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Marcus Vinicius Ginez da Silva

Advogado – OAB-PR.30.664
Rua Minas Gerais, 297 - 9º Andar-Sala 94 – Ed. Palácio do Comércio Fone/Fax (43)321-3562 / 344-2184/ 9101-6361.
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Londrina-Pr.
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EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO DA 9ª VARA CÍVEL
DA COMARCA DE LONDRINA-PR

AUTOS – 834/01

MARCUS VINICIUS GINEZ DA SILVA, já devidamente


qualificado nos autos em epígrafe de AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS, proposta contra o BANCO REAL S.A, também
qualificado, em causa própria e também por seus advogados e
bastante procuradores, vem com devido respeito e acatamento a
douta presença de Vossa Excelência dentro do prazo que lhe foi
conferido, apresentar a presente I M P U G N A Ç Ã O, pelos fatos
articulados que passa ponderar e ao seu final requerer:

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DA CONTESTAÇÃO

Aduz o Réu em sua em sua preliminar, a inépcia da


inicial, posto que da narração dos fatos não decorre logicamente
a conclusão.

Em fls.50, alega não ser precisa a inicial quanto


aos alegados prejuízos.

No mérito, insiste em suposto vicio que mortificaria


a inicial, aduzindo a posteriori que a falta de quitação do
pagamento expõe o devedor aos malefícios decorrentes de sua
inscrição no S.P.C, inexistindo de tal sorte ato ilícito que
enseja na obrigação de reparar o dano.

Quanto ao Ônus da Prova, declara que compete ao


autor quanto ao fato constitutivo do seu direito, competindo a
este provar os dispositivos legais.

Ao seu termo, alega a Ausência de Pressupostos,


ponderando que, para que haja responsabilidade, fazem-se
necessários três elementos “ato ilícito, doloso ou culposo, o
dano e o nexo causal”, requerendo assim a extinção do feito sem
julgamento do mérito.

I – P R E L I M I N A R M E N T E

Em que pese o esforço do nobre colega, a


honrosa matéria de defesa expostas nos autos, não condizem com a

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veracidade dos fatos, conforme demonstrado no deslinde da
presente.

O Réu alega em sua preliminar, a inépcia da inicial,


aduzindo para tanto que da narração dos fatos não decorre
logicamente a conclusão.

Antes de adentrarmos no instituto da INÉPCIA


previsto no inciso III do artigo 301, do Diploma Processual
Civil, torna-se “mister” saber que esta ocorre nos casos
descritos no parágrafo único do artigo 295 da Lei adjetiva, “in
casu” o inciso II do artigo alhures que assim dispõe:

Art. 295...
Parágrafo único. “Omisses”
II – da narração dos fatos não decorrer logicamente
a conclusão;

Excelência, os fatos narrados na inicial são exatos


e não deixam margem de dúvida, ademais todos os fatos aduzidos
corroboram com os documentos já anexado nos autos.

Na verdade o intuito do Réu, é alterar a essência da


realidade dos fatos, "trabalhando" os termos da inicial ao seu talante,
procura esquivar-se da responsabilidade do ato ilícito que cometera, no
qual ensejará na procedência do pedido inicial.

Outrossim, a inicial apresentada obedece a todos os


requisitos exigidos no artigo 282 do CPC, não contendo de tal
sorte, nenhum vicio que a torne inepta.

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Destarte as alegações do Réu, é necessário ressaltar
que estas, são camufladas de maneira astuta e matreira, com único
e exclusivo escopo, de induzir em erro este r. juízo.

O pedido da inépcia argüido pelo Réu não passa de


matéria de má interpretação, posto que, conforme se verifica no
§2º de fls.04, não deixa dúvida quanto ao fato narrado na
exordial.

