DECISÃO: Trata-se de mandado de segurança impetrado contra
Comissão Parlamentar de Inquérito, que, organizada pela Câmara dos
Deputados, foi instituída com o objetivo de investigar o avanço e a impunidade do narcotráfico (CPI do Narcotráfico).
O pedido de medida liminar, então formulado pela parte ora
impetrante, foi indeferido em data de 17/12/1999 (DJU de 01/02/2000).
Passo a apreciar o mandado de segurança ora em exame. E,
ao fazê-lo, devo registrar, preliminarmente, a ocorrência de situação configuradora de prejudicialidade do processo mandamental em causa.
É que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
considera prejudicadas as ações de mandado de segurança e de habeas corpus, sempre que - impetrados tais writs constitucionais contra Comissões Parlamentares de Inquérito - vierem estas, como no caso, a ser declaradas extintas, em virtude da conclusão de seus trabalhos investigatórios e da aprovação de seu relatório final (HC 79.244/DF, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE - MS 21.872/DF, Rel. Min. NÉRI DA SILVEIRA - MS 23.852-QO/DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO - MS 23.926/DF, Rel. Min. ELLEN GRACIE – MS 23.971-QO/DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO – MS 24.022/DF, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA, v.g.):
“MANDADO DE SEGURANÇA. COMISSÃO PARLAMENTAR DE
INQUÉRITO EXTINTA PELA CONCLUSÃO DOS SEUS TRABALHOS. PERDA DO OBJETO. Declara-se prejudicado, em face da perda do objeto, o mandado de segurança impetrado contra ato de Comissão Parlamentar de Inquérito que veio a ser extinta pela conclusão dos seus trabalhos. Precedentes. Mandado de segurança julgado prejudicado.” (MS 23.465/DF, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA)
“MANDADO DE SEGURANÇA. COMISSÃO PARLAMENTAR DE
INQUÉRITO. EXTINÇÃO. PERDA SUPERVENIENTE DE OBJETO. - A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende prejudicadas as ações de mandado de segurança e de habeas corpus, sempre que - impetrados tais writs constitucionais contra Comissões Parlamentares de Inquérito - vierem estas a ser declaradas extintas, em virtude da conclusão de seus trabalhos investigatórios e da aprovação de seu relatório final. Precedentes.” (MS 23.491/DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO) Registre-se, por necessário, que o órgão ora apontado como coator - a CPI destinada a investigar o avanço e a impunidade do narcotráfico - encerrou os trabalhos de investigação, com a definitiva aprovação de seu relatório, em 05/12/2000.
Sendo assim, tendo em consideração os aspectos ora
ressaltados, julgo prejudicada, por perda superveniente de seu objeto, a ação de mandado de segurança ora em exame.
Arquivem-se os autos, tão logo sejam devolvidos pela douta
Procuradoria-Geral da República.
2. Enquanto os autos do MS 23.595/DF não retornarem a esta
Corte, a presente decisão deverá ser juntada ao expediente registrado como Petição Avulsa nº 111.264/2001.
3. Tendo em vista a certidão exarada no expediente
referido no item anterior (fls. 19), segundo a qual os autos pertinentes ao MS 23.595/DF – remetidos à douta Procuradoria-Geral da República em 13/04/2000 (fls. 11) – ainda não haviam retornado, até 14/09/2004 (fls. 19), do Ministério Público Federal, reitere-se o Ofício de fls. 14, que deverá ser instruído com cópia da presente decisão.