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CRIMINOLOGIA

12. Vitimologia; 12.1. Classificação das vítimas; 12.2. Complexo criminológico delinquente e
vítima; 12.3. Política criminal de tratamento da vítima; 12.4. Vitimização primária; 12.5.
Vitimização secundária; 12.6. Vitimização terciária;

# O QUE SE ENTENDE POR VITIMOLOGIA?


R: É a ciência que se ocupa da vítima e da vitimização, cujo objeto é a existência de menos
vítimas na sociedade, quando esta tiver real interesse nisso (Benjamin Mendelsohn)

# COMENTE SOBRE O PROCESSO DE EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA VITIMOLOGIA.


R: Excelência, em sua primeira etapa, a vítima desfrutou ao máximo de sua protagonização, sendo
chamada por Molina de “Idade de Ouro”. Nesta época, a vítima tinha em suas mãos a vingança
privada. A vítima tinha o direito de reparar o dano ocasionado pelo autor do delito, diretamente.
“O crime era concebido como questão particular, doméstica, que somente incumbe aos seus
titulares – infrator e vítima” (Molina). Após, surgiu a fase da “Neutralização”. A vítima é
abandonada em todos os âmbitos, Direito Penal, Políticas Criminais e Sociais. Nem mesmo a
criminologia demonstrava sensibilidade aos problemas da vítima. O Estado se preocupa com a
resposta oficial ao delito, não se atentando às elementares exigências reparatórias da vítima, que é
delegada ao papel de mera testemunha. Por fim, após a II Guerra Mundial, há o chamado
“Redescobrimento da Vítima”. O Estado passa a se preocupar com a proteção da vítima, a
reparação dos danos sofridos pela vítima, bem como pela realização da justiça.

# QUAIS AS PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DAS VÍTIMAS?


R: Para Benjamin Mendelsohn, as vítimas podem ser classificadas da seguinte forma:
a) Vítima completamente inocente ou vítima ideal: “é aquela que não tem nenhuma
participação no evento criminoso”, isto é, “o delinquente é o único culpado pela produção do
resultado. Exemplos: sequestros, roubos qualificados, terrorismo, vítima de bala perdida,
etc.” (apud MOREIRA FILHO, 2004, p. 47).
b) Vítima menos culpada do que o delinquente ou vítima por ignorância: é aquela
que “contribui, de alguma forma, para o resultado danoso, ora frequentando locais
reconhecidamente perigosos, ora expondo seus objetos de valor sem a preocupação que deveria
ter em cidades grandes e criminógenas” (apud MOREIRA FILHO, 2004, p. 47).
c) Vítima tão culpada quanto o delinquente: é aquela cuja participação ativa é imprescindível
para a caracterização do crime. Exemplo: estelionato caracterizado pela torpeza bilateral.
d) Vítima mais culpada que o delinquente ou vítima provocadora: os exemplos mais
frequentes dessa modalidade encontram-se nas lesões corporais e nos homicídios privilegiados
cometidos após injusta provocação da vítima.
e) Vítima como única culpada, cujos exemplos apontados pela doutrina são os
seguintes: “indivíduo embriagado que atravessa avenida movimentada vindo a falecer
atropelado, ou aquele que toma medicamento sem atender o prescrito na bula, as vítimas de
roleta-russa, de suicídio, etc.” (apud MOREIRA FILHO, 2004, p. 48).