Todavia, se nos reportarmos as fls.03, veremos que


no caput o Autor cita o início de todo transtorno ocorrido, o
qual não merece esclarecimento, já no §1º de fls.03, o qual o Réu
se refere, o Autor descreve a situação-fática de como os fatos
ocorreram, isto é, como o autor não tinha cadastro junto ao posto
e o abastecimento ia ser pago com cheque-pré, este exigia de
“qualquer” pessoa que não fosse cliente e que fosse efetuar o
pagamento com cheque, que fizesse um cadastro, onde este deveria
ser aprovado pelo posto através de procedimento próprio, qual
seja, a consulta no SPC, - assim, quando consultado o CPF, não
pelo autor como tenta induzir o Réu, mas pelo frentista que o
atendeu, este informou ao autor que não poderia aceitar seu
cheque, tendo em vista uma negativação no SPC feita pelo Banco-
Réu.

O réu assim, se apegando na declaração de fls.15,


expedida pelo proprietário do posto tenta de forma frustrada
escusar-se de um erro que cometeu, imputando ao posto a
responsabilidade do erro dizendo em fls.49, que: “a divulgação
da inscrição no SPC não foi efetuada pelo Requerido, mas sim pelo
posto de gasolina...”

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Ora excelência, é totalmente infundada a alegação do
Réu, uma vez que, fez o posto seu papel, recusou credibilidade a
uma pessoa que “estava” negativada no Serviço de Proteção ao
Crédito, não tendo assim qualquer responsabilidade ou nexo causal
com o fato, pois, se quer era credor do débito negativado pelo
réu.

Ademais, o fato de ter ido o Autor solicitar a


declaração ao “PROPRIETÁRIO” do posto, que é o responsável por
tudo que lá ocorre, não traz mal entendido algum, pois, qualquer
entendimento cujo tirocínio seja normal, veria desde logo, que
qualquer declaração desta natureza deve ser expedida por um
responsável do estabelecimento comercial, seja gerente,
encarregado ou até mesmo PROPRIETÁRIO.

Outrossim, agiu com dignidade e respeito o


declarante, fornecendo ao consumidor (Autor) declaração IDÔNEA,
que “relata apenas” a veracidade dos fatos ocorridos.

De tal sorte, não só é hilária mas também descabida


a linha de raciocínio tomada pelo Réu em fls. 49, quando diz:

“Isso permite o seguinte raciocínio, o Autor sabedor de que estava


“seprocado” (inscrito no SEPROC, ou SPC), armou o quadro, isto é,
solicitou a pesquisa/consulta, na presença de pré-escolhida testemunha para
ter a recusa de venda a prazo”.(“SIC”)

Excelência, o Autor somente teve conhecimento da


negativação no momento em que seu CPF fora consultado, e o réu
assim, na falta de argumentos e demais elementos para sua defesa,

usando-se de MÁ-FÉ procura DETURPAR a versão dos fatos.

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Se não bastasse, conforme se verifica no §3º de
fls.03, o Autor em sua exordial deixou bem claro e sem nenhum mal
entendido que:

“...Com intuito de prestar concurso público (o que vem fazendo conforme doc.
anexo) procurou saudar seu débito junto ao Banco-Réu, pois sabia que
qualquer restrição em seu nome poderia lhe prejudicar e ...”

Assim Excelência, seria um contra-senso pensar que o


Autor sendo sabedor da negativação “armou o quadro” (fls.49),
posto que conforme se verifica nas inscrições de concurso em
anexo, feitos pelo Autor, verifica-se no Cartão de Confirmação de
Inscrição para Técnico da Receita Federal, que as provas foram
realizadas dois meses depois em que o Réu negativou o nome do
Autor, e sendo o Autor aprovado teria complicações, pois sendo
feita uma busca seria constatado o nome do Autor no SPC e SERASA.

Comprovasse assim, que o Autor somente tomou


conhecimento do fato no dia 26/05/2001, caindo por terra qualquer
armação a que se refere o Réu, posto que o Autor desde que se
formou procura galgar os degraus da carreira jurídica, não só nos
concursos públicos, como também nos cursos enaltecem seu
conhecimento como Escola da Magistratura, Pós-graduação com
especialização e mestrado.

