Sei sulla pagina 1di 4

ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA DAS OPERADORAS DE SAÚDE PRIVADAS (OUTUBRO 2002) PROF.

GUSTAVO CUNHA MELLO

PESQUISA DE VIABILIDADE ECONÔMICA DE OPERADORAS DE SAÚDE PRIVADAS


Metodologia:

1) Utilizamos como fonte de pesquisa os dados fornecidos pelo Ministério da Saúde, através dos sistemas SIA/SUS e SIH/SUS.

2) Selecionamos uma amostra dos procedimentos médicos de maior relavância qualitativa e quantitativa, ou seja, os eventos com maior
número de casos de atendimentos e os eventos com o maior custo pago pelo SUS. Limitamos a pesquisa a 31 procedimentos médicos
para adequar a nossa impossibilidade de tempo gasto com a pesquisa.

3) A abrangência da pesquisa se limita ao Estado do Rio de Janeiro que escolhemos como amostra para a realidade nacional.

4) Pela informação da ANS, Agência Nacional de Saúde Suplementar, o SUS atende apenas ¾ da população brasileira, uma vez que ¼
possui plano ou seguro saúde privado e a Lei 9.656/98 obriga o ressarcimento ao SUS das despesas. Logo os recursos efetivamente
pagos pelo SUS, e utilizados em nossa pesquisa, são aplicados para uma população 25% menor que a totalidade das pessoas
residentes no Estado. Mesmo assim, conservadoramente, utilizamos o total da população do Estado do Rio de Janeiro informada pelo
IBGE de 14.724.479 habitantes, chegando assim a um custo per capita para o SUS menor em 25%.

5) A tabela do SUS é muito defasada em relação à tabela da AMB, Associação Médica Brasileira, utilizada pelas operadoras de saúde.
A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados emitiu um relatório propondo um reajuste em 90% que,
segundo os Conselhos Regionais de Medicina do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, são necessários em caráter emergencial
para a saúde pública. Essa discrepância é considerada nas conclusões deste trabalho. Adiantamos aqui um exemplo: a tabela do SUS
paga por uma consulta médica apenas R$ 2,50, enquanto as operadoras pagam R$ 25,00 no mínimo.

6) O período considerado na pesquisa compreende todos os pagamentos feitos pelo SUS entre Setembro / 2001 e Agosto / 2002.
Portanto, 1 ano de atendimento médico do SUS, no Estado do Rio.

7) Levantamos todos os pagamentos referentes aos procedimentos médicos estudados, dentro do período e local de pesquisa, e
dividimos pela população total do Estado do Rio de Janeiro. Chegando, portanto, a um custo per capita ano conforme a tabela do
SUS. Em seguida trabalhamos a defasagem deste custo em relação à iniciativa privada, a diferença do que se paga pelo SUS e
daquilo que as operadoras de saúde pagam. O próximo passo é tornar este custo mensal (dividindo por 12 meses). O objetivo final é
avaliar qual o preço mínimo necessário para os planos e seguros saúde cobrirem o custo mensal dos atendimentos médicos, ou seja,
sua viabilidade economica.
ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA DAS OPERADORAS DE SAÚDE PRIVADAS (OUTUBRO 2002) PROF. GUSTAVO CUNHA MELLO

