteriormente, dirigir na
excesso de velocidade chuva.
Perdão Judicial
Causa extintiva de punibilidade.
Instituto pelo qual o juiz, não obstante a prática de ato antijurídico por sujeito
comprovadamente culpado, deixa de lhe aplicar, nas hipóteses taxativamente previstas em
lei, o preceito sancionador cabível, levando em conta determinadas circunstancias que
contribuíram para o evento. O estado perde o interesse de punir.
Crítica: A súmula 18 STJ não estaria correta, a sentença é condenatória (CP), interrompe a
prescrição, serve como título executivo judicial , pressupõe o devido processo legal e não
cabe na fase de inquérito policial.
OBS.
PERDÃO JUDICIAL PERDÃO DO OFENDIDO
Causa extintiva da punibilidade Causa extintiva da punibilidade
Unilateral Bilateral
Depende de aceitação
Só pode ser concedido ao término do processo No curso da ação penal privada
Magistrado concede É o ofendido que concede (querelante - ação
penal privada)
Outras observações:
Tortura e homicídio
OBS. A lei 6.001/73 dispõe em seu artigo 59 que o crime contra a vida
cometido em face de índio NÃO integrado ou em face de comunidade indígena,
terá a pena agravada de 1/3.
GENOCÍDIO.
O Genocídio (Lei 2889/56) é crime contra a humanidade e não contra a
vida. Nele, o agente tem a intenção de destruir no todo ou em parte grupo
nacional, ético, religioso, pratica genocídio.
O genocídio não precisa ser cometido por um grupo. Uma única pessoa
pode realizar o crime. Além disso, o genocídio pode ser praticado de várias
formas, não apenas com o homicídio.
OBS:
OBS:
Dependendo de quem for a vítima, a tipicidade pode ser deslocada para
o art. 29 da Lei 7.170/83 (Lei de Segurança Nacional). Não vai mais para o Júri e
a competência é da JF. Quem são?
• Presidente da República
• Presidente do Senado
• Presidente da Câmara dos Deputados
• Presidente do STF
Será que matar essas autoridades é automaticamente crime contra a
segurança nacional? NÃO. É necessária uma motivação política. Uma
motivação que atinja o Estado Democrático de Direito.
Ex. Joaquim Barbosa morto por uma dos mensaleiros por causa do
julgamento – Não vai a Júri.
Ex2. Moleque jogando pelada com Joaquim, sem nem saber quem ele é,
irrita-se e mata o Joaquim – vai a Júri.
Sujeito do crime
Qualquer pessoa.
Obs. É necessário que seja uma ou várias pessoas determinadas. Ex: obra
que incita coletivamente através de induzimento genérico não configura esse
crime, a exemplo de um livro.
O concurso de pessoas é admitido
Conduta
Consumação e tentativa
Entendimentos doutrinários
O crime só se consuma se houver morte ou lesão grave da vítima:
Porque estas são A morte e a lesão grave Se a vítima morre, o
condições objetivas de são, na verdade, o crime é consumado.
punibilidade, desse próprio resultado Se a vítima sofre lesão
modo, diante de sua naturalístico, desse grave, o crime é tentado.
ausência, o fato não deve modo, diante da Se não ocorrem nenhum
ser punido. Não ausência desses dos resultados, o fato é
admitindo a tentativa. elementos, o fato é atípico.
atípico. A tentativa é
igualmente inadmitida.
Nelson Hungria Magalhães Noronha Cesar Roberto
Bitencourt
Outras observações:
Infanticídio
Sujeito do crime
Conduta
Consumação e tentativa
Crime material.
É possível tentativa (o crime é plurissubsistente).
Aborto
Forma qualificada
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas
de um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para
provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas,
se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Outras observações
Em outras palavras, se determinada conduta for prevista como crime, mas não
atender a algum desses três requisitos, este tipo penal deverá ser considerado
inconstitucional. A conduta de praticar aborto com consentimento da gestante
no primeiro trimestre da gravidez não pode ser punida como crime porque
não preenche o segundo e terceiro requisitos acima expostos (letras "b" e "c").
OUTROS PONTOS:
Primeiro trimestre da gravidez: Vale ressaltar que, pela decisão do STF, só não
será punido o aborto consentido (realizado pela mulher ou por terceiro com sua
concordância) e desde que feito nos três primeiros meses da gravidez. Se for
realizado após o primeiro trimestre, continua sendo crime. Por que este critério
de três meses? Existe uma intensa e polêmica discussão sobre quando se inicia a
vida e qual é o status jurídico do embrião durante a fase inicial da gestação.
Dentre outras, há duas posições principais e antagônicas em relação a isso:
1ª) de um lado, os que sustentam que existe vida desde a concepção, desde que
o espermatozoide fecundou o óvulo, dando origem à multiplicação das células.
2ª) de outro lado, estão os que sustentam que antes da formação do sistema
nervoso central e da presença de rudimentos de consciência (o que geralmente
se dá após o terceiro mês da gestação) não é possível ainda falar-se em vida em
sentido pleno.
Não há solução jurídica para esta controvérsia. Ela dependerá sempre de uma
escolha religiosa ou filosófica de cada um a respeito da vida. Porém, existe um
dado científico que é inquestionável: durante os três primeiros, meses o córtex
cerebral (que permite que o feto desenvolva sentimentos e racionalidade) ainda
não foi formado nem há qualquer potencialidade de vida fora do útero
materno. Assim, não há qualquer possibilidade de o embrião subsistir fora do
útero materno nesta fase de sua formação. Ou seja: ele dependerá integralmente
do corpo da mãe. Justamente com base nessas premissas científicas, diversos
países do mundo adotam como critério que a interrupção voluntária da
gestação não deve ser criminalizada, desde que feita no primeiro trimestre da
gestação. É o caso da Alemanha, Bélgica, França e Uruguai.
Tão logo esta decisão foi proferida, surgiram várias notícias na imprensa no
sentido de que o STF teria descriminalizado o aborto realizado nos três
primeiros meses de gravidez. Esta afirmação não é tecnicamente correta.
Vamos entender os motivos.
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem
pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para
assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime
e indício suficiente de autoria.
O fato de os delitos terem sido cometidos em concurso formal não autoriza a extensão
dos efeitos do perdão judicial concedido para um dos crimes, se não restou
comprovada, quanto ao outro, a existência do liame subjetivo entre o infrator e a
outra vítima fatal. Ex: o réu, dirigindo seu veículo imprudentemente, causa a morte de
sua noiva e de um amigo; o fato de ter sido concedido perdão judicial para a morte da
noiva não significará a extinção da punibilidade no que tange ao homicídio culposo do
amigo. STJ. 6ª Turma. REsp 1.444.699-RS, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em
1/6/2017 (Info 606).