Fica fácil assim, concluir que não o Autor, mas


qualquer pessoa que tenha a intenção de conquistar objetivos em
sua carreira profissional, ou no mínimo que seja conhecida no seu
convívio por ser uma pessoa Íntegra, proba, reta e decente,

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procure manter LIMPO o único bem que lhe da HONRA e BRIO seu
“nome”.
Destarte, se atentarmos aos ritos processuais,
precisaríamos com veemência, que cai por terra toda matéria de
defesa levantada na preliminar, uma vez demonstrado que a exordial
é precisa e preenche todos os requisitos capitulados no artigo
282 e incisos do CPC, e se ainda não bastasse, fora devida e
diligentemente apreciada pela douta magistrada, que de imediato
tomaria as medidas legais para sanar suposto vício.

II – DO MÉRITO

No mérito o Réu alega que “a falta de quitação do


pagamento dos serviços prestados expões o devedor aos malefícios
decorrentes de sua INSCRIÇÃO no SPC, inexistindo, ai, ato ilícito
ensejador da obrigação de reparar o dano moral” (“sic”).

No exórdio do mérito, percebe-se que o Réu já admite


ser inoportuna sua preliminar, sem delongas aduz que: “Ainda que
possível o afastamento do vício...”

A colocação exposta pelo Réu, nos leva crer que o Réu


não é convicto no que diz, pois, se o fosse, não admitiria
hipótese de um eventual entendimento contrário.

Para tanto, o Autor em parte vem a concordar com o


réu no que toca que a falta de quitação no pagamento, pois, após
a realização de todos os procedimentos previstos, realmente o não
pagamento ensejaria ao mal necessário de inscrever o nome do
devedor no rol dos mal pagadores.

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Todavia, é mais uma vez equivocado o entendimento do
erudito colega, uma vez que, o procedimento correto adotado pelas
instituições financeiras e comerciantes de enviar nomes de
pessoas ao SPC, SERASA, são única e exclusivamente para àqueles
casos, cujo, débito, “não estão ou em tempo nenhum serão

saudados”, e, “NUNCA JAMAIS” para os casos que estão sendo

saudados, “in casu” para quem praticamente “SAUDOU


INTEGRALMENTE” sua obrigação.

Outro procedimento também que deve ser tomado e não


que foi, é o de enviar correspondência dando ciência ao devedor
que seu nome será cadastrado no SERASA ou SPC, caso o débito não
seja liquidado em tempo hábil, o que não ocorreu, pois, tendo o
Autor um compromisso firmado com o Réu, este, se caso fosse,
deveria ter notificado o Autor para saudar o débito, o que não
ocorreu, posto que não foi o Autor em momento algum notificado
que seria cadastrado no SPC, caindo assim por terra o alegado de
ter o Autor descumprido por várias vezes o acordo feito com o
Réu, uma vez o referido acordo fora cumprido mês após mês.

Ademais, não junta o Réu qualquer prova que comprove o


que alega, destarte meramente PROTELATÓRIA sua contestação.

Excelência, da mesma forma que a espada e a balança


denotam o CARÁTER da JUSTIÇA, os fatos alegados pelo Autor são
verídicos, e se revelam pela veracidade das provas em anexo.

Verifica-se ainda em fls.18 “usque” 37, que é sem


fundamento a alegação do Réu em fls.53, aduzindo que fora justa a

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inscrição do autor no SPC, pois obedeceu o Réu ao procedimento
legal previsto.

Excelência, com a devida “vênia” é caótica, patética


e desprezível a alegação do réu no §2º de fls.55, pois, como se
vê em fls.37/38, o Autor QUITOU integralmente seu acordo,
pagando no dia 23 de AGOSTO, a última parcela do acordo que
somente venceria no dia 07 do mês seguinte ou seja SETEMBRO de
2000, exatamente 15 dias antes do vencimento, conforme se
verifica na autenticação mecânica do próprio Réu em fls.37

Ao contrário do alegado no §5º de fls.57, os números


lá descritos serviam meramente como controle interno do Réu,
posto que conforme se verifica no doc. em anexo, expedido pelo
serviço de cobrança jurídica terceirizado pelo Réu que negativou
o Autor, este demonstra que o nº de contrato do acordo firmado
eram ...009194444/001 e 005702580706523/001, e não àqueles que
serviam apenas como controle interno.

