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CURSO ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
PARA O TCU

PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

Administração Pública em Exercícios para o TCU


Aula 01

Olá Pessoal,
Sejam bem-vindos ao curso de Administração Pública em Exercícios para o TCU.
Como já foi dito na aula demonstrativa, serão cinco aulas em que tentarei resolver
de 100 a 120 questões por aula. O objetivo é fazer o maior número de questões
possível para nos familiarizarmos com a banca.

Nesta primeira aula serão abordados os três primeiros itens do edital, continuando o
que já vimos na aula demonstrativa:

1. Estruturação da máquina administrativa no Brasil desde 1930:


dimensões estruturais e culturais.
2. As reformas administrativas e a redefinição do papel do Estado.
Reforma do Serviço Civil (mérito, flexibilidade e responsabilização) e
Plano Diretor para a Reforma do Aparelho do Estado de 1995.
3. Administração pública: do modelo racional-legal ao paradigma pós-
burocrático. O Estado oligárquico e patrimonial, o Estado autoritário e
burocrático, o Estado do bem-estar, o Estado regulador.
Antes de entrarmos na análise das questões, vamos ver como o Bresser Pereira
dividiu a evolução da administração pública no Brasil.

1821-1930 1930 - 1985 1985 -

Sociedade Mercantil-Senhorial Capitalista-Industrial Pós-Industrial

Estado (política) Oligárquico Autoritário Democrático (1985)

Estado (administração) Patrimonial Burocrático Gerencial (1995)

De 1821, a sociedade brasileira era baseada na produção agrícola destinada ao


comércio internacional (café, algodão, borracha) e era dirigida por uma oligarquia,
ou seja, por um pequeno grupo que se aproveitava do Estado para conquistar
vantagens pessoais (patrimonialismo).

A partir de 1930 a economia se volta para a industrialização e o governo passa a


ser comandado a mãos de ferro por Getúlio Vargas no Estado Novo, durante o qual
se implantou no país a administração burocrática. Após a saída de Vargas em 1945

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há um período democrático, mas em 1964 os militares retornam ao poder,
colocando o país novamente sob os mandos de uma ditadura.
Em 1985 ocorre a redemocratização, a economia entra numa era pós-industrial, em
que os serviços e a tecnologia da informação ganham extrema importância. Na
administração, em 1995 é lançado o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do
Estado, que implantaria a reforma gerencial no Brasil. Aqui cabe uma observação.
O CESPE demonstrou posicionamento diferente, como veremos na questão 19,
mas o gabarito ainda é preliminar.

Vamos então às questões.

1 (CESPE/TRE-TO/2005) A década de 30 caracterizou-se por uma significativa


centralização no nível político e econômico, expressão de uma forma de Estado
autoritário que conduziu o início de processo de modernização e industrialização do
país. Nesse período, assistiu-se à superação do Estado voltado para a regulação
da vida social e econômica, substituído por um Estado intervencionista, mais ativo
na promoção do desenvolvimento econômico do país. Consolidou-se, assim, o
Estado administrativo. A expansão do Estado intervencionista deu-se mediante três
linhas de ação: a criação de órgãos e departamentos formuladores de políticas
públicas, buscando-se a participação das corporações por meio da formação de
conselhos; a expansão dos órgãos da administração direta e a expansão
empresarial do Estado.

Antes da Revolução de 1930, o Estado brasileiro estava nas mãos de uma elite
agrária composta de aristocráticos proprietários rurais. A crise da bolsa de Nova
York em 1929 e a recessão que se alastrou pelo mundo obrigaram o país a buscar
novas formas de desenvolvimento, já que não havia mercado para o café. Como a
recessão prejudicou também as exportações dos outros países para o Brasil, o
mercado interno que havia se constituído após o fim da escravidão e início da
imigração e que se abastecia em grande medida pelas importações se mostrou
uma saída, principalmente como propulsor de uma industrialização incipiente.

É precisamente nesse contexto que Getúlio Vargas comanda um movimento


revolucionário que vai marcar a reformulação completa do Estado brasileiro,
abrindo caminho para um amplo processo de modernização social e industrial, que
resultou na incorporação da classe trabalhadora, de setores médios urbanos e da
incipiente burguesia nacional. Este processo será comandado com mão de ferro
pelo ditador, especialmente depois de 1937 com a implantação do Estado Novo.
A política econômica adotada por Vargas era nacionalista e corporativista.
Nacionalista porque estava convencido de que o nosso desenvolvimento deveria se
basear em nossos recursos, explorados pelos nossos capitais e em proveito dos
brasileiros. Era corporativista porque a administração pública se fazia através de
Conselhos Técnicos e Corporações Econômicas. Veremos na próxima aula as
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formas de intermediação de interesses, entre elas o corporativismo, mas já
podemos adiantar que ele se configura como um sistema político no qual o poder
legislativo é atribuído a corporações representativas dos interesses econômicos,
industriais ou profissionais, nomeadas por intermédio de associações de classes, e
que através dos quais os cidadãos, devidamente enquadrados, participam na vida
política, através dos representantes por si escolhidos. No Estado Novo, cada
Conselho continha metade de especialistas na matéria e metade de trabalhadores
na profissão, destacados pelos sindicatos (corporações). Essa instituição estava
longe de ser democrática, pois os sindicatos eram controlados pelo governo e só
elementos de confiança eram nomeados para os Conselhos. No fundo, apenas
serviam para um controle maior sobre a massa trabalhadora.

Entre 1930 e 1945 houve um aumento da Administração Direta considerável e um


exemplo deste fato foi o surgimento de três Ministérios: de Educação e Saúde, de
1930, do Trabalho, Indústria e Comércio, de 1931 e da Aeronáutica, de 1941. No
entanto, também houve a criação de agências estatais descentralizadas, o que
chamamos hoje de administração indireta. A maior parte destas agências foi criada
para a área econômica. Bresser Pereira observa que:

Já em 1938, temos um primeiro sinal da administração pública


gerencial, com a criação da primeira autarquia, a partir da idéia de
descentralização na prestação de serviços públicos para a
administração indireta, que estaria liberada de obedecer a certos
requisitos burocráticos da administração direta.

Questão CORRETA.

2 (CESPE/INMETRO/2007) A criação do Departamento Administrativo do


Serviço Público (DASP), na década de 30, representou um marco na busca da
racionalização e do desenvolvimento de métodos e procedimentos padronizados
para a atuação dos agentes públicos.

A Revolução de 1930, um contraponto às oligarquias regionais, teve como


desdobramento principal a criação do Estado administrativo no Brasil, através de
dois mecanismos típicos da administração racional-legal:

ƒ estatutos normativos
ƒ órgãos normativos e fiscalizadores.
O modelo racional-legal começa a ser implantado no Brasil, através de um grande
esforço de Vargas para normatizar e padronizar os principais procedimentos da
administração pública. Assim, mesmo antes da criação do DASP, é iniciado um
amplo processo de criação de estatutos e normas para as áreas fundamentais da

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administração pública, principalmente em três áreas que são consideradas o tripé
da implantação da administração burocrática no país:

ƒ Administração de materiais
ƒ Administração de Pessoal
ƒ Administração Financeira:
Questão CORRETA.

3 (CESPE/MCT/2004) O Departamento Administrativo do Serviço Público


(DASP) foi o órgão central de modernização do Estado Novo incumbido de
estabelecer o sistema do mérito e a centralização das compras.

A primeira perna do tripé, a administração de material, deu seu primeiro passo com a
criação da Comissão Permanente de Padronização em 1930 e da Comissão
Permanente de Compras em 1931.

Para a segunda perna do tripé, a administração de pessoal, a Lei nº 284, de 20 de


outubro de 1936, criou o Conselho Federal do Serviço Público Civil, que iria ser
transformado no departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), através
do Decreto 579 de 1938. A Lei nº 284/36 instituiu também as Comissões de
Eficiência. Por mais que pareça estranho para nós pensarmos desta forma hoje, a
burocracia tinha como objetivo o aumento da eficiência, que só seria conquistado
com a racionalidade.

O DASP viria a ter uma longa e importante trajetória na administração pública,


vindo a ser extinto apenas em 1986. O DASP passou a ser seu órgão executor e,
também, formulador da nova forma de pensar e organizar a administração pública. A
criação do DASP, ocorrida já nos quadros do Estado Novo, acontecia em um
momento em que o autoritarismo brasileiro voltava com força, mas agora para
realizar a revolução modernizadora do país, industrializá-lo, e valorizar a
competência técnica. Representou, assim, no plano administrativo, a afirmação dos
princípios centralizadores e hierárquicos da burocracia clássica. O DASP ficou
responsável por todo o tripé, sendo o responsável pela implantação do sistema de
mérito e pela centralização das compras, além de assumir a responsabilidade pelo
orçamento.

Questão CORRETA.

4 (CESPE/TCE-AC/2008) A função orçamentária, como atividade formal e


permanentemente vinculada ao planejamento, já estava consagrada na gestão
pública brasileira quando da implantação do modelo de administração burocrática.

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A terceira perna do tripé era a administração financeira. Antes da reforma
burocrática da década de 1930, o orçamento era visto como uma mera
enumeração de receitas e despesas. Foi a implantação do modelo racional-legal
que permitiu que o orçamento fosse visto como um instrumento de planejamento. Até
a criação do DASP, a proposta das despesas da União era realizada da
seguinte maneira:
ƒ estabelecimento de normas/prazos orçamentários através de lei ou Decreto-
lei;
ƒ designação de funcionários do Ministério da Fazenda para acompanharem a
organização de propostas parciais das despesas dos Ministérios;
ƒ apresentação, pelos ministérios, de propostas parciais de suas despesas,
com justificativas minuciosas quanto às alterações realizadas;
ƒ designação de comissão, sob a presidência do chefe de Gabinete do
Ministro da Fazenda, para organizar a proposta geral;
ƒ encaminhamento ao Presidente da República pelo Ministro da Fazenda,
acompanhado de minuciosas exposições;
ƒ encaminhamento à Câmara dos Deputados, após aprovação definitiva do
Presidente da República.
O DASP também teve entre as suas atribuições a elaboração da proposta do
orçamento federal e a fiscalização orçamentária. Até 1940, as iniciativas relativas à
política orçamentária permaneceram nas mãos do Ministério da Fazenda. Nesse
ano, a situação foi contornada com a criação, no interior daquele ministério, da
Comissão de Orçamento, cuja presidência passava a ser acumulada pelo
presidente do DASP. Somente no princípio de 1945 o DASP assumiu plenamente a
responsabilidade pela elaboração da proposta do orçamento federal, com a
conseqüente extinção da comissão do Ministério da Fazenda.

Questão ERRADA, já que o orçamento só passou a ser visto como instrumento de


planejamento com a implantação da administração burocrática.

5 (ESAF/MPOG-EPPGG/2008) Durante o primeiro governo Vargas, foram


estabelecidas normas de administração de pessoal na Constituição de 1934, na
qual, por meio dos artigos 168 e 170, § 2º, introduziu-se o princípio do mérito na
organização de pessoal.

Já vimos na aula demonstrativa que a administração burocrática adotava entre os


seus princípios o do mérito para acesso aos cargos públicos. Antes da Constituição
de 1934, algumas carreiras já eram organizadas com base em ingresso mediante
concurso público. Este era o caso dos militares, da diplomacia e do Banco do
Brasil. No entanto, a generalização das propostas weberianas como modelo de
organização do serviço civil federal deu-se a partir da Constituição de 1934, que
determinou:
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Art 168 - Os cargos públicos são acessíveis a todos os brasileiros,
sem distinção de sexo ou estado civil, observadas as condições
que a lei estatuir.
Art 169 - Os funcionários públicos, depois de dois anos, quando
nomeados em virtude de concurso de provas, e, em geral, depois
de dez anos de efetivo exercício, só poderão ser destituídos em
virtude de sentença judiciária ou mediante processo
administrativo, regulado por lei, e, no qual lhes será assegurada
plena defesa.
Parágrafo único - Os funcionários que contarem menos de dez
anos de serviço efetivo não poderão ser destituídos dos seus
cargos, senão por justa causa ou motivo de interesse público.
Art 170 - O Poder Legislativo votará o Estatuto dos Funcionários
Públicos, obedecendo às seguintes normas, desde já em vigor:
2º) a primeira investidura nos postos de carreira das repartições
administrativas, e nos demais que a lei determinar, efetuar-se-á
depois de exame de sanidade e concurso de provas ou títulos;

Em 1939 entrou em vigor o “Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União”,


por meio do Decreto-Lei 1.713. Os cargos foram agrupados classes e estruturados
em carreiras e o concurso passou a ser utilizado para o provimento dos cargos.
Contudo, o concurso não era exigido para todos os cargos. Segundo Luciano
Martins, a profissionalização da administração pública a partir da criação do DASP
deu origem um duplo padrão:

Para os altos escalões da burocracia, foram adotados acessos


mediante concurso, carreiras, promoção baseada em critérios de
mérito e salários adequados. Para os níveis médio e inferior, a
norma era a admissão por indicação clientelista; as carreiras eram
estabelecidas de forma imprecisa; o critério de promoção
baseava-se no tempo de serviço e não no mérito; e a erosão dos
salários tornou-se intermitente.

Questão CORRETA.

6 (CESPE/MDS/2006) A reforma administrativa empreendida pelo DASP, na


década de 30 do século passado, foi inovadora por não estar alinhada aos
princípios da administração científica presentes na literatura mundial da época.

A administração científica teve início com os estudos de Frederick Winslow Taylor,


que defendia a racionalização do trabalho como forma de aumento da
produtividade. Os princípios da administração científica eram:

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ƒ Princípio de Planejamento: substituir a improvisação pela ciência, por meio
do planejamento do método.
ƒ Princípio de Preparo: selecionar cientificamente os trabalhadores de acordo
com suas aptidões e prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor,
de acordo com o método planejado.
ƒ Princípio de controle: controlar o trabalho para se certificar de que o mesmo
está sendo executado corretamente.
ƒ Princípio da execução: distribuir distintamente as atribuições e as
responsabilidades, para que a execução do trabalho seja bem mais
disciplinada.

A reforma administrativa da década de 1930 estava alinhada com os princípios da


administração científica. Questão ERRADA.

7 (CESPE/MEC/2003) O DASP constituiu-se no órgão central de políticas


pautadas pelos princípios da administração científica e do modelo weberiano de
burocracia. Com base em uma orientação de incisiva separação entre atividades-
fim e atividades-meio, difundiu-se o princípio da departamentalização, o formalismo
técnico e o caráter prescritivo da ação governamental.

Com o objetivo de organizar os serviços, estabeleceram-se dentro da estrutura


administrativa duas atividades fundamentais: as atividades-fim e as atividades-
meio. Adotou-se, em seguida a centralização das atividades-meio (as institucionais)
pela sua semelhança ou identidade, em órgãos próprios, de maneira a serem
exercidas uniformemente, procurando dar uma padronização em todas as
repartições do Governo.

A departamentalização é a divisão horizontal do trabalho, que é um dos princípios


da administração burocrática. Lembrem-se: a administração burocrática apresenta
uma divisão horizontal do trabalho, mas isto não quer dizer que a sua estrutura
organizacional será horizontal. Pelo contrário: é extremamente verticalizada.

O formalismo técnico é outro dos princípios da administração burocrática. Por fim, o


“caráter prescritivo da ação governamental” significa que o Estado só pode agir de
acordo com as regras estabelecidas em lei. Prescrição, segundo o Dicionário
Houaiss, significa “ordem expressa e formal”, ou ainda, “indicação exata;
determinação, ordem”.

Questão CORRETA.

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8 (CESPE/SENADO/2002) As reformas daspeanas, não obstante seu efeito


racionalizador, não lograram desenvolvimento econômico, político ou social,
representando um caso clássico de um sistema fechado altamente insulado.

Vimos na aula demonstrativa o conceito de insulamento burocrático, que é o


estabelecimento de barreiras institucionais para evitar pressões políticas ou o
encaminhamento de demandas personalísticas e clientelísticas pela sociedade
sobre os burocratas.

O ambiente cultural encontrado pela reforma modernizadora pretendida com a


criação do DASP foi o mais adverso possível, corroído e dominado por práticas
patrimonialistas amplamente arraigadas. Assim, o DASP nasceu como uma
instituição insulada, que deveria contrapor-se à lógica do clientelismo e o
personalismo no serviço público e na administração do estado brasileiro. No
entanto, com o crescimento do poder do DASP, que passou a ser usado como um
instrumento político vastamente utilizado na tarefa de garantir a sustentação do
poder ditatorial de Vargas, o DASP passou a apresentar um alto grau de
engolfamento social.

Segundo Edson Nunes,


O DASP era um organismo paradoxal, porque combinava
insulamento burocrático com tentativas de institucionalização do
universalismo de procedimentos. Criado para racionalizar a
administração pública e o serviço público, o departamento
preocupava-se com o universalismo de procedimentos em
assuntos relacionados com a contratação e a promoção dos
funcionários públicos. Nesse aspecto o DASP representava a
fração moderna dos administradores profissionais, das classes
médias e dos militares, tornando-se um agente crucial para a
modernização da administração pública. Embora jamais tenha
completado sua missão, o DASP deu inúmeros passos positivos
para a modernização do aparelho de Estado e para a reforma
administrativa.
Mas o DASP possuía uma outra face: o papel de conceber e
analisar criticamente o regime autoritário. Como tal, implementou
o insulamento burocrático e desempenhou várias funções
antagônicas ao universalismo de procedimentos que ele próprio
defendia, como agente de modernização.

O DASP obteve sim êxito em alguns setores da administração pública. Podemos


falar claramente em desenvolvimento econômico, político e social. Questão
ERRADA.

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9 (CESPE/SENADO/2002) Ao final do Estado Novo, o DASP sofria os efeitos


perversos de sua hipertrofia e desvirtuamento de funções, passando de órgão
modernizador da administração pública a braço operativo da ditadura, até mesmo
com funções legislativas.

Ao longo do Estado Novo, o DASP foi ganhando cada vez mais funções e poder, o
que resultou na sua hipertrofia no contexto do Estado, extrapolando a função de
órgão central da administração, assumindo características de agência central de
governo com poderes legislativos, que abrigaria, de fato, a infra-estrutura decisória
do regime do Estado Novo. Questão CORRETA.

10 (CESPE/TERRACAP/2004) Um governo empreendedor se fundamenta em


alguns princípios essenciais, tais como: o controle a posteriori dos resultados,
elemento que faz parte da busca da modernização administrativa e que tem sido
buscado desde a criação do DASP, destacando-se, entretanto, de modo mais
efetivo, no Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado.

Desde a criação do DASP já existem medidas com o objetivo de flexibilizar a


administração burocrática, como é o caso da criação da primeira autarquia ainda
mesmo no governo Vargas. No entanto, a grande linha de atuação da época era
justamente a implantação de um rígido controle no processo, e não no resultado.
Além disso, o controle a posteriori de resultados, que é a principal diferença da
administração burocrática para a gerencial, só começou a ser realmente inserido
na administração pública brasileira a partir do Decreto-Lei 200, mas ainda de forma
tímida. Questão ERRADA.

11 (CESPE/SENADO/2002) A continuidade do DASP foi assegurada nos


governos que se seguiram — Dutra e JK —, de modo a possibilitar a estruturação
dos grupos executivos incumbidos de implementar o Plano de Metas.

O fim do Estado Novo em 1945 permitiu que houvesse um retorno dos velhos
componentes patrimonialistas e clientelistas. A reforma de 1936 havia sido imposta
de cima para baixo, contrariando muitos interesses. Vargas foi deposto em outubro
de 1945, fazendo com que faltasse à Reforma Burocrática o respaldo que o regime
autoritário lhe conferia. Apesar disso, o processo de construção institucional
iniciado nos anos 1930 não foi interrompido. Por um lado a redemocratização
permitiu que Administração ficasse mais responsável perante o Congresso
Nacional. Por outro, os mesmos instrumentos foram distorcidos e utilizados para
fins clientelistas.

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O DASP só veio a ser extinto em 1986, com o Decreto 93.211, que criou a
Secretaria de Administração Pública. Contudo, com a saída de Getúlio em 1945, o
DASP perdeu grande parte de suas atribuições. Nos cinco anos seguintes, a
reforma administrativa seria conduzida como uma ação governamental rotineira e
sem importância, enquanto práticas clientelistas ganhavam novo alento dentro do
Estado brasileiro.

Os grupos executivos, que veremos mais adiante na questão 16, foram estruturas
criadas justamente com o objetivo de fugir da rigidez burocrática do modelo
daspeano. Questão ERRADA.

12 (ESAF/MPOG-EPPGG/2008) No primeiro governo Vargas ocorreu a


implantação, na administração pública direta, do Estatuto dos Servidores Públicos
Civis, por meio da Lei n. 1.711, que vigorou até 1990.

Com o retorno de Vargas ao governo por meio de eleições em 1951 permitiu uma
reação da burocracia a este retorno do clientelismo. Dentro desta reação ocorreu a
promulgação da Lei nº 1.711, que trazia o segundo “Estatuto dos Funcionários
Públicos Civis da União”. Tal estatuto passou a reger o trabalho no setor público e
o concurso público, mais uma vez, tornou-se a regra geral de admissão. Portanto, o
Estatuto não foi implantado no primeiro governo Vargas, mas sim no segundo. Ele
veio a ser revogado apenas pela Lei 8.112 de 1990, que dispõe do regime jurídico
dos servidores civis da União. Questão ERRADA.

