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Índice

PREFEITURA DE

FRANCA DO ESTADO DE SÃO PAULO


Agente Controle de Vetores - PPI/VS
EDITAL DO CONCURSO PÚBLICO N° 05/2016

ARTIGO DO WILLIAM DOUGLAS

LÍNGUA PORTUGUESA

Questões que possibilitem avaliar a capacidade de Interpretação de texto, conhecimento da norma culta na modalidade
escrita do idioma e aplicação da Ortografia oficial;.................................................................................................................01
Acentuação gráfica;...............................................................................................................................................................18
Pontuação;.............................................................................................................................................................................20
Classes gramaticais;..............................................................................................................................................................23
Concordância verbal e nominal;..........................................................................................................................................33
Pronomes: emprego e colocação..........................................................................................................................................44
Regência nominal e verbal...................................................................................................................................................48

MATEMÁTICA

Teoria dos Conjuntos; Conjuntos dos números Reais (R): operações, propriedades e problemas;..............................01
Cálculos Algébricos; .............................................................................................................................................................14
Grandezas Proporcionais.....................................................................................................................................................18
Regra de Três Simples e Composta;....................................................................................................................................21
Porcentagem e Juro Simples;...............................................................................................................................................25
Sistema Monetário Brasileiro;.............................................................................................................................................32
Equação do Primeiro e Segundo Graus - problemas;........................................................................................................34
Sistema Decimal de Medidas (comprimento, superfície, volume, massa, capacidade e tempo) - transformação de
unidades e resolução de problemas;...........................................................................................................................................39
Geometria: ponto, reta, plano – ângulos, polígonos, triângulos, quadriláteros, circunferência, círculo e seus elementos
respectivos.....................................................................................................................................................................................42
Figuras geométricas planas (perímetros e áreas)...............................................................................................................61
Sólidos geométricos (figuras espaciais): seus elementos e volumes;.................................................................................65
Funções do 1º e 2º graus;’.....................................................................................................................................................72
Sequências, Progressões Aritméticas e Geométricas..........................................................................................................83
Resolução de problemas.......................................................................................................................................................91

Didatismo e Conhecimento
Índice
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Conhecimentos de dengue, vetor, vírus, sintomas e medidas de controle (criadouros)..................................................01

Didatismo e Conhecimento
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SAC
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Didatismo e Conhecimento
Artigo
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A ETERNA COMPETIÇÃO ENTRE O LAZER E O ESTUDO

Por William Douglas, professor, escritor e juiz federal.

Todo mundo já se pegou estudando sem a menor concentração, pensando nos momentos de lazer, como também já deixou de
aproveitar as horas de descanso por causa de um sentimento de culpa ou mesmo remorso, porque deveria estar estudando.
Fazer uma coisa e pensar em outra causa desconcentração, estresse e perda de rendimento no estudo ou trabalho. Além da
perda de prazer nas horas de descanso.
Em diversas pesquisas que realizei durante palestras e seminários pelo país, constatei que os três problemas mais comuns de
quem quer vencer na vida são:
• medo do insucesso (gerando ansiedade, insegurança),
• falta de tempo e
• “competição” entre o estudo ou trabalho e o lazer.

E então, você já teve estes problemas?


Todo mundo sabe que para vencer e estar preparado para o dia-a-dia é preciso muito conhecimento, estudo e dedicação, mas
como conciliar o tempo com as preciosas horas de lazer ou descanso?
Este e outros problemas atormentavam-me quando era estudante de Direito e depois, quando passei à preparação para concursos
públicos. Não é à toa que fui reprovado em 5 concursos diferentes!
Outros problemas? Falta de dinheiro, dificuldade dos concursos (que pagam salários de até R$ 6.000,00/mês, com status e
estabilidade, gerando enorme concorrência), problemas de cobrança dos familiares, memória, concentração etc.
Contudo, depois de aprender a estudar, acabei sendo 1º colocado em outros 7 concursos, entre os quais os de Juiz de Direito,
Defensor Público e Delegado de Polícia. Isso prova que passar em concurso não é impossível e que quem é reprovado pode “dar a
volta por cima”.
É possível, com organização, disciplina e força de vontade, conciliar um estudo eficiente com uma vida onde haja espaço para
lazer, diversão e pouco ou nenhum estresse. A qualidade de vida associada às técnicas de estudo são muito mais produtivas do que a
tradicional imagem da pessoa trancafiada, estudando 14 horas por dia.
O sucesso no estudo e em provas (escritas, concursos, entrevistas etc.) depende basicamente de três aspectos, em geral,
desprezados por quem está querendo passar numa prova ou conseguir um emprego:
1º) clara definição dos objetivos e técnicas de planejamento e organização;
2º) técnicas para aumentar o rendimento do estudo, do cérebro e da memória;
3º) técnicas específicas sobre como fazer provas e entrevistas, abordando dicas e macetes que a experiência fornece, mas que
podem ser aprendidos.
O conjunto destas técnicas resulta em um aprendizado melhor e em mais sucesso nas provas escritas e orais (inclusive entrevistas).
Aos poucos, pretendemos ir abordando estes assuntos, mas já podemos anotar aqui alguns cuidados e providências que irão
aumentar seu desempenho.
Para melhorar a “briga” entre estudo e lazer, sugiro que você aprenda a administrar seu tempo. Para isto, como já disse, basta
um pouco de disciplina e organização.
O primeiro passo é fazer o tradicional quadro horário, colocando nele todas as tarefas a serem realizadas. Ao invés de servir
como uma “prisão”, este procedimento facilitará as coisas para você. Pra começar, porque vai levá-lo a escolher as coisas que não são
imediatas e a estabelecer suas prioridades. Experimente. Em pouco tempo, você vai ver que isto funciona.
Também é recomendável que você separe tempo suficiente para dormir, fazer algum exercício físico e dar atenção à família ou
ao namoro. Sem isso, o estresse será uma mera questão de tempo. Por incrível que pareça, o fato é que com uma vida equilibrada o
seu rendimento final no estudo aumenta.
Outra dica simples é a seguinte: depois de escolher quantas horas você vai gastar com cada tarefa ou atividade, evite pensar em
uma enquanto está realizando a outra. Quando o cérebro mandar “mensagens” sobre outras tarefas, é só lembrar que cada uma tem
seu tempo definido. Isto aumentará a concentração no estudo, o rendimento e o prazer e relaxamento das horas de lazer.
Aprender a separar o tempo é um excelente meio de diminuir o estresse e aumentar o rendimento, não só no estudo, como em
tudo que fazemos.

*William Douglas é juiz federal, professor universitário, palestrante e autor de mais de 30 obras, dentre elas o best-seller
“Como passar em provas e concursos” . Passou em 9 concursos, sendo 5 em 1º Lugar
www.williamdouglas.com.br
Conteúdo cedido gratuitamente, pelo autor, com finalidade de auxiliar os candidatos.

Didatismo e Conhecimento
PORTUGUÊS
PORTUGUÊS
Tipos de Composição
QUESTÕES QUE POSSIBILITEM Descrição: é representar verbalmente um objeto, uma pessoa, um
AVALIAR A CAPACIDADE DE lugar, mediante a indicação de aspectos característicos, de pormenores
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO, individualizantes. Requer observação cuidadosa, para tornar aquilo que
CONHECIMENTO DA NORMA CULTA NA vai ser descrito um modelo inconfundível. Não se trata de enumerar uma
MODALIDADE ESCRITA DO IDIOMA E série de elementos, mas de captar os traços capazes de transmitir uma
APLICAÇÃO DA ORTOGRAFIA OFICIAL; impressão autêntica. Descrever é mais que apontar, é muito mais que fo-
tografar. É pintar, é criar. Por isso, impõe-se o uso de palavras específicas,
exatas.

Narração: é um relato organizado de acontecimentos reais ou ima-


Apreensão + Compreensão = Entendimento do texto ginários. São seus elementos constitutivos: personagens, circunstâncias,
ação; o seu núcleo é o incidente, o episódio, e o que a distingue da des-
Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de leitura: crição é a presença de personagens atuantes, que estão quase sempre em
informativa e de reconhecimento. A primeira deve ser feita cuidadosa- conflito. A narração envolve:
mente por ser o primeiro contato com o texto, extraindo-se informações - Quem? Personagem;
e se preparando para a leitura interpretativa. Durante a interpretação grife - Quê? Fatos, enredo;
palavras-chave, passagens importantes; tente ligar uma palavra à ideia - Quando? A época em que ocorreram os acontecimentos;
central de cada parágrafo. A última fase de interpretação concentra-se nas - Onde? O lugar da ocorrência;
perguntas e opções de respostas. Marque palavras como não, exceto, res- - Como? O modo como se desenvolveram os acontecimentos;
pectivamente, etc., pois fazem diferença na escolha adequada. Retorne - Por quê? A causa dos acontecimentos;
ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia a frase anterior e
posterior para ter ideia do sentido global proposto pelo autor. Dissertação: é apresentar ideias, analisá-las, é estabelecer um ponto
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e or- de vista baseado em argumentos lógicos; é estabelecer relações de causa
ganizadas, através dos parágrafos que é composto pela ideia central, argu- e efeito. Aqui não basta expor, narrar ou descrever, é necessário explanar
e explicar. O raciocínio é que deve imperar neste tipo de composição, e
mentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto. A alusão histórica
quanto maior a fundamentação argumentativa, mais brilhante será o de-
serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos
sempenho.
enfoques. Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudan-
ça de linha e um espaçamento da margem esquerda. Uma das partes bem Sentidos Próprio e Figurado
distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a ideia central extraída
de maneira clara e resumida. Atentando-se para a ideia principal de cada Comumente afirma-se que certas ocorrências de discurso têm senti-
parágrafo, asseguramos um caminho que nos levará à compreensão do do próprio e sentido figurado. Geralmente os exemplos de tais ocorrên-
texto. Produzir um texto é semelhante à arte de produzir um tecido. O fio cias são metáforas. Assim, em “Maria é uma flor” diz-se que “flor” tem
deve ser trabalhado com muito cuidado para que o trabalho não se perca. um sentido próprio e um sentido figurado. O sentido próprio é o mesmo
O mesmo acontece com o texto. O ato de escrever toma de empréstimo do enunciado: “parte do vegetal que gera a semente”. O sentido figurado
uma série de palavras e expressões amarrando, conectando uma palavra é o mesmo de “Maria, mulher bela, etc.” O sentido próprio, na acepção
uma oração, uma ideia à outra. O texto precisa ser coeso e coerente. tradicional não é próprio ao contexto, mas ao termo. O sentido tradicio-
nalmente dito próprio sempre corresponde ao que definimos aqui como
Coesão: é a amarração entre as várias partes do texto. Os principais sentido imediato do enunciado. Além disso, alguns autores o julgam como
elementos de coesão são os conectivos, vocábulos gramaticais, que esta- sendo o sentido preferencial, o que comumente ocorre, mas nem sempre.
belecem conexão entre palavras ou partes de uma frase. O texto deve ser O sentido dito figurado é o do enunciado que substitui a metáfora,
organizado por nexos adequados, com sequência de ideias encadeadas e que em leitura imediata leva à mesma mensagem que se obtém pela
logicamente, evitando frases e períodos desconexos. Para perceber a fal- decifração da metáfora. O conceito de sentido próprio nasce do mito da
existência da leitura ingênua, que ocorre esporadicamente, é verdade, mas
ta de coesão, a melhor atitude é ler atentamente o seu texto, procurando
nunca mais que esporadicamente. Não há muito o que criticar na ado-
estabelecer as possíveis relações entre palavras que formam a oração e
ção dos conceitos de sentido próprio e sentido figurado, pois ela abre um
as orações que formam o período e, finalmente, entre os vários períodos caminho de abordagem do fenômeno da metáfora. O que é passível de
que formam o texto. Um texto bem trabalhado sintática e semanticamente crítica é a atribuição de status diferenciado para cada uma das categorias.
resultam num texto coeso. Tradicionalmente o sentido próprio carrega uma conotação de sentido
“natural”, sentido “primeiro”.
Coerência: está diretamente ligada à possibilidade de estabelecer Invertendo a perspectiva, com os mesmos argumentos, poderíamos
um sentido para o texto, ou seja, ela é o que faz com que o texto faça afirmar que “natural”, “primeiro” é o sentido figurado, afinal, é o sentido
sentido para quem lê, devendo, portanto, ser entendida, interpretada. Na figurado que possibilita a correta interpretação do enunciado e não o sen-
avaliação da coerência será levado em conta o tipo de texto. Em um texto tido próprio. Se o sentido figurado é o “verdadeiro” para o enunciado, por
dissertativo, será avaliada a capacidade de relacionar os argumentos e de que não chamá-lo de “natural”, “primeiro”? Pela lógica da Retórica tradi-
organizá-los de forma a extrair deles conclusões apropriadas; num texto cional, essa inversão de perspectiva não é possível, pois o sentido figurado
narrativo, será avaliada sua capacidade de construir personagens e de re- está impregnado de uma conotação desfavorável. O sentido figurado é
lacionar ações e motivações. visto como anormal e o sentido próprio, não. Ele carrega uma conotação

Didatismo e Conhecimento 1
PORTUGUÊS
positiva, logo, é natural, primeiro. A Retórica tradicional é impregnada primeiro se impõe para o enunciado. Óbvio, o sentido que primeiro se
de moralismo e estetização e até a geração de categorias se ressente dis- impõe para um receptor pode não ser o mesmo para outro. Por isso a
so. Essa tendência para atribuir status às categorias é uma constante do definição tem de considerar o resultado médio, o que não impede que pela
pensamento antigo, cuja índole era hierarquizante, sempre buscando uma necessidade momentânea consideremos o significado preferencial para
estrutura piramidal para o conhecimento, o que se estende até hoje em dado indivíduo.
algumas teorias modernas. Algumas regularidades podem ser observadas nos significados pre-
Ainda hoje, apesar da imparcialidade típica e necessária ao conheci- ferenciais. Por exemplo: o sentido preferencial da palavra porco costuma
mento científico, vemos conotações de valor sendo atribuídas a categorias ser: “animal criado em granja para abate”, e nunca o de “indivíduo sem
retóricas a partir de considerações totalmente externas a ela. Um exemplo: higiene”. Em outras palavras, geralmente o sentido que admite leitura
o retórico que tenha para si a convicção de que a qualidade de qualquer imediata se impõe sobre o que teve origem em processos metafóricos,
discurso se fundamenta na sua novidade, originalidade, imprevisibilida- alegóricos, metonímicos. Mas esta regra não é geral. Vejamos o seguinte
de, tenderá a descrever os recursos retóricos como “desvios da normali- exemplo: “Um caminhão de cimento”. O sentido preferencial para a frase
dade”, pois o que lhe interessa é pôr esses recursos retóricos a serviço de dada é o mesmo de “caminhão carregado com cimento” e não o de “ca-
sua concepção estética. minhão construído com cimento”. Neste caso o sentido preferencial é o
metonímico, o que contrapõe a tese que diz que o sentido “figurado” não
Sentido Imediato é o “primeiro significado da palavra”. Também é comum o sentido mais
usado se impor sobre o menos usado. Para certos termos é difícil estabe-
É o que resulta de uma leitura imediata que, com certa reserva, po- lecer o sentido preferencial. Um exemplo: Qual o sentido preferencial de
deria ser chamada de leitura ingênua ou leitura de máquina de ler. Uma manga? O de fruto ou de uma parte da roupa?
leitura imediata é aquela em que se supõe a existência de uma série de
premissas que restringem a decodificação tais como: QUESTÕES
- As frases seguem modelos completos de oração da língua.
- O discurso é lógico. (CESPE/UnB – Analista do MPU – Apoio Jurídico/2013)
- Se a forma usada no discurso é a mesma usada para estabelecer
identidades lógicas ou atribuições, então, tem-se, respectivamente, identi-
Se considerarmos o panorama internacional, perceberemos que o
dade lógica e atribuição.
Ministério Público brasileiro é singular. Em nenhum outro país, há um
- Os significados são os encontrados no dicionário.
Ministério Público que apresente perfil institucional semelhante ao nosso
- Existe concordância entre termos sintáticos.
ou que ostente igual conjunto de atribuições.
- Abstrai-se a conotação.
Do ponto de vista da localização institucional, há grande diversidade
- Supõe-se que não há anomalias linguísticas.
de situações no que se refere aos Ministérios Públicos dos demais países
- Abstrai-se o gestual, o entoativo e editorial enquanto modificadores
do código linguístico. da América Latina. Encontra-se, por exemplo, Ministério Público depen-
- Supõe-se pertinência ao contexto. dente do Poder Judiciário na Costa Rica, na Colômbia e, no Paraguai, e
- Abstrai-se iconias. ligado ao Poder Executivo, no México e no Uruguai.
- Abstrai-se alegorias, ironias, paráfrases, trocadilhos, etc. Constata-se, entretanto, que, apesar da maior extensão de obrigações
- Não se concebe a existência de locuções e frases feitas. do Ministério Público brasileiro, a relação entre o número de integran-
- Supõe-se que o uso do discurso é comunicativo. Abstrai-se o uso tes da instituição e a população é uma das mais desfavoráveis no quadro
expressivo, cerimonial. latino-americano. De fato, dados recentes indicam que, no Brasil, com
4,2 promotores para cada 100 mil habitantes, há uma situação de clara
Admitindo essas premissas, o discurso será indecifrável, ininteligível desvantagem no que diz respeito ao número relativo de integrantes. No
ou compreendido parcialmente toda vez que nele surgirem elipses, metá- Panamá, por exemplo, o número é de 15,3 promotores para cada cem mil
foras, metonímias, oxímoros, ironias, alegorias, anomalias, etc. Também habitantes; na Guatemala, de 6,9; no Paraguai, de 5,9; na Bolívia, de 4,5.
passam despercebidas as conotações, as iconias, os modificadores ges- Em situação semelhante ou ainda mais crítica do que o Brasil, estão, (l.11)
tuais, entoativos, editoriais, etc. Na verdade, não existe o leitor absoluta- por exemplo, o Peru, com 3,0; a Argentina, com 2,9; e, por fim, o Equa-
mente ingênuo, que se comporte como uma máquina de ler, o que faz do dor, com a mais baixa relação: 2,4. É correto dizer que há nações (l.12)
conceito de leitura imediata apenas um pressuposto metodológico. O que proporcionalmente com menos promotores que o Brasil. No entanto, as
existe são ocorrências eventuais que se aproximam de uma leitura ime- atribuições do Ministério Público brasileiro são muito mais (l.13) exten-
diata, como quando alguém toma o sentido literal pelo figurado, quando sas do que as dos Ministérios Públicos desses países.
não capta uma ironia ou fica perplexo diante de um oxímoro. Há quem
chame o discurso que admite leitura imediata de grau zero da escritura, Maria Tereza Sadek. A construção de um novo Ministério Públi-
identificando-a como uma forma mais primitiva de expressão. Esse grau co
zero não tem realidade, é apenas um pressuposto. Os recursos de Retórica resolutivo. Internet: <https://aplicacao.mp.mg.gov.br> (com adap-
são anteriores a ele. tações).

Sentido Preferencial (l.11) – linha 11 no texto original


(l.12) – linha 12 no texto original
Para compreender o sentido preferencial é preciso conceber o enun- (l.13) – linha 13 no texto original
ciado descontextualizado ou em contexto de dicionário. Quando um
enunciado é realizado em contexto muito rarefeito, como é o contexto Julgue os itens seguintes com (C) quando a afirmativa estiver Corre-
em que se encontra uma palavra no dicionário, dizemos que ela está des- ta e com (E) quando a afirmativa estiver Errada. Itens relativos às ideias
contextualizada. Nesta situação, o sentido preferencial é o que, na média, e a aspectos linguísticos do texto acima.

Didatismo e Conhecimento 2
PORTUGUÊS
01. Os dados expostos no terceiro parágrafo indicam que os profis- Não discordo do diagnóstico, mas vejo dificuldades. Para começar,
sionais do Ministério Público brasileiro são mais eficientes que os dos os argumentos de Sandel também recomendam a proibição da prostitui-
órgãos equivalentes nos demais países da América do Sul. ção e da barriga de aluguel, por exemplo, que me parecem atividades le-
gítimas. Mais importante, para opor-se à destruição de valores ocasionada
02. Com base nos dados apresentados no texto, é correto concluir pela monetização, em muitos casos é preciso eleger um padrão universal
que a situação do Brasil, no que diz respeito ao número de promotores a ser preservado, o que exige a criação de uma espécie de moral oficial – e
existentes no Ministério Público por habitante, está pior que a da Guate- isso é para lá de problemático.
mala, mas melhor que a do Peru. (Hélio Schwartsman, A ética da fila. Folha de S.Paulo,

03. Seriam mantidas a coerência e a correção gramatical do texto se, 08. Em sua argumentação, Hélio Schwartsman revela-se
feitos os devidos ajustes nas iniciais maiúsculas e minúsculas, o período (A) perturbado com a situação das grandes cidades, onde se acabam
“É correto (...) o Brasil” (l.11-12) fosse iniciado com um vocábulo de va- criando situações perversas à maioria dos cidadãos.
lor conclusivo, como logo, por conseguinte, assim ou porquanto, seguido (B) favorável aos guardadores de vagas nas filas, uma vez que o pac-
de vírgula. to entre as partes traduz-se em resultados que satisfazem a ambas.
(C) preocupado com os profissionais dos escritórios da Faria Lima,
que acabam sendo explorados pelos flanelinhas.
04. O objetivo do texto é provar que o número total de promotores no
(D) indignado com a exploração sofrida pelos flanelinhas, que fazem
Brasil é menor que na maioria dos países da América Latina.
trabalho semelhante ao dos estacionamentos e recebem menos.
(E) indiferente às necessidades dos guardadores de vagas nas filas,
05. No primeiro período do terceiro parágrafo, é estabelecido con- pois eles priorizam vantagens econômicas frente às necessidades alheias.
traste entre a maior extensão das obrigações do Ministério Público brasi-
leiro, em comparação com as de órgãos equivalentes em outros países, e 09. Ao citar Michael Sandel, o autor reproduz desse professor uma
o número de promotores em relação à população do país, o que evidencia ideia contrária à
situação oposta à que se poderia esperar. (A) venda de uma vaga de uma pessoa a outra, sendo que aquela
ficou na fila com intenção comercial. O autor do texto concorda com esse
06. No último período do texto, a palavra “atribuições” está suben- posicionamento de Sandel.
tendida logo após o vocábulo “as” (l.13), que poderia ser substituído por (B) comercialização de uma prática que consiste no pagamento a
aquelas, sem prejuízo para a correção do texto. uma pessoa para que ela fique em seu lugar em uma fila. O autor do texto
discorda desse posicionamento de Sandel.
07. Seriam mantidas a correção gramatical e a coerência do texto se (C) criação de uma legislação que normatize a venda de vagas de
o primeiro parágrafo fosse assim reescrito: Quando se examina o contexto uma fila de uma pessoa a outra. O autor do texto discorda desse posicio-
internacional, concluímos que não há situação como a do Brasil no que se namento de Sandel.
refere a existência e desempenho do Ministério Público. (D) falta de incentivo para que a pessoa fique em uma vaga e, pos-
(VUNESP – TJ-SP – 2013) teriormente, comercialize-a com quem precise. O autor do texto discorda
desse posicionamento de Sandel.
Leia o texto para responder às questões de números 08 a 10. (E) falta de legislação específica no que se refere à venda de uma
vaga de uma pessoa que ficou em uma fila guardando lugar a outra. O
A ética da fila autor do texto concorda com esse posicionamento de Sandel.

SÃO PAULO – Escritórios da avenida Faria Lima, em São Paulo, 10. Nas considerações de Sandel, o dinheiro
estão contratando flanelinhas para estacionar os carros de seus profissio- (A) cria caminhos alternativos para ações eficientes, minimizando as
nais nas ruas das imediações. O custo mensal fica bem abaixo do de um diferenças sociais e resguardando as instituições.
(B) anda por diversos caminhos para ser eficiente, rechaçando as di-
estacionamento regular. Imaginando que os guardadores não violem ne-
ferenças sociais e preservando as instituições.
nhuma lei nem regra de trânsito, utilizar seus serviços seria o equivalente
(C) está na base dos caminhos eficientes, visando combater as dife-
de pagar alguém para ficar na fila em seu lugar. Isso é ético?
renças sociais e a corrupção das instituições.
Como não resisto aos apelos do utilitarismo, não vejo grandes pro- (D) é eficiente e abre caminhos, mas reforça as desigualdades sociais
blemas nesse tipo de acerto. Ele não prejudica ninguém e deixa pelo me- e corrompe as instituições.
nos duas pessoas mais felizes (quem evitou a espera e o sujeito que rece- (E) percorre vários caminhos sem ser eficiente, pois deixa de lado as
beu para ficar parado). Mas é claro que nem todo o mundo pensa assim. desigualdades sociais e a corrupção das instituições.
Michael Sandel, em “O que o Dinheiro Não Compra”, levanta bons
argumentos contra a prática. Para o professor de Harvard, dublês de fila, Leia o texto para responder às questões de números 11 e 12.
ao forçar que o critério de distribuição de vagas deixe de ser a ordem de
chegada para tornar-se monetário, acabam corrompendo as instituições. O que é ler?
Diferentes bens são repartidos segundo diferentes regras. Num lei-
lão, o que vale é o maior lance, mas no cinema prepondera a fila. Univer- Começo distraidamente a ler um livro. Contribuo com alguns pen-
sidades tendem a oferecer vagas com base no mérito, já prontos-socorros samentos, julgo entender o que está escrito porque conheço a língua e as
ordenam tudo pela gravidade. O problema com o dinheiro é que ele é coisas indicadas pelas palavras, assim como sei identificar as experiências
eficiente demais. Sempre que entra por alguma fresta, logo se sobrepõe a ali relatadas. Escritor e leitor possuem o mesmo repertório disponível de
critérios alternativos e o resultado final é uma sociedade na qual as dife- palavras, coisas, fatos, experiências, depositados pela cultura instituída e
renças entre ricos e pobres se tornam cada vez mais acentuadas. sedimentados no mundo de ambos.

Didatismo e Conhecimento 3
PORTUGUÊS
De repente, porém, algumas palavras me “pegam”. Insensivelmente, reduza drasticamente a seletividade natural dos nossos sentidos. O ganho
o escritor as desviou de seu sentido comum e costumeiro e elas me ar- de sensibilidade seria patente. “Se as portas da percepção se depurassem”,
rastam, como num turbilhão, para um sentido novo, que alcanço apenas sugeria William Blake, “tudo se revelaria ao homem tal qual é, infinito”.
graças a elas. O escritor me invade, passo a pensar de dentro dele e não O grande problema é saber se estaríamos aptos a assimilar o for-
apenas com ele, ele se pensa em mim ao falar em mim com palavras cujo midável acréscimo de informação sensível que isso acarretaria. O mais
sentido ele fez mudar. O livro que eu parecia soberanamente dominar provável é que essa súbita mutação – a desobstrução das portas e órgãos
apossa-se de mim, interpela-me, arrasta-me para o que eu não sabia, para da percepção – produzisse não a revelação mística imaginada por Blake,
o novo. O escritor não convida quem o lê a reencontrar o que já sabia, mas um terrível engarrafamento cerebral: uma sobrecarga de informações
mas toca nas significações existentes para torná-las destoantes, estranhas, acompanhada de um estado de aguda confusão e perplexidade do qual
e para conquistar, por virtude dessa estranheza, uma nova harmonia que apenas lentamente conseguiríamos nos recuperar. As informações sen-
se aposse do leitor. síveis a que temos acesso, embora restritas, não comprometeram nossa
Ler, escreve Merleau-Ponty, é fazer a experiência da “retomada do sobrevivência no laboratório da vida. Longe disso. É a brutal seletividade
pensamento de outrem através de sua palavra”, é uma reflexão em ou- dos nossos sentidos que nos protege da infinita complexidade do Univer-
trem, que enriquece nossos próprios pensamentos. Por isso, prossegue
so. Se o muro desaba, o caos impera.
Merleau-Ponty, “começo a compreender uma filosofia deslizando para
dentro dela, na maneira de existir de seu pensamento”, isto é, em seu dis-
(Adaptado de: Eduardo Gianetti, O valor do amanhã, São
curso.
Paulo, Cia. das Letras, 2010. p. 139-143)
(Marilena Chauí, Prefácio. Em: Jairo Marçal,
Antologia de Textos Filosóficos. Adaptado) 13. No texto, o autor
(A) lamenta o fato de que nossos sentidos não sejam capazes de cap-
11. Com base nas palavras de Marilena Chauí, entende-se que ler é tar a imensa gama de informações presentes no Universo.
(A) um ato de interação e de desalojamento de sentidos cristalizados. (B) aponta para a função protetora dos órgãos sensoriais, cuja seleti-
(B) uma atividade em que a contribuição pessoal está ausente. vidade, embora implique perdas, nos é benéfica.
(C) uma reprodução automatizada de sentidos da ideologia domi- (C) constata que, com o uso da tecnologia, a percepção visual huma-
nante. na pode alcançar o nível de percepção visual das abelhas, e vir a captar
(D) um processo prejudicado pela insensibilidade do escritor. raios ultravioleta.
(E) um produto em que o posicionamento do outro se neutraliza. (D) discorre sobre uma das máximas de William Blake, para quem
a inquietação humana deriva do fato de não se franquearem as “portas da
12. Com a frase – O escritor me invade, passo a pensar de dentro percepção”.
dele e não apenas com ele... – (2.º parágrafo), a autora revela que (E) comprova que alterações na percepção sensorial humana causa-
(A) sua visão de mundo destoa do pensamento do escritor. riam danos irreparáveis ao cérebro.
(B) seu mundo agora deixa de existir e vale o do escritor.
(C) sua reflexão está integrada ao pensamento do escritor. Para responder às questões de números 14 e 15, considere o texto
(D) seu modo de pensar anula o pensamento do escritor. abaixo.
(E) seu pensamento suplanta a perspectiva do escritor.
bem no fundo
(FCC – TRT-12ªRegião – 2013)
no fundo, no fundo,
Para responder a questão de número 13, considere o texto abaixo. bem lá no fundo,
a gente gostaria
As certezas sensíveis dão cor e concretude ao presente vivido. Na
de ver nossos problemas
verdade, porém, o presente vivido é fruto de uma sofisticada mediação. O
resolvidos por decreto
real tem um quê de ilusório e virtual.
a partir desta data,
Os órgãos sensoriais que nos ligam ao mundo são altamente seleti-
vos naquilo que acolhem e transmitem ao cérebro. O olho humano, por aquela mágoa sem remédio
exemplo, não é capaz de captar todo o espectro de energia eletromagné- é considerada nula
tica existente. Os raios ultravioleta, situados fora do espectro visível do e sobre ela − silêncio perpétuo
olho humano, são, no entanto, captados pelas abelhas. extinto por lei todo o remorso
Seletividade análoga preside a operação dos demais sentidos: cada maldito seja quem olhar pra trás,
um atua dentro de sua faixa de registro, ainda que o grau de sensibilidade lá pra trás não há nada,
dos indivíduos varie de acordo com idade, herança genética, treino e edu- e nada mais
cação. Há mais coisas entre o céu e a terra do que nossos cinco sentidos mas problemas não se resolvem,
− e todos os aparelhos científicos que lhes prestam serviços − são capazes problemas têm família grande,
de detectar. e aos domingos saem todos passear
Aquilo de que o nosso aparelho perceptivo nos faz cientes não passa, o problema, sua senhora
portanto, de uma fração diminuta do que há. Mas o que aconteceria se e outros pequenos probleminhas
tivéssemos de passar a lidar subitamente com uma gama extra e uma car-
ga torrencial de percepções sensoriais (visuais, auditivas, táteis etc.) com (Paulo Leminski, Toda Poesia, São Paulo,
as quais não estamos habituados? Suponha que uma mutação genética Cia. das Letras, 2013. p. 195)

Didatismo e Conhecimento 4
PORTUGUÊS
14. Atente para o que se afirma abaixo. 04-E (Afirmativa Errada)
I. Depreende-se do poema que é preciso mais do que apenas nosso Pois o texto afirma que há outros países em situação semelhante ou
desejo para a resolução de dificuldades. ainda mais crítica do que o Brasil, estão, por exemplo, o Peru, com 3,0; a
II. Segundo o texto, o remorso deve ser evitado, bastando, para tanto, Argentina, com 2,9; e, por fim, o Equador, com a mais baixa relação: 2,4.
que não se evoque o passado a todo o momento.
III. Infere-se do texto que as mágoas podem desaparecer na medida 05-C (Afirmativa Correta)
em que não forem cultivadas. Sim, as afirmações estão explícitas e confirmam o item 05: “Cons-
tata-se, entretanto, que, apesar da maior extensão de obrigações do Mi-
Está correto o que se afirma APENAS em: nistério Público brasileiro, a relação entre o número de integrantes da
(A) I e III. instituição e a população é uma das mais desfavoráveis no quadro latino-
(B) I e II. -americano”.
(C) II e III.
(D) I. 06-C (Afirmativa Correta)
“No entanto, as atribuições do Ministério Público brasileiro são
(E) II.
muito mais extensas do que as atribuições dos Ministérios Públicos des-
ses países”. (Sim, a palavra atribuições está subentendida após “as”).
15. a partir desta data,
“No entanto, as atribuições do Ministério Público brasileiro são
aquela mágoa sem remédio muito mais extensas do que aquelas dos Ministérios Públicos desses paí-
é considerada nula ses”. (Não houve prejuízo no entendimento do texto).
e sobre ela − silêncio perpétuo
07-E (Afirmativa Errada)
Uma redação alternativa em prosa para os versos acima, em que se
mantêm a correção, a lógica e, em linhas gerais, o sentido original, é: Como está no texto: “Se considerarmos o panorama internacional,
(A) Um silêncio perpétuo, cairia sem remédio, sobre aquela mágoa, perceberemos que o Ministério Público brasileiro é singular. Em nenhum
considerada nula a partir desta data. outro país, há um Ministério Público que apresente perfil institucional se-
(B) Aquela mágoa sem remédio fora, considerada nula, a partir desta melhante ao nosso ou que ostente igual conjunto de atribuições”.
data, sobre ela restando um silêncio perpétuo. Como ficaria: “Quando se examina o contexto internacional, con-
(C) Aquela mágoa sem remédio seria, a partir desta data, considera- cluímos que não há situação como a do Brasil no que se refere a existência
da nula e, sobre ela, cairia um silêncio perpétuo. e desempenho do Ministério Público”.
(D) Considerando-se nula aquela mágoa a partir desta data, restando
sobre ela, um silêncio perpétuo. Errada porque o primeiro diz que em nenhum outro país há um Mi-
(E) Aquela mágoa, sem remédio será, a partir desta data, considerada nistério Público semelhante ao nosso, que ostente a quantidade de atri-
nula, caindo-se sobre ela, um silêncio perpétuo. buições. No segundo diz que em nenhum outro país há um Ministério
Público semelhante ao nosso, na existência e desempenho.
Respostas:
08-B
01-E (Afirmativa Errada) A confirmação da alternativa fica evidente no trecho: “Como não
No terceiro parágrafo constatamos que apesar da maior extensão de resisto aos apelos do utilitarismo, não vejo grandes problemas nesse tipo
obrigações do Ministério Público brasileiro, a relação entre o número de de acerto. Ele não prejudica ninguém e deixa pelo menos duas pessoas
integrantes da instituição e a população é uma das mais desfavoráveis no mais felizes (quem evitou a espera e o sujeito que recebeu para ficar para-
quadro latino-americano. De fato, dados recentes indicam que, no Brasil, do). Mas é claro que nem todo o mundo pensa assim”.
com 4,2 promotores para cada 100 mil habitantes, há uma situação de
09-B
clara desvantagem no que diz respeito ao número relativo de integran-
Michael Sandel, reproduz uma ideia contrária à comercialização de
tes. No Panamá, por exemplo, o número é de 15,3 promotores para cada uma prática que consiste no pagamento a uma pessoa para que ela fique
cem mil habitantes; na Guatemala, de 6,9; no Paraguai, de 5,9; na Bolívia, em seu lugar em uma fila. Podemos verificar essa afirmação na passagem:
de 4,5. Em situação semelhante ou ainda mais crítica do que o Brasil, “Para o professor de Harvard, dublês de fila, ao forçar que o critério de
estão, por exemplo, o Peru, com 3,0; a Argentina, com 2,9; e, por fim, o distribuição de vagas deixe de ser a ordem de chegada para tornar-se mo-
Equador, com a mais baixa relação: 2,4. netário, acabam corrompendo as instituições”.
02-C (Afirmativa Correta) 10-D
No Brasil, com 4,2 promotores para cada 100 mil habitantes. Podemos confirmar esta afirmativa no trecho: “O problema com o
Na Guatemala, com 6,9 promotores para cada 100 mil habitantes. dinheiro é que ele é eficiente demais. Sempre que entra por alguma fresta,
No Peru, com 3,0 promotores para cada 100 mil habitantes. logo se sobrepõe a critérios alternativos e o resultado final é uma socie-
dade na qual as diferenças entre ricos e pobres se tornam cada vez mais
03-E (Afirmativa Errada) acentuadas”.
Não podemos usar um vocábulo de conclusão, pois ela se dará nas
últimas duas linhas do texto: ...apesar de haver nações proporcionalmente 11-A
com menos promotores que o Brasil, as atribuições do Ministério Público (A) um ato de interação e de desalojamento de sentidos cristaliza-
brasileiro são muito mais extensas do que as dos Ministérios Públicos dos. (Correta)
desses outros países. (B) uma atividade em que a contribuição pessoal está ausente.

Didatismo e Conhecimento 5
PORTUGUÊS
Errada. “Ler é fazer a experiência da “retomada do pensamento de aquela mágoa sem remédio
outrem através de sua palavra”, é uma reflexão em outrem, que enrique- é considerada nula
ce nossos próprios pensamentos”. e sobre ela − silêncio perpétuo
(C) uma reprodução automatizada de sentidos da ideologia domi- extinto por lei todo o remorso
nante. maldito seja quem olhar pra trás,
Errada, não há ideologia dominante. “Ler é fazer a experiência da lá pra trás não há nada,
“retomada do pensamento de outrem através de sua palavra”, é uma e nada mais
reflexão em outrem, que enriquece nossos próprios pensamentos”.
(D) um processo prejudicado pela insensibilidade do escritor. III. Infere-se do texto que as mágoas podem desaparecer na medida
Errada. Ler é ter muita sensibilidade, “é uma reflexão”. em que não forem cultivadas. (Incorreta)
(E) um produto em que o posicionamento do outro se neutraliza. a gente gostaria
Errada. “Ler é fazer a experiência da “retomada do pensamento de de ver nossos problemas
outrem através de sua palavra”, é uma reflexão em outrem, que enriquece resolvidos por decreto
nossos próprios pensamentos”. a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
12-C é considerada nula
(A) sua visão de mundo destoa do pensamento do escritor. e sobre ela − silêncio perpétuo
Errada. Não destoa, pois o “escritor me invade, passo a pensar de extinto por lei todo o remorso
dentro dele e não apenas com ele...” maldito seja quem olhar pra trás,
(B) seu mundo agora deixa de existir e vale o do escritor. lá pra trás não há nada,
Errada. Seu mundo passa a existir junto com o mundo do autor. “O e nada mais
escritor me invade, passo a pensar de dentro dele e não apenas com ele...
(C) sua reflexão está integrada ao pensamento do escritor. (Correta) 15-C
(D) seu modo de pensar anula o pensamento do escritor. Aquela mágoa sem remédio seria, a partir desta data, considerada
Errada. Seu modo de pensar não anula a do autor, pois passa a pensar nula e, sobre ela, cairia um silêncio perpétuo.
não apenas com ele, mas de dentro dele.
(E) seu pensamento suplanta a perspectiva do escritor. Ortografia
Errada. Pois os dois pensam juntos.
A palavra ortografia é formada pelos elementos gregos orto “correto”
13-B e grafia “escrita” sendo a escrita correta das palavras da língua portugue-
A confirmação da alternativa “B” fica evidente nos parágrafos 02 e sa, obedecendo a uma combinação de critérios etimológicos (ligados à
03: “Os órgãos sensoriais que nos ligam ao mundo são altamente seleti- origem das palavras) e fonológicos (ligados aos fonemas representados).
vos naquilo que acolhem e transmitem ao cérebro. O olho humano, por Somente a intimidade com a palavra escrita, é que acaba trazendo a
exemplo, não é capaz de captar todo o espectro de energia eletromagné- memorização da grafia correta. Deve-se também criar o hábito de consul-
tica existente. Os raios ultravioleta, situados fora do espectro visível do tar constantemente um dicionário.
olho humano, são, no entanto, captados pelas abelhas.
Seletividade análoga preside a operação dos demais sentidos: cada Alfabeto
um atua dentro de sua faixa de registro, ainda que o grau de sensibilidade
dos indivíduos varie de acordo com idade, herança genética, treino e edu- O alfabeto passou a ser formado por 26 letras. As letras “k”, “w” e
cação. Há mais coisas entre o céu e a terra do que nossos cinco sentidos “y” não eram consideradas integrantes do alfabeto (agora são). Essas le-
− e todos os aparelhos científicos que lhes prestam serviços − são capazes tras são usadas em unidades de medida, nomes próprios, palavras estran-
de detectar.” geiras e outras palavras em geral. Exemplos: km, kg, watt, playground,
E quando finaliza o texto: “É a brutal seletividade dos nossos senti- William, Kafka, kafkiano.
dos que nos protege da infinita complexidade do Universo.” Vogais: a, e, i, o, u.
Consoantes: b,c,d,f,g,h,j,k,l,m,n,p,q,r,s,t,v,w,x,y,z.
14-D Alfabeto: a,b,c,d,e,f,g,h,i,j,k,l,m,n,o,p,q,r,s,t,u,v,w,x,y,z.
I. Depreende-se do poema que é preciso mais do que apenas nosso
desejo para a resolução de dificuldades. (Correta) Emprego da letra H
“mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande, Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor fonético;
e aos domingos saem todos passear conservou-se apenas como símbolo, por força da etimologia e da tradição
o problema, sua senhora escrita. Grafa-se, por exemplo, hoje, porque esta palavra vem do latim
e outros pequenos probleminhas” hodie.
II. Segundo o texto, o remorso deve ser evitado, bastando, para tanto, Emprega-se o H:
que não se evoque o passado a todo o momento. (Incorreta) - Inicial, quando etimológico: hábito, hélice, herói, hérnia, hesitar,
Pois, a gente gostaria haurir, etc.
de ver nossos problemas - Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh e nh: chave, boliche,
resolvidos por decreto telha, flecha companhia, etc.
a partir desta data, - Final e inicial, em certas interjeições: ah!, ih!, hem?, hum!, etc.

Didatismo e Conhecimento 6
PORTUGUÊS
- Algumas palavras iniciadas com a letra H: hálito, harmonia, hangar, área = superfície
hábil, hemorragia, hemisfério, heliporto, hematoma, hífen, hilaridade, hi- ária = melodia, cantiga
pocondria, hipótese, hipocrisia, homenagear, hera, húmus; arrear = pôr arreios, enfeitar
- Sem h, porém, os derivados baianos, baianinha, baião, baianada, arriar = abaixar, pôr no chão, cair
etc. comprido = longo
cumprido = particípio de cumprir
Não se usa H: comprimento = extensão
- No início de alguns vocábulos em que o h, embora etimológico, foi cumprimento = saudação, ato de cumprir
eliminado por se tratar de palavras que entraram na língua por via popular, costear = navegar ou passar junto à costa
como é o caso de erva, inverno, e Espanha, respectivamente do latim, custear = pagar as custas, financiar
herba, hibernus e Hispania. Os derivados eruditos, entretanto, grafam-se deferir = conceder, atender
com h: herbívoro, herbicida, hispânico, hibernal, hibernar, etc. diferir = ser diferente, divergir
delatar = denunciar
dilatar = distender, aumentar
Emprego das letras E, I, O e U
descrição = ato de descrever
discrição = qualidade de quem é discreto
Na língua falada, a distinção entre as vogais átonas /e/ e /i/, /o/ e /u/ emergir = vir à tona
nem sempre é nítida. É principalmente desse fato que nascem as dúvidas imergir = mergulhar
quando se escrevem palavras como quase, intitular, mágoa, bulir, etc., em emigrar = sair do país
que ocorrem aquelas vogais. imigrar = entrar num país estranho
emigrante = que ou quem emigra
Escrevem-se com a letra E: imigrante = que ou quem imigra
eminente = elevado, ilustre
- A sílaba final de formas dos verbos terminados em –uar: continue, iminente = que ameaça acontecer
habitue, pontue, etc. recrear = divertir
- A sílaba final de formas dos verbos terminados em –oar: abençoe, recriar = criar novamente
magoe, perdoe, etc. soar = emitir som, ecoar, repercutir
- As palavras formadas com o prefixo ante– (antes, anterior): ante- suar = expelir suor pelos poros, transpirar
braço, antecipar, antedatar, antediluviano, antevéspera, etc. sortir = abastecer
- Os seguintes vocábulos: Arrepiar, Cadeado, Candeeiro, Cemitério, surtir = produzir (efeito ou resultado)
Confete, Creolina, Cumeeira, Desperdício, Destilar, Disenteria, Empeci- sortido = abastecido, bem provido, variado
lho, Encarnar, Indígena, Irrequieto, Lacrimogêneo, Mexerico, Mimeó- surtido = produzido, causado
grafo, Orquídea, Peru, Quase, Quepe, Senão, Sequer, Seriema, Seringa, vadear = atravessar (rio) por onde dá pé, passar a vau
Umedecer. vadiar = viver na vadiagem, vagabundear, levar vida de vadio

Emprega-se a letra I: Emprego das letras G e J

- Na sílaba final de formas dos verbos terminados em –air/–oer /–uir: Para representar o fonema /j/ existem duas letras; g e j. Grafa-se este
cai, corrói, diminuir, influi, possui, retribui, sai, etc. ou aquele signo não de modo arbitrário, mas de acordo com a origem da
- Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra): antiaéreo, An- palavra. Exemplos: gesso (do grego gypsos), jeito (do latim jactu) e jipe
(do inglês jeep).
ticristo, antitetânico, antiestético, etc.
- Nos seguintes vocábulos: aborígine, açoriano, artifício, artimanha,
Escrevem-se com G:
camoniano, Casimiro, chefiar, cimento, crânio, criar, criador, criação,
crioulo, digladiar, displicente, erisipela, escárnio, feminino, Filipe, frontis- - Os substantivos terminados em –agem, -igem, -ugem: garagem,
pício, Ifigênia, inclinar, incinerar, inigualável, invólucro, lajiano, lampião, massagem, viagem, origem, vertigem, ferrugem, lanugem. Exceção: pa-
pátio, penicilina, pontiagudo, privilégio, requisito, Sicília (ilha), silvícola, jem
siri, terebintina, Tibiriçá, Virgílio. - As palavras terminadas em –ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: contá-
gio, estágio, egrégio, prodígio, relógio, refúgio.
Grafam-se com a letra O: abolir, banto, boate, bolacha, boletim, - Palavras derivadas de outras que se grafam com g: massagista (de
botequim, bússola, chover, cobiça, concorrência, costume, engolir, goe- massagem), vertiginoso (de vertigem), ferruginoso (de ferrugem), enges-
la, mágoa, mocambo, moela, moleque, mosquito, névoa, nódoa, óbolo, sar (de gesso), faringite (de faringe), selvageria (de selvagem), etc.
ocorrência, rebotalho, Romênia, tribo. - Os seguintes vocábulos: algema, angico, apogeu, auge, estrangeiro,
Grafam-se com a letra U: bulir, burburinho, camundongo, chuvis- gengiva, gesto, gibi, gilete, ginete, gíria, giz, hegemonia, herege, megera,
car, cumbuca, cúpula, curtume, cutucar, entupir, íngua, jabuti, jabuticaba, monge, rabugento, sugestão, tangerina, tigela.
lóbulo, Manuel, mutuca, rebuliço, tábua, tabuada, tonitruante, trégua, ur-
tiga. Escrevem-se com J:

Parônimos: Registramos alguns parônimos que se diferenciam pela - Palavras derivadas de outras terminadas em –já: laranja (laranjeira),
oposição das vogais /e/ e /i/, /o/ e /u/. Fixemos a grafia e o significado dos loja (lojista, lojeca), granja (granjeiro, granjense), gorja (gorjeta, gorjeio),
seguintes: lisonja (lisonjear, lisonjeiro), sarja (sarjeta), cereja (cerejeira).

Didatismo e Conhecimento 7
PORTUGUÊS
- Todas as formas da conjugação dos verbos terminados em –jar ou – Emprego de S com valor de Z
jear: arranjar (arranje), despejar (despejei), gorjear (gorjeia), viajar (viajei,
viajem) – (viagem é substantivo). - Adjetivos com os sufixos –oso, -osa: gostoso, gostosa, gracioso,
- Vocábulos cognatos ou derivados de outros que têm j: laje (lajedo), graciosa, teimoso, teimosa, etc.
nojo (nojento), jeito (jeitoso, enjeitar, projeção, rejeitar, sujeito, trajeto, - Adjetivos pátrios com os sufixos –ês, -esa: português, portuguesa,
trejeito). inglês, inglesa, milanês, milanesa, etc.
- Palavras de origem ameríndia (principalmente tupi-guarani) ou - Substantivos e adjetivos terminados em –ês, feminino –esa: bur-
africana: canjerê, canjica, jenipapo, jequitibá, jerimum, jiboia, jiló, jirau, guês, burguesa, burgueses, camponês, camponesa, camponeses, freguês,
pajé, etc. freguesa, fregueses, etc.
- As seguintes palavras: alfanje, alforje, berinjela, cafajeste, cerejeira, - Verbos derivados de palavras cujo radical termina em –s: analisar
intrujice, jeca, jegue, Jeremias, Jericó, Jerônimo, jérsei, jiu-jítsu, majesta- (de análise), apresar (de presa), atrasar (de atrás), extasiar (de êxtase), ex-
de, majestoso, manjedoura, manjericão, ojeriza, pegajento, rijeza, sabuji- travasar (de vaso), alisar (de liso), etc.
ce, sujeira, traje, ultraje, varejista. - Formas dos verbos pôr e querer e de seus derivados: pus, pusemos,
- Atenção: Moji palavra de origem indígena, deve ser escrita com J. compôs, impuser, quis, quiseram, etc.
Por tradição algumas cidades de São Paulo adotam a grafia com G, como - Os seguintes nomes próprios de pessoas: Avis, Baltasar, Brás, Eli-
as cidades de Mogi das Cruzes e Mogi-Mirim. seu, Garcês, Heloísa, Inês, Isabel, Isaura, Luís, Luísa, Queirós, Resende,
Sousa, Teresa, Teresinha, Tomás, Valdês.
Representação do fonema /S/ - Os seguintes vocábulos e seus cognatos: aliás, anis, arnês, ás, ases,
através, avisar, besouro, colisão, convés, cortês, cortesia, defesa, despesa,
O fonema /s/, conforme o caso, representa-se por: empresa, esplêndido, espontâneo, evasiva, fase, frase, freguesia, fusível,
gás, Goiás, groselha, heresia, hesitar, manganês, mês, mesada, obséquio,
- C, Ç: acetinado, açafrão, almaço, anoitecer, censura, cimento, dan- obus, paisagem, país, paraíso, pêsames, pesquisa, presa, presépio, presí-
ça, dançar, contorção, exceção, endereço, Iguaçu, maçarico, maçaroca, dio, querosene, raposa, represa, requisito, rês, reses, retrós, revés, surpre-
maço, maciço, miçanga, muçulmano, muçurana, paçoca, pança, pinça, sa, tesoura, tesouro, três, usina, vasilha, vaselina, vigésimo, visita.
Suíça, suíço, vicissitude.
- S: ânsia, ansiar, ansioso, ansiedade, cansar, cansado, descansar, des- Emprego da letra Z
canso, diversão, excursão, farsa, ganso, hortênsia, pretensão, pretensioso,
propensão, remorso, sebo, tenso, utensílio. - Os derivados em –zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita: cafezal,
- SS: acesso, acessório, acessível, assar, asseio, assinar, carrossel, cafezeiro, cafezinho, avezinha, cãozito, avezita, etc.
cassino, concessão, discussão, escassez, escasso, essencial, expressão, - Os derivados de palavras cujo radical termina em –z: cruzeiro (de
fracasso, impressão, massa, massagista, missão, necessário, obsessão, cruz), enraizar (de raiz), esvaziar (de vazio), etc.
opressão, pêssego, procissão, profissão, profissional, ressurreição, sessen- - Os verbos formados com o sufixo –izar e palavras cognatas: fertili-
ta, sossegar, sossego, submissão, sucessivo. zar, fertilizante, civilizar, civilização, etc.
- SC, SÇ: acréscimo, adolescente, ascensão, consciência, consciente, - Substantivos abstratos em –eza, derivados de adjetivos e denotando
crescer, cresço, descer, desço, desça, disciplina, discípulo, discernir, fasci- qualidade física ou moral: pobreza (de pobre), limpeza (de limpo), frieza
nar, florescer, imprescindível, néscio, oscilar, piscina, ressuscitar, seiscen- (de frio), etc.
tos, suscetível, suscetibilidade, suscitar, víscera. - As seguintes palavras: azar, azeite, azáfama, azedo, amizade, apra-
- X: aproximar, auxiliar, auxílio, máximo, próximo, proximidade, zível, baliza, buzinar, bazar, chafariz, cicatriz, ojeriza, prezar, prezado,
trouxe, trouxer, trouxeram, etc. proeza, vazar, vizinho, xadrez.
- XC: exceção, excedente, exceder, excelência, excelente, excelso, Sufixo –ÊS e –EZ
excêntrico, excepcional, excesso, excessivo, exceto, excitar, etc.
Homônimos - O sufixo –ês (latim –ense) forma adjetivos (às vezes substantivos)
derivados de substantivos concretos: montês (de monte), cortês (de cor-
acento = inflexão da voz, sinal gráfico te), burguês (de burgo), montanhês (de montanha), francês (de França),
assento = lugar para sentar-se chinês (de China), etc.
acético = referente ao ácido acético (vinagre) - O sufixo –ez forma substantivos abstratos femininos derivados de
ascético = referente ao ascetismo, místico adjetivos: aridez (de árido), acidez (de ácido), rapidez (de rápido), estupi-
cesta = utensílio de vime ou outro material dez (de estúpido), mudez (de mudo) avidez (de ávido) palidez (de pálido)
sexta = ordinal referente a seis lucidez (de lúcido), etc.
círio = grande vela de cera
sírio = natural da Síria Sufixo –ESA e –EZA
cismo = pensão
sismo = terremoto Usa-se –esa (com s):
empoçar = formar poça - Nos seguintes substantivos cognatos de verbos terminados em –
empossar = dar posse a ender: defesa (defender), presa (prender), despesa (despender), represa
incipiente = principiante (prender), empresa (empreender), surpresa (surpreender), etc.
insipiente = ignorante - Nos substantivos femininos designativos de títulos nobiliárquicos:
intercessão = ato de interceder baronesa, dogesa, duquesa, marquesa, princesa, consulesa, prioresa, etc.
interseção = ponto em que duas linhas se cruzam - Nas formas femininas dos adjetivos terminados em –ês: burguesa
ruço = pardacento (de burguês), francesa (de francês), camponesa (de camponês), milanesa
russo = natural da Rússia (de milanês), holandesa (de holandês), etc.

Didatismo e Conhecimento 8
PORTUGUÊS
- Nas seguintes palavras femininas: framboesa, indefesa, lesa, mesa, Coxa = capenga, manco
sobremesa, obesa, Teresa, tesa, toesa, turquesa, etc. Tacha = mancha, defeito; pequeno prego; prego de cabeça larga e
chata, caldeira.
Usa-se –eza (com z): Taxa = imposto, preço de serviço público, conta, tarifa
- Nos substantivos femininos abstratos derivados de adjetivos e de- Chá = planta da família das teáceas; infusão de folhas do chá ou de
notado qualidades, estado, condição: beleza (de belo), franqueza (de fran- outras plantas
co), pobreza (de pobre), leveza (de leve), etc. Xá = título do soberano da Pérsia (atual Irã)
Cheque = ordem de pagamento
Verbos terminados em –ISAR e -IZAR Xeque = no jogo de xadrez, lance em que o rei é atacado por uma
peça adversária
Escreve-se –isar (com s) quando o radical dos nomes corresponden-
tes termina em –s. Se o radical não terminar em –s, grafa-se –izar (com Consoantes dobradas
z): avisar (aviso + ar), analisar (análise + ar), alisar (a + liso + ar), bisar
(bis + ar), catalisar (catálise + ar), improvisar (improviso + ar), paralisar - Nas palavras portuguesas só se duplicam as consoantes C, R, S.
(paralisia + ar), pesquisar (pesquisa + ar), pisar, repisar (piso + ar), frisar - Escreve-se com CC ou CÇ quando as duas consoantes soam distin-
(friso + ar), grisar (gris + ar), anarquizar (anarquia + izar), civilizar (civil + tamente: convicção, occipital, cocção, fricção, friccionar, facção, sucção,
izar), canalizar (canal + izar), amenizar (ameno + izar), colonizar (colono etc.
+ izar), vulgarizar (vulgar + izar), motorizar (motor + izar), escravizar (es- - Duplicam-se o R e o S em dois casos: Quando, intervocálicos, re-
cravo + izar), cicatrizar (cicatriz + izar), deslizar (deslize + izar), matizar presentam os fonemas /r/ forte e /s/ sibilante, respectivamente: carro, ferro,
(matiz + izar). pêssego, missão, etc. Quando a um elemento de composição terminado
em vogal seguir, sem interposição do hífen, palavra começada com /r/ ou
Emprego do X /s/: arroxeado, correlação, pressupor, bissemanal, girassol, minissaia, etc.

- Esta letra representa os seguintes fonemas: CÊ - cedilha


É a letra C que se pôs cedilha. Indica que o Ç passa a ter som de
Ch – xarope, enxofre, vexame, etc. /S/: almaço, ameaça, cobiça, doença, eleição, exceção, força, frustração,
CS – sexo, látex, léxico, tóxico, etc. geringonça, justiça, lição, miçanga, preguiça, raça.
Z – exame, exílio, êxodo, etc. Nos substantivos derivados dos verbos: ter e torcer e seus derivados:
SS – auxílio, máximo, próximo, etc. ater, atenção; abster, abstenção; reter, retenção; torcer, torção; contorcer,
S – sexto, texto, expectativa, extensão, etc. contorção; distorcer, distorção.
O Ç só é usado antes de A,O,U.
- Não soa nos grupos internos –xce- e –xci-: exceção, exceder, exce- Emprego das iniciais maiúsculas
lente, excelso, excêntrico, excessivo, excitar, inexcedível, etc.
- Grafam-se com x e não com s: expectativa, experiente, expiar, ex- - A primeira palavra de período ou citação. Diz um provérbio árabe:
pirar, expoente, êxtase, extasiado, extrair, fênix, texto, etc. “A agulha veste os outros e vive nua”. No início dos versos que não abrem
- Escreve-se x e não ch: Em geral, depois de ditongo: caixa, baixo, período é facultativo o uso da letra maiúscula.
faixa, feixe, frouxo, ameixa, rouxinol, seixo, etc. Excetuam-se caucho e - Substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topônimos, nomes
os derivados cauchal, recauchutar e recauchutagem. Geralmente, depois sagrados, mitológicos, astronômicos): José, Tiradentes, Brasil, Ama-
da sílaba inicial en-: enxada, enxame, enxamear, enxagar, enxaqueca, en- zônia, Campinas, Deus, Maria Santíssima, Tupã, Minerva, Via-Láctea,
xergar, enxerto, enxoval, enxugar, enxurrada, enxuto, etc. Excepcional- Marte, Cruzeiro do Sul, etc.
mente, grafam-se com ch: encharcar (de charco), encher e seus derivados - Nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes, festas reli-
(enchente, preencher), enchova, enchumaçar (de chumaço), enfim, toda giosas: Idade Média, Renascença, Centenário da Independência do Bra-
vez que se trata do prefixo en- + palavra iniciada por ch. Em vocábulos sil, a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães, etc.
de origem indígena ou africana: abacaxi, xavante, caxambu, caxinguelê, - Nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente da Repúbli-
orixá, maxixe, etc. Nas seguintes palavras: bexiga, bruxa, coaxar, faxina, ca, etc.
graxa, lagartixa, lixa, lixo, mexer, mexerico, puxar, rixa, oxalá, praxe, ve- - Nomes de altos conceitos religiosos ou políticos: Igreja, Nação,
xame, xarope, xaxim, xícara, xale, xingar, xampu. Estado, Pátria, União, República, etc.
- Nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos, agremiações,
Emprego do dígrafo CH órgãos públicos, etc: Rua do Ouvidor, Praça da Paz, Academia Brasileira
de Letras, Banco do Brasil, Teatro Municipal, Colégio Santista, etc.
Escreve-se com ch, entre outros os seguintes vocábulos: bucha, char- - Nomes de artes, ciências, títulos de produções artísticas, literárias
que, charrua, chavena, chimarrão, chuchu, cochilo, fachada, ficha, flecha, e científicas, títulos de jornais e revistas: Medicina, Arquitetura, Os Lu-
mecha, mochila, pechincha, tocha. síadas, O Guarani, Dicionário Geográfico Brasileiro, Correio da Manhã,
Manchete, etc.
Homônimos - Expressões de tratamento: Vossa Excelência, Sr. Presidente, Exce-
lentíssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc.
Bucho = estômago - Nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os povos
Buxo = espécie de arbusto do Oriente, o falar do Norte. Mas: Corri o país de norte a sul. O Sol
Cocha = recipiente de madeira nasce a leste.

Didatismo e Conhecimento 9
PORTUGUÊS
- Nomes comuns, quando personificados ou individuados: o Amor, o Contudo, esse emprego é equivocado, uma vez que “invés” significa
Ódio, a Morte, o Jabuti (nas fábulas), etc. “contrário”, “inverso”. Não que seja absurdamente errado escrever “ao
invés de” em frases que expressam sentido de “em lugar de”, mas é pre-
Emprego das iniciais minúsculas ferível optar por “em vez de”.
Observe: Em vez de conversar, preferiu gritar para a escola inteira
- Nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomes gentílicos, ouvir! (em lugar de)
nomes próprios tornados comuns: maia, bacanais, carnaval, ingleses, ave- Ele pediu que fosse embora ao invés de ficar e discutir o caso. (ao
-maria, um havana, etc. contrário de)
- Os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quando emprega- Use “ao invés de” quando quiser o significado de “ao contrário de”,
dos em sentido geral: São Pedro foi o primeiro papa. Todos amam sua “em oposição a”, “avesso”, “inverso”.
pátria. Use “em vez de” quando quiser um sentido de “no lugar de” ou “em
- Nomes comuns antepostos a nomes próprios geográficos: o rio lugar de”. No entanto, pode assumir o significado de “ao invés de”, sem
problemas. Porém, o que ocorre é justamente o contrário, coloca-se “ao
Amazonas, a baía de Guanabara, o pico da Neblina, etc.
invés de” onde não poderia.
- Palavras, depois de dois pontos, não se tratando de citação direta:
“Qual deles: o hortelão ou o advogado?”; “Chegam os magos do Oriente, A par: equivale a (bem informado, ciente): Estamos a par das boas
com suas dádivas: ouro, incenso, mirra”. notícias.
- No interior dos títulos, as palavras átonas, como: o, a, com, de, em, Ao par: indica relação (de igualdade ou equivalência entre valores
sem, grafam-se com inicial minúscula. financeiros – câmbio): O dólar e o euro estão ao par.
Algumas palavras ou expressões costumam apresentar dificuldades Aprender: tomar conhecimento de: O menino aprendeu a lição.
colocando em maus lençóis quem pretende falar ou redigir português cul- Apreender: prender: O fiscal apreendeu a carteirinha do menino.
to. Esta é uma oportunidade para você aperfeiçoar seu desempenho. Pres-
te atenção e tente incorporar tais palavras certas em situações apropriadas. À toa: é uma locução adverbial de modo, equivale a (inutilmente,
sem razão): Andava à toa pela rua.
A anos: a indica tempo futuro: Daqui a um ano iremos à Europa. À toa: é um adjetivo (refere-se a um substantivo), equivale a (inú-
Há anos: há indica tempo passado: não o vejo há meses. til, desprezível). Foi uma atitude à toa e precipitada. (até 01/01/2009 era
“Procure o seu caminho grafada: à-toa)
Eu aprendi a andar sozinho
Isto foi há muito tempo atrás Baixar: os preços quando não há objeto direto; os preços funcionam
Mas ainda sei como se faz como sujeito: Baixaram os preços (sujeito) nos supermercados. Vamos
Minhas mãos estão cansadas comemorar, pessoal!
Não tenho mais onde me agarrar.” Abaixar: os preços empregado com objeto direto: Os postos (su-
(gravação: Nenhum de Nós) jeito) de combustível abaixaram os preços (objeto direto) da gasolina.

Atenção: Há muito tempo já indica passado. Não há necessidade de Bebedor: é a pessoa que bebe: Tornei-me um grande bebedor de
usar atrás, isto é um pleonasmo. vinho.
Bebedouro: é o aparelho que fornece água. Este bebedouro está
Acerca de: equivale a (a respeito de): Falávamos acerca de uma funcionando bem.
solução melhor.
Bem-Vindo: é um adjetivo composto: Você é sempre bem vindo
Há cerca de: equivale a (faz tempo). Há cerca de dias resolvemos
aqui, jovem.
este caso. Benvindo: é nome próprio: Benvindo é meu colega de classe.
Ao encontro de: equivale (estar a favor de): Sua atitude vai ao en- Boêmia/Boemia: são formas variantes (usadas normalmente): Vivia
contro da verdade. na boêmia/boemia.
De encontro a: equivale a (oposição, choque): Minhas opiniões vão
de encontro às suas. Botijão/Bujão de gás: ambas formas corretas: Comprei um botijão/
bujão de gás.
A fim de: locução prepositiva que indica (finalidade): Vou a fim de
visitá-la. Câmara: equivale ao local de trabalho onde se reúnem os vereado-
Afim: é um adjetivo e equivale a (igual, semelhante): Somos almas res, deputados: Ficaram todos reunidos na Câmara Municipal.
afins. Câmera: aparelho que fotografa, tira fotos: Comprei uma câmera
japonesa.
Ao invés de: equivale (ao contrário de): Ao invés de falar começou
a chorar (oposição). Champanha/Champanhe (do francês): O champanha/champa-
Em vez de: equivale a (no lugar de): Em vez de acompanhar-me, nhe está bem gelado.
ficou só.´
Cessão: equivale ao ato de doar, doação: Foi confirmada a cessão
Faça você a sua parte, ao invés de ficar me cobrando! do terreno.
Quantas vezes usamos “ao invés de” quando queremos dizer “no Sessão: equivale ao intervalo de tempo de uma reunião: A sessão do
lugar de”! filme durou duas horas.

Didatismo e Conhecimento 10
PORTUGUÊS
Seção/Secção: repartição pública, departamento: Visitei hoje a seção Estada: permanência de pessoa (tempo em algum lugar): A estada
de esportes. dela aqui foi gratificante.
Estadia: prazo concedido para carga e descarga de navios ou veícu-
Demais: é advérbio de intensidade, equivale a muito, aparece inten- los: A estadia do carro foi prolongada por mais algumas semanas.
sificando verbos, adjetivos ou o próprio advérbio. Vocês falam demais,
caras! Fosforescente: adjetivo derivado de fósforo; que brilha no escuro:
Este material é fosforescente.
Demais: pode ser usado como substantivo, seguido de artigo, equi-
Fluorescente: adjetivo derivado de flúor, elemento químico, refere-
vale a os outros. Chamaram mais dez candidatos, os demais devem
-se a um determinado tipo de luminosidade: A luz branca do carro era
aguardar. fluorescente.
De mais: é locução prepositiva, opõe-se a de menos, refere-se sem-
pre a um substantivo ou a um pronome: Não vejo nada de mais em sua Haja - do verbo haver - É preciso que não haja descuido.
decisão. Aja - do verbo agir - Aja com cuidado, Carlinhos.
Houve: pretérito perfeito do verbo haver, 3ª pessoa do singular
Dia a dia: é um substantivo, equivale a cotidiano, diário, que faz ou Ouve: presente do indicativo do verbo ouvir, 3ª pessoa do singular
acontece todo dia. Meu dia a dia é cheio de surpresas. (até 01/01/2009,
era grafado dia-a-dia) Levantar:é sinônimo de erguer: Ginês, meu estimado cunhado, le-
Dia a dia: é uma expressão adverbial, equivale a diariamente. O vantou sozinho a tampa do poço.
álcool aumenta dia a dia. Pode isso? Levantar-se: pôr de pé: Luís e Diego levantaram-se cedo e, dirigi-
Descriminar: equivale a (inocentar, absolver de crime). O réu foi ram-se ao aeroporto.
descriminado; pra sorte dele.
Mal: advérbio de modo, equivale a erradamente, é oposto de bem:
Discriminar: equivale a (diferençar, distinguir, separar). Era impos-
Dormi mal. (bem). Equivale a nocivo, prejudicial, enfermidade; pode vir
sível discriminar os caracteres do documento. Cumpre discriminar os antecedido de artigo, adjetivo ou pronome: A comida fez mal para mim.
verdadeiros dos falsos valores. /Os negros ainda são discriminados. Seu mal é crer em tudo. Conjunção subordinativa temporal, equivale a
assim que, logo que: Mal chegou começou a chorar desesperadamente.
Descrição: ato de descrever: A descrição sobre o jogador foi per- Mau: adjetivo, equivale a ruim, oposto de bom; plural=maus;
feita. feminino=má. Você é um mau exemplo (bom). Substantivo: Os maus
Discrição: qualidade ou caráter de ser discreto, reservado: Você foi nunca vencem.
muito discreto.
Mas: conjunção adversativa (ideia contrária), equivale a porém,
Entrega em domicílio: equivale a lugar: Fiz a entrega em domi- contudo, entretanto: Telefonei-lhe mas ela não atendeu.
cílio. Mais: pronome ou advérbio de intensidade, opõe-se a menos: Há
Entrega a domicílio com verbos de movimento: Enviou as compras mais flores perfumadas no campo.
a domicílio.
Nem um: equivale a nem um sequer, nem um único; a palavra um
expressa quantidade: Nem um filho de Deus apareceu para ajudá-la.
As expressões “entrega em domicílio” e “entrega a domicílio” são Nenhum: pronome indefinido variável em gênero e número; vem
muito recorrentes em restaurantes, na propaganda televisa, no outdoor, antes de um substantivo, é oposto de algum: Nenhum jornal divulgou o
no folder, no panfleto, no catálogo, na fala. Convivem juntas sem proble- resultado do concurso.
mas maiores porque são entendidas da mesma forma, com um mesmo
sentido. No entanto, quando falamos de gramática normativa, temos que Obrigada: As mulheres devem dizer: muito obrigada, eu mesma,
ter cuidado, pois “a domicílio” não é aceita. Por quê? A regra estabelece eu própria.
que esta última locução adverbial deve ser usada nos casos de verbos que Obrigado: Os homens devem dizer: muito obrigado, eu mesmo, eu
indicam movimento, como: levar, enviar, trazer, ir, conduzir, dirigir-se. próprio.
Portanto, “A loja entregou meu sofá a casa” não está correto. Já a
locução adverbial “em domicílio” é usada com os verbos sem noção de Onde: indica o (lugar em que se está); refere-se a verbos que expri-
movimento: entregar, dar, cortar, fazer. mem estado, permanência: Onde fica a farmácia mais próxima?
Aonde: indica (ideia de movimento); equivale (para onde) somen-
A dúvida surge com o verbo “entregar”: não indicaria movimento?
te com verbo de movimento desde que indique deslocamento, ou seja,
De acordo com a gramática purista não, uma vez que quem entrega, en-
a+onde. Aonde vão com tanta pressa?
trega algo em algum lugar.
Porém, há aqueles que afirmam que este verbo indica sim movimen- “Pode seguir a tua estrada
to, pois quem entrega se desloca de um lugar para outro. o teu brinquedo de estar
Contudo, obedecendo às normas gramaticais, devemos usar “entre- fantasiando um segredo
ga em domicílio”, nos atentando ao fato de que a finalidade é que vale: a o ponto aonde quer chegar...”
entrega será feita no (em+o) domicílio de uma pessoa. (gravação: Barão Vermelho)

Espectador: é aquele que vê, assiste: Os espectadores se fartaram Por ora: equivale a (por este momento, por enquanto): Por ora che-
da apresentação. ga de trabalhar.
Expectador: é aquele que está na expectativa, que espera alguma Por hora: locução equivale a (cada sessenta minutos): Você deve
coisa: O expectador aguardava o momento da chamada. cobrar por hora.

Didatismo e Conhecimento 11
PORTUGUÊS
Por que: escreve se separado; quando ocorre: preposição por+que a) O pequeno jornaleiro foi à.........do jornal.
- advérbio interrogativo (Por que você mentiu?); preposição por+que – b) Na..........musical os pequenos cantores apresentaram-se muito
pronome relativo pelo/a qual, pelos/as quais (A cidade por que passamos bem.
é simpática e acolhedora.) (=pela qual); preposição por+que – conjunção c) O........do jornaleiro é amável.
subordinativa integrante; inicia oração subordinada substantiva (Não sei d) O..... das roupas é feito pela mãe do garoto.
por que tomaram esta decisão. (=por que motivo, razão) e) O......do sapato custou muito caro.
Por quê: final de frase, antes de um ponto final, de interrogação, f) Eu......meu amigo com amabilidade.
de exclamação, reticências; o monossílabo que passa a ser tônico (forte), g) A.......de cinema foi um sucesso.
devendo, pois, ser acentuado: __O show foi cancelado mas ninguém sabe h) O vestido tem um.........bom.
por quê. (final de frase); __Por quê? (isolado) i) Os pequenos violinistas participaram de um........ .
Porque: conjunção subordinativa causal: equivale a: pela causa, ra-  
zão de que, pelo fato, motivo de que: Não fui ao encontro porque estava 05. Dê a palavra derivada acrescentando os sufixos ESA ou EZA:
acamado; conjunção subordinativa explicativa: equivale a: pois, já que, Portugal; certo; limpo; bonito; pobre; magro; belo; gentil; duro; lindo;
uma vez que, visto que: “Mas a minha tristeza é sossego porque é natural China; frio; duque; fraco; bravo; grande.
e justa.”; conjunção subordinativa final (verbo no subjuntivo, equivale a  
para que): “Mas não julguemos, porque não venhamos a ser julgados.” 06. Forme substantivos dos adjetivos: honrado; rápido; escasso; tí-
Porquê: funciona como substantivo; vem sempre acompanhado mido; estúpido; pálido; ácido; surdo; lúcido; pequeno.
de um artigo ou determinante: Não foi fácil encontrar o porquê daquele
corre-corre. 07. Use o H quando for necessário: alucinar; élice, umilde, esitar, oje,
humano, ora, onra, aver, ontem, êxito, ábil, arpa, irônico, orrível, árido,
Senão: equivale a (caso contrário, a não ser): Não fazia coisa ne- óspede, abitar.
nhuma senão criticar.   
Se não: equivale a (se por acaso não), em orações adverbiais condi- 8. Complete as lacunas com as seguintes formas verbais: Houve e
cionais: Se não houver homens honestos, o país não sairá desta situação Ouve.
a) O menino .....muitas recomendações de seu pai.
crítica.
b) ........muita confusão na cabeça do pequeno.
c) A criança não.........a professora porque não a compreende.
Tampouco: advérbio, equivale a (também não): Não compareceu,
d) Na escola........festa do Dia do Índio.
tampouco apresentou qualquer justificativa.
  
Tão pouco: advérbio de intensidade: Encontramo-nos tão pouco
9. A letra X representa vários sons. Leia atentamente as palavras
esta semana.
oralmente: trouxemos, exercícios, táxi, executarei, exibir-se, oxigênio,
exercer, proximidade, tóxico, extensão, existir, experiência, êxito, sexo,
Trás ou Atrás = indicam lugar, são advérbios auxílio, exame. Separe as palavras em três seções, conforme o som do X.
Traz - do verbo trazer - Som de Z;
- Som de KS;
Vultoso: volumoso: Fizemos um trabalho vultoso aqui. - Som de S.
Vultuoso: atacado de congestão no rosto: Sua face está vultuosa e
deformada. 10. Complete com X ou CH: en.....er; dei.....ar; ......eiro; fle......a;
ei.....o; frou.....o; ma.....ucar; .....ocolate; en.....ada; en.....ergar; cai......a;
Exercícios .....iclete; fai......a; .....u......u; salsi......a; bai.......a; capri......o; me......erica;
ria.......o; ......ingar; .......aleira; amei......a; ......eirosos; abaca.....i.
01. Observe a ortografia correta das palavras: disenteria; programa;  
mortadela; mendigo; beneficente; caderneta; problema. 11. Complete com MAL ou MAU:
a) Disseram que Carlota passou......ontem.
Empregue as palavras acima nas frases: b) Ele ficou de......humor após ter agido daquela forma.
a) O......teve.....porque comeu......estragada. c) O time se considera......preparado para tal jogo.
b) O superpai protegeu demais seu filho e este lhe trouxe um.........: d) Carlota sofria de um..........curável.
sua.......escolar indicou péssimo aproveitamento. e) O.......é se ter afeiçoado às coisas materiais.
c) A festa......teve um bom.......e, por isso, um bom aproveitamento. f) Ele não é um........sujeito.
  g) Mas o.......não durou muito tempo.
02. Passe as palavras para o diminutivo:   
- asa; japonês; pai; homem; adeus; português; só; anel; 12. Complete as frases com porque ou por que corretamente:
- beleza; rosa; país; avô; arroz; princesa; café; a) ....... você está chateada?
- flor; Oscar; rei; bom; casa; lápis; pé. b) Cuidar do animal é mais importante........ele fica limpinho.
  c) .......... você não limpou o tapete?
03. Passe para o plural diminutivo: trem; pé; animal; só; papel; jor- d) Concordo com papai.............ele tem razão.
nal; mão; balão; automóvel; pai; cão; mercadoria; farol; rua; chapéu; flor. e) ..........precisamos cuidar dos animais de estimação.  
   