De acordo com o professor de Vitimologia Elias Neuman, as vítimas podem ser classificadas em:
a) Vítimas individuais: são as vítimas clássicas, ou seja, aquelas resultantes das primeiras
investigações vitimológicas baseadas na chamada dupla penal. Em outras palavras, são todas as
pessoas físicas que figuram no polo passivo de um crime.
b) Vítimas familiares: são aquelas decorrentes de maus-tratos e de agressões sexuais produzidas
no âmbito familiar ou doméstico, as quais recaem, geralmente, nos seus membros mais frágeis,
como as mulheres e as crianças.
c) Vítimas coletivas: certos delitos lesionam ou põem em perigo bens jurídicos cujo titular não é a
pessoa física. Destaca-se, assim, a despersonalização, a coletivização e o anonimato entre o
delinquente e a vítima, que pode ser uma pessoa jurídica, a comunidade ou o próprio Estado.
Exemplo dessa modalidade ocorre nos chamados delitos financeiros, nos crimes contra os
consumidores, entre outros.
d) Vítimas da sociedade e do sistema social: essa modalidade vem se tornando cada vez mais
corriqueira. Exemplos: mortes diárias nos corredores dos hospitais públicos devido à falta de
leitos; homicídios cometidos por milícias, etc.

De acordo com o professor de Direito Penal da Universidade Central de Madrid (atual


Universidade Complutense), Luis Jimenez de Asúa, as vítimas podem ser classificadas da seguinte
maneira:
a) Vítima indiferente: é aquela que se pode chamar de vítima comum, ou seja, desconhecida
pelos criminosos.
b) Vítima indefinida ou indeterminada: “é a chamada vítima da sociedade moderna, do
desenvolvimento e do progresso científico. Exemplo: terrorismo, propaganda enganosa dos
crimes contra o consumidor, etc., em que o crime atinge a coletividade em geral e o indivíduo em
particular” (apud MOREIRA FILHO, 2004, p. 50).
c) Vítima determinada: “é aquela conhecida do agente, como na extorsão mediante sequestro,
nos furtos com abuso de confiança, na apropriação indébita, no homicídio por vingança,
etc.” (apud MOREIRA FILHO, 2004, p. 50).

Para Guglielmo Gulotta, advogado, psicólogo e professor de Psicologia Forense da Universidade


de Turim, as vítimas se classificam em:
a) Vítima falsa: simulada ou imaginária.
A vítima falsa simulada é aquela que atua conscientemente ao provocar o movimento da
máquina judiciária, com o desejo de gerar um erro judiciário ou, ao menos, alcançar a impunidade
por algum fato delitivo que tenha cometido.
A vítima falsa imaginária, por sua vez, é aquela que erroneamente crê, por razões
psicopatológicas ou imaturidade psíquica, haver sido objeto de uma agressão criminal.
b) Vítima real: fungível ou não fungível.
As vítimas reais fungíveis podem também ser chamadas de inteiramente inocentes ou vítimas
ideais, pois, caso venha a ocorrer um delito, sua relação com o criminoso é irrelevante e,
justamente por isso, elas são substituíveis na dinâmica criminal. Em outras palavras, isso significa
que o fato delitivo não se desencadeia com base em sua intervenção, consciente ou inconsciente.
É importante ressaltar que as vítimas reais fungíveis ainda se subdividem em duas subespécies:
acidentais e indiscriminadas. As acidentais são aquelas colocadas, por azar, no caminho dos
delinquentes como, por exemplo, aquela que se encontra num banco no exato momento em que
um grupo de assaltantes ali adentra para roubá-lo. Já as indiscriminadas representam uma
categoria mais ampla que a anterior, pois não sustentam, em nenhum momento, vínculo algum
com o infrator como, por exemplo, as vítimas de atentados terroristas.
Por outro lado, as vítimas reais não fungíveis são aquelas que desempenham certo papel na
gênese do delito. Daí serem consideradas insubstituíveis na dinâmica criminal. As vítimas reais
não fungíveis também se subdividem, porém, em quatro subespécies: imprudentes, alternativas,
provocadoras e voluntárias. As imprudentes são aquelas que omitem as precauções mais
elementares facilitando, dessa forma, a concretização de um crime. Exemplo: deixar à mostra um
objeto valioso dentro de um veículo que esteja com os vidros abertos. As alternativas são aquelas
que, deliberadamente, se colocam em posição de sê-lo, dependendo do azar sua condição de
vítima ou de vitimário. Exemplo clássico mencionado pela doutrina é o duelo. As provocadoras
são aquelas que fazem surgir o delito, precisamente, como represália ou vingança pela prévia
intervenção da vítima. Exemplos são os homicídios privilegiados cometidos após injusta
provocação da vítima. As voluntárias são aquelas que constituem o mais característico exemplo de
participação. Nestes casos o delito é resultado da instigação da própria vítima ou de um pacto
livremente assumido. Exemplo típico é a eutanásia.

