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Resumo
1
Doutora em Comunicação Social. UMESP/SP. Coordenadora do Programa em Metodologias para o Ensino de
Linguagens e suas Tecnologias. Pesquisadora da FUNADESP. E-mail samira.kfouri@unopar.br
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Doutora em Educação UNICAMP. Professora Universidade Estadual de Londrina. Pesquisadora na área de
Políticas Educacionais e Gestão Escolar: soraiaks@gmail.com
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Mestranda em Educação Universidade Estadual de Londrina (UEL), E-mail: kfouri.tutel@unopar.com.br
ISSN 2176-1396
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Introdução
As últimas décadas têm sido marcadas por estudos importantes em relação ao uso de
TIC, no cotidiano das escolas e avançando em possibilidades de mudanças significativas para
produção de conhecimento na perspectiva da relação professor-aluno. A ciência da
informação trás contribuições importantes que incorporam de maneira significativa conceitos
como ações colaborativas e interdisciplinares nas estratégias de Ensino e no uso dos recursos
de aprendizagem, em uma ligação estreita e eficaz com a tecnologia de informação nos
processos pedagógicos mediados. Sendo a principal função da escola possibilitar o acesso e
produzir conhecimento, abre-se nestes resultados apontados um excelente cenário de
mudanças e reconhecimento das atividades que se realizam no cenário educativo.
A Internet e as tecnologias digitais fizeram emergir um novo paradigma social,
descrito por autores, como sociedade da informação ou sociedade em rede alicerçada no poder
da informação (CASTELLS, 2003), sociedade do conhecimento (HARGREAVES, 2003) ou
sociedade da aprendizagem (POZO, 2004).
Segundo Hargreaves (2003, p.33) um mundo onde o fluxo de informações é intenso,
em permanente mudança, é “onde o conhecimento é um recurso flexível, fluido, sempre em
expansão e em mudança”. Um mundo desterritorializado, onde não existem barreiras de
tempo e de espaço para que as pessoas se comuniquem. Uma nova era que oferece múltiplas
possibilidades de aprender, em que o espaço físico da escola, tão proeminente em outras
décadas, neste novo paradigma, deixa de ser o local exclusivo para a construção do
conhecimento e preparação do cidadão para a vida ativa.
Neste artigo, o que se pretende é demonstrar estes avanços, para que estudos paralelos,
deixem de ser paralelos e integrem e interajam com abordagens com intuito de diálogos
elucidativos para a compreensão do uso consciente e claro de tecnologias no processo
educacional.
de informação e comunicação estão sendo utilizadas na educação e passam a fazer parte das
atividades de sala de aula, como já o é no cotidiano de todos os envolvidos. Essas tecnologias
têm alterado a dinâmica da escola e da sala de aula como, por exemplo, a organização dos
tempos e espaços da escola, as relações entre o aprendiz e a informação, as interações entre
alunos, e entre alunos e professor.
O encontro entre o campo da educação com as outras ciências e suas especificidades,
se mostram cada vez mais necessárias e importantes para a compreensão de suas utilidades e
responsabilidades sociais, culturais e do mundo do trabalho, papéis inerentes ás instância
formativas, pois na construção desses campos de saber, concomitantemente constituíram-se
lógicas específicas demarcadas no tempo e no espaço, e dotadas de características que se
amalgamaram nas sociedades como fruto do desenvolvimento social e do progresso
tecnológico.
A presença e a dinâmica das novas tecnologias potencializaram a circulação e
produção da mídia e dos diálogos que incorporaram outras áreas do saber; no caso da
educação, concepções estas que ressignificaram o papel da escola e de aprendizagem
construídas historicamente que colocam e deslocam a centralidade do processo comunicativo
e dialogal na relação de ensino-aprendizagem, de uma forma alterando essa relação, ora,
compartilhando-o em busca das experiências da vida cotidiana, criando formas colaborativas
e proativas para os sujeitos envolvidos.
Cria-se assim aproximações necessárias antes não existentes entre os campos da
educação, informação e comunicação, no mínimo, as quais sugerem uma demanda de uma
flexibilização e criação dos modelos estabelecidos, ficando notável a necessidade de que o
acesso e o uso desses meios e equipamentos em si já compõem uma nova forma de aprender e
de apreender as realidades humanas e a necessidade de um esforço rompimento anunciado das
barreiras impostas ao modelo exclusivo de transmissão do conhecimento para o
desenvolvimento dos meios de comunicação ativas, híbridas e colaborativas.
Assim diante das considerações acima expostas, esta pesquisa, em fase inicial,
pretende, pelo acompanhamento e observação de professores voluntários de escolas da
Educação Básica, que possuem alguns equipamentos de TIC, considerados relevantes,
verificar a cultura e a consciência tecnológica dos mesmos ao planejar as atividades escolares
de transposição didática dos conteúdos.
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Ao planejar e pensar a implementação e utilização das novas TIC a escola precisa estar
fortemente apoiada nos indicativos teóricos que sustentam formas e intencionalidades para
sua utilização em situações de ensino e aprendizagem, na produção do conhecimento para
formar sujeitos capazes de continuar a aprender ao longo da vida, com ou sem a presença de
modelos. Isso não é uma tarefa fácil. Não somente pelo uso das Tecnologias, mas pelo pensar
e fazer sobre elas. Indagações como qual o papel da escola - local que durante séculos,
apresentou-se e representou o papel de único para se ensinar e aprender, para que ao assumir o
uso de TIC não provoque um confronto em detrimento dos diálogos possíveis e necessários,
já existentes para uma utilização consciente e necessária.