Durante o segundo governo de Vargas, também em 1952, foi constituído um grupo


de assessores diretos do Presidente com a finalidade de elaborar um ambicioso
projeto global de reforma administrativa, cujas diretrizes previam a
descentralização da gestão em todos os níveis, com fortalecimento dos Ministros e
centralização da orientação superior no chefe do Executivo, planejamento e
coordenação e reforma de base da administração. Foi então apresentando ao
Congresso em setembro de 1953 o Projeto de Lei 3.563. Contudo, ele não foi
aprovado, tendo sido retirado apenas pelo governo Castello Branco.
O governo de Juscelino Kubitschek tentou novamente implementar os princípios da
reforma. Para isso criará a Comissão de Estudos e Projetos Administrativos
(CEPA) em 1956. Do relatório final desta comissão constam: descentralização da
execução e centralização do controle; treinamento de funcionários; expansão do
sistema de mérito; profissionalização do serviço público e desburocratização. No
entanto, novamente a proposta não foi aprovada.

O segundo período Vargas não logrou melhorias substantivas: os concursos


públicos eram freqüentemente evitados ou burlados pelas autoridades de órgãos
descentralizados, o serviço público manteve-se ineficiente e a carreira pública
permanecia pouco mais do que um mito, com acirrada luta interna pelo nepotismo,

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especialmente às vésperas dos períodos eleitorais, quando proliferavam
nomeações a título provisório

13 (CESPE/MCT/2004) O conceito de administração para o desenvolvimento


consistia no fortalecimento de estruturas estatais responsáveis pelo planejamento e
pela implementação de projetos desenvolvimentistas nos quais o Estado atuava
como produtor direto de bens e serviços.

A “administração para o desenvolvimento” foi um conjunto de idéias que surgiu a


partir da década de 1950 que buscava discutir os meios administrativos
necessários para alcançar as metas do desenvolvimento político, econômico e
social. Defendia que era necessário reformar o sistema administrativo para
transformá-lo em instrumento de modernização da sociedade. A idéia básica é a de
que a administração pública deve adaptar-se às tarefas estatais com o propósito de
servir eficientemente o desenvolvimento do país.

Outro princípio desta corrente era a necessidade de planejar o desenvolvimento,


visando estabelecer prioridades de investimento de recursos escassos para utilizá-
los da melhor forma possível. Assim, a ação do governo deveria estar intimamente
relacionada com o planejamento.

É possível afirmar que a administração para o desenvolvimento tinha como meta


um aparelho administrativo crescentemente responsável, como agente de
implementação de políticas formuladas por instituições alheias à burocracia. Segundo
Humberto Falcão Martins:
A velha Administração para o Desenvolvimento se baseava em
uma idéia nacionalista, xenófoba e autóctone de desenvolvimento
a partir da qual se buscava a independência econômica da nação.
Dicotomizava desenvolvimento econômico (primordialmente
relacionado à industrialização e crescimento do produto interno
bruto) e desenvolvimento social (associado à distribuição da
renda). O modelo preconizava um crescimento centralizado, com
ênfase na composição das indústrias nacionais. Considerava o
Estado como grande motriz do desenvolvimento, mas atuando
como produtor direto inclusive de bens privados.

JK adotou a administração para o desenvolvimento, que foi mantida pela Ditadura.


No entanto, temos que ter em mente que JK não se inseria neste aspecto de
aversão ao capital internacional. Ele atraiu para o país grandes empresas, como as
montadoras de automóveis Ford, Volkswagen, Willys e General Motors.

Questão CORRETA.

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14 (CESPE/MCT/2004) A administração paralela do governo JK assim se


denominava devido à replicação, em Brasília, das estruturas federais que existiam
no Rio de Janeiro.

A aplicação da administração para o desenvolvimento no Brasil resultou, tanto no


governo de JK quanto na ditadura, no crescimento da administração indireta. Como
se defendia a adequação da administração pública às necessidades
desenvolvimentistas do país, eram necessárias estruturas administrativas mais
flexíveis do que a rigidez do modelo burocrático implantado pelo DASP. O governo
JK diagnosticou a incompatibilidade entre a estrutura burocrática vigente e o novo
projeto nacional. Além da sobrevivência de valores tradicionais no núcleo da
burocracia, a implementação do Programa de Metas exigia estruturas flexíveis,
não-burocráticas e uma capacidade de coordenação dos esforços de
planejamento.

A estratégia de JK para enfrentar possíveis embates com a burocracia foi a


constituição de estruturas paralelas para proceder reformas. A política adotada por
JK, de governar através de uma administração paralela, parece decorrer de uma
tendência a evitar conflitos. JK raramente tentara abolir ou alterar radicalmente as
instituições administrativas existentes. Preferiu uma atitude mais prática, como a de
criar um novo órgão para solucionar um novo problema.

Ganhou vulto a aurtarquização de órgãos da administração direta, mediante a


criação de várias autarquias e sociedades de economia mista, mecanismos mais
ágeis e flexíveis. A administração do Plano de Metas de JK foi executada, em
grande parte, fora dos órgãos administrativos convencionais. Considerando-se os
setores essenciais do plano de desenvolvimento (energia, transportes,
alimentação, indústrias de base e educação), apenas 5,1% dos recursos previstos
foram alocados na administração direta.

Portanto, a administração paralela do governo JK consistia nas estruturas criadas


fora da administração direta, burocrática, para implementar os planos
desenvolvimentistas, e não a replicação das estruturas federais que existiam no
Rio de Janeiro. Questão ERRADA.

15 (CESPE/MCT/2004) O principal mecanismo de implementação do


desenvolvimentismo do período JK foram os grupos executivos que, embora
constituíssem estruturas ad hoc dotadas de grande flexibilidade, acabaram sendo
posteriormente engolfadas pela burocracia governamental.

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Dentro desta lógica da administração paralela, vimos que era necessária uma
coordenação dos esforços de planejamento. Esta coordenação política das ações
se fazia através de grupos executivos nomeados diretamente pelo Presidente da
República.

Os grupos executivos, na sua maioria, eram ocupados por pessoas ligadas aos
grupos multinacionais (empresários com qualificação profissional, oficiais militares),
que iriam pensar a implementação do Plano de Metas. Foi formada uma
administração paralela que coexistia com o Executivo formal e permitia que os
interesses multinacionais ignorassem os canais tradicionais de formação de
decisão, contornando assim as estruturas de representação do regime populista.
Faziam parte também dos grupos executivos representantes dos órgãos
responsáveis pela concessão de subsídio. O objetivo era facilitar o acesso da
indústria aos recursos governamentais. São exemplos o Grupo Executivo da
Indústria Automobilística (GEIA) e o Grupo Executivo da Indústria de Construção
Naval (Geicon). Questão CORRETA.

16 (CESPE/TRE-TO/2005) Durante o governo de Juscelino Kubitscheck,


destacam-se algumas ações de reforma, como: elaboração de anteprojeto de
reforma geral da administração pública federal, em que se mencionava pela
primeira vez a questão da descentralização; criação da Comissão de Simplificação
Burocrática, objetivando reformas globais, criação de meios para a
descentralização dos serviços, bem como fixação de responsabilidades e
prestação de contas à autoridade; criação da Comissão de Estudos e Projetos
Administrativos, visando mudanças nos processos administrativos e reformas
ministeriais; criação do Conselho do Desenvolvimento como órgão centralizador da
política econômica, do Conselho de Política Aduaneira e da SUDENE; criação da
EBAP, vinculada à FGV, para a implantação do ensino sistematizado de
administração pública no país.

Já vimos na questão 12 que o governo JK adotou as idéias da tentativa de reforma


administrativa do segundo governo Vargas, mas não conseguiu aprová-la. Este é o
anteprojeto de reforma geral que está nesta questão 16.

Em 1956 instituiu-se a Comissão de Simplificação Burocrática (COSB) com o


objetivo de estudar formas de descentralização mediante a delegação de
competências, a definição de responsabilidades e a prestação de contas às
autoridades. No mesmo ano, foi criada a Comissão de Estudos e Projetos
Administrativos (CEPA), a qual propunha não só mudanças na estrutura
organizacional do aparelho do Estado, mas também nos processos administrativos.
Durante a primeira reunião de seu ministério, realizada no dia 1º de fevereiro de
1956, Juscelino expôs seu plano de governo - o Programa de Metas - e instituiu o

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Conselho de Desenvolvimento, órgão controlador da economia, diretamente
subordinado à Presidência, designando para integrá-lo os ministros de Estado, os
chefes dos gabinetes Civil e Militar e os presidentes do Banco do Brasil (BB) e do
Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico (BNDE). A criação do Conselho
foi a primeira medida tomada no contexto da reorganização administrativa voltada
para a preparação e a implementação do Programa de Metas. Sua atuação se
dava através dos grupos executivos, que funcionavam como braços do Conselho.
Questão CORRETA.

17 (ESAF/MPOG-APO/2008) A partir da Comissão Amaral Peixoto, foram feitos


diversos diagnósticos divergentes e propostas que são recorrentemente
incorporados a “novos” diagnósticos, dando origem a propostas e instrumentos
legais diversificados.

O Presidente João Goulart nomeou, em 1963, o deputado Amaral Peixoto Ministro


Extraordinário para a Reforma Administrativa. O objetivo era coordenar diversos
grupos de estudos, encarregados da formulação de projetos de reforma
administrativa que tornassem a administração pública mais eficiente. No final desse
ano, a Comissão apresentou quatro projetos importantes, tendo em vista uma
reorganização ampla e geral da estrutura e das atividades do governo.

No entanto, esta iniciativa foi abortada pelo golpe militar de 1964, já que Castello
Branco retirou do Congresso todos os projetos que se encontravam em tramitação.
Apesar disso, os trabalhos da Comissão foram importantes posteriormente, já que
serviram como base das reformas vindouras. Portanto, as reformas que vieram
após os trabalhos da Comissão não apresentavam diagnósticos divergentes, pelo
contrário, adotaram muitas de suas diretrizes.
A importância da Comissão Amaral Peixoto não decorre nem de sua produção
imediata nem da implementação de medidas específicas, que, na verdade, não
houve. Decorreram dos diagnósticos propostas e medidas idealizadas que
passaram, desde então, a fazer parte do acervo científico-administrativo brasileiro.
A partir daquele momento esse acervo é, com freqüência, utilizado pelos
governantes e, pelo menos em parte, posto em prática.

Os dois principais projetos da Comissão foram a Lei Orgânica do Sistema


Administrativo Federal e o projeto referente ao Conselho de Defesa do Sistema de
Mérito. O primeiro defende a utilização de uma série de instrumentos de gestão
que, posteriormente, foram incorporadas ao Decreto-lei 200, sobretudo aqueles
referentes à descentralização e à flexibilização via administração indireta. Nenhum
deles veio a ser aprovado pelo Poder Legislativo.
Portanto, a partir da Comissão Amaral Peixoto, há convergência de diagnósticos e
de propostas de mudanças que são recorrentemente lembrados e, por vezes,
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incorporados a “novos” diagnósticos, propostas e instrumentos legais. Questão


ERRADA.

18 (CESPE/TCE-AC/2006) Dadas as inadequações do modelo burocrático


implantado a partir da década de 30 do século passado, sucessivas tentativas de
reforma foram implantadas, destacando-se o Decreto-Lei n.º 200/1967 como marco
definitivo na tentativa de superação da rigidez burocrática.

Por marco definitivo, entende-se um momento que divide a história, dando início a
um novo período. O que a questão afirma é que o Decreto-Lei nº 200 de 1967 foi o
início da tentativa de implantação da administração gerencial em nosso país. E isso é
verdade. Questão CORRETA.

Não podemos dizer que antes dele não ocorreram medidas que se embasassem
em princípios da administração gerencial. Já em 1938, temos um primeiro sinal de
administração pública gerencial, com a criação da primeira autarquia. Surgia então a
idéia de que os serviços públicos na “administração indireta” deveriam ser
descentralizados e não obedecer a todos os requisitos burocráticos da
administração direta ou central. No entanto, segundo Bresser Pereira:
A primeira tentativa de reforma gerencial da administração pública
brasileira, entretanto, irá acontecer no final dos anos 60, através
do Decreto-Lei 200, de 1967. (...) A reforma iniciada pelo Decreto-
Lei 200 foi uma tentativa de superação da rigidez burocrática,
podendo ser considerada como um primeiro momento da
administração gerencial no Brasil. Toda a ênfase foi dada à
descentralização mediante a autonomia da administração indireta,
a partir do pressuposto da rigidez da administração direta e da
maior eficiência da administração descentralizada

Sheila Maria Reis Ribeiro faz uma comparação entre as reformas de 1967 e 1995 e
afirma que:
O paradigma de reforma administrativa dos anos 90 apresenta
mudanças significativas se comparado aos fundamentos que
orientaram a reforma de 1967. Embora se tenha afirmado que o
Decreto-Lei 200/67 representou a primeira tentativa de
constituição de uma administração gerencial, é no contexto
político de desenvolvimento da democracia, de transformação
econômica e de definição de um novo marco institucional para o
Estado democrático que vamos encontrar as principais diferenças.

Contudo, o DL 200 teve duas conseqüências inesperadas e indesejáveis. Primeiro,


ao permitir a contratação de empregados sem concurso, permitiu que as práticas

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patrimonialistas continuassem fortes. Segundo, ao se preocupar apenas com as
entidades da administração indireta, mantendo a administração direta relegada,
sem a realização de concursos e desenvolvimento de carreiras de altos
administradores, enfraqueceu demais o núcleo estratégico do Estado. Por isso,
Bresser afirma que:

A reforma administrativa embutida no Decreto-Lei 200 ficou pela


metade e fracassou. A crise política do regime militar, que se
inicia já em meados dos anos 70, agrava ainda mais a situação da
administração pública, na medida que a burocracia estatal é
identificada com o sistema autoritário em pleno processo de
degeneração.

19 (CESPE/TCE-AC/2008) A reforma iniciada pelo Decreto n.º 200/1967 foi uma


tentativa de superação da rigidez burocrática, e pode ser considerada como o
começo da administração gerencial no Brasil.

Uma coisa é dizer que o DL 200 é o início das tentativas de superação da rigidez
burocrática. Outra bem diferente é dizer que representa o início da administração
gerencial no Brasil. Como vimos na questão anterior, a reforma fracassou. Esta
questão é dada como CORRETA no gabarito, mas ele ainda é preliminar porque a
prova foi aplicada em 25/05/2008. Não considero esta posição do CESPE como
correta, mas se o gabarito for mantido, devemos adotá-la nas suas questões. O
próprio Bresser Pereira, como vimos no quadro no início da aula, coloca o início da
administração gerencial no Brasil com o Plano Diretor de 1995. Ele inclusive fala
que sua reforma ainda não está concluída.

20 (CESPE/SENADO/2002) As reformas preconizadas pelo DL 200 inserem-se no


movimento denominado administração para o desenvolvimento, segundo o qual os
estados deveriam modernizar suas estruturas para empreender vultosos projetos
desenvolvimentistas.

Como vimos na questão 13, a administração para o desenvolvimento consistia no


conjunto de idéias que defendia que o Estado deveria adaptar sua estrutura
administrativa para permitir um maior desenvolvimento econômico. Ela foi adotada a
partir de 1950 e perdurou até 1980, com o governo ditatorial. Questão
CORRETA.

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21 (CESPE/MEC/2003) Com base no suposto gigantismo do Poder Executivo


federal, o governo Castelo Branco iniciou uma grande transformação das estruturas
administrativas, extinguindo e modificando o status de diversos órgãos públicos. A
proposta do governo Castelo Branco emergiu em um cenário de forte crítica ao
modelo de estado intervencionista e empresarial, tomando o modelo de
administração até então vigente como um obstáculo à modernização do Estado e
da economia.

O governo Castello Branco, assim como o DL 200, se inserem na administração


para o desenvolvimento, que defende um Estado interventor, empresário, como
produtor direto de bens e serviços. O que se formou foi a convicção de que a
utilização dos princípios rígidos da administração pública burocrática constituía-se
em um empecilho ao desenvolvimento do país.

Reconhecendo que as formas burocráticas rígidas constituíam um obstáculo ao


desenvolvimento quase tão grande quanto às distorções patrimonialistas e
populistas, a reforma procurou substituir a administração pública burocrática,
consolidando ainda mais a “administração para o desenvolvimento”: distinguiu com
clareza a administração direta da administração indireta, garantiu-se às autarquias e
fundações deste segundo setor, e também às empresas estatais, uma autonomia de
gestão muito maior do que possuíam anteriormente, fortaleceu e flexibilizou o
sistema do mérito, tornou menos burocrático o sistema de compras do Estado.
Questão ERRADA.

22 (CESPE/TERRACAP/2004) O Decreto-lei n. 200/1967 o deve ser analisado no


contexto do regime em que ele foi criado, que buscava a centralização por parte do
governo em relação às diretrizes governamentais, expandindo empresas estatais,
sem, no entanto, preocupar-se com o planejamento como fator de extrema
relevância para a modernização do setor público.

A reforma administrativa que viria a ser implantada por meio do Decreto-Lei 200 de
1967 começou a ser pensada em outubro de 1964, com a criação da Comissão
Especial de Estudos da Reforma Administrativa (Comestra), tendo Hélio Beltrão
como seu presidente e principal inspirador das inovações. Constituída de doze
membros nomeados pelo Presidente, traçou as linhas gerais do governo, que
foram consolidadas em um documento elaborado pelo Ministro Roberto Campos.
A reforma tinha um caráter nitidamente descentralizador e buscava modernizar a
administração pública através da utilização de instrumentos gerenciais de gestão
utilizados pela iniciativa privada. Além de normatizar e padronizar procedimentos
na área de pessoal, compras governamentais e execução orçamentária (o mesmo
tripé da implantação da administração burocrática no governo Vargas), o decreto

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estabelece cinco princípios fundamentais que irão estruturar a administração
pública:

ƒ Planejamento,
ƒ Descentralização,
ƒ Delegação de autoridade,
ƒ Coordenação e
ƒ Controle;
O princípio do planejamento determina que sejam elaborados o plano geral de
governo, programas gerais, setoriais e regionais de duração plurianual, o
orçamento-programa anual e, por fim, a programação financeira de desembolso.
O princípio da coordenação buscava integrar os diversos ministérios e as
atividades que se relacionam com determinado projeto. No nível superior, a
coordenação seria assegurada com reuniões do Ministério, reuniões de Ministros
de Estado responsáveis por áreas afins, atribuição de incumbência coordenadora a
um dos Ministros de Estado, funcionamento das Secretarias Gerais e coordenação
central dos sistemas de atividades auxiliares.

O princípio da descentralização seria implantado em três aspectos: dentro da


administração direta haveria uma clara distinção entre os níveis de direção e
execução; da administração federal para as unidades federadas quando estejam
aparelhadas e mediante convênios; e da administração federal para a órbita
privada, mediante contratos ou concessões. Como o setor privado não estava
preparado para receber muitas das incumbências do estado, o resultado foi o
crescimento da administração indireta.

A delegação de competências tinha como objetivo aproximar os tomadores de


decisão das situações que ensejam uma deliberação do poder público, liberando a
direção para as tarefas de controle, formulação e normatização.

Por fim, o controle seria exercido pelas chefias e órgãos responsáveis em todos os
níveis e repartições da administração pública, sendo facilitado pela busca da
simplificação dos processos e pelo abandono dos controles que se mostrem
puramente formais. Com relação à administração indireta fica estabelecida a
necessidade de supervisão ministerial.

Não devemos confundir esta descentralização administrativa com a centralização


política que ocorreu nas mãos do governo federal. Um exemplo é a edição do Ato
Institucional N.º 8, de abril de 1969, que determinou a implantação pelos governos
estaduais, municipais e do Distrito Federal, de reformas administrativas pautadas
nos mesmos princípios estabelecidos para a reforma já dinamizada no Executivo
federal.

Questão ERRADA.

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23 (CESPE/MCT/2004) A estratégia de modernização da burocracia


governamental federal no período entre 1964 e 1985 baseava-se na expansão e
diferenciação da administração indireta, dotada de maior flexibilidade para
implementação de projetos desenvolvimentistas.

O Estado brasileiro passou a ser representado por quatro pilares básicos:


Administração Direta, Autarquias, Empresas Públicas e Sociedades de Economia
Mista. Daí decorre a distinção entre administração direta e indireta, prevalecente
até os nossos dias. A primeira é integrada pelos ministérios e órgãos da
Presidência da República, inclusive os autônomos; a segunda, pelas autarquias,
empresas públicas e sociedades de economia mista. Posteriormente, as fundações
(que não pertenciam nem à administração direta, nem à indireta) foram incluídas na
administração indireta, por força do que dispôs a Lei 7.596/87.

Aa estratégia de descentralização do governo autoritário possuía semelhança com a


criação da administração paralela de JK. A criação e expansão da administração
indireta foi uma tentativa de escapar dos órgãos centralizados para que se
instalassem novos princípios de uma nova onda de eficiência no setor público,
evitando-se, deste modo, o enfrentamento de conflitos advindos de um possível
reforma do sistema central.

Questão CORRETA.

24 (CESPE/MDS/2006) O Decreto-lei n.º 200/1967 instituiu maior flexibilidade


administrativa para todos os órgãos da administração pública, reduzindo a rigidez
burocrática imposta pelas reformas do DASP.

