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Geral
Dor descreve uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a um dano tecidual real ou
potencial – formigamento, queimação, dor e picada função protetora importante, alerta sobre lesões
que requerem fuga ou tratamento
Percepção da dor é subjetiva e influenciada por muitos fatores – possui caráter urgente e primitivo,
possuindo componentes afetivos e emocionais
A dor não é uma expressão direta de um evento sensorial, mas sim um produto elaborado de uma
variedade de sinais neurais processados pelo encéfalo
Dor aguda, persistente ou crônica
Dor persistente – caracteriza muitas condições clínicas, sendo normalmente a razão pela qual os pacientes
procuram atenção médica
Dor crônica – parece não possuir um objetivo útil, somente fazendo o paciente sofrer
Sinais dos nociceptores são transmitidos para os neurônios do corno dorsal da medula espinhal
Percepção do estímulo nocivo origina-se de sinais nas ramificações dos axônios periféricos dos neurônios
sensoriais nociceptivos, cujos corpos celulares são localizados nos gânglios das raízes dorsais ou nos
gânglios trigeminais
Ramificações centrais desses neurônios terminam na medula espinhal de maneira altamente organizada –
maioria termina no corno dorsal
Neurônios aferentes primários que transmitem modalidades sensoriais distintas terminam em diferentes
lâminas
Lâminas de Rexed - divisões descritivas da substância cinzenta espinhal em corte transversal – neurônios
medulares se distribuem em estratos ou lâminas regulares, numeradas de I a X
Forte relação entre a organização anatômica dos neurônios da coluna dorsal, suas propriedades receptivas
e suas funções no processamento sensorial
Neurônios da lâmina I/marginal – responsivos à estímulos nocivos transmitidos pelas fibras Aδ e C –
respondem de maneira seletiva a estimulação nociva neurônios específicos da nocicepção – se projetam
para centros encefálicos superiores, notavelmente o tálamo
Neurônios da lâmina I/marginal – segunda classe de neurônios dessa lâmina recebe impulsos das fibras C
que são ativados seletivamente pelo frio intenso; outra classe responde de maneira graduada a
estimulações mecânicas, ambas inócuas e nocivas neurônios de amplo espectro dinâmico
Neurônios da lâmina II (substância gelatinosa) – camada densamente empacotada, contendo variedade de
diferentes classes de interneurônios locais, alguns excitatórios e outros inibitórios – alguns respondem de
maneira seletiva a estímulos nocivos, enquanto outros também respondem a estímulos inócuos
Neurônios das lâminas III e IV – contêm mistura de interneurônios locais e neurônios de projeção
supraspinal – muitos recebem impulsos de fibras Aβ que respondem a estímulos mecânicos inócuos, como
a deflexão de pelos e a pressão leve
Neurônios da lâmina V – contêm neurônios que respondem a uma variedade de estímulos nocivos e se
projetam para o tronco encefálico e o tálamo – recebem sinais de entrada diretamente de fibras Aβ e Aδ,
já que seus dendritos se estendem para a lâmina II, são também inervados por nociceptores de fibras C
Neurônios da lâmina V também recebem aferências de nociceptores viscerais convergência de
sinais de entrada nociceptivos somáticos e viscerais para neurônios individuais da lâmina V dor
referida – condição na qual a dor de uma lesão ao tecido visceral é percebida como originada de
uma região superficial do corpo
Fenômeno ocorre porque um único neurônio da lâmina V recebe aferência sensorial de ambas as
regiões sinal não informa aos centros encefálicos superiores sobre a origem do sinal
encéfalo, com frequência, atribui de maneira incorreta a dor à pele, possivelmente porque os
estímulos cutâneos predominam
Explicação anatômica – axônios de neurônios sensoriais nociceptivos se ramificam na periferia,
inervando a pele e alvos viscerais
Neurônios da lâmina VI – recebem aferências de fibras de grande diâmetro que inervam músculos e
articulações – ativados por movimentos inócuos nas articulações, não contribuindo para transmissão de