PROCEDIMENTOS (Amostra): Custo Médio Nº de exposições / estatísticas


SUS – 2001 (de Setembro / 2001 à Agosto / 2002)
Por habitante
Admin. De Medicamentos 1,66 Eritropoetina (hormônio) 378.622 doses ao custo unitário de R$ 20,30 / Interferon 52.506 doses ao custo médio R$ 65,35 / Imiglucerase (Doença de Gaucher)
6.925 doses de R$ 1.134,28 / Calcitrol 1.345.530 doses de R$ 0,83 / Glicose 2.420.098 doses de R$ 1,85
AIDS 0,46 16.664 em tratamento entre 5 e 11 anos / 1 p/ 883 pessoas / média 638 óbitos e 1.432 novos casos p/ ano / 367.586 exames anti HIV por ano/ 2.075 anti virais
Ambulatório < 24 horas observação 1,34 5.189.527 pacientes em observação até 24 horas em ambulatório
AVC e neurocirurgias 1,02 15.596 derrames (AVC) em 2001 por R$ 419,45 / 11.921 neurocirurgias por R$ 704,80 em 2001
Cardiologia (internações) 2,42 43.674 internações para cirurgias cardíacas (valvoplastia, angioplastia, infarto do miocardio, cardiopatia congênita, insuficiência cardíaca, revascularização,
trauma)
Cineangiocoronariografia 0,02 488 exames de R$ 470,38 / 1 exame para cada 30.173 habitantes
Consultas médicas 8,04 Média de 3 consultas médicas por ano para cada habitante / 44.826.666 consultas no ano 2000 / 6.765.762 consultas de emergências / custo médio de R$ 2,68
cada
Diabetes Melitus 0,26 12.458 internações por complicação da diabetes
Doenças Mentais 6,05 503.529 consultas psiquiátricas / 188.585 terapias em grupo R$ 5,59 cada/ 761.905 terapias individuais R$ 2,55 / 5 doentes p/ 100 habitantes / 34.479
internações
Doenças respitatórias 2 69.654 Internações (insuficiência respiratória aguda, afecções pulmonares e respirat.) custo de R$ 424 / não consideramos 3.071 exames ambulat.
Exames simples 1,62 Creatinina 1.338.096 / Uréia 1.448.377 / 1.148.873 lipídio, triglicerídeos / 1.706.665 urina / 642.894 microflor cérvico vaginal/ 155.683 anti-corpo rubéola
Facectomia c/ lente (Catarata) 0,44 14.686 c/ lente (R$ 443) e 77 s/ lente (R$ 259) em 2001 / 1 tratamento para cada 997 habitantes
Fisioterapia 0,11 18.508 sessões de fisioterapia por R$ 17,30 / 11.352 trat. reabilitação física de R$ 5,95 / 1.146 internações para reabilitação de R$ 1.018,00
Gravidez e Parto 3,3 Tratamentos em obstetrícia / partos / complicações gestacionais (111.344 atendimentos)
Hemodiálise (sessões) 5,07 1 sessão p/ cada 20 habitantes / 849.759 sessões (hemodiálise I e II) limitado 3 sessões por semana / custo médio ponderado de R$ 101,47 por sessão
Hemograma completo 0,82 2.946.043 exames SUS p/ ano / 1 exame para cada 5 habitantes / o custo unitário deste exame no SUS é de R$ 4,11
Hepatite 0,45 362.864 exames anti vírus hepatite
Internações (outros) 33,57 Média de 6 intern. p/ 100 hab. / 877.277 int. no ano 2000 / 3,77 leitos por 1.000 hab. (55.511 leitos) / média de 10,9 dias de permanência / custo R$ 559,46 cada
Internações CTI / UTI 2,09 4.209 internações sob cuidados especiais
Mamografia 0,3 146.824 exames de mamografia bilateral por R$ 30,12 ao ano
Medicina Nuclear / tratamento câncer 0,85 174.935 exames (cobaltoterapia / quimioterapia / radioterapia / crioterapia / tr. Hormônio) / custo médio ponderado de R$ 59,58 / 3.040 internações por R$
737,24
Neoplasias (internações) 0,71 13.747 Cirurgias em oncologia de porte 1 à 15 com custo médio ponderado de R$ 754,93
Peq. Cirurgia da Pele e Tecidos 0,6 Cirurgia de pele e tecidos, afecção de pele, queimados pequena, média e alta complexidade / 31.172 ocorrên cias em 2001
Proteses / Orteses 0,13 10.392 próteses ligadas ao ato cirúrgico / 2.807 órteses / R$ 142,46 de custo médio ponderado
Raio X / trat. Ortopédicos ambulat. 1,59 1.182.447 tratamentos de fraturas seguidos de rx / custo médio ponderado de R$ 19,79 / 1 tratamento para cada 12 habitantes no ano de 2001
Ressonância Magnética 0,03 1.688 exames por R$ 268,75 cada em 2001 / 1 exame para cada 8.723 habitantes
Sorologia / Hemoterapia / Imunologia 1,77 224.834 exames e trat. Sorologia / 1.826.040 hemoterapias / 290.986 imunologia
Tomografia Computadorizada 0,36 53.339 exames em 2001 / custo médio ponderado de R$ 100,34
Toxoplasmose 0,33 282.088 exames ao custo médio ponderado de R$ 17,33
Transplantes de córnea 0,00076 1 p/ cada 588.979 habit. / 25 transplantes de córnea em 2001 por R$ 389,64/ 7 complicações pós operatório R$ 115,00 / 1 reoperação R$ 645,28
Transplantes de Rim (insuf. Renal) 0,41 230 transplantes renais ao custo de R$ 15.996,99 / 4.994 tratamentos de insuficiência hepática custo médio R$ 455,42
Tratamento cirúrgico ortopédico 1,42 28.686 cirurgias ortopédicas ao custo de R$ 730,70
Tuberculose 0,14 118.221 exames para diagnóstico por R$ 4,2 cada / 2.149 internações para tratamentos
79,38
Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) e Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS)