O foco da reforma do DL 200 foi a concessão de maior autonomia e flexibilidade


para a administração indireta. No entanto, a administração direta continuou rígida,
nos moldes da administração burocrática. Segundo o Plano Diretor da reforma do
Aparelho do Estado:
As reformas operadas pelo Decreto-Lei nº 200/67 não
desencadearam mudanças no âmbito da administração
burocrática central, permitindo a coexistência de núcleos de
eficiência e competência na administração indireta e formas
arcaicas e ineficientes no plano da administração direta ou
central. O núcleo burocrático foi, na verdade, enfraquecido
indevidamente através de uma estratégia oportunista do regime
militar, que não desenvolveu carreiras de administradores
públicos de alto nível, preferindo, ao invés, contratar os escalões
superiores da administração através das empresas estatais.

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Questão ERRADA.

25 (CESPE/TCE-AC/2008) Com a edição do Decreto n.º 200/1967, o concurso


público passou a ser o único meio de contratação de pessoal para o serviço
público.

A estratégia de descentralização adotada pela reforma de 1967,


predominantemente identificada com a criação da administração indireta, decorreu a
expansão da intervenção estatal. Esta expansão, sobretudo no setor econômico,
requereu a adoção de padrões de mercado concorrendo para a seleção e
recrutamento de pessoal dotado de habilidades específicas e, deste modo,
ajudando a consolidar uma segmento de tecnocratas de importância estratégica no
âmbito da administração descentralizada. Segundo o Decreto-Lei 200:
Art. 124. O pessoal técnico especializado destinado a funções de
assessoramento superior da Administração Civil será recrutado no
setor público e no setor privado, selecionado segundo critérios
específicos, submetido a contínuo treinamento e aperfeiçoamento
que assegurem o conhecimento e utilização das técnicas e
instrumentos modernos de administração, e ficará sujeito ao
regime da Legislação Trabalhista.

Deste modo, a tecnocracia moderna passou a coexistir com a forma tradicional da


burocracia central. Esse padrão perdurou até os anos 90. Segundo Bresser
Pereira:
A reforma, teve, entretanto, duas conseqüências inesperadas e
indesejáveis. De um lado, ao permitir a contratação de
empregados sem concurso público, facilitou a sobrevivência de
práticas clientelistas ou fisiológicas. De outro lado, ao não se
preocupar com mudanças no âmbito da administração direta ou
central, que foi vista pejorativamente como ‘burocrática’ ou rígida,
deixou de realizar concursos e de desenvolver carreiras de altos
administradores.

A Lei 6.185 de 1974 veio aprofundar esta flexibilização das contratações na


administração indireta. Ela distinguiu os cargos relativos à atividades inerentes ao
Estado como poder público, sem correspondência no setor privado, relativas às
áreas de segurança pública, diplomacia, tributação, Ministério Público, dos demais
cargos, que deveriam ser regidos pela legislação trabalhista. Segundo a Lei 6.185:

Art 3º Para as atividades não compreendidas no artigo precedente


só se admitirão servidores regidos pela legislação trabalhista, sem
os direitos de greve e sindicalização, aplicando-se-lhes as normas
que disciplinam o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.
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Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo serão
admitidos para cargos integrantes do Plano de Classificação, com
a correspondente remuneração.

Portanto, a reforma de 1967 flexibilizou a contratação de funcionários pela


administração indireta, deixando o concurso como exigência somente para a
administração direta, e o regime dos funcionários públicos da administração direta
seria o Celetista. Questão ERRADA.

26 (CESPE/STJ/2004) Um dos grandes problemas do Decreto Lei n.º 200 de 1967


foi ignorar, em seus princípios fundamentais, questões relacionadas com o servidor
público, como planos de classificação de cargos e desenvolvimento de sistema de
mérito.

Apesar de ter flexibilizado a contratação pela administração indireta, o DL 200 não


ignorou as questões relacionadas aos servidores públicos. Foram definidas
diretrizes gerais para um novo plano de classificação de cargos e salários e para o
fortalecimento do sistema de mérito. Questão ERRADA.

27 (CESPE/SENADO/2002) Órgãos e entidades da administração indireta


gozavam, sob os auspícios do DL 200, de variado grau de autonomia gerencial,
podendo, em alguns casos, aprovar seus próprios planos de cargos e regras de
contratação de pessoal.

As entidades da administração indireta foram dotadas de elevado grau de


autonomia. Além disso, ocorreu um crescimento desordenado da administração
indireta, o que tornaria virtualmente impossível a retomada do controle
governamental, quer mediante o regime de supervisão ministerial, quer mediante a
instituição de mecanismos de controle econômico-financeiro atrelados ao
planejamento ao às políticas sucessivas de ajuste macroeconômico.

Como conseqüência, empresas estatais e outras entidades dispunham de ampla


autonomia para realização de vultosos investimentos em projetos de infra-estrutura
econômica mediante parcerias com a iniciativa privada, bem como para o
estabelecimento de sistemas de seguridade e remuneração segundo seus próprios
critérios Questão CORRETA.

Podemos questionar o fato de a questão falar em “órgãos e entidades da


administração indireta”. A questão não deve estar colocando os órgãos na
administração direta e as entidades na administração indireta. O que ocorreu foi
que o examinador deve ter chamado de “órgãos e entidades” as figuras da

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administração indireta. No entanto, administração indireta não há órgãos, só
entidades. Nem sempre as questões são bem elaboradas.

28 (CESPE/SENADO/2002) O crescimento ordenado da administração indireta e o


fortalecimento das funções formuladoras e supervisoras dos níveis centrais de
governo, notadamente ministérios, são conseqüências da estratégia flexibilizadora
do DL 200.

A estratégia de descentralização por meio da criação de estruturas paralelas


resultou num crescimento desordenado, e não ordenado, da administração indireta.
O crescimento foi tão intenso na época do regime militar, especialmente na
primeira década, que dados de 1976 demonstravam a existência de 571
instituições nos três níveis de governo, das quais 60% foram criadas entre 1966 e
1976.
No transcorrer desse processo, ocorreu uma diferenciação muito prejudicial. A
multiplicação desenfreada de entidades descentralizadas implicou a segregação da
administração pública em dois grandes segmentos absolutamente desiguais e sem
comunicação: a administração direta e a indireta. Esse tratamento diferenciado
traduziu-se em enormes investimentos em qualificação, remuneração e
estruturação da administração indireta, gerando e aprofundando várias e
duradouras distorções. Esse enfraquecimento do núcleo estratégico, da
administração direta, teve como resultado perverso para a parte mais carente da
população, já que houve uma redução relativa da intervenção social do Estado
operada pela administração direta.

Diz que o regime militar foi marcado por uma modernização conservadora: embora
tenham sido criados novos mecanismos financeiros e institucionais que ampliaram
a oferta de bens e serviços, essa modernização voltou-se especialmente para as
classes médias e ricas, o que deixou as camadas mais pobres da sociedade de
fora.

Questão ERRADA.

29 (CESPE/TCU-Auditor/2007) A Reforma Administrativa de 1967 foi uma das


mais profundas já ocorridas nas décadas recentes da história brasileira. As
chamadas atividades auxiliares comuns a todos os órgãos da administração, que
necessitavam de coordenação central, foram organizadas sob a forma de sistemas,
com orientação normativa, supervisão técnica e fiscalização específica de um
órgão central, mas com subordinação ao órgão da estrutura administrativa a que se
integravam

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O Decreto-Lei 200 manteve a verticalidade hierárquica nas estruturas dos órgãos,
mas as atividades administrativas auxiliares foram organizadas sob a forma de
grandes sistemas. Segundo o art. 30 do Decreto:

Art. 30. Serão organizadas sob a forma de sistema as atividades


de pessoal, orçamento, estatística, administração financeira,
contabilidade e auditoria, e serviços gerais, além de outras
atividades auxiliares comuns a todos os órgãos da Administração
que, a critério do Poder Executivo, necessitem de coordenação
central.
§ 1º Os serviços incumbidos do exercício das atividades de que
trata êste artigo consideram-se integrados no sistema respectivo e
ficam, conseqüentemente, sujeitos à orientação normativa, à
supervisão técnica e à fiscalização específica do órgão central do
sistema, sem prejuízo da subordinação ao órgão em cuja
estrutura administrativa estiverem integrados.

Questão CORRETA.

30 (CESPE/TCE-AC/2006) Nos anos 70 do século XX, a Secretaria de


Modernização (SEMOR) buscou implantar novas técnicas gerenciais, com foco
central na área orçamentária e na de controles financeiros do governo federal.

A SEMOR foi criada em meados dos anos 70, como uma nova iniciativa
modernizadora da administração pública. Reuniu-se em torno dela um grupo de
jovens administradores públicos, muitos deles com formação em nível de pós-
graduação no exterior, que buscou implantar novas técnicas de gestão, e
particularmente de administração de recursos humanos, na administração pública
federal. Questão ERRADA.

31 (CESPE/TRE-TO/2005) Durante os governos militares pós-64, o planejamento


tornou-se um princípio dominante e, em decorrência disso, a Secretaria de
Planejamento adquiriu status de agência central, controlando o sistema de
planejamento e o sistema de contabilidade e auditoria interna.

O Ministério do Planejamento foi criado em 1962 e teve como primeiro Ministro


Celso Furtado. O Decreto-Lei 200 alterou o nome para Ministério do Planejamento e
Coordenação Geral. Em 1974 o Ministério foi transformado na Secretaria de
Planejamento. Com status de Ministério e ligada à Presidência da República, a
SEPLAN se tornaria, pelo comando de seus ministros no período, o centro das
decisões econômicas do país. As atribuições da SEPLAN estabelecidas pela Lei
6.036 foram:
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Art 7º A Secretaria de Planejamento da Presidência da República
incumbe, em particular, assistir o Presidente da República:
I - na coordenação do sistema de planejamento, orçamento e
modernização administrativa, inclusive no tocante ao
acompanhamento da execução dos planos nacionais de
desenvolvimento;
II - na coordenação das medidas relativas à política de
desenvolvimento econômico e social;
III - na coordenação da política de desenvolvimento científico e
tecnológico, principalmente em seus aspectos econômico-
financeiros, ressalvada a competência deferida à Secretaria-Geral
do Conselho de Segurança Nacional;
IV - na coordenação de assuntos afins ou interdependentes que
interessem a mais de um Ministério.

O Decreto 84.362 de 1979 foi um dos marcos mais importantes no que se refere ao
controle interno do Governo Federal, pois criou as Secretarias de Controle Interno
ligadas aos Ministérios e criou um órgão central, a Secretaria Central de Controle
Interno, vinculada a SEPLAN.

Art 10. O Órgão central dos sistemas de administração financeira,


contabilidade e auditoria denominar-se-á Secretaria Central de
Controle Interno e se subordinará diretamente ao Ministro-Chefe
da Secretaria de Planejamento da Presidência da República.

Entre as atribuições da Secretaria estavam os sistemas de administração


financeira, contabilidade e auditoria. Questão CORRETA.

32 (CESPE/SENADO/2002) É característica da década de 1970 a incidência de


insulamento burocrático, tanto das entidades executivas em relação ao Congresso
Nacional, quanto de entidades da administração indireta e seus tecnocratas
dirigentes em relação a suas instâncias ministeriais supervisoras.

Vimos na aula demonstrativa que o insulamento burocrático é o estabelecimento de


barreiras institucionais com vistas a evitar a influência de políticos ou da sociedade
sobre a burocracia. Durante o regime ditatorial, o insulamento esteve presente,
tanto no Poder Executivo em relação ao parlamento, quando nas entidades da
administração indireta em relação ao núcleo estratégico, que deveria fazer a
supervisão e a regulação. As entidades da administração indireta passaram a
concentrar a maior parte da competência técnica e dos recursos financeiros,
esvaziando assim, na prática, as funções de seus órgãos normativos, ou entrando
em conflito com eles. Questão CORRETA.

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33 (CESPE/TCE-AC/2006) No início dos anos 80 do século passado, com a


criação do Ministério da Desburocratização e do Programa Nacional de
Desburocratização, registrou-se uma nova tentativa de reformar o Estado na
direção da administração gerencial.

A emergência do processo de abertura política no final da década de 70 foi


acompanhada da mobilização de segmentos fortes do setor privado contrários à
centralização burocrática que se acentuou na seqüência dos governos autoritários.
Por força dessas pressões, em 1979, durante o governo do Presidente Figueiredo
foi lançado o Programa Nacional de Desburocratização

Hélio Beltrão, que havia participado ativamente da Reforma Desenvolvimentista de


1967, volta à cena, agora na chefia do Ministério da Desburocratização. Beltrão
critica, mais uma vez, a centralização do poder, o formalismo do processo
administrativo e a desconfiança que estava por trás do excesso de regulamentação
burocrática. Segundo Beltrão:
“Na porta do cemitério, o atestado de óbito tem mais valor que o
defunto”.

Beltrão propõe uma administração pública voltada para o cidadão. Seu Programa
Nacional de Desburocratização foi por ele definido como uma proposta política
visando, pela administração pública, a “retirar o usuário da condição colonial de
súdito para investi-lo na de cidadão, destinatário de toda a atividade do Estado”.
Portanto, a importância da criação do Ministério é grande, na medida em que busca
ressaltar que o contribuinte não é um súdito do Estado, mas um cliente com direito a
uma boa prestação de serviços públicos.
Tânia Keinert afirma que a Administração Pública no Brasil passou por dois
paradigmas. De 1937 a 1979 o paradigma era o do “Público como estatal”. Era uma
visão centrada no aparelho do Estado de maneira unilateral, numa situação de
inexistência ou negação da sociedade civil. A partir de 1979, com a crise do
Estado, é que as atenções voltam-se para a sociedade e o público passa a ser
entendido como “interesse público”.

As ações do PrND voltaram-se inicialmente para o combate à burocratização dos


procedimentos. Posteriormente, foram dirigidas para o desenvolvimento do
Programa Nacional de Desestatização, num esforço para conter os excessos da
expansão da administração descentralizada, estimulada pelo DL 200.

A criação do Ministério da Desburocratização pode ser considerada com um dos


raros movimentos de modernização do regime militar direcionados para a
administração direta.

Questão CORRETA.
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34 (CESPE/TCE-AC/2006) Apesar dos esforços reformadores, um dos custos


mais surpreendentes da transição democrática de 1985 foi o loteamento, entre os
políticos dos partidos vitoriosos, de cargos públicos da administração indireta e das
delegacias estaduais dos ministérios.

O governo da transição democrática assumiu tendo sob seu comando uma


burocracia estruturada sob bases autoritárias e forte intervencionismo econômico e
social. A reforma administrativa foi incluída na agenda das reformas a serem
promovidas pelo governo para o restabelecimento da nova ordem democrática.

No entanto, embora representasse uma grande vitória da sociedade, a


redemocratização do país trouxe consigo o loteamento dos cargos públicos.
Segundo Bresser Pereira: da administração indireta e das delegacias dos
ministérios nos Estados para os políticos dos partidos vitoriosos. Um novo
populismo patrimonialista surgia no país. Segundo Humberto Falcão Martins:
Os desafios de resgatar a capacidade da burocracia pública em
formular e implementar políticas sociais e direcionar a
administração pública para a democracia foram sobrepostos pelo
imperativo em tornar a administração pública um instrumento de
governabilidade, loteando áreas e cargos em busca do apoio
político necessário à superação das dificuldades da instabilidade
política da transição.

O processo de expansão da administração indireta decorrente da descentralização


implementada pelo Decreto-Lei 200/67 fora diagnosticado como danoso ao Estado,
que teria perdido o controle operacional da máquina pública por excesso de
flexibilidade administrativa. A autonomia da administração indireta foi considerada
excessiva e responsável pelo enfraquecimento dos mecanismos de controle
administrativo. Deste modo, em 1986, o governo Sarney constituiu grupo de estudo
para reforma administrativa federal, tendo como objetivo central o fortalecimento da
administração direta, por meio do restabelecimento de mecanismos de controle
burocrático.
Extinto o DASP em 1986, o governo Sarney criou, no mesmo ano, a Secretaria de
Administração Pública da Presidência da República (Sedap), diretamente ligada ao
Presidente e que ficou encarregada dos esforços de modernização e
racionalização da administração pública federal. Foi criado o Sistema de Pessoal
Civil da Administração Federal (SIPEC), a criação da carreira de gestor
governamental, o órgão de treinamento do governo federal, a FUNCEP, foi
transformado na Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) e foi criado o
Cadastro Nacional do Pessoal Civil, precursor do atual SIAPE.

Questão CORRETA.

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35 (CESPE/TCE-AC/2006) A Constituição de 1988 promoveu um avanço


significativo na gestão pública, concedendo mais flexibilidade ao aparelho estatal.

Como reação ao loteamento de cargos após a redemocratização e por considerar


que o excesso de flexibilização concedido à administração indireta era uma das
causas da crise do Estado, a Constituição de 1988 dá um passo atrás na
caminhada rumo à administração gerencial, representando um retrocesso, já que
traz de volta a rigidez burocrática.

O regime militar ao invés de consolidar uma burocracia profissional no país, através


da redefinição das carreiras e de um processo sistemático de abertura de
concursos públicos para a alta administração, preferiu o caminho mais curto do
recrutamento de administradores através das empresas estatais. Com a CF/88, se
salta para o extremo oposto e a administração pública brasileira passa a sofrer do
enrijecimento burocrático extremo. Segundo Bresser Pereira:
A Constituição irá sacramentar os princípios de uma
administração pública arcaica, burocrática ao extremo. Uma
administração pública altamente centralizada, hierárquica e rígida,
em que toda a prioridade será dada à administração direta ao
invés da indireta. A Constituição de 1988 ignorou completamente
as novas orientações da administração pública.

Em primeiro lugar, há uma forte tendência em fortalecer a administração direta pela


extensão das mesmas regras previstas e estipuladas na Constituição para todos os
ramos da administração, inclusive e principalmente para a administração indireta,
que perde boa parte de sua agilidade e autonomia, principalmente em duas áreas:
na gestão de pessoas e nos procedimentos de compras públicas.

No que se refere à gestão de pessoas, a administração indireta foi obrigada a


adotar integralmente todos os procedimentos que regem a realização dos
concursos públicos, perdendo sua liberdade de contratar e demitir que o regime
celetista anteriormente utilizado propiciava, instaurando o “regime jurídico único”.
Quanto às compras públicas, o processo licitatório instituído pela Lei 8.666/93
deverá também ser observado por toda a administração indireta, apesar de
algumas exceções concedidas às sociedades de economia mista e empresas
públicas.

Questão ERRADA.

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36 (CESPE/MCT/2004) A redemocratização, em 1985, inaugurou nova fase na


modernização da administração pública, na medida em que a Constituição Federal
de 1988 buscou criar um sólido estado de bem-estar social e uma burocracia
governamental com feições ortodoxas.

Vimos que o regime militar caracterizou-se por uma modernização conservadora,


ou seja, privilegiava as classes média e alta, deixando de fora as populações mais
carentes. A luta por uma agenda de reformas progressista e redistributiva, ou seja,
mais social, culminou na Constituição de 1988. Desenhou-se, pela primeira vez na
história do Brasil, o embrião de um efetivo Estado de bem-estar social, universal e
equânime.

Questão CORRETA.

37 (CESPE/SGA-AC/2007) O termo estado de bem-estar em geral designa um


sistema de organização social que assegura aos cidadãos condições mínimas de
bem-estar, ou aquele que proporciona aos cidadãos serviços públicos, tais como
educação, saúde, renda em caso de necessidade (desemprego, enfermidade,
aposentadoria) ou outras prestações e serviços sociais.

O Estado do Bem-Estar Social surgiu após a Grande Depressão da década de


1930. Os estados se viram no meio de uma grave crise econômica com um número
cada vez maior de pessoas atingindo os níveis da pobreza e da indigência. Como
respostas à crise foram postas em prática as idéias econômicas de John Maynard
Keynes, que defendia um papel mais interventor do Estado na economia de forma a
estimular a demanda e, por conseqüência, o crescimento.

Alguns também atribuem o surgimento e crescimento do estado do bem-estar


social às concessões da burguesia às classes trabalhadoras como forma de se
opor as idéias comunistas após a vitória bolchevista na Rússia.

O princípio básico do estado do bem-estar social é que TODO cidadão tem o direito
a um conjunto de bens e serviços que deveriam ter seu fornecimento garantido
diretamente pelo Estado. Esses direitos incluiriam a educação em todos os níveis, a
assistência médica gratuita, o auxílio ao desempregado, a garantia de uma renda
mínima, recursos adicionais para a criação dos filhos etc.

Questão CORRETA.

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38 (CESPE/SENADO/2002) As políticas sociais do estado de bem-estar datadas


no século XX assemelham-se às do século anterior por manterem o foco de suas
ações direcionadas para a pobreza extrema, desvinculada da concepção de
cidadania e dos direitos sociais.

O Estado de Bem-Estar defende que TODO cidadão, independentemente de sua


renda, tem direito a proteção estatal. Questão ERRADA.

39 (CESPE/SEED-DF/2003) O chamado Estado do bem-estar, que se verificou


em vários países da Europa, entrou em crise em razão da impossibilidade
estrutural de reproduzir, em escala ampliada e crescente, o volume de capital, sem
comprometer bases importantes de legitimação junto a vários segmentos sociais.

A partir da década de 1970, com o agravamento da crise fiscal nos Estados,


iniciou-se aos poucos um processo que culminaria na condenação por parte de
diversos economistas desse modelo de organização social. Segundo as novas
teorias neoliberais, o Estado de bem-estar social era inviável, contrário ao
desenvolvimento econômico e um entrave ao livre comércio.

