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global no mundo
e no Brasil
Organizadores:
Francisco Luiz Corsi
José Marangoni Camargo
Agnaldo dos Santos
Rosângela Lima Vieira
Autores:
Reinaldo A. Carcanholo
Gustavo E. Santillán
Francisco L. Corsi
Rosângela L. Vieira
Mirian C. Lourenção Simonetti
Adriane de Sousa Camargo
José M. Camargo
Agnaldo dos Santos
Noemina Ramos Vieira
Newton Ferreira da Silva
Cláudio Rodrigues da Silva
Diego Marques Pereira dos Anjos
Yuri Rodrigues da Cunha
1ª edição 2013
Bauru, SP
Coordenador do Projeto Editorial Praxis
Prof. Dr. Giovanni Alves
Conselho Editorial
Prof. Dr. Antonio Thomaz Júnior – UNESP
Prof. Dr. Ariovaldo de Oliveira Santos – UEL
Prof. Dr. Francisco Luis Corsi – UNESP
Prof. Dr. Jorge Luis Cammarano Gonzáles – UNISO
Prof. Dr. Jorge Machado – USP
Prof. Dr. José Meneleu Neto – UECE
ISBN 978-85-7917-247-2
CDD: 338
Apresentação....................................................................... 9
Capítulo 1
Sobre a atual fase do capitalismo
— Reinaldo A. Carcanholo............................................... 19
Capítulo 2
Cuatro años de crisis, 2008-2012. Aportes para un
análisis comprensivo de la coyuntura global
— Gustavo E. Santillán..................................................... 31
Capítulo 3
A crise do capitalismo global em perspectiva histórica
— Francisco Luiz Corsi........................................................51
Capítulo 4
Crise atual: observações a partir da Economia Política
dos Sistemas-Mundo — Rosângela de Lima Vieira........ 71
Capítulo 5
Desafio das Ruas às Instituições Representativas
— Jair Pinheiro.................................................................. 87
Capítulo 6
Crises e Resistências: os desafios e possibilidades
da Via Campesina — Mirian Claudia Lourenção
Simonetti e Adriane de Sousa Camargo..........................119
Capítulo 7
Crise Econômica Mundial e os Impactos sobre a
Economia Brasileira — José Marangoni Camargo........ 139
Capítulo 8
Breves Considerações sobre o Perfil das Atividades
de Ciência e Tecnologia no Brasil e o Paradigma
da Colaboração no Contexto da Crise Econômica
Mundial — Agnaldo dos Santos..................................... 167
Capítulo 9
América latina, globalização e espaços de resistência:
o caso dos índios Guarani-Kaiowa no Brasil
— Noemia Ramos Vieira................................................ 187
Capítulo 10
Capitalismo: da instabilidade crônica à fragilidade
estrutural sistêmica — Newton Ferreira da Silva......... 213
Capítulo 11
Crise Econômica, Fluxos Migratórios Internacionais,
Governabilidade e Educação: Uma Análise a partir de
Documentos e Organismos Internacionais
— Cláudio Rodrigues da Silva........................................ 225
Capítulo 12
Acumulação capitalista no regime de acumulação
flexível — Diego Marques Pereira dos Anjos................. 247
Capítulo 13
Reestruturação dos serviços: a expansão da
terceirização — Yuri Rodrigues da Cunha.................... 273
Apresentação
Os organizadores.
Capítulo 1
Referências
CARCANHOLO R.. “A categoria marxista de trabalho produtivo”. In:
XII Encontro Nacional de Economia Política, 2007, São Paulo. Anais do
SEP. http://carcanholo.com.br/temasMarx.html.
. y SABADINI, M. S. “Capital ficticio y ga-
nancias ficticias”. In: Herramienta, Buenos Aires, nº 37, pp. 59-79, 2008.
http://carcanholo.com.br/temasMarx.html.
Sobre a atual fase do capitalismo | 29
2008 - 2011
El relato convencional al estallar la crisis, a finales de 2008,
pudo establecerse a partir de la irresponsabilidad de banqueros
y empresarios, tal como lo hemos establecido de manera pre-
liminar en nuestra primera sección. Así, una de las primeras
conclusiones a extraer fue la recomendación de generar me-
canismos de regulación adecuados a escala global y multila-
11 Este espacio pudo ser abierto a la expansión del capital a partir de una
decisión geopolítica, el acercamiento sinonorteamericano de 1971-1979,
que encadenó a China al espacio productivo del Este Asiático consolida-
do por los Estados Unidos en su “cinturón de seguridad” de la posguer-
ra, en plena guerra fría, abriendo por primera vez el mercado de trabajo
chino a los movimientos globales de capital.
