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Modular – Um Lugar na Janela 2 Prof.

Edir
TEXTO 1: ARRUMANDO A MALA E O ESPÍRITO TEXTO 2: O RIO E A BARRA

Viajar não está associado apenas ao que iremos Só me dei conta da minha paixão por Ipanema
encontrar lá adiante, mas também ao que deixamos quando, numa determinada época, a vida me levou
para trás. Para trás fica o que a gente sempre foi. Nós para a Barra e lá passei uns dias. A saudade que senti
e nossos horários de acordar e deitar, nossas tarefas do Rio doeu na alma.
diárias, o telefonema regular para a família. Para trás
fica o mesmo trajeto das ruas até chegar ao trabalho, Tenho alguns queridos amigos que vivem na Barra e
o mesmo restaurante do bairro, as mesmas discussões morreriam por ela, e não tenho a menor intenção de
políticas com os amigos, a temperatura do dia desagrada-los, mas, mesmo correndo o risco de
prevista na véspera e o jornal falando de problemas parecer obtusa, é assim que sinto: a Barra não é o Rio.
que você conhece de cor. Em tese, todo dia é novo, A Barra é a Barra, com sua praia mais tranquila, suas
porém menos novo no local que nos serve de palco retas, seus shoppings e sua via de acesso a refúgios
cotidiano. E essa repetição inevitável reúne nossas sagrados como a Prainha e Grumari, mas o autêntico
ideias e nosso comportamento, a gente se acomoda a Rio de Janeiro não chegou ali nem como turista. O
um papel exaustivamente ensaiado e representado, espírito carioca ainda não atravessou o túnel talvez o
somos o que sempre fomos porque é assim que os metrô dê um jeito nisso, aguardemos as conquistas da
outros nos identificam e é assim que nos mobilidade urbana.
acostumamos a ser. A cidade onde Vivemos nos reduz
a um único personagem: aquele que foi formatado Rio é mistura de raças, muvuca, banca de revista,
pela rotina. barulho, cor, gringos, porteiro batendo papo, gente
caminhando, atravessando arua fora da faixa, butique
Até o dia em que você embarca num avião e, assim de calçada, florista, pé-sujo, trânsito, artista de rabo
que chega a outro destino, descobre a potência de cavalo e cara lavada. 0 Rio é a visão do Cristo, o
dessas duas palavras: “outro destino”. Você fugiu circundar da Lagoa, as cangas, o beach tênis, a água
daquela linha reta que era sua vida. E espera retornar de coco e as sacadas de frente para 0 mar, o Rio são
para casa com uma perspectiva mais elástica. os gays, os ciclistas, os paparazzi, a guarda municipal,
os blocos de rua, o alarme da garagem dos prédios, as
pedras portuguesas, as centenas de farmácias, os
Com base no texto acima, assinale V ou F: manobristas dos restaurantes, a garota voltando de
biquini da praia. O Rio é mosaico, caleidoscópio,
( ) O livro “Um Lugar na Janela 2”, de Martha desalinho, o já consagrado purgatório da beleza e do
Medeiros reúne relatos de viagem da autora, caos, uma escola de samba natural arrastando o povo
destacando-se a função de informar os leitores sobre num ritmo e cadência que todos dominam mesmo
roteiros turísticos de forma objetiva e concisa. sem ter ensaiado.

( ) O texto de Martha Medeiros relaciona o ato de O Rio é sentimento. A Barra é planejamento. Sorry,
Barra. Quando a gente ama é assim mesmo, sem
viajar não apenas a um deslocamento no espaço, mas
razão.
a uma forma de mudar as perspectivas do viajante
sobre sua própria identidade.
Com base no texto acima, assinale V ou F:
( ) A crônica é um gênero caracterizado pela
informalidade na relação com o interlocutor que, no ( ) A crônica “O Rio e a Barra” aborda o vínculo
caso do texto acima, passa a ser tratado com afetivo de Martha Medeiros com sua terra natal, o
proximidade pelo uso de um pronome de tratamento, Rio de Janeiro.
de uma locução pronominal e de verbos flexionados
( ) A expressão “a Barra é a Barra” conota, segundo a
na primeira pessoa do plural.
percepção subjetiva da cronista, a particularidade
( ) “A cidade onde Vivemos nos reduz a um único desse bairro que se destaca positivamente se
personagem: aquele que foi formatado pela rotina.” A comparado aos demais.
experiência de deixar a cidade onde vive e tornar-se
outro personagem é algo que ocorre com o ( ) O contraste entre paisagens da mesma cidade faz
personagem “Um Outro” no livro “Nós” a cronista perceber diferentes identidades locais e,

