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Resenha Sobre os Fundamentos Filosóficos e Teóricos da

Gestalt-Terapia

Suyanne Dias de Morais


Ms. Marta Carmo
Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Goiânia, 2016.

Resenha Sobre os Fundamentos Filosóficos e Teóricos da

Gestalt-Terapia

Suyanne Dias de Morais


Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Trabalho apresentado ao Departamento de


Psicologia da PUC Goiás como requisito parcial
para a disciplina Clínica em Psicologia II
ministrada pela Professora Ms. Marta Carmo.

Goiânia, 2016
Resenha Sobre os Fundamentos Filosóficos e Teóricos da Gestalt-Terapia
Suyanne Dias de Morais
Pontifícia Universidade Católica de Goiás

A Gestalt-terapia se fundamenta em três principais correntes filosóficas. São elas: o

humanismo, o existencialismo e a fenomenologia.

O Humanismo é a tentativa do homem de compreender-se e fazer-se compreendido

e que considera o homem como o centro. “Não é sem razão que Protágoras, cinco séculos

antes de Cristo, dizia: O homem é a medida de todas as coisas” (Ribeiro, 2012, p.42). Para

essa vertente filosófica, toda a nossa realidade é pensada pelo homem e em sua função.

Dessa forma, não faz sentido pensar a realidade se não considerarmos o homem como

centro. Um dos princípios importantes para o Humanismo é o conhece-te a ti mesmo,

afinal conhecer a si mesmo é saber dos seus pontos fortes e fracos e conseguir controlar-se

a partir disso. Outro ponto importante fator para o Humanismo é o lidar com o que se tem

de positivo no homem. Dessa forma, uma psicoterapia voltada para o ser humano deve

buscar o lado positivo da situação e ajudar o paciente a enxergar o que tem de bom na

situação vivida e que às vezes não é visível perante os seus olhos.

O Humanismo é um dos alicerces para a Gestalt-terapia, pois as duas vertentes tem

o homem como seu foco/centro. Dessa forma, ambas tem o ponto em comum que é a

compreensão do homem em sua totalidade e a busca em ajudá-lo a se compreender e ser

compreendido. A única diferença entre as vertentes é que nesse sentido, a Gestalt é mais do

que uma terapia focada no homem. Ela é uma psicoterapia que tem o paciente como

centro.

Assim, ao se fazer Gestalt-terapia o terapeuta deve se esquecer de si e pensar

apenas em seu paciente. É tentar compreendê-lo sem fazer julgamentos, deixando de lado

seus próprios preconceitos. É um exercício constante também de autoconhecimento, pois


apenas conhecendo seus limites é que se pode regulá-los e mantê-los afastados no

momento da terapia.

O Existencialismo por sua vez traz um conceito bastante próximo ao que o

humanismo propõe, pois considera o homem em toda a sua existência, colocando-o

também como centro de atenção. Dessa forma, as duas correntes filosóficas acreditam que

só o homem existe e as coisas são (Ribeiro, 2012).

Mas o Existencialismo vai além e discorre sobre a concretude do ser, a busca pelo

que há de valor no homem, o seu significado, a sua totalidade, particularidade, seu anseio e

liberdade. Ou seja, cada pessoa se porta no mundo de forma individual e singular, com

razões e emoções subjetivas, que a direciona a realizar as suas próprias escolhas, seus

próprios caminhos (Ribeiro, 2012).

Além dessas características, outro conceito importante para o Existencialismo é o

“conhece-te a ti mesmo”, ou seja, só o homem é capaz de conhecer a si mesmo, seus

desejos, vontades, escolhas e etc. E nesse sentido, somente a partir da preocupação com si

próprio é que poderá compreender o próximo. Para Ribeiro (2012, pg. 53), é importante

destacar que “essa individualidade [está] longe de ser a expressão máxima de um egoísmo

doentio, ela é uma proposta severa de assumir-se totalmente na liberdade responsável.

Conhecer-se a si mesmo profundamente é conhecer-se na relação com o mundo e consigo

próprio”.

Dessa forma, o autor ainda afirma que a psicoterapia é uma constante procura,

compreensão e aceitação da própria realidade, é uma tentativa de que o homem se

interprete e conheça a si mesmo.

A Fenomenologia é a terceira corrente filosófica que constitui o tripé que sustenta a

Gestalt-terapia. É conceituada como o estudo do fenômeno, que por sua vez significa “o

estudo das coisas conforme elas se manifestam”, ou seja, é tudo aquilo que se mostra, que
é percebido pelos sentidos e que se revela à consciência, quando entra em contato com a

realidade. A realidade é composta por fatos e os fenômenos são então a forma como esses

fatos chegam até a consciência do ser.

Dessa forma, já se aponta um dos conceitos principais para que se entenda a

fenomenologia: a intencionalidade da consciência. Sabe-se que toda consciência é

consciência de algo, dessa forma se a “consciência é sempre consciência de alguma coisa e

se o objeto é sempre objeto da consciência, é inconcebível que possamos sair dessa

correlação, já que, fora dela, não existiria nem consciência nem objeto” (Dartigues, 1973,

citado por Ribeiro, 2012, p. 64-65).