O “estado provedor” incentivaria a inércia e inibiria a criatividade e o espírito


empreendedor. Os elevados gastos realizados pelo governo e a manutenção do
pleno emprego só podiam resultar em altos índices de inflação. A crise do petróleo
no início da década de 1970 agravou ainda mais uma crise que já vinha de longe.

A crise fiscal e a crise do modo de intervenção do Estado na economia e na


sociedade brasileira começaram a ser percebidas somente a partir de 1987. É
nesse momento, depois do fracasso do Plano Cruzado, que a sociedade brasileira
se dá conta de que o Estado não tem a capacidade de suportar o ônus fiscal de
prover todos os direitos dos cidadãos e levar adiante o projeto desenvolvimentista.
No entanto, os constituintes de 1988 não perceberam a crise fiscal, muito menos a
crise do aparelho do Estado. A Constituição de 1988 consagrou o ideário da
universalização das políticas sociais no Brasil, numa fase onde as condições
econômicas para chegar a um universalismo de fato se tornavam cada vez mais
precárias. A crise do Estado do bem-estar social no Brasil chegou antes que ele
pudesse ser, de fato, implantado em sua plenitude.

Questão CORRETA.

40 (ESAF/MPOG-EPPGG/2002) O crescimento do Estado de Bem-Estar leva a


um aumento da autonomia do Estado em relação às diversas forças políticas e
atores sociais internos.

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O crescimento do Estado do Bem-Estar Social faz com que ele se comprometa
cada vez mais em suprir as necessidades das pessoas, reduzindo assim a sua
autonomia em relação às diversas forças políticas e atores sociais internos.
Questão ERRADA.

41 (CESPE/MEC/2003) O foco das ações de reforma do período Collor


concentrou-se no projeto de privatização das empresas estatais. Do ponto de vista
da administração direta, embora se ressalte o papel de destaque dado ao processo
de descentralização da gestão dos serviços públicos, notadamente no setor de
saúde — o que possibilitou a continuidade de ações fundadas no princípio
instituído já na Constituição de 1988 —, não havia uma orientação orgânica de
reforma, a não ser a extinção de órgãos e o corte de pessoal. Em relação a
inovação de procedimentos gerenciais, pode-se destacar a experiência pioneira do
contrato de gestão implantado no Hospital de Reabilitação Sarah Kubitscheck, em
Brasília.

A crise fiscal do Estado, que começara a ser percebida em 1987, se acirra no final
dos anos 80 e início dos 90. Ocorre o descontrole inflacionário e passa a ser
formado um consenso sobre a ineficiência do setor público. As críticas passam a
ser dirigidas para a burocracia (enquanto corpo de funcionários) e para o modelo
de Estado intervencionista e empresarial, fazendo-se um forte apelo à
modernização, à abertura de mercado e à inserção competitiva do país na nova
ordem econômica internacional.

Ao contrário das reformas anteriores, a reforma do governo Collor (1990-1992) não


tinha um modelo conceitual que lhe desse respaldo. Ela nasceu da constatação do
esgotamento financeiro do Estado e da necessidade de redução do déficit público,
mas não foi precedida de estudos e discussões mais abrangentes, envolvendo
diagnóstico da situação existente, definição de princípios norteadores de reforma,
detalhamento de medidas a serem adotadas e planejamento de sua
implementação.

Os objetivos principais da reforma eram o “enxugamento” da máquina com a


eliminação de superposições e a diminuição de custos. O governo extinguiu e
modificou o status de vários órgãos públicos, operou cortes de pessoal, não se
tendo registro, entretanto, de uma filosofia definida ou de qualquer plano formal de
reforma administrativa.

Predominantemente orientadas pelo princípio do Estado mínimo, as ações do


governo visando efetivar a modernização do Estado e da própria economia
nacional concentraram-se no incentivo à privatização mediante o fomento do
Programa Nacional de Desestatização.

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A ausência de uma filosofia de reforma refletiu-se na criação e reprodução de
padrões institucionais diversificados. Em conjunto com a implementação do
Programa Nacional de Desestatização, ocorreu o avanço do processo de
descentralização da gestão dos serviços sociais. Um exemplo foi a regulamentação
da política de saúde, ocorrendo um desdobramento das diretrizes já definidas na
CF/88.

O contrato de gestão assinado pelo Hospital Sarah Kubitscheck já antecipava a


publicização trazida pelo Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado.
Segundo a Lei nº 8.246/91:

Art. 2º O Poder Executivo é autorizado a promover, no prazo de


noventa dias a contar da publicação desta lei, a extinção da
Fundação das Pioneiras Sociais, cujo patrimônio será incorporado
ao da União pelo Ministério da Saúde.
§ 1º O Serviço Social Autônomo Associação das Pioneiras Sociais
será incumbido de administrar os bens móveis e imóveis que
compõem esse patrimônio, aí incluídas as instituições de
assistência médica, de ensino e de pesquisa, integrantes da rede
hospitalar da extinta fundação.
Como vemos, haveria a extinção de uma fundação pública e seus bens passariam a
ser administrados por uma entidade provada, nos mesmos moldes das
organizações sociais. As semelhanças entre as OS e a associação das pioneiras
sociais são inúmeras: assunção de serviços públicos extintos, bens e servidores,
recursos públicos, celebração de contrato de gestão. A diferença está no tocante à
sua criação, uma vez que a Associação foi criada por lei e as OS serão criada pelo
particular.

Outro tipo de contrato de gestão que também antecipa a Reforma do PDRAE é o


previsto no Decreto 137/91:
Art. 8° As empresas estatais poderão submeter ao CCE propostas
de contratos individuais de gestão, no âmbito do PGE, objetivando
o aumento de sua eficiência e competitividade.
1° Os contratos de gestão, estipulando os compromissos
reciprocamente assumidos entre a União e a empresa, conterão
cláusulas especificando:
I - objetivos;
II - metas;
III - indicadores de produtividade;
IV - prazos para a consecução das metas estabelecidas e para a
vigência do contrato;
V - critérios de avaliação de desempenho; ...
De acordo com o Decreto, as empresas estatais que viessem a celebrar contratos
de gestão com a União ficariam isentas do sistema de autorização prévia, por parte
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da CCE, de propostas referentes a preços e tarifas públicas; admissão de pessoal;
despesa de pessoal; elaboração, execução e revisão orçamentárias; contratação
de operações de crédito ou de arrendamento mercantil, inclusive refinanciamento

A reforma gerencial do Plano Diretor também fará a previsão do contrato de gestão


como forma de conferir maior autonomia para os órgãos e entidades públicos.
Questão CORRETA.

42 (CESPE/STM/2004) O foco das ações do governo Collor concentrou-se no


projeto de centralização da gestão dos serviços públicos.

Como vimos na questão anterior, houve a descentralização da gestão de serviços


públicos. Questão ERRADA.

43 (CESPE/MCT/2004) Instituído durante o governo Collor pela Lei n.º


8.112/1990, o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União choca-se
com os ideais ortodoxos expressos na Constituição de 1988.

Esta questão tenta confundir o candidato. Ao relacionar a instituição do regime


jurídico único com o Governo Collor, ela tenta passar a idéia de que, como Collor
chocava-se com a CF/88, o regime jurídico único iria pela mesma linha. No entanto,
como vimos na questão 35, o regime jurídico único já estava previsto na própria
Constituição:

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e
planos de carreira para os servidores da administração pública
direta, das autarquias e das fundações públicas.

Questão ERRADA.

44 (CESPE/TRE-TO/2005) Uma das principais estratégias modernizadoras da


gestão pública no governo Collor consistiu no incentivo à implementação de
programas de gestão da qualidade em organizações públicas.

Em 1991, o Governo Collor criou o Programa Brasileiro de Qualidade e


Produtividade (PBQP) que tinha como objetivo fomentar a utilização de técnicas de
qualidade nas empresas visando aumentar a produtividade, reduzindo os custos e

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tornando-as competitivas em relação ao mercado internacional. Questão


CORRETA.

45 (CESPE/MCT/2004) O governo Itamar Franco buscou aprofundar as


estratégias desestatizantes do governo Collor.

O governo Itamar Franco tentou implantar uma reforma administrativa que


caracterizou-se, inicialmente, pela reversão da reforma administrativa de Collor, o
que implicava na reorganização da estrutura governamental nos moldes da Nova
República, inclusive no que se refere à finalidade de barganha política por escalões
de governo. O governo Itamar Franco permaneceu incapaz dar início a um
processo de ajuste estrutural na administração pública. A barganha instrumental
fortalecia-se pelos momentos delicados do impeachment. Segundo Bresser
Pereira:

No início do governo Itamar Franco a sociedade brasileira começa


a se dar conta da crise da administração pública. Havia,
entretanto, ainda muita perplexidade e confusão. A ideologia
burocrática, que se tornara dominante em Brasília a partir da
transição democrática, assim se manteve até o final desse
governo.

O governo Itamar concentrou a agenda da administração pública em dois temas: a


retórica anti-corrupção e a recuperação salarial, tratada como "a implementação do
princípio constitucional da isonomia". O governo Itamar Franco buscou
essencialmente recompor os salários dos servidores, que haviam sido
violentamente reduzidos no governo anterior.

Questão ERRADA.

46 (CESPE/CENSIPAN/2006) A estratégia da reforma do aparelho do Estado foi


concebida a partir de três dimensões: a primeira, institucional-legal, tratava da
reforma do sistema jurídico e das relações de propriedade; a segunda, cultural,
centrava-se na transição de uma cultura burocrática para uma cultura gerencial; e a
terceira abordava a gestão pública a partir do aperfeiçoamento da administração
burocrática vigente e da introdução da administração gerencial, incluindo os
aspectos de modernização da estrutura organizacional e dos métodos de gestão.

Em 1995, Fernando Henrique Cardoso assume a Presidência da República. Ele


convoca então Luiz Carlos Bresser Gonçalves Pereira para assumir o Ministério da
Administração Federal e Reforma do Estado. No mesmo ano ele viria a propor uma

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reforma gerencial para a administração pública brasileira, o Plano Diretor da


Reforma do Aparelho do Estado (PDRAE).
O PDRAE baseou-se num diagnóstico de crise do Estado – crise do modo de
intervenção, dos modelos de administração e de financiamento do setor público – e
foi concebido levando-se em conta o conjunto das mudanças estruturais da ordem
econômica, política e social necessárias à inserção do Brasil na nova ordem
mundial.

O Plano Diretor buscou traçar um panorama da administração pública para a partir


daí traçar as mudanças necessárias. O primeiro ponto apontado é que o resultado
do retrocesso burocrático de 1988 foi um encarecimento significativo do custeio da
máquina administrativa, tanto no que se refere a gastos com pessoal como bens e
serviços, e um enorme aumento da ineficiência dos serviços públicos.

Assim, a reforma terá dois objetivos principais:


ƒ a curto prazo, facilitar o ajuste fiscal, particularmente nos Estados e
municípios, onde existe um claro problema de excesso de quadros;
ƒ a médio prazo, tornar mais eficiente e moderna a administração
pública, voltando-a para o atendimento dos cidadãos.

O Plano diretor entendia que a modernização da gestão se daria através da


superação da administração burocrática e dos traços de patrimonialismo existentes
no setor público com a introdução da administração gerencial, contemplando:

ƒ Descentralização e autonomia gerencial com flexibilidade de gestão;


ƒ Atingimento de resultados sob a ótica da eficiência, eficácia e
efetividade com a reorientação dos mecanismos de controle, no caso,
de procedimentos para resultado;
ƒ Foco no cidadão, ao invés de auto-referida;
ƒ Controle social com a introdução de mecanismos e instrumentos que
garantam a transparência, assim como a participação e controle por
parte do cidadão.

Os problemas foram classificados em três dimensões distintas, mas inter-


relacionadas:

1. Dimensão institucional-legal: relacionada aos obstáculos de ordem


legal para o alcance de uma maior eficiência do aparelho do Estado;
2. Dimensão cultural: definida pela coexistência de valores
patrimonialistas e principalmente burocráticos com os novos valores
gerenciais e modernos na administração pública brasileira; e
3. Dimensão de gestão: associada às práticas administrativas.
Os problemas, fortemente relacionados com sua dimensão institucional-legal,
dependiam de uma reforma constitucional, ou de mudança na legislação infra-
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constitucional. Por isso, ainda no primeiro semestre de 1995, junto com a
elaboração do PDRAE, foi elaborada a proposta de emenda constitucional 175, que
iria ser aprovada na EC 19/98.

Questão CORRETA.

47 (CESPE/TCE-PE/2004) O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado


priorizava o planejamento estratégico das organizações públicas em vez da
reestruturação organizacional.

O PDRAE buscava corrigir os entraves burocráticos à gestão do Estado. Para isso,


uma das ações foi a redução da verticalização das estruturas do estado,
eliminando assim níveis hierárquicos e descentralizando o poder de decisão. O
planejamento já estava muito bem consolidado desde o DL 200. Questão
ERRADA.

48 (CESPE/STJ/2004) A reforma buscada no Plano Diretor da Reforma do


Aparelho do Estado está relacionada com a focalização da ação do Estado no
cidadão e com a flexibilidade administrativa, sem que haja a preocupação com os
mecanismos de controle.

A reforma do PDRAE buscava uma administração voltada para o cidadão, e não


auto-referida, como era a administração burocrática. Também defendia a
flexibilidade administrativa. No entanto, isto não quer dizer que abandonou o
controle. A principal diferença da administração gerencial para a burocrática é que o
controle deixa de ser a priori com foco no processo para ser a posteriori com foco no
resultado. Questão ERRADA.

49 (CESPE/CENSIPAM/2006) Um dos objetivos globais do plano diretor era limitar


a ação do Estado às funções que lhe são próprias, reservando, em princípio, os
serviços não-exclusivos para a propriedade pública não-estatal, e a produção de
bens e serviços para o mercado e para a iniciativa privada.

O PDRAE identificou então quatro segmentos de organização do Estado, formas


de relacionamento com a sociedade, no que concerne à distribuição de
responsabilidades.
Núcleo Estratégico: Corresponde ao governo, em sentido lato. É o setor que define
as leis e as políticas públicas, e cobra o seu cumprimento. É, portanto, o setor onde
as decisões estratégicas são tomadas. Corresponde aos Poderes Legislativo e
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Judiciário, ao Ministério Público e, no poder executivo, ao Presidente da República,
aos ministros e aos seus auxiliares e assessores diretos, responsáveis pelo
planejamento e formulação das políticas públicas. Aqui, as decisões devem ser as
melhores, atender ao interesse nacional e ter efetividade. O regime de propriedade
deve ser necessariamente estatal.

Atividades Exclusivas: É o setor em que são prestados serviços que só o Estado


pode realizar. São serviços em que se exerce o poder extroverso do Estado – o
poder de regulamentar, fiscalizar, fomentar. Como exemplos temos: a cobrança e
fiscalização dos impostos, a polícia, a previdência social básica, o serviço de
desemprego, a fiscalização do cumprimento de normas sanitárias, o serviço de
trânsito, a compra de serviços de saúde pelo Estado, o controle do meio ambiente, o
subsídio à educação básica, o serviço de emissão de passaportes, etc. A
propriedade só pode ser também estatal.

Atividades Não-Exclusivas: Corresponde ao setor onde o Estado atua


simultaneamente com outras organizações públicas não-estatais e privadas. As
instituições desse setor não possuem o poder de Estado. Este, entretanto, está
presente porque os serviços envolvem direitos humanos fundamentais, como os da
educação e da saúde, ou porque possuem “economias externas” relevantes, na
medida que produzem ganhos que não podem ser apropriados por esses serviços
através do mercado. As economias produzidas imediatamente se espalham para o
resto da sociedade, não podendo ser transformadas em lucros. São exemplos
deste setor: as universidades, os hospitais, os centros de pesquisa e os museus. A
situação ideal de propriedade é, nesse caso, a pública não-estatal.

Produção de Bens e Serviços para o Mercado: Corresponde à área de atuação das


empresas. É caracterizado pelas atividades econômicas voltadas para o lucro que
ainda permanecem no aparelho do Estado como, por exemplo, as do setor de infra-
estrutura. Estão no Estado seja porque faltou capital ao setor privado para realizar o
investimento, seja porque são atividades naturalmente monopolistas, nas quais o
controle via mercado não é possível, tornando-se necessário no caso de
privatização, a regulamentação rígida. Aqui a propriedade privada é a regra. Questão
CORRETA.

50 (CESPE/SEAD/2001) A reforma gerencial de 1995 propunha a reorganização


do núcleo estratégico do governo, a criação de agências executivas para atividades
exclusivas de Estado, a implementação de contratos de gestão com organizações
sociais para as atividades não exclusivas e a privatização da produção de bens e
serviços para o mercado.

O PDRAE não falava ainda em Agências Executivas, mas sim em Agências


Autônomas, que constituía um projeto básico voltado para a dimensão da gestão.

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O objetivo do projeto era a transformação de autarquias e de fundações que
exerciam atividades exclusivas do Estado, em agências autônomas, com foco na
modernização da gestão.

Outro projeto básico voltado para a dimensão gestão era o das Organizações
Sociais e Publicização. Seria elaborado projeto de lei que permitiria a publicização
dos serviços não-exclusivos do Estado, ou seja, sua transferência do setor estatal
para o público não-estatal, onde assumirão a forma de “organizações sociais”.

O setor de produção de bens e serviços para o mercado deveria ser de propiedade


privada, por isso seria alvo de privatização.

Questão CORRETA.

51 (CESPE/MCT/2004) O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado,


documento referencial da proposta de modernização da gestão pública do governo
Fernando Henrique Cardoso, preconizava separação entre o núcleo estratégico
formulador de políticas, que deveria permanecer estatal, e atividades periféricas,
que deveriam ser privatizadas.

A separação não era tão simples assim. As atividades exclusivas permaneceriam


estatais e as não-exclusivas não seriam privatizadas, mas publicizadas. Questão
ERRADA.

52 (CESPE/MCT/2004) As denominadas atividades exclusivas de estado,


conforme definidas no Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, deveriam
ser exercidas por órgãos da administração direta.

As atividades exclusivas podem ser exercidas tanto, pela administração indireta


(autarquias e fundações) assim como pela administração direta, como é o caso da
Receita Federal e da Polícia Federal. Questão ERRADA.

53 (CESPE/CENSIPAN/2006) Um dos objetivos do plano diretor era transferir os


serviços não-exclusivos para o setor público não-estatal por meio de um programa
de publicização, transformando as atuais fundações públicas em organizações
sociais, ou seja, em entidades de direito privado, com fins lucrativos e que tenham
autorização específica do Poder Legislativo para celebrar contrato de gestão com o
Poder Executivo, sem assim ter direito a dotação orçamentária.

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O programa de publicização consiste na extinção de na extinção de órgãos ou
entidades estatais, cujas atividades seriam absorvidas pelas Organizações Sociais.
Além disso, as instalações, incluindo bens móveis e imóveis, seriam cedidos às
OS. O serviço, que era público, poderá ser exercido como atividade privada,
inclusive sendo possível a cobrança de taxas.

A transformação dos serviços não-exclusivos estatais em organizações sociais se


daria de forma voluntária, a partir da iniciativa dos respectivos ministros, através de
um Programa Nacional de Publicização. Teriam prioridade os hospitais, as
universidades e escolas técnicas, os centros de pesquisa, as bibliotecas e os
museus.

A Lei 9.637/98 define as seguintes modalidades de fomento para as OS:


Art. 11. As entidades qualificadas como organizações sociais são
declaradas como entidades de interesse social e utilidade pública,
para todos os efeitos legais.
Art. 12. Às organizações sociais poderão ser destinados recursos
orçamentários e bens públicos necessários ao cumprimento do
contrato de gestão.
§ 3º Os bens de que trata este artigo serão destinados às
organizações sociais, dispensada licitação, mediante permissão
de uso, consoante cláusula expressa do contrato de gestão.
Art. 14. É facultado ao Poder Executivo a cessão especial de
servidor para as organizações sociais, com ônus para a origem.

O PDRAE definiu Organizações Sociais como entidades de direito privado que, por
iniciativa do Poder Executivo, obtêm autorização legislativa para celebrar contrato
de gestão com esse poder, e assim ter direito à dotação orçamentária. Além disso, é
preciso que a entidade privada possua fins não-lucrativos. Questão ERRADA.

54 (CESPE/SENADO/2002) A noção de publicização implica transferência de


ativos públicos para organizações não-governamentais sem fins lucrativos, a título
de doação e subvenções para alcance de finalidades sociais.

Segundo Maria Sylvia:

Embora o Plano Diretor fale em publicização e a própria Lei nº


9.637/98, logo na ementa, fale em Programa Nacional de
Publicização para definir a forma como se substituirá uma
entidade pública por uma entidade privada qualificada como
organização social, não há qualquer dúvida quanto a tratar-se de
um dos muitos instrumentos de privatização de que o Governo
vem se utilizando para diminuir o tamanho do aparelhamento da
Administração Pública.
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Contudo, nas provas do CESPE, está errada a afirmação que diga que os bens
serão transferidos para as OS por meio de privatização. Os bens são cedidos, e
não vendidos ou doados, retornando para o Estado caso haja a desqualificação da
OS. Questão ERRADA.