Cuatro años de crisis, 2008-2012. | 39
Aportes para un análisis comprensivo de la coyuntura global
17 Para China existe una abundante literatura sobre este fenómeno, y sobre
las características de la protesta obrera y la acción colectiva sobre la base
de la formación de una conciencia obrera. Entre ella, Cai, 2006; Hurst,
2009; Lee, 2007; O’ Brien, 2008.
Cuatro años de crisis, 2008-2012. | 47
Aportes para un análisis comprensivo de la coyuntura global
Conclusiones
Podemos sintetizar lo expuesto hasta aquí en los siguien-
tes ítems:
48 | uatro años de crisis, 2008-2012.
C
Aportes para un análisis comprensivo de la coyuntura global
Referencias
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de los Estados Unidos, México, Siglo XXI Editores, 1979 (1976).
ARRIGHI, Giovanni, El Largo Siglo XX, Barcelona, Akal, 1994.
CAI, Yongshun, State and Laid off workers in reform China. The silence
and collective action of the retrenched, New York, Routledge, 2006.
CORIAT, Benjamin, El Taller y el cronómetro, Madrid, Siglo XXI, 1982,
y El Taller y el robot, México, Siglo XXI, 1992.
HOBSBAWM, Eric, Historia del Siglo XX, Barcelona, Crítica, 1997.
HURST, William, The Chinese Worker After Socialism, New York, Cam-
bridge University Press, 2009.
LEE, Ching Kwan, Against the Law: Labor Protests in China’s Rustbelt
and Sunbelt, Berkeley, University of California Press, 2007.
MADDISON, Angus, Contours of the World Economy, 1-2030 AD. Es-
says in Macro-Economic History, Oxford University Press, 2010.
50 | uatro años de crisis, 2008-2012.
C
Aportes para un análisis comprensivo de la coyuntura global
Introdução1
A crise estrutural e a
reestruturação da economia
mundial: o capitalismo global
A crise década de 1970 marcou o fim dos chamados “30
anos gloriosos” do capitalismo e deu início a uma fase de
baixo, porém desigual, crescimento que se estendeu pelas
duas décadas seguintes (HOBSBAWM, 1995; CHESNAIS,
1996). A crise estrutural decorreu da sobreposição de varias
crises, quais sejam: crise de superprodução, crise do sistema
financeiro internacional estabelecido em Bretton Woods,
crise energética, crise do padrão tecnológico, crise do fordis-
mo e crise de hegemonia dos EUA. Esses processos históri-
cos estavam entrelaçados. Em um contexto de acirramento
da luta de classes, no centro e na periferia profundas trans-
formações sociais pareciam possíveis à época (MANDEL,
1990; HARVEY, 1992; BRENNER, 2003).
Entretanto, como resposta a crise estrutural e a ameaça
de revolução social, as grandes corporações, os grandes ban-
cos, os fundos de investimento e os governos dos países cen-
trais imprimiram uma estratégia visando à reestruturação
do sistema. No centro, iniciou-se um processo de desmonte
54 | A crise do capitalismo global em perspectiva histórica
Considerações finais
Enfim, a dominância do capital financeiro gerou uma
dinâmica econômica instável, baseada em bolhas especulati-
vas. A formação e o estouro de bolhas especulativas têm ca-
racterizado o padrão de acumulação do capitalismo globali-
zado. Os ciclos da economia mundial estão relacionados às
bolhas especulativas (Brenner, 2003 e 2006), como ficou
evidente nas crises que assolaram a periferia na década de
1990 e o centro do sistema a partir da crise na Nasdq (2001)
e finalmente da crise da bolha imobiliária 2007.
A crise faz parte da própria dinâmica da acumulação de
capital. Não existe capitalismo sem crises periódicas. As cri-
ses são as formas pelas quais o sistema resolve momentanea-
mente as suas contradições para recolocá-las mais adiante em
um patamar superior. Os conflitos de classe, na tentativa de
resolução dessas contradições, levam o sistema a reestrutura-
-se, criando as condições para uma nova fase de expansão.
Referências
AMSDEN, A. A ascensão do resto. Os desafios ao ocidente de econo-
mias de industrialização tardia. São Paulo: UNESP, 2009.