04. Preencha as lacunas com as seguintes palavras: seção, sessão, 13. Preencha as lacunas com: mas = porém; mais = indica quantida-
cessão, comprimento, cumprimento, conserto, concerto de; más = feminino de mau.

Didatismo e Conhecimento 12
PORTUGUÊS
a) A mãe e o filho discutiram,.......não chegaram a um acordo. g) Eis o motivo........errei.
b) Você quer.......razões para acreditar em seu pai? h) Creio que vou melhorar.......estudei muito.
c) Pessoas.........deveriam fazer reflexões para acreditar...... na bonda- i) O....... é difícil de ser estudado.
de do que no ódio. j) ........ os índios estão revoltados?
d) Eu limpo,.........depois vou brincar. k) O caminho ........viemos era tortuoso.
e) O frio não prejudica .........o Tico.  
f) Infelizmente Tico morreu, ........comprarei outro cãozinho. 21. Uso do S e Z. Complete as palavras com S ou Z. A seguir, copie
g) Todas as atitudes ......devem ser perdoadas,.......jamais ser repeti- as palavras na forma correta: pou....ando; pre....ença; arte.....anato; escra-
das, pois, quanto............se vive,.........se aprende. vi.....ar; nature.....a; va.....o; pre.....idente; fa.....er; Bra.....il; civili....ação;
  pre....ente; atra....ados; produ......irem; a....a; hori...onte; torrão....inho;
14. Preencha as lacunas com: trás, atrás e traz. fra....e; intru ....o; de....ejamos; po....itiva; podero....o; de...envolvido; sur-
a) ........... de casa havia um pinheiro. pre ....a; va.....io; ca....o; coloni...ação.
b) A poluição.......consigo graves consequências.   
c) Amarre-o por......... da árvore. 22. Complete com X ou S e copie as palavras com atenção: e....
d) Não vou....... de comentários bobos.. trangeiro; e....tensão; e....tranho; e....tender; e....tenso; e....pontâneo; mi...
  to; te....te; e....gotar; e....terior; e....ceção; e...plêndido; te....to; e....pulsar;
15. Preencha as lacunas com: HÁ - indica tempo passado; A - tempo e....clusivo.
futuro e espaço.   
a) A loja fica ....... pouco quilômetros daqui. 23. Tão Pouco / Tampouco
b) .........instantes li sobre o Natal.  
c) Eles não vão à loja porque ........ mais de dois dias a mercadoria Complete as frases corretamente:
acabou. a) Eu tive ........oportunidades!
d) .........três dias que todos se preparam para a festa do Natal. b) Tenho.......... alunos, que cabem todos naquela salinha.
e) Esse fato aconteceu ....... muito tempo. c) Ele não veio;.......virão seus amigos.
f) Os alunos da escola dramatizarão a história do Natal daqui ...... d) Eu tenho .........tempo para estudar.
oito dias. e) Nunca tive gosto para dançar;......para tocar piano.
g) Ele estava......... três passos da casa de André.
f) As pessoas que não amam,........são felizes.
h) ........ dois quarteirões existe uma bela árvore de Natal.
g) As pessoas têm.....atitudes de amizade.
h) O governo daquele país não resolve seus problemas,....... se preo-
16. Atenção para as palavras: por cima; devagar; depressa; de repen-
cupa em resolvê-los.
te; por isso. Agora, empregue-as nas frases:
  
a) ......... uma bola atingiu o cenário e o derrubou.
Respostas
b) Bem...........o povo começou a se retirar.
c) O rei descobriu a verdade,..........ficou irritado.
d) Faça sua tarefa............, para podermos ir ao dentista. 01. a) mendigo disenteria mortadela b) problema caderneta c) bene-
e) ......... de sua vestimenta real, o rei usava um manto. ficente programa
  
17. Forme novas palavras usando ISAR ou IZAR: análise; pesquisa; 02.
anarquia; canal; civilização; colônia; humano; suave; revisão; real; nacio- - asinha; japonesinho; paizinho; homenzinho; adeusinho; portugue-
nal; final; oficial; monopólio; sintonia; central; paralisia; aviso. sinho; sozinho; anelzinho;
  - belezinha; rosinha; paisinho; avozinho; arrozinho; princesinha; ca-
18. Haja ou aja. Use haja ou aja para completar as orações: fezinho;
a) ........ com atenção para que não ........ muitos erros. - florzinha; Oscarzinho; reizinho; bonzinho; casinha; lapisinho; pe-
b) Talvez ......... greve; é preciso que........... cuidado e atenção. zinho.
c) Desejamos que ........ fraternidade nessa escola.
d) ...... com docilidade, meu filho! 03. trenzinhos; pezinhos; animaizinhos; sozinhos; papeizinhos; jor-
naizinhos; mãozinhas; balõezinhos; automoveisinhos; paizinhos; cãezi-
19. A palavra MENOS não deve ser modificada para o feminino. nhos; mercadoriazinhas; faroisinhos; ruazinhas; chapeuzinhos; florezi-
Complete as frases com a palavra MENOS: nhas.
a) Conheço todos os Estados brasileiros,.....a Bahia.
b) Todos eram calmos,.........mamãe. 04. a) seção b) sessão c) cumprimento d) conserto e) conserto f)
c) Quero levar.........sanduíches do que na semana passada. cumprimento g) sessão h) comprimento i) concerto.
d) Mamãe fazia doces e salgados........tortas grandes.
  05. portuguesa; certeza; limpeza; boniteza; pobreza; magreza; bele-
20. Use por que , por quê , porque e porquê: za; gentileza; dureza; lindeza; Chinesa; frieza; duquesa; fraqueza; brave-
a) ..........ninguém ri agora? za; grandeza.
b) Eis........ ninguém ri. 06. honradez; rapidez; escassez; timidez; estupidez; palidez; acidez;
c) Eis os princípios ............luto. surdez; lucidez; pequenez.
d) Ela não aprendeu, ...........?
e) Aproximei-me .........todos queriam me ouvir. 07. alucinar, ontem, hélice, êxito, humilde, hábil, hesitar, harpa, hoje,
f) Você está assustado, ..........? irônico, humano, horrível, hora, árido, honra, hóspede, haver, habitar.

Didatismo e Conhecimento 13
PORTUGUÊS
08. a) ouve b) Houve c) ouve d) houve Aquisição da linguagem

09. Iniciamos o aprendizado da língua em casa, no contato com a famí-


Som de Z: exercícios, executarei, exibir-se, exercer, existir, êxito e lia, que é o primeiro círculo social para uma criança, imitando o que se
exame. ouve e aprendendo, aos poucos, o vocabulário e as leis combinatórias da
Som de KS: táxi, oxigênio, tóxico e sexo. língua. Um jovem falante também vai exercitando o aparelho fonador, ou
Som de S: trouxemos, proximidade, extensão, experiência e auxílio. seja, a língua, os lábios, os dentes, os maxilares, as cordas vocais para pro-
duzir sons que se transformam, mais tarde, em palavras, frases e textos.
10. encher, deixar, cheiro, flecha, eixo, frouxo, machucar, chocolate, Quando um falante entra em contato com outra pessoa, na rua, na es-
enxada, enxergar, caixa, chiclete, faixa, chuchu, salsicha, baixa, capricho, cola ou em qualquer outro local, percebe que nem todos falam da mesma
mexerica, riacho, xingar, chaleira, ameixa, cheirosos, abacaxi. forma. Há pessoas que falam de forma diferente por pertencerem a outras
cidades ou regiões do país, ou por terem idade diferente da nossa, ou por
11. a) mal b) mau c) mal d) mal e) mau f) mau g) mal fazerem parte de outro grupo ou classe social. Essas diferenças no uso da
língua constituem as variedades linguísticas.
12. a) Por que b) porque c) Por que d) porque e) Porque
Variedades Linguísticas
13. a) mas b) mais c) más mais d) mas e) mais f) mas g) más mas
mais mais Variedades linguísticas são as variações que uma língua apresenta,
de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em
14. a) Atrás b) traz c) trás d) atrás que é utilizada.
Todas as variedades linguísticas são adequadas, desde que cumpram
15. a) a b) Há c) há d) Há e) há f) a g) a h) A com eficiência o papel fundamental de uma língua, o de permitir a intera-
ção verbal entre as pessoas, isto é, a comunicação.
16. a) De repente b) devagar c) por isso d) depressa e) Por cima Apesar disso, uma dessas variedades, a norma culta ou norma pa-
drão, tem maior prestígio social. É a variedade linguística ensinada na
escola, contida na maior parte dos livros e revistas e também em textos
17. analisar; pesquisar; anarquizar; canalizar; civilizar; colonizar;
científicos e didáticos, em alguns programas de televisão, etc. As demais
humanizar; suavizar; revisar; realizar; nacionalizar; finalizar; oficializar;
variedades, como a regional, a gíria ou calão, o jargão de grupos ou pro-
monopolizar; sintonizar; centralizar; paralisar; avisar.
fissões (a linguagem dos policiais, dos jogadores de futebol, dos meta-
leiros, dos surfistas), são chamadas genericamente de dialeto popular ou
18. a) Aja haja b) haja haja c) haja d) Aja linguagem popular.
19. a) menos b) menos c) menos d) menos Propósito da Língua
20. a) Por que b) por que c) por que d) por quê e) porque f) por quê A língua que utilizamos não transmite apenas nossas ideias, transmi-
g) por que h) porque i) porquê j) Por que k) por que te também um conjunto de informações sobre nós mesmos. Certas pala-
vras e construções que empregamos acabam denunciando quem somos
21. Pousando; Presença; Artesanato; Escravizar; Natureza; Vaso; socialmente, ou seja, em que região do país nascemos, qual nosso nível
Presidente; Fazer; Brasil; Civilização; Presente; Atrasados; Produzirem; social e escolar, nossa formação e, às vezes, até nossos valores, círculo de
Asa; Horizonte; Torrãozinho; Frase; Intruso; Desejamos; Positiva; Pode- amizades e hobbies, como skate, rock, surfe, etc. O uso da língua também
roso; Desenvolvido; Surpresa; Vazio; Caso; Colonização. pode informar nossa timidez, sobre nossa capacidade de nos adaptarmos
e situações novas, nossa insegurança, etc.
22. estrangeiro; extensão; estranho; estender; extenso; Espontâneo; A língua é um poderoso instrumento de ação social. Ela pode tanto
Misto; Teste; Esgotar; Exterior; Exceção; Esplêndido; Texto; Expulsar; facilitar quanto dificultar o nosso relacionamento com as pessoas e com
Exclusivo. a sociedade em geral.

23. a) tão poucas b) tão poucos c) tampouco d) tão pouco e) tampou- Língua Culta na Escola
co f) tampouco g) tão poucas h) tampouco
O ensino da língua culta, na escola, não tem a finalidade de con-
Norma Culta denar ou eliminar a língua que falamos em nossa família ou em nossa
comunidade. Ao contrário, o domínio da língua culta, somado ao domínio
Norma culta ou linguagem culta é uma expressão empregada pelos de outras variedades linguísticas, torna-nos mais preparados para nos co-
linguistas brasileiros para designar o conjunto de variedades linguísticas municarmos. Saber usar bem uma língua equivale a saber empregá-la de
efetivamente faladas, na vida cotidiana, pelos falantes cultos, sendo assim modo adequado às mais diferentes situações sociais de que participamos.
classificados os cidadãos nascidos e criados em zona urbana e com grau
de instrução superior completo. Graus de Formalismo
O Instituto Camões entende que a “noção de correção está [...] ba-
seada no valor social atribuído às [...] formas [linguísticas]. Ainda assim, São muitos os tipos de registro quanto ao formalismo, tais como: o
informa que a norma-padrão do português europeu é o dialeto da região registro formal, que é uma linguagem mais cuidada; o coloquial, que não
que abrange Lisboa e Coimbra; refere também que se aceita no Brasil tem um planejamento prévio, caracterizando-se por construções gramati-
como norma-padrão a fala do Rio e de São Paulo. cais mais livres, repetições frequentes, frases curtas e conectores simples;

Didatismo e Conhecimento 14
PORTUGUÊS
o informal, que se caracteriza pelo uso de ortografia simplificada, cons- - em termos de – modismo; evitar
truções simples e usado entre membros de uma mesma família ou entre - em vez de – em lugar de
amigos. - ao invés de – ao contrário de
As variações de registro ocorrem de acordo com o grau de formalis- - enquanto que – o que é redundância
mo existente na situação de comunicação; com o modo de expressão, isto - entre um e outro – entre exige a conjunção e, e não a
é, se trata de um registro formal ou escrito; com a sintonia entre interlo- - implicar em – a regência é direta (sem em)
cutores, que envolve aspectos como graus de cortesia, deferência, tecnici- - ir de encontro a – chocar-se com
dade (domínio de um vocabulário específico de algum campo científico, - ir ao encontro de – concordar com
por exemplo). - junto a – usar apenas quando equivale a adido ou similar
- o (a, s) mesmo (a, s) – uso condenável para substituir pronomes
Atitudes não recomendadas - se não, senão – quando se pode substituir por caso não, separado;
quando se pode, junto
Expressões Condenáveis - todo mundo – todos
- todo o mundo – o mundo inteiro
- não-pagamento = hífen somente quando o segundo termo for subs-
- a nível de, ao nível. Opção: em nível, no nível.
tantivo
- face a, frente a. Opção: ante, diante, em face de, em vista de, pe-
- este e isto – referência próxima do falante (a lugar, a tempo presen-
rante. te; a futuro próximo; ao anunciar e a que se está tratando)
- onde (quando não exprime lugar). Opção: em que, na qual, nas - esse e isso – referência longe do falante e perto do ouvinte (tempo
quais, no qual, nos quais. futuro, desejo de distância; tempo passado próximo do presente, ou dis-
- (medidas) visando... Opção: (medidas) destinadas a. tante ao já mencionado e a ênfase).
- sob um ponto de vista. Opção: de um ponto de vista.
- sob um prisma. Opção: por (ou através de) um prisma. Erros Comuns
- como sendo. Opção: suprimir a expressão.
- em função de. Opção: em virtude de, por causa de, em consequên- - “Hoje ao receber alguns presentes no qual completo vinte anos
cia de, por, em razão de. tenho muitas novidades para contar”. Temos aí um exemplo de uso
inadequado do pronome relativo. Ele provoca falta de coesão, pois não
Expressões não recomendadas consegue perceber a que antecedente ele se refere, portanto nada conecta
e produz relação absurda.
- a partir de (a não ser com valor temporal). Opção: com base em, - “Tenho uma prima que trabalha num circo como mágica e uma
tomando-se por base, valendo-se de... das mágicas mais engraçadas era uma caneta com tinta invisível que em
- através de (para exprimir “meio” ou instrumento). Opção: por, me- vez de tinta havia saído suco de lima”. Você percebe aí a incapacidade
diante, por meio de, por intermédio de, segundo... do concursando ou vestibulando organizar sintaticamente o período. Se-
- devido a. Opção: em razão de, em virtude de, graças a, por causa de. lecionar as frases e organizar as ideias é necessário. Escrever com clareza
- dito. Opção: citado, mensionado. é muito importante.
- enquanto. Opção: ao passo que. - “Ainda brincava de boneca quando conheci Davi, piloto de cart,
- fazer com que. Opção: compelir, constranger, fazer que, forçar, le- moreno, 20 anos, com olhos cor de mel. “Tudo começou naquele baile de
var a. quinze anos”, “...é aos dezoito anos que se começa a procurar o caminho
- inclusive (a não ser quando significa incluindo-se). Opção: até, ain- do amanhã e encontrar as perspectiva que nos acompanham para sem-
da, igualmente, mesmo, também. pre na estrada da vida”. Você pode ter conhecimento do vocabulário e
- no sentido de, com vistas a. Opção: a fim de, para, com o fito (ou das regras gramaticais e, assim, construir um texto sem erros. Entretanto,
se você reproduz sem nenhuma crítica ou reflexão expressões gastas, vul-
objetivo, ou intuito) de, com a finalidade de, tendo em vista.
garizadas pelo uso contínuo. A boa qualidade do texto fica comprometida.
- pois (no início da oração). Opção: já que, porque, uma vez que,
- Tema: Para você, as experiências genéticas de clonagem põem em
visto que.
xeque todos os conceitos humanos sobre Deus e a vida? “Bem a clona-
- principalmente. Opção: especialmente, mormente, notadamente, gem não é tudo, mas na vida tudo tem o seu valor e os homens a todo
sobretudo, em especial, em particular. momento necessitam de descobrir todos os mistérios da vida que nos
- sendo que. Opção: e. cerca a todo instante”. É importante você escrever atendendo ao que foi
proposto no tema. Antes de começar o seu texto leia atentamente todos os
Expressões que demandam atenção elementos que o examinador apresentou para você utilizar. Esquematize
suas ideias, veja se não há falta de correspondência entre o tema proposto
- acaso, caso – com se, use acaso; caso rejeita o se e o texto criado.
- aceitado, aceito – com ter e haver, aceitado; com ser e estar, aceito - “Uma biópsia do tumor retirado do fígado do meu primo (...) mos-
- acendido, aceso (formas similares) – idem trou que ele não era maligno”. Esta frase está ambígua, pois não se sabe
- à custa de – e não às custas de se o pronome ele refere-se ao fígado ou ao primo. Para se evitar a ambi-
- à medida que – à proporção que, ao mesmo tempo que, conforme guidade, você deve observar se a relação entre cada palavra do seu texto
- na medida em que – tendo em vista que, uma vez que está correta.
- a meu ver – e não ao meu ver - “Ele me tratava como uma criança, mas eu era apenas uma crian-
- a ponto de – e não ao ponto de ça”. O conectivo mas indica uma circunstância de oposição, de ideia
- a posteriori, a priori – não tem valor temporal contrária a. Portanto, a relação adversativa introduzida pelo “mas” no
- de modo (maneira, sorte) que – e não a fragmento acima produz uma ideia absurda.

Didatismo e Conhecimento 15
PORTUGUÊS
- “Entretanto, como já diziam os sábios: depois da tempestade sem- “vultuoso” (vultoso), “cincoenta” (cinquenta), “zuar” (zoar), “frustado”
pre vem a bonança. Após longo suplício, meu coração apaziguava as (frustrado), “calcáreo” (calcário), “advinhar” (adivinhar), “benvindo”
tormentas e a sensatez me mostrava que só estaríamos separadas car- (bem-vindo), “ascenção” (ascensão), “pixar” (pichar), “impecilho” (em-
nalmente”. Não utilize provérbios ou ditos populares. Eles empobrecem pecilho), “envólucro” (invólucro).
a redação, pois fazer parecer que seu autor não tem criatividade ao lançar - Quebrou “o” óculos. Concordância no plural: os óculos, meus ócu-
mão de formas já gastas pelo uso frequente. los. Da mesma forma: Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nos-
- “Estou sem inspiração para fazer uma redação. Escrever sobre sas férias, felizes núpcias.
a situação dos sem-terra? Bem que o professor poderia propor outro - Comprei “ele” para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem
tema”. Você não deve falar de sua redação dentro do próprio texto. ser objeto direto. Assim: Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair,
- “Todos os deputados são corruptos”. Evite pensamentos radicais. mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me.
É recomendável não generalizar e evitar, assim, posições extremistas. - Nunca “lhe” vi. Lhe substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por
- “Bem, acho que - você sabe - não é fácil dizer essas coisas. Olhe, isso não pode ser usado com objeto direto: Nunca o vi. / Não o convidei.
acho que ele não vai concordar com a decisão que você tomou, quero / A mulher o deixou. / Ela o ama.
dizer, os fatos levam você a isso, mas você sabe - todos sabem - ele pen- - “Aluga-se” casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se ca-
sa diferente. É bom a gente pensar como vai fazer para, enfim, para ele
sas. / Fazem-se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-
entender a decisão”. Não se esqueça que o ato de escrever é diferente do
-se terrenos. / Procuram-se empregados.
ato de falar. O texto escrito deve se apresentar desprovido de marcas de
- “Tratam-se” de. O verbo seguido de preposição não varia nesses
oralidade.
- “Mal cheiro”, “mau-humorado”. Mal opõe-se a bem e mau, a bom. casos: Trata-se dos melhores profissionais. / Precisa-se de empregados. /
Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igual- Apela-se para todos. / Conta-se com os amigos.
mente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar. - Chegou “em” São Paulo. Verbos de movimento exigem a, e não
- “Fazem” cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: em: Chegou a São Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao
Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias. circo.
- “Houveram” muitos acidentes. Haver, como existir, também é in- - Atraso implicará “em” punição. Implicar é direto no sentido de
variável: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver acarretar, pressupor: Atraso implicará punição. / Promoção implica res-
muitos casos iguais. ponsabilidade.
- “Existe” muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar - Vive “às custas” do pai. O certo: Vive à custa do pai. Use também
admitem normalmente o plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam em via de, e não “em vias de”: Espécie em via de extinção. / Trabalho em
dois dias. / Faltavam poucas peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam via de conclusão.
ideias. - Todos somos “cidadões”. O plural de cidadão é cidadãos. Veja ou-
- Para “mim” fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. As- tros: caracteres (de caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângs-
sim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer. teres.
- Entre “eu” e você. Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre - O ingresso é “gratuíto”. A pronúncia correta é gratúito, assim como
mim e você. / Entre eles e ti. circúito, intúito e fortúito (o acento não existe e só indica a letra tônica).
- “Há” dez anos “atrás”. Há e atrás indicam passado na frase. Use Da mesma forma: flúido, condôr, recórde, aváro, ibéro, pólipo.
apenas há dez anos ou dez anos atrás. - A última “seção” de cinema. Seção significa divisão, repartição, e
- “Entrar dentro”. O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: Sair sessão equivale a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção
fora ou para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, de Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas,
ganhar grátis, viúva do falecido. sessão do Congresso.
- “Venda à prazo”. Não existe crase antes de palavra masculina, a - Vendeu “uma” grama de ouro. Grama, peso, é palavra masculina:
menos que esteja subentendida a palavra moda: Salto à (moda de) Luís um grama de ouro, vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo,
XV. Nos demais casos: A salvo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter. são a agravante, a atenuante, a alface, a cal, etc.
- “Porque” você foi? Sempre que estiver clara ou implícita a palavra
- “Porisso”. Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de.
razão, use por que separado: Por que (razão) você foi? / Não sei por que
- Não viu “qualquer” risco. É nenhum, e não “qualquer”, que se
(razão) ele faltou. / Explique por que razão você se atrasou. Porque é usa-
do nas respostas: Ele se atrasou porque o trânsito estava congestionado. emprega depois de negativas: Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez
- Vai assistir “o” jogo hoje. Assistir como presenciar exige a: Vai nenhum reparo. / Nunca promoveu nenhuma confusão.
assistir ao jogo, à missa, à sessão. Outros verbos com a: A medida não - A feira “inicia” amanhã. Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira
agradou (desagradou) à população. / Eles obedeceram (desobedeceram) inicia-se (inaugura-se) amanhã.
aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu - Soube que os homens “feriram-se”. O que atrai o pronome: Soube
à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes. que os homens se feriram. / A festa que se realizou... O mesmo ocorre
- Preferia ir “do que” ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Pre- com as negativas, as conjunções subordinativas e os advérbios: Não lhe
feria ir a ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a diga nada. / Nenhum dos presentes se pronunciou. / Quando se falava no
morrer sem glória. assunto... / Como as pessoas lhe haviam dito... / Aqui se faz, aqui se paga.
- O resultado do jogo, não o abateu. Não se separa com vírgula o su- / Depois o procuro.
jeito do predicado. Assim: O resultado do jogo não o abateu. Outro erro: - O peixe tem muito “espinho”. Peixe tem espinha. Veja outras con-
O prefeito prometeu, novas denúncias. Não existe o sinal entre o predica- fusões desse tipo: O “fuzil” (fusível) queimou. / Casa “germinada” (gemi-
do e o complemento: O prefeito prometeu novas denúncias. nada), “ciclo” (círculo) vicioso, “cabeçário” (cabeçalho).
- Não há regra sem “excessão”. O certo é exceção. Veja outras gra- - Não sabiam “aonde” ele estava. O certo: Não sabiam onde ele es-
fias erradas e, entre parênteses, a forma correta: “paralizar” (paralisar), tava. Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele
“beneficiente” (beneficente), “xuxu” (chuchu), “previlégio” (privilégio), quer chegar. / Aonde vamos?

Didatismo e Conhecimento 16
PORTUGUÊS
- “Obrigado”, disse a moça. Obrigado concorda com a pessoa: - Blusa “em” seda. Usa-se de, e não em, para definir o material de
“Obrigada”, disse a moça. / Obrigado pela atenção. / Muito obrigados que alguma coisa é feita: Blusa de seda, casa de alvenaria, medalha de
por tudo. prata, estátua de madeira.
- O governo “interviu”. Intervir conjuga-se como vir. Assim: O - A artista “deu à luz a” gêmeos. A expressão é dar à luz, apenas: A ar-
governo interveio. Da mesma forma: intervinha, intervim, interviemos, tista deu à luz quíntuplos. Também é errado dizer: Deu “a luz a” gêmeos.
intervieram. Outros verbos derivados: entretinha, mantivesse, reteve, - Estávamos “em” quatro à mesa. O em não existe: Estávamos qua-
pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera, entrevimos, condisser, etc. tro à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco na sala.
- Ela era “meia” louca. Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio - Sentou “na” mesa para comer. Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se
esperta, meio amiga. em cima de. Veja o certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano,
- “Fica” você comigo. Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª à máquina, ao computador.
pessoa, o certo é fique: Fique você comigo. / Venha pra Caixa você tam- - Ficou contente “por causa que” ninguém se feriu. Embora popu-
bém. / Chegue aqui. lar, a locução não existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém
- A questão não tem nada “haver” com você. A questão, na verdade, se feriu.
- O time empatou “em” 2 a 2. A preposição é por: O time empatou
não tem nada a ver ou nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver
por 2 a 2. Repare que ele ganha por e perde por. Da mesma forma: empate
com você.
por.
- A corrida custa 5 “real”. A moeda tem plural, e regular: A corrida - À medida «em» que a epidemia se espalhava... O certo é: À medida
custa 5 reais. que a epidemia se espalhava... Existe ainda na medida em que (tendo em
- Vou “emprestar” dele. Emprestar é ceder, e não tomar por emprés- vista que): É preciso cumprir as leis, na medida em que elas existem.
timo: Vou pegar o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o livro (ceder) ao - Não queria que “receiassem” a sua companhia. O i não existe: Não
meu irmão. Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas malas. queria que receassem a sua companhia. Da mesma forma: passeemos,
- Foi “taxado” de ladrão. Tachar é que significa acusar de: Foi tacha- enfearam, ceaste, receeis (só existe i quando o acento cai no e que precede
do de ladrão. / Foi tachado de leviano. a terminação ear: receiem, passeias, enfeiam).
- Ele foi um dos que “chegou” antes. Um dos que faz a concordância - Eles “tem” razão. No plural, têm é assim, com acento. Tem é a for-
no plural: Ele foi um dos que chegaram antes (dos que chegaram antes, ma do singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem,
ele foi um). / Era um dos que sempre vibravam com a vitória. eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.
- “Cerca de 18” pessoas o saudaram. Cerca de indica arredonda- - A moça estava ali “há” muito tempo. Haver concorda com estava.
mento e não pode aparecer com números exatos: Cerca de 20 pessoas o Portanto: A moça estava ali havia (fazia) muito tempo. / Ele doara sangue
saudaram. ao filho havia (fazia) poucos meses. / Estava sem dormir havia (fazia) três
- Ministro nega que “é” negligente. Negar que introduz subjuntivo, meses. (O havia se impõe quando o verbo está no imperfeito e no mais-
assim como embora e talvez: Ministro nega que seja negligente. / O joga- -que-perfeito do indicativo.)
dor negou que tivesse cometido a falta. / Ele talvez o convide para a festa. - Não “se o” diz. É errado juntar o se com os pronomes o, a, os e as.
/ Embora tente negar, vai deixar a empresa. Assim, nunca use: Fazendo-se-os, não se o diz (não se diz isso), vê-se-a,
- Tinha “chego” atrasado. “Chego” não existe. O certo: Tinha che- etc.
gado atrasado. - Acordos “políticos-partidários”. Nos adjetivos compostos, só o úl-
- Tons “pastéis” predominam. Nome de cor, quando expresso por timo elemento varia: acordos político-partidários. Outros exemplos: Ban-
substantivo, não varia: Tons pastel, blusas rosa, gravatas cinza, camisas deiras verde-amarelas, medidas econômico-financeiras, partidos social-
creme. No caso de adjetivo, o plural é o normal: Ternos azuis, canetas -democratas.
pretas, fitas amarelas. - Andou por “todo” país. Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou
- Queria namorar “com” o colega. O com não existe: Queria namo- por todo o país (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira)
foi demitida. Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada
rar o colega.
homem) é mortal. / Toda nação (qualquer nação) tem inimigos.
- O processo deu entrada “junto ao” STF. Processo dá entrada no
- “Todos” amigos o elogiavam. No plural, todos exige os: Todos os
STF. Igualmente: O jogador foi contratado do (e não “junto ao”) Guarani.
amigos o elogiavam. / Era difícil apontar todas as contradições do texto.
/ Cresceu muito o prestígio do jornal entre os (e não “junto aos”) leitores. - Favoreceu “ao” time da casa. Favorecer, nesse sentido, rejeita a:
/ Era grande a sua dívida com o (e não “junto ao”) banco. / A reclamação Favoreceu o time da casa. / A decisão favoreceu os jogadores.
foi apresentada ao (e não “junto ao”) Procon. - Ela “mesmo” arrumou a sala. Mesmo, quanto equivale a próprio,
- As pessoas “esperavam-o”. Quando o verbo termina em m, ão ou é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas re-
õe, os pronomes o, a, os e as tomam a forma no, na, nos e nas: As pessoas correram à polícia.
esperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos. - Chamei-o e “o mesmo” não atendeu. Não se pode empregar o mes-
- Vocês “fariam-lhe” um favor? Não se usa pronome átono (me, te, mo no lugar de pronome ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. /
se, lhe, nos, vos, lhes) depois de futuro do presente, futuro do pretérito Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a
(antigo condicional) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe- decisão dos servidores (e não “dos mesmos”).
-iam) um favor? / Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca “imporá- - Vou sair “essa” noite. É este que designa o tempo no qual se está ou
-se”). / Os amigos nos darão (e não “darão-nos”) um presente. / Tendo-me objeto próximo: Esta noite, esta semana (a semana em que se está), este
formado (e nunca tendo “formado-me”). dia, este jornal (o jornal que estou lendo), este século (o século 20).
- Chegou “a” duas horas e partirá daqui “há” cinco minutos. Há indi- - A temperatura chegou a 0 “graus”. Zero indica singular sempre:
ca passado e equivale a faz, enquanto a exprime distância ou tempo futuro Zero grau, zero-quilômetro, zero hora.
(não pode ser substituído por faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá - Comeu frango “ao invés de” peixe. Em vez de indica substituição:
daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador estava a (distância) Comeu frango em vez de peixe. Ao invés de significa apenas ao contrário:
pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias. Ao invés de entrar, saiu.

Didatismo e Conhecimento 17
PORTUGUÊS
- Se eu “ver” você por aí... O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mes- - A realidade das pessoas “podem” mudar. Cuidado: palavra próxi-
ma forma: Se eu vier (de vir), convier; se eu tiver (de ter), mantiver; se ele ma ao verbo não deve influir na concordância. Por isso: A realidade das
puser (de pôr), impuser; se ele fizer (de fazer), desfizer; se nós dissermos pessoas pode mudar. / A troca de agressões entre os funcionários foi puni-
(de dizer), predissermos. da (e não “foram punidas”).
- Ele “intermedia” a negociação. Mediar e intermediar conjugam-se - O fato passou “desapercebido”. Na verdade, o fato passou desper-
como odiar: Ele intermedeia (ou medeia) a negociação. Remediar, ansiar cebido, não foi notado. Desapercebido significa desprevenido.
- “Haja visto” seu empenho... A expressão é haja vista e não varia:
e incendiar também seguem essa norma: Remedeiam, que eles anseiem,
Haja vista seu empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas crí-
incendeio.
ticas.
- Ninguém se “adequa”. Não existem as formas “adequa”, “adeque”, - A moça “que ele gosta”. Como se gosta de, o certo é: A moça de que
etc., mas apenas aquelas em que o acento cai no a ou o: adequaram, ade- ele gosta. Igualmente: O dinheiro de que dispõe, o filme a que assistiu (e
quou, adequasse, etc. não que assistiu), a prova de que participou, o amigo a que se referiu, etc.
- Evite que a bomba “expluda”. Explodir só tem as pessoas em que - É hora «dele» chegar. Não se deve fazer a contração da preposição
depois do “d” vêm “e” e “i”: Explode, explodiram, etc. Portanto, não es- com artigo ou pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele
creva nem fale “exploda” ou “expluda”, substituindo essas formas por chegar. / Apesar de o amigo tê-lo convidado... / Depois de esses fatos te-
rebente, por exemplo. Precaver-se também não se conjuga em todas as rem ocorrido...
pessoas. Assim, não existem as formas “precavejo”, “precavês”, “preca- - Vou “consigo”. Consigo só tem valor reflexivo (pensou consigo
vém”, “precavenho”, “precavenha”, “precaveja”, etc. mesmo) e não pode substituir com você, com o senhor. Portanto: Vou
- Governo “reavê” confiança. Equivalente: Governo recupera con- com você, vou com o senhor. Igualmente: Isto é para o senhor (e não
fiança. Reaver segue haver, mas apenas nos casos em que este tem a letra “para si”).
v: Reavemos, reouve, reaverá, reouvesse. Por isso, não existem “reavejo”, - Já “é” 8 horas. Horas e as demais palavras que definem tempo va-
riam: Já são 8 horas. / Já é (e não “são”) 1 hora, já é meio-dia, já é meia-
“reavê”, etc.
-noite.
- Disse o que “quiz”. Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de - A festa começa às 8 “hrs.”. As abreviaturas do sistema métrico de-
querer e pôr: Quis, quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse, cimal não têm plural nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não “kms.”), 5 m,
puseram, puséssemos. 10 kg.
- O homem “possue” muitos bens. O certo: O homem possui muitos - “Dado” os índices das pesquisas... A concordância é normal: Dados
bens. Verbos em uir só têm a terminação ui: Inclui, atribui, polui. Verbos os índices das pesquisas... / Dado o resultado... / Dadas as suas ideias...
em uar é que admitem ue: Continue, recue, atue, atenue. - Ficou “sobre” a mira do assaltante. Sob é que significa debaixo de:
- A tese “onde”... Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele Ficou sob a mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama. Sobre equivale
mora. / Veja o jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos, use em a em cima de ou a respeito de: Estava sobre o telhado. / Falou sobre a
que: A tese em que ele defende essa ideia. / O livro em que... / A faixa em inflação. E lembre-se: O animal ou o piano têm cauda e o doce, calda. Da
que ele canta... / Na entrevista em que... mesma forma, alguém traz alguma coisa e alguém vai para trás.
- Já “foi comunicado” da decisão. Uma decisão é comunicada, mas - “Ao meu ver”. Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a
ninguém “é comunicado” de alguma coisa. Assim: Já foi informado (cien- seu ver, a nosso ver.
tificado, avisado) da decisão. Outra forma errada: A diretoria “comuni-
cou” os empregados da decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou
a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos empregados. ACENTUAÇÃO GRÁFICA;
- “Inflingiu” o regulamento. Infringir é que significa transgredir: In-
fringiu o regulamento. Infligir (e não “inflingir”) significa impor: Infligiu
séria punição ao réu. Tonicidade
- A modelo “pousou” o dia todo. Modelo posa (de pose). Quem pou-
sa é ave, avião, viajante, etc. Não confunda também iminente (prestes a Num vocábulo de duas ou mais sílabas, há, em geral, uma que se
acontecer) com eminente (ilustre). Nem tráfico (contrabando) com tráfe- destaca por ser proferida com mais intensidade que as outras: é a sílaba
go (trânsito). tônica. Nela recai o acento tônico, também chamado acento de intensi-
- Espero que “viagem” hoje. Viagem, com g, é o substantivo: Minha dade ou prosódico. Exemplos: café, janela, médico, estômago, colecio-
viagem. A forma verbal é viajem (de viajar): Espero que viajem hoje. Evi- nador.
O acento tônico é um fato fonético e não deve ser confundido com o
te também “comprimentar” alguém: de cumprimento (saudação), só pode
acento gráfico (agudo ou circunflexo) que às vezes o assinala. A sílaba tô-
resultar cumprimentar. Comprimento é extensão. Igualmente: Comprido
nica nem sempre é acentuada graficamente. Exemplo: cedo, flores, bote,
(extenso) e cumprido (concretizado). pessoa, senhor, caju, tatus, siri, abacaxis.
- O pai “sequer” foi avisado. Sequer deve ser usado com negativa: As sílabas que não são tônicas chamam-se átonas (=fracas), e podem
O pai nem sequer foi avisado. / Não disse sequer o que pretendia. / Partiu ser pretônicas ou postônicas, conforme estejam antes ou depois da sílaba
sem sequer nos avisar. tônica. Exemplo: montanha, facilmente, heroizinho.
- Comprou uma TV “a cores”. Veja o correto: Comprou uma TV em De acordo com a posição da sílaba tônica, os vocábulos com mais de
cores (não se diz TV “a” preto e branco). Da mesma forma: Transmissão uma sílaba classificam-se em:
em cores, desenho em cores.
- “Causou-me” estranheza as palavras. Use o certo: Causaram-me Oxítonos: quando a sílaba tônica é a última: café, rapaz, escritor,
estranheza as palavras. Cuidado, pois é comum o erro de concordância maracujá.
quando o verbo está antes do sujeito. Veja outro exemplo: Foram inicia- Paroxítonos: quando a sílaba tônica é a penúltima: mesa, lápis, mon-
das esta noite as obras (e não “foi iniciado” esta noite as obras). tanha, imensidade.

Didatismo e Conhecimento 18
PORTUGUÊS
Proparoxítonos: quando a sílaba tônica é a antepenúltima: árvore, Acentuação dos Ditongos
quilômetro, México.
Acentuam-se a vogal dos ditongos abertos éi, éu, ói, quando tônicos.
Monossílabos são palavras de uma só sílaba, conforme a intensidade
com que se proferem, podem ser tônicos ou átonos. Segundo as novas regras os ditongos abertos “éi” e “ói” não são mais
acentuados em palavras paroxítonas: assembléia, platéia, idéia, colméia,
Monossílabos tônicos são os que têm autonomia fonética, sendo pro- boléia, Coréia, bóia, paranóia, jibóia, apóio, heróico, paranóico, etc. Fi-
cando: Assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia, Coreia, boia, paranoia,
feridos fortemente na frase em que aparecem: é, má, si, dó, nó, eu, tu, nós,
jiboia, apoio, heroico, paranoico, etc.
ré, pôr, etc.
Nos ditongos abertos de palavras oxítonas terminadas em éi, éu e
Monossílabos átonos são os que não têm autonomia fonética, sendo ói e monossílabas o acento continua: herói, constrói, dói, anéis, papéis,
proferidos fracamente, como se fossem sílabas átonas do vocábulo a que troféu, céu, chapéu.
se apoiam. São palavras vazias de sentido como artigos, pronomes oblí-
quos, elementos de ligação, preposições, conjunções: o, a, os, as, um, uns, Acentuação dos Hiatos
me, te, se, lhe, nos, de, em, e, que.
A razão do acento gráfico é indicar hiato, impedir a ditongação.
Acentuação dos Vocábulos Proparoxítonos Compare: caí e cai, doído e doido, fluído e fluido.
- Acentuam-se em regra, o /i/ e o /u/ tônicos em hiato com vogal ou
Todos os vocábulos proparoxítonos são acentuados na vogal tônica: ditongo anterior, formando sílabas sozinhos ou com s: saída (sa-í-da), saú-
de (sa-ú-de), faísca, caíra, saíra, egoísta, heroína, caí, Xuí, Luís, uísque,
- Com acento agudo se a vogal tônica for i, u ou a, e, o abertos: balaústre, juízo, país, cafeína, baú, baús, Grajaú, saímos, eletroímã, reúne,
construía, proíbem, influí, destruí-lo, instruí-la, etc.
xícara, úmido, queríamos, lágrima, término, déssemos, lógico, binóculo,
- Não se acentua o /i/ e o /u/ seguidos de nh: rainha, fuinha, moinho,
colocássemos, inúmeros, polígono, etc.
lagoinha, etc; e quando formam sílaba com letra que não seja s: cair (ca-
- Com acento circunflexo se a vogal tônica for fechada ou nasal: lâm- -ir), sairmos, saindo, juiz, ainda, diurno, Raul, ruim, cauim, amendoim,
pada, pêssego, esplêndido, pêndulo, lêssemos, estômago, sôfrego, fôsse- saiu, contribuiu, instruiu, etc.
mos, quilômetro, sonâmbulo etc.
Segundo as novas regras da Língua Portuguesa não se acentua
Acentuação dos Vocábulos Paroxítonos mais o /i/ e /u/ tônicos formando hiato quando vierem depois de ditongo:
baiúca, boiúna, feiúra, feiúme, bocaiúva, etc. Ficaram: baiuca, boiuna,
Acentuam-se com acento adequado os vocábulos paroxítonos ter- feiura, feiume, bocaiuva, etc.
minados em:
Os hiatos “ôo” e “êe” não são mais acentuados: enjôo, vôo, perdôo,
- ditongo crescente, seguido, ou não, de s: sábio, róseo, planície, nó- abençôo, povôo, crêem, dêem, lêem, vêem, relêem. Ficaram: enjoo, voo,
dua, Márcio, régua, árdua, espontâneo, etc. perdoo, abençoo, povoo, creem, deem, leem, veem, releem.
- i, is, us, um, uns: táxi, lápis, bônus, álbum, álbuns, jóquei, vôlei,
Acento Diferencial
fáceis, etc.
- l, n, r, x, ons, ps: fácil, hífen, dólar, látex, elétrons, fórceps, etc.
Emprega-se o acento diferencial como sinal distintivo de vocábulos
- ã, ãs, ão, ãos, guam, guem: ímã, ímãs, órgão, bênçãos, enxáguam, homógrafos, nos seguintes casos:
enxáguem, etc. - pôr (verbo) - para diferenciar de por (preposição).
- verbo poder (pôde, quando usado no passado)
Não se acentua um paroxítono só porque sua vogal tônica é aberta ou - é facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as pala-
fechada. Descabido seria o acento gráfico, por exemplo, em cedo, este, es- vras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais
pelho, aparelho, cela, janela, socorro, pessoa, dores, flores, solo, esforços. clara. Exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo?
Acentuação dos Vocábulos Oxítonos
Segundo as novas regras da Língua Portuguesa não existe mais o
Acentuam-se com acento adequado os vocábulos oxítonos termina- acento diferencial em palavras homônimas (grafia igual, som e sentido
dos em: diferentes) como:
- a, e, o, seguidos ou não de s: xará, serás, pajé, freguês, vovô, avós,
etc. Seguem esta regra os infinitivos seguidos de pronome: cortá-los, - côa(s) (do verbo coar) - para diferenciar de coa, coas (com + a,
com + as);
vendê-los, compô-lo, etc.
- pára (3ª pessoa do singular do presente do indicativo do verbo pa-
- em, ens: ninguém, armazéns, ele contém, tu conténs, ele convém, rar) - para diferenciar de para (preposição);
ele mantém, eles mantêm, ele intervém, eles intervêm, etc. - péla (do verbo pelar) e em péla (jogo) - para diferenciar de pela
(combinação da antiga preposição per com os artigos ou pronomes a, as);
Acentuação dos Monossílabos - pêlo (substantivo) e pélo (v. pelar) - para diferenciar de pelo (com-
binação da antiga preposição per com os artigos o, os);
Acentuam-se os monossílabos tônicos: a, e, o, seguidos ou não de s: - péra (substantivo - pedra) - para diferenciar de pera (forma arcaica
há, pá, pé, mês, nó, pôs, etc. de para - preposição) e pêra (substantivo);

Didatismo e Conhecimento 19
PORTUGUÊS
- pólo (substantivo) - para diferenciar de polo (combinação popular a) herbivoro-ridiculo
regional de por com os artigos o, os); b) logaritmo-urubu
- pôlo (substantivo - gavião ou falcão com menos de um ano) - para c) miudo-sacrificio
diferenciar de polo (combinação popular regional de por com os artigos d) carnauba-germem
o, os); e) Biblia-hieroglifo

Emprego do Til 07- “Andavam devagar, olhando para trás...” (J.A. de Almeida-
-Américo A. Bagaceira). Assinale o item em que nem todas as palavras
O til sobrepõe-se às letras “a” e “o” para indicar vogal nasal. Pode são acentuadas pelo mesmo motivo da palavra grifada no texto.
figurar em sílaba: a) Más – vês
- tônica: maçã, cãibra, perdão, barões, põe, etc; b) Mês – pás
- pretônica: ramãzeira, balõezinhos, grã-fino, cristãmente, etc; c) Vós – Brás
- átona: órfãs, órgãos, bênçãos, etc. d) Pés – atrás
e) Dês – pés
Trema (o trema não é acento gráfico)
08- Indique a única alternativa em que nenhuma palavra é acentuada
graficamente:
Desapareceu o trema sobre o /u/ em todas as palavras do português:
a) lapis, canoa, abacaxi, jovens,
Linguiça, averiguei, delinquente, tranquilo, linguístico. Exceto as de lín-
b) ruim, sozinho, aquele, traiu
gua estrangeira: Günter, Gisele Bündchen, müleriano. c) saudade, onix, grau, orquídea
d) flores, açucar, album, virus,
Exercícios e) voo, legua, assim, tenis
01- O acento gráfico de “três” justifica-se por ser o vocábulo: 09- Nas alternativas, a acentuação gráfica está correta em todas as
a) Monossílabo átono terminado em ES. palavras, exceto:
b) Oxítono terminado em ES a) jesuíta, caráter
c) Monossílabo tônico terminado em S b) viúvo, sótão
d) Oxítono terminado em S c) baínha, raiz
e) Monossílabo tônico terminado em ES d) Ângela, espádua
e) gráfico, flúor
02- Se o vocábulo concluiu não tem acento gráfico, tal não acontece
com uma das seguinte formas do verbo concluir: 10- Até ........ momento, ........ se lembrava de que o antiquário tinha o
a) concluia ......... que procurávamos.
b) concluirmos a) Aquêle-ninguém-baú
c) concluem b) Aquêle-ninguém-bau
d) concluindo c) Aquêle-ninguem-baú
e) concluas d) Aquele-ninguém-baú
03- Nenhum vocábulo deve receber acento gráfico, exceto: e) Aquéle-ninguém-bau
a) sururu
b) peteca Respostas: (1-E) (2-A) (3-E) (4-A) (5-A) (6-B) (7-D) (8-B) (9-C)
c) bainha (10-D)
d) mosaico
e) beriberi
PONTUAÇÃO;
04- Todos os vocábulos devem ser acentuados graficamente, exceto:
a) xadrez
b) faisca
c) reporter Os sinais de pontuação são sinais gráficos empregados na língua es-
d) Oasis crita para tentar recuperar recursos específicos da língua falada, tais como:
e) proteina entonação, jogo de silêncio, pausas, etc.
05- Assinale a opção em que o par de vocábulos não obedece à mes- Ponto ( . )
ma regra de acentuação gráfica. - indicar o final de uma frase declarativa: Lembro-me muito bem
a) sofismático/ insondáveis dele.
b) automóvel/fácil - separar períodos entre si: Fica comigo. Não vá embora.
c) tá/já - nas abreviaturas: Av.; V. Ex.ª
d) água/raciocínio
e) alguém/comvém Vírgula ( , ): É usada para marcar uma pausa do enunciado com a
finalidade de nos indicar que os termos por ela separados, apesar de par-
06- Os dois vocábulos de cada item devem ser acentuado grafica- ticiparem da mesma frase ou oração, não formam uma unidade sintática:
mente, exceto: Lúcia, esposa de João, foi a ganhadora única da Sena.

Didatismo e Conhecimento 20
PORTUGUÊS
Podemos concluir que, quando há uma relação sintática entre termos - separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou redu-
da oração, não se pode separá-los por meio de vírgula. Não se separam zidas), principalmente se estiverem antepostas à oração principal: “No
por vírgula: momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo com
- predicado de sujeito; o corpo apresentou o gancho.” (O selvagem - José de Alencar)
- objeto de verbo; - separar as orações intercaladas: “- Senhor, disse o velho, tenho
- adjunto adnominal de nome; grandes contentamentos em a estar plantando...”. Essas orações poderão
ter suas vírgulas substituídas por duplo travessão: “Senhor - disse o velho
- complemento nominal de nome;
- tenho grandes contentamentos em a estar plantando...”
- predicativo do objeto do objeto;
- separar as orações substantivas antepostas à principal: Quanto custa
- oração principal da subordinada substantiva (desde que esta não viver, realmente não sei.
seja apositiva nem apareça na ordem inversa).
Ponto-e-Vírgula ( ; )
A vírgula no interior da oração
- separar os itens de uma lei, de um decreto, de uma petição, de uma
É utilizada nas seguintes situações: sequência, etc:
- separar o vocativo: Maria, traga-me uma xícara de café; A educa- Art. 127 – São penalidades disciplinares:
ção, meus amigos, é fundamental para o progresso do país. I- advertência;
- separar alguns apostos: Valdete, minha antiga empregada, esteve II- suspensão;
aqui ontem. III- demissão;
- separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado: Chegando IV- cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V- destituição de cargo em comissão;
de viagem, procurarei por você; As pessoas, muitas vezes, são falsas.
VI-  destituição de função comissionada. (cap. V das penalidades
- separar elementos de uma enumeração: Precisa-se de pedreiros,
Direito Administrativo)
serventes, mestre-de-obras.
- isolar expressões de caráter explicativo ou corretivo: Amanhã, ou - separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordena-
melhor, depois de amanhã podemos nos encontrar para acertar a viagem. das nas quais já tenham tido utilizado a vírgula: “O rosto de tez amarelen-
- separar conjunções intercaladas: Não havia, porém, motivo para ta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciadamente
tanta raiva. vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crô-
- separar o complemento pleonástico antecipado: A mim, nada me nica de que sofria desde moço se foi transformando em opressora asma
importa. cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso (...)” (Visconde de
- isolar o nome de lugar na indicação de datas: Belo Horizonte, 26 Taunay)
de janeiro de 2011.
- separar termos coordenados assindéticos: “Lua, lua, lua, lua, por Dois-Pontos ( : )
um momento meu canto contigo compactua...”  (Caetano Veloso) - iniciar a fala dos personagens: Então o padre respondeu: __Parta
agora.
- marcar a omissão de um termo (normalmente o verbo): Ela prefere
- antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência
ler jornais e eu, revistas. (omissão do verbo preferir)
de palavras que explicam, resumem ideias anteriores: Meus amigos são
Termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem dispensam poucos: Fátima, Rodrigo e Gilberto.
o uso da vírgula: Conversaram sobre futebol, religião e política. Não se - antes de citação: Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor
falavam nem se olhavam; Ainda não me decidi se viajarei para Bahia ou não seja eterno posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.”
Ceará. Entretanto, se essas conjunções aparecerem repetidas, com a fina-
lidade de dar ênfase, o uso da vírgula passa a ser obrigatório: Não fui nem Ponto de Interrogação ( ? )
ao velório, nem ao enterro, nem à missa de sétimo dia. - Em perguntas diretas: Como você se chama?
- Às vezes, juntamente com o ponto de exclamação: Quem ganhou
A vírgula entre orações na loteria? Você. Eu?!

É utilizada nas seguintes situações: Ponto de Exclamação ( ! )


- separar as orações subordinadas adjetivas explicativas: Meu pai, de - Após vocativo: “Parte, Heliel!” ( As violetas de Nossa Sra.- Hum-
berto de Campos).
quem guardo amargas lembranças, mora no Rio de Janeiro.
- Após imperativo: Cale-se!
- separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas (exceto as
- Após interjeição: Ufa! Ai!
iniciadas pela conjunção “e”: Acordei, tomei meu banho, comi algo e saí - Após palavras ou frases que denotem caráter emocional: Que pena!
para o trabalho; Estudou muito, mas não foi aprovado no exame.
Reticências ( ... )
Há três casos em que se usa a vírgula antes da conjunção: - indicar dúvidas ou hesitação do falante: Sabe...eu queria te dizer
- quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes: Os ri- que...esquece.
cos estão cada vez mais ricos, e os pobres, cada vez mais pobres. - interrupção de uma frase deixada gramaticalmente incompleta:
- quando a conjunção e vier repetida com a finalidade de dar ênfase Alô! João está? Agora não se encontra. Quem sabe se ligar mais tarde...
(polissíndeto): E chora, e ri, e grita, e pula de alegria. - ao fim de uma frase gramaticalmente completa com a intenção de
- quando a conjunção e assumir valores distintos que não seja da adi- sugerir prolongamento de ideia: “Sua tez, alva e pura como um foco de
ção (adversidade, consequência, por exemplo): Coitada! Estudou muito, algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília- José de
e ainda assim não foi aprovada. Alencar)

Didatismo e Conhecimento 21
PORTUGUÊS
- indicar supressão de palavra (s) numa frase transcrita: “Quando c) A estes, porém, o mais que pode acontecer é que se riam deles os
penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros - Raimundo Fagner) outros, sem que este riso os impeça de conservar as suas roupas e o seu
     calçado.
Aspas ( “  ” ) d) Na civilização e na fraqueza ia para onde me impeliam muito dó-
- isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gí- cil muito leve, como os pedaços da carta de ABC, triturados soltos no ar.
rias, estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos e expressões e) Conduziram-me à rua da Conceição, mas só mais tarde notei, que
populares: Maria ganhou um apaixonado “ósculo” do seu admirador; A me achava lá, numa sala pequena.
festa na casa de Lúcio estava “chocante”; Conversando com meu supe-
rior, dei a ele um “feedback” do serviço a mim requerido. 02. Das redações abaixo, assinale a que não está pontuada correta-
- indicar uma citação textual: “Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, mente:
às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e refiz a mala”. (O a) Os candidatos, em fila, aguardavam ansiosos o resultado do con-
prazer de viajar - Eça de Queirós) curso.
Se, dentro de um trecho já destacado por aspas, se fizer necessário a b) Em fila, os candidatos, aguardavam, ansiosos, o resultado do con-
utilização de novas aspas, estas serão simples. ( ‘  ‘ ) curso.
c) Ansiosos, os candidatos aguardavam, em fila, o resultado do con-
Parênteses ( () ) curso.
- isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo e datas: d) Os candidatos ansiosos aguardavam o resultado do concurso, em
Na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), ocorreu inúmeras perdas humanas; fila.
“Uma manhã lá no Cajapió (Joca lembrava-se como se fora na véspera), e) Os candidatos, aguardavam ansiosos, em fila, o resultado do con-
acordara depois duma grande tormenta no fim do verão”. (O milagre das curso.
chuvas no nordeste- Graça Aranha)
Os parênteses também podem substituir a vírgula ou o travessão. Instruções para as questões de números 03 e 04: Os períodos abaixo
apresentam diferenças de pontuação, assinale a letra que corresponde ao
Travessão ( __ ) período de pontuação correta:
- dar início à fala de um personagem: O filho perguntou: __Pai,
quando começarão as aulas? 03.
- indicar mudança do interlocutor nos diálogos. __Doutor, o que te- a) Pouco depois, quando chegaram, outras pessoas a reunião ficou
nho é grave? __Não se preocupe, é uma simples infecção. É só tomar um mais animada.
antibiótico e estará bom. b) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião ficou
- unir grupos de palavras que indicam itinerário: A rodovia Belém- mais animada.
-Brasília está em péssimo estado. c) Pouco depois, quando chegaram outras pessoas, a reunião ficou
Também pode ser usado em substituição à virgula em expressões ou mais animada.
frases explicativas: Xuxa – a rainha dos baixinhos – é loira. d) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião, ficou
mais animada.
Parágrafo e) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião ficou,
Constitui cada uma das secções de frases de um escritor; começa mais animada.
por letra maiúscula, um pouco além do ponto em que começam as outras
linhas. 04.
a) Precisando de mim procure-me; ou melhor telefone que eu venho.
Colchetes ( [] ) b) Precisando de mim procure-me, ou, melhor telefone que eu ve-
Utilizados na linguagem científica. nho.
c) Precisando, de mim, procure-me ou melhor, telefone, que eu ve-
Asterisco ( * ) nho.
Empregado para chamar a atenção do leitor para alguma nota (ob- d) Precisando de mim, procure-me; ou melhor, telefone, que eu ve-
servação). nho.
e) Precisando, de mim, procure-me ou, melhor telefone que eu ve-
Barra ( / ) nho.
Aplicada nas abreviações das datas e em algumas abreviaturas.
05. Os períodos abaixo apresentam diferenças de pontuação. Assina-
Hífen (−) le a letra que corresponde ao período de pontuação correta:
Usado para ligar elementos de palavras compostas e para unir prono- a) José dos Santos paulista, 23 anos vive no Rio.
mes átonos a verbos. Exemplo: guarda-roupa b) José dos Santos paulista 23 anos, vive no Rio.
c) José dos Santos, paulista 23 anos, vive no Rio.
Exercícios d) José dos Santos, paulista 23 anos vive, no Rio.
e) José dos Santos, paulista, 23 anos, vive no Rio.
01. Assinale o texto de pontuação correta:
a) Não sei se disse, que, isto se passava, em casa de uma comadre, 06. A alternativa com pontuação correta é:
minha avó. a) Tenha cuidado, ao parafrasear o que ouvir. Nossa capacidade de
b) Eu tinha, o juízo fraco, e em vão tentava emendar-me: provocava retenção é variável e muitas vezes inconscientemente, deturpamos o que
risos, muxoxos, palavrões. ouvimos.

Didatismo e Conhecimento 22
PORTUGUÊS
b) Tenha cuidado ao parafrasear o que ouvir: nossa capacidade de 10.
retenção é variável e, muitas vezes, inconscientemente, deturpamos o que a) Deixo ao leitor calcular quanta paixão a bela viúva, empregou na
ouvimos. execução do canto.
c) Tenha cuidado, ao parafrasear o que ouvir! Nossa capacidade de b) Deixo ao leitor calcular quanta paixão a bela viúva empregou na
retenção é variável e muitas vezes inconscientemente, deturpamos o que execução do canto.
ouvimos. c) Deixo ao leitor calcular quanta paixão, a bela viúva, empregou na
d) Tenha cuidado ao parafrasear o que ouvir; nossa capacidade de execução do canto.
retenção, é variável e - muitas vezes inconscientemente, deturpamos o d) Deixo ao leitor calcular, quanta paixão a bela viúva, empregou na
que ouvimos. execução do canto.
e) Tenha cuidado, ao parafrasear o que ouvir. Nossa capacidade de e) Deixo ao leitor, calcular quanta paixão a bela viúva, empregou na
retenção é variável - e muitas vezes inconscientemente - deturpamos, o execução do canto.
que ouvimos.
Respostas: 01-C / 02-E / 03-C / 04-D / 05-E / 06-B / 07-D / 08-B /
     
09-E / 10-B
Nas questões 07 a 10, os períodos foram pontuados de cinco formas
diferentes. Leia-os todos e assinale a letra que corresponde ao período de
pontuação correta:

07. CLASSES GRAMATICAIS;


a) Entra a propósito, disse Alves, o seu moleque, conhece pouco os
deveres da hospitalidade.
b) Entra a propósito disse Alves, o seu moleque conhece pouco os Artigo
deveres da hospitalidade.
c) Entra a propósito, disse Alves o seu moleque conhece pouco os Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determi-
deveres da hospitalidade. ná-los, indicando, ao mesmo tempo, gênero e número.
d) Entra a propósito, disse Alves, o seu moleque conhece pouco os Dividem-se os artigos em: definidos: o, a, os, as e indefinidos: um,
deveres da hospitalidade. uma, uns, umas.
e) Entra a propósito, disse Alves, o seu moleque conhece pouco, os Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particu-
deveres da hospitalidade. lar: Viajei com o médico.
Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreci-
08. so, geral: Viajei com um médico.
a) Prima faça calar titio suplicou o moço, com um leve sorriso que
imediatamente se lhe apagou. - Ambas as mãos. Usa-se o artigo entre o numeral ambas e o subs-
b) Prima, faça calar titio, suplicou o moço com um leve sorriso que tantivo: Ambas as mãos são perfeitas.
imediatamente se lhe apagou.
c) Prima faça calar titio, suplicou o moço com um leve sorriso que - Estou em Paris / Estou na famosa Paris. Não se usa artigo antes dos
imediatamente se lhe apagou. nomes de cidades, a menos que venham determinados por adjetivos ou
d) Prima, faça calar titio suplicou o moço com um leve sorriso que locuções adjetivas.
imediatamente se lhe apagou. Vim de Paris
e) Prima faça calar titio, suplicou o moço com um leve sorriso que, Vim da luminosa Paris.
imediatamente se lhe apagou.
Mas com alguns nomes de cidades conservamos o artigo.
O Rio de Janeiro, O Cairo, O Porto.
09.
a) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gordo, fi-
Pode ou não ocorrer crase antes dos nomes de cidade, conforme ve-
sionomia insinuante, destas que mesmo sérias, trazem impresso constante
nham ou não precedidos de artigo.
sorriso. Vou a Paris.
b) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gordo, fi- Vou à Paris dos museus.
sionomia insinuante, destas que mesmo sérias trazem, impresso constante
sorriso. - Toda cidade / toda a cidade. Todo, toda designam qualquer, cada.
c) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gordo, fisio- Toda cidade pode concorrer (qualquer cidade).
nomia insinuante, destas que, mesmo sérias, trazem impresso, constante Todo o, toda a designam totalidade, inteireza.
sorriso. Conheci toda a cidade (a cidade inteira).
d) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gordo, fi-
sionomia insinuante, destas que, mesmo sérias trazem impresso constante No plural, usa-se todos os, todas as, exceto antes de numeral não
sorriso. seguido de substantivo.
e) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gordo, fisio- Todas as cidades vieram.
nomia insinuante, destas que, mesmo sérias, trazem impresso constante Todos os cinco clubes disputarão o título.
sorriso. Todos cinco são concorrentes.

Didatismo e Conhecimento 23
PORTUGUÊS
- Tua decisão / a tua decisão. De maneira geral, é facultativo o uso do Substantivo Simples: É simples o substantivo formado por um úni-
artigo antes dos possessivos. co radical. Por exemplo: pedra, pedreiro, jornal, jornalista.
Aplaudimos tua decisão. Substantivo Composto: É composto o substantivo formado por
Aplaudimos a tua decisão. dois ou mais radicais. Por exemplo: pedra-sabão, homem-rã, passa-
tempo.
Se o possessivo não vier seguido de substantivo explícito é obrigató-
ria a ocorrência do artigo. Substantivo Coletivo: É coletivo o substantivo no singular que indi-
Aplaudiram a tua decisão e não a minha. ca diversos elementos de uma mesma espécie.
- abelha - enxame, cortiço, colmeia
- Decisões as mais oportunas / as mais oportunas decisões. No su- - acompanhante - comitiva, cortejo, séquito
perlativo relativo, não se usa o artigo antes e depois do substantivo. - alho - (quando entrelaçados) réstia, enfiada, cambada
Tomou decisões as mais oportunas. - aluno - classe
- amigo - (quando em assembleia) tertúlia
Tomou as decisões mais oportunas.
É errado: Tomou as decisões as mais oportunas.
Adjetivo
- Faz uns dez anos. O artigo indefinido, posto antes de um numeral,
É a classe gramatical de palavras que exprimem qualidade, defeito,
designa quantidade aproximada: Faz uns dez anos que saí de lá. origem, estado do ser.
- Em um / num. Os artigos definidos e indefinidos contraem-se com Classificação dos Adjetivos
preposições: de + o= do, de + a= da, etc. As formas de + um e em + um
podem-se usar contraídas (dum e num) ou separadas (de um, em um). Explicativo - exprime qualidade própria do se. Por exemplo, neve
Estava em uma cidade grande. Estava numa cidade grande. fria.
Restritivo - exprime qualidade que não é própria do ser. Ex: fruta
Substantivo madura.
Primitivo - não vem de outra palavra portuguesa. Por exemplo, bom
Substantivo é tudo o que nomeia as “coisas” em geral. e mau.
Substantivo é tudo o que pode ser visto, pego ou sentido. Derivado - tem origem em outra palavra portuguesa. Por exemplo,
Substantivo é tudo o que pode ser precedido de artigo . bondoso
Simples - formado de um só radical. Por exemplo, brasileiro.
Classificação e Formação Composto - formado de mais de um radical. Por exemplo, franco-
-brasileiro.
Substantivo Comum: Substantivo comum é aquele que designa os Pátrio - é o adjetivo que indica a naturalidade ou a nacionalidade do
seres de uma espécie de forma genérica. Por exemplo: pedra, computa- ser. Por exemplo, brasileiro, cambuiense, etc.
dor, cachorro, homem, caderno.
Locução Adjetiva
Substantivo Próprio: Substantivo próprio é aquele que designa um
ser específico, determinado, individualizando-o. Por exemplo: Maxi, É toda expressão formada de uma preposição mais um substantivo,
Londrina, Dílson, Ester. O substantivo próprio sempre deve ser escrito equivalente a um adjetivo. Por exemplo, homens com aptidão (aptos),
com letra maiúscula. bandeira da Irlanda (irlandesa).

Gêneros dos Adjetivos


Substantivo Concreto: Substantivo concreto é aquele que designa
seres que existem por si só ou apresentam-se em nossa imaginação como
Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra
se existissem por si. Por exemplo: ar, som, Deus, computador, Ester.
para o feminino. Por exemplo, mau e má, judeu e judia. Se o adjetivo é
composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último elemen-
Substantivo Abstrato: Substantivo abstrato é aquele que designa to. Por exemplo, o motivo sócio-literário e a causa sócio-literária. Exce-
prática de ações verbais, existência de qualidades ou sentimentos hu- ção = surdo-mudo e surda-muda.
manos. Por exemplo: saída (prática de sair), beleza (existência do belo),
saudade. Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como para o
feminino. Por exemplo, homem feliz ou cruel e mulher feliz ou cruel. Se
Formação dos substantivos o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino. Por exem-
plo, conflito político-social e desavença político-social.
Substantivo Primitivo: É primitivo o substantivo que não se origina
de outra palavra existente na língua portuguesa. Por exemplo: pedra, jor- Número dos Adjetivos
nal, gato, homem.
Plural dos adjetivos simples: Os adjetivos simples flexionam-se no
Substantivo Derivado: É derivado o substantivo que provém de plural de acordo com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos
outra palavra da língua portuguesa. Por exemplo: pedreiro, jornalista, substantivos simples. Por exemplo, mau e maus, feliz e felizes, ruim e
gatarrão, homúnculo. ruins, boa e boas.

Didatismo e Conhecimento 24
PORTUGUÊS
Plural dos adjetivos compostos: Os adjetivos compostos flexionam- um primeiro vinte vigésimo
-se no plural de acordo com as seguintes regras:
- os adjetivos compostos formados de adjetivo + adjetivo flexionam dois segundo trinta trigésimo
somente o último elemento. Por exemplo, luso-brasileiro e luso-brasilei- três terceiro cinquenta quinquagésimo
ros. Exceções: surdo-mudo e surdos-mudos. E ficam invariáveis os se- quatro quarto sessenta sexagésimo
guintes adjetivos compostos: azul-celeste e azul-marinho.
- os adjetivos compostos formados de palavra invariável + adjetivo cinco quinto setenta septuagésimo
flexionam também só o último elemento. Por exemplo, mal-educado e seis sexto cem centésimo
mal-educados. sete sétimo quinhentos quingentésimo
- os adjetivos compostos formados de adjetivo + substantivo ficam
invariáveis. Por exemplo, carro(s) verde-canário. oito oitavo seiscentos sexcentésimo
- as expressões formadas de cor + de + substantivo também ficam nove nono mil milésimo
invariáveis. Por exemplo, cabelo(s) cor-de-ouro. dez décimo milhão milionésimo
Graus dos Adjetivos Faz-se a leitura do numeral cardinal, dispondo-se a palavra “e” en-
tre as centenas e as dezenas e entre as dezenas e unidades. Por exemplo,
O adjetivo flexiona-se em grau para indicar a intensidade da qualida- 1.203.726 = um milhão duzentos e três mil setecentos e vinte e seis.
de do ser. Existem, para o adjetivo, dois graus:
Pronome
Comparativo
- de igualdade: tão (tanto, tal) bom como (quão, quanto). A palavra que acompanha (determina) ou substitui um nome é deno-
- de superioridade: analítico (mais bom do que) e sintético (melhor minada pronome. Ex.: Ana disse para sua irmã: - Eu preciso do meu livro
que). de matemática. Você não o encontrou? Ele estava aqui em cima da mesa. 
- de inferioridade: menos bom que (do que). - eu substitui “Ana”
- meu acompanha “o livro de matemática”
Superlativo - o substitui “o livro de matemática”
- absoluto: analítico (muito bom) e sintético (ótimo, erudito; ou bo- - ele substitui “o livro de matemática”
níssimo, popular).
- relativo: de superioridade (o mais bom de) e de inferioridade (o Flexão: Quanto à forma, o pronome varia em gênero, número e pes-
menos bom ). soa:

Somente seis adjetivos têm o grau comparativo de superioridade Gênero (masculino/feminino)


sintético. Veja-os: de bom - melhor, de mau - pior, de grande - maior, de Ele saiu/Ela saiu
pequeno - menor, de alto - superior, de baixo - inferior. Para estes seis ad- Meu carro/Minha casa
jetivos, usamos a forma analítica do grau comparativo de superioridade,
quando se comparam duas qualidades do mesmo ser. Por exemplo, Ele é Número (singular/plural)
mais bom que inteligente. Usa-se a forma sintética do grau comparativo Eu saí/Nós saímos
de superioridade, quando se comparam dois seres através da mesma qua- Minha casa/Minhas casas
lidade. Por exemplo: Ela é melhor que você.
Pessoa (1ª/2ª/3ª)
Numeral Eu saí/Tu saíste/Ele saiu
Meu carro/Teu carro/Seu carro
É a classe de palavras que exprimem quantidade, ordem, divisão e
multiplicação dos seres na natureza. Função: O pronome tem duas funções fundamentais:

Classificação Substituir o nome: Nesse caso, classifica-se como pronome subs-


tantivo e constitui o núcleo de um grupo nominal. Ex.: Quando cheguei,
Cardinais: indicam contagem, medida. Por exemplo, um, dois, ela se calou. (ela é o núcleo do sujeito da segunda oração e se trata de um
três… pronome substantivo porque está substituindo um nome)
Ordinais: indicam a ordem do ser numa série dada. Por exemplo,
primeiro, segundo, terceiro… Referir-se ao nome: Nesse caso, classifica-se como pronome adje-
Fracionários: indicam a divisão dos seres. Por exemplo, meio, terço, tivo e constitui uma palavra dependente do grupo nominal. Ex.: Nenhum
quarto, quinto … aluno se calou. (o sujeito “nenhum aluno” tem como núcleo o substantivo
Multiplicativos: indicam a multiplicação dos seres. Por exemplo, do- “aluno” e como palavra dependente o pronome adjetivo “nenhum”)
bro, triplo, quádruplo, quíntuplo … Pronomes Pessoais: São aqueles que substituem os nomes e repre-
sentam as pessoas do discurso:
1ª pessoa - a pessoa que fala - eu/nós
2ª pessoa - a pessoa com que se fala - tu/vós
3ª pessoa - a pessoa de quem se fala - ele/ela/eles/elas

Didatismo e Conhecimento 25
PORTUGUÊS
Pronomes pessoais retos: são os que têm por função principal representar o sujeito ou predicativo. 
Pronomes pessoais oblíquos: são os que podem exercer função de complemento.

Pronomes Oblíquos

- Associação de pronomes a verbos: Os pronomes oblíquos o, a, os, as, quando associados a verbos terminados em -r, -s, -z, assumem as formas lo, la,
los, las, caindo as consoantes. Ex.: Carlos quer convencer seu amigo a fazer uma viagem; Carlos quer convencê-lo a fazer uma viagem.

- Quando associados a verbos terminados em ditongo nasal (-am, -em, -ão, -õe), assumem as formas no, na, nos, nas. Ex.: Fizeram um relatório;
Fizeram-no.

- Os pronomes oblíquos podem ser reflexivos e quando isso ocorre se referem ao sujeito da oração. Ex.: Maria olhou-se no espelho; Eu não consegui
controlar-me diante do público.

- Antes do infinitivo precedido de preposição, o pronome usado deverá ser o reto, pois será sujeito do verbo no infinitivo. Ex.: O professor trouxe o
livro para mim. (pronome oblíquo, pois é um complemento); O professor trouxe o livro para eu ler. (pronome reto, pois é sujeito)

Pronomes de Tratamento: São aqueles que substituem a terceira pessoa gramatical. Alguns são usados em tratamento cerimonioso e outros em
situações de intimidade. Conheça alguns:
- você (v.): tratamento familiar
- senhor (Sr.), senhora (Srª.): tratamento de respeito
- senhorita (Srta.): moças solteiras
- Vossa Senhoria (V.Sª.): para pessoa de cerimônia
- Vossa Excelência (V.Exª.): para altas autoridades
- Vossa Reverendíssima (V. Revmª.): para sacerdotes
- Vossa Eminência (V.Emª.): para cardeais
- Vossa Santidade (V.S.): para o Papa
- Vossa Majestade (V.M.): para reis e rainhas
- Vossa Majestade Imperial (V.M.I.): para imperadores
- Vossa Alteza (V.A.): para príncipes, princesas e duques

1- Os pronomes e os verbos ligados aos pronomes de tratamento devem estar na 3ª pessoa. Ex.: Vossa Excelência já terminou a audiência? (nesse
fragmento se está dirigindo a pergunta à autoridade)
2- Quando apenas nos referimos a essas pessoas, sem que estejamos nos dirigindo a elas, o pronome “vossa” se transforma no possessivo “sua”. Ex.:
Sua Excelência já terminou a audiência? (nesse fragmento não se está dirigindo a pergunta à autoridade, mas a uma terceira pessoa do discurso)

Didatismo e Conhecimento 26
PORTUGUÊS
Pronomes Possessivos: São aqueles que indicam ideia de posse. Além de indicar a coisa possuída, indicam a pessoa gramatical possuidora.

Existem palavras que eventualmente funcionam como pronomes possessivos. Ex.: Ele afagou-lhe (seus) os cabelos.

Pronomes Demonstrativos: Os pronomes demonstrativos possibilitam localizar o substantivo em relação às pessoas, ao tempo, e sua posição no
interior de um discurso.

Pronomes Espaço Tempo Ao dito Enumeração

Perto de quem Referente ao último elemento


Presente Referente aquilo que ainda não foi dito.
fala (1ª pessoa). citado em uma enumeração.
este, esta,
isto, estes,
Ex.: Neste ano, Ex.: O homem e a mulher são
estas Ex.: Não gostei Ex.: Esta afirmação me deixou surpresa:
tenho realizado massacrados pela cultura atual,
deste livro aqui. gostava de química.
bons negócios. mas esta é mais oprimida.

Perto de
Passado ou
quem ouve (2ª Referente aquilo que já foi dito.  
futuro próximos
pessoa).
esse, essa,
esses, essas Ex.: Não gostei Ex.: Nesse
desse livro que último ano, Ex.: Gostava de química. Essa afirmação me
 
está em tuas realizei bons deixou surpresa
mãos. negócios
Perto da
3ª pessoa, Passado ou Referente ao primeiro elemento
 
distante dos futuro remotos citado em uma enumeração.
aquele, interlocutores.
aquela,
aquilo, Ex.: Tenho boas
aqueles, Ex.: Não gostei recordações Ex.: O homem e a mulher são
aquelas daquele livro de 1960, pois massacrados pela cultura atual,
 
que a Roberta naquele ano mas esta é mais oprimida que
trouxe. realizei bons aquele.
negócios.