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somente a partir dessa relação comparativa, sob um calor massacrante e ainda assim não se
experimentar a paixão por Ipanema. emburram, não perdem a compostura, não passam a
mão na testa, parece que nada que é externo lhes
( ) O terceiro parágrafo se constitui a partir de atinge. O ar-condicionado funciona por dentro. A alma
metáforas para definir o Rio de Janeiro, que chega a é que é climatizada.
ser caracterizado como uma escola de samba em um Sua cultura não estimula o contato físico que para
nós é tão normal: nem abraços, muito menos
desfile.
esbarrões. Não se tocam com o corpo: o contato se dá
TEXTO PARA A QUESTÃO 3 com o olhar direto e com o semblante sereno de
quem, em sua infinita calma, tem tempo para ouvir os
“Viajantes têm dentro de si alguém confinado ao outros e para repetir informações pacientemente até
trivial que não vê a hora de ser solto, nem que seja por que fique claro que o importante não é tocar, e sim
apenas 30 dias ao ano. Esse outro ser humano trocar.”
escondido em você é quase um desconhecido, ainda
que a foto no passaporte seja a sua cara (maldade 4- Considerando o texto acima e a obra em que
comparar você com sua foto no passaporte, sorry). está inserido, assinale V ou F:
Então ele se liberta...”
( ) Nessa crônica, Martha conta sobre uma viagem ao
3- Acerca do livro “Um lugar na janela 2”, de oriente, destacando o choque cultural experimentado
Martha Medeiros, avalie as assertivas que por quem está habituado a uma vida mais agitada e a
seguem: relações interpessoais em que o contato físico se
sobrepõe ao contato visual.
I- Trata-se e um livro de crônicas de viagem, ( ) Assim como os nordestinos descritos em “O
marcadas pela informalidade na escrita e Cacto”, de Manuel Bandeira, os trabalhadores
n consequente aproximação com o leitor, orientais apontados no texto acima têm seu
como se pode observar na interlocução comportamento determinado pelas condições da
estabelecida pelo pronome “você” e no paisagem: o ambiente quente e seco, constitui um
emprego do estrangeirismo. povo com as mesmas características em sua
II- O trecho acima foi retirado da crônica de identidade.
apresentação denominada “arrumando a ( ) O choque cultural é também experimentado em
mala e o espírito”. outras obras deste programa: em “Lucíola” pelo
III- Nas crônicas de viagem, a objetividade se Pernambucano Paulo no Rio de Janeiro; Em “Nós”
sobrepõe à subjetividade, predominando pelo Florianopolitano “Tu” vivendo Brasília”.
o descritivismo como característica. Nesse ( ) Nas crônicas de “Um Lugar na Janela 2”, é possível
sentido, as crônicas de Martha Medeiros observar momentos em que a autora disserta,
se aproximam dos textos dos viajantes expondo como tese a ideia de uma identidade cultural
quinhentistas. para determinados povos e lugares.

Estão corretas: A sequência correta para o preenchimento das


lacunas é:
a) I e II
b) I, II e III a) V, V, F, F
c) Apenas II b) V, V, F, V
d) I e III c) F, V, F, V
e) Apenas III d) F, F, V, F
e) V, F, V, V
TEXTO PARA A QUESTÃO 4
“Mas o que mais me comoveu foi o reencontro
GABARITO
com algo que se tornou raro entre nós: a delicadeza. O
Oriente não grita. O Oriente sussurra. Além de usarem 1- FVVV
um tom de voz absolutamente relaxante para nossos
2- FFVV
ouvidos estressados, nunca vi tantos sorrisos em
rostos estranhos. As pessoas sorriem o tempo todo 3- A
umas para as outras. Por nada. Por tudo. Trabalham 4- E

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