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Ponto dos Concursos

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CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
PARA TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

Aula Demonstrativa

Olá pessoal!
É com grande alegria que venho tentar ajudá-los nesta caminhada rumo à
conquista de uma vaga no Tribunal de Contas da União. Já que o concurso foi
adiado, nada melhor do que treinarmos algumas questões e aprofundarmos nosso
conhecimento do conteúdo.
Sou Analista de Controle Externo do TCU, lotado na Secretaria de Fiscalização e
Avaliação de Programas Governamentais (Seprog) e professor de Administração
Pública em cursinhos aqui em Brasília. Já trabalhei também na Receita Federal,
como Analista Tributário, e na Caixa Econômica Federal, além de outras
instituições financeiras.

Nosso curso abordará todos os 16 itens do edital:


1. Estruturação da máquina administrativa no Brasil desde 1930: dimensões
estruturais e culturais.
2. As reformas administrativas e a redefinição do papel do Estado. Reforma do
Serviço Civil (mérito, flexibilidade e responsabilização) e Plano Diretor para a
Reforma do Aparelho do Estado de 1995.
3. Administração pública: do modelo racional-legal ao paradigma pós-
burocrático. O Estado oligárquico e patrimonial, o Estado autoritário e
burocrático, o Estado do bem-estar, o Estado regulador.
4. Estrutura e estratégia organizacional. Cultura organizacional e mudança no
setor público. Convergências e diferenças entre a gestão pública e a gestão
privada. O paradigma do cliente na gestão pública.
5. Empreendedorismo governamental e novas lideranças no setor público.
Processos participativos de gestão pública: conselhos de gestão, orçamento
participativo, parceria entre governo e sociedade.
6. Governo eletrônico. Transparência da administração pública. Controle social e
cidadania. Accountability.
7. Novas tecnologias de gestão (reengenharia, qualidade, planejamento
estratégico, Balanced ScoreCard) e tecnologias da informação e
comunicação: impactos sobre a configuração das organizações públicas e
sobre os processos de gestão.
8. Excelência nos serviços públicos. Gestão por resultados na produção de
serviços públicos. Gestão de Pessoas por Competências.
9. Comunicação na gestão pública e gestão de redes organizacionais.
10. Administração de pessoal. Noções de SIAPE.
11. Administração de compras e materiais: processos de compras
governamentais e gerência de materiais e estoques. Noções de SIASG.

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12. Governabilidade e governança. Intermediação de interesses (clientelismo,


corporativismo e neocorporativismo).
13. Mudanças institucionais: conselhos, organizações sociais, organização da
sociedade civil de interesse público (OSCIP), agência reguladora, agência
executiva.
14. Processo de formulação e desenvolvimento de políticas: construção de
agendas, formulação de políticas, implementação de políticas.
15. As políticas públicas no Estado brasileiro contemporâneo. Descentralização e
democracia. Participação, atores sociais e controle social. Gestão local,
cidadania e eqüidade social.
16. Planejamento e avaliação nas políticas públicas: conceitos básicos de
planejamento. Aspectos administrativos, técnicos, econômicos e financeiros.
Formulação de programas e projetos. Avaliação de programas e projetos.
Tipos de avaliação. Análise custo-benefício e análise custo-efetividade.

É um edital extenso e bastante variado, por isso é importante resolvermos o


máximo de questões possíveis, ainda mais porque a disciplina de Administração
Pública está longe de ser uma ciência exata, com nuances que podem nos levar ao
erro.

Serão cinco aulas, além desta aula demonstrativa, em que tentarei comentar entre
100 e 120 questões por aula. A maior parte das questões terá comentários
sucintos, pois o objetivo deste curso é proporcionar uma revisão da matéria e
exercitar a resolução de questões da banca. A grande maioria dos exercícios será
do CESPE, mas também haverá exercícios da ESAF e alguns de minha autoria.
Além dos exercícios com os comentários, cada aula conterá ao final a lista dos
exercícios trabalhados e os gabaritos, para que vocês possam resolvê-los antes.
Espero poder ajudá-los nesta reta final. Para que você tenha uma idéia de como
será este curso, apresento a seguir algumas questões com os comentários,
referentes ao terceiro item do edital.
Um grande abraço!
Rafael

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1 Administração Pública Patrimonialista

1. (CESPE/MDS/2006) Max Weber considera a existência de três tipos puros de


dominação legítima: a tradicional, a racional-legal e a gerencial.

Segundo Max Weber,


"Dominação é a probabilidade de encontrar obediência a uma ordem
de determinado conteúdo, entre determinadas pessoas indicáveis".
Para que um Estado exista, é preciso que as pessoas (dominados) aceitem a
autoridade alegada pelos detentores do poder (dominadores). É necessário que os
detentores do poder possuam uma autoridade reconhecida como legítima. Os três
tipos puros de dominação definidos por Weber são:

Dominação Tradicional: o critério para a aceitação da dominação é a


tradição, ou seja, os valores e crenças que se perpetuam ao longo de
gerações. O Rei governa o Estado porque seu pai era rei, assim como seu
avô, seu bisavô, etc. O patrimonialismo é um tipo de dominação tradicional.
Dominação Carismática: o critério é o da lealdade, uma devoção afetiva do
grupo para com o líder carismático, que, em certo sentido, geralmente é
revolucionário, já que busca combater algum aspecto estabelecido da
sociedade em que atua. O maior exemplo recente é Fidel Castro.
Dominação Racional-Legal: o critério da dominação é a lei, o estatuto criado
com base em regras racionalmente criadas. A burocracia moderna, para
Weber, é a forma de organização do Estado própria dos regimes em que
predomina a dominação racional-legal.

A questão é ERRADA porque trocou a dominação carismática pela gerencial, que


não é nem uma forma de dominação.

2. (ESAF/MPOG-EPPGG/2003) A dominação tradicional refere-se ao comando


exercido por senhores que gozam de autoridade pessoal em virtude do status
herdado, e cujas ordens são legítimas tanto por se conformarem aos costumes
como por expressarem a arbitrariedade pessoal.

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A dominação tradicional existe em virtude do reconhecimento do poder do


soberano como algo que sempre foi assim vai continuar sendo. A tradição é a base
da manutenção do equilíbrio. Questão CORRETA.

3. (ESAF/MPOG-EPPGG/2003) Nas sociedades modernas, onde a base da


legitimidade é a lei, a administração dispensa a dominação, no sentido de um
poder de comando que precisa estar nas mãos de um indivíduo ou de um grupo de
indivíduos.

Mesmo nas sociedades em que a lei e a razão são a base da manutenção do


equilíbrio, os critérios que definem a legitimidade do soberano, ainda assim
estamos diante de um tipo de dominação. Questão ERRADA.

4. (CESPE/MCT/2004) A principal característica do estado patrimonial é a


apropriação privada da coisa pública.

Como vimos acima, o patrimonialismo é um tipo de dominação tradicional. Ele é


caracterizado principalmente pelo uso do Estado com o objetivo de conseguir
vantagens pessoais, não havendo distinções entre a esfera pública e a privada. A
administração pública patrimonialista é típica dos Estados absolutistas europeus do
século XVIII, onde o patrimônio do Estado confunde-se com o patrimônio do
soberano.