Pronomes Indefinidos: São pronomes que acompanham o substantivo, mas não o determinam de forma precisa: algum, bastante, cada, certo, dife-
rentes, diversos, demais, mais, menos, muito nenhum, outro, pouco, qual, qualquer, quanto, tanto, todo, tudo, um, vários.

Algumas locuções pronominais indefinidas: cada qual, qualquer um, tal e qual, seja qual for, sejam quem for, todo aquele, quem (que), quer uma ou
outra, todo aquele (que), tais e tais, tal qual, seja qual for.
Uso de alguns pronomes indefinidos:

Algum:
- quando anteposto ao substantivo da ideia de afirmação. “Algum dinheiro terá sido deixado por ela.” 
- quando posposto ao substantivo dá ideia de negação. “Dinheiro algum terá sido deixado por ela.”

Didatismo e Conhecimento 27
PORTUGUÊS
O uso desse pronome indefinido antes ou depois do verbo está ligado Verbo
à intenção do enunciador.
Quando se pratica uma ação, a palavra que representa essa ação e
Demais: Este pronome indefinido, muitas vezes, é confundido com indica o momento em que ela ocorre é o verbo. Exemplos:
o advérbio “demais” ou com a locução adverbial “de mais”. Ex.: - Aquele pedreiro trabalhou muito. (ação – pretérito)
“Maria não criou nada de mais além de uma cópia do quadro de - Venta muito na primavera. (fenômeno – presente)
outro artista.” (locução adverbial) - Ana ficará feliz com a tua chegada. (estado - futuro)
“Maria esperou os demais.” (pronome indefinido = os outros)
- Maria enviuvou na semana passada. (mudança de estado – preté-
“Maria esperou demais.” (advérbio de intensidade) 
rito)
Todo: É usado como pronome indefinido e também como advérbio, - A serra azula o horizonte. (qualidade – presente)
no sentido de completamente, mas possuindo flexão de gênero e número,
o que é raro em um advérbio. Ex.: Conjugação Verbal: Existem 3 conjugações verbais:
“Percorri todo trajeto.” (pronome indefinido) - A 1ª que tem como vogal temática o ‘’a’’. Ex: cantar, pular, sonhar
“Por causa da chuva, a roupa estava toda molhada.” (advérbio) etc...
- A 2ª que tem como vogal temática o ‘’e’’. Ex: vender, comer, cho-
Cada: Possui valor distributivo e significa todo, qualquer dentre cer- ver, sofrer etc....
to número de pessoas ou de coisas. Ex.: “Cada homem tem a mulher que - A 3ª que tem como vogal temática o ‘’i’’. Ex: partir, dividir, sorrir,
merece”. Este pronome indefinido não pode anteceder substantivo que abrir etc....
esteja em plural (cada férias), a não ser que o substantivo venha antecedi-
do de numeral (cada duas férias). Pode, às vezes, ter valor intensificador: 1º COJUGAÇÃO 2º COJUGAÇÃO 3º CONJUGAÇÃO
“Mário diz cada coisa idiota!” verbos terminados verbos terminados verbos terminados
em AR em ER em IR
Pronomes Relativos: São aqueles que representam nomes que já
foram citados e com os quais estão relacionados. O nome citado denomi- cantar vender partir
na-se  antecedente do pronome relativo. Ex.: “A rua onde moro é muito amar chover sorrir
escura à noite.”; onde: pronome relativo que representa “a rua”; a rua: sonhar sofrer abrir
antecedente do pronome “onde”.
OBS: O verbo pôr, assim como seus derivados (compor, repor, de-
Alguns pronomes que podem funcionar como pronomes relati- por, etc.), pertence à 2º conjugação, porque na sua forma antiga a sua ter-
vos: Masculino (o qual, os quais, quanto, quantos, cujo, cujos). Femini- minação era em er: poer. A vogal “e”, apesar de haver desaparecido do
no (a qual, as quais, quanta, quantas, cuja, cujas). Invariável (quem, que, infinitivo, revela-se em algumas formas de verbo: põe, pões, põem etc.
onde).
Pessoas: 1ª, 2ª e 3ª pessoa são abordadas em 2 situações: singular e
O pronome relativo quem sempre possui como antecedente uma plural.
pessoa ou coisas personificadas, vem sempre antecedido de preposição e Primeira pessoa do singular – eu; ex: eu canto
possui o significado de “o qual”. Ex.: “Aquela menina de quem lhe falei Segunda pessoa do singular – tu; ex: tu cantas
viajou para Paris”. Antecedente: menina; Pronome relativo antecedido de Terceira pessoa do singular – ele; ex ele: canta
preposição: de quem. Primeira pessoa do plural – nós; ex: nós cantamos
Os pronomes relativos cujo, cuja sempre precedem a um substan- Segunda pessoa do plural – vós; ex: vós cantais
tivo sem artigo e possuem o significado “do qual”, “da qual”. Ex.: “O Terceira pessoa do plural – eles; ex: eles cantam
livro cujo autor não me recordo.”
Os pronomes relativos quanto(s) e quanta(s) aparecem geralmente
precedidos dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas. Tempos e Modo de Verbo
Ex.: “Você é tudo quanto queria na vida.”
O pronome relativo onde tem sempre como antecedente palavra que - Presente. Fato ocorrido no momento em que se fala. Ex: Faz
indica lugar. Ex.: “A casa onde moro é muito espaçosa.” - Pretérito. Fato ocorrido antes. Ex: Fez
O pronome relativo que admite diversos tipos de antecedentes: - Futuro. Fato ocorrido depois. Ex: Fará
nome de uma coisa ou pessoa, o pronome demonstrativo ou outro prono- O pretérito subdivide-se em perfeito, imperfeito e mais-que-perfei-
me. Ex.: “Quero agora aquilo que ele me prometeu.” to.
Os pronomes relativos, na maioria das vezes, funcionam como co- - Perfeito. Ação acabada. Ex: Eu li o ultimo romance de Rubens
nectivos, permitindo-nos unir duas orações em um só período. Ex.: A mu- Fonseca.
lher parece interessada. A mulher comprou o livro. (A mulher que parece - Imperfeito. Ação inacabada no momento a que se refere à narra-
interessada comprou o livro.) ção. Ex: Ele olhava o mar durante horas e horas.
- Mais-que-perfeito. Ação acabada, ocorrida antes de outro fato
Pronomes Interrogativos: Os pronomes interrogativos levam o ver- passado. Ex:  para poder trabalhar melhor, ela dividira a turma em dois
bo à 3ª pessoa e são usados em frases interrogativas diretas ou indiretas. grupos. 
Não existem pronomes exclusivamente interrogativos e sim que desem-
penham função de pronomes interrogativos, como por exemplo: que, O futuro subdivide-se em futuro do presente e futuro do pretérito.
quantos, quem, qual, etc. Ex.: “Quantos livros teremos que comprar?”; - futuro do Presente. Refere-se a um fato imediato e certo. Ex: com-
“Ele perguntou quantos livros teriam que comprar.”; “Qual foi o motivo prarei ingressos para o teatro.
do seu atraso?”

Didatismo e Conhecimento 28
PORTUGUÊS
- futuro do Pretérito. Pode indicar condição, referindo-se a uma O Pretérito Imperfeito do Indicativo pode:
ação futura, vinculada a um momento já passado. Ex: Aprenderia tocar - Substituir o futuro do pretérito. Ex: se eu soubesse, não dizia aquilo.
violão, se tivesse ouvido para a música (aqui indica condição); Eles gos- (diria)
tariam de convidá-la para a festa. - Expressar cortesia ou timidez. Ex: o senhor podia fazer o favor de
me emprestar uma caneta? (pode)
Modos Verbais
Futuro do Presente pode:
- Indicativo. Apresenta o fato de maneira real, certa, positiva. Ex: - Indicar probabilidade. Ex: Ele terá, no máximo, uns 70 quilos.
Eu estudo geografia - Substituir o imperativo. Ex: não matarás. (não mates)
Iremos ao cinema; Voltou para casa.
- subjuntivo. Pode exprimir um desejo e apresenta o fato como Tempos Simples e Tempos Compostos: Os tempos são simples
possível ou duvidoso, hipotético. Ex: Queria que me levasses ao teatro; quando formados apenas pelo verbo principal.
Se eu tivesse dinheiro, compraria um carro; Quando o relógio despertar,
acorda-me. Indicativo:
- Imperativo. Exprime ordem, conselho ou súplica. Ex: Limpa a Presente - canto, vendo, parto, etc.
cozinha, Maria; Descanse bastante nestas férias; Senhor tende piedade Pretérito perfeito - cantei,vendi,parti, etc.
de nós. Pretérito imperfeito - cantava, vendia, partia, etc.
Pretérito mais-que-perfeito - cantara, vendera, partira, etc.
As formas nominais do verbo são Três: infinitivo, gerúndio e par- Futuro do presente - cantarei, venderei, partirei, etc.
ticípio. Futuro do pretérito - cantaria, venderia, partiria, etc.

Infinitivo: Subjuntivo:
Pessoal - cantar (eu), cantares (tu), vender (eu), venderes (tu),  partir Presente - cante,venda, parta, etc.
Pretérito imperfeito  - cantasse, vendesse, partisse, etc.
(eu), partires (tu)
Futuro - cantar, vender, partir.
Impessoal - cantar, vender, partir.
Gerúndio - cantando, vendendo, partindo.
Imperativo: Ao indicar ordem, conselho, pedido, o fato verbal pode
Particípio - cantado,vendido,partido.
expressar negação ou afirmação. São, portanto, duas as formas do impe-
rativo:
Impessoal: Uma forma em que o verbo não se refere a nenhuma
- Imperativo Negativo: Não falem alto.
pessoa gramatical: é o infinitivo impessoal quando não se refere às pes-
- Imperativo Afirmativo: Falem mais alto.
soas do discurso. Exemplos: viver é bom. (a vida é boa); É proibido fu-
mar. (é proibido o fumo) Imperativo negativo: É formado do presente do subjuntivo.
Pessoal: Quando se refere às pessoas do discurso. Neste caso, não é
flexionado nas 1ª e 3ª pessoas do singular e flexionadas nas demais: 1º CONJUGAÇAO 2º CONJUGAÇÃO 3º CONJUGAÇÃO
Falar (eu) – não flexionado        CANT - AR VEND - ER PART - IR
Falares (tu) – flexionado   Não cantes Não vendas Não partas
Falar (ele) – não flexionado  Não cante Não venda Não parta
Falarmos (nós) – flexionado Não cantemos Não vendamos Não partamos
Falardes (voz) – flexionado Não canteis Não vendais Não partais
Falarem (eles) – flexionado Não cantem Não vendam Não partam

Imperativo afirmativo: Também é formado do presente do sub-


Ex: É conveniente estudares (é conveniente o estudo); É útil pesqui-
juntivo, com exceção da 2º pessoa do singular e da 2º pessoa do plural,
sarmos (é útil a nossa pesquisa)
que são retiradas do presente do indicativo sem o “s”. Ex: Canta – Cante
Aspecto: Aspecto é a maneira de ser ação.
– Cantemos – Cantai – Cantem
O Pretérito Perfeito Composto: indica um fato concluído, revela O imperativo não possui a 1º pessoa do singular, pois não se prevê a
de certa forma a ideia de continuidade. Ex: Eu tenho estudado (eu estudei ordem, o pedido ou o conselho a si mesmo.
até o presente momento). Os verbos invocativos (terminados em “ecer”
ou “escer”) indica uma continuidade gradual. Ex: embranquecer é come- Tempos são compostos quando formados pelos auxiliares ter ou
çar a ficar grisalho e envelhecer é ir ficando velho. haver.
O Presente do Indicativo pode: Indicativo:
- indicar frequência. Ex: O sol nasce para todos. Pretérito perfeito composto - tenho cantado, tenho vendido, tenho
- ser empregado no lugar do futuro. Ex: amanhã vou ao teatro. (irei); partido, etc.
Se continuam as indiretas, perco a paciência. (continuarem; perderei) Pretérito mais-que-perfeito composto - tinha cantado, tinha vendido,
- ser empregado no lugar do pretérito (presente histórico). Ex: É tinha partido, etc.
1939: alemães invadem o território polonês (era; invadiram)

Didatismo e Conhecimento 29
PORTUGUÊS
Futuro do presente composto - terei cantado, terei vendido, terei par- - de intensidade: Ex.: Acho que, por hoje, você já ouviu bastante.
tido, etc. Muito, demais, pouco, tão, menos, em excesso, bastante, pouco, mais,
Futuro do pretérito composto - teria cantado, teria vendido, teria par- menos, demasiado, quanto, quão, tanto, assaz, que (equivale a quão),
tido, etc. tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo,bem (quando
aplicado a propriedades graduáveis).
Subjuntivo:
Pretérito perfeito composto - tenha cantado, tenha vendido, tenha - de tempo: Ex.: Leia e depois me diga quando pode sair na gazeta.
partido, etc. Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora, amanhã, cedo, dantes, depois,
Pretérito mais-que-perfeito composto - tivesse cantado, tivesse ven- ainda, antigamente, antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora,
dido, tivesse partido, etc. sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes,
Futuro composto - tiver cantado, tiver vendido,tiver partido, etc. imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às ve-
zes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de quando
Infinitivo: em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje
Pretérito impessoal composto - ter cantado, ter vendido, ter partido, em dia.
etc.
Pretérito pessoal composto - ter (teres) cantado, ter (teres) vendido, - de lugar: Ex.: A senhora sabe aonde eu posso encontrar esse pai-
ter (teres) partido. -de-santo? Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, além, lá,
Gerúndio pretérito composto - tendo cantado, tendo vendido, tendo detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde, longe, debaixo,
partido. algures, defronte, nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, em-
baixo, externamente, a distancia, à distancia de, de longe, de perto, em
Regulares: Regulares são verbos que se conjugam de acordo com o cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta.
paradigma (modelo) de cada conjugação. Cantar (1ª conjugação) vender
(2ª conjugação) partir (3ª conjugação) todos que se conjugarem de acordo - de negação : Ex.: De modo algum irei lá. Não, nem, nunca, jamais,
com esses verbos serão regulares. de modo algum, de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.

- de dúvida: Ex.: Talvez ela volte hoje. Acaso, porventura, possivel-


Advérbio
mente, provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe.
Palavra invariável que modifica essencialmente o verbo, exprimindo
- de afirmação: Ex.: Realmente eles sumiram. Sim, certamente, real-
uma circunstância.
mente, decerto, efetivamente, certo, decididamente, realmente, deveras,
indubitavelmente.
Advérbio modificando um verbo ou adjetivo: Ocorre quando o
advérbio modifica um verbo ou um adjetivo acrescentando a eles uma
- de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente, sim-
circunstância. Por circunstância entende-se qualquer particularidade que plesmente, só, unicamente.
determina um fato, ampliando a informação nele contida. Ex.: Antônio
construiu seu arraial popular ali; Estradas tão ruins. - de inclusão: Ex.: Emocionalmente o indivíduo também amadurece
durante a adolescência. Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também
Advérbio modificando outro advérbio: Ocorre quando o advérbio - de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente
modifica um adjetivo ou outro advérbio, geralmente intensificando o sig-
nificado. Ex.: Grande parte da população adulta lê muito mal. - de designação: Eis

Advérbio modificando uma oração inteira: Ocorre quando o ad- - de interrogação: Ex.: E então? Quando é que embarca? onde? (lu-
vérbio está modificando o grupo formado por todos os outros elementos gar), como? (modo), quando? (tempo), porque? (causa), quanto? (preço e
da oração, indicando uma circunstância. Ex.: Lamentavelmente o Brasil intensidade), para que? (finalidade).
ainda tem 19 milhões de analfabetos.
Palavras Denotativas: Há, na língua portuguesa, uma série de pala-
Locução Adverbial: É um conjunto de palavras que pode exercer a vras que se assemelham a advérbios. A Nomenclatura Gramatical Brasi-
função de advérbio. Ex.: De modo algum irei lá. leira não faz nenhuma classificação especial para essas palavras, por isso
elas são chamadas simplesmente de palavras denotativas.
Tipos de Advérbios - Adição: Ex.: Comeu tudo e ainda queria mais. Ainda, além disso.
- Afastamento: Ex.: Foi embora daqui. Embora.
- de modo: Ex.: Sei muito bem que ninguém deve passar atestado - Afetividade: Ex.: Ainda bem que passei de ano. Ainda bem, feliz-
da virtude alheia. Bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa, acinte, mente, infelizmente.
debalde, devagar, ás pressas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escon- - Aproximação: quase, lá por, bem, uns, cerca de, por volta de.
das, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a - Designação: Ex.: Eis nosso novo carro. Eis.
frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam - Exclusão: Ex.: Todos irão, menos ele. Apenas, salvo, menos, exce-
em -mente: calmamente, tristemente, propositadamente, pacientemente, to, só, somente, exclusive, sequer, senão.
amorosamente, docemente, escandalosamente, bondosamente, generosa- - Explicação: Ex.: Viajaremos em julho, ou seja, nas férias. Isto é,
mente. por exemplo, a saber, ou seja.

Didatismo e Conhecimento 30
PORTUGUÊS
- Inclusão: Ex.: Até ele irá viajar. Até, inclusive, também, mesmo, A preposição, é invariável. No entanto pode unir-se a outras palavras
ademais. e assim estabelecer concordância em gênero ou em número. Ex: por + o
- Limitação: Ex.: Apenas um me respondeu. Só, somente, unica- = pelo; por + a = pela
mente, apenas. Vale ressaltar que essa concordância não é característica da prepo-
- Realce: Ex.: E você lá sabe essa questão? É que, cá, lá, não, mas, é sição e sim das palavras a que se ela se une. Esse processo de junção de
porque, só, ainda, sobretudo. uma preposição com outra palavra pode se dar a partir de dois processos:
- Retificação: Ex.: Somos três, ou melhor, quatro. Aliás, isto é, ou
melhor, ou antes. - Combinação: A preposição não sofre alteração.
- Situação: Ex.: Afinal, quem perguntaria a ele? Então, mas, se, ago- preposição a + artigos definidos o, os
ra, afinal. a + o = ao
preposição a + advérbio onde
Grau dos Advérbios: Os advérbios, embora pertençam à categoria a + onde = aonde
das palavras invariáveis, podem apresentar variações com relação ao
grau. Além do grau normal, o advérbio pode-se apresentar no grau com-
- Contração: Quando a preposição sofre alteração.
parativo e no superlativo.
Preposição + Artigos
De + o(s) = do(s)
- Grau Comparativo: quando a circunstância expressa pelo advér-
bio aparece em relação de comparação. O advérbio não é flexionado no De + a(s) = da(s)
grau comparativo. Para indicar esse grau utilizam as formas tão…quanto, De + um = dum
mais…que, menos…que. Pode ser: De + uns = duns
- comparativo de igualdade. Ex.: Chegarei tão cedo quanto você. De + uma = duma
- comparativo de superioridade. Ex.: Chegarei mais cedo que você. De + umas = dumas
- comparativo de inferioridade. Ex.: Chegaremos menos cedo que Em + o(s) = no(s)
você. Em + a(s) = na(s)
Em + um = num
- Grau Superlativo: nesse caso, a circunstância expressa pelo ad- Em + uma = numa
vérbio aparecerá intensificada. O grau superlativo do advérbio pode ser Em + uns = nuns
formado tanto pelo processo sintético (acréscimo de sufixo), como pelo Em + umas = numas
processo analítico (outro advérbio estará indicando o grau superlativo). A + à(s) = à(s)
- superlativo (ou absoluto) sintético: formado com o acréscimo de Por + o = pelo(s)
sufixo. Ex.: Cheguei tardíssimo. Por + a = pela(s)
- superlativo (ou absoluto) analítico: expresso com o auxilio de um
advérbio de intensidade. Ex.: Cheguei muito tarde. - Preposição + Pronomes
De + ele(s) = dele(s)
Quando se empregam dois ou mais advérbios terminados em –men- De + ela(s) = dela(s)
te, pode-se acrescentar o sufixo apenas no ultimo. Ex.: Nada omitiu de seu De + este(s) = deste(s)
pensamento; falou clara, franca e nitidamente. De + esta(s) = desta(s)
Quando se quer realçar o advérbio, pode-se antecipá-lo. Ex.: Imedia- De + esse(s) = desse(s)
tamente convoquei os alunos. De + essa(s) = dessa(s)
De + aquele(s) = daquele(s)
Preposição De + aquela(s) = daquela(s)
De + isto = disto
É uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações.
De + isso = disso
Quando esta ligação acontece, normalmente há uma subordinação do
segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito impor- De + aquilo = daquilo
tantes na estrutura da língua pois estabelecem a coesão textual e possuem De + aqui = daqui
valores semânticos indispensáveis para a compreensão do texto. De + aí = daí
De + ali = dali
Tipos de Preposição De + outro = doutro(s)
De + outra = doutra(s)
- Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como Em + este(s) = neste(s)
preposições. A, ante, perante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, Em + esta(s) = nesta(s)
para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com. Em + esse(s) = nesse(s)
- Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que Em + aquele(s) = naquele(s)
podem atuar como preposições. Como, durante, exceto, fora, mediante, Em + aquela(s) = naquela(s)
salvo, segundo, senão, visto. Em + isto = nisto
- Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma Em + isso = nisso
preposição, sendo que a última palavra é uma delas. Abaixo de, acerca de, Em + aquilo = naquilo
acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo A + aquele(s) = àquele(s)
de, em frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, A + aquela(s) = àquela(s)
por cima de, por trás de. A + aquilo = àquilo

Didatismo e Conhecimento 31
PORTUGUÊS
1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal oblíquo O significado das interjeições está vinculado à maneira como elas
e artigo. Como distingui-los? são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que dita o sentido que a ex-
- Caso o “a” seja um artigo, virá precedendo a um substantivo. Ele pressão vai adquirir em cada contexto de enunciação. Exemplos:
servirá para determiná-lo como um substantivo singular e feminino. - Psiu! ...(contexto: alguém pronunciando essa expressão na rua)
- A dona da casa não quis nos atender. ...[significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando! Ei, espere!”]
- Como posso fazer a Joana concordar comigo? - Psiu! ...(contexto: alguém pronunciando essa expressão em um
- Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois termos e hospital) ...[significado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça silên-
estabelece relação de subordinação entre eles. cio!”]
- Cheguei a sua casa ontem pela manhã. - Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio! ...(puxa: interjeição)
- Não queria, mas vou ter que ir a outra cidade para procurar um ...(tom da fala: euforia)
tratamento adequado. - Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte! ...(puxa: interjeição) ...(tom
- Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/ou a da fala: decepção)
função de um substantivo.
- Temos Maria como parte da família. / A temos como parte da fa- As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não sofrem variação
mília. em gênero, número e grau como os nomes, nem de número, pessoa, tem-
- Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. / Creio que po, modo, aspecto e voz como os verbos. No entanto, em uso específico,
a conhecemos melhor que ninguém. algumas interjeições sofrem variação em grau. Deve-se ter claro, neste
caso, que não se trata de um processo natural dessa classe de palavra, mas
2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio das prepo- tão só uma variação que a linguagem afetiva permite. Exemplos: oizinho,
sições: bravíssimo, até loguinho.
Destino: Irei para casa. Exercícios
Modo: Chegou em casa aos gritos.
Lugar: Vou ficar em casa; 01. Assinale o par de frases em que as palavras sublinhadas são subs-
Assunto: Escrevi um artigo sobre adolescência. tantivo e pronome, respectivamente:
Tempo: A prova vai começar em dois minutos. a) A imigração tornou-se necessária. / É dever cristão praticar o
Causa: Ela faleceu de derrame cerebral.
bem.
Fim ou finalidade: Vou ao médico para começar o tratamento.
b) A Inglaterra é responsável por sua economia. / Havia muito mo-
Instrumento: Escreveu a lápis.
vimento na praça.
Posse: Não posso doar as roupas da mamãe.
c) Fale sobre tudo o que for preciso. / O consumo de drogas é con-
Autoria: Esse livro de Machado de Assis é muito bom.
denável.
Companhia: Estarei com ele amanhã.
d) Pessoas inconformadas lutaram pela abolição. / Pesca-se muito
Matéria: Farei um cartão de papel reciclado.
em Angra dos Reis.
Meio: Nós vamos fazer um passeio de barco.
Origem: Nós somos do Nordeste, e você? e) Os prejudicados não tinham o direito de reclamar. / Não entendi
Conteúdo: Quebrei dois frascos de perfume. o que você disse.
Oposição: Esse movimento é contra o que eu penso.
Preço: Essa roupa sai por R$ 50 à vista. 02. Assinale o item que só contenha preposições:
a) durante, entre, sobre
Interjeição b) com, sob, depois
c) para, atrás, por
É a palavra que expressa emoções, sentimentos ou pensamentos sú- d) em, caso, após
bitos. Trata-se de um recurso da linguagem afetiva, em que não há uma e) após, sobre, acima
ideia organizada de maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas
sim a manifestação de um suspiro, um estado da alma decorrente de uma 03. Observe as palavras grifadas da seguinte frase: “Encaminha-
situação particular, um momento ou um contexto específico. Exemplos: mos a V. Senhoria cópia autêntica do Edital nº 19/82.” Elas são, respec-
- Ah, como eu queria voltar a ser criança! (ah: expressão de um es- tivamente:
tado emotivo = interjeição) a) verbo, substantivo, substantivo
- Hum! Esse cuscuz estava maravilhoso! (hum: expressão de um b) verbo, substantivo, advérbio
pensamento súbito = interjeição) c) verbo, substantivo, adjetivo
d) pronome, adjetivo, substantivo
As sentenças da língua costumam se organizar de forma lógica: há e) pronome, adjetivo, adjetivo
uma sintaxe que estrutura seus elementos e os distribui em posições ade-
quadas a cada um deles. As interjeições, por outro lado, são uma espécie 04. Assinale a opção em que a locução grifada tem valor adjetivo:
de palavra-frase, ou seja, há uma idéia expressa por uma palavra (ou um a) “Comprei móveis e objetos diversos que entrei a utilizar com re-
conjunto de palavras - locução interjetiva) que poderia ser colocada em ceio.”
termos de uma sentença. Observe: b) “Azevedo Gondim compôs sobre ela dois artigos.”
- Bravo! Bravo! Bis! (bravo e bis: interjeição) ...[sentença (suges- c) “Pediu-me com voz baixa cinquenta mil réis.”
tão): “Foi muito bom! Repitam!”] d) “Expliquei em resumo a prensa, o dínamo, as serras...”
- Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé... (ai: interjeição) ...[sentença (su- e) “Resolvi abrir o olho para que vizinhos sem escrúpulos não se
gestão): “Isso está doendo!” ou “Estou com dor!”] apoderassem do que era delas.”

Didatismo e Conhecimento 32
PORTUGUÊS
05. O “que” está com função de preposição na alternativa: Essa concordância poderá ser feita de duas formas: gramatical ou
a) Veja que lindo está o cabelo da nossa amiga! lógica (segue os padrões gramaticais vigentes); atrativa ou ideológica (dá
b) Diz-me com quem andas, que eu te direi quem és. ênfase a apenas um dos vários elementos, com valor estilístico).
c) João não estudou mais que José, mas entrou na Faculdade.
d) O Fiscal teve que acompanhar o candidato ao banheiro. Concordância Nominal: adequação entre o substantivo e os ele-
e) Não chore que eu já volto. mentos que a ele se referem (artigo, pronome, adjetivo).
Concordância Verbal: variação do verbo, conformando-se ao nú-
06. “Saberão que nos tempos do passado o doce amor era julgado mero e à pessoa do sujeito.
um crime.”
a) 1 preposição Concordância Nominal
b) 3 adjetivos
c) 4 verbos Concordância do adjetivo adjunto adnominal: a concordância do
d) 7 palavras átonas
adjetivo, com a função de adjunto adnominal, efetua-se de acordo com as
e) 4 substantivos
seguintes regras gerais:
O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo a que se
07. As expressões sublinhadas correspondem a um adjetivo, exceto
em: refere. Exemplo: O alto ipê cobre-se de flores amarelas.
a) João Fanhoso anda amanhecendo sem entusiasmo. O adjetivo que se refere a mais de um substantivo de gênero ou nú-
b) Demorava-se de propósito naquele complicado banho. mero diferentes, quando posposto, poderá concordar no masculino plural
c) Os bichos da terra fugiam em desabalada carreira. (concordância mais aconselhada), ou com o substantivo mais próximo.
d) Noite fechada sobre aqueles ermos perdidos da caatinga sem fim. Exemplo:
e) E ainda me vem com essa conversa de homem da roça.
- No masculino plural:
08. Em “__ como se tivéssemos vivido sempre juntos”, a forma ver- “Tinha as espáduas e o colo feitos de encomenda para os vestidos
bal está no: decotados.” (Machado de Assis)
a) imperfeito do subjuntivo; “Os arreios e as bagagens espalhados no chão, em roda.” (Herman
b) futuro do presente composto; Lima)
c) mais-que-perfeito composto do indicativo; “Ainda assim, apareci com o rosto e as mãos muito marcados.”
d) mais-que-perfeito composto do subjuntivo; (Carlos Povina Cavalcânti)
e) futuro composto do subjuntivo. “...grande número de camareiros e camareiras nativos.” (Érico Ve-
ríssimo)
09. Assinale a alternativa que completa adequadamente a frase: “___
em ti, mas nem sempre ___ dos outros”. - Com o substantivo mais próximo:
a) creias - duvides; A Marinha e o Exército brasileiro estavam alerta.
b) crê - duvidas; Músicos e bailarinas ciganas animavam a festa.
c) creais - duvidas; “...toda ela (a casa) cheirando ainda a cal, a tinta e a barro fresco.”
d) creia - duvide; (Humberto de Campos)
e) crê - duvides. “Meu primo estava saudoso dos tempos da infância e falava dos ir-
mãos e irmãs falecidas.” (Luís Henrique Tavares)
10. Se ele ____ (ver) o nosso trabalho _____ (fazer) um elogio.
a) ver – fará;
- Anteposto aos substantivos, o adjetivo concorda, em geral, com
b) visse – fará;
o mais próximo:
c) ver – fazerá;
“Escolhestes mau lugar e hora...” (Alexandre Herculano)
d) vir – fará;
e) vir – faria. “...acerca do possível ladrão ou ladrões.” (Antônio Calado)
Velhas revistas e livros enchiam as prateleiras.
Respostas: 01-E / 02-A / 03-C / 04-E / 05-D / 06-E / 07-B / 08-D / Velhos livros e revistas enchiam as prateleiras.
09-E / 10-D
Seguem esta regra os pronomes adjetivos: A sua idade, sexo e profis-
são.; Seus planos e tentativas.; Aqueles vícios e ambições.; Por que tanto
ódio e perversidade?; “Seu Príncipe e filhos”. Muitas vezes é facultativa
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL;
a escolha desta ou daquela concordância, mas em todos os casos deve
subordinar-se às exigências da eufonia, da clareza e do bom gosto.

A concordância consiste no mecanismo que leva as palavras a ade- - Quando dois ou mais adjetivos se referem ao mesmo substantivo
quarem-se umas às outras harmonicamente na construção frasal. É o prin- determinado pelo artigo, ocorrem dois tipos de construção, um e outro
cípio sintático segundo o qual as palavras dependentes se harmonizam, legítimos. Exemplos:
nas suas flexões, com as palavras de que dependem. Estudo as línguas inglesa e francesa.
“Concordar” significa “estar de acordo com”. Assim, na concordân- Estudo a língua inglesa e a francesa.
cia, tanto nominal quanto verbal, os elementos que compõem a frase de- Os dedos indicador e médio estavam feridos.
vem estar em consonância uns com os outros. O dedo indicador e o médio estavam feridos.

Didatismo e Conhecimento 33
PORTUGUÊS
- Os adjetivos regidos da preposição de, que se referem a pronomes “Se eram necessárias obras, que se fizessem e largamente.” (Eça
neutros indefinidos (nada, muito, algo, tanto, que, etc.), normalmente de Queirós)
ficam no masculino singular: “Seriam precisos outros três homens.” (Aníbal Machado)
Sua vida nada tem de misterioso. “São precisos também os nomes dos admiradores.” (Carlos de Laet)
Seus olhos têm algo de sedutor.
Todavia, por atração, podem esses adjetivos concordar com o subs- Concordância do predicativo com o objeto: A concordância do ad-
tantivo (ou pronome) sujeito: jetivo predicativo com o objeto direto ou indireto subordina-se às seguin-
“Elas nada tinham de ingênuas.” (José Gualda Dantas) tes regras gerais:
- O adjetivo concorda em gênero e número com o objeto quando
Concordância do adjetivo predicativo com o sujeito: a concordân- este é simples:
cia do adjetivo predicativo com o sujeito realiza-se consoante as seguintes Vi ancorados na baía os navios petrolíferos.
normas: “Olhou para suas terras e viu-as incultas e maninhas.” (Carlos de
- O predicativo concorda em gênero e número com o sujeito sim- Laet)
ples: O tribunal qualificou de ilegais as nomeações do ex-prefeito.
A ciência sem consciência é desastrosa. A noite torna visíveis os astros no céu límpido.
Os campos estavam floridos, as colheitas seriam fartas.
É proibida a caça nesta reserva. - Quando o objeto é composto e constituído por elementos do mes-
mo gênero, o adjetivo se flexiona no plural e no gênero dos elementos:
- Quando o sujeito é composto e constituído por substantivos do A justiça declarou criminosos o empresário e seus auxiliares.
mesmo gênero, o predicativo deve concordar no plural e no gênero de- Deixe bem fechadas a porta e as janelas.
les:
O mar e o céu estavam serenos. - Sendo o objeto composto e formado de elementos de gênero di-
A ciência e a virtude são necessárias. versos, o adjetivo predicativo concordará no masculino plural:
“Torvos e ferozes eram o gesto e os meneios destes homens sem Tomei emprestados a régua e o compasso.
disciplina,” (Alexandre Herculano) Achei muito simpáticos o príncipe e sua filha.
“Vi setas e carcás espedaçados”. (Gonçalves Dias)
- Sendo o sujeito composto e constituído por substantivos de gêne- Encontrei jogados no chão o álbum e as cartas.
ros diversos, o predicativo concordará no masculino plural:
O vale e a montanha são frescos. - Se anteposto ao objeto, poderá o predicativo, neste caso, concor-
“O céu e as árvores ficariam assombrados.” (Machado de Assis) dar com o núcleo mais próximo:
Longos eram os dias e as noites para o prisioneiro. É preciso que se mantenham limpas as ruas e os jardins.
“O César e a irmã são louros.” (Antônio Olinto) Segue as mesmas regras o predicativo expresso pelos substantivos
variáveis em gênero e número: Temiam que as tomassem por malfeito-
- Se o sujeito for representado por um pronome de tratamento, a ras; Considero autores do crime o comerciante e sua empregada.
concordância se efetua com o sexo da pessoa a quem nos referimos:
Vossa Senhoria ficará satisfeito, eu lhe garanto. Concordância do particípio passivo: Na voz passiva, o particípio
“Vossa Excelência está enganado, Doutor Juiz.” (Ariano Suassuna) concorda em gênero e número com o sujeito, como os adjetivos:
Vossas Excelências, senhores Ministros, são merecedores de nossa Foi escolhida a rainha da festa.
confiança. Foi feita a entrega dos convites.
Vossa Alteza foi bondoso. (com referência a um príncipe) Os jogadores tinham sido convocados.
O governo avisa que não serão permitidas invasões de proprieda-
O predicativo aparece às vezes na forma do masculino singular nas des.
estereotipadas locuções é bom, é necessário, é preciso, etc., embora o su-
jeito seja substantivo feminino ou plural: Quando o núcleo do sujeito é, como no último exemplo, um coletivo
Bebida alcoólica não é bom para o fígado. numérico, pode-se, em geral, efetuar a concordância com o substantivo
“Água de melissa é muito bom.” (Machado de Assis) que o acompanha: Centenas de rapazes foram vistos pedalando nas ruas;
“É preciso cautela com semelhantes doutrinas.” (Camilo Castelo Dezenas de soldados foram feridos em combate.
Branco) Referindo-se a dois ou mais substantivos de gênero diferentes, o par-
“Hormônios, às refeições, não é mau.” (Aníbal Machado) ticípio concordará no masculino plural: Atingidos por mísseis, a corveta
e o navio foram a pique; “Mas achei natural que o clube e suas ilusões
Observe-se que em tais casos o sujeito não vem determinado pelo fossem leiloados.” (Carlos Drummond de Andrade)
artigo e a concordância se faz não com a forma gramatical da palavra, mas
com o fato que se tem em mente: Concordância do pronome com o nome:
Tomar hormônios às refeições não é mau.
É necessário ter muita fé. - O pronome, quando se flexiona, concorda em gênero e número
com o substantivo a que se refere:
Havendo determinação do sujeito, ou sendo preciso realçar o predi- “Martim quebrou um ramo de murta, a folha da tristeza, e deitou-o
cativo, efetua-se a concordância normalmente: no jazido de sua esposa”. (José de Alencar)
É necessária a tua presença aqui. (= indispensável) “O velho abriu as pálpebras e cerrou-as logo.” (José de Alencar)

Didatismo e Conhecimento 34
PORTUGUÊS
- O pronome que se refere a dois ou mais substantivos de gêneros - Possível. Usado em expressões superlativas, este adjetivo ora apa-
diferentes, flexiona-se no masculino plural: rece invariável, ora flexionado:
“Salas e coração habita-os a saudade”” (Alberto de Oliveira) “A volta, esperava-nos sempre o almoço com os pratos mais requin-
“A generosidade, o esforço e o amor, ensinaste-os tu em toda a sua tados possível.” (Maria Helena Cardoso)
sublimidade.” (Alexandre Herculano) “Estas frutas são as mais saborosas possível.” (Carlos Góis)
Conheci naquela escola ótimos rapazes e moças, com os quais fiz “A mania de Alice era colecionar os enfeites de louça mais grotescos
boas amizades. possíveis.” (ledo Ivo)
“Referi-me à catedral de Notre-Dame e ao Vesúvio familiarmente, “... e o resultado obtido foi uma apresentação com movimentos os
como se os tivesse visto.” (Graciliano Ramos) mais espontâneos possíveis.” (Ronaldo Miranda)

Os substantivos sendo sinônimos, o pronome concorda com o mais Como se vê dos exemplos citados, há nítida tendência, no português
próximo: “Ó mortais, que cegueira e desatino é o nosso!” (Manuel Ber- de hoje, para se usar, neste caso, o adjetivo possível no plural. O singular
nardes) é de rigor quando a expressão superlativa inicia com a partícula o (o mais,
o menos, o maior, o menor, etc.)
- Os pronomes um... outro, quando se referem a substantivos de gê- Os prédios devem ficar o mais afastados possível.
nero diferentes, concordam no masculino: Ele trazia sempre as unhas o mais bem aparadas possível.
Marido e mulher viviam em boa harmonia e ajudavam-se um ao O médico atendeu o maior número de pacientes possível.
outro.
“Repousavam bem perto um do outro a matéria e o espírito.” - Adjetivos adverbiados. Certos adjetivos, como sério, claro, caro,
(Alexandre Herculano) barato, alto, raro, etc., quando usados com a função de advérbios termina-
Nito e Sônia casaram cedo: um por amor, o outro, por interesse. dos em – mente, ficam invariáveis:
Vamos falar sério. [sério = seriamente]
A locução um e outro, referida a indivíduos de sexos diferentes, per- Penso que falei bem claro, disse a secretária.
manece também no masculino: “A mulher do colchoeiro escovou-lhe o Esses produtos passam a custar mais caro. [ou mais barato]
chapéu; e, quando ele [Rubião] saiu, um e outro agradeceram-lhe muito Estas aves voam alto. [ou baixo]
o benefício da salvação do filho.” (Machado de Assis)
Junto e direto ora funcionam como adjetivos, ora como advérbios:
O substantivo que se segue às locuções um e outro e nem outro fica
“Jorge e Dante saltaram juntos do carro.” (José Louzeiro)
no singular. Exemplos: Um e outro livro me agradaram; Nem um nem
“Era como se tivessem estado juntos na véspera.” (Autram Dou-
outro livro me agradaram.
rado).
“Elas moram junto há algum tempo.” (José Gualda Dantas)
Outros casos de concordância nominal: Registramos aqui alguns
“Foram direto ao galpão do engenheiro-chefe.” (Josué Guimarães)
casos especiais de concordância nominal:

- Anexo, incluso, leso. Como adjetivos, concordam com o substan- - Todo. No sentido de inteiramente, completamente, costuma-se fle-
tivo em gênero e número: xionar, embora seja advérbio:
Anexa à presente, vai a relação das mercadorias. Esses índios andam todos nus.
Vão anexos os pareceres das comissões técnicas. Geou durante a noite e a planície ficou toda (ou todo) branca.
Remeto-lhe, anexas, duas cópias do contrato. As meninas iam todas de branco.
Remeto-lhe, inclusa, uma fotocópia do recibo. A casinha ficava sob duas mangueiras, que a cobriam toda.
Os crimes de lesa-majestade eram punidos com a morte.
Ajudar esses espiões seria crime de lesa-pátria. Mas admite-se também a forma invariável:
Fiquei com os cabelos todo sujos de terá.
Observaçã: Evite a locução espúria em anexo. Suas mãos estavam todo ensangüentadas.

- A olhos vistos. Locução adverbial invariável. Significa visivelmen- - Alerta. Pela sua origem, alerta (=atentamente, de prontidão, em es-
te. tado de vigilância) é advérbio e, portanto, invariável:
“Lúcia emagrecia a olhos vistos”. (Coelho Neto) Estamos alerta.
“Zito envelhecia a olhos vistos.” (Autren Dourado) Os soldados ficaram alerta.
“Todos os sentidos alerta funcionam.” (Carlos Drummond de An-
- Só. Como adjetivo, só [sozinho, único] concorda em número com drade)
o substantivo. Como palavra denotativa de limitação, equivalente de ape- “Os brasileiros não podem deixar de estar sempre alerta.” (Martins
nas, somente, é invariável. de Aguiar)
Eles estavam sós, na sala iluminada.
Esses dois livros, por si sós, bastariam para torná-los célebre. Contudo, esta palavra é, atualmente, sentida antes como adjetivo,
Elas só passeiam de carro. sendo, por isso, flexionada no plural:
Só eles estavam na sala. Nossos chefes estão alertas. (=vigilantes)
Papa diz aos cristãos que se mantenham alertas.
Forma a locução a sós [=sem mais companhia, sozinho]: Estávamos “Uma sentinela de guarda, olhos abertos e sentidos alertas, esperan-
a sós. Jesus despediu a multidão e subiu ao monte para orar a sós. do pelo esconhecido...” (Assis Brasil, Os Crocodilos, p. 25)

Didatismo e Conhecimento 35
PORTUGUÊS
- Meio. Usada como advérbio, no sentido de um pouco, esta palavra 05. Reescrever as frases abaixo, corrigindo-as quando necessário.
é invariável. Exemplos: a) “Recebei, Vossa Excelência, os processos de nossa estima, pois
A porta estava meio aberta. não podem haver cidadãos conscientes sem educação.”
As meninas ficaram meio nervosas. b) “Os projetos que me enviaram estão em ordem; devolvê-los-ei
Os sapatos eram meio velhos, mas serviam. ainda hoje, conforme lhes prometi.”

- Bastante. Varia quando adjetivo, sinônimo de suficiente: 06. Como no exercício anterior.
Não havia provas bastantes para condenar o réu. a) “Ele informou aos colegas de que havia perdido os documentos
Duas malas não eram bastantes para as roupas da atriz. cuja originalidade duvidamos.”
b) “Depois de assistir algumas aulas, eu preferia mais ficar no pátio
Fica invariável quando advérbio, caso em que modifica um adjetivo: do que continuar dentro da classe.”
As cordas eram bastante fortes para sustentar o peso.
Os emissários voltaram bastante otimistas. 07. A frase em que a concordância nominal está correta é:
“Levi está inquieto com a economia do Brasil. Vê que se aproximam a) A vasta plantação e a casa grande caiados há pouco tempo era o
dias bastante escuros.” (Austregésilo de Ataíde) melhor sinal de prosperidade da família.
b) Eles, com ar entristecidos, dirigiram-se ao salão onde se encontra-
- Menos. É palavra invariável: vam as vítimas do acidente.
Gaste menos água. c) Não lhe pareciam útil aquelas plantas esquisitas que ele cultivava
À noite, há menos pessoas na praça. na sua pacata e linda chácara do interior.
d) Quando foi encontrado, ele apresentava feridos a perna e o braço
Exercícios direitos, mas estava totalmente lúcido.
e) Esses livro e caderno não são meus, mas poderão ser importante
01. Assinale a frase que encerra um erro de concordância nominal: para a pesquisa que estou fazendo.
a) Estavam abandonadas a casa, o templo e a vila.
08. Assinale a alternativa em que, pluralizando-se a frase, as palavras
b) Ela chegou com o rosto e as mãos feridas.
destacadas permanecem invariáveis:
c) Decorrido um ano e alguns meses, lá voltamos.
a) Este é o meio mais exato para você resolver o problema: estude só.
d) Decorridos um ano e alguns meses, lá voltamos.
b) Meia palavra, meio tom - índice de sua sensatez.
e) Ela comprou dois vestidos cinza.
c) Estava só naquela ocasião; acreditei, pois em sua meia promessa.
d) Passei muito inverno só.
02. Enumere a segunda coluna pela primeira (adjetivo posposto):
e) Só estudei o elementar, o que me deixa meio apreensivo.
(1) velhos
(2) velhas
09. Aponte o erro de concordância nominal.
( ) camisa e calça. a) Andei por longes terras.
( ) chapéu e calça. b) Ela chegou toda machucada.
( ) calça e chapéu. c) Carla anda meio aborrecida.
( ) chapéu e paletó. d) Elas não progredirão por si mesmo.
( ) chapéu e camisa. e) Ela própria nos procurou.
a) 1-2-1-1-2 10. Assinale o erro de concordância nominal.
b) 2-2-1-1-2 a) – Muito obrigada, disse ela.
c) 2-1-1-1-1 b) Só as mulheres foram interrogadas.
d) 1-2-2-2-2 c) Eles estavam só.
e) 2-1-1-1-2 d) Já era meio-dia e meia.
e) Sós, ficaram tristes.
03. Complete os espaços com um dos nomes colocados nos parên-
teses. Respostas:
a) Será que é ____ essa confusão toda? (necessário/ necessária) 01-A / 02-C
b) Quero que todos fiquem ____. (alerta/ alertas) 03. a) necessária b) alerta c) bastantes d) vazia e) meio
c) Houve ____ razões para eu não voltar lá. (bastante/ bastantes) 04. a) “Na reunião do colegiado, não faltaram, no momento em que
d) Encontrei ____ a sala e os quartos. (vazia/vazios) as discussões se tornaram mais violentas, argumentos e opiniões veemen-
e) A dona do imóvel ficou ____ desiludida com o inquilino. (meio/ tes e contraditórias.”
meia) b) Concorda com o sujeito “argumentos e opiniões”.
04. “Na reunião do Colegiado, não faltou, no momento em que as 05. a) “Receba, Vossa Excelência, os protestos de nossa estima, pois
discussões se tornaram mais violentas, argumentos e opiniões veementes não pode haver cidadãos conscientes sem a educação.”
e contraditórias.” No trecho acima, há uma infração as normas de con- b)  A frase está correta.
cordância. 06. a) “Ele informou aos colegas que havia perdido (ou: ele infor-
a) Reescreva-o com devida correção. mou os colegas de que havia perdido os documentos de cuja originalidade
b) Justifique a correção feita. duvidamos.”

Didatismo e Conhecimento 36
PORTUGUÊS
b) “Depois de assistir algumas aulas, eu preferia ficar no pátio a “Foi o que fizemos Capitu e eu.” (Machado de Assis) (ela e eu = nós)
continuar dentro da classe.” “Tu e ele partireis juntos.” (Mário Barreto) (tu e ele = vós)
Você e meu irmão não me compreendem. (você e ele = vocês)
07-E / 08-E / 09-D / 10-C
Muitas vezes os escritores quebram a rigides dessa regra:
Concordância Verbal
- Ora fazendo concordar o verbo com o sujeito mais próximo, quan-
O verbo concorda com o sujeito, em harmonia com as seguintes re- do este se pospõe ao verbo:
gras gerais: “O que resta da felicidade passada és tu e eles.” (Camilo Castelo
Branco)
- O sujeito é simples: O sujeito sendo simples, com ele concordará o “Faze uma arca de madeira; entra nela tu, tua mulher e teus filhos.”
verbo em número e pessoa. Exemplos: (Machado de Assis)
- Ora preferindo a 3ª pessoa na concorrência tu + ele (tu + ele =
Verbo depois do sujeito: vocês em vez de tu + ele = vós):
“As saúvas eram uma praga.” (Carlos Povina Cavalcânti) “...Deus e tu são testemunhas...” (Almeida Garrett)
“Tu não és inimiga dele, não? (Camilo Castelo Branco) “Juro que tu e tua mulher me pagam.” (Coelho Neto)
“Vós fostes chamados à liberdade, irmãos.” (São Paulo)
As normas que a seguir traçamos têm, muitas vezes, valor relativo,
Verbo antes do sujeito: porquanto a escolha desta ou daquela concordância depende, freqüente-
Acontecem tantas desgraças neste planeta! mente, do contexto, da situação e do clima emocional que envolvem o
Não faltarão pessoas que nos queiram ajudar. falante ou o escrevente.
A quem pertencem essas terras?
- Núcleos do sujeito unidos por ou
- O sujeito é composto e da 3ª pessoa
Há duas situações a considerar:
O sujeito, sendo composto e anteposto ao verbo, leva geralmente
este para o plural. Exemplos:
- Se a conjunção ou indicar exclusão ou retificação, o verbo concor-
“A esposa e o amigo seguem sua marcha.” (José de Alencar)
dará com o núcleo do sujeito mais próximo:
“Poti e seus guerreiros o acompanharam.” (José de Alencar)
Paulo ou Antônio será o presidente.
“Vida, graça, novidade, escorriam-lhe da alma como de uma fonte
O ladrão ou os ladrões não deixaram nenhum vestígio.
perene.” (Machado de Assis)
Ainda não foi encontrado o autor ou os autores do crime.
- O verbo irá para o plural se a idéia por ele expressa se referir ou
É licito (mas não obrigatório) deixar o verbo no singular:
- Quando o núcleo dos sujeitos são sinônimos: puder ser atribuída a todos os núcleos do sujeito:
“A decência e honestidade ainda reinava.” (Mário Barreto) “Era tão pequena a cidade, que um grito ou gargalhada forte a atra-
“A coragem e afoiteza com que lhe respondi, perturbou-o...” (Ca- vessavam de ponta a ponta.” (Aníbal Machado) (Tanto um grito como
milo Castelo Branco) uma gargalhada atravessavam a cidade.)
“Que barulho, que revolução será capaz de perturbar esta serenida- “Naquela crise, só Deus ou Nossa Senhora podiam acudir-lhe.”
de?” (Graciliano Ramos) (Camilo Castelo Branco)
- Quando os núcleos do sujeito formam sequência gradativa:
Uma ânsia, uma aflição, uma angústia repentina começou a me Há, no entanto, em bons autores, ocorrência de verbo no singular:
apertar à alma. “A glória ou a vergonha da estirpe provinha de atos individuais.”
(Vivaldo Coaraci)
Sendo o sujeito composto e posposto ao verbo, este poderá concor- “Há dessas reminiscências que não descansam antes que a pena ou a
dar no plural ou com o substantivo mais próximo: língua as publique.” (Machado de Assis)
“Não fossem o rádio de pilha e as revistas, que seria de Elisa?” (Jor- “Um príncipe ou uma princesa não casa sem um vultoso dote.” (Vi-
ge Amado) riato Correia)
“Enquanto ele não vinha, apareceram um jornal e uma vela.” (Ri- - Núcleos do sujeito unidos pela preposição com: Usa-se mais fre-
cardo Ramos) quentemente o verbo no plural quando se atribui a mesma importância,
“Ali estavam o rio e as suas lavadeiras.” (Carlos Povina Cavalcânti) no processo verbal, aos elementos do sujeito unidos pela preposição com.
... casa abençoada onde paravam Deus e o primeiro dos seus minis- Exemplos:
tros.” (Carlos de Laet) Manuel com seu compadre construíram o barracão.
“Eu com outros romeiros vínhamos de Vigo...” (Camilo Castelo
Aconselhamos, nesse caso, usar o verbo no plural. Branco)
“Ele com mais dois acercaram-se da porta.” (Camilo Castelo Bran-
- O sujeito é composto e de pessoas diferentes co)

Se o sujeito composto for de pessoas diversas, o verbo se flexiona no Pode se usar o verbo no singular quando se deseja dar relevância ao
plural e na pessoa que tiver prevalência. (A 1ª pessoa prevalece sobre a primeiro elemento do sujeito e também quando o verbo vier antes deste.
2ª e a 3ª; a 2ª prevale sobre a 3ª): Exemplos:

Didatismo e Conhecimento 37
PORTUGUÊS
O bispo, com dois sacerdotes, iniciou solenemente a missa. Advogado e membro da instituição afirma que ela é corrupta.
O presidente, com sua comitiva, chegou a Paris às 5h da tarde.
“Já num sublime e público teatro se assenta o rei inglês com toda a - Núcleos do sujeito são infinitivos: O verbo concordará no plural se
corte.” (Luís de Camarões) os infinitivos forem determinados pelo artigo ou exprimirem idéias opos-
tas; caso contrário, tanto é lícito usar o verbo no singular como no plural.
- Núcleos do sujeito unidos por nem: Quando o sujeito é formado Exemplos:
por núcleos no singular unidos pela conjunção nem, usa-se, comumente, O comer e o beber são necessários.
o verbo no plural. Exemplos: Rir e chorar fazem parte da vida
Nem a riqueza nem o poder o livraram de seus inimigos. Montar brinquedos e desmontá-los divertiam muito o menino.
Nem eu nem ele o convidamos. “Já tinha ouvido que plantar e colher feijão não dava trabalho.” (Car-
“Nem o mundo, nem Deus teriam força para me constranger a tan- los Povina Cavalcânti) (ou davam)
to.” (Alexandre Herculano)
“Nem a Bíblia nem a respeitabilidade lhe permitem praguejar alto.” - Sujeito oracional: Concorda no singular o verbo cujo sujeito é uma
(Eça de Queirós) oração:
Ainda falta / comprar os cartões.
É preferível a concordância no singular: Predicado Sujeito Oracional

- Quando o verbo precede o sujeito: Estas são realidades que não adianta esconder.
“Não lhe valeu a imensidade azul, nem a alegria das flores, nem a Sujeito de adianta: esconder que (as realidades)
pompa das folhas verdes...” (Machado de Assis)
Não o convidei eu nem minha esposa. - Sujeito Coletivo: O verbo concorda no singular com o sujeito cole-
“Na fazenda, atualmente, não se recusa trabalho, nem dinheiro, nem tivo no singular. Exemplos:
nada a ninguém.” (Guimarães Rosa) A multidão vociferava ameaças.
O exército dos aliados desembarcou no sul da Itália.
- Quando há exclusão, isto é, quando o fato só pode ser atribuído a Uma junta de bois tirou o automóvel do atoleiro.
um dos elementos do sujeito: Um bloco de foliões animava o centro da cidade.
Nem Berlim nem Moscou sediará a próxima Olimpíada. (Só uma
cidade pode sediar a Olimpíada.) Se o coletivo vier seguido de substantivo plural que o especifique e
Nem Paulo nem João será eleito governador do Acre. (Só um candi- anteceder ao verbo, este poderá ir para o plural, quando se quer salientar
dato pode ser eleito governador.) não a ação do conjunto, mas a dos indivíduos, efetuando-se uma concor-
dância não gramatical, mas ideológica:
- Núcleos do sujeito correlacionados: O verbo vai para o plural “Uma grande multidão de crianças, de velhos, de mulheres penetra-
quando os elementos do sujeito composto estão ligados por uma das ex- ram na caverna...” (Alexandre Herculano)
pressões correlativas não só... mas também, não só como também, tanto... “Uma grande vara de porcos que se afogaram de escantilhão no
como, etc. Exemplos: mar...” (Camilo Castelo Branco)
Não só a nação mas também o príncipe estariam pobres.” (Alexan- “Reconheceu que era um par de besouros que zumbiam no ar.”
dre Herculano) (Machado de Assis)
“Tanto a Igreja como o Estado eram até certo ponto inocentes.” “Havia na União um grupo de meninos que praticavam esse di-
(Alexandre Herculano) vertimento com uma pertinácia admirável.” (Carlos Povina Cavalcânti)
“Tanto Noêmia como Reinaldo só mantinham relações de amizade - A maior parte de, grande número de, etc: Sendo o sujeito uma das
com um grupo muito reduzido de pessoas.” (José Condé) expressões quantitativas a maior parte de, parte de, a maioria de, grande
“Tanto a lavoura como a indústria da criação de gado não o demo- número de, etc., seguida de substantivo ou pronome no plural, o vebo,
vem do seu objetivo.” (Cassiano Ricardo) quando posposto ao sujeito, pode ir para o singular ou para o plural, con-
forme se queira efetuar uma concordância estritamente gramatical (com o
- Sujeitos resumidos por tudo, nada, ninguém: Quando o sujeito coletivo singular) ou uma concordância enfática, expressiva, com a idéia
composto vem resumido por um dos pronomes, tudo, nada, ninguém, de pluralidade sugerida pelo sujeito. Exemplos:
etc. o verbo concorda, no singular, com o pronome resumidor. Exemplos: A maior parte dos indígenas respeitavam os pajés.” (Gilberto Freire)
Jogos, espetáculos, viagens, diversões, nada pôde satisfazê-lo. “A maior parte dos doidos ali metidos estão em seu perfeito juízo.”
“O entusiasmo, alguns goles de vinho, o gênio imperioso, estouva- (Machado de Assis)
do, tudo isso me levou a fazer uma coisa única.” (Machado de Assis) “A maior parte das pessoas pedem uma sopa, um prato de carne e
Jogadores, árbitro, assistentes, ninguém saiu do campo. um prato de legumes.” (Ramalho Ortigão)
“A maior parte dos nomes podem ser empregados em sentido defi-
- Núcleos do sujeito designando a mesma pessoa ou coisa: O verbo nido ou em sentido indefinido.” (Mário Barreto)
concorda no singular quando os núcleos do sujeito designam a mesma
pessoa ou o mesmo ser. Exemplos: Quando o verbo precede o sujeito, como nos dois últimos exemplos,
“Aleluia! O brasileiro comum, o homem do povo, o João-ninguém, a concordância se efetua no singular. Como se vê dos exemplos supracita-
agora é cédula de Cr$ 500,00!” (Carlos Drummond Andrade) dos, as duas concordâncias são igualmente legítimas, porque têm tradição
“Embora sabendo que tudo vai continuar como está, fica o registro, o na língua. Cabe a quem fala ou escreve escolher a que julgar mais adequa-
protesto, em nome dos telespectadores.” (Valério Andrade) da à situação. Pode-se, portanto, no caso em foco, usar o verbo no plural,

Didatismo e Conhecimento 38
PORTUGUÊS
efetuando a concordância não com a forma gramatical das palavras, mas O Japão é um dos países que mais investem em tecnologia.
com a ideia de pluralidade que elas encerram e sugerem à nossa mente. Gandhi foi um dos que mais lutaram pela paz.
Essa concordância ideológica é bem mais expressiva que a gramatical, O sertão cearense é uma das áreas que mais sofrem com as secas.
como se pode perceber relendo as frases citadas de Machado de Assis, Heráclito foi um dos empresários que conseguiram superar a crise.
Ramalho Ortigão, Ondina Ferreira e Aurélio Buarque de Holanda, e cote-
jando-as com as dos autores que usaram o verbo no singular. Embora o caso seja diferente, é oportuno lembrar que, nas orações
adjetivas explicativas, nas quais o pronome que é separado de seu ante-
- Um e outro, nem um nem outro: O sujeito sendo uma dessas ex- cedente por pausa e vírgula, a concordância é determinada pelo sentido
pressões, o verbo concorda, de preferência, no plural. Exemplos: da frase:
“Um e outro gênero se destinavam ao conhecimento...” (Hernâni Um dos meninos, que estava sentado à porta da casa, foi chamar o
Cidade) pai. (Só um menino estava sentado.)
“Um e outro descendiam de velhas famílias do Norte.” (Machado Um dos cinco homens, que assistiam àquela cena estupefatos, sol-
de Assis) tou um grito de protesto. (Todos os cinco homens assistiam à cena.)
Uma e outra família tinham (ou tinha) parentes no Rio.
“Depois nem um nem outro acharam novo motivo para diálogo.” - Mais de um: O verbo concorda, em regra, no singular. O plural será
(Fernando Namora) de rigor se o verbo exprimir reciprocidade, ou se o numeral for superior
a um. Exemplos:
- Um ou outro: O verbo concorda no singular com o sujeito um ou Mais de um excursionista já perdeu a vida nesta montanha.
outro: Mais de um dos circunstantes se entreolharam com espanto.
“Respondi-lhe que um ou outro colar lhe ficava bem.” (Machado Devem ter fugido mais de vinte presos.
de Assis)
“Uma ou outra pode dar lugar a dissentimentos.” (Machado de As- - Quais de vós? Alguns de nós: Sendo o sujeito um dos pronomes
sis) interrogativos quais? quantos? Ou um dos indefinidos alguns, muitos,
“Sempre tem um ou outro que vai dando um vintém.” (Raquel de poucos, etc., seguidos dos pronomes nós ou vós, o verbo concordará, por
Queirós) atração, com estes últimos, ou, o que é mais lógico, na 3ª pessoa do plural:
“Quantos dentre nós a conhecemos?” (Rogério César Cerqueira)
- Um dos que, uma das que: Quando, em orações adjetivas restriti- “Quais de vós sois, como eu, desterrados...?” (Alexandre Herculano)
vas, o pronome que vem antecedido de um dos ou expressão análoga, o “...quantos dentre vós estudam conscienciosamente o passado?”
verbo da oração adjetiva flexiona-se, em regra, no plural: (José de Alencar)
“O príncipe foi um dos que despertaram mais cedo.” (Alexandre Alguns de nós vieram (ou viemos) de longe.
Herculano)
“A baronesa era uma das pessoas que mais desconfiavam de nós.” Estando o pronome no singular, no singular (3ª pessoa) ficará o ver-
(Machado de Assis) bo:
“Areteu da Capadócia era um dos muitos médicos gregos que vi- Qual de vós testemunhou o fato?
viam em Roma.” (Moacyr Scliar) Nenhuma de nós a conhece.
Ele é desses charlatães que exploram a crendice humana. Nenhum de vós a viu?
Essa é a concordância lógica, geralmente preferida pelos escritores Qual de nós falará primeiro?
modernos. Todavia, não é prática condenável fugir ao rigor da lógica gra-
matical e usar o verbo da oração adjetiva no singular (fazendo-o concor- - Pronomes quem, que, como sujeitos: O verbo concordará, em re-
dar com a palavra um), quando se deseja destacar o indivíduo do grupo, gra, na 3ª pessoa, com os pronomes quem e que, em frases como estas:
dando-se a entender que ele sobressaiu ou sobressai aos demais: Sou eu quem responde pelos meus atos.
Ele é um desses parasitas que vive à custa dos outros. Somos nós quem leva o prejuízo.
“Foi um dos poucos do seu tempo que reconheceu a originalidade e Eram elas quem fazia a limpeza da casa.
importância da literatura brasileira.” (João Ribeiro) “Eras tu quem tinha o dom de encantar-me.” (Osmã Lins)

Há gramáticas que condenam tal concordância. Por coerência, deve- Todavia, a linguagem enfática justifica a concordância com o sujeito
riam condenar também a comumente aceita em construções anormais do da oração principal:
tipo: Quais de vós sois isentos de culpa? Quantos de nós somos completa- “Sou eu quem prendo aos céus a terra.” (Gonçalves Dias)
mente felizes? O verbo fica obrigatoriamente no singular quando se aplica “Não sou eu quem faço a perspectiva encolhida.” (Ricardo Ramos)
apenas ao indivíduo de que se fala, como no exemplo: “És tu quem dás frescor à mansa brisa.” (Gonçalves Dias)
Jairo é um dos meus empregados que não sabe ler. (Jairo é o único “Nós somos os galegos que levamos a barrica.” (Camilo Castelo
empregado que não sabe ler.) Branco)

Ressalte-se porém, que nesse caso é preferível construir a frase de A concordância do verbo precedido do pronome relativo que far-se-
outro modo: -á obrigatoriamente com o sujeito do verbo (ser) da oração principal, em
Jairo é um empregado meu que não sabe ler. frases do tipo:
Dos meus empregados, só Jairo não sabe ler. Sou eu que pago.
És tu que vens conosco?
Na linguagem culta formal, ao empregar as expressões em foco, o Somos nós que cozinhamos.
mais acertado é usar no plural o verbo da oração adjetiva: Eram eles que mais reclamavam.

Didatismo e Conhecimento 39
PORTUGUÊS
Em construções desse tipo, é lícito considerar o verbo ser e a palavra Não se podem cortar essas árvores. (sujeito: árvores; locução verbal:
que como elementos expletivos ou enfatizantes, portanto não necessários podem cortar)
ao enunciado. Assim: Devem-se ler bons livros. (=Devem ser lidos bons livros) (sujeito:
Sou eu que pago. (=Eu pago) livros; locução verbal: devem-se ler)
Somos nós que cozinhamos. (=Nós cozinhamos) “Nem de outra forma se poderiam imaginar façanhas memoráveis
Foram os bombeiros que a salvaram. (= Os bombeiros a salvaram.) como a do fabuloso Aleixo Garcia.” (Sérgio Buarque de Holanda)
Seja qual for a interpretação, o importante é saber que, neste caso, “Em Santarém há poucas casas particulares que se possam dizer
tanto o verbo ser como o outro devem concordar com o pronome ou subs- verdadeiramente antigas.” (Almeida Garrett)
tantivo que precede a palavra que.
Entretanto, pode-se considerar sujeito do verbo principal a oração
- Concordância com os pronomes de tratamento: Os pronomes de
tratamento exigem o verbo na 3ª pessoa, embora se refira à 2ª pessoa do iniciada pelo infinitivo e, nesse caso, não há locução verbal e o verbo
discurso: auxiliar concordará no singular. Assim:
Vossa Excelência agiu com moderação. Não se pode cortar essas árvores. (sujeito: cortar essas árvores; pre-
Vossas Excelências não ficarão surdos à voz do povo. dicado: não se pode)
“Espero que V.Sª. não me faça mal.” (Camilo Castelo Branco) Deve-se ler bons livros. (sujeito: ler bons livros; predicado: deve-se)
“Vossa Majestade não pode consentir que os touros lhe matem o Em síntese: de acordo com a interpretação que se escolher, tanto é
tempo e os vassalos.” (Rebelo da Silva) lícito usar o verbo auxiliar no singular como no plural. Portanto:
Não se podem (ou pode) cortar essas árvores.
- Concordância com certos substantivos próprios no plural: Cer- Devem-se (ou deve-se) ler bons livros.
tos substantivos próprios de forma plural, como Estados Unidos, Andes, “Quando se joga, deve-se aceitar as regras.” (Ledo Ivo)
Campinas, Lusíadas, etc., levam o verbo para o plural quando se usam “Concluo que não se devem abolir as loterias.” (Machado de Assis)
com o artigo; caso contrário, o verbo concorda no singular.
“Os Estados Unidos são o país mais rico do mundo.” (Eduardo Pra- - Verbos impessoais: Os verbos haver, fazer (na indicação do tem-
do) po), passar de (na indicação de horas), chover e outros que exprimem
Os Andes se estendem da Venezuela à Terra do Fogo. fenômenos meteorológicos, quando usados como impessoais, ficam na
“Os Lusíadas” imortalizaram Luís de Camões. 3ª pessoa do singular:
Campinas orgulha-se de ter sido o berço de Carlos Gomes.
“Não havia ali vizinhos naquele deserto.” (Monteiro Lobato)
“Havia já dois anos que nos não víamos.” (Machado de Assis)
Tratando-se de títulos de obras, é comum deixar o verbo no singular,
sobretudo com o verbo ser seguido de predicativo no singular: “Aqui faz verões terríveis.” (Camilo Castelo Branco)
“As Férias de El-Rei é o título da novela.” (Rebelo da Silva) “Faz hoje ao certo dois meses que morreu na forca o tal malvado...”
“As Valkírias mostra claramente o homem que existe por detrás do (Camilo Castelo Branco)
mago.” (Paulo Coelho)
“Os Sertões é um ensaio sociológico e histórico...” (Celso Luft) Observações:

A concordância, neste caso, não é gramatical, mas ideológica, por- - Também fica invariável na 3ª pessoa do singular o verbo que forma
que se efetua não com a palavra (Valkírias, Sertões, Férias de El-Rei), locução com os verbos impessoais haver ou fazer:
mas com a ideia por ela sugerida (obra ou livro). Ressalte-se, porém, que Deverá haver cinco anos que ocorreu o incêndio.
é também correto usar o verbo no plural: Vai haver grandes festas.
As Valkírias mostram claramente o homem... Há de haver, sem dúvida, fortíssimas razões para ele não aceitar o
“Os Sertões são um livro de ciência e de paixão, de análise e de cargo.
protesto.” (Alfredo Bosi) Começou a haver abusos na nova administração.
- Concordância do verbo passivo: Quando apassivado pelo prono- - o verbo chover, no sentido figurado (= cair ou sobrevir em grande
me apassivador se, o verbo concordará normalmente com o sujeito: quantidade), deixa de ser impessoal e, portanto concordará com o sujeito:
Vende-se a casa e compram-se dois apartamentos.
Choviam pétalas de flores.
Gataram-se milhões, sem que se vissem resultados concretos.
“Sou aquele sobre quem mais têm chovido elogios e diatribes.”
“Correram-se as cortinas da tribuna real.” (Rebelo da Silva)
“Aperfeiçoavam-se as aspas, cravavam-se pregos necessários à se- (Carlos de Laet)
gurança dos postes...” (Camilo Castelo Branco) “Choveram comentários e palpites.” (Carlos Drummond de Andra-
de)
Na literatura moderna há exemplos em contrário, mas que não de- “E nem lá (na Lua) chovem meteoritos, permanentemente.” (Raquel
vem ser seguidos: de Queirós)
“Vendia-se seiscentos convites e aquilo ficava cheio.” (Ricardo Ra-
mos) - Na língua popular brasileira é generalizado o uso de ter, impessoal,
“Em Paris há coisas que não se entende bem.” (Rubem Braga) por haver, existir. Nem faltam exemplos em escritores modernos:
“No centro do pátio tem uma figueira velhíssima, com um banco
Nas locuções verbais formadas com os verbos auxiliares poder e de- embaixo.” (José Geraldo Vieira)
ver, na voz passiva sintética, o verbo auxiliar concordará com o sujeito. “Soube que tem um cavalo morto, no quintal.” (Carlos Drummond
Exemplos: de Andrade)

Didatismo e Conhecimento 40
PORTUGUÊS
Esse emprego do verbo ter, impessoal, não é estranho ao português “Os responsórios e os sinos é coisa importuna em Tibães.” (Camilo
europeu: “É verdade. Tem dias que sai ao romper de alva e recolhe alta Castelo Branco)
noite, respondeu Ângela.” (Camilo Castelo Branco) (Tem = Há)
- Nas locuções é muito, é pouco, é suficiente, é demais, é mais que
- Existir não é verbo impessoal. Portanto: (ou do que), é menos que (ou do que), etc., cujo sujeito exprime quantida-
Nesta cidade existem ( e não existe) bons médicos.
de, preço, medida, etc.:
Não deviam (e não devia) existir crianças abandonadas.
“Seis anos era muito.” (Camilo Castelo Branco)
- Concordância do verbo ser: O verbo de ligação ser concorda com Dois mil dólares é pouco.
o predicativo nos seguintes casos: Cinco mil dólares era quanto bastava para a viagem.
- Quando o sujeito é um dos pronomes tudo, o, isto, isso, ou aquilo: Doze metros de fio é demais.
“Tudo eram hipóteses.” (Ledo Ivo)
“Tudo isto eram sintomas graves.” (Machado de Assis) - Na indicação das horas, datas e distância , o verbo ser é impessoal
Na mocidade tudo são esperanças. (não tem sujeito) e concordará com a expressão designativa de hora, data
“Não, nem tudo são dessemelhanças e contrastes entre Brasil e Esta- ou distância:
dos Unidos.” (Viana Moog) Era uma hora da tarde.
“Era hora e meia, foi pôr o chapéu.” (Eça de Queirós)
A concordância com o sujeito, embora menos comum, é também
lícita: “Seriam seis e meia da tarde.” ( Raquel de Queirós)
“Tudo é flores no presente.” (Gonçalves Dias) “Eram duas horas da tarde.” (Machado de Assis)
“O que de mim posso oferecer-lhe é espinhos da minha coroa.” (Ca-
milo Castelo Branco) Observações:

O verbo ser fica no singular quando o predicativo é formado de dois - Pode-se, entretanto na linguagem espontânea, deixar o verbo no
núcleos no singular: singular, concordando com a idéia implícita de “dia”:
“Tudo o mais é soledade e silêncio.” (Ferreira de Castro) “Hoje é seis de março.” (J. Matoso Câmara Jr.) (Hoje é dia seis de
março.)
- Quando o sujeito é um nome de coisa, no singular, e o predicativo “Hoje é dez de janeiro.” (Celso Luft)
um substantivo plural:
“A cama são umas palhas.” (Camilo Castelo Branco)
“A causa eram os seus projetos.” (Machado de Assis) - Estando a expressão que designa horas precedida da locução per-
“Vida de craque não são rosas.” (Raquel de Queirós) to de, hesitam os escritores entre o plural e o singular:
Sua salvação foram aquelas ervas. “Eram perto de oito horas.” (Machado de Assis)
“Era perto de duas horas quando saiu da janela.” (Machado de As-
O sujeito sendo nome de pessoa, com ele concordará o verbo ser: sis)
Emília é os encantos de sua avó. “...era perto das cinco quando saí.” (Eça de Queirós)
Abílio era só problemas.
Dá-se também a concordância no singular com o sujeito que: - O verbo passar, referente a horas, fica na 3ª pessoa do singular, em
“Ergo-me hoje para escrever mais uma página neste Diário que bre- frases como: Quando o trem chegou, passava das sete horas.
ve será cinzas como eu.” (Camilo Castelo Branco)

- Quando o sujeito é uma palavra ou expressão de sentido coletivo - Locução de realce é que: O verbo ser permanece invariável na
ou partitivo, e o predicativo um substantivo no plural: expressão expletiva ou de realce é que:
“A maioria eram rapazes.” (Aníbal Machado) Eu é que mantenho a ordem aqui. (= Sou eu que mantenho a ordem
A maior parte eram famílias pobres. aqui.)
O resto (ou o mais) são trastes velhos. Nós é que trabalhávamos. (= Éramos nós que trabalhávamos)
“A maior parte dessa multidão são mendigos.” (Eça de Queirós) As mães é que devem educá-los. (= São as mães que devem educá-
-los.)
- Quando o predicativo é um pronome pessoal ou um substantivo, e Os astros é que os guiavam. (= Eram os astros que os guiavam.)
o sujeito não é pronome pessoal reto:
“O Brasil, senhores, sois vós.” (Rui Barbosa)
Da mesma forma se diz, com ênfase:
“Nas minhas terras o rei sou eu.” (Alexandre Herculano)
“O dono da fazenda serás tu.” (Said Ali) “Vocês são muito é atrevidos.” (Raquel de Queirós)
“...mas a minha riqueza eras tu.” (Camilo Castelo Branco) “Sentia era vontade de ir também sentar-me numa cadeira junto do
palco.” (Graciliano Ramos)
Mas: Eu não sou ele. Vós não sois eles. Tu não és ele. “Por que era que ele usava chapéu sem aba?” (Graciliano Ramos)

- Quando o predicativo é o pronome demonstrativo o ou a palavra Observação: O verbo ser é impessoal e invariável em construções
coisa: enfáticas como:
Divertimentos é o que não lhe falta. Era aqui onde se açoitavam os escravos. (= Aqui se açoitavam os
“Os bastidores é só o que me toca.” (Correia Garção) escravos.)
“Mentiras, era o que me pediam, sempre mentiras.” ( Fernando Na- Foi então que os dois se desentenderam. (= Então os dois se desen-
mora) tenderam.)