informação nociceptiva
Neurônios das lâminas VII e VIII – regiões ventral e intermediária da medula espinal – muitos neurônios
respondem a estímulos nocivos neurônios com propriedades de resposta complexas – aferências dos
nociceptores para esses neurônios são transmitidas por muitas sinapses intervenientes
Neurônios da lâmina VII geralmente respondem à estimulação de qualquer lado do corpo, enquanto os
neurônios mais dorsais do corno recebem aferências unilaterais – neurônios da VII devem contribuir para
qualidade difusa de muitas condições dolorosas
Duas classes principais de neurotransmissores liberados pelos neurônios sensoriais nociceptivos
1- Glutamato – neurotransmissor primário de todos os neurônios sensoriais primários, independente da
modalidade sensorial
2- Neuropeptídeos – liberados como cotransmissores por muitos nociceptores com axônios amielínicos –
peptídeos incluem substância P, o peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP), a somatostatina
e a galanina
Glutamato estocado em vesículas pequenas, elétron-lúcidas, enquanto os peptídeos são armazenados em
vesículas grandes, de centro denso, nos terminais centrais dos neurônios sensoriais nociceptivos locais
separados de estocagem permitem que essas duas classes de neurotransmissores possam ser liberadas sob
condições fisiológicas diferentes
Substancia P – liberada dos terminais centrais dos aferentes nociceptivos em respostas a lesão tecidual ou
após estimulação intensa nos nervos periféricos
Interação com receptores neurocina nos neurônios do corno dorsal potenciais pós-sinápticos
excitatórios lentos prolongação da despolarização induzida pelo glutamato
Ação coordenada entre neurotransmissores afim de regular as propriedades de disparo dos neurônios do
corno dorsal
Sem meio eficiente para recaptação dos peptídeos nos terminais nervoso neuropeptídios liberados
difundem-se a uma distância maior que o glutamato influência excitatória em muitos neurônios do
corno dorsal nas imediações do local onde foram liberados contribui para o caráter pobremente
localizado de muitas condições dolorosas
Condições patológicas níveis de expressão desses neuropeptídios aumentados nos neurônios
nociceptivos primários aumento da excitabilidade dos neurônios no corno dorsal que acompanham
alguns estados de dor crônica
Via neoespinotalâmica
Trata-se da via clássica da dor e temperatura – constituída basicamente pelo trato espinotalâmico lateral,
envolvendo uma cadeia de três neurônios
a) Neurônios I – localizam-se nos gânglios espinais situados nas raízes dorsais – prolongamento periférico
de cada um desses liga-se aos receptores através dos nervos espinhais. O prolongamento central
penetra na medula e termina na coluna posterior, onde faz sinapse com os neurônios II
b) Neurônios II – axônios desses cruzam o plano mediano pela comissura branca, ganham o funículo
lateral do lado oposto, inflectem-se cranialmente para constituir o trato espinotalâmico lateral. Ao nível
da ponte, as fibras desse trato se unem com as do espinotalâmico anterior para constituir o lemnisco
espinhal, que termina no tálamo, fazendo sinapse com os neurônios III
c) Neurônios III – localizam-se no tálamo, no núcleo ventral posterolateral. Seus axônios formam
radiações talâmicas que, pela cápsula interna e coroa radiada chegam a área somestésica do córtex
cerebral situada no giro pós-central (áreas 3, 2 e 1 de Brodmann)
Através dessa via, chegam ao córtex cerebral impulsos originados em receptores térmicos e dolorosos
situados no tronco e nos membros do lado oposto. Há evidência de que a via néoespinotalâmica é
responsável apenas pela sensação de dor aguda e bem localizada na superfície do corpo, correspondendo
a chamada dor em pontada – lâminas I e V a VII
Via peleoespinotalâmica
Neurônios I – Neurônios situados nos gânglios sensitivos anexos aos nervos V, VII, IX e X, ou seja: gânglio
trigeminal (VII), gânglio geniculado (VII), gânglio superior do glossofaríngeo e gânglio superior do vago.