Outrossim, no mesmo documento há de ser observado que


não houve interrupção no pagamento do acordo sendo este quitado
antes mesmo da data aprazada.

Pelo exposto é INCONTESTE, que agiu com CULPA o Réu


negativando e seprocando o nome do Autor sem justa causa, devendo
para tanto, arcar com a responsabilidade indenizatória pelo ato
DISPLICENTE e ABRUPTO que praticou.

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III – DO ÔNUS DA PROVA

Alega que “compete ao Autor, e não a Requerido, o


ônus de provar os dispositivos legais, pretensamente
desrespeitados, sem os quais improcede o pedido formulado
inicialmente” (“sic”).

Com sensatez o ilustre colega, cita o artigo 333, I,


do Diploma Processual Civil, que assim dispõe:

Art.333. “O ônus da prova incumbe:


I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito”.

Bem, o Autor juntou em fls.14, certidão que comprova a


existência da negativação, em fls.15/16 declarações da existência
do fato, fls.17 comprovação de que era correntista do Réu, em
fls.18/38, comprovantes de pagamento quitados.

Seguiu-se de tal maneira as determinações da Lei


adjetiva, juntando aos autos todos os documentos que se fazem
necessários para provar o fato constitutivo de seu direito,
comprovando-se sem mácula a veracidade dos fatos alegados na
preambular.

Contudo, aduz que o Autor em momento algum juntou


qualquer documento que comprove o alegado constrangimento ou dano
moral, e segue alegando que conjecturas e ilações presumidos
(aborrecimento) não se prestam a provas processuais.

É hilariante Excelência, a pretensão do Réu, pois, o


que queria ver nos autos como prova??? – Um laudo médico de morte

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por infarto provocado por HUMILHAÇÃO??? – Um B.O do Plantão
Policial por vias de fato, ou um auto de flagrante capitulado no
art.121 do CP???

Mostra-se uma vez mais, equivocada colocação do Réu


que procura locupletar-se com demasia nas infundadas alegações de
que não houve dano ou então que não fora este demonstrado.

Ao Réu vale ressaltar que antes de adentrarmos no


mérito do dano vale a pena citar alguns esclarecimentos acerca do
que vem a ser dano.

Reputo assim salutar, tecer algumas considerações


preliminares acerca do dano moral, com objetivo de conceituá-lo à
luz de nosso ordenamento jurídico pátrio.

“Entende-se por dano moral aquele que diz respeito às lesões sofridas pelo
sujeito físico, pela pessoa natural em seu patrimônio de valores
exclusivamente ideais, vale dizer, não econômicos. É, pois, em síntese, o

sofrimento experimentado por alguém, no corpo ou no espírito ,


ocasionado por outrem, direta ou indiretamente derivado de ato ilícito”1.

Sob esta égide na lição do insigne Pontes de


Miranda, preceitua que:

"Nos danos morais a esfera ética da pessoa é que é ofendida: o


dano não patrimonial é o que, só atingindo o devedor como ser humano, não lhe atinge
o patrimônio."

1
REIS, Clayton. Dano moral, 4ª Ed. Editora Forense - 1998

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Seguindo o mesmo entendimento Aguiar Dias com
sapiência defende que:

"O dano moral é o efeito não patrimonial da lesão de direito e não a própria
lesão abstratamente considerada."

Corroborando ainda com esses conceitos, o Professor


Caio Mário da Silva Pereira à luz da Constituição de 1988
esclarece que dano moral:

"é qualquer sofrimento humano que não é causado por uma perda
pecuniária. Abrange todo atentado à reputação da vítima... ao seu pudor, à
sua segurança e tranqüilidade, ao seu amor - próprio estético, à
integralidade de sua inteligência, as suas afeições etc." (Grifamos).