Didatismo e Conhecimento 41
PORTUGUÊS
- Era uma vez: Por tradição, mantém-se invariável a expressão ini- As paredes pareciam estremecer. (construção corrente)
cial de histórias era uma vez, ainda quando seguida de substantivo plural: As paredes parecia estremecerem. (construção literária)
Era uma vez dois cavaleiros andantes. Análise da construção dois: parecia: oração principal; as paredes es-
- A não ser: É geralmente considerada locução invariável, equiva- tremeceram: oração subordinada substantiva subjetiva.
lente a exceto, salvo, senão. Exemplos: Outros exemplos:
Nada restou do edifício, a não ser escombros. “Nervos... que pareciam estourar no minuto seguinte.” (Fernando
A não ser alguns pescadores, ninguém conhecia aquela praia. Namora)
“Nunca pensara no que podia sair do papel e do lápis, a não ser “Referiu-me circunstâncias que parece justificarem o procedimen-
bonecos sem pescoço...” (Carlos Drummond de Andrade) to do soberano.” (Latino Coelho)
“As lágrimas e os soluços parecia não a deixarem prosseguir.”
Mas não constitui erro usar o verbo ser no plural, fazendo-o concor- (Alexandre Herculano)
dar com o substantivo seguinte, convertido em sujeito da oração infiniti- “...quando as estrelas, em ritmo moroso, parecia caminharem no
céu.” (Graça Aranha)
va. Exemplos:
“As dissipações não produzem nada, a não serem dívidas e desgos-
Usando-se a oração desenvolvida, parecer concordará no singular:
tos.” (Machado de Assis) “Mesmo os doentes parece que são mais felizes.” (Cecília Meireles)
“A não serem os antigos companheiros de mocidade, ninguém o “Outros, de aparência acabadiça, parecia que não podiam com a en-
tratava pelo nome próprio.” (Álvaro Lins) xada.” (José Américo)
“A não serem os críticos e eruditos, pouca gente manuseia hoje... “As notícias parece que têm asas.” (Oto Lara Resende) (Isto é: Pa-
aquela obra.” (Latino Coelho) rece que as notícias têm asas.)
- Haja vista: A expressão correta é haja vista, e não haja visto. Pode Essa dualidade de sintaxe verifica-se também com o verbo ver na
ser construída de três modos: voz passiva: “Viam-se entrar mulheres e crianças.” Ou “Via-se entra-
Hajam vista os livros desse autor. (= tenham vista, vejam-se) rem mulheres e crianças.”
Haja vista os livros desse autor. (= por exemplo, veja)
Haja vista aos livros desse autor. (= olhe-se para, atente-se para os - Concordância com o sujeito oracional: O verbo cujo sujeito é
livros) uma oração concorda obrigatoriamente na 3ª pessoa do singular:
Parecia / que os dois homens estavam bêbedos.
A primeira construção (que é a mais lógica) analisa-se deste modo. Verbo sujeito (oração subjetiva)
Sujeito: os livros; verbo hajam (=tenham); objeto direto: vista. Faltava / dar os últimos retoques.
A situação é preocupante; hajam vista os incidentes de sábado. Verbo sujeito (oração subjetiva)
Seguida de substantivo (ou pronome) singular, a expressão, eviden-
temente, permanece invariável: A situação é preocupante; haja vista o Outros exemplos, com o sujeito oracional em destaque:
incidente de sábado. Não me interessa ouvir essas parlendas.
Anotei os livros que faltava adquirir. (faltava adquirir os livros)
- Bem haja. Mal haja: Bem haja e mal haja usam-se em frases opta- Esses fatos, importa (ou convém) não esquecê-los.
tivas e imprecativas, respectivamente. O verbo concordará normalmente São viáveis as reformas que se intenta implantar?
com o sujeito, que vem sempre posposto:
“Bem haja Sua Majestade!” (Camilo Castelo Branco) - Concordância com sujeito indeterminado: O pronome se, pode
funcionar como índice de indeterminação do sujeito. Nesse caso, o verbo
Bem hajam os promovedores dessa campanha!
concorda obrigatoriamente na 3ª pessoa do singular. Exemplos;
“Mal hajam as desgraças da minha vida...” (Camilo Castelo Bran-
Em casa, fica-se mais à vontade.
co) Detesta-se (e não detestam-se) aos indivíduos falsos.
Acabe-se de vez com esses abusos!
- Concordância dos verbos bater, dar e soar: Referindo-se às horas, Para ir de São Paulo a Curitiba, levava-se doze horas.
os três verbos acima concordam regularmente com o sujeito, que pode ser
hora, horas (claro ou oculto), badaladas ou relógio: - Concordância com os numerais milhão, bilhão e trilhão: Estes
“Nisto, deu três horas o relógio da botica.” (Camilo Castelo Branco) substantivos numéricos, quando seguidos de substantivo no plural, levam,
“Bateram quatro da manhã em três torres a um tempo...” (Mário de preferência, o verbo ao plural. Exemplos:
Barreto) Um milhão de fiéis agruparam-se em procissão.
“Tinham batido quatro horas no cartório do tabelião Vaz Nunes.” São gastos ainda um milhão de dólares por ano para a manutenção
(Machado de Assis) de cada Ciep.
“Deu uma e meia.” (Said Ali) Meio milhão de refugiados se aproximam da fronteira do Irã.
Meio milhão de pessoas foram às ruas para reverenciar os mártires
Pasar, com referência a horas, no sentido de ser mais de, é verbo da resistência.
impessoal, por isso fica na 3ª pessoa do singular: Quando chegamos ao
aeroporto, passava das 16 horas; Vamos, já passa das oito horas – disse Observações:
ela ao filho.
- Milhão, bilhão e milhar são substantivos masculinos. Por isso, de-
- Concordância do verbo parecer: Em construções com o verbo vem concordar no masculino os artigos, numerais e pronomes que os pre-
parecer seguido de infinitivo, pode-se flexionar o verbo parecer ou o in- cedem: os dois milhões de pessoas; os três milhares de plantas; alguns
finitivo que o acompanha: milhares de telhas; esses bilhões de criaturas, etc.

Didatismo e Conhecimento 42
PORTUGUÊS
- Se o sujeito da oração for milhões, o particípio ou o adjetivo po- - Concordância com formas gramaticais: Palavras no plural com
dem concordar, no masculino, com milhões, ou, por atração, no feminino, sentido gramatical e função de sujeito exigem o verbo no singular:
com o substantivo feminino plural: Dois milhões de sacas de soja estão ali “Elas” é um pronome pessoal. (= A palavra elas é um pronome pes-
armazenados (ou armazenadas) no próximo ano. Foram colhidos três soal.)
milhões de sacas de trigo. Os dois milhões de árvores plantadas estão Na placa estava “veiculos”, sem acento.
altas e bonitas. “Contudo, mercadores não tem a força de vendilhões.” (Machado
de Assis)
- Concordância com numerais fracionários: De regra, a concor-
dância do verbo efetua-se com o numerador. Exemplos: - Mais de, menos de: O verbo concorda com o substantivo que se
“Mais ou menos um terço dos guerrilheiros ficou atocaiado perto...” segue a essas expressões:
(Autran Dourado) Mais de cem pessoas perderam suas casas, na enchente.
“Um quinto dos bens cabe ao menino.” (José Gualda Dantas) Sobrou mais de uma cesta de pães.
Dois terços da população vivem da agricultura. Gastaram-se menos de dois galões de tinta.
Menos de dez homens fariam a colheita das uvas.
Não nos parece, entretanto, incorreto usar o verbo no plural, quando
o número fracionário, seguido de substantivo no plural, tem o numerador Exercícios
1, como nos exemplos:
Um terço das mortes violentas no campo acontecem no sul do Pará. 01. Indique a opção correta, no que se refere à concordância verbal,
Um quinto dos homens eram de cor escura. de acordo com a norma culta:
a) Haviam muitos candidatos esperando a hora da prova.
- Concordância com percentuais: O verbo deve concordar com o b) Choveu pedaços de granizo na serra gaúcha.
número expresso na porcentagem: c) Faz muitos anos que a equipe do IBGE não vem aqui.
Só 1% dos eleitores se absteve de votar. d) Bateu três horas quando o entrevistador chegou.
Só 2% dos eleitores se abstiveram de votar. e) Fui eu que abriu a porta para o agente do censo.
Foram destruídos 20% da mata.
“Cerca de 40% do território ficam abaixo de 200 metros.” (Antônio 02. Assinale a frase em que há erro de concordância verbal:
Hauaiss) a) Um ou outro escravo conseguiu a liberdade.
b) Não poderia haver dúvidas sobre a necessidade da imigração.
Em casos como o da última frase, a concordância efetua-se, pela ló- c) Faz mais de cem anos que a Lei Áurea foi assinada.
gica, no feminino (oitenta e duas entre cem mulheres), ou, seguindo o d) Deve existir problemas nos seus documentos.
uso geral, no masculino, por se considerar a porcentagem um conjunto e) Choveram papéis picados nos comícios.
numérico invariável em gênero.
03. Assinale a opção em que há concordância inadequada:
- Concordância com o pronome nós subentendido: O verbo con- a) A maioria dos estudiosos acha difícil uma solução para o proble-
corda com o pronome subentendido nós em frases do tipo: ma.
Todos estávamos preocupados. (= Todos nós estávamos preocu- b) A maioria dos conflitos foram resolvidos.
pados.) c) Deve haver bons motivos para a sua recusa.
Os dois vivíamos felizes. (=Nós dois vivíamos felizes.) d) De casa à escola é três quilômetros.
“Ficamos por aqui, insatisfeitos, os seus amigos.” (Carlos Drum- e) Nem uma nem outra questão é difícil.
mond de Andrade)
04. Há erro de concordância em:
- Não restam senão ruínas: Em frases negativas em que senão a) atos e coisas más
equivale a mais que, a não ser, e vem seguido de substantivo no plural, b) dificuldades e obstáculo intransponível
costuma-se usar o verbo no plural, fazendo-o concordar com o sujeito c) cercas e trilhos abandonados
oculto outras coisas. Exemplos: d) fazendas e engenho prósperas
Do antigo templo grego não restam senão ruínas. (Isto é: não res- e) serraria e estábulo conservados
tam outras coisas senão ruínas.) 05. Indique a alternativa em que há erro:
Da velha casa não sobraram senão escombros. a) Os fatos falam por si sós.
“Para os lados do sul e poente, não se viam senão edifícios queima- b) A casa estava meio desleixada.
dos.” (Alexandre Herculano) c) Os livros estão custando cada vez mais caro.
“Por toda a parte não se ouviam senão gemidos ou clamores.” (Re- d) Seus apartes eram sempre o mais pertinentes possíveis.
belo da Silva) e) Era a mim mesma que ele se referia, disse a moça.
Segundo alguns autores, pode-se, em tais frases, efetuar a concor-
dância do verbo no singular com o sujeito subentendido nada: 06. Assinale a alternativa correta quanto à concordância verbal:
Do antigo templo grego não resta senão ruínas. (Ou seja: não resta a) Soava seis horas no relógio da matriz quando eles chegaram.
nada, senão ruínas.) b) Apesar da greve, diretores, professores, funcionários, ninguém
Ali não se via senão (ou mais que) escombros. foram demitidos.
As duas interpretações são boas, mas só a primeira tem tradição na c) José chegou ileso a seu destino, embora houvessem muitas ciladas
língua. em seu caminho.

Didatismo e Conhecimento 43
PORTUGUÊS
d) Fomos nós quem resolvemos aquela questão. - oblíquos exercem a função de complemento do verbo (objeto di-
e) O impetrante referiu-se aos artigos 37 e 38 que ampara sua peti- reto / objeto indireto) ou as, lhes. - Ela não vai conosco. (elapronome reto
ção. / vaiverbo / conosco complemento nominal. São: tônicos com preposi-
ção: mim, comigo, ti, contigo,si, consigo, conosco, convosco; átonos sem
07. A concordância verbal está correta na alternativa: preposição: me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os,pronome oblíquo) - Eu dou
a) Ela o esperava já faziam duas semanas. atenção a ela. (eupronome reto / douverbo / atençãonome / elapronome
b) Na sua bolsa haviam muitas moedas de ouro. oblíquo)
c) Eles parece estarem doentes.
d) Devem haver aqui pessoas cultas. Saiba mais sobre os Pronomes Pessoais
e) Todos parecem terem ficado tristes.
- Colocados antes do verbo, os pronomes oblíquos da 3ª pessoa,
08. É provável que ....... vagas na academia, mas não ....... pessoas apresentam sempre a forma: o, a, os, as: Eu os vi saindo do teatro.
interessadas: são muitas as formalidades a ....... cumpridas. - As palavras “só” e “todos” sempre acompanham os pronomes pes-
a) hajam - existem - ser soais do caso reto: Eu vi só ele ontem.
b) hajam - existe - ser - Colocados depois do verbo, os pronomes oblíquos da 3ª pessoa
c) haja - existem - serem apresentam as formas:
d) haja - existe - ser o, a, os, as: se o verbo terminar em vogal ou ditongo oral: Encontreia
e) hajam - existem - serem sozinha. Vejoos diariamente.
o, a, os, as, precedidos de verbos terminados em: R/S/Z, assumem
09. ....... de exigências! Ou será que não ....... os sacrifícios que ....... as formas: lo, Ia, los, las, perdendo, consequentemente, as terminações
por sua causa? R, S, Z. Preciso pagar ao verdureiro. = pagálo; Fiz os exercícios a lápis.
a) Chega - bastam - foram feitos = Filos a lápis.
b) Chega - bastam - foi feito lo, la, los, las: se vierem depois de: eis / nos / vos Eis a prova do
c) Chegam - basta - foi feito suborno. = Eila; O tempo nos dirá. = nolo dirá. (eis, nos, vos perdem o S)
no, na, nos, nas: se o verbo terminar em ditongo nasal: m, ão, õe:
d) Chegam - basta - foram feitos
Deramna como vencedora; Põenos sobre a mesa.
e) Chegam - bastam - foi feito
lhe, lhes colocados depois do verbo na 1ª pessoa do plural, termina-
do em S não modificado: Nós entregamoSlhe a cópia do contrato. (o S
10. Soube que mais de dez alunos se ....... a participar dos jogos que
permanece)
tu e ele ......
nos: colocado depois do verbo na 1ª pessoa do plural, perde o S:
a) negou – organizou
Sentamonos à mesa para um café rápido.
b) negou – organizastes
me, te, lhe, nos, vos: quando colocado com verbos transitivos diretos
c) negaram – organizaste
(TD), têm sentido possessivo, equivalendo a meu, teu, seu, dele, nosso,
d) negou – organizaram vosso: Os anos roubaramlhe a esperança. (sua, dele, dela possessivo)
e) negaram - organizastes as formas conosco e convosco são substituídas por: com + nós, com
+ vós. seguidos de: ambos, todos, próprios, mesmos, outros, numeral:
Respostas: (01-C) (02-D) (03-D) (04-D) (05-D) (06-D) (07-C) (08- Marianne garantiu que viajaria com nós três.
C) (09-A) (10-E) o pronome oblíquo funciona como sujeito com os verbos: deixar,
fazer, ouvir, mandar, sentir e ver+verbo no infinitivo. Deixeme sentir seu
perfume. (Deixe que eu sinta seu perfume me sujeito do verbo deixar
PRONOMES: EMPREGO E COLOCAÇÃO Mandeio calar. (= Mandei que ele calasse), o= sujeito do verbo mandar.
os pronomes pessoais oblíquos nos, vos, e se recebem o nome de
pronomes recíprocos quando expressam uma ação mútua ou recíproca:
Nós nos encontramos emocionados. (pronome recíproco, nós mesmos).
É a palavra que acompanha ou substitui o nome, relacionandoo a Nunca diga: Eu se apavorei. / Eu jà se arrumei; Eu me apavorei. / Eu me
uma das três pessoas do discurso. As três pessoas do discurso são: arrumei. (certos)
1ª pessoa: eu (singular) nós (plural): aquela que fala ou emissor; Os pronomes pessoais retos eu e tu serão substituidos por mim e ti
2ª pessoa: tu (singular) vós (plural): aquela com quem se fala ou após prepõsição: O segredo ficará somente entre mim e ti.
receptor; É obrigatório o emprego dos pronomes pessoais eu e tu, quando
3ª pessoa: ele, ela (singular) eles, elas (plural): aquela de quem se funcionarem como Sujeito: Todos pediram para eu relatar os fatos cuida-
fala ou referente. dosamente. (pronome reto + verbo no infinitivo). Lembrese de que mim
Dependendo da função de substituir ou acompanhar o nome, o pro- não fala, não escreve, não compra, não anda. Somente o Tarzã e o Capitão
nome é, respectivamente: pronome substantivo ou pronome adjetivo. Caverna dizem: mim gosta / mim tem / mim faz. / mim quer.
Os pronomes são classificados em: pessoais, de tratamento, posses- As formas oblíquas o, a, os, as são sempre empregadas como
sivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos. complemento de verbos transitivos diretos ao passo que as formas lhe,
lhes são empregadas como complementos de verbos transitivos indi-
Pronomes Pessoais: Os pronomes pessoais dividemse em: retos: Dona Cecília, querida amiga, chamoua. (verbo transitivo direto,
- retos exercem a função de sujeito da oração: eu, tu, ele, nós, vós, VTD); Minha saudosa comadre, Nircléia, obedeceulhe. (verbo transitivo
eles: indireto,VTI)

Didatismo e Conhecimento 44
PORTUGUÊS
É comum, na linguagem coloquial, usar o brasileiríssimo a gente, - A forma Sua (Senhoria, Excelência ) é empregada quando se fala
substituindo o pronome pessoal nós: A gente deve fazer caridade com os sobre a pessoa: Sua Eminência, o cardeal, viajouparaum Congresso. (fa-
mais necessitados. lando a respeito do cardeal)
Os pronomes pessoais retos ele, eles, ela, elas, nós e vós serão pro- - Os pronomes de tratamento com a forma Vossa (Senhoria, Exce-
nomes pessoais oblíquos quando empregados como complementos de lência, Eminência, Majestade), embora indiquem a 2ª pessoa (com quem
um verbo e vierem precedidos de preposição. O conserto da televisão foi se fala), exigem que outros pronomes e o verbo sejam usados na 3ª pes-
feito por ele. (ele= pronome oblíquo) soa. Vossa Excelência sabe que seus ministros o apoiarão.
Os pronomes pessoais ele, eles e ela, elas podem se contrair com
as preposições de e em: Não vejo graça nele./ Já frequentei a casa dela. Pronomes Possessivos: São os pronomes que indicam posse em re-
Se os pronomes pessoais retos ele, eles, ela, elas estiverem funcio- lação às pessoas da fala.
nando como sujeito, e houver uma preposição antes deles, não poderá Singular: 1ª pessoa: meu, meus, minha, minhas; 2ª pessoa: teu, teus,
haver uma contração: Está na hora de ela decidir seu caminho. (ela sujeito tua, tuas; 3ª pessoa: seu, seus, sua, suas;
de decidir; sempre com verbo no infinitivo)
Plural: 1ª pessoa: nosso/os nossa/as, 2ª pessoa: vosso/os vossa/as. 3ª
Chamamse pronomes pessoais reflexivos os pronomes pessoais que
pessoa: seu, seus, sua, suas.
se referem ao sujeito: Eu me feri com o canivete. (eu 1ª pessoa sujeito /
me pronome pessoal reflexivo)
Os pronomes pessoais oblíquos se, si e consigo devem ser empre- Emprego dos Pronomes Possessivos
gados somente como pronomes pessoais reflexivos e funcionam como
complementos de um verbo na 3ª pessoa, cujo sujeito é também da 3ª pes- - O uso do pronome possessivo da 3ª pessoa pode provocar, às vezes,
soa: Nicole levantouse com elegância e levou consigo (com ela própria) a ambiguidade da frase. João Luís disse que Laurinha estava trabalhando
todos os olhares. (Nicolesujeito, 3ª pessoa/ levantou verbo 3ª pessoa / se em seu consultório.
complemento 3ª pessoa / levou verbo 3ª pessoa / consigo complemento - O pronome seu toma o sentido ambíguo, pois pode referir se tanto
3ª pessoa) ao consultório de João Luís como ao de Laurinha. No caso, usase o pro-
O pronome pessoal oblíquo não funciona como reflexivo se não se nome dele, dela para desfazer a ambiguidade.
referir ao sujeito: Ela me protegeu do acidente. (ela sujeito 3ª pessoa me - Os possessivos, às vezes, podem indicar aproximações numéricas e
complemento 1ª pessoa) não posse: Cláudia e Haroldo devem ter seus trinta anos.
Você é segunda ou terceira pessoa? Na estrutura da fala, você é a - Na linguagem popular, o tratamento seu como em: Seu Ricardo,
pessoa a quem se fala e, portanto, da 2ª pessoa. Por outro lado, você, como pode entrar!, não tem valor possessivo, pois é uma alteração fonética da
os demais pronomes de tratamento senhor, senhora, senhorita, dona, pede palavra senhor
o verbo na 3ª pessoa, e não na 2ª. - Os pronomes possessivos podem ser substantivados: Dê lembran-
Os pronomes oblíquos me, te, lhe, nos, vos, lhes (formas de objeto ças a todos os seus.
indireto, 0I) juntamse a o, a, os, as (formas de objeto direto), assim: me+o: - Referindose a mais de um substantivo, o possessivo concorda com
mo/+a: ma/+ os: mos/+as: mas: Recebi a carta e agradeci aojovem, que o mais próximo: Trouxeme seus livros e anotações.
ma trouxe. nos +o: nolo / + a: nola / + os: nolos / +as: nolas: Venderíamos - Usamse elegantemente certos pronomes oblíquos: me, te, lhe, nos,
a casa, se nola exigissem. te+ o: to/+ a: ta/+ os: tos/+ as: tas: Deite os meus vos, com o valor de possessivos. Vou seguirlhe os passos. (os seus passos)
melhores dias. Deitos. lhe+ o: lho/+ a: lha/+ os: lhos/+ as:lhas: Ofereci lhe - Devese observar as correlações entre os pronomes pessoais e pos-
flores. Oferecilhas. vos+ o: volo/+ a: vola/+ os: volos/+ as: volas: - Pedi- sessivos. “Sendo hoje o dia do teu aniversário, apressome em apresentarte
vos conselho. Pedi volo. os meus sinceros parabéns; Peço a Deus pela tua felicidade; Abraçate o
teu amigo que te preza.”
No Brasil, quase não se usam essas combinações (mo, to, lho, nolo, - Não se emprega o pronome possessivo (seu, sua) quando se trata
volo), são usadas somente em escritores mais sofisticados.
de parte do corpo. Veja: “Um cavaleiro todo vestido de negro, com um
falcão em seu ombro esquerdo e uma espada em sua, mão”. (usase: no
Pronomes de Tratamento: São usados no trato com as pessoas. De-
pendendo da pessoa a quem nos dirigimos, do seu cargo, idade, título, ombro; na mão)
o tratamento será familiar ou cerimonioso: Vossa Alteza-V.A.-príncipes,
duques; Vossa Eminência-V.Ema-cardeais; Vossa Excelência-V.Ex.a- Pronomes Demonstrativos: Indicam a posição dos seres designados
-altas autoridades, presidente, oficiais; Vossa Magnificência-V.Mag.a-rei- em relação às pessoas do discurso, situandoos no espaço ou no tempo.
tores de universidades; Vossa Majestade-V.M.-reis, imperadores; Vossa Apresentamse em formas variáveis e invariáveis.
Santidade-V.S.-Papa; Vossa Senhoria-V.Sa-tratamento cerimonioso.
Em relação ao espaço:
- São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, a se- Este (s), esta (s), isto: indicam o ser ou objeto que está próximo da
nhorita, dona, você. pessoa que fala.
- Doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Nas Esse (s), essa (s), isso: indicam o ser ou objeto que está próximo da
comunicações oficiais devem ser utilizados somente dois fechos: pessoa,com quem se fala, que ouve (2ª pessoa)
- Respeitosamente: para autoridades superiores, inclusive para o pre- Aquele (s), aquela (s), aquilo: indicam o ser ou objeto que está longe
sidente da República. de quem fala e da pessoa de quem se fala (3ª pessoa)
- Atenciosamente: para autoridades de mesmahierarquia oude hie-
rarquia inferior. Em relação ao tempo:
- A forma Vossa (Senhoria, Excelência) é empregada quando se fala Este (s), esta (s), isto: indicam o tempo presente em relação ao mo-
com a própria pessoa: Vossa Senhoria não compareceu à reunião dos mento em que se fala. Este mês termina o prazo das inscrições para o
semterra? (falando com a pessoa) vestibular da FAL.

Didatismo e Conhecimento 45
PORTUGUÊS
Esse (s), essa (s), isso: indicam o tempo passado há pouco ou o fu- Locuções Pronominais Indefinidas: São locuções pronominais in-
turo em relação ao momento em se fala. Onde você esteve essa semana definidas duas ou mais palavras que equiva em ao pronome indefinido:
toda? cada qual / cada um / quem quer que seja / seja quem for / qualquer um /
Aquele (s), aquela (s), aquilo: indicam um tempo distante em relação todo aquele que / um ou outro / tal qual (=certo) / tal e, ou qual /
ao momento em que se fala. Bons tempos aqueles em que brincávamos
descalços na rua... Pronomes Relativos: São aqueles que representam, numa 2ª oração,
alguma palavra que já apareceu na oração anterior. Essa palavra da oração
dependendo do contexto, também são considerados pronomes de- anterior chamase antecedente: Comprei um carro que é movido a álcool e
monstrativos o, a, os, as, mesmo, próprio, semelhante, tal, equivalendo a à gasolina. É Flex Power. Percebese que o pronome relativo que, substitui
aquele, aquela, aquilo. O próprio homem destrói a natureza; Depois de na 2ª oração, o carro, por isso a palavra que é um pronome relativo. Dica:
muito procurar, achei o que queria; O professor fez a mesma observação; substituir que por o, a, os, as, qual / quais.
Estranhei semelhante coincidência; Tal atitude é inexplicável. Os pronomes relativos estão divididos em variáveis e invariáveis.
para retomar elementos já enunciados, usamos aquele (e variações) Variáveis: o qual, os quais, a qual, as quais, cujo, cujos, cuja, cujas,
para o elemento que foi referido em 1º Iugar e este (e variações) para o quanto, quantos;
que foi referido em último lugar. Pais e mães vieram à festa de encerra- Invariáveis: que, quem, quando, como, onde.
mento; aqueles, sérios e orgulhosos, estas, elegantes e risonhas. Emprego dos Pronomes Relativos
dependendo do contexto os demonstrativos também servem como
palavras de função intensificadora ou depreciativa. Júlia fez o exercício - O relativo que, por ser o mais usado, é chamado de relativo univer-
com aquela calma! (=expressão intensificadora). Não se preocupe; aquilo sal. Ele pode ser empregado com referência à pessoa ou coisa, no plural
é uma tranqueira! (=expressão depreciativa) ou no singular: Este é o CD novo que acabei de comprar; João Adolfo é
- as formas nisso e nisto podem ser usadas com valor de então ou o cara que pedi a Deus.
nesse momento. A festa estava desanimada; nisso, a orquestra tocou um - O relativo que pode ter por seu antecedente o pronome demonstra-
samba e todos caíram na dança. tivo o, a, os, as: Não entendi o que você quis dizer. (o que = aquilo que).
os demonstrativos esse, essa, são usados para destacar um elemento - O relativo quem refere se a pessoa e vem sempre precedido de
preposição: Marco Aurélio é o advogado a quem eu me referi.
anteriormente expresso. Ninguém ligou para o incidente, mas os pais, es-
- O relativo cujo e suas flexões equivalem a de que, do qual, de quem
ses resolveram tirar tudo a limpo.
e estabelecem relação de posse entre o antecedente e o termo seguinte.
(cujo, vem sempre entre dois substantivos)
Pronomes Indefinidos: São aqueles que se referem à 3ª pessoa do
discurso de modo vago indefinido, impreciso: Alguém disse que Paulo
- O pronome relativo pode vir sem antecedente claro, explícito; é
César seria o vencedor. Alguns desses pronomes são variáveis em gênero
classificado, portanto, como relativo indefinido, e não vem precedido de
e número; outros são invariáveis.
preposição: Quem casa quer casa; Feliz o homem cujo objetivo é a ho-
Variáveis: algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, certo, vários, nestidade; Estas são as pessoas de cujos nomes nunca vou me esquecer.
tanto, quanto, um, bastante, qualquer. - Só se usa o relativo cujo quando o conseqüente é diferente do ante-
Invariáveis: alguém, ninguém, tudo, outrem, algo, quem, nada, cedente: O escritor cujo livro te falei é paulista.
cada, mais, menos, demais. - O pronome cujo não admite artigo nem antes nem depois de si.
- O relativo onde é usado para indicar lugar e equivale a: em que, no
Emprego dos Pronomes Indefinidos qual: Desconheço o lugar onde vende tudo mais barato. (= lugar em que)
- Quanto, quantos e quantas são relativos quando usados depois de
Não sei de pessoa alguma capaz de convencêlo. (alguma, equivale tudo, todos, tanto: Naquele momento, a querida comadre Naldete, falou
a nenhum) tudo quanto sabia.
- Em frases de sentido negativo, nenhum (e variações) equivale ao
pronome indefinido um: Fiquei sabendo que ele não é nenhum ignorante. Pronomes Interrogativos: São os pronomes em frases ínterrogativas
- O indefinido cada deve sempre vir acompanhado de um substanti- diretas ou indiretas. Os principais interrogativos são: que, quem, qual,
vo ou numeral, nunca sozinho: Ganharam cem dólares cada um. (inade- quanto:
quado: Ganharam cem dólares cada.) Afinal, quem foram os prefeitos desta cidade? (interrogativa direta,
Colocados depois do substantivo, os pronomes algum/alguma ga- com o ponto de interrogação)
nham sentido negativo. Este ano, funcionário público algum terá aumen- Gostaria de saber quem foram os prefeitos desta cidade. (interroga-
to digno. tiva indireta, sem a interrogação)
Colocados antes do substantivo, os pronomes algum/alguma ga-
nham sentido positivo. Devemos sempre ter alguma esperança. Exercícios
Certo, certa, certos, certas, vários, várias, são indefinidos quando
colocados antes do substantivo e adjetivos, quando colocados depois do Reescreva os períodos abaixo, corrigindo-os quando for o caso:
substantivo: Certo dia perdi o controle da situação. (antes do substantivo=
indefinido); Eles voltarão no dia certo. (depois do substantivo=adjetivo). 01. “Jamais haverá inimizade entre você e eu”, disse o rapaz lamen-
Todo, toda (somente no singular) sem artigo, equivale a qualquer: tando e chorando”.
Todo ser nasce chorando. (=qualquer ser; indetermina, generaliza). 02. “Venha e traga contigo todo o material que estiver aí!”
Outrem significa outra pessoa: Nunca se sabe o pensamento de ou- 03. “Ela falou que era para mim comer, e depois, para mim sair dali.”
trem. 04. Polidamente, mandei eles entrar e, depois, deixei eles sentar”
Qualquer, plural quaisquer: Fazemos quaisquer negócios. 05. “Durante toda a aula os alunos falaram sobre ti e sobre mim.”

Didatismo e Conhecimento 46
PORTUGUÊS
06. “Comunico-lhe que, quanto ao livro, deram-no ao professor.” b) Senhor Deputado, peço a Vossa Excelência que conclua a sua
07. “Informamos-lhe que tudo estava bem conosco e com eles.” oração.
08. “Espero que V. Exa. e vossa distinta consorte nos honrem com c) Sua Eminência, o Papa Paulo VI, assistiu à solenidade.
vossa visita. d) Procurei a chefe da repartição, mas Sua Senhoria se recusou a
09. “Vossa Majestade, Senhor Rei, sois generoso e bom para com o ouvir minhas explicações.
vosso povo.”
10. “Ela irá com nós mesmo, disse o homem com voz grave e solene. 33. Em “O que estranhei é que as substâncias eram transferidas........!
11. “Ele falou do lugar onde foi com entusiasmo e saudade ao mes- a) artigo - expletivo
mo tempo” b) pronome pessoal - pronome relativo
12. “Você já sabe aonde ela foi com aquele canalha? c) pronome demonstrativo - integrante
13. “Espero que ele vá ao colégio e leve consigo o livro que me per- d) pronome demonstrativo - expletivo
tence. e) artigo - pronome relativo
14. “Se vier, traga comigo o livro que lhe pedi”
15. “Mandaram-no à delegacia para explicar o caso da morte.” 34. Em “Todo sistema coordenado é...........”. “Mas o propósito de
TODA teoria física é.......”. As palavras destacadas são.... e significam,
16. Enviaremos-lhe todo o estoque que estiver disponível.
respectivamente:
17. “Para lhe dizer tudo, eu preciso de muito mais dinheiro.”
a) pronomes substantivos indefinidos qualquer e qualquer
18. “Ela me disse apenas isto: me deixe passar que eu quero morrer.” b) pronomes adjetivos indefinidos qualquer e inteiro
19. “Me diga toda a verdade porque, assim as coisas ficam mais fá- c) pronomes adjetivos demonstrativos inteiro e cada um
ceis.” d) pronomes adjetivos indefinidos inteiro e qualquer
20. “Tenho informado-o sobre todos os pormenores da viagem.” e) pronomes adjetivos indefinidos qualquer e qualquer.
21. “Mandei-te todo o material de que precisas.”
22. “Dir-lhe-ei toda a verdade sobre o caso do roubo do banco.” Respostas:
23. Espero que lhe não digam nada a meu respeito. 01 ....entre você e mim.
24. “Haviam-lhe informado que ela só chegaria depois das três ho- 02 ...Traga consigo...
ras.” 03 ....para eu comer... para eu sair
25. “Nesse ano, muitos alunos passarão no vestibular.” 04 ... mandei-os entrar ... deixei-os sair
26. “Corria o ano de 1964. Neste ano houve uma revolução no Bra- 05 ...sobre ele...
sil.” 06 ...
27. “Estes alunos que estão aqui podem sair, aqueles irão depois.” 07 ...
28. “Os livros cujas páginas estiverem rasgadas serão devolvidos.’ 08 ...sua distinta ... com sua visita
29. “Apalpei-lhe as pernas que se deixavam entrever pela saia ras- 09 ...é generoso e ...seu povo...
gada.” 10 ...
  11 ... aonde
30. “Agora, peque a tua caneta e comece a substituir, abaixo os com- 12 ...
plementos grifados pelo pronome oblíquo correspondente: 13 ...
a) Mandamos o filho ao colégio: 14 ... traga consigo.
b) enviamos à menina um telegrama 15 ...
c) Informaram os meninos sobre a menina. 16 ... enviar-lhe-emos
d) fez o exercício corretamente. 17 ...
e) Diremos aos professores toda a verdade. 18 ...deixe-me passar
19. Diga-me ...
f) Ela nunca obedece aos superiores:
20. Tenho-o...
g) Ontem, ela viu você com outra:
21. Mandar-te-ei
h) Chamei a amiga para a festa. 22 ...
23 ...
31. Indique quando, na segunda frase, ocorre a substituição errada 24 ...
das palavras destacadas na primeira, por um pronome: 25 ... neste ano
a) O gerente chamou os empregados. 26 ...
O gerente chamou-os. 27 ...
b) Quero muito a meu irmão. 28 ...
Quero-lhe muito. 29 ...
c) Perdoei sua falta por duas vezes. 30.
Perdoei-lhe por duas vezes a) Mandamos-o...
d) Tentei convencer o diretor de que a solução não seria justa b) enviamos-lhe...
Tentei convencê-lo de que a solução não seria justa. c) informaram-nos
e) A proposta não agradou aos jovens d) fê-lo
A proposta não lhes agradou. e) Dir-lhes-emos
32. Numa das frases, está usado indevidamente um pronome de tra- f) Ela nunca lhes obedece
tamento. Assinale-a: g) ...ela o viu...
a) Os Reitores das Universidades recebem o título de Vossa Magni- h) chamei-a ...
ficência. 31-A / 32-C / 33-A / 34-D

Didatismo e Conhecimento 47
PORTUGUÊS
- necessárío a, para: A medida foi necessária para acabar com tanta
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL. dúvida.
- passível de: As regras são passíveis de mudanças.
- preferível a: Tudo era preferível à sua queixa.
- próximo: a, de.
Regência Nominal - rente: a.
- residente: em.
Regência nominal é a relação de dependência que se estabelece entre - respeito a, com, de, entre, para com, por: É necessário o respeito
o nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e o termo por ele regido. Cer- às leis.
tos substantivos e adjetivos admitem mais de uma regência. Na regência - satisfeito: com, de, em, por.
nominal o principal papel é desempenhado pela preposição. - semelhante: a.
No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vários sensível: a.
nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que deri- - sito em: O apartamento sito em Brasília foi vendido.
vam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o - situado em: Minha casa está situada na Avenida Internacional.
regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: suspeito: de.
Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem comple- útil: a, para.
mentos introduzidos pela preposição “a”. vazio: de.
Obedecer a algo/ a alguém. versado: em.
Obediente a algo/ a alguém. vizinho: a, de.

Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição Exercícios


ou preposições que os regem. Observe-os atentamente e procure, sempre
que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência 01. O projeto.....estão dando andamento é incompatível.....tradições
você conhece. da firma.
a) de que, com as
- acessível a: Este cargo não é acessível a todos. b) a que, com as
- acesso a, para: O acesso para a região ficou impossível. c) que, as
- acostumado a, com: Todos estavam acostumados a ouvílo. d) à que, às
- adaptado a: Foi difícil adaptarme a esse clima. e) que, com as
- afável com, para com: Tinha um jeito afável para com os turistas.
- aflito: com, por. 02. Quanto a amigos, prefiro João.....Paulo,.....quem sinto......simpa-
- agradável a, de: Sua saída não foi agradável à equipe. tia.
- alheio: a, de. a) a, por, menos
- aliado: a, com. b) do que, por, menos
- alusão a: O professor fez alusão à prova final. c) a, para, menos
- amor a, por: Ele demonstrava grande amor à namorada. d) do que, com, menos
- análogo: a. e) do que, para, menos
- antipatia a, por: Sentia antipatia por ela.
- apto a, para: Estava apto para ocupar o cargo. 03. Assinale a opção em que todos adjetivos podem ser seguidos
- atenção a, com, para com: Nunca deu atenção a ninguém. pela mesma preposição:
- aversão a, por: Sempre tive aversão à política. a) ávido, bom, inconsequente
- benéfico a, para: A reforma foi benéfica a todos. b) indigno, odioso, perito
- certeza de, em: A certeza de encontrálo novamente a animou. c) leal, limpo, oneroso
- coerente: com. d) orgulhoso, rico, sedento
- compatível: com. e) oposto, pálido, sábio
- contíguo: a. 04. “As mulheres da noite,......o poeta faz alusão a colorir Araca-
- desprezo: a, de, por. ju,........coração bate de noite, no silêncio”. A opção que completa correta-
- dúvida em sobre: Anotou todas as dúvidas sobre a questão dada. mente as lacunas da frase acima é:
- empenho: de, em, por. a) as quais, de cujo
- equivalente: a. b) a que, no qual
- favorável a: Sou favorável à sua candidatura. c) de que, o qual
- fértil: de, em. d) às quais, cujo
- gosto de, em: Tenho muito gosto em participar desta brincadeira. e) que, em cujo
- grato a: Grata a todos que me ensinaram a ensinar.
- horror a, de: Tinha horror a quiabo refogado. 05. Assinale a alternativa correta quanto à regência:
- hostil: a, para com. a) A peça que assistimos foi muito boa.
- impróprio para: O filme era impróprio para menores. b) Estes são os livros que precisamos.
- inerente: a. c) Esse foi um ponto que todos se esqueceram.
- junto a, com, de: Junto com o material, encontrei este documento. d) Guimarães Rosa é o escritor que mais aprecio.
- lento: em. e) O ideal que aspiramos é conhecido por todos.

Didatismo e Conhecimento 48
PORTUGUÊS
06. Assinale a alternativa que contém as respostas corretas. Abdicar: renunciar ao poder, a um cargo, título desistir. Pode ser
I. Visando apenas os seus próprios interesses, ele, involuntariamente, intransitivo (VI não exige complemento) / transitivo direto (TD) ou
prejudicou toda uma família. transitivo indireto (TI + preposição): D. Pedro abdicou em 1831. (VI);
II. Como era orgulhoso, preferiu declarar falida a firma a aceitar A vencedora abdicou o seu direto de rainha. (VTD); Nunca abdicarei de
qualquer ajuda do sogro. meus direitos. (VTI)
III. Desde criança sempre aspirava a uma posição de destaque, em-
bora fosse tão humilde. Abraçar: empregase sem / sem preposição no sentido de apertar nos
IV. Aspirando o perfume das centenas de flores que enfeitavam a braços: A mãe abraçoua com ternura. (VTD); Abraçouse a mim, choran-
sala, desmaiou. do. (VTI)
a) II, III, IV
b) I, II, III Agradar: empregase com preposição no sentido de contentar, sa-
e) I, III, IV tisfazer.(VTI): A banda Legião Urbana agrada aos jovens. (VTI); Em-
d) I, III pregase sem preposição no sentido de acariciar, mimar: Márcio agradou
e) I, II a esposa com um lindo presente. (VTD)

07. Assinale o item em que há erro quanto à regência: Ajudar: empregase sem preposição; objeto direto de pessoa: Eu aju-
a) São essas as atitudes de que discordo. davaa no serviço de casa. (VTD)
b) Há muito já lhe perdoei.
c) Informo-lhe de que paguei o colégio. Aludir: (=fazer alusão, referirse a alguém), empregase com preposi-
d) Costumo obedecer a preceitos éticos. ção: Na conversa aludiu vagamente ao seu novo projeto. (VTI)
e) A enfermeira assistiu irrepreensivelmente o doente.
Ansiar: empregase sem preposição no sentido de causar malestar,
08. Dentre as frases abaixo, uma apenas apresenta a regência nomi- angustiar: A emoção ansiavame. (VTD); Empregase com preposição no
nal correta. Assinale-a: sentido de desejar ardentemente por: Ansiava por vêlo novamente.
a) Ele não é digno a ser seu amigo. (VTI)
b) Baseado laudos médicos, concedeu-lhe a licença.
c) A atitude do Juiz é isenta de qualquer restrição. Aspirar: empregase sem preposição no sentido de respirar, chei-
rar: Aspiramos um ar excelente, no campo. (VTD) Empregase com pre-
d) Ele se diz especialista para com computadores eletrônicos.
posição no sentido de querer muito, ter por objetivo: Gincizinho aspira
e) O sol é indispensável da saúde.
ao cargo de diretor da Penitenciária. (VTI)
Respostas: 01-B / 02-A / 03-D / 04-D / 05-D / 06-A / 07-C / 08-C
Assistir: empregase com preposição a no sentido de ver, presenciar:
Todos assistíamos à novela Almas Gêmeas. (VTI) Nesse caso, o verbo
não aceita o pronome lhe, mas apenas os pronomes pessoais retos + pre-
Regência Verbal posição: O filme é ótimo. Todos querem assistir a ele. (VTI) Empregase
sem / com preposição no sentido de socorrer, ajudar: A professora sem-
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos pre assiste os alunos com carinho. (VTD); A professora sempre assiste
e os termos que os complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou aos alunos com carinho. (VTI) Empregase com preposição no sentido
caracterizam (adjuntos adverbiais). O estudo da regência verbal permite- de caber, ter direito ou razão: O direito de se defender assiste a todos.
-nos ampliar nossa capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de (VTI) No sentido de morar, residir é intransitivo e exige a preposição em:
conhecermos as diversas significações que um verbo pode assumir com a Assiste em Manaus por muito tempo. (VI)
simples mudança ou retirada de uma preposição.
A mãe agrada o filho. (agradar significa acariciar, contentar) Atender: empregado sem preposição no sentido de receber alguém
A mãe agrada ao filho. (agradar significa “causar agrado ou prazer”, com atenção: O médico atendeu o cliente pacientemente. (VTD) No
satisfazer) sentido de ouvir, conceder: Deus atendeu minhas preces.(VTD); Aten-
Logo, conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agradar a deremos quaisquer pedido via internet. Empregase com preposição no
alguém”. sentido de dar atenção a alguém: Lamento não poder atender à solici-
tação de recursos. (VTI) Empregase com preposição no sentido de ouvir
O conhecimento do uso adequado das preposições é um dos aspec- com atenção o que alguém diz: Atenda ao telefone, por favor; Atenda o
tos fundamentais do estudo da regência verbal (e também nominal). As telefone. (preferência brasileira)
preposições são capazes de modificar completamente o sentido do que
se está sendo dito. Avisar: avisar alguém de alguma coisa: O chefe avisou os funcio-
nários de que os documentos estavam prontos. (VTD); Avisaremos os
Cheguei ao metrô. clientes da mudança de endereço. (VTD ); Já tem tradição na língua o uso
Cheguei no metrô. de avisar como OI de pessoa e OD de coisa; Avisamos aos clientes que
vamos atendêlos em novo endereço.
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo caso, é
o meio de transporte por mim utilizado. A oração “Cheguei no metrô”, Bater: empregase com preposição no sentido de dar pancadas em
popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se vai, possui, no pa- alguém: Os irmãos batiam nele (ou batiamlhe) à toa; Nervoso, entrou em
drão culto da língua, sentido diferente. Aliás, é muito comum existirem casa e bateu a porta.(fechou com força); Foi logo batendo à porta. (bater
divergências entre a regência coloquial, cotidiana de alguns verbos, e a junto à porta, para alguém abrir); Para que ele pudesse ouvir, era preciso
regência culta. bater naporta de seu quarto. (dar pancadas)

Didatismo e Conhecimento 49
PORTUGUÊS
Casar: Marina casou cedo e pobre. (VI não exige complemento); Investir: empregase com preposição (com ou contra) no sentido de
Você é realmente digno de casar com minha filha. (VTI com preposição); atacar, é TI: O touro Bandido investiu contra Tião. Empregado como
Ela casou antes dos vinte anos. (VTD sem preposição. O verbo casar verbo transitivo direto e índireto, no sentido de dar posse: O prefeito in-
pode vir acompanhado de pronome reflexivo: Ela casou com o seu gran- vestiu Renata no cargo de assessora. (VTDI) Empregase sem preposição
de amor; ou Ela casouse com seu grande amor. no sentido também de empregar dinheiro, é TD: Nós investimos parte
dos lucros em pesquisas científicas. (VTD)
Chamar: empregase sem preposição no sentido de convocar; O juiz
chamou o réu à sua presença. (VTD) Empregase com ou sem preposição
Morar: antes de substantivo rua, avenida, usase morar com a pre-
no sentido de denominar, apelidar, construido com objeto + predicati-
vo: Chamouo covarde. (VTD) / Chamouo de covarde. (VID); Chamou- posição em: D. Marina Falcão mora na rua Dorival de Barros.
lhe covarde. (VTI) / Chamoulhe de covarde. (VTI); Chamava por Deus
nos momentos dificeis. (VTI) Namorar: a regência correta deste verbo é namorar alguém e NÃO
namorar com alguém: Meu filho, Paulo César, namora Cristiane. Marce-
Chegar: como intransitivo, o verbo chegar exige a preposição a lo namora Raquel.
quando indica lugar: Chegou ao aeroporto meio apressada. Como tran-
sitivo direto (VTD) e intransitivo (VI) no sentido de aproximar; Che- Necessitar: empregase com verbo transitivo direto ou indireto, no
gueime a ele. sentido de precisar: Necessitávamos o seu apoio; Necessitávamos de seu
apoio,(VTDI)
Contentarse: empregase com as preposições com, de, em: Conten-
tamse com migalhas. (VTI); Contentome em aplaudir daqui. Obedecer / Desobedecer: empregase com verbo transitivo direto e
indireto no sentido de cumprir ordens: Obedecia às irmãs e irmãos; Não
Custar: é transitivo direto no sentido de ter valor de, ser caro. Este
desobedecia às leis de trânsito.
computador custa muito caro. (VTD) No sentido de ser difícil é TI. É
conjugado como verbo reflexivo, na 3ª pessoa do singular, e seu sujeito Pagar: empregase sem preposição no sentido de saldar coisa, é
é uma oração reduzida de infinitivo: Custoume pegar um táxi.(foi difícil); VTI): Cida pagou o pão; Paguei a costura. (VTD) Emprega-se com pre-
O carro custoume todas as economias. É transitivo direto e indireto (TDI) posição no sentido de remunerar pessoa, é VTI: Cida pagou ao padeiro;
no sentido de acarretar: A imprudência custoulhe lágrimas amargas. Paguei à costureira., à secretária. (VTI) Empregase como verbo transitivo
(VTDI) direto e indireto, pagar alguma coisa a alguém: Cida pagou a carne ao
Ensinar: é intransitivo no sentido de doutrinar, pregar: Minha mãe açougueiro. (VTDI) Por alguma coisa: Quanto pagou pelo carro? Sem
ensina na FAI. É transitivo direto no sentido de educar: Nem todos ensi- complemento: Assistiu aos jogos sem pagar.
nam as crianças. É transitivo direto e indireto no sentido de dar ínstrução
sobre: Ensino os exercícios mais dificeis aos meus alunos. Pedir: somente se usa pedir para, quando, entre pedir e o para,
puder colocar a palavra licença. Caso contrário, dízse pedir que; A secre-
Entreter: empregado como divertirse exige as preposições: a, com, tária pediu para sair mais cedo. (pediu licença); A direção pediu que todos
em: Entretínhamonos em recordar o passado. os funcionários, comparecessem à reunião.
Esquecer / Lembrar: estes verbos admitem as construções: Esqueci
o endereço dele; Lembrei um caso interessante; Esquecime do endereço Perdoar: empregase sem preposição no sentido de perdoar coisa, é
dele; Lembreime de um caso interessante. Esqueceu me seu endereço; TD: Devemos perdoar as ofensas. (VTD ) Empregase com preposição
Lembrame um caso interessante. Você pode observar que no 1º exem- no sentido de conceder o perdão à pessoa, é TI: Perdoemos aos nossos
plo tanto o verbo esquecer como lembrar, não são pronominais, isto é, inimigos. (VTI) Empregase como verbo transitivo direto e indireto, no
não exigem os pronomes me, se, lhe, são transitivos diretos (TD). Nos sentido de ter necessidade: A mãe perdoou ao filho a mentira. (VTDI)
exemplos, ambos os verbos, esquecer e lembrar, exigem o pronome e Admite voz passiva: Todos serão perdoados pelos pais.
a preposição de; são transitivos indiretos e pronominais. No exemplo o
verbo esquecer está empregado no sentido de apagar da memória. e o Permitir: empregado com preposição, exige objeto indireto de pes-
verbo lembrar está empregado no sentido de vir à memória. Na língua soa: O médico permitiu ao paciente que falasse. (VTI) Constróise com
culta, os verbos esquecer e lembrar quando usados com a preposição de, o pronome lhe e não o: O assistente permitiulhe que entrasse. Não se
exigem os pronomes. usa apreposição de antes de oração infinitiva: Os pais não lhe permite ir
sozinha à festa do Peão. (e não de ir sozinha)
Implicar: empregase com preposição no sentido de ter implicância
com alguém, é TI: Nunca implico com meus alunos. (VTI) Empregase
sem preposição no sentido de acarretar, envolver, é TD: A queda do dó- Pisar: é verbo transitivo direto VTD: Tinha pisado o continente bra-
lar implica corrida ao over. (VTE); O desestímulo ao álcool combustível sileiro. (não exige a preposição no)
implica uma volta ao passado. (VTD) Empregase sem preposição no sen-
tido de embaraçar, comprometer, é TD: O vizinho implicouo naquele Precisar: empregase com preposição no sentido de ter necessida-
caso de estupro. (VTD) É inadequada a regência do verbo implicar em: de, é VTI: As crianças carentes precisam de melhor atendimento médico.
Implicou em confusão. (VTI) Quando o verbo precisar vier acompanhado de infinítivo, podese
usar a preposição de; a língua moderna tende a dispensála: Você é rico,
Informar: o verbo informar possui duas construções, VTD e VTI: não precisa trabalhar muito. Usase, às vezes na voz passiva, com sujeito
Informeio que sua aposentaria saiu. (VTD); Informeilhe que sua aposen- indeterminado: Precisase de funcionários competentes. (sujeito indeter-
taria. (VT); Informouse das mudanças logo cedo. (inteirarse, verbo pro- minado) Empregase sem preposição no sentido de indicar com exatidão:
nominal) Perdeu muito dinheiro no jogo, mas não sabe precisar aquantia.(VTD)

Didatismo e Conhecimento 50
PORTUGUÊS
Preferir: empregase sem preposição no sentido de ter preferência. Visar: empregase sem preposição como VT13 no sentido de apon-
(sem escolha): Prefiro dias mais quentes. (VTD) Preferir VTDI, no sen- tar ou pôr visto: O garoto visou o inocente passarinho; O gerente visou
tido de ter preferência, exige a preposição a: Prefiro dançar a nadar; Pre- a correspondência. Empregase com preposição como VTI no sentido de
firo chocolate a doce de leite. Na linguagem formal, culta, é inadequado desejar, pretender: Todos visam ao reconhecimento de seus esforços.
usar este verbo reforçado pelas palavras ou expressões: antes, mais, muito
mais, mil vezes mais, do que. Casos Especiais

Presidir: empregase com objeto direto ou objeto indireto, com a pre- Darse ao trabalho ou darse o trabalho? Ambas as construções são
posição a: O reitor presidiu à sessão; O reitor presidiu a sessão. corretas. A primeira é mais aceita: Davase ao trabalho de responder tudo
em Inglês. O mesmo se dá com: darse ao / o incômodo; poupar-se ao /o
Prevenir: admite as construções: A paciência previne dissabores; trabalho; darse ao /o luxo.
Preveni minha turma; Quero prevenilos; Prevenimonos para o exame fi- Proporse alguma coisa ou proporse a alguma coisa? Proporse, no
nal. sentido de ter em vista, disporse a, pode vir com ou sem a preposição a:
Ela se propôs leválo/ a leválo ao circo.
Proceder: empregase como verbo intransitivo no sentido de ter fun-
damento: Sua tese não procede. (VI) Empregase com a preposição de no
Passar revista a ou passar em revista? Ambas estão corretas, porém
sentido de originarse, vir de: Muitos males da humanidade procedem da
a segunda construção é mais frequente: O presidente passou a tropa em
falta de respeito ao próximo. Empregase como transitivo indireto com a revista.
preposição a, no sentido de dar início: Procederemos a uma investigação
rigorosa. (VTI) Em que pese a - expressão concessiva equivalendo a ainda que
custe a, apesar de, não obstante: “Em que pese aos inimigos do paraen-
Querer: empregase sem preposição no sentido de desejar: Quero se, sinceramente confesso que o admiro.” (Graciliano Ramos)
vêlo ainda hoje.(VTD) Empregase com preposição no sentido de gostar,
ter afeto, amar: Quero muito bem às minhas cunhadas Vera e Ceiça. Observações Finais

Residir: como o verbo morar, o verbo responder, constróise com a Os verbos transitivos indiretos (exceção ao verbo obedecer), não
preposição em: Residimos em Lucélia, na Avenida Internacional. Resi- admitem voz passiva. Os exemplos citados abaixo são considerados ina-
dente e residência têm a mesma regencia de residir em. dequados.
O filme foi assistido pelos estudantes; O cargo era visado por todos;
Responder: empregase no sentido de responder alguma coisa a al- Os estudantes assistiram ao filme; Todos visavam ao cargo.
guém: O senador respondeu ao jornalista que o projeto do rio São Fran- Não se deve dar o mesmo complemento a verbos de regências dife-
cisco estava no final. (VTDI) Empregase no sentido de responder a uma rentes, como: Entrou e saiu de casa; Assisti e gostei da peça. Corrijase
carta, a uma pergunta: Enrolou, enrolou e não respondeu à pergunta do para: Entrou na casa e saiu dela; Assisti à peça e gostei dela.
professor. As formas oblíquas o, a, os, as funcionam como complemento de
verbos transitivos diretos, enquanto as formas lhe, lhes funcionam como
Reverter: empregase no sentido de regressar, voltar ao estado pri- transitivos indiretos que exigem a preposição a. Convidei as amigas.
mitivo: Depois de aposentarse reverteu à ativa. Empregase no sentido Convideias; Obedeço ao mestre. Obedeço lhe.
de voltar para.a posse de alguém: As jóias reverterão ao seu verdadeiro
dono. Empregase no sentido de destinarse: A renda da festa será revertida Exercícios
em beneficio da Casa da Sopa.
01. Assinale a única alternativa que está de acordo com as normas de
regência da língua culta.
Simpatizar / Antipatlzar: empregamse com a preposição com:
a) avisei-o de que não desejava substituí-Io na presidência, pois ape-
Sempre simpatizei com pessoas negras; Antipatizei com ela desde o pri-
sar de ter sempre servido à instituição, jamais aspirei a tal cargo;
meiro momento. Estes verbos não são pronominais, isto é, não exigem os
b) avisei-lhe de que não desejava substituí-lo na presidência, pois
pronomes me, se, nos, etc: Simpatizeime com você. (inadequado); Sim- apesar de ter sempre servido a instituição, jamais aspirei a tal cargo;
patizei com você. ( adequado) c) avisei-o de que não desejava substituir- lhe na presidência, pois
apesar de ter sempre servido à instituição, jamais aspirei tal cargo;
Subir: Subiu ao céu; Subir à cabeça; Subir ao trono; Subir ao poder. d) avisei-lhe de que não desejava substituir-lhe na presidência, pois
Essas expressões exigem a preposição a. apesar de ter sempre servido à instituição, jamais aspirei a tal cargo;
e) avisei-o de que não desejava substituí-lo na presidência, pois ape-
Suceder: empregase com a preposição a no sentido de substituir, sar de ter sempre servido a instituição, jamais aspirei tal cargo.
vir depois: O descanso sucede ao trabalho.
02. Assinale a opção em que o verbo chamar é empregado com o
Tocar: empregase no sentido de pôr a mão, tocar alguém, tocar mesmo sentido que apresenta em __ “No dia em que o chamaram de
em alguém: Não deixava tocar o / no gato doente. Empregase no sentido Ubirajara, Quaresma ficou reservado, taciturno e mudo”:
de comover, sensibilizar, usase com OD: O nascimento do filho tocouo a) pelos seus feitos, chamaram-lhe o salvador da pátria;
profundamente. Empregase no sentido de caber por sorte, herança, é OI: b) bateram à porta, chamando Rodrigo;
Tocoulhe, por herança, uma linda fazenda. Empregase no sentido de ser c) naquele momento difícil, chamou por Deus e pelo Diabo;
da competência de, caber: Ao prefeito é que toca deferir ou indeferir o d) o chefe chamou-os para um diálogo franco;
projeto. e) mandou chamar o médico com urgência.

Didatismo e Conhecimento 51
PORTUGUÊS
03. Assinale a opção em que o verbo assistir é empregado com o 10. Assinale o mau emprego do vocábulo “onde”:
mesmo sentido que apresenta em “não direi que assisti às alvoradas do a) todas as ocasiões onde nos vimos às voltas com problemas no
romantismo”. trabalho, o superintendente nos ajudou;
a) não assiste a você o direito de me julgar; b) por toda parte, onde quer que fôssemos, encontrávamos colegas;
b) é dever do médico assistir a todos os enfermos; c) não sei bem onde foi publicado o edital;
c) em sua administração, sempre foi assistido por bons conselheiros; d) onde encontraremos quem nos forneça as informações de que ne-
d) não se pode assistir indiferente a um ato de injustiça; cessitamos;
e) o padre lhe assistiu nos derradeiros momentos. e) os processos onde podemos encontrar dados para o relatório estão
arquivados
04. Em todas as alternativas, o verbo grifado foi empregado com
regência certa, exceto em:
Respostas: 1-A / 2-A / 3-D / 4-B / 5-D / 6-B / 7-B / 8-E / 9-D / 10-B /
a) a vista de José Dias lembrou-me o que ele me dissera.
b) estou deserto e noite, e aspiro sociedade e luz.
c) custa-me dizer isto, mas antes peque por excesso;
d) redobrou de intensidade, como se obedecesse a voz do mágico;
e) quando ela morresse, eu lhe perdoaria os defeitos.

05. O verbo chamar está com a regência incorreta em:


a) chamo-o de burguês, pois você legitima a submissão das mulhe-
res;
b) como ninguém assumia, chamei-lhes de discriminadores;
c) de repente, houve um nervosismo geral e chamaram-nas de fe-
ministas;
d) apesar de a hora ter chegado, o chefe não chamou às feministas
a sua seção;
e) as mulheres foram para o local do movimento, que elas chamaram
de maternidade.

06. Assinale o exemplo, em que está bem empregada a construção


com o verbo preferir:
a) preferia ir ao cinema do que ficar vendo televisão;
b) preferia sair a ficar em casa;
c) preferia antes sair a ficar em casa;
d) preferia mais sair do que ficar em casa;
e) antes preferia sair do que ficar em casa.

07. Assinale a opção em que o verbo lembrar está empregado de


maneira inaceitável em relação à norma culta da língua:
a) pediu-me que o lembrasse a meus familiares;
b) é preciso lembrá-lo o compromisso que assumiu conosco;
c) lembrou-se mais tarde que havia deixado as chaves em casa;
d) não me lembrava de ter marcado médico para hoje;
e) na hora das promoções, lembre-se de mim.

08. O verbo sublinhado foi empregado corretamente, exceto em:


a) aspiro à carreira militar desde criança;
b) dado o sinal, procedemos à leitura do texto.
c) a atitude tomada implicou descontentamento;
d) prefiro estudar Português a estudar Matemática;
e) àquela hora, custei a encontrar um táxi disponível.

09. Em qual das opções abaixo o uso da preposição acarreta mudan-


ça total no sentido do verbo?
a) usei todos os ritmos da metrificação portuguesa. /usei de todos os
ritmos da metrificação portuguesa;
b) cuidado, não bebas esta água./ cuidado, não bebas desta água;
c) enraivecido, pegou a vara e bateu no animal./ enraivecido, pegou
da vara e bateu no animal;
d) precisou a quantia que gastaria nas férias./ precisou da quantia que
gastaria nas férias;
e) a enfermeira tratou a ferida com cuidado. / a enfermeira tratou da
ferida com cuidado.

Didatismo e Conhecimento 52
MATEMÁTICA
MATEMÁTICA
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente de zero.
TEORIA DOS CONJUNTOS; CONJUNTOS a) O antecessor do número m é m-1.
DOS NÚMEROS REAIS (R): OPERAÇÕES, b) O antecessor de 2 é 1.
PROPRIEDADES E PROBLEMAS; c) O antecessor de 56 é 55.
d) O antecessor de 10 é 9.

O conjunto abaixo é conhecido como o conjunto dos números


naturais pares. Embora uma sequência real seja outro objeto
Números Naturais matemático denominado função, algumas vezes utilizaremos
a denominação sequência dos números naturais pares para
O conjunto dos números naturais é representado pela letra representar o conjunto dos números naturais pares: P = { 0, 2, 4,
maiúscula N e estes números são construídos com os algarismos: 6, 8, 10, 12, ...}
0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, que também são conhecidos como O conjunto abaixo é conhecido como o conjunto dos números
algarismos indo-arábicos. No século VII, os árabes invadiram a naturais ímpares, às vezes também chamados, a sequência dos
Índia, difundindo o seu sistema numérico. números ímpares. I = { 1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, ...}
Embora o zero não seja um número natural no sentido que
tenha sido proveniente de objetos de contagens naturais, iremos Igualdade e Desigualdades
considerá-lo como um número natural uma vez que ele tem as
mesmas propriedades algébricas que os números naturais. Na Diremos que um conjunto A é igual a um conjunto B se, e
verdade, o zero foi criado pelos hindus na montagem do sistema somente se, o conjunto A está contido no conjunto B e o conjunto
posicional de numeração para suprir a deficiência de algo nulo. B está contido no conjunto A. Quando a condição acima for
Na sequência consideraremos que os naturais têm início com satisfeita, escreveremos A = B (lê-se: A é igual a B) e quando não
o número zero e escreveremos este conjunto como: N = { 0, 1, 2, for satisfeita denotaremos tal fato por: A ≠ B (lê-se: A é diferente
3, 4, 5, 6, ...} de B). Na definição de igualdade de conjuntos, vemos que não é
Representaremos o conjunto dos números naturais com a letra importante a ordem dos elementos no conjunto.
N. As reticências (três pontos) indicam que este conjunto não tem
fim. N é um conjunto com infinitos números. Exemplo com igualdade: No desenho, em anexo, observamos
que os elementos do conjunto A são os mesmos elementos do
Excluindo o zero do conjunto dos números naturais, o conjunto conjunto B. Neste caso, A = B.
será representado por: N* = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, ...}

A construção dos Números Naturais

- Todo número natural dado tem um sucessor (número que


vem depois do número dado), considerando também o zero.
Exemplos: Seja m um número natural.
a) O sucessor de m é m+1.
Consideraremos agora uma situação em que os elementos dos
b) O sucessor de 0 é 1.
conjuntos A e B serão distintos.
c) O sucessor de 1 é 2.
Sejam A = {a,b,c,d} e B = {1,2,3,d}. Nem todos os elementos
d) O sucessor de 19 é 20.
do conjunto A estão no conjunto B e nem todos os elementos do
conjunto B estão no conjunto A. Também não podemos afirmar
- Se um número natural é sucessor de outro, então os dois
que um conjunto é maior do que o outro conjunto. Neste caso,
números juntos são chamados números consecutivos.
afirmamos que o conjunto A é diferente do conjunto B.
Exemplos:
a) 1 e 2 são números consecutivos.
Operações com Números Naturais
b) 5 e 6 são números consecutivos.
c) 50 e 51 são números consecutivos.
Na sequência, estudaremos as duas principais operações
possíveis no conjunto dos números naturais. Praticamente, toda a
- Vários números formam uma coleção de números naturais
Matemática é construída a partir dessas duas operações: adição e
consecutivos se o segundo é sucessor do primeiro, o terceiro
multiplicação.
é sucessor do segundo, o quarto é sucessor do terceiro e assim
sucessivamente.
A adição de números naturais
Exemplos:
a) 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 são consecutivos.
A primeira operação fundamental da Aritmética tem por
b) 5, 6 e 7 são consecutivos.
finalidade reunir em um só número, todas as unidades de dois ou
c) 50, 51, 52 e 53 são consecutivos.
mais números. Antes de surgir os algarismos indo-arábicos, as
adições podiam ser realizadas por meio de tábuas de calcular, com
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um
o auxílio de pedras ou por meio de ábacos.
antecessor (número que vem antes do número dado).

Didatismo e Conhecimento 1
MATEMÁTICA
Propriedades da Adição Propriedade Distributiva

- Fechamento: A adição no conjunto dos números naturais Multiplicando um número natural pela soma de dois números
é fechada, pois a soma de dois números naturais é ainda um naturais, é o mesmo que multiplicar o fator, por cada uma das
número natural. O fato que a operação de adição é fechada em N parcelas e a seguir adicionar os resultados obtidos. m . (p + q) = m
é conhecido na literatura do assunto como: A adição é uma lei de . p + m . q → 6 x (5 + 3) = 6 x 5 + 6 x 3 = 30 + 18 = 48
composição interna no conjunto N.
- Associativa: A adição no conjunto dos números naturais é Divisão de Números Naturais
associativa, pois na adição de três ou mais parcelas de números
naturais quaisquer é possível associar as parcelas de quaisquer Dados dois números naturais, às vezes necessitamos saber
modos, ou seja, com três números naturais, somando o primeiro quantas vezes o segundo está contido no primeiro. O primeiro
com o segundo e ao resultado obtido somarmos um terceiro, número que é o maior é denominado dividendo e o outro número
obteremos um resultado que é igual à soma do primeiro com a que é menor é o divisor. O resultado da divisão é chamado
soma do segundo e o terceiro. (A + B) + C = A + (B + C) quociente. Se multiplicarmos o divisor pelo quociente obteremos
- Elemento neutro: No conjunto dos números naturais, existe o dividendo.
o elemento neutro que é o zero, pois tomando um número natural No conjunto dos números naturais, a divisão não é fechada,
qualquer e somando com o elemento neutro (zero), o resultado será pois nem sempre é possível dividir um número natural por outro
o próprio número natural. número natural e na ocorrência disto a divisão não é exata.
- Comutativa: No conjunto dos números naturais, a adição
é comutativa, pois a ordem das parcelas não altera a soma, ou Relações essenciais numa divisão de números naturais
seja, somando a primeira parcela com a segunda parcela, teremos - Em uma divisão exata de números naturais, o divisor deve
o mesmo resultado que se somando a segunda parcela com a ser menor do que o dividendo. 35 : 7 = 5
primeira parcela. - Em uma divisão exata de números naturais, o dividendo é o
produto do divisor pelo quociente. 35 = 5 x 7
Multiplicação de Números Naturais - A divisão de um número natural n por zero não é possível
pois, se admitíssemos que o quociente fosse q, então poderíamos
É a operação que tem por finalidade adicionar o primeiro escrever: n ÷ 0 = q e isto significaria que: n = 0 x q = 0 o que não
número denominado multiplicando ou parcela, tantas vezes quantas é correto! Assim, a divisão de n por 0 não tem sentido ou ainda é
são as unidades do segundo número denominadas multiplicador. dita impossível.

Exemplo Potenciação de Números Naturais


4 vezes 9 é somar o número 9 quatro vezes: 4 x 9 = 9 + 9 + 9
+ 9 = 36 Para dois números naturais m e n, a expressão mn é um produto
O resultado da multiplicação é denominado produto e os de n fatores iguais ao número m, ou seja: mn = m . m . m ... m . m
números dados que geraram o produto, são chamados fatores. → m aparece n vezes
Usamos o sinal × ou · ou x, para representar a multiplicação. O número que se repete como fator é denominado base que
neste caso é m. O número de vezes que a base se repete é denominado
Propriedades da multiplicação expoente que neste caso é n. O resultado é denominado potência.
Esta operação não passa de uma multiplicação com fatores
- Fechamento: A multiplicação é fechada no conjunto N iguais, como por exemplo: 23 = 2 × 2 × 2 = 8 → 43 = 4 × 4 × 4 = 64
dos números naturais, pois realizando o produto de dois ou mais
números naturais, o resultado estará em N. O fato que a operação de Propriedades da Potenciação
multiplicação é fechada em N é conhecido na literatura do assunto
como: A multiplicação é uma lei de composição interna no conjunto - Uma potência cuja base é igual a 1 e o expoente natural é n,
N. denotada por 1n, será sempre igual a 1.
- Associativa: Na multiplicação, podemos associar 3 ou mais Exemplos:
fatores de modos diferentes, pois se multiplicarmos o primeiro a- 1n = 1×1×...×1 (n vezes) = 1
fator com o segundo e depois multiplicarmos por um terceiro b- 13 = 1×1×1 = 1
número natural, teremos o mesmo resultado que multiplicar o c- 17 = 1×1×1×1×1×1×1 = 1
terceiro pelo produto do primeiro pelo segundo. (m . n) . p = m .(n
. p) → (3 . 4) . 5 = 3 . (4 . 5) = 60 - Se n é um número natural não nulo, então temos que no=1.
- Elemento Neutro: No conjunto dos números naturais existe um Por exemplo:
elemento neutro para a multiplicação que é o 1. Qualquer que seja
o número natural n, tem-se que: 1 . n = n . 1 = n → 1 . 7 = 7 . 1 = 7 - (a) nº = 1
- Comutativa: Quando multiplicamos dois números naturais - (b) 5º = 1
quaisquer, a ordem dos fatores não altera o produto, ou seja, - (c) 49º = 1
multiplicando o primeiro elemento pelo segundo elemento teremos
o mesmo resultado que multiplicando o segundo elemento pelo - A potência zero elevado a zero, denotada por 0o, é carente de
primeiro elemento. m . n = n . m → 3 . 4 = 4 . 3 = 12 sentido no contexto do Ensino Fundamental.

Didatismo e Conhecimento 2
MATEMÁTICA
- Qualquer que seja a potência em que a base é o número Respostas
natural n e o expoente é igual a 1, denotada por n1, é igual ao
próprio n. Por exemplo: 1) Solução: O antecedente de um número n será n – 1, pois é
aquele que antecede o n.
- (a) n¹ = n Já o consecutivo é n + 1.
- (b) 5¹ = 5
- (c) 64¹ = 64 2) Solução: Sendo n par, o seu consecutivo será n + 2, e sendo
impar o consecutivo sendo impar o n será n + 2.
- Toda potência 10n é o número formado pelo algarismo 1
seguido de n zeros. 3) Resposta “9 quadradinhos”.
Solução: Temos 9 quadradinhos, então basta apenas fazermos:
Exemplos: 9 x 1 = 9 quadradinhos
a- 103 = 1000
b- 108 = 100.000.000 4) Resposta “9”.
c- 10o = 1 Solução: Basta apenas multiplicarmos o 3 duas vezes:
3 x 3 = 9.
Exercícios
5) Resposta “27”.
1. O consecutivo e o antecedente de um número natural n Solução: Para construirmos um cubo, basta apenas
serão respectivamente: multiplicarmos os lados:
3 x 3 x 3 = 27 cubinhos.
2. Se n é par, o consecutivo par de n será? Se n é ímpar, o
consecutivo ímpar de n será? 6) Solução:
a) 2 x 2 x 2 =
3. Seja o quadrado abaixo em que cada lado mede 3cm. =8
Quantos quadradinhos de 1cm² cabem no quadrado?
b) 5 x 5 x 5 =
= 125
3cm
c) 2 x 2 =
=4
4. Com o mesmo quadrado acima, obter o valor de 3²?
d) 6 x 6 x 6 x 6 =
5. De quantos cubinhos de 1cm de lado, isto é, um centímetro = 1296
cúbico, precisaremos para construir um cubo com 3cm de
comprimento, 3cm de largura e 3cm de altura? 7) Resposta “4”.
Solução: R³[64] = 4, pois 64 = b × b × b, ou seja, 64 = b³. Esta
6. Faça a potenciação dos seguintes números: é uma propriedade de potenciação. A base é b e o expoente é 3. O
a) 2³ número que elevado ao cubo fornece o resultado 64 é o número b
b) 5³ = 4.
c) 2²
d) 64 8) Resposta “1”.
Solução: O número 1, pois se dividirmos um número natural n
7. Qual é o valor do número natural b, tal que 64 = b × b × b? por 1 obteremos o próprio n. Por exemplo, 2 maçãs para 1 garoto,
3 balas para 1 criança, 5 lápis para 1 estudante.
8. Qual o elemento do conjunto dos números naturais que é
divisor de todos os números? 9) Solução:
a) 125 : 5 =
9. Realize a divisão nos seguintes números naturais: = 25
a) 125 : 5
b) 36 : 6 b) 36 : 6 =
c) 49 : 7 =6
10. Calcule:
a) -8 + 5 c) 49 : 7 =
b) -5 – 7 =7
c) –(-10) –(-8) + (-12) –(-17)
d) –(-5) + (-10) - 14 10) Solução:
a) -8 + 5 =
= -3

Didatismo e Conhecimento 3
MATEMÁTICA
b) -5 – 7 = Adição de Números Inteiros
= -12
c) –(-10) –(-8) + (-12) –(-17) = Para melhor entendimento desta operação, associaremos aos
= 10 + 8 – 12 + 17 = números inteiros positivos a ideia de ganhar e aos números inteiros
= 35 – 12 = negativos a ideia de perder.
= 23 Ganhar 5 + ganhar 3 = ganhar 8 (+5) + (+3) = (+8)
Perder 3 + perder 4 = perder 7 (-3) + (-4) = (-7)
d) –(-5) + (-10) – 14 = Ganhar 8 + perder 5 = ganhar 3 (+8) + (-5) = (+3)
= 5 – 10 – 14 = Perder 8 + ganhar 5 = perder 3 (-8) + (+5) = (-3)
= 5 – 24 =
= -19 O sinal (+) antes do número positivo pode ser dispensado, mas
o sinal (–) antes do número negativo nunca pode ser dispensado.
Números Inteiros
Propriedades da adição de números inteiros: O conjunto
Z é fechado para a adição, isto é, a soma de dois números inteiros
Definimos o conjunto dos números inteiros como a reunião
ainda é um número inteiro.
do conjunto dos números naturais (N = {0, 1, 2, 3, 4,..., n,...}, o
conjunto dos opostos dos números naturais e o zero. Este conjunto Associativa: Para todos a,b,c em Z:
é denotado pela letra Z (Zahlen=número em alemão). Este conjunto a + (b + c) = (a + b) + c
pode ser escrito por: Z = {..., -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, ...} 2 + (3 + 7) = (2 + 3) + 7
O conjunto dos números inteiros possui alguns subconjuntos
notáveis: Comutativa: Para todos a,b em Z:
a+b=b+a
- O conjunto dos números inteiros não nulos: 3+7=7+3
Z* = {..., -4, -3, -2, -1, 1, 2, 3, 4,...};
Z* = Z – {0} Elemento Neutro: Existe 0 em Z, que adicionado a cada z em
Z, proporciona o próprio z, isto é:
- O conjunto dos números inteiros não negativos: z+0=z
Z+ = {0, 1, 2, 3, 4,...} 7+0=7
Z+ é o próprio conjunto dos números naturais: Z+ = N
Elemento Oposto: Para todo z em Z, existe (-z) em Z, tal que
- O conjunto dos números inteiros positivos: z + (–z) = 0
Z*+ = {1, 2, 3, 4,...} 9 + (–9) = 0

- O conjunto dos números inteiros não positivos: Subtração de Números Inteiros


Z_ = {..., -5, -4, -3, -2, -1, 0}
A subtração é empregada quando:
- O conjunto dos números inteiros negativos: - Precisamos tirar uma quantidade de outra quantidade;
Z*_ = {..., -5, -4, -3, -2, -1} - Temos duas quantidades e queremos saber quanto uma delas
tem a mais que a outra;
- Temos duas quantidades e queremos saber quanto falta a
Módulo: chama-se módulo de um número inteiro a distância
uma delas para atingir a outra.
ou afastamento desse número até o zero, na reta numérica inteira.
Representa-se o módulo por | |.
A subtração é a operação inversa da adição.
O módulo de 0 é 0 e indica-se |0| = 0
O módulo de +7 é 7 e indica-se |+7| = 7 Observe que: 9 – 5 = 4 4+5=9
O módulo de –9 é 9 e indica-se |–9| = 9 diferença
O módulo de qualquer número inteiro, diferente de zero, é subtraendo
sempre positivo. minuendo
Números Opostos: Dois números inteiros são ditos opostos Considere as seguintes situações:
um do outro quando apresentam soma zero; assim, os pontos que
os representam distam igualmente da origem. 1- Na segunda-feira, a temperatura de Monte Sião passou de
+3 graus para +6 graus. Qual foi a variação da temperatura?
Exemplo: O oposto do número 2 é -2, e o oposto de -2 é 2, pois Esse fato pode ser representado pela subtração: (+6) – (+3) = +3
2 + (-2) = (-2) + 2 = 0 2- Na terça-feira, a temperatura de Monte Sião, durante o dia,
No geral, dizemos que o oposto, ou simétrico, de a é – a, e era de +6 graus. À Noite, a temperatura baixou de 3 graus. Qual a
vice-versa; particularmente o oposto de zero é o próprio zero. temperatura registrada na noite de terça-feira?
Esse fato pode ser representado pela adição: (+6) + (–3) = +3

Didatismo e Conhecimento 4
MATEMÁTICA
Se compararmos as duas igualdades, verificamos que (+6) – (+3) Elemento inverso: Para todo inteiro z diferente de zero, existe
é o mesmo que (+6) + (–3). um inverso z–1=1/z em Z, tal que
z x z–1 = z x (1/z) = 1
Temos: 9 x 9–1 = 9 x (1/9) = 1
(+6) – (+3) = (+6) + (–3) = +3
(+3) – (+6) = (+3) + (–6) = –3 Distributiva: Para todos a,b,c em Z:
(–6) – (–3) = (–6) + (+3) = –3 a x (b + c) = (a x b) + (a x c)
3 x (4+5) = (3 x 4) + (3 x 5)
Daí podemos afirmar: Subtrair dois números inteiros é o
Divisão de Números Inteiros
mesmo que adicionar o primeiro com o oposto do segundo.

