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Introdução
Casa-Grande & Senzala de Gilberto Freyre, Raízes do Brasil de Sérgio Buarque de
Holanda e A formação do Brasil contemporâneo de Caio Prado Jr. compõe a trilogia dos
primeiros intérpretes do Brasil, durante o período de formação e consolidação das instituições
de ensino e pesquisa. Neste trabalho, ao apresentar a síntese destas obras, não se pretende
apenas destacar o argumento central de cada autor, mas também tentar apresentar as possíveis
inconsistências dos textos citados agregando um componente crítico ao trabalho. Estes
autores possuem um caráter pioneiro ao propor o entendimento da formação da sociedade
brasileira, trazendo também inovações no método analítico, observando-se pela primeira vez a
aplicação de um rigor formal na formulação de suas teses. Representam um esforço
sistemático da tentativa de compreensão da construção do Brasil a partir da análise das
características passadas e contemporâneas, carregando, cada um em suas obras, traços das
teses de filósofos e cientistas sociais norte-americanos e europeus. O caráter inédito aplicado
na metodologia de pesquisa, fez com estes autores produzissem obras de grande relevância
para a percepção de nossa formação social, econômica, política e cultural.
Conclusão
Cada um dos autores analisados propõem uma visão distinta do Brasil. Gilberto Freyre
enxerga na dicotomia entre a Casa Grande e a Senzala um microcosmo da sociedade,
fundamentada pela relação violenta entre o patriarca da família e os subalternos, baseando sua
análise na pesquisa documental e nas observações de campo, sendo marcado pela empiria de
seu método. Sérgio Buarque de Holanda olha para a sociedade brasileira, e busca uma relação
direta entre nossa organização social e a herança ibérica e personalista, propondo adaptar a
realidade brasileira a um modo idealizado europeu fundamentado nas teorias weberianas.
Caio Prado Jr. estabelece as fundações sobre como devemos visualizar as relações da
burguesia local com o capital estrangeiro, introduzindo a noção que o país já nasce capitalista,
ainda que seja um capitalismo periférico, incompleto. Associa a empiria ao teoricismo
estabelecendo sua análise através de um materialismo dialético, respeitando as especificidades
nacionais. Todos eles trazem suas interpretações próprias e a análise de suas obras nos ajuda a
formular um panorama do Brasil do passado e entender um pouco melhor como é o Brasil de
hoje, percebendo que temos um passado que marcou e denominou nossas características, não
sendo os mesmos de antigamente, contudo, muito semelhantes.
Bibliografia
● FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala: Formação da família brasileira sob o
regime da economia patriarcal – 48ª edição – Global Editora – São Paulo, 2003
● HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil – 26ª edição – Companhia das
Letras – São Paulo, 1995
● PRADO Jr., Caio. A formação do Brasil contemporâneo: Colônia – 6ª Edição –
Editora Brasiliense – São Paulo, 1961
● PRADO Jr., Caio. A revolução brasileira. Perspectivas em 1977 – 7ª Edição – Editora
Brasiliense – São Paulo, 1977