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CONVERSÃO DE ENERGIA

CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD

Conversão de Energia – Prof. Dr. Helder Anibal Hermini

Meu nome é Helder Anibal Hermini. Fiz graduação em Física pela Universidade Estadual Paulis-
ta Júlio de Mesquita Filho (1994), mestrado na área de Engenharia de Controle e Automação na
Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual de Campinas (1996), doutorado
na área de Engenharia de Controle e Automação na Faculdade de Engenharia Mecânica da
Universidade Estadual de Campinas (2000) e Pós Doutorado na área de Engenharia de Controle
e Automação na Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual de Campinas em
Engenharia Mecânica pela Universidade Estadual de Campinas (2001). Atuo como Professor
Pesquisador na Faculdade de Tecnologia ´Arthur de Azevedo´ - Mogi Mirim (FATEC Mogi Mirim)
e professor nas áreas de Engenharia Elétrica, Mecânica e Computação no Centro Universitário
das Faculdades Associadas de Ensino UNIFAE. Tenho experiência em desenvolvimento de pes-
quisa nas áreas de Engenharia Elétrica, Mecânica e Mecatrônica, com ênfase em Engenharia
Mecatrônica, atuando principalmente nos seguintes temas: mecatrônica, eletrônicas, robótica,
automação, teoria do controle e Inteligência Artificial, tendo atuado como professor e orienta-
dor na pós-graduação na Faculdade de Engenharia Mecânica da UNICAMP.

E mail: hdabhr@gmail.com
Helder Anibal Hermini

CONVERSÃO DE ENERGIA

Batatais

Claretiano

2017
© Ação Educacional Claretiana, 2016 – Batatais (SP)
Trabalho realizado pelo Claretiano – Centro Universitário

Cursos: Graduação
Disciplina: Conversão de Energia
Versão: fev./2017
(Original do Autor)

Reitor: Prof. Dr. Pe. Sérgio Ibanor Piva


Vice-Reitor: Prof. Ms. Pe. José Paulo Gatti
Pró-Reitor Administrativo: Pe. Luiz Claudemir Botteon
Pró-Reitor de Extensão e Ação Comunitária: Prof. Ms. Pe. José Paulo Gatti
Pró-Reitor Acadêmico: Prof. Ms. Luís Cláudio de Almeida

Coordenador Geral de EaD: Prof. Ms. Evandro Luís Ribeiro


Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves

Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional

Preparação Revisão
Aline de Fátima Guedes Eduardo Henrique Marinheiro
Camila Maria Nardi Matos Filipi Andrade de Deus Silveira
Carolina de Andrade Baviera Rafael Antonio Morotti
Cátia Aparecida Ribeiro Rodrigo Ferreira Daverni
Dandara Louise Vieira Matavelli Talita Cristina Bartolomeu
Elaine Aparecida de Lima Moraes Vanessa Vergani Machado
Josiane Marchiori Martins
Projeto gráfico, diagramação e capa
Lidiane Maria Magalini
Bruno do Carmo Bulgarelli
Luciana A. Mani Adami
Joice Cristina Micai
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Patrícia Alves Veronez Montera
Luis Antônio Guimarães Toloi
Raquel Baptista Meneses Frata
Raphael Fantacini de Oliveira
Simone Rodrigues de Oliveira
Tamires Botta Murakami
Videoaula
Marilene Baviera
Renan de Omote Cardoso

Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia,
gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana.

Claretiano - Centro Universitário


Rua Dom Bosco, 466 – Bairro: Castelo
Batatais/SP – CEP 14.300-000
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Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretianobt.com.br
SUMÁRIO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 10
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS ................................................................................................................................... 11
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE ...................................................................................................................... 15
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................................. 15
5. E-REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................................... 15

UNIDADE 1 - CONVERSÃO DE ENERGIA INTRODUÇÃO E ASPECTOS GERAIS


1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 17
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA .................................................................................................................... 17
2. 1. ASPECTOS GERAIS SOBRE ENERGIA ............................................................................................................. 17
2. 2. SISTEMAS DE CONVERSÃO DE ENERGIA ...................................................................................................... 21
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ....................................................................................................................... 35
3. 1. ASPECTOS GERAIS SOBRE ENERGIA ............................................................................................................. 35
3.2. GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA A PARTIR DE BIOMASSA ........................................................................... 35
3.3. GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA A PARTIR DA ENERGIA GEOTÉRMICA ....................................................... 36
3.4. GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ATRAVÉS DE CÉLULAS FOTOVOLTÁICAS .................................................. 36
3.4. GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA A PARTIR DA ENERGIA EÓLICA ................................................................. 36
3.5. GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ATRAVÉS DE ENERGIA NUCLEAR .............................................................. 37
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................................................................. 37
5. CONSIDERAÇÕES ................................................................................................................................................... 42
6. E-REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................................... 42
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................................. 43

UNIDADE 2 - CONCEITOS DE ELETROMAGNETISMO APLICADOS EM CONVERSÃO


ELETROMECÂNICA DE ENERGIA
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 45
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA .................................................................................................................... 45
2. 1. MAGNETISMO .............................................................................................................................................. 45
2. 2. A LEI DE AMPÈRE E AS GRANDEZAS MAGNÉTICAS ...................................................................................... 46
2. 4. PRODUÇÃO DE UM CAMPO MAGNÉTICO POR MEIO DE UM FIO ................................................................ 55
2. 5. CIRCUITOS MAGNÉTICOS ............................................................................................................................. 57
2. 6. LEI DE FARADAY............................................................................................................................................ 62
2. 7. PRODUÇÃO DE FORÇA INDUZIDA EM UM CONDUTOR ............................................................................... 64
2. 8. TENSÃO INDUZIDA EM UM CONDUTOR EM MOVIMENTO NO INTERIOR DE UM CAMPO MAGNÉTICO .... 67
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ....................................................................................................................... 68
3. 1. MAGNETISMO .............................................................................................................................................. 69
3. 2. A LEI DE AMPÈRE E AS GRANDEZAS MAGNÉTICAS ...................................................................................... 69
3. 3. FLUXO MAGNÉTICO Φ .................................................................................................................................. 70
3. 4. PRODUÇÃO DE UM CAMPO MAGNÉTICO POR MEIO DE UM FIO ................................................................ 70
3. 5. CIRCUITOS MAGNÉTICOS ............................................................................................................................. 70
3. 6. LEI DE FARADAY............................................................................................................................................ 70
3. 7. PRODUÇÃO DE FORÇA INDUZIDA EM UM CONDUTOR ............................................................................... 71
3. 8. TENSÃO INDUZIDA EM UM CONDUTOR EM MOVIMENTO NO INTERIOR DE UM CAMPO MAGNÉTICO .... 71
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................................................................. 71
5. CONSIDERAÇÕES ................................................................................................................................................... 74
6. E-REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................................... 74
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................................. 74
UNIDADE 3 - TRANSFORMADORES MONOFÁSICOS E TRIFÁSICOS
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 77
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA .................................................................................................................... 77
2.1. ASPECTOS GERAIS SOBRE TRANSFORMADORES ........................................................................................... 77
2.2. TIPOS DE TRANSFORMADORES ..................................................................................................................... 79
2.3. O TRANSFORMADOR IDEAL .......................................................................................................................... 81
2.4. TRANSFORMAÇÃO DE IMPEDÂNCIA EM UM TRANSFORMADOR ................................................................. 85
2.5. TRANSFORMADORES MONOFÁSICOS REAIS ................................................................................................. 87
2.6. TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS ................................................................................................................. 91
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ....................................................................................................................... 96
3. 1. ASPECTOS GERAIS SOBRE TRANSFORMADORES .......................................................................................... 96
3.2.TIPOS DE TRANSFORMADORES ...................................................................................................................... 96
3.3. O TRANSFORMADOR IDEAL .......................................................................................................................... 97
3.4. TRANSFORMAÇÃO DE IMPEDÂNCIA EM UM TRANSFORMADOR ................................................................. 97
3.5. TRANSFORMADORES MONOFÁSICOS REAIS ................................................................................................. 97
3.6. TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS ................................................................................................................. 98
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................................................................. 98
5. CONSIDERAÇÕES ................................................................................................................................................... 99
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................... 100
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................................................... 100

UNIDADE 4 - MÁQUINAS DE CORRENTE CONTÍNUA


1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................................... 102
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA .................................................................................................................. 102
2.1. MODELO DE MÁQUINA CC COMPOSTA POR UMA ESPIRA GIRANTE ENTRE FACES POLARES
MAGNÉTICAS CURVADAS ............................................................................................................................ 102
2.2. COMUTADORES APLICADOS EM MÁQUINAS ELÉTRICAS COMPOSTAS POR UMA ESPIRA EM ROTAÇÃO
PARA A GERAÇÃO DE TENSÃO ELÉTRICA CC ................................................................................................ 108
2.3 CONJUGADO INDUZIDO EM UMA ESPIRA EM ROTAÇÃO ............................................................................ 109
2.4 PRINCIPAIS ELEMENTOS DE MÁQUINAS CC ................................................................................................. 117
2.5 MOTORES CC ................................................................................................................................................ 118
2.6 MOTORES DE EXCITAÇÃO INDEPENDENTE E EM DERIVAÇÃO ..................................................................... 121
2.7. MOTOR CC DE ÍMÃ PERMANENTE .............................................................................................................. 126
2.8. MOTOR CC SÉRIE ......................................................................................................................................... 127
2.9. MOTOR CC COMPOSTO .............................................................................................................................. 130
2.10. GERADORES CC ......................................................................................................................................... 135
2.11. GERADOR DE EXCITAÇÃO INDEPENDENTE................................................................................................ 136
2.12. GERADOR CC EM DERIVAÇÃO ................................................................................................................... 141
2.13. GERADOR CC SÉRIE ................................................................................................................................... 142
2.14. GERADOR CC COMPOSTO CUMULATIVO .................................................................................................. 144
2.15. GERADOR CC COMPOSTO DIFERENCIAL ................................................................................................... 145
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ..................................................................................................................... 147
3.1. MODELO DE MÁQUINA CC COMPOSTA POR UMA ESPIRA GIRANTE ENTRE FACES POLARES
MAGNÉTICAS CURVADAS ............................................................................................................................ 147
3.2. COMUTADORES APLICADOS EM MÁQUINAS ELÉTRICAS COMPOSTAS POR UMA ESPIRA EM ROTAÇÃO
PARA A GERAÇÃO DE TENSÃO ELÉTRICA CC ................................................................................................ 148
3.3. CONJUGADO INDUZIDO EM UMA ESPIRA EM ROTAÇÃO ........................................................................... 148
3.4. PRINCIPAIS ELEMENTOS DE MÁQUINAS CC ................................................................................................ 148
3.5. MOTORES CC ............................................................................................................................................... 148
3.6. MOTORES DE EXCITAÇÃO INDEPENDENTE E EM DERIVAÇÃO .................................................................... 149
3.7. MOTOR CC DE ÍMÃ PERMANENTE .............................................................................................................. 149
3.8. MOTOR CC SÉRIE ......................................................................................................................................... 149
3.9. MOTOR CC COMPOSTO .............................................................................................................................. 150
3.10. GERADORES CC ......................................................................................................................................... 150
3.11. GERADOR DE EXCITAÇÃO INDEPENDENTE................................................................................................ 150
3.12. GERADOR CC EM DERIVAÇÃO ................................................................................................................... 151
3.13. GERADOR CC SÉRIE ................................................................................................................................... 151
3.14. GERADOR CC COMPOSTO CUMULATIVO .................................................................................................. 151
3.15. GERADOR CC COMPOSTO DIFERENCIAL ................................................................................................... 152
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................................................................... 152
5. CONSIDERAÇÕES ................................................................................................................................................. 155
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................... 155
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................................................... 156
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

Conteúdo
A disciplina objetiva apresentar as diferentes variáveis que têm influência na conversão de energia. São revisados os
conceitos-chave de magnetismo e de eletromagnetismo a fim de compreender como ocorre a conversão eletromecâni-
ca de energia. Por fim, são estudados os transformadores, classificados como monofásicos e como trifásicos e as máqui-
nas de corrente contínua.