Por fim como bem define CLAYTON REIS (Avaliação do


Dano Moral, 1998, ed. Forense), trata-se de uma

"lesão que atinge valores físicos e espirituais, a honra, nossas ideologias, a


paz íntima, a vida nos seus múltiplos aspectos, a personalidade da pessoa,
enfim, aquela que afeta de forma profunda não os bens patrimoniais, mas
que causa fissuras no âmago do ser, perturbando-lhe a paz de que todos nós
necessitamos para nos conduzir de forma equilibrada nos tortuosos
caminhos da existência."

Assim não se trata de um mero aborrecimento como


conceitua o Réu, pois da forma com que aduz, o “ “SER HUMANO”” dentro

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de uma instituição bancária é tratado como NÚMERO, sem o mínimo
e respeito e consideração à honra, a dignidade, aos valores
íntimos e morais.
Outrossim, agora contemplando o direito à reparação
do dano moral, a Autor se amparou no artigo 5º, incisos V e X da
Constituição da Federal de 1988, bem como no art. 159 do Código
Civil, e ainda na Lei 8.078/90 e demais leis especiais aplicáveis
ao caso, que garantem o JUSTO ressarcimento pelos abalos causados
a esfera moral de qualquer pessoa.

A par desta concepção, a jurisprudência pretoriana


consagrou definitivamente a tese da reparabilidade do dano moral,
atendo-se justamente à interpretação sistemática dos artigos 5º,
incisos V e X da Carta Magna, e no artigo 159 do Código Civil, no
que se refere a este último, “não se pretenda que o termo
prejuízo há de ser entendido como dizendo apenas com dano
material”, como bem remarcou o Ministro Eduardo Ribeiro,
demonstrando que o contrário resulta da própria lei, pois a Segunda parte do art. 159
remete aos dispositivos que regulam a liquidação das obrigações e, entre eles, alguns dizem
indiscutivelmente com dano moral (Resp 4236 – RS), veja-se os arestos, verbis:

"Indenização. Danos morais. Destruição de obra de arte pertencente ao


patrimônio publico. Ato ilícito. Direito do autor. Indenização devida. voto
vencido. - São invioláveis a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral conseqüente a sua
violação. - Não se paga a dor, tendo a prestação pecuniária função
meramente satisfatória - Assim como o detrimento de bens materiais
ocasiona prejuízo patrimonial, "a agressão aos bens imateriais configura
prejuízo moral". - Uma vez incontroversa a existência do dano e admitida a
sua responsabilidade, decorre dai ser o mesmo indenizável, não pelo simples

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decurso do tempo ou pelo desgaste natural, mas justamente pela
comprovada destruição da obra de arte, que é a projeção da personalidade
do autor. Por maioria, conhecer do recurso e dar-lhe provimento." (STJ,
Relator: MIN: Ministro HÉLIO MOSIMANN, Turma:02, Recurso especial
nº 0037374, Decisão : 28-09-1994, DJ 24-10-94 PG:28737.) (Grifamos).

"Dano moral puro. Caracterização. Sobrevindo, em


razão de ato ilícito, perturbação nas relações psíquicas, na
tranqüilidade, nos entendimentos e nos afetos de uma pessoa,
configura-se o dano moral, passível de indenização. recurso
especial conhecido e provido. Por unanimidade, conhecer do
recurso e dar-lhe provimento".(STJ, Relator: MIN: Ministro BARROS
MONTEIRO, Turma:04, Recurso especial n.º 0008768, Decisão : 18-
02-1992, DJ :06-04-92 PG:04499) (Precedentes RESP - 4236-RS,
R.ESP n.º 57824-8 MG).

E como é de praxe das demais instituições


financeiras que defendem-se das rotineiras ações desta natureza,
o Réu se defende pugnando pelo valor indenizatório, sob alegação
de enriquecimento ilícito do autor.