Multiplicação de Números Inteiros Dividendo divisor dividendo:


Divisor = quociente 0
A multiplicação funciona como uma forma simplificada de Quociente . divisor = dividendo
uma adição quando os números são repetidos. Poderíamos analisar
tal situação como o fato de estarmos ganhando repetidamente Sabemos que na divisão exata dos números naturais:
alguma quantidade, como por exemplo, ganhar 1 objeto por 30 40 : 5 = 8, pois 5 . 8 = 40
vezes consecutivas, significa ganhar 30 objetos e esta repetição 36 : 9 = 4, pois 9 . 4 = 36
pode ser indicada por um x, isto é: 1 + 1 + 1 ... + 1 + 1 = 30 x 1 = 30
Se trocarmos o número 1 pelo número 2, obteremos: 2 + 2 + 2 Vamos aplicar esses conhecimentos para estudar a divisão
+ ... + 2 + 2 = 30 x 2 = 60 exata de números inteiros. Veja o cálculo:
Se trocarmos o número 2 pelo número -2, obteremos: (–2) +
(–2) + ... + (–2) = 30 x (-2) = –60 (–20) : (+5) = q  (+5) . q = (–20)  q = (–4)
Observamos que a multiplicação é um caso particular da
adição onde os valores são repetidos. Logo: (–20) : (+5) = - 4
Na multiplicação o produto dos números a e b, pode ser
Considerando os exemplos dados, concluímos que, para
indicado por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum sinal entre as
efetuar a divisão exata de um número inteiro por outro número
letras. inteiro, diferente de zero, dividimos o módulo do dividendo pelo
Para realizar a multiplicação de números inteiros, devemos módulo do divisor. Daí:
obedecer à seguinte regra de sinais:
(+1) x (+1) = (+1) - Quando o dividendo e o divisor têm o mesmo sinal, o
(+1) x (-1) = (-1) quociente é um número inteiro positivo.
(-1) x (+1) = (-1) - Quando o dividendo e o divisor têm sinais diferentes, o
(-1) x (-1) = (+1) quociente é um número inteiro negativo.
- A divisão nem sempre pode ser realizada no conjunto Z. Por
Com o uso das regras acima, podemos concluir que: exemplo, (+7) : (–2) ou (–19) : (–5) são divisões que não podem
ser realizadas em Z, pois o resultado não é um número inteiro.
- No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é associativa
Sinais dos números Resultado do produto
e não tem a propriedade da existência do elemento neutro.
Iguais Positivo 1- Não existe divisão por zero.
Diferentes Negativo Exemplo: (–15) : 0 não tem significado, pois não existe um
número inteiro cujo produto por zero seja igual a –15.
2- Zero dividido por qualquer número inteiro, diferente de
zero, é zero, pois o produto de qualquer número inteiro por zero é
Propriedades da multiplicação de números inteiros: O
igual a zero.
conjunto Z é fechado para a multiplicação, isto é, a multiplicação Exemplos: a) 0 : (–10) = 0 b) 0 : (+6) = 0 c) 0 : (–1) = 0
de dois números inteiros ainda é um número inteiro.
Potenciação de Números Inteiros
Associativa: Para todos a,b,c em Z:
a x (b x c) = (a x b) x c A potência an do número inteiro a, é definida como um produto
2 x (3 x 7) = (2 x 3) x 7 de n fatores iguais. O número a é denominado a base e o número
n é o expoente.
Comutativa: Para todos a,b em Z: an = a x a x a x a x ... x a
axb=bxa a é multiplicado por a n vezes
3x7=7x3 Exemplos:
33 = (3) x (3) x (3) = 27
Elemento neutro: Existe 1 em Z, que multiplicado por todo z (-5)5 = (-5) x (-5) x (-5) x (-5) x (-5) = -3125
em Z, proporciona o próprio z, isto é: (-7)² = (-7) x (-7) = 49
zx1=z (+9)² = (+9) x (+9) = 81
7x1=7

Didatismo e Conhecimento 5
MATEMÁTICA
- Toda potência de base positiva é um número inteiro Exemplos
positivo.
Exemplo: (+3)2 = (+3) . (+3) = +9 (a) 3 8 = 2, pois 2³ = 8.
(b) 3 − 8 = –2, pois (–2)³ = -8.
- Toda potência de base negativa e expoente par é um (c) 3 27 = 3, pois 3³ = 27.
número inteiro positivo. (d) 3 − 27 = –3, pois (–3)³ = -27.
Exemplo: (– 8)2 = (–8) . (–8) = +64
Observação: Ao obedecer à regra dos sinais para o produto de
- Toda potência de base negativa e expoente ímpar é um números inteiros, concluímos que:
número inteiro negativo. (a) Se o índice da raiz for par, não existe raiz de número
Exemplo: (–5)3 = (–5) . (–5) . (–5) = –125 inteiro negativo.
(b) Se o índice da raiz for ímpar, é possível extrair a raiz de
Propriedades da Potenciação: qualquer número inteiro.

Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-se a base Exercícios


e somam-se os expoentes. (–7)3 . (–7)6 = (–7)3+6 = (–7)9
1. Qual é o maior quadrado perfeito que se escreve com dois
Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva-se algarismos?
a base e subtraem-se os expoentes. (+13)8 : (+13)6 = (+13)8 – 6 =
(+13)2 2. Um número inteiro é expresso por (53 – 38 + 40) – 51 +
(90 – 7 + 82) + 101. Qual é esse número inteiro?
Potência de Potência: Conserva-se a base e multiplicam-se
os expoentes. [(+4)5]2 = (+4)5 . 2 = (+4)10 3. Calcule:
a) (+12) + (–40)
b) (+12) – (–40)
Potência de expoente 1: É sempre igual à base. (+9)1 = +9
c) (+5) + (–16) – (+9) – (–20)
(–13)1 = –13
d) (–3) – (–6) – (+4) + (–2) + (–15)
Potência de expoente zero e base diferente de zero: É igual
4. Determine o valor de x de modo a tornar as sentenças
a 1. Exemplo: (+14)0 = 1 (–35)0 = 1
verdadeiras:
a) x + (–12) = –5
Radiciação de Números Inteiros
b) x + (+9) = 0
c) x – (–2) = 6
A raiz n-ésima (de ordem n) de um número inteiro a é a d) x + (–9) = –12
operação que resulta em outro número inteiro não negativo b que e) –32 + x = –50
elevado à potência n fornece o número a. O número n é o índice da f) 0 – x = 8
raiz enquanto que o número a é o radicando (que fica sob o sinal
do radical). 5. Qual a diferença prevista entre as temperaturas no Piauí
A raiz quadrada (de ordem 2) de um número inteiro a é a e no Rio Grande do Sul, num determinado dia, segundo as
operação que resulta em outro número inteiro não negativo que informações?
elevado ao quadrado coincide com o número a. Tempo no Brasil: Instável a ensolarado no Sul.
Mínima prevista -3º no Rio Grande do Sul.
Observação: Não existe a raiz quadrada de um número inteiro Máxima prevista 37° no Piauí.
negativo no conjunto dos números inteiros.
6. Qual é o produto de três números inteiros consecutivos em
Erro comum: Frequentemente lemos em materiais didáticos que o maior deles é –10?
e até mesmo ocorre em algumas aulas aparecimento de:
√9 = ±3 7. Três números inteiros são consecutivos e o menor deles é
mas isto está errado. O certo é: +99. Determine o produto desses três números.
√9 = +3
8. Copie as igualdades substituindo o x por números inteiros
Observamos que não existe um número inteiro não negativo de modo que elas se mantenham:
que multiplicado por ele mesmo resulte em um número negativo. a) (–140) : x = –20
b) 144 : x = –4
A raiz cúbica (de ordem 3) de um número inteiro a é a operação c) (–147) : x = +21
que resulta em outro número inteiro que elevado ao cubo seja igual d) x : (+13) = +12
ao número a. Aqui não restringimos os nossos cálculos somente e) x : (–93) = +45
aos números não negativos. f) x : (–12) = –36

Didatismo e Conhecimento 6
MATEMÁTICA
9. Adicionando –846 a um número inteiro e multiplicando a 7) Resposta “999900”.
soma por –3, obtém-se +324. Que número é esse? Solução:
(x) . (x+1) . (x+2) = ?
10. Numa adição com duas parcelas, se somarmos 8 à primeira
parcela, e subtrairmos 5 da segunda parcela, o que ocorrerá com x= 99
o total?
Respostas (99) . (99+1) . (99+2) =
99 . 100 . 101 = 999900
1) Resposta “9²”.
Solução: Basta identificar os quadrados perfeitos. 8) Solução:
Os números quadrados perfeitos são: a) (–140) : x = –20
1² = 1 (menor que dois algarismos) -20x = -140
2² = 4
x=7
3² = 9
4² = 16 (dois algarismos)
b) 144 : x = –4
5² = 25
-4x = 144
6² = 36
7² = 49 x = -36
8² = 64
9² = 81 c) (–147) : x = +21
10² = 100 (mais que dois algarismos) 21x = -147
x = -7
Logo, o maior quadrado perfeito é o 9² = 81
d) x : (+13) = +12
2) Resposta “270”. x = 12 . 13
Solução: x = 156
(53 – 38 + 40) – 51 + (90 – 7 + 82) + 101
55 – 51 + 165 + 101 = 270 e) x : (–93) = +45
Portanto, o número inteiro é 270. x = 45 . -93
x = -4185
3) Solução:
a) (+12) + (–40) = 12 – 40 = -28 f) x : (–12) = –36
b) (+12) – (–40) = 12 + 40 = 52 x = -36 . -12
c) (+5) + (–16) – (+9) – (–20) = +5 -16 – 9 + 20 = 25 – 25 = 0 x = 432
d) (–3) – (–6) – (+4) + (–2) + (–15) = -3 + 6 – 4 – 2 – 15 =
6 – 24 = -18 9) Resposta “738”.
Solução:
4) Solução: x + (-846) . -3 = 324
a) x + (–12) = –5 → x = -5 + 12 → x = 7 x – 846 . -3 = 324
b) x + (+9) = 0 → x = -9 -3 (x – 846) = 324
c) x – (–2) = 6 → x = 6 – 2 → x = 4 -3x + 2538 = 324
d) x + (–9) = –12 → x = -12 + 9 → x = -3
3x = 2538 – 324
e) –32 + x = –50 → x = -50 + 32 → x = -18
3x = 2214
f) 0 – x = 8 → x = -8
x=
5) Resposta “40˚”.
Solução:
A diferença está entre -3º e +37º. Se formos ver... -3º, -2º, -1º, x = 738
0º, 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 7º... será +40º.
10) Resposta “3”.
6) Resposta “-1320”. Solução: Seja t o total da adição inicial.
Ao somarmos 8 a uma parcela qualquer, o total é acrescido de
Solução:
8 unidades: t + 8
(x) . (x+1) . (x+2) = ?
Ao subtrairmos 5 de uma parcela qualquer, o total é reduzido
x+2 = -10
de 5 unidades: Temos:
x= -10 -2
x = -12 t+8-5=t+3
(-12) . (-12+1) . (-12+2) =
-12 . -11 . -10 = - 1320 Portanto o total ficará acrescido de 3 unidades.

Didatismo e Conhecimento 7
MATEMÁTICA
Conjunto dos Números Racionais – Q 0,9 = 9
m 10
Um número racional é o que pode ser escrito na forma
n 57
, onde m e n são números inteiros, sendo que n deve ser diferente 5,7 =
de zero. Frequentemente usamos m/n para significar a divisão de 10
m por n.
Como podemos observar, números racionais podem ser obti- 0,76 = 76
dos através da razão entre dois números inteiros, razão pela qual, o 100
conjunto de todos os números racionais é denotado por Q. Assim,
é comum encontrarmos na literatura a notação: 3,48 = 348
100
m
Q={ : m e n em Z, n diferente de zero}
n 0,005 = 5 = 1
1000 200
No conjunto Q destacamos os seguintes subconjuntos:
2º) Devemos achar a fração geratriz da dízima dada; para tanto,
- Q* = conjunto dos racionais não nulos;
vamos apresentar o procedimento através de alguns exemplos:
- Q+ = conjunto dos racionais não negativos;
- Q*+ = conjunto dos racionais positivos; Exemplo 1
- Q _ = conjunto dos racionais não positivos;
- Q*_ = conjunto dos racionais negativos. Seja a dízima 0, 333... .

Representação Decimal das Frações Façamos x = 0,333... e multipliquemos ambos os membros


p
por 10: 10x = 0,333
Tomemos um número racional q , tal que p não seja múltiplo Subtraindo, membro a membro, a primeira igualdade da
de q. Para escrevê-lo na forma decimal, basta efetuar a divisão do segunda:
numerador pelo denominador. 10x – x = 3,333... – 0,333... ⇒ 9x = 3 ⇒ x = 3/9
Nessa divisão podem ocorrer dois casos:
Assim, a geratriz de 0,333... é a fração 3 .
1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um 9
número finito de algarismos. Decimais Exatos: Exemplo 2

2 = 0,4 Seja a dízima 5, 1717...


5
1 = 0,25 Façamos x = 5,1717... e 100x = 517,1717... .
4 Subtraindo membro a membro, temos:
35 = 8,75 99x = 512 ⇒ x = 512/99
4
153 = 3,06 Assim, a geratriz de 5,1717... é a fração 512 .
99
50
Exemplo 3
2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, infinitos
algarismos (nem todos nulos), repetindo-se periodicamente. Seja a dízima 1, 23434...
Decimais Periódicos ou Dízimas Periódicas:
Façamos x = 1,23434... 10x = 12,3434... 1000x = 1234,34... .
1 Subtraindo membro a membro, temos:
= 0,333...
3 990x = 1234,34... – 12,34... ⇒ 990x = 1222 ⇒ x = 1222/990
1 = 0,04545...
22 Simplificando, obtemos x = 611 , a fração geratriz da dízima
167 = 2,53030... 1, 23434... 495
66
Representação Fracionária dos Números Decimais Módulo ou valor absoluto: É a distância do ponto que
representa esse número ao ponto de abscissa zero.
Trata-se do problema inverso: estando o número racional
escrito na forma decimal, procuremos escrevê-lo na forma de
fração. Temos dois casos: Exemplo: Módulo de - 3 é 3 . Indica-se - 3 = 3
2 2 2 2
1º) Transformamos o número em uma fração cujo numerador
é o número decimal sem a vírgula e o denominador é composto 3
pelo numeral 1, seguido de tantos zeros quantas forem as casas Módulo de + 3 é 3 . Indica-se + 3 =
2 2 2 2
decimais do número decimal dado:

Didatismo e Conhecimento 8
MATEMÁTICA
Números Opostos: Dizemos que – 32 e 32 são números - Elemento neutro: Existe 1 em Q, que multiplicado por todo
racionais opostos ou simétricos e cada um deles é o oposto do q em Q, proporciona o próprio q, isto é: q × 1 = q
outro. As distâncias dos pontos – 3 e 3 ao ponto zero da reta são - Elemento inverso: Para todo q =
a em Q, q diferente de
2 2
iguais. -1
zero, existe q = b em Q: q × q = 1 b
-1 a x b =1
a b a
Soma (Adição) de Números Racionais
- Distributiva: Para todos a, b, c em Q: a × ( b + c ) = ( a ×
Como todo número racional é uma fração ou pode ser escrito b)+(a×c)
na forma de uma fração, definimos a adição entre os números
a c
racionais e , da mesma forma que a soma de frações, Divisão de Números Racionais
através de: b d

a ad + bc A divisão de dois números racionais p e q é a própria operação


+ c = de multiplicação do número p pelo inverso de q, isto é: p ÷ q =
b d bd
p × q-1
Propriedades da Adição de Números Racionais
Potenciação de Números Racionais
O conjunto Q é fechado para a operação de adição, isto é, a
soma de dois números racionais ainda é um número racional. A potência qn do número racional q é um produto de n fatores
- Associativa: Para todos a, b, c em Q: a + ( b + c ) = ( a + iguais. O número q é denominado a base e o número n é o expoente.
b)+c qn = q × q × q × q × ... × q, (q aparece n vezes)
- Comutativa: Para todos a, b em Q: a + b = b + a
- Elemento neutro: Existe 0 em Q, que adicionado a todo q em Exemplos:
Q, proporciona o próprio q, isto é: q + 0 = q 3
- Elemento oposto: Para todo q em Q, existe -q em Q, tal que ⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ 8
a) ⎜ ⎟ = ⎜ ⎟ .⎜ ⎟ .⎜ ⎟ =
q + (–q) = 0 ⎝ 5 ⎠ ⎝ 5 ⎠ ⎝ 5 ⎠ ⎝ 5 ⎠ 125

Subtração de Números Racionais


b)
A subtração de dois números racionais p e q é a própria
operação de adição do número p com o oposto de q, isto é: c) (–5)² = (–5) . ( –5) = 25
p – q = p + (–q)
d) (+5)² = (+5) . (+5) = 25
Multiplicação (Produto) de Números Racionais

Como todo número racional é uma fração ou pode ser escrito Propriedades da Potenciação: Toda potência com expoente
na forma de uma fração, definimos o produto de dois números 0 é igual a 1.
racionais a e c , da mesma forma que o produto de frações, 0
⎛ 2⎞ = 1
através de: b d
⎜⎝ + ⎟⎠
5
a c ac
x =
b d bd
- Toda potência com expoente 1 é igual à própria base.
O produto dos números racionais a e b também pode ser 1
indicado por a × b, axb, a.b ou ainda ab sem nenhum sinal entre ⎛ 9⎞ 9
as letras. ⎜⎝ − ⎟⎠ = - 4
4
Para realizar a multiplicação de números racionais, devemos
obedecer à mesma regra de sinais que vale em toda a Matemática:
(+1) × (+1) = (+1) - Toda potência com expoente negativo de um número racional
(+1) × (-1) = (-1) diferente de zero é igual a outra potência que tem a base igual ao
(-1) × (+1) = (-1) inverso da base anterior e o expoente igual ao oposto do expoente
(-1) × (-1) = (+1) anterior.
Podemos assim concluir que o produto de dois números com o −2 2
mesmo sinal é positivo, mas o produto de dois números com sinais ⎛ 3⎞ ⎛ 5 ⎞ 25
diferentes é negativo. ⎜⎝ − ⎟⎠ .⎜⎝ − ⎟⎠ =
5 3 9
Propriedades da Multiplicação de Números Racionais
- Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo sinal da
base.
O conjunto Q é fechado para a multiplicação, isto é, o produto 3
⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ 8
⎜⎝ ⎟⎠ = ⎜⎝ ⎟⎠ .⎜⎝ ⎟⎠ .⎜⎝ ⎟⎠ =
de dois números racionais ainda é um número racional.
- Associativa: Para todos a, b, c em Q: a × ( b × c ) = ( a × 3 3 3 3 27
b)×c
- Comutativa: Para todos a, b em Q: a × b = b × a

Didatismo e Conhecimento 9
MATEMÁTICA
- Toda potência com expoente par é um número positivo. O número -100 não tem raiz quadrada em Q, pois tanto -10
9 3
2 como +10 , quando elevados ao quadrado, dão 100 .
⎛ 1⎞ ⎛ 1⎞ ⎛ 1⎞ 1 3 9
⎜⎝ − ⎟⎠ = ⎜⎝ − ⎟⎠ .⎜⎝ − ⎟⎠ = Um número racional positivo só tem raiz quadrada no conjunto
5 5 5 25 dos números racionais se ele for um quadrado perfeito.

- Produto de potências de mesma base. Para reduzir um produto 2


O número não tem raiz quadrada em Q, pois não existe
de potências de mesma base a uma só potência, conservamos a 3
número racional que elevado ao quadrado dê 2 .
base e somamos os expoentes. 3
2 3 2+3 5
⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ ⎛ 2 2⎞ ⎛ 2 2 2⎞ ⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ Exercícios
⎜⎝ ⎟⎠ .⎜ ⎟ = ⎜ . ⎟ .⎜ . . ⎟ = ⎜ ⎟ =⎜ ⎟
5 ⎝ 5⎠ ⎝ 5 5⎠ ⎝ 5 5 5⎠ ⎝ 5⎠ ⎝ 5⎠
1. Calcule o valor das expressões numéricas:
- Quociente de potências de mesma base. Para reduzir
a)
7 ⎡⎛ 5 1 ⎞ ⎛ 7 3 ⎞ ⎤
− ⎜ − ⎟ −⎜− + ⎟
um quociente de potências de mesma base a uma só potência, 24 ⎢⎣⎝ 12 8 ⎠ ⎝ 6 4 ⎠ ⎥⎦
conservamos a base e subtraímos os expoentes.

⎡⎛ 3⎞ ⎛ 1⎞ 5⎤ ⎛ 9 7⎞
b) ⎢⎜ + ⎟ : ⎜ − ⎟ + ⎥ − ⎜ − ⎟
⎣⎝ 16 ⎠ ⎝ 12 ⎠ 2 ⎦ ⎝ 4 2 ⎠
3 7
 2  2
2. Escreva o produto  +  . +  como uma só potência.
 3  3
- Potência de Potência. Para reduzir uma potência de potência
a uma potência de um só expoente, conservamos a base e
12 4
3. Escreva o quociente ⎛⎜ − ⎞ ⎛ 16 ⎞
multiplicamos os expoentes 16
: ⎜ − ⎟ como uma só
potência. ⎝ 25 ⎟⎠ ⎝ 25 ⎠

4. Qual é o valor da expressão


Radiciação de Números Racionais
Se um número representa um produto de dois ou mais fatores
iguais, então cada fator é chamado raiz do número. Vejamos alguns
1
5. Para encher um álbum de figurinhas, Karina contribuiu com
exemplos: 6 das figurinhas, enquanto Cristina contribuiu com das figurinhas
3 . Com que fração das figurinhas as duas juntas contribuíram?
Exemplo 1 4
1
6. Ana está lendo um livro. Em um dia ela leu 4
do livro e no
4 Representa o produto 2 . 2 ou 22. Logo, 2 é a raiz quadrada dia seguinte leu 16 do livro. Então calcule:
de 4. Indica-se √4= 2.
Exemplo 2 a) A fração do livro que ela já leu.
1 1 1 ⎛ 1⎞
2
1 b) A fração do livro que falta para ela terminar a leitura.
Representa o produto 31 . 3 ou . Logo, é a raiz
9 ⎝⎜ 3 ⎠⎟ 3
quadrada de 19 .Indica-se 1 =
9 3 7. Em um pacote há 45 de 1 Kg de açúcar. Em outro pacote
1
há . Quantos quilos de açúcar o primeiro pacote tem a mais que
Exemplo 3 3
o segundo?
0,216 Representa o produto 0,6 . 0,6 . 0,6 ou (0,6)3. Logo, 0,6
é a raiz cúbica de 0,216. Indica-se 3 0,216 = 0,6. 8. A rua onde Cláudia mora está sendo asfaltada. Os 59 da rua
já foram asfaltados. Que fração da rua ainda resta asfaltar?
Assim, podemos construir o diagrama: 1
9. No dia do lançamento de um prédio de apartamentos, 3
1
desses apartamentos foi vendido e 6 foi reservado. Assim:

N Z Q
a) Qual a fração dos apartamentos que foi vendida e reservada?
b) Qual a fração que corresponde aos apartamentos que não
foram vendidos ou reservados?

10. Transforme em fração:


Um número racional, quando elevado ao quadrado, dá o a) 2,08
número zero ou um número racional positivo. Logo, os números b) 1,4
racionais negativos não têm raiz quadrada em Q. c) 0,017
d) 32,17

Didatismo e Conhecimento 10
MATEMÁTICA
Respostas 7) Respostas 7
Solução: 15
1) Solução
4 5
7 ⎡⎛ 5 1 ⎞ ⎛ 7 3 ⎞ ⎤ 7 ⎡⎛ 10 − 3 ⎞ ⎛ −14 + 9 ⎞ ⎤ - 1 = 12 - = 7
a) − ⎜ − ⎟ −⎜− + ⎟ = − ⎜ ⎟ −⎜ ⎟
24 ⎢⎣⎝ 12 8 ⎠ ⎝ 6 4 ⎠ ⎥⎦ 24 ⎢⎣⎝ 24 ⎠ ⎝ 12 ⎠ ⎥⎦
5 3 15 15 15

7 ⎛ 7 5 ⎞ 7 ⎛ 7 + 10 ⎞ 7 17 10 5 8) Resposta 4
−⎜ + ⎟= −⎜ ⎟⎠ = − =− =−
24 ⎝ 24 12 ⎠ 24 ⎝ 24 24 24 24 12 Solução: 9

b) 5 5
1- = 9 - = 4
9 9 9 9

9) Solução:
1 1 1 3 1
a) + = 2 + = =
3 6 6 6 6 2
mmc:(4;2)=4

2) Solução: b) 1- 1 = 2 - 1 = 1
2 2 2 2
10
⎛ 2⎞
⎜⎝ + ⎟⎠ 10) Solução:
3

3) Solução: 208 52
8 a) 2,08 → =
⎛ 16 ⎞ 100 25
⎜⎝ − ⎟⎠
25 14 7
b) 1,4 → =
10 5
4) Solução:
− 13  − 1   + 3 
3 17
−  :  c) 0,017 →
24  2   4  1000

− 13  − 1   + 3  3217
− :  d) 32,17 →
24  8   4  100
− 13  − 1   + 4 
−  .  Números Irracionais
24  8   3 
− 13  − 4  Os números racionais, aqueles que podem ser escritos na
−  forma de uma fração  a/b onde a e b são dois números inteiros, com
24  24 
a condição de que b seja diferente de zero, uma vez que sabemos
− 13 4 da impossibilidade matemática da divisão por zero.
+ Vimos também, que todo número racional pode ser escrito na
24 24 forma de um número decimal periódico, também conhecido como
−9 −3 dízima periódica.
=
24 8
Vejam os exemplos de números racionais a seguir:
3 / 4 = 0,75 = 0, 750000...
5) Resposta 11 - 2 / 3 = - 0, 666666...
Solução: 12
1 / 3 = 0, 333333...
1 3 2 9 2 / 1 = 2 = 2, 0000...
+ = + = 11 4 / 3 = 1, 333333...
6 4 12 12 12
- 3 / 2 = - 1,5 = - 1, 50000...
6) Solução: 0 = 0, 000...  
a) 1 + 1 = 3 + 2 = 5 Existe, entretanto, outra classe de números que não podem
4 6 12 12 12
12 5 ser escritos na forma de fração a/b, conhecidos como números
b) 1- 5 = - = 7 irracionais. 
12 12 12 12

Didatismo e Conhecimento 11
MATEMÁTICA
Exemplo - O quociente de dois números irracionais, pode ser um nú-
mero racional.
O número real abaixo é um número irracional, embora pareça
uma dízima periódica: x = 0,10100100010000100000... Exemplo: : = = 2  e 2 é um número racional.

Observe que o número de zeros após o algarismo 1 aumenta - O produto de dois números irracionais, pode ser um número
a cada passo. Existem infinitos números reais que não são dízimas racional.
periódicas e dois números irracionais muito importantes, são:
Exemplo: . = = 5 e 5 é um número racional.
e = 2,718281828459045...,
Pi (ᴨ) = 3,141592653589793238462643... - A união do conjunto dos números irracionais com o conjunto
dos números racionais, resulta num conjunto denominado conjun-
Que são utilizados nas mais diversas aplicações práticas to R  dos números reais.
como: cálculos de áreas, volumes, centros de gravidade, previsão - A interseção do conjunto dos números racionais com o con-
populacional, etc. junto dos números irracionais, não possui elementos comuns e,
portanto,  é igual ao conjunto vazio (  ).
Classificação dos Números Irracionais
Simbolicamente, teremos:
Existem dois tipos de números irracionais:
Q =R
- Números reais algébricos irracionais: são raízes de po- Q I = 
linômios  com coeficientes inteiros. Todo número real que pode
ser representado através de uma quantidade finita de somas, Números Reais
subtrações, multiplicações, divisões e raízes de grau inteiro a partir
dos números inteiros é um número algébrico, por exemplo, O conjunto dos números reais R é uma expansão do con-
junto dos números racionais que engloba não só os inteiros e os
fracionários, positivos e negativos, mas também todos os números
. irracionais.
Os números reais são números usados para representar uma
A recíproca não é verdadeira: existem números algébricos que quantidade contínua (incluindo o zero e os negativos). Pode-se
não podem ser expressos através de radicais, conforme o teorema pensar num número real como uma fração decimal possivelmente
de Abel-Ruffini. infinita, como 3,141592(...). Os números reais têm uma
correspondência biunívoca com os pontos de uma reta.
- Números reais transcendentes: não são raízes de polinômios Denomina-se corpo dos números reais a coleção dos
com coeficientes inteiros. Várias constantes matemáticas são elementos pertencentes à conclusão dos racionais, formado pelo
transcendentes, como pi  ( ) e o  número de Euler  ( ). Pode-se corpo de frações associado aos inteiros (números racionais) e a
dizer que existem mais números transcendentes do que números norma associada ao infinito.
algébricos (a comparação entre conjuntos infinitos pode ser feita Existem também outras conclusões dos racionais, uma para
na teoria dos conjuntos). cada número primo p, chamadas números p-ádicos. O corpo dos
A definição mais genérica de números algébricos e transcen- números p-ádicos é formado pelos racionais e a norma associada
dentes é feita usando-se números complexos. a p!

Identificação de números irracionais Propriedade

Fundamentado nas explanações anteriores, podemos afirmar O conjunto dos números reais com as operações binárias de
que: soma e produto e com a relação natural de ordem formam um cor-
po ordenado. Além das propriedades de um corpo ordenado, R tem
- Todas as dízimas periódicas são números racionais. a seguinte propriedade: Se R for dividido em dois conjuntos (uma
- Todos os números inteiros são racionais. partição) A e B, de modo que todo elemento de A é menor que todo
- Todas as frações ordinárias são números racionais. elemento de B, então existe um elemento x que separa os dois con-
- Todas as dízimas não periódicas são números irracionais. juntos, ou seja, x é maior ou igual a todo elemento de A e menor ou
- Todas as raízes inexatas são números irracionais. igual a todo elemento de B.
- A soma de um número racional com um número irracional é
sempre um número irracional.
- A diferença de dois números irracionais, pode ser um núme-
ro racional. Ao conjunto formado pelos números Irracionais e pelos nú-
meros Racionais chamamos de conjunto dos números Reais. Ao
Exemplo: - = 0 e 0 é um número racional. unirmos o conjunto dos números Irracionais com o conjunto dos
números Racionais, formando o conjunto dos números Reais, to-

Didatismo e Conhecimento 12
MATEMÁTICA
das as distâncias representadas por eles sobre uma reta preenchem- Expressão aproximada dos números Reais
-na por completo; isto é, ocupam todos os seus pontos. Por isso,
essa reta é denominada reta Real. 

Os números Irracionais possuem infinitos algarismos deci-


mais não-periódicos. As operações com esta classe de números
sempre produzem erros quando não se utilizam todos os algaris-
mos decimais. Por outro lado, é impossível utilizar todos eles nos
cálculos. Por isso, somos obrigados a usar aproximações, isto é,
cortamos o decimal em algum lugar e desprezamos os algaris-
mos restantes. Os algarismos escolhidos serão uma aproximação
do número Real. Observe como tomamos a aproximação de e do
número nas tabelas.
Podemos concluir que na representação dos números Reais
sobre uma reta, dados uma origem e uma unidade, a cada ponto Aproximação por
da reta corresponde um número Real e a cada número Real corres-  
ponde um ponto na reta. Falta Excesso

Erro menor que ᴨ ᴨ

1 unidade 1 3 2 4
1 décimo 1,4 3,1 1,5 3,2
1 centésimo 1,41 3,14 1,42 3,15
1 milésimo 1,414 3,141 1,415 3,142
1 décimo de
1,4142 3,1415 1,4134 3,1416
milésimo
Ordenação dos números Reais
Operações com números Reais
A representação dos números Reais permite definir uma rela-
ção de ordem entre eles. Os números Reais positivos são maiores
Operando com as aproximações, obtemos uma sucessão de
que zero e os negativos, menores. Expressamos a relação de ordem
intervalos fixos que determinam um número Real. É assim que
da seguinte maneira: Dados dois números Reais a e b, 
vamos trabalhar as operações adição, subtração, multiplicação e
divisão. Relacionamos, em seguida, uma série de recomendações
a≤b↔b–a≥0
úteis para operar com números Reais:
- Vamos tomar a aproximação por falta.
Exemplo: -15 ≤ ↔ 5 – (-15) ≥ 0
- Se quisermos ter uma ideia do erro cometido, escolhemos o
5 + 15 ≥ 0
mesmo número de casas decimais em ambos os números.
- Se utilizamos uma calculadora, devemos usar a aproximação
Propriedades da relação de ordem
máxima admitida pela máquina (o maior número de casas deci-
mais).
- Reflexiva: a ≤ a
- Quando operamos com números Reais, devemos fazer cons-
- Transitiva: a ≤ b e b ≤ c → a ≤ c
tar o erro de aproximação ou o número de casas decimais.
- Anti-simétrica: a ≤ b e b ≤ a → a = b
- É importante adquirirmos a idéia de aproximação em função
- Ordem total: a < b ou b < a ou a = b 
da necessidade. Por exemplo, para desenhar o projeto de uma casa,
basta tomar medidas com um erro de centésimo.
- Em geral, para obter uma aproximação de n casas decimais,
devemos trabalhar com números Reais aproximados, isto é, com n
+ 1 casas decimais.

Didatismo e Conhecimento 13
MATEMÁTICA
Para colocar em prática o que foi exposto, vamos fazer as qua-
tro operações indicadas: adição, subtração, multiplicação e divisão CÁLCULOS ALGÉBRICOS;
com dois números Irracionais. 

Expressões Algébricas: São aquelas que contêm números e


letras.
Valor Absoluto Ex: 2ax² + bx

Como vimos, o erro  pode ser: Variáveis: São as letras das expressões algébricas que
- Por excesso: neste caso, consideramos o erro positivo. representam um número real e que de princípio não possuem um
- Por falta: neste caso, consideramos o erro negativo. valor definido.
Valor numérico de uma expressão algébrica é o número que
Quando o erro é dado sem sinal, diz-se que está dado em valor obtemos substituindo as variáveis por números e efetuamos suas
absoluto. O valor absoluto de um número a é designado por |a| e operações.
coincide com o número positivo, se for positivo, e com seu oposto,
se for negativo.  Ex: Sendo x = 1 e y = 2, calcule o valor numérico (VN) da
Exemplo: Um livro nos custou 8,50 reais. Pagamos com uma expressão:
nota de 10 reais. Se nos devolve 1,60 real de troco, o vendedor co- x² + y » 1² + 2 = 3 Portando o valor numérico da expressão
meteu um erro de +10 centavos. Ao contrário, se nos devolve 1,40 é 3.
real, o erro cometido é de 10 centavos. 
Monômio: Os números e letras estão ligados apenas por pro-
dutos.
Ex: 4x

Polinômio: É a soma ou subtração de monômios.  


Ex: 4x + 2y

Termos semelhantes: São aqueles que possuem partes literais


iguais (variáveis)
Ex: 2 x³ y² z e 3 x³ y² z à são termos semelhantes pois possuem
a mesma parte literal.

Adição e Subtração de expressões algébricas

Para determinarmos a soma ou subtração de expressões algé-


bricas, basta somar ou subtrair os termos semelhantes.
Assim: 2 x³ y² z + 3x³ y² z = 5x³ y² z ou
2 x³ y² z - 3x³ y² z = -x³ y² z

Convém lembrar-se dos jogos de sinais.

Na espressão (x³ + 2 y² + 1) – (y ² - 2) = x³ +2 y² + 1 – y² +
2 = x³ + y² +3

Multiplicação e Divisão de expressões algébricas

Na multiplicação e divisão de expressões algébricas, devemos


usar a propriedade distributiva.
Exemplos:
1) a (x + y) = ax + ay
2) (a + b).(x + y) = ax + ay + bx + by
3) x (x² + y) = x³ + xy

 Para multiplicarmos potências de mesma base, conservamos


a base e somamos os expoentes.
 Na divisão de potências devemos conservar a base e subtrair
os expoentes

Didatismo e Conhecimento 14
MATEMÁTICA
Exemplos: - 4x2 + 12y3 – 7y3 – 5x2 devemos primeiro unir os termos se-
1) 4x² 2x = 2x melhantes: 12y3 – 7y3 + 4x2 – 5x2 agora efetuamos a soma e a
2) (6x³ - 8x) 2x = 3x² - 4 subtração.
5y3 – x2 como os dois termos restantes não são semelhantes,
3) =
devemos deixar apenas indicado à operação dos monômios.

Reduza os termos semelhantes na expressão 4x2 – 5x -3x +


Resolução: 2x2. Depois calcule o seu valor numérico da expressão. 4x2 – 5x
- 3x + 2x2 reduzindo os termos semelhantes. 4x2 + 2x2 – 5x - 3x
6x2 - 8x os termos estão reduzidos, agora vamos achar o valor
numérico dessa expressão.
Para calcularmos o valor numérico de uma expressão deve-
mos ter o valor de sua incógnita, que no caso do exercício é a letra
x.
Vamos supor que x = - 2, então substituindo no lugar do x o
-2 termos:

6x2 - 8x
6 . (-2)2 – 8 . (-2) =
Para iniciarmos as operações devemos saber o que são termos 6 . 4 + 16 =
semelhantes. Dizemos que um termo é semelhante do outro quan- 24 + 16
do suas partes literais são idênticas. 40

Veja: Multiplicação de monômios

5x2 e 42x são dois termos, as suas partes literais são x2 e x, as Para multiplicarmos monômios não é necessário que eles se-
letras são iguais, mas o expoente não, então esses termos não são jam semelhantes, basta multiplicarmos coeficiente com coeficiente
semelhantes.  e parte literal com parte literal. Sendo que quando multiplicamos
7ab2 e 20ab2 são dois termos, suas partes literais são ab2 e ab2, as partes literais devemos usar a propriedade da potência que diz:
observamos que elas são idênticas, então podemos dizer que são am . an = am + n (bases iguais na multiplicação repetimos a base e
semelhantes. somamos os expoentes).

Adição e subtração de monômios (3a2b).(- 5ab3) na multiplicação dos dois monômios, devemos
multiplicar os coeficientes 3 . (-5) e na parte literal multiplicamos
Só podemos efetuar a adição e subtração de monômios entre as que têm mesma base para que possamos usar a propriedade am
termos semelhantes. E quando os termos envolvidos na operação . an = am + n.
de adição ou subtração não forem semelhantes, deixamos apenas
a operação indicada. 3 . ( - 5) . a2 . a . b . b3
-15 a2 +1 b1 + 3
Veja: -15 a3b4

Dado os termos 5xy2, 20xy2, como os dois termos são seme- Divisão de monômios

lhantes eu posso efetuar a adição e a subtração deles.


5xy2 + 20xy2 devemos somar apenas os coeficientes e conser- Para dividirmos os monômios não é necessário que eles sejam
var a parte literal. semelhantes, basta dividirmos coeficiente com coeficiente e parte
     25 xy2 literal com parte literal. Sendo que quando dividirmos as partes
literais devemos usar a propriedade da potência que diz: am an =
5xy2 - 20xy2 devemos subtrair apenas os coeficientes e con- am - n (bases iguais na divisão repetimos a base e diminuímos os
servar a parte literal. expoentes), sendo que a ≠ 0.
   - 15 xy2
(-20x2y3) (- 4xy3) na divisão dos dois monômios, devemos
Veja alguns exemplos: dividir os coeficientes -20 e -4 e na parte literal dividirmos as que
- x2 - 2x2 + x2 como os coeficientes são frações devemos tirar têm mesma base para que possamos usar a propriedade am an =
o mmc de 6 e 9. am – n.

3x2 - 4 x2 + 18 x2 -20 (– 4) . x2 x . y3 y3
            18 5 x2 – 1 y3 – 3
17x2 5x1y0
18 5x

Didatismo e Conhecimento 15
MATEMÁTICA
Potenciação de monômios Então, 35 3 = 105 e dividindo por 5 (ordem do termo anterior)
vem 105 5 = 21, que é o coeficiente do sexto termo, conforme se vê
Na potenciação de monômios devemos novamente utilizar acima.
uma propriedade da potenciação:
Observações:
I - (a . b)m = am . bm
II - (am)n = am . n 1) O desenvolvimento do binômio (a + b)n é um polinômio.
2) O desenvolvimento de (a + b)n possui n + 1 termos .
Veja alguns exemplos: 3) Os coeficientes dos termos equidistantes dos extremos , no de-
(-5x2b6)2 aplicando a propriedade senvolvimento de (a + b)n são iguais .
4) A soma dos coeficientes de (a + b)n é igual a 2n .
I - (-5)2 . (x2)2 . (b6)2 aplicando a propriedade
II - 25 . x4 . b12 25x4b12 Fórmula do termo geral de um Binômio de Newton

Binômio Um termo genérico Tp+1 do desenvolvimento de (a + b)n, sendo p


um número natural, é dado por:
Denomina-se Binômio de Newton, a todo binômio da forma
(a + b)n, sendo n um número natural. Tp+1 = !
!
!.!an – p . bp, onde:

Exemplo: ! !!
= Cn.p = !
B = (3x - 2y)4 ( onde a = 3x, b = -2y e n = 4 [grau do binômio] ! !! !!! !

). !

é denominado Número Binomial e Cn.p é o número de


Exemplos de desenvolvimento de binômios de Newton:
combinações simples de n elementos, agrupados p a p, ou seja, o nú-
mero de combinações simples de n elementos de taxa p.
a) (a + b)2 = a2 + 2ab + b2
Este número é também conhecido como Número Combinatório.
b) (a + b)3 = a3 + 3 a2b + 3ab2 + b3
c) (a + b)4 = a4 + 4 a3b + 6 a2b2 + 4ab3 + b4
Exercícios
d) (a + b)5 = a5 + 5 a4b + 10 a3b2 + 10 a2b3 + 5ab4 + b5
1. Determine o 7º termo do binômio (2x + 1)9, desenvolvido se-
Nota:
gundo as potências decrescentes de x.
Não é necessário memorizar as fórmulas acima, já que elas
possuem uma lei de formação bem definida, senão vejamos: 2. Qual o termo médio do desenvolvimento de (2x + 3y)8?
Vamos tomar, por exemplo, o item (d) acima:
Observe que o expoente do primeiro e últimos termos são 3. Desenvolvendo o binômio (2x - 3y)3n, obtemos um polinômio
iguais ao expoente do binômio, ou seja, igual a 5. de 16 termos. Qual o valor de n?
A partir do segundo termo, os coeficientes podem ser obtidos
a partir da seguinte regra prática de fácil memorização: 4. Determine o termo independente de x no desenvolvimento de
Multiplicamos o coeficiente de a pelo seu expoente e dividi- (x + )6.
mos o resultado pela ordem do termo. O resultado será o coeficien-
te do próximo termo. Assim por exemplo, para obter o coeficiente 5. Calcule: (3x²+2x-1) + (-2x²+4x+2).
do terceiro termo do item (d) acima teríamos:
5 4 = 20; agora dividimos 20 pela ordem do termo anterior (2 6. Efetue e simplifique o seguinte calculo algébrico: (2x+3).
por se tratar do segundo termo) 20 2 = 10 que é o coeficiente do (4x+1).
terceiro termo procurado.
Observe que os expoentes da variável a decrescem de n até 0 7. Efetue e simplifique os seguintes cálculos algébricos:
e os expoentes de b crescem de 0 até n. Assim o terceiro termo é a) (x - y).(x² - xy + y²)
10 a3b2 (observe que o expoente de a decresceu de 4 para 3 e o de b) (3x - y).(3x + y).(2x - y)
b cresceu  de 1 para 2).
Usando a regra prática acima, o desenvolvimento do binômio 8. Dada a expressão algébrica bc – b2, determine o seu valor nu-
de Newton (a + b)7 será: mérico quando b = 2,2 e c = 1,8.
(a + b)7 = a7 + 7 a6b + 21 a5b2 + 35 a4b3 + 35 a3b4 + 21 a2b5 +
7 ab + b7
6 9. Calcule o valor numérico da expressão 2x3 – 10y, quando x =
Como obtivemos, por exemplo, o coeficiente do 6º termo (21 -3 e y = -4.
a2b5)?
Pela regra: Coeficiente do termo anterior = 35. Multiplicamos 10. Um caderno curta y reais. Gláucia comprou 4 cadernos,
35 pelo expoente de a que é igual a 3 e dividimos o resultado pela Cristina comprou 6 cadernos, e Karina comprou 3. Qual é o monô-
ordem do termo que é 5. mio que expressa a quantia que as três gastaram juntas?

Didatismo e Conhecimento 16
MATEMÁTICA
Respostas Pela fórmula do termo geral, podemos escrever:

Tp+1 = C6,p . x6-p . ( 1 )p = C6,p . x6-p . x-p = C6,p . x6-2p.


1) Resposta “672x3”. x
Solução: Primeiro temos que aplicar a fórmula do termo geral Ora, para que o termo seja independente de x, o expoente des-
de (a + b)n, onde: ta variável deve ser zero, pois x0 = 1.
a = 2x Logo, fazendo 6 - 2p = 0, obtemos p = 3. Substituindo então p
b=1 por 6, teremos o termo procurado. Temos então:
n=9
Como queremos o sétimo termo, fazemos p = 6 na fórmula do T3+1 = T4 = C6,3 . x0 = C6,3 = 6! = 6.5.4.3! =20
termo geral e efetuamos os cálculos indicados. [(6-3)!.3!] 3!.2.1
Logo, o termo independente de x é o T4 (quarto termo) que é
Temos então: igual a 20.
T6+1 = T7 = C9,6 . (2x)9-6 × (1)6 = 9! ×(2x)3×1=
9.8.7.6! [(9-6)! x6!] 5) Solução:
×8x³=672x³ (3x²+2x-1) + (-2x²+4x+2)
3.2.1.6!
3x² + 2x – 1 – 2x² + 4x + 2 =
Portanto o sétimo termo procurado é 672x3. x² + 6x + 1

2) Resposta “90720x4y4”. 6) Solução:


Solução: Temos: (2x+3).(4x+1)
a = 2x 8x² + 2x + 12x + 3 =
b = 3y 8x² + 14x + 3
n=8
7) a - Solução:
Sabemos que o desenvolvimento do binômio terá 9 termos, (x - y).(x² - xy + y²)
porque n = 8. Ora sendo T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9 os termos do x³ - x²y + xy² - x²y + xy² - y³ =
desenvolvimento do binômio, o termo do meio (termo médio) será x³ - 2x²y + 2xy² - y³ =
o T5 (quinto termo).
Logo, o nosso problema resume-se ao cálculo do T5. Para b - Solução:
isto, basta fazer p = 4 na fórmula do termo geral e efetuar os cálcu- (3x - y).(3x + y).(2x - y)
los decorrentes. Teremos: (3x - y).(6x² - 3xy + 2xy - y²) =
(3x - y).(6x² - xy - y²) =
T4+1 = T5 = C8,4 . (2x)8-4 . (3y)4 = 8! . (2x)4 . (3y)4 = 18x³ - 3x²y - 3xy² - 6x²y + xy² + y³ =
[(8-4)! .4!] 18x³ - 9x²y - 2xy² + y³
8.7.6.5.4! . 16x4 . 81y4
(4!.4.3.2.1 8) Resposta “-0,88”.
Fazendo as contas vem:  Solução:
bc – b2 =
T5 = 70.16.81.x4 . y4 = 90720x4y4 , que é o termo médio pro- 2,2 . 1,8 – 2,22 = (Substituímos as letras pelos valores passa-
curado. dos no enunciado)
3,96 – 4,84 =
3) Resposta “5”. -0,88.
Solução: Ora, se o desenvolvimento do binômio possui 16 ter- Portanto, o valor procurado é 0,88.
mos, então o expoente do binômio é igual a 15.
Logo, 9) Resposta “-14”.
3n = 15 de onde se conclui que n = 5.
Solução:
2x3 – 10y =
4) Resposta “20”.
Solução: Sabemos que o termo independente de x é aquele 2.(-3)² - 10.(-4) = (Substituímos as letras pelos valores do
que não depende de x, ou seja, aquele que não possui x. enunciado da questão)
2.(27) – 10.(-4) =
Temos no problema dado: (-54) – (-40) =
-54 + 40 = -14.
a=x Portanto -14 é o valor procurado na questão.
1 10) Resposta “13y reais”.
b=
x Solução: Como Gláucia gastou 4y reais, Cristina 6y reais e
n = 6. Karina 3y reais, podemos expressar essas quantias juntas por:

Didatismo e Conhecimento 17
MATEMÁTICA
4y + 6y + 3y = Duas sucessões de números não-nulos são diretamente pro-
(4 + 6 + 3)y = porcionais quando as razões entre cada termo da primeira sucessão
13y e o termo correspondente da segunda sucessão são iguais.
Exemplo1: Vamos determinar x e y, de modo que as sucessões
Importante: Numa expressão algébrica, se todos os monômios sejam diretamente proporcionais:
ou termos são semelhantes, podemos tornar mais simples a expres-
são somando algebricamente os coeficientes numéricos e manten- 2 8 y
do a parte literal. 3 x 21

Como as sucessões são diretamente proporcionais, as razões


GRANDEZAS PROPORCIONAIS são iguais, isto é:
2 8 y
= =
3 x 21
2 8 2 y
Relação entre Grandezas = =
3 x 3 21
Números Diretamente Proporcionais 2x = 3 . 8 3y = 2 . 21
2x = 24 3y = 42
Considere a seguinte situação: 24 42
x= y=
2 3
Joana gosta de queijadinha e por isso resolveu aprender
a fazê-las. Adquiriu a receita de uma amiga. Nessa receita, os x=12 y=14
ingredientes necessários são:
Logo, x = 12 e y = 14
3 ovos
1 lata de leite condensado Exemplo 2: Para montar uma pequena empresa, Júlio, César
1 xícara de leite e Toni formaram uma sociedade. Júlio entrou com R$ 24.000,00,
2 colheres das de sopa de farinha de trigo César com R$ 27.000,00 e Toni com R$ 30.000,00. Depois de 6
1 colher das de sobremesa de fermento em pó meses houve um lucro de R$ 32.400,00 que foi repartido entre eles
1 pacote de coco ralado em partes diretamente proporcionais à quantia investida. Calcular
1 xícara de queijo ralado a parte que coube a cada um.
1 colher das de sopa de manteiga
Solução:
Veja que: Representando a parte de Júlio por x, a de César por y, e a de
Toni por z, podemos escrever:
- Para se fazerem 2 receitas seriam usados 6 ovos para 4
 x + y + z = 32400 
colheres de farinha;  
 x y z 
 24000 = 27000 = 30000 
- Para se fazerem 3 receitas seriam usados 9 ovos para 6
colheres de farinha; 
32400

- Para se fazerem 4 receitas seriam usados 12 ovos para 8 x y z x+ y+z
= = =
colheres de farinha; 24000 27000 30000 24000
 +
27000
+ 30000

- Observe agora as duas sucessões de números: 81000

Sucessão do número de ovos: 6 9 12 Resolvendo as proporções:


Sucessão do número de colheres de farinha: 4 6 8 x 32400 4
Nessas sucessões as razões entre os termos correspondentes =
são iguais: 24000 8100010
6 3 9 3 12 3 10x = 96 000
= = = x = 9 600
4 2 6 2 8 2
6 9 12 3 y 4
Assim: = = = =
4 6 8 2 27000 10
Dizemos, então, que: 10y = 108 000
y = 10 800
- os números da sucessão 6, 9, 12 são diretamente proporcio-
z 4
nais aos da sucessão
3 4, 6, 8; =
- o número 2 , que é a razão entre dois termos corresponden- 3000 10
tes, é chamado fator de proporcionalidade. 10z = 120 000
z = 12 000

Didatismo e Conhecimento 18
MATEMÁTICA
Logo, Júlio recebeu R$ 9.600,00, César recebeu R$ 10.800,00 Exemplo 2: Vamos dividir o número 104 em partes
e Toni, R$ 12.000,00. inversamente proporcionais aos números 2, 3 e 4.

Números Inversamente Proporcionais Representamos os números procurados por x, y e z. E como as


sucessões (x, y, z) e (2, 3, 4) devem ser inversamente proporcionais,
Considere os seguintes dados, referentes à produção de sorvete escrevemos:
por uma máquina da marca x-5: 
104

x y z x y z x+ y+z
1 máquina x-5 produz 32 litros de sorvete em 120 min. = = = = =
1 1 1 1 1 1 1 1 1
2 máquinas x-5 produzem 32 litros de sorvete em 60 min. + +
4 máquinas x-5 produzem 32 litros de sorvete em 30 min. 2 3 4 2 3 4 2 3 4
6 máquinas x-5 produzem 32 litros de sorvete em 20 min.

Observe agora as duas sucessões de números:


Sucessão do número de máquinas: 1 2 4 6 Como, vem
Sucessão do número de minutos: 120 60 30 20

Nessas sucessões as razões entre cada termo da primeira


sucessão e o inverso do termo correspondente da segunda são
iguais:
1 2 4 6
= = = = 120
1 1 1 1
120 60 30 20
Dizemos, então, que: Logo, os números procurados são 48, 32 e 24.
- os números da sucessão 1, 2, 4, 6 são inversamente propor-
cionais aos da sucessão 120, 60, 30, 20; Grandezas Diretamente Proporcionais
- o número 120, que é a razão entre cada termo da primeira
Considere uma usina de açúcar cuja produção, nos cinco
sucessão e o inverso do seu correspondente na segunda, é chamado
primeiros dias da safra de 2005, foi a seguinte:
fator de proporcionalidade.
Observando que
Dias Sacos de açúcar
1 4 é mesmo que 4.30=120
é o mesmo que 1.120=120 1 5 000
1 1
20 2 10 000
30
2 é o mesmo que 2.60=120 6 é o mesmo que 6.20= 3 15 000
120 1 1 4 20 000
60 20 5 25 000
Podemos dizer que: Duas sucessões de números não-nulos são Com base na tabela apresentada observamos que:
inversamente proporcionais quando os produtos de cada termo da
primeira sucessão pelo termo correspondente da segunda sucessão - duplicando o número de dias, duplicou a produção de açúcar;
são iguais. - triplicando o número de dias, triplicou a produção de açúcar,
e assim por diante.
Exemplo 1: Vamos determinar x e y, de modo que as sucessões
sejam inversamente proporcionais: Nesse caso dizemos que as grandezas tempo e produção são
4 x 8 diretamente proporcionais.
20 16 y Observe também que, duas a duas, as razões entre o número de
Para que as sucessões sejam inversamente proporcionais, os dias e o número de sacos de açúcar são iguais:
produtos dos termos correspondentes deverão ser iguais. Então
devemos ter:
4 . 20 = 16 . x = 8 . y

16 . x = 4 . 20 8 . y = 4 . 20
16x = 80 8y = 80
x = 80/16 y = 80/8
x=5 y = 10 Isso nos leva a estabelecer que: Duas grandezas são diretamente
proporcionais quando a razão entre os valores da primeira é igual
Logo, x = 5 e y = 10. à razão entre os valores da segunda.

Didatismo e Conhecimento 19
MATEMÁTICA
Tomemos agora outro exemplo. Podemos, então, estabelecer que: Duas grandezas são
inversamente proporcionais quando a razão entre os valores da
Com 1 tonelada de cana-de-açúcar, uma usina produz 70l de primeira é igual ao inverso da razão entre os valores da segunda.
álcool.
De acordo com esses dados podemos supor que: Acompanhe o exemplo a seguir:
Cinco máquinas iguais realizam um trabalho em 36 dias. De
- com o dobro do número de toneladas de cana, a usina produza acordo com esses dados, podemos supor que:
o dobro do número de litros de álcool, isto é, 140l;
- com o triplo do número de toneladas de cana, a usina produza - o dobro do número de máquinas realiza o mesmo trabalho na
o triplo do número de litros de álcool, isto é, 210l. metade do tempo, isto é, 18 dias;
- o triplo do número de máquinas realiza o mesmo trabalho na
Então concluímos que as grandezas quantidade de cana-de- terça parte do tempo, isto é, 12 dias.
açúcar e número de litros de álcool são diretamente proporcionais. Então concluímos que as grandezas quantidade de máquinas
e tempo são inversamente proporcionais.
Grandezas Inversamente Proporcionais
Exercícios
Considere uma moto cuja velocidade média e o tempo gasto
para percorrer determinada distância encontram-se na tabela: 1- Calcule x e y nas sucessões diretamente proporcionais:

Velocidade Tempo a) 1 x 7
30 km/h 12 h 5 15 y
60 km/h 6h
b) 5 10 y
90 km/h 4h x 8 24
120 km/h 3h
c) x y 21
Com base na tabela apresentada observamos que: 14 35 49

- duplicando a velocidade da moto, o número de horas fica d) 8 12 20


reduzido à metade; x y 35
- triplicando a velocidade, o número de horas fica reduzido à
terça parte, e assim por diante. 2- Calcule x e y nas sucessões inversamente proporcionais:

Nesse caso dizemos que as grandezas velocidade e tempo são a) 4 x y


inversamente proporcionais. 25 20 10

Observe que, duas a duas, as razões entre os números que b) 30 15 10


indicam a velocidade são iguais ao inverso das razões que indicam x 8 y
o tempo: c) 2 10 y
x 9 15
30 6
= inverso da razão 12
60 12 6
d) x y 2
30 4 12 4 6
= inverso da razão 12
90 12 4
3- Divida 132 em partes inversamente proporcionais a 2, 5 e 8.
30 3 12
= inverso da razão 4- Reparta 91 em partes inversamente proporcionais a
120 12 3
1 1 1
, e
60
=
4 6 3 4 6.
inverso da razão
90 6 4
5- Divida 215 em partes diretamente proporcionais a
60 3 3 5 1
= inverso da razão 6 , e
120 6 3 4 2 3.

90 3 6- Marcelo repartiu entre seus filhos Rafael (15 anos) e Ma-


= inverso da razão 4 theus (12 anos) 162 cabeças de gado em partes diretamente pro-
120 6 3
porcionais à idade de cada um. Qual a parte que coube a Rafael?

Didatismo e Conhecimento 20
MATEMÁTICA
7- Evandro, Sandro e José Antônio resolveram montar um Resolução 05
pequeno negócio, e para isso formaram uma sociedade. Evandro
entrou com R$ 24.000,00, Sandro com R$ 30.000,00, José Antônio x/(3/4) = y/(5/2) = z/(1/3) = k (constante)
com R$ 36.000,00. Depois de 4 meses tiveram um lucro de R$ x + y + z = 215
60.000,00, que foi repartido entre eles. Quanto recebeu cada um? 3k/4 + 5k/2 + k/3 = 215
(Nota: A divisão do lucro é diretamente proporcional à quantia que (18k + 60k + 8k)/24 = 215 → k = 60
cada um empregou.) x = 60.(3/4) = 45
y = 60.(5/2) = 150
8- Leopoldo e Wilson jogam juntos na Sena e acertam os z = 60/3 = 20
seis números, recebendo um prêmio de R$ 750.000,00. Como
Leopoldo participou com R$ 80,00 e Wilson com R$ 70,00, o (x, y, z) → partes diretamente proporcionais
prêmio foi dividido entre eles em partes diretamente proporcionais
à participação de cada um. Qual a parte que coube a Wilson? Resolução 06

9- O proprietário de uma chácara distribuiu 300 laranjas a três x = Rafael


famílias em partes diretamente proporcionais ao número de filhos. y = Mateus
Sabendo-se que as famílias A, B e C têm respectivamente 2, 3 e 5
filhos, quantas laranjas recebeu cada família? x/15 + y /12 = 160/27 (dividindo 160 por 27 (dá 6), e fazendo
proporções, só calcular)
10- (UFAC) João, Paulo e Roberto formam uma sociedade
comercial e combinam que o lucro advindo da sociedade será x/15=6
dividido em partes diretamente proporcionais às quantias que cada x=90
um dispôs para formarem a sociedade. Se as quantias empregadas
por João, Paulo e Roberto foram, nesta ordem, R$ 1.500.000,00, y/12=6
R$ 1.000.000,00 e R$ 800.000,00, e o lucro foi de R$ 1.650.000,00, y=72
que parte do lucro caberá a cada um?

Respostas

1- a) x = 3 y = 35 b) x = 4 y = 30 c) x = 6 y = 15 d) x = 14 REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA;


y = 21
2- a) x = 5 y = 10 b) x = 4 y = 12 c) x = 45 y = 6 d) x = 1 y = 3
3- 80, 32, 20 Regra de Três Simples
4- 21, 28, 43
5- 45, 150, 20 Os problemas que envolvem duas grandezas diretamente ou
6- 90 inversamente proporcionais podem ser resolvidos através de um
7- Evandro R$16.000,00 Sandro R$20.000,00 José Antônio processo prático, chamado regra de três simples.
R$24.000,00
8- R$350.000,00 Exemplo 1: Um carro faz 180 km com 15L de álcool. Quantos
9- 60, 90, 150 litros de álcool esse carro gastaria para percorrer 210 km?
10- João R$750.000,00 Paulo R$500.000,00 Roberto
R$400.000,00 Solução:
O problema envolve duas grandezas: distância e litros de
Resolução 04
álcool.
Indiquemos por x o número de litros de álcool a ser consumido.
x+y+z
Coloquemos as grandezas de mesma espécie em uma mesma
--------- = x/3 ou y/4 ou z/6 (as frações foram invertidas porque
coluna e as grandezas de espécies diferentes que se correspondem
3+4+6 as partes são inversas)
em uma mesma linha:
91/13=x/3
Distância (km) Litros de álcool
13x=273
180 15
x=21
210 x
91/13=y/4
13y=364
y=28 Na coluna em que aparece a variável x (“litros de álcool”),
vamos colocar uma flecha:
91/13=z/6 Distância (km) Litros de álcool
13z=546 180 15  
z=42 210 x

Didatismo e Conhecimento 21
MATEMÁTICA
Observe que, se duplicarmos a distância, o consumo de Exemplo 3: Ao participar de um treino de Fórmula 1, um
álcool também duplica. Então, as grandezas distância e litros de competidor, imprimindo velocidade média de 200 km/h, faz o
álcool são diretamente proporcionais. No esquema que estamos percurso em 18 segundos. Se sua velocidade fosse de 240 km/h,
montando, indicamos esse fato colocando uma flecha na coluna qual o tempo que ele teria gasto no percurso?
“distância” no mesmo sentido da flecha da coluna “litros de Vamos representar pela letra x o tempo procurado.
álcool”: Estamos relacionando dois valores da grandeza velocidade
(200 km/h e 240 km/h) com dois valores da grandeza tempo (18
Distância (km) Litros de álcool s e x s).
180 15 Queremos determinar um desses valores, conhecidos os
210 x outros três.

mesmo sentido Tempo gasto para


Velocidade
fazer o percurso
Armando a proporção pela orientação das flechas, temos:
200 km/h 18 s
x = 105
6
180 15 6x = 7 . 15 6x = 105 x = 17,5 240 km/h x
=
210 7 x 6
Se duplicarmos a velocidade inicial do carro, o tempo gasto
Resposta: O carro gastaria 17,5 L de álcool. para fazer o percurso cairá para a metade; logo, as grandezas são
inversamente proporcionais. Assim, os números 200 e 240 são
Exemplo 2: Viajando de automóvel, à velocidade de 60 km/h, inversamente proporcionais aos números 18 e x.
eu gastaria 4 h para fazer certo percurso. Aumentando a velocidade
para 80 km/h, em quanto tempo farei esse percurso? Daí temos:
Solução: Indicando por x o número de horas e colocando as
grandezas de mesma espécie em uma mesma coluna e as grandezas 200 . 18 = 240 . x
de espécies diferentes que se correspondem em uma mesma linha, 3 600 = 240x
temos: 240x = 3 600
x = 3600
Velocidade (km/h) Tempo (h) 240
60 4 x = 15
80 x
O corredor teria gasto 15 segundos no percurso.
Na coluna em que aparece a variável x (“tempo”), vamos
colocar uma flecha: Regra de Três Composta

Velocidade (km/h) Tempo (h) O processo usado para resolver problemas que envolvem mais
60 4 de duas grandezas, diretamente ou inversamente proporcionais, é
80 x chamado regra de três composta.

Observe que, se duplicarmos a velocidade, o tempo fica Exemplo 1: Em 4 dias 8 máquinas produziram 160 peças.
reduzido à metade. Isso significa que as grandezas velocidade e Em quanto tempo 6 máquinas iguais às primeiras produziriam 300
tempo são inversamente proporcionais. No nosso esquema, esse dessas peças?
fato é indicado colocando-se na coluna “velocidade” uma flecha
em sentido contrário ao da flecha da coluna “tempo”: Solução: Indiquemos o número de dias por x. Coloquemos as
grandezas de mesma espécie em uma só coluna e as grandezas de
Velocidade (km/h) Tempo (h) espécies diferentes que se correspondem em uma mesma linha.
60 4 Na coluna em que aparece a variável x (“dias”), coloquemos uma
80 x flecha:

Máquinas Peças Dias


sentidos contrários 8 160 4  
6 300 x
Na montagem da proporção devemos seguir o sentido das
flechas. Assim, temos: Comparemos cada grandeza com aquela em que está o x.
4
4 80 12
= 4x = 4 . 3 4x = 12 x= x=3 As grandezas peças e dias são diretamente proporcionais. No
x 60 3 4 nosso esquema isso será indicado colocando-se na coluna “peças”
Resposta: Farei esse percurso em 3 h. uma flecha no mesmo sentido da flecha da coluna “dias”:

Didatismo e Conhecimento 22
MATEMÁTICA
Máquinas Peças Dias 6. Uma empreiteira contratou 210 pessoas para pavimentar
8 160 4 uma estrada de 300 km em 1 ano. Após 4 meses de serviço, apenas
6 300 x 75 km estavam pavimentados. Quantos empregados ainda devem
ser contratados para que a obra seja concluída no tempo previsto?
Mesmo sentido a) 315
b) 2 2520
As grandezas máquinas e dias são inversamente proporcionais c) 840
(duplicando o número de máquinas, o número de dias fica reduzido d) 105
à metade). No nosso esquema isso será indicado colocando-se na e) 1 260
coluna (máquinas) uma flecha no sentido contrário ao da flecha da
coluna “dias”: 7. Numa gráfica, 7 máquinas de mesmo rendimento imprimem
50 000 cartazes iguais em 2 horas de funcionamento. Se duas
Máquinas Peças Dias dessas máquinas não estiverem funcionando, as 5 máquinas
8 160 4 restantes farão o mesmo serviço em:
6 300 x a) 3 horas e 10 minutos
b) 3 horas
Sentidos contrários c) 2 horas e 55 minutos
d) 2 horas e 50 minutos
e) 2 horas e 48 minutos
Agora vamos montar
4 a proporção, igualando a razão que
contém o x, que é , com o produto das outras razões, obtidas 8. Funcionando 6 dias, 5 máquinas produziram 400 peças de uma
x
segundo a orientação das flechas  6 160  : mercadoria. Quantas peças dessa mesma mercadoria são produzidas
 . 
 8 300  por 7 máquinas iguais às primeiras, se funcionarem 9 dias?
1
4 6 2 160 8
= . 5
9. Um motociclista rodando 4 horas por dia, percorre em
x 81 30015 média 200 km em 2 dias. Em quantos dias esse motociclista vai
percorrer 500 km, se rodar 5 horas por dia?
4 2 4 2.5
= => 2x = 4 . 5 a x= => x = 10 10. Na alimentação de 02 bois, durante 08 dias, são consumidos
x 5 21 2420 kgs de ração. Se  mais 02 bois são comprados, quantos quilos
Resposta: Em 10 dias. de ração serão necessários para alimentá-los durante 12 dias.

Exercícios Respostas

1. Completamente abertas, 2 torneiras enchem um tanque em 1) Resposta “30min”.


75 min. Em quantos minutos 5 torneiras completamente abertas Solução:
encheriam esse mesmo tanque? Como aumentar as torneiras diminui o tempo, então a regra
de três é inversa:
2. Um trem percorre certa distância em 6 h 30 min, à velocidade 5 tor. ------ 75min
média de 42 km/h. Que velocidade deverá ser desenvolvida para o 2 tor. ------ x
trem fazer o mesmo percurso em 5 h 15 min? 5x = 2 . 75 =
5x = 150 =
3. Usando seu palmo, Samanta mediu o comprimento e
x=
a largura de uma mesa retangular. Encontrou 12 palmos de
comprimento e 5 palmos na largura.
2) Resposta “52 km/h”.
Depois, usando palitos de fósforo, mediu novamente o Solução:
comprimento do tampo da mesa e encontrou 48 palitos. Qual Como diminuir o tempo aumentaria a velocidade, então a
estratégia Samanta usou para obter largura do tampo da mesa em regra de três é inversa:
palitos de fósforo? 6h30min = 390min
5h15min = 315min
4. Ao participar de um treino de fórmula Indy, um competidor, 315min ------ 42km/h
imprimindo a velocidade média de 180 km/h, faz o percurso em 20 390min ------ x
segundos. Se a sua velocidade fosse de 200 km/h, que tempo teria 315x = 390 . 42 =
gasto no percurso? 315x = 16380 =

5. Com 3 pacotes de pães de fôrma, Helena faz 63 sanduíches. X= km/h.


Quantos pacotes de pães de fôrma ela vai usar para fazer 105
sanduíches?

Didatismo e Conhecimento 23
MATEMÁTICA
3) Resposta “20 palitos de fósforo”. Basta fazermos apenas isso:
Solução: Levando os dados dado no enunciado temos: 63 . x = 3 . 105 → 63x = 315 →
Palmos: 12 palmos de comprimento e 5 palmos de largura.
Palitos de Fósforo: 48 palitos de comprimento e x palitos de Concluímos que ela precisará de 5 pacotes de pães de forma.
largura.
6) Resposta “D”.
Portanto temos:
Solução: Em de ano foi pavimentada de estrada
Comprimento Largura
Pessoas estrada tempo
12 palmos 5 palmos 210 75 4
48 palitos X palitos X 225 8

Observe que o comprimento da mesa aumentou 4 vezes =


quando passamos de “palmo” para “palito”. O que ocorre da
mesma forma na largura. =
As grandezas são diretamente proporcionais. Daí podemos
fazer:
=

x=

Logo, concluímos que o tampo da mesa tem 20 palitos de x = 315 pessoas para o término
fósforo de largura. 315 210 que já trabalham = 105 pessoas.

4) Resposta “18 segundos”. 7) Resposta “E”.


Solução: Levando em consideração os dados: Solução: Primeiro descobrimos quanto cada máquina produz
Velocidade média: 180 km/h → tempo do percurso: 20s por minuto. Para isso temos que dividir:
Velocidade média: 200 km/h → tempo do percurso: ?