Bibliografia Básica
CHAPMAN, S. J. Fundamentos de Maquinas Elétricas. 5. ed. Porto Alegre: Editora MacGraw-Hill, 2013.
FITZGERALDI, A. E., KINGSLEY Jr., C & UMANS. Máquinas Elétricas. 7. ed. São Paulo: Editora BOOKMAN,2006.
KOSOW, I. Máquinas Elétricas e Transformadores. 4. ed. Rio de Janeiro: Editora Globo, 1998.

Bibliografia Complementar
TORO, V. D. Fundamentos de Máquinas Elétricas. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora Livros Técnicos e Científicos, 1999.
McPHERSON, G.; LARAMORE, R. D. An Introduction to Electrical Machines and Transformers. 2. ed. New York: Editora John Wiley &
Sons, 1990.
SEN, P.C. Principles of Electric Machines and Power Electronics, 2. Ed. New York-USA: Editora John Wiley& Sons, 1997.
CATHEY, J.J. Electricmachines.1.Ed. New York-USA: Editora Mc-Graw-Hill, 2000.

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É importante saber: _____________________________________________________________
Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes:
Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá ser assimilado para aquisição das
competências, habilidades e atitudes necessárias à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os princi-
pais conceitos, os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento ontológico (o que é?) e
etiológico (qual sua origem?) referentes a um campo de saber.
Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente selecionados nas Bibliotecas Virtuais
Universitárias conveniadas ou disponibilizados em sites acadêmicos confiáveis. São chamados “Conteúdos Digitais Inte-
gradores” porque são imprescindíveis para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referência. Juntos, não apenas
privilegiam a convergência de mídias (vídeos complementares) e a leitura de "navegação" (hipertexto), como também
garantem a abrangência, a densidade e a profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obriga-
tórios, para efeito de avaliação.
______________________________________________________________________________

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CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

1. INTRODUÇÃO
Prezado aluno, seja bem-vindo! Iniciaremos o estudo de Conversão de Energia, por meio do
qual você obterá as informações necessárias para o embasamento teórico da sua futura profissão e
para as atividades decorrentes. Você pode estar se perguntando: para que estudar Conversão de
Energia? Qual sua aplicação na prática?
Para iniciarmos esta jornada, uma das maiores justificativas de se querer aprender os funda-
mentos da conversão de energia, é que esta área da ciência fornece a base da geração e transmis-
são de energia elétrica, que é a principal forma de utilização de energia em termos mundiais.
O estudo dos sistemas de conversão de energia tem como por principal desígnio o estudo das
máquinas elétricas e dos transformadores.
As máquinas são engenhos dedicados a transformar alguma forma de energia em trabalho
mecânico, ou ainda, transformar trabalho mecânico em outra forma de energia.
Em especial, em máquinas elétricas podem ocorrer duas situações. A primeira situação é a de
utilizarmos uma máquina elétrica de forma que quando movida, gera energia elétrica e a segunda
forma é que quando se alimenta com energia elétrica, ela se move. A primeira situação está relacio-
nada com a aplicação da máquina elétrica como um gerador elétrico e a segunda situação está rela-
cionada com a aplicação da máquina elétrica como motor elétrico. Veremos posteriormente que
uma máquina elétrica pode operar como gerador ou como um motor.
A base do funcionamento das máquinas elétricas é o eletromagnetismo. Suas leis são funda-
mentais no dimensionamento de projetos de engenharia destes produtos tecnológicos que revolu-
cionaram a humanidade.
Na Unidade 2, você irá estudar as principais leis do eletromagnetismo que são aplicadas no
projeto de geradores e motores elétricos. Inicialmente será descrita a contribuição de Hans Christi-
an Orsted, que descobriu que quando fluía uma corrente elétrica em um fio condutor, havia a cria-
ção de um campo magnético na região do espaço em que o fio estava imerso. Depois, irá conhecer a
contribuição de Michael Faraday, que descobriu que era possível se induzir uma corrente elétrica
em um fio condutor se houvesse a variável de um fluxo magnético na região onde o condutor esti-
vesse imerso. Estas ideias em concatenação com a de outros grandes cientistas como James Clerk
Maxwell, que organizou na forma de um enunciado as quatro leis do Eletromagnetismo, revolucio-
naram tecnologicamente a humanidade.
Como citado anteriormente, os geradores elétricos têm que ser movimentados pela ação de
um conjugado externo. Para tal, nas usinas de geração de energia elétrica são utilizados moinhos de
vento, turbinas impulsionadas pela água represada ou vapor gerado pela queima de combustíveis
fósseis ou nucleares em máquinas térmicas que movem motores a vapor. Estas formas de geração
de energia elétrica serão estudadas na Unidade 1, na qual iremos analisar os aspectos gerais dos
principais tipos de conversão de outras formas de energia em energia elétrica.
Ainda discorrendo sobre o processo de geração e transmissão de energia elétrica, é de suma
importância a utilização dos transformadores, pois, seria impossível a transmissão de energia elétri-
ca a longas distancias se não houvesse a amplificação da tensão elétrica alternada, que é feita por
transformadores elevadores de tensão nas usinas geradoras de energia elétrica. Além disso, para ser
utilizada esta forma de energia, há a necessidade da redução da tensão que é feita por transforma-
dores abaixadores de tensão. Existem vários outros tipos de transformadores e a aplicação destes

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CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

dispositivos é muito importante em várias aplicações da eletricidade e da eletrônica. Na Unidade 3,


estudaremos os transformadores monofásicos e trifásicos.
Temos máquinas elétricas desenvolvidas para operar em corrente contínua, como também,
em corrente alternada.
Neste livro, estudaremos as máquinas de corrente contínua, enfatizando os motores CC e os
geradores CC.
Os motores CC trabalham pela interação entre campos eletromagnéticos. O princípio em que
os motores eletromagnéticos são baseados é que há uma força mecânica em todo o fio quando está
conduzindo corrente elétrica imersa em um campo magnético. A força é descrita pela lei da força de
Lorentz e é perpendicular ao fio e ao campo magnético. Em um motor giratório, há um elemento
girando, o rotor. O rotor gira porque os fios e o campo magnético são arranjados de modo que um
conjugado seja desenvolvido sobre a linha central do rotor. Esta ideia ficará clara quando estudar-
mos a máquina elétrica mais simples que existe que é composta por apenas uma espira imersa em
um campo magnético gerado por dois polos magnéticos. Existem vários tipos de motores CC, que
foram criados em função da necessidade do desenvolvimento de novos desafios tecnológicos. A
descrição detalhada do princípio de funcionamento de máquinas elétricas, bem como a apresenta-
ção analítica dos principais tipos de motores CC, será feita na Unidade 4.
Ainda na Unidade 4 serão apresentados os principais tipos de geradores CC.
Como se pode compreender, a área de Conversão de Energia é ampla e necessita de requisitos
advindos de outras áreas das engenharias. No decorrer do desenvolvimento deste material, serão
aplicados conceitos de eletromagnetismo, entretanto, a ordem da aplicação do conhecimento será
gradativa, de forma que sempre seja possível haver o entendimento lógico do conteúdo.
O desenvolvimento deste material possui uma sequência que visa facilitar o entendimento e a
didática. Torna-se fundamental, portanto, a compreensão de um assunto anterior para prosseguir-
mos ao capítulo seguinte. Vamos iniciar esse desafio? Convido você a cursar as unidades de estudo,
sem se esquecer da grande responsabilidade que terá de agora em diante em pensar matematica-
mente. Engenheiros trabalham no dimensionamento de princípios da Natureza para concretizar
construções civis, máquinas e ações físicas em geral. Estes princípios poderão ser realmente aplica-
dos somente se forem analisados de forma científica e objetiva e a principal ferramenta a ser utili-
zada é a Matemática, pois ela foi o alfabeto com que Deus redigiu o Universo.

2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e precisa das definições conceituais,
possibilitando um bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conhecimento
dos temas tratados.
1) Amostragem: procedimento de medição instantânea de valores de um sinal analógico
em intervalos regulares. O intervalo entre as amostras é determinado por um pulso de
sincronismo e a sua frequência é chamada de taxa de amostragem.
2) Bobina: conjunto de espiras ligadas a uma corrente elétrica, que geram um campo
eletromagnético.
3) Caldeira: recipiente cuja função é, entre muitas, produzir vapor através do
aquecimento da água.

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CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

4) Campo magnético: região em volta de um ímã ou cargas elétricas em movimento,


onde acontecem as interações magnéticas.
5) Componente normal: componente perpendicular.
6) Condutor: qualquer meio ou dispositivo em que se propaga uma corrente elétrica.
7) Conjugado: grandeza vetorial definida a partir da componente perpendicular ao eixo
de rotação da força aplicada sobre um objeto que é efetivamente utilizada para fazê-lo
girar em torno de um eixo ou ponto central conhecido como ponto pivô ou ponto de
rotação. A distância do ponto pivô ao ponto onde atua uma força F é chamada braço
do conjugado e é denotada por ‘r’.
8) Corrente elétrica: é o fluxo ordenado de partículas, é o deslocamento de cargas dentro
de um condutor, quando existe uma diferença de potencial elétrico entre as
extremidades.
9) Corrente alternada: a corrente alternada ou corrente CA, é uma corrente elétrica cujo
sentido varia no tempo, ao contrário da corrente contínua cujo sentido permanece
constante ao longo do tempo. A forma de onda usual em um circuito de potência CA é
senoidal por ser a forma de transmissão de energia mais eficiente. Entretanto, em
certas aplicações, diferentes formas de ondas são utilizadas, tais como: triangular ou
ondas quadradas.
10) Curto-circuito: passagem de corrente elétrica acima do normal em um circuito devido
à redução abrupta da impedância deste. Ocorre curto-circuito quando uma ligação
errada é feita eliminando componente(s) do circuito, a diferença de potencial elétrico
(ddp) vale zero e a corrente elétrica passa pelo fio que não tem resistência.
11) Energia elétrica: é uma forma de gerar energia fundamentada na geração de
diferenças de potencial elétrico entre dois pontos, que permitem estabelecer uma
corrente elétrica entre ambos.
12) Entreferro: também conhecido como air gap, é o termo utilizado, em circuitos
magnéticos, para denominar o espaço entre o indutor e o circuito ferromagnético a
que está acoplado. Por exemplo, num motor, chama-se entreferro ao espaço entre o
rotor e o estator. Num indutor com núcleo ferromagnético, chama-se entreferro ao
espaço entre os enrolamentos e o núcleo.
13) Escova: partes condutoras de energia que ligam as bobinas do motor ao seu rotor.
14) Espira: o termo espira, do grego speira ao latim spira, significa algo que se enrola e
pode ser atribuído a diversas aplicações onde esse enrolamento se observa.
15) Estator: parte de um motor ou gerador elétrico que se mantém fixo à carcaça e tem
por função conduzir o fluxo magnético, nos motores para rotacionar e nos geradores
para transformar a energia cinética do induzido.
16) Fasor: em física e engenharia, um vetor de fase ou fasor, é uma representação de uma
função senoidal cuja amplitude (A), frequência angular (ω) e fase (θ) são invariantes no
tempo. É um subconjunto de um conceito mais geral chamado representação analítica.
17) Fase: o termo "fase" designa o condutor, no qual o potencial elétrico em relação à
terra é variável, ou seja, entre o "fase" e a terra encontramos uma diferença de
potencial elétrico variável no tempo.