Como características do modelo, podemos citar: a falta de uma esfera pública


contraposta à privada, a racionalidade subjetiva e casuística do sistema jurídico, a
irracionalidade do sistema fiscal, a não-profissionalização e a tendência intrínseca
à corrupção do quadro administrativo. No patrimonialismo, o aparelho do Estado
funciona como uma extensão do poder do soberano, o qual utiliza os bens públicos
da forma que achar conveniente, particularmente em seu próprio benefício.
Questão CORRETA.

5. (CESPE/TCU/2007) O patrimonialismo normal inibe a economia racional não


apenas por sua política financeira, mas também por peculiaridades de sua
administração, entre as quais se pode citar a ausência típica de um quadro de
funcionários com qualificação profissional formal.

No patrimonialismo, o Estado não assume o papel de fiador e mantenedor de uma


ordem jurídica impessoal e universal que possibilite aos agentes econômicos a

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calculabilidade de suas ações e o livre desenvolvimento de suas potencialidades;


ao contrário, intervém, planeja e dirige o mais que pode a economia, tendo em vista
os interesses particulares do grupo que o controla. Questão CORRETA.

6. (CESPE/MDS/2006) A impessoalidade é uma das principais características


observadas no modelo patrimonialista de administração pública.

O princípio da impessoalidade pode ser analisado sob três aspectos diferentes. No


primeiro, ele relaciona-se com a finalidade pública, ou seja, o interesse público. No
segundo, relaciona-se com a isonomia, tratar os administrados sem discriminações
favoráveis ou prejudiciais. Por fim, possui relação com o princípio da publicidade,
sendo vedada a promoção pessoal. O patrimonialismo desrespeita o princípio da
impessoalidade em todos estes aspectos. Questão ERRADA.

7. (CESPE/MDS/2006) O patrimonialismo caracteriza-se pelo resguardo do


patrimônio público de captura por parte de grupos de interesse na sociedade.

O patrimonialismo é justamente a captura do patrimônio público por parte de


grupos da sociedade. Questão ERRADA.

8. (CESPE/SEAD/2001) O patrimonialismo pode ser definido como uma cultura


ou um conjunto de práticas de apropriação de ativos e interesses públicos por
particulares ou privados.

Como vimos, a principal característica do patrimonialismo é a apropriação privada


da coisa pública, a falta de divisões nítidas entre as esferas pública e privada.
Questão CORRETA.

9. (CESPE/SEFAZ/2002) A característica básica do Estado patrimonial é a


apropriação do patrimônio público por interesses privados, incluindo-se a
apropriação do cargo.

Na administração patrimonialista o cargo é visto como um bem pessoal, que pode


ser transmitido hereditariamente ou até mesmo vendido, como uma mercadoria
qualquer. Não há separação entre cargo e ocupante. Além disso, cargos públicos

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são considerados prebendas ou sinecuras (ocupações rendosas de pouco


trabalho). Questão CORRETA.

10. (CESPE/MDS/2006) O estamento burocrático caracteriza-se pela conjugação


de altos ocupantes de cargos públicos, burocratas e segmentos da classe política,
atuando em conjunto, em benefício próprio e em desrespeito aos princípios da
impessoalidade e do universalismo de procedimentos.

Uma ponto importante é sabermos distinguir entre a administração burocrática do


modelo racional-legal de Weber e o termo burocracia. Este surgiu da junção da
palavra francesa bureau (escritório) com a palavra grega krátos (poder) e é usado
desde o século XVIII para se referir às repartições públicas. Assim, quando a
questão fala em estamento burocrático, não devemos associá-lo ao modelo
racional-legal, mas sim ao grupo de burocratas que controlava o Estado durante o
período patrimonialista.

O estamento se diferencia da classe social porque, nessa, o critério de


pertencimento é o econômico, enquanto no estamento é social, de status,
prestígios. Classe para Weber é o conjunto de pessoas que tem a mesma posição
diante do mercado. Há dois tipos básicos de classe, as que têm algum tipo de bem
e as que não tem algum tipo de bem. Mas as classes também se diferenciam pela
qualidade dos bens possuídos. Estamento está ligado à esfera social, que é capaz
de gerar comunidade. Estamento é um grupo social cuja característica principal é a
consciência do sentido de pertencimento ao grupo. A luta por uma identidade social é
o que caracteriza um estamento. Uma das diferenças entre classe e estamento, é
que nas sociedades estamentais há pouca mobilidade social.

Raymundo Faoro afirma que a sociedade brasileira patrimonialista não se


organizava, senão subsidiariamente, em classes. A separação primordial dava-se
entre estamento burocrático e o restante da sociedade, incluindo neste “resto” as
camadas proprietárias ou não.
José Murilo de Carvalho nega a existência de uma sociedade estamental no Brasil.
Segundo o autor, a burocracia imperial – que “eram várias” – não se constituía em
estamento sequer em seus níveis mais altos.

O princípio do universalismo de procedimentos defende o tratamento igualitário


perante a lei. A administração pública não deve fazer discriminações positivas ou
negativas no atendimento aos administrados.

Questão CORRETA.

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11. (CESPE/SEAD/2001) O rent seeking é uma manifestação típica do estamento


burocrático, denominação de uma forma híbrida de burocracia patrimonial que,
historicamente incrustada na política e na administração pública, tem liderado o
processo de construção nacional.

Segundo Divanildo Triches:


Rent Seeking é usualmente definido como atividade política de
um indivíduo ou grupo que adota recursos escassos para
perseguir direitos de monopólio concedidos pelo governo, ou
ainda é atividade que tenta se apropriar da riqueza existente, ao
invés de criá-la. A preposição básica é que o: a) gasto de
recursos para conseguir uma transferência de renda é, em si
mesmo, um custo social, b) privilégio resultante do mercado ou a
renda representa uma perda de bem-estar sobre os consumidores
ou contribuintes. Os instrumentos e a ação política do governo
para qual a renda é criada são subornos direcionados à venda ou
concessão de subsídios, impostos privilegiados, manutenção de
preços e tarifas, estabelecimentos de cotas de importação,
concessão de licenças, pagamentos de elevados salários ou
pagamentos de adicionais
O rent seeking é chamado também de parasitismo político. Podemos defini-lo ainda
como o uso do aparelho do Estado como forma de conseguir vantagens
excepcionais. Dizemos que são excepcionais porque o rent seeker não contribuiu
para que obtivesse essa vantagem. Ela será conquistada como o sacrifício de toda a
coletividade.

No entanto, o termo rent seeking é usado também para descrever outras formas de
se conseguir vantagens excepcionais por meio do Estado, como: corrupção,
lobbying, financiamento de campanhas, uso da força, como a invasão de prédios
públicos pelo MST.
Um exemplo é a pressão da bancada ruralista no Congresso com o objetivo de
conseguir o prolongamento das dívidas do campo. Quem vai pagar é toda a
sociedade, mas somente um grupo será beneficiado.

O patrimonialismo nunca deixou de existir no estado brasileiro. Durante toda a


evolução de nossa administração pública existiram grupos que usaram o Estado
como meio para conseguir vantagens. Questão CORRETA.

12. (CESPE/MDS/2006) Verifica-se o fenômeno do rent seeking quando


determinados grupos da sociedade, por meio do controle do aparelho do Estado,

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viabilizam a apropriação de rendas e vantagens excepcionais para si ou para seus


protegidos.

Esta é uma das definições de rent seeking. Questão CORRETA.