55 (CESPE/TJDFT/2007) Ao termo publicização do terceiro setor podem ser


atribuídos pelo menos dois sentidos. Um é o que se refere à prestação de serviços
de interesse público por entidades componentes do terceiro setor, com o apoio do
Estado. O segundo refere-se à transformação de entidades públicas em entidades
privadas sem fins lucrativos.

A publicização consiste na transferência da prestação do serviço público para


entidades privadas sem fins lucrativos, que receberão fomento para realizar tais
atividades. Por outro lado, consiste na extinção de órgãos e entidades estatais com a
transferência de suas atividades, bens, servidores e recursos orçamentários para a
gestão das Organizações Sociais. Questão CORRETA.

56 (CESPE/DPF/2001) As organizações sociais são um modelo de parceria entre


o Estado e a sociedade, regulado por meio dos contratos de gestão. O Estado
continuará a fomentar as atividades geridas pelas organizações sociais
publicizadas e exercerá sobre elas um controle estratégico: lhes cobrará os
resultados necessários à consecução dos objetivos das políticas públicas.

A publicização tem como objetivo descentralizar a prestação dos serviços públicos,


dando maior autonomia para o exercício das atividades. Em troca serão cobrados
resultados por meio de indicadores de desempenho. Questão CORRETA.

57 (CESPE/MCT/2004) Organizações Sociais são entidades não-governamentais,


sem fins lucrativos, qualificadas pelo poder público para desenvolver atividades nas
áreas de educação, ciência e tecnologia, meio ambiente, cultura e saúde.

Segundo a Lei 9.637 de 2000:


Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações
sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos,
cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica,
ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do
meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos aos requisitos
previstos nesta Lei.
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Questão CORRETA.

58 (CESPE/TRF-5ª/2006) As organizações sociais são entidades privadas,


qualificadas como tais por meio de decreto do presidente da República, que
passam a integrar a chamada administração indireta, visto que podem receber
recursos públicos e servidores públicos cedidos da administração direta.

A qualificação das OS se dará por meio de Decreto, e não pelo contrato de gestão.
Este é um requisito para a qualificação Outro requisito é a autorização por parte do
Ministro da Área da entidade privada (educação, ciência e tecnologia, meio
ambiente, cultura, saúde) e do Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Art. 2º São requisitos específicos para que as entidades privadas
referidas no artigo anterior habilitem-se à qualificação como
organização social:
II - haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade de
sua qualificação como organização social, do Ministro ou titular de
órgão supervisor ou regulador da área de atividade
correspondente ao seu objeto social e do Ministro de Estado da
Administração Federal e Reforma do Estado.

A Lei 9.637 fala ainda no MARE, mas este foi extinto e suas atribuições
incorporadas pelo MPOG. A qualificação é um ato discricionário, ou seja, mesmo
que a entidade privada preencha todos os requisitos para se qualificar, os Ministros
podem não aprovar a qualificação.
As OS não irão integrar a administração indireta. São pessoas jurídicas de direito
privado que recebem uma qualificação para receber fomento para a prestação de
serviços públicos. Questão ERRADA.

59 (CESPE/TJ-SE/2004) O objeto dos contratos de gestão que podem ser


celebrados entre os particulares e a administração pública restringe-se às
atividades que, por previsão constitucional, são passíveis de serem regidas pelo
regime jurídico de direito privado.

As OS só poderão exercer atividades não exclusivas de estado, ou seja, atividades


que são passíveis de serem regidas pelo direito privado. Questão CORRETA.

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60 (CESPE/MMA/2008) Uma das características dos contratos firmados entre a


administração pública e as OS é a obrigatoriedade de realizar licitação para
selecionar aquela efetivamente qualificada para a prestação de determinado
serviço público.

Não há exigência legal para que haja licitação na escolha da entidade privada que
será qualificada como Organização Social. Esta é uma das maiores críticas de
Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Segundo a autora:

Para que a organização social se enquadrasse adequadamente


nos princípios constitucionais que regem a gestão do patrimônio
público e que existem exatamente para proteger este patrimônio,
seria necessário, no mínimo:
a) A exigência de licitação para a escolha da entidade;
b) Comprovação de que a entidade já existe, tem sede
própria, patrimônio, capital, entre outros requisitos exigidos
para que uma pessoa jurídica se constitua validamente;
c) Demonstração de qualificação técnica e idoneidade
financeira para administrar o patrimônio público;
d) Submissão aos princípios da licitação;
e) Imposição de limitações salariais quando dependam de
recursos orçamentários do estado para pagar seus
empregados;
f) Prestação de garantia tal como exigida nos contratos
administrativos em geral, exigência essa mais aguda na
organização social, pelo fato de ela administrar patrimônio
público.

Questão ERRADA.

61 (CESPE/DPF/2001) Não se deve entender o modelo proposto para as


organizações sociais como um simples convênio de transferência de recursos. Os
contratos e as vinculações mútuas serão mais profundos e permanentes, uma vez
que as dotações destinadas a essas instituições integrarão o orçamento da União,
cabendo a elas um papel central na implementação das políticas sociais do Estado.

O relacionamento do Estado com as Organizações Sociais vai além da simples


transferência de recursos como fomento para a prestação de serviços públicos. Se
fosse só isso não precisaria ser criada mais esta figura. Questão CORRETA.

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62 (CESPE/MCT/2004) Um contrato de gestão é um contrato administrativo de


prestação de serviços.

Segundo a Lei 9.637 de 2000:


Art. 5º Para os efeitos desta Lei, entende-se por contrato de
gestão o instrumento firmado entre o Poder Público e a entidade
qualificada como organização social, com vistas à formação de
parceria entre as partes para fomento e execução de atividades
relativas às áreas relacionadas no art. 1º.

O contrato de gestão é um contrato de parceria, que busca conceder fomento para


que as OS prestem serviços públicos. Nele, poderão estar previstas atividades, que
poderão depois ser objeto de um contrato administrativo de prestação de serviços.
Segundo a Lei 8.666/93:

Art. 24. É dispensável a licitação:


XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços
com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das
respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no
contrato de gestão.

Portanto, temos aqui dois contratos diferentes: um de parceria e outro de prestação


de serviços. Questão ERRADA.

63 (CESPE/SESPA/2004) Considerando a FCM como uma fundação privada sem


fins lucrativos, voltada à realização de atividades ligadas à saúde, que celebrou
contrato de gestão com a União, é correto afirmar que a União pode contratar a
FCM, sem licitação, para realizar atividades contempladas no contrato de gestão.

Este é um dos casos em que a licitação pode ser dispensada, como vimos na
questão anterior. Questão CORRETA.

64 (CESPE/TCE-PE/2004) Qualquer pessoa jurídica de direito privado sem fins


lucrativos pode solicitar qualificação junto ao Poder Executivo como organização
social.

Não é qualquer pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos que pode se
qualificar como OS. Já vimos que deve atuar nas áreas de ensino, à pesquisa
científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio
ambiente, à cultura e à saúde. Além disso, a Lei 9.637 traz alguns requisitos:

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I - comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre:


a) natureza social de seus objetivos relativos à respectiva área de
atuação;
b) finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento
de seus excedentes financeiros no desenvolvimento das próprias
atividades;
c) previsão expressa de a entidade ter, como órgãos de
deliberação superior e de direção, um conselho de administração
e uma diretoria definidos nos termos do estatuto, asseguradas
àquele composição e atribuições normativas e de controle básicas
previstas nesta Lei;
d) previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação
superior, de representantes do Poder Público e de membros da
comunidade, de notória capacidade profissional e idoneidade
moral;
e) composição e atribuições da diretoria;
f) obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial da União,
dos relatórios financeiros e do relatório de execução do contrato
de gestão;
g) no caso de associação civil, a aceitação de novos associados,
na forma do estatuto;
h) proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio
líquido em qualquer hipótese, inclusive em razão de
desligamento, retirada ou falecimento de associado ou membro
da entidade;
i) previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou
das doações que lhe foram destinados, bem como dos
excedentes financeiros decorrentes de suas atividades, em caso
de extinção ou desqualificação, ao patrimônio de outra
organização social qualificada no âmbito da União, da mesma
área de atuação, ou ao patrimônio da União, dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios, na proporção dos recursos e
bens por estes alocados;

Questão ERRADA.

65 (CESPE/MCT/2004) As Organizações Sociais não podem cobrar pelos


serviços que prestarem a terceiros.

As organizações sociais assumirão as atividades, bens, recursos e servidores de


um órgão ou entidade estatal, e poderão passar a cobrar pelos serviços prestados.
Assim, caso haja a extinção de uma fundação que mantinha uma universidade com

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a sua publicização, a OS poderá passar a cobrar mensalidades dos alunos.
Questão ERRADA.

66 (CESPE/DPF/2001) Os responsáveis pela fiscalização da execução do


contrato de gestão da administração federal com uma organização social, ao
tomarem conhecimento da prática de qualquer irregularidade ou ilegalidade na
utilização de recursos ou bens de origem pública por essa organização social,
deverão dar ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade
solidária.

Isto está na Lei 9.637:


Art. 9º Os responsáveis pela fiscalização da execução do contrato
de gestão, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade
ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens de origem pública
por organização social, dela darão ciência ao Tribunal de Contas
da União, sob pena de responsabilidade solidária.

A fiscalização da execução do contrato de gestão pelas organizações sociais será


realizada pelo órgão ou entidade supervisora da área de atuação correspondente à
atividade fomentada. A entidade qualificada apresentará ao órgão ou entidade do
Poder Público supervisora signatária do contrato, ao término de cada exercício ou a
qualquer momento, conforme recomende o interesse público, relatório pertinente à
execução do contrato de gestão, contendo comparativo específico das metas
propostas com os resultados alcançados, acompanhado da prestação de contas
correspondente ao exercício financeiro. Os resultados atingidos com a execução do
contrato de gestão devem ser analisados, periodicamente, por comissão de
avaliação, indicada pela autoridade supervisora da área correspondente, composta
por especialistas de notória capacidade e adequada qualificação.
O Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade como
organização social, quando constatado o descumprimento das disposições
contidas no contrato de gestão. A desqualificação será precedida de processo
administrativo, assegurado o direito de ampla defesa, respondendo os dirigentes da
organização social, individual e solidariamente, pelos danos ou prejuízos
decorrentes de sua ação ou omissão. A desqualificação importará reversão dos
bens permitidos e dos valores entregues à utilização da organização social, sem
prejuízo de outras sanções cabíveis.

Questão CORRETA.

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67 (CESPE/DPF/2001) As organizações sociais se encaixariam naquilo que o


Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado denomina de serviços exclusivos,
que são aqueles que, por envolver o poder de Estado, o próprio Estado realiza ou
subsidia. O Estado tem interesse nesses serviços porque os considera de alta
relevância para os direitos humanos ou porque envolvem economias externas.

As organizações sociais podem desempenhar apenas atividades que podem ser


regidas pelo direito privado, ou seja, atividades não-exclusivas. Segundo o STF,
somente pessoas jurídicas de direito público podem atuar nas funções típicas do
Poder Público. Questão ERRADA.

68 (CESPE/SEBRAE/2007) Os contratos de gestão podem ser adotados entre os


entes públicos, no âmbito da própria administração direta, com entidades da
administração indireta e com entidades privadas, as chamadas organizações
sociais.

São dois os tipos de contrato de gestão, também denominado acordo-programa,


trazidas pela reforma do Plano Diretor. O primeiro é o assinado entre órgãos da
administração direta ou com entidades da administração indireta, com o objetivo de
conferir maior autonomia em troca da responsabilização por resultados. Este tipo
foi inserido na CF/88 pela Emenda Constitucional 19/98, no art. 37:

§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos


e entidades da administração direta e indireta poderá ser
ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus
administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação
de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei
dispor sobre:
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos,
obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal.
Já o segundo tipo é o assinado entre o Poder Público e uma entidade privada que
passa a ser qualificada como Organização Social. Questão CORRETA.

69 (CESPE/SGAPROC/2004) Contrato de gestão é uma inovação trazida pela


Emenda Constitucional n.º 19/1998, e é definido como o contrato firmado entre
órgãos e entidades com o poder público, tendo por objeto a fixação de metas de
desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor, entre outros, sobre a

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remuneração do pessoal e sobre os controles e critérios de avaliação de


desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes.

Já vimos na questão 41 que o contrato de gestão não é uma inovação trazida


apenas pelo Plano Diretor. Esta modalidade de gestão por resultados já era
utilizada no Governo Collor. Mas, não devemos entrar tanto assim nos detalhes em
algumas questões do CESPE, por que grande parte delas está longe de ser bem
elaborada.
Esta questão fala do outro tipos de contrato de gestão, que é o firmado entre os
órgãos e entidades estatais. O seu objetivo é conferir maior autonomia em troca da
responsabilização por resultados. Questão CORRETA.

70 (CESPE/PF/2004) Na denominada reforma administrativa, em 1998, inseriu-se


na Constituição Federal dispositivo prevendo que a autonomia gerencial,
orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta
poderá ser ampliada mediante contrato a ser firmado entre seus administradores e
o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o
órgão ou entidade. Esse dispositivo foi saudado como de invulgar sapiência pela
doutrina, porque possibilita à pessoa jurídica de direito público a utilização de
avançado instrumento de gestão democrática.

Como vimos, a EC 19/98 inseriu o § 8º no art. 37 da CF/88. Invulgar sapiência


pode ser “traduzido” como “de sabedoria extrema”. O contrato não foi tão bem
saldado assim pela doutrina, que teceu algumas críticas ao instrumento. As críticas
têm por fundamento, basicamente, dois dos requisitos de validade dos contratos
em geral: a existência de personalidade jurídica e de contraposição de interesses
entre as partes contratantes. Entende pacificamente a doutrina civilista que um
contrato só pode ser validamente firmado quando as duas partes podem, em nome
próprio, adquirir direitos e contrair obrigações; ou seja, quando as duas partes
possuem personalidade jurídica.

71 (CESPE/MEC/2003) Considerando que a LRF dispõe que a empresa


controlada que firmar contrato de gestão em que se estabeleçam objetivos e metas
de desempenho, na forma da lei, disporá de autonomia gerencial, orçamentária e
financeira, é correto afirmar que esta disposição aplica-se tanto às empresas
públicas quanto às sociedades de economia mista.

Segundo a LRF:

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Art. 47. A empresa controlada que firmar contrato de gestão em
que se estabeleçam objetivos e metas de desempenho, na forma
da lei, disporá de autonomia gerencial, orçamentária e financeira,
sem prejuízo do disposto no inciso II do § 5º do art. 165 da
Constituição.

A definição de empresa controlada está no art. 2º da LRF:


II - empresa controlada: sociedade cuja maioria do capital social
com direito a voto pertença, direta ou indiretamente, a ente da
Federação;
Portanto, contrato de gestão pode ser assinado por qualquer órgão público e
entidade da administração indireta, inclusive sociedades de economia mista e
empresas públicas. Questão CORRETA.

72 (CESPE/CENSIPAN/2006) A responsabilização por resultados e a


conseqüente autonomia de gestão inspiraram a formulação de projeto como
objetivo de obter a transformação de autarquias e de fundações que exerçam
atividades exclusivas do Estado em agências autônomas, com foco na
modernização da gestão.

A responsabilização por resultados, ou gestão por resultados, está baseada numa


relação contratual entre órgãos públicos. De um lado, se concede maior autonomia,
de outro, se compromete com resultados. Este foi o objetivo da reforma do Plano
Diretor, que permitiria que autarquias e fundações públicas que exercessem
atividades exclusivas de Estado assinassem contrato de gestão, qualificando-se
assim como agências autônomas, a que chamamos hoje de agências executivas.

O contrato de gestão pode ser usado para conferir maior autonomia a qualquer
órgão ou entidade da administração indireta. Contudo, somente para as autarquia e
fundações públicas que exerçam atividades exclusivas de Estado é que se
concederá a qualificação de agência executiva.

Segundo a Lei 9.649/98:


Art. 51. O Poder Executivo poderá qualificar como Agência
Executiva a autarquia ou fundação que tenha cumprido os
seguintes requisitos:
I - ter um plano estratégico de reestruturação e de
desenvolvimento institucional em andamento;
II - ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo Ministério
supervisor.
§ 1º A qualificação como Agência Executiva será feita em ato do
Presidente da República.
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Como podemos ver no art. 51, a concessão do status de Agência Executiva
depende do preenchimento de dois requisitos pela entidade:

ƒ A celebração de contrato de gestão com o respectivo Ministério


Supervisor;
ƒ A existência de um plano estratégico de reestruturação e de
desenvolvimento institucional, voltado para a melhoria da qualidade de
gestão e para a redução de custos, já concluído ou em andamento.

E não é o contrato de gestão o instrumento que concede a qualificação de agência


executiva, mas ato do Presidente da República.

Questão CORRETA.

73 (CESPE/TRF-5ª/2004) As agências executivas têm natureza essencialmente


operacional, de maneira que não lhes compete exercer a fiscalização de pessoas,
bens e atividades, porquanto, considerando o universo das agências, essa
competência é exclusiva das agências reguladoras. De acordo com a doutrina, as
agências executivas constituem importante inovação na organização do Estado,
criadas que foram com a finalidade de realizar o princípio constitucional da
eficiência.

As agências executivas desempenham atividades exclusivas de Estado, portanto


podem fiscalizar. A fiscalização não é competência exclusiva das agências
reguladoras. Questão ERRADA.

74 (CESPE/IGEPREV/2005) No Brasil, a lei que regula o funcionamento das


agências executivas propõe um modelo em que são utilizadas figuras da
administração indireta, autarquias e fundações, submetidas a um regime jurídico
especial.

Somente autarquias e fundações públicas, que exerçam atividades exclusivas,


podem ser qualificadas como agências executivas. O regime jurídico especial
consiste na maior autonomia conferida a estas entidades. Segundo o MARE, As
autonomias propostas inseriam-se na dimensão da gestão dos recursos colocados
à disposição das instituições, em relação a três áreas, basicamente:

ƒ orçamento e finanças;
ƒ gestão de recursos humanos;
ƒ serviços gerais e contratação de bens e serviços.

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No que se refere ao aspecto orçamentário-financeiro, pretendia-se que as Agências
Executivas tivessem seu orçamento disposto de uma forma mais agregada, com os
recursos alocados em apenas um projeto ou sub-atividade, respeitada a distinção
entre os grupos de despesa (pessoal e outros custeios e capital).

Em relação à gestão de recursos humanos, buscavase uma relação com os


servidores baseada no desempenho e no mérito, com a definição de mecanismos
financeiros de reconhecimento, como, por exemplo, a concessão de formas de
bonificação por desempenho.

Quanto à gestão dos serviços gerais e contratação de bens e serviços, objetiva-se


dotar as Agências Executivas de um mínimo essencial de autonomia de gestão. A
concessão de um limite diferenciado de dispensa de licitação para contratação de
serviços, compras e obras de engenharia, como dispõe o art. 24 da Lei 8.666:

Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do


caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras,
obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade
de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação
qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas.

Questão CORRETA.

75 (CESPE/SETEPS-PA/2004) Considerando a APA como sendo uma autarquia


estadual do Pará, julgue o item a seguir. A APA pode celebrar contrato de gestão
com a União, e, nessa hipótese, ela passará a ter status de agência executiva.

A qualificação como agência executiva visa conferir maior autonomia para as


autarquias e fundações. Assim, somente o Governador do Estado do Pará poderá
conceder está maior autonomia qualificando a APA como agência executiva. A
União só pode assinar contratos de gestão com órgãos e entidades da sua esfera.
Questão ERRADA.

76 (CESPE/MCT/2004) As Agências Executivas devem ser necessariamente


autarquias especiais ou fundações públicas.

As agências executivas podem ser qualquer tipo de autarquia, e não somente


especiais, ou agências reguladoras. Assim como somente fundações públicas que
exerçam atividades exclusivas de Estado podem se qualificar como agências
executivas. Questão ERRADA.

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77 (CESPE/TCE-PE/2004) É correto afirmar que as agências reguladoras


enquadram-se, pelas suas atribuições e características, no setor implementador de
“atividades exclusivas de Estado”, como um tipo de agência executiva.

As agências reguladoras desempenham uma atividade exclusiva: a regulação.


Contudo não são um tipo de agência executiva. Elas podem se qualificar como
agências executivas caso assinem contrato de gestão com o Poder Público e
elaborem um plano de reestruturação.

As agências reguladoras foram incorporadas ao direito brasileiro em decorrência do


processo de privatização de serviços públicos promovido no Brasil na década
passada. O Estado transferiu ao setor privado determinadas atividades até então
por ele diretamente exercidas, tais como os serviços de telecomunicações e de
fornecimento de energia elétrica. Entretanto, apesar da sua retirada da prestação
direta desses serviços, não teria o Estado como se furtar a continuar neles
intervindo, por meio de sua regulação e fiscalização. Para tanto, instituiu as
agências reguladoras.

Maria Sylvia Zanella di Pietro há dois tipos de agências reguladoras em nosso


ordenamento jurídico:

1. As que exercem poder de polícia, a partir de limitações


administrativas determinadas em lei, de que são exemplos a Agência
nacional de Saúde Pública Complementar (ANS), criada pela Lei
9.961/2.000, e a Agência nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA),
instituída pela Lei. 9.872/99;

2. As que exercem poder regulatório e fiscalizatório de atividades objeto


de concessão, permissão ou autorização de serviço público (energia
elétrica, telecomunicações etc), ou de concessão para exploração de
bem público (petróleo e outros recursos minerais, rodovias etc).