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CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

18) Fator de potência: o fator de potência (FP) de um sistema elétrico qualquer, que está
operando em corrente alternada (CA), é definido pela razão da potência real ou
potência ativa pela potência total ou potência aparente.
19) Força eletromotriz: é a propriedade de que dispõe um dispositivo qualquer a qual
tende a ocasionar produção de corrente elétrica num circuito. É uma grandeza escalar
e não deve ser confundida com uma diferença de potencial elétrico (DDP), apesar de
ambas terem a mesma unidade de medida. No Sistema Internacional de Unidades a
unidade de medida da força eletromotriz é o Volt. A DDP entre dois pontos é o
trabalho por unidade de carga que a força eletrostática realiza sobre uma carga que é
transportada de um ponto até o outro; a DDP entre dois pontos é independente do
caminho ou trajeto que une um ponto ao outro. A força eletromotriz é o trabalho por
unidade de carga que uma força não eletrostática realiza quando uma carga é
transportada de um ponto a outro por um particular trajeto; isto é, a força
eletromotriz, contrariamente da DDP, depende do caminho.
20) Força magnetomotriz: a força magnetomotriz provê um meio matemático para definir
um campo magnético em eletromagnetismo clássico. É análogo ao potencial elétrico o
qual define o campo elétrico na eletrostática.
21) Histerese: palavra derivada do grego e que significa atraso. Histerese é, portanto, a
tendência de um sistema de conservar suas propriedades na ausência de um estímulo
que as gerou, ou ainda, é a capacidade de preservar uma deformação efetuada por um
estímulo. Substâncias ferromagnéticas se imantam facilmente quando na presença de
um campo magnético. Quando se retira a fonte que deu a influência a este campo, a
substância não se desmagnetiza completamente, tão menos de forma instantânea. A
esse fenômeno se denomina histerese magnética.
22) Indutor: dispositivo elétrico passivo que armazena energia na forma de campo
magnético, normalmente combinando o efeito de vários loops da corrente elétrica.
23) Impedância elétrica: oposição que um circuito elétrico faz à passagem de corrente
quando é submetido a uma tensão.
24) Linha de transmissão: sistema usado para transmitir energia eletromagnética. Esta
transmissão não é irradiada, e sim, guiada de uma fonte geradora para uma carga
consumidora, podendo ser uma guia de onda, um cabo coaxial ou fios paralelos ou
torcidos.
25) Magnetita: mineral magnético formado pelos óxidos de ferro II e III ( FeO . Fe2O3 ), cuja
fórmula química é Fe3O4. É um material quebradiço, fortemente magnético, de cor
preta, de brilho metálico. A magnetita é a pedra-imã mais magnética de todos os
minerais da Terra.
26) Magnetização: O termo magnetização refere-se ao fenômeno de resposta da matéria
frente a campos magnéticos excitantes, na maioria dos casos frente a campos
excitantes externos. Quando se imerge um pedaço de matéria qualquer em uma região
onde há um campo magnético preexistente, a estrutura deste material responde ao
campo no qual fora imerso mediante a produção de um campo magnético próprio,
cuja intensidade e orientação dependem não apenas do campo externo excitante,
como também das propriedades do material que compõe o objeto em questão. Diz-se,
então, que o material encontra-se magnetizado.

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CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

27) Polaridade: em física e engenharias é um atributo com dois possíveis valores, como
por exemplo: Polos Norte e Sul, Positivo e Negativo.
28) Reatância indutiva: é oposição à corrente CA devida à indutância de um circuito
elétrico, circuito eletrônico ou bobina. É medida em ohms (Ω), designada pelo símbolo
29) Rotor: o rotor é o componente que gira (rota) em uma máquina elétrica, seja esta um
motor ou um gerador elétrico. O rotor é formado por um eixo que suporta um
conjunto de bobinas enroladas sobre um núcleo magnético que pode girar dentro de
um campo magnético criado tanto por um imã ou pela passagem por outro conjunto
de bobinas, enroladas sobre umas peças polares, que permanecem estáticas e que
constituem o que se denomina estator de uma corrente contínua ou alternada,
dependendo do tipo de máquina do qual se trate.
30) Tensão elétrica: é a diferença de potencial elétrico entre dois pontos ou a diferença
em energia potencial elétrica, por unidade de carga elétrica, entre dois pontos. Sua
unidade de medida é o volt, homenagem ao físico italiano Alessandro Volta. A
diferença de potencial é igual ao trabalho que deve ser feito, por unidade de carga
contra um campo elétrico para se movimentar uma carga qualquer. Uma diferença de
potencial pode representar tanto uma fonte de energia (força eletromotriz), quanto
pode representar energia "perdida" ou armazenada (queda de tensão).
31) Turbina: equipamento mecânico que transforma energia de algum fluido como água,
vento, gás, etc., que se move através dela, convertendo ou a energia cinética ou a
energia potencial com diferença para cada fluido.

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CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE


O Esquema, a seguir, possibilita uma visão geral dos conceitos mais importantes deste estudo.

Usinas de conversão de outras formas


de energia em Energia Elétrica

Eletromagnetismo

Máquinas Elétri- Transforma-

Máqui- Má- Transfor- Transfor-


nas quinas madores Mono- madores Trifási-
Elé i Elé i fá i

M Ge-
otores radores
CC
Figura 1 Esquema de Conceitos-chave de Conversão de Energia.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHAPMAN, S. J. Fundamentos de Maquinas elétricas. 5. ed. Porto Alegre: Editora MacGraw-Hill, 2013.
FITZGERALDI, A. E.; KINGSLEY Jr., C. U. Máquinas elétricas. 7. ed. São Paulo: Editora Bookman, 2006.
KOSOW, I. Máquinas elétricas e transformadores. 4. ed. Rio de Janeiro: Editora Globo, 1998.

5. E-REFERÊNCIAS
ANEEL. Atlas de energia elétrica do Brasil. Disponível em: <http://www2.aneel.gov.br/arquivos/PDF/atlas3ed.pdf>. Acesso em: 16 jan.
2017.
WIKIPEDIA. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal>. Acesso em: 16 jan. 2017.

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UNIDADE 1
CONVERSÃO DE ENERGIA INTRODUÇÃO E ASPECTOS GERAIS

Objetivos
• Identificar o conceito de energia, suas propriedades e formas de manifestação na natureza.
• Entender quais as principais formas de conversão de energia em diferentes tipos de usinas de energia elétrica.
• Compreender o panorama das principais vantagens e desvantagens dos sistemas de geração de energia elétrica.

Conteúdos
• Aspectos gerais sobre energia.
• Sistemas de conversão de energia.
• Estruturas de geração e transmissão de energia.

Orientações para o estudo da unidade


Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir:
1) Não se limite a este conteúdo, busque outras informações em sites confiáveis e/ou nas referências bibliográficas,
apresentadas ao final de cada unidade. Lembre-se de que, na modalidade EaD, o engajamento pessoal é um fator
determinante para o seu crescimento intelectual.
2) Busque identificar os principais conceitos apresentados, siga a linha gradativa dos assuntos até poder observar a
evolução do estudo sobre os aspectos gerais de Energia, suas formas de manifestação e sobre os principais tipos de
usinas geradoras de energia elétrica.
3) Não deixe de recorrer aos materiais complementares descritos no Conteúdo Digital Integrador.

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Unidade 1 – Conversão de Energia Introdução e Aspectos Gerais

1. INTRODUÇÃO
Nesta unidade, inicialmente estudaremos os conceitos básicos sobre Energia, descrevendo su-
as características e formas de manifestação na natureza.
Posteriormente, estudaremos as principais formas de conversão de energia elétrica a partir de
outras formas de energia, abordando as estruturas dos principais sistemas de geração e transmissão
de energia elétrica, analisado de forma comparativa os custos e benefícios das tecnologias envolvi-
das nestes processos.

2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA


O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma sucinta, os temas abordados nesta uni-
dade. Para sua compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteúdo
Digital Integrador.

2. 1. ASPECTOS GERAIS SOBRE ENERGIA


A palavra Energia é derivada da palavra grega "ergos", que significa “trabalho”. Em Física, a
Energia está relacionada à capacidade de realização de trabalho, ação ou movimento, gerar calor e
emitir luz.
Energia é um dos conceitos essenciais que é aplicado em muitas das áreas da Ciência e Tecno-
logia, tais como Física, Química, Biologia, Economia, Engenharias, Medicina, dentre outras.
A Energia não pode ser criada e nem destruída, mas pode ser transformada, armazenada e
transportada. Devido a estas propriedades, é possível sua utilização nas mais diversas formas.
Contemplando a natureza, podemos verificar diversas formas de energia. Olhando para o céu,
vemos o Sol que emite luz e calor entre outras ondas eletromagnéticas, que são produzidas devido a
um processo de fusão nuclear de átomos de hidrogênio em hélio. Esta energia é transmitida através
do espaço, passando por nosso planeta, e é convertida em outros tipos de energia, permitindo den-
tre muitos fenômenos o milagre da vida.
O calor solar irradiado e absorvido na Terra gera a variação da temperatura da atmosfera e do
solo, gerando a movimentação do ar, influenciando o clima devido ao deslocamento de massas ga-
sosas. Além disso, a variação de temperatura nas águas dos oceanos também gera as correntes ma-
rítimas.
Ainda olhando para o céu, vemos as formações de vapor d’agua nas nuvens que se condensam
e se faz a chuva que cai. Mas por que a chuva cai? A resposta é porque as gotas d’agua, devido a
altitude, apresentam energia potencial, energia esta que depende da posição do corpo.
No caso da gota d’agua, a energia potencial é do tipo energia potencial gravitacional, e é dada
pela expressão:
EP grav = m⋅ g ⋅h

Onde:
• EP grav – Energia Potencial Gravitacional.
• m – massa da gota de chuva.

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Unidade 1 – Conversão de Energia Introdução e Aspectos Gerais

• g – aceleração da gravidade do planeta Terra (g ≅ 9, 8 m/s2).


• h – altitude da gota d’agua.

No entanto, se a altitude da gota d’agua vai diminuindo, a energia potencial também vai dimi-
nuindo. Mediante esta informação, podemos nos perguntar: o que estaria acontecendo com esta
energia, já que nenhum tipo de energia pode ser destruído?
O que ocorre é que esta energia é convertida em outras formas de energia.
A gota d´agua inicia seu movimento com uma velocidade inicial nula, ou seja, v = 0. No proces-
so da queda livre, sua velocidade vai aumentando devido a ação da aceleração da gravidade e con-
forme sua velocidade vai aumentando, também vai aumentando por decorrência a sua energia ciné-
tica de acordo com a expressão.

m ⋅ v2
ECinética =
2
Onde:
• ECinética – Energia Cinética.
• m – massa da gota de chuva.
• v – velocidade da gota de chuva.