2 O Modelo Racional-Legal

13. (CESPE/SEGER/2007) No entendimento de Bresser Pereira, a administração


do Estado pré-capitalista era do tipo patrimonialista; a associação entre o
capitalismo e a democracia fez emergir uma administração pública burocrática, o
modelo racional-legal, ao passo que a administração pública gerencial está mais
orientada para as necessidades do cidadão e para a obtenção de resultados.

Nesta questão, é importante diferenciarmos o surgimento da administração pública


burocrática no mundo e a sua implantação no Brasil. Segundo Bresser Pereira:

A administração pública burocrática foi adotada para substituir a


administração patrimonialista, que definiu as monarquias
absolutas, na qual o patrimônio público e o privado eram
confundidos. Nesse tipo de administração o Estado era entendido
como propriedade do rei. O nepotismo e o empreguismo, senão a
corrupção, eram a norma. Esse tipo de administração revelar-se-á
incompatível com o capitalismo industrial e as democracias
parlamentares, que surgem no século XIX. É essencial para o
capitalismo a clara separação entre o Estado e o mercado; a
democracia só pode existir quando a sociedade civil, formada por
cidadãos, distingue-se do Estado ao mesmo tempo em que o
controla.

Portanto, foi somente com o surgimento do capitalismo industrial, aliado à


democracia, que se tornou necessário substituir a administração pública
patrimonialista pela burocrática. Questão CORRETA.

No entanto, no caso brasileiro não podemos dizer que o modelo burocrático foi
implantado em virtude da democracia. Para Bresser Pereira

A República fora descentralizadora e oligárquica. O novo Estado


fundado pela Revolução de 1930, ainda que conserve elementos
da velha aristocracia, será um Estado antes do que qualquer
coisa autoritário e burocrático no seio de uma sociedade em que o
capitalismo industrial se torna afinal dominante.
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Portanto, se a questão falasse da administração burocrática no Brasil, não


poderíamos dizer que ela surgiu da associação da democracia com o capitalismo.
Foi com o governo autoritário de Getúlio Vargas que o modelo racional-legal pôde
ser aplicado no Brasil.

14. (CESPE/SETEPS/2004) As formas de dominação tradicional e carismática


diferem da dominação legal no sentido em que as primeiras envolvem um governo
impessoal.

O modelo racional-legal surgiu com o objetivo de combater as práticas


patrimonialistas. Por isso, ele veio defender justamente os princípios que evitassem a
invasão da esfera pública pela privada. E um desses princípios é o da
impessoalidade. Weber apontou sete características básicas do tipo ideal de
burocracia:

a) Formalização;
b) Impessoalidade;
c) Mérito;
d) Hierarquia e Disciplina;
e) Divisão do Trabalho
f) Separação entre Propriedade e Administração
g) Profissionalização do Funcionário

A formalização exige que as regras devam estar todas no papel e os administrados


só podem fazer aquilo que está na lei. É o princípio da legalidade do nosso
ordenamento jurídico: aos particulares é permitido tudo o que não seja proibido em
lei, à administração pública só é permitido aquilo que esteja previsto em lei. As
comunicações também só são feitas por papel, de forma formal.
O mérito será o critério para o preenchimento dos cargos públicos, e não mais as
indicações pessoais. Surge a figura do concurso público e a estruturação em
carreiras.

A burocracia é uma organização que tem seus cargos previamente estabelecidos


segundo os princípios da hierarquia. Cada cargo inferior deve estar sob controle e
supervisão de um superior, ou seja, as relações de trabalho possuem caráter
hierárquico.
A divisão do trabalho surgiu com o objetivo de aumentar a produtividade do
trabalho. Foi uma das primeiras manifestações da racionalidade capitalista nas
oficinas e nas fábricas. Na verdade, a produtividade do trabalho só poderia
aumentar desde que o “saber-fazer” dos operários fosse objeto de segmentação e
de especialização na execução de tarefas. Para conseguir esse objetivo
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implementou-se a divisão do trabalho nas fábricas. Se estabelece as atribuições de


cada participante, suas funções específicas e sua esfera de competência e
responsabilidade.

A separação entre propriedade e administração prega que os administradores da


burocracia não necessariamente são os proprietários da organização, surgindo a
figura do profissional que se especializa em gerenciar a organização. Os meios de
produção não são propriedades dos burocratas, mas estão acima destes.

Defende-se a profissionalização também dos funcionários, que seriam


especializados em determinadas tarefas e teriam competência técnica para exercê-
la.

A questão é ERRADA porque a impessoalidade é um princípio da dominação


racional-legal, e não das dominações patrimonialista e carismática.

15. (CESPE/ARACAJU/2004) Um dos primeiros autores que se dedicaram ao


estudo da burocracia foi Max Weber, definindo-a como um sistema sociológico de
racionalização das atividades coletivas.

Como vimos antes, a administração burocrática surgiu dentro da dominação


racional-legal. Defende o uso da razão e da lei como forma de combater o
patrimonialismo. Não visão de Weber, a divisão e distribuição de funções, a
seleção de pessoal especializado, os regulamentos e a disciplina hierárquica
seriam fatores que fariam da burocracia moderna o modo mais eficiente de
administração, tanto na esfera privada (numa empresa capitalista) quanto na
administração pública. Questão CORRETA.

16. (CESPE/STM/2004) Burocracia é um sistema social racional, ou um sistema


social em que a divisão do trabalho é racionalmente realizada tendo em vista os
fins visados.

Já vimos que a administração burocrática tem como princípios a racionalidade, a


divisão do trabalho e a impessoalidade. Também vimos que um dos aspectos do
princípio da impessoalidade é a finalidade pública, o interesse público. Portanto,
apesar de sempre se colocar que a administração burocrática se preocupa muito
com o processo enquanto a gerencial olha o resultado, temos que ter em mente
que, na teoria, a administração burocrática seria mais eficiente e buscaria sempre a
concretização do interesse público. Assim, a questão está CORRETA, mesmo
falando em “tendo em vista os fins visados”.

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17. (CESPE/MDS/2006) Impessoalidade, hierarquia, flexibilização de


procedimentos, especialização e ênfase nos controles são características dos
modelos das organizações burocráticas de gestão.

A impessoalidade, a hierarquia, a especialização e a ênfase nos controles são


características do modelo burocrático. No entanto, a flexibilização é contrária ao
modelo, já que um dos seus princípios é o da formalização. Questão ERRADA.

18. (CESPE/MDS/2006) Prebendas e sinecuras, formas patrimonialistas de


ocupação de espaços no aparelho do Estado, são substituídas por critérios
meritocráticos no modelo burocrático.

As prebendas e sinecuras são definidas como “ocupações rendosas de pouco


trabalho”, típicas da administração patrimonialista. No modelo burocrático, o mérito
será o critério do preenchimento de cargos públicos. Questão CORRETA.

19. (CESPE/TCE-PE/2004) Formas de ingresso e promoção no serviço público


baseadas em princípios meritocráticos são uma das principais inovações trazidas
pela administração pública gerencial.

O mérito foi trazido pela administração burocrática, portanto não foi uma inovação
da administração gerencial. Esta não representará uma ruptura total com o modelo
anterior porque adotará muitos de seus princípios, como o do mérito, o da
impessoalidade, a divisão do trabalho, entre outros. Questão ERRADA.

20. (CESPE/TCE-PE/2004) Max Weber caracteriza três tipos puros de dominação


legítima — carismático, racional e tradicional — como aplicáveis em diferentes
contextos de organização social, enfatizando ser o último o mais adequado ao
modelo de administração burocrático.