BASUALDO, E. e ARCEO, E. (orgs.). Neoliberalismo y setores dominan-
tes. Tendencias globales y expereiencias nacionales. CLACSO: Buenos
Aires, 2006.
A crise do capitalismo global em perspectiva histórica | 69
O conceito de CSA
Os Ciclos Sistêmicos de Acumulação, segundo Arrighi,
são unidades de análise mais ‘manejáveis’ construídas a
partir da idéia braudeliana de capitalismo como um proces-
so histórico de longa duração e enquanto o terceiro andar
da economia 3.
Os ciclos sistêmicos de acumulação derivam
A crise atual
Segundo Arrighi, no decorrer de um Ciclo Sistêmico de
Acumulação, há crises sinalizadoras e terminais. Como se
viu em citação anterior, a cronologia do CSA norte-ameri-
cano identifica a década de 1970 como sua crise sinaliza-
dora. Ele se refere à expansão financeira dos anos 70 e 80
do século passado, que tal como vem ocorrendo desde o
século XIV, sucede
80 | Crise atual: observações a partir da Economia Política dos Sistemas-Mundo
Os autores advertem,
Referências
ARRIGHI, Giovanni. O Longo Século XX: dinheiro, poder, e as origens
de nosso tempo. Trad. Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Contraponto; São
Paulo: Editora UNESP, 1996.
VIEIRA P. A., VIEIRA, R. e FILOMENO, F. O Brasil e o Capitalismo
Histórico: passado e presente na Análise de Sistemas-Mundo. São Pau-
lo: Editora Cultura Acadêmica, 2012.
Capítulo 5
Introdução
2 Para uma análise da crise de 2008 sob vários aspectos, veja-se dossiê “A
crise atual do capitalismo” em Crítica Marxista, n.º 29, Fundação Edito-
ra Unesp, 2009.
90 | Desafio das Ruas às Instituições Representativas
7 Este documento foi aceito pela assembleia geral da cidade de Nova York
em 29/09/11. Disponível em: http://www.nycga.net/resources/documents/
declaration/. Acesso em 12/12/12.
Desafio das Ruas às Instituições Representativas | 99
9 “A única coisa que temos em comum é que somos os 99% que não to-
lerarão mais a ganância e a corrupção do 1%”. Disponível em: http://
occupywallst.org/. Acesso em 30/11/11.
Desafio das Ruas às Instituições Representativas | 103
E complementa:
Referências
FREELAND, Chrystia. Plutocrats. Pinguin, 2012.
GRESPAN, Jorge. “A crise de sobreacumulação”. In: Crítica Marxista,
n.º 29, p. 11-17, 2009.
HOBSBAWM, Eric. A era dos impérios. São Paulo: Paz e Terra, 2007.
JESSOP, Bob. The future of the capitalist state. Cambridge: Polity Press, 2005.
LOSURDO, Domenico. Democracia ou bonapartimso: triunfo e deca-
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Editora UNESP, 2004.
MARX, Karl. O Capital. São Paulo: Nova Fronteira, 1988.
MIRES, Fernando. Civilidad. Teoría política de la postmodernidad. Ma-
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SAES, Décio. Estado e democracia: ensaios teóricos. Campinas: UNICAMP,
Instituo de Filosofia e Ciências Humanas, 1998.
Capítulo 6
3 The Vía Campesina was an active and visible political actor at the World
Food Summit (WFS), held in Rome and convened by FAO. Its members
challenged the FAO to recognize their legitimacy as representatives of
peasants and small farmers in the one of the largest farm movements in
the world and requested to be given official delegate status at the WFS.
(DESMARAIS, 2007, p. 08, tradução nossa).
4 Clearly, La Vía Campesina is filling important void. Its very existence
is evidence of new structures of collective action in the countryside; its
strategies defy traditional patterns of organizing in the rural sector; and
Crises e Resistências: os desafios e possibilidades da Via Campesina | 125
7 “The right of every country to define its own agricultural policy accor-
ding to the nation’s interest and in concertation with the peasant and
indigenous organizations, guaranteeing their real participation.” (VIA
CAMPESINA, 1993, tradução nossa).
Crises e Resistências: os desafios e possibilidades da Via Campesina | 129
9 “[...] expressed by deepening poverty across the whole planet and the
massive exodus from the countryside, which is raising global unem-
ployment levels and urbanising huge rural populations” (VIA CAMPE-
SINA, 1993, tradução nossa).