Devido ao atrito viscoso com o ar, uma parte da energia potencial será convertida em calor,
aumentando a temperatura da gota d’agua.
Para tanto, o mecanismo descrito para a ocorrência da chuva é análogo ao ocorrido nas hidre-
létricas. Devido ao represamento, a água possui energia potencial gravitacional. Essa energia poten-
cial gravitacional, por sua vez, converte-se em energia cinética, que é transferida às turbinas, permi-
tindo assim, a movimentação do gerador. Finalmente, a partir da movimentação do gerador, a ener-
gia cinética é transformada em energia elétrica.
Desde os primórdios da humanidade, o homem teve o interesse em procurar dominar os ele-
mentos da natureza, tais como: a água, o ar, a terra e o fogo. Aplicando esses elementos, foram in-
ventados moinhos de vento e rodas d’agua para debulhar e triturar grãos e bombear água. Com a
prospecção de minérios e a descoberta do ferro e de outros metais, deu-se origem a arte da meta-
lurgia.
Ante o domínio dessas novas técnicas e a genialidade de grandes inventores como Heron de
Alexandria (10 d.C. – 80 d.C.), associando o fogo e a água, passou-se a gerar energia através da pres-
são do vapor, criando-se, assim, a primeira máquina a vapor, que se caracteriza pela conversão de
energia térmica em energia mecânica. Tal conceito foi reformulado por muitos inventores no decor-
rer da história, mas foi o engenheiro Inglês James Watt quem finalmente o aperfeiçoou, gerando
não só a revolução industrial, como também a revolução dos transportes terrestres, a partir do em-
prego da máquina a vapor em trens e em transportes aquaviários.
O avanço nos estudos das “máquinas térmicas” gerou o surgimento da Termodinâmica e o de-
senvolvimento de aplicações tecnológicas que impulsionaram a indústria e os transportes. Neste

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Unidade 1 – Conversão de Energia Introdução e Aspectos Gerais

desígnio, se destacaram nomes como Benjamin Thompson, James Prescott Joule, James Watt, Nico-
las Sadi Carnot e William Thomson.
O principal fator que alavancou o desenvolvimento da Termodinâmica foi a necessidade de se
compreender a relação existente entre calor e trabalho, que são duas diferentes formas de energia.
James Watt enunciou a relação entre trabalho mecânico e calor, determinando a relação ma-
temática entre eles: o equivalente mecânico do calor. Isso permitiu que ele apresentasse a primeira
lei da termodinâmica. Essa lei estabelecia que as várias formas de energia, dentre elas a mecânica, a
elétrica e a térmica, podem ser transformadas uma na outra. Ele também trabalhou experimental-
mente com a ideia de calor dissipado por resistência elétrica.
O físico francês Nicolas Sadi Carnot, ao estudar os ciclos termodinâmicos, detalhou como
ocorrem as etapas de transformação reversíveis em um ciclo de um gás. Além disso, afirmou que a
eficiência térmica de uma máquina a vapor dependia da diferença entre as temperaturas das fontes
quente e fria.
Nos dias atuais, as máquinas a vapor se fazem presentes em muitos sistemas de geração de
energia elétrica. Podemos citar, como exemplo, as usinas termoelétricas nucleares, nas quais o
combustível nuclear é usado para gerar o vapor d’água, que por sua vez, move as turbinas. Além das
termoelétricas nucleares, ocorre que também é gerado o vapor pela queima de óleo diesel, gás na-
tural, bagaço de cana, dentre outros tipos de biomassa e gás liquefeito de petróleo.
Novos conceitos e invenções foram criados posteriormente a partir da aplicação do legado das
leis e conceitos da Termodinâmica. Dentre eles destacam-se o trabalho desenvolvido pelo engenhei-
ro alemão Nikolaus Otto, que desenvolveu o motor de combustão interna de ignição por centelha,
também denominado motor de ciclo Otto e o motor Diesel, inventado por Rudolf Diesel, no qual a
combustão se faz pelo aumento da temperatura provocado pela compressão do ar no motor.
O motor Diesel pode ser considerado um dos sistemas mecânicos mais importantes da história
da humanidade, pois utiliza como combustível óleo de origem vegetal ou animal. Vale ressaltar que
o nome “diesel”, dado ao produto oleoso obtido logo na primeira fase de refino do petróleo bruto,
foi uma homenagem a Rudolf Diesel. Tal combustível também é utilizado nesse tipo de motor.
Devido a sua simplicidade e excelente funcionamento, o motor Diesel revolucionou os setores
da indústria e dos transportes, substituindo dispendiosos sistemas mecânicos a vapor que até então
movimentavam as locomotivas e os transportes marítimos por unidades geradoras diesel-elétrica.
A evolução científica e tecnológica do homem permitiu o acesso a novas formas de energia,
permitindo transporte, armazenamento e transformação. Pesquisas na área da ondulatória possibi-
litaram a aplicação das ondas de rádio e televisão, raios X, raios γ, microondas, revolucionando as
comunicações, a medicina, entre outras áreas da sociedade.
Todas as ondas, mecânicas ou eletromagnéticas, transportam consigo Energia. Conforme uma
onda se propaga em um meio, ela vai convertendo parte da energia que transporta para o meio e
por decorrência há a perda de intensidade. Quando toda a energia que a onda transporta for dissi-
pada em outra forma de energia, não há mais a propagação da onda. Em outras palavras, uma onda
é um meio transmissor de energia.
Uma onda pode ter muitas utilidades, como a transmissão de informações utilizando um feixe
de raio laser que pode se propagar no espaço sideral, com quase ausência de matéria.

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Unidade 1 – Conversão de Energia Introdução e Aspectos Gerais

É fascinante o campo do armazenamento da energia. Pode-se armazenar a energia de forma


química, como acontece nas pilhas e baterias elétricas, bem como armazenar o ar comprimido em
um reservatório, ou ainda represando a água em uma barragem de uma usina hidrelétrica.
Uma das características mais importantes da energia é a sua capacidade de transformação de
uma forma para outra. Estas transformações podem ser controladas, como por exemplo, quando
ligamos o motor de um carro, a energia química da bateria se transforma em energia elétrica, que
por sua vez é utilizada no motor elétrico de partida e nos sistemas elétricos de ignição e injeção ele-
trônica. Além disso, nos cilindros do motor ocorre uma reação química de combustão entre o com-
bustível e o comburente e, com a explosão, ocorre o movimento dos pistões; por decorrência, a
energia cinética que é transmitida mecanicamente para as rodas girarem.
Outro tipo de energia, atualmente muito explorada e que exige um controle severo em sua
utilização, dada a sua alta periculosidade, é a energia nuclear. Também chamada energia atômica,
pode ser obtida por fissão (ou divisão) de núcleos pesados de urânio, ou pela fusão (ou ligação) de
núcleos leves, como dois núcleos de hidrogênio se fundindo, gerando um núcleo de Hélio.
Finalizando esta abordagem inicial, dedicada à descrição dos tipos de energia, destaca-se a
energia elétrica.
Definimos a energia elétrica como a forma de energia gerada ou transformada, com base na
diferença entre os potenciais elétricos entre dois pontos, que possibilitam a passagem de corrente
elétrica entre eles. Mediante a transformação adequada é possível obter-se outras formas finais de
uso direto, tais como: luz, força, movimento ou calor, segundo os elementos envolvidos da conser-
vação da energia. Devido a esta característica, ela é de primordial importância para o desenvolvi-
mento mundial e suas aplicações são infindáveis ante a criatividade humana. Ela pode fazer funcio-
nar diversos produtos elétricos e eletrônicos como os computadores que estão revolucionando o
mundo da informação, geladeiras, micro-ondas, lasers etc.
Vamos abordar as principais formas de conversão de outras formas de energia em energia elé-
trica. Nesse sentido, em sessões posteriores, será detalhada mais esta forma de energia.
Para tanto, cada uma das formas de energia, por sua vez, pode provocar fenômenos caracte-
rísticos. Tal realidade convida pensadores à investigação científica e tecnológica, gerando uma con-
tínua mudança em todos os setores da humanidade.
Na natureza podemos encontrar diferentes fontes de energia, que podem ser classificadas em
duas categorias, conforme a possibilidade de produção e manutenção: energias renováveis e ener-
gias não-renováveis.
As energias renováveis, como por exemplo a energia solar, que se dá pela captação dos raios
solares, havendo a conversão da radiação em calor, aquecendo água ou eletricidade e a energia
Eólica, que a partir de modernos aerogeradores, fornecem energia elétrica.
As energias não-renováveis são as que se encontram na natureza em quantias limitadas e,
conforme utilizadas extinguem-se. Em outras palavras, quando tais fontes de energia são esgotadas,
estas não podem mais ser regeneradas. Podemos citar, como exemplo, os combustíveis fósseis: pe-
tróleo, gás natural e urânio. Vale lembrar que este último é a matéria prima necessária na obtenção
da energia resultante dos processos de fissão nuclear.
Neste tópico, abordamos os conceitos básicos de energia: seu significado etimológico, suas
principais características e formas de manifestação na Natureza. Também apresentamos uma breve

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Unidade 1 – Conversão de Energia Introdução e Aspectos Gerais

descrição histórica, com a qual pudemos observar que a evolução da ciência, em especial o estudo
da energia, está fortemente atrelado às necessidades do homem no decorrer da História.

Com os vídeos propostos no Tópico 3.1., você irá complementar seus estudos a respeito dos
conceitos iniciais sobre energia e suas formas de manifestação na natureza. Antes de prosseguir
para o próximo assunto, assista aos vídeos indicados, procurando assimilar o conteúdo estudado.

2. 2. SISTEMAS DE CONVERSÃO DE ENERGIA

Geração de Energia Elétrica a partir de biomassa


Definimos como biomassa toda matéria orgânica que pode ser transformada em energia me-
cânica, térmica ou elétrica. Conforme sua origem, a biomassa pode ser: florestal (madeira), agrícola
(milho, beterraba, cana-de-açúcar) e rejeitos urbanos e industriais sólidos ou líquidos (lixo).
Atualmente, existem várias soluções tecnológicas para a geração de energia elétrica a partir
da biomassa, todas elas preveem a conversão da matéria-prima em um produto intermediário, que
por sua vez, será utilizado em uma máquina motriz. Essa máquina produzirá a energia mecânica que
acionará o gerador de energia elétrica.

Fonte: Revista Sustentabilize.


Figura 1 Princípio de funcionamento de usina de biomassa movida por vapor gerado a partir da queima de bagaço de cana.

No Brasil, nos últimos anos, tem havido grandes estímulos a investimentos na produção de
energia a partir da cana. Como pode ser visto na Figura 1, nas usinas de açúcar e álcool, o bagaço de
cana é queimado em caldeiras e a energia térmica resultante é utilizada na produção do vapor. Este

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Unidade 1 – Conversão de Energia Introdução e Aspectos Gerais

vapor produzido aciona as turbinas usadas no trabalho mecânico, que é requerido nas unidades de
produção, e as turbinas para geração de energia elétrica.
Além disso, o vapor que seria liberado na atmosfera após a realização desses processos pode
ser encaminhado para o atendimento das necessidades térmicas do processo de produção. Assim,
do ponto de vista comercial, este processo está maduro e é o mais difundido atualmente.
O Brasil conta, de modo inclusivo, com vários produtores nacionais da maior parte dos equi-
pamentos necessários.
A biomassa é uma das fontes para produção futura de energia com maior potencial de cresci-
mento e o Brasil conta, de modo inclusivo, com vários produtores nacionais que detém a maior par-
te dos equipamentos necessários.
Tanto no mercado internacional quanto no mercado brasileiro, a biomassa é considerada uma
das principais alternativas para a diversificação da matriz energética e a consequente redução da
dependência dos combustíveis fósseis. Dela é possível obter energia elétrica e biocombustíveis, co-
mo o etanol e o biodiesel, que também podem gerar energia elétrica em usinas termoelétricas.
Neste tópico, vimos o que é biomassa e sua utilização como fonte geradora de energia. A se-
guir, veremos outras fontes geradoras de energia.

Com os vídeos propostos no Tópico 3.2., você irá complementar seus estudos a respeito da
geração de energia elétrica a partir de biomassa. Antes de prosseguir para o próximo assunto, assis-
ta aos vídeos indicados, procurando assimilar o conteúdo estudado.

Geração de energia elétrica a partir da Energia Geotérmica


A Energia Geotérmica é obtida a partir do calor proveniente do interior do planeta Terra, que
é utilizado para se obter energia elétrica. A primeira experiência de geração de eletricidade a partir
de fontes geotérmicas ocorreu em 1904 na Itália, onde se conseguiu fornecer energia elétrica para o
funcionamento de quatro lâmpadas. Todavia, devido à presença de substâncias químicas contidas
no vapor, ocorreu a corrosão das máquinas.
No entanto, muitos estudos e projetos foram desenvolvidos e, devido ao avanço tecnológico,
atualmente estas usinas evoluíram de forma que podem fornecer potências na ordem dos 500 MW
instalados.
Na Figura 2, a seguir, será mostrado o esquema de uma usina geotérmica. Como pode ser vis-
to, a produção de eletricidade é feita através de uma turbina movida a vapor de água, que é produ-
zido pelo aquecimento do interior da Terra. Para a geração do vapor são perfurados dois poços vizi-
nhos, de modo que eles alcancem uma camada de rocha quente. Em um dos poços é injetada água,
que por sua vez se aquece e vaporiza na rocha e é expelida pelo outro poço. Tal processo é denomi-
nado metabolização geotérmica.
A produção de energia elétrica a partir desta fonte, não produz gases responsáveis pelo efeito
estufa, porém, a maioria dos fluxos de água geotérmicos contém gases dissolvidos, como por exem-
plo, o ácido sulfídrico, sendo que estes gases são enviados à usina de geração de energia junto com
o vapor de água. O caráter corrosivo, bem como as propriedades nocivas do ácido sulfídrico são

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causas que preocupam. O ácido sulfídrico presente no vapor pode causar sérios problemas de saúde
e até a morte por asfixia.