Vamos representar o tempo procurado pela letra x. Estamos


relacionando dois valores de grandeza “velocidade” (180 km/h e
200 km/h) com dois valores de grandeza “tempo” ( 20s e xs). Agora multiplicamos por 5 e descobrimos quanto as 5
Conhecido os 3 valores, queremos agora determinar um máquinas juntas produzem (min)
quarto valor. Para isso, organizamos os dados na tabela:
5 . 59,524 = 297, 62.
Portanto temos:
Velocidade km/h Tempo (s)
1 min --------------------- 297,62
180 20 x min --------------------- 50000
200 x
Fazendo a regra de 3 teremos:
Observe que, se duplicarmos a velocidade inicial, o tempo
gasto para percorrer o percurso vai cair para a metade. Logo, as 297,62 . x = 50000 . 1 → 297,62x = 50000 →
grandezas são “inversamente proporcionais”. Então temos:

180 . 20 = 200 . x → 200x = 3600 →


168 min. o que equivale a 2 horas e 48 minutos.
Conclui-se, então, que se o competidor tivesse andando em
200 km/h, teria gasto 18 segundos para realizar o percurso. 8) Resposta “840 peças”.
Solução: Dados:
5) Resposta “5 pacotes”. 5 máquinas em 6 dias produzem 400 peças
Solução: Analisando os dados dado no enunciado temos: 7 máquinas em 9 dias produzem x peças.
Pacotes de Pães: 3 pacotes → Sanduíches: 63. Organizando os dados no quadro temos:
Pacotes de Pães: x pacotes → Sanduíches: 105.
N˚ de Máquinas N˚ de Máquinas Número de Peças
Pacotes de Pães Sanduíches (A) (B) (C)
3 63 5 6 400
x 105 7 9 x

Didatismo e Conhecimento 24
MATEMÁTICA
Fixando a grandeza A, podemos relacionar as grandezas B e 10) Resposta “7260 kgs”.
C. Se dobrarmos o número de dias, o número de peças também
dobrará, Logo, as grandezas B e C são “diretamente proporcionais”. Solução:
Fixando a grandeza B, podemos relacionar as grandezas A
e C. Se dobrarmos o número de máquinas, o número de peças Ração Dias Bois
também dobrará, Logo, as grandezas A e C são “diretamente
2420 8 2
proporcionais”.
Quando uma grandeza é “diretamente proporcional” a duas x 12 4
outras, a variação da primeira é diferentemente proporcional ao
produto da variação das outras duas.
De acordo com o quadro, temos:

PORCENTAGEM E JURO SIMPLES;


Resolvendo a proporção:

30 . x = 63 . 400 → 30x = 25200 →


Porcentagem
Logo, se as máquinas funcionarem 9 dias, serão produzidas
É uma fração de denominador centesimal, ou seja, é uma fração
840 peças. de denominador 100. Representamos porcentagem pelo símbolo %
e lê-se: “por cento”.
9) Resposta “4 dias”.
Solução: Dados: Deste modo, a fração 50 é uma porcentagem que podemos
4 horas por dia, 200 km em 2 dias representar por 50%. 100
5 horas por dia, 500 km em x dias
Forma Decimal: É comum representarmos uma porcentagem
Organizando um quadro temos: na forma decimal, por exemplo, 35% na forma decimal seriam
representados por 0,35.
N˚ km (A) N˚ horas/dias (B) Número de dias (C)
75% = 75 = 0,75
200 4 2 100
500 5 x Cálculo de uma Porcentagem: Para calcularmos uma
porcentagem p% de V, basta multiplicarmos a fração p por V.
Fixando a grandeza A, podemos relacionar as grandezas B e 100
p
C. Se dobrarmos o número de horas que o motociclista roda por P% de V = .V
100
dia, o número de dias que ele leva para percorrer a mesma distância
cairá para a metade. Logo, as grandezas B e C são “inversamente Exemplo 1
proporcionais”.
Fixando a grandeza B, podemos relacionar as grandezas 23% de 240 = 23 . 240 = 55,2
A e C. Se dobrarmos o número de quilômetros percorridos, o 100
número de dias dobrará, considerando que o motociclista rode o Exemplo 2
mesmo número de horas por dia. Logo, as grandezas A e C são
“diretamente proporcionais”. Em uma pesquisa de mercado, constatou-se que 67% de uma
Assim a grandeza C é diretamente proporcional à grandeza A amostra assistem a um certo programa de TV. Se a população é de
e inversamente proporcional à grandeza B. Para que a variação da 56.000 habitantes, quantas pessoas assistem ao tal programa?
grandeza C seja diretamente proporcional ao produto da variação
das duas outras, escrevemos a razão inversa dos valores que Resolução: 67% de 56 000 = 67 .56000 = 37520
100
expressam a grandeza B.
Resposta: 37 520 pessoas.
A razão inversa de
Porcentagem que o lucro representa em relação ao preço de
custo e em relação ao preço de venda
Daí, temos:
Chamamos de lucro em uma transação comercial de compra e
venda a diferença entre o preço de venda e o preço de custo.
Lucro = preço de venda – preço de custo
Caso essa diferença seja negativa, ela será chamada de prejuízo.
1000 . x = 2000 . 2 → 1000x = 4000 → . Assim, podemos escrever:

Didatismo e Conhecimento 25
MATEMÁTICA
Preço de custo + lucro = preço de venda Exemplo
Preço de custo – prejuízos = preço de venda Uma empresa admite um funcionário no mês de janeiro
Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem de duas sabendo que, já em março, ele terá 40% de aumento. Se a empresa
formas: deseja que o salário desse funcionário, a partir de março, seja R$ 3
Lucro sobre o custo = lucro/preço de custo. 100% 500,00, com que salário deve admiti-lo?
Lucro sobre a venda = lucro/preço de venda. 100% Resolução: VA = 1,4 . V
3 500 = 1,4 . V
Observação: A mesma análise pode ser feita para o caso de 3500
prejuízo. V= = 2500
1,4
Exemplo Resposta: R$ 2 500,00

Uma mercadoria foi comprada por R$ 500,00 e vendida por Aumentos e Descontos Sucessivos: Consideremos um valor
R$ 800,00. inicial V, e vamos considerar que ele irá sofrer dois aumentos
Pede-se: sucessivos de p1% e p2%. Sendo V1 o valor após o primeiro
- o lucro obtido na transação; aumento, temos:
- a porcentagem de lucro sobre o preço de custo; p
V1 = V . (1 + 1 )
- a porcentagem de lucro sobre o preço de venda. 100

Resposta: Sendo V2 o valor após o segundo aumento, temos:


V2 = V1 . (1 + p2 )
Lucro = 800 – 500 = R$ 300,00 100
p p
V2 = V . (1 + 1 ) . (1 + 2 )
100 100
300
Lc = = 0,60 = 60% Sendo V um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer
500
dois descontos sucessivos de p1% e p2%.
300
Lv =
800
= 0,375 = 37,5% Sendo V1 o valor após o primeiro desconto, temos:
V1 = V. (1 – p1 )
100
Aumento
Sendo V2 o valor após o segundo desconto, temos:
p2
Aumento Percentual: Consideremos um valor inicial V que V2 = V1 . (1 – )
100
deve sofrer um aumento de p% de seu valor. Chamemos de A o
valor do aumento e VA o valor após o aumento. Então, A = p% de V2 = V . (1 – p1 ) . (1 – p2 )
100 100
V= p .V
100 Sendo V um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer
p um aumento de p1% e, sucessivamente, um desconto de p2%.
VA = V + A = V + .V Sendo V1 o valor após o aumento, temos:
100 p
V1 = V . (1+ 1 )
100
p
VA = ( 1 + ).V Sendo V2 o valor após o desconto, temos:
100
V2 = V1 . (1 – p2 )
p 100
Em que (1 + 100 ) é o fator de aumento.
V2 = V . (1 + p1 ) . (1 – p2 )
100 100
Desconto
Exemplo
Desconto Percentual: Consideremos um valor inicial V que (VUNESP-SP) Uma instituição bancária oferece um rendi-
deve sofrer um desconto de p% de seu valor. Chamemos de D o mento de 15% ao ano para depósitos feitos numa certa modalidade
valor do desconto e VD o valor após o desconto. Então, D = p% de de aplicação financeira. Um cliente deste banco deposita 1 000
V= p .V reais nessa aplicação. Ao final de n anos, o capital que esse cliente
100 terá em reais, relativo a esse depósito, são:
n
VD = V – D = V –
p  p 
100
.V Resolução: VA = 1 +  .v
 100 
n
p VA = ⎛⎜ 1. 15 ⎞⎟ .1000
VD = (1 – ).V ⎝ 100 ⎠
100
VA = 1 000 . (1,15)n
p VA = 1 000 . 1,15n
Em que (1 – ) é o fator de desconto.
100 VA = 1 150,00n

Didatismo e Conhecimento 26
MATEMÁTICA
Exercícios 8. (FUVEST-SP) A cada ano que passa o valor de um carro
diminui em 30% em relação ao seu valor do ano anterior. Se
1. (Fuvest-SP) (10%)2 = V for o valor do carro no primeiro ano, o seu valor no oitavo
a) 100% ano será:
b) 20% a) (0,7)7 V
c) 5% b) (0,3)7 V
d) 1% c) (0,7)8 V
e) 0,01% d) (0,3)8 V
e) (0,3)9 V
2. Quatro é quantos por cento de cinco?
9. Numa cidade, havia cerca de 25 000 desempregados para
3. (PUC-SP) O preço de venda de um bem de consumo é uma população economicamente ativa de 500 000 habitantes.
R$ 100,00. O comerciante tem um ganho de 25% sobre o preço Qual era a taxa percentual de desempregados nessa cidade?
de custo deste bem. O valor do preço de custo é:
a) R$ 25,00 10. Se 4% do total de bolinhas de uma piscina correspondem
b) R$ 70,50 a 20 unidades, qual o total de bolinhas que está na piscina?
c) R$ 75,00
d) R$ 80,00 Respostas
e) R$ 125,00
1) Resposta “D”.
4. (VUNESP-SP) O dono de um supermercado comprou Solução:
de seu fornecedor um produto por x reais (preço de custo) e
10 10 1
passou a revendê-lo com lucro de 50%. Ao fazer um dia de . = = 1%
promoções, ele deu aos clientes do supermercado um desconto 100 100 100
de 20% sobre o preço de venda deste produto. Pode-se afirmar
que, no dia de promoções, o dono do supermercado teve, sobre 2) Resposta “80%”.
o preço de custo: Solução:
a) Prejuízo de 10%. 05 ----------- 100%
b) Prejuízo de 5%. 04 ----------- x
c) Lucro de 20%. 400
d) Lucro de 25%. 5 . x = 4 . 100 → 5x = 400 → x = = 80%
5
e) Lucro de 30%.
3) Resposta “D”.
5. (Mackenzie-SP) Um produto teve um aumento total de Solução:
preço de 61% através de 2 aumentos sucessivos. Se o primeiro Pcusto = 100,00
aumento foi de 15%, então o segundo foi de:
a) 38% O Pcusto mais 25% do Pcusto = 100,00
b) 40%
c) 42% Pc + 0,25Pc = 100,00
d) 44% 1,25Pc = 100,00
e) 46%
Pc =
6. (FUVEST-SP) Barnabé tinha um salário de x reais
em janeiro. Recebeu aumento de 80% em maio e 80% em
4) Resposta “C”.
novembro. Seu salário atual é:
Solução:
a) 2,56 x
X reais (preço de custo)
b) 1,6x
c) x + 160 50 100x + 50 10x + 5 2x + 1
Lucro de 50%: x + 50% = x + = = =
d) 2,6x 100 100 10 2
e) 3,24x (dividimos por 10 e depois dividimos por 5).

7. (PUC-SP) Descontos sucessivos de 20% e 30% são Suponhamos que o preço de custo seja 1, então substituindo
equivalentes a um único desconto de: o x da equação acima, o preço de venda com 50% de lucro seria
a) 25% 1,50.
b) 26%
c) 44% Se 1,50 é 100%
d) 45% X 20% fazemos esta regra de três para achar os 20%:
e) 50% 20.1,50 100 = 0,30

Didatismo e Conhecimento 27
MATEMÁTICA
Então no dia de promoção o valor será de 1,20. Isto é, 20% de 8) Resposta “A”.
lucro em cima do valor de custo. Alternativa C. Solução:
1º ano = 1
5) Resposta “B”. 2º ano = 0,70 – 30% (0,21)
Solução: Se usarmos a fórmula do aumento sucessivo citada 3º ano = 0,49 – 30% (0,147)
na matéria será: 4º ano = 0,343 – 30 % (0,1029)
5º ano = 0,2401 – 30% (0,07203)
V2 = V.(1 + p1 ).(1 – p2 ). 6º ano = 0,16807 – 30% (0,050421)
100 100
7º ano = 0,117649 – 30% (0,0352947)
Substituindo V por um valor: 1, então no final dos dois 8º ano = 0,0823543
aumentos esse valor será de 1,61=V2. 0,0823543 = (0,7)7V
p
1,61 = 1.(1 + 15 ).(1 – 2 ) 9) Resposta “5%”.
100 100
Solução: Em 500 000 habitantes → 25 000 desempregados
1,61 = (1 + 15 ).(1 – 2 ) (mmc de 100)
p
Em 100 000 habitantes → 5 000 desempregados
100 100 Em 100 habitantes → 5 desempregados
p2 5 25000 5
1,61 = ( 115 ).(1 – ) = 5%ou = = 5%
100 100 100 500000 100

1,61 = - 115(100 − P 2) Portanto, 5% da população da cidade é desempregada.


10000

16100 = -11.500 + 115P2 10) Resposta “500 unidades”.


Solução: 4% → 20 bolinhas. Então:
115P2 = -11.500 + 16100 20% → 100 bolinhas
P2 = 4600/115 100% → 500 bolinhas
P2 = 40%
Ou, ainda, representando por x o total de bolinhas: 4% de x
6) Resposta “E”. equivalem a 20.
Solução: 4
Como 4% = = 0,004 , podemos escrever:
⎛ 80 ⎞ ⎛ 80 ⎞ 100
SA = ⎜ 1+ .x = 1,8.1,8.x = 3,24x
⎝ 100 ⎠ ⎝ 100 ⎟⎠
⎟ .⎜ 1+ 20
0,04 . x = 20 → x = → x = 500.
0,04
7) Resposta “C”. Logo, o total de bolinhas na piscina são 500 unidades.
Solução: Se usarmos a fórmula do desconto sucessivo citada
Juros Simples
na matéria será:
p1 p2 Toda vez que falamos em juros estamos nos referindo a uma
V2 = V.(1 - ).(1 – )
100 100 quantia em dinheiro que deve ser paga por um devedor, pela
utilização de dinheiro de um credor (aquele que empresta).
Substituindo V por um valor: 1, ficará:
- Os juros são representados pela letra j.
V2 = 1.(1 - 20 ).(1 – 30 ) - O dinheiro que se deposita ou se empresta chamamos de
100 100
V2 = ( 100 − 20 ).( 100 − 30 )
capital e é representado pela letra C.
- O tempo de depósito ou de empréstimo é representado pela
100 100
letra t.
- A taxa de juros é a razão centesimal que incide sobre um
V2 = ( 80 ).( 70 ) capital durante certo tempo. É representado pela letra i e utilizada
100 100 para calcular juros.
5600
V2 =
10000
Chamamos de simples os juros que são somados ao capital
56 inicial no final da aplicação.
V2 = que é igual a 56%
100
Devemos sempre relacionar taxa e tempo numa mesma
100% - 56% = 44% unidade:
Taxa anual --------------------- tempo em anos
Taxa mensal-------------------- tempo em meses
Taxa diária---------------------- tempo em dias

Didatismo e Conhecimento 28
MATEMÁTICA
Consideremos, como exemplo, o seguinte problema:
i = 28.800
Uma pessoa empresta a outra, a juros simples, a quantia de 600
R$ 3. 000,00, pelo prazo de 4 meses, à taxa de 2% ao mês. Quanto i = 48
deverá ser pago de juros?
Resposta: 48% ao ano.
Resolução:
Juros Compostos
- Capital aplicado (C): R$ 3.000,00
- Tempo de aplicação (t): 4 meses O capital inicial (principal) pode crescer, como já sabemos,
- Taxa (i): 2% ou 0,02 a.m. (= ao mês) devido aos juros, segundo duas modalidades, a saber:
Juros simples - ao longo do tempo, somente o principal rende
Fazendo o cálculo, mês a mês: juros.
- No final do 1º período (1 mês), os juros serão: 0,02 x R$ Juros compostos - após cada período, os juros são incorporados
3.000,00 = R$ 60,00 ao principal e passam, por sua vez, a render juros. Também
conhecido como “juros sobre juros”.
- No final do 2º período (2 meses), os juros serão: R$ 60,00 +
Vamos ilustrar a diferença entre os crescimentos de um
R$ 60,00 = R$ 120,00
capital através juros simples e juros compostos, com um exemplo:
- No final do 3º período (3 meses), os juros serão: R$ 120,00
Suponha que $100,00 são empregados a uma taxa de 10% a.a. (ao
+ R$ 60,00 = R$ 180,00 ano) Teremos:
- No final do 4º período (4 meses), os juros serão: R$ 180,00
+ R$ 60,00 = R$ 240,00

Desse modo, no final da aplicação, deverão ser pagos R$


240,00 de juros.

Fazendo o cálculo, período a período:


- No final do 1º período, os juros serão: i.C Observe que o crescimento do principal segundo juros simples
- No final do 2º período, os juros serão: i.C + i.C é LINEAR enquanto que o crescimento segundo juros compostos
- No final do 3º período, os juros serão: i.C + i.C + i.C é EXPONENCIAL, e, portanto tem um crescimento muito mais
----------------------------------------------------------------------- “rápido”. Isto poderia ser ilustrado graficamente da seguinte forma:
- No final do período t, os juros serão: i.C + i.C + i.C + ... + i.C
Portanto, temos:
J=C.i.t

Observações:

1) A taxa i e o tempo t devem ser expressos na mesma unidade.


2) Nessa fórmula, a taxa i deve ser expressa na forma decimal.
3) Chamamos de montante (M) a soma do capital com os Na prática, as empresas, órgãos governamentais e investidores
juros, ou seja: Na fórmula J= C . i . t, temos quatro variáveis. Se particulares costumam reinvestir as quantias geradas pelas
três delas forem valores conhecidos, podemos calcular o 4º valor. aplicações financeiras, o que justifica o emprego mais comum de
juros compostos na Economia. Na verdade, o uso de juros simples
não se justifica em estudos econômicos.
M=C+ j
Fórmula para o cálculo de Juros compostos
Exemplo Considere o capital inicial (principal P) $1000,00 aplicado a
A que taxa esteve empregado o capital de R$ 20.000,00 para uma taxa mensal de juros compostos ( i ) de 10% (i = 10% a.m.).
render, em 3 anos, R$ 28.800,00 de juros? (Observação: Como o Vamos calcular os montantes (principal + juros), mês a mês:
tempo está em anos devemos ter uma taxa anual.) Após o 1º mês, teremos: M1 = 1000 x 1,1 = 1100 = 1000(1 + 0,1)
Após o 2º mês, teremos: M2 = 1100 x 1,1 = 1210 = 1000(1 + 0,1)2
C = R$ 20.000,00 Após o 3º mês, teremos: M3 = 1210 x 1,1 = 1331 = 1000(1 + 0,1)3
t = 3 anos .................................................................................................
j = R$ 28.800,00 Após o nº (enésimo) mês, sendo S o montante, teremos
i = ? (ao ano) evidentemente: S = 1000(1 + 0,1)n

j = C.i.t De uma forma genérica, teremos para um principal P, aplicado


100 a uma taxa de juros compostos i durante o período n : S = P (1 + i)n
28 800 = 20000..i.3 onde S = montante, P = principal, i = taxa de juros e n =
100 número de períodos que o principal P (capital inicial) foi aplicado.
28 800 = 600 . i

Didatismo e Conhecimento 29
MATEMÁTICA
Nota: Na fórmula acima, as unidades de tempo referentes à 3. Uma aplicação financeira, feita durante 2 meses a uma
taxa de juros (i) e do período (n), tem de ser necessariamente iguais. taxa de 3% ao mês, rendeu R$ 1 920,00 de juro. Qual foi a
Este é um detalhe importantíssimo, que não pode ser esquecido! quantia aplicada?
Assim, por exemplo, se a taxa for 2% ao mês e o período 3 anos,
deveremos considerar 2% ao mês durante 3x12=36 meses. 4. Um capital de $ 4.000,00 foi aplicado durante 3 meses, à
Exemplos juros simples, à taxa de 18% a.a. Pede-se:
a) Juros
1 – Expresse o número de períodos n de uma aplicação, em b) Montante.
função do montante S e da taxa de aplicação i por período.
5. Calcular o juro simples referente a um capital de
Solução: $ 2.400,00 nas seguintes condições:
Temos S = P(1+i)n Taxa de Juros Prazo
Logo, S/P = (1+i)n a) 21% a.a. 1 ano
Pelo que já conhecemos de logaritmos, poderemos escrever: b) 21% a.a. 3 anos
n = log (1+ i ) (S/P) . Portanto, usando logaritmo decimal (base
10), vem: 6. Qual o montante de uma aplicação de $16.000,00, a
juros compostos, pelo prazo de 4 meses, à taxa de 2,5% a.m.?
log(S / P) log S − log P
n= =
log(1+ i) log(1+ i) 7. Calcule o montante e os juros da aplicação abaixo,
Temos também da expressão acima que: n.log(1 + i) = logS considerando o regime de juros compostos:
– logP Capital Taxa de Juros Prazo de Antecipação
R$ 20.000,00 3,0% a.m. 7 meses
Deste exemplo, dá para perceber que o estudo dos juros
compostos é uma aplicação prática do estudo dos logaritmos. 8. O capital R$ 500,00 foi aplicado durante 8 meses à taxa
2 – Um capital é aplicado em regime de juros compostos a de 5% ao mês. Qual o valor dos juros compostos produzidos?
uma taxa mensal de 2% (2% a.m.). Depois de quanto tempo este
capital estará duplicado? 9. Qual a aplicação inicial que, empregada por 1 ano e seis
meses, à taxa de juros compostos de 3% ao trimestre, se torna
Solução: Sabemos que S = P (1 + i)n. Quando o capital inicial igual a R$ 477,62?
estiver duplicado, teremos S = 2P.
Substituindo, vem: 2P = P(1+0,02)n [Obs: 0,02 = 2/100 = 2%] 10. Calcular o montante gerado a partir de R$ 1.500,00,
Simplificando, fica: quando aplicado à taxa de 60% ao ano com capitalização
mensal, durante 1 ano.
2 = 1,02n , que é uma equação exponencial simples.
Teremos então: n = log1,022 = log2 /log1,02 = 0,30103 /
Respostas
0,00860 = 35
1) Resposta “R$ 224,20”.
Nota: log2 = 0,30103 e log1,02 = 0,00860; estes valores podem
ser obtidos rapidamente em máquinas calculadoras científicas.
Solução: Basta apenas tirar o valor à prazo sobre o à vista:
Caso uma questão assim caia no vestibular, o examinador teria de R$ 763,20 – R$ 539,00 = R$ 224,20.
informar os valores dos logaritmos necessários, ou então permitir
o uso de calculadora na prova, o que não é comum no Brasil. 2) Resposta “R$ 700,00”.
Portanto, o capital estaria duplicado após 35 meses (observe
que a taxa de juros do problema é mensal), o que equivale a 2 anos Solução: Dados:
e 11 meses. Capital (quantia aplicada): R$ 2 500,00
Resposta: 2 anos e 11 meses. Taxa de juros: 3,5 a.m.
Tempo de aplicação: 8 meses
Exercícios Juro: ?
1. Uma Loja de eletrodomésticos apresenta a seguinte Representando o juro por x, podemos ter:
oferta para a venda de um DVD player: x = (3,5% de 2 500) . 8
À vista R$ 539,00 ou x = (0,035 . 2 500) . 8
12x 63,60 = R$ 763,20. x = 700

De quanto será o acréscimo sobre o preço à vista se o Conclui-se que o juro é de R$ 700,00.
produto for comprado em 12 vezes?
3) Resposta “R$ 32 000,00”.
2. Calcule o juros simples gerado por um capital de
R$ 2 500,00, quando aplicado durante 8 meses a uma taxa de Solução: Dados:
3,5% a.m. Capital (quantia plicada) ?

Didatismo e Conhecimento 30
MATEMÁTICA
Taxa de juro: 3% a.m. M = C (1+ i)n
Tempo de aplicação: 2 meses 4
Juro: R$ 1 920,00
Calculando a quantia que a aplicação rendeu juro ao mês:

M = 16000 1+
⎢⎣ ( )
2,5
100

⎥⎦
4
→ M = 16000 [1+0,025] →

4
M = 16000 [1,025] →
1 920 2 = 960
M = 16000 x 1,103812891 → M = 17.661,01
Representando o capital aplicado por x, temos:
3% de x dá 960 7) Resposta “24 597,48”.
0,03 . x = 960 Solução: Dados:
0,03x = 960 C: 20000
i: 3,0% a.m.
x= n: 7 meses.
M = C (1+ i)n
Logo, o capital aplicado foi de R$ 32 000,00. 7

4) Resposta “Juros: R$ 180,00; Montante R$ 4 180,00”.



M = 20000 1+
⎣⎢ ( )⎤⎦⎥
3
100
7
→ M = 20000 [1+0,03] →

7
M = 20000 [1,03] → M = 20000 x 1,229873685 →
Solução:
a → J = Cin M = 24.597,48
J = 4000 {[(18/100)/12]x3}
J = 4000 {[0,18/12]x3} 8) Resposta “R$ 238,73”.
J = 4000 {0,015 x 3}
J = 4000 x 0,045 Solução: Dados:
J = 180,00 C = R$ 500
i = 5% = 0,05
n = 8 (as capitalizações são mensais)
B→M=C+J M = C . (1 + i)n => M = 500 × (1,05)8 => M = R$ 738,73
M = 4000 + 180 O valor dos juros será:
M = 4.180,00 J = 738,73 – 500
J = R$ 238,73
5) Resposta “ R$ 504,00; R$ 1 512,00 ”
9) Resposta “ R$ 400,00”.
Solução:
a → J = Cin Solução:
J = 2400 [(21/100)x1] M = R$ 477,62
i = 3% = 0,03
J = 2400 [0,21 x 1]
n = 6 (as capitalizações são trimestrais)
J = 2400 x 0,21
M = C × (1 + i)n
J = 504,00 477,62 = C × (1,03)6
b → J = Cin
477,62
J = 2400 [(21/100)x3] C=
J = 2400 [0,21x3] 1,19405
J = 2400 0,63 C = R$ 400,00.
J = 1.512,00
10) Resposta “R$ 2.693,78”.
6) Resposta “17 661,01”.
Solução:
Observamos que 60% ao ano é uma taxa nominal; a capitali-
Solução: Dados:
zação é mensal.
C: 16000
i: 2,5% a.m. A taxa efetiva é, portanto, 60% 12 = 5% ao mês.
n: 4 meses. C = R$ 1.500
i = 5% = 0,05
n = 12
M = C . (1 + i)n
M = 1.500 × (1,05)12
M = 1.500 × 1,79586
M = R$ 2.693,78

Didatismo e Conhecimento 31
MATEMÁTICA
Em 30 de junho de 1994, Fernando Henrique Cardoso, minis-
SISTEMA MONETÁRIO BRASILEIRO; tro da Fazenda, anunciou o Plano Real: o cruzeiro real – CR$ se
transformou em real – R$, na base de R$ 1,00 por CR$ 2.750,00
(Medida Provisória nº 542, de 30 de junho de 1994, convertida na
Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995).
O artigo 10, I, da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, de-
Sistema Monetário Nacional legou ao Banco Central do Brasil competência para emitir papel-
-moeda e moeda metálica, competência exclusiva consagrada pelo
O primeiro dinheiro do Brasil foi à moeda-mercadoria. Du- artigo 164 da Constituição Federal de 1988.
rante muito tempo, o comércio foi feito por meio da troca de mer- Antes da criação do BCB, a Superintendência da Moeda e do
cadorias, mesmo após a introdução da moeda de metal. Crédito (SUMOC), o Banco do Brasil e o Tesouro Nacional de-
As primeiras moedas metálicas (de ouro, prata e cobre) chega- sempenhavam o papel de autoridade monetária.
ram com o início da colonização portuguesa. A unidade monetária A SUMOC, criada em 1945 e antecessora do BCB, tinha por
de Portugal, o Real, foi usada no Brasil durante todo o período finalidade exercer o controle monetário. A SUMOC fixava os per-
colonial. Assim, tudo se contava em réis (plural popular de real) centuais de reservas obrigatórias dos bancos comerciais, as taxas
com moedas fabricadas em Portugal e no Brasil. O Real (R) vigo- do redesconto e da assistência financeira de liquidez, bem como
rou até 07 de outubro de 1833. De acordo com a Lei nº 59, de 08 os juros. Além disso, supervisionava a atuação dos bancos comer-
de outubro de 1833, entrou em vigor o Mil-Réis (Rs), múltiplo do ciais, orientava a política cambial e representava o País junto a
real, como unidade monetária, adotada até 31 de outubro de 1942. organismos internacionais.
No século XX, o Brasil adotou nove sistemas monetários ou O Banco do Brasil executava as funções de banco do governo,
nove moedas diferentes (mil-réis, cruzeiro, cruzeiro novo, cruzei- e o Tesouro Nacional era o órgão emissor de papel-moeda.
ro, cruzado, cruzado novo, cruzeiro, cruzeiro real, real).
Por meio do Decreto-Lei nº 4.791, de 05 de outubro de 1942, Cruzeiro
uma nova unidade monetária, o cruzeiro – Cr$ veio substituir o
mil-réis, na base de Cr$ 1,00 por mil-réis. 1000 réis = Cr$1(com centavos) 01.11.1942
A denominação “cruzeiro” origina-se das moedas de ouro (pe- O Decreto-Lei nº 4.791, de 05 de outubro de 1942 (D.O.U. de
sadas em gramas ao título de 900 milésimos de metal e 100 milé- 06 de outubro de 1942), instituiu o Cruzeiro como unidade mo-
simos de liga adequada), emitidas na forma do Decreto nº 5.108, netária brasileira, com equivalência a um mil réis. Foi criado o
de 18 de dezembro de 1926, no regime do ouro como padrão mo- centavo, correspondente à centésima parte do cruzeiro.
netário.
O Decreto-Lei nº 1, de 13 de novembro de 1965, transformou Exemplo: 4:750$400 (quatro contos, setecentos e cinquenta
o cruzeiro – Cr$ em cruzeiro novo – NCr$, na base de NCr$ 1,00 mil e quatrocentos réis) passou a expressar-se Cr$ 4.750,40 (qua-
por Cr$ 1.000. A partir de 15 de maio de 1970 e até 27 de fevereiro tro mil setecentos e cinquenta cruzeiros e quarenta centavos)
de 1986, a unidade monetária foi novamente o cruzeiro (Cr$).
Em 27 de fevereiro de 1986, Dílson Funaro, ministro da Fa- Cruzeiro
zenda, anunciou o Plano Cruzado (Decreto-Lei nº 2.283, de 27 de
fevereiro de 1986): o cruzeiro – Cr$ se transformou em cruzado – (sem centavos) 02.12.1964
Cz$, na base de Cz$ 1,00 por Cr$ 1.000 (vigorou de 28 de feverei- A Lei nº 4.511, de 01de dezembro de1964 (D.O.U. de 02 de
ro de 1986 a 15 de janeiro de 1989). Em novembro do mesmo ano, dezembro de 1964), extinguiu a fração do cruzeiro denominada
o Plano Cruzado II tentou novamente a estabilização da moeda. centavo. Por esse motivo, o valor utilizado no exemplo acima pas-
Em junho de 1987, Luiz Carlos Brésser Pereira, ministro da Fa- sou a ser escrito sem centavos: Cr$ 4.750 (quatro mil setecentos e
zenda, anunciou o Plano Brésser: um Plano Cruzado “requentado” cinquenta cruzeiros).
avaliou Mário Henrique Simonsen.
Em 15 de janeiro de 1989, Maílson da Nóbrega, ministro da Cruzeiro Novo
Fazenda, anunciou o Plano Verão (Medida Provisória nº 32, de 15
de janeiro de 1989): o cruzado – Cz$ se transformou em cruzado Cr$1000 = NCr$1(com centavos) 13.02.1967
novo – NCz$, na base de NCz$ 1,00 por Cz$ 1.000,00 (vigorou de O Decreto-Lei nº 1, de 13 de novembro de1965 (D.O.U. de
16 de janeiro de 1989 a 15 de março de 1990). 17 de novembro de 1965), regulamentado pelo Decreto nº 60.190,
Em 15 de março de 1990, Zélia Cardoso de Mello, ministra de 08 de fevereiro de1967 (D.O.U. de 09 de fevereiro de 1967),
da Fazenda, anunciou o Plano Collor (Medida Provisória nº 168, instituiu o Cruzeiro Novo como unidade monetária transitória,
de 15 de março de 1990): o cruzado novo – NCz$ se transformou equivalente a um mil cruzeiros antigos, restabelecendo o centavo.
em cruzeiro – Cr$, na base de Cr$ 1,00 por NCz$ 1,00 (vigorou de O Conselho Monetário Nacional, pela Resolução nº 47, de 08 de
16 de março de 1990 a 28 de julho de 1993). Em janeiro de 1991, fevereiro de 1967, estabeleceu a data de 13.02.67 para início de
a inflação já passava de 20% ao mês, e o Plano Collor II tentou vigência do novo padrão.
novamente a estabilização da moeda.
A Medida Provisória nº 336, de 28 de julho de1993, transfor- Exemplo: Cr$ 4.750 (quatro mil, setecentos e cinquenta cru-
mou o cruzeiro – Cr$ em cruzeiro real – CR$, na base de CR$ 1,00 zeiros) passou a expressar-se NCr$ 4,75(quatro cruzeiros novos e
por Cr$ 1.000,00 (vigorou de 29 de julho de 1993 a 29 de junho setenta e cinco centavos).
de 1994).

Didatismo e Conhecimento 32
MATEMÁTICA
Cruzeiro Exemplo: NCz$ 1.500,00 (um mil e quinhentos cruzados
novos) passou a expressar-se Cr$ 1.500,00 (um mil e quinhentos
De NCr$ para Cr$ (com centavos) 15.05.1970 cruzeiros).
A Resolução nº 144, de 31 de março de 1970 (D.O.U. de 06
de abril de 1970), do Conselho Monetário Nacional, restabeleceu a Cruzeiro Real
denominação Cruzeiro, a partir de 15 de maio de 1970, mantendo
o centavo. Cr$ 1000 = CR$ 1 (com centavos) 01.08.1993
A Medida Provisória nº 336, de 28 de julho de 1993 (D.O.U.
Exemplo: NCr$ 4,75 (quatro cruzeiros novos e setenta e cin- de 29 de julho de 1993), convertida na Lei nº 8.697, de 27 de
co centavos) passou a expressar-se Cr$ 4,75(quatro cruzeiros e se- agosto de 1993 (D.O.U. de 28 agosto de 1993), instituiu o Cru-
tenta e cinco centavos). zeiro Real, a partir de 01 de agosto de 1993, em substituição ao
Cruzeiro, equivalendo um cruzeiro real a um mil cruzeiros, com a
Cruzeiros manutenção do centavo. A Resolução nº 2.010, de 28 de julho de
1993, do Conselho Monetário Nacional, disciplinou a mudança na
(sem centavos) 16.08.1984 unidade do sistema monetário.
A Lei nº 7.214, de 15 de agosto de 1984 (D.O.U. de 16.08.84),
extinguiu a fração do Cruzeiro denominada centavo. Assim, a im-
Exemplo: Cr$ 1.700.500,00 (um milhão, setecentos mil e qui-
portância do exemplo, Cr$ 4,75 (quatro cruzeiros e setenta e cinco
nhentos cruzeiros) passou a expressar-se CR$ 1.700,50 (um mil e
centavos), passou a escrever-se Cr$ 4, eliminando-se a vírgula e os
algarismos que a sucediam. setecentos cruzeiros reais e cinquenta centavos).

Cruzado Real

Cr$ 1000 = Cz$1 (com centavos) 28.02.1986 CR$ 2.750 = R$ 1(com centavos) 01.07.1994
O Decreto-Lei nº 2.283, de 27 de fevereiro de 1986 (D.O.U. de A Medida Provisória nº 542, de 30 de junho de 1994 (D.O.U.
28 de fevereiro de 1986), posteriormente substituído pelo Decreto- de 30 de junho de 1994), instituiu o Real como unidade do sistema
-Lei nº 2.284, de 10 de março de 1986 (D.O.U. de 11 de março de monetário, a partir de 01 de julho de 1994, com a equivalência de
1986), instituiu o Cruzado como nova unidade monetária, equiva- CR$ 2.750,00 (dois mil, setecentos e cinquenta cruzeiros reais),
lente a um mil cruzeiros, restabelecendo o centavo. A mudança de igual à paridade entre a URV e o Cruzeiro Real fixada para o dia
padrão foi disciplinada pela Resolução nº 1.100, de 28 de fevereiro 30 de junho de 1994. Foi mantido o centavo.
de 1986, do Conselho Monetário Nacional. Como medida preparatória à implantação do Real, foi criada
a URV - Unidade Real de Valor - prevista na Medida Provisória
Exemplo: Cr$ 1.300.500 (um milhão, trezentos mil e qui- nº 434, publicada no D.O.U. de 28 de fevereiro de 1994, reedita-
nhentos cruzeiros) passou a expressar-se Cz$ 1.300,50 (um mil e da com os números 457 (D.O.U. de 30 de março de 1994) e 482
trezentos cruzados e cinquenta centavos). (D.O.U. de 29 de abril de 1994) e convertida na Lei nº 8.880, de 27
de maio de 1994 (D.O.U. de 28 de maio de 1994).
Cruzado Novo
Exemplo: CR$ 11.000.000,00 (onze milhões de cruzeiros
Cz$ 1000 = NCz$1 (com centavos) 16.01.1989 reais) passou a expressar-se R$ 4.000,00 (quatro mil reais).
A Medida Provisória nº 32, de 15 de janeiro de 1989 (D.O.U.
de 16 de janeiro de 1989), convertida na Lei nº 7.730, de 31 de ja- Banco Central (BC ou Bacen) - Autoridade monetária do
neiro de 1989 (D.O.U. de 01 de fevereiro de 1989), instituiu o Cru- País responsável pela execução da política financeira do governo.
zado Novo como unidade do sistema monetário, correspondente a
Cuida ainda da emissão de moedas, fiscaliza e controla a atividade
um mil cruzados, mantendo o centavo. A Resolução nº 1.565, de
de todos os bancos no País.
16 de janeiro de 1989, do Conselho Monetário Nacional, discipli-
nou a implantação do novo padrão.
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) - Órgão
Exemplo: Cz$ 1.300,50 (um mil e trezentos cruzados e cin- internacional que visa ajudar países subdesenvolvidos e em
quenta centavos) passou a expressar-se NCz$ 1,30 (um cruzado desenvolvimento na América Latina. A organização foi criada em
novo e trinta centavos). 1959 e está sediada em Washington, nos Estados Unidos.

Cruzeiro Banco Mundial - Nome pelo qual o Banco Internacional de


Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) é conhecido. Órgão in-
De NCz$ para Cr$ (com centavos) 16.03.1990 ternacional ligado a ONU, a instituição foi criada para ajudar paí-
A Medida Provisória nº 168, de 15 de março de 1990 (D.O.U. ses subdesenvolvidos e em desenvolvimento.
de 16 de março de 1990), convertida na Lei nº 8.024, de 12 de abril
de 1990 (D.O.U. de 13 de abril de 1990), restabeleceu a denomi- Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
nação Cruzeiro para a moeda, correspondendo um cruzeiro a um (BNDES) - Empresa pública federal vinculada ao Ministério do
cruzado novo. Ficou mantido o centavo. A mudança de padrão foi Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior que tem como
regulamentada pela Resolução nº 1.689, de 18 de março de 1990, objetivo financiar empreendimentos para o desenvolvimento do
do Conselho Monetário Nacional. Brasil.

Didatismo e Conhecimento 33
MATEMÁTICA
Há também um processo prático, bastante usado, que se baseia
EQUAÇÃO DO PRIMEIRO E SEGUNDO nessas ideias e na percepção de um padrão visual.
GRAUS - PROBLEMAS; - Se a + b = c, conclui-se que a = c + b.

Na primeira igualdade, a parcela b aparece somando no lado


esquerdo; na segunda, a parcela b aparece subtraindo no lado
Equação do 1º Grau direito da igualdade.
- Se a . b = c, conclui-se que a = c + b, desde que b ≠ 0.
Veja estas equações, nas quais há apenas uma incógnita:
Na primeira igualdade, o número b aparece multiplicando no
3x – 2 = 16 (equação de 1º grau)
lado esquerdo; na segunda, ele aparece dividindo no lado direito
2y3 – 5y = 11 (equação de 3º grau) da igualdade.
O processo prático pode ser formulado assim:
1 – 3x +
2
=x+ 1 (equação de 1º grau) - Para isolar a incógnita, coloque todos os termos com
5 2 incógnita de um lado da igualdade e os demais termos do outro
O método que usamos para resolver a equação de 1º grau é lado.
isolando a incógnita, isto é, deixar a incógnita sozinha em um dos - Sempre que mudar um termo de lado, inverta a operação.
lados da igualdade. Para conseguir isso, há dois recursos:
- inverter operações; Exemplo
- efetuar a mesma operação nos dois lados da igualdade.
5(x+2) (x+2) . (x-3) x2
Resolução da equação = - , usando o
Exemplo1 2 3 3
processo prático.
Resolução da equação 3x – 2 = 16, invertendo operações.
Procedimento e justificativa: Iniciamos da forma habitual,
Procedimento e justificativa: Se 3x – 2 dá 16, conclui-se que
3x dá 16 + 2, isto é, 18 (invertemos a subtração). Se 3x é igual a 18, multiplicando os dois lados pelo mmc (2;3) = 6. A seguir, passamos
é claro que x é igual a 18 : 3, ou seja, 6 (invertemos a multiplicação a efetuar os cálculos indicados. Neste ponto, passamos a usar o
por 3). processo prático, colocando termos com a incógnita à esquerda e
Registro números à direita, invertendo operações.
Registro
3x – 2 = 16 5(x+2) (x+2) . (x-3) x2
3x = 16 + 2 2
-
3
=
3
3x = 18
18 6. 5(x+2) - 6. (x+2) . (x-3) = 6. x
2
x=
3 2 3 3
x=6
15(x + 2) – 2(x + 2)(x – 3) = – 2x2
Exemplo 2 15x + 30 – 2(x2 – 3x + 2x – 6) = – 2x2
15x + 30 – 2(x2 – x – 6) = – 2x2
2
Resolução da equação 1 – 3x + 5 = x +
1
, efetuando a 15x + 30 – 2x2 + 2x + 12 = – 2x2
mesma operação nos dois lados da igualdade.
2 17x – 2x2 + 42 = – 2x2
17x – 2x2 + 2x2 = – 42
Procedimento e justificativa: Multiplicamos os dois lados 17x = – 42
da equação por mmc (2;5) = 10. Dessa forma, são eliminados 42
x=-
os denominadores. Fazemos as simplificações e os cálculos 17
necessários e isolamos x, sempre efetuando a mesma operação nos
Note que, de início, essa última equação aparentava ser de 2º
dois lados da igualdade. No registro, as operações feitas nos dois 2
grau por causa do termo - x3 no seu lado direito. Entretanto, depois
lados da igualdade são indicadas com as setas curvas verticais.
das simplificações, vimos que foi reduzida a uma equação de 1º
grau (17x = – 42).
Registro
1 – 3x + 2/5 = x + 1 /2
Exercícios
10 – 30x + 4 = 10x + 5
-30x - 10x = 5 - 10 - 4 x-1 x+3 x-4
1. Resolva a seguinte equação: - = 2x -
-40x = +9(-1) 2 4 3
40x = 9
x = 9/40 2. Resolva:
x = 0,225

Didatismo e Conhecimento 34
MATEMÁTICA
3. Calcule:
2) Resposta “ ”
a) -3x – 5 = 25
Solução:
b) 2x - 1 = 3
2
c) 3x + 24 = -5x

4. Existem três números inteiros consecutivos com soma igual


a 393. Que números são esses?

5. Determine um número real “a” para que as expressões (3a


+ 6)/ 8 e (2a + 10)/6 sejam iguais.

6. Determine o valor da incógnita x:


a) 2x – 8 = 10
b) 3 – 7.(1-2x) = 5 – (x+9)
3) Solução:
7. Verifique se três é raiz de 5x – 3 = 2x + 6. a) -3x – 5 = 25
-3x = 25 + 5
8. Verifique se -2 é raiz de x² – 3x = x – 6. (-1) -3x = 30
3x = -30
9. Quando o número x na equação ( k – 3 ).x + ( 2k – 5 ).4 + x=
- 30
= -10
4k = 0 vale 3, qual será o valor de K? 3

10. Resolva as equações a seguir: b) 2x - 1 = 3


a)18x - 43 = 65 2
b) 23x - 16 = 14 - 17x 2(2x) - 1 = 6
c) 10y - 5 (1 + y) = 3 (2y - 2) - 20 2
Respostas 4x – 1 = 6
4x = 6 + 1
-31
1) Resposta “ x = ” 4x = 7
17
7
Solução: x=
4
x-1 x+3 x-4
- = 2x -
2 4 3
c) 3x + 24 = -5x
3x + 5x = -24
6(x - 1) - 3(x + 3) = 24x - 4(x - 4)
8x = -24
12
- 24
6x – 6 – 3x – 9 = 24x – 4x + 16 x= = -3
6x – 3x – 24x + 4x = 16 + 9 + 6 8
10 x – 27x = 31 4) Resposta “130; 131 e 132”.
(-1) - 17x = 31 Solução:
x = -31 x + (x + 1) + (x + 2) = 393
17 3x + 3 = 393
3x = 390
x = 130
Então, os números procurados são: 130, 131 e 132.

5) Resposta “22”.
Solução:
(3a + 6) / 8 = (2a + 10) / 6
6 (3a + 6) = 8 (2a + 10)
18a + 36 = 16a + 80
2a =  44
a = 44/2 = 22

Didatismo e Conhecimento 35
MATEMÁTICA
6) Solução: Exemplos
a) 2x – 8 = 10 5x2 – 8x + 3 = 0 é uma equação completa (a = 5, b = – 8, c = 3).
2x = 10 + 8 y2 + 12y + 20 = 0 é uma equação completa (a = 1, b = 12, c
2x = 18 = 20).
x = 9  →  V = {9} - Quando b = 0 ou c = 0 ou b = c = 0, a equação do 2º grau se
b) 3 – 7.(1-2x) = 5 – (x+9) diz incompleta.
3 –7 + 14x = 5 – x – 9
14x + x = 5 – 9 – 3 + 7 Exemplos
15x= 0
x2 – 81 = 0 é uma equação incompleta (a = 1, b = 0 e c = – 81).
x = 0  →  V= {0}
10t2 +2t = 0 é uma equação incompleta (a = 10, b = 2 e c = 0).
7) Resposta “Verdadeira”. 5y2 = 0 é uma equação incompleta (a = 5, b = 0 e c = 0).
Solução:
5x – 3 = 2x + 6 Todas essas equações estão escritas na forma ax2 + bx + c
5.3 – 3 = 2.3 + 6 = 0, que é denominada forma normal ou forma reduzida de uma
15 – 3 = 6 + 6 equação do 2º grau com uma incógnita.
12 = 12 → verdadeira Há, porém, algumas equações do 2º grau que não estão escritas
Então 3 é raiz de 5x – 3 = 2x + 6 na forma ax2 + bx + c = 0; por meio de transformações convenientes,
em que aplicamos o princípio aditivo e o multiplicativo, podemos
8) Resposta “Errada”. reduzi-las a essa forma.
Solução:
x2 – 3x = x – 6 Exemplo: Pelo princípio aditivo.
(-2)2 – 3. (-2) = - 2 - 6
4+6=-2–6 2x2 – 7x + 4 = 1 – x2
10 = -8 2x2 – 7x + 4 – 1 + x2 = 0
Então, -2 não é raiz de x2 – 3x = x – 6 2x2 + x2 – 7x + 4 – 1 = 0
29 3x2 – 7x + 3 = 0
9) Resposta “ k = ”
Solução: 15
(k – 3).3 + (2k – 5).4 + 4k = 0 Exemplo: Pelo princípio multiplicativo.
3k – 9 + 8k – 20 + 4k = 0 2 1 x
3k + 8k + 4k = 9 + 20 -
x 2
=
x-4
15k = 29
k = 29 4.(x - 4) - x(x - 4) 2x2
15 =
2x(x - 4) 2x(x - 4)
10) Resposta
a) 18x = 65 + 43 4(x – 4) – x(x – 4) = 2x2
18x = 108 4x – 16 – x2 + 4x = 2x2
x = 108/18 – x2 + 8x – 16 = 2x2
x = 6 – x2 – 2x2 + 8x – 16 = 0
– 3x2 + 8x – 16 = 0
b) 23x = 14 - 17x + 16
23x + 17x = 30 Resolução das equações incompletas do 2º grau com uma
40x = 30 incógnita.
x = 30/40 = ¾
- A equação é da forma ax2 + bx = 0.
c) 10y - 5 - 5y = 6y - 6 -20
5y - 6y = -26 + 5 x2 + 9 = 0 ⇒ colocamos x em evidência
-y = -21 x . (x – 9) = 0
y = 21 x=0 ou x–9=0
x=9
Equação do 2º Grau Logo, S = {0, 9} e os números 0 e 9 são as raízes da equação.

Denomina-se equação do 2º grau na incógnita x toda equação - A equação é da forma ax2 + c = 0.


da forma ax2 + bx + c = 0, em que a, b, c são números reais e a ≠ 0.
Nas equações de 2º grau com uma incógnita, os números reais x2 – 16 = 0 ⇒ Fatoramos o primeiro membro, que é uma
expressos por a, b, c são chamados coeficientes da equação: diferença de dois quadrados.
- a é sempre o coeficiente do termo em x2. (x + 4) . (x – 4) = 0
- b é sempre o coeficiente do termo em x. x+4=0 x–4=0
- c é sempre o coeficiente ou termo independente.
x=–4 x=4
Equação completa e incompleta:
Logo, S = {–4, 4}.
- Quando b ≠ 0 e c ≠ 0, a equação do 2º grau se diz completa.

Didatismo e Conhecimento 36
MATEMÁTICA
Fórmula de Bhaskara Exemplo: Resolver a equação x2 + 2x – 8 = 0 no conjunto R.
Usando o processo de Bhaskara e partindo da equação escrita temos: a = 1, b = 2 e c = – 8
na sua forma normal, foi possível chegar a uma fórmula que vai Δ= b2 – 4.a.c = (2)2 – 4 . (1) . (–8) = 4 + 32 = 36 > 0
nos permitir determinar o conjunto solução de qualquer equação
do 2º grau de maneira mais simples. Como Δ > 0, a equação tem duas raízes reais diferentes, dadas
por:
+ 36
Essa fórmula é chamada fórmula resolutiva ou fórmula de Δ -(2) - √
-b +- √ -2 +
x= = = -6
Bhaskara. 2.a 2.(1) 2

-b +- √
Δ -2 + 6 4 -2 - 6 -8
x= x’ = = =2 x” = = = -4
2.a 2 2 2 2
Então: S = {-4, 2}.
Nesta fórmula, o fato de x ser ou não número real vai depender
do discriminante r; temos então, três casos a estudar. Exercícios

1º caso: Δ é um número real positivo ( Δ > 0). 1. Se x2 = – 4x, então:


Neste caso, √ Δ é um número real, e existem dois valores reais a) x = 2 ou x = 1
diferentes para a incógnita x, sendo costume representar esses b) x = 3 ou x = – 1
valores por x’ e x”, que constituem as raízes da equação. c) x = 0 ou x = 2
d) x = 0 ou x = – 4
e) x = 4 ou x = – 1
-b +- √
Δ -b + √Δ
x= x’ =
2.a 2.a
2. As raízes reais da equação 1,5x2 + 0,1x = 0,6 são:
-b - √Δ a) 2 e 1
x’’ =
2.a 5
b) 3 e 2
2º caso: Δ é zero ( Δ = 0). 5 3
c) - 3 e - 2
Δ é igual a zero e ocorre:
Neste caso, √ 5 5
d) - 2 e 2
5 3
Δ x = -b +- √
-b +- √ 0 -b +- √
0 -b e) 3 e - 2
x= = = = 2a
2.a 2.a 2.a 5 3

Observamos, então, a existência de um único valor real para 3. As raízes da equação x3 – 2x2 – 3x = 0 são:
a) –2, 0 e 1
a incógnita x, embora seja costume dizer que a equação tem duas
b) –1, 2 e 3
raízes reais e iguais, ou seja:
c) – 3, 0 e 1
-b d) – 1, 0 e 3
x’ = x” = e) – 3, 0 e 2
2a
3º caso: Δ é um número real negativo ( Δ < 0). 4. Verifique se o número 5 é raiz da equação x2 + 6x = 0.

Neste caso, √Δ não é um número real, pois não há no conjunto 5. Determine o valor de m na equação x2 + (m + 1)x – 12 = 0
dos números reais a raiz quadrada de um número negativo. para que as raízes sejam simétricas.
Dizemos então, que não há valores reais para a incógnita x, ou
seja, a equação não tem raízes reais. 6. Determine o valor de p na equação x2 – (2p + 5)x – 1 = 0
A existência ou não de raízes reais e o fato de elas serem para que as raízes sejam simétricas.
duas ou uma única dependem, exclusivamente, do discriminante
Δ= b2 – 4.a.c; daí o nome que se dá a essa expressão. 7. (U. Caxias do Sul-RS) Se uma das raízes da equação 2x2 –
3px + 40 = 0 é 8, então o valor de p é:
Na equação ax2 + bx + c = 0 a) 5
- Δ = b2 – 4.a.c 13
- Quando Δ ≥ 0, a equação tem raízes reais. b)
3
- Quando Δ < 0, a equação não tem raízes reais.
- Δ > 0 (duas raízes diferentes). c) 7
- Δ = 0 (uma única raiz). d) –5
e) –7

Didatismo e Conhecimento 37
MATEMÁTICA

8. O número de soluções reais da equação: -6x 2 + 4x = -4, 4) Resposta “Não”.


2 2

2x - 3x
com x ≠ 0 e x ≠ 3 é: Solução:
a) 0 2
b) 1 -b -6 c 0
c) -2 S= = = -6 P= = =0
a 1 a 1
d) 3
e) 4 Raízes: {-6,0}
9. O(s) valor(es) de B na equação x2 – Bx + 4 = 0 para que o Ou x2 + 6x = 0
discriminante seja igual a 65 é(são): x (x + 6) = 0
a) 0 x=0 ou x+6=0
b) 9 x=-6
c) –9
d) –9 ou 9 5) Resposta “-1”.
e) 16 Solução:

10. Um valor de b, para que a equação 2x2 + bx + 2 = 0 tenha -(m + 1) c -12


S = -b = =-m-1 P= = = -12
duas raízes reais e iguais é: a 1 a 1
a) 2
b) 3 -m-1=0
c) 4 m = -1
d) 5
e) 6
6) Resposta “ -5/2”.
Respostas
Solução:
1. Resposta “D”. x2 – (2p + 5)x – 1 = 0 (-1)
Solução: -x2 +(2p + 5)x + 1 = 0
x2 = – 4x
x2 + 4x = 0 -b -(2p + 5) c 1
x (x + 4) = 0 S= = = 2p + 5 P= = = -1
a -1 a -1
x=0 x+4=0
x = -4 2p + 5 = 0
2p = -5
2) Resposta “E”. p = - 5/2
Solução:
1,5x2 + 0,1x = 0,6 7) Resposta “C”
1,5x2 + 0,1x - 0,6 = 0 (x10) Solução:
15x2 +1x - 6 = 0 2x2 – 3px + 40 = 0
Δ = b2 – 4.a.c 282 – 3p8 + 40 = 0
Δ = 12 – 4 . 15 . – 6 2.64 – 24p + 40 = 0
Δ = 1 + 360
128 – 24p + 40 = 0
Δ = 361
-24p = - 168 (-1)
-1 +- √
361 -1 +- 19 18 3 -20 2 p = 168/24
x= = = = ou =-
2.15 30 30 5 30 3 p=7
3) Resposta “D”. 8) Resposta “C”.
Solução:
Solução -6x2 + 4x3 x(-6x + 4x2)
= = -4
x3 – 2x2 – 3x = 0 2
2x - 3x x(2x - 3)
x (x2 – 2x – 3) = 0
-8x + 12 = -6x + 4x2
x=0 x2 – 2x – 3 = 0 4x2 + 2x - 12 = 0
Δ = b2 – 4.a.c Δ = b2 – 4.a.c
Δ = -22 – 4 . 1 . – 3 Δ = 22 – 4 . 4 . -12
Δ = 4 + 12 Δ = 4 + 192
Δ = 16 Δ = 196
-(-2) +- √16 2 +- 4 6 -2
x=
2.1
=
2
=
2
= 3 ou
2
= -1 -2 +- √196 -2 +- 14 12 3 -16
x= = = ou = -2
2.4 8 8 2 8

Didatismo e Conhecimento 38
MATEMÁTICA
9) Resposta “D”.
Solução:
x2 – Bx + 4 = 0
b2 – 4.a.c
b2 – 4 . 1 . 4
b2 – 16 = 65
b2= 65 + 16
b = √81
b=9
b = -B
B = ±9

10) Resposta “C”.


Solução:
2x2 + Bx + 2 = 0
b2 – 4.a.c
b2 – 4 . 2 . 2
b2 - 16
b2 = 16
b = √16
b=4

SISTEMA DECIMAL DE MEDIDAS


(COMPRIMENTO, SUPERFÍCIE,
VOLUME, MASSA, CAPACIDADE E TEMPO)
- TRANSFORMAÇÃO DE UNIDADES E
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS;

Sistema Métrico Decimal e Não Decimal

Sistema de Medidas Decimais

Um sistema de medidas é um conjunto de unidades de medida que mantém algumas relações entre si. O sistema métrico decimal é
hoje o mais conhecido e usado no mundo todo. Na tabela seguinte, listamos as unidades de medida de comprimento do sistema métrico. A
unidade fundamental é o metro, porque dele derivam as demais.

Unidades de Comprimento
km hm dam m dm cm mm
quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Há, de fato, unidades quase sem uso prático, mas elas têm uma função. Servem para que o sistema tenha um padrão: cada unidade vale
sempre 10 vezes a unidade menor seguinte.
Por isso, o sistema é chamado decimal.

E há mais um detalhe: embora o decímetro não seja útil na prática, o decímetro cúbico é muito usado com o nome popular de litro.
As unidades de área do sistema métrico correspondem às unidades de comprimento da tabela anterior.
São elas: quilômetro quadrado (km2), hectômetro quadrado (hm2), etc. As mais usadas, na prática, são o quilômetro quadrado, o metro
quadrado e o hectômetro quadrado, este muito importante nas atividades rurais com o nome de hectare (ha): 1 hm2 = 1 ha.
No caso das unidades de área, o padrão muda: uma unidade é 100 vezes a menor seguinte e não 10 vezes, como nos comprimentos.
Entretanto, consideramos que o sistema continua decimal, porque 100 = 102.

Didatismo e Conhecimento 39
MATEMÁTICA
Unidades de Área
km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro
quadrado quadrado quadrado quadrado quadrado quadrado quadrado
1000000m2 10000m2 100m2 1m2 0,01m2 0,0001m2 0,000001m2

Agora, vejamos as unidades de volume. De novo, temos a lista: quilômetro cúbico (km3), hectômetro cúbico (hm3), etc. Na prática, são
muitos usados o metro cúbico e o centímetro cúbico.
Nas unidades de volume, há um novo padrão: cada unidade vale 1000 vezes a unidade menor seguinte. Como 1000 = 103, o sistema
continua sendo decimal.

Unidades de Volume
3 3
km hm dam3 m3 dm3 cm3 mm3
quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro
cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico
1000000000m3 1000000m3 1000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3

A noção de capacidade relaciona-se com a de volume. Se o volume da água que enche um tanque é de 7 000 litros, dizemos que essa é
a capacidade do tanque. A unidade fundamental para medir capacidade é o litro (l); 1l equivale a 1 dm3.
Cada unidade vale 10 vezes a unidade menor seguinte.

Unidades de Capacidade
kl hl dal l dl cl ml
quilolitro hectolitro decalitro litro decilitro centímetro mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l

O sistema métrico decimal inclui ainda unidades de medidas de massa. A unidade fundamental é o grama.

Unidades de Massa
kg hg dag g dg cg mg
quilograma hectograma decagrama grama decigrama centigrama miligrama
1000g 100g 10g 1g 0,1g 0,01g 0,001g

Dessas unidades, só têm uso prático o quilograma, o grama e o miligrama. No dia-a-dia, usa-se ainda a tonelada (t): 1t = 1000 kg.

Não Decimais

Desse grupo, o sistema hora – minuto – segundo, que mede intervalos de tempo, é o mais conhecido.

2h = 2 . 60min = 120 min = 120 . 60s = 7 200s

Para passar de uma unidade para a menor seguinte, multiplica-se por 60.
0,3h não indica 30 minutos nem 3 minutos; como 1 décimo de hora corresponde a 6 minutos, conclui-se que 0,3h = 18min.

Para medir ângulos, também temos um sistema não decimal. Nesse caso, a unidade básica é o grau. Na astronomia, na cartografia e na
navegação são necessárias medidas inferiores a 1º. Temos, então:

1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’)


1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”)

Os minutos e os segundos dos ângulos não são, é claro, os mesmos do sistema hora – minuto – segundo. Há uma coincidência de nomes,
mas até os símbolos que os indicam são diferentes:

1h32min24s é um intervalo de tempo ou um instante do dia.


1º 32’ 24” é a medida de um ângulo.

Didatismo e Conhecimento 40
MATEMÁTICA
Por motivos óbvios, cálculos no sistema hora – minuto Neste ponto já convertemos de uma unidade de medida de
– segundo são similares a cálculos no sistema grau – minuto – volume, para uma unidade de medida de capacidade.
segundo, embora esses sistemas correspondam a grandezas Falta-nos passarmos de mililitros para decilitros, quando en-
distintas. tão passaremos dois níveis à esquerda. Dividiremos então por 10
duas vezes:
Há ainda um sistema não-decimal, criado há algumas
décadas, que vem se tornando conhecido. Ele é usado para 0,348ml :10 :10 ⇒ 0, 00348dl
medir a informação armazenada em memória de computadores,
disquetes, discos compacto, etc. As unidades de medida são bytes Logo, 348 mm³ equivalem a 0, 00348 dl.
(b), kilobytes (kb), megabytes (Mb), etc. Apesar de se usarem os
prefixos “kilo” e “mega”, essas unidades não formam um sistema 3) Resposta “100 dal”.
decimal. Solução: Sabemos que 1 m3 equivale a 1.000 l, portanto para
Um kilobyte equivale a 210 bytes e 1 megabyte equivale a 210 convertermos de litros a decalitros, passaremos um nível à esquer-
kilobytes. da.
Dividiremos então 1.000 por 10 apenas uma vez:
Exercícios
1000l :10 ⇒ dal
1. Raquel saiu de casa às 13h 45min, caminhando até o
curso de inglês que fica a 15 minutos de sua casa, e chegou na Isto equivale a passar a vírgula uma casa para a esquerda.
hora da aula cuja duração é de uma hora e meia. A que horas Poderíamos também raciocinar da seguinte forma:
terminará a aula de inglês? Como 1 m3  equivale a 1 kl, basta fazermos a conversão de 1
a) 14h kl para decalitros, quando então passaremos dois níveis à direita.
b) 14h 30min Multiplicaremos então 1 por 10 duas vezes:
c) 15h 15min 1kl.10.10 ⇒ 100dal
d) 15h 30min
e) 15h 45min Logo, 100 dal equivalem a 1 m³.

2. 348 mm3  equivalem a quantos decilitros? 4) Resposta “0, 00005 hm²”.


Solução: Para passarmos de decímetros quadrados para hectô-
3. Quantos decalitros equivalem a 1 m3? metros quadrados, passaremos três níveis à esquerda.
Dividiremos então por 100 três vezes:
4. Passe 50 dm2 para hectômetros quadrados.
50dm 2 :100 :100 :100 ⇒ 0, 00005hm 2
5. Quantos quilômetros cúbicos equivalem a 14 mm3?
Isto equivale a passar a vírgula seis casas para a esquerda.
6. Quantos centilitros equivalem a 15 hl? Portanto, 50 dm² é igual a 0, 00005 hm².
7. Passe 5.200 gramas para quilogramas. 5) Resposta“0,000000000000000014 km3, ou a  1,4 x 10-
17  
km3”.  
8. Converta 2,5 metros em centímetros. Solução: Para passarmos de milímetros cúbicos para quilôme-
tros cúbicos, passaremos seis níveis à esquerda. Dividiremos então
9. Quantos minutos equivalem a 5h05min? 14 por 1000 seis vezes:

10. Quantos minutos se passaram das 9h50min até as 14mm3 :1000 :1000 :1000 :1000 :1000 :1000
10h35min?
⇒ 14 :1018 km3 ⇒ 14.10−18 km
Respostas ⇒ 1, 4.10−17 km3 ⇒ 0.000000000000000km3

1) Resposta “D”.
Portanto, 0, 000000000000000014 km3, ou a 1,4 x 10-17 km3 se
Solução: Basta somarmos todos os valores mencionados no
expresso em notação científica equivalem a 14 mm3.
enunciado do teste, ou seja:
13h 45min + 15 min + 1h 30 min = 15h 30min
6) Resposta “150.000 cl”.
Logo, a questão correta é a letra D.
Solução: Para irmos de hectolitros a centilitros, passaremos
2) Resposta “0, 00348 dl”. quatro níveis à direita.
Solução: Como 1 cm3  equivale a 1 ml, é melhor dividir- Multiplicaremos então 15 por 10 quatro vezes:
mos 348 mm3 por mil, para obtermos o seu equivalente em centí- 15hl.10.10.10.10 ⇒ 150.000cl
metros cúbicos: 0,348 cm3.
Logo 348 mm3 equivalem a 0, 348 ml, já que cm3 e ml se equi- Isto equivale a passar a vírgula quatro casas para a direita.
valem. Logo, 150.000 cl equivalem a 15 hl.

Didatismo e Conhecimento 41
MATEMÁTICA
7) Resposta “5,2 kg”. Representação gráfica
Solução: Para passarmos 5.200 gramas para quilogramas,
devemos dividir (porque na tabela  grama  está à direita de qui-
lograma)  5.200  por  10  três vezes, pois para passarmos de  gra-
mas para quilogramas saltamos três níveis à esquerda.
Primeiro passamos de grama para decagrama, depois de de-
cagrama para hectograma e finalmente de hectograma para qui-
lograma:
5200 g :10 :10 :10 ⇒ 5, 2kg

Isto equivale a passar a vírgula três casas para a esquerda.


Portanto, 5.200 g são iguais a 5,2 kg. Postulados primitivos da geometria, qualquer postulado ou
axioma é aceito sem que seja necessária a prova, contanto que não
8) Resposta “250 cm”. exista a contraprova.
Solução: Para convertermos 2,5 metros em centímetros, de- - Numa reta bem como fora dela há infinitos pontos distintos.
vemos multiplicar (porque na tabela  metro  está à esquerda de - Dois pontos determinam uma única reta (uma e somente uma
centímetro)  2,5  por  10  duas vezes, pois para passarmos de  me- reta).
tros para centímetros saltamos dois níveis à direita.
Primeiro passamos de metros para decímetros e depois de de-
címetros para centímetros:
2,5m.10.10 ⇒ 250cm

Isto equivale a passar a vírgula duas casas para a direita. - Pontos colineares pertencem à mesma reta.
Logo, 2,5 m é igual a 250 cm.

9) Resposta “305min”.
Solução:
(5 . 60) + 5 = 305 min.

10) Resposta “45 min”.


Solução: 45 min

- Três pontos determinam um único plano.


GEOMETRIA: PONTO, RETA, PLANO –
ÂNGULOS, POLÍGONOS, TRIÂNGULOS,
QUADRILÁTEROS, CIRCUNFERÊNCIA,
CÍRCULO E SEUS ELEMENTOS
RESPECTIVOS

Ponto, Reta e Plano

A definição dos entes primitivos ponto, reta e plano é quase - Se uma reta contém dois pontos de um plano, esta reta está
impossível, o que se sabe muito bem e aqui será o mais importante contida neste plano.
é sua representação geométrica e espacial.

Representação, (notação)

→ Pontos serão representados por letras latinas maiúsculas;


ex: A, B, C,…
→ Retas serão representados por letras latinas minúsculas; ex:
a, b, c,…
→ Planos serão representados por letras gregas minúsculas;
ex: β,∞,α,...

Didatismo e Conhecimento 42
MATEMÁTICA
- Duas retas são concorrentes se tiverem apenas um ponto em
comum.

Planos concorrentes no espaço R3 são planos cuja interseção


é uma reta.
Planos paralelos no espaço R3 são planos que não tem
interseção.
Observe que . Sendo que H está contido na Quando dois planos são concorrentes, dizemos que tais planos
reta r e na reta s. formam um diedro e o ângulo formado entre estes dois planos é
denominado ângulo diedral. Para obter este ângulo diedral, basta
Um plano é um subconjunto do espaço R3 de tal modo que tomar o ângulo formado por quaisquer duas retas perpendiculares
quaisquer dois pontos desse conjunto podem ser ligados por um aos planos concorrentes.
segmento de reta inteiramente contida no conjunto.
Um plano no espaço R3 pode ser determinado por qualquer
uma das situações:
- Três pontos não colineares (não pertencentes à mesma reta);
- Um ponto e uma reta que não contem o ponto;
- Um ponto e um segmento de reta que não contem o ponto;
- Duas retas paralelas que não se sobrepõe; Planos normais são aqueles cujo ângulo diedral é um ângulo
- Dois segmentos de reta paralelos que não se sobrepõe;
reto (90 graus).
- Duas retas concorrentes;
- Dois segmentos de reta concorrentes.
Razão entre Segmentos de Reta
Duas retas (segmentos de reta) no espaço R podem ser: para-
3
Segmento de reta é o conjunto de todos os pontos de uma
lelas, concorrentes ou reversas.
reta que estão limitados por dois pontos que são as extremidades
Duas retas são ditas reversas quando uma não tem interseção
do segmento, sendo um deles o ponto inicial e o outro o ponto fi-
com a outra e elas não são paralelas. Pode-se pensar de uma reta
nal. Denotamos um segmento por duas letras como, por exemplo,
r desenhada no chão de uma casa e uma reta s desenhada no teto
AB, sendo A o início e B o final do segmento.
dessa mesma casa.
Exemplo

AB é um segmento de reta que denotamos por AB.

A _____________ B

Uma reta é perpendicular a um plano no espaço R3, se ela in- Não é possível dividir um segmento de reta por outro, mas é
tersecta o plano em um ponto P e todo segmento de reta contido no possível realizar a divisão entre as medidas dos dois segmentos.
plano que tem P como uma de suas extremidades é perpendicular
à reta. Consideremos os segmentos AB e CD, indicados:

A ________ B m(AB) = 2cm


C ______________ D m(CD) = 5 cm

A razão entre os segmentos AB e CD, denotado aqui por,


AB/CD, é definida como a razão entre as medidas desses seg-
Uma reta r é paralela a um plano no espaço R3, se existe uma mentos, isto é: AB/CD = 2/5
reta s inteiramente contida no plano que é paralela à reta dada.
Seja P um ponto localizado fora de um plano. A distância do Segmentos Proporcionais
ponto ao plano é a medida do segmento de reta perpendicular ao
plano em que uma extremidade é o ponto P e a outra extremidade é Proporção é a igualdade entre duas razões equivalentes. De
o ponto que é a interseção entre o plano e o segmento. forma semelhante aos que já estudamos com números racionais,
Se o ponto P estiver no plano, a distância é nula. é possível estabelecer a proporcionalidade entre segmentos de
reta, através das medidas desse segmentos.

Didatismo e Conhecimento 43
MATEMÁTICA
Vamos considerar primeiramente um caso particular com Identificamos na sequência algumas proporções:
quatro segmentos de reta:
m(AB) = 2cm A______B P__________Q m(PQ) =4 cm AB/BC = DE/EF
m(CD) = 3cm C________D R____________S m(RS) = 6cm BC/AB = EF/DE
AB/DE = BC/EF
A razão entre os segmentos AB e CD e a razão entre os seg- DE/AB = EF/BC
mentos PQ e RS, são dadas por frações equivalentes, isto é: AB/ Exemplo
CD = 2/3; PQ/RS = 4/6 e como 2/3 = 4/6, segue a existência de
uma proporção entre esses quatro segmentos de reta. Isto nos Consideremos a figura ao lado com um feixe de retas para-
conduz à definição de segmentos proporcionais. lelas, sendo as medidas dos segmentos indicadas em centímetros.
Diremos que quatro segmentos de reta, AB, BC, CD e DE,
nesta ordem, são proporcionais se: AB/BC = CD/DE
Os segmentos AB e DE são os segmentos extremos e os seg-
mentos BC e CD são os segmentos meios.
A proporcionalidade acima é garantida pelo fato que existe
uma proporção entre os números reais que representam as medi-
das dos segmentos:
!!(!") !!(!")
=! !
!!(!") !!(!") Assim:

BC/AB = EF/DE
Propriedade Fundamental das proporções: Numa propor-
AB/DE = BC/EF
ção de segmentos, o produto das medidas dos segmentos meios é DE/AB = EF/BC
igual ao produto das medidas dos segmentos extremos. m(AB) ·
m(DE) = m(BC) · m(CD) Observamos que uma proporção pode ser formulada de várias
maneiras. Se um dos segmentos do feixe de paralelas for desco-
Feixe de Retas Paralelas nhecido, a sua dimensão pode ser determinada com o uso de razões
proporcionais.
Um conjunto de três ou mais retas paralelas num plano é
chamado feixe de retas paralelas. A reta que intercepta as retas
do feixe é chamada de reta transversal. As retas A, B, C e D que
aparecem no desenho anexado, formam um feixe de retas parale-
las enquanto que as retas S e T são retas transversais.

Exercício

Nos exercícios de 1 a 3, utilize Teorema de Tales para deter-


minar o que se pede a respeito da situação ilustrada pela imagem
a seguir:

Teorema de Tales: Um feixe de retas paralelas determina


sobre duas transversais quaisquer, segmentos proporcionais. A
figura abaixo representa uma situação onde aparece um feixe de
três retas paralelas cortadas por duas retas transversais.

Didatismo e Conhecimento 44
MATEMÁTICA
As retas DE e BC são paralelas. Respostas:

Exercício 1: Considerando a figura acima, determine o com- 01- AD=4cm


02- 8 e 18 respectivamente.
primento do segmento , supondo que ,
03- 15 e 12 respectivamente.
e 04- 09cm
Exercício 2: Determine e , supondo que 05- 16 e 14 respectivamente.
na figura ao lado e 06- 12cm
07- 15cm
08- 10/3 , 5/3 e 14/3 respectivamente.

Exercício 3: Determine AD e DB, supondo que Ângulos


e
Ângulo: Do latim - angulu (canto, esquina), do grego - gonas;
Do exercício 4 até o exercício 7, utilize Teorema de Tales para reunião de duas semi-retas de mesma origem não colineares.
determinar o que se pede a respeito da situação ilustrada pela se-
guinte imagem:

Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do que 90º.


As retas AD, BE e CF são paralelas.

Exercício 4: Determine , supondo que


e

Exercício 5: Determine e supondo que


e

Exercício 6: Determine a medida de supondo que


e que é 4cm maior
que .

Exercício 7: Determine supondo que Ângulo Central:


e que é 3cm maior
- Da circunferência: é o ângulo cujo vértice é o centro da cir-
que cunferência;
- Do polígono: é o ângulo, cujo vértice é o centro do polígono
Exercício  8: Considere um triângulo tal que regular e cujos lados passam por vértices consecutivos do polígono.
, e . Desenhe sobre o seg-
mento um ponto M tal que . A reta paralela a
que passa por M encontra no ponto N. Calcule
e .

Didatismo e Conhecimento 45
MATEMÁTICA
Ângulo Raso:

- É o ângulo cuja medida é 180º;


- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.

Ângulo Circunscrito: É o ângulo, cujo vértice não pertence à


circunferência e os lados são tangentes à ela. Ângulo Reto:

- É o ângulo cuja medida é 90º;


- É aquele cujos lados se apoiam em retas perpendiculares.

Ângulo Inscrito: É o ângulo cujo vértice pertence a uma cir-


cunferência e seus lados são secantes a ela.

Ângulos Complementares: Dois ângulos são complementa-


0
res se a soma das suas medidas é 90 .

Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do que 90º.


Ângulos Congruentes: São ângulos que possuem a mesma
medida.

Didatismo e Conhecimento 46
MATEMÁTICA
Ângulos Opostos pelo Vértice: Dois ângulos são opostos a)
pelo vértice se os lados de um são as respectivas semi-retas opos-
tas aos lados do outro.

b)

Ângulos Replementares: Dois ângulos são ditos replementa-


0
res se a soma das suas medidas é 360 .

c)
Ângulos Suplementares: Dois ângulos são ditos suplementa-
res se a soma das suas medidas de dois ângulos é 180º.

2. As retas a e b são paralelas. Quanto mede o ângulo î?


Poligonal: Linha quebrada, formada por vários segmentos
formando ângulos.

3. Obtenha as medidas dos ângulos assinalados:


Grado: (gr.): Do latim - gradu; dividindo a circunferência em
400 partes iguais, a cada arco unitário que corresponde a 1/400 da a)
circunferência denominamos de grado.

Grau: (º): Do latim - gradu; dividindo a circunferência em


360 partes iguais, cada arco unitário que corresponde a 1/360 da
circunferência denominamos de grau.

Exercícios

1. As retas f e g são paralelas (f // g). Determine a medida do


ângulo â, nos seguintes casos:

Didatismo e Conhecimento 47
MATEMÁTICA
b)

c)
9. Observe a figura abaixo e determine o valor de m e n.

10. Determine o valor de a na figura seguinte:


d)

Respostas

1) Resposta
a) 55˚
4. Usando uma equação, determine a medida de cada ângulo b) 74˚
do triângulo: c) 33˚

2) Resposta “130”.
Solução: Imagine uma linha cortando o ângulo î, formando
uma linha paralela às retas “a” e “b”.
Fica então decomposto nos ângulos ê e ô.

a) Quanto mede a soma dos ângulos de um quadrado?

5. Dois ângulos são complementares tais que o triplo de um


deles é igual ao dobro do outro. Determine o suplemento do menor.
Sendo assim, ê = 80° e ô = 50°, pois o ângulo ô é igual ao
6. A metade de um ângulo menos a quinta parte de seu com- complemento de 130° na reta b.
plemento mede 38 graus. Qual é esse angulo?
Logo, î = 80° + 50° = 130°.
7. Cinco semi-retas partem de um mesmo ponto V, forman-
do cinco ângulos que cobrem todo o plano e são proporcionais aos 3) Solução:
números 2, 3, 4, 5 e 6. Calcule o maior dos ângulos. a) 160° - 3x = x + 100°        
160° - 100° = x + 3x    
8. Na figura, o ângulo x mede a sexta parte do ângulo y, mais 60° = 4x     
a metade do ângulo z. Calcule y. x = 60°/4    
x = 15°  
Então 15°+100° = 115° e 160°-3*15° = 115°

Didatismo e Conhecimento 48
MATEMÁTICA
b) 6x + 15° + 2x + 5º = 180° [a/2] – [1/5] [(90-a)] = 38
6x + 2x = 180° -15° - 5° a/2 – 90/5 + a/5 = 38
8x = 160° a/2 + a/5 = 38 + 90/5
x = 160°/8 7a/10 = 38 + 18
x = 20°
a = 10/7 * 56
a = 80º
Então, 6*20°+15° = 135° e 2*20°+5° = 45°
c) Sabemos que a figura tem 90°.
7) Resposta “180˚”.
Solução: Seja x a constante de proporcionalidade, temos para
Então x + (x + 10°) + (x + 20°) + (x + 20°) = 90°
os ângulos: a, b, c, d, e…, a seguinte proporção com os números 2,
4x + 50° = 90° 3, 4, 5 e 6:
4x = 40°
x = 40°/4 a/2 = x → a = 2x
x = 10° b/3 = x → b = 3x
c/4 = x → c = 4x
d) Sabemos que os ângulos laranja + verde formam 180°, pois d/5 = x → d = 5x
são exatamente a metade de um círculo. e/6 = x → e = 6x

Então, 138° + x = 180° Assim as semi-retas: a + b + c + d + e = 2x + 3x + 4x + 5x +


x = 180° - 138° 6x = 360º
x = 42°
Agora a soma das retas: 20x
Logo, o ângulo x mede 42°.
Então: 20x = 360º → x = 360°/20
4) Solução: Sabemos que a soma dos ângulos do triângulo é x = 18°
180°.
Agora sabemos que o maior é 6x, então 6 . 18° = 108°.
Então, 6x + 4x + 2x = 180°
8) Resposta “135˚”.
12x = 180° Solução: Na figura, o ângulo x mede a sexta parte do ângulo
x = 180°/12 y, mais a metade do ângulo z. Calcule y.
x = 15°
Os ângulos são: 30° 60° e 90°. Então vale lembrar que:

a) Um quadrado tem quatro ângulos de 90º, e, portanto a soma x + y = 180 então y = 180 – x.


deles vale 360º.
E também como x e z são opostos pelo vértice, x = z
5) Resposta “144˚”.
Solução: E de acordo com a figura: o ângulo x mede a sexta parte do
- dois ângulos são complementares, então a + b = 90º ângulo y, mais a metade do ângulo z. Calcule y.
- o triplo de um é igual ao dobro do outro, então 3a = 2b
x = y/6 + z/2
É um sistema de equações do 1º grau. Se fizermos a = 2b/3,
substituímos na primeira equação: Agora vamos substituir lembrando que y = 180 - x e x = z
Então:
2b/3 + b = 90
x = 180° - x/6 + x/2 agora resolvendo fatoração:
5b/3 = 90
6x = 180°- x + 3x | 6x = 180° + 2x
b = 3/5 * 90 6x – 2x = 180°
b = 54 → a = 90 – 54 = 36º 4x = 180°
x=180°/4
Como a é o menor ângulo, o suplemento de 36 é 180-36 = x=45º
144º.
Agora achar y, sabendo que y = 180° - x
6) Resposta “80˚”. y=180º - 45°
Solução: (a metade de um ângulo) menos seu a [quinta parte] y=135°.
de seu [complemento] mede 38º.