Questão ERRADA.

78 (CESPE/TCE-RN/2002) As agências reguladoras caracterizam-se como


autarquias de natureza especial, possuindo grau de autonomia mais intenso que
aquele conferido às autarquias comuns e gozando de prerrogativas estipuladas em
suas leis instituidoras, embora submetam-se ao poder de supervisão do ministério
ou secretaria a que se encontrem vinculadas. Assim, em que pese não poderem
atuar em desconformidade com os princípios norteadores da administração pública,
principalmente o da legalidade, possuem margem maior de discricionariedade, com
vistas a atender ao novo espírito que rege a atividade estatal.

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As atuais agências reguladoras têm sido instituídas sob a forma de autarquias. Isto
tem dois objetivos. O primeiro é permitir que possam exercer atividades típicas do
Poder Público. Segundo entendimento do STF, apenas pessoas jurídicas de direito
público podem exercer atribuições típicas de Estado. O segundo é conferir maior
independência a essas agências, retirando elas da subordinação hierárquica da
administração direta.

Contudo, o legislador vai além, caracterizando-as como “autarquias em regime


especial”, que pode ser traduzido, nos termos de cada lei instituidora, em
prerrogativas especiais, normalmente relacionadas à ampliação de sua autonomia
administrativa e financeira. Para exemplificar, a seguir está o art. 8º, § 2º, da Lei
9.472/97, que trata da ANATEL:
§ 2º A natureza de autarquia especial conferida à Agência é
caracterizada por independência administrativa, ausência de
subordinação hierárquica, mandato fixo de seus dirigentes e
autonomia financeira.
Apesar de possuírem maior independência, não significa que não há nenhum tipo
de controle por parte do Executivo. Elas se submetem aos princípios da
administração pública e ao poder de supervisão do ministério ou secretaria a que
estejam vinculadas. Assim, apesar de seus diretores possuírem mandato fixo,
podem ser retirados do cargo por processo administrativo caso infrinjam algum dos
princípios.

Questão CORRETA.

79 (CESPE/TCE-PE/2004) Por terem natureza autárquica, as agências


reguladoras só podem ser constituídas por meio de lei, e, por representar opção
discricionária de descentralização de função típica, tal lei deve, sempre, ser de
iniciativa do Poder Executivo.

O art. 37 da CF/88 determina que as autarquias só poderão ser criadas por meio
de lei específica.

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e


autorizada a instituição de empresa pública, sociedade de
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
Aqui temos outra alteração trazida com a reforma do Plano Diretor. A Emenda
Constitucional 19 de 1998 flexibilizou a criação de fundações, empresas públicas e
sociedades de economia mista, já que antes todas as entidades da administração
indireta deveriam ser criadas por lei:

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XIX - somente por lei específica poderão ser criadas empresa


pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação
pública;
Analisando esta alteração, o STF pacificou o entendimento de que, atualmente, há
duas modalidades de fundação pública: as de direito público e as de direito privado.
Aquelas são criadas diretamente por lei específica. Estas, pelo registro do ato
constitutivo, após autorização em lei específica.

A criação de agências reguladoras se insere na iniciativa privativa do Presidente da


República, conforme o art. 61 da CF/88:
§ 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as
leis que:
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração
pública, observado o disposto no art. 84, VI

Isto se deve ao fato, inclusive, de que a competência para prestar e regular os


serviços públicos é do Executivo. Portanto, somente ele pode abrir mão de suas
competências. Questão CORRETA.

80 (CESPE/TRF-5ª/2005) As agências reguladoras são autarquias sob regime


especial, que é caracterizado pela independência administrativa, pela autonomia
financeira e pelo poder normativo atribuídos a essas agências.

Como vimos, o regime especial consiste na maior autonomia conferida às agências


reguladoras. Além disso, elas possuem poder normativo para regulamentar
aspectos que a lei não adentrou ou deixou margens para interpretação. Elas não
poderiam se sobrepor ao princípio da legalidade e inovar inicialmente na ordem
jurídica. Ressaltando-se essa limitação, elas podem expedir normas de caráter
eminentemente técnico, no setor a elas afeto. Segundo Maria Sylvia Zanella Di
Pietro:

não podem regular matéria não disciplinada em lei, porque os


regulamentos autônomos não têm fundamento constitucional no
direito brasileiro, nem podem regulamentar leis, porque essa
competência é privativa do chefe do Poder Executivo e, se
pudesse ser delegada, essa delegação teria que ser feita pela
autoridade que detém o poder regulamentar e não pelo legislador
(...) As normas que podem baixar resumem-se ao seguinte: (a)
regular a própria atividade da agência por meio de normas de
efeitos internos; (b) conceituar, interpretar, explicitar conceitos
jurídicos indeterminados contidos em lei, sem inovar na ordem
jurídica.

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Contudo, o que tem ocorrido na prática é que as agências reguladoras possuem
uma abrangente competência normativa, efetivamente inovando a ordem jurídica.
O CESPE tem adotado a posição de que pode ser conferido às agências
reguladoras o exercício de um abrangente poder normativo no que respeita às
áreas de sua atuação, mas não pode ser exercido quanto às matérias reservadas à
lei, pela Constituição. Elas poderiam somente editar atos secundários. Tais atos
serão atos normativos delegados ou autorizados pela lei, restritos às áreas técnicas
de competência da agência. Tais atos criam, modificam ou extinguem direitos, mas
devem sempre ser editados nos termos da lei. Questão CORRETA.

81 (CESPE/SENADO/2002) O processo de criação das agências reguladoras é


casuístico, no sentido de que inexiste um modelo autárquico específico para a
atividade regulatória, levando, por outro lado, a uma profusão de pressões em
torno da criação de entes dotados de diferenciado desenho institucional para
múltiplas funções, sob a denominação de agências.

Casuísmo, segundo o Dicionário Houaiss, significa, num sentido pejorativo:

Sistema moral, atitude ou conduta hipócrita, de acomodação


As agências reguladoras estão sendo criadas como autarquias sob regime especial
porque, de uma lado, é necessário que tenham natureza de direito público para
exercerem atividades típicas de Estado, e de outro, devem possuir independência
em relação ao Poder Executivo. O problema é que isto está mais para uma
“gambiarra” do que para uma medida juridicamente correta. Questão CORRETA.

82 (CESPE/ANA/2006) Conselheiros e diretores de cada agência reguladora só


perderão o mandato em caso de renúncia ou condenação judicial transitada em
julgado, sendo vedada a criação de outras hipóteses de perda de mandato.

A Lei n.º 9.986/2000, que dispõe sobre a gestão de recursos humanos das
agências reguladoras, determina que:

Art. 9º Os Conselheiros e os Diretores somente perderão o


mandato em caso de renúncia, de condenação judicial transitada
em julgado ou de processo administrativo disciplinar.
Parágrafo único. A lei de criação da Agência poderá prever outras
condições para a perda do mandato.
Portanto, para conferir maior autonomia das agências reguladoras, seus diretores
terão mandato fixo, fixado na lei de criação da agência, e só poderão perder o
cargo em virtude de decisão judicial ou processo administrativo disciplinar.
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Contudo, a lei de criação da agência pode estabelecer outras formas de perda de
mandato. Questão ERRADA.

83 (CESPE/Câmara/2002) As agências reguladoras têm natureza de autarquias


especiais, vinculam-se ao ministério competente para tratar da respectiva atividade,
e seus diretores são nomeados pelo presidente da República, após aprovação do
Senado.

A aprovação pelo Senado da escolha do diretores das agências reguladoras é mais


uma forma de garantir uma independência da agência em relação ao Executivo.
Segundo a Lei 9.986 de 2000:

Art. 5º O Presidente ou o Diretor-Geral ou o Diretor-Presidente


(CD I) e os demais membros do Conselho Diretor ou da Diretoria
(CD II) serão brasileiros, de reputação ilibada, formação
universitária e elevado conceito no campo de especialidade dos
cargos para os quais serão nomeados, devendo ser escolhidos
pelo Presidente da República e por ele nomeados, após
aprovação pelo Senado Federal, nos termos da alínea f do inciso
III do art. 52 da Constituição Federal.

Questão CORRETA.

84 (CESPE/ANATEL/2004) As agências reguladoras possuem, entre outras, as


seguintes atribuições: regular os serviços objeto da delegação, realizar licitação
para a escolha do concessionário, permissionário ou autorizado, definir o valor da
tarifa e sua revisão e reajuste, controlar a execução dos serviços, aplicar sanções,
encampar, decretar caducidade, intervir, fazer reversão dos bens ao término da
concessão, fazer o papel de ouvidor de denúncias e reclamações dos usuários.

As agências reguladoras possuem as mesmas atribuições que estariam na


competência do poder concedente na assinatura de contratos administrativos com
particulares. Segundo a professora Maria Sylvia:

As atribuições das agências reguladoras, no que diz respeito à


concessão, permissão e autorização de serviço público resumem-
se ou deveriam resumir-se às funções que o poder concedente
exerce nesses tipos de contratos ou atos de delegação:
regulamentar os serviços que constituem objeto de delegação,
realizar o procedimento licitatório para escolha do concessionário,
permissionário ou autorizatário, celebrar o contrato de concessão
ou permissão ou praticar ato unilateral de outorga de autorização,
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definir o valor da tarifa e da sua revisão ou reajuste, controlar a
execução dos serviços, aplicar sanções, encampar, decretar a
caducidade, intervir, fazer a rescisão amigável, fazer a reversão
dos bens ao término da concessão, exercer o papel de ouvidor de
denúncias e reclamações dos usuários, enfim, exercer todas as
prerrogativas que a lei outorga ao Poder Público na concessão,
permissão e autorização. Isso significa que a lei, ao criar a
agência reguladora, está tirando do Poder Executivo todas essas
atribuições para colocá-las nas mãos da agência.

Questão CORRETA.

85 (CESPE/TRF-5ª/2006) O poder normativo das agências reguladoras encontra-


se fundado em normas jurídicas lineares, as quais não revelam muito espaço
interpretativo para a administração pública.

O poder normativo das agências reguladoras está restrito aos aspectos que a lei
não tratou ou que deixou margem de interpretação. Como as normas jurídicas
lineares não deixam espaço para interpretação, não é sobre elas que estará
fundado o poder normativo das agências reguladoras. Questão ERRADA.

86 (CESPE/Câmara/2002) Nota-se na legislação pertinente às agências


reguladoras o propósito de fugir das formas licitatórias previstas nas normas gerais
de licitação.

O termo “fugir” da questão parece um pouco forte demais, mas é justamente este o
objetivo da lei 9.986 de 2000, que permitiu que as agências reguladoras usassem o
pregão e a consulta, sendo que as regras poderiam ser estabelecidas em
regulamento próprio, conferindo maior flexibilidade nos processos de compras.

Art. 37. A aquisição de bens e a contratação de serviços pelas


Agências Reguladoras poderá se dar nas modalidades de
consulta e pregão, observado o disposto nos arts. 55 a 58 da Lei
no 9.472, de 1997, e nos termos de regulamento próprio. Parágrafo
único. O disposto no caput não se aplica às
contratações referentes a obras e serviços de engenharia, cujos
procedimentos deverão observar as normas gerais de licitação e
contratação para a Administração Pública.

Questão CORRETA.

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87 (CESPE/DFTRANS/2008) Os últimos acontecimentos relativos às agências


reguladoras no Brasil mostram que elas são dotadas de especialidade,
imparcialidade e autonomia nas decisões.

Nesta questão, uma coisa importante é sabermos diferenciar a teoria da prática.


Como vimos acima, as agências reguladoras foram criadas com o objetivo de
terem maior independência em relação ao Poder Executivo. Além disso, no seu
papel de regulador de atividades que estão nas mãos da iniciativa privada, devem
atuar com a maior isenção possível, levando em consideração critérios técnicos
claros.

Contudo, nem sempre isto é observado na prática. Esta questão está mais para
conhecimentos gerais do que para direito administrativo ou administração pública. A
prova aconteceu em abril deste ano. Um fato recente relacionado às agências
reguladoras que esteve na mídia durante muito tempo foi a atuação da Agência
Nacional de Aviação Civil (ANAC) junto às companhias aéreas. Criticou-se muito a
ANAC, que estaria defendendo mais os interesses das companhias do que da
sociedade. Questão CORRETA.

88 (CESPE/SENADO/2002) Captura regulatória consiste em uma modalidade de


disfunção da regulação caracterizada pelo enfraquecimento da entidade reguladora
frente à influência preponderante de um ou mais agentes regulados.

Quando a agência reguladora passa a defender mais os interesses da indústria


regulada do que da sociedade, ocorre a chamada “captura regulatória”. Questão
CORRETA.

89 (CESPE/MDS/2006) Segundo a Teoria da Agência, no caso do setor público, a


transferência de serviços para a iniciativa privada tem como principais vantagens a
maior racionalidade na ação e a maximização de resultados; em contrapartida,
essa transferência apresenta problemas de assimetria de informações entre agente
e principal, o que gera fragilidades nos mecanismos regulatórios.

Nem sempre a atuação destas agências está livre de ingerências, tanto do Estado
quanto do setor privado por ela regulado. Um dos maiores obstáculos a sua
atuação é a “assimetria de informações”. Para poder exercer sua função
reguladora, determinando regras a serem seguidas, concedendo contratos de
prestação de serviços, ajustando tarifas, as agências são muito dependentes da
informação, principalmente daquela fornecida pelas empresas que são por ela
reguladas. O problema é que nem sempre a informação é confiável.

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Para entender melhor esta relação entre regulador e regulado, é preciso
conhecermos alguns princípios da teoria da agência. As relações contratuais quer
explícitas ou implícitas, delimitam a figura de um sujeito ativo que recebe o nome
genérico de principal, e de um sujeito passivo chamado agente. A suposição
básica existente na relação principal-agente é de que o agente agirá em favor do
principal e que por isso receberá alguma recompensa. O agente, ou contratado,
deverá desempenhar certas funções, de acordo com os critérios do principal, ou
contratante. No entanto, em muitos casos o principal tem certa dificuldade em
saber se o agente está realmente cumprindo com suas obrigações de forma
satisfatória. Aqui entra a assimetria de informação. O agente dispõe de um
conjunto de possíveis comportamentos a adotar, suas ações afetam o bem-estar
entre as partes e dificilmente são observáveis pelo principal. Questão CORRETA.

90 (CESPE/MDS/2006) Assimetria de informações, seleção adversa e risco moral


são típicas imperfeições de mercado verificadas em setores regulados.

Decorrentes da assimetria de informações, surgem outros dois problemas:


Seleção adversa = quando são selecionados os agentes com maior risco. Se a
indústria de seguros de vida praticar um preço baseado na média de risco das
pessoas, saíra perdendo porque quem terá maior propensão a fazer seguros serão
as pessoas com maior risco. Por isso que são praticados preços de acordo com o
risco de cada um.

Risco moral = uma das partes envolvidas em um contrato não dispõe de condições
ou mecanismos para monitorar as ações e as atitudes da outra parte envolvida,
que pode ter um comportamento de risco. Muitas pessoas com plano de saúde
passam a usar os serviços médicos numa proporção bem maior do que quando
não tinham o plano. Também existe para o agente. Por exemplo, quando o Estado
determina alguns critérios no momento da contratação das empresas privadas e
depois passa a usar outras regras.

Questão CORRETA.

91 (CESPE/INMETRO/2007) O plano diretor para a reforma do aparelho do


Estado, de 1995, contemplou a transferência das atividades de produção
desenvolvidas por empresas estatais para o setor privado. Essa transferência foi
operacionalizada por meio de processo de privatização.

No setor de produção de bens e serviços para o mercado, o Plano Diretor defendia a


propriedade privada, portanto, as atividades que o Estado exercesse que se

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enquadrassem neste setor seriam privatizadas, como ocorreu com a Companhia


Vale do Rio Doce e outras tantas. Segundo o Plano Diretor:
No setor de produção de bens e serviços para o mercado a
eficiência é também o princípio administrativo básico e a
administração gerencial, a mais indicada. Em termos de
propriedade, dada a possibilidade de coordenação via mercado, a
propriedade privada é a regra. A propriedade estatal só se justifica
quando não existem capitais privados disponíveis - o que não é
mais o caso no Brasil - ou então quando existe um monopólio
natural. Mesmo neste caso, entretanto, a gestão privada tenderá a
ser a mais adequada, desde que acompanhada por um seguro
sistema de regulação.

Questão CORRETA.

92 (CESPE/CENSIPAN/2006) Um dos projetos do plano diretor era o de


implementar a valorização do servidor para a cidadania, com o objetivo de resgatar
os talentos individuais de promover a sinergia dos grupos e organizações que
constituem a administração pública federal, e de oferecer ao cidadão brasileiro
serviços de melhor qualidade e maior prontidão às suas demandas.

O Plano Diretor previu alguns projetos básicos outros adicionais. Já vimos dois dos
três projetos básicos: o das organizações sociais e o das agências autônomas. O
terceiro é o Projeto Avaliação Estrutural, que teria como objetivo “analisar as
missões dos órgãos e entidades governamentais, identificando superposições,
inadequação de funções e possibilidades de descentralização, visando dotar o
Estado de uma estrutura organizacional moderna e ágil e permeável à participação
popular”. Com base na avaliação, ocorreria a proposta de extinção, privatização,
publicização e descentralização de órgãos, e também de incorporação e criação de
órgãos.

Os projetos adicionais eram:


Projeto Cidadão: tinha como objetivo aperfeiçoar as relações entre os órgãos da
Administração Pública e os cidadãos, no âmbito de suas atribuições institucionais
atendendo à diretriz do Projeto de Reforma do Estado, de localização das ações
nas necessidades do cidadão, atuando nas seguintes áreas: simplificação de
obrigações de natureza burocrática; implementação de sistema de recebimento de
reclamações e sugestões do cidadão sobre a qualidade e a eficácia dos serviços
públicos; implementação de sistema de informação ao cidadão a respeito do
funcionamento e acesso aos serviços públicos; na definição da qualidade do
serviço.

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Indicadores de Desempenho: essencial para a implementação das agências
autônomas e das organizações sociais, seria um esforço sistemático e amplo para
definir indicadores de desempenho quantitativos para as atividades exclusivas do
Estado. Estes indicadores, somados mais adiante à definição de um orçamento
global, seriam a base para a celebração de contrato de gestão entre o dirigente da
entidade e o respectivo ministro.

Qualidade e Participação: foi concebido como instrumento básico da modernização


da gestão pública, com ênfase nos princípios da qualidade e da participação dos
funcionários no nível operacional. O que se busca é não apenas uma mudança nas
formas de gestão, mas também da cultura das organizações, no que diz respeito à
cooperação entre administradores e funcionários. Tem como objetivo a introdução
de novos conceitos e técnicas de gestão pública, baseados no desempenho, na
redução ao mínimo dos erros, e na participação dos funcionários na definição dos
processos de trabalho. Resultou na transformação do Programa da Qualidade e
Produtividade do Governo Collor no Programa da Qualidade e Participação da
Administração Pública em 1996.

Nova Política de Recursos Humanos: A preparação da nova administração pública


que surgiria das reformas em curso passaria necessária e essencialmente pela
profissionalização e pela valorização do servidor público. Assim, uma nova política
de recursos humanos deveria ser formulada para atender aos papéis adicionais do
Estado de caráter regulatório e de articulação dos agentes econômicos, sociais e
políticos, além do aprimoramento na prestação dos serviços públicos. As carreiras
seriam classificadas em carreiras de Estado, formadas principalmente por
servidores estatutários no núcleo estratégico do Estado, e carreiras de empregados
celetistas, utilizadas na administração indireta e nos serviços operacionais inclusive
do núcleo estratégico.

Valorização do Servidor para a Cidadania: tinha como objetivo resgatar os talentos


individuais e promover sinergia dos grupos e organizações que constituem a
Administração Pública Federal, visando oferecer ao cidadão brasileiro serviços de
melhor qualidade e maior prontidão às suas demandas. Pretendia-se: (1) criar
condições psicossociais necessárias ao fortalecimento do espírito empreendedor
do serviço público, conjugada ao comportamento ético e ao desempenho eficiente;
(2) reforçar o sentido de missão e o comprometimento do servidor público para com a
prestação de serviços de melhor qualidade para o cidadão, e (3) obter maior
satisfação do servidor público com o seu trabalho e com sua qualidade de vida.
Desenvolvimento de Recursos Humanos: seria implementado pelas diversas
escolas de administração pública do Estado, como forma de viabilizar a estratégia
de modernização da gestão pública. Tem como objetivo a formação e capacitação
dos servidores públicos para o desenvolvimento de uma administração pública ágil e
eficiente.

Rede do Governo: visava ao provimento de uma moderna rede de comunicação de


dados interligando de forma segura e ágil a administração pública, permitindo
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assim um compartilhamento adequado das informações contidas em bancos de
dados dos diversos organismos do aparelho do Estado, bem como um serviço de
comunicação (baseado em correios, formulários, agenda e “listas de discussão”,
todos eletrônicos) de forma a poder repassar à sociedade em geral e aos próprios
órgãos do governo, a maior quantidade possível de informação, contribuindo para
melhor transparência e maior eficiência na condução dos negócios do Estado.
Sistemas de Gestão Pública (Controle e Informações Gerenciais): seriam
desenvolvidos vários sistemas de informações, com graus variados de automação,
dos quais se destacam o processamento do orçamento fiscal e da seguridade
social, o registro dos gastos efetuados pelo Tesouro Nacional (SIAFI), a folha de
pagamento e os dados cadastrais dos servidores civis federais (SIAPE), o
orçamento de investimentos (SIDOR), o planejamento de ações do governo
(SISPLAN), a movimentação do cadastro de fornecedores, de preços e do catálogo
de materiais e serviços (SIASG) e o fornecimento de informações sobre a
organização governamental e suas macro-atribuições (SIORG).