Os três tipos puros de dominação legítima são esses mesmos: o carismático, o


tradicional e o racional-legal. No entanto, a administração burocrática surge com o
racional-legal, sendo contrária à dominação tradicional. Questão ERRADA.

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21. (CESPE/STM/2004) Historicamente, a dominação racional-legal ou burocrática


surgiu no século XIX como uma forma superior de dominação, legitimada pelo uso
da lei, em contraposição ao poder tradicional (divino) e arbitrário.

A dominação racional-legal surgiu justamente para combater os problemas das


dominações anteriores, usando como fundamentos básicos a razão e a lei, ao
contrário da tradicional, em que o soberano se dizia escolhido por Deus. Questão
CORRETA.

22. (CESPE/MCT/2004) Conforme a definição seminal weberiana, a burocracia é,


sobretudo, uma forma de dominação na qual os burocratas tendem a usurpar o
poder político.

Seminal, segundo o Houaiss, significa “que estimula novas criações, que traz
novas idéias, gerador de novas obras; inspirador”. Realmente, a obra de Weber foi
pioneira e um marco no pensamento das organizações.

Segundo Weber, com a maior complexidade e a burocratização da sociedade


moderna, os burocratas tendem a retirar poder dos políticos. O surgimento do
estado burocrático implicaria a renúncia de responsabilidade pela liderança política
e na usurpação das funções políticas por parte dos administradores.

A Burocracia é compatível com o sistema da autoridade legal somente quando a


formulação das leis e a supervisão de sua aplicação ficam sendo mais
prerrogativas dos políticos: se o aparelho burocrático consegue usurpar o processo
político e legislativo, será preciso falar de um processo de burocratização que
ultrapassou os limites do sistema de domínio legal e lhe transformou a estrutura. O
maior dilema da democracia seria: como impedir que a burocracia venha a usurpar o
poder e como assegurar que permaneça sendo apenas um elo entre
dominadores e dominados?

Questão CORRETA.

23. (CESPE/STM/2004) Em relação às características básicas que traduzem o


caráter racional da burocracia, é correto afirmar que esta é constituída por sistemas
sociais formais, impessoais e dirigidos por administradores profissionais, que
tendem a controlá-los cada vez mais completamente.

A questão traz três dos princípios do modelo racional-legal: formalidade,


impessoalidade e profissionalismo. E, como vimos na questão anterior, há uma

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tendência para que os administradores, além de controlar mais completamente a


própria burocracia, usurpem o poder político. Questão CORRETA.

24. (CESPE/MCT/2004) A separação entre cargo e ocupante tem papel secundário


no conceito weberiano de burocracia.

Era na administração patrimonialista que não havia a separação entre o cargo e


seu ocupante. Os cargos eram considerados bens pessoais, podendo ser
transferidos hereditariamente, vendidos ou trocados por outros bens. Já na
administração burocrática o cargo pertence ao Estado e o critério para sua
ocupação é o mérito. Portanto, esta separação entre cargo e ocupante não tem
papel secundário, mas sim principal. Questão ERRADA.

25. (CESPE/MCT/2004) O universalismo de procedimentos é uma derivação do


caráter racional-legal dos sistemas burocráticos.

Já vimos acima que o universalismo de procedimentos é o tratamento igualitário


perante a lei, sem haver discriminações positivas ou negativas. É um dos princípios
defendidos pelo modelo racional-legal como forma de combater as práticas
patrimonialistas. Questão CORRETA.

26. (CESPE/MEC/2003) Nas organizações burocráticas, cada superior tem sob


suas ordens determinado número de subordinados, os quais, por sua vez, têm sob
si outros subordinados, e assim por diante.

Um dos princípios da administração burocrática é a hierarquia. A organização


passa a ser formada por diversos níveis hierárquicos, cada um exercendo o
controle sobre os inferiores. O que resulta disso é uma estrutura organizacional
extremamente verticalizada em que as decisões são centralizadas nos níveis mais
altos, o que faz com que haja lentidão dentro da organização, inclusive nas
comunicações, que precisam passar por diversas pessoas até chegar ao seu
destino. Questão CORRETA.

27. (CESPE/MEC/2003) A burocracia apresenta uma divisão horizontal do


trabalho, em que as diferentes atividades são distribuídas de acordo com os
objetivos a serem atingidos.

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Vimos na questão anterior que a administração burocrática apresenta uma


estrutura organizacional verticalizada, ou seja, com muitos níveis hierárquicos. Já
esta outra questão diz que apresenta também uma divisão horizontal do trabalho.
Ela na realidade não está dizendo o contrário da anterior. As duas questões falam
de coisas diferentes.

A divisão do trabalho é um dos princípios da administração burocrática. Ela ocorre


mediante a especialização das unidades em determinadas tarefas. Esta divisão
ocorre no mesmo nível da organização, por isso é horizontal. Veremos na Aula 02 o
item nº 4 do edital, que trata da estrutura organizacional. A divisão das
responsabilidades dentro da organização é feita por meio da departamentalização,
que, simplificando, podemos definir como a criação de departamentos. Enquanto a
hierarquização, que vimos na questão anterior, é a especialização vertical, a
departamentalização é a divisão horizontal. A administração burocrática também
realiza uma divisão horizontal do trabalho, mas isso não significa que sua estrutura
será horizontal. Ela continuará extremamente verticalizada. Questão CORRETA.

28. (CESPE/CNPQ/2004) Além da forma hierárquica, que divide o trabalho e define


os níveis de autoridade verticalmente, a burocracia apresenta uma divisão
horizontal do trabalho, em que as diferentes atividades são distribuídas de acordo
com os objetivos a serem atingidos.

Para reforçar o que vimos na questão anterior, a administração burocrática


apresenta tanto uma divisão vertical do trabalho, hierarquizando, quanto uma
horizontal, dividindo as tarefas. Questão CORRETA.

29. (ESAF/MPOG-APO/2003) O insulamento burocrático é caracterizado pelo


estabelecimento de barreiras institucionais destinadas tanto a bloquear pressões
partidárias e o encaminhamento de demandas personalísticas quanto a assegurar
a eficiência na alocação dos recursos necessários à gestão das políticas
governamentais.

Para que a burocracia não sofra interferências externas, tanto dos políticos quanto
da sociedade, muitas vezes ela se fecha e passa a atuar de forma isolada. O
insulamento burocrático pode ser compreendido como um processo de proteção do
núcleo técnico do Estado, que se responsabiliza pela consecução de determinados
objetivos específicos, contra a interferência oriunda do público ou de outras
organizações intermediárias. Segundo Edson Nunes,

O insulamento burocrático significa a redução do escopo da arena


em que os interesses e demandas populares podem
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desempenhar um papel. Esta redução da arena é efetivada pela


retirada de organizações cruciais do conjunto da burocracia
tradicional e do espaço político governado pelo Congresso e pelos
partidos políticos, resguardando estas organizações contra
tradicionais demandas burocráticas ou redistributivas.

O insulamento burocrático pode ser visto de forma positiva, como para evitar a
pressão de grupos de interesses poderosos, ou de forma negativa, quando os
burocratas deixam de ouvir a sociedade, reduzindo a participação desta no
processo decisório. A definição da questão está CORRETA.