Didatismo e Conhecimento 49
MATEMÁTICA
9) Resposta “11º; 159º”. Linha poligonal aberta não-simples
Solução:
3m - 12º e m + 10º, são ângulos opostos pelo vértice logo são Polígono é uma linha fechada simples. Um polígono divide o
iguais. plano em que se encontra em duas regiões (a interior e a exterior),
sem pontos comuns.
3m - 12º = m + 10º
3m - m = 10º + 12º Elementos de um polígono
2m = 22º
m = 22º/2
m = 11º
m + 10º e n são ângulos suplementares logo a soma entre eles
é igual a 180º.
(m + 10º) + n = 180º
(11º + 10º) + n = 180º
21º + n = 180º
n = 180º - 21º
n = 159º

Resposta: m = 11º e n = 159º.

10) Resposta “45˚”. Um polígono possui os seguintes elementos:


É um ângulo oposto pelo vértice, logo, são ângulos iguais.
- Lados: Cada um dos segmentos de reta que une vértices con-
Polígonos secutivos: AB, BC,CD, DE, DE, EA .
- Vértices: Ponto de encontro de dois lados consecutivos: A,
Um polígono é uma figura geométrica plana limitada por uma B, C, D, E.
linha poligonal fechada. A palavra “polígono” advém do grego e - Diagonais: Segmentos que unem dois vértices não consecu-
quer dizer muitos (poly) e ângulos (gon). tivos: AC, AD, BD, BE,CE

Linhas poligonais e polígonos - Ângulos internos: Ângulos formados por dois lados conse-

Linha poligonal é uma sucessão de segmentos consecutivos e cutivos: , , , , .


não-colineares, dois a dois. Classificam-se em: - Ângulos externos: Ângulos formados por um lado e pelo
prolongamento do lado a ele consecutivo: , , , ,

Classificação dos polígonos quanto ao número de lados


Número Número
Nome Nome
de lados de lados
Linha poligonal fechada simples triângulo 3 quadrilátero 4
pentágono 5 hexágono 6
heptágono 7 octógono 8
eneágono 9 decágono 10
hendecágono 11 dodecágono 12
Linha poligonal fechada não-simples tridecágono 13 tetradecágono 14
pentadecágono 15 hexadecágono 16
heptadecágono 17 octodecágono 18
eneadecágono 19 icoságono 20
triacontágono 30 tetracontágono 40
Linha poligonal aberta simples pentacontágono 50 hexacontágono 60
heptacontágono 70 octacontágono 80
eneacontágono 90 hectágono 100
quilógono 1000 googólgono 10100

Didatismo e Conhecimento 50
MATEMÁTICA
Classificação dos polígonos A medida do ângulo central de um polígono regular de n lados
360
A classificação dos polígonos pode ser ilustrada pela seguinte (ac) é dada por .
árvore: n
Outros polígonos

Alguns polígonos são diferentes dos outros, por apresentarem


lados cruzados, são eles:

Estrelado

Polígono formado por corda e ângulos iguais. Pode ser:


Falso: Pela sobreposição de Polígonos
Verdadeiro: Formado por linhas poligonais fechadas não-
Um polígono é denominado simples se ele for descrito por -simples
uma fronteira simples e que não se cruza (daí divide o plano em
uma região interna e externa), caso o contrário é denominado com- Entrecruzado
plexo. Polígono, cujo prolongamento dos lados, ajuda a formar outro
Um polígono simples é denominado convexo se não tiver ne- polígono.
nhum ângulo interno cuja medida é maior que 180°, caso o contrá-
rio é denominado côncavo. Entrelaçado
Um polígono convexo é denominado circunscrito a uma cir- Formado por faixas de retas paralelas que se entrelaçam
cunferência ou polígono circunscrito se todos os vértices pertence-
rem a uma mesma circunferência. Esboço dos Polígonos citados acima
Um polígono inscritível é denominado regular se todos os
seus lados e todos os seus ângulos forem congruentes.

Alguns polígonos regulares:

- triângulo equilátero
- quadrado
- pentágono regular
- hexágono regular

Propriedades dos polígonos

De cada vértice de um polígono de n lados, saem n - 3 diago-


nais (dv).

O número de diagonais (d) de um polígono é dado por


n(n − 3) , onde n é o número de lados do polígono.
2
A soma das medidas dos ângulos internos de um polígono de Ângulos de um Polígono Regular
n lados (Si) é dada por (n − 2).180 .

Polígono Regular: É o polígono que possui todos os lados


A soma das medidas dos ângulos externos de um polígono de congruentes e todos os ângulos internos congruentes. Também, em
 cada vértice do polígono, a soma das medidas dos ângulos interno
n lados (Se) é igual a 360 . e externo é 180°.
n
Para um polígono de n lados, temos que o ângulo interno (A¡)
Em um polígono convexo de n lados, o número de triângulos
= (1− 2 / n) × 180
formados por diagonais que saem de cada vértice é dado por n - 2.
A medida do ângulo interno de um polígono regular de n lados
Exemplos
(ai) é dada por (n − 2).180 .

n Hexágono Regular: 6 lados Cálculo da Soma das medidas dos


A medida do ângulo externo de um polígono regular de n la- ângulos internos: S¡ = 6-2 . 180° = 4.180° = 720°
dos (ae) é dada por
360 . Como o Hexágono é regular: A¡ = 720º/6 = 120° Ae = 180º -
n 120º = 60°
A soma das medidas dos ângulos centrais de um polígono re- O ângulo interno mede 120° e o externo, 60°.
gular de n lados (Sc) é igual a 360º. Para um polígono convexo qualquer de n lados:

Didatismo e Conhecimento 51
MATEMÁTICA
Soma dos ângulos Internos Respostas
SÎ = (n-2) . 180º
1) Solução:
Soma dos ângulos Externos n = 12 
Sê = 360º Si = (n - 2).180°
Número de Diagonais Si = 10.180° = 1800
d= n(n-3) / 2
2) Solução:
Polígonos regulares Si = 3240°
São aqueles que possuem todos os lados congruentes e todos
os ângulos congruentes. Si = (n -2 ).180°
Î = (n-2).180º /n ê=360º/n 3240° = (n - 2).180°
Î + ê =180º
3240
=n-2
Exercícios 180
18 = n - 2
1. Quanto vale a soma dos ângulos internos de um dode-
n = 20
cágono?
3) Solução:
2. Qual o polígono que tem soma dos ângulos internos
igual a 3240º? A soma dos ângulos internos do pentágono é:
Si = (n - 2).180°
3. Ache o valor de x na figura: Si = (5 - 2).180°
Si = 3.180°
Si = 540°

3
540 = x + x + x + 15 + 2x − 20 + x + 2
2
3
540 = 5x + x + 20
2
10x + 3x
520 =
2
1040 = 13x
4. Um quadrilátero possui: 1040
x=
a) Quantos vértices? 13
b) Quantos Lados? x = 80
c) Quantos lados internos e externos?
4) Solução: Um quadrilátero, pelo próprio nome já diz, possui
5. De o nome do polígono que possui:
a) 8 lados 4 lados. Portanto:
b) 5 vértices
a) 4 vértices
6. De o nome do polígono que possui: b) 4 lados
a) 3 ângulos externos c) 4 ângulos internos e externos.
b) 22 ângulos internos
5) Solução:
7. Qual o número mínimo de lados de um polígono? a) Octógono
b) Pentágono
8. Determine o número de diagonais do octógono.
6) Solução:
9. Determine o polígono cujo número de diagonais é o do- a) Triângulo
bro do número de lados. b) Polígono de 22 lados.

10. Quantos ângulos internos possui um decágono? 7) Solução:


3 lados.

Didatismo e Conhecimento 52
MATEMÁTICA
8) Solução. Um octógono possui 8 lados, ou 8 vértices, logo:
n=8
n.(n − 3) 8.(8 − 3) 8.5 40
= = = = 20
2 2 2 2

9) Solução:
n número de lados: n
n de diagonais: d =
Pelo dado do problema: d = 2n Bissetriz: É a semi-reta que divide um ângulo em duas partes
iguais. O ângulo B está dividido ao meio e neste caso Ê = Ô.
n.(n − 3) n.(n − 3) 4n
= 2n → n.(n − 3) = 4n → = → n−3= 4→ n = 4+3= 7
2 n n

Logo, o polígono é o heptágono.

10) Solução:
10 ângulos

Triângulos
Ângulo Interno: É formado por dois lados do triângulo. Todo
Triângulo é um polígono de três lados. É o polígono que pos- triângulo possui três ângulos internos.
sui o menor número de lados. Talvez seja o polígono mais impor-
tante que existe. Todo triângulo possui alguns elementos e os prin-
cipais são: vértices, lados, ângulos, alturas, medianas e bissetrizes.

Apresentaremos agora alguns objetos com detalhes sobre os


mesmos.

Ângulo Externo: É formado por um dos lados do triângulo e


pelo prolongamento do lado adjacente (ao lado).

1. Vértices: A,B,C. Classificação dos triângulos quanto ao número de lados


2. Lados: AB,BC e AC.
3. Ângulos internos: a, b e c. Triângulo Equilátero: Os três lados têm medidas iguais.
m(AB) = m(BC) = m(CA)
Altura: É um segmento de reta traçada a partir de um vértice
de forma a encontrar o lado oposto ao vértice formando um ângulo
reto. BH é uma altura do triângulo.

Triângulo Isóscele: Pelo menos dois lados têm medidas


iguais. m(AB) = m(AC).

Mediana: É o segmento que une um vértice ao ponto médio


do lado oposto. BM é uma mediana.

Didatismo e Conhecimento 53
MATEMÁTICA
Triângulo Escaleno: Todos os três lados têm medidas dife- Exemplo
rentes.
Considerando o triângulo abaixo, podemos escrever que: 70º
+ 60º + x = 180º e dessa forma, obtemos x = 180º - 70º - 60º = 50º.

Classificação dos triângulos quanto às medidas dos ângu-


los Ângulos Externos: Consideremos o triângulo ABC. Como ob-
servamos no desenho, em anexo, as letras minúsculas representam
Triângulo Acutângulo: Todos os ângulos internos são agu- os ângulos internos e as respectivas letras maiúsculas os ângulos
dos, isto é, as medidas dos ângulos são menores do que 90º. externos.

Todo ângulo externo de um triângulo é igual à soma dos dois


Triângulo Obtusângulo: Um ângulo interno é obtuso, isto é, ângulos internos não adjacentes a esse ângulo externo. Assim: A =
possui um ângulo com medida maior do que 90º. b+c, B = a+c, C = a+b

Exemplo

No triângulo desenhado: x=50º+80º=130º.

Triângulo Retângulo: Possui um ângulo interno reto (90


graus).

Congruência de Triângulos

A ideia de congruência: Duas figuras planas são congruen-


tes quando têm a mesma forma e as mesmas dimensões, isto é, o
mesmo tamanho.
Para escrever que dois triângulos ABC e DEF são congruen-
tes, usaremos a notação: ABC ~ DEF
Medidas dos Ângulos de um Triângulo
Para os triângulos das figuras abaixo, existe a congruência en-
Ângulos Internos: Consideremos o triângulo ABC. Poderemos tre os lados, tal que:
identificar com as letras a, b e c as medidas dos ângulos internos AB ~ RS, BC ~ ST, CA ~ T e entre os ângulos: A ~ R , B ~ S
desse triângulo. Em alguns locais escrevemos as letras maiúsculas ,C~T
A, B e C para representar os ângulos.

A soma dos ângulos internos de qualquer triângulo é sempre


Se o triângulo ABC é congruente ao triângulo RST, escreve-
igual a 180 graus, isto é: a + b + c = 180º
mos: ABC ~ RST

Didatismo e Conhecimento 54
MATEMÁTICA
Dois triângulos são congruentes, se os seus elementos corres-
pondentes são ordenadamente congruentes, isto é, os três lados e
os três ângulos de cada triângulo têm respectivamente as mesmas
medidas.
Para verificar se um triângulo é congruente a outro, não é ne-
cessário saber a medida de todos os seis elementos, basta conhece-
rem três elementos, entre os quais esteja presente pelo menos um
lado. Para facilitar o estudo, indicaremos os lados correspondentes
congruentes marcados com símbolos gráficos iguais.
Semelhança de Triângulos
Casos de Congruência de Triângulos
A ideia de semelhança: Duas figuras são semelhantes quando
LLL (Lado, Lado, Lado): Os três lados são conhecidos. têm a mesma forma, mas não necessariamente o mesmo tamanho.
Dois triângulos são congruentes quando têm, respectivamen- Se duas figuras R e S são semelhantes, denotamos: R~S.
te, os três lados congruentes. Observe que os elementos congruen-
tes têm a mesma marca. Exemplo

As ampliações e as reduções fotográficas são figuras seme-


lhantes. Para os triângulos:

LAL (Lado, Ângulo, Lado): Dados dois lados e um ângulo


Dois triângulos são congruentes quando têm dois lados con-
gruentes e os ângulos formados por eles também são congruentes.

os três ângulos são respectivamente congruentes, isto é: A~R,


B~S, C~T

Observação: Dados dois triângulos semelhantes, tais triân-


gulos possuem lados proporcionais e ângulos congruentes. Se um
lado do primeiro triângulo é proporcional a um lado do outro triân-
gulo, então estes dois lados são ditos homólogos. Nos triângulos
ALA (Ângulo, Lado, Ângulo): Dados dois ângulos e um lado acima, todos os lados proporcionais são homólogos.
Dois triângulos são congruentes quando têm um lado e dois Realmente:
ângulos adjacentes a esse lado, respectivamente, congruentes.
AB~RS pois m(AB)/m(RS) = 2
BC~ST pois m(BC)/m(ST) = 2
AC~RT pois m(AC)/m(RT) = 2

Como as razões acima são todas iguais a 2, este valor comum


é chamado razão de semelhança entre os triângulos. Podemos con-
cluir que o triângulo ABC é semelhante ao triângulo RST.
Dois triângulos são semelhantes se, têm os 3 ângulos e os 3
lados correspondentes proporcionais, mas existem alguns casos
interessantes a analisar.
LAAo (Lado, Ângulo, Ângulo oposto): Conhecido um lado,
um ângulo e um ângulo oposto ao lado. Casos de Semelhança de Triângulos
Dois triângulos são congruentes quando têm um lado, um ân-
gulo, um ângulo adjacente e um ângulo oposto a esse lado respec- Dois ângulos congruentes: Se dois triângulos tem dois ân-
tivamente congruente. gulos correspondentes congruentes, então os triângulos são seme-
lhantes.

Didatismo e Conhecimento 55
MATEMÁTICA
Exercícios

1. Neste triângulo ABC, vamos calcular a, h, m e n:

Se A~D e C~F então: ABC~DEF

Dois lados congruentes: Se dois triângulos tem dois lados


correspondentes proporcionais e os ângulos formados por esses la-
dos também são congruentes, então os triângulos são semelhantes. 2. Determine os valores literais indicados na figura:

3. Determine os valores literais indicados na figura:


Como m(AB) / m(EF) = m(BC) / m(FG) = 2
Então ABC ~ EFG

Exemplo

Na figura abaixo, observamos que um triângulo pode ser “ro-


dado” sobre o outro para gerar dois triângulos semelhantes e o
valor de x será igual a 8.
4. Determine os valores literais indicados na figura:

Realmente, x pode ser determinado a partir da semelhança de


triângulos.

Três lados proporcionais: Se dois triângulos têm os três la- 5. Determine os valores literais indicados na figura:
dos correspondentes proporcionais, então os triângulos são seme-
lhantes.

Didatismo e Conhecimento 56
MATEMÁTICA
6. Determine a altura de um triângulo equilátero de lado l.

Respostas

1) Solução:
7. Determine x nas figuras.
a² = b² + c² → a² = 6² + 8² → a² = 100 → a = 10
b.c = a.h → 8.6 = 10.h → h = 48/10 = 4,8
c² = a.m → 6² = 10.m → m = 36/10 = 3,6
b² = a.n → 8² = 10.n → n = 64/10 = 6,4

2) Solução:
13² = 12² + x²
169 = 144 + x²
x² = 25
x=5

8. Determine a diagonal de um quadrado de lado l. 5.12 = 13.y


y = 60/13

3) Solução:
52 = 32 + x2
25 = 9 + x2
x2 = 16
x = √16 = 4

32 = 5m
9. Calcule o perímetro do triângulo retângulo ABC da figura, m=
9
sabendo que o segmento BC é igual a 10 m e cos α = 3/5 5
4 = 5n
2

16
n=
5
9 16
h2 = x
5 5
144
h =
2

25
144
h=
10. Calcule a altura de um triângulo equilátero que tem  10 25
cm de lado. 12
h=
5

Didatismo e Conhecimento 57
MATEMÁTICA
4) Solução: 9) Solução:
x
cos α =
AC = 10 → e ← AB = 24 10
(O é o centro da circunferência) 3 x
=
Solução: 5 10
5x = 30
(BC)2 = 10 2 + 24 2 30
x= =6
(BC)2 = 100 + 576 5
(BC)2 = 676 10 2 = 6 2 + y 2
BC = 676 = 26 100 = 36 + y2
26 y 2 = 100 − 36
x= = 13
2 y 2 = 64 ⇒ y = 64 = 8
P = 10 + 6 + 8 = 24m
5) Solução:
d2 = 52 + 42 10) Solução:
d2 = 25 + 16
d2 = 41
d = √41

6) Solução:
2
⎛ 1⎞
l 2 = h2 ⎜ ⎟
⎝ 2⎠
12 10 2 = 5 2 + h 2
l 2 = h2 +
4 h 2 = 100 − 25
12 h 2 = 75
h2 = l 2 −
4
h = 75 = 5 2.3 = 5 3cm
4l − l 2
2
h2 =
4
2
3l Quadrilátero
h2 =
4
Quadriláteros e a sua classificação
3l 2 l 3
h= =
4 2 Quadrilátero é um polígono com quatro lados e os principais
quadriláteros são: quadrado, retângulo, losango, trapézio e trape-
7) Solução: O triângulo ABC é equilátero. zóide.

l 3
x=
2
8 3
x= =4 3
2

8) Solução:
d2 = l2 + 12
d2 = 2l2
d = √2l2
d = 1√2 No quadrilátero acima, observamos alguns elementos geomé-
tricos:
- Os vértices são os pontos: A, B, C e D.
- Os ângulos internos são A, B, C e D.
- Os lados são os segmentos AB, BC, CD e DA.

Didatismo e Conhecimento 58
MATEMÁTICA
Observação: Ao unir os vértices opostos de um quadrilátero Exercícios
qualquer, obtemos sempre dois triângulos e como a soma das me-
didas dos ângulos internos de um triângulo é 180 graus, concluí- 1. Determine a medida dos ângulos indicados:
mos que a soma dos ângulos internos de um quadrilátero é igual
a 360 graus. a)

Classificação dos Quadriláteros b)

Paralelogramo: É o quadrilátero que tem lados opostos para-


lelos. Num paralelogramo, os ângulos opostos são congruentes. Os
paralelogramos mais importantes recebem nomes especiais:
- Losango: 4 lados congruentes
- Retângulo: 4 ângulos retos (90 graus)
- Quadrado: 4 lados congruentes e 4 ângulos retos.

c)

Trapézio: É o quadrilátero que tem apenas dois lados opos-


tos paralelos. Alguns elementos gráficos de um trapézio (parecido
com aquele de um circo).
2. As medidas dos ângulos internos de um quadrilátero são:
x + 17°; x + 37°; x + 45° e x + 13°. Determine as medidas desses
ângulos.

3. No paralelogramo abaixo, determine as medidas de x e y.

- AB é paralelo a CD
- BC é não é paralelo a AD
- AB é a base maior
- DC é a base menor

Os trapézios recebem nomes de acordo com os triângulos que


têm características semelhantes. Um trapézio pode ser:

- Retângulo: dois ângulos retos


4. A figura abaixo é um losango. Determine o valor de x e
- Isósceles: lados não paralelos congruentes
y, a medida da diagonal AC , da diagonal BD e o perímetro do
triângulo BMC.

- Escaleno: lados não paralelos diferentes

Didatismo e Conhecimento 59
MATEMÁTICA
10. É possível obter a área de um losango cujo lado mede 10
cm?

Respostas

1) Solução:
a) x + 105° + 98º + 87º = 360º
x + 290° = 360°
x = 360° - 290°
x = 70º
5. No retângulo abaixo, determine as medidas de x e y indi- b) x + 80° + 82° = 180°
cadas: x + 162° = 180°
x = 180º - 162º
x = 18°

18º + 90º + y + 90º = 360°


y + 198° = 360°
y = 360º - 198°
y = 162º

c) 3a / 2 + 2a + a / 2 + a = 360º
(3a + 4a + a + 2a) / 2 = 720° /2
10a = 720º
6. Determine as medidas dos ângulos do trapézio da figura a = 720° / 10
abaixo: a =  72°
 
72° + b + 90° = 180°
b + 162° = 180°
b = 180° - 162°
b = 18°.

2) Solução:
x + 17° + x + 37° + x + 45° + x + 13° = 360°
4x + 112° = 360°
4x = 360° - 112°
x = 248° / 4
x = 62°
Então, os ângulos são:
7. A figura abaixo é um trapézio isósceles, onde a, b, c repre- x + 17° = 79°
sentam medidas dos ângulos internos desse trapézio. Determine a x + 37° = 99°
medida de a, b, c. x + 45° = 107º
x + 13° = 75°.

3) Solução:
9y + 16° = 7y + 40°
9y = 7y + 40° - 16°
9y = 7y + 24°
9y - 7y = 24°
2y = 24°
y = 24º /2
y = 12°
8. Sabendo que x é a medida da base maior, y é a medida da
base menor, 5,5 cm é a medida da base média de um trapézio e que Então:
x - y = 5 cm, determine as medidas de x e y. x + (7 * 12° + 40°) = 180°
x = 180º - 124°
9. Seja um paralelogramo com as medidas da base e da altura x = 56°
respectivamente, indicadas por b e h. Se construirmos um outro
paralelogramo que tem o dobro da base e o dobro da altura do 4) Solução:
outro paralelogramo, qual será relação entre as áreas dos parale- x = 15
logramos? y = 20

Didatismo e Conhecimento 60
MATEMÁTICA
9) Solução:
AC = 20 + 20 = 40
A2 = (2b)(2h) = 4 bh = 4 A1
BD = 15 + 15 = 30
BMC = 15 + 20 + 25 = 60.
10) Solução:
Não, pois os ângulos entre os lados de dois losangos, podem
5) Solução:
ser diferentes.
12 x + 2° + 5 x + 3° = 90°
17 x + 5° = 90°
17 x = 90° - 5° FIGURAS GEOMÉTRICAS PLANAS
17 x = 85° (PERÍMETROS E ÁREAS) –
x = 85° / 17° = 5°
y = 5x + 3°
y = 5 (5°) + 3°
y = 28°
A Geometria é a parte da matemática que estuda as figuras e
6) Solução: suas propriedades. A geometria estuda figuras abstratas, de uma
x + 27° + 90° = 180° perfeição não existente na realidade. Apesar disso, podemos ter
x + 117° = 180° uma boa ideia das figuras geométricas, observando objetos reais,
x = 180° - 117° como o aro da cesta de basquete que sugere uma circunferência,
x = 63° as portas e janelas que sugerem retângulos e o dado que sugere
um cubo.
y + 34° + 90° = 180°
y + 124° = 180° As Figuras Básicas
y = 180° - 124°
y = 56° Aproveitaremos o cubo, figura bastante conhecida de todos,
para mencionar três figuras básicas da geometria: o ponto, a reta
As medidas dos ângulos são: e o plano.
63° ; 56° ; 90° + 27° = 117° ; 90 + 34° = 124°. No cubo seguinte, três faces são visíveis, e três não. As três
faces visíveis têm em comum apenas o ponto A.
7) Solução:
c = 117°
a + 117° = 180°
a = 180° - 117°
a = 63°
b = 63°

8) Solução:

⎧x + y ⎫ Os matemáticos consideram que os pontos são tão pequenos


⎪ = 5,5 ⎪
⎨ 2 ⎬ que não chegam a ter tamanho algum. Para representar um ponto
⎪⎩ x − y = 5 ⎪⎭ fazemos uma marca bem pequena no papel e para nomeá-lo
usamos uma letra maiúscula: A, B, C, etc.
x+y
= 5,5 Considere agora a face superior do cubo e a face que vemos
2 à direita. Estas faces têm em comum o segmento de reta , com
x + y = 11 extremidades nos pontos A e B.
x + y = 11
x-y=5
__________

2x + 0 = 16 →
O segmento AB (“tem começo e fim”)
2x = 16/2
x=8

x + y = 11 
8 + y = 11
y = 11 – 8 →
Nas próximas figuras, indicamos a semi-reta AB , de origem
y=3 A, e a semi-reta BA, de origem B.

Didatismo e Conhecimento 61
MATEMÁTICA

→ →
A semi-reta AB A semi-reta BA
(sua origem é A e “ela (sua origem é B e “ela A conta que faríamos seria somar todos os lados da sala,
não tem fim”) não tem fim”) menos 1m da largura da porta, ou seja:
P = (5 + 5 + 8 + 8) – 1
→ P = 26 – 1
A seguir, indicamos a reta AB . P = 25


A reta AB
(“não tem começo nem fim”)

Os matemáticos consideram que as retas não têm largura. Para



nomeá-las, além de notações como AB , é muito comum o uso de
letras minúsculas: r, s, t, etc. Colocaríamos 25m de rodapé.
Prolongando indefinidamente uma face de um cubo em todas A soma de todos os lados da planta baixa se chama Perímetro.
as direções, como indica a próxima figura, temos um plano. Portanto, Perímetro é a soma dos lados de uma figura plana.

Área
Área é a medida de uma superfície.
A área do campo de futebol é a medida de sua superfície
O plano α (gramado).
Se pegarmos outro campo de futebol e colocarmos em uma
malha quadriculada, a sua área será equivalente à quantidade de
quadradinho. Se cada quadrado for uma unidade de área:
Os planos não têm espessura. Para nomeá-los, usamos letras
gregas, principalmente as três primeiras α (alfa), β (beta) e γ
(gama).

Perímetro

Entendendo o que é perímetro.


Imagine uma sala de aula de 5m de largura por 8m de
comprimento.
Quantos metros lineares serão necessários para colocar rodapé
nesta sala, sabendo que a porta mede 1m de largura e que nela não
se coloca rodapé?
Veremos que a área do campo de futebol é 70 unidades de
área.
A unidade de medida da área é: m² (metros quadrados), cm²
(centímetros quadrados), e outros.
Se tivermos uma figura do tipo:

Didatismo e Conhecimento 62
MATEMÁTICA
O retângulo acima tem as mesmas dimensões que o outro,
só que representado de forma diferente. O cálculo da área do
retângulo pode ficar também da seguinte forma:

A=6.4
A = 24 cm2

Podemos concluir que a área de qualquer retângulo é:

Sua área será um valor aproximado. Cada é uma unidade,


então a área aproximada dessa figura será de 4 unidades.
No estudo da matemática calculamos áreas de figuras planas e
para cada figura há uma fórmula pra calcular a sua área.

Área do Retângulo

Existe dois tipos de retângulos: com lados todos iguais A=b.h


(quadrado) e com os lados diferentes.
Quadrado 

É um tipo de retângulo específico, pois tem todos os lados


iguais. Sua área também é calculada com o produto da base pela
altura. Mas podemos resumir essa fórmula:

No cálculo de qualquer retângulo podemos seguir o raciocínio


abaixo:

Como todos os lados são iguais, podemos dizer que base é


igual a e a altura igual a , então, substituindo na fórmula A
= b . h, temos:

A=  .   

Pegamos um retângulo e colocamos em uma malha


quadriculada onde cada quadrado tem dimensões de 1 cm. Se
contarmos, veremos que há 24 quadrados de 1 cm de dimensões
no retângulo. Como sabemos que a área é a medida da superfície
de uma figuras podemos dizer que 24 quadrados de 1 cm de
dimensões é a área do retângulo. Área do Trapézio

A área do trapézio está relacionada com a área do triângulo


que é calculada utilizando a seguinte fórmula:

A = b . h (b = base e h = altura).
        2

Observe o desenho de um trapézio e os seus elementos mais


importantes (elementos utilizados no cálculo da sua área):

Didatismo e Conhecimento 63
MATEMÁTICA
AT = A∆1 + A∆2

AT = B . h + b . h
              2         2

AT = B . h + b . h → colocar a altura (h) em evidência, pois é


um termo comum aos dois fatores.         2

AT = h (B + b)
                   2

Um trapézio é formado por uma base maior (B), por uma base Portanto, no cálculo da área de um trapézio qualquer
menor (b) e por uma altura (h). utilizamos a seguinte fórmula:

Para fazermos o cálculo da área do trapézio é preciso dividi-lo A = h (B + b)


em dois triângulos, veja como:                2
Primeiro: completamos as alturas no trapézio:
h = altura
B = base maior do trapézio
b = base menor do trapézio

Área do Triângulo

Observe o retângulo abaixo, ele está dividido ao meio pela


diagonal:

Segundo: o dividimos em dois triângulos:

A área do retângulo é A = b. h, a medida da área de cada metade


será a área do retângulo dividida por dois. Cada parte dividida do
retângulo é um triângulo, assim podemos concluir que a área do
triangulo será:

A=b.h
          2

Mas como veremos a altura no triângulo? A altura deve ser


A área desse trapézio pode ser calculada somando as áreas dos sempre perpendicular à base do triângulo.
dois triângulos (∆CFD e ∆CEF).
Antes de fazer o cálculo da área de cada triângulo
separadamente observamos que eles possuem bases diferentes e
alturas iguais.

Cálculo da área do ∆CEF:


No triângulo retângulo é fácil ver a altura, pois é o próprio
A∆1 = B . h lado do triângulo, e forma com a base um ângulo de 90° (ângulo
                2 reto).

Cálculo da área do ∆CFD:

A∆2 = b . h
                2

Somando as duas áreas encontradas, teremos o cálculo da área


de um trapézio qualquer:

Didatismo e Conhecimento 64
MATEMÁTICA
Quando a altura não coincide com o lado do triângulo,
devemos traçar uma reta perpendicular à base (formando um SÓLIDOS GEOMÉTRICOS
ângulo de 90º com a base) que será a altura do triângulo. (FIGURAS ESPACIAIS): SEUS
ELEMENTOS E VOLUMES;
Observe o exemplo:

Observe o triângulo equilátero (todos os lados iguais). Calcule


a sua área.
Sólidos Geométricos

Para explicar o cálculo do volume de figuras geométricas, po-


demos pedir que visualizem a seguinte figura:

a) A  figura representa a planificação de um prisma reto;


Como o valor da altura não está indicado, devemos calcular b) O volume de um prisma reto é igual ao produto da área da
o seu valor, para isso utilizaremos o teorema de Pitágoras no base pela altura do sólido, isto é
triângulo: V = Ab x a
c) O cubo e o paralelepípedo retângulo são prismas;
d) O volume do cilindro também se pode calcular da mesma
forma que o volume de um prisma reto.
Os formulários seguintes, das figuras geométricas são para
calcular da mesma forma que as acima apresentadas:

Figuras Geométricas:

42 = h2 + 22
16 = h2 + 4
16 – 4 = h2
12 = h2
h = √12
h = 2√3 cm

Com o valor da altura, basta substituir na fórmula   o valor da


base e da altura.

A = 4 . 2√3
            2

A = 2 . 2√3
O conceito de cone
A = 4 √3 cm2

Didatismo e Conhecimento 65
MATEMÁTICA
Considere uma região plana limitada por uma curva suave 3. Em um cone circular reto, todas as geratrizes são congruen-
(sem quinas), fechada e um ponto P fora desse plano. Chamamos tes entre si. Se g é a medida de cada geratriz então, pelo Teorema
de cone ao sólido formado pela reunião de todos os segmentos de de Pitágoras, temos: g2 = h2 + R2
reta que têm uma extremidade em P e a outra num ponto qualquer 4. A Área Lateral de um cone circular reto pode ser obtida em
da região. função de g (medida da geratriz) e R (raio da base do cone):ALat
= Pi R g
Elementos do cone 5. A Área total de um cone circular reto pode ser obtida em
- Base: A base do cone é a região plana contida no interior da função de g (medida da geratriz) e R (raio da base do cone):
curva, inclusive a própria curva. ATotal = Pi R g + Pi R2
- Vértice: O vértice do cone é o ponto P.
- Eixo: Quando a base do cone é uma região que possui cen-
tro, o eixo é o segmento de reta que passa pelo vértice P e pelo
centro da base.
- Geratriz: Qualquer segmento que tenha uma extremidade
no vértice do cone e a outra na curva que envolve a base.
- Altura: Distância do vértice do cone ao plano da base.
- Superfície lateral: A superfície lateral do cone é a reunião
de todos os segmentos de reta que tem uma extremidade em P e a
outra na curva que envolve a base. Cones Equiláteros
- Superfície do cone: A superfície do cone é a reunião da su-
perfície lateral com a base do cone que é o círculo.
- Seção meridiana: A seção meridiana de um cone é uma re-
gião triangular obtida pela interseção do cone com um plano que
contem o eixo do mesmo.

Classificação do cone

Um cone circular reto é um cone equilátero se a sua seção


meridiana é uma região triangular equilátera e neste caso a medida
da geratriz é igual à medida do diâmetro da base.
A área da base do cone é dada por:
Quando observamos a posição relativa do eixo em relação à ABase=Pi R2
base, os cones podem ser classificados como retos ou oblíquos.
Um cone é dito reto quando o eixo é perpendicular ao plano da Pelo Teorema de Pitágoras temos:
base e é oblíquo quando não é um cone reto. Ao lado apresenta- (2R)2 = h2 + R2
mos um cone oblíquo. h2 = 4R2 - R2 = 3R2
Observação: Para efeito de aplicações, os cones mais impor-
tantes são os cones retos. Em função das bases, os cones recebem Assim:
nomes especiais. Por exemplo, um cone é dito circular se a base é h=R
um círculo e é dito elíptico se a base é uma região elíptica. Como o volume do cone é obtido por 1/3 do produto da área
da base pela altura, então:

V = (1/3) Pi R3
Como a área lateral pode ser obtida por:
ALat = Pi R g = Pi R 2R = 2 Pi R2
então a área total será dada por:
ATotal = 3 Pi R2

Observações sobre um cone circular reto O conceito de esfera

1. Um cone circular reto é chamado cone de revolução por A esfera no espaço R³ é uma superfície muito importante em
ser obtido pela rotação (revolução) de um triângulo retângulo em função de suas aplicações a problemas da vida. Do ponto de vista
torno de um de seus catetos matemático, a esfera no espaço R³ é confundida com o sólido geo-
2. A seção meridiana do cone circular reto é a interseção do métrico (disco esférico) envolvido pela mesma, razão pela quais
cone com um plano que contem o eixo do cone. No caso acima, a muitas pessoas calculam o volume da esfera. Na maioria dos livros
seção meridiana é a região triangular limitada pelo triângulo isós- elementares sobre Geometria, a esfera é tratada como se fosse um
celes VAB. sólido, herança da Geometria Euclidiana.

Didatismo e Conhecimento 66
MATEMÁTICA
Embora não seja correto, muitas vezes necessitamos falar pa- É comum encontrarmos na literatura básica a definição de es-
lavras que sejam entendidas pela coletividade. De um ponto de fera como sendo o sólido esférico, no entanto não se devem con-
vista mais cuidadoso, a esfera no espaço R³ é um objeto matemá- fundir estes conceitos. Se houver interesse em aprofundar os estu-
tico parametrizado por duas dimensões, o que significa que pode- dos desses detalhes, deve-se tomar algum bom livro de Geometria
mos obter medidas de área e de comprimento, mas o volume tem Diferencial que é a área da Matemática que trata do detalhamento
medida nula. Há outras esferas, cada uma definida no seu respec- de tais situações.
tivo espaço n-dimensional. Um caso interessante é a esfera na reta
unidimensional:
So = {x em R: x²=1} = {+1,-1}
Por exemplo, a esfera
S1 = { (x,y) em R²: x² + y² = 1 }
é conhecida por nós como uma circunferência de raio unitário
centrada na origem do plano cartesiano.

Aplicação: volumes de líquidos


Um problema fundamental para empresas que armazenam lí-
quidos em tanques esféricos, cilíndricos ou esféricos e cilíndricos
é a necessidade de realizar cálculos de volumes de regiões esfé- O disco esférico é o conjunto de todos os pontos do espaço
ricas a partir do conhecimento da altura do líquido colocado na que estão localizados na casca e dentro da esfera. Do ponto de
mesma. Por exemplo, quando um tanque é esférico, ele possui um vista prático, o disco esférico pode ser pensado como a reunião
orifício na parte superior (pólo Norte) por onde é introduzida verti- da película fina que envolve o sólido esférico com a região sólida
calmente uma vara com indicadores de medidas. Ao retirar a vara, dentro da esfera. Em uma melancia esférica, o disco esférico pode
observa-se o nível de líquido que fica impregnado na vara e esta ser visto como toda a fruta.
medida corresponde à altura de líquido contido na região esférica. Quando indicamos o raio da esfera pela letra R e o centro da
Este não é um problema trivial, como observaremos pelos cálculos esfera pelo ponto (0,0,0), a equação da esfera é dada por:
realizados na sequência. x² + y² + z² = R²
e a relação matemática que define o disco esférico é o conjun-
to que contém a casca reunido com o interior, isto é:

x² + y² + z² < R²
Quando indicamos o raio da esfera pela letra R e o centro da
esfera pelo ponto (xo,yo,zo), a equação da esfera é dada por:

(x-xo)² + (y-yo)² + (z-zo)² = R²


e a relação matemática que define o disco esférico é o conjun-
to que contém a casca reunido com o interior, isto é, o conjunto de
todos os pontos (x,y,z) em R³ tal que:
A seguir apresentaremos elementos esféricos básicos e algu-
mas fórmulas para cálculos de áreas na esfera e volumes em um (x-xo)² + (y-yo)² + (z-zo)² < R²
sólido esférico. Da forma como está definida, a esfera centrada na origem pode
ser construída no espaço euclidiano R³ de modo que o centro da mes-
A superfície esférica ma venha a coincidir com a origem do sistema cartesiano R³, logo
podemos fazer passar os eixos OX, OY e OZ, pelo ponto (0,0,0).
A esfera no espaço R³ é o conjunto de todos os pontos do
espaço que estão localizados a uma mesma distância denominada
raio de um ponto fixo chamado centro.
Uma notação para a esfera com raio unitário centrada na ori-
gem de R³ é:
S² = { (x,y,z) em R³: x² + y² + z² = 1 }

Uma esfera de raio unitário centrada na origem de R4 é dada


por:
S³ = { (w,x,y,z) em R4: w² + x² + y² + z² = 1 }

Você conseguiria imaginar espacialmente tal esfera? Seccionando a esfera x²+y²+z²=R² com o plano z=0, obtere-
Do ponto de vista prático, a esfera pode ser pensada como a mos duas superfícies semelhantes: o hemisfério Norte (“boca para
película fina que envolve um sólido esférico. Em uma melancia baixo”) que é o conjunto de todos os pontos da esfera onde a cota
esférica, a esfera poderia ser considerada a película verde (casca) z é não negativa e o hemisfério Sul (“boca para cima”) que é o
que envolve a fruta. conjunto de todos os pontos da esfera onde a cota z não é positiva.

Didatismo e Conhecimento 67
MATEMÁTICA
Se seccionarmos a esfera x²+y²+z²=R² por um plano vertical
que passa em (0,0,0), por exemplo, o plano x=0, teremos uma cir-
cunferência maximal C da esfera que é uma circunferência contida
na esfera cuja medida do raio coincide com a medida do raio da es-
fera, construída no plano YZ e a equação desta circunferência será:
x=0, y² + z² = R2
sendo que esta circunferência intersecta o eixo OZ nos pontos
de coordenadas (0,0,R) e (0,0,-R). Existem infinitas circunferên- No que segue, usaremos esfera tanto para o sólido como para
cias maximais em uma esfera. a superfície, “calota esférica” para o sólido envolvido pela calota
Se rodarmos esta circunferência maximal C em torno do eixo esférica, a letra maiúscula R para entender o raio da esfera sobre
OZ, obteremos a esfera através da rotação e por este motivo, a a qual estamos realizando os cálculos, V será o volume, A(lateral)
esfera é uma superfície de revolução. será a área lateral e A(total) será a área total.
Se tomarmos um arco contido na circunferência maximal
cujas extremidades são os pontos (0,0,R) e (0,p,q) tal que p²+q²=R² Algumas fórmulas (relações) para objetos esféricos
e rodarmos este arco em torno do eixo OZ, obteremos uma super-
fície denominada calota esférica. Objeto Relações e fórmulas
Volume = (4/3) Pi R³
Esfera
A(total) = 4 Pi R²
R² = h (2R-h)
Calota esférica (altura h, raio A(lateral) = 2 Pi R h
da base r) A(total) = Pi h (4R-h)
V=Pi.h²(3R-h)/3=Pi(3R²+h²)/6
R² = a² + [(r1² -r2²-h²)/2h)]²
Segmento esférico (altura h, A(lateral) = 2 Pi R h
Na prática, as pessoas usam o termo calota esférica para repre- raios das bases r1>r²) A(total) = Pi(2Rh+r1²+r2²)
sentar tanto a superfície como o sólido geométrico envolvido pela Volume=Pi.h(3r1²+3r2²+h²)/6
calota esférica. Para evitar confusões, usarei “calota esférica” com
Estas fórmulas podem ser obtidas como aplicações do Cálculo
aspas para o sólido e sem aspas para a superfície.
Diferencial e Integral, mas nós nos limitaremos a apresentar um
A partir da rotação, construiremos duas calotas em uma esfe-
processo matemático para a obtenção da fórmula do cálculo do
ra, de modo que as extremidades dos arcos sejam (0,0,R) e (0,p,q)
volume da “calota esférica” em função da altura da mesma.
com p²+q²=R² no primeiro caso (calota Norte) e no segundo caso
(calota Sul) as extremidades dos arcos (0,0,-R) e (0,r,-s) com
Volume de uma calota no hemisfério Sul
r²+s²=R² e retirarmos estas duas calotas da esfera, teremos uma
superfície de revolução denominada zona esférica.
Consideremos a esfera centrada no ponto (0,0,R) com raio R.

De um ponto de vista prático, consideremos uma melancia


esférica. Com uma faca, cortamos uma “calota esférica” superior
e uma “calota esférica” inferior. O que sobra da melancia é uma
A equação desta esfera será dada por:
região sólida envolvida pela zona esférica, algumas vezes denomi-
x² + y² + (z-R)² = R²
nada zona esférica.
Consideremos uma “calota esférica” com altura h1 e raio da
A altura da calota será indicada pela letra h e o plano que
base r1 e retiremos desta calota uma outra “calota esférica” com
coincide com o nível do líquido (cota) será indicado por z=h. A
altura h2 e raio da base r2, de tal modo que os planos das bases de
interseção entre a esfera e este plano é dado pela circunferência
ambas sejam paralelos. A região sólida determinada pela calota
x² + y² = R² - (h-R)²
maior menos a calota menor recebe o nome de segmento esférico
com bases paralelas.
Obteremos o volume da calota esférica com a altura h menor
ou igual ao raio R da esfera, isto é, h pertence ao intervalo [0,R]
e neste caso poderemos explicitar o valor de z em função de x e y
para obter:

Didatismo e Conhecimento 68
MATEMÁTICA

z = R − R 2 − (x 2 + y 2 )

Para simplificar as operações algébricas, usaremos a letra r


para indicar:
r² = R² - (h-R)² = h(2R-h)
A região circular S de integração será descrita por x²+y²<R²
ou em coordenadas polares através de:
0<m<R, 0<t<2Pi

A integral dupla que representa o volume da calota em função Lançaremos mão de uma propriedade de simetria da esfera
da altura h é dada por: que nos diz que o volume da calota superior assim como da calota
Vc(h) = ∫ ∫ s (h − z)dxdy inferior somente depende do raio R da esfera e da altura h e não da
posição relativa ocupada.
Aproveitaremos o resultado do cálculo utilizado para a calota
ou seja do hemisfério Sul. Tomaremos a altura tal que: h=2R-d, onde d é
Vc(h) = ∫ ∫ s (h − R + R 2 − (x 2 + y 2 ))dxdy a altura da região que não contém o líquido. Como o volume desta
calota vazia é dado por:

Escrita em Coordenadas Polares, esta integral fica na forma: VC(d) = Pi d²(3R-d)/3


e como h=2R-d, então para h no intervalo [R,2R], poderemos
2x R escrever o volume da calota vazia em função de h:
Vc(h) = ∫ ∫ (h − R +
t=0 m=0
R 2 − m 2 )mdmdt VC(h) = Pi (2R-h)²(R+h)/3

Para obter o volume ocupado pelo líquido, em função da altu-


Após realizar a integral na variável t, podemos separá-la em ra, basta tomar o volume total da região esférica e retirar o volume
duas integrais: da calota vazia, para obter:
R R V(h) = 4Pi R³/3 - Pi (2R-h)²(R+h)/3
Vc(h) = 2π { ∫ (h − R)m dm + ∫ R 2 − m 2 mdm} que pode ser simplificada para:
0 0 V(h) = Pi h²(3R-h)/3
ou seja:
R Independentemente do fato que a altura h esteja no intervalo
Vc(h) = π {(h − R)R 2 − ∫ R 2 − m 2 (−2m)dm} [0,R] ou [R,2R] ou de uma forma geral em [0,2R], o cálculo do
0 volume ocupado pelo líquido é dado por:
Com a mudança de variável u=R²-m² e du=(-2m)dm podere- V(h) = Pi h²(3R-h)/3
mos reescrever:
R2 Poliedro
Vc(h) = π {(h − R)R 2 + ∫ u du}
u=0 Poliedro é um sólido limitado externamente por planos no es-
paço R³. As regiões planas que limitam este sólido são as faces do
Após alguns cálculos obtemos: poliedro. As interseções das faces são as arestas do poliedro. As
VC(h) = Pi (h-R) [R² -(h-R)²] - (2/3)Pi[(R-h)³ - R³] interseções das arestas são os vértices do poliedro. Cada face é
e assim temos a fórmula para o cálculo do volume da calota uma região poligonal contendo n lados.
esférica no hemisfério Sul com a altura h no intervalo [0,R], dada Poliedros convexos são aqueles cujos ângulos diedrais forma-
por: dos por planos adjacentes têm medidas menores do que 180 graus.
VC(h) = Pi h²(3R-h)/3 Outra definição: Dados quaisquer dois pontos de um poliedro con-
vexo, o segmento que tem esses pontos como extremidades, deve-
Volume de uma calota no hemisfério Norte rá estar inteiramente contido no poliedro.

Se o nível do líquido mostra que a altura h já ultrapassou o Poliedros Regulares


raio R da região esférica, então a altura h está no intervalo [R,2R]
Um poliedro é regular se todas as suas faces são regiões poli-
gonais regulares com n lados, o que significa que o mesmo número
de arestas se encontram em cada vértice.

Didatismo e Conhecimento 69
MATEMÁTICA
Tetraedro Hexaedro (cubo) Octaedro Princípio de Cavaliere
Consideremos um plano P sobre o qual estão apoiados dois
sólidos com a mesma altura. Se todo plano paralelo ao plano dado
interceptar os sólidos com seções de áreas iguais, então os volu-
mes dos sólidos também serão iguais.

Prisma regular
É um prisma reto cujas bases são regiões poligonais regulares.
Exemplos:
Um prisma triangular regular é um prisma reto cuja base é um
Áreas e Volumes
triângulo equilátero.
Um prisma quadrangular regular é um prisma reto cuja base
Poliedro regular Área Volume é um quadrado.
Tetraedro a2 R[3] (1/12) a³ R[2]
Hexaedro 6 a2 a³ Planificação do prisma
Octaedro 2 a2 R[3] (1/3) a³ R[2]
Dodecaedro 3a2 R{25+10·R[5]} (1/4) a³ (15+7·R[5])
Icosaedro 5a2 R[3] (5/12) a³ (3+R[5])

Nesta tabela, a notação R[z] significa a raiz quadrada de


z>0.

Prisma

Prisma é um sólido geométrico delimitado por faces planas,


no qual as bases se situam em planos paralelos. Quanto à inclina-
ção das arestas laterais, os prismas podem ser retos ou oblíquos.

Prisma reto
As arestas laterais têm o mesmo comprimento. Um prisma é um sólido formado por todos os pontos do espa-
As arestas laterais são perpendiculares ao plano da base. ço localizados dentro dos planos que contêm as faces laterais e os
As faces laterais são retangulares. planos das bases. As faces laterais e as bases formam a envoltória
deste sólido. Esta envoltória é uma “superfície” que pode ser pla-
Prisma oblíquo nificada no plano cartesiano.
As arestas laterais têm o mesmo comprimento. Tal planificação se realiza como se cortássemos com uma te-
As arestas laterais são oblíquas ao plano da base. soura esta envoltória exatamente sobre as arestas para obter uma
As faces laterais não são retangulares. região plana formada por áreas congruentes às faces laterais e às
bases.
Bases: regiões poligonais A planificação é útil para facilitar os cálculos das áreas lateral
congruentes e total.
Altura: distância entre
as bases Volume de um prisma
Arestas laterais O volume de um prisma é dado por:
paralelas: mesmas
medidas Vprisma = Abase . h
Faces laterais:
paralelogramos Área lateral de um prisma reto com base poligonal regular
Prisma reto Aspectos comuns Prisma oblíquo
A área lateral de um prisma reto que tem por base uma região
poligonal regular de n lados é dada pela soma das áreas das fa-
Seções de um prisma
ces laterais. Como neste caso todas as áreas das faces laterais são
Seção transversal
iguais, basta tomar a área lateral como:
É a região poligonal obtida pela interseção do prisma com um
plano paralelo às bases, sendo que esta região poligonal é con-
gruente a cada uma das bases.

Seção reta (seção normal)


É uma seção determinada por um plano perpendicular às ares-
tas laterais.

Didatismo e Conhecimento 70
MATEMÁTICA
Cilindros Cilindro circular reto As geratrizes são perpendiculares aos
planos das bases. Este tipo de cilindro é também chamado de ci-
lindro de revolução, pois é gerado pela rotação de um retângulo.

Cilindro equilátero É um cilindro de revolução cuja seção


meridiana é um quadrado.

Volume de um “cilindro”
Seja P um plano e nele vamos construir um círculo de raio r.
Tomemos também um segmento de reta PQ que não seja paralelo Em um cilindro, o volume é dado pelo produto da área da base
ao plano P e nem esteja contido neste plano P. pela altura.
Um cilindro circular é a reunião de todos os segmentos con- V = Abase × h
gruentes e paralelos a PQ com uma extremidade no círculo. Se a base é um círculo de raio r, então:
Observamos que um cilindro é uma superfície no espaço R3, V = r2 h
mas muitas vezes vale a pena considerar o cilindro com a região
sólida contida dentro do cilindro. Quando nos referirmos ao cilin- Áreas lateral e total de um cilindro circular reto
dro como um sólido usaremos aspas, isto é, “cilindro” e quando
for à superfície, simplesmente escreveremos cilindro. Quando temos um cilindro circular reto, a área lateral é dada
A reta que contém o segmento PQ é denominada geratriz e a por:
curva que fica no plano do “chão” é a diretriz. Alat = 2 r h
onde r é o raio da base e h é a altura do cilindro.
Atot = Alat + 2 Abase
Atot = 2 r h + 2 r2
Atot = 2 r(h+r)

Exercícios

1. Dado o cilindro circular equilátero (h = 2r), calcular a área


lateral e a área total.

2. Seja um cilindro circular reto de raio igual a 2cm e altura


Em função da inclinação do segmento PQ em relação ao plano
3cm. Calcular a área lateral, área total e o seu volume.
do “chão”, o cilindro será chamado reto ou oblíquo, respectiva-
mente, se o segmento PQ for perpendicular ou oblíquo ao plano
que contém a curva diretriz. 3. As áreas das bases de um cone circular reto e de um prisma
quadrangular reto são iguais. O prisma tem altura 12 cm e volume
Objetos geométricos em um “cilindro” igual ao dobro do volume do cone. Determinar a altura do cone.
Num cilindro, podemos identificar vários elementos:
- Base É a região plana contendo a curva diretriz e todo o seu 4. Anderson colocou uma casquinha de sorvete dentro de uma
interior. Num cilindro existem duas bases. lata cilíndrica de mesma base, mesmo raio R e mesma altura h da
- Eixo É o segmento de reta que liga os centros das bases do casquinha. Qual é o volume do espaço (vazio) compreendido entre
“cilindro”. a lata e a casquinha de sorvete?
- Altura A altura de um cilindro é a distância entre os dois
planos paralelos que contêm as bases do “cilindro”. Respostas
- Superfície Lateral É o conjunto de todos os pontos do espa-
ço, que não estejam nas bases, obtidos pelo deslocamento paralelo 1) Solução: No cilindro equilátero, a área lateral e a área total
da geratriz sempre apoiada sobre a curva diretriz. é dada por:
- Superfície Total É o conjunto de todos os pontos da superfí-
cie lateral reunido com os pontos das bases do cilindro. Alat = 2 r. 2r = 4 r2
- Área lateral É a medida da superfície lateral do cilindro. Atot = Alat + 2 Abase
- Área total É a medida da superfície total do cilindro. Atot = 4 r2 + 2 r2 = 6 r2
- Seção meridiana de um cilindro É uma região poligonal V = Abase h = r2. 2r = 2 r3
obtida pela interseção de um plano vertical que passa pelo centro
do cilindro com o cilindro. 2) Solução: Cálculo da Área lateral Alat = 2 r h = 2 2.3 =
12 cm2
Classificação dos cilindros circulares Cálculo da Área total Atot = Alat + 2 Abase Atot = 12 + 2 22 =
12 + 8 = 20 cm2
Cilindro circular oblíquo Apresenta as geratrizes oblíquas Cálculo do Volume V = Abase × h = r2 × h V = 22 × 3 =
em relação aos planos das bases. × 4 × 3 = 12 cm33

Didatismo e Conhecimento 71
MATEMÁTICA
3) Solução: Exemplo
hprisma = 12
Abase do prisma = Abase do cone = A Consideremos os conjuntos A = {0, 1, 2, 3, 5} e B = {0, 1, 2,
Vprisma = 2 Vcone 3, 4, 5, 6, 7, 8}.
A hprisma = 2(A h)/3
12 = 2.h/3 Vamos definir a função f de A em B com f(x) = x + 1.
h =18 cm Tomamos um elemento do conjunto A, representado por
x, substituímos este elemento na sentença f(x), efetuamos as
operações indicadas e o resultado será a imagem do elemento x,
4) Solução:
representada por y.
V = Vcilindro - Vcone
V = Abase h - (1/3) Abase h
V = Pi R2 h - (1/3) Pi R2 h
V = (2/3) Pi R2 h cm3

FUNÇÕES DO 1º E 2º GRAUS;
f: A → B
y = f(x) = x + 1
Função do 1˚ Grau
Tipos de Função
Dados dois conjuntos A e B, não-vazios, função é uma relação
binária de A em B de tal maneira que todo elemento x, pertencente Injetora: Quando para ela elementos distintos do domínio
ao conjunto A, tem para si um único correspondente y, pertencente apresentam imagens também distintas no contradomínio.
ao conjunto B, que é chamado de imagem de x.

Notemos que, para uma relação binária dos conjuntos A e B, Reconhecemos, graficamente, uma função injetora quando,
nesta ordem, representarem uma função é preciso que: uma reta horizontal, qualquer que seja interceptar o gráfico da
função, uma única vez.
- Todo elemento do conjunto A tenha algum correspondente
(imagem) no conjunto B;
- Para cada elemento do conjunto A exista um único
correspondente (imagem) no conjunto B.

Assim como em relação, usamos para as funções, que são


relações especiais, a seguinte linguagem:

Domínio: Conjunto dos elementos que possuem imagem.


Portanto, todo o conjunto A, ou seja, D = A.
f(x) é injetora g(x) não é injetora
Contradomínio: Conjunto dos elementos que se colocam (interceptou o gráfico mais
à disposição para serem ou não imagem dos elementos de A. de uma vez)
Portanto, todo conjunto B, ou seja, CD = B.
Conjunto Imagem: Subconjunto do conjunto B formado por Sobrejetora: Quando todos os elementos do contradomínio
todos os elementos que são imagens dos elementos do conjunto A, forem imagens de pelo menos um elemento do domínio.
ou seja, no exemplo anterior: Im = {a, b, c}.

Didatismo e Conhecimento 72
MATEMÁTICA

Reconhecemos, graficamente, uma função sobrejetora


x1<x2 → f(x1)>f(x2)
quando, qualquer que seja a reta horizontal que interceptar o eixo
no contradomínio, interceptar, também, pelo menos uma vez o
gráfico da função. Função constante: A função f(x), num determinado intervalo,
é constante se, para quaisquer x1 < x2, tivermos f(x1) = f(x2).

f(x) é sobrejetora g(x) não é sobrejetora


(não interceptou o gráfico)
Gráficos de uma Função
Bijetora: Quando apresentar as características de função A apresentação de uma função por meio de seu gráfico é muito
injetora e ao mesmo tempo, de sobrejetora, ou seja, elementos importante, não só na Matemática como nos diversos ramos dos
distintos têm sempre imagens distintas e todos os elementos
estudos científicos.
do contradomínio são imagens de pelo menos um elemento do
domínio.
Exemplo
Consideremos a função real f(x) = 2x – 1. Vamos construir
uma tabela fornecendo valores para x e, por meio da sentença f(x),
obteremos as imagens y correspondentes.

x y = 2x – 1
–2 –5
–1 –3
0 –1
Função crescente: A função f(x), num determinado intervalo,
é crescente se, para quaisquer x1 e x2 pertencentes a este intervalo, 1 1
com x1<x2, tivermos f(x1)<f(x2). 2 3
3 5

Transportados os pares ordenados para o plano cartesiano,


vamos obter o gráfico correspondente à função f(x).

x1<x2 → f(x1)<f(x2)
Função decrescente: Função f(x), num determinado intervalo,
é decrescente se, para quaisquer x1 e x2 pertencente a este intervalo,
com x1 < x2, tivermos f(x1)>f(x2).

Didatismo e Conhecimento 73
MATEMÁTICA
Consideremos a função f(x) = ax + b com a ≠ 0, em que x0 é a
raiz da função f(x).

a>0 a<0

x>x0⇒f(x)>0 x>x0⇒f(x)<0
x=x0⇒f(x)=0 x=x0⇒f(x)=0
x<x0⇒f(x)<0 x<x0⇒f(x)>0

Conclusão: O gráfico de uma função do 1º grau é uma reta


crescente para a > 0 e uma reta decrescente para a < 0.
Exemplo para a > 0
Consideremos f(x) = 2x – 1. Zeros da Função do 1º grau:
x f(x)
Chama-se zero ou raiz da função do 1º grau y = ax + b o valor
-1 -3 de x que anula a função, isto é, o valor de x para que y seja igual
0 -1 à zero.
Assim, para achar o zero da função y = ax + b, basta resolver
1 1
a equação ax + b = 0.
2 3
Exemplo

Determinar o zero da função:


y = 2x – 4.
2x – 4 = 0
2x = 4
x= 4
x = 22

Exemplo para a < 0 O zero da função y = 2x – 4 é 2.


Consideremos f(x) = –x + 1.
No plano cartesiano, o zero da função do 1º grau é representado
x f(x) pela abscissa do ponto onde a reta corta o eixo x.
-1 2 x y (x,y)
0 1 1 -2 (1, -2)
1 0 3 2 (3,2)
2 -1

Observe que a reta y = 2x – 4 intercepta o eixo x no ponto


(2,0), ou seja, no ponto de abscissa 2, que é o zero da função.
Conhecido o zero de uma função do 1º grau e lembrando
a inclinação que a reta pode ter, podemos esboçar o gráfico da
função.

Didatismo e Conhecimento 74
MATEMÁTICA
Estudo do sinal da função do 1º grau: Relação Binária
Estudar o sinal da função do 1º grau y = ax + b é determinar os
valores reais de x para que: Par Ordenado
- A função se anule (y = 0);
- A função seja positiva (y > 0); Quando representamos o conjunto (a, b) ou (b, a) estamos,
- A função seja negativa (y < 0). na verdade, representando o mesmo conjunto. Porém, em alguns
casos, é conveniente distinguir a ordem dos elementos.
Exemplo Para isso, usamos a ideia de par ordenado. A princípio,
Estudar o sinal da função y = 2x – 4 (a = 2 > 0). trataremos o par ordenado como um conceito primitivo e vamos
a) Qual o valor de x que anula a função? utilizar um exemplo para melhor entendê-lo. Consideremos
y=0 um campeonato de futebol e que desejamos apresentar, de cada
2x – 4 = 0 equipe, o total de pontos ganhos e o saldo de gols. Assim, para uma
2x = 4 equipe com 12 pontos ganhos e saldo de gols igual a 18, podemos
4
x= fazer a indicação (12, 18), já tendo combinado, previamente, que
x = 22 o primeiro número se refere ao número de pontos ganhos, e o
segundo número, ao saldo de gols.
A função se anula para x = 2. Portanto, quando tivermos para outra equipe a informação de
b) Quais valores de x tornam positiva a função? que a sua situação é (2, -8) entenderemos, que esta equipe apresenta
y>0 2 pontos ganhos e saldo de gols -8. Note que é importante a ordem
2x – 4 > 0 em que se apresenta este par de números, pois a situação (3, 5)
2x > 4 é totalmente diferente da situação (5,3). Fica, assim, estabelecida
x> 4 a ideia de par ordenado: um par de valores cuja ordem de
2 apresentação é importante.
x>2 Observações: (a, b) = (c, d) se, e somente se, a = c e b = d
(a, b) = (b, a) se, o somente se, a = b
A função é positiva para todo x real maior que 2.
Produto Cartesiano
c) Quais valores de x tornam negativa a função? Dados dois conjuntos A e B, chamamos de produto cartesiano
A x B ao conjunto de todos os possíveis pares ordenados, de tal
y<0 maneira que o 1º elemento pertença ao 1º conjunto (A) e o 2º
2x – 4 < 0 elemento pertença ao 2º conjunto (B).
2x < 4
4
x< A x B= {(x,y) / x ∈ A e y ∈ B}
2
x<2 Quando o produto cartesiano for efetuado entre o conjunto
A e o conjunto A, podemos representar A x A = A2. Vejamos, por
A função é negativa para todo x real menor que 2. meio de o exemplo a seguir, as formas de apresentação do produto
cartesiano.
Podemos também estudar o sinal da função por meio de seu
gráfico: Exemplo

Sejam A = {1, 4, 9} e B = {2, 3}. Podemos efetuar o produto


cartesiano A x B, também chamado A cartesiano B, e apresentá-lo
de várias formas.

a) Listagem dos elementos


Apresentamos o produto cartesiano por meio da listagem,
quando escrevemos todos os pares ordenados que constituam o
conjunto. Assim, no exemplo dado, teremos:
A e B = {(1, 2),(1, 3),(4, 2),(4, 3),(9, 2),(9, 3)}

Vamos aproveitar os mesmo conjuntos A e B e efetuar o


produto B e A (B cartesiano A): B x A = {(2, 1),(2, 4),(2, 9),(3,
1),(3, 4),(3, 9)}.

- Para x = 2 temos y = 0; Observando A x B e B x A, podemos notar que o produto


- Para x > 2 temos y > 0; cartesiano não tem o privilégio da propriedade comutativa, ou seja,
- Para x < 2 temos y < 0. A x B é diferente de B x A. Só teremos a igualdade A x B = B x A
quando A e B forem conjuntos iguais.

Didatismo e Conhecimento 75
MATEMÁTICA
Observação: Considerando que para cada elemento do Para determinarmos o domínio de uma função, portanto, basta
conjunto A o número de pares ordenados obtidos é igual ao número garantirmos que as operações indicadas na sentença são possíveis
de elementos do conjunto B, teremos: n(A x B) = n(A) x n(B). de serem executadas. Dessa forma, apenas algumas situações nos
causam preocupação e elas serão estudadas a seguir.
b) Diagrama de flechas
2n
Apresentamos o produto cartesiano por meio do diagrama 1ª y= √f(x) f(x)≥(n∈N*)
de flechas, quando representamos cada um dos conjuntos no
diagrama de Euler-Venn, e os pares ordenados por “flechas” que 2ª y= 1 ⇒ f(x)≠0
partem do 1º elemento do par ordenado (no 1º conjunto) e chegam f(x(
ao 2º elemento do par ordenado (no 2º conjunto).
Vejamos alguns exemplos de determinação de domínio de
Considerando os conjuntos A e B do nosso exemplo, o produto
cartesiano A x B fica assim representado no diagrama de flechas: uma função real.

Exemplos
Determine o domínio das seguintes funções reais.

- f(x)=3x2 + 7x – 8
D=R

- f(x)=√x+7
x – 7 ≥ 0→ x ≥ 7
D = {x∈R/x ≥ 7}

- f(x)= √x+1
3

D=R
c) Plano cartesiano
Apresentamos o produto cartesiano, no plano cartesiano, Observação: Devemos notar que, para raiz de índice impar,
quando representamos o 1º conjunto num eixo horizontal, e o
o radicando pode assumir qualquer valor real, inclusive o valor
2º conjunto num eixo vertical de mesma origem e, por meio de
negativo.
pontos, marcamos os elementos desses conjuntos. Em cada um dos
pontos que representam os elementos passamos retas (horizontais 3
ou verticais). Nos cruzamentos dessas retas, teremos pontos que - f(x)=
√x+8
estarão representando, no plano cartesiano, cada um dos pares
ordenados do conjunto A cartesiano B (B x A). x + 8 > 0 → x > -8
D = {x∈R/x > -8}

- f(x)= √x+5
x-8
x–5≥0→x≥5
x–8≥0→x≠8
D = {x∈R/x ≥ 5 e x ≠ 8}

Exercícios

1. Determine o domínio das funções reais apresentadas


abaixo.
a) f(x) = 3x2 + 7x – 8
Domínio de uma Função Real
3
Para uma função de R em R, ou seja, com elementos no b) f(x)=
3x-6
conjunto dos números reais e imagens também no conjunto dos
números reais, será necessária, apenas, a apresentação da sentença c) f(x)= √x+2
que faz a “ligação” entre o elemento e a sua imagem. 3
Porém, para algumas sentenças, alguns valores reais não d) f(x)= √2x+1
apresentam imagem real.
4x
Por exemplo, na função f(x) = √(x-1) , o número real 0 não e) f(x)=
apresenta imagem real e, portanto, f(x) características de função, √7x+5
precisamos limitar o conjunto de partida, eliminando do conjunto
dos números reais os elementos que, para essa sentença, não 2. Um número mais a sua metade é igual a 150. Qual é esse
apresentam imagem. Nesse caso, bastaria estabelecermos como número?
domínio da função f(x) o conjunto D = {x∈R/x ≥ 1}.

Didatismo e Conhecimento 76
MATEMÁTICA
3. Considere a função f, de domínio N, definida por f(1) = 4 e) Temos uma raiz de índice par no denominado, assim:
e f(x+1) = 3f(x)-2. O valor de f(0) é: 7x + 5 > 0
a) 0 x > - 7/5
b) 1 D = {x ∈ R/ x > -5/7}.
c) 2
d) 3
e) 4 2) Resposta “100”.
Solução:
4. Sejam f e g funções definidas em R por f(x)=2x-1 e n + n/2 = 150
g(x)=x-3. O valor de g(f(3)) é: 2n/2 + n/2 = 300/2
a) -1 2n + n = 300
b) 1 3n = 300
c) 2 n = 300/3
d) 3 n = 100.
e) 4

5. Numa loja, o salário fixo mensal de um vendedor é 500 3. Resposta “C”.


reais. Além disso, ele recebe de comissão 50 reais por produto Solução : Com a função dada f(x + 1) = 3f(x) – 2 substituímos
vendido. o valor de x por x = 0:
a) Escreva uma equação que expresse o ganho mensal y f(0 + 1) = 3f (0) – 2
desse vendedor, em função do número x de produto vendido. f(1) = 3f(0) - 2
b) Quanto ele ganhará no final do mês se vendeu 4 pro-
dutos? É dito que f(1) = 4, portanto:
c) Quantos produtos ele vendeu se no final do mês recebeu 4 = 3f(0) - 2
1000 reais?
Isolando f(0):
6. Considere a função dada pela equação y = x + 1, deter- 4+2 = 3f(0)
mine a raiz desta função. 6 = 3f(0)
f(0) = 6/3 = 2.
7. Determine a raiz da função y = - x + 1 e esboce o gráfico.
4) Resposta “E”.
8. Determine o intervalo das seguintes funções para que Solução: Começamos encontrando f(3):
f(x) > 0 e f(x) < 0. f(3) = 2.(3) + 1, ou seja, f(3) = 7
a) y = f(x) = x + 1 Se está pedindo g[f(3)] então está pedindo g(7):
b) y = f(x) = -x + 1
g(7) = 7 - 3 = 4
9. Determine o conjunto imagem da função:
D(f) = {1, 2, 3} Logo, a resposta certa, letra “E”.
y = f(x) = x + 1
5) Solução
10. Determine o conjunto imagem da função: a) y = salário fixo + comissão
D(f) = {1, 3, 5} y = 500 + 50x
y = f(x) = x²
b) y = 500 + 50x , onde x = 4
Respostas
y = 500 + 50 . 4 = 500 + 200 = 700
1) Solução:
a) D = R c) y = 500 + 50x , onde y = 1000
1000 = 500 + 50x  
b) 3x – 6 ≠ 0 50x = 1000 – 500
x≠2 50x = 500
D = R –{2} x = 10.

c) x + 2 ≥ 0 6) Solução: Basta determinar o valor de x para termos y = 0


x ≥ -2
x+1=0
D = {x ∈ R/ x ≥ -2}
x = -1
d) D = R
Devemos observar que o radicando deve ser maior ou igual a Dizemos que -1 é a raiz ou zero da função.
zero para raízes de índice par.

Didatismo e Conhecimento 77
MATEMÁTICA
9) Solução:
f(1) = 1 + 1 = 2
f(2) = 2 + 1 = 3
f(3) = 3 + 1 = 4
Logo: Im(f) = {2, 3, 4}.

10) Solução:
f(1) = 1² = 1
f(3) = 3² = 9
f(5) = 5² = 25
Logo: Im(f) = {1, 9, 25}

Função do 2º Grau
Note que o gráfico da função y = x + 1, interceptará (cortará)
o eixo x em -1, que é a raiz da função.
Chama-se função do 2º grau ou função quadrática toda função
f de R em R definida por um polinômio do 2º grau da forma f(x) =
7) Solução: Fazendo y = 0, temos:
ax2 + bx + c ou y = ax2 + bx + c , com a, b e c reais e a ≠ 0.
0 = -x + 1
x=1 Exemplo
Gráfico: - y = x2 – 5x + 4, sendo a = 1, b = –5 e c = 4
- y = x2 – 9, sendo a = 1, b = 0 e c = –9
- y = x2, sendo a = 1, b = 0 e c = 0

Representação gráfica da Função do 2º grau

Exemplo

Se a função f de R em R definida pela equação y = x2 – 2x


– 3. Atribuindo à variável x qualquer valor real, obteremos em
correspondência os valores de y:

Para x = –2 temos y = (–2)2 – 2(–2) –3 = 4 + 4 – 3 = 5


Para x = –1 temos y = (–1)2 – 2(–1) –3 = 1 + 2 – 3 = 0
Note que o gráfico da função y = -x + 1, interceptará (cortará) Para x = 0 temos y = (0)2 – 2(0) –3 = – 3
o eixo x em 1, que é a raiz da função. Para x = 1 temos y = (1)2 – 2(1) –3 = 1 – 2 – 3 = –4
Para x = 2 temos y = (2)2 – 2(2) –3 = 4 – 4 – 3 = –3
8) Solução: Para x = 3 temos y = (3)2 – 2(3) –3 = 9 – 6 – 3 = 0
a) y = f(x) = x + 1 Para x = 4 temos y = (4)2 – 2(4) –3 = 16 – 8 – 3 = 5
x+1>0
x > -1
Logo, f(x) será maior que 0 quando x > -1
x+1<0
x < -1
Logo, f(x) será menor que 0 quando x < -1

b) y = f(x) = -x + 1
* -x + 1 > 0
-x > -1
x<1
Logo, f(x) será maior que 0 quando x < 1

-x + 1 < 0
-x < -1
x>1
Logo, f(x) será menor que 0 quando x > 1
(*ao multiplicar por -1, inverte-se o sinal da desigualdade).

Didatismo e Conhecimento 78
MATEMÁTICA

x y (x,y)
–2 5 (–2,5)
–1 0 (–1,0)
0 –3 (0, –3)
1 –4 (1, –4)
2 –3 (2, –3)
3 0 (3,0)
4 5 (4,5)

O gráfico da função de 2º grau é uma curva aberta chamada


parábola.
Conjunto Imagem: Projeção ortogonal do gráfico da função
O ponto V indicado na figura chama-se vértice da parábola. no eixo y. Assim, Im = [c, d].

Concavidade da Parábola

No caso das funções do 2º grau, a parábola pode ter sua


concavidade voltada para cima (a > 0) ou voltada para baixo (a
< 0).

Zeros da Função do 2º grau

As raízes ou zeros da função quadrática f(x) = ax2 + bx + c são


os valores de x reais tais que f(x) = 0 e, portanto, as soluções da
a>0 a<0 equação do 2º grau.

Podemos por meio do gráfico de uma função, reconhecer o ax2 + bx + c = 0


seu domínio e o conjunto imagem.
A resolução de uma equação do 2º grau é feita com o auxílio
da chamada “fórmula de Bhaskara”.
Consideremos a função f(x) definida por A = [a, b] em R. -b + √
Δ
x= -
2.a Onde Δ = b2 – 4.a.c

As raízes (quando são reais), o vértice e a intersecção com o


eixo y são fundamentais para traçarmos um esboço do gráfico de
uma função do 2º grau.

f(x) = ax2 + bx + c com a ≠ 0


Δ>0 Δ=0 Δ<0
a>0

a<0

Domínio: Projeção ortogonal do gráfico da função no eixo x.


Assim, D = [a, b] = A

Didatismo e Conhecimento 79
MATEMÁTICA
Coordenadas do vértice da parábola

A parábola que representa graficamente a função do 2º grau


apresenta como eixo de simetria uma reta vertical que intercepta o
gráfico num ponto chamado de vértice.

As coordenadas do vértice são:


-b -Δ
xv = e xv =
2a 4a
   
Construção do gráfico da função do 2º grau
Vértice (V) - Determinamos as coordenadas do vértice;
- Atribuímos a x valores menores e maiores que xv e calculamos
os correspondentes valores de y;
- Construímos assim uma tabela de valores;
- Marcamos os pontos obtidos no sistema cartesiano;
- Traçamos a curva.