Obs.: Não foram considerados no estudo outros tipos de transplantes, hanseníase, cirurgias de tórax, doenças e tratamentos do aparelho digestivo, pediatria, problemas
com neo-natal, pré natal, exames de ultrasonografia, cirurgia videolaparoscopica, entre muitos outros procedimentos.
ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA DAS OPERADORAS DE SAÚDE PRIVADAS (OUTUBRO 2002) PROF. GUSTAVO CUNHA MELLO

Distribuição dos custos por grupo de procedimentos

doenças crônicas e
infecciosas 12%

cirurgias, transplantes e parto


9%

internações hospitalares
(AIDS, Câncer, CTI,
exames complexos 14% medicamentos) 53%

exames simples e consultas


12%
ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA DAS OPERADORAS DE SAÚDE PRIVADAS (OUTUBRO 2002) PROF. GUSTAVO CUNHA MELLO

CONCLUSÃO:

Pressupostos:

1) Os custos de tratamentos médicos são 10 (dez) vezes maiores na iniciativa privada do que o pago pelo SUS (Fonte: Cremerj,
Cremesp);
2) O SUS atende toda a população do Estado do Rio de Janeiro, 14.724.479 de habitantes, independentemente daqueles que possuem
planos particulares (Isso reduz o custo per capita, na medida que divide por uma população maior os gastos efetuados pelo SUS);
3) A amostra escolhida de procedimentos médicos é representativa da totalidade dos procedimentos médicos praticados, exceto aqueles
não cobertos pelos planos e seguros saúde (exemplo: excluímos transplantes de fígado);
4) R$ 79,38 é o custo anual per capita do SUS por habitante no Estado do Rio de Janeiro (Fonte: nossa pesquisa);
5) Não consideramos aqui custos administrativos e comerciais das operadoras de saúde, o que elevaria o custo mínimo.

Desenvolvimento:

R$ 79,38 x 10 = R$ 793,80 (custo anual per capita na iniciativa privada)


R$ 793,80 ÷ 12 = R$ 66,15 (custo mensal per capita na iniciativa privada)

Formulação de Hipótese:

Nossa conclusão é de que nenhuma operadora de saúde pode trabalhar com um custo inferior a R$ 66,15 per capita, ou como preço médio de
sua carteira de clientes. Outra hipótese é de que aquelas que operavam com custos abaixo desse limite, conseguiam sobreviver graças a uma
série de limites e exclusões nos contratos praticados antes de 1998. Para se ter uma idéia haviam contratos que não cobriam cirurgias
cardíacas. Após a obrigatoriedade (Lei 9.656/98) de oferecer amplo atendimento médico, essas operadoras passaram a enfrentar o problema
de elevar custos e perder clientes. Isso confirma o que se depreende dos jornais com o fechamento de uma série de operadoras de saúde.
Fato, que acreditamos se intensificar nos próximos anos.

Potrebbero piacerti anche