No sentido inverso do insulamento burocrático está o engolfamento social, que é o


alto grau de penetração de alguma organização no mundo político e social. Não é a
penetração dos grupos na burocracia, mas sim a penetração da burocracia na
sociedade.

30. (CESPE/MDS/2006) O insulamento burocrático é um fenômeno característico


de administrações públicas com alto grau de controle social.

Como vimos na questão anterior, o insulamento burocrático busca evitar a


interferência sobre os burocratas tanto de políticos quanto da sociedade. Num país
com alto grau de controle social, não haverá insulamento burocrático porque a
sociedade participa ativamente das decisões do Estado. Além disso, será mais
difícil ocorrer a interferência política sobre a burocracia. Questão ERRADA.

31. (CESPE/INMETRO/2007) Embora seja alvo de críticas por sua rigidez e até
mesmo seja tratada como sinônimo da lentidão do Estado, a administração pública
burocrática trouxe importantes avanços, como a profissionalização do serviço
público, o controle e a impessoalidade.

A administração burocrática trouxe uma série de avanços em relação à


administração patrimonialista, entre eles a impessoalidade, a racionalidade, o
mérito, a profissionalização, o controle. No entanto, surgiram uma série de
problemas, que a doutrina convencionou chamar de disfunções da burocracia,
entre elas a rigidez e a lentidão. Questão CORRETA.

As disfunções mais comumente listadas são as seguintes:


a) Internalização das regras e exagero apego aos regulamentos: as normas e
regulamentos passam a se transformar de meios para objetivos.

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b) Excesso de forma lismo e de pa p el ór i o: a necessidade de documentar e


de formalizar todas as comunicações dentro da burocracia a fim de que
tudo possa ser devidamente testemunhado por escrito.

c) Resistência a mudanças: o funcionário da burocracia esta acostumado em


seguir regras, ou seja, conforme rotinas, com isso, sentem-se seguros e
tranqüilos, resistindo à possíveis mudanças.

d) Despersonalização do relacionamento: as pessoas passam a se relacionar


de forma impessoal, pois começam a olhar os colegas como membros da
organização. Os colegas passam a se comunicar com os cargos ou
registros;

e) Categorização como base do processo decisorial: a burocracia se assenta


em uma rígida hierarquização da autoridade, ou seja, na burocracia, quem
toma as decisões são as pessoas que estão no mais alto nível da hierarquia,
mesmo que não saiba do assunto ele é o único com poder de decisão.

f) Superconformidade às rotinas e procedimentos: na burocracia as rotinas e


procedimentos se tornam absolutas e sagradas para os funcionários. Os
funcionários passam a trabalhar em função das regras e procedimentos da
organização e não mais para os objetivos organizacionais, com isso, perde a
flexibilidade, iniciativa, criatividade e renovação.
g) Dificuldade no atendimento a clientes e confl itos com o público: Os
funcionários trabalham voltados ao interior da organização, de forma auto-
referida, sem atentar para as reais necessidades dos “clientes”, os cidadãos.
Os clientes necessitam de atendimentos personalizados, mas na burocracia
os funcionários atendem os clientes num padrão, fazendo com que as
pessoas fiquem insatisfeitas com os serviços.

32. (ESAF/MPOG-EPPGG/2003) Uma das disfunções da administração


burocrática é a divisão de trabalho, que leva cada participante a ter funções
específicas e uma esfera de competência e responsabilidade.

A divisão do trabalho é um dos princípios da administração burocrática e não se


configura como uma disfunção do modelo, pelo contrário, é uma forma mais
eficiente de realização das tarefas. Questão ERRADA.

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3 O Paradigma Pós-Burocrático

33. (CESPE/IBAMA/2003) A administração pública gerencial surgiu como resposta


à crise do Estado e voltou-se para a busca do incremento da eficiência no setor
público. Ela é orientada para o cidadão, serve-se da centralização, do incentivo à
inovação e concentra-se no processo.

Os primeiros sinais de uma administração pública gerencial começaram a surgir


após a II Guerra Mundial. Apesar de ter havido uma reafirmação dos valores
burocráticos, já começa a haver uma influência da administração de empresas na
administração pública. Mas, é com a crise do Estado a partir da década de 1970
que ficará cada vez mais clara a necessidade de se aumentar a eficiência,
buscando alternativas à administração burocrática.

As crises do petróleo na década de 1970 puseram um fim no longo período de


crescimento econômico que teve início após a II Guerra Mundial. Além disso, o
desenvolvimento da tecnologia da informação e a globalização aumentaram
consideravelmente a complexidade das sociedades, fazendo com que o Estado
tivesse que repensar seu papel de protetor das indústrias nacionais, para ter uma
atitude de promotor da competitividade de sua economia frente a concorrência
internacional. Estava claro que o Estado do Bem-Estar Social não era mais o
modelo adequado.
Assim, na década de 1980, inicia-se nos países centrais uma revolução rumo a
administração pública gerencial. A estratégia de enfrentamento que ficou conhecida
como a Nova Gestão Pública (New Public Management) é adotada inicialmente na
Grã-Bretanha, com Margareth Tatcher, e nos Estados Unidos, com Ronald
Reagan, e, depois, de forma generalizada, em diversos outros países.

Os princípios que foram sendo adotados por esta nova filosofia são:

• Descentralização do ponto de vista político, transferindo recursos e


atribuições para os níveis políticos regionais e locais;
• Descentralização administrativa, através da delegação de autoridade
para os administradores públicos transformados em gerentes
crescentemente autônomos;
• Organizações com poucos níveis hierárquicos ao invés de piramidal,
• Pressuposto da confiança limitada e não da desconfiança total;
• Controle por resultados, a posteriori, ao invés do controle rígido,
passo a passo, dos processos administrativos;
• Administração voltada para o atendimento do cidadão, ao invés de
auto-referida.
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A questão está ERRADA porque a administração gerencial serve-se da


descentralização, e não da centralização, e concentra-se no resultado, ao invés do
processo.

34. (CESPE/TCE-AC/2008) A administração pública gerencial é freqüentemente


identificada com as idéias neoliberais, pois as técnicas de gerenciamento foram
quase sempre introduzidas ao mesmo tempo em que se implantavam programas
de ajuste estrutural para enfrentar a crise fiscal do Estado.

Como a administração gerencial surge em meio a crise do Estado, em virtude da


impossibilidade de se manter o modelo burocrático de gestão, ela está intimamente
associada com as reformas que buscavam a reestruturação do Estado, como as
neoliberais, inclusive porque a sua aplicação, no início, tinha um caráter quase que
somente de redução de custos, enxugamento de pessoal e aumento da eficiência,
com clara definição das responsabilidades dos funcionários, dos objetivos
organizacionais e maior consciência acerca do valor dos recursos públicos. Este
período ficou conhecido como gerencialismo puro, ou managerialism.

Num segundo momento é que começaram a ganhar importância outros princípios,


como o foco no “cliente”, o cidadão. Foi aí que teve início o consumerism, que pode
ser traduzido como “satisfação do consumidor”. Introduziu a perspectiva da
qualidade como uma estratégia voltada para a satisfação do consumidor, através
de medidas que visavam tornar o poder público mais leve, ágil e competitivo:
descentralização administrativa, criação de opções de atendimento, como incentivo à
competição entre organizações públicas e adoção de um novo modelo contratual.
Por fim, são agregados princípios mais ligados a cidadania, como accountability e
eqüidade, buscando superar a idéia de que a administração pública deve tratar os
administrados somente como “clientes”. Esta corrente é chamada de Public Service
Oriented (PSO), ou “Serviço Orientado para o Público”.
Questão CORRETA.