Exemplo
O Conjunto Imagem de uma função do 2º grau está associado y = x2 – 4x + 3
ao seu ponto extremo, ou seja, à ordenada do vértice (yv).
Coordenadas do vértice:
-(-4)
xv = -b = = 4 =2 V (2, –1)
2a 2(1) 2
yV = (2)2 – 4(2) + 3 = 4 – 8 + 3 = –1

Tabela:
Para x = 0 temos y = (0)2 – 4(0) + 3 = 0 – 0 + 3 = 3
Para x = 1 temos y = (1)2 – 4(1) + 3 = 1 – 4 + 3 = 0
Para x = 3 temos y = (3)2 – 4(3) + 3 = 9 – 12 + 3 = 0
Exemplo Para x = 4 temos y = (4)2 – 4(4) + 3 = 16 – 16 + 3 = 3

Vamos determinar as coordenadas do vértice da parábola da x y (x,y)


seguinte função quadrática: y = x2 – 8x + 15. 0 3 (0,3)
Cálculo da abscissa do vértice: 1 0 (1,0)
2 –1 (2,–1)Vértice
-(-8)
xv= -b = = 8 =4 3 0 (3,0)
2a 2(1) 2
4 3 (4,3)
Cálculo da ordenada do vértice:
Substituindo x por 4 na função dada: Gráfico:

yV = (4)2 – 8(4) + 15 = 16 – 32 + 15 = –1

Logo, o ponto V, vértice dessa parábola, é dado por V (4, –1).

Valor máximo e valor mínimo da função do 2º grau

- Se a > 0, o vértice é o ponto da parábola que tem ordenada


mínima. Nesse caso, o vértice é chamado ponto de mínimo e a
ordenada do vértice é chamada valor mínimo da função;
- Se a < 0, o vértice é o ponto da parábola que tem ordenada
máxima. Nesse caso, o vértice é ponto de máximo e a ordenada do
vértice é chamada valor máximo da função.

Didatismo e Conhecimento 80
MATEMÁTICA
Estudos do sinal da função do 2º grau Respostas
Estudar o sinal de uma função quadrática é determinar os
valores reais de x que tornam a função positiva, negativa ou nula. 1) Resposta “3”.
Solução: Sendo  x  o número de filhos de Pedro, temos que
Exemplo 3x2  equivale ao  triplo do quadrado do número de filhos e que
63 - 12x equivale a 63 menos 12 vezes o número de filhos. Mon-
y = x2 – 6x + 8
tando a sentença matemática temos:
3x2 = 63 - 12x
Zeros da função: Esboço do Gráfico
y = x2 – 6x + 8 Que pode ser expressa como:
Δ = (–6)2 – 4(1)(8) 3x2 + 12x - 63 = 0
Δ = 36 – 32 = 4
√Δ= √4 = 2 Temos agora uma sentença matemática reduzida à for-
ma ax2 + bx + c = 0, que é denominada equação do 2° grau. Vamos
Estudo do Sinal: então encontrar as raízes da equação, que será a solução do nosso
problema:
Primeiramente calculemos o valor de Δ:
6+2 8 Δ = b2 - 4.a.c = 122 - 4 . 3 .(-63) = 144 + 756 = 900
= =4 Para x < 2 ou x > 4 temos y > 0
6±2
x= 2 2 Para x = 2 ou x = 4 temos y = 0 Como Δ é maior que zero, de antemão sabemos que a equação
2 6−2 4
= =2 Para 2 < x < 4 temos y < 0 possui duas raízes reais distintas. Vamos calculá-las:
2 2
3x2 + 12 - 63 = 0 ⇒ x = -12 ± √Δ ⇒
Exercícios 2.3

-12 + √900
1. O triplo do quadrado do número de filhos de Pedro é igual a ⇒x1 = -12 ± 30 ⇒ x1 =
18
x1 = ⇒ x1 = 3
63 menos 12 vezes o número de filhos. Quantos filhos Pedro tem? 6 6 6
-12 - √900 -42
x2 = ⇒x1 = -12 - 30 ⇒ x2 = ⇒ x2 = -7
2. Uma tela retangular com área de 9600cm2  tem de largura 6 6 6
uma vez e meia a sua altura. Quais são as dimensões desta tela?
A raízes encontradas são 3 e -7, mas como o número de filhos de
3. O quadrado da minha idade menos a idade que eu tinha 20 uma pessoa não pode ser negativo, descartamos então a raiz -7.
anos atrás e igual a 2000. Quantos anos eu tenho agora? Portanto, Pedro tem 3 filhos.

4. Comprei 4 lanches a um certo valor unitário. De outro tipo 2) Resposta “80cm; 120 cm”.
de lanche, com o mesmo preço unitário, a quantidade comprada Solução: Se chamarmos de x altura da tela, temos que 1,5x será
foi igual ao valor unitário de cada lanche. Paguei com duas notas a sua largura. Sabemos que a área de uma figura geométrica retan-
de cem reais e recebi R$ 8,00 de troco. Qual o preço unitário de gular
cada produto? é calculada multiplicando-se a medida da sua largura, pela
medida da sua altura. Escrevendo o enunciado na forma de uma
sentença matemática temos:
5. O produto da idade de Pedro pela idade de Paulo é igual a
x . 1,5x = 9600
374. Pedro é 5 anos mais velho que Paulo. Quantos anos tem cada Que pode ser expressa como:
um deles? 1,5x2 - 9600 = 0
Note que temos uma equação do 2° grau incompleta, que
6. Há dois números cujo triplo do quadrado é a igual 15 vezes como já vimos terá duas raízes reais opostas, situação que ocorre
estes números. Quais números são estes? sempre que o coeficiente b é igual a zero. Vamos aos cálculos:
9600
7. Quais são as raízes da equação x2 - 14x + 48 = 0? 1,5x2 - 9600 = 0 ⇒ 1,5x2 = 9600 ⇒ x2 =
1,5

8. O dobro do quadrado da nota final de Pedrinho é zero. Qual ⇒ x = ±√6400 ⇒ x = ±80


é a sua nota final?
As raízes reais encontradas são -80 e 80, no entanto como uma
tela não pode ter dimensões negativas, devemos desconsiderar a
9. Solucione a equação biquadrada: -x4 + 113x2 - 3136 = 0. raiz -80.
Como 1,5x representa a largura da tela, temos então que ela
10. Encontre as raízes da equação biquadrada: x4 - 20x2 - 576 será de 1,5 . 80 = 120.
= 0. Portanto, esta tela tem as dimensões de 80cm de altura, por
120cm de largura.

Didatismo e Conhecimento 81
MATEMÁTICA
3) Resposta “45”. Primeiramente para obtermos a idade de Pedro, vamos solu-
Solução: Denominando x a minha idade atual, a partir do cionar a equação:
enunciado podemos montar a seguinte equação: -(-5) ± √(-5)2 - 4 . 1 . (-374)
x2 - (x - 20) = 2000 x2 - 5x - 374 = 0 ⇒ 2.1
Ou ainda:
5 ± √1521
x2 - (x - 20) = 2000 ⇒ x2 - x + 20 = 2000 ⇒ x2 - x - 1980 =0 ⇒x=
2 5 + 39
x1 = ⇒ x1 = 22
A solução desta equação do 2° grau completa nós dará a res- 2
5 ± 39
posta deste problema. Vejamos: ⇒x= ⇒ 5 - 39
2 x2 = ⇒ x2 = -17
-(-1) ± √(-1)2 - 4 . 1 . (-1980) 2
x2 - x - 1980 = ⇒ x =
2.1
1 ± √7921
⇒x= As raízes reais encontradas são -17 e 22, por ser negativa, a
2
raiz -17 deve ser descartada.
1 + 89 Logo a idade de Pedro é de 22 anos.
x1 = ⇒ x1 = 45
2 Como Pedro é 5 anos mais velho que Paulo, Paulo tem en-
1 ± 89
⇒x= ⇒ 1 - 89 tão 17 anos.
2 x2 = ⇒ x2 = -44
2 Logo, Pedro tem 22 anos e Paulo tem 17 anos.

6) Resposta “0; 5”.


As raízes reais da equação são -44 e 45. Como eu não posso Solução: Em notação matemática, definindo a incógnita
ter -44 anos, é óbvio que só posso ter 45 anos. como x, podemos escrever esta sentença da seguinte forma:
Logo, agora eu tenho 45 anos. 3x2 = 15x
Ou ainda como:
4) Resposta “12”. 3x2 - 15x = 0
Solução: O enunciado nos diz que os dois tipos de lanche têm
o mesmo valor unitário. Vamos denominá-lo então de x. A  fórmula geral de resolução  ou  fórmula de Bhaskara pode
Ainda segundo o enunciado, de um dos produtos eu com- ser utilizada na resolução desta equação, mas por se tratar de uma
prei 4 unidades e do outro eu comprei x unidades. equação incompleta, podemos solucioná-la de outra forma.
Sabendo-se que recebi R$ 8,00 de troco ao pa- Como apenas o coeficiente c é igual a zero, sabemos que esta
gar R$ 200,00 pela mercadoria, temos as informações necessárias equação possui duas raízes reais. Uma é igual azero e a outra é
para montarmos a seguinte equação: dada pelo oposto do coeficiente b dividido pelo coeficiente a. Re-
4 . x + x . x + 8 = 200 sumindo podemos dizer que:
Ou então:
4.x + x . x + 8 = 200 ⇒ 4x + x2 + 8 = 200 ⇒ x2 + 4x - 192=0 x1 = 0
ax2 + bx = 0 ⇒ b
Como x representa o valor unitário de cada lanche, vamos so- x2 = -
a
lucionar a equação para descobrimos que valor é este:
-4 ± √42 - 4 . 1 . (-192) Temos então:
x2 + 4x - 192 = 0 ⇒ x =
2.1 b -15
x=- ⇒x= ⇒x=5
-4 ± √784 a 3
⇒x=
2 -4 + 28
x1 = ⇒ x1 = 12
2 7) Resposta “6; 8”.
-4 ± 28
⇒x= ⇒ -4 - 89
2 x2 = ⇒ x2 = -16 Solução: Podemos resolver esta equação simplesmente res-
2
pondendo esta pergunta:
As raízes reais da equação são -16 e 12. Como o preço não Quais são os dois números que somados totalizam 14 e que
pode ser negativo, a raiz igual -16 deve ser descartada. multiplicados resultam em 48?
Assim, o preço unitário de cada produto é de R$ 12,00. Sem qualquer esforço chegamos a 6 e 8, pois 6 + 8 = 14 e 6
. 8 = 48.
5) Resposta “22; 17”. Segundo as relações de Albert Girard, que você encontra em
Solução: Se chamarmos de x a idade de Pedro, teremos que x detalhes em outra página deste site, estas são as raízes da referida
- 5 será a idade de Paulo. Como o produto das idades é igual a 374, equação.
temos que x . (x - 5) = 374. Para simples conferência, vamos solucioná-la também através
Esta sentença matemática também pode ser expressa como: da fórmula de Bhaskara:
-(-14) ± √(-14)2 - 4 . 1 . 48
x.(x - 5) = 374 ⇒ x2 - 5x = 374 ⇒ x2 - 5x - 374 = 0 x2 - 14x + 48 = 0 ⇒ x =
2.1

Didatismo e Conhecimento 82
MATEMÁTICA
Assim sendo, as raízes da equação biquadrada -x4  + 113x2  -
⇒ x = 14 ± √4 3136 = 0 são: -8, -7, 7 e 8.
2
14 ± 2
⇒x = 10) Resposta “-6; 6”.
2

14 + 2 Solução: Iremos substituir x4 por y2 e x2 e y, obtendo uma equa-


x1 = ⇒ x1 = 8 ção do segundo grau:
2
⇒ y2 - 20y - 576 = 0
14 - 2
x2 = ⇒ x2 = 6
2
Ao resolvermos a mesma temos:
−20 ± (−20)2 − 4.1.(−576)
y2 - 20y - 576 = 0 ⇒
8) Resposta “0”. 2.3
Solução: Sendo x a nota final, matematicamente temos: 20 + 2704 20 + 52 72
2x2 = 0 y1= ⇒y1= ⇒y1= ⇒y1=36
2 2 2
Podemos identificar esta sentença matemática como sen-
do uma equação do segundo grau incompleta, cujos coeficien- 20 − 52 −32
20 − 2704
tes b e c são iguais a zero. y2= ⇒y2= ⇒y2= 2 ⇒y2=-16
2 2
Conforme já estudamos este tipo de equação sempre terá
como raiz real o número zero. Apenas para verificação vejamos:
Substituindo os valores de y na expressão x2  = y obtemos as
0
2x = 0 ⇒ x =
2
⇒ x2 = 0 ⇒ x ±√0 ⇒ x =0
2
raízes da equação biquadrada:
2
9) Resposta “-8; -7; 7 e 8”. Para y1 temos:
Solução: Substituindo na equação x4 por y2 e também x2 e y te-
mos: x1 = √36 ⇒ x1= 6
x2 = 36 ⇒ x = ±√36 ⇒
-y2 + 113y - 3136 = 0
x2 = -√36 ⇒ x2= -6
Resolvendo teremos:
Para y2, como não existe raiz quadrada real de um número
−113 ± 1132 − 4.(−1).(−3136)
-y2 + 113y - 3136 = 0 ⇒ y = negativo, o valor de -16 não será considerado.
2 + (−1)

−113 + 225 -113 + 15 Desta forma, as raízes da equação biquadrada x4 - 20x2 - 576 =
y1 = ⇒ y1 =
−2 -2 0 são somente: -6 e 6.

−113 − 225
y2 = ⇒ y2 = -113 - 15
−2 -2 SEQUÊNCIAS, PROGRESSÕES
ARITMÉTICAS E GEOMÉTRICAS.
-98
y1 = ⇒ y1 = 49
-2

Progressão Aritmética (PA)
y2 = -128 ⇒ y2 = 64
-2
Podemos, no nosso dia a dia, estabelecer diversas sequências
como, por exemplo, a sucessão de cidades que temos numa viagem
Substituindo os valores de y na expressão x2 = y temos: de automóvel entre Brasília e São Paulo ou a sucessão das datas de
aniversário dos alunos de uma determinada escola.
Para y1 temos: Podemos, também, adotar para essas sequências uma ordem
x1 = √49 ⇒ x1 = 7 numérica, ou seja, adotando a1 para o 1º termo, a2 para o 2º termo
até an para o n-ésimo termo. Dizemos que o termo an é também cha-
x2 = 49 ⇒ x ±√49 ⇒
x2 = - √49 ⇒ x2 = -7 mado termo geral das sequências, em que n é um número natural
diferente de zero. Evidentemente, daremos atenção ao estudo das
sequências numéricas.
Para y2 temos: As sequências podem ser finitas, quando apresentam um últi-
x3 = √64 ⇒ x3 = 8 mo termo, ou, infinitas, quando não apresentam um último termo.
x = 64 ⇒ x ±√64 ⇒
2 As sequências infinitas são indicadas por reticências no final.
x4 = - √64 ⇒ x4 = -8

Didatismo e Conhecimento 83
MATEMÁTICA
Exemplos: 3. Lei de Recorrências
- Sequência dos números primos positivos: (2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, Uma sequência pode ser definida quando oferecemos o valor
19, ...). Notemos que esta é uma sequência infinita com a1 = 2; a2 = 3; do primeiro termo e um “caminho” (uma formula) que permite a
a3 = 5; a4 = 7; a5 = 11; a6 = 13 etc. determinação de cada termo conhecendo-se o seu antecedente. Essa
- Sequência dos números ímpares positivos: (1, 3, 5, 7, 9, 11, ...). forma de apresentação de uma sucessão é dita de recorrências.
Notemos que esta é uma sequência infinita com a1 = 1; a2 = 3; a3 = 5;
a4 = 7; a5 = 9; a6 = 11 etc. Exemplos
- Sequência dos algarismos do sistema decimal de numeração: (0, - Escrever os cinco primeiros termos de uma sequência em que:
1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9). Notemos que esta é uma sequência finita com a1 = 3 e an+1 = 2 . an - 4, em que n € N*.
a1 = 0; a2 = 1; a3 = 2; a4 = 3; a5 = 4; a6 = 5; a7 = 6; a8 = 7; a9 = 8; a10 = 9.
Teremos:
1. Igualdade a1 = 3
As sequências são apresentadas com os seus termos entre pa- a2 = 2 . a1 – 4 a a2 = 2 . 3 – 4 a a2 = 2
rênteses colocados de forma ordenada. Sucessões que apresentarem a3 = 2 . a2 – 4 a a3 = 2 . 2 - 4 a a3 = 0
os mesmos termos em ordem diferente serão consideradas sucessões a4 = 2 . a3 – 4 a a4 = 2 . 0 - 4 a a4 = -4
diferentes. a5 = 2 . a4 – 4 a a5 = 2 .(-4) – 4 a a5 = -12
Duas sequências só poderão ser consideradas iguais se, e somente
se, apresentarem os mesmos termos, na mesma ordem. - Determinar o termo a5 de uma sequência em que:
a1 = 12 e an+ 1 = an – 2, em que n € N*.
Exemplo a2 = a1 – 2 → a2 = 12 – 2 → a2=10
A sequência (x, y, z, t) poderá ser considerada igual à sequência a3 = a2 – 2 → a3 = 10 – 2 → a3 = 8
(5, 8, 15, 17) se, e somente se, x = 5; y = 8; z = 15; e t = 17. a4 = a3 – 2 → a4 = 8 – 2 → a4 = 6
Notemos que as sequências (0, 1, 2, 3, 4, 5) e (5, 4, 3, 2, 1) são a5 = a4 – 2 → a5 = 6 – 2 → a5 = 4
diferentes, pois, embora apresentem os mesmos elementos, eles estão
em ordem diferente. Observação 1

2. Formula Termo Geral Devemos observar que a apresentação de uma sequência atra-
Podemos apresentar uma sequência através de uma determina o vés do termo geral é mais pratica, visto que podemos determinar um
valor de cada termo an em função do valor de n, ou seja, dependendo termo no “meio” da sequência sem a necessidade de determinarmos
da posição do termo. Esta formula que determina o valor do termo an os termos intermediários, como ocorre na apresentação da sequência
e chamada formula do termo geral da sucessão. através da lei de recorrências.

Exemplos Observação 2
- Determinar os cincos primeiros termos da sequência cujo termo
geral e igual a: Algumas sequências não podem, pela sua forma “desorganiza-
an = n – 2n,com n € N* a da” de se apresentarem, ser definidas nem pela lei das recorrências,
nem pela formula do termo geral. Um exemplo de uma sequência
Teremos: como esta é a sucessão de números naturais primos que já “des-
A1 = 12 – 2 . 1 a a1 = 1 truiu” todas as tentativas de se encontrar uma formula geral para
A2 = 22 – 2 . 2 a a2 = 0 seus termos.
A3 = 32 – 2 . 3 a a3 = 3
A4 = 42 – 4 . 2 a a4 = 8 4. Artifícios de Resolução
A5 = 55 – 5 . 2 a a5 = 15
Em diversas situações, quando fazemos uso de apenas alguns
- Determinar os cinco primeiros termos da seqüência cujo termo elementos da PA, é possível, através de artifícios de resolução,
geral é igual a: tornar o procedimento mais simples:
an = 3 . n + 2, com n € N*. PA com três termos: (a – r), a e (a + r), razão igual a r.
a1 = 3 . 1 + 2 a a1 = 5 PA com quatro termos: (a – 3r), (a – r), (a + r) e (a + 3r), razão
a2 = 3 . 2 + 2 a a2 = 8 igual a 2r.
a3 = 3 . 3 + 2 a a3 = 11 PA com cinco termos: (a – 2r), (a – r), a, (a + r) e (a + 2r), razão
a4 = 3 . 4 + 2 a a4 = 14 igual a r.
a5 = 3 . 5 + 2 a a5 = 17
Exemplo
- Determinar os termos a12 e a23 da sequência cujo termo geral é
igual a: - Determinar os números a, b e c cuja soma é, igual a 15, o
an = 45 – 4 + n, com n € N*. produto é igual a 105 e formam uma PA crescente.

Teremos: Teremos:
a12 = 45 – 4 . 12 a a12 = -3 Fazendo a = (b – r) e c = (b + r) e sendo a + b + c = 15, teremos:
a23 = 45 – 4 . 23 a a23 = -47 (b – r) + b + (b + r) = 15 → 3b = 15 → b = 5.

Didatismo e Conhecimento 84
MATEMÁTICA
Assim, um dos números, o termo médio da PA, já é conhecido. Fazendo I + II, teremos:
Dessa forma a sequência passa a ser: Ap + ak = a1 + p . r – r + a1 + k . r – r
(5 – r), 5 e ( 5 + r ), cujo produto é igual a 105, ou seja: Ap + ak = a1 + a1 + (p + k – 1 – 1) . r

(5 – r) .5 . (5 + r) = 105 → 52 – r2 = 21 Considerando que p + k = n + 1, ficamos com:


r2 = 4 → 2 ou r = -2. ap + ak = a1 + a1 + (n + 1 – 1) . r
Sendo a PA crescente, ficaremos apenas com r= 2. ap + ak = a1 + a1 + (n – 1) . r
Finalmente, teremos a = 3, b = 5 e c= 7. ap + ak = a1 + an

5. Propriedades Portanto numa PA com n termos, em que n é um numero


ímpar, o termo médios (am) é a media aritmética dos extremos.
P1: para três termos consecutivos de uma PA, o termo médio é a1 + an
Am =
a media aritmética dos outros dois termos. 2
Exemplo 7. Soma dos n Primeiros Termos de uma PA

Vamos considerar três termos consecutivos de uma PA: an-1, an Vamos considerar a PA (a1, a2, a3,…,an-2, an-1,an ) e representar
e an+1. Podemos afirmar que: por Sn a soma dos seus n termos, ou seja:
I - an = an-1 + r Sn = a1 + a2 + a3 + …+ an-2 + an-1 + an
II - an = an+ 1 –r (igualdade I)

Fazendo I + II, obteremos: Podemos escrever também:


2an = an-1 + r + an +1 - r Sn = an + an-1 + an-2 + ...+ a3 + a2 + a1
2an = an -1+ an + 1 (igualdade II)
an + 1
Logo: an = an-1 + Somando-se I e II, temos:
2 2Sn = (a1 + an) + (a2 + an-1) + (a3 + an-2) + …+ (an-2 + a3) + (an-1
Portanto, para três termos consecutivos de uma PA o termo + a2) + (an + a1)
médio é a media aritmética dos outros dois termos.
Considerando que todas estas parcelas, colocadas entre
6. Termos Equidistantes dos Extremos parênteses, são formadas por termos equidistantes dos extremos
e que a soma destes termos é igual à soma dos extremos, temos:
Numa sequência finita, dizemos que dois termos são equidis-
tantes dos extremos se a quantidade de termos que precederem o 2Sn = (a1 + an) + (a1 + an) + (a1 + an) + (a1 + an) +
primeiro deles for igual à quantidade de termos que sucederem ao +… + (a1 + an) → 2Sn = ( a1 + an) . n
outro termo. Assim, na sucessão: E, assim, finalmente:
(a1, a2, a3, a4,..., ap,..., ak,..., an-3, an-2, an-1, an), temos: (a1 + an ).n
Sn =
a2 e an-1 são termos equidistantes dos extremos; 2
a3 e an-2 são termos equidistantes dos extremos; Exemplo
a4 an-3 são termos equidistantes dos extremos.
- Ache a soma dos sessenta primeiros termos da PA (2 , 5,
Notemos que sempre que dois termos são equidistantes dos 8,...).
extremos, a soma dos seus índices é igual ao valor de n + 1.
Assim sendo, podemos generalizar que, se os termos ap e ak são Dados: a1 = 2
equidistantes dos extremos, então: p + k = n+1. r=5–2=3

Propriedade Calculo de a60:


A60 = a1 + 59r → a60 = 2 + 59 . 3
Numa PA com n termos, a soma de dois termos equidistantes a60 = 2 + 177
dos extremos é igual à soma destes extremos. a60 = 179
Calculo da soma:
Exemplo
(a1 + an )n (a + a ).60
Sn = → S60 = 1 60
Sejam, numa PA de n termos, ap e ak termos equidistantes dos 2 2
extremos. (2 + 179).60
S60 =
2
Teremos, então: S60 = 5430
I - ap = a1 + (p – 1) . r a ap = a1 + p . r – r
II - ak = a1 + (k – 1) . r a ak = a1 + k . r – r Resposta: 5430

Didatismo e Conhecimento 85
MATEMÁTICA
Progressão Geométrica (PG) Vamos considerar uma PG de primeiro termo a1 e razão q.
Assim, teremos:
PG é uma sequência numérica onde cada termo, a partir a2 = a1 . q
do segundo, é o anterior multiplicado por uma constante q a3 = a2 . q = a1 . q2
chamada razão da PG. a4 = a3 . q = a1 . q3
an+1 = an . q a5 = a4 . q = a1 . q4
Com a1 conhecido e n € N* . .
. .
Exemplos . .
an= a1 . qn-1
- (3, 6, 12, 24, 48,...) é uma PG de primeiro termo a1 = 3 e
razão q = 2.
Exemplos
- Numa PG de primeiro termo a1 = 2 e razão q = 3, temos o
- (-36, -18, -9, −9 , −9 ,...) é uma PG de primeiro termo termo geral na igual a:
a1= -36 e razão q = 12 . 4
2 an = a1 . qn-1 → an = 2 . 3n-1
- (15, 5, 5 , 5 ,...) é uma PG de primeiro termo a1 = 15 e
razão q = 1 . 3 9 Assim, se quisermos determinar o termo a5 desta PG, faremos:
3 A5 = 2 . 34 → a5 = 162
- (-2, -6, -18, -54, ...) é uma PG de primeiro termo a1 = -2
e razão q = 3. - Numa PG de termo a1 = 15 e razão q = , temos o termo geral
- (1, -3, 9, -27, 81, -243, ...) é uma PG de primeiro termo a1 na igual a:
= 1 e razão q = -3. an = a1 . qn-1 → an = 15 . n-1
- (5, 5, 5, 5, 5, 5,...) é uma PG de primeiro termo a1 = 5 e
Assim, se quisermos determinar o termo a6 desta PG, faremos:
razão q = 1.
- (7, 0, 0, 0, 0, 0,...) é uma PG de primeiro termo a1 = 7 e A6 = 15 .
(1).5
→ a6 =
5
razão q = 0. 2 81
- (0, 0, 0, 0, 0, 0,...) é uma PG de primeiro termo a1 = 0 e - Numa PG de primeiro termo a1 = 1 e razão = -3 temos o
razão q qualquer. termo geral na igual a:
an = a1 . qn-1 → an = 1 . (-3)n-1
Observação: Para determinar a razão de uma PG, basta
efetuar o quociente entre dois termos consecutivos: o posterior Assim, se quisermos determinar o termo a4 desta PG, faremos:
dividido pelo anterior. A4 = 1 . (-3)3 → a4 = -27
an + 1
q= (an ≠ 0) Artifícios de Resolução
an Em diversas situações, quando fazemos uso de apenas alguns
Classificação elementos da PG, é possível através de alguns elementos de
resolução, tornar o procedimento mais simples.
As classificações geométricas são classificadas assim:
PG com três termos:
- Crescente: Quando cada termo é maior que o anterior. Isto
ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 < 0 e 0 < q < 1. a a; aq
- Decrescente: Quando cada termo é menor que o anterior. q
Isto ocorre quando a1 > 0 e 0 < q < 1 ou quando a1 < 0 e q > 1.
- Alternante: Quando cada termo apresenta sinal contrario PG com quatro termos:
ao do anterior. Isto ocorre quando q < 0.
a q
- Constante: Quando todos os termos são iguais. Isto ocorre ; ; aq; aq3
quando q = 1. Uma PG constante é também uma PA de razão q3 q
r = 0. A PG constante é também chamada de PG estacionaria.
- Singular: Quando zero é um dos seus termos. Isto ocorre PG com cinco termos:
quando a1 = 0 ou q = 0.
a q ; a; aq; aq2
;
Formula do Termo Geral
q2 q
Exemplo
A definição de PG está sendo apresentada por meio de uma
Considere uma PG crescente formada de três números.
lei de recorrências, e nos já aprendemos nos módulos anteriores
Determine esta PG sabendo que a soma destes números é 13 e o
que a formula do termo geral é mais pratica. Por isso, estare- produto é 27.
mos, neste item, procurando estabelecer, a partir da lei de re- Vamos considerar a PG em questão formada pelos termos a, b
corrências, a fórmula do termo geral da progressão geométrica. e c, onde a = e c = b . q.

Didatismo e Conhecimento 86
MATEMÁTICA
Assim, Soma dos termos de uma PG
b . b . bq = 27 → b3 = 27 → b = 3. Soma dos n Primeiros Termos de uma PG
q
Vamos considerar a PG (a1, a2, a3, ..., an-2, an-1, an), com q
Temos: diferente de 1 e representar por Sn a soma dos seus n termos, ou
3 seja:
+ 3 +3q = 13 → 3q2 – 10q + 3 = 0 a
q Sn = a1 + a2 + a3 + ...+an-2 + an-1 + an
( igualdade I)
q = 3 ou q = 1
3 Podemos escrever, multiplicando-se, membro a membro, a
Sendo a PG crescente, consideramos apenas q = 3. E, assim, a igualdade ( I ) por q:
nossa PG é dada pelos números: 1, 3 e 9.
q . Sn = q . a1 + q . a2 + q . a3 + ...+ q . an-2 +
Propriedades + q . an-1 + q . an
P1: Para três termos consecutivos de uma PG, o quadrado do
termo médio é igual ao produto dos outros dois. Utilizando a formula do termo geral da PG, ou seja, an = a1 .
qn-1, teremos:
Exemplo q . Sn = a2 + a3 + ... + an-2 + an-1 + an + a1 . qn
Vamos considerar três termos consecutivos de uma PG: an-1, an (igualdade II)
e an+1. Podemos afirmar que:
Subtraindo-se a equação I da equação II, teremos:
I – an = an-1 . q e
II – an = an+1 q . Sn – Sn = a1 . qn – a1 → sn . (q – 1) =
q = a1 . (qn – 1)

E assim: S = a1 .(q − 1)
n
Fazendo I . II, obteremos:
q −1
n
an+1
(an)2 = (an-1 . q). ( ) a (an )2 = an-1 . an+1 Se tivéssemos efetuado a subtração das equações em ordem
q inversa, a fórmula da soma dos termos da PG ficaria:
Logo: (an)2 = an-1 . an+1 a1 .(1+ q n )
Sn =
1− q
Observação: Se a PG for positive, o termo médio será a media
geométrica dos outros dois: Evidentemente que por qualquer um dos “caminhos” o
an = √an-1 . an+1 resultado final é o mesmo. É somente uma questão de forma de
apresentação.
P2: Numa PG, com n termos, o produto de dois termos
equidistantes dos extremos é igual ao produto destes extremos. Observação: Para q = 1, teremos sn = n . a1

Exemplo Série Convergente – PG Convergente


Sejam, numa PG de n termos, ap e ak dois termos equidistantes Dada a sequência ( a1, a2, a3, a4, a5,..., an-2, an-1, an), chamamos
dos extremos. de serie a sequência S1, S2, S3, S4, S5,..., Sn-2, sn-1, sn,tal que:

Teremos, então: S1 = a1
I – ap = a1 . qp-1 S2 = a1 + a2
II – ak = a1 . qk-1 S3 = a1 + a2 + a3
S4 = a1 + a2 + a3 + a4
Multiplicando I por II, ficaremos com: S5 = a1 + a2 + a3 + a4 + a5
ap . ak = a1 . qp-1 . a1 . qk-1 .
ap . ak = a1 . a1 . qp-1+k-1 .
.
Considerando que p + k = n + 1, ficamos com: Sn-2 = a1 + a2 + a3 + a4 + a5 + ...+ an-2
ap . ak = a1 . an Sn-1 = a1 + a2 + a3 + a4 + a5 + ...+ an-2 + an-1
Portanto, numa PG, com n termos, o produto de dois termos Sn = a1 + a2 + a3 + a4 + a5 + ...+ an-2 + an-1 + an
equidistantes dos extremos é igual ao produto destes extremos. Vamos observar como exemplo, numa PG com primeiro
Observação: Numa PG positiva, com n termos, onde n é termo a1 = 4 e razão q = , à série que ela vai gerar.
um numero impar, o termo médio (am) é a media geométrica dos Os termos que vão determinar a progressão geométrica são:
extremos ou de 2 termos equidistantes dos extremos. (4, 2, 1, 1 , 1, 1, 1, 1, 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 1 1 1 ...)
, ,
am = √a1 . an 2 128 256 512

Didatismo e Conhecimento 87
MATEMÁTICA
E, portanto, a série correspondente será: Observação: Quando a PG é não singular (sequência com
termos não nulos) e a razão q é de tal forma que q | ≥ 1, a serie é
S1 = 4 divergente. Séries divergentes não apresentam soma finita.
S2 = 4 + 2 = 6
S3 = 4 + 2 + 1 = 7 Exemplos
- A medida do lado de um triângulo equilátero é 10. Unindo-
1 15
S4 = 4 + 2 + 1 + = = 7, 5 se os pontos médios de seus lados, obtém-se o segundo triângulo
2 2 equilátero. Unindo-se os pontos médios dos lados deste novo
1 1 31 triangulo equilátero, obtém-se um terceiro, e assim por diante,
S5 = 4 + 2 + 1 + + = = 7, 75 indefinidamente. Calcule a soma dos perímetros de todos esses
2 4 4 triângulos.
1 1 1 63
S6 = 4 + 2 + 1 + + + = = 7, 875 Solução:
2 4 8 8
1 1 1 1 127
S7 = 4 + 2 + 1 + + + + = = 7, 9375
2 4 8 16 16
1 1 1 1 1 255
S8 = 4 + 2 + 1 + + + + + = = 7, 96875
2 4 8 16 32 32 Temos: perímetro do 1º triangulo = 30
1 1 1 1 1 1 511 perímetro do 2º triangulo = 15
S9 = 4 + 2 + 1 + + + + + + = perímetro do 3º triangulo = 15
2 4 8 16 32 64 64 = 7, 984375
2
1 1 1 1 1 1 1 1023 Logo, devemos calcular a soma dos termos da PG infinita 30,
S10 = 4 + 2 + 1 + + + + + + + = = 15, 15 ,... na qual a1 = 30 e q =. 1
7, 9921875 2 4 8 16 32 64 128 128
2 2
30 30
Devemos notar que a cada novo termo calculado, na PG, o seu S = a1 → s = 1− q = 1 = 60.
valor numérico cada vez mais se aproxima de zero. Dizemos que 1−
2
esta é uma progressão geométrica convergente.
Por outro lado, na serie, é cada vez menor a parcela que se Exercícios
acrescenta. Desta forma, o ultimo termos da serie vai tendendo
a um valor que parece ser o limite para a série em estudo. No 1. Uma progressão aritmética e uma progressão geométrica
exemplo numérico, estudado anteriormente, nota-se claramente têm, ambas, o primeiro termo igual a 4, sendo que os seus tercei-
que este valor limite é o numero 8. ros termos são estritamente positivos e coincidem. Sabe-se ainda
Bem, vamos dar a esta discussão um caráter matemático. que o segundo termo da progressão aritmética excede o segundo
É claro que, para a PG ser convergente, é necessário que cada termo da progressão geométrica em 2. Então, o terceiro termo das
termo seja, um valor absoluto, inferior ao anterior a ele. Assim, progressões é:
temos que: a) 10
b) 12
PG convergente → | q | < 1 c) 14
ou d) 16
PG convergente → -1 < 1 e) 18

Resta estabelecermos o limite da serie, que é o Sn para quando 2. O valor de n que torna a sequência (2 + 3n; –5n; 1 – 4n) uma
n tende ao infinito, ou seja, estabelecermos a soma dos infinitos progressão aritmética pertence ao intervalo:
termos da PG convergente. a) [– 2, –1]
Vamos partir da soma dos n primeiros termos da PG: b) [– 1, 0]
a1 .(1+ q n ) c) [0, 1]
Sn = d) [1, 2]
1− q
e) [2, 3]
Estando q entre os números -1e 1 e, sendo n um expoente que
tende a um valor muito grande, pois estamos somando os infinitos 3. Os termos da sequência (10; 8; 11; 9; 12; 10; 13; …) obe-
termos desta PG, é fácil deduzir que qn vai apresentando um decem a uma lei de formação. Se an, em que n pertence a N*, é o
valor cada vez mais próximo de zero. Para valores extremamente termo de ordem n dessa sequência, então a30 + a55 é igual a:
grandes de n não constitui erro considerar que qn é igual a zero. E, a) 58
assim, teremos: b) 59
a1 c) 60
S= d) 61
1− q e) 62

Didatismo e Conhecimento 88
MATEMÁTICA
4. A soma dos elementos da sequência numérica infinita (3; Reescrevendo (2) e (3) utilizando as fórmulas gerais dos ter-
0,9; 0,09; 0,009; …) é: mos de uma PA e de uma PG e (1) obtemos o seguinte sistema de
a) 3,1 equações:
b) 3,9 4 - a3 = a1 + 2r e g3 = g1 . q2 → 4 + 2r = 4q2
c) 3,99 5 - a2 = a1 + r e g2 = g1 . q → 4 + r = 4q + 2
d) 3, 999
e) 4 Expressando, a partir da equação (5), o valor de r em função
de q e substituindo r em (4) vem:
5. A soma dos vinte primeiros termos de uma progressão aritmé- 5 - r = 4q + 2 – 4 → r = 4q – 2
tica é -15. A soma do sexto termo dessa PA., com o décimo quinto 4 - 4 + 2(4q – 2) = 4q2 → 4 + 8q – 4 = 4q2 → 4q2 – 8q = 0
termo, vale: → q(4q – 8) = 0 → q = 0 ou 4q – 8 = 0 → q = 2
a) 3,0
b) 1,0
Como g3 > 0, q não pode ser zero e então q = 2. Para ob-
c) 1,5
ter r basta substituir q na equação (5):
d) -1,5
r = 4q – 2 → r = 8 – 2 = 6
e) -3,0
Para concluir calculamos a3 e g3:
6. Os números que expressam os ângulos de um quadrilátero, a3 = a1 + 2r → a3 = 4 + 12 = 16
estão em progressão geométrica de razão 2. Um desses ângulos mede: g3 = g1.q2 → g3 = 4.4 = 16
a) 28°
b) 32° 2) Resposta “B”.
c) 36° Solução: Para que a sequência se torne uma PA de razão r é
d) 48° necessário que seus três termos satisfaçam as igualdades (aplica-
e) 50° ção da definição de PA):
(1) -5n = 2 + 3n + r
7. Sabe-se que S = 9 + 99 + 999 + 9999 + ... + 999...9 onde (2) 1 – 4n = -5n + r
a última parcela contém n algarismos. Nestas condições, o valor de
10n+1 - 9(S + n) é: Determinando o valor de r em (1) e substituindo em (2):
a) 1 (1) → r = -5n – 2 – 3n = -8n – 2
b) 10 (2) → 1 – 4n = -5n – 8n – 2 → 1 – 4n = -13n – 2
c) 100 → 13n – 4n = -2 – 1 → 9n = -3 → n = -3/9 = -1/3
d) -1
e) -10 Ou seja, -1 < n < 0 e, portanto, a resposta correta é a b.

8. Se a soma dos três primeiros termos de uma PG decrescente é 3) Resposta “B”.


39 e o seu produto é 729, então sendo a, b e c os três primeiros termos, Solução: Primeiro, observe que os termos ímpares da sequên-
pede-se calcular o valor de a2 + b2 + c2. cia é uma PA de razão 1 e primeiro termo 10 - (10; 11; 12; 13; …).
Da mesma forma os termos pares é uma PA de razão 1 e primeiro
termo igual a 8 - (8; 9; 10; 11; …).
9. O limite da expressão   onde x é posi-
tivo, quando o número de radicais aumenta indefinidamente é igual a: Assim, as duas PA têm como termo geral o seguinte formato:
a) 1/x
(1) ai = a1 + (i - 1).1 = a1 + i – 1
b) x
c) 2x
Para determinar a30 + a55 precisamos estabelecer a regra geral
d) n.x
de formação da sequência, que está intrinsecamente relacionada às
e) 1978x
duas progressões da seguinte forma:
10. Quantos números inteiros existem, de 1000 a 10000, que não - Se n (índice da sucessão) é impar temos que n = 2i - 1, ou
são divisíveis nem por 5 nem por 7 ? seja, i = (n + 1)/2;
- Se n é par temos n = 2i ou i = n/2.
Respostas Daqui e de (1) obtemos que:
an = 10 + [(n + 1)/2] - 1 se n é ímpar
1) Resposta “D”. an = 8 + (n/2) - 1 se n é par
Solução: Logo:
Sejam (a1, a2, a3,…) a PA de r e (g1, g2, g3, …) a PG de razão q. a30 = 8 + (30/2) - 1 = 8 + 15 - 1 = 22 e
Temos como condições iniciais: a55 = 10 + [(55 + 1)/2] - 1 = 37
1 - a1 = g1 = 4
2 - a3 > 0, g3 > 0 e a3 = g3 E, portanto:
3 - a2 = g2 + 2 a30 + a55 = 22 + 37 = 59.

Didatismo e Conhecimento 89
MATEMÁTICA
4) Resposta “E”. Substituindo em S, vem:
Solução: Sejam S as somas dos elementos da sequência e S1 S = [(10n+1 – 10) / 9] – n
a soma da PG infinita (0,9; 0,09; 0,009;…) de razão q = 10 - 1
= 0,1. Assim: Deseja-se calcular o valor de 10n+1 - 9(S + n)
S = 3 + S1 Temos que S + n = [(10n+1 – 10) / 9] – n + n = (10n+1 – 10) / 9
Como -1 < q < 1 podemos aplicar a fórmula da soma de
uma PG infinita para obter S1: Substituindo o valor de S + n encontrado acima, fica:
S1 = 0,9/(1 - 0,1) = 0,9/0,9 = 1 → S = 3 + 1 = 4 10n+1 – 9(S + n) = 10n+1 – 9(10n+1 – 10) / 9 = 10n+1 – (10n+1 – 10)
= 10.
5) Resposta “D”.
Solução: Aplicando a fórmula da soma dos 20 primeiros 8) Resposta “819”.
termos da PA: Solução: Sendo q a razão da PG, poderemos escrever a sua
S20 = 20(a1 + a20)/2 = -15 forma genérica: (x/q, x, xq).
Na PA finita de 20 termos, o sexto e o décimo quinto são Como o produto dos 3 termos vale 729, vem:
equidistantes dos extremos, uma vez que: x/q . x . xq = 729 de onde concluímos que: x3 = 729 = 36 = 33 .
15 + 6 = 20 + 1 = 21 33 = 93 , logo, x = 9.
E, portanto:
a6 + a15 = a1 + a20 Portanto a PG é do tipo: 9/q, 9, 9q
É dado que a soma dos 3 termos vale 39, logo:
Substituindo este valor na primeira igualdade vem: 9/q + 9 + 9q = 39 de onde vem: 9/q + 9q – 30 = 0
20(a6 + a15)/2 = -15 → 10(a6 + a15) = -15 → a6 + a15 =
-15/10 = -1,5. Multiplicando ambos os membros por q, fica: 9 + 9q2  – 30q
=0
6) Resposta “D”. Dividindo por 3 e ordenando, fica: 3q2  – 10q + 3 = 0, que é
Solução: Seja x o menor ângulo interno do quadrilátero em uma equação do segundo grau.
questão. Como os ângulos estão em Progressão Geométrica de Resolvendo a equação do segundo grau acima encontrare-
razão 2, podemos escrever a PG de 4 termos: mos q = 3 ou q = 1/3.
(x, 2x, 4x, 8x). Como é dito que a PG é decrescente, devemos considerar
Ora, a soma dos ângulos internos de um quadrilátero vale apenas o valor 
360º. q = 1/3, já que para q = 3, a PG seria crescente.

Logo, Portanto, a PG é: 9/q, 9, 9q, ou substituindo o valor de q


x + 2x + 4x + 8x = 360º vem: 27, 9, 3.
15.x = 360º O problema pede a soma dos quadrados, logo:
a2 + b2 + c2 = 272 + 92 + 32 = 729 + 81 + 9 = 819.
Portanto, x = 24º. Os ângulos do quadrilátero são, portan-
to: 24º, 48º, 96º e 192º. 9) Resposta “B”.
O problema pede um dos ângulos. Logo, alternativa D. Solução: Observe que a expressão dada pode ser escrita
como:
7) Resposta “B”.
Solução: Observe que podemos escrever a soma S como: x1/2. x1/4 . x1/8 . x1/16 . ... = x1/2 + 1 / 4 + 1/8 + 1/16 + ...
S = (10 – 1) + (100 – 1) + (1000 – 1) + (10000 – 1) + ... +
(10n – 1) O expoente é a soma dos termos de uma PG infinita de pri-
S = (10 – 1) + (102 – 1) + (103 – 1) + (104 – 1) + ... + (10n – 1) meiro termo a1 = 1 /2 e razão q = 1 /2.
Como existem n parcelas, observe que o número (– 1) é
somado n vezes, resultando em n(-1) = - n. Logo, a soma valerá:
S = a1 / (1 – q) = (1 /2) / 1 – (1 /2) = 1
Logo, poderemos escrever: Então, x1/2 + 1 / 4 + 1/8 + 1/16 + ... = x1 = x
S = (10 + 102 + 103 + 104 + ... + 10n ) – n
Vamos calcular a soma Sn = 10 + 102 + 103 + 104 + ... + 10n, 10) Resposta “6171”.
que é uma PG de primeiro termo a1 = 10, razão q = 10 e último Solução: Dados:
termo an = 10n. M(5) = 1000, 1005, ..., 9995, 10000.
Teremos: M(7) = 1001, 1008, ..., 9996.
Sn = (an.q – a1) / (q –1) = (10n . 10 – 10) / (10 – 1) = (10n+1 – M(35) = 1015, 1050, ... , 9975.
10) / 9 M(1) = 1, 2, ..., 10000.

Didatismo e Conhecimento 90
MATEMÁTICA
Para múltiplos de 5, temos: an = a1+ (n-1).r → 10000 = 1000 x = 30
+ (n - 1). 5 → n = 9005/5 → n = 1801.
Para múltiplos de 7, temos: an = a1+ (n-1).r → 9996 = 1001 1º número: x = 30
+ (n - 1). 7 → n = 9002/7 → n = 1286. 2º número: x + 2 = 30 + 2 = 32
Para múltiplos de 35, temos: an = a1 + (n - 1).r → 9975 = 3º número: x + 4 = 30 + 4 = 34
1015 + (n - 1).35 → n = 8995/35 → n = 257.
Para múltiplos de 1, temos: an = a1 = (n -1).r → 10000 = 1000 Os números são 30, 32 e 34.
+ (n - 1).1 → n = 9001.
Exemplo 2
Sabemos que os múltiplos de 35 são múltiplos comuns
de 5 e 7, isto é, eles aparecem no conjunto dos múltiplos de 5 O triplo de um número natural somado a 4 é igual ao quadrado
e no conjunto dos múltiplos de 7 (daí adicionarmos uma vez tal de 5. Calcule-o:
conjunto de múltiplos).
Resolução:
Total = M(1) - M(5) - M(7) + M(35).
Total = 9001 - 1801 - 1286 + 257 = 6171
3x + 4 = 52
3x = 25 – 4
3x = 21
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
21
x=
3
x=7
Os problemas matemáticos são resolvidos utilizando inúmeros
recursos matemáticos, destacando, entre todos, os princípios O número procurado é igual a 7.
algébricos, os quais são divididos de acordo com o nível de
dificuldade e abordagem dos conteúdos. Exemplo 3
Primeiramente os cálculos envolvem adições e subtrações,
posteriormente as multiplicações e divisões. Depois os problemas A idade de um pai é o quádruplo da idade de seu filho. Daqui
são resolvidos com a utilização dos fundamentos algébricos, isto a cinco anos, a idade do pai será o triplo da idade do filho. Qual é
é, criamos equações matemáticas com valores desconhecidos a idade atual de cada um?
(letras). Observe algumas situações que podem ser descritas com
utilização da álgebra. Resolução:
- O dobro de um número adicionado com 4: 2x + 4;
- A soma de dois números consecutivos: x + (x + 1); Atualmente
- O quadrado de um número mais 10: x2 + 10; Filho: x
- O triplo de um número adicionado ao dobro do número: 3x Pai: 4x
+ 2x;
- A metade da soma de um número mais 15: + 15; Futuramente
- A quarta parte de um número: . Filho: x + 5
Pai: 4x + 5
Exemplo 1
4x + 5 = 3 . (x + 5)
A soma de três números pares consecutivos é igual a 96. 4x + 5 = 3x + 15
Determine-os. 4x – 3x = 15 – 5
1º número: x X = 10
2º número: x + 2
3º número: x + 4 Pai: 4x = 4 . 10 = 40

(x) + (x + 2) + (x + 4) = 96 O filho tem 10 anos e o pai tem 40.

Resolução: Exemplo 4

x + x + 2 + x + 4 = 96 O dobro de um número adicionado ao seu triplo corresponde


3x = 96 – 4 – 2 a 20. Qual é o número?
3x = 96 – 6
3x = 90 Resolução

x= 2x + 3x = 20

Didatismo e Conhecimento 91
MATEMÁTICA
5x = 20 3
5. Num dia, uma pessoa lê os 5 de um livro. No dia
x = 20
3
seguinte, lê os do resto e no terceiro dia, lê as 20 páginas
5 finais. Quantas páginas
4
têm o livro?
x=4
6. Uma caixa contém medalhas de ouro, 3
de prata e de
O número corresponde a 4. bronze. As medalhas de ouro totalizam das medalhas
5
da caixa. O número de 1 medalhas de prata é 30. O total de
Exemplo 5 medalhas de bronze é 4 do total de medalhas. Quantas são as
Em uma chácara existem galinhas e coelhos totalizando 35 medalhas de ouro e de bronze contidas na caixa?
animais, os quais somam juntos 100 pés. Determine o número de
galinhas e coelhos existentes nessa chácara.
7. Uma viagem é feita em quatro etapas. Na primeira
Galinhas: G 2 3
etapa, percorrem-se os da distância total. Na segunda, os
Coelhos: C 7 5
do resto. Na terceira, a metade do novo resto. Dessa maneira
G + C = 35
foram percorridos 60 quilômetros.
Qual a distância total a ser percorrida e quanto se
Cada galinha possui 2 pés e cada coelho 4, então: percorreu na quarta etapa?
2G + 4C = 100
8. A soma das idades de Lúcia e Gabriela é de 49 anos.
Sistema de equações Qual a idade de cada uma, sabendo-se que a idade de Lúcia é
Isolando C na 1ª equação: 3
da idade de Gabriela?
G + C = 35 4
2
C = 35 – G 9. Num dia, um pintor pinta 5 de um muro. No dia
seguinte, pinta mais 51 metros do muro. Desse modo, pintou
7
Substituindo C na 2ª equação: do muro todo. Quantos metros têm o muro?
2G + 4C = 100 9
3
2G + 4 . (35 – G) = 100 10. Um aluno escreve do total de páginas de seu caderno
8
2G + 140 – 4G = 100 com tinta azul e 58 páginas com tinta vermelha. Escreveu,
7
2G – 4G = 100 – 140 dessa maneira,
9
do total de páginas do caderno. Quantas
- 2G = - 40 páginas possuem o caderno?

G= Respostas

G = 20 1) Resposta “Arthur 30; Baltazar 12”.


Solução:
Calculando C
C = 35 – G A + B = 42 anos
C = 35 – 20
C = 15 A= 2 .B
5
Exercícios (substituindo a letra “A” pelo valor
2 . B)
5
1. A soma das idades de Arthur e Baltazar é de 42 anos. 2 . B + B = 42 (mmc: 5)
Qual a idade de cada um, se a idade de Arthur é 2 da idade 5
de Baltazar? 5
2B + 5B = 210
2. A diferença entre as idades de José e Maria é de 20 anos. 7B = 210
Qual a idade de cada um, sabendo-se que a idade de José é 9 210
da idade de Maria? 5 B=
7
5
3. Verificou-se que numa feira dos feirantes são de B = 30 A = 12
9
origem japonesa e 2 do resto são de origem portuguesa. O
5
total de feirantes japoneses e portugueses é de 99. Qual o total 2) Resposta “Maria 25; José 45”.
de feirantes dessa feira? Solução:
J – M = 20
4. Certa quantidade de cards é 3repartida entre três 9
meninos. O primeiro menino recebe da quantidade e o J= M
7 5
segundo, metade do resto. Dessa maneira, os dois receberam
9
250 cards. Quantos cards havia para serem repartidos e (substituindo a letra “J” por M
quantos cards recebeu o terceiro menino? 5

Didatismo e Conhecimento 92
MATEMÁTICA
9 x = 1750
M - M = 20 (mmc: 1; 5)
5 5
9M - 5M = 100 x = 350 cards
4M=100
portanto:
M= 100 1° = 3 . 350 = 150
4 7
M=25 e J=45 2
2° = . 350 = 100
7
3) Resposta “135”. 3° = 350 - 250 = 100
Solução:
F = feirantes
5) Resposta “200”.
J = 5 .F
9 Solução:
J + P = 99 x = Livro
1 dia = 3 x
(substituindo a letra “J”por 5 F) 5
9 2 dia = 3 (x − 3 x)
5 2
F + .(F- 5 F) = 99 4 5
9 5 9 3 dia = 20 páginas
5 F + 2 . ⎛ 9F − 5F ⎞ = 900
⎜ ⎟⎠ 1 dia + 2 dia + 3 dia = X
9 5 ⎝ 9 3 3 3
x + (x − x) + 20 = x
5 5 4 5
F + 2 . 4F = 99
9 5 9 3 3 5x − 3x
x+ ( ) + 20 = x
5 4 5
5 8F
F+ = 99 (mmc:9; 45) 3 3 2x
9 45 x + . + 20 = x
5 4 5
25 3 6x
F + 8F = 4455 x+ + 20 = x(mmc : 5;20)
45 45 45 5 20
33F = 4455 12x + 6x + 400 = 20x
20x - 18x = 400
F= 4455 2x = 400
33 x = 400 = 200 páginas
F = 135 2

4) Resposta “350 cards; 3˚ menino recebeu 100”. 6) Resposta “Ouro = 120; Bronze = 50”.
Solução:
Solução: T = Total
x = cards O= 3
1° = 3 .x 5T
7
3x 7x − 3x P = 30
x− 4x 2x
2° = 7 = 7 = = B= 1
2 2 14 7
4T
(substituindo o “1°”e “2°”pelos valores respectivos) O+P+B=T
3 2x
x+ = 250 (mmc:1; 7) 3 1
7 7 + 30 + = T (mmc : 5; 4)
5T 4T
3x+2x = 1750 12t 5t 600 20t
5x = 1750 + + =
20 20 20 20
17T + 600 = 20T

Didatismo e Conhecimento 93
MATEMÁTICA
20T - 17T = 600 9) Resposta “135 metros”.
3T = 600 Solução:
M = muro
T = 600 = 200 medalhas
3 2
1 dia = M
5
Portanto
2 dia = 51 metros
O = 3 = 3 . 200 = 120 2 7
M + 51 = M (mmc : 5;9)
5T 5 5 9
18M 2295 35M
B = 1 = 1 . 200 = 50 + =
45 45 45
4T 4
18M + 2295 = 35M
7) Resposta “Distancia total: 70 km; Quarta etapa: 10 km”. 35M – 18M = 2295
Solução: 17M = 2295
T = total
M = 2295
1ª = 2 17
7T
2ª = 3 ⎛ T − 2 T ⎞ = 3 .⎛ 7T − 2T ⎞ = 3 . 5T = 3T
M = 135 metros.
⎜ ⎟ ⎜ ⎟
5⎝ 7 ⎠ 5 ⎝ 7 ⎠ 5 7 7 10) Resposta “144 páginas”.
Solução:
2T 3T 7T − 2T − 3T 2T P = total
T− − 2T
3ª = 7 7 = 7 = 7 = Azul = 3 P
2 2 2 14
8
1ª + 2ª + 3ª = 60 Vermelha = 58
3 7
2T 3T 2T P + 58 = P (mmc:8 ; 9)
+ + = 60 (mmc:7;14) 8 9
7 7 14
27P + 4176 = 56P
56P - 27P = 4176
4T + 6T + 2T = 840
12T = 840 29P = 4176
840 P = 4176 = 144 páginas
T=
12 29
T = 70

4ª = 70 – 60 = 10

8) Resposta “Gabriela: 28 anos; Lúcia: 21 anos”.


Solução:
L + G = 49 anos

L= 3
4G
Substitui a letra “L” por 3
4G
3 + G = 49 (mmc:1; 4)
4G
3G + 4G = 196
7G = 196

G = 196 = 28 anos
7
L = 49 - 28 = 21 anos

Didatismo e Conhecimento 94
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Agente Controle de Vetores - PPI/VS
Caso ocorra um segundo ou terceiro episódio da dengue, há
CONHECIMENTOS DE DENGUE, risco aumentado para formas mais graves da dengue, como a den-
gue hemorrágica e síndrome do choque da dengue.
VETOR, VÍRUS, SINTOMAS E Na maioria dos casos, a pessoa infectada não apresenta sin-
MEDIDAS DE CONTROLE tomas da dengue, combatendo o vírus sem nem saber que ele está
(CRIADOUROS). em seu corpo. Para aqueles que apresentam sintomas, os tipos de
dengue podem se manifestar clinicamente de quatro formas:

Dengue clássica
A dengue clássica é a forma mais leve da doença, sendo mui-
Dengue tas vezes confundida com a gripe. Tem início súbito e os sintomas
A dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus, podem durar de cinco a sete dias, apresentando sintomas como
sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. O febre alta (39° a 40°C), dores de cabeça, cansaço, dor muscular e
seu principal vetor de transmissão é o mosquito Aedes aegypti, que nas articulações, indisposição, enjôos, vômitos, entre outros.
se desenvolve em áreas tropicais e subtropicais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 Dengue hemorrágica
a 100 milhões de pessoas se infectem anualmente com a dengue A dengue hemorrágica acontece quando a pessoa infectada
em mais de 100 países de todos os continentes, exceto a Europa. com dengue sofre alterações na coagulação sanguínea. Se a doen-
Cerca de 550 mil doentes necessitam de hospitalização e 20 mil ça não for tratada com rapidez, pode levar à morte. No geral, a
morrem em consequência da dengue. dengue hemorrágica é mais comum quando a pessoa está sendo
Existem quatro tipos de dengue, pois o vírus causador da den- infectada pela segunda ou terceira vez. Os sintomas iniciais são
gue possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. parecidos com os da dengue clássica, e somente após o terceiro
A infecção por um deles dá proteção permanente para o mesmo ou quarto dia surgem hemorragias causadas pelo sangramento de
sorotipo, mas imunidade parcial e temporária contra os outros três. pequenos vasos da pele e outros órgãos. Na dengue hemorrágica,
Embora pareça pouco agressiva, a doença pode evoluir para ocorre uma queda na pressão arterial do paciente, podendo gerar
a dengue hemorrágica e a síndrome do choque da dengue, carac- tonturas e quedas.
terizadas por sangramento e queda de pressão arterial, o que eleva
o risco de morte. A melhor maneira de combater esse mal é atuan- Síndrome do choque da dengue
do de forma preventiva, impedindo a reprodução do mosquito. A síndrome de choque da dengue é a complicação mais séria
Em 1865 foi descrito o primeiro caso de dengue no Brasil, na da dengue, se caracterizando por uma grande queda ou ausência
cidade de Recife, sendo considerada epidêmica em 1846, quando de pressão arterial, acompanhado de inquietação, palidez e per-
se espalhou por vários estados, como Rio de Janeiro e São Paulo. da de consciência. Uma pessoa que sofreu choque por conta da
Acredita-se que o mosquito Aedes aegypti chegou ao Brasil pelos dengue pode sofrer várias complicações neurológicas e cardiorres-
navios negreiros, uma vez que as primeiras aparições do mosquito piratórias, além de insuficiência hepática, hemorragia digestiva e
se deram no continente africano. No início do século XX, o médi- derrame pleural. Além disso, a síndrome de choque da dengue não
co Oswaldo Cruz implantou um programa de combate ao mosquito tratada pode levar a óbito.
que chegou a eliminar a dengue no país durante a década de 1950.
A dengue voltou a acontecer no Brasil na década de 1980, Causas
tendo seus primeiros novos casos em Roraima pelos vírus DEN1 A dengue não é transmitida de pessoa para pessoa. A trans-
e DEN4. Em 1990, houve a introdução do vírus DEN2 no Rio de missão se dá pelo mosquito que, após um período de 10 a 14 dias
Janeiro, atingindo várias áreas do Sudeste, levando a uma epide- contados depois de picar alguém contaminado, pode transportar o
mia em 1998, com mais de 500.000 casos no país. Em 2000, o vírus da dengue durante toda a sua vida.
vírus DEN3 foi isolado no Rio de Janeiro, e uma nova epidemia de O ciclo de transmissão ocorre do seguinte modo: a fêmea do
dengue aconteceu entre 2001 e 2003. Antes dessa década, os casos mosquito deposita seus ovos em recipientes com água. Ao saírem
de dengue hemorrágica no país eram raros, mas com a introdução dos ovos, as larvas vivem na água por cerca de uma semana. Após
do novo vírus diversas pessoas contraíram a dengue pela segunda este período, transformam-se em mosquitos adultos, prontos para
ou terceira vez. picar as pessoas. O Aedes aegypti procria em velocidade prodigio-
sa e o mosquito da dengue adulto vive em média 45 dias. Uma vez
Tipos que o indivíduo é picado, demora no geral de três a 15 dias para a
O vírus da dengue possui quatro variações: DEN-1, DEN-2, doença se manifestar, sendo mais comum cinco a seis dias.
DEN-3 e DEN-4. Todos os tipos de dengue causam os mesmo sin- A transmissão da dengue raramente ocorre em temperaturas
tomas. abaixo de 16° C, sendo que a mais propícia gira em torno de 30°
Quando uma pessoa é infectada com um determinado tipo de a 32° C - por isso ele se desenvolve em áreas tropicais e subtro-
vírus, cria anticorpos no seu organismo e não irá mais contrair a picais. A fêmea coloca os ovos em condições adequadas (lugar
doença por esse mesmo vírus, mas ainda pode ser infectada pelos quente e úmido) e em 48 horas o embrião se desenvolve. É impor-
outros três tipos. Isso quer dizer que só é possível pegar dengue tante lembrar que os ovos que carregam o embrião do mosquito da
quatro vezes. dengue podem suportar até um ano a seca e serem transportados
por longas distâncias, grudados nas bordas dos recipientes. Essa é
uma das razões para a difícil erradicação do mosquito. Para pas-

Didatismo e Conhecimento 1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Agente Controle de Vetores - PPI/VS
sar da fase do ovo até a fase adulta, o inseto demora dez dias, em A síndrome de choque da dengue, quando não tratada, pode
média. Os mosquitos acasalam no primeiro ou no segundo dia após levar a pessoa à morte em até 24 horas. De acordo com estatísticas
se tornarem adultos. Depois, as fêmeas passam a se alimentar de do Ministério da Saúde, cerca de 5% das pessoas com dengue he-
sangue, que possui as proteínas necessárias para o desenvolvimento morrágica morrem.
dos ovos. Fonte: www.minhavida.com.br
O mosquito Aedes aegypti mede menos de um centímetro, tem
aparência inofensiva, cor café ou preta e listras brancas no corpo O Combate à Dengue é uma responsabilidade dos órgãos pú-
e nas pernas. Costuma picar, transmitindo a dengue, nas primeiras blicos e de toda população. O mosquito da dengue (aedes aegyp-
horas da manhã e nas últimas da tarde, evitando o sol forte, mas, ti) se reproduz em qualquer lugar que houver condições propícias
mesmo nas horas quentes, ele pode atacar à sombra, dentro ou fora (água parada limpa ou pouco poluída). A conscientização da po-
de casa. Há suspeitas de que alguns ataquem durante a noite. O in- pulação e a tomada de medidas são de fundamental importância
divíduo não percebe a picada, pois não dói e nem coça no momento. para a redução e, quem sabe, a erradicação desta doença do Brasil.
A fêmea do Aedes aegypti voa até mil metros de distância de
seus ovos. Com isso, os pesquisadores descobriram que a capacida- Medidas de Combate à dengue (para eliminar os criadou-
de do mosquito é maior do que os especialistas acreditavam. ros e evitar a reprodução e proliferação do aedes aegypti)
- Não deixar água parada em pneus fora de uso. O ideal é fazer
Sintomas da dengue clássica furos nestes pneus para evitar o acúmulo de água;
- Não deixar água acumulada sobre a laje de sua residência;
Os sintomas da dengue iniciam de uma hora para outra e du- - Não deixar a água parada nas calhas da residência. Remover
ram entre 5 a 7 dias. Os principais sinais são: folhas, galhos ou qualquer material que impeça a circulação da
Febre alta com início súbito (39° a 40°C) água.
Forte dor de cabeça - A vasilha que fica abaixo dos vasos de plantas não pode ter
Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento dos mesmos água parada. Deixar estas vasilhas sempre secas ou cobri-las com
Perda do paladar e apetite areia;
Manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, princi- - Caixas de água devem ser limpas constantemente e mantidas
palmente no tórax e membros superiores sempre fechadas e bem vedadas. O mesmo vale para poços artesia-
Náuseas e vômitos nos ou qualquer outro tipo de reservatório de água;
Tontura - Vasilhas que servem para animais (gatos, cachorros) beber
Extremo cansaço
água não devem ficar mais do que um dia com a água sem trocar;
Moleza e dor no corpo
- As piscinas devem ter tratamento de água com cloro (sempre
Muitas dores nos ossos e articulações
na quantidade recomendada). Piscinas não utilizadas devem ser
Dor abdominal (principalmente em crianças).
desativadas (retirar toda água) e permanecer sempre secas;
- Garrafas ou outros recipientes semelhantes (latas, vasilhas,
Sintomas da dengue hemorrágica
copos) devem ser armazenados em locais cobertos e sempre de
Os sintomas da dengue hemorrágica são os mesmos da dengue
clássica. A diferença é que a febre diminui ou cessa após o terceiro cabeça para baixo. Se não forem usados devem ser embrulhados
ou quarto dia da doença e surgem hemorragias em função do san- em sacos e descartados no lixo (fechado).
gramento de pequenos vasos na pele e nos órgãos internos. Quando - Não descartar lixo em terrenos baldios e manter a lata de lixo
acaba a febre começam a surgir os sinais de alerta: sempre bem fechada;
Dores abdominais fortes e contínuas - As bromélias costumam acumular água entre suas folhas.
Vômitos persistentes Para evitar a reprodução do mosquito, o ideal é regar esta planta
Pele pálida, fria e úmida com uma mistura de 1 litro de água e uma colher de água sanitária.
Sangramento pelo nariz, boca e gengivas - Sempre que observar alguma situação (que você não possa
Manchas vermelhas na pele resolver), avisar imediatamente um agente público de saúde para
Comportamento variando de sonolência à agitação que uma medida eficaz seja tomada. 
Confusão mental
Sede excessiva e boca seca Fonte: www.suapesquisa.com/ecologiasaude/combate_dengue
Dificuldade respiratória
Queda da pressão arterial. . Biologia do vetor
Na dengue hemorrágica, o quadro clínico se agrava rapida- 2.1. Aedes aegypti
mente, apresentando sinais de insuficiência circulatória. A baixa O Aedes aegypti (Linnaeus,1762) e também o Aedes albopic-
circulação sanguínea pode levar a pessoa a um estado de choque. tus (Skuse, 1894) pertencem ao RAMO Arthropoda (pés articula-
Embora a maioria dos pacientes com dengue não desenvolva cho- dos), CLASSE Hexapoda (três pares de patas), ORDEM Diptera
que, a presença de certos sinais alertam para esse quadro: (um par de asas anterior funcional e um par posterior transformado
Dor abdominal persistente e muito forte em halteres), FAMÍLIA Culicidae, GÊNERO Aedes.
Mudança de temperatura do corpo e suor excessivo O Aedes aegypti é uma espécie tropical e subtropical, encon-
Comportamento variando de sonolência à agitação trada em todo mundo, entre as latitudes 35ºN e 35ºS. Embora a
Pulso rápido e fraco espécie tenha sido identificada até a latitude 45ºN, estes têm sido
Palidez achados esporádicos apenas durante a estação quente, não sobre-
Perda de consciência. vivendo ao inverno.

Didatismo e Conhecimento 2
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A distribuição do Aedes aegypti também é limitada pela al- 2.1.3. Pupa
titude. Embora não seja usualmente encontrado acima dos 1.000 As pupas não se alimentam. É nesta fase que ocorre a meta-
metros, já foi referida sua presença a 2.200 metros acima do nível morfose do estágio larval para o adulto. Quando inativas se mantêm
do mar, na Índia e na Colômbia (OPS/OMS). na superfície da água, flutuando, o que facilita a emergência do
Por sua estreita associação com o homem, o Aedes aegypti é, inseto adulto. O estado pupal dura, geralmente, de dois a três dias.
essencialmente, mosquito urbano, encontrado em maior abundân- A pupa é dividida em cefalotórax e abdômen. A cabeça e o
cia em cidades, vilas e povoados. Entretanto, no Brasil, México e tórax são unidos, constituindo a porção chamada cefalotórax, o que
Colômbia, já foi localizado em zonas rurais, provavelmente trans- dá à pupa, vista de lado, a aparência de uma vírgula .A pupa tem um
portado de áreas urbanas em vasos domésticos, onde se encontra- par de tubos respiratórios ou .trompetas., que atravessam a água e
vam ovos e larvas (OPAS/ OMS).
permitem a respiração.
Os mosquitos se desenvolvem através de metamorfose com-
2.1.4. Adulto
pleta, e o ciclo de vida do Aedes aegypti compreende quatro fases:
ovo, larva (quatro estágios larvários), pupa e adulto. O adulto de Aedes aegypti representa a fase reprodutora do
2.1.1. Ovo inseto. Como ocorre com grande parte dos insetos alados, o adulto
Os ovos do Aedes aegypti medem, aproximadamente, 1mm de representa importante fase de dispersão.
comprimento e contorno alongado e fusiforme (Forattini, 1962). Entretanto, com o Aedes aegypti é provável que haja mais
São depositados pela fêmea, individualmente, nas paredes internas transporte passivo de ovos e larvas em recipientes do que dispersão
dos depósitos que servem como criadouros, próximos à superfície ativa pelo inseto adulto
da água. No momento da postura os ovos são brancos, mas, rapi- O Aedes aegypti é escuro, com faixas brancas nas bases dos
damente, adquirem a cor negra brilhante . segmentos tarsais e um desenho em forma de lira no mesonoto. Nos
A fecundação se dá durante a postura e o desenvolvimento espécimes mais velhos, o .desenho da lira. pode desaparecer, mas
do embrião se completa em 48 horas, em condições favoráveis de dois tufos de escamas branco-prateadas no clípeo, escamas claras
umidade e temperatura. nos tarsos e palpos permitem a identificação da espécie. O macho
Uma vez completado o desenvolvimento embrionário, os se distingue essencialmente da fêmea por possuir antenas plumosas
ovos são capazes de resistir a longos períodos de dessecação, que e palpos mais longos.
podem prolongar-se por mais de um ano. Foi já observada a eclo- Logo após emergir do estágio pupal, o inseto adulto procura
são de ovos com até 450 dias, quando colocados em contato com pousar sobre as paredes do recipiente, assim permanecendo durante
a água. várias horas, o que permite o endurecimento do exoesqueleto, das
A capacidade de resistência dos ovos de Aedes aegypti à des-
asas e, no caso dos machos, a rotação da genitália em 180º.
secação é um sério obstáculo para sua erradicação. Esta condição
Dentro de 24 horas após, emergirem, podem acasalar, o que
permite que os ovos sejam transportados a grandes distâncias, em
recipientes secos, tornando-se assim o principal meio de dispersão vale para ambos os sexos. O acasalamento geralmente se dá durante
do inseto (dispersão passiva). o vôo, mas, ocasionalmente, pode se dar sobre uma superfície, ver-
2.1.2.Larva tical ou horizontal. Uma única inseminação é suficiente para fecun-
Como o Aedes aegypti é um inseto holometabólico, a fase lar- dar todos os ovos que a fêmea venha a produzir durante sua vida.
vária é o período de alimentação e crescimento. As larvas passam As fêmeas se alimentam mais freqüentemente de sangue, ser-
a maior parte do tempo alimentando-se principalmente de material vindo como fonte de repasto a maior parte dos animais vertebrados,
orgânico acumulado nas paredes e fundo dos depósitos mas mostram marcada predileção pelo homem (antropofilia).
As larvas possuem quatro estágios evolutivos. A duração da O repasto sangüíneo das fêmeas fornece proteínas para o de-
fase larvária depende da temperatura, disponibilidade de alimento senvolvimento dos ovos. Ocorre quase sempre durante o dia, nas
e densidade das larvas no criadouro. Em condições ótimas, o pe- primeiras horas da manhã e ao anoitecer. O macho alimenta-se de
ríodo entre a eclosão e a pupação pode não exceder a cinco dias. carboidratos extraídos dos vegetais. As fêmeas também se alimen-
Contudo, em baixa temperatura e escassez de alimento, o 4º tam da seiva das plantas.
estágio larvário pode prolongar-se por várias semanas, antes de Em geral, a fêmea faz uma postura após cada repasto sangü-
sua transformação em pupa. íneo. O intervalo entre a alimentação sangüínea e a postura é, em
A larva do Aedes aegypti é composta de cabeça, tórax e ab- regra, de três dias, em condições de temperatura satisfatórias. Com
dômen. O abdômen é dividido em oito segmentos. O segmento freqüência, a fêmea se alimenta mais de uma vez, entre duas suces-
posterior e anal do abdômen tem quatro brânquias lobuladas para
sivas posturas, em especial quando perturbada antes de totalmente
regulação osmótica e um sifão ou tubo de ar para a respiração na
ingurgitada (cheia de sangue). Este fato resulta na variação de hos-
superfície da água. O sifão é curto, grosso e mais escuro que o
corpo. Para respirar, a larva vem à superfície, onde fica em posi- pedeiros, com disseminação do vírus a vários deles.
ção quase vertical. Movimenta-se em forma de serpente, fazendo A oviposição se dá mais freqüentemente no fim da tarde. A fê-
um .S. em seu deslocamento. É sensível a movimentos bruscos na mea grávida é atraída por recipientes escuros ou sombreados, com
água e, sob feixe de luz, desloca-se com rapidez, buscando refúgio superfície áspera, nas quais deposita os ovos. Prefere água limpa
no fundo do recipiente (fotofobia). e cristalina ao invés de água suja ou poluída por matéria orgânica.
Na pesquisa, é preciso que se destampe com cuidado o depó- A fêmea distribui cada postura em vários recipientes.
sito e, ao incidir o jato de luz, percorrer, rapidamente, o nível de É pequena a capacidade de dispersão do Aedes aegypti pelo
água junto à parede do depósito. Com a luz, as larvas se deslocam vôo, quando comparada com a de outras espécies. Não é raro que
para o fundo. Tendo em vista a maior vulnerabilidade nesta fase, as a fêmea passe toda sua vida nas proximidades do local de onde
ações do PEAa devem, preferencialmente, atuar na fase larvária. eclodiu, desde que haja hospedeiros. Poucas vezes a dispersão pelo

Didatismo e Conhecimento 3
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vôo excede os 100 metros. Entretanto, já foi demonstrado que uma
fêmea grávida pode voar até 3Km em busca de local adequado
para a oviposição, quando não há recipientes apropriados nas pro-
ximidades.
A dispersão do Aedes aegypti a grandes distâncias se dá, ge-
ralmente, como resultado do transporte dos ovos e larvas em reci-
pientes.
Quando não estão em acasalamento, procurando fontes de ali-
mentação ou em dispersão, os mosquitos buscam locais escuros e
quietos para repousar.
A domesticidade do Aedes aegypti é ressaltada pelo fato de
que ambos os sexos são encontrados em proporções semelhantes
dentro das casas (endofilia).
O Aedes aegypti quando em repouso é encontrado nas habi-
tações, nos quartos de dormir, nos banheiros e na cozinha e, só
ocasionalmente, no peridomicílio. As superfícies preferidas para
o repouso são as paredes, mobília, peças de roupas penduradas e
mosquiteiros.
Quando o Aedes aegypti está infectado pelo vírus do dengue
ou da febre amarela, pode haver transmissão transovariana destes,
de maneira que, em variável percentual, as fêmeas filhas de um
espécime portador nascem já infectadas (OPAS/OMS).
Os adultos de Aedes aegypti podem permanecer vivos em la-
boratório durante meses, mas, na natureza, vivem em média de
30 a 35 dias. Com uma mortalidade diária de 10%, a metade dos
mosquitos morre durante a primeira semana de vida e 95% durante
o primeiro mês.

QUESTÕES

01) A dengue não é transmitida de pessoa para pessoa. A trans-


missão se dá pelo mosquito que, após um período de __________
dias contados depois de picar alguém contaminado, pode transpor-
tar o vírus da dengue durante toda a sua vida. Qual das alternativas
melhor preenche a lacuna acima?
a) 10 a 10
b) 10 a 14
c) 10 a 18
d) 10 a 22
e) 10 a 24

GABARITO

01 B

Didatismo e Conhecimento 4

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