A questão traz a descrição do projeto Valorização do Servidor para a Cidadania.


Questão CORRETA.

93 (CESPE/MCT/2004) O Plano Gestão Pública para um Brasil de Todos,


documento referencial de modernização da gestão do governo Lula, prevê o
enfrentamento do denominado deficit institucional, mediante a massiva reposição
de quadros no setor público e o resgate de prerrogativas e garantias funcionais.

Em seu primeiro ano de mandato, o governo Lula lançou o Plano “Gestão pública
para um país de todos”. Tal documento partiu do pressuposto de que “tanto os
desafios contextuais quanto as condições de funcionamento dos Estados —
principalmente aqueles em desenvolvimento —, exigem ações no sentido de se
buscar seu fortalecimento institucional”. Além disso:

O quadro de desigualdades clama por um Estado ativista,


promotor da justiça social; o de escassez clama por esforços de
otimização; o quadro global competitivo requer um Estado
regulador e uma gestão econômica consistente; e a conquista da
democracia exige um novo padrão de deliberação que considere
o cidadão como o foco da ação pública.

O Plano tinha como objetivo principal fortalecer o Estado através de:


1. redução do “déficit institucional”, definido como a ausência do Estado
onde ele deveria estar atuando,
2. aumento da governança, que significaria promover a capacidade do
governo em formular e implementar políticas públicas e em decidir, entre
diversas opções, qual a mais adequada.

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3. aumento da eficiência, otimizando recursos (fazer mais e melhor com
menos)
4. transparência e participação, assegurando, dessa forma, o
comprometimento da sociedade e a legitimação do processo.

As ações se concentrariam em três frentes de atuação, paralelas, integradas e


complementares

1. Modelo de Gestão dos Programas do PPA


2. Instrumentos de Gestão
3. Estruturação da Administração Pública Federal
As ações do Plano de Gestão Pública estariam voltadas à implementação e
redefinição dos programas — quando da revisão do PPA —, tendo como objeto,
principalmente:

ƒ a definição do papel do gerente do programa e suas intersecções


com os quadros dirigentes;
ƒ a integração em rede entre programas, organizações e processos de
trabalho relativos aos mesmos;
ƒ o dimensionamento e a alocação de recursos necessários à geração
dos resultados previstos pelos programas; e
ƒ o monitoramento e a avaliação de resultados.
No aspecto dos Instrumentos de Gestão, seriam considerados tanto instrumentos
consagrados pelas experiências públicas e privadas, nacionais e internacionais,
quanto soluções desenvolvidas para problemas de gestão específicos. As escolhas
priorizariam os problemas que se referiam principalmente:
ƒ à integração interorganizacional, mediante a formação de redes para
tratamento de questões transversais, intergovernamentais e com
segmentos da sociedade civil;
ƒ à coordenação governamental;
ƒ à otimização de recursos;
ƒ à interlocução e à negociação; e
ƒ à contratualização de resultados.
Na Estruturação da Administração Pública Federal seriam realizadas intervenções
no curto e no longo prazos, no sentido de se proceder:

ƒ à recomposição da força de trabalho do setor público, segundo as


necessidades e requisitos identificados, além do redesenho dos
sistemas de cargos, carreiras, benefícios e concursos;
ƒ ao realinhamento de salários, de carreiras, posições e condições
gerenciais da burocracia;
ƒ à definição de requisitos e modalidades de capacitação técnica e
gerencial permanente de servidores;

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ƒ à promoção da saúde ocupacional e melhoria da qualidade de vida;
ƒ ao redesenho de estruturas e processos de trabalho, mediante,
inclusive, adoção de novas concepções institucionais, e o
conseqüente redimensionamento de recursos orçamentários,
logísticos e de tecnologias da informação, de forma intensiva e em
bases confiáveis;
ƒ à integração entre planejamento e orçamento, tanto no que se refere à
elaboração quanto à execução e avaliação orçamentária;
ƒ à redefinição de marcos regulatórios e à conseqüente redefinição do
papel das agencias reguladoras;
ƒ ao aprimoramento dos mecanismos de controle e prestação de
contas;
ƒ à simplificação administrativa, reduzindo-se os requisitos de
formalidades processuais e tornando as decisões mais ágeis e
próximas dos interessados;
ƒ à definição de indicadores objetivos de desempenho organizacional,
que permitam uma contratualização efetiva de resultados e a
avaliação do custo-benefício, dotando o processo orçamentário de
mais racionalidade;
ƒ ao estabelecimento de formas de interlocução, participação e
atendimento ao cidadão, que o informe a respeito de seus interesses
legítimos e proporcione uma prestação de serviços condizente com
altos padrões de qualidade; e
ƒ ao estabelecimento de altos padrões de conduta ética e de
transparência no trato de questões públicas.

Como podemos ver no primeiro item da “Estruturação da Administração Pública


Federal”, a recomposição da força de trabalho do setor público seria feita segundo
as necessidades e requisitos identificados.

Questão ERRADA.

94 (CESPE/MCT/2004) As políticas de recursos humanos adotadas pelo governo


atual sinalizam uma recomposição salarial seletiva, mais acentuada nas carreiras
da alta burocracia e menos acentuada nas demais.

O segundo item da “Estruturação da Administração Pública Federal” defende o


realinhamento de salários, de carreiras, posições e condições gerenciais da
burocracia. Não há seletividade. Questão ERRADA.

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95 (CESPE/CAMARA/2003) As OSCIPs são pessoas jurídicas de direito privado,


sem fins lucrativos, com objetivos sociais, que visam à execução de atividades de
interesse público e privado.

As Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público são muito semelhantes


as OS. São pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que recebem
uma qualificação do Poder Público para receber fomento na prestação de
atividades de interesse público. As atividades não podem ser de interesse privado,
apenas público. Questão ERRADA.

96 (CESPE/TCE-PE/2004) O termo de parceria é o equivalente, para as OSCIPs,


ao contrato de gestão na mediação de seu relacionamento com o setor público,
devendo dele constar objetivos e metas passíveis de monitoramento periódico.

A qualificação das OSCIP se dará por meio de termo de parceria, que é


equivalente ao contrato de gestão assinado com as OS. Assim como as OS, as
OSCIP não representam uma nova espécie de pessoa jurídica. São apenas
entidades privadas que recebem do Estado uma especial qualificação, mediante a
assinatura de um instrumento legalmente denominado termo de parceria. Nesse
instrumento constam os direitos e obrigações de cada um dos signatários do
ajuste, em especial as metas que devem ser cumpridas pela entidade. Questão
CORRETA.

97 (CESPE/COHAB/2004) O contrato de gestão difere do termo de parceria,


porque, no primeiro, a lei que disciplina as condições de sua execução possibilita a
cessão especial de servidores e de bens públicos, ao passo que, no termo de
parceria, só há previsão legal de cessão de bens públicos.

Vimos que a Lei 9.637 estabelece os tipos de fomentos possíveis para as OS. Já a
Lei 9.790/99, que rege as OSCIP, não especificou as modalidades de fomento
aplicáveis às entidades qualificadas como OSCIP, restringindo-se a menções
genéricas quanto a bens e recursos públicos. Deste modo, devem-se aplicar a
essas entidades as modalidades comuns de fomento. Como principais
modalidades de fomento, aplicáveis a todas as entidades paraestatais, podemos
citar

ƒ dotação de recursos orçamentários


ƒ permissão de uso gratuito de bens públicos
ƒ concessão de incentivos fiscais e creditícios.

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Portanto, a Lei das OSCIP não faz previsão de quais fomentos podem ser usados.
Questão ERRADA.

98 (CESPE/CAMARA/2003) Entre as áreas de promoção em que se permite a


qualificação de OSCIP, encontram-se as de direitos estabelecidos, construção de
novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar.

O art. 3º da Lei 9.790, em elenco taxativo, estabelece quais as atividades que


podem ser consideradas como de interesse público para as finalidades da lei:

ƒ assistência social;
ƒ promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e
artístico;
ƒ promoção gratuita da educação ou da saúde;
ƒ promoção da segurança alimentar e nutricional;
ƒ defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do
desenvolvimento sustentável;
ƒ promoção do voluntariado;
ƒ promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à
pobreza;
ƒ experimentação, não lucrativa, de novos modelos socioprodutivos e
de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;
ƒ promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e
assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar;
ƒ promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da
democracia e de outros valores universais;
ƒ estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas,
produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e
científicos.

99 (CESPE/TCE-PE/2004) Não há impedimento de ordem geral para que uma


organização social procure se habilitar como OSCIP.

O art. 2º da Lei 9.790 veda a algumas pessoas jurídicas a possibilidade de obter a


qualificação como OSCIP, mesmo se exercerem alguma das atividades elencadas
no artigo 3º. São elas:

ƒ as sociedades comerciais;
ƒ os sindicatos, as associações de classe ou de representação de
categoria profissional;
ƒ as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos,
cultos, práticas e visões devocionais e confessionais;
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ƒ as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas
fundações;
ƒ as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou
serviços a um círculo restrito de associados ou sócios;
ƒ as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e
assemelhados;
ƒ as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas
mantenedoras;
ƒ as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas
mantenedoras;
ƒ as organizações sociais;
ƒ as cooperativas;
ƒ as fundações públicas;
ƒ as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado
criadas por órgão público ou por fundações públicas;
ƒ as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação
com o sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192 da
Constituição Federal.

As Organizações Sociais fazem parte desta lista. No entanto, um OSCIP pode se


qualificar como OS. Questão ERRADA.

100 (CESPE/TCE-PE/2004) Os termos de parceria firmados entre o setor público e


uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) consideram
legítimas as despesas de pagamento de pessoal efetivamente envolvido na
execução das atividades e projetos previstos no termo de parceria.

O art. 4º da Lei 9.790 determina que os estatutos das pessoas jurídicas


interessadas em se qualificar como OSCIP devem dispor, entre outras coisas,
sobre:

VI - a possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes


da entidade que atuem efetivamente na gestão executiva e para
aqueles que a ela prestam serviços específicos, respeitados, em
ambos os casos, os valores praticados pelo mercado, na região
correspondente a sua área de atuação;
Portanto, as despesas com pagamento de pessoal efetivamente envolvido na
execução das atividades e projetos previstos no termo de parceira são
consideradas legítimas. Questão CORRETA.

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101 (CESPE/TRF-5ª/2005) Desde que atendidas as exigências legais, a


concessão a uma pessoa jurídica de direito privado da qualificação de OSCIP é ato
que se insere dentro do poder discricionário da administração pública, que avaliará
a oportunidade e a conveniência para a sua prática.

Para as OS, vimos que a aprovação de sua qualificação constitui ato discricionário.
No caso das OSCIPS, o Poder Público age vinculadamente, devendo conceder a
qualificação caso a entidade preencha os requisitos da Lei. Segundo o art. 1º da
Lei 9.790:

§ 2º A outorga da qualificação prevista neste artigo é ato


vinculado ao cumprimento dos requisitos instituídos por esta Lei.

Questão ERRADA.

102 (CESPE/TRF-5ª/2004) Nos termos da Lei n.º 9.790/1999, que rege as


organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIPs), essas entidades
devem possuir personalidade jurídica de direito privado e ser desprovidas de fins
lucrativos, não obstante possam remunerar o trabalho de seus sócios ou
associados, conselheiros, diretores e empregados. Todavia, nem todas as pessoas
jurídicas de direito privado podem ser consideradas OSCIPs, a exemplo do que
ocorre com as sociedades comerciais.

Como vimos acima, somente os diretores ligados diretamente a gestão executiva e


aqueles que a ela prestam serviços específicos podem receber remuneração da
OSCIP. Isto exclui os sócios, associados e conselheiros. Questão ERRADA.

Bem pessoal, por enquanto é só. Qualquer dúvida, entrem em contato pelo fórum.
Espero que as aulas sejam proveitosas.
A seguir vem a lista das questões trabalhadas e o gabarito.
Abraço,

Rafael.

LISTA DAS QUESTÕES

1. (CESPE/TRE-TO/2005) A década de 30 caracterizou-se por uma significativa


centralização no nível político e econômico, expressão de uma forma de Estado
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autoritário que conduziu o início de processo de modernização e industrialização do
país. Nesse período, assistiu-se à superação do Estado voltado para a regulação
da vida social e econômica, substituído por um Estado intervencionista, mais ativo
na promoção do desenvolvimento econômico do país. Consolidou-se, assim, o
Estado administrativo. A expansão do Estado intervencionista deu-se mediante três
linhas de ação: a criação de órgãos e departamentos formuladores de políticas
públicas, buscando-se a participação das corporações por meio da formação de
conselhos; a expansão dos órgãos da administração direta e a expansão
empresarial do Estado.

2. (CESPE/INMETRO/2007) A criação do Departamento Administrativo do Serviço


Público (DASP), na década de 30, representou um marco na busca da
racionalização e do desenvolvimento de métodos e procedimentos padronizados
para a atuação dos agentes públicos.

3. (CESPE/MCT/2004) O Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP)


foi o órgão central de modernização do Estado Novo incumbido de estabelecer o
sistema do mérito e a centralização das compras.

4. (CESPE/TCE-AC/2008) A função orçamentária, como atividade formal e


permanentemente vinculada ao planejamento, já estava consagrada na gestão
pública brasileira quando da implantação do modelo de administração burocrática.

5. (ESAF/MPOG-EPPGG/2008) Durante o primeiro governo Vargas, foram


estabelecidas normas de administração de pessoal na Constituição de 1934, na
qual, por meio dos artigos 168 e 170, § 2º, introduziu-se o princípio do mérito na
organização de pessoal.

6. (CESPE/MDS/2006) A reforma administrativa empreendida pelo DASP, na


década de 30 do século passado, foi inovadora por não estar alinhada aos
princípios da administração científica presentes na literatura mundial da época.

7. (CESPE/MEC/2003) O DASP constituiu-se no órgão central de políticas


pautadas pelos princípios da administração científica e do modelo weberiano de
burocracia. Com base em uma orientação de incisiva separação entre atividades-
fim e atividades-meio, difundiu-se o princípio da departamentalização, o formalismo
técnico e o caráter prescritivo da ação governamental.

8. (CESPE/SENADO/2002) As reformas daspeanas, não obstante seu efeito


racionalizador, não lograram desenvolvimento econômico, político ou social,
representando um caso clássico de um sistema fechado altamente insulado.

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9. (CESPE/SENADO/2002) Ao final do Estado Novo, o DASP sofria os efeitos
perversos de sua hipertrofia e desvirtuamento de funções, passando de órgão
modernizador da administração pública a braço operativo da ditadura, até mesmo
com funções legislativas.

10. (CESPE/TERRACAP/2004) Um governo empreendedor se fundamenta em


alguns princípios essenciais, tais como: o controle a posteriori dos resultados,
elemento que faz parte da busca da modernização administrativa e que tem sido
buscado desde a criação do DASP, destacando-se, entretanto, de modo mais
efetivo, no Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado.

11. (CESPE/SENADO/2002) A continuidade do DASP foi assegurada nos


governos que se seguiram — Dutra e JK —, de modo a possibilitar a estruturação
dos grupos executivos incumbidos de implementar o Plano de Metas.

12. (ESAF/MPOG-EPPGG/2008) No primeiro governo Vargas ocorreu a


implantação, na administração pública direta, do Estatuto dos Servidores Públicos
Civis, por meio da Lei n. 1.711, que vigorou até 1990.

13. (CESPE/MCT/2004) O conceito de administração para o desenvolvimento


consistia no fortalecimento de estruturas estatais responsáveis pelo planejamento e
pela implementação de projetos desenvolvimentistas nos quais o Estado atuava
como produtor direto de bens e serviços.

14. (CESPE/MCT/2004) A administração paralela do governo JK assim se


denominava devido à replicação, em Brasília, das estruturas federais que existiam
no Rio de Janeiro.

15. (CESPE/MCT/2004) O principal mecanismo de implementação do


desenvolvimentismo do período JK foram os grupos executivos que, embora
constituíssem estruturas ad hoc dotadas de grande flexibilidade, acabaram sendo
posteriormente engolfadas pela burocracia governamental.

16. (CESPE/TRE-TO/2005) Durante o governo de Juscelino Kubitscheck,


destacam-se algumas ações de reforma, como: elaboração de anteprojeto de
reforma geral da administração pública federal, em que se mencionava pela
primeira vez a questão da descentralização; criação da Comissão de Simplificação
Burocrática, objetivando reformas globais, criação de meios para a
descentralização dos serviços, bem como fixação de responsabilidades e
prestação de contas à autoridade; criação da Comissão de Estudos e Projetos
Administrativos, visando mudanças nos processos administrativos e reformas
ministeriais; criação do Conselho do Desenvolvimento como órgão centralizador da
política econômica, do Conselho de Política Aduaneira e da SUDENE; criação da
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EBAP, vinculada à FGV, para a implantação do ensino sistematizado de
administração pública no país.

17. (ESAF/MPOG-APO/2008) A partir da Comissão Amaral Peixoto, foram feitos


diversos diagnósticos divergentes e propostas que são recorrentemente
incorporados a “novos” diagnósticos, dando origem a propostas e instrumentos
legais diversificados.

18. (CESPE/TCE-AC/2006) Dadas as inadequações do modelo burocrático


implantado a partir da década de 30 do século passado, sucessivas tentativas de
reforma foram implantadas, destacando-se o Decreto-Lei n.º 200/1967 como marco
definitivo na tentativa de superação da rigidez burocrática.

19. (CESPE/TCE-AC/2008) A reforma iniciada pelo Decreto n.º 200/1967 foi uma
tentativa de superação da rigidez burocrática, e pode ser considerada como o
começo da administração gerencial no Brasil.

20. (CESPE/SENADO/2002) As reformas preconizadas pelo DL 200 inserem-se no


movimento denominado administração para o desenvolvimento, segundo o qual os
estados deveriam modernizar suas estruturas para empreender vultosos projetos
desenvolvimentistas.

21. (CESPE/MEC/2003) Com base no suposto gigantismo do Poder Executivo


federal, o governo Castelo Branco iniciou uma grande transformação das estruturas
administrativas, extinguindo e modificando o status de diversos órgãos públicos. A
proposta do governo Castelo Branco emergiu em um cenário de forte crítica ao
modelo de estado intervencionista e empresarial, tomando o modelo de
administração até então vigente como um obstáculo à modernização do Estado e
da economia.

22. (CESPE/TERRACAP/2004) O Decreto-lei n. 200/1967 o deve ser analisado no


contexto do regime em que ele foi criado, que buscava a centralização por parte do
governo em relação às diretrizes governamentais, expandindo empresas estatais,
sem, no entanto, preocupar-se com o planejamento como fator de extrema
relevância para a modernização do setor público.

23. (CESPE/MCT/2004) A estratégia de modernização da burocracia


governamental federal no período entre 1964 e 1985 baseava-se na expansão e
diferenciação da administração indireta, dotada de maior flexibilidade para
implementação de projetos desenvolvimentistas.

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24. (CESPE/MDS/2006) O Decreto-lei n.º 200/1967 instituiu maior flexibilidade
administrativa para todos os órgãos da administração pública, reduzindo a rigidez
burocrática imposta pelas reformas do DASP.

25. (CESPE/TCE-AC/2008) Com a edição do Decreto n.º 200/1967, o concurso


público passou a ser o único meio de contratação de pessoal para o serviço
público.

26. (CESPE/STJ/2004) Um dos grandes problemas do Decreto Lei n.º 200 de 1967
foi ignorar, em seus princípios fundamentais, questões relacionadas com o servidor
público, como planos de classificação de cargos e desenvolvimento de sistema de
mérito.

27. (CESPE/SENADO/2002) Órgãos e entidades da administração indireta


gozavam, sob os auspícios do DL 200, de variado grau de autonomia gerencial,
podendo, em alguns casos, aprovar seus próprios planos de cargos e regras de
contratação de pessoal.

28. (CESPE/SENADO/2002) O crescimento ordenado da administração indireta e o


fortalecimento das funções formuladoras e supervisoras dos níveis centrais de
governo, notadamente ministérios, são conseqüências da estratégia flexibilizadora
do DL 200.

29. (CESPE/TCU-Auditor/2007) A Reforma Administrativa de 1967 foi uma das


mais profundas já ocorridas nas décadas recentes da história brasileira. As
chamadas atividades auxiliares comuns a todos os órgãos da administração, que
necessitavam de coordenação central, foram organizadas sob a forma de sistemas,
com orientação normativa, supervisão técnica e fiscalização específica de um
órgão central, mas com subordinação ao órgão da estrutura administrativa a que se
integravam

30. (CESPE/TCE-AC/2006) Nos anos 70 do século XX, a Secretaria de


Modernização (SEMOR) buscou implantar novas técnicas gerenciais, com foco
central na área orçamentária e na de controles financeiros do governo federal.

31. (CESPE/TRE-TO/2005) Durante os governos militares pós-64, o planejamento


tornou-se um princípio dominante e, em decorrência disso, a Secretaria de
Planejamento adquiriu status de agência central, controlando o sistema de
planejamento e o sistema de contabilidade e auditoria interna.