35. (CESPE/MDS/2006) O paradigma do cliente é uma vertente das reformas


gerenciais que privilegia o atendimento às demandas dos consumidores/clientes
dos serviços do Estado, em contraponto ao modelo gerencial puro, que tinha como
principais objetivos das reformas a redução de custos do setor público e o aumento
de sua produtividade.

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O gerencialismo puro, ou managerialism, focou quase que exclusivamente a


redução de custos e aumento de eficiência. Foi com o consumerism que se
começou a pensar na qualidade como forma de atender ao cliente da
administração pública. Questão CORRETA.

36. (CESPE/SAAE/2003) A preocupação da administração pública com os clientes


surgiu basicamente e primeiramente com o movimento do Public Service Oriented.

A preocupação com os clientes surgiu com o consumerism, e não com o PSO.


Questão ERRADA.

37. (CESPE/STJ/2004) Imperam na corrente da public service orientation reflexões


que se utilizam de conceitos como accountability, transparência e participação
política.

O PSO veio agregar a noção de que os administrados não são apenas clientes,
mas também cidadãos, dando importância aos princípios da accountability,
equidade, transparência, participação política, etc. Questão CORRETA.

38. (ESAF/MPOG-EPPGG/2005) O public service orientation procurou incorporar


temas do republicanismo e da democracia, expressos principalmente em um ideal
de participação política, transparência, justiça e accountabillity – elementos quase
inexistentes no mangerialism e consumerism.

O PSO incorporou princípios ligados a cidadania que foram deixados de lado pelos
modelos anteriores. Questão CORRETA.

39. (CESPE/ANCINE/2006) Uma das principais inovações preconizadas pelos


movimentos de reforma do Estado empreendidos nos anos 80 e 90 — o New
Public Management — foi a instituição de critérios meritocráticos para o provimento
de cargos e funções públicas, bem como para fins de ascensão funcional.

Já vimos que a administração gerencial não representa uma ruptura completa em


relação a administração burocrática. Ela mantém muitos de seus princípios, como:
impessoalidade, racionalidade, profissionalismo, e o mérito como critério para
preenchimento dos cargos públicos. Questão ERRADA.
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40. (CESPE/STJ/2004) A administração pública gerencial pode ser compreendida


a partir de diversas características fundamentais, como a delegação de autoridade,
a valorização do pressuposto da confiança limitada em detrimento da desconfiança
total do funcionário público, organizações com muitos níveis hierárquicos e
administração voltada para o atendimento do cidadão.

A administração gerencial realiza a delegação da autoridade por meio da


descentralização; passa a confiar no funcionário público, permitindo uma maior
flexibilidade, cobrando depois resultados; e é voltada para o atendimento do
cidadão, ao contrário do caráter auto-referido da administração burocrática. No
entanto, ela apresenta uma estrutura organizacional mais enxuta e horizontal, já
que eliminou muitos dos níveis hierárquicos desnecessários existentes na
administração burocrática. Questão ERRADA.

41. (CESPE/TERRACAP/2004) Transparência, verticalização da estrutura


organizacional e trabalho em equipe constituem o modelo pós-burocrático na
administração pública.

A transparência e o trabalho em equipe são características da administração


gerencial. No entanto, a estrutura organizacional é mais achatada, horizontal.
Questão ERRADA.

42. (CESPE/STJ/2004) A centralização do processo de tomada de decisão, o


rígido controle sobre o desempenho e o foco em resultados são algumas das
características do paradigma pós-burocrático.

A administração gerencial realiza a descentralização do processo de tomada de


decisão, e não a centralização. Questão ERRADA. No entanto, a parte da questão
que fala em “rígido controle de resultados” está correta. Não devemos entender
que a administração gerencial, num caminho inverso ao da administração
burocrática, tenha eliminado os controles. O que aconteceu foi que o foco do
controle mudou. Enquanto na administração burocrática os controles eram a priori,
no processo, na gerencial eles são a posteriori, de resultado. E são também
rígidos.

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43. (CESPE/TCE-AC/2006) Na administração pública gerencial, a estratégia volta-


se para a definição dos objetivos que o administrador público deve atingir em sua
unidade, para a garantia da autonomia na gestão de recursos humanos, materiais e
financeiros e para o controle e a cobrança a posteriori de resultados.

Se a administração pública gerencial fará agora um controle de resultados, é


primordial que estabeleça objetivos para os administradores, para cada unidade.
Só assim poderá cobrar desempenho. Além disso, é preciso que lhe conceda
autonomia, para que possa perseguir os resultados de forma mais ágil. Não há
coerência em se cobrar resultados e, ao mesmo tempo, colocar uma série de
obstáculos. Parte-se de uma confiança limitada, ao contrário da desconfiança total
do modelo burocrático. Questão CORRETA.

44. (CESPE/TRE-MA/2005) O modelo da administração pública gerencial baseia-


se na definição clara de objetivos para cada unidade da administração, da
descentralização, da mudança de estruturas organizacionais e da adoção de
valores e comportamentos modernos no Estado que possibilitem o aumento da
qualidade e da eficiência dos serviços prestados à sociedade.

Mais uma vez podemos notar a importância da definição de objetivos para cada
unidade da administração, já que a administração gerencial irá cobrar resultados.
As estruturas organizacionais deixaram de ser verticais, com muitos níveis
hierárquicos, para se tornarem horizontais. Questão CORRETA.

45. (CESPE/TCE-PE/2004) É correto associar o orçamento-produto às


administrações públicas burocráticas e o orçamento-insumo às administrações
públicas gerenciais

O orçamento-insumo é aquele que prevê todos os gastos relacionados a produção


de um bem, discriminando cada um dos insumos. Já o orçamento-produto prevê
apenas o valor do bem, sem entrar no detalhe dos custos dos insumos. O
orçamento-insumo está associado com a administração burocrática, já que faz um
controle dos meios, do processo. Já o orçamento-produto se preocupa muito mais
com o resultado, por isso está associado com a administração gerencial. A questão
inverteu, por isso está ERRADA.

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46. (CESPE/MDS/2006) A administração pública gerencial incorporou, a exemplo


do setor privado, os conceitos de eficiência, eficácia e efetividade na avaliação de
seu desempenho. A eficiência caracteriza-se pelo uso racional dos recursos
disponíveis; a eficácia, pelos resultados obtidos pela ação governamental e a
efetividade, pelo alcance dos objetivos e metas previamente estipulados.

O desempenho pode ser medido em diferentes aspectos: economicidade,


eficiência, eficácia e efetividade.

A ECONOMICIDADE está relacionada com os custos dos insumos. Quando


avaliamos o desempenho em termos de economicidade, queremos saber o preço
dos insumos usados na produção.

A EFICIÊNCIA é a racionalização no uso dos insumos. A eficiência é alcançada


quando os insumos são manipulados de forma adequada para atingir os produtos.
Seu conceito estaria separado do de economicidade, mas, para fins de prova do
CESPE, devemos considerar a economicidade como dentro da eficiência. Assim, a
eficiência observa a relação entre PRODUTOS (bens e serviços) gerados por uma
atividade e os CUSTOS dos insumos empregados, em um determinado período de
tempo. Uma organização é eficiente quando utiliza seus recursos da forma mais
produtiva e econômica possível, também conhecida como forma racional de
utilização. Relação entre os INSUMOS e o PRODUTO.