#QUAL A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DO BINÔMIO CRIMINOSO-VÍTIMA (DUPLA


PENAL OU PAR PENAL)
R: excelência, o estudo do “Par penal” é relavante para aferir o dolo e a culpa do criminoso, bem
como eventual responsabilidade da vítima ou sua contribuição para o fato criminoso, o que
repercutirá na adequação típica e na aplicação da pena; Por outro lado, é importante verificar as
situações em que a vítima interage no fato típico, de forma que a análise de seu perfil psicológico
despontará como fator a ser considerado no desate judicial do delito. (PENTEADO FILHO, 2012).

# DIFERENCIE VITIMIZAÇÃO PRIMÁRIA, SECUNDÁRIA E TERCIÁRIA.


R: Vitimização primária são os danos causados à vítima decorrentes do crime. A vítima criminal,
muitas vezes, sofre danos físicos, psíquicos, econômicos e também sociais. Vitimização
secundária, sobrevitimização (sobrevitimização do processo penal) é o sofrimento adicional
causado à vítima pela dinâmica do sistema de Justiça criminal (inquérito policial e processo
penal). A vítima terá que se expor perante terceiros, relembrar os fatos tormentosos vividos
durante crime e não raras vezes terá que ficar próxima ou frente a frente ao agressor. Vitimização
terciária é a falta de amparo dos órgãos públicos (Estado) e a ausência de receptividade social às
vitimas, ou seja, o próprio grupo social (sociedade) não as acolhe, assim como as incentivam a não
denunciar o delito às autoridades, levando à chamada cifra negra. Considera-se cifra negra a
criminalidade desconhecida, não registrada e não elucidada pela polícia, nem punida pelo
Judiciário.

# FALE SOBRE A IMPORTÂNCIA DA POLÍTICA CRIMINAL VOLTADA AO


TRATAMENTO DA VÍTIMA
R: A despeito do predomínio das políticas voltadas à figura do criminoso, a preocupação com o
risco de vitimização traz a possibilidade de redução da criminalidade a partir da criação de
programas de informação e proteção orientados à pessoa em situações típicas da condição de
vítima. Na construção deste cenário, avalia-se o risco de vitimização por meio de indicadores
capazes de converter certas pessoas ou grupos em potenciais vítimas. Exemplo recente e marcante
desta política no Brasil se deu com a criação da Lei Maria da Penha. (Amanda Bessoni Boudoux
Salgado). Por outro lado, urge uma reflexão imediata do aparelho estatal quanto ao tratamento
prestado à vítima nas Delegacias de Polícia, Secretarias Criminais, Poder Judiciário e Ministério
Público. Vítima não é mera testemunha. As vítimas não devem continuar sendo tratadas como
objetos de direito, e sim, sujeitos de direito. O conflito real que pode estar na gênese do crime, não
se soluciona com a abstração metafísica de uma restauração da ordem jurídica como condição para
a superação do conflito que se exprime no crime. Será sempre inacabada a humanização das
ciências criminais e do direito processual penal enquanto se abandonar a vítima ao seu destino.
Uma ciência que ignore a vitima permanecerá, em todas as suas manifestações, como uma das
muitas instituições bárbaras de uma sociedade só aparentemente humanizada e de um pretenso
Estado-de-Direito social (Selma Pereira de Santana)

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