32. (CESPE/SENADO/2002) É característica da década de 1970 a incidência de


insulamento burocrático, tanto das entidades executivas em relação ao Congresso

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Nacional, quanto de entidades da administração indireta e seus tecnocratas
dirigentes em relação a suas instâncias ministeriais supervisoras.

33. (CESPE/TCE-AC/2006) No início dos anos 80 do século passado, com a


criação do Ministério da Desburocratização e do Programa Nacional de
Desburocratização, registrou-se uma nova tentativa de reformar o Estado na
direção da administração gerencial.

34. (CESPE/TCE-AC/2006) Apesar dos esforços reformadores, um dos custos


mais surpreendentes da transição democrática de 1985 foi o loteamento, entre os
políticos dos partidos vitoriosos, de cargos públicos da administração indireta e das
delegacias estaduais dos ministérios.

35. (CESPE/TCE-AC/2006) A Constituição de 1988 promoveu um avanço


significativo na gestão pública, concedendo mais flexibilidade ao aparelho estatal.

36. (CESPE/MCT/2004) A redemocratização, em 1985, inaugurou nova fase na


modernização da administração pública, na medida em que a Constituição Federal
de 1988 buscou criar um sólido estado de bem-estar social e uma burocracia
governamental com feições ortodoxas.

37. (CESPE/SGA-AC/2007) O termo estado de bem-estar em geral designa um


sistema de organização social que assegura aos cidadãos condições mínimas de
bem-estar, ou aquele que proporciona aos cidadãos serviços públicos, tais como
educação, saúde, renda em caso de necessidade (desemprego, enfermidade,
aposentadoria) ou outras prestações e serviços sociais.

38. (CESPE/SENADO/2002) As políticas sociais do estado de bem-estar datadas


no século XX assemelham-se às do século anterior por manterem o foco de suas
ações direcionadas para a pobreza extrema, desvinculada da concepção de
cidadania e dos direitos sociais.

39. (CESPE/SEED-DF/2003) O chamado Estado do bem-estar, que se verificou


em vários países da Europa, entrou em crise em razão da impossibilidade
estrutural de reproduzir, em escala ampliada e crescente, o volume de capital, sem
comprometer bases importantes de legitimação junto a vários segmentos sociais.

40. (ESAF/MPOG-EPPGG/2002) O crescimento do Estado de Bem-Estar leva a


um aumento da autonomia do Estado em relação às diversas forças políticas e
atores sociais internos.

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41. (CESPE/MEC/2003) O foco das ações de reforma do período Collor
concentrou-se no projeto de privatização das empresas estatais. Do ponto de vista
da administração direta, embora se ressalte o papel de destaque dado ao processo
de descentralização da gestão dos serviços públicos, notadamente no setor de
saúde — o que possibilitou a continuidade de ações fundadas no princípio
instituído já na Constituição de 1988 —, não havia uma orientação orgânica de
reforma, a não ser a extinção de órgãos e o corte de pessoal. Em relação a
inovação de procedimentos gerenciais, pode-se destacar a experiência pioneira do
contrato de gestão implantado no Hospital de Reabilitação Sarah Kubitscheck, em
Brasília.

42. (CESPE/STM/2004) O foco das ações do governo Collor concentrou-se no


projeto de centralização da gestão dos serviços públicos.

43. (CESPE/MCT/2004) Instituído durante o governo Collor pela Lei n.º


8.112/1990, o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União choca-se
com os ideais ortodoxos expressos na Constituição de 1988.

44. (CESPE/TRE-TO/2005) Uma das principais estratégias modernizadoras da


gestão pública no governo Collor consistiu no incentivo à implementação de
programas de gestão da qualidade em organizações públicas.

45. (CESPE/MCT/2004) O governo Itamar Franco buscou aprofundar as


estratégias desestatizantes do governo Collor.

46. (CESPE/CENSIPAN/2006) A estratégia da reforma do aparelho do Estado foi


concebida a partir de três dimensões: a primeira, institucional-legal, tratava da
reforma do sistema jurídico e das relações de propriedade; a segunda, cultural,
centrava-se na transição de uma cultura burocrática para uma cultura gerencial; e a
terceira abordava a gestão pública a partir do aperfeiçoamento da administração
burocrática vigente e da introdução da administração gerencial, incluindo os
aspectos de modernização da estrutura organizacional e dos métodos de gestão.

47. (CESPE/TCE-PE/2004) O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado


priorizava o planejamento estratégico das organizações públicas em vez da
reestruturação organizacional.

48. (CESPE/STJ/2004) A reforma buscada no Plano Diretor da Reforma do


Aparelho do Estado está relacionada com a focalização da ação do Estado no
cidadão e com a flexibilidade administrativa, sem que haja a preocupação com os
mecanismos de controle.

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49. (CESPE/CENSIPAM/2006) Um dos objetivos globais do plano diretor era
limitar a ação do Estado às funções que lhe são próprias, reservando, em princípio,
os serviços não-exclusivos para a propriedade pública não-estatal, e a produção de
bens e serviços para o mercado e para a iniciativa privada.

50. (CESPE/SEAD/2001) A reforma gerencial de 1995 propunha a reorganização


do núcleo estratégico do governo, a criação de agências executivas para atividades
exclusivas de Estado, a implementação de contratos de gestão com organizações
sociais para as atividades não exclusivas e a privatização da produção de bens e
serviços para o mercado.

51. (CESPE/MCT/2004) O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado,


documento referencial da proposta de modernização da gestão pública do governo
Fernando Henrique Cardoso, preconizava separação entre o núcleo estratégico
formulador de políticas, que deveria permanecer estatal, e atividades periféricas,
que deveriam ser privatizadas.

52. (CESPE/MCT/2004) As denominadas atividades exclusivas de estado,


conforme definidas no Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, deveriam
ser exercidas por órgãos da administração direta.

53. (CESPE/CENSIPAN/2006) Um dos objetivos do plano diretor era transferir os


serviços não-exclusivos para o setor público não-estatal por meio de um programa
de publicização, transformando as atuais fundações públicas em organizações
sociais, ou seja, em entidades de direito privado, com fins lucrativos e que tenham
autorização específica do Poder Legislativo para celebrar contrato de gestão com o
Poder Executivo, sem assim ter direito a dotação orçamentária.

54. (CESPE/SENADO/2002) A noção de publicização implica transferência de


ativos públicos para organizações não-governamentais sem fins lucrativos, a título
de doação e subvenções para alcance de finalidades sociais.

55. (CESPE/TJDFT/2007) Ao termo publicização do terceiro setor podem ser


atribuídos pelo menos dois sentidos. Um é o que se refere à prestação de serviços
de interesse público por entidades componentes do terceiro setor, com o apoio do
Estado. O segundo refere-se à transformação de entidades públicas em entidades
privadas sem fins lucrativos.

56. (CESPE/DPF/2001) As organizações sociais são um modelo de parceria entre o


Estado e a sociedade, regulado por meio dos contratos de gestão. O Estado
continuará a fomentar as atividades geridas pelas organizações sociais
publicizadas e exercerá sobre elas um controle estratégico: lhes cobrará os
resultados necessários à consecução dos objetivos das políticas públicas.
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57. (CESPE/MCT/2004) Organizações Sociais são entidades não-governamentais,
sem fins lucrativos, qualificadas pelo poder público para desenvolver atividades nas
áreas de educação, ciência e tecnologia, meio ambiente, cultura e saúde.

58. (CESPE/TRF-5ª/2006) As organizações sociais são entidades privadas,


qualificadas como tais por meio de decreto do presidente da República, que
passam a integrar a chamada administração indireta, visto que podem receber
recursos públicos e servidores públicos cedidos da administração direta.

59. (CESPE/TJ-SE/2004) O objeto dos contratos de gestão que podem ser


celebrados entre os particulares e a administração pública restringe-se às
atividades que, por previsão constitucional, são passíveis de serem regidas pelo
regime jurídico de direito privado.

60. (CESPE/MMA/2008) Uma das características dos contratos firmados entre a


administração pública e as OS é a obrigatoriedade de realizar licitação para
selecionar aquela efetivamente qualificada para a prestação de determinado
serviço público.

61. (CESPE/DPF/2001) Não se deve entender o modelo proposto para as


organizações sociais como um simples convênio de transferência de recursos. Os
contratos e as vinculações mútuas serão mais profundos e permanentes, uma vez
que as dotações destinadas a essas instituições integrarão o orçamento da União,
cabendo a elas um papel central na implementação das políticas sociais do Estado.

62. (CESPE/MCT/2004) Um contrato de gestão é um contrato administrativo de


prestação de serviços.

63. (CESPE/SESPA/2004) Considerando a FCM como uma fundação privada sem


fins lucrativos, voltada à realização de atividades ligadas à saúde, que celebrou
contrato de gestão com a União, é correto afirmar que a União pode contratar a
FCM, sem licitação, para realizar atividades contempladas no contrato de gestão.

64. (CESPE/TCE-PE/2004) Qualquer pessoa jurídica de direito privado sem fins


lucrativos pode solicitar qualificação junto ao Poder Executivo como organização
social.

65. (CESPE/MCT/2004) As Organizações Sociais não podem cobrar pelos


serviços que prestarem a terceiros.

66. (CESPE/DPF/2001) Os responsáveis pela fiscalização da execução do


contrato de gestão da administração federal com uma organização social, ao
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tomarem conhecimento da prática de qualquer irregularidade ou ilegalidade na
utilização de recursos ou bens de origem pública por essa organização social,
deverão dar ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade
solidária.

67. (CESPE/DPF/2001) As organizações sociais se encaixariam naquilo que o


Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado denomina de serviços exclusivos,
que são aqueles que, por envolver o poder de Estado, o próprio Estado realiza ou
subsidia. O Estado tem interesse nesses serviços porque os considera de alta
relevância para os direitos humanos ou porque envolvem economias externas.

68. (CESPE/SEBRAE/2007) Os contratos de gestão podem ser adotados entre os


entes públicos, no âmbito da própria administração direta, com entidades da
administração indireta e com entidades privadas, as chamadas organizações
sociais.

69. (CESPE/SGAPROC/2004) Contrato de gestão é uma inovação trazida pela


Emenda Constitucional n.º 19/1998, e é definido como o contrato firmado entre
órgãos e entidades com o poder público, tendo por objeto a fixação de metas de
desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor, entre outros, sobre a
remuneração do pessoal e sobre os controles e critérios de avaliação de
desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes.

70. (CESPE/PF/2004) Na denominada reforma administrativa, em 1998, inseriu-se


na Constituição Federal dispositivo prevendo que a autonomia gerencial,
orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta
poderá ser ampliada mediante contrato a ser firmado entre seus administradores e o
poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o
órgão ou entidade. Esse dispositivo foi saudado como de invulgar sapiência pela
doutrina, porque possibilita à pessoa jurídica de direito público a utilização de
avançado instrumento de gestão democrática.

71. (CESPE/MEC/2003) Considerando que a LRF dispõe que a empresa


controlada que firmar contrato de gestão em que se estabeleçam objetivos e metas
de desempenho, na forma da lei, disporá de autonomia gerencial, orçamentária e
financeira, é correto afirmar que esta disposição aplica-se tanto às empresas
públicas quanto às sociedades de economia mista.

72. (CESPE/CENSIPAN/2006) A responsabilização por resultados e a


conseqüente autonomia de gestão inspiraram a formulação de projeto como
objetivo de obter a transformação de autarquias e de fundações que exerçam
atividades exclusivas do Estado em agências autônomas, com foco na
modernização da gestão.
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73. (CESPE/TRF-5ª/2004) As agências executivas têm natureza essencialmente
operacional, de maneira que não lhes compete exercer a fiscalização de pessoas,
bens e atividades, porquanto, considerando o universo das agências, essa
competência é exclusiva das agências reguladoras. De acordo com a doutrina, as
agências executivas constituem importante inovação na organização do Estado,
criadas que foram com a finalidade de realizar o princípio constitucional da
eficiência.

74. (CESPE/IGEPREV/2005) No Brasil, a lei que regula o funcionamento das


agências executivas propõe um modelo em que são utilizadas figuras da
administração indireta, autarquias e fundações, submetidas a um regime jurídico
especial.

75. (CESPE/SETEPS-PA/2004) Considerando a APA como sendo uma autarquia


estadual do Pará, julgue o item a seguir. A APA pode celebrar contrato de gestão
com a União, e, nessa hipótese, ela passará a ter status de agência executiva.

76. (CESPE/MCT/2004) As Agências Executivas devem ser necessariamente


autarquias especiais ou fundações públicas.

77. (CESPE/TCE-PE/2004) É correto afirmar que as agências reguladoras


enquadram-se, pelas suas atribuições e características, no setor implementador de
“atividades exclusivas de Estado”, como um tipo de agência executiva.

78. (CESPE/TCE-RN/2002) As agências reguladoras caracterizam-se como


autarquias de natureza especial, possuindo grau de autonomia mais intenso que
aquele conferido às autarquias comuns e gozando de prerrogativas estipuladas em
suas leis instituidoras, embora submetam-se ao poder de supervisão do ministério
ou secretaria a que se encontrem vinculadas. Assim, em que pese não poderem
atuar em desconformidade com os princípios norteadores da administração pública,
principalmente o da legalidade, possuem margem maior de discricionariedade, com
vistas a atender ao novo espírito que rege a atividade estatal.

79. (CESPE/TCE-PE/2004) Por terem natureza autárquica, as agências


reguladoras só podem ser constituídas por meio de lei, e, por representar opção
discricionária de descentralização de função típica, tal lei deve, sempre, ser de
iniciativa do Poder Executivo.

80. (CESPE/TRF-5ª/2005) As agências reguladoras são autarquias sob regime


especial, que é caracterizado pela independência administrativa, pela autonomia
financeira e pelo poder normativo atribuídos a essas agências.

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81. (CESPE/SENADO/2002) O processo de criação das agências reguladoras é
casuístico, no sentido de que inexiste um modelo autárquico específico para a
atividade regulatória, levando, por outro lado, a uma profusão de pressões em
torno da criação de entes dotados de diferenciado desenho institucional para
múltiplas funções, sob a denominação de agências.

82. (CESPE/ANA/2006) Conselheiros e diretores de cada agência reguladora só


perderão o mandato em caso de renúncia ou condenação judicial transitada em
julgado, sendo vedada a criação de outras hipóteses de perda de mandato.

83. (CESPE/Câmara/2002) As agências reguladoras têm natureza de autarquias


especiais, vinculam-se ao ministério competente para tratar da respectiva atividade, e
seus diretores são nomeados pelo presidente da República, após aprovação do
Senado.

84. (CESPE/ANATEL/2004) As agências reguladoras possuem, entre outras, as


seguintes atribuições: regular os serviços objeto da delegação, realizar licitação
para a escolha do concessionário, permissionário ou autorizado, definir o valor da
tarifa e sua revisão e reajuste, controlar a execução dos serviços, aplicar sanções,
encampar, decretar caducidade, intervir, fazer reversão dos bens ao término da
concessão, fazer o papel de ouvidor de denúncias e reclamações dos usuários.

85. (CESPE/TRF-5ª/2006) O poder normativo das agências reguladoras encontra-


se fundado em normas jurídicas lineares, as quais não revelam muito espaço
interpretativo para a administração pública.

86. (CESPE/Câmara/2002) Nota-se na legislação pertinente às agências


reguladoras o propósito de fugir das formas licitatórias previstas nas normas gerais
de licitação.

87. (CESPE/DFTRANS/2008) Os últimos acontecimentos relativos às agências


reguladoras no Brasil mostram que elas são dotadas de especialidade,
imparcialidade e autonomia nas decisões.

88. (CESPE/SENADO/2002) Captura regulatória consiste em uma modalidade de


disfunção da regulação caracterizada pelo enfraquecimento da entidade reguladora
frente à influência preponderante de um ou mais agentes regulados.

89. (CESPE/MDS/2006) Segundo a Teoria da Agência, no caso do setor público, a


transferência de serviços para a iniciativa privada tem como principais vantagens a
maior racionalidade na ação e a maximização de resultados; em contrapartida,

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essa transferência apresenta problemas de assimetria de informações entre agente e
principal, o que gera fragilidades nos mecanismos regulatórios.

90. (CESPE/MDS/2006) Assimetria de informações, seleção adversa e risco moral


são típicas imperfeições de mercado verificadas em setores regulados.

91. (CESPE/INMETRO/2007) O plano diretor para a reforma do aparelho do


Estado, de 1995, contemplou a transferência das atividades de produção
desenvolvidas por empresas estatais para o setor privado. Essa transferência foi
operacionalizada por meio de processo de privatização.

92. (CESPE/CENSIPAN/2006) Um dos projetos do plano diretor era o de


implementar a valorização do servidor para a cidadania, com o objetivo de resgatar
os talentos individuais de promover a sinergia dos grupos e organizações que
constituem a administração pública federal, e de oferecer ao cidadão brasileiro
serviços de melhor qualidade e maior prontidão às suas demandas.

93. (CESPE/MCT/2004) O Plano Gestão Pública para um Brasil de Todos,


documento referencial de modernização da gestão do governo Lula, prevê o
enfrentamento do denominado deficit institucional, mediante a massiva reposição
de quadros no setor público e o resgate de prerrogativas e garantias funcionais.

94. (CESPE/MCT/2004) As políticas de recursos humanos adotadas pelo governo


atual sinalizam uma recomposição salarial seletiva, mais acentuada nas carreiras
da alta burocracia e menos acentuada nas demais.

95. (CESPE/CAMARA/2003) As OSCIPs são pessoas jurídicas de direito privado,


sem fins lucrativos, com objetivos sociais, que visam à execução de atividades de
interesse público e privado.

96. (CESPE/TCE-PE/2004) O termo de parceria é o equivalente, para as OSCIPs,


ao contrato de gestão na mediação de seu relacionamento com o setor público,
devendo dele constar objetivos e metas passíveis de monitoramento periódico.

97. (CESPE/COHAB/2004) O contrato de gestão difere do termo de parceria,


porque, no primeiro, a lei que disciplina as condições de sua execução possibilita a
cessão especial de servidores e de bens públicos, ao passo que, no termo de
parceria, só há previsão legal de cessão de bens públicos.

98. (CESPE/CAMARA/2003) Entre as áreas de promoção em que se permite a


qualificação de OSCIP, encontram-se as de direitos estabelecidos, construção de
novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar.
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99. (CESPE/TCE-PE/2004) Não há impedimento de ordem geral para que uma
organização social procure se habilitar como OSCIP.

100. (CESPE/TCE-PE/2004) Os termos de parceria firmados entre o setor público


e uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) consideram
legítimas as despesas de pagamento de pessoal efetivamente envolvido na
execução das atividades e projetos previstos no termo de parceria.

101. (CESPE/TRF-5ª/2005) Desde que atendidas as exigências legais, a


concessão a uma pessoa jurídica de direito privado da qualificação de OSCIP é ato
que se insere dentro do poder discricionário da administração pública, que avaliará a
oportunidade e a conveniência para a sua prática.

102. (CESPE/TRF-5ª/2004) Nos termos da Lei n.º 9.790/1999, que rege as


organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIPs), essas entidades
devem possuir personalidade jurídica de direito privado e ser desprovidas de fins
lucrativos, não obstante possam remunerar o trabalho de seus sócios ou
associados, conselheiros, diretores e empregados. Todavia, nem todas as pessoas
jurídicas de direito privado podem ser consideradas OSCIPs, a exemplo do que
ocorre com as sociedades comerciais.

GABARITO

1 - C 18 - C 35 - E 52 - E 69 - C 86 - C
2 - C 19 - C 36 - C 53 - E 70 - E 87 - C
3 - C 20 - C 37 - C 54 - E 71 - C 88 - C
4 - E 21 - E 38 - E 55 - C 72 - C 89 - C
5 - C 22 - E 39 - C 56 - C 73 - E 90 - C
6 - E 23 - C 40 - E 57 - C 74 - C 91 - C
7 - C 24 - E 41 - C 58 - E 75 - E 92 - C
8 - E 25 - E 42 - E 59 - E 76 - E 93 - E
9 - C 26 - E 43 - E 60 - E 77 - E 94 - E
10 - E 27 - C 44 - C 61 - C 78 - C 95 - E
11 - E 28 - E 45 - E 62 - E 79 - C 96 - C
12 - E 29 - C 46 - C 63 - C 80 - C 97 - E
13 - C 30 - E 47 - E 64 - E 81 - C 98 - C
14 - E 31 - C 48 - E 65 - E 82 - E 99 - E
15 - C 32 - C 49 - C 66 - C 83 - C 100 - C
16 - C 33 - C 50 - C 67 - E 84 - C 101 - E
17 - E 34 - C 51 - E 68 - C 85 - E 102 - E

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BIBLIOGRAFIA

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Disponível em: www.bresserpereira.org.br

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Gerencial. 1996. Disponível em: www.bresserpereira.org.br

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 20ª Ed. São Paulo: Atlas,
2007.

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http://www2.tcu.gov.br/pls/portal/docs/PAGE/TCU/CONTROLE_SOCIAL/DIALOGO
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MARTINS, Luciano. Reforma da Administração Pública e cultura política no Brasil:


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http://unpan1.un.org/intradoc/groups/public/documents/CLAD/clad0043326.pdf

TRICHES, Divanildo. Uma análise de economia política e das atitudes dos grupos
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