10 “El sistema económico neoliberal prevalente a nivel mundial, ha sido
la causa principal del empobrecimiento de los agricultores pequeños y,
en general, de la gente del campo. Es responsable del incremento en la
destrucción de la naturaleza, la tierra, el agua, las plantas, los animales
y los recursos naturales, poniendo todos estos recursos bajo la égida de
134 | Crises e Resistências: os desafios e possibilidades da Via Campesina
Referências
DESMARAIS, A. A. La Vía Campesina: globalization and the power of
peasants. Black Point: Fernwood Publishing, 2007.
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ponível em: <http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/FAO-
-Food-and-Agriculture-Organization-of-the-United-Nations-Orga-
nização-das-Nações-Unidas-para-a-Alimentação-e-a-Agricultura/
cupula-mundial-de-alimentacao-declaracao-de-roma-sobre-a-segu-
ranca-alimentar-mundial-a-plano-de-acao-da-cupula-mundial-da-al.
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nacional de Movimentos Sociais Rurais Via Campesina e suas relações
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trado – Instituto de Relações Internacionais, Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro.
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nais, n. 6, jul/dez de 2005, p. 49-120.
PENNAFORTE, C. Neo-liberalismo na América Latina. Rio de Janeiro:
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SIMONETTI, M. C. L. Entre o local e o global: o movimento dos Sem
Terra e a Via Campesina. Simpósio Reforma Agrária e Desenvolvimen-
to: desafios e rumos da política de assentamentos rurais. UNIARA. Dis-
Crises e Resistências: os desafios e possibilidades da Via Campesina | 137
Introdução1
Desempenho da economia
brasileira no período recente
Entre 2007 e 2011, a economia brasileira cresceu em mé-
dia 4,3% ao ano, desempenho este que foi um pouco supe-
rior ao da América Latina, enquanto os países centrais apre-
sentaram uma taxa de expansão de apenas 0,5% ao ano neste
período. Em 2009, ano em que os efeitos da crise econômica
mundial se fizeram sentir com mais força, o Brasil teve uma
queda do PIB de 0,3%, enquanto os países desenvolvidos
tiveram um desempenho bem mais negativo. A economia
americana sofreu um declínio de 2,6% neste ano, o Japão,
-6% e a União Européia, -3,5%. Em síntese, a economia bra-
sileira teve um comportamento que pode ser considerado
satisfatório em uma conjuntura internacional desfavorá-
142 | Crise Econômica Mundial e os Impactos sobre a Economia Brasileira
A B
Fonte: IBGE.
Fonte: IBGE.
144 | Crise Econômica Mundial e os Impactos sobre a Economia Brasileira
Fonte: DIEESE.
Fonte: IBGE.
Fonte: BCB.
Fonte: IBGE.
150 | Crise Econômica Mundial e os Impactos sobre a Economia Brasileira
Alta Intensidade
- 26,2 bilhões - 29,3 bilhões
Tecnológica
Média-Alta Intensi-
- 39,3 bilhões - 51,6 bilhões
dade Tecnológica
Média-Baixa Intensi-
- 8,2 bilhões - 7,8 bilhões
dade Tecnológica
Baixa Intensidade
38,9 bilhões 38,2 bilhões
Tecnológica
Fonte: IEDI.
Transações
1994 1998 2002 2004 2007 2009 2012
Correntes
Viagens
-1.181 -4.146 -398 351 -3.258 -5.594 -15.588
Internac.
Demais
-4.715 -5.640 -4.583 -3.910 -9.649 -13.063 -24.645
Serviços
C. Transf.
2.588 1.778 2.390 3.268 4.029 3.263 2.846
Unilaterais
Saldo
Transações -1.689 -33.611 -7.757 11.738 1.461 -24.334 -54.230
correntes
Investimentos
1972 25.893 16.566 18.166 18.166 36.033 68.093
diretos
Fonte: BCB.
Dívida Total
Médio Empréstimos
Dívida Curto + Emprésti-
Ano e Longo Intercom-
Total Prazo mos Inter-
Prazo panhias
companhias
1999 241.200 212.600 28.600
2004 201.374 182.630 18.744 18.808 220.182
2006 172.589 152.266 20.323 26.783 199.372
2011 298.204 258.055 40.143 105.913 404.117
2012 312.898 280.316 32.583 115.502 428.400
Fonte: BCB.