Com a intenção de contribuir para a disseminação de um conhecimento mais
elaborado para utilização de TIC na escola, é que esta pesquisa, iniciou um acompanhamento
e posterior análise do cotidiano do professor em meio a estas situações, onde o maior desafio
ainda tem se demonstrado como uma cobrança de forma utilitarista e não compreensiva e
colaborativa das possibilidades híbridas destas metodologias com a presença de recursos
digitais, além de uma consciência pedagógica de sua utilização. Esta atuação descrita, provoca
não só uma mudança de equipamentos, mas um conhecimento histórico da produção humana
que tem criado interfaces importantes na sociedade em todos os ambientes, provocando assim
as ciências de modo integrado apresentarem possibilidades através de seus diálogos.
Diante destes desafios, uma das contribuições mais importantes que a escola deve
buscar é o de preparação de si mesmos, na busca de aprender sobre e da preparação dos
alunos para estes desafios de aprender junto. Em outras palavras uma gestão que ultrapassa o
simples “ensinar o quê”, para “ensinar como e com”.
Alguns autores entre eles, Pozo e Postigo (2000) indicam tipos de capacidades que
garantem uma efetiva gestão meta cognitiva do conhecimento, essenciais ao sucesso numa
sociedade informatizada e que são elas competências para a aquisição de informação,
competências para a interpretação da informação, competências para a análise da informação,
competências para a compreensão da informação e competências para a comunicação da
informação. Esta realidade a escola e os seus responsáveis têm sido levados a modificações
em os métodos e técnicas de ensino e pensar em formas eficientes e eficazes para
acompanhamento dos alunos que já convivem com as novas Tecnologias em sociedade do
conhecimento acessado por ela e produzido por ela. Diante deste cenário está a escola e os
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seus envolvidos precisam pensar a aplicação de seus métodos e técnicas no ensino e pensar
em formas eficientes e eficazes para preparar os estudantes para a sociedade do
conhecimento, “estamos na era em que os docentes devem colocar-se como mestres e
aprendizes, na expectativa de que, por meio da interação estabelecida na «comunicação
didática com os estudantes, a aprendizagem aconteça para ambos” (LENCASTRE, 2009, p.1).
Pozo (2004), argumenta que é inevitável que a escola e os profissionais envolvidos
repensem as formas de ensinar, pois converter os sistemas culturais em instrumento de
conhecimento e fazer uso epistémico deles, requer apropriação de novas formas de aprender e
se relacionar com o conhecimento, permitindo o aprimoramento do pensamento crítico e
reflexivo, tentando despir-nos da ignorância e da alienação e descortinando as possibilidades
de emancipação nos vários segmentos sociais.
A cultura que se estabelece em meio a realidade e a presença das TIC é a que passa
pelo uso das tecnologias percebe-se aí como hipótese nesta pesquisa que as parceiras no
processo de construção do saber e pela formação de professores permitem aproximar pessoas
de diferentes origens sócio econômicas, propiciando o aparecimento de espaços para troca de
informações e partilha de conhecimentos. Isto torna-se um desafio para a escola, pois ensinar
em plena era digital contribui para criar
oportunidades nunca antes vistas para tornar o ensino uma profissão apaixonante e
motivadora, que faça diferença para a sociedade futura. Tais oportunidades
relacionam-se a novos papéis, novos conteúdos e novos métodos de ensino e
aprendizagem. (VEEN; VRAKKING, 2009, p.14).
Acredita-se que o uso das tecnologias em contexto educativo, não vai resolver todos os
problemas da educação, mas que o seu uso responsável, com objetivos claros e definidos,
poderá ser um fator de contribuição importante, com implicações na construção de uma nova
identidade para o professor, que diante das tecnologias.
Considerações Finais
tem como hipótese que a escola vai continuar a ser um local propiciador ao desenvolvimento
do ser humano. Porém é preciso ter claro que não será o único e não faz sentido que se vejam
estes dois mundos – a educação formal e informal, o presencial e o virtual, mas como
parcerias importantes.
Ensinar numa sociedade conectada com acessos híbridos deve nos provocar a uma
cultura aprendente não é tarefa fácil, mas são os professores que terão a grande
responsabilidade de serem os catalisadores da sociedade do conhecimento (HARGREAVES,
2003).
Podemos concluir ainda que quanto a utilização tão somente das tecnologias no espaço
educativo, não cumpre todos os desafios que a escola já tem a terá, mas consolida o papel da
escola frente a esta situação e que o seu uso responsável, com objetivos claros e definidos,
deverá trazer a cultura da competência humana e profissional daquele que fará a
intermediação no processo de ensino e aprendizagem, o professor, ao estabelecer outros tantos
diálogos necessários. Isto implica a construção de uma cultura para o professor, que diante
das tecnologias, deverá estar preparado para agir neste novo cenário: um professor capaz de
ressignificar a aprendizagem e estimular a produção coletiva - de forma autônoma e
organizada através das redes digitais, pois somente assim a educação será capaz de atender as
demandas de um futuro próximo.
REFERÊNCIAS
FREINET, C. Para uma escola do povo. Santa Maria de Lama: Editorial Presença, 1969.
LENCASTRE, J.A. Educação on-line: um estudo sobre o blended learning na formação pós-
graduada a partir da experiência de desenho, desenvolvimento e implementação de um
protótipo web sobre a imagem. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade do Minho,
Braga, 2009.
POZO, J.I; POSTIGO, Y. Los procedimientos como contenidos escolares: uso estratégico
de la información. Barcelona: Edebé, 2000.
VEEN, W.; VRAKKING, B. Homo zappiens: educando na era digital. Porto Alegre: Artmed,
2009.