A EFICÁCIA consiste no grau de alcance das METAS programadas em um


determinado período de tempo, independentemente dos custos implicados. Quanto
mais alto o grau de realização dos objetivos e metas, mais a organização é eficaz.
Relação entre OBJETIVO e PRODUTO; se o produto atendeu o objetivo, a
organização foi eficaz.

A EFETIVIDADE observa se houve algum IMPACTO resultante da ação


governamental. Não basta chegar ao produto, alcançando as metas, é preciso que
ele produza alguma alteração na sociedade. Alguns autores conceituam efetividade
como a soma da eficiência e da eficácia ao longo do tempo. Não concordo com
esta visão, mas é importante conhecermos. Ainda não vi o CESPE cobrar este
conceito, mas a ESAF já deu como certo.

Podemos observar melhor estas dimensões no quadro abaixo:

Efetividade

Eficiência

OBJETIVO INSUMOS AÇÃO PRODUTO RESULTADO

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Eficácia
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Vamos analisar um exemplo. Num programa de distribuição de cestas básicas, a


economicidade está relacionada com os custos pagos pelos alimentos que irão
compor a cesta. Quando avaliamos um programa de âmbito nacional, podemos
comparar os custos entre as unidades da federação. A eficiência está relacionada a
capacidade de formar o maior número de cestas possíveis, sem desperdiçar
alimentos. A eficácia está relacionada com o atingir a meta do programa, como, por
exemplo, entregar um milhão de cestas básicas. A efetividade está relacionada
com o impacto do programa na sociedade, reduzindo a desnutrição. Se os
alimentos da cesta não possuírem as vitaminas e nutrientes adequados, o
programa pode não ter o resultado que se esperava.

A questão está ERRADA porque inverteu os conceitos de eficácia e efetividade.

47. (CESPE/BAS/2006) A eficiência, alcance dos objetivos propostos, e a eficácia,


uso otimizado dos métodos, rotinas e ferramentas, são conceitos centrais para a
avaliação de desempenho.

Esta questão também inverteu os conceitos, por isso está ERRADA.

Bem Pessoal, ficamos por aqui nesta aula demonstrativa. Espero poder ajudá-los
nessa caminhada e que logo possamos nos encontrar nos corredores do TCU. A
seguir vem a lista com os exercícios e o gabarito.

Um grande abraço e até a primeira aula.

LISTA DAS QUESTÕES

1. (CESPE/MDS/2006) Max Weber considera a existência de três tipos puros de


dominação legítima: a tradicional, a racional-legal e a gerencial.

2. (ESAF/MPOG-EPPGG/2003) A dominação tradicional refere-se ao comando


exercido por senhores que gozam de autoridade pessoal em virtude do status
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herdado, e cujas ordens são legítimas tanto por se conformarem aos costumes
como por expressarem a arbitrariedade pessoal.

3. (ESAF/MPOG-EPPGG/2003) Nas sociedades modernas, onde a base da


legitimidade é a lei, a administração dispensa a dominação, no sentido de um
poder de comando que precisa estar nas mãos de um indivíduo ou de um grupo de
indivíduos.

4. (CESPE/MCT/2004) A principal característica do estado patrimonial é a


apropriação privada da coisa pública.

5. (CESPE/TCU/2007) O patrimonialismo normal inibe a economia racional não


apenas por sua política financeira, mas também por peculiaridades de sua
administração, entre as quais se pode citar a ausência típica de um quadro de
funcionários com qualificação profissional formal.

6. (CESPE/MDS/2006) A impessoalidade é uma das principais características


observadas no modelo patrimonialista de administração pública.

7. (CESPE/MDS/2006) O patrimonialismo caracteriza-se pelo resguardo do


patrimônio público de captura por parte de grupos de interesse na sociedade.

8. (CESPE/SEAD/2001) O patrimonialismo pode ser definido como uma cultura


ou um conjunto de práticas de apropriação de ativos e interesses públicos por
particulares ou privados.

9. (CESPE/SEFAZ/2002) A característica básica do Estado patrimonial é a


apropriação do patrimônio público por interesses privados, incluindo-se a
apropriação do cargo.

10. (CESPE/MDS/2006) O estamento burocrático caracteriza-se pela conjugação


de altos ocupantes de cargos públicos, burocratas e segmentos da classe política,
atuando em conjunto, em benefício próprio e em desrespeito aos princípios da
impessoalidade e do universalismo de procedimentos.

11. (CESPE/SEAD/2001) O rent seeking é uma manifestação típica do estamento


burocrático, denominação de uma forma híbrida de burocracia patrimonial que,

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historicamente incrustada na política e na administração pública, tem liderado o


processo de construção nacional.

12. (CESPE/MDS/2006) Verifica-se o fenômeno do rent seeking quando


determinados grupos da sociedade, por meio do controle do aparelho do Estado,
viabilizam a apropriação de rendas e vantagens excepcionais para si ou para seus
protegidos.

13. (CESPE/SEGER/2007) No entendimento de Bresser Pereira, a administração


do Estado pré-capitalista era do tipo patrimonialista; a associação entre o
capitalismo e a democracia fez emergir uma administração pública burocrática, o
modelo racional-legal, ao passo que a administração pública gerencial está mais
orientada para as necessidades do cidadão e para a obtenção de resultados.

14. (CESPE/SETEPS/2004) As formas de dominação tradicional e carismática


diferem da dominação legal no sentido em que as primeiras envolvem um governo
impessoal.

15. (CESPE/ARACAJU/2004) Um dos primeiros autores que se dedicaram ao


estudo da burocracia foi Max Weber, definindo-a como um sistema sociológico de
racionalização das atividades coletivas.

16. (CESPE/STM/2004) Burocracia é um sistema social racional, ou um sistema


social em que a divisão do trabalho é racionalmente realizada tendo em vista os
fins visados.

17. (CESPE/MDS/2006) Impessoalidade, hierarquia, flexibilização de


procedimentos, especialização e ênfase nos controles são características dos
modelos das organizações burocráticas de gestão.

18. (CESPE/MDS/2006) Prebendas e sinecuras, formas patrimonialistas de


ocupação de espaços no aparelho do Estado, são substituídas por critérios
meritocráticos no modelo burocrático.

19. (CESPE/TCE-PE/2004) Formas de ingresso e promoção no serviço público


baseadas em princípios meritocráticos são uma das principais inovações trazidas
pela administração pública gerencial.

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20. (CESPE/TCE-PE/2004) Max Weber caracteriza três tipos puros de dominação


legítima — carismático, racional e tradicional — como aplicáveis em diferentes
contextos de organização social, enfatizando ser o último o mais adequado ao
modelo de administração burocrático.

21. (CESPE/STM/2004) Historicamente, a dominação racional-legal ou burocrática


surgiu no século XIX como uma forma superior de dominação, legitimada pelo uso
da lei, em contraposição ao poder tradicional (divino) e arbitrário.

22. (CESPE/MCT/2004) Conforme a definição seminal weberiana, a burocracia é,


sobretudo, uma forma de dominação na qual os burocratas tendem a usurpar o
poder político.