Referências
ALÉM, Ana Cláudia et al. Sinopse internacional, n.15. Rio de Janeiro,
BNDES, 2010.
ALMEIDA, Júlio Sérgio Gomes de. A contradição do ciclo de commodi-
ties. São Paulo, Novos estudos (81), CEBRAP, 2008.
BORGES, Bráulio. Anular efeito de preços muda debate sobre modelo de
crescimento. São Paulo, Folha de São Paulo, 21013.
CARNEIRO, Ricardo. Commodities, choques externos e crescimento:
reflexões sobre a América Latina. Santiago do Chile, CEPAL, Série Ma-
croeconomía del Desarrolo, n. 117, 2.
Crise Econômica Mundial e os Impactos sobre a Economia Brasileira | 165
Dispêndio nacional em ciências e tecnologia (C&T) em valores correntes, em relação ao total e em relação ao
produto interno bruto (PIB), Por setor institucional, 2000-2010.
Público Empresariais % em relação ao PIB
PIB em mi- Outras
Ano lhões de R$ Empresas
empresas Públi- Empre-
correntes Federais Estaduais Total privadas e
estatais e
Total Total
cos sariais
Total
estatais
federais
2000 1.179.482,0 5.795,4 2.854,3 8.649,7 5.455,6 1.183,2 6.638,8 15.288,5 0,73 0,56 1,30
2008 3.032.203,0 15.974,5 7.138,0 23.112,5 15.827,0 5.158,6 20.985,6 44.098,1 0,76 0,69 1,45
2010 3.770.084,9 22.577,0 10.201,8 32.778,7 20.407,7 7.713,0 28.120,7 60.899,5 0,87 0,75 1,62
5 Disponível em <http://www.inovacao.unicamp.br/destaques/america-
-latina-sofre-com-baixo-nivel-de-investimento-privado-em-inova-
cao-diz-relatorio>. Acessado em 05/11/2012.
6 Disponível em <http://www.biominas.org.br/download.php?idicod=1>.
Acessado em em 14/09/2011.
Breves Considerações sobre o Perfil das Atividades de Ciência e Tecnologia no | 171
Brasil e o Paradigma da Colaboração no Contexto da Crise Econômica Mundial
7 “Um medicamento típico atualmente leva de dez a quinze anos para ser
desenvolvido e consome me média US$ 800 milhões” (TAPSCOTT e
WILLIAMS, 2007, p. 211).
172 | reves Considerações sobre o Perfil das Atividades de Ciência e Tecnologia no
B
Brasil e o Paradigma da Colaboração no Contexto da Crise Econômica Mundial
A questão da colaboração
Ainda que não seja estranho à comunidade científica
desde seu nascedouro até a poucas décadas atrás, o princípio
da colaboração entre pares vem aparecendo no meio empre-
sarial como uma alternativa engenhosa ante aos elevados
178 | reves Considerações sobre o Perfil das Atividades de Ciência e Tecnologia no
B
Brasil e o Paradigma da Colaboração no Contexto da Crise Econômica Mundial
15 Vale notar que tanto Chris Anderson como Don Tascott & Anthony
Williams, autores utilizados ao longo desse texto, procuram apontar
para o que consideram um “novo capitalismo”, sem questionar em ne-
nhum momento se ele passa por uma crise estrutural ou se ele deve ser
superado por outras formas de sociabilidade. De todo modo, os exem-
plos que eles utilizam são úteis para ilustrar nossa argumentação.
16 Biominas, 2011, pp. 46-55.
180 | reves Considerações sobre o Perfil das Atividades de Ciência e Tecnologia no
B
Brasil e o Paradigma da Colaboração no Contexto da Crise Econômica Mundial
Pensando o devir
A imprensa noticiou que a Embrapa vem estreitando la-
ços de parceria com empresas multinacionais do segmento
de sementes e defensivos agrícolas, via captação de recursos
e licenciamento de produtos patenteados pelas science life
companies21. Da perspectiva daqueles que compreendem ser
o agronegócio o motor da economia brasileira, maximizan-
do essa vantagem comparativa do país frente ao mercado
mundial, parece fazer todo o sentido usar as tecnologias já
disponíveis para adaptá-las às condições do solo e do clima
nativos. A Allelyx, empresa de biotecnologia engendrada na
experiência do Projeto Genoma Fapesp e uma das mais bem-
-sucedida do setor, foi vendida à Monsanto, gigante multina-
cional, com muito debate à época se era ético usar dinheiro
Referências
ANDERSON, Chris. Free – o futuro dos preços. Rio de Janeiro, Else-
vier, 2009.