Figura 2 Princípio de funcionamento de Usina Geotérmica.

Um fato importante que deve ser destacado é que a água vinda do interior da Terra deve ser
adequadamente tratada, visto que esta contém uma quantidade considerável de minérios prejudici-
ais à saúde. Além disso, se uma grande quantidade de água for retirada da Terra, é bem provável
que ocorra uma instabilidade geológica na superfície.
Quanto ao custo, a produção de eletricidade a partir da energia geotérmica é extremamente
baixo. Tal fato faz da energia geotérmica a grande líder em energia ombro a ombro, com os mais
rentáveis da energia hídrica, eólica e até mesmo carvão, petróleo, gás e energia nuclear.
Outra importante aplicação da energia geotérmica é como uma eficiente fonte de calor em
pequenas aplicações de utilização final, como por exemplo, estufas. Entretanto, os consumidores
devem estar localizados perto da fonte de calor.
Neste tópico, vimos o que é Energia Geotérmica, sua obtenção e sua utilização como fonte ge-
radora de energia. Além disso, vimos que se trata de uma fonte de energia de baixo custo. No pró-
ximo tópico, estudaremos outra importante fonte de energia: a energia solar.

Com os vídeos propostos no Tópico 3.3., você irá complementar seus estudos a respeito da
geração de energia elétrica a partir de energia geotérmica. Antes de prosseguir para o próximo as-
sunto, assista aos vídeos indicados, procurando assimilar o conteúdo estudado.

Geração de energia elétrica através de Células Fotovoltáicas


O Sol pode ser considerado um gigantesco reator de fusão nuclear, no qual dois átomos de hi-
drogênio se fundem gerando um átomo de Hélio. Com essa reação, há a liberação de energia que

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em grande parte é irradiada através de ondas eletromagnéticas que se propagam no espaço, viajan-
do uma distância de aproximadamente cento e cinquenta milhões de quilômetros.
Esta radiação solar, composta por “pacotes de energia”, denominados fótons, bombardeiam a
superfície terrestre, fornecendo anualmente 1,5 . 1018KWh de energia. A radiação solar, também
denominada insolação, possui na região superior da atmosfera da Terra em torno de 9% de radiação
ultravioleta, 40% de radiação na região do visível e 50% é de radiação infravermelha. Uma parte da
radiação ultravioleta é absorvida pelos gases de nitrogênio, oxigênio e ozônio que estão presentes
na atmosfera. Na atmosfera inferior, parte da radiação infravermelha é absorvida pelo vapor d´água
e pelo CO2. Da radiação total que consegue passar da atmosfera, 19% são absorvidos pelas nuvens e
por outros gases, e 31% são refletidos de volta para o espaço. Os 50% restantes atingem a superfície
e são quase completamente absorvidos. O fenômeno de reflexão da radiação solar é cognominado
albedo. Parte da radiação refletida é absorvida por CO2 e H2O e irradiada de volta para a Terra ge-
rando o chamado efeito estufa. Esse efeito é importante, pois ele mantém a temperatura relativa-
mente alta da Terra, sem a qual não seria possível existir vida e o seu agravamento é resultado da
queima de combustíveis fósseis. A radiação que atinge o topo da atmosfera, chamada de insolação,
tem intensidade de 1360 W/m2 e esse número é denominado constante solar, que varia minima-
mente com o tempo.
Esta energia recebida poderia ser aproveitada? Como seria possível sua utilização? Hoje, devi-
do ao avanço científico e tecnológico, a Energia Solar é convertida em calor nos aquecedores sola-
res. Porém, a maior aplicação dessas ondas eletromagnéticas ocorre nas células fotovoltaicas onde
há a conversão da energia transmitida pelas ondas eletromagnéticas em energia elétrica.
No ano de 1839, o cientista Edmond Becquerel verificou, pela primeira vez, a conversão de
energia solar em energia elétrica. Ele constatou uma diferença de potencial nos extremos de uma
estrutura feita a partir de um material semicondutor, ao expô-la à luz solar.
Em 1876 foi montado o primeiro aparato fotovoltaico, resultado de estudos das estruturas no
estado sólido.
Somente a partir de 1956 iniciou-se a produção industrial, graças ao desenvolvimento da mi-
croeletrônica.
Mas até então, a utilização da energia solar fotovoltaica não era utilizada em larga escala; um
dos fatores que impossibilitava a sua utilização era o alto custo das células fotovoltaicas. As primei-
ras células foram produzidas com o custo de US$ 600/W para o programa espacial.
Com o crescimento dos mercados e das várias empresas voltadas para a produção de células
fotovoltaicas, o preço tem reduzido ao longo dos anos, podendo ser encontrado hoje, para grandes
escalas, o custo médio de US$ 8,00/W.
Atualmente, considerando esta redução de preço, os sistemas fotovoltaicos vêm sendo utili-
zados em instalações remotas, devido suas características, tais como: modularidade, baixos custos
de manutenção e vida útil longa.
Nas células fotovoltaicas, a energia elétrica é obtida da conversão direta da luz por meio do
efeito fotovoltaico. O efeito fotovoltaico ocorre em materiais ditos semicondutores, que são carac-
terizados pela apresentação de bandas de energia onde elétrons são permitidos, chamadas bandas
de valência, e outras bandas que são vazias, chamadas bandas de condução. Essas células fotovol-
taicas trabalham no princípio de que os fótons incidentes, colidindo com os átomos dos materiais
semicondutores, fazem com que os elétrons sejam deslocados. Se estes elétrons puderem ser cap-

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Unidade 1 – Conversão de Energia Introdução e Aspectos Gerais

turados antes de retornarem a seus orbitais atômicos, podem ser aproveitados, livres, como corren-
te elétrica.
Dos vários materiais semicondutores encontrados na Terra, o mais utilizado é o silício, pois es-
ta espécie química possui quatro elétrons na camada de valência (Figura 3 (a)), que fazem ligação
com os elétrons do átomo vizinho, formando assim uma rede cristalina. A essa rede cristalina, são
adicionados elementos com cinco elétrons de ligação, como por exemplo, o Fósforo (Figura 3 (b)) e
elementos com três elétrons de ligação, como por exemplo Boro (Figura 3 (c)).

Fonte: Laboratório de Física Moderna – Instituto de Física "Gleb Wataghin".


Figura 3 Estruturas Cristalinas do Silício.

No caso dos elementos com cinco elétrons de valência, estes possuem um elétron que está li-
gado fracamente ao seu átomo de origem. Isto facilita, ao utilizar pouca energia térmica, que ele se
desligue do átomo.
Os elementos com três elétrons na camada de valência necessitam de um elétron para possi-
bilitar as ligações com os átomos de silício e, com pouca energia térmica, um elétron passa a ocupar
essa posição. Tal movimentação de elétrons gera uma diferença de potencial, na qual o acúmulo de
elétrons de um lado se torna negativo e do outro lado positivo devido à falta de elétrons e, também,
gera um campo elétrico que mantém os elétrons afastados.
A menor unidade de conversão de energia luminosa, proveniente do Sol, em energia elétrica é
denominada célula fotovoltaica. Praticamente todas as células fotovoltaicas são fabricadas a partir
do silício.
Quanto à eficiência de conversão de energia nas células fotovoltaicas, esta é da ordem de
16%. Existem células fotovoltaicas com eficiências de até 28%, fabricadas de arseneto de gálio, mas
o seu custo é alto, o que limita sua produção para o uso da indústria espacial.

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Unidade 1 – Conversão de Energia Introdução e Aspectos Gerais

Fonte: California Valley Solar Ranch - Department of Energy.


Figura 4 California Valley Solar Ranch, San Luis Obispo, California, USA.

Na Figura 4, vemos a maior usina de energia solar do mundo nos dias atuais, a California Valley
Solar Ranch, localizada no condado de San Luis Obispo, Califórnia, USA. Essa usina é capaz de gerar
mais de 500 megawatts e seu custo é avaliado em torno de US$ 2,5 bilhões.
Neste tópico, vimos o que é Energia Solar, sua obtenção e sua utilização como fonte geradora
de energia. Veremos, no próximo tópico, outra importante fonte de energia: a energia eólica.

Com os vídeos propostos no Tópico 3.4., você irá complementar seus estudos a respeito da
geração de energia elétrica a partir de energia fotovoltaica. Antes de prosseguir para o próximo as-
sunto, assista aos vídeos indicados, procurando assimilar o conteúdo estudado.

Geração de energia elétrica a partir da Energia Eólica


A maior causa da formação dos ventos é o aquecimento desigual da superfície terrestre pelo
Sol. Nas regiões próximas à linha do Equador ocorre maior incidência de raios solares do que nas
regiões polares, acarretando os gradientes de temperatura.
O ar aquecido torna-se bem mais leve e menos denso, tendendo a subir na direção dos pólos.
As regiões mais próximas dos pólos terrestres ficam com maior volume de ar, criando assim uma
diferença significativa na pressão atmosférica, impulsionando o ar frio para as regiões mais baixas
em direção ao Equador.
O movimento do ar ao redor da Terra torna a temperatura extrema mais amena e também
produz ventos na superfície terrestre com transferência de energia constante. No entanto, apenas
os ventos nas camadas atmosféricas mais baixas são acessíveis para a conversão em energia eólica.

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Unidade 1 – Conversão de Energia Introdução e Aspectos Gerais

Desde a antiguidade, o vento vem sendo utilizado para a geração de energia mecânica. Atual-
mente, a energia eólica representa uma fonte de energia alternativa e renovável para a geração de
energia elétrica.
A conversão da energia cinética dos ventos em eletricidade é feita a partir de aerogeradores.

Fonte: NEOSUN S.A.


Figura 5 Elementos constituintes de um aerogerador.

Na Figura 5, podemos verificar os principais elementos que constituem um aerogerador: tur-


bina ou rotor eólico; sistemas integrados ou auxiliares, como o sistema de orientação, a caixa de
multiplicação de velocidade, o sistema de segurança e gerador elétrico.
O rotor, responsável por transformar a energia cinética das moléculas de ar em energia mecâ-
nica, é o primeiro estágio da conversão. Os outros dois são: transmissão mecânica e o sistema me-
cânico multiplicador de velocidade; e, por fim, o próprio gerador, responsável por converter a ener-
gia mecânica em energia elétrica.
O sistema de segurança é composto basicamente por freios. Trata-se de um sistema auxiliar
necessário para controlar o giro da turbina em condições adversas de operação. O regime de ventos
não é constante e a conexão da turbina à rede elétrica pode provocar oscilações sobre tensões. A
quantidade de eletricidade que pode ser gerada pelo vento depende de quatro fatores: a quantida-
de de vento que passa pela hélice, o diâmetro da hélice, a dimensão do gerador e o rendimento de
todo o sistema.
A quantidade de energia disponível no vento varia de acordo com as estações do ano e tam-
bém dos horários. A distribuição de frequência de velocidade do vento é influenciada por efeitos
locais, tais como topografia e a rugosidade do solo. Além disso, a quantidade de energia eólica ex-

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Unidade 1 – Conversão de Energia Introdução e Aspectos Gerais

traível numa região depende das características de desempenho, altura de operação e espaçamento
horizontal dos sistemas de conversão de energia eólica instalados.

(a) (b)
Figura 6 Tipos de Aerogeradores. (a) Aerogerador de Eixo Vertical. (b) Aerogerador de eixo horizontal.