Portanto, pode-se definir a Fenomenologia como uma ciência, um método

descritivo da consciência. É a intencionalidade, o significado dado por cada indivíduo aos

fatos vivenciados, que interessa ao olhar fenomenológico. Por exemplo, é notório que um

único acontecimento pode ter significados diferentes para pessoas diferentes. Assim, o

foco da Fenomenologia é descobrir essa essência, “ir às coisas mesmas”, compreender o

fenômeno assim como se mostra, situando-o no tempo e espaço, considerando as pessoas

envolvidas e a relação do ser-no-mundo. É importante lembrar, porém que esse

procedimento só é possível através da redução fenomenológica (Epoché), onde o terapeuta

suspende seus preconceitos e começa a enxergar através da ótica do paciente, compreende-

o em sua totalidade (Ribeiro, 2012).

Considerando as correntes filosóficas citadas e todo o conhecimento trazido por

elas, chega o momento em que se é necessário passar para um próximo patamar: o das

bases teóricas da Gestalt-terapia. São elas: a Psicologia da Gestalt, Teoria de Campo e

Teoria Organísmica.

Sobre a Psicologia da Gestalt pode-se dizer que em sua origem está relacionada à

percepção visual, física, ou seja, ao modo como os olhos percebem tudo o que está em sua
volta. Nela surge uma transposição dos princípios da percepção visual para a forma como

as pessoas se comportam diante da realidade que vivenciam. Isso porque, como afirma

Ribeiro (2012, p. 101), “o modo como as pessoas veem fisicamente a realidade externa,

geográfica, tem muito a ver com o modo como elas se relacionam com seu meio

comportamental e psicológico”. Dessa forma, os princípios da organização e percepção

propostos por Wertheimer são relacionados também à forma como as pessoas enxergam

seu mundo e a forma como se comportam perante ele. São eles: proximidade, similaridade,

direção, disposição objetiva, destino comum e pragnanz.

Além dos conceitos da percepção visual, a Psicologia da Gestalt traz também

outros conceitos específicos relacionados à percepção existencial, como o conceito de todo

e parte, figura e fundo e aqui e agora. O todo e a parte afirma que o sentido aos fatos e ás

coisas se dá a partir do todo vivenciado pelo paciente. Figura e fundo diz respeito a uma

parte que se destaca e emerge em primeiro plano em nossa percepção. Essa parte que se

destaca chama-se figura, as partes restantes que momentaneamente se encontram em

segundo plano, chama-se fundo. O conceito de aqui e agora trata-se da forma em que se

pode compreender o homem apenas no seu tempo presente, de acordo com a maneira

como ele é hoje e como ele experencia o mundo e as situações da vida. Isso não significa

que o passado e futuro não sejam considerados na Gestalt-terapia, apenas infere-se que no

aqui e agora estão presentes o modo como o passado e o futuro são experenciados pelo

sujeito.

A segunda teoria que baseia a Gestalt-terapia é a Teoria de Campo. O conceito de

campo está muito relacionado à ideia de totalidade em que meio geográfico (ambiente) e

comportamental (relação do indivíduo com o meio geográfico) se unem em um único

campo: o psicofísico. Na teoria de campo, a pessoa vista como sendo uma representação

espacial, dentro de um espaço maior que ela, que pode ser dividia em quantas partes forem
significantes para ela naquele momento. Assim, Ribeiro (2012) descreve as características

determinantes do campo, que é singular a cada pessoa, uma vez que estão relacionadas à

dinâmica das regiões e à forma como se é intencionalizada cada situação vivida. São elas:

a proximidade/distanciamento, a permeabilidade/impermeabilidade, firmeza/fraqueza e

fluidez/rigidez.

A última base teórica que fundamenta a Gestalt-terapia é a Teoria Organísmica, que

visa mostrar o paciente como um todo integrado e não dividido. “A teoria organísmica se

utiliza dos princípios da Psicologia da Gestalt, enquanto funções isoladas, como percepção

e aprendizagem que ajudam na compreensão do organismo total. Ela amplia a topologia de

Lewin, incluindo no campo, além da realidade psicológica, o organismo biológico”

(Ribeiro, 2012, p. 159). O autor ainda menciona três conceitos dinâmicos que auxiliam no

processo terapêutico. São eles: a equalização ou centragem do organismo (equilíbrio das

tensões, distribuição da energia por todo o corpo até se atingir o nível ideal, onde a pessoa

se torna eficiente); autorrealização (realização de suas necessidades e desejos) e “pôr-se de

acordo” com o meio ambiente (prestar atenção à forma como o organismo reage e se

adequa ao ambiente). Pode-se dizer então que o terapeuta que lançar mão desses conceitos

certamente estará à serviço da Gestalt-terapia.


Referências

Ribeiro, J.P. (2012). Gestalt terapia: refazendo um caminho. 8ª Ed. Revisada – São Paulo:
Summus.

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