ARBIX, Glauco. Inovar ou Inovar – a indústria brasileira entre o passa-
do e o futuro. São Paulo, Editora Papagaio, 2007.
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Sérgio Amadeu (org). A comunicação digital e a construção dos com-
mons: redes virais, espectro aberto e as novas possibilidades de regulação.
São Paulo, Editora Perseu Abramo, 2007.
BEZZERA, Carolina Marchiori. Inovações tecnológicas e a complexida-
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BIOMINAS Brasil e PwC Brasil. A Indústria de Biociências Nacional –
caminhos para o crescimento. Belo Horizonte, 2011.
DAGNINO, Renato. Ciência e Tecnologia no Brasil – o processo decisório e
a comunidade de pesquisa. Campinas, Editora da Unicamp, 2007.
Breves Considerações sobre o Perfil das Atividades de Ciência e Tecnologia no | 185
Brasil e o Paradigma da Colaboração no Contexto da Crise Econômica Mundial
noticias/13-geral/1293-carta-da-comunidade-guarani-kaiowa-
-de-pyelito-kue-mbarakay-iguatemi-ms-para-o-governo-e-justica-
-do-brasil acesso em 02/02/2013.
2 http://www.ihuonline.unisinos.br/index.php?option=com_content
&view=article&id=4768&secao=408: Revista IHU On Line: acesso
em 02/02/2013.
América latina, globalização e espaços de resistência: o caso dos índios | 193
Guarani-Kaiowa no Brasil
Referências
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Kaiowá e Guarani no MS. Tellus. Ano 4, n. 6, p. 137-150, abr. 2004.
CASTRO. Iná. E. Geografia e Política: Território, escalas de ação e ins-
tituições. 3. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010.
COLMAN. Rosa Maria S.; BRAND. Antônio Considerações sobre Ter-
ritório para os Kaiowá e Guarani Tellus. Ano 8, n. 15, p. 153-174, jul./
dez. 2008.
América latina, globalização e espaços de resistência: o caso dos índios | 211
Guarani-Kaiowa no Brasil
Ainda:
Referências
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Unicamp. nº 5, dez 1995.
CHESNAIS, F. (org.) A Mundialização Financeira – gênese, custos e ris-
cos. São Paulo: Xamã, 1999a. Prefácio e Introdução Geral.
CHESNAIS, F. Mundialização Financeira e Vulnerabilidade sistêmica.
In: CHESNAIS, F. (org.) A Mundialização Financeira – gênese, custos e
riscos. São Paulo: Xamã, 1999b.
224 | Capitalismo: da instabilidade crônica à fragilidade estrutural sistêmica
Introdução1
Considerações finais
Apesar de abordada predominantemente numa perspec-
tiva específica, a questão das migrações internacionais pode
e deve ser analisada a partir de múltiplos prismas. Atribuir
toda a centralidade a aspectos econômicos ou a aspectos cul-
turais é desconsiderar outros fatores também importantes e,
principalmente, a história.
Da mesma forma, atribuir à escola a responsabilidade
pela cultura da paz é uma abordagem reducionista, recor-
rentes em certos documentos de alguns organismos inter-
nacionais, que apresentam a educação escolar como a solu-
ção para todos os problemas sociais, inclusive para o baixo
crescimento econômico, desemprego e conflitos violentos os
mais diversos. Sabe-se que a escola é apenas uma das muitas
instituições sociais, portanto, não está imune nem acima das
242 | Capitalismo: da instabilidade crônica à fragilidade estrutural sistêmica
7 O Município de São Paulo pode ser citado como exemplo de fluxos mi-
gratórios de pessoas procedentes de outros países, em especial da Amé-
rica Latina. Recentemente, na Região Norte do país, também chamou a
atenção o caso de haitianos que migraram para o Brasil.