Prolongamentos periféricos desses neurônios ligam-se aos receptores, enquanto os prolongamentos
centrais penetram no tronco encefálico, onde terminam fazendo sinapse com os neurônios II
Neurônios II – localizados no núcleo do trato espinhal ou núcleo sensitivo principal do trigêmeo. Todos os
prolongamentos centrais dos neurônios I dos nervos V. VII, IX e X terminam no núcleo do trato espinhal do
V. Prolongamentos centrais do V podem terminar no núcleo sensitivo principal, no núcleo do trato espinhal
ou então bifurcar, dando um ramo para cada um desses núcleos – as fibras que terminam exclusivamente
no núcleo do trato espinhal levam impulsos de temperatura e dor. Maioria dos axônios dos neurônios II
cruzam para o lado oposto e inflectem-se cranialmente para constituir o lemnisco trigeminal, cujas firas
terminam fazendo sinapses com os neurônios III
Neurônios III – localizados no núcleo ventral posteromedial do tálam. Originam fibras que, como radiações
talâmicas, ganham o córtex passando pela cápsula interna e coroa radiada. Estas fibras terminam na porção
da área somestésica que corresponde a cabeça, ou seja, parte inferior do giro pós-central (áreas 3, 2 e 1
de Bodmann)
Processo normal de sinalização sensorial – pode ser dramaticamente alterado quando o tecido periférico é
lesionado aumento da sensibilidade à dor (hiperalgesia) condição pode ser provocada pela
sensibilização de nociceptores periféricos por exposição repetitiva a estímulos nocivos
Sensibilização – desencadeada pela mistura complexa de substâncias químicas liberadas das células
danificadas que se acumulam no local do tecido lesionado
Coquetel de substâncias – bradicinina, substância P, fator de crescimento do nervo, ATP, histamina,
serotonina, prostaglandinas, leucotrienos e acetilcolina muitos liberados por diferentes células, mas
juntos agem diminuindo o limiar de ativação nociceptiva
Histamina – liberada pelos mastócitos após lesão tecidual ativa nociceptores polimodais
Lipídeo anandamida – agonista canabinoide endógeno liberado sob condições de inflamação ativa
canais TRPV1 desencadeia dor associada a inflamação
ATP, acetilcolina e serotonina – liberado das células endoteliais danificadas e das plaquetas ação indireta
– sensibilizam nociceptores por desencadear a liberação de muitos agentes químicos – prostaglandina e
bradicinina das células periféricas
Bradicinina – um dos agentes mais ativos em produzir dor potencia se deve ao fato de que ativa
diretamente nociceptores Aδ e C, bem como aumenta a síntese e liberação de prostaglandina nas células
vizinhas
Prostaglandinas – metabólitos do ácido araquidônico são gerados pela atividade das enzimas cicloxigenase
(COX) quebram ácido araquidônico enzima COX2 induzida preferencialmente sob condições de
Grupo nuclear lateral – compreende o núcleo medial ventroposterior, o núcleo lateral ventroposterior e o
núcleo posterior recebem aferências através do trato espinotalâmico de neurônios nociceptivos
específicos de amplo espectro dinâmico das lâminas I e V do corno dorsal – responsável pelo
processamento da informação sobre a
localização precisa de uma lesão,
informação que geralmente é levada à
consciência como dor aguda
Grupo nuclear medial –
compreende ao núcleo central do tálamo
e ao complexo intralaminar – principal
entrada dos neurônios das lâminas VII e
VIII
A percepção da dor é regulada por um equilíbrio da atividade nas fibras aferentes nociceptivas e não nociceptivas
Muitos neurônios de projeção no corno dorsal da medula espinal respondem de maneira seletiva aos sinais
nocivos, mas outros recebem sinais de entrada convergentes de aferentes nociceptivos e não nociceptivos
Ronald Melzak e Patrick Wall – propuzeram que o equilíbrio relativo da atividade dos aferentes nociceptivos
e não nociceptivos pode influenciar a transmissão e a percepção da dor
A ativação de neurônios sensoriais não nociceptivos fecha um portão para a transmissão central dos sinais
nociceptivos, podendo ser aberto pela ativação de neurônios sensoriais nociceptivos
Teoria do controle do portão – a interação entre fibras de grande e pequeno diâmetro ocorre no primeiro
local possível de convergência – nos neurônios de projeção no corno dorsal da medula espinal
Várias regiões encefálicas envolvidas na supressão da dor – substância cinzenta periaquedutal (PAG) –
região contendo neurônios no mesencéfalo estimulação elétrica pode causar analgesia profunda
PAG – recebe, normalmente, aferências de várias estruturas do encéfalo, muitas das quais responsáveis
pela transmissão de informações relacionadas ao contexto emocional Neurônios de PAG enviam axônios
descendentes a várias regiões localizadas na linha média do bulbo, principalmente para regiões dos núcleos
da Rafe Esses neurônios bulbares projetam axônios para os cornos dorsais da medula, ondem podem
deprimir, de maneira eficiente, a atividade dos neurônios nociceptivos
Opióides endógenos
Opióides produzem intensa analgesia quando administrados de maneira sistêmica, podem induzir
alterações de humor, sonolência, confusão mental, náuseas, vômito e constipação
Ligam-se de forma específica a vários tipos de receptores opioides do SN – próprio SN produz substâncias
endógenas semelhantes a morfinas endorfinas (peptídeos)
Endorfinas e seus receptores amplamente distribuídos pelo SNC – particularmente concentrados nas áreas
que processam ou modulam a informação nociceptiva
Atuação celular das endorfinas – supressão da liberação de glutamato das terminações pré-sinápticas e
inibição dos neurônios pela hiperpolarização das membranas pós-sinápticas
Os extensos sistemas de neurônios que contêm endorfinas na medula espinhal e no tronco encefálico
reduzem a passagem de sinais nociceptivos no corno dorsal e nos níveis encefálicos superiores, onde é
gerada a percepção da dor