A principal forma de classificar um aerogerador é quanto à configuração do eixo do rotor. Exis-


tem, basicamente, dois tipos de aerogeradores, que podem ser vistos na figura 6: com rotor de eixo
vertical (Figura 6(a)) ou com rotor de eixo horizontal (Figura 6(b)).
Neste tópico, apresentamos um estudo sobre Energia Eólica. Vimos como os ventos podem
ser utilizados como fonte geradora de energia elétrica e o funcionamento básico dos aerogeradores.
No tópico a seguir, estudaremos a energia gerada a partir do núcleo dos átomos: a energia nuclear.

Com os vídeos propostos no Tópico 3.5., você irá complementar seus estudos a respeito da
geração de energia elétrica a partir de energia eólica. Antes de prosseguir para o próximo assunto,
assista aos vídeos indicados, procurando assimilar o conteúdo estudado.

Geração de energia elétrica através de Energia Nuclear


A energia nuclear está relacionada com a força que mantém os núcleos dos átomos unidos.
Quando os núcleos dos átomos são separados (fissão) ou unidos (fusão), há uma grande quantidade
de energia liberada. Importante se faz destacar que a quantidade de energia liberada em um pro-
cesso de fusão nuclear é muito maior do que em um processo de fissão nuclear.
Atualmente a fissão nuclear é amplamente usada para a geração de energia elétrica em ter-
moelétricas devido ao domínio tecnológico do controle do processo em reatores nucleares, possibi-
litando certa margem de segurança. Em um reator nuclear, o núcleo dos átomos do combustível
nuclear é submetido a um processo de fissão (divisão) para gerar a energia.
Dependendo da forma como a energia é liberada, obtém-se resultados diferentes: se a energia
for liberada lentamente, manifesta-se sob a forma de calor; se a energia for liberada rapidamente,
manifesta-se sob a forma de luz.

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Ante o estabelecimento de um rígido controle, nas usinas termonuclearesela é liberada len-


tamente e aquece a água existente no interior dos reatores para produzir o vapor que movimenta as
turbinas.
A Figura 7 a seguir mostra a estrutura de uma usina nuclear.

Figura 7 Estrutura interna de uma usina nuclear.

No interior do Reator Nuclear, centenas de varetas contendo material radioativo são fissiona-
das, liberando muito calor. Este calor irá aquecer a água totalmente pura que fica dentro do reator.
Ela pode chegar a temperatura de 1500°C e a uma pressão de 157atm. Essa água quente irá seguir
por tubos, até o vaporizador, depois volta ao reator, completando o circuito primário.
Outra quantidade de água será fervida, no vaporizador, pelo calor dos tubos por onde passam
a água extremamente quente provinda do reator. O vapor gerado sairá por canos até as turbinas e o
gerador elétrico. O vapor d’água, então, irá girar as pás das turbinas a uma grande velocidade, pro-
duzindo, assim, corrente elétrica.
Assim que o vapor d’água executar sua função, ele seguirá para o condensador, tornando-se
água em estado líquido novamente, e em seguida retornará ao vaporizador. Este é o chamado cir-
cuito secundário.
Uma usina nuclear deve ser equipada com vários sistemas de segurança, que automaticamen-
te entram em ação em casos de emergência. O principal sistema de segurança é responsável por
neutralizar a fissão nuclear dentro do reator. São centenas de barras, feitas de materiais não fissio-
náveis que são injetados no meio reacionário. Tais materiais não fissionáveis, mesmo absorvendo
nêutrons livres, não se dividem, como por exemplo, o boro e o cádmio. O reator fica envolvido por
uma cápsula de aço. O edifício, por sua vez, é protegido com paredes de 70 cm, feitas de concreto e
uma estrutura de ferro e aço, e podem agüentar inclusive ataques terroristas.
Entre as principais vantagens da energia nuclear, podemos citar que o combustível utilizado é
barato e de pouca quantidade para a produção de energia térmica (geração de vapor) em compara-
ção com outras fontes de energia. Além disso, seu funcionamento é independente das condições
ambientais e climáticas, ou seja, não depende do sol (como as usinas solares) e nem da vazão de um

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rio (como as usinas hidrelétricas) e a poluição gerada diretamente é praticamente inexistente. As


usinas nucleares não ocupam grandes áreas e a quantidade de lixo produzido é bem reduzida. O
custo da energia gerada é estimado em torno de US$ 40,00 por MW, mais caro que a energia produ-
zida pelas usinas hidrelétricas, porém mais barato que a energia das usinas termoelétricas, solares e
eólicas.
Podemos destacar, como principal desvantagem, o alto custo de construção, em razão da tec-
nologia empregada para poder fornecer segurança de operação. Mesmo apresentando sistemas de
segurança modernos, há sempre o risco de o reator vazar ou explodir, liberando radioatividade na
atmosfera e nas terras próximas, num raio de quilômetros. Para ilustrar esta situação, basta lembrar
os acidentes nucleares de Chernobyl (Ucrânia) e mais recentemente o acidente nuclear de Fukushi-
ma (Japão).
Infelizmente, ainda não existem soluções competentes para o tratamento do lixo radioativo
produzido nas usinas nucleares. Atualmente o lixo é depositado em desertos, fundo de oceanos ou
dentro de montanhas. Os principais componentes que compõe o lixo radioativo produzido nas usi-
nas nucleares são os produtos da fissão nuclear que ocorre no interior do reator. Após anos de uso
de certa quantidade de urânio, o combustível inicial vai se transformando em outros produtos quí-
micos, que por sua vez não apresentam nenhuma utilidade na usina.
Em muitos países que utilizam usinas nucleares, o lixo radioativo é colocado em tambores la-
crados, e enterrados bem fundo em desertos, operação esta que apresenta custos equivalentes aos
de operações de manutenção na usina nuclear. Outro problema grave está relacionado com os rea-
tores desativados, pois após a desativação tem que ser cobertos de concreto e levados para outro
local.
Neste tópico, vimos como é o funcionamento de uma usina nuclear, bem como as vantagens e
desvantagens dessa fonte de energia. A seguir, estudaremos a energia gerada a partir do recurso
natural mais abundante na Terra: a água.

Geração de energia elétrica através de Hidrelétricas


A água é o recurso natural renovável mais abundante na Terra. Ela é uma das poucas fontes
para produção de energia que não contribui para o aquecimento global que é atualmente um dos
maiores problemas ambientais.
Uma das formas do aproveitamento da água para a obtenção de energia elétrica ocorre nas
hidrelétricas, nas quais a partir da vazão da água represada, ocorre a movimentação da turbina e do
gerador, acoplados através de um eixo.

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Fonte: ITAIPU BINACIONAL.


Figura 8 Usina hidrelétrica de Itaipu.

A primeira usina hidrelétrica do mundo foi construída em 30 de setembro de 1882, no rio Fox
em Appleton, Wisconsin, EUA, inspirada nos planos de Thomas Edison, que pretendia construir uma
usina hidrelétrica para gerar eletricidade para Nova York. A primeira usina hidrelétrica brasileira foi
construída em 1883, no município de Diamantina no estado de Minas Gerais, usando, para a gera-
ção de energia, as águas do Ribeirão do Inferno. Em 1930, o Brasil possuía algumas dezenas de usi-
nas hidrelétricas. Atualmente, o Brasil possui mais de cem usinas hidrelétricas de grande porte e
mais de setenta usinas de médio porte e centenas de pequeno porte.

Fonte: Agência USP de notícias.


Figura 9 Estrutura de uma usina hidrelétrica.

A Figura 9 nos mostra a estrutura de uma usina hidrelétrica, que é composta basicamente por
um reservatório obtido a partir de uma barragem, um sistema de captação e adução de água (duto),
uma casa de força, onde é disposto todo o equipamento eletromecânico utilizado na conversão da
energia hidráulica em energia elétrica, que funcionam em conjunto integrado.

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Unidade 1 – Conversão de Energia Introdução e Aspectos Gerais

A barragem interrompe o curso normal do rio formando um lago artificial, no qual se armaze-
na a água. Este reservatório permite a formação do desnível necessário para a adequação da ener-
gia hidráulica e da captação da água em volume apropriado, além de permitir o estabelecimento do
controle da vazão de água que moverá as turbinas, mesmo havendo a variação pluviométrica em
períodos de chuva ou estiagem.
Na conversão da energia hidrelétrica é necessário analisar e dimensionar a vazão do rio, a
quantidade de água disponível nas diversas estações do ano e a topologia do relevo, sejam eles na-
turais, como as quedas d’água, ou criados artificialmente.

(a) (b)

Fontes: (a) INFOESCOLA; (b) ITAIPU BINACIONAL.


Figura 10: (a) Sistema eletromecânico de conversão de energia hidráulica em energia elétrica composto por turbina e gerador usados em
uma hidrelétrica. (b) Instalação de um gerador elétrico da Usina de Itaipu.

Como pode ser visto na Figura 9, os dutos têm a função de transportar a água até a casa de
força onde estão as turbinas, formadas por uma série de pás ligadas a um eixo conectado ao gera-
dor. Durante o seu movimento giratório, a turbina converte a energia cinética do movimento da
água em energia elétrica (conversão mecanoelétrica) por meio do gerador elétrico que produzirá a
eletricidade. Após passar pela turbina, a água é restituída ao leito natural do rio pelo canal de fuga.
A energia elétrica é transmitida através de cabos ou barras condutoras, desde os terminais do
gerador até o transformador elevador. Neste, sua tensão é elevada para adequar sua condução, por
meio de linhas de transmissão, até os centros de consumo.
Nas unidades posteriores serão descritos a construção e o funcionamento tanto dos geradores
elétricos quanto dos transformadores.
O sistema de represamento de água de uma hidrelétrica tem que apresentar um vertedouro,
cuja função é a de permitir a saída da água sempre que o nível do reservatório ultrapassar o limite
de segurança especificado no projeto de engenharia, pois o excesso de água pode gerar enchentes
na região, além de aumentar a pressão nas paredes da barragem. Geralmente a utilização do verte-
douro ocorre no período das chuvas ou também quando há uma quantidade de água maior que a
prevista para a estocagem ou a geração de energia.

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Unidade 1 – Conversão de Energia Introdução e Aspectos Gerais

Podemos classificar uma usina hidrelétrica a partir das seguintes variáveis: altura da queda
d’água, vazão, capacidade ou potência instalada, tipo de turbina empregada, localização, tipo de
barragem e reservatório, sendo que todas essas variáveis são correlacionadas, pois a altura da que-
da d’água e a vazão dependem da topologia do local de construção e também definirão qual será a
capacidade instalada.
A partir da capacidade instalada são determinados no projeto de engenharia o tipo de turbina,
o dimensionamento da barragem e do reservatório.
Uma usina hidrelétrica é considerada de grande ou de médio porte ou uma Pequena Central
Hidrelétrica (PCH) a partir da potência instalada.
A Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL – adota três classificações:
• Centrais Geradoras Hidrelétricas – até 1 MW de potência instalada.
• Pequenas Centrais Hidrelétricas – entre 1,1 MW e 30 MW de potência instalada.
• Usina Hidrelétrica de Energia (UHE) – mais de 30 MW de potência instalada.

As dimensões da rede de transmissão que será necessária para levar a energia até o centro de
consumo, também, são determinadas pelo porte da usina. Geralmente, as usinas de grande porte
estão mais distantes dos grandes centros, exigindo a utilização de grandes linhas de transmissão em
tensões alta e extra alta de 230 quilovolts a 750 quilovolts que, muitas vezes, cruzam territórios con-
tinentais.
A principal vantagem da utilização das hidrelétricas está no fato da água ser uma fonte de
energia renovável, que produz eletricidade de forma limpa, não poluente e barata.
Como por principal desvantagem é que há a exigência de um alto investimento inicial na cons-
trução da barragem, além do tempo demandado para aconclusão e operacionalização da hidrelétri-
ca. Para se ter uma ideia, o tempo demandado na construção da Usina de Itaipu foi de sete anos e
na Usina de Três Gargantas, localizada na China, considerada atualmente a maior hidrelétrica do
mundo, demorou dezessete anos.