244 | Capitalismo: da instabilidade crônica à fragilidade estrutural sistêmica
Referências
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Capitalismo: da instabilidade crônica à fragilidade estrutural sistêmica | 245
Introdução1
Formas histórico-concretas de
criação e destruição do valor na
sociedade capitalista
Toda essa organização das relações de produção capita-
listas só se põe em movimento enquanto relações de classe,
todos os conceitos usados (trabalho, mais-valor, capital) só
tem validade enquanto expressam a ação de sujeitos históri-
cos e concretos envolvidos na reprodução da sociedade ca-
pitalista. Tanto a lei da acumulação e valorização do capital
quanto a tendência de queda da taxa de lucro média que lhe
seguem são as expressões do auge do domínio da classe ca-
pitalista, enquanto a ação sindical, greves, manifestações de
rua, ocupações de fábricas e outros locais de produção ex-
pressam o início do desenvolvimento da ação dos trabalha-
dores e que ao mesmo tempo fortalece a tendência de queda
da taxa de lucros, obrigando aos capitalistas colocarem em
movimento novas estratégias de aumento da extração de
mais-valor. Todo esse movimento tende a sair das relações
de produção e avançar para esfera do estado onde é regula-
mentado os interesses da classe capitalista.
A “lei de duas caras” da acumulação capitalista junta-
mente com o ascenso da luta de classes criam as condições
Intensificação da exploração do
trabalho no regime de acumulação
flexível: junção de mais-valia
absoluta e mais-valia relativa.
Thomas Gounet em sintético artigo intitulado “El toyo-
tismo o el incremento de la explotación” (2013) demonstra
que com a crise de 1973 ocorreu que as empresas dos países
de capitalismo avançado situadas no Ocidente passaram a
correr atrás do novo segredo de produção da empresa Toyo-
ta, no Japão, para alcançar níveis elevadíssimos de produti-
vidade com a contenção dos custos da força de trabalho, e
mesmo com a redução do trabalho imobilizado na produção.
Capitalismo: da instabilidade crônica à fragilidade estrutural sistêmica | 263
Conclusões
A característica maior do atual processo de acumulação
capitalista é a intensificação da exploração do trabalho, a
partir da junção da extração de mais-valia absoluta e relati-
va, possibilitada graças às transformações técnicas e organi-
zacionais que revolucionaram o processo de constituição do
valor na sociedade capitalista. Essa nova situação histórica
resulta de transformações sociais, na medida que as relações
(oposição) de classe reforçam a tendência de declínio da taxa
de lucro, o que foi possível mediante uma drástica ofensi-
va das classes dominantes (burguesia, burocracia e demais
classes auxiliares) sobre a classe trabalhadora.
Capitalismo: da instabilidade crônica à fragilidade estrutural sistêmica | 271
Referências
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272 | Capitalismo: da instabilidade crônica à fragilidade estrutural sistêmica
Introdução12
Definindo as Formas de
Contratação Terceirizada
Apesar de não ser um fenômeno relativamente novo,
não há um consenso sobre o surgimento e o conceito “ter-
ceirização”. De acordo com Druck (1999), as transformações
que ocorreram na busca pela flexibilização da produção,
leva a um processo crescente de descentralização das em-
presas, através da externalização das atividades, assumindo
diversas formas como, contrato domiciliar, empresas forne-
cedoras de componentes, contratos de serviços de terceiros
e contratos de empresa cuja mão de obra, realiza parte da
Conclusão: Superexploração e
Intensificação do Trabalho
Frente ao que foi exposto até aqui, é possível notar que
a expansão da terceirização está intimamente ligada ao pro-
cesso de reestruturação produtiva, conforme se intentou
mostrar ao longo deste trabalho.
Como os resultados das crises não são determinadas de
antemão, já que, as ordens resultantes serão produtos das lu-
tas entre as classes envolvidas, é possível analisar, em uma
perspectiva histórica que, após a “crise estrutural”, a correla-
ção de forças tendeu a ser mais favorável aos capitalistas, que
conseguiram não só reestruturar a produção, como também,
fragmentar ainda mais a já fragmentada classe trabalhadora
através da consolidação das formas de contratação terceiri-
zadas. Desta maneira, a mudança na organização do capital,
acompanhada pela ofensiva sobre o trabalho, permitiu aos
capitalistas saírem da crise dos anos 70.
Sob as bases postuladas pela mundialização do capital
para a recuperação da economia capitalista, segundo Valen-
cia (2009), homogeneizou-se a tendência a superexploração
do trabalho. A correlação entre modernização tecnológica
e produtiva, por um lado, e incremente da exploração do
trabalho, por outro, explica os fenômenos da recente fase
de acumulação capitalista, que tem como características o
Capitalismo: da instabilidade crônica à fragilidade estrutural sistêmica | 305
Referências
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