Ora excelência, o quantum indenizatório devido,


deve ser considerado pelas condições pessoais do autor e da
Instituição Financeira, com observância à TEORIA DO DESESTÍMULO,
ou seja, o valor não pode ser tal que leve ao enriquecimento
ilícito do ofendido, mas HÁ DE SER SUFICIENTEMENTE ELEVADO
PARA DESENCORAJAR NOVAS AGRESSÕES À HONRA ALHEIA. Pode-
se também observar, que este foi o entendimento dos
Desembargadores dos Egrégios Tribunais de Justiça; vejamos: voto
vencedor da Desembargadora do Tribunal do Tribunal de Justiça do

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Distrito Federal, Dra. Fátima Nancy Andrighi, na Apelação Cível
nº47.303/98(Danos Morais – Eliomar de S. Nogueira versus
UNIBANCO).
Assim sendo, ao Direito o que interessa é que o
relacionamento entre a sociedade e os entes que contracenam no
orbe jurídico se mantenham dentro de padrões normais de
equilíbrio e de respeito mútuo.

Todavia, em fato contrário que ocorra lesionamento


à honra, à moral e ao respeito que interessa ao Direito, cabe ao
agente suportar as conseqüências de sua atuação, desestimulando-o

com atribuições de PESADAS INDENIZAÇÕES, aos atos ilícitos


tendentes a afetar os referidos aspectos da personalidade Humana.

Desta feita, corroborando com todo exposto observa-


se meramente como método ilustrativo ou comparativo, o critério
penal do dia multa, que evidencia que essa tradução identária se
fará com base na reparação pecuniária imponível nos crimes contra
a honra, com a seguinte equação:

2 x 360 dm x 5 sm = 3.600sm = R$64.800,00

a b c d E

Isto é:

a – corresponde ao dobro da pena pecuniária prevista


no parágrafo único do artigo 1.547 do Código Civil;

b = o máximo de dias multa previsto no caput do


artigo 49 do Código Penal(360 dias multa);

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c = a quantidade de salários mínimos devolvidos a
cada dia-multa, consoante a regra do artigo 49, parágrafo único
do Código Penal;

d = o valor devido a título de indenização (artigo


1.547 do Código Civil);

E = o valor total a título indenizatório.

Nesse particular, como destacado por João Castilho2


“em vários de seus artigos do Código Civil, na busca de encontrar
um elemento para fixação do dano à pessoa não patrimonial, remete
ao juiz à legislação penal, quanto às multas que esta fixa”.

Esta postura, já adotada por Galeno Lacerda3, foi


igualmente por nós adotada em obra (in Avaliação dos Danos
Morais, Rio de Janeiro/RJ, Editora Forense S/A, 1998), que
estabelece um parâmetro legislativo para fixação da pretium
doloris.

Nesse sentido, se observando ainda a disposição


contida no artigo 49 do Código Penal Brasileiro, o mesmo
estabelece que a multa será de 365 dias-multa. E o valor máximo
do dias-multa, diz o parágrafo 1º do citado artigo, será de
5(cinco) salários - Então, 5 X 360 = 1.800,00 salários mínimos.

2
in Dano à Pessoa e sua Indenização, 2ª Edição, São Paulo/SP, Editora Revista dos Tribunais, 1994,
p.150
3
in revista dos Tribunais, São Paulo/SP, fascículo Civil, ano 85, volume 728, junho de 1996,
páginas 95/101

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Marcus Vinicius Ginez da Silva
Advogado – OAB-PR.30.664
Rua Minas Gerais, 297 - 9º Andar-Sala 94 – Ed. Palácio do Comércio Fone/Fax (43)321-3562 / 344-2184/ 9101-6361.
Email-marcuszenig21@hotmail.com
Londrina-Pr.
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Por sua vez o artigo 60, parágrafo 1º do referido
Codex permite que a apontada multa seja aumentada até o seu
triplo, o que resulta: 1.800 X 3 = 5.400 salários mínimos.

E, ao remetermos essas disposições para o Código


Civil em seu artigo 1.547, parágrafo único, que prevê o dobro da
pena pecuniária, concluiremos que o teto atualmente admissível
pela orientação legislativa, para reparação dos danos morais,
poderia ascender à seguinte importância: 5.8400 X 2 = 10.800,00
salários mínimos, ou ainda 10.800,00 X 180,00 = R$1.944,000,00.

É notório que esse valor indenizatório deverá ser


ajustado pela douta magistrada, contudo, ressalte-se que a importância

da indenização vai além do caso concreto, posto que a sentença


tem alcance muito elevado, na medida em que traz
conseqüências ao direito e a toda sociedade.

Por isso, deve haver a correspondente e necessária


exacerbação do quantum indenizatório, tendo em vista “a gravidade da
ofensa à honra do autor”, de tal sorte, os efeitos sancionadores da
sentença “só produzirão seus efeitos e alcançarão sua finalidade ” se
esse quantum for suficientemente alto a ponto de sucumbir o
Réu que por mês arrecada milhões e milhões de reais, coibindo-o de modo
que não cometa casos semelhantes.

Sob esse prisma e, à guisa de ilustração, é


inequívoco que o desfazimento da promessa de noivado possui uma
dimensão diferente, daquela da modelo que sofreu intensos danos
físicos que comprometeram sua estética, ou ainda, da hipótese dos
pais que perderam filhos em acidente atribuídos a
responsabilidade de terceiro.

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IV – DA AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS

Pondera o Réu a ausência dos pressupostos para que

haja a responsabilidade.

No tocante ao dano e o nexo causal, estes já se


restaram comprovados no deslinde da presente, outrossim, insiste
o Réu que se comprove a culpa, uma vez que a reparação a esse
título não se contenta com a verificação do dano e do nexo
causal.

Pois Bem, o instituto da culpa verificasse na


negligência, imprudência ou imperícia.

A negligência ocorre no ato negativo do agente,


onde este deixa de tomar os cuidados necessários, são atos de
desleixo, incúria, menoscabo, desatenção, indolência, que
verificou-se no descuido do Réu, em verificar no seu sistema que
o Autor estava cumprindo fielmente com o acordado, conforme se
verifica nos docs. de fls.18/37, onde todos os meses foram pagos
pontualmente, sem interrupção como enfatiza o Réu em fls.57.

A imprudência restou-se por consumada no ato em que


o Réu cadastrou o nome do Autor no SPC e SERASA.

Pelo exposto, restou-se por comprovado que agiu o


Réu com culpa Negativando o nome do autor no Rol de Mal
Pagadores, devendo para tanto arcar com o peso da condenação que
lhe servirá de lição para que erros como estes não mais ocorram.

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V - DO RECONHECIMENTO DO ERRO

Destaca-se conforme doc. em anexo, que a Ré


“assume” o erro da negativação, quando sem qualquer requerimento
de Medida Liminar ou mesmo requerimento extrajudicial pelas vias
administrativas, excluiu do SPC o nome do Autor, demonstrando e
reconhecendo que agiu com culpa negativando indevidamente o nome
do Autor de forma cruel e grotesca.

VI – DO PEDIDO

Por todo exposto, reitera o Autor a todos os


pedidos da inicial, requerendo a Vossa Excelência que julgue
TOTALMENTE PROCEDENTE a presente ação, para ao seu final condenar
ao Réu ao pagamento do QUANTUM INDENIZATÓRIO pleiteado na
exordial, bem como nas custas e honorários advocatícios, estes
fixados em 20% sobre o valor da condenação.

Requer-se também se caso for, seja designando dia e


hora para audiência de instrução e julgamento, com indicação
precisa das provas que deverão ser produzidas, mesmo estando o
Autor garantido pela Inversão do Ônus da Prova, uma vez que se
trata de relação de consumo.

Nestes termos pede


E espera deferimento
Londrina, 01 de março de 2002

MARCUS VINICIUS GINEZ DA SILVA


Advogado OAB-PR.30664

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