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Unidade 1 – Conversão de Energia Introdução e Aspectos Gerais

Fonte: ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico.


Figura 11 Integração eletro energética no Brasil.

Infelizmente, a energia hídrica acarreta uma série de implicações socioambientais em função


do alagamento de grandes áreas. Construir uma barragem pode provocar a remoção de cidades
inteiras, desalojamento de pessoas, morte de animais, florestas e inundação de sítios históricos.
Muitas vezes o curso natural do rio é modificado em função das áreas a serem alagadas, acarretan-
do severa influência nos ciclos naturais, reprodução e dispersão de fauna e flora aquática e ciliar.
O sistema de produção e transmissão de energia elétrica brasileiro é um sistema hidrotérmico
de grande porte, prevalecendo as usinas hidrelétricas. Já o Sistema Interligado Nacional (SIN) é
formado pelas empresas das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte.
Apenas 1,7% da energia requerida pelo país encontra-se fora do SIN, em pequenos sistemas isola-
dos localizados principalmente na região amazônica, como é mostrado na Figura 11.

Com os vídeos propostos no Tópico 3.6., você irá complementar seus estudos a respeito da
geração de energia elétrica a partir de hidrelétricas. Antes de prosseguir para o próximo assunto,
assista aos vídeos indicados, procurando assimilar o conteúdo estudado.

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Vídeo complementar ____________________________________________________________


Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar.
• Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique na funcionalidade Videoaulas. Em seguida, digite o nome
do vídeo e selecione-o para assistir.
• Para assistir ao vídeo pelo seu CD, clique no botão “Vídeos”, selecione a obra desejada, em seguida, “Vídeos
Complementares”. Veja o exemplo: Conversão de Energia – Vídeos Complementares – Complementar 1.
______________________________________________________________________________

3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR


O Conteúdo Digital Integrador (CDI) representa uma condição necessária e indispensável para
você compreender integralmente os conteúdos apresentados nesta unidade.
Cada tema estudado no Conteúdo Básico de Referência (CBR) será abordado com um comen-
tário abrangente, além de um vídeo proposto que irá complementar seus estudos.

3. 1. ASPECTOS GERAIS SOBRE ENERGIA


Você estudou sobre energia, compreendendo seu conceito, suas propriedades e suas formas
de manifestação na natureza. Para tanto, neste tópico, é fundamental compreender, também, as
questões que foram abordadas, pois a energia é uma grandeza que se fará presente na maioria dos
fenômenos físicos que iremos estudar nas sessões posteriores. A seguir, são apresentadas algumas
videoaulas sobre esse teor, auxiliando no entendimento e assimilação do conteúdo estudado.
• CARVALHO, L. O que é Energia. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=aphe0mtkare>. Acesso em: 30 nov. 2016.
• ALVES, E.A História dos Motores. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=fvfeqemekzk>. Acesso em: 30 nov. 2016.
• DIRLEI, B. James Watt e a Máquina a Vapor. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=CfZ2bnqFS88>. Acesso em: 30 nov. 2016.
• GOMES, L. Fontes de Energia - Energias Renováveis e Não Renováveis. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=_g7dpzl2w1g>. Acesso em: 30 nov. 2016.

3.2. GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA A PARTIR DE BIOMASSA


Neste tópico, vimos a geração de energia elétrica utilizando a biomassa. Para tanto, a seguir,
serão apresentados vídeos a respeito deste conteúdo, auxiliando no entendimento do assunto.
Além disso, a partir da análise destes vídeos, serão esclarecidos detalhes tecnológicos, assim, pode-
remos formar um conceito básico das vantagens desta tecnologia, dos riscos de sua utilização e dos
danos ambientais causados por sua utilização ao meio ambiente.
• TV USP Piracicaba. Fontes Renováveis de Energia 4 - Biomassa. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=qrgh4p_tyt8>. Acesso em: 30 nov. 2016.
• TV UEL. Série Bioenergia – Biomassa. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=pkrogmpvvqo>. Acesso em: 30 nov. 2016.

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Unidade 1 – Conversão de Energia Introdução e Aspectos Gerais

• TV SENADO. Uso da biomassa na geração de energia elétrica. Disponível em:


<https://www.youtube.com/watch?v=hz2UC6fViDA>. Acesso em: 30 nov. 2016.

3.3. GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA A PARTIR DA ENERGIA GEOTÉRMICA


Nesta sessão, estudamos a geração de energia elétrica utilizando energia geotérmica. A se-
guir, são apresentados vídeos sobre esse conteúdo, auxiliando no entendimento do assunto. Nestes
vídeos, além de ser esclarecidos detalhes tecnológicos, também são mostrados aspectos geopolíti-
cos e as vantagens e desvantagens da utilização desta tecnologia.
• SCHULTZ, R. Energia Geotérmica. Disponível em:
< https://www.youtube.com/watch?v=9zkbau8fg0g > . Acesso em: 30 nov. 2016.
• CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA. Entenda como é produzida a energia geotérmica. Disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?v=thseneu2tzk>.Acesso em: 30 nov. 2016.
• SALVADOR, R.Energia Geotérmica Califórnia.Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=feim-09j4zs>.Acesso em: 30 nov. 2016.

3.4. GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ATRAVÉS DE CÉLULAS FOTOVOLTÁICAS


Nesta sessão, vimos a geração de energia elétrica, utilizando células fotovoltaicas. A seguir,
serão apresentados vídeos sobre esse conteúdo, auxiliando no entendimento do assunto. Nestes
vídeos, serão explicados o efeito fotovoltaico, que é o responsável pela conversão da “Luz” em
Energia Elétrica, bem como o caráter renovável da Energia Fotovoltaica. Também são considerados
aspectos geopolíticos, além das vantagens e desvantagens da utilização desta tecnologia.
• MENEZES, R. Efeito fotovoltaico. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=qe0xexjyo10>. Acesso em: 30 nov. 2016.
• UHLMANN, S. D. M. Energia solar. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=rDOUYSlwDYQ>. Acesso em: 30 nov. 2016.
• Ambiente Energia. Série Fontes Renováveis - Episódio 3 - Energia Solar Fotovoltaica.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=IAQD7NJjGvk>. Acesso em: 30
nov. 2016.

3.4. GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA A PARTIR DA ENERGIA EÓLICA


Anteriormente vimos a geração de energia elétrica, usando energia eólica. A seguir, são apre-
sentados vídeos sobre esse conteúdo, tendo em vista, além do domínio do contexto científico e tec-
nológico, também, os aspectos geopolíticos da aplicação desta forma de conversão de energia elé-
trica.
• GARCIA, A. B. Vento. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=qENKekP6mJQ>. Acesso em: 30 nov. 2016.
• AMBIENTE ENERGIA. Você sabe como funciona a Energia Eólica? Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=6fc3v0-za7k>. Acesso em: 30 nov. 2016.
• INSTITUTO PINDORAMA. Globo News: Cidades e Soluções 2007 – Energia Eólica Dispo-
nível em: <https://www.youtube.com/watch?v=rzi-43UYKuc>. Acesso em: 30 nov.
2016.

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3.5. GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ATRAVÉS DE ENERGIA NUCLEAR


Nesta sessão, estudamos a geração de energia elétrica utilizando usinas nucleares. A seguir,
são apresentados vídeos sobre esse conteúdo, auxiliando no entendimento do assunto. Nestes ví-
deos, além de serem esclarecidos detalhes tecnológicos douso da fissão nuclear para a geração de
energia termoelétrica, também é mostrada uma visão futurista da tecnologia dos reatores nucleares
de fusão de plasma de hidrogênio. Ainda são indicados aspectos geopolíticos, além das vantagens,
desvantagens e riscos da utilização da radioatividade.
• JUNIOR, A. C. M. Arquitetura de reatores nucleares. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=ac8tnb7-1yu>. Acesso em: 30 nov. 2016.
• VIDIGAL, T. Energia Nuclear. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=0th5w9gqdrc>. Acesso em: 30 nov. 2016.
• NOGUEIRA, A. Discovery Channel- Energia a Fusão nuclear.Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=amkfl_ixwpy>. Acesso em: 30 nov. 2016.

4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A auto avaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desempenho. Se
encontrar dificuldades em responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos estu-
dados para sanar as suas dúvidas.
1) Atualmente existe uma crescente preocupação com os aspectos ambientais e de sustentabilidade, no tocante à
inserção das fontes geradoras de energia elétrica. Leia atentamente o texto a seguir, que apresenta algumas
características de uma determinada fonte renovável de energia:
“O uso dessa fonte de energia vem sendo cada vez mais difundida. Inicia-se de forma mais abrangente
em países como Alemanha, Dinamarca e Holanda, onde a adoção de políticas específicas de desenvol-
vimento alavancou estes mercados. É uma fonte renovável e está entre as fontes alternativas mais ba-
ratas, levando-se em conta o custo dos equipamentos envolvidos e sua potência nominal. ”
Podemos afirmar que o texto descreve as características da aplicação da geração de energia através de:

a) Pequenas centrais hidrelétricas.

b) Células e combustível.

c) Sistemas fotovoltaicos.

d) Sistemas eólicos.

e) Termoelétricas a gás.

2) No Brasil, a energia dos ventos, energia eólica, tem sido utilizada em pequena escala e de forma isolada.
Todavia, observa-se um rápido aumento no interesse por esse tipo de geração de energia. Podemos destacar
que a elaboração do Atlas do Potencial Eólico Brasileiro contribuiu, significativamente, para os primeiros passos
do estudo da geração eólica. As regiões que possuem as melhores condições para a implantação de usinas
eólicas são:

a) Nordeste e Centro-Oeste.

b) Nordeste e Sudeste.

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c) Norte e Nordeste.

d) Norte e Centro-Oeste.

e) Sul e Sudeste.

3) A energia solar apresenta grandes vantagens no sentido ambiental e em seu nível de produtividade. Entretanto,
essa fonte de energia não é amplamente utilizada no Brasil e nem na maior parte dos países do mundo, em
função de algumas desvantagens, entre as quais destacamos:

a) A baixa capacidade de aquecimento do sol, mesmo nos períodos de maior insolação.

b) As usinas de energia solar necessitam de grandes áreas, destruindo florestas e áreas agricultáveis.

c) A elevada instabilidade dos geradores solares no atual nível de tecnologia.

d) O baixo índice de radiação solar nos países tropicais, a exemplo do Brasil.

e) Os painéis solares são muito caros e o seu rendimento é baixo.

