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Dicas de Português

Sérgio Nogueira
Temas polêmicos
1. A dona-de-casa ou a dona de casa?
Dona de casa sofre até na hora de ser escrita. É com hífen ou não?
Segundo o dicionário Aurélio, devíamos usar hifens (ou hífenes, como preferem alguns): dona-de-casa. O
dicionário Houaiss nos ensinava que devíamos escrever sem hífen: dona de casa.
E agora, que fazer?
De acordo com as regras ortográficas anteriores ao novo acordo, devíamos ligar por hífen “os elementos
das palavras compostas em que se mantém a noção da composição, isto é, os elementos das palavras
compostas mantêm a sua independência fonética, conservando cada um a sua própria acentuação, porém
formando o conjunto perfeita unidade de sentido”.
Dentro desse princípio, devíamos usar o hífen nas palavras compostas em que os elementos, com a sua
acentuação própria, não conservam, considerados isoladamente, a sua significação, mas o conjunto
constitui uma unidade semântica.
Para ficar mais claro, é interessante observarmos um exemplo inquestionável: copo-de-leite e copo de
leite.
Em copo de leite, sem hífen, cada elemento mantém a sua significação: copo é copo e leite é leite; em
copo-de-leite, com hifens, temos um conjunto com uma nova unidade de sentido: copo-de-leite é uma
planta.
A dúvida quanto à dona de casa era se o conjunto forma uma unidade de sentido ou se cada elemento
conserva isoladamente sua significação.
Esse tipo de dúvida acabou com o novo acordo ortográfico. A partir de agora, os compostos com
elemento de conexão só receberão hifens se for palavra ligada à botânica ou à zoologia: copo-de-leite,
banana-da-terra, joão-de-barro, galinha-d’Angola…
Isso significa que os compostos com elementos de conexão que não são nomes de animais ou plantas
devem ser grafados sem hífen: pé de moleque, pé de cabra, general de divisão, pão de ló, fim de semana,
disse me disse, dia a dia, passo a passo…
Assim sendo, agora não há mais dúvida: DONA DE CASA deve ser escrita sem hifens.
2. Não confunda gênero com sexo
Cadeira é um substantivo feminino e banco é masculino. Por mais que você examine uma cadeira e um
banco, não encontrará nenhum sinal do sexo feminino na cadeira nem do sexo masculino no banco.
Bancos e cadeiras não mantêm relações
sexuais para fazer “banquinhos”!!!
Cadeira não é um substantivo feminino porque termina em “a”. Existem várias palavras terminadas em
“a” que são masculinas: o problema, receber um tapa, dar dois telefonemas, duzentos gramas de
presunto…
A distinção do gênero nos substantivos não tem fundamentos racionais. Quem determina o gênero é a
tradição fixada pelo uso. A comparação com outras línguas, mesmo de origem latina, comprova a
inconsistência do gênero gramatical: a viagem / el viaje (espanhol); o sangue / la sangre (espanhol), la
sang (francês)…
Nossos leitores têm algumas dúvidas:
1a) Personagem é masculino ou feminino?
2a) Qual é o feminino de poeta: a poetisa ou a poeta?
Chamamos de SOBRECOMUNS os nomes de um só gênero gramatical que se aplicam, indistintamente,
a homens e a mulheres: o cônjuge, o indivíduo, o sósia, a criança, a pessoa, a vítima…
São chamados de COMUNS DE DOIS os substantivos que têm uma só forma para os dois sexos. A
distinção é feita pela anteposição de “o”, para o masculino, e “a”, para o feminino: o/a artista, o/a doente,
o/a mártir, o/a jovem…
Na sua origem, PERSONAGEM era um substantivo sobrecomum do gênero feminino, ou seja, “a
personagem” poderia ser usada tanto para a mulher quanto para o homem. Hoje em dia, porém,
PERSONAGEM tornou-se um substantivo comum de dois: a personagem, para mulheres, e o
personagem, para homens. O dicionário Houaiss e o Vocabulário Ortográfico da Academia Brasileira de
Letras consideram PERSONAGEM substantivo de dois gêneros, ou seja, o/a personagem.
Quanto ao feminino de POETA, temos uma bela polêmica. Segundoa tradição e os nossos principais
dicionários, o feminino de poeta éPOETISA. Recentemente, no meioartístico, tornou-se moda distinguir
A POETISA (=pessoa do sexo femininoque faz poesia) de A POETA (=mulherque faz poesia de
reconhecida qualidadeliterária). Trata-se de um juízode valor que ainda não tem o respaldo da maioria dos
estudiosos e de nossos principais dicionários. Se essa moda “vai pegar”, só o tempo dirá.
Segundo o mestre e acadêmico Evanildo Bechara:
a) são masculinos: o…clã, champanha,dó, formicida, grama (unidade de massa/peso), milhar, pijama,
sósia, telefonema…
b) são femininos: a…aguardente, alface, análise, bacanal, cal, cólera, dinamite,
libido, síndrome, faringe…
c) são indiferentemente masculinos ou femininos: o ou a…avestruz, crisma, diabete, gambá, hélice,
ordenança, personagem, sabiá, sentinela, soprano, suéter, tapa, trama…
(g1.globo.com - 22/9/

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