23. (CESPE/STM/2004) Em relação às características básicas que traduzem o


caráter racional da burocracia, é correto afirmar que esta é constituída por sistemas
sociais formais, impessoais e dirigidos por administradores profissionais, que
tendem a controlá-los cada vez mais completamente.

24. (CESPE/MCT/2004) A separação entre cargo e ocupante tem papel secundário


no conceito weberiano de burocracia.

25. (CESPE/MCT/2004) O universalismo de procedimentos é uma derivação do


caráter racional-legal dos sistemas burocráticos.

26. (CESPE/MEC/2003) Nas organizações burocráticas, cada superior tem sob


suas ordens determinado número de subordinados, os quais, por sua vez, têm sob
si outros subordinados, e assim por diante.

27. (CESPE/MEC/2003) A burocracia apresenta uma divisão horizontal do


trabalho, em que as diferentes atividades são distribuídas de acordo com os
objetivos a serem atingidos.

28. (CESPE/CNPQ/2004) Além da forma hierárquica, que divide o trabalho e define


os níveis de autoridade verticalmente, a burocracia apresenta uma divisão
horizontal do trabalho, em que as diferentes atividades são distribuídas de acordo
com os objetivos a serem atingidos.

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29. (ESAF/MPOG-APO/2003) O insulamento burocrático é caracterizado pelo


estabelecimento de barreiras institucionais destinadas tanto a bloquear pressões
partidárias e o encaminhamento de demandas personalísticas quanto a assegurar a
eficiência na alocação dos recursos necessários à gestão das políticas
governamentais.

30. (CESPE/MDS/2006) O insulamento burocrático é um fenômeno característico


de administrações públicas com alto grau de controle social.

31. (CESPE/INMETRO/2007) Embora seja alvo de críticas por sua rigidez e até
mesmo seja tratada como sinônimo da lentidão do Estado, a administração pública
burocrática trouxe importantes avanços, como a profissionalização do serviço
público, o controle e a impessoalidade.

32. (ESAF/MPOG-EPPGG/2003) Uma das disfunções da administração


burocrática é a divisão de trabalho leva cada participante a ter funções específicas
e uma esfera de competência e responsabilidade.

33. (CESPE/IBAMA/2003) A administração pública gerencial surgiu como resposta à


crise do Estado e voltou-se para a busca do incremento da eficiência no setor
público. Ela é orientada para o cidadão, serve-se da centralização, do incentivo à
inovação e concentra-se no processo.

34. (CESPE/TCE-AC/2008) A administração pública gerencial é freqüentemente


identificada com as idéias neoliberais, pois as técnicas de gerenciamento foram
quase sempre introduzidas ao mesmo tempo em que se implantavam programas
de ajuste estrutural para enfrentar a crise fiscal do Estado.

35. (CESPE/MDS/2006) O paradigma do cliente é uma vertente das reformas


gerenciais que privilegia o atendimento às demandas dos consumidores/clientes
dos serviços do Estado, em contraponto ao modelo gerencial puro, que tinha como
principais objetivos das reformas a redução de custos do setor público e o aumento
de sua produtividade.

36. (CESPE/SAAE/2003) A preocupação da administração pública com os clientes


surgiu basicamente e primeiramente com o movimento do Public Service Oriented.

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37. (CESPE/STJ/2004) Imperam na corrente da public service orientation reflexões


que se utilizam de conceitos como accountability, transparência e participação
política.

38. (ESAF/MPOG-EPPGG/2005) O public service orientation procurou incorporar


temas do republicanismo e da democracia, expressos principalmente em um ideal
de participação política, transparência, justiça e accountabillity – elementos quase
inexistentes no mangerialism e consumerism.

39. (CESPE/ANCINE/2006) Uma das principais inovações preconizadas pelos


movimentos de reforma do Estado empreendidos nos anos 80 e 90 — o New
Public Management — foi a instituição de critérios meritocráticos para o provimento
de cargos e funções públicas, bem como para fins de ascensão funcional.

40. (CESPE/STJ/2004) A administração pública gerencial pode ser compreendida a


partir de diversas características fundamentais, como a delegação de autoridade, a
valorização do pressuposto da confiança limitada em detrimento da desconfiança
total do funcionário público, organizações com muitos níveis hierárquicos e
administração voltada para o atendimento do cidadão.

41. (CESPE/TERRACAP/2004) Transparência, verticalização da estrutura


organizacional e trabalho em equipe constituem o modelo pós-burocrático na
administração pública.

42. (CESPE/STJ/2004) A centralização do processo de tomada de decisão, o


rígido controle sobre o desempenho e o foco em resultados são algumas das
características do paradigma pós-burocrático.

43. (CESPE/TCE-AC/2006) Na administração pública gerencial, a estratégia volta-


se para a definição dos objetivos que o administrador público deve atingir em sua
unidade, para a garantia da autonomia na gestão de recursos humanos, materiais e
financeiros e para o controle e a cobrança a posteriori de resultados.

44. (CESPE/TRE-MA/2005) O modelo da administração pública gerencial baseia-


se na definição clara de objetivos para cada unidade da administração, da
descentralização, da mudança de estruturas organizacionais e da adoção de
valores e comportamentos modernos no Estado que possibilitem o aumento da
qualidade e da eficiência dos serviços prestados à sociedade.

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45. (CESPE/TCE-PE/2004) É correto associar o orçamento-produto às


administrações públicas burocráticas e o orçamento-insumo às administrações
públicas gerenciais

46. (CESPE/MDS/2006) A administração pública gerencial incorporou, a exemplo


do setor privado, os conceitos de eficiência, eficácia e efetividade na avaliação de
seu desempenho. A eficiência caracteriza-se pelo uso racional dos recursos
disponíveis; a eficácia, pelos resultados obtidos pela ação governamental e a
efetividade, pelo alcance dos objetivos e metas previamente estipulados.

47. (CESPE/BAS/2006) A eficiência, alcance dos objetivos propostos, e a eficácia,


uso otimizado dos métodos, rotinas e ferramentas, são conceitos centrais para a
avaliação de desempenho.

GABARITO

1-E 9-C 17 - E 25 - C 33 - E 41 - E

2-C 10 - C 18 - C 26 - C 34 - C 42 - E

3-E 11 - C 19 - E 27 - C 35 - C 43 - C

4-C 12 - C 20 - E 28 - C 36 - E 44 - C

5-C 13 - C 21 - C 29 - C 37 - C 45 - E

6-E 14 - E 22 - C 30 - E 38 - C 46 - E
7-E 15 - C 23 - C 31 - C 39 - E 47 - E

8-C 16 - C 24 - E 32 - E 40 - E

BIBLIOGRAFIA

BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Do Estado Patrimonial ao Gerencial. 2001.


Disponível em: www.bresserpereira.org.br

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BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Da Administração Pública Burocrática à


Gerencial. 1996. Disponível em: www.bresserpereira.org.br

CAMPANTE, Rubens Goyatá. O Patrimonialismo em Faoro e Weber e a Sociologia


Brasileira. 2003. Disponível em: www.scielo.br

NUNES, Edson. A gramática política do Brasil - clientelismo e insulamento


burocrático. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.

TRICHES, Divanildo. Uma análise de economia política e das atitudes dos grupos
de interesse no Mercosul. 2003. Disponível em:
www.geocities.com/tercercoloquio2003/coloquio/Triches.PDF

WEBER, M. Economia e Sociedade. Brasília, DF: Editora Universidade de Brasília,


1991.

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