4) O petróleo e o carvão mineral constituem duas importantes matrizes energética e elétrica mundiais.
Entretanto, a crise ambiental, na qual tem destaque para o aquecimento global, e a problemática do
abastecimento de petróleo contribuem para que os combustíveis renováveis ganhem evidência.
A respeito do texto apresentado, analise cada uma das afirmações:
I. Embora não sejam poluentes, os combustíveis fósseis precisam ter o seu consumo reduzido pelo fato de
não serem renováveis, evitando assim, que se esgotem num futuro próximo.
II. Sabemos que a água é uma fonte de energia limpa e renovável. Entretanto, seu uso gera polêmicas de-
vido aos impactos sociais e ecológicos causados com as construções das grandes usinas hidrelétricas,
que por sua vez, destroem ecossistemas e expulsam populações ribeirinhas.
III. A energia solar, mesmo abundante e não-poluente ainda é pouco usada, o que certamente se explica
muito mais pelas políticas energéticas e interesses de grupos, do que pelo elevado custo dos painéis de
captação de energia.
IV. O biodiesel, em termos de tecnologia alternativa de combustível, destaca-se no Brasil pelo fato de ser
menos poluente do que os hidrocarbonetos e também por criar empregos no campo. Mas nem por isso
está imune de gerar problemas ambientais, sobretudo, se vier a ser um investimento muito lucrativo,
pois inevitavelmente avançará e destruirá áreas ainda preservadas e de fronteiras, como já ocorre com a
soja.
Das afirmações apresentadas, estão corretas:

a) II, III e IV

b) I, II e III

c) I e IV

d) II e III

e) I, II e IV

5) Um município está localizado no interior de um pequeno vale e possui difícil acesso, pois está cercado por altas
montanhas. Além disso, cruza por esse município um rio, que é utilizado como fonte de água para consumo da
população, irrigação das lavouras de subsistência e pesca. A região possui pequena extensão territorial e a

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incidência solar é alta durante o ano todo. Deseja-se instalar uma estação de geração de energia elétrica nesse
município. Entre as fontes de obtenção de energia apresentadas a seguir, qual é a mais indicada para ser
implantada nesse município, de modo a causar o menor impacto ambiental possível?

a) Termoelétrica, pois é possível utilizar a água do rio no sistema de refrigeração.

b) Fotovoltaica, pois é possível aproveitar a energia solar que chega à superfície do local.

c) Eólica, pois a geografia do local é própria para a captação desse tipo de energia.

d) Nuclear, pois o modo de resfriamento de seus sistemas não afetaria a população.

e) Hidrelétrica, pois o rio que corta o município é suficiente para abastecer a usina construída.
6) “A energia geotérmica tem a sua origem no núcleo terrestre, onde as temperaturas atingem a 4000°C. Tal
energia é produzida, primeiramente, pela decomposição de materiais radioativos no interior do planeta. Nas
fontes geotérmicas, a água armazenada num reservatório subterrâneo, é aquecida pelas rochas ao seu redor e
é submetida a altas pressões, atingindo temperaturas de até 370°C, sem entrar em ebulição. Essa água, ao ser
liberada na superfície da Terra, sob pressão ambiente, vaporiza-se e resfria-se, formando fontes ou gêiseres. O
vapor dos poços geotérmicos é separado da água e é utilizado no funcionamento de turbinas para a obtenção
de eletricidade. A água quente pode ser utilizada de forma direta ou em usinas de dessalinização. ” (Adaptado
de Hinrichs; Kleinbach, 2003).
A partir do texto anterior, podemos afirmar, a respeito das usinas geotérmicas:

a) Funcionam com base na conversão de energia potencial gravitacional em energia térmica.

b) Podem aproveitar a energia química transformada em energia térmica, durante o processo de


dessalinização.

c) Utilizam a mesma fonte primária de energia que as usinas nucleares, sendo, portanto, semelhantes os
riscos decorrentes de ambas.

d) Transformam inicialmente a energia solar em energia cinética e, posteriormente, em energia térmica.

e) Assemelham-se às usinas nucleares no tocante à conversão de energia térmica em cinética e, em


seguida, em energia elétrica.
A figura a seguir apresenta o esquema de um tipo de usina utilizada na geração de eletricidade.
Após análise da figura, resolva as questões 7 e 8.

Figura 12 Usina: Esquema de geração de eletricidade.

7) Analisando o esquema da Figura 12, é possível identificar que este trata de uma usina:

a) Hidrelétrica, pois a água corrente abaixa a temperatura da turbina.

b) Termoelétrica, pois no movimento das turbinas ocorre aquecimento.

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Unidade 1 – Conversão de Energia Introdução e Aspectos Gerais

c) Eólica, pois a turbina é movida pelo movimento da água.

d) Hidrelétrica, pois a usina faz uso da energia cinética da água.

e) Nuclear, pois a energia é obtida a partir do núcleo das moléculas de água.


8) No processo de obtenção de energia elétrica, ocorrem várias transformações de energia. Considere duas delas:
I. Cinética em elétrica
II. Potencial gravitacional em cinética
Analisando o esquema, é possível identificar que elas se encontram, respectivamente, entre:

a) I – a turbina e o gerador; II – a água no nível h e a turbina.

b) I – a água no nível h e a turbina; II – o gerador e a torre de distribuição.

c) I – o gerador e a torre de distribuição; II – a água no nível h e a turbina.

d) I – a água no nível h e a turbina; II – a turbina e o gerador.

e) I – a turbina e o gerador; II – a turbina e o gerador.

9) Nos processos de fissão nuclear, a energia térmica liberada pode ser utilizada na geração de vapor para
produzir energia mecânica que, por sua vez, será convertida em energia elétrica.
Observe o esquema básico de uma usina de energia nuclear, representado, a seguir:

Figura 13 Usina Nuclear – Esquema básico.

A partir do esquema são feitas as seguintes afirmações:


I. A energia liberada na reação é usada para ferver a água que, na forma de vapor e a alta pressão, aciona
a turbina.
II. A turbina, que adquire uma energia cinética de rotação, é acoplada mecanicamente ao gerador para a
produção de energia elétrica.

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III. A água, depois de passar pela turbina, é pré-aquecida no condensador e bombeada de volta ao reator.
Entre as afirmações apresentadas, está(ão) correta(s):

a) I

b) II

c) III

d) I e II

e) II e III

10) Leia atentamente o texto a seguir:


“A partir de extensa experimentação e desenvolvimento tecnológico utilizando as propriedades desco-
bertas da energia elétrica, ficou evidente sua versatilidade e utilidade. A grande revolução provocada
pela iluminação das ruas e casas foi a confirmação de que a eletricidade tinha chegado para ficar. Tor-
nava-se necessário então, desenvolver maneiras de gerar essa eletricidade em grande escala, uma vez
que a demanda de eletricidade não parava de crescer. A geração de eletricidade se tornou então algo
imprescindível ao desenvolvimento. A primeira usina comercial de energia elétrica foi instalada em
Nova York, em 1883, e possuía seis geradores movidos por máquinas a vapor. Nessa usina ocorre um
conjunto de transformações em sequência até se chegar à forma de energia desejada. ” (BURATTINI,
2008).
Partindo do carvão para se chegar à eletricidade ocorrem múltiplas transformações energéticas, que podemos
citar:

a) A energia química da biomassa é convertida em calor através da combustão. Esse calor é transformado
em trabalho sobre a turbina que ganha energia potencial gravitacional, induzindo corrente elétrica.

b) A energia química da biomassa é convertida em energia térmica através da combustão. Essa energia
térmica é transferida para a água que, ao evaporar, se expande, realizando trabalho sobre uma turbina,
que irá, através de indução eletromagnética, converter a energia cinética da turbina em energia elétrica.

c) A energia química da biomassa é convertida diretamente em energia cinética das turbinas que, após
movimentar um conjunto de ímãs, produz indução eletromagnética em um solenóide, proporcionando a
geração de energia elétrica.

d) A energia calorífica da biomassa é convertida em energia térmica, através da combustão. Essa energia é
utilizada para a realização de trabalho mecânico sobre as pás de uma turbina, que irá movimentar um
conjunto de ímãs, proporcionando a conversão em energia elétrica através da indução.

e) A energia térmica presente na biomassa é convertida em calor, através da combustão. Esse calor é
fornecido à água que, ao vaporizar-se, expande-se, realizando trabalho sobre um circuito elétrico,
convertendo toda a energia em corrente elétrica.

Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões auto avaliativas propostas:
1) d.
2) d.

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3) e.
4) a.
5) b.
6) e.
7) d.
8) a.
9) d.
10) b.

5. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final da primeira unidade, na qual você teve a oportunidade de compreender o
conceito de energia, suas propriedades e formas de manifestação na natureza. Além disso, conhecer
e entender as tecnologias envolvidas nas principais formas de conversão de energia em diferentes
tipos de usinas de energia elétrica, verificando suas principais vantagens e desvantagens de utiliza-
ção.
Na próxima unidade, você aprenderá conceitos fundamentais de magnetismo e de eletromag-
netismo que permitirão a compreensão de como ocorre a conversão eletromecânica de energia.

6. E-REFERÊNCIAS

Lista de figuras
Figura 1 Princípio de funcionamento de usina de biomassa movida por vapor gerado a partir da queima de bagaço de cana.Disponível
em: < http://sustentabilizeja.blogspot.com.br>. Acesso em: 21 nov. 2016.
Figura 2 Princípio de funcionamento de Usina Geotérmica. Disponível em:
<http://rd9centralelectrica.webnode.pt/desenvolvimento/centrais-geotermicas/como-funciona-uma-central-geotermica-/>. Acesso
em: 21 nov. 2016.
Figura 3 Estruturas Cristalinas do Silício. Disponível em:<http://sites.ifi.unicamp.br/lfmoderna/conteudos/espectroscopia-atomica-e-
molecular-2/>. Acesso em: 22 nov. 2016.
Figura 4 California Valley Solar Ranch, San Luis Obispo, California, USA. Disponível em: <http://energy.gov/lpo/california-valley-solar-
ranch>. Acesso em: 22 nov. 2016.
Figura 5 Elementos constituintes de um aerogerador. Disponível em: <http://www.neosun.com.br/?page_id=988>. Acesso em: 22
nov. 2016.
Figura 7 Estrutura interna de uma usina nuclear. Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/quimica/reator-nuclear.htm>. Acesso
em: 23 nov. 2016.
Figura 8 Usina hidrelétrica de Itaipu. Disponível em: <https://www.itaipu.gov.br>. Acesso em: 23 nov. 2016.
Figura 9 Estrutura de uma usina hidrelétrica. Disponível em: <https://www.usp.br/agen/?p=66896>. Acesso em: 24 nov. 2016.
Figura 10 (a) Sistema eletromecânico de conversão de energia hidráulica em energia elétrica composto por turbina e gerador usados
em uma hidrelétrica. Disponível em: <http://www.infoescola.com/energia/usina-hidreletrica/>. Acesso em: 24 nov. 2016. (b)
Instalação de um gerador elétrico da Usina de Itaipu. Disponível em: <ITAIPU BINACIONAL - https://www.itaipu.gov.br.>. Acesso em:
24 nov. 2016.
Figura 11 Integração eletro energética no Brasil. Disponível em: <www.ons.com.br/conheca_sistema/mapas_sin.aspx#>. Acesso em:
25 nov. 2016.

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Sites pesquisados
ANEEL. Atlas de Energia Elétrica do Brasil. Disponível em: <http://www2.aneel.gov.br/arquivos/PDF/atlas3ed.pdf>. Acesso em: 20
nov. 2016.
ELETROBRAS. Estudo de Impacto Ambiental da unidade 3 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto. Disponível em:
<http://www.eletronuclear.gov.br/hotsites/eia/index.html>. Acesso em: 21 nov. 2016.
ENADE. Engenharia Elétrica e energias. Estácio. Disponível em: <http://www.enade.estacio.br/pdf/simulados/segundo-
simulado/PROVAS/Engenharia%20El%C3%A9trica%20e%20Energias.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2017.
HINRICHS. R. A.; KLEINBACH, M. Energia e meio ambiente. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. Disponível em:
<http://noticias.r7.com/educacao/enem21.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2017.
NASA. Clean Energy. Disponível em: <https://www.nasa.gov/centers/ames/greenspace/clean-energy.html>. Acesso em: 20 nov.
2016.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
EL-WAKIL, M. M. Power Plant Technology. 2. ed. San Francisco-USA: Editora McGraw Hill, 1988.
FADIGAS, E. Energia Eólica. 1. ed. São Paulo: Editora Manole, 2011.
GOLDEMBERG, J. O que é Energia Nuclear. 4. ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1981.
NAG, P. K. Power Plant Engineering. 3. ed. New Delhi: Editora McGrawHill, 2008.
PEREIRA, G. M. Projeto De Usinas Hidrelétricas Passo A Passo. 1. ed. São Paulo: Editora Oficina dos Textos, 2015.
SANTOS, F.; BORÉM, A.; CALDAS, C. Cana-De-Açúcar: bioenergia, açúcar e álcool. 1. ed. Viçosa: Editora UFV, 2010.
VECCHIA, R. O Meio Ambiente e as Energias Renováveis - Instrumentos de liderança visionária para a sociedade sustentável. 1. ed. São
Paulo: Editora Oficina dos Textos, 2010.
ZILLES, R.; MACEDO, W. N.; GALHARDO, M. A. B.; OLIVEIRA, S. H. F. Sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica. 1. ed. São Paulo:
Editora Oficina